14 DE OUTUBRO DE 2020
48ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Coloca em votação e
declara aprovado requerimento de indicação do deputado Adalberto Freitas para
integrar, como membro efetivo, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, pelo
tempo remanescente do mandato, em substituição ao deputado Major Mecca. Suspende a sessão por um minuto, às 20h42min,
reabrindo-a às 20h42min. Responde a nove questões de ordem de parlamentares,
feitas nos dias 5 e 7/10, relacionadas ao trâmite do PL 529/20, sem leitura mas
com ampla publicidade.
2 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, tece considerações sobre a aprovação do PL
529/20. Agradece à deputada Analice Fernandes, presidente da Comissão de Saúde
desta Casa, por diálogo com a deputada Janaina Paschoal, em defesa de entidades
do setor. Afirma que este Parlamento tem a responsabilidade de melhorar
projetos enviados pelo Poder Executivo. Critica a obstrução realizada pela
oposição. Reflete acerca da economia de recursos do Orçamento do estado para
2021.
3 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, agradece a seus pares pelo apoio à emenda
aglutinativa, de sua autoria, ao PL 529/20. Reflete sobre a manutenção de
entidades, as quais lista. Enaltece o trabalho do deputado Vinícius Camarinha
acerca do tema.
4 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, agradece ao deputado Vinícius Camarinha por
melhoria no texto do PL 529/20.
5 - ANALICE FERNANDES
Para comunicação, agradece a seus pares pelas tratativas que
levaram à aprovação da matéria. Cumprimenta o deputado Carlão Pignatari pelo
reconhecimento do empenho de seus pares. Critica a postura da oposição.
6 - ADALBERTO FREITAS
Para comunicação, parabeniza o deputado Cauê Macris pela
condução das sessões. Comemora o consenso entre seus pares, pela aprovação da
emenda aglutinativa ao PL 529/20. Destaca o trabalho do deputado Carlão
Pignatari. Ressalta o valor do respeito pelas posições divergentes. Elogia a
deputada Janaina Paschoal. Agradece a seus pares por aprovarem sua eleição ao
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar desta Casa.
7 - CORONEL TELHADA
Para comunicação, afirma que a oposição fora a responsável
pela melhoria no PL 529/20. Lembra o trâmite da matéria, que seria aprovada, a
seu ver sem destaques, caso votada em ambiente virtual. Argumenta que consta da
propositura a majoração de impostos. Valoriza o trabalho de todos os seus
pares. Aduz que o Governo do Estado não ordena esta Casa.
8 - JOSÉ AMÉRICO LULA
Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do deputado
Coronel Telhada. Indaga o que seria do PL 529/20, sem a oposição. Argumenta que
a matéria continua a afetar a população. Critica o Governo do Estado. Rebate
críticas à oposição. Lamenta a extinção da CDHU.
9 - VINÍCIUS CAMARINHA
Para comunicação, cumprimenta o presidente Cauê Macris pela
condução dos trabalhos. Lista e agradece a seus pares. Elogia a deputada
Janaina Paschoal por buscar a melhoria do PL 529/20. Agradece à liderança do
Governo. Manifesta respeito pela oposição.
10 - MARCIO DA FARMÁCIA
Para comunicação, afirma que oposição e situação trabalham
pelo bem do povo. Lembra a elaboração de emendas ao projeto, a ilustrar o trabalho
de cada parlamentar. Enaltece o valor das discussões. Assevera que a melhoria
na propositura não fora somente em razão da oposição.
11 - GIL DINIZ
Para comunicação, desculpa-se com o presidente Cauê Macris
por eventual ofensa a ele direcionada. Enaltece o trabalho de obstrução levado
a efeito pela oposição. Lembra que assinara a emenda aglutinativa da deputada
Janaina Paschoal. Acrescenta que nenhum deputado da base do governo assinara o
citado documento. Informa que apresentara 11 emendas ao PL 529/20. Aduz que em
nenhum momento fora procurado pela liderança do Governo. Clama ao Governo do
Estado que respeite esta Casa.
12 - ITAMAR BORGES
Para comunicação, manifesta respeito a todos os
posicionamentos debatidos. Parabeniza o presidente Cauê Macris pela condução do
PL 529/20. Elogia o deputado Carlão Pignatari pela articulação a favor da
aprovação da matéria. Afirma que administrar é eleger prioridades, com bom
senso e sem embate radicalizado. Valoriza o aperfeiçoamento do projeto.
Ressalta que o Governo do Estado demonstrara entendimento e solidariedade.
Comemora a preservação de instituições, na medida do possível, e a manutenção
dos serviços das extintas, nas secretarias.
13 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Discorre acerca da realidade atual a afetar o País. Reflete
acerca de sua postura em torno da administração do contraditório e da harmonia.
Lembra a Reforma da Previdência estadual, com aperfeiçoamento promovido por
esta Casa. Tece considerações sobre o trâmite do PL 529/20. Manifesta respeito
à posição da maioria. Cumprimenta todos os seus pares. Cita fala do deputado
Rafa Zimabaldi, em defesa das universidades. Encerra
a sessão.
-
Abre a
sessão o Sr. Cauê Macris.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 23 do Código de Ética e Decoro Parlamentar, esta Presidência colocará em votação a indicação do líder do Partido Social Liberal, PSL, nobre deputado Adalberto Freitas, para integrar, como membro efetivo, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pelo período remanescente do mandato naquele conselho, em substituição à vaga anteriormente ocupada pelo deputado Major Mecca.
Em votação o nobre deputado Adalberto Freitas. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Cumprindo, dessa forma, o que dispõe o Art. 23 do Código de Ética, o nobre deputado Adalberto Freitas está eleito como membro efetivo do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, pelo período remanescente no mandato naquele conselho. Suspendo a sessão por um minuto.
* * *
- Suspensa às 20 horas e 42 minutos, a sessão é a sessão é reaberta às 20 horas e 42 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, comunico a V. Exas. que nesta sessão estou respondendo nove questões de ordem apresentadas em sessões realizadas nos últimos dias cinco e sete de outubro, todas elas relacionadas a aspectos do Projeto de lei nº 529, de 2020, ou à respectiva tramitação.
Trata-se de questões de ordem suscitadas pela nobre deputada Professora Bebel, pelo nobre deputado Douglas Garcia, pelo nobre deputado Teonilio Barba, pelo nobre deputado Maurici, pelo nobre deputado Daniel José e pelo nobre deputado Ricardo Mellão.
Em prol do dinamismo dos trabalhos, não lerei neste momento a íntegra das respostas, as quais, porém, deverão ser prontamente encaminhadas por e-mail, não apenas aos seus respectivos autores, bem como a todos os membros desta augusta Assembleia Legislativa.
Além disso, as respostas proferidas deverão ser publicadas na íntegra na transcrição dos trabalhos desta presente sessão.
* * *
- As respostas da Presidência, não lidas em plenário, a questões de ordem, serão inseridas integralmente ao final desta sessão.
* * *
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar pela liderança do Governo, presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na verdade não temos encaminhamento. Uma comunicação eu dou a Vossa Excelência. Use o tempo que achar necessário, deputado Carlão, até porque não temos mais pauta a ser deliberada no dia de hoje.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, um comunicado muito rápido aqui na Assembleia hoje. São Paulo conseguiu sair na frente dos estados e dos municípios brasileiros pela aprovação desse plano de economia, de economicidade para São Paulo, para tirar o deficit de mais de dez bilhões que teríamos ano que vem.
Alguns agradecimentos muito especiais. Em especial à Comissão de Saúde, presidida pela nobre deputada Analice Fernandes, que nos ajudou, junto à deputada Janaina Paschoal, para que houvesse a retirada dos órgãos de Saúde do projeto. Acho que foi de extrema importância, o Oncocentro, a Furp. Foi um pedido da bancada, e levado pela presidente da Comissão de Saúde de São Paulo.
Sobre o Itesp, presidente, acho que foi mais um avanço que nós fizemos aqui. A Assembleia Legislativa tem o poder de melhorar os projetos que vêm do Executivo, como foi feito também no roteiro de votação.
Sobre o Itesp, vários deputados, citando deputado Reinaldo Alguz, deputado Mauro Bragato, deputado Zerbini, deputado Barros Munhoz, Fernando Cury, Itamar Borges. Enfim, todos, deputado Marcio, mas que fizeram um pedido para que se retirasse do texto a extinção do Instituto de Terras de São Paulo, e foi feito aqui, pela Assembleia Legislativa de São Paulo.
E houve obstrução. Houve de todas as maneiras. Nós ficamos aqui quase três semanas, presidente, em uma obstrução que, para mim, obstruíram 40 milhões de paulistas.
Às vezes, ouvindo o jurista Daniel José, que tem vários pareceres de inconstitucionalidade. Eu posso arrumar 50 pareceres pela constitucionalidade desse projeto.
Quando a gente vê deputados vindo aqui fazendo defesas do ITCMD, de algumas empresas de locadoras de São Paulo, isso às vezes deixa a gente muito triste, mas São Paulo é um estado que saiu na frente na reforma administrativa, na reforma tributária e nos fundos do estado de São Paulo.
De empresas como Artesp, Arsesp e Procon, que tinham fundos de mais de um bilhão de reais, e que estavam lá há vários e vários anos não sendo utilizados para poder fazer pleito ao Estado, para poder usar o recurso do estado de São Paulo para pagar a Saúde, para pagar a Segurança.
Então isso foi um avanço que São Paulo teve, e São Paulo que é a vanguarda, que é a locomotiva. Com certeza, presidente, os 48 deputados, mais o presidente, que deram quórum nas duas votações, não só no método, mas também no substitutivo, nós trouxemos um avanço enorme para São Paulo.
Então, agradecimentos especiais a vários deputados que nos ajudaram, vários deputados. Alguns que obstruíram. Quando eu vejo hoje aqui um deputado pelo qual eu tenho respeito enorme, o deputado Caio França, dizer que poderiam ser vetados os artigos que nós estamos retirando. Se retirou do texto, como é que vai vetar? Aí você está brincando com a inteligência dos parlamentares da Assembleia Legislativa.
Foi feito, sim, um grande avanço em São Paulo, e São Paulo terá um recurso enorme. Estou vendo aqui a nobre deputada Analice Fernandes, que me ajudou imensamente na retirada das fundações de Saúde aqui.
Como presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, fez o papel correto, indo convencer e inclusive ajudar no convencimento com a deputada Janaina Paschoal, para que pudessem retirar do texto as empresas que são de Saúde.
Então, eu quero agradecer muito à deputada Analice, à deputada Carla, aos deputados da bancada do PSDB, das outras bancadas - o deputado Marcio está aqui, o deputado Adalberto, o deputado Vinícius Camarinha, o deputado Altair, o deputado Castello, que fez uma obstrução enorme na Assembleia Legislativa de São Paulo, mas que, com certeza, São Paulo avançou e São Paulo vai ter um ano de 2021 com tranquilidade para pagar Segurança, Saúde, Educação para todas as 40 milhões de pessoas.
As pessoas que fizeram obstrução obstruíram 40 milhões de paulistas. Às vezes, obstruir por obstruir e, às vezes, obstruir para tentar preservar algumas empresas públicas, que são importantes, que já foram importantes para São Paulo, mas que, infelizmente, com o passar do tempo, nós perdemos aquela necessidade de ter essas empresas e autarquias aqui em São Paulo.
Obrigado, presidente. Obrigado a todos os deputados. Eu espero que a gente continue avançando, fazendo com que São Paulo avance cada vez mais, para fazer um Estado muito melhor para se viver e se morar.
A SRA.
JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Queria, nos termos do que eu falei
ali, agradecer à oposição, à base, à esquerda, a direitos, a independentes, a
todos os colegas.
A votação foi unânime, que apoiou a retirada desses
destaques, a manutenção dessas empresas, a Furp, o Oncocentro, o Itesp e o Imesc.
Acho muito importante que seja um trabalho coletivo. Conseguimos manter os
fundos das universidades, da Fapesp, tirar toda a parte do ITCMD.
Eu faço um agradecimento especial, todos os amigos
aqui, ao colega Camarinha, que foi numa conversa na
nossa reunião da CPI das Quarteirizações, onde eu estava muito chateada, porque
desde o primeiro dia eu queria construir e, infelizmente, o diálogo não
avançava.
Foi o deputado Camarinha que
viabilizou, vamos dizer assim, essa conciliação. Então, fica aqui um
agradecimento especial. Na sequência, o presidente me telefonou e nós conseguimos
chegar a um denominador comum.
Gostaríamos de ter avançado ainda mais, mas, como bem
disse o meu colega Altair, é a arte do possível. E o que foi possível para
preservar as finanças e também esses serviços foi o projeto que a gente aprovou
hoje e entrega para o povo de São Paulo.
Muito obrigada, Sr. Presidente e todos os colegas.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Fazer um agradecimento, a deputada
Janaina lembrou bem, além de todos os deputados que foram citados, ao deputado
Vinícius Camarinha, que, com sua paciência, com a sua tranquilidade, nos ajudou
a construir um texto muito melhor do que o que veio do Palácio. Então,
parabéns, deputado. Obrigado de coração.
Eu
acho que nós conseguimos, todos nós juntos, os 48 deputados, fazer com que a
Assembleia Legislativa fosse respeitada, mas que também a Assembleia desse
recurso financeiro suficiente para que o Estado não faça uma quebradeira a
partir do ano que vem.
A SRA.
ANALICE FERNANDES - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Também de
maneira rápida, meu querido colega, fazer esses agradecimentos a todos os
deputados que se empenharam, que fizeram as suas sugestões, que discutiram
intensamente em suas bancadas.
Eu me lembro, deputada Janaina, de quantas vezes você
me mandou mensagens para que a gente pudesse elaborar alguma coisa, participar
desse momento importante, dessa reconstrução. Quero agradecer. Acho que o nosso
papel é esse, é o verdadeiro papel do Parlamento.
Eu quero agradecer imensamente a fala do líder do
Governo, deputado Carlão, que reconhece o empenho de todos nós. É verdade que
nós fizemos várias falas - não é, deputado Camarinha? - em outras
oportunidades, deputado Cauê, enfim.
Eu não acho correto ver a oposição ser oportunista,
vir ao microfone para fazer críticas infundadas, sabe, e para pegar carona em
uma luta muito grande, feita pelos deputados que têm consciência da grande
necessidade que o governo tem do apoio desta Casa.
Mais uma vez, de maneira grandiosa, honrada, nós
conseguimos aperfeiçoar esse encaminhamento do Palácio, que, no início, foi
realmente equivocado. Mas, graças a Deus e graças ao diálogo aberto de todos
nós, nós saímos desse processo vitoriosos, porque o estado de São Paulo merece
um Parlamento ousado, competente como o nosso.
O SR.
ADALBERTO FREITAS - PSL - Agradecer ao presidente por conduzir tão bem os trabalhos
da Casa, agradecer a todos os colegas que participaram, também.
Com isso, nós chegamos a um consenso em que a maioria
conseguiu aprovar o projeto. Devo destacar, também, o trabalho do deputado Carlão
Pignatari, que incansavelmente, todos os dias, esteve à frente para poder unir
todo o pessoal que estava querendo a aprovação desse projeto.
Nós sabemos, também, que a oposição, lógico, fez o papel dela, como é
normal em uma democracia. As forças de ambos os lados debatem, mas, ao final,
haverá um vencedor.
Esse é um projeto, haverá tantos outros, mas o importante é a gente
manter o respeito pelos nossos colegas. Nós sabemos que isso é importante em
uma democracia como a nossa, sabemos que existem opiniões opostas, contrárias,
que também têm que ser respeitadas.
Então, quero deixar aqui o meu agradecimento a todos os colegas que
participaram de todo esse processo, em especial, também, à deputada Janaina
Paschoal, porque a gente sabe, eu, da minha bancada, a gente conversa muito.
Ela tem um respeito enorme por todos, sabe usar o bom senso quando há
uma crítica. Quando há discordância, ela é uma pessoa extremamente de muito bom
senso.
Nós estamos de parabéns por termos, aqui, no Parlamento, uma pessoa
que tem o nível que ela passa para nós, a segurança que ela passa para nós, o
que mostra, também, a força das mulheres deputadas desta Casa, que são de
extrema importância em momentos como este.
Quero, também, agradecer aos colegas que me indicaram para integrar o Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar. Agradeço a todos.
Muito obrigado. Boa noite.
O SR. CORONEL TELHADA -
PP - PARA COMUNICAÇÃO
- Sr. Presidente, na polícia nós temos um ditado que fala o seguinte: é melhor
a gente ouvir algumas coisas do que ser surdo. Então quero dizer uma coisa, eu
vi os deputados que vieram aqui agradecer, que fizeram isso e aquilo, e a
oposição.
Quero lembrar a todos que esse projeto só saiu do jeito que saiu por
causa da oposição. Começou lá atrás, quando começaram a tentar dar um golpe e
colocar isso daqui de maneia virtual. Nós saberíamos o que aconteceria. Esse
projeto atropelaria e passaria de porteira aberta do jeito que estava.
Quero lembrar a todos aqui que eram dez empresas que estavam para ser
excluídas; o ITCMD ia arrebentar o povo. Aumento de impostos é verdade sim.
Aumento e criação de impostos é verdade sim. ICMS é verdade sim. Tudo que nós
falamos é verdade. Isso só saiu do jeito que saiu porque nós nos opusemos e
lutamos para que não fosse assim.
No final, o acordo com a deputada Janaina Paschoal, que ela lutou,
porque ela entendia correto e conseguimos uma vitória sim. Essa vitória também
não foi só da deputada Janaina Paschoal.
Também foi dos deputados da oposição, que mantiveram as trincheiras
até aquele momento. É fácil vir aqui agora falar em deputado oportunista depois
que conseguiu 48 votos; é fácil.
Até ontem, estava todo mundo miudinho. Agora vem um aqui elogiar,
falar, querer depreciar o nosso trabalho. Senhores, eu sou um deputado que
respeita muito e os senhores sabem disso, que eu sou um grande respeitador de
pessoas aqui, mas sou um democrata também e exijo o direito do nosso trabalho
aqui.
A situação só não foi pior porque nós trabalhamos e trabalhamos por
quase dois meses para que esse famigerado 529 não arrebentasse mais ainda a
população de São Paulo.
Vir falar agora em problemas fiscais depois do que aconteceu nessa
pandemia, desse arrebento que o Governo do Estado de São Paulo deu na
população... Querer botar a culpa na população novamente e aumentar impostos,
taxar, não é justo.
Então, nós fizemos o nosso trabalho muito bem-feito. Fomos derrotados?
Parabéns. Parabéns ao governo, que concedeu, que conversou, que fez acordos.
Parabéns, isso é política; nós sabemos disso.
Agora, senhores, sejamos realistas. Foi um trabalho de todos os
deputados, inclusive da oposição, e muito bem-feito. Se alguém merece parabéns
aqui são todos deputados, e não A, B ou C.
Se o resultado não foi tão ruim para a população de São Paulo, foi
porque nós ficamos aqui diariamente obstruindo, trabalhando até de madrugada,
aguardando dar as 48 assinaturas.
Fizemos o governo sangrar, e sangrou bonito. E que seja um alerta para
o governo também entender que ele não manda nesta Casa. Entender que ele tem
que respeitar todos deputados da base, da situação e da oposição, por quê?
Porque o povo de São Paulo não merece o tratamento que tentaram dar para ele
aqui nesta Casa.
Que fique bem claro isso aqui. Eu respeito todo mundo, mas exijo o
respeito ao nosso trabalho também. Então, povo de São Paulo, só não foi pior
porque nós nos entrincheiramos aqui, lutamos ponto a ponto, voto a voto, e no
final nos acordos que foram feitos… Ou alguém não
acredita nisso? Ou alguém quer me desmentir?
Nos acordos que foram feitos, conseguiram os 48 votos, mas nós lutamos
e continuaremos lutando sempre pelo melhor para o povo de São Paulo e não para
o melhor do governo de São Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado José Américo.
O
SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Eu queria, em primeiro lugar, dizer que eu concordo integralmente
com o deputado Coronel Telhada, que foi uma das pessoas que lutou, se esforçou
aqui para que as coisas não ficassem piores.
Eu
queria só fazer um exercício depois de ouvir a fala da deputada Analice. Eu
queria só fazer um esforço aqui teórico. Já imaginou se não tivesse a oposição
aqui, se tivesse só a situação?
Eu
acho que o projeto teria piorado; eu não tenho dúvida. Seria piorado, porque,
se dependesse da bancada governista mais, como se diz assim, orgânica, ia
piorar o projeto. Eles iam fazer algumas coisas que piorassem, viu, deputada
Analice? Ia piorar.
Quem
provocou a melhora do projeto foi o trabalho da oposição, foi o enfrentamento
da oposição. Foi isso que propiciou um acordo, que eventualmente melhorou o
projeto. Ele ainda ficou muito ruim.
Só
para falar em matéria de emprego, quer dizer, reduziu as demissões em 1.500
demissões, mas vão continuar 4.000 demissões em plena pandemia. O aumento de
imposto vai continuar. Em plena pandemia, o aumento de impostos.
Então,
eu acho assim que é um desmonte de uma parte do estado de São Paulo muito ruim
do ponto de vista político, do ponto de vista dos seus resultados para a
população, para o funcionalismo público estadual.
É
alguma coisa que é de uma crueldade sem paralelos se nós considerarmos que nós
estamos em uma pandemia ainda; é sem paralelo. O governo agiu com uma crueldade
fora de série.
Então,
eu acho que é muito ruim da parte de alguns deputados, em primeiro lugar,
chamar a oposição de oportunista. Se dependesse de vocês, ia piorar, porque
vocês não são capazes…
Quer
dizer, por uma questão de opção política, não é que não são capazes. A opção
política de vocês é não fazer nenhum enfrentamento com o governo. Então, não
tem oportunista. É uma bancada que não faz o enfrentamento com o governo.
Inclusive
brinco muito que ela lembra em parte a querida Assembleia Nacional da Coreia do
Norte, onde não tem realmente nenhum tipo de debate. Aqui também não. Se
deixasse e não tivesse oposição… Porque a oposição trabalhou, brigou, lutou e
acho que levou eventualmente algumas melhoras.
Agora,
gente, o que ficou é muito ruim ainda. O fim da CDHU. A CDHU é um dos maiores
orgulhos deste estado. Foi criada ainda no governo do Orestes Quércia, mas São
Paulo passou a ser o único estado brasileiro que tinha política habitacional
própria. O passivo da CDHU, Vinícius, é muito grande.
Você
tem 500 mil moradias que estão irregulares, que foram feitas ainda no governo
Covas e que foram feitas de qualquer jeito, e sobrou irregularidade. Para
regularizar, precisa fazer uma reforma, precisa ter investimento, e a CDHU
vinha fazendo isso a passos de tartaruga. Agora, não vai mais fazer.
Então, você
que é morador de conjunto da CDHU, você vai ser prejudicado, não tenha dúvida,
pelo Doria, pelos deputados do Doria, que impuseram esse pacote. Você vai ser
prejudicado, porque, se antes, com a CDHU existindo, não acontecia nada,
imagine hoje, agora, sem CDHU.
Então,
apenas para dar um exemplo de uma das maldades que sobraram nesse projeto, que,
como eu estava dizendo, é claro que algumas coisas que foram retiradas são
muito positivas.
Tanto que
nós da oposição votamos a favor; votando “não”, nós estamos votando a favor.
Mas, de qualquer forma, fizemos isso para diminuir o impacto de um projeto tão
ruim, tão danoso, tão invasivo na vida da população.
Sr.
Presidente, muito obrigado. E, como sempre, um abraço ao senhor.
O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Vinícius Camarinha.
O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Para uma
comunicação.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência.
O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu queria primeiramente cumprimentar V. Exa. pela
condução do trabalho como presidente do Poder Legislativo do Estado de São
Paulo, que conduziu uma reforma administrativa polêmica, dura, que envolveu
debates importantes para o nosso estado. Mas V. Exa. soube conduzir os
trabalhos, e eu quero publicamente cumprimentá-lo.
Quero
cumprimentar todos os colegas deputados, presidente, e agradecer muito ao
deputado André do Prado, que está aqui acima, com a gente, líder do PL. Parabenizar
pelo seu trabalho, pelo seu empenho, pela sua luta, pela sua história na vida
pública, como ex-prefeito, como um deputado experiente. Eu queria
cumprimentá-lo.
Da mesma
forma, o deputado Alex de Madureira, que deu uma contribuição enorme, sugestões.
Agradecer ao deputado Wellington, que está aqui também; deputado Altair. Eu não
estou vendo os outros deputados; o Tenente Nascimento, o Adalberto Freitas, que
está aqui; o Olim, que está aqui.
Em especial,
cumprimentar a deputada Janaina. Quis o destino que, numa conversa republicana,
numa CPI, em público - televisionada, inclusive -, a gente começasse a discutir
o projeto.
E foi um
momento oportuno, que nos deu a oportunidade de encontrar convergências com
todos os outros colegas que seguiam na mesma direção que a deputada Janaina e
aí, sim, avançarmos numa proposta de melhorias reais dentro de um projeto que
chegou a esta Casa.
E essa é a
função do Parlamento: falar, discutir, encontrar ideias, encontrar boas
soluções que vêm de todos os cantos do estado de São Paulo. Vossa Excelência é
uma jurista de universidade, doutora, que recebeu de todos os outros deputados,
do interior, gente de diversas regiões, de diversos níveis culturais, mas que também
colaborou, que também deu uma colaboração para que nós chegássemos aonde nós
chegamos.
Quero também
cumprimentar o deputado Marcio da Farmácia, que, mesmo com Covid,
doente, preocupado, dando sua sugestão, sua colaboração. Isso foi quase mais de
um mês aqui, sendo discutido nesta Casa. Em especial, o líder do Governo,
deputado Carlão Pignatari, que foi o responsável por unir todas essas ideias,
todas essas sugestões e fechar o projeto, e nós avançarmos no que temos hoje.
Acho que é
isso, presidente. O Parlamento funciona dessa maneira, com divergências. Meu
respeito à oposição. Meu respeito ao trabalho que vocês fizeram aqui, mas
sobretudo à conquista de uma articulação que foi feita aqui pela maioria, que
venceu hoje, dando a oportunidade de ter um projeto melhor do que o que chegou
aqui. Era isso; parabéns, presidente.
Obrigado.
O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Pela ordem,
presidente. Queria fazer uma breve comunicação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a
palavra Vossa Excelência.
O SR. MARCIO
DA FARMÁCIA - PODE – PARA
COMUNICAÇÃO -Presidente, é
importante a gente citar, aqui nesta Casa Legislativa, que o que a gente ouve
aqui às vezes - da situação, da oposição, do centrão, dos meios que estão
falando aqui - é o seguinte: que um lado trabalha e o outro não trabalha. E
isso não é verdade, presidente.
Eu acho que é bom a gente entender aqui, quando se fala que,
se não tivesse oposição, não tinha melhorado o projeto, sem dúvida nenhuma é
uma mentira. Sem dúvida nenhuma é uma mentira, porque os nossos trabalhos aqui,
presidente... Eu sou deputado de primeiro mandato, mas os nossos trabalhos aqui
começam nas emendas parlamentares dentro do projeto.
Foi citada a maioria das emendas parlamentares dentro do
projeto. Pois sim, caíram as emendas. Aí é onde abre o início das discussões. A
gente não vem aqui na frente fazer o debate; mas aqui, olha, no balcão, nós
estamos batendo um papo e resolvendo e fazendo o pedido no pé de ouvido de cada
comissão que está aqui. E foi feito assim.
No Podemos, foi feito um trabalho assim. Falamos com muita gente,
muita discussão aqui dentro, defendendo o Itesp, defendendo a Furp, que é dos medicamentos, defendendo o Oncocentro, onde são feitas as discussões. É verdade, sim.
Então, quando se coloca que só a oposição veio aqui e transformou o projeto,
nada.
São situações que convergem a essa situação, porque só
funciona quando há, realmente, um objetivo para que possa melhorar. A situação
coloca o projeto de uma maneira, a oposição se coloca de outra maneira, onde se
converge e forma o projeto que se formou hoje. É, sim.
É sabido que existem algumas pessoas que correram atrás e nos
ouviram. O Camarinha foi um deles. A Janaina Paschoal foi outra que nos ouviu;
o próprio Carlão teve discussão aqui dentro para ouvir.
Agora, quando foi colocado para muita gente aqui poder fazer
a discussão em conjunto, não fizeram. Então, essa leva de favorável para o
projeto não foi a oposição; fomos todos nós aqui, todos os deputados.
Porque a oposição bateu, e muito, mas nós, que não batemos,
estávamos do outro lado aqui, estávamos discutindo também, cada um dentro do
seu perfil de discussão. Isso que é importante. E o projeto teve um objetivo
só: melhorar a qualidade de vida do estado de São Paulo.
Obrigado, presidente.
O SR. GINIL DINIZ - SEM
PARTIDO - Pela ordem, presidente. Para uma breve comunicação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gil Diniz, tem
a palavra Vossa Excelência.
O SR. GINIL
DINIZ - SEM PARTIDO - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Respeito o deputado Marcio da Farmácia, mas
discordo de alguns pontos na fala dele.
Realmente, tem momentos aqui, presidente, em que a gente
passou de certos limites. Conversava com V. Exa. agora há pouco, inclusive,
fazendo essas ponderações, pedindo desculpa se for o caso, se ofendi, em algum
momento, pessoalmente, que não é o objetivo no Parlamento.
O objetivo é a discussão, Delegado Olim,
o melhoramento dos projetos, mas a oposição, nesse processo, esse bloco que se
formou, de quase 40 deputados, foi fundamental.
Foi colocado aqui várias vezes na tribuna que o líder do
Governo disse que tinha os votos suficientes para aprovar o
projeto da maneira que estava, da forma que estava. Foi colocado publicamente,
várias vezes. Vários deputados ouviram isso da liderança do próprio Governo.
Então
começou o processo de obstrução, justamente para que o relatório do deputado
Alex de Madureira não passasse daquela maneira.
Acho que é lícito e justo que quem não esteja
favorável ao governo faça a sua obstrução, como é justo também que o governo
faça o possível, como fez neste plenário, para aprovar um projeto como esse,
que entendemos que, sim, aumenta imposto no estado de São Paulo, que acaba com
centenas, milhares de empregos aqui. Cada deputado vai responder à sua base
tranquilamente.
Mas, se não fosse esse processo de obstrução, essa dificuldade
que o governo teve em finalizar, em acabar com a discussão…
Deu seis horas aqui, o governo apresentou um requerimento e não
conseguiu aprovar. Não deu o quórum de 48 aqui. Aí conseguimos avançar esse
projeto.
A oposição conseguiu. A deputada Janaina fez a emenda
aglutinativa, que eu assinei e outros deputados assinaram. Eu não vi nenhum
deputado do governo assinando essa emenda. Eu não vi. Pode ser que tenham
assinado, mas não foram os sessenta e três.
Então, agora, vir aqui ao microfone e falar que não
houve esse trabalho de tentar um entendimento? Eu mesmo apresentei 11 emendas.
Não foi acatada nenhuma. E depois o governo não me procurou para conseguir
fazer um projeto que contemplasse algumas emendas em nenhum momento. Fiz, sim,
obstrução. Ajudei na obstrução. Acho extremamente válido para o processo
legislativo e para a democracia no estado de São Paulo.
Então, parabéns, presidente, pela condução dos
trabalhos. Parabéns ao líder do Governo. Tem que fazer isso mesmo. Tem que
representar o governador nesta Casa. E parabéns à oposição, que soube fazer
esse trabalho. E mandamos o recado para o governo: respeite esta Casa
Legislativa. Não tem mais vida fácil na Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. ITAMAR BORGES - MDB - PARA
COMUNICAÇÃO - Um comunicado, presidente. Eu quero registrar, em nome da bancada
do MDB e também como colega desta Casa, o meu respeito a todos os
posicionamentos que aqui tivemos. Aos posicionamentos de debate, de obstrução,
o meu respeito, mas o meu reconhecimento a alguns pontos que aqui aconteceram.
Me permita, presidente, já que estou me dirigindo à
sua pessoa, parabenizá-lo pela condução, pelo controle, pela ordem e ao mesmo
tempo pelo diálogo aberto. Nos momentos que foram necessários, o senhor se
colocou junto com o Carlão, o líder do Governo, e quero deixar os parabéns e o
reconhecimento a toda a articulação e trabalho que ele ofereceu.
Mas, junto com isso, foi fundamental a sua
sensibilidade, de quem já foi vereador, de quem é presidente desta Casa já pelo
segundo mandato consecutivo. De quem tem uma história de vida pública e soube
fazer, junto com os líderes, levando a mensagem.
Aqui está o Delegado Olim.
Aqui está o Vinícius Camarinha. Aqui está o Marcio da Farmácia. O Altair,
também, representando os Republicanos. Está aqui o Alex de Madureira.
Estão aqui tantos colegas. A Janaina, que se envolveu,
o Fernando Cury. Também os colegas que, de alguma forma, procuraram, o André do
Prado, todos os líderes que procuraram uma construção de melhoria.
Fui 12 anos prefeito. Aprendi uma coisa. Aprendi que
administrar não é fazer tudo o que você quer, na hora que você quer e do jeito
que você quer. Administrar é eleger prioridades.
Muitas vezes, para eleger prioridades, tem que ter o
bom senso. Muitas vezes, o bom senso é entender que jamais você deve ir para o
embate radicalizado, onde você toma um ponto extremo e fecha as portas para a
necessidade da continuidade do entendimento e do diálogo para os próximos
passos e para o dia a dia da vida.
Foi nesse propósito que as lideranças conseguiram
aperfeiçoar esse projeto, graças a essas interlocuções que eu destaco aqui: os
líderes, o presidente e o líder do Governo.
Mas também quero destacar a sensibilidade do
governador e do vice-governador, que foram sensíveis e souberam recepcionar,
compreender, buscar um entendimento e, ao mesmo tempo, com a decisão desta
Casa, entender que esta Casa estava buscando o melhor para o ponto de
equilíbrio. Foi o que foi possível, como disse o Barros e tantos outros
colegas.
Para concluir, presidente, quero dizer que esse
conjunto de construção permitiu, sim, um projeto de lei que poderia até reduzir
os benefícios em 100 por cento. Foi essa articulação, presidente Cauê Macris e
líder Carlão, que permitiu, com essas articulações, um compromisso de limitar
em até 20% e por até 24 meses.
Não fosse isso, não teria esse compromisso. O
compromisso saiu porque o governo foi solidário e responsável em firmar esse
compromisso. Foi resultado disso, que essas lideranças construíram. E
conseguimos, com esta Casa e com a parceria dos colegas deputados.
Já foi destacada a participação da deputada Janaina,
do Vinícius e de tantos outros colegas que preservaram recursos dos fundos das
universidades e preservaram as instituições que foram possíveis. Com um outro
ponto: as outras instituições, o compromisso do governo de acolhê-las nas
secretarias e preservar os serviços oferecidos à comunidade.
Dentro desse contexto, muitas vezes é necessário
enxugar a máquina. A população cobra o governo. O governo é questionado. E ele
busca o aperfeiçoamento da máquina, para poder oferecer o melhor serviço
público a um custo menor. Aí você tem que avançar em vários pontos.
E aí você tem que fazer o que é necessário e, muitas
vezes, o que é necessário nem sempre é aquilo que é minha vontade toda, porque
às vezes tenho que ceder de um lado; outras, de outro.
O mais importante é que a conclusão é que temos, sim,
um resultado de articulação, de conquistas e compromissos que vai permitir um
melhor projeto de lei finalizado aqui e, mais do que isso, as portas abertas
para a interlocução e o diálogo continuado para continuarem avançando o
Legislativo, o Executivo, os demais poderes e a sociedade.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Meus amigos, minhas amigas, antes de encerrar, quero fazer algumas pequenas
palavras a respeito desse processo como um todo.
Não
é simples estar na cadeira de presidente da Assembleia Legislativa em um
momento tão delicado como esse da nossa sociedade, difícil, que o País e o
mundo vêm vivendo, com um vírus matando milhares e milhares e milhares de
pessoas no mundo todo, contaminando muitas pessoas, gerando devastação, não só
do ponto de vista de Saúde Pública, mas também econômico, com a consequência que
bate à porta.
Em
uma Casa de Leis, como a democracia impera, você tem contraditórios. Não é
simples administrar contraditórios. Quero fazer a minha fala aqui me
desculpando com os colegas que, ao longo da condução do processo, eu possa ter
subido, muitas vezes.
Se
eu estiver de um lado, o outro lado vai estar bravo comigo. Se eu estiver do
outro lado, o outro lado vai estar...
Não vai ter jeito, eu nunca vou conseguir, dentro do processo de condução, agradar a gregos e troianos, mas eu me esforço ao máximo para fazer com que a gente tente buscar uma harmonia, que a gente tente fazer o debate de ideias e do contraditório da melhor maneira possível. Esse tem sido meu esforço constante nesta legislatura.
Confesso que é um desafio. É uma legislatura diferente daquilo que a gente estava acostumado. Tenho cinco mandatos, e este meu quinto mandato está muito diferente daquilo que já enxerguei ao longo do tempo, mas essa é a caixa de ressonância do que temos na sociedade.
Acho que, aqui, somos representantes da sociedade. Se a sociedade está representada por nós desta maneira, temos que nos adaptar dentro da sociedade, feita e representada aqui pelos Srs. Parlamentares e Sras. Parlamentares.
Então, não é simples a condução em um momento fiscal difícil que o estado vai ter. Eu, particularmente, disse isso constantemente desde a discussão da Previdência. Eu julgava fundamental o debate, pelo Parlamento Estadual, da Previdência. Fizemos a lição de casa, a Previdência foi aprovada e aperfeiçoada, porque esse é o nosso papel.
Nós não somos carimbadores daquilo que o governo nos envia. O governo faz a sua proposta; nós temos a responsabilidade de pegar essa proposta, ouvir os segmentos da sociedade e aperfeiçoar a proposta.
Fizemos isso com a Previdência e melhoramos muito a Previdência do estado de São Paulo, em que pese, é claro, muitas pessoas ainda discordarem das posições, mas é necessário.
Aí aparece a pandemia. A consequência vai vir: um rombo anunciado pelos secretários que cuidam das finanças do estado para o ano que vem. O governo entrega uma proposta para a Assembleia Legislativa.
O que podemos fazer a não ser debater essa proposta, fosse qual fosse a consequência? Poderia chegar aqui e rejeitarmos a proposta, por entendermos - porque nós representamos a sociedade - que não era cabível essa proposta. Qual é o nosso papel? Buscar aperfeiçoar.
Olha como fizemos um debate bonito ao longo destes últimos 30 dias, um debate de mais de 50 oradores na tribuna, falando, colocando seus pontos de vista, muitas vezes criticando.
Um batendo de um lado, outro batendo de outro, mas essa é a democracia, isso é o Parlamento. Quando a gente vem para o Parlamento e enxerga esse tipo de processo, é disso que precisamos. A sociedade espera isso de todos nós, independente de quem seja o pai da criança.
Acho que a Assembleia Legislativa de São Paulo é o pai da criança, de tudo o que está sendo colocado. Se um grupo venceu, parabéns ao grupo vencedor. A maioria da sociedade quer isso, porque é assim que vocês foram eleitos, que nós fomos eleitos, para representá-los. Nós temos que respeitar a posição da maioria, independentemente de a posição ser de governo ou não ser de governo.
O que levamos de lição a respeito disso é convivência pessoal. Primeiro, o respeito pelo próximo. Nós estamos aqui, nós temos que nos respeitar. Temos que respeitar a posição e o debate de ideias daquele que pensa diferente de nós. Aqui cada um pensa de uma maneira diferente. Esse é o nosso grande objetivo, o nosso grande desafio.
Eu cumprimento aqui todos os parlamentares: situação, oposição, independentes. A Janaina colocou até outros nomes aqui, mas são tantas correntes que eu já nem lembro. Independente de cada posição, seja de esquerda, direita, centro, não interessa, todos fizeram um belo trabalho. Em que pesem as dificuldades ao longo das últimas três semanas na condução desses trabalhos, todos fizeram um belo trabalho.
Destaco aqui o trabalho do deputado Delegado Olim, do deputado Itamar, do deputado Altair, do deputado Camarinha, da deputada Janaina, do deputado Nascimento, do deputado Marcio da Farmácia, do deputado Alex, do deputado Castello Branco, do deputado Gil Diniz, de todos aqueles que estiveram envolvidos e menciono aqui o posicionamento.
Eu até falava hoje, há pouco tempo, com o deputado Rafa Zimbaldi. Ele fez uma colocação que achei bastante interessante: a luta dele pelo processo em relação às universidades, para tirar a Unicamp, a Fapesp.
Ele é da minha região, é uma pessoa que tem uma luta muito forte. Ele colocou esses pontos de vista, assim como a deputada Janaina trouxe outros. Quando conversei com ela, falei: “Deputada Janaina, tem a questão das universidades, o deputado Rafa Zimbaldi fez esse pleito também, tem alguma objeção?”.
Toda a construção feita a respeito disso! Então, a inteligência colocada no ponto de vista, naquele momento, do deputado Rafa, de outros parlamentares, do deputado Barros, que falou também a respeito desse tema e tantos outros parlamentares que participaram da construção do aperfeiçoamento desse projeto.
É o ideal? Lógico que não. Poderia ser melhor? Claro que sim, mas, dentro daquilo que foi possível na construção, o Legislativo dá a resposta à sociedade. Se Deus quiser, passaremos um 2021 melhor do que aquilo que a gente poderia ter e, inclusive, já anunciado dentro da peça orçamentária, que já está nesta Casa, caso a gente não aprovasse.
Então, parabéns ao Legislativo. Agradeço a compreensão de todos os parlamentares e esperamos, da melhor maneira possível, poder concluir o nosso trabalho este ano da melhor maneira possível, e que Deus sempre nos abençoe. Muito obrigado.
Esgotado o objeto da presente sessão, está levantada a sessão. (Palmas.)
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 25 minutos.
* * *
- São inseridas respostas, não lidas em plenário, a questões de ordem.
* * *
“RESPOSTA
À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO DANIEL JOSÉ NA QUADRAGÉSIMA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE OUTUBRO DE 2020
I. No
último dia 5 de outubro, no curso da Quadragésima Sessão Extraordinária, o
nobre Deputado DANIEL JOSÉ suscitou questão de ordem acerca da aplicação do
disposto no artigo 194, parágrafo único, e no artigo 228, ambos do Regimento
Interno.
A questão
de ordem alude à votação ocorrida na Trigésima Nona Sessão Extraordinária,
tendo por objeto requerimento de encerramento da discussão do Projeto de lei nº
529, de 2020.
Depois de
apontar que daquela votação participaram 47 Parlamentares, resultando, assim,
na não deliberação do requerimento, o ilustre Líder do Partido NOVO questiona
se é possível a “continuidade da sessão de debates, com parlamentares inscritos
para discutir a favor e contra”, ou se é necessário “colocar em votação o
requerimento até que se atinja o quórum necessário a deliberar”.
Eis, em
apertada síntese, a matéria trazida à apreciação da Presidência. Passa-se à
resposta.
II.
Inicialmente, cumpre consignar que o nobre Deputado DANIEL JOSÉ laborou em
equívoco ao buscar no artigo 65 do Regimento Interno o fundamento para a
questão de ordem que dirigiu a esta Presidência.
Isto
porque aquele dispositivo regimental trata, especificamente, das questões de
ordem apresentadas perante a Presidência de Comissão desta Assembleia.
Confira-se:
“Artigo 65
- Qualquer membro da Comissão poderá levantar questão de ordem, desde que ela se
refira à matéria em deliberação, competindo ao seu Presidente decidi-la
conclusivamente.”
Não se
trata, evidentemente, de equívoco que impeça a apreciação, por esta
Presidência, da questão de ordem apresentada.
De todo
modo, cumpre ter clareza de que a formulação de questão de ordem à Presidência
da Assembleia, e, da mesma forma, o respectivo exame, encontram alicerce
regimental nas disposições do artigo 260 e seguintes, e não nas do artigo 65.
III. Na
Quadragésima Segunda Sessão Extraordinária, realizada em 6 de outubro,
encerrou-se a discussão do Projeto de lei nº 529, de 2020, pelo esgotamento da
lista de inscritos.
Assim, por
perda superveniente de objeto, restou prejudicado o requerimento de
encerramento de discussão apresentado na Trigésima Oitava Sessão
Extraordinária, e submetido à votação na Trigésima Nona Sessão Extraordinária.
Pelo mesmo
motivo, restou prejudicado o requerimento de encerramento de discussão
protocolizado em 05/10/2020, tendo a nobre Deputada MONICA DA BANCADA ATIVISTA
como primeira signatária.
Sendo
assim, a Presidência poderia, simplesmente, dar a questão de ordem por
prejudicada; todavia, não o fará, pois reputa relevante fazer alguns
esclarecimentos acerca dos temas nela abordados.
IV. Ao se
completarem, na Trigésima Oitava Sessão Extraordinária, seis horas de discussão
do Projeto de lei nº 529, de 2020, foi apresentado, nos termos regimentais,
requerimento de que ela (discussão) fosse encerrada.
A despeito
de não haver, nem no artigo 194 do Regimento Interno, nem no artigo 228 do
mesmo diploma, norma que imponha à Presidência obrigação de, imediatamente após
a apresentação de requerimento de encerramento de discussão, submetê-lo à
votação, este Presidente, como é de praxe, assim o fez, ou seja, suspendeu o
processo de discussão do projeto, e deu início ao de votação do requerimento.
Pois bem.
Como é
notório, esse processo de votação desenvolveu-se ao longo daquela sessão e da
posterior (ou seja, Trigésima Oitava e Trigésima Nona Sessões Extraordinárias),
em razão dos vários encaminhamentos feitos.
Quando, ao
final da segunda daquelas sessões, se procedeu à votação propriamente dita, o
requerimento não foi deliberado, por falta de quórum de votação — apenas
quarenta e sete Parlamentares tomaram parte da votação.
Em outras
palavras: completou-se o processo de votação, e este, embora não tenha
redundado em uma deliberação, indicou claramente que não se formara, pela
maioria dos membros da Casa, uma vontade política em torno do encerramento da
discussão.
Diante
desse cenário, e com vistas a propiciar que o debate em Plenário do Projeto de
lei nº 529, de 2020, fosse desenvolvido em sua máxima amplitude, a Presidência
houve por bem dar prosseguimento ao respectivo processo de discussão, e, para
tanto, continuou a conceder a palavra aos Parlamentares cujos nomes ainda
constavam da lista de inscritos.
E, como já
referido, na Quadragésima Segunda Sessão Extraordinária (06/10/2020), a
discussão encerrou-se.
Em suma:
(i) a Presidência, ao longo de todo esse processo, agiu de acordo com os preceitos
regimentais pertinentes; (ii) na Quadragésima Sessão
Extraordinária, a Presidência poderia — mas não estava regimentalmente obrigada
a — ter colocado novamente em votação o requerimento de encerramento da
discussão apresentado e submetido à votação (mas não deliberado) em
30/09/2020.
V. São estas as considerações que à Presidência cabia fazer, em resposta à questão de ordem suscitada pelo nobre Deputado DANIEL JOSÉ.
CAUÊ MACRIS
Presidente”
* * *
“RESPOSTA
À PRIMEIRA QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO DOUGLAS GARCIA NA
QUADRAGÉSIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE OUTUBRO DE 2020
I. No
último dia 5 de outubro, no curso da Quadragésima Sessão Extraordinária, o
nobre Deputado DOUGLAS GARCIA formulou questão de ordem na qual, aludindo às
sessões extraordinárias convocadas para aquela data, asseverou:
“esteve
presente no plenário (sic) desta Augusta Casa de Leis uma folha para
assinaturas das Senhoras Deputadas e Senhores Deputados convocando para a 69ª
Sessão Ordinária, concomitantemente, Senhor Presidente, esteve à disposição dos
Senhores Deputados e Senhoras Deputadas uma segunda e uma terceira lista, ambas
convocando para as próximas duas sessões extraordinárias”.
Na
compreensão do eminente Parlamentar, haveria, no cenário que assim descreveu,
descumprimento da norma inserta no § 1º do artigo 100 do Regimento Interno
(“Não poderão ser convocadas mais de 2 sessões extraordinárias entre 2
ordinárias”), na medida em que — novamente nas palavras de Sua Excelência — “no
momento em que a lista de presença para a convocação das duas sessões
extraordinárias a ocorrer no dia cinco de outubro do corrente ano, esteve à
disposição para a assinatura das Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, ainda
não havia quórum suficiente para a abertura da sessão ordinária e, portanto,
para a convocação das duas sessões extraordinárias previstas para ocorrer”.
Nesse
sentido, indagou à Presidência se seria legítima, ou não, a realização daquela
sessão (Quadragésima Sessão Extraordinária) e da subsequente.
Eis a
matéria trazida à apreciação da Presidência. Passa-se à resposta.
II. Com a
devida vênia, registra-se, desde logo, que o raciocínio desenvolvido pelo
ilustre Deputado DOUGLAS GARCIA partiu de premissas totalmente equivocadas, as
quais o conduziram a uma conclusão igualmente errada.
Em
primeiro lugar, é preciso esclarecer que a eventual disponibilização de lista
de presença no recinto do Plenário não consubstancia ato convocatório de
sessão.
O nobre
suscitante da questão de ordem confunde o ato de convocação com a providência
administrativa dele resultante — a confecção da lista destinada a, mediante
aposição das assinaturas das Senhoras Deputadas e dos Senhores Deputados,
registro de presença.
Em segundo
lugar, insta consignar que as sessões extraordinárias realizadas na noite do
último dia 5 de outubro (Quadragésima e Quadragésima Primeira Sessões
Extraordinárias) foram convocadas durante os trabalhos da Sessão Ordinária,
como evidencia a mera leitura do ementário desta última:
05/10/2020
- 68ª Sessão Ordinária
Resumo da
Sessão
Presidência:
GILMACI SANTOS
PEQUENO
EXPEDIENTE
1 -
GILMACI SANTOS
Assume a
Presidência e abre a sessão.
2 - ITAMAR
BORGES
Para
questão de ordem, indaga sobre a possibilidade de uma mesma bancada encaminhar
novamente a votação de uma propositura para a qual já tenha feito
encaminhamento em sessão anterior. Dá exemplo da tramitação do requerimento de
encerramento da discussão do PL 529/20.
3 -
PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Acolhe a
questão de ordem, para respondê-la oportunamente.
4 - CARLOS
GIANNAZI
Acusa a
Secretaria de Educação de pressionar escolas a aderir ao programa de ensino
integral. Argumenta que não há condições para que tal projeto seja implementado
adequadamente. Lamenta a intenção do governo de reabrir as escolas durante a
pandemia da Covid-19. Tece críticas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles.
5 -
CASTELLO BRANCO
Comemora a
derrota do governo, nesta Casa, em votação da semana passada, em que se pretendia
encerrar a discussão do PL 529/20. Apresenta estudo a respeito da propositura
em tela, que prevê o aumento de impostos sobre itens da cesta básica. Afirma
que a aprovação da matéria causará elevação do custo de vida.
6 -
CORONEL TELHADA
Parabeniza
os municípios que fizeram aniversário nos últimos dias. Menciona comemorações
que ocorrem na data de hoje. Dá conhecimento de estatísticas sobre a atuação da
Polícia Militar no mês de setembro. Comunica o falecimento do sargento
Rosivaldo, da Rota, com quem trabalhou. Opõe-se ao PL 529/20.
7 -
CORONEL TELHADA
Solicita o
levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
8 -
PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o
pedido. Convoca duas sessões extraordinárias, a primeira a realizar-se às 19
horas, e a segunda, dez minutos após o término da primeira. Faz aditamento à
Ordem do Dia. Convoca a sessão ordinária de 06/10, à hora regimental, com Ordem
do Dia. Lembra a realização de sessão extraordinária, com início previsto para
as 19 horas. Levanta a sessão.
(fonte:
<https://www.al.sp.gov.br/alesp/sessao-plenaria/?id=14305>; grifou-se)
Mais não
precisa ser dito, para evidenciar (i) que as alegações feitas pelo ilustre
Deputado DOUGLAS GARCIA na questão de ordem são absolutamente infundadas, e
(ii) que não houve descumprimento, na convocação e na realização da
Quadragésima e da Quadragésima Primeira Sessões Extraordinárias, da norma
inserta no artigo 100, § 1º, do Regimento Interno.
III. São
estas as considerações que à Presidência cabia fazer, em resposta à questão de ordem
suscitada por Sua Excelência.
CAUÊ MACRIS
Presidente”
* * *
“RESPOSTA À SEGUNDA QUESTÃO DE ORDEM
APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO DOUGLAS GARCIA NA QUADRAGÉSIMA SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE OUTUBRO DE 2020
I. No
último dia 5 de outubro, no curso da Quadragésima Sessão Extraordinária, o
nobre Deputado DOUGLAS GARCIA formulou questão de ordem na qual, em síntese,
busca obter da Presidência esclarecimento acerca da legitimidade da realização
de sessão extraordinária posterior a sessão ordinária não deliberativa.
A questão
de ordem foi motivada pelo fato de que, naquela data, foram convocadas, no
curso da Sexagésima Oitava Sessão Ordinária (sessão exclusivamente de debates),
duas sessões extraordinárias.
Eis, em
apertada síntese, a matéria trazida à apreciação da Presidência. Passa-se à
resposta.
II. As
sessões extraordinárias realizadas na noite do último dia 5 de outubro
(Quadragésima e Quadragésima Primeira Sessões Extraordinárias) foram convocadas
durante os trabalhos da 68ª Sessão Ordinária (também ocorrida naquela data), a
qual, por sua vez, por se tratar de sessão exclusivamente de debates, fora
convocada sem Ordem do Dia.
Não há, no
regramento regimental pertinente à convocação e à realização das sessões desta
Assembleia, nenhum preceito que imponha a obrigatoriedade de o ato convocatório
de sessões extraordinárias ocorrer durante sessão deliberativa.
A
propósito, é de se assinalar que, pela sistemática regimental, o ato
convocatório de sessão extraordinária não precisa, necessariamente, ser
praticado em sessão.
III. Sendo
certa, assim, a inexistência de óbice regimental à convocação de sessão
extraordinária (ou de sessões extraordinárias) durante os trabalhos de sessão
exclusivamente de debates, evidencia-se a insubsistência das alegações feitas
pelo nobre Deputado DOUGLAS GARCIA na questão de ordem.
São estas as considerações que à Presidência cabia
fazer, nesta oportunidade.
CAUÊ MACRIS
Presidente”
* * *
“RESPOSTA
À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO MAURICI NA QUADRAGÉSIMA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE OUTUBRO DE 2020
I. No
último dia 5 de outubro, no curso da Quadragésima Sessão Extraordinária, o
ilustre Deputado MAURICI apresentou questão de ordem na qual, invocando o
disposto no inciso IV do artigo 135 do Regimento Interno, sustenta que o
Projeto de lei nº 529, de 2020, de autoria do Senhor Governador do Estado, que
“estabelece medidas voltadas ao ajuste fiscal e ao equilíbrio das contas
públicas e dá providências correlatas”, não poderia ser admitido.
No
entender do nobre Parlamentar, o projeto em apreço foi redigido de modo que não
permite, à simples leitura, saber-se “qual a providência objetivada”.
Isto
porque, segundo aduz, são tratados diversos temas em um mesmo texto,
distribuído em “66 páginas das quais é impossível, mediante simples leitura,
tomar qualquer providência de forma objetiva”.
Eis, em
apertada síntese, a matéria trazida à apreciação da Presidência, que passa a
responder à questão de ordem.
II.
Inicialmente, cumpre consignar a manifesta impropriedade do momento processual
escolhido pelo nobre Deputado MAURICI para endereçar à Presidência, por meio de
questão de ordem, pleito de que seja revisto o ato de admissão do Projeto de
lei nº 529, de 2020.
A esse
propósito, esta Presidência, ao responder, na Sexagésima Nona Sessão Ordinária
(06/10/2020), a questão de ordem formulada pelo insigne Líder do PT em
29/09/2020, fez as seguintes considerações, que ora reitera:
‘Quando do
recebimento, na Assembleia Legislativa, da Mensagem A-nº 021/2020, do Sr.
Governador, esta Presidência procedeu, em relação ao projeto de lei então
enviado — como faz, aliás, em relação às proposições em geral — ao chamado
‘juízo de admissibilidade’.
Naquele
momento, a Presidência não identificou, no projeto, nenhuma desconformidade ou
vício que pudesse ensejar a aplicação, em relação a ele, da providência
prevista no artigo 18, inciso II, alínea ‘b’, do Regimento Interno [‘deixar de
aceitar qualquer proposição, denúncia ou representação que não atenda às
exigências regimentais ou constitucionais’ (...)]. E, por isso mesmo, admitiu o
projeto, determinando sua publicação e processamento, nos termos regimentais.
Note-se
que a publicação do projeto no ‘Diário da Assembleia’ deu-se em 13 de agosto,
e, nos quarenta e cinco dias que se seguiram, nenhum questionamento foi
dirigido a esta Presidência — seja sob a forma de questão de ordem, seja a
outro título — acerca do ato de admissão da propositura.
Já
encerrada a fase de instrução, tendo havido, nos termos regimentais, a emissão
de parecer acerca da constitucionalidade, legalidade e juridicidade da matéria,
e estando o PL em plena fase de deliberação (discussão e votação) em Plenário,
salta aos olhos a manifesta impropriedade do momento processual escolhido pelo
nobre Deputado TEONILIO BARBA para endereçar à Presidência, por meio de questão
de ordem, pleito de que seja revisto o ato de admissão da proposição.
Logo,
ainda que a Presidência entendesse, neste momento da tramitação do Projeto de
lei nº 529, de 2020, que o projeto não deveria ter sido admitido em agosto
último, quando de seu recebimento na
Casa — hipótese que, frise-se, aqui é aventada apenas para fins de argumentação
—, já não seria processualmente possível invalidar o ato de admissão.
Se o
fizesse, estaria a Presidência não apenas subvertendo o processo legislativo,
como vulnerando o princípio da colegialidade.’
Tenha-se
presente, portanto, que na etapa em que se encontra a tramitação do Projeto de
lei nº 529, de 2020, descabe cogitar-se da possibilidade de, em decisão
unipessoal, a Presidência inadmitir o projeto.
III. Em
acréscimo, cabe observar que a linha de argumentação defendida pelo digno
Deputado MAURICI, se fosse acolhida pela Presidência, conduziria à
impossibilidade de apresentação, nesta Casa, de qualquer propositura tratando
de matéria minimamente dotada de complexidade técnica.
É mais do
que evidente, com a devida vênia, que o propósito da norma regimental que
estabelece a impossibilidade de admissão de proposituras “redigidas de modo que
não se saiba, à simples leitura, qual a providência objetivada”, não é o de
impor a obrigatoriedade de as proposições serem formuladas em textos curtos e
sem complexidade.
Basta
proceder à revisão da produção legislativa desta Assembleia nos últimos anos
para constatar que muitos diplomas apresentam considerável extensão e
significativa complexidade.
Demais
disso, é absolutamente incontroversa a possibilidade — e, mais do que isso, a
imprescindibilidade — de, para bem disciplinar determinada matéria, o
legislador cuidar, em um mesmo diploma, dos muitos temas que nela se inserem ou
que com ela se conectam.
IV. Ante todo o exposto, evidencia-se a insubsistência das alegações feitas pelo nobre Deputado MAURICI na questão de ordem sob exame.
São estas as considerações que à Presidência cabia fazer, nesta oportunidade.
CAUÊ MACRIS
Presidente”
* * *
“RESPOSTA
ÀS QUESTÕES DE ORDEM APRESENTADAS PELA NOBRE DEPUTADA PROFESSORA BEBEL NA
QUADRAGÉSIMA E NA QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÕES EXTRAORDINÁRIAS, REALIZADAS,
AMBAS, EM 5 DE OUTUBRO DE 2020, E NA SEPTUAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA, REALIZADA
EM 7 DE OUTUBRO DE 2020
I. A nobre
Deputada PROFESSORA BEBEL apresentou, em sessões realizadas nos últimos dias 5
de outubro (Quadragésima e Quadragésima Primeira Sessões Extraordinárias) e 7
de outubro (Septuagésima Sessão Ordinária), questões de ordem alusivas ao
Projeto de lei nº 529, de 2020, que “estabelece medidas voltadas ao ajuste
fiscal e ao equilíbrio das contas públicas e dá providências correlatas”.
Todas as
três questões de ordem buscam obter da Presidência “esclarecimentos acerca da
aplicação do artigo 135, I, do Regimento Interno”, dispositivo que determina a
impossibilidade de admissão de proposições manifestamente inconstitucionais.
Aponta a
nobre Deputada PROFESSORA BEBEL, em cada qual das questões de ordem, aspectos
do Projeto de lei nº 529, de 2020, seja de ordem formal, seja de ordem material,
que, no entender de Sua Excelência, tornariam a propositura manifestamente
inconstitucional.
E,
partindo dessa premissa, a eminente Líder da Minoria indaga à Presidência
“sobre a necessidade da aplicação do dispositivo regimental contido no artigo
18, II, ‘b’, com a suspensão do trâmite da propositura”.
Eis, em
apertada síntese, a matéria trazida à apreciação da Presidência. Passa-se à
resposta.
II. Desde
logo, é de se registrar que, em 6 de outubro último, no curso da Sexagésima
Nona Sessão Ordinária, esta Presidência proferiu respostas a nove questões de
ordem, e que, em algumas daquelas respostas, já foram devidamente apreciadas
alegações em tudo semelhantes, senão idênticas, às formuladas nas questões de
ordem ora sob exame.
De
qualquer sorte, cumpre tecer algumas considerações, quanto ao pleito formulado
pela ilustre Deputada PROFESSORA BEBEL, de que esta Presidência, em decisão
unipessoal, suspendesse o trâmite do Projeto de lei nº 529, de 2020, mediante
aplicação, que a nobre Líder da Minoria reputa cabível, do disposto no artigo
18, inciso II, alínea “b”, do Regimento Interno.
III.
Quando do recebimento, na Assembleia Legislativa, da Mensagem A-nº 021/2020, do
Sr. Governador, esta Presidência procedeu, em relação ao projeto de lei então
enviado — como faz, aliás, em relação às proposições em geral — ao chamado
“juízo de admissibilidade”; este, como se sabe, comporta uma apreciação
perfunctória da constitucionalidade da proposição apresentada, especialmente
quanto aos aspectos formais, uma vez que a análise mais aprofundada tem lugar
em fase processual posterior, qual seja, na de instrução.
Pois bem.
Ao
proceder ao juízo de admissibilidade, a Presidência não identificou, no
projeto, nenhuma desconformidade ou vício que pudesse ensejar a aplicação, em
relação a ele, da providência prevista no artigo 18, inciso II, alínea “b”, do
Regimento Interno [“deixar de aceitar qualquer proposição, denúncia ou
representação que não atenda às exigências regimentais ou constitucionais”
(...)]. E, por isso mesmo, admitiu o projeto, determinando sua publicação e
processamento, nos termos regimentais.
Note-se
que a publicação do projeto no “Diário da Assembleia” deu-se em 13 de agosto,
e, nos quarenta e cinco dias que se seguiram, nenhum questionamento foi dirigido
a esta Presidência — seja sob a forma de questão de ordem, seja a outro título
— acerca do ato de admissão da propositura.
Já
encerrada a fase de instrução, tendo havido, nos termos regimentais, a emissão
de parecer acerca da constitucionalidade, legalidade e juridicidade da matéria,
e estando o PL em plena fase de deliberação (discussão e votação) em Plenário,
salta aos olhos a manifesta impropriedade do momento processual escolhido pela
nobre Deputada PROFESSORA BEBEL para endereçar à Presidência, por meio de
questões de ordem, pleito de que seja revisto o ato de admissão da proposição.
Ainda que
a Presidência entendesse, neste momento da tramitação do Projeto de lei nº 529,
de 2020, que o projeto não deveria ter sido admitido em agosto último, quando
de seu recebimento na Casa — hipótese que, frise-se, aqui é aventada apenas
para fins de argumentação —, já não seria processualmente possível invalidar o
ato de admissão.
Se o
fizesse, estaria a Presidência não apenas subvertendo o processo legislativo,
como vulnerando o princípio da colegialidade.
IV. São estas as considerações que à Presidência cabia fazer, em resposta às questões de ordem suscitadas pela nobre Deputada PROFESSORA BEBEL nas Quadragésima e Quadragésima Primeira Sessões Extraordinárias, e na Septuagésima Sessão Ordinária.
CAUÊ MACRIS
Presidente”
* * *
“RESPOSTA
À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO RICARDO MELLÃO NA
QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE OUTUBRO DE 2020
I. No
último dia 5 de outubro, no curso da Quadragésima Primeira Sessão
Extraordinária, o nobre Deputado RICARDO MELLÃO formulou questão de ordem na
qual, reportando-se à tramitação do Projeto de lei nº 529, de 2020, indagou à
Presidência o seguinte: “(...) é válida a tramitação do Projeto de lei nº
529/2020 sem a apresentação de estimativas orçamentárias e oitiva das
autoridades públicas na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento?”
Na
argumentação desenvolvida na questão de ordem, depois de destacar a competência
conferida à Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP) no § 2º do
artigo 31 do Regimento Interno, o ilustre Deputado MELLÃO enumera alguns
dispositivos do Projeto de lei nº 529, de 2020, que reputa “controversos”, e
que reclamariam, segundo aduz, análise pela mencionada Comissão.
Nas
palavras de Sua Excelência, “a não passagem” do projeto pela CFOP teria o
“condão de nulificar o processo de tramitação”.
Eis, em
apertada síntese, a matéria trazida à apreciação da Presidência, que passa a
responder à questão de ordem.
II.
Inicialmente, cumpre consignar que o nobre Deputado RICARDO MELLÃO laborou em
equívoco ao buscar no artigo 65 do Regimento Interno o fundamento para a
questão de ordem que dirigiu a esta Presidência.
Isto
porque aquele dispositivo regimental trata, especificamente, das questões de
ordem apresentadas perante a Presidência de Comissão desta Assembleia.
Confira-se:
“Artigo 65
- Qualquer membro da Comissão poderá levantar questão de ordem, desde que ela
se refira à matéria em deliberação, competindo ao seu Presidente decidi-la
conclusivamente.”
Não se
trata, evidentemente, de equívoco que impeça a apreciação, por esta
Presidência, da questão de ordem apresentada.
III. O
acolhimento da argumentação desenvolvida pelo digno Deputado RICARDO MELLÃO
conduziria, com a devida vênia, à consagração de um paradoxo.
Afinal,
estar-se-ia afirmando que o cumprimento, pela Assembleia Legislativa, de
expresso mandamento constitucional, daria causa a nulidade processual.
Como é
largamente sabido, o Projeto de lei nº 529, de 2020, foi remetido pelo Senhor
Governador do Estado por meio da Mensagem A-nº 21/2020, recebida nesta
Assembleia no dia 12/08/2020.
Também é
notório que, desde o início, o projeto tramitou em regime de urgência,
sujeitando-se, por expressa solicitação formulada pelo Chefe do Executivo na
referida Mensagem, ao disposto no artigo 26 da Constituição Paulista.
Por essa
razão, passados quarenta e cinco dias de seu recebimento nesta Casa, foi o
projeto incluído na Ordem do Dia, em cumprimento ao expresso comando do
parágrafo único do citado artigo 26 (“Se a Assembleia Legislativa não deliberar
em até quarenta e cinco dias, o projeto será incluído na ordem do dia até que
se ultime sua votação.”)
É certo
que disso derivou a impossibilidade de emissão de parecer por duas das
Comissões às quais o projeto fora distribuído pela Presidência em 20/08/2020
(Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho e Comissão de
Finanças, Orçamento e Planejamento), e, ainda, pela Comissão de Infraestrutura,
que se pronunciaria nos termos dos §§ 2º e 3º do artigo 70 do Regimento
Interno.
Não está a
Presidência, em absoluto, minimizando a importância da fase de instrução do
processo legislativo. O fato, porém, é que, relativamente aos projetos cuja
tramitação se submete à chamada “urgência constitucional”, a fase de instrução
não pode prolongar-se para além do prazo estabelecido no parágrafo único do
artigo 26 da Constituição Estadual.
Não é por
outra razão, aliás, que o Regimento Interno, no § 2º do artigo 150, preceitua:
“§ 2º -
Expirado o prazo de apreciação dos projetos referidos no artigo 26 da
Constituição do Estado, serão eles, independentemente de instrução, incluídos
na Ordem do Dia da primeira sessão ordinária a ser realizada, até que se
ultimem suas votações.”
Portanto,
diversamente do que sustenta o nobre Deputado RICARDO MELLÃO na questão de
ordem, o fato de o Projeto de lei nº 529, de 2020, não ter aportado na Comissão
de Finanças, Orçamento e Planejamento não macula, em absoluto, a tramitação
daquela propositura.
Convém
anotar, a propósito, que a CFOP, apesar de não ter podido emitir parecer sobre
o Projeto de lei nº 529, de 2020, recebeu, no último dia 29 de setembro, o Sr.
Secretário de Estado de Projetos, Orçamento e Gestão, que, ao longo de algumas
horas, prestou a todas as Senhoras Deputadas e Senhores Deputados
presentes esclarecimentos sobre o
aludido projeto.
No que diz
respeito à alegada ausência de “apresentação de estimativas orçamentárias”,
trata-se de matéria já examinada pela Presidência, ao proferir, na Sexagésima
Nona Sessão Ordinária (06/10/2020), resposta a questão de ordem que a nobre
Deputada MONICA DA BANCADA ATIVISTA formulara no último dia 30 de setembro.
Sendo
assim, reproduz-se, na presente resposta, o seguinte excerto da proferida em 6
de outubro:
“(...) a
Presidência consigna — a exemplo do que fez em outras respostas a questões de
ordem atinentes ao Projeto de lei nº 529, de 2020, ou a aspectos da respectiva
tramitação — que não lhe cabe, regimentalmente, atuar como órgão de instrução,
ou como uma espécie de instância recursal de instrução.
Nessa
medida, é manifestamente incabível a pretensão da nobre Líder do PSOL, no
sentido de que a Presidência reaprecie a análise empreendida no Parecer nº 388,
de 2020, quanto à constitucionalidade, legalidade e juridicidade do Projeto de
lei nº 529, de 2020.
Por certo
que a Presidência, ao receber parecer exarado por Comissão, ou por Relator
Especial, procede, antes de despachá-lo para publicação, à leitura e exame do
documento, para aferir a observância das normas insertas nos artigos 71 a 75 do
Regimento Interno.
No
entanto, tal atuação não lhe permite, repita-se, atuar como verdadeira
“instância recursal” do entendimento adotado e das conclusões alcançadas no
parecer.
De
qualquer sorte, oportuno registrar que, em 12 de agosto último, ao receber a
Mensagem A-nº 021/2020, do Sr. Governador do Estado, a Presidência, a fim de
desempenhar a incumbência regimental do ‘juízo de admissibilidade’ do projeto remetido,
procedeu à atenta leitura da exposição de motivos (ofício conjunto dos Srs.
Secretários de Estado da Fazenda e Planejamento, e de Projetos, Orçamento e
Gestão), ocasião em que pôde constatar que aquele ofício veicula informações e
dados relativos aos resultados financeiros que, na estimativa daquelas Pastas,
a aprovação do Projeto de lei nº 529, de 2020, produzirá.
Como é
cediço, o referido ‘juízo de admissibilidade’ consiste em uma apreciação
perfunctória da constitucionalidade da proposição apresentada, especialmente
quanto ao aspecto formal, de vez que a análise mais aprofundada tem lugar em
fase processual posterior, qual seja, na de instrução.
Admitindo-se,
porém, ‘ad argumentandum tantum’, que o Projeto de
lei nº 529, de 2020, pudesse ser caracterizado como ‘proposição legislativa que
crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de receita’, o que tornaria
obrigatória a observância do disposto no artigo 113 do Ato das Disposições
Transitórias da Constituição Federal, o fato é que a exigência ali estabelecida
[‘a proposição (...) deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto
orçamentário e financeiro’] estaria cumprida.
Ainda
dentro da mesma hipótese, aventada, repita-se, apenas para argumentar, é de se
observar que não há no preceito constitucional a imposição de que a estimativa
se formalize por meio de ‘nota explicativa ou relatório’.”
IV. São
estas as considerações que à Presidência cabia fazer, em resposta à questão de
ordem suscitada pelo nobre Deputado RICARDO MELLÃO na Quadragésima Primeira
Sessão Extraordinária.
CAUÊ MACRIS
Presidente”
* * *
“RESPOSTA
À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO TEONILIO BARBA NA
QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE OUTUBRO DE 2020
I. No
último dia 5 de outubro, no curso da Quadragésima Primeira Sessão
Extraordinária, o ilustre Deputado TEONILIO BARBA apresentou questão de ordem,
por meio da qual busca obter desta Presidência “esclarecimentos acerca da
aplicação do disposto no artigo 135, incisos I e VIII, do Regimento Interno, em
relação à admissibilidade” do Projeto de lei nº 529, de 2020, de autoria do
Senhor Governador do Estado, que “estabelece medidas voltadas ao ajuste fiscal
e ao equilíbrio das contas públicas e dá providências correlatas”.
No entender
do nobre Líder do PT, o projeto não atenderia os pressupostos de
admissibilidade estabelecidos naqueles dois incisos, porque, segundo alega,
algumas de suas disposições encerrariam ofensa ao princípio da legalidade, à
norma do artigo 24, inciso XII, da Constituição Federal, e a disposições da Lei
Complementar nº 791, de 1995 (Código de Saúde do Estado).
Aponta Sua
Excelência, ainda, no que concerne aos “bens cuja autorização de venda se
pretende obter”, informações que, segundo assevera, o projeto deveria detalhar.
Eis, em
apertada síntese, a matéria trazida à apreciação da Presidência, que passa a
responder à questão de ordem.
II.
Inicialmente, cumpre consignar a manifesta impropriedade do momento processual
escolhido pelo nobre Deputado TEONILIO BARBA para endereçar à Presidência, por
meio de questão de ordem, pleito de que seja revisto o ato de admissão do
Projeto de lei nº 529, de 2020.
A esse
propósito, esta Presidência, ao responder, na Sexagésima Nona Sessão Ordinária
(06/10/2020), a questão de ordem que o insigne Líder do PT formulara em
29/09/2020, fez as seguintes considerações, que ora reitera:
“Quando do
recebimento, na Assembleia Legislativa, da Mensagem A-nº 021/2020, do Sr.
Governador, esta Presidência procedeu, em relação ao projeto de lei então
enviado — como faz, aliás, em relação às proposições em geral — ao chamado
‘juízo de admissibilidade’.
Naquele
momento, a Presidência não identificou, no projeto, nenhuma desconformidade ou
vício que pudesse ensejar a aplicação, em relação a ele, da providência
prevista no artigo 18, inciso II, alínea ‘b’, do Regimento Interno [‘deixar de
aceitar qualquer proposição, denúncia ou representação que não atenda às
exigências regimentais ou constitucionais’ (...)]. E, por isso mesmo, admitiu o
projeto, determinando sua publicação e processamento, nos termos regimentais.
Note-se
que a publicação do projeto no ‘Diário da Assembleia’ deu-se em 13 de agosto,
e, nos quarenta e cinco dias que se seguiram, nenhum questionamento foi
dirigido a esta Presidência — seja sob a forma de questão de ordem, seja a
outro título — acerca do ato de admissão da propositura.
Já
encerrada a fase de instrução, tendo havido, nos termos regimentais, a emissão
de parecer acerca da constitucionalidade, legalidade e juridicidade da matéria,
e estando o PL em plena fase de deliberação (discussão e votação) em Plenário,
salta aos olhos a manifesta impropriedade do momento processual escolhido pelo
nobre Deputado TEONILIO BARBA para endereçar à Presidência, por meio de questão
de ordem, pleito de que seja revisto o ato de admissão da proposição.
Logo,
ainda que a Presidência entendesse, neste momento da tramitação do Projeto de
lei nº 529, de 2020, que o projeto não deveria ter sido admitido em agosto
último, quando de seu recebimento na
Casa — hipótese que, frise-se, aqui é aventada apenas para fins de argumentação
—, já não seria processualmente possível invalidar o ato de admissão.
Se o
fizesse, estaria a Presidência não apenas subvertendo o processo legislativo,
como vulnerando o princípio da colegialidade.”
Tenha-se
presente, portanto, que na etapa em que se encontra a tramitação do Projeto de
lei nº 529, de 2020, descabe cogitar-se da possibilidade de, em decisão
unipessoal, a Presidência inadmitir o projeto.
III. Em
acréscimo, cabe enfatizar, como a Presidência já fez em recentes respostas
proferidas a questões de ordem, que o “juízo de admissibilidade” realizado
quando da apresentação de determinado projeto consiste em uma apreciação
perfunctória da constitucionalidade da proposição, especialmente quanto ao
aspecto formal, de vez que a análise mais aprofundada tem lugar em fase
processual posterior, qual seja, na de instrução.
Ora, o
Projeto de lei nº 529, de 2020, quanto à constitucionalidade, legalidade e
juridicidade, foi instruído, nos termos regimentais, por meio da emissão do
Parecer nº 388, de 2020.
A esta
Presidência não ocorre, evidentemente, negar o legítimo direito do nobre
Deputado TEONILIO BARBA (ou de qualquer outro membro desta Assembleia) de
divergir da argumentação desenvolvida ou das conclusões alcançadas naquele
parecer.
É certo,
no entanto, que não cabe à Presidência, regimentalmente, atuar como órgão de
instrução, ou como uma espécie de instância recursal de instrução.
IV. Ante todo o exposto, evidencia-se a insubsistência das alegações feitas pelo nobre Deputado TEONILIO BARBA na questão de ordem suscitada na Quadragésima Primeira Sessão Extraordinária.
São estas as considerações que à Presidência cabia fazer, nesta oportunidade.
CAUÊ MACRIS
Presidente”
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