4 DE NOVEMBRO DE 2020

85ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, JANAINA PASCHOAL, TENENTE NASCIMENTO, CASTELLO BRANCO, RICARDO MELLÃO e GIL DINIZ

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - JANAINA PASCHOAL

Discorre sobre sua participação na CPI das Quarteirizações, que investiga as compras de respiradores em São Paulo. Questiona o destino dos equipamentos ao fim da pandemia. Informa o envio de requerimento ao secretário de Administração Penitenciária com questões sobre os equipamentos de videoconferência. Sugere uso para fornecer cursos profissionalizantes aos detentos. Comenta a apresentação de emendas de bancada à Lei Orçamentária para recompor as verbas de entidades citadas no PL 529/20, e destinar recursos para convocação de aprovados em concurso de escrevente. Pede por união entre os deputados.

 

3 - JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência.

 

4 - CORONEL TELHADA

Parabeniza os municípios aniversariantes. Informa a comemoração do Dia Estadual do Oficial da Reserva do Exército Brasileiro. Comunica o pagamento do décimo terceiro salário e terço de férias de todos os servidores públicos até o dia 20 de dezembro. Repudia as notícias que alegam o contrário. Pede mais união entre as forças policiais.

 

5 - CASTELLO BRANCO

Cita viagem do governador João Doria ao Caribe, durante o feriado. Discorre sobre audiência virtual do secretário de Projetos, Orçamento e Gestão, Mauro Ricardo, com deputados do Rio Grande do Sul, sobre o PL 529/20. Tece críticas ao texto. Discorre sobre os efeitos da aprovação da propositura em São Paulo.

 

6 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

7 - CARLOS GIANNAZI

Discorre sobre a repercussão do caso da promoter Mariana Ferrer, que alega ter sido estuprada por empresário. Exibe e comenta vídeo da audiência do processo. Repudia a conduta do advogado, do promotor e do juiz durante a sessão. Pede punição aos envolvidos. Lamenta que o acusado tenha sido inocentado. Reflete sobre a mobilização a respeito da cultura do estupro no Brasil. Convida para manifestação em solidariedade a Mariana Ferrer, a ser realizada no dia 08/11. Clama pelo fim do machismo.

 

8 - GIL DINIZ

Questiona a viagem do governador a São Bartolomeu, no Caribe, durante o feriado de Finados. Lê trechos da matéria publicada na revista "Crusoé" sobre o assunto. Alega que o governador não respeitou o prazo indicado no ofício que encaminhou a esta Casa, comunicando sua ausência do país, conforme manda a Constituição do Estado. Tece considerações sobre viagens em tempos de Covid-19. Cobra esclarecimentos do Palácio dos Bandeirantes. Critica a atuação do governador durante a pandemia.

 

9 - JANAINA PASCHOAL

Comenta o discurso do deputado Carlos Giannazi sobre o caso Mariana Ferrer. Repudia a atuação do advogado do réu durante a audiência. Reflete sobre a inversão de papéis entre vítima e agressor. Esclarece que o termo "estupro culposo" não consta na sentença e que o réu fora inocentado por falta de provas. Ressalta ser defensora dos direitos da mulher. Critica ataques ao juiz.

 

10 - TENENTE NASCIMENTO

Assume a Presidência.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, rebate a fala da deputada Janaina Paschoal sobre o caso Mariana Ferrer. Tece críticas ao magistrado responsável pelo julgamento, bem como ao advogado da defesa, a quem acusa de desrespeitar a vítima. Afirma que o machismo, o racismo e a homofobia atravessam toda a sociedade brasileira.

 

12 - CASTELLO BRANCO

Apresenta slides sobre o plano do Executivo de retomada de crescimento de São Paulo. Argumenta que o projeto distancia o estado do Brasil, buscando parceria com a China. Cita as promessas de campanha do governador João Doria, desde a época em que concorreu à prefeitura, e que não foram cumpridas.

 

13 - CARLOS GIANNAZI

Rebate as justificativas do governo para o aumento na alíquota de contribuição dos servidores públicos ao Iamspe, previsto no PL 529/20. Discorre sobre o orçamento previsto para a entidade em 2021. Cobra por mais contribuição do governo. Considera o Iamspe subfinanciado pelo estado. Alerta para o sucateamento da associação. Pede apoio para aprovação de emendas que destinam verbas ao Instituto.

 

14 - RICARDO MELLÃO

Defende a livre iniciativa e liberdade de escolha do consumidor. Reflete sobre a competitividade do mercado. Comenta consulta pública feita pela Artesp. Afirma que o texto dificulta a regulamentação da operação de empresas de aplicativos para o fretamento de ônibus.

 

GRANDE EXPEDIENTE

15 - GIL DINIZ

Comenta as alterações tributárias propostas pelo PL 529/20. Tece comentários sobre a Lei Orçamentária Anual, de 2021. Discorre sobre as medidas contra a Covid-19, implantadas no estado de São Paulo. Desaprova a gestão do governador João Doria. Critica o aumento de orçamento para a TV Cultura. Condena o novo padrão de apresentação das delegacias do Estado, proposto pelo governador. Destaca a necessidade de contratação de agentes efetivos na Segurança Pública. Questiona a viagem particular do governador João Doria ao Caribe.

 

16 – CASTELLO BRANCO

Assume a Presidência.

 

17 - RICARDO MELLÃO

Assume a Presidência.

 

18 - CASTELLO BRANCO

Faz apresentação sobre as propostas eleitorais do governador do Estado em sua campanha eleitoral. Discorre a respeito da entrada de celulares nos presídios. Considera que as propostas de campanha do governador não serão cumpridas.

 

19 - GIL DINIZ

Para comunicação, destaca a importância da revista íntima nos presídios. Critica a postura dos ministros do Supremo Tribunal Federal frente ao tema.

 

20 - PRESIDENTE RICARDO MELLÃO

Suspende os trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, às 15h57min.  

 

21 - GIL DINIZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h33min.

 

22 - RICARDO MELLÃO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

23 - PRESIDENTE GIL DINIZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de amanhã. Levanta a sessão.

 

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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 Nesta data, dia quatro de novembro de 2020, quarta-feira, iniciamos o Pequeno Expediente, com os seguintes oradores inscritos: deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Sebastião Santos. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Edmir Chedid. (Pausa.) Gil Diniz. (Pausa.) Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Frederico d'Avila. (Pausa.) Coronel Nishikawa. (Pausa.) Carla Morando. (Pausa.) Marcos Damasio. (Pausa.) Alex de Madureira. (Pausa.) Douglas Garcia. (Pausa.) Carlos Giannazi. (Pausa.) Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Luiz Fernando da Silva. (Pausa.) Marina Helou. (Pausa.) Janaina Paschoal. A senhora falará? Então V. Exa. tem o tempo regimental. 

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento os colegas presentes. Gostaria de noticiar que passamos a manhã toda hoje, como aliás tem acontecido todas as quartas-feiras, na CPI das Quarteirizações. Tomamos mais um depoimento importante para esclarecer a tão polêmica compra dos respiradores em São Paulo.

E ontem mesmo - hoje, inclusive, já foi publicado -, apresentei mais um requerimento de informações. Desta feita, para saber qual será o destino dos mais de 1.000 respiradores adquiridos da China e também dos mais de 1.000 respiradores - se não estou equivocada, 1.280 da China, 1.500 da Turquia. Qual será o destino desses respiradores no sistema público de Saúde do estado de São Paulo? As compras foram feitas.

Concorde-se ou não com os valores, houve as entregas. Nós realmente fizemos uma pressão, acredito que sem precedentes, oficiando todos os órgãos competentes. Os respiradores foram entregues, e agora nós queremos ter certeza de que esses respiradores, pagos com elevadas quantias de dinheiro público, serão direcionados a hospitais públicos, hospitais que atendem o SUS, para que a população tenha acesso a esses equipamentos.

Se Deus permitir, não no enfrentamento de uma segunda onda da Covid-19, como já está acontecendo em outros lugares do mundo, mas no enfrentamento de outras patologias, porque os respiradores não servem apenas para o caso da Covid-19. Então, primeiro aqui, essa notícia. Assim que eu tiver resposta desse requerimento de informações, eu também vou trazer as informações aqui em plenário.

Haja vista a provocação de um cidadão, eu também enviei um requerimento de informações ao secretário de Assuntos Penitenciários para saber exatamente quanto foi gasto em equipamentos de videoconferência para este período de pandemia, quantos equipamentos foram adquiridos, quais unidades do sistema prisional receberam estes mesmos equipamentos e que destino se pretende dar a esses equipamentos quando as visitas presenciais retornarem.

O intuito seria avaliar se esses equipamentos podem ser utilizados para que os presos tenham educação online, educação a distância. Todos sabemos que existe, inclusive, previsão legal para remissão do tempo de pena, seja pelo trabalho, seja pelo estudo, desde que comprovado. E, independentemente desse reflexo na pena, o preso se preparar, o preso estudar, o preso se capacitar, principalmente por meio de cursos profissionalizantes, traz uma oportunidade para que esse preso, ao sair do sistema, tenha condições de se manter e tenha pelo menos a possibilidade de buscar um outro caminho.

Nós sabemos que é muito difícil, quando a pessoa entra no mundo do crime, sair do mundo do crime. Então, essa qualificação seria importante. Hoje, foi publicado o requerimento de informações, e quando essas informações chegarem, eu também noticiarei neste plenário. 

Também gostaria de dizer que todas as emendas que estamos apresentando ao Orçamento são emendas que estão sendo apresentadas pela bancada. Então, já foi apresentada uma emenda para recompor o orçamento do Imesc, que seria extinto. Como conseguimos uma vitória significativa aqui na Casa, não será extinto. O governo tinha mandado um orçamento muito reduzido; apresentamos uma emenda de bancada para recompor.

Também apresentamos uma emenda de bancada para recompor o orçamento do Oncocentro, que estava com o mesmo destino, estava fadado ao mesmo destino, e nós conseguimos reverter. Apresentamos uma emenda de bancada para recompor o orçamento da Defensoria Pública, para melhorar a situação das Santas Casas, do programa de Santas Casas Sustentáveis. 

Ontem - ainda nem tem número -, apresentamos uma emenda de bancada destinando recursos para que o TJ possa convocar as pessoas aprovadas no concurso para escreventes. Tal qual o deputado Olim fez, e eu apoiei, para que as pessoas aprovadas no âmbito da Secretaria de Segurança Pública sejam convocadas, também apresentamos para que os escreventes aprovados sejam convocados.

Apresentamos também uma emenda de bancada para possibilitar que os conciliadores sejam remunerados, conforme previsão legal. Estamos estudando, pela bancada, apresentar uma emenda para fins de possibilitar o pagamento do vale-creche no Tribunal de Justiça. Todos os Poderes, todas as secretarias sofreram cortes significativos. Então, nós estamos fazendo essa análise.

Conforme promessa que fiz quando visitei a Polícia Técnico-Científica, apresentamos uma emenda de bancada para viabilizar a reforma do laboratório que faz todos os perfis de DNA no estado de São Paulo e alimenta o banco nacional, igualmente.

E não apresentamos uma emenda de bancada com relação ao Instituto do Câncer, o Icesp - que fui visitar e realmente constatei a importância do trabalho -, porque o deputado Alex de Madureira apresentou essa emenda. Então, no lugar de ficar, vamos dizer assim, concorrendo com o colega, a gente aqui une forças. Então, o meu apoio formal, público. Já conversei com vários colegas, pedindo também apoio à emenda do Alex de Madureira.

Conforme formos apresentando outras emendas - sempre entendo importante apresentar pela bancada -, eu vou noticiando aqui no plenário. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. A senhora pode assumir, por gentileza? A senhora pode assumir para que eu faça uso da palavra?

 

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- Assume a Presidência a Sra. Janaina Paschoal.

 

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A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Com muita honra, assumindo a Presidência, chamo à tribuna o deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Presidente, deputada Janaina, deputado José Américo. Quero saudar todos aqui, saudar todos os que nos assistem pela Rede Alesp, saudar o soldado Thiago Monteiro, em nome de quem saúdo a nossa assessoria policial-militar.

Pois bem, quero iniciar a fala de hoje, dia quatro de novembro, saudando os municípios aniversariantes: o município de São Sebastião da Grama, próximo à divisa de São Paulo e Minas Gerais, e também o município de São Carlos, onde tínhamos antigamente o museu da TAM. Uma pena que tivemos o museu desmontado, mas um abraço a todos os amigos de São Sebastião da Grama e também da querida cidade de São Carlos.

Hoje, dia quatro de novembro, é o dia em que é comemorado oficialmente o Dia do Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, do oficial R/2, como é chamado. Essa comemoração existe graças a uma lei de nossa autoria, a Lei 646, de seis de março de 2019, que foi o nosso Projeto de lei nº 23, de 2018.

Muita gente às vezes fala: “para que fazer dia disso, dia aquilo?”. Justamente essas profissões têm o seu dia para que seja lembrado, seja comemorado, para que seja valorizada aquela figura profissional, aquela pessoa que trabalha naquela profissão. Então, nossa intenção é sempre ajudar as pessoas e homenagear, apesar de que muitas vezes as pessoas não entendem essas homenagens, mas o importante é que as pessoas que recebem essas homenagens estão sendo lembradas e valorizadas pelo nosso mandato.

Tem uma figura rodando na rede social, algumas mensagens, e uma delas é essa aí dizendo que não receberíamos o 13º, dizendo que as férias seriam parceladas ao longo do ano de 2021, inclusive com o nome de um sargento. Nós entramos em contato com a Diretoria de Finanças da Polícia Militar, porque “bizu” é que nem fogo em mato seco, fake news é que nem fogo em mato seco: corre assim, é uma loucura.

Nós entramos em contato e foi constatado que isso é fake news, que não é verdade. O pessoal do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, a SIFUSPESP, entrou em contato com a Secretaria da Fazenda, Planejamento e Gestão e confirmou - vejam bem, quem confirmou foi a Secretaria da Fazenda -, na data de ontem, que o governo do estado de São Paulo vai pagar integralmente até o dia 20 de dezembro os valores referentes ao 13º salário e ao terço de férias de todos os servidores públicos paulistas.

Então, aqui está a confirmação da Secretaria da Fazenda para todos os funcionários públicos estaduais paulistas de que até o dia 20 de dezembro será pago o 13º salário. E o terço de férias, que não foi pago até agora por causa da pandemia, será pago até o dia 20 de dezembro. Essa confirmação quem fala não é o Coronel Telhada, é a própria Secretaria da Fazenda, Planejamento e Gestão, através do Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo.

Por que nós fazemos isso? Porque existe muita fake news na rede que traz instabilidade, traz briga. Infelizmente o que não falta é aproveitador que não trabalha, não tem resultado de trabalho e fica criando essas coisas para causar instabilidade e criticar principalmente os deputados que estão trabalhando aqui. “Ah, os deputados não estão fazendo nada.” Quem já não foi vítima disso? “Ah, vocês não fazem nada” e tal, e se joga um monte de mentira na rede.

É uma pena que aconteça isso, principalmente dentro da Polícia Militar, dentro das polícias, porque a gente está aqui. A gente vê os deputados que defendem os professores defendendo os professores, os professores sempre apoiando. A gente não vê professor falando mal de professor, a gente não vê médico falando mal de médico, a gente não vê advogado falando mal de advogado, às vezes até procurando justificar quando a pessoa erra, mas infelizmente a gente vê policial falando mal de policial, muito mal.

Não só falando mal como criando uma série de fake news, criando factoides, criando mentiras para desestabilizar um problema que já temos tão grande, que é a falta de apoio do nosso efetivo da Polícia Militar. Como eu sempre digo, minha missão aqui é juntar, agregar e jamais dividir. Esses idiotas, esses imbecis que ficam criando factoides, que se sujem na sua própria sujeira, porque nós aqui estamos trabalhando.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Agradeço ao Sr. Deputado. Chamo à tribuna o Major Mecca. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo, V. Exa. vai fazer uso da palavra? (Pausa.) Não? Deputado Castello Branco. Imediatamente devolvo a Presidência ao deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputado Castello Branco, dia quatro de novembro de 2020, quarta-feira, Pequeno Expediente. Nossa matéria de hoje é sobre a viagem do Sr. Governador em um jatinho de empresário para o Caribe.

Senhoras e senhores, nós passando por uma grave crise financeira, grave crise da pandemia, uma grave crise moral, e ele embarca num jatinho em direção a Saint Barth, no Caribe, para passar o feriado. Eu não acho isso muito indicado para este momento. Eu acho que teríamos outras prioridades a se fazer aqui no Governo do Estado de São Paulo. Fica aqui a minha indicação de não achar isso a melhor postura para o governador neste momento.

O Sr. Governador João Doria exporta o pacote da maldade para outros estados. Não satisfeito em fazer maldade aqui no nosso estado, com o Projeto de lei nº 529, que já aumentou o custo de vida da população de São Paulo, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o governo do Rio Grande do Sul, está agora diante do mesmo dilema.

No dia 29 de outubro, o secretário Mauro Ricardo da Costa, conhecido como “Maurinho Safadeza”, ou “Malvadeza”, ele participou de uma audiência virtual com os deputados do Rio Grande do Sul, visando convencê-los de que essa injeção doída é necessária. Quer implantar, no Rio Grande do Sul, as mesmas medidas que foram implantadas no estado de São Paulo.

Atenção, Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Cuidado com esta armadilha. Cuidado com esse pacote das maldades. Não sigam, neste caso, o exemplo de São Paulo. Não foi feliz. Foi uma medida muito antipática, tecnicamente errada, que causou muitos prejuízos ao estado de São Paulo, em todos os sentidos.

Aí está o relator do Orçamento com os secretários do governo gaúcho, convidado pela comissão do orçamento da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O secretário de Gestão de São Paulo, Sr. Mauro Ricardo, expôs, em audiência virtual, o ajuste fiscal e a “melhoria tributária”, que é um nome bonito que ele deu para aumentar imposto, feita pelo governador João Doria.

Em sua fala, ele disse: “o remédio é amargo, mas os efeitos são imediatos”. Efeitos para quem? Para engordar o cofre do Estado às expensas do povo. Assim é fácil. Disse que “as receitas básicas do ajuste são o enxugamento da máquina pública e a realocação de dinheiro de onde sobra para onde falta, além de corte de benefícios fiscais.”

Mentira, mentira e mentira. Quem conhece Contabilidade, quem fez auditoria, quem consegue ler uma planilha e uma prestação de contas sabe que essa frase não espelha a realidade dos fatos. À população do Rio Grande do Sul: prepare-se, pois coisas boas daí não virão. Já tomamos o remédio.

Olha só o remédio a que ele se refere: extinção de empresas públicas saudáveis e demissão de servidores, com isso causando uma crise maior, de mais famílias sem renda, de mais pessoas sem emprego - pessoas boas, trabalhadoras, decentes, com cargos técnicos -, sem se preocupar para onde vão. Isso não é problema do governador.

Confisco do superavit dos fundos especiais, principalmente das universidades e dos centros de pesquisa. Preparem-se aí, Universidade de Santa Maria, Universidade do Rio Grande do Sul, que ele quer pegar o seu recurso da pesquisa. Aumento de impostos em produtos e serviços. Aumento de bens e serviços. Venda do patrimônio público do Rio Grande do Sul, aquele que seus pais, seus avós, seus bisavós, com o suor do seu rosto, fizeram, agora ele quer vender. Por fim, outros interesses escusos e inconfessáveis.

Enquanto tudo isso acontece, o Caribe vai muito bem, obrigado. Voltamos na lista suplementar.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Maurici. (Pausa.)

Pela Lista Suplementar, Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, eu quero manifestar o meu repúdio e a minha indignação em relação ao que houve com a Mari Ferrer, aquela menina que foi atacada criminosamente - eu diria que três vezes, Sr. Presidente. Foi vítima de três ataques ao mesmo tempo. Mas eu quero antes colocar o vídeo mostrando o que acontece com ela.

Isto aqui foi divulgado amplamente ontem pela imprensa, e hoje também. É muito importante que os deputados e as deputadas tenham acesso a esse vídeo, mostrando que a cultura do estupro continua com muita força no Brasil. Então eu queria colocar o vídeo.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Sr. Presidente, é execrável o que aconteceu. É uma cena vil, covarde, um comportamento covarde de todos os personagens desse vídeo, dessa audiência: do promotor, que foi omisso; do juiz, que foi omisso; do advogado, então, esse foi o mais execrável de todos, o advogado do réu.

Ou seja, a Mari Ferrer foi, primeiro, estuprada por um empresário. Depois, ela foi violentada nessa audiência. Foi uma violência sem precedentes dentro praticamente do Poder Judiciário, porque estavam ali o representante do Ministério Público, do Poder Judiciário, Tribunal de Justiça, os advogados. E depois, como se não bastasse isso, o empresário estuprador foi inocentado. Eles inventaram ali uma tese jurídica que não existe, que é o “estupro culposo”, que é uma chacota total do ponto de vista jurídico.

O fato é que a sociedade brasileira está revoltada e não aceita isso. Há uma ampla mobilização no Brasil, uma indignação geral contra esse tipo de comportamento, que reproduz o que nós sabemos que existe: um machismo estrutural na sociedade brasileira, que tem que ser combatido na sua origem e na sua raiz.

Em relação a esse caso execrável, a esse massacre sofrido pela Mari Ferrer, não podemos tolerar isso. A punição tem que ser exemplar: para o advogado; para o juiz, que foi omisso; para o promotor. Devem ser punidos pelo Conselho Nacional de Justiça, pelo Conselho do Ministério Público e também pela OAB, em relação ao comportamento totalmente covarde do advogado do empresário.

E nós vamos organizar… Haverá, com certeza, manifestações. Já estão ocorrendo várias manifestações. No domingo nós teremos muitas manifestações pelo Brasil. Eu convido a todos e a todas para participarem.

Aqui em São Paulo, às 14 horas, no domingo, nós teremos uma grande manifestação no Masp contra essa cultura do estupro, em solidariedade à Mari Ferrer que foi - repito - estuprada três vezes. Três vezes. Uma pelo empresário, outra na audiência. Isso aqui é um estupro jurídico, gente.

É um absurdo esse “estupro culposo”. Só no Brasil mesmo. Temos que pôr fim a essa cultura do estupro, a esse machismo que reina no Brasil, que atravessa todas as instituições. Então fica aqui o nosso repúdio e a nossa indignação a esse comportamento.

Agora, é triste saber que isso veio do próprio Judiciário. Isso é uma vergonha. Isso envergonha e mancha mais ainda o Poder Judiciário, o Ministério Público que estava lá presente e o Tribunal de Justiça.

Então fica aqui o nosso repúdio, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado, deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Não farei mais uso da palavra. Deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente. Boa tarde aos funcionários, aos policiais militares e civis desta Casa.

Presidente, eu venho a esta tribuna, na tarde de hoje, justamente dar continuidade ao que o deputado Castello Branco colocou aqui: questionar o governo estadual sobre essa viagem, no feriado de Finados, à ilha de São Bartolomeu, no Caribe.

A reportagem que saiu na revista Crusoé falou o seguinte: “Como registramos, a Crusoé informou que João Doria usou o jatinho do empresário Rubens Ometto, dono do grupo Cosan, para viajar com a família para a luxuosa ilha de São Bartolomeu, no Caribe, no feriado de Finados. O Governo de São Paulo, em nota, diz que a família Doria fez troca de horas com a família Ometto, procedimento absolutamente normal e legal entre proprietários de aeronave”.

Eu fui verificar, porque no nosso estado de São Paulo, talvez muitos não saibam, mas há uma Constituição. Nós temos uma Constituição Estadual, e todas as vezes que o governador vai se ausentar do País ele precisa comunicar à Assembleia Legislativa. Ele fez, Coronel Telhada. Na sexta-feira, dia 29 de outubro, ele mandou um ofício aqui para esta Casa, dizendo o seguinte.

Sr. Presidente, tenho a honra de comunicar a esta augusta Assembleia, por intermédio de V. Exa., que estarei ausente do País no período de 30 de outubro a dois de novembro de 2020, em viagem particular ao exterior. Informo a V. Exa. ainda que, durante meu afastamento, assumirá a governança do estado o vice-governador, Dr. Rodrigo Garcia. Na oportunidade, reitero meus protestos de consideração e apreço. João Doria, governador do estado de São Paulo.”

Hoje é dia quatro. Ele retornou ontem à noite. O ofício fala que ele retornaria no dia dois. Vamos levantar aí se ele mandou um outro ofício para esta Casa, comunicando a extensão da sua viagem, Coronel Telhada, vejam só, ao Caribe, em um avião de empresário aqui de São Paulo, deputado Giannazi.

Será que isso é legal mesmo? Será que o grupo Cosan tem relações com o grupo Lide, que tem relação com o governo estadual? Será que isso é legal mesmo? Porque moral parece que não, e ilegal também, pelo menos as questões de data e tudo mais. E para você, povo de São Paulo, o governador que disse que usaria até a Polícia Militar, se necessário fosse, para te deixar em casa vai para o Caribe.

No Caribe não tem Covid? Será, deputado Castello Branco, que a sunga do governador combinou com a máscara? Toma vergonha, João Doria. Toma vergonha. Quem mais estava nessa aeronave que foi para São Bartolomeu, no Caribe? Apresentador de TV, empresário, sua esposa, sua família? Espero que o Palácio também informe aqui para o povo paulista.

Vejam vocês, na rede social do governador ele posta as suas condolências às milhares de famílias paulistas, brasileiras, que perderam seus entes queridos. Ele tuitou de onde? De qual praia, governador, o senhor tuitou? É hipocrisia atrás de hipocrisia. Estão acabando com o nosso estado, com o emprego, com renda. Nosso povo está passando fome, e o que o governador faz? Caribe.

Saiu esta reportagem aqui na revista “Crusoé”, mas ninguém, fora eles, está procurando saber ou questionando o governador de São Paulo. Acabou a Covid, João Doria, Dimas Covas, Bruno Covas, prefeito aqui desta cidade? Acabou a pandemia? Está liberado? O cidadão pode viajar, fazer suas atividades, pode trabalhar? Que hipocrisia.

A gente precisa falar também: Dimas Covas disse lá em abril que até o final de agosto o estado de São Paulo teria mais de 110 mil mortes por Covid. Graças a Deus não temos esse número. Muito bom que o povo não respeitou esses canalhas, que politizaram, que destruíram os nossos empregos e agora vão com seus amigos para o Caribe.

Responda, João Doria. Responda para a gente. Quem estava nesse avião do Rubens Ometto contigo e com sua família? Fale os nomes. Mostra para a gente aí o registro fotográfico, se lá na aeronave, lá no Caribe, estava todo mundo de máscara, cumprindo o distanciamento social. Seu hipócrita.

Vai vir aqui amanhã. Vir não, vai fazer uma reunião virtual, onde os deputados aplaudirão a gestão desse governador. Ninguém vai criticar, ninguém vai questionar absolutamente nada. É simplesmente um absurdo. Eu volto a esta tribuna, presidente, para continuar.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. A próxima deputada é a deputada Janaina Paschoal. Novamente à tribuna a deputada Janaina Paschoal, pelo tempo regulamentar de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Eu nem ia tocar no assunto, mas, como o deputado Giannazi trouxe o tema ao plenário, e realmente esses assuntos envolvendo crimes sexuais ou acusações por crimes sexuais são sempre muito complexos, sempre muito polêmicos...

Infelizmente, não raras vezes, a defesa acaba, vamos dizer assim, descambando para um ataque à vítima ou à pessoa que se apresenta como vítima. Então, por óbvio, o tratamento que a moça recebeu na audiência não é um tratamento adequado. Nós temos que mudar essa mentalidade de colocar a vítima como autora e a pessoa que está como acusada ou investigada como agressora.

Então, essa discussão é uma discussão saudável, é uma discussão necessária. É importante. Mesmo na seara da vitimização sexual de crianças, e eu atuei muito defendendo pequenas vítimas, não é incomum que as mães sejam criminalizadas nos processos. Então, toda essa reflexão de ordem ética, de limites, até na atuação profissional do advogado, tudo isso é muito importante, mas eu preciso, sob o ponto de vista técnico, da Justiça, fazer uma observação.

O juiz vem sendo muito atacado, muito atacado com o argumento de que ele teria criado uma figura jurídica inexistente, do estupro culposo. Eu ouvi isso o dia todo. Passei o dia inteiro aqui na Assembleia ontem, as pessoas perguntando o que eu achava da decisão, o que eu achava da inovação do estupro culposo.

Somente à noite eu consegui ler a sentença. É uma sentença de 51 páginas, que eu acredito verdadeiramente, pelas matérias que estou lendo, que tenho lido, que pouquíssimas pessoas leram, porque nessas 51 páginas, em nenhum momento esse magistrado utiliza a terminologia “estupro culposo”. Ele não utiliza. Isso é uma criação da imprensa, talvez uma interpretação, mas não tem nenhuma frase sequer que permita essa análise.

O juiz, na sentença, transcreveu uma série de depoimentos: o depoimento da moça, o depoimento do acusado, o depoimento da mãe da moça, o depoimento de várias pessoas que estavam presentes no dia dos fatos. Ao final, o juiz disse que, ao analisar o conjunto probatório, entendeu que não haveria provas para condenar. Em nenhum momento na sentença esse magistrado falou que a moça foi culpada, que a moça teria criado, que a moça teria imaginado.

Não houve uma frase desabonadora da moça. Só o que o juiz fez mostrar o conjunto probatório e dizer que, diante daquele contexto, era impossível condenar. E aí, como advogada, não atuante nesse período em que estou me dedicando exclusivamente ao mandato, como professora de Direito Penal, eu sou obrigada a dizer que a legislação brasileira, a Constituição Federal, elas são claras ao determinarem que, não havendo provas para a condenação, o magistrado deve absolver.

Entendam todos que nos acompanham que eu não estou entrando no mérito, não estou fazendo um juízo de valor, mas não me parece justo que um magistrado seja condenado por algo que ele não disse, por algo que ele não fez, como não seria justo, em não havendo provas suficientes, condenar a pessoa acusada.

Então tem que tomar muito cuidado. Eu sou uma defensora aguerrida dos direitos das mulheres, da integridade sexual, da dignidade sexual, do respeito no trato com todas as partes no processo.

Não entendo que o advogado ajuda quando ele se emociona, quando ele se exalta. Todo advogado que perde o controle em uma audiência acaba prejudicando o seu cliente. Então, fica aqui esse registro. Muitas vezes eu vi pessoas que não mereciam serem prejudicadas porque o advogado perdeu o controle.

Então, ao que parece, foi isso que aconteceu nesse caso concreto, mas o magistrado não estigmatizou a moça. A sentença é uma sentença técnica. Pode-se concordar ou não concordar. As partes estão interpondo os recursos respectivos, mas nós não podemos confundir ativismo com o exercício da Justiça.

No mundo dos fatos, há mulheres que têm razão, mulheres que não têm razão. Há homens que têm razão, há homens que não têm razão. Há situações, vamos dizer assim, controversas, e, no Direito Penal, quando a situação é controversa, o certo é absolver.

Então, só faço esse registro porque a situação está ganhando uma magnitude, e as pessoas estão sendo agredidas em um grau que, diante dos fatos, diante do contexto, não me parece adequado. A atuação do advogado vai ser avaliada pela Ordem de Santa Catarina, e assim deve ser, avaliando a íntegra da audiência. Eu ia falar de outro tema, mas eu acabei tratando desse.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Tenente Nascimento.

 

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O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista de oradores inscritos na lista suplementar, deputado Castello Branco. O deputado Castello Branco tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, só uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - É regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Deputada Janaina, eu entendo que V. Exa. fez aí uma análise técnica da questão jurídica, mas a questão não é só essa. Muito mais grave que o estupro culposo é o comportamento do juiz diante daquela situação de humilhação, de assédio.

A Mari Ferrer estava sendo massacrada, humilhada, e ele nada fez. Ele foi omisso, ele foi covarde, um comportamento execrável de um juiz que permite uma situação como aquela. Essa é uma questão gravíssima. E o promotor também, que foi omisso, mais o juiz, que conduzia aquela sessão.

Então, olha, é execrável. Não dá para aceitar um juiz que tem um comportamento como aquele. Ele ficou totalmente passivo e nada fez. A Mari Ferrer implorou a ele, pediu clemência, e ele nada fez. Ela chorou. É uma cena deplorável, que o Brasil não pode aceitar. Então, a questão do estupro culposo até fica menor diante da situação de humilhação e de assédio que a Mari Ferrer sofreu naquele momento. Isso deixou o Brasil inteiro indignado.

Agora, essa questão também do estupro culposo é um absurdo total que não dá para entender, realmente. Isso mostra que o Brasil é um país machista, que o machismo é estrutural, que ele atravessa a Justiça, o Ministério Público, a Assembleia Legislativa, a igreja, a família. Toda a sociedade é marcada pelo machismo, pelo racismo, pela homofobia. Nós temos que combater isso de várias maneiras, e é por isso que há uma indignação geral hoje no Brasil.

Mas, repito, o juiz foi covarde e omisso diante de uma situação tão grave como aquela e tem que ser punido pelo Conselho Nacional de Justiça. Muito obrigado.

 

 O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Na tribuna, com a palavra o deputado Castello Branco.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Na lista suplementar do dia quatro de novembro de dois mil e vinte, nós vamos retomar o assunto que é o plano de retomada do crescimento de São Paulo. São vários slides. Nós vamos passar eles rapidamente. Eu havia prometido, na semana retrasada, que faria diariamente uma análise do governo Doria, apontando as suas incoerências e as suas não-conformidades. Então, vamos lá.

O plano de crescimento do estado de São Paulo. O secretário da Fazenda lançou, no final de outubro, a aprovação do 529 com a suposta retomada do crescimento. Bom, próximo slide. O objetivo é descolar a imagem de São Paulo do restante do Brasil, em uma franca agressão ao governo federal, procurando dissociar uma coisa da outra.

E São Paulo mostrou que quer a parceria com a China ostensivamente, claramente, como seu principal aliado internacional. Aliás, China esta que eu estou preparando um longo documentário, para que a população de São Paulo conheça um pouco mais sobre esse país.

O plano prevê seis eixos para a retomada econômica, que reúne concessões e parcerias público-privadas para atrair 36 bilhões de investimento no biênio. Ou seja, o trem São Paulo-Campinas, promessa desde 2002; as rodovias do litoral; as Linhas 8 e 9 da CPTM; o Complexo do Ibirapuera; 22 aeroportos regionais; além da modernização do Zoológico e do Jardim Botânico.

Além disso, foi prometido o grande projeto de despoluição e reconstituição do Rio Pinheiros, em parceria com a estatal chinesa CRCC, e entraram no radar de promessas do governador. No caso do Pinheiros, por exemplo, há um prazo definido para que isso ocorra, até o final de 2022. E pelo visto nada será feito. Ou seja, estão aí as promessas de Doria então prefeito e não cumpridas.

Vamos lá: um, o prefeito João Doria não cumpriu a promessa e abandonou a Prefeitura em abril para se candidatar a governador. Vamos bem rapidamente. Ele prometeu privatizar Interlagos. Não cumprida. Próxima, prometeu privatizar o Anhembi. Ofereceram um lance de um bilhão, não passou. Foi feito novo leilão, e o lance mínimo caiu para 54,7.

Quatro: descentralizar as subprefeituras. Nada conseguiram até o momento. Implantar as ruas 24 horas. Também não foi feito. Concessão dos mercados municipais. Não realizado. Mudar o local do Ceagesp. Não realizado. Terceirizar a gestão dos museus. Parcialmente realizado, mas ainda, por enquanto, não autorizadas. Prometeu acabar com a Cracolândia. Os seus resultados até o momento não vieram.

Implantar novas unidades de Bom Prato. Não só não aumentou como também proibiu. Implantar o museu de História da cidade de São Paulo. Não realizado. Fazer convênios e zerar o deficit de vagas em creches de um ano. Não realizado. Criar agência regulatória na Educação. Nenhuma agência foi criada até o momento. Ampliar os CEUs em 208 unidades. A atual gestão retomou as obras de apenas doze. Criar o centro de apoio para professores. Não realizado.

Impedir invasão em propriedades públicas e privadas. A promessa não foi cumprida, e houve várias invasões. Transformar o Jóquei em centro cultural, zerar a dívida que tem o Jóquei com a cidade, e o Plano Diretor do Parque Chácara quei ainda está sendo elaborado.

Privatizar o Parque do Ibirapuera e outras áreas. Promessa ainda não cumprida. Implantar um programa para monitorar veículos a diesel. Ainda não incorporado. Integrar o CET e o SPTrans com outros centros para atuar em rede. Não efetivo.

Não aumentar a tarifa de ônibus. A tarifa foi reajustada em janeiro de 2018, de 3,80 para 4. Em janeiro de 2019 foi para 4,30, e agora, em janeiro de 2020, foi para 4,40. Pois é.

Em campanha Doria prometeu implantar a tarifa pré-embarque. O objetivo era evitar filas antes da catraca. Não feito. Fazer mais ciclofaixas e levá-las à periferia. Não realizado. Implantar o corujão da Saúde.

Poderia falar aqui mais dez minutos sobre isso. O fato é que essa série de melhorias ainda estão a realizar. Não foi feito.

Impedir multas pela GCM. A Prefeitura diz que a legislação em vigor possibilita; já houve, porém, flagrantes de guardas aplicando multas. Fazer uma parceria público-privada em iluminação pública. Ainda não foi feito. Fazer de 21 a 30 piscinões. Desde o início do seu mandato foram entregues apenas seis. Ou seja, as promessas do governador, infelizmente, ainda não foram cumpridas.

Volto na próxima lista para complementar a minha fala. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista de oradores inscritos, quero chamar o nobre deputado Carlos Giannazi. Deputado Giannazi tem seu tempo regulamentar de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta a esta tribuna eu queria dizer o seguinte, que uma das maldades do PL aprovado aqui na Alesp, o PL nº 529, do desgovernador Doria, do estado de São Paulo... Eu falo que esse projeto, deputado Castello Branco, que foi aprovado e virou lei, infelizmente tem mais de 500 maldades, e uma delas é em relação ao Iamspe, que aumenta a alíquota de contribuição dos servidores públicos.

Isso, na nossa opinião, é um confisco salarial. E esse confisco salarial, Sr. Presidente, é um verdadeiro golpe nos servidores e no próprio Iamspe, porque o governo alegou o seguinte: olha, nós temos que melhorar o atendimento do Iamspe, então, por isso, nós vamos elevar a alíquota de contribuição, para que haja mais recursos para financiar a assistência médica dos servidores públicos do estado de São Paulo”.

Na verdade isso é um golpe. Por que, Sr. Presidente? Isso ficou muito claro agora na peça orçamentária, na LOA, no PL nº 627, que nós estamos debatendo e apresentando emendas, o Orçamento para 2021. Qual é o truque do governo, qual é o golpe que o governo deu nos servidores e no Iamspe? Nessa peça orçamentária, ele colocou um valor simbólico para o Iamspe de 4.096 reais apenas, para o Iamspe. Essa é a contribuição que o governo Doria vai dar para o funcionamento do Iamspe: 4 mil reais.

Está na peça orçamentária, está no PL nº 627, que é a Lei do Orçamento, a lei que será aprovada agora no final do ano, em dezembro, sendo que nos anos anteriores, pelo menos no ano passado, por exemplo, na peça orçamentária, nós tínhamos 400 milhões de reais, que é pouco, é insignificante para a manutenção e para fazer funcionar com um mínimo de dignidade o Iamspe.

Porque o Governo nunca financiou o Iamspe, ele sempre foi subfinanciado. O financiamento dele sempre foi feito, basicamente, com a contribuição dos servidores. O Governo sempre se omitiu de investir. Nós apresentamos emendas no Orçamento, avançamos um pouco, mas isso é insuficiente. A nossa grande luta para que o Iamspe funcione é no sentido de que haja também a contribuição do Governo, e 2% por servidor, no mínimo.

Essa seria a contribuição que faria com que o Iamspe pudesse atender melhor os servidores, e só não atende melhor porque ele é subfinanciado. Os servidores que trabalham no Iamspe são oprimidos, são vítimas de um salário defasado, de condições extremamente precarizadas de trabalho, enfim, sem plano de carreira, sem reajuste, sem reposição das perdas inflacionárias. Não estão recebendo nem o bônus, Sr. Presidente.

A situação lá é grave. Eles não chamam os aprovados no concurso público, estão terceirizando tudo lá dentro, todos os serviços. Até o pronto-socorro está terceirizado. Eu fiz uma denúncia ontem aqui gravíssima, inclusive, de uma possível fraude na contratação da empresa. Então, Sr. Presidente, é um absurdo isso. É um golpe.

Então, no PL nº 529, ele aumentou a alíquota, vai confiscar os salários dos servidores e dos seus familiares, que vão ter que pagar também. E ele retira a sua parca contribuição, ou seja, não vai mudar nada no Iamspe. O Iamspe vai continuar sucateado, degradado e sem condições de atender os nossos servidores na Capital, no interior, onde as condições são mais precarizadas ainda, onde nós temos pouquíssimos convênios, com cotas ainda na Baixada Santista, na Grande São Paulo, onde a situação, repito, é muito pior do que aqui no Hospital do Servidor Público Estadual.

Então é um golpe contra o Iamspe, é um golpe contra os servidores do estado de São Paulo. Repito, Sr. Presidente, o Orçamento... Olha só, deputado Castello Branco, V. Exa. que acompanhou bastante e acompanha a aprovação do 529, olha o orçamento do Iamspe: 4.096 reais. Está aqui na peça orçamentária. No ano passado foram 400 milhões.

Então, V. Exa. entendeu qual é o golpe contra o Iamspe? Ele vai utilizar o dinheiro do próprio servidor público para continuar subfinanciando o Iamspe e não vai colocar um centavo, quatro mil reais, isso não é nada. Logicamente nós apresentamos emendas para resolver essa situação. E aí eu peço apoio de todos os deputados e deputadas para que nós possamos aprovar as emendas, elevando o orçamento do Iamspe, para que o Iamspe possa funcionar atendendo os seus servidores, os servidores públicos, com dignidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo ainda a lista de oradores inscritos, Lista Suplementar, deputado Ricardo Mellão. O deputado Ricardo Mellão tem o tempo regulamentar de cinco minutos.

 

O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados presentes, assessoria da Casa, demais servidores, como deputado liberal, é meu dever na minha atuação aqui defender sempre a livre-iniciativa e a liberdade de escolha do consumidor. E, no meu ponto de vista, no ponto de vista de nós, liberais, é a liberdade de escolha, é a livre-iniciativa para empreender que gera os benefícios dos quais todos nós usufruímos.

Quando você tem livre concorrência, o livre mercado operando, mais empresas estarão competindo para servir melhor. E aquele que servir melhor é quem irá sobreviver, quem irá lucrar, e assim sucessivamente, até surgirem novos competidores, uma nova concorrência. Quem ganha com tudo isso é você, consumidor, que sempre vai poder acessar melhores serviços, com mais qualidade, a preços menores, porque essa é a lei do mercado.

Assim sendo, o benefício é todo do consumidor. E quem tem que decidir o que é melhor para si é o consumidor. Quando eu venho defender o livre mercado, eu não estou aqui preocupado com o estado, eu não estou preocupado com as empresas: eu estou preocupado com o consumidor. E nós estamos diante de uma situação, dito e posto isto aqui, de um grande atentado à livre-iniciativa e à liberdade de escolha do consumidor.

Ela está se dando por meio de uma consulta pública feita pela Artesp, que regula os serviços de transporte no estado de São Paulo, e essa consulta pública propõe uma portaria que está ali para qualquer um entrar e apresentar as suas sugestões via e-mail. Há um modelo de uma minuta aqui proposta, e a consulta está aberta entre o dia 24 de outubro, quando ela foi colocada ali para receber sugestões, até o dia 9 de novembro.

O primeiro estranhamento é o prazo exíguo para uma decisão tão importante que eles querem colocar aqui, que está ameaçando os novos serviços de transporte via ônibus que estão surgindo no estado de São Paulo. Não sei se já ouviram falar o Uber do ônibus, um serviço aí prestado por empresas como a Buser, a 4Bus e diversas outras empresas que vão poder acessar esse mercado, o que está dando muito certo, estão sendo muito bem avaliadas por quem tem feito essas viagens.

O que elas fazem? Elas simplesmente conectam aqueles que querem viajar com empresas que fretam ônibus. E, com isso, conseguem garantir boas viagens a bons preços com qualidade. E o consumidor vai lá e avalia, e têm sido muito bem avaliados esses serviços. que, com essa Portaria, essa sugestão de minuta, o que a Artesp está propondo é justamente criar burocracias, burocracias baseadas no Decreto de 1989, que dispõe sobre o regulamento do serviço intermunicipal de transporte coletivo de passageiros sob fretamento.

Eles querem criar burocracias para as empresas que fretam ônibus justamente visando dificultar a atuação desses aplicativos, dessas inovações que tanto beneficiam o consumidor paulista. Agora, com as exigências que eles estão querendo criar através dessa portaria que está sob consulta, corre-se o risco de inviabilizar essa solução que surgiu e que tem gerado tantos benefícios para o consumidor não só aqui de São Paulo como de outros estados que também usufruem disso.

Está havendo uma reação em todos eles, inclusive, e uma delas, que está prevista nessa portaria, é o tal do circuito fechado. Eles querem criar essa exigência. O que significa isso? Que se você contratar uma viagem de ida, você obrigatoriamente tem que dispor da viagem de volta, ou seja, não dá mais para você...

Por exemplo, deputado Castello, nós decidimos aqui e entramos no aplicativo e você quer viajar para Ribeirão Preto. Eu quero viajar, e você une várias pessoas que querem viajar para Ribeirão Preto. Vai lá o aplicativo e imediatamente disponibiliza um ônibus e o freta para poder viajar, aliás um instrumento que tem ajudado muito as empresas que fazem fretamento, que já sofreram com a pandemia e encontraram um grande mercado para atuar e tem gerado um bom crescimento.

Agora, nesse caso aqui, se nós quisermos fretar, o que vai acontecer? Segundo o circuito fechado, você obrigatoriamente tem que ter a viagem de volta, não vale a de ida. Você já cria uma burocracia a mais. Propõe aqui que o veículo tem que ficar parado pelo tempo que durar a viagem - olha que absurdo -, um tempo de ociosidade, ou seja, totalmente ineficiente e improdutivo.

Cria uma exigência burocrática que está dizendo que o prazo de envio da lista com passageiros, que antes podia ser disponibilizada até uma hora antes da viagem, agora tem que ser disponibilizada em 48 horas, o que não tem sentido nenhum, já que tudo hoje é digital. Ou seja, são medidas para inviabilizar.

Outra medida extremamente burocrática que ameaça atrapalhar esses serviços de fretamento é que agora o fretador tem que fechar seus grupos muito antes, e não só: ele autoriza a operação apenas de 5% dos passageiros, ou seja, você só pode alterar daqueles que fecharam a viagem com anterioridade apenas 5% dos passageiros, uma exigência que inclusive é muito mais restritiva do que a exigência da ANTT, que dispõe que você pode alterar 20% dos passageiros.

Portanto, essa portaria, se ela for publicada conforme se encontra no modelo proposto nessa minuta que está sob consulta pública, vai inviabilizar uma medida inovadora, uma medida que tem melhorado e muito a vida do consumidor que viaja pelas estradas, de ônibus, do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Encerramos agora o Pequeno Expediente e abrimos então o Grande Expediente com a lista dos oradores inscritos.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Chamamos aqui o deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)  Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.

O deputado Gil Diniz vai à tribuna e tem o tempo regulamentar estabelecido de dez minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Volto aqui a esta tribuna na tarde de hoje. A gente precisa falar para o povo de São Paulo o que vem acontecendo não só no Executivo, mas nesta Casa também, como nós fizemos a boa discussão do 529.

Aqui presentes no Pequeno Expediente só estão deputados que votaram contra o Projeto 529, deputado Mellão, e fizemos um bom debate. Mostramos para os nossos pares aqui que a aprovação desse projeto aumentaria a carga tributária, como aumentou de centenas de itens aqui no estado, que vai de alimentação a construção civil, agronegócio. Tudo que vem dando certo está sendo atrapalhado aqui pela gestão tucana em São Paulo.

Eu dizia, dias atrás, daqui desta tribuna, que enquanto o pãozinho tinha o seu ICMS majorado, com a farinha de trigo, macarrão, dentadura, escova de dente, os frutos do mar tinham o ICMS zerado. Foram isentos de ICMS berbigão, vieira, ostras; será que faz parte da rotina alimentar do cidadão paulista esse tipo de iguaria? Ou você aí em casa toma seu café da manhã comendo pãozinho francês, por exemplo?

Mas parece que esta Casa fica inerte quando a ordem vem do Palácio dos Bandeirantes. A gente não pode deixar isso acontecer. Vai vir outra discussão para esta Casa, uma discussão extremamente importante que vai ser o Orçamento para o próximo ano, Orçamento que foi devastado por conta da incompetência do Sr. João Doria, incompetência que ele mostrou aí à frente do Governo nesse período de crise da Covid-19.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Castello Branco.

 

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Repito: por que a arrecadação caiu, deputado Castello Branco? Mandou fechar comércio, mandou soldar porta, não deixou o trabalhador ir para o seu trabalho. Mandaram fechar avenida em São Paulo, fizeram rodízio, aquele rodízio bizarro, sem pé nem cabeça, aquele rodízio aloprado do Covas, que no dia par somente veículos pares estariam na rua, no dia ímpar somente proprietários de veículo ímpar. E fizeram o quê? Jogaram quem tinha ali o seu carro para o transporte público, porque precisava trabalhar, quem ainda tinha o emprego.

Aí a gente olha na grande mídia. A grande mídia aqui em São Paulo é mais rendida do que a Assembleia, é impressionante, e o caso com publicidade, no Orçamento, está majorado. Ano que vem, se depender da vontade do João Doria, a mídia paulista vai ganhar mais dinheiro, vai aplicar mais grana ali. Para quê? Para silenciar, para não criticar? Porque não é possível.

O governador aumenta imposto, acaba com a vida do pai de família, do trabalhador e sai na manchete: reforma administrativa. É o que, nova língua? Assalto. Assalto é o que, agora? É o quê? Carinho? Divisão de lucro do salário do trabalhador? É impressionante.

Olhem vocês. No ano passado, eu e o deputado Douglas Garcia fomos na Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, olhar lá o contrato de uma jornalista que presta contas com a referência do imposto de “datilógrafa”, para pagar menos, é claro. A gente sabe que a sonegação de imposto em São Paulo e no Brasil é imensa, é intensa.

E a previsão orçamentária para a TV Cultura aumentou, Mellão. Disse que deram mais dinheiro para a Cultura por quê? É porque a TV Cultura, todos os dias, passa ao meio-dia aquele comício no Palácio dos Bandeirantes? Será que é por isso? Será que a gente pode suspeitar disso? Será que estão usando aquela TV como braço político do partido que governa este estado? Será? Eu não duvido.

Olha a preocupação do governador ao inaugurar um distrito policial no interior de São Paulo. A preocupação dele será que era se o policial está bem remunerado, se tem bons equipamentos, se tem condições de trabalho? Não. A preocupação dele era se o batente, deputado Castello Branco, se o batente e a porta estavam pintados de preto.

Tem o vídeo aí? Passa o vídeo aqui para mim, por gentileza.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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É simplesmente para a gente rir para não chorar dessa figura bizarra que governa o estado de São Paulo. A preocupação dele é com a cor da porta e do batente. E estão dizendo aqui, a gente vai conferir, que os plenarinhos aqui da Assembleia Legislativa vão ter que estar nessa cor, que o governador deu a ordem. Deve ter vindo algum secretário aqui fiscalizar. Logo, logo, este plenário também, eu não duvido nada, porque quem manda aqui é o governador de São Paulo.

Esta Casa não tem independência. Por isso eu disse aqui que não vou votar no PSDB para a Presidência desta Casa, porque são pelegos, se dobram, se ajoelham, pedem bênção para o governador. E estão suando sangue nas suas cidades para elegerem seus prefeitos. E tomara que percam. Se depender de mim, vão perder. E, se depender de mim, vão perder a Presidência desta Casa também.

Vamos dar prosseguimento ao impeachment do governador João Doria, deputado Castello Branco, que, enquanto aumenta imposto de pão, inventa berbigão, vieira, ostra.  Enquanto proíbe o cidadão de ir para a rua trabalhar, vai para o Caribe.

Pergunto novamente aqui da tribuna: governador, a máscara estava combinando com a sunguinha? Quem é que estava no voo contigo? Fala para a gente aqui, governador, quem estava nesse voo aí, contigo, no avião do Rubens Ometto? Ou não tem conflito de interesse nisso?

Pelo amor de Deus, aonde a gente vai parar? O governador tinha falado aqui, e eu falo para os policiais, agora para os policiais civis, o governador faltou com o respeito com a delegada, a Raquel Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil. Faltou com o respeito com ela, disse que não vai contratar efetivo.

Falta efetivo na Polícia Civil. Ele disse que não vai contratar, Mellão, porque tem um decreto federal. Não é um decreto, é uma lei federal que proíbe a contratação de servidor público, só que ele não disse que há exceção. E para a Segurança Pública há exceção, tanto é que o governo federal está contratando policial federal, policial rodoviário federal. Ele pode, sim, se assim quiser, contratar policiais militares, policiais civis, agente, escrivão, delegado. Só que ele é um mitômano, ele vive de mentira. Ele vive de enganar. Está enganando o povo de São Paulo.

Vai você ali, no interior de São Paulo, vai lá no 2º DP, em Suzano, olhe lá se o escrivão é concursado. Ele é cedido pela prefeitura. E a maioria dos nossos distritos policiais aqui do estado de São Paulo, Sr. Presidente, só funcionam graças aos funcionários cedidos das prefeituras. Se os prefeitos tirarem esses funcionários, vai ter que fechar o DP.

Mas esse mitômano tem a cara de pau de falar que não falta efetivo, que não vai contratar efetivo, e joga a culpa no governo federal. É o que ele vem fazendo agora, aqui, neste momento, majorando imposto. Vai aumentar a inflação, vai acabar com o emprego para quê? Para jogar na conta do presidente Bolsonaro, porque esse mitômano, que tomou o Palácio dos Bandeirantes, quer disputar a Presidência da República em 22.

Dispute nas urnas. Dispute de igual para igual. Não utilize o cargo que tem. Não utilize o Palácio dos Bandeirantes para promoção pessoal, para engordar os amiguinhos, que é o que ele vem fazendo. A gente vai continuar denunciando esse governador.

E, para finalizar, presidente, estou levantando todos os dados dessa viagem. Todos. Prefixo de aeronave, que horas saiu, que horas voltou, quem estava na aeronave, quanto foi esse voo, e vou denunciar no Ministério Público, vou denunciar no Tribunal de Justiça, porque há sérios indícios de irregularidades, e a gente não vai deixar esse João Doria canalha, mentiroso usar o estado de São Paulo para promoção pessoal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado, nobre deputado Gil Diniz. Na sequência dos oradores inscritos, passo a Presidência desta Mesa para o nobre deputado Ricardo Mellão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ricardo Mellão.

 

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O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Castello Branco. Dando sequência à lista de oradores inscritos para o Grande Expediente do dia quatro de novembro de 2020, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)

Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Castello Branco.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Grande Expediente do dia quatro de novembro de 2020, quarta-feira, na sequência listando as promessas não cumpridas do atual governador do estado de São Paulo.

Apenas um checklist, porque é da minha obrigação parlamentar como deputado estadual fiscalizar o governador. Então, dentro das minhas atribuições legais e das minhas prerrogativas parlamentares, senão vejamos.

Promessas de campanha: alcançar 100 unidades de Poupatempo, ainda não cumprida. Privatizar as balsas do litoral, grande sonho de milhões de paulistas lá no litoral, não cumprida. Construir creches em estações de trem. Aumentar o salário dos professores, sonho de gerações, inclusive da minha mãe, que era professora e que se aposentou após 35 anos de serviço com 1.200 reais.

Muito bem, continuando. Construir 140 mil unidades habitacionais em quatro anos. Tirar o trem intercidades do papel. Implementar o Ferroanel Norte. Concluir as obras do Rodoanel. Acompanhe comigo. Quantas promessas, né? Por isso que a população acreditou nele.

Estender a Rodovia Carvalho Pinto até Aparecida, também um sonho antigo. Fazer passagens subterrâneas pelas rodovias Rio-Santos e Ubatuba, outro sonho antigo. Privatizar a hidrovia Tietê-Paraná. Privatizar todos os aeroportos regionais, está em andamento. Implantar tarifa flexível nos pedágios com preços mais baratos fora do horário de pico - não só não foi implantado como, a cada dia que passa, o governo cria mais pedágios e mais caros, daqui a pouco estará inviável usar as estradas, sem contar o IPVA.

Concluir a ponte Santos-Guarujá ou o túnel Santos-Guarujá, esta sim uma grande meta que ainda não saiu do papel. Privatizar os presídios, ponto complexo e polêmico. Ampliar sistema ponto a ponto nas estradas, tarifa flexível, que é a tarifa em que o valor é reduzido de acordo com o horário, já mencionamos, ainda não em operação. Duplicar a rodovia Mogi-Dutra em menos de dois anos. Levar o projeto “Cidade Linda” para outras cidades do Estado.

Despoluição do Rio Tietê e do Rio Pinheiros em oito anos, já estamos no segundo ano e nada foi feito. Levar o metrô até o Jardim Ângela. Para o pessoal do Jardim Ângela, é um sonho antigo, de muitas gerações.

Vinte e um, impedir a entrada de celulares em presídios. Atenção, Srs. Deputados, o item 21 eu faço questão de assinalar embaixo, olhem só. Promessa de campanha: impedir a entrada de celular em presídios do estado de São Paulo. Frase do governador: “Não vai mais entrar celular em presídios do estado de São Paulo a partir da nossa gestão”. Entraram, no ano passado, 13.986 celulares. Parabéns!

E mais, quando passa por esta Casa uma lei para colocar bloqueador, sabem o que ele faz? Veta. Muito bem, eu gostaria de entender essa mentalidade desconexa entre a fala e a realidade. Sabendo, neste caso, que o maior golpe contra o crime organizado, a maior punição que você poderia dar seria tirar o celular de dentro dos presídios. Nada foi feito.

Número 22, equipar todas as viaturas da Polícia Militar com fuzis de última geração. Vamos lá para a rua para ver se isso está acontecendo. Ia equipar a Polícia Militar, pagar melhor a Polícia Militar, foi outra promessa de campanha, nada foi feito. Blindar todos os carros operacionais da Polícia Militar e da Polícia Civil a partir de janeiro de 2019. Doce sonho. Vinte e quatro, criar 40 novas delegacias da mulher, foram criadas oito até o momento.

Enfim, poderíamos continuar essa lista, mas a conclusão é: vale a pena acreditar nas promessas realizadas pelo atual governador? Infelizmente, a julgar pelos quase dois anos de mandato, não vão se conseguir cumprir essas metas. Qual é a desculpa que ele vai dar? Não tem dinheiro? Mentira, tem. Reduza a máquina do Estado, não através do que foi feito com o 529, não através dessa péssima lei que foi a lei de Previdência feita no estado de São Paulo, que, cabe salientar mais uma vez, em nada tem a ver com a lei da Previdência que foi feita no governo federal.

Ou seja, estamos sendo chefiados por um caminho sem volta e ruim. Lembrando que a diferença entre chefe e líder, assim preconizava a nossa aula na Academia Militar das Agulhas Negras nos idos dos anos 80, a grande diferença entre a liderança e a chefia é que a chefia é um cargo autorizado pelo poder constituído, a liderança é nata. A liderança conduz seus homens ao dever que deve ser cumprido. Estamos diante, portanto, de um chefe autoritário, e não do líder que tanto sonhamos.

Encerro a minha participação agora no Grande Expediente com a promessa de que voltaremos todos os dias a este plenário com bons temas, bons conteúdos, acima de tudo mostrando à população de São Paulo o que está por trás da verdade, que é a mentira. O que está nos bastidores, o que está por trás das decisões que são tomadas, o que realmente está acontecendo.

Para a próxima semana, estamos preparando uma longa apresentação para que você entenda o que é a China, o que faz a China hoje, a sua história e quais são os reflexos disso no Brasil. Uma boa tarde a todos e até amanhã. Brasil acima de tudo.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Castello Branco.

 

O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, o deputado Castello abordou aqui a questão dos celulares que entram em prisões. O STF está decidindo um pedido aí, claro, de um partido - sempre eles - de extrema-esquerda, que diz, Castello, que é contra os direitos humanos a revista íntima nos presídios.

Então vejam só vocês, entram nos presídios drogas, celulares, armas, com o instituto da revista íntima. Imaginem se o STF decretar, como se assim pudesse, porque eu não me lembro de ter votado em ninguém do STF para estar ali, não foram eleitos, mas querem legislar a todo custo. Imagine só você o que esses presos não vão fazer com os agentes de Segurança, com a população.

Facção criminosa está mandando aqui fora, de dentro do presídio. A gente precisa se posicionar. Vou fazer uma nota de repúdio. Parece que três ministros, Castello Branco, já se posicionaram contra a revista íntima. E um outro ministro pediu vista para quê? Porque viu a barbaridade que está acontecendo. Tomara que consiga convencer seus pares.

Não é possível. Tudo o que é contra o País, o STF vai lá e vota a favor. Tudo o que é péssimo para o brasileiro, o STF vai lá e libera. Quer liberar tudo, quer liberar a ideologia de gênero, quer liberar aborto, quer liberar a droga, libera preso para caramba. E aí o André do Rap, o que o Marco Aurélio fez, até agora não encontraram.

Então deixo aqui registrado o meu repúdio a esses ministros, principalmente aos que querem acabar a revista pessoal, a revista íntima, porque eu acredito que o direito humano ali que deve ser respeitado são os nossos aqui fora, que sofremos na mão desses criminosos.

Se alguma coisa tiver que acabar, que se acabem as visitas nos presídios, e não a revista íntima. Que falem lá como é em alguns presídios de segurança federal, alguns presídios fora do País, onde você visita e fala pelo telefone, com vidro blindado. Agora, visita íntima, o cidadão vai lá e não precisa nem ser revistado. Vai entrar mais droga, telefone e armas dentro dos presídios.

Então, muito obrigado, Sr. Presidente. Meu repúdio aos ministros do STF que querem acabar com a revista íntima.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Gil Diniz. Dando sequência à lista de oradores do Grande Expediente, convoco o deputado Maurici. (Pausa.)

Não havendo então mais oradores inscritos para o Grande Expediente, suspendo a presente sessão até as quatro e meia.

Muito obrigado.

 

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- Suspensa às 15 horas e 57 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 33 minutos, sob a Presidência do Sr. Gil Diniz.

 

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O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem, Sr. Presidente. Peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 33 minutos.

 

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