11 DE NOVEMBRO DE 2020
90ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA,
CASTELLO BRANCO e RICARDO MELLÃO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - SERGIO VICTOR
Para comunicação, discorre a respeito
de consulta pública da Artesp, para regulamentar o
serviço de transporte intermunicipal de fretados. Comenta reunião realizada com
a entidade sobre o assunto. Critica a falta de análise de impacto regulatório
em razão da falta de orçamento. Demonstra sua preocupação com a regulamentação
de decreto sobre o assunto.
3 - CASTELLO BRANCO
Faz apresentação sobre a instalação
de radares, em rodovia estadual, na região de Dracena. Declara que esses
aparelhos aplicam uma quantidade exorbitante de multas. Lembra a promessa do
presidente Jair Messias Bolsonaro de extinguir os radares móveis. Informa que o
Ministério Público irá averiguar denúncias de irregularidades nessas
instalações.
4 - CARLOS GIANNAZI
Anuncia ter protocolado nesta Casa um
pedido de impeachment do governador João Doria. Desaprova o decreto do governo
estadual, que promove descontos sobre o salário de aposentados e pensionistas.
Afirma que a dívida atualizada do Estado com a Previdência Estadual já soma 154
bilhões de reais. Solicita ao presidente Cauê Macris que o pedido de
impeachment do governador João Doria seja enviado à Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania. Pede apoio dos deputados para a tramitação do
impeachment neste Parlamento.
5 - JANAINA PASCHOAL
Critica os critérios para a
realização de debate, na "Folha de S. Paulo" e UOL, referente às
eleições municipais de 2020. Afirma que neste debate foi cerceada a
participação de diversos candidatos. Esclarece que nenhuma das candidatas à
Prefeitura de São Paulo participou. Alega que essa postura seria excludente e
antidemocrática.
6 - RICARDO MELLÃO
Destaca a defesa de seu mandato à
livre iniciativa. Discorre sobre portaria da Artesp,
que visa regulamentar o Decreto 29.912/89, referente ao serviço intermunicipal
de transporte. Menciona novas iniciativas na área de Transportes, realizadas
por meio de aplicativos. Afirma que a portaria coloca limitações na atuação
destas iniciativas.
7 - CASTELLO BRANCO
Assume a Presidência.
8 - CORONEL TELHADA
Saúda as datas comemorativas do dia
de hoje. Faz a leitura de e-mails enviados por funcionários públicos
descontentes com a reforma da Previdência. Lembra ter votado contra a aprovação
da mesma. Ressalta a importância do apoio da população nessas pautas.
9 - ALTAIR MORAES
Apresenta e-mail do Colégio
Franco-Brasileiro, que afirma aderir a linguagem de gênero neutro. Considera a
circular enviada uma afronta à língua portuguesa. Afirma que a aderência a essa
linguagem excluirá deficientes auditivos e visuais.
10 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, rebate o
pronunciamento do deputado Altair Moraes. Ressalta que a língua portuguesa é
dinâmica. Discorre sobre decisões do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto.
11 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, combate o
pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Esclarece que os debates realizados
no Supremo Tribunal Federal não se relacionam com mudanças na linguagem. Tece
críticas ao deputado Carlos Giannazi.
12 - ALTAIR MORAES
Para comunicação, critica o pronunciamento
do deputado Carlos Giannazi.
13 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, assegura que a
deputada Janaina Paschoal teria distorcido sua fala. Afirma que o termo
"ideologia de gênero" teria sido criado apenas para deter o avanço da
luta por emancipação das mulheres, e que não possui valor acadêmico. Considera
esta pauta desimportante perante a atual situação do País.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Reflete acerca da importância da
escolha de candidatos nesta eleição. Tece considerações sobre a influência da
mídia e das pesquisas eleitorais. Pede que a população tenha cuidado e pesquise
os candidatos antes de votar.
15 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Endossa o discurso do deputado Dr.
Jorge Lula do Carmo.
16 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, solicita o apoio dos
pares para a aprovação do PL 652/20, de sua autoria, que prorroga os prazos dos
concursos realizados no Estado. Cobra o chamamento dos aprovados em cargos de
diferentes pastas. Afirma que apresentou emendas ao Orçamento de 2021 para
garantir recursos para as nomeações. Declara apoio à greve sanitária dos
funcionários da USP. Pede que a reitoria reveja o posicionamento e mantenha os
trabalhadores em casa. Alerta para a possibilidade de segunda onda nos casos de
Covid-19 no Brasil. Lembra o número de mortos e infectados na pandemia. Informa
o recebimento de carta da Udemo, cobrando
posicionamento dos parlamentares a respeito da publicação do decreto estadual
que autoriza descontos nos salários de aposentados que recebem abaixo do teto
do INSS. Clama pela votação e aprovação do PDL 22/20, que revoga tal decreto.
17 - RICARDO MELLÃO
Pelo art. 82, tece considerações
sobre portaria da Artesp que trata da regulamentação
de aplicativos para o fretamento de ônibus. Afirma que o texto prejudica as
novas iniciativas no ramo. Questiona o prazo da consulta pública. Critica as
normas propostas pela entidade. Pede a retirada da portaria. Discorre sobre
reunião virtual com o presidente da Artesp, onde fora
relatado não haver recursos para a realização de estudos sobre o impacto das
medidas previstas na portaria. Lembra o veto do Executivo ao Código de Defesa
do Empreendedor. Tece críticas ao governador João Doria.
18 - RICARDO MELLÃO
Assume a Presidência.
19 - CASTELLO BRANCO
Lamenta a aprovação da reforma da
Previdência estadual. Tece críticas ao governador João Doria. Reflete sobre as
campanhas eleitorais do PSDB, sem a figura do governador. Afirma que as suas
promessas de campanha não foram cumpridas. Apresenta slides sobre a história e
atuação da Embraer. Exalta o trabalho do brigadeiro Ozires Silva, na fundação
da empresa. Discorre sobre os impactos da pandemia no setor da aviação.
Considera o Brasil um dos maiores colégios eleitorais do mundo. Pede que a
população tenha cuidado na escolha dos candidatos.
20 - CASTELLO BRANCO
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
21 - PRESIDENTE RICARDO MELLÃO
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do dia 12/11, à hora regimental, com Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e
abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Nesta data, dia 11 de
novembro de 2020, quarta-feira, iniciamos o Pequeno Expediente com os seguintes
deputados inscritos.
O
SR. SERGIO VICTOR - NOVO - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, deputado
Sergio.
O
SR. SERGIO VICTOR - NOVO - O senhor me permite uma comunicação
na tribuna?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado Sergio, como nós
conversamos anteriormente, eu vou autorizar, e V. Exa., por gentileza, faça uso
da tribuna.
O
SR. SERGIO VICTOR - NOVO - PARA COMUNICAÇÃO - Boa tarde, Sr.
Presidente. Boa tarde, colegas deputados; boa tarde, pessoal aqui da Casa e
pessoal que nos assiste pela TV Alesp, pela internet.
Meus colegas, retorno aqui à tribuna para falar de um assunto de extrema
importância para o estado de São Paulo, para a inovação no estado de São Paulo,
o fomento do livre mercado e da livre iniciativa.
Hoje a gente tem um
assunto importante para tratar, deputado Ricardo Mellão. A gente já subiu à
tribuna e não denunciou, mas divulgou e avisou, deputada Janaina, que há uma
consulta pública da Artesp, Agência Reguladora de
Transportes do Estado de São Paulo, onde ela consulta alguns pontos específicos
sobre como regulamentar o circuito aberto ou o circuito fechado e algumas
regras do transporte intermunicipal.
A gente já participou
inclusive de um protesto contra essa consulta pública. A gente já sugeriu à Artesp que fosse adiado o prazo da consulta pública, já que
inicialmente ela tinha um prazo muito curto. A gente foi atendido, não por
inteiro. A gente pediu 90 ou 180 dias de adiamento, e essa consulta pública foi
adiada até o dia 30 de novembro.
O que aconteceu em
seguida foi que a gente solicitou também, junto à Artesp,
uma audiência pública, uma conversa, uma reunião com os diretores, com o
presidente e também com representantes das empresas e diversos atores do setor,
para que eles pudessem explicar seus pontos e porque esses três pontos
específicos da consulta pública atrapalhariam muito apenas uma parte do setor,
não o todo.
Nessa consulta pública,
as medidas, em específico, que definem 48 horas de prazo para que se tenha a
lista dos passageiros; a consulta para que o item que define que a partir de
agora só será permitido circuito fechado; e o terceiro item, que proíbe a
customização dos ônibus parceiros. Esses três pontos que estão na consulta
pública, em uma sugestão de portaria, vão atacar a livre iniciativa. A gente
queria ser ouvido, a gente queria colocar os pontos de por que isso é ruim, e
por que isso atrapalharia o setor.
Tivemos essa reunião
junto com a Artesp. Eu saí de lá extremamente
preocupado, porque o que a gente ouviu ali, a primeira coisa foi o seguinte.
Perguntamos para eles, deputada Janaina, o porquê, quais eram as motivações,
quais eram as argumentações que defendiam aqueles três pontos específicos.
O sentimento que dá,
quando você olha, é bem claro. A gente não pode acusá-los de que é direcionado,
nem é esse o caso, mas, quando você faz o balanço de quem sai perdendo e quem
sai ganhando nesses pontos, tem uma parte que claramente sai perdendo, que são
as empresas de tecnologia, as empresas de inovação, e um que sai ganhando, que
são as empresas já existentes, as grandes empresas que estão ali já operando.
Qual foi o desafio,
deputada Janaina? Eles nos passaram argumentações muito ruins referentes à
Constituição, referentes ao papel da Artesp.
Claramente é uma decisão política. Eles poderiam decidir não fazer aquilo,
baseado em tudo que a gente olhou juridicamente. E às vezes eles voltam a um decreto
de 89.
Enfim, o que para a gente
está muito claro: tem dois pontos que nos incomodaram demais nessa reunião.
Primeira coisa, deputada Janaina, isso é muito importante. Uma das consultoras,
imagino que a técnica, não me recordo o nome, disse: "nós não temos verbas
para fazer uma análise de um impacto regulatório, a legislação federal não nos
exige, e a gente está sem orçamento, a gente não tem verba para fazer uma
análise de impacto regulatório".
Ou seja, eles vão tomar
uma medida às pressas, sem nenhum tipo de análise de impacto regulatório, que
vai prejudicar claramente um setor e vai beneficiar um outro. E aí, ainda disse
que a lei federal exige uma análise de impacto, mas que isso não se aplica ao
estado.
Eu queria reforçar,
deputado Mellão, que nós somos autores, e foi aprovado por unanimidade nesta
Casa o Código de Defesa do Empreendedor, deputado Castello Branco, onde um dos
principais pontos era a obrigatoriedade da análise de impacto regulatório. E
agora, justamente, estão se defendendo dizendo que no estado não tem uma lei,
uma regra que define isso.
Estão alegando falta de
orçamento, o que é compreensível, no meio de uma pandemia. O que não é
compreensível é a gente ouvir dos diretores que, mesmo não tendo verba para uma
consultoria, mesmo não tendo condição de fazer uma análise de impacto
regulatório, eles precisam correr com essa regulação, porque senão as empresas
de aplicativo crescem muito e senão a gente perde controle.
Para a gente ficou claro
que eles estão com pressa e eles vão fazer, independente de uma análise. E por
quê? A gente questionou, e sempre os argumentos deles são de que é em prol da
segurança do passageiro. Enfim, está bom, estão ocorrendo muitas denúncias,
estão ocorrendo muitos acidentes, está acontecendo alguma coisa que está
prejudicando tanto o setor que você precisa correr para fazer uma regulação que
vai prejudicar um setor e vai beneficiar outro, sem uma análise de impacto?
E aí eu reforço um ponto
aqui, deputado Mellão, que recentemente o governador João Doria disse que o
Código de Defesa do Empreendedor foi vetado porque esse governo já é liberal,
que não tinha nada ali que já não acontecia na prática. E aí, uma semana, duas
semanas depois, a gente ouve, justamente da boca de um órgão regulador, do
estado, que não precisa fazer uma análise de impacto, porque a legislação assim
não os obriga. Isso é ridículo.
O que a gente está vendo
aqui é uma consulta pública. De novo, não posso dizer, não quero dizer que é
direcionado, mas, de novo, quando você olha, no final do dia, tem um balanço
claro de quem ganha e de quem perde. O que a gente tem que perguntar agora é o
seguinte: o governador João Doria sabe desse ataque à livre iniciativa? Sabe
desse ataque à inovação?
O que a gente vai fazer,
que sinal a gente está dando, numa retomada de economia? A gente vai dar um
sinal de que qualquer tipo de inovação pode ter as suas regras mudadas de
acordo com que o modelo de negócio comece a funcionar. Os clientes estão
reclamando? O usuário, o pagador de imposto está reclamando? Quem está
reclamando? É a mesma novela do Uber e do táxi.
Para encerrar aqui, eu
queria dizer o seguinte, até acompanhando a fala de um dos colegas que estava
presente nessa audiência pública. Quando a gente vai fazer umas regulações
agora, no meio desse ambiente de inovação, a gente tem sempre que pensar e
olhar para o futuro. Essa consulta pública, essa regulação que está sendo
proposta, de novo, é apenas uma consulta pública, mas a gente já sabe quais são
os caminhos que são tomados após a consulta pública.
Desse jeito, a gente
volta vários anos. Enquanto a Alemanha, a Europa já está atuando com mercados
regulados, em que o consumidor consegue ter melhores opções, mais opções, mais
poder de escolha, aqui a gente está voltando no tempo e apenas permitindo uma
reserva de mercado em que poucas empresas possam trabalhar.
Deputado Mellão, você
pode contar comigo, que a gente vai subir à tribuna e a gente vai trabalhar
muito contra qualquer ataque à livre iniciativa, contra qualquer ataque que
pare, que breque, que não tenha análise de impacto regulatório e que ferre o
mercado. Assim como é com o Uber e outros aplicativos de transporte individual,
o que a gente tem que fazer é desregulamentar, desburocratizar quem está
burocratizado, e não burocratizar todo mundo, e não punir quem está começando,
quem está inovando, para a gente poder continuar a ter melhores serviços e para
a gente fazer com que o estado de São Paulo evolua e continue recebendo
investimento e inovação.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
Sr. Deputado. Antes de chamar os demais deputados, quero deixar ciente a todos
que normalmente nós não autorizamos comunicações para seguir a lista dos
deputados inscritos. Mas, como foi um consenso dos deputados presentes, foi
autorizado o deputado Sergio Victor a fazer uso da palavra.
Vamos pela lista dos
deputados inscritos. Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada
Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado
Castello Branco. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Pequeno Expediente
do dia 11 de novembro de 2020, quarta-feira. Deputado Castello Branco novamente
vem à tribuna desta Casa de leis, a Assembleia Legislativa de São Paulo, para
apresentar denúncia de irregularidades do atual Governo do Estado de São Paulo.
Mais uma vez, fica fácil ser deputado assim, porque são
tantos os erros cometidos pelo Executivo, são tantas as improbidades, são
tantas as maldades que a gente tem que vir aqui diariamente mostrar à população
de São Paulo, mostrar o que está sendo feito. Hoje são as irregularidades na
instalação de radares na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, que passa
lá pela região de Dracena.
Vejamos, desde o ano passado o presidente Jair Messias
Bolsonaro promete acabar com a indecente indústria da multa no Brasil e
suspender o uso dos radares móveis, atacando o uso dos diversos formatos. O
presidente fez questão de assinalar isso revoltado, assim como eu, pela
quantidade de radares e pela fome arrecadatória que os municípios e o governo
do estado têm de multar, multar e multar de forma maldosa, como vamos ver.
Foi publicada em 9 de setembro deste ano a resolução do
Detran, do conselho, Contran, que altera as regras dos requisitos para a
fiscalização de velocidade em vias públicas, acabando com o radar móvel. Essas
mudanças atendem a deliberação do presidente Jair Bolsonaro enviada ao
Ministério da Infraestrutura em agosto do ano passado com o objetivo de
desvirtuamento do caráter pedagógico e a utilização arrecadatória dos radares.
Pura verdade.
O radar, que era para fiscalizar e educar a população, agora
é mais um instrumento caça-níqueis, mais um instrumento para o município ou o
estado ganhar dinheiro, só isso. Isso é generalizado no estado. Senão vejamos:
na contramão desse princípio, o governador do estado de São Paulo sanciona a
Lei 17.294, deste ano, para que o governo do estado publique a localização de
todos os radares das rodovias estaduais paulistas, sejam fixos, móveis,
estáticos ou portáteis.
Por sua vez, o governador de São Paulo, João Doria, não
cumpre a própria lei, que foi sancionada no mês de outubro, em razão da
inexistência de seu funcionamento. Assim, milhares de usuários das rodovias
receberam notificações de imposição de finalidades; multas. Diversos condutores
da região de Dracena, por exemplo - é um desses casos -, apontam supostas
irregularidades no funcionamento dos radares, que até então seriam apenas uma
coleta de informações relacionadas à pesquisa de controle de tráfico.
Olha que maldade: ele diz que o radar é para obter
informações e na verdade está te multando. Funcionamento de radar é caso de
polícia em Dracena, virou notícia no jornal lá. Aí está: “Prejuízo de
motoristas com multas aplicadas”. Estamos falando, nobre audiência da Rede Alesp de Comunicação, de milhões de reais, não estamos
falando de pouco dinheiro não, como vocês vão ver.
“A Polícia Civil apresentou um boletim de ocorrência para
resguardar os direitos de centenas de condutores que se sentiram lesados com
relação às multas no radar que existe no km 646 da rodovia Comandante João
Ribeiro de Barros, lá em Dracena. A polícia passou a receber diversas ligações
que buscavam informações. Em razão disso, o Ministério Público de São Paulo
instaurou na última segunda-feira um inquérito civil para apurar essas
irregularidades na instalação de radares”.
Estão aqui as portarias de instauração do promotor de
Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo. Com razão, parabéns ao
Ministério Público, que vai intervir nessa situação vexatória. Na portaria de
instauração do inquérito do Ministério Público, consta que milhares de usuários
dessa Rodovia 294 receberam notificações de penalidades em razão do início das
operações de forma irregular.
Um dos pontos considerados pelo Ministério Público foi
eventualmente a observância de normas legais que implicam em violação de
boa-fé, pois o aparelho se destinava exclusivamente a pesquisa de tráfego. Já
terminando, Sr. Presidente, um dos pontos considerados também é que, entre a
data do início da operação dos radares e a publicidade, houve a imposição...
Olha só, nobres deputados aqui presentes: nada mais, nada menos do que 12.863
multas, e arrecadaram para o estado mais de três milhões.
Olha que beleza a vontade de roubar dinheiro do povo de
forma ilícita. Me explica isso aí, Governo do Estado de São Paulo. Mais um
ponto considerado pelo MP é que a imposição de milhares de autos de infração
resultantes dessa operação vai resultar na suspensão da habilitação de centenas
de milhares de motoristas da região, que estão ganhando seu dinheiro
honestamente e pagando seus pedágios. Houve má-fé, sim, do estado de São Paulo.
Já terminando, por fim, o Ministério Público do Estado de
São Paulo requer ao Departamento Estadual de Trânsito cópia do estudo técnico
com vistas à necessidade da instalação de radares, bem como o informe exato do
número de infrações registrado por esses radares. Mais uma denúncia da má-fé da
gestão do Governo do Estado de São Paulo.
Voltamos em breve, na lista suplementar, para falarmos da
Embraer, da aviação e dos impactos do coronavírus na economia do Vale do
Paraíba. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. O próximo
deputado é o deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Falarei posteriormente. Deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Jorge Lula do Carmo.
(Pausa.) Deputado Frederico d’Avila.
(Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado
Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia,
ontem nós protocolamos aqui na Presidência da Assembleia Legislativa um pedido
de impeachment do governador João Pinóquio Doria, o desgovernador
do estado de São Paulo.
Por conta de várias irregularidades, de vários crimes de
responsabilidade, de afronta à Constituição Federal, afronta à Constituição
Estadual, ao ordenamento jurídico, afronta ao Estatuto do Idoso, esse pedido
foi organizado por várias entidades representativas dos servidores, muitas
delas da Educação, que formularam e assinaram - a Udemo,
a Apase, o CPP - e várias outras entidades ligadas
aos servidores do Judiciário. Enfim, são inúmeras as entidades que depois vou
enumerar para que todos tenham conhecimento.
Eu assinei logicamente esse pedido, porque é muito bem
fundamentado e vem nesse diapasão do que estamos denunciando há um bom tempo
aqui na Assembleia Legislativa. Um dos principais motivos apresentados nesse
pedido de impeachment do desgovernador João Pinóquio
Doria é em relação à Previdência estadual.
O governador está promovendo o confisco dos proventos e das
pensões, Sr. Presidente, agredindo o direito de pessoas que já contribuíram com
seu sistema previdenciário. Essas pessoas estão sendo roubadas, assaltadas em
praça pública pelo governador João Doria, que publicou, no meio da pandemia, um
decreto fazendo esse confisco salarial, confiscando os proventos e as pensões
de pessoas que ganham abaixo do teto do regime geral da Previdência.
Ou seja, pessoas que têm um provento ou uma pensão de 1.045
reais a 6.100 reais começam a ter agora um desconto monstruoso de 12, 14, 16% para quem
passa desse teto. Essas pessoas estão sendo penalizadas, pessoas adoentadas,
portadoras de doenças graves, que precisam comprar remédios. De repente, do
nada, deputados e deputadas, a pessoa tem um desconto de 200, 300, 400, 600
reais no seu provento ou na sua pensão. Isso é um absurdo total.
No nosso pedido, nós também levantamos a questão da
dívida do estado com a Previdência estadual, com os servidores, porque é uma
dívida histórica, lá de trás, quando nós ainda tínhamos o Ipesp,
antes de 2007. Eu me lembro que a aprovação da famigerada Lei n° 1.010, em
2007, foi a primeira reforma da Previdência, na gestão do Serra. Eu votei
contra também, porque já tinha alertado dos efeitos perversos daquela lei.
Naquele momento do debate feito aqui na Assembleia
Legislativa, nós tínhamos levantado essa dívida. Em 2007, valia 64 bilhões de
reais, que foi o dinheiro que o estado retirou do Fundo Previdenciário dos
Servidores, inclusive das carteiras previdenciárias dos advogados, dos
economistas e dos cartorários também. O governo retirou esse dinheiro para construir
prédios públicos, fóruns e não devolveu o dinheiro.
A dívida atualizada em 2020, Sr. Presidente, se a
gente fizesse uma atualização, seria de aproximadamente 154 bilhões de reais. É
a dívida do Estado com a São Paulo Previdência, com os servidores do estado de
São Paulo. O Governo na época só reconhecia 34 bilhões. Reconheceu, tanto é que
na Lei n° 1.010, que eu citei aqui, da reforma da Previdência de 2007, tem o
Art. 28 que reconhece a dívida.
Nós vamos de alguma forma pagar em 10 anos, vamos recapitular
essa dívida, fazer uma negociação em torno dela e será paga em 10 anos. Nunca
foi paga. O Governo reconheceu 34 bilhões, atualizando para os dias de hoje
daria aproximadamente 84 bilhões de reais. Na verdade, então não tem dívida
atuarial. A dívida na verdade é do Estado com os servidores, e não o contrário.
Isso também colocamos na nossa representação, no
nosso pedido de impeachment ao governador, o confisco do Iamspe,
o desmonte dos serviços públicos do estado de São Paulo, o fim da Sucen, o fim da CDHU. São vários elementos que nós
elencamos que atentam contra a população, e muitos deles, sem dúvida,
caracterizam crime de responsabilidade. Eu diria mais, crime de lesa-humanidade
contra a população mais pobre, mais carente, e sobretudo esse ataque frontal
aos aposentados e pensionistas, Sr. Presidente.
Pedimos e exigimos que o presidente Cauê Macris
aceite esse pedido e encaminhe o pedido de impeachment do governador para a
Comissão de Constituição e Justiça, porque queremos debater. É um pedido bem
fundamentado, formulado pelas entidades representativas dos servidores
públicos, que tem que tramitar na Assembleia.
Eu peço o apoio de todos vocês, todos os deputados e
deputadas, para que o projeto possa, enfim, tramitar, Sr. Presidente. É muito importante,
porque não dá mais para manter no estado de São Paulo um governador que ataca
as áreas sociais, que ataca o SUS, como está fazendo agora no Orçamento,
retirando mais de 800 milhões do Sistema Único de Saúde.
O Bolsonaro tentou privatizar o SUS, conseguimos
deter esse ataque criminoso contra o SUS, mas aqui em São Paulo o governador
também ataca o SUS. Acabou com a Sucen, que é do SUS,
e está retirando do Orçamento quase um bilhão de reais, em plena pandemia.
Por isso, Sr. Presidente, para concluir, peço e rogo
o apoio de todos os deputados e deputadas para que nós possamos aprovar o
pedido de impeachment do governador, desgovernador,
João Pinóquio Doria.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA -
PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é
o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Janaina
Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa, os colegas presentes, os funcionários da Casa, as
pessoas que nos acompanham. Vou tomar a liberdade, Excelência, de fazer um
pequeno protesto relativamente aos debates que vêm ocorrendo com os candidatos
na Capital.
Eu não considero democrático que emissoras de TV,
veículos de comunicação cerceiem o verdadeiro debate na medida em que convidam
apenas os candidatos que estão nos primeiros lugares nas pesquisas de intenção
de votos, pesquisas essas que têm sido feitas com critérios questionáveis. Uma,
inclusive, foi suspensa por decisão judicial, e a decisão vem sendo tratada
como um ato de censura.
Entretanto, quando se verifica a porcentagem das
pessoas questionadas, entrevistadas, nota-se uma disparidade entre a
representatividade dos entrevistados e a representatividade da população.
Muitas são as emissoras que se negam a fazer os debates, e as que fazem
estabelecem critérios que excluem muitas pessoas.
Eu já declarei meu voto, mantenho meu voto. Não
entendo que seja aqui o “locus” para fazer campanha eleitoral,
mas incrivelmente aqueles candidatos que trazem propostas diferenciadas, que
trazem propostas novas estão sendo excluídos do diálogo, estão sendo excluídos
de muitos meios de acessarem a população.
O debate que ocorreu hoje, promovido pela “Folha” e
pelo “UOL”... Inclusive um colega da Casa, que é
candidato, fez um protesto fazendo uma “live” ao
mesmo tempo em que o debate era veiculado. O debate me chamou a atenção por
dois pontos: primeiro, por cercear a participação de muitos candidatos bons e com
isso privar a população de informação, mas também me chamou a atenção o fato de
justamente as candidatas não participarem.
Eles estabeleceram um critério de forma que nenhuma
mulher candidata pode participar. Os senhores sabem que declarei voto a um candidato,
mas isso não tira a minha legitimidade de dizer que senti mesmo um critério um
tanto quanto sexista, um critério de exclusão, na medida em que são três
mulheres que se candidataram à prefeitura de São Paulo, e no debate de hoje
nenhuma estava presente. Não entendo que isso seja democracia.
Temos dois colegas aqui na Casa, colegas com
propostas, com ideias muito diferente entre si. Eu me alinho mais com um dos
colegas do que com a colega, mas respeito ambos e entendo que ambos, inclusive
como deputados estaduais eleitos e candidatos, deveriam ser ouvidos.
Aqui é um protesto não como deputada, não como uma
pessoa por determinação legal filiada a um partido eleitoral, mas como cidadã.
Eu entendo verdadeiramente que os veículos de informação, pelo menos no que
concerne à Capital, estão prestando um desserviço.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA -
PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é
o deputado Luiz Fernando da Silva. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.)
Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.)
Pela Lista Suplementar, deputado Douglas Garcia.
(Pausa.) Deputado Sergio Victor. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Ricardo Mellão. Vossa Excelência tem o tempo
regimental.
Solicito ao deputado
Castello Branco que assuma a Presidência dos trabalhos, que o próximo a fazer
uso da palavra serei eu.
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, muito
obrigado. Srs. Deputados presentes, demais servidores da Casa, continuando a
fala do deputado Sergio Victor, eu queria comentar aqui e destacar, primeiro, o
compromisso com aqueles que me elegeram.
Prometi desde a minha
campanha que seria um deputado atuante na defesa da livre iniciativa, sempre.
Inovações, livre iniciativa, liberdade para empreender, porque é assim que
acredito firmemente que nós seremos um país próspero, gerando renda, gerando
emprego, gerando inovações e serviços que serão usufruídos pela população em
geral. Assim teremos uma vida mais confortável, com mais renda, com mais
empregos e mais prosperidade.
O Governo do Estado de
São Paulo, através da Artesp, sugeriu no mês passado
uma portaria para regulamentar um decreto, o Decreto 29.912, de 1989. É um
decreto antigo que dispõe sobre a aprovação e o regulamento do serviço
intermunicipal de transporte coletivo de passageiros por fretamento. Esse
decreto regula esse tipo de serviço e está vigendo desde 1989.
Com o tempo, com a
evolução, com a inovação, foram surgindo novas iniciativas com as novas
tecnologias, e uma delas por aplicativo, semelhante ao que faz o Uber. O Uber
conecta passageiros e motoristas que querem prestar o serviço de transporte
particular. E o Uber, assim como o Uber, o Cabify,
entre outras empresas, fez muito bem essa conexão, o que funcionou muito bem. O
usuário aprovou e hoje está aí rodando firmemente, servindo a população e
gerando oportunidade de renda para milhares e milhares de pessoas no Brasil e
no mundo.
No transporte de ônibus
rodoviário também surgiram iniciativas nesse sentido, que reuniram passageiros
interessados em se transportarem de uma cidade para outra e empresas que faziam
fretamento de ônibus. Então essa iniciativa juntou aqueles que tinham interesse
e, junto com essas empresas, passageiros, e proporcionaram uma nova tecnologia.
Começou a crescer bastante esse tipo de serviço, não só no estado de São Paulo
como em outros estados, o que possibilitou que houvesse essa conexão e assim
fosse feito um fretamento coletivo entre pessoas, graças à plataforma e à
tecnologia.
Assim, o que se
procedeu com isso? As pessoas começaram a ser transportadas de forma mais
barata, com mais qualidade, e o serviço começou a crescer, começou a ser
aprovado pela população. Só que aí, e seguindo o decreto que até então
regulamenta o transporte coletivo de passageiros por fretamento, surgiu essa
iniciativa por parte do Governo do Estado de São Paulo, através dessa portaria,
para regulamentar esse decreto, que já é de 1989. E essa portaria cria
limitações para os fretados.
Aí lhe pergunto: quando
vai surgir uma nova regulamentação - eu já não gosto de regulamentação - a
gente imagina que vá acompanhar a inovação, que vá fomentar a inovação, mas
não, essa portaria cria uma série de regras burocráticas. Entre elas, só para
trazer um exemplo aqui, obriga que você disponibilize uma lista de passageiros
com até 48 horas de antecedência, sendo que a regra atual era até uma hora.
Hoje, com a tecnologia, você consegue ter a lista muito rapidamente. Por que
aumentar esse prazo de 48 horas?
Segunda coisa, circuito
fechado. Agora, se você reúne um número de passageiros interessados em fazer o
transporte até uma cidade, eles se cadastram ali nessas plataformas. Surgindo a
demanda, se freta um ônibus. Agora simplesmente eles querem fazer o circuito
fechado. Você não pode ir apenas para uma cidade, você tem que,
obrigatoriamente, ter a cidade de volta. E terceira, que aí eu gostaria muito
que explicassem, porque eu não vejo outro motivo, impedir que esses ônibus
fretados tenham ali, constem o logo da empresa que os contrata.
Então, qual o sentido
disso a não ser, do meu ponto de vista, evitar essa nova tecnologia que está
trazendo evolução, emprego e renda? E oportunidade para os fretados. E aí eu
gostaria de seguir um pouco mais no meu tempo. Acho que eu vou me inscrever em
uma outra lista e continuo a minha fala aqui.
Muito obrigado, já que
acabou o tempo.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Castello Branco.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado, nobre
deputado Ricardo Mellão, inscrevendo-se para a lista suplementar.
Próximo orador inscrito
no plenário do Pequeno Expediente do dia 11 de novembro de 2020, nobre deputado
Coronel Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
todos que nos assistem pela Rede Alesp, quero iniciar
a minha fala hoje, dia 11 de novembro de 2020, quarta-feira, saudando o Dia do
Material Bélico da Aeronáutica. A esses profissionais que trabalham pela
soberania e pela segurança nacional, o nosso grande abraço.
Lembrando
também que hoje, dia 11 de novembro, é o Dia do Armistício, um dia comemorado
mundialmente, principalmente na Europa, porque às 11 horas do dia 11 de
novembro, às 11 horas, do dia 11/11, terminou a Primeira Guerra Mundial,
praticamente dando fim a quatro anos de uma grande perda de jovens, a geração
perdida. Milhões de jovens morreram na Primeira Guerra Mundial.
E
lembrando também que no dia 11 de novembro é comemorado o Dia do Veterano em
praticamente todo o mundo. Aqui em São Paulo, uma lei nossa, a Lei 17.095,
criou o Dia do Veterano hoje. Parabéns a todos os veteranos das forças armadas,
das polícias militares, enfim, de todas as forças de segurança. A todos os
veteranos das forças armadas e das forças auxiliares.
Pois bem,
tenho recebido alguns e-mails aqui de vários funcionários públicos, em especial
de alguns policiais civis, que nos escrevem revoltados aí com a reforma da
Previdência e o Projeto 529, que aumentou a alíquota de desconto da
aposentadoria de todos os homens e mulheres da Segurança Pública. Alguns
e-mails são até mal-educados.
Não
deveria nem responder, porque acho que a pessoa escreve para todos os deputados
e, em vez de pesquisar realmente quem votou e quem não votou, escrever de uma
maneira até coesa, não, escreve com má-educação. A gente não deveria nem
responder, mas eu vou responder sim. Faz de conta que não foi para mim, porque,
a partir do momento que ele fala de modo geral, ele atinge a todos
indistintamente.
Aí eu
pergunto: de que adianta a gente ficar lutando, batalhar, trabalhar, lutar, se
no final você é jogado em uma vala comum? É muito complicado isso. As pessoas
têm que ter essa cautela.
Diz aqui
o Sr. Maurício: “Sou escrivão de polícia, aposentado após 42 anos de
contribuição e trabalho. Há aproximadamente 10 anos sou descontado injustamente
com 11% dos meus vencimentos, e agora, de forma vergonhosa e inconstitucional,
sou descontado com 16% por aprovação de vocês”.
Ou seja,
de nós. Aí ele já comete um grande erro, porque não foi a nossa aprovação. Isso
veio do governo federal e foi feito um acordo aqui no governo estadual, quando
foi feita a reforma da Previdência, a qual eu votei contra. Então, não foi
nossa, foi de alguns que colaboraram com o Governo do Estado, porque eu sempre
fui contra essa reforma da Previdência.
E aí ele
faz uma série de questionamentos e pergunta por que não pressionamos o
governador a cobrar bilhões de impostos devidos por grandes empresas, aos quais
também o governo faz uma política de isenção. É exatamente o que nós temos
cobrado várias vezes aqui nesta tribuna.
E eles
perguntam também o seguinte, ele diz o seguinte: “Deixem-nos em paz e tirem de
suas mordomias e salários, pois são os políticos mais bem pagos do planeta”.
Outra injustiça que ele faz aqui, porque ele não vê que a maioria dos
deputados aqui, um bom número de deputados luta pelo funcionalismo.
Se não há mais resultado, a própria culpa é do cidadão que não comparece
aqui e exige seus direitos, que não apoia os deputados quando os deputados
estão lutando pelos funcionários, lutando pela população. Não vem ninguém nos
apoiar. Aliás, nem assistem às sessões plenárias; aliás, nem sabem o que
acontece.
Quando estava sendo votado o Projeto 529 aqui, e nós ficamos dois meses
lutando contra o 529, eu perguntava, nos eventos a que eu ia, nas reuniões, se
as pessoas sabiam o que era o 529. Ninguém sabia, ou seja, ninguém estava
interessado. Até cair uma bomba na cabeça de todo mundo, aí a culpa é dos
deputados, que nada fizeram.
Então, a população tem que entender que esta Casa é do povo, tem que
haver a participação da população, sim. E, se houve aqui a aprovação da
Previdência, se houve a aprovação do Projeto 529, foi porque houve uma pressão
forte em cima de alguns deputados, que aceitaram, por problemas particulares,
estar com o governo.
Agora, nós, que lutamos contra desde o início e continuamos lutando
contra, somos a minoria nesta Casa. E somos fracos, porque, além de não termos
o apoio da população, quando passa uma desgraça dessa, somos jogados numa vala
comum, como se nós também tivéssemos aprovado tais disparates. Então, é
necessário o apoio da população, sim.
Aí nós temos, em seguida, um e-mail da Sra. Maria Estela, também escrivã
de polícia aposentada desde 2014, lá de Marília. Ela fala a mesa coisa, que
houve uma mudança no cálculo da alíquota de desconto dos servidores
aposentados. Isso está acontecendo na Polícia Civil, está acontecendo na Polícia
Militar, na Polícia Técnico-Científica, no pessoal da administração
penitenciária, enfim, nos professores; está acontecendo com todos os
funcionários.
Isso é um reflexo de um governo que foi eleito prometendo ajudar, mas
mentiu desde o primeiro momento, ao assumir o governo. Mentiu quando se
desligou do governo Bolsonaro, dizendo que nunca havia apoiado o governo
Bolsonaro; mentiu quando deixou de cumprir o que falou que faria em prol das
polícias, da Polícia Militar, da Polícia Civil; mentiu quando falou que
valorizaria o funcionário público, e não valorizou. E por aí vai, uma mentira
atrás da outra.
Então, nós também fomos vítimas dessa mentira e estamos contra essa
maneira perversa de governar. Mas é necessário, sim. Eu tenho certeza de que,
neste momento, no estado de São Paulo, pouquíssimas pessoas estão acompanhando
a nossa sessão plenária aqui - os deputados que já falaram; eu, que estou
falando; outros, que falarão. Pouquíssimas pessoas nos acompanham diariamente,
não sabem o que está acontecendo e depois vêm perguntar: “deputado, por que
isso, por que aquilo?”.
A população infelizmente não presta atenção nos seus direitos, não cobra
os seus governantes e deixa que as coisas aconteçam. Aí, depois reclama, e não
dá tempo. Nós estamos compromissados com o funcionalismo público, nós estamos
compromissados, aqui, com o direito do cidadão paulista e vamos continuar
brigando.
Temos aqui, sempre, a nossa Polícia Militar. Hoje está o cabo Ferraz
representando a nossa Assessoria Policial Militar. Essa Assessoria sabe o
trabalho que nós fazemos diariamente pela população e pelo funcionalismo, mas é
necessário, sim, que a população esteja conosco, nos apoiando e nos ajudando a
combater os disparates que o governo estadual tem feito contra a população de
São Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Dando sequência à lista de oradores inscritos na lista suplementar
do Pequeno Expediente, do dia 11 de novembro, convocamos o nobre deputado
Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Nobre deputado Altair Moraes.
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Muito boa tarde a todos os amigos que nos assistem, aos deputados e deputadas. Hoje a minha amiga, deputada Janaina Paschoal, me mandou uma mensagem mostrando algo que ela viu, que eu achei... Não posso dizer “engraçado”, porque dá raiva falar que isso é engraçado, mas eu vou colocar aqui para alguns entenderem o que é a linguagem não binária.
Coloca aqui, por favor. Eu acho que tem aí a matéria; está aí. O Muçum, né? Acho que alguém se lembra dele, grande humorista. Mas está aí: “o Colégio Brasileiro do Rio de Janeiro envia uma circular - prestem atenção, pais de alunos - para comunicar que passará a adotar a forma ‘querides alunes’ na sua tarefa de combater a binaridade de gênero, entre outras iniciativas”.
Mas é muita bagunça neste país, rapaz. Diz aqui: “faz parte da neutralização do gênero gramatical adotar um conjunto de operações linguísticas voltadas tanto ao enfrentamento do machismo e do sexismo no discurso quanto à inclusão de pessoas não identificadas com o sistema binário de gênero”, explica a escola.
Eu quero saber aonde diabo a gente vai parar, meu Deus do céu. Mas é um absurdo, isto é uma afronta contra a língua portuguesa. A gente entende que as pessoas têm opção diferente, que pode ser o que for. Agora, mexer na língua portuguesa... Aí, manda uma circular.
Eu estava lendo aqui algumas coisas, que eu vou pontuar. “Segundo a escola, isso faz parte da neutralização do gênero gramatical”. Só que tem o seguinte: isso é um verdadeiro absurdo. Sabe por quê? Porque é uma afronta direta à nossa língua portuguesa, até porque o uso dessa linguagem é inexistente no português, meu Deus do céu. Será possível que eu tenho que ser tão burro para não entender isso?
“Ah, mas tem que incluir; tem que respeitar.” É verdade. Eu incluo pessoas, excluo outras, né? Vamos imaginar a linguagem não binária para os deficientes visuais. Eles lendo em braile. Como vai ler “alunes”, “todes”, “deputades”, “boa tarde a todes”? A gente ouve isso aqui, dói no ouvido. Eu não vejo ninguém se pronunciando. Até parece que é uma coisa maravilhosa que está acontecendo no nosso país, e as pessoas ficam caladas. Eu não vou ficar calado, eu não vou me calar.
Outro detalhe: bom, vocês que defendem essas causas, eu quero falar uma coisa para vocês. Essas bandeiras que vocês defendem... O surdo, imagina a linguagem para surdo, como é que fica com a linguagem não binária? Está excluindo, né? Sabe o que acontece com esse pessoal? É simples, meu amigo Coronel Telhada. Eu vou até falar com o senhor aqui, pois eu tenho certeza de que o senhor vai concordar com o que a gente vai falar.
Os esquerdistas são o seguinte: quando eles não querem que use o armamento, sabe o que eles fazem? Eles tiram o armamento da população e não querem que ninguém se arme. Um direitista, quando não quer ser armado, ele não compra arma; ponto. Ele não é obrigado a comprar arma. Os esquerdistas, não. Eles querem criar leis, elaborar e não querem que ninguém use.
Quando o direitista é vegetariano, deputado Janaina, sabe o que ele faz? Ele não come nada de origem animal. Ele não come, ponto, acabou, respeita. O esquerdista? Ah não: “vamos criar projeto de lei, vamos trabalhar para ninguém comer nada de origem animal, porque eu sou vegetariano, então todo mundo tem que ser vegetariano”.
Se a pessoa se identifica com um tipo de linguagem dessa, problema dela. Agora, querer mudar a nossa história, a nossa língua portuguesa, isso é absurdo, isso é ridículo. No que depender de mim, eu vou fazer de tudo para essa porcaria não passar. Na verdade, não tem como passar, porque isso tem que ser projeto de lei, né? Tem que mudar até a Constituição para isso; a gente sabe muito bem disso.
Quando um direitista é homossexual, sabe o que ele faz? Ele tem a vida dele, tranquilo; ele tem o namorado, namorada, seja lá o que for. Quando é o esquerdista, sabe o que ele quer fazer? Ele quer criar, elaborar leis e quer ter mais respeito do que todo mundo, e é como se todo mundo tivesse que ser a mesma coisa.
Então, esse pessoal tem um tipo de linguagem que eles usam e querem impor isso às nossas crianças e dentro dos nossos colégios. Atenção, senhores pais: denunciem, abram a boca, falem, porque isso é inconcebível e nós não vamos aceitar esse tipo de coisa com os nossos filhos, com as nossas crianças.
Agora, o que mais me deixa chocado, deputada Janaina, Coronel Telhada, meus amigos que estão aqui, é que foi feita uma circular. Eu conversava há pouco com a deputada Janaina, ela falava: “não, deputado, a gente vê isso dentro da faculdade”. Alguns professores universitários que não sei de onde diabo tiraram isso; eles usam isso, alguns professores, alguns alunos até usam isso. Mas mandar uma circular - isso é uma afronta com a nossa língua portuguesa.
Aí nós, que pensamos diferente, é que somos errados, mas o grande problema de tudo sabe o que é? É ficar calado com esse tipo de coisa. Eu não vou me calar. Obrigado a todos.
O SR.
CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero discordar radicalmente da
posição do deputado Altair, porque eu fiquei chocado com isso. A gente, vivendo
numa pandemia, 160 mil pessoas mortas no Brasil, a maior crise econômica de
todos os tempos, e o deputado trazer um assunto desse, do Rio de Janeiro?
Deputado, primeiramente, a língua portuguesa é
dinâmica. Ela vem se transformando. Vários termos foram incorporados na língua
portuguesa. Vossa Excelência tem que estudar um pouquinho mais a dinâmica da
gramática da língua portuguesa, como ela vem se transformando. Em segundo
lugar, deputado Altair, com todo o respeito que eu tenho a V. Exa., quero fazer
um debate franco e aberto. Talvez numa outra oportunidade, porque não dá, é uma
comunicação.
Isso aí já era. O Supremo Tribunal Federal já
decidiu. Já tem parecer do Supremo Tribunal Federal. Parecer, inclusive, do
Gilmar Mendes quando julgou, agora recentemente, uma lei do Escola sem Partido,
que tratava dessa questão de gênero, de ideologia de gênero. Ele disse o seguinte:
é obrigação das escolas trabalhar a diversidade sexual, educação sexual,
combate à homofobia. É disso que se trata.
O trecho que o senhor leu, de um informativo
para os pais: V. Exa. é a favor da homofobia? É crime
no Brasil. A escola está cumprindo o seu dever, combatendo a homofobia, que
mata milhares de pessoas no Brasil. Tem uma violência simbólica, psicológica e
física contra a população LGBT, e a escola está cumprindo o seu papel
constitucional.
Acho que V. Exa. não entendeu. Então isso já
acabou, esse negócio de ideologia de gênero já era, acabou. Vocês foram
derrotados. O Escola sem Partido foi derrotado no Supremo Tribunal Federal.
Leia o parecer do ministro Gilmar Mendes. Acabou esse debate no Brasil. O
Escola sem Partido, esse programa de censura, de mordaça, essa proposta
medieval e atrasada, fundamentalista, “talebânica” já
era, acabou do ponto de vista legal. A sociedade não aceita mais isso.
A SRA.
JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu só queria, respeitosamente, esclarecer que
os debates que houve no Supremo Tribunal Federal têm a ver com a homofobia,
transfobia, discriminação, com a impossibilidade de proibir que, numa sala de
aula, temas de todas as naturezas possam ser - vamos dizer assim - vetados.
Então não é proibido tratar de temas dentro de
uma sala de aula; nem poderia, porque o aluno pode ter uma dúvida. O aluno pode
se reconhecer homossexual, sobretudo na adolescência, ou transexual. Precisa
ser acolhido. Precisa ter um espaço de fala. Esta circular não tem nada a ver
com o que foi debatido no Supremo. Em nenhum momento, ministro nenhum mandou
mudar a linguagem no País ou dentro das escolas.
Qualquer professor que preze a democracia fica
preocupado com uma circular dessa, porque o aluno, sobretudo aquele que é pequeno,
a criança, ele vai se sentir constrangido a falar errado. Quando, na circular,
eles dizem “não é obrigatório adotar essa linguagem”, todo professor sabe como
a criança e o adolescente se sente pressionado no
ambiente escolar.
Aquele coitadinho que ousar não utilizar essa
linguagem vai ser constrangido. Vai ser perseguido. Como o colega aqui foi
chamado de homofóbico e transfóbico sem ser, a
criança na sala de aula vai ser tratada como homofóbica e transfóbica
sem ser. É essa opressão que nós não podemos tolerar, da mesma maneira que não
toleramos a discriminação de pessoa qualquer.
Todas as pessoas têm que ser respeitadas,
acolhidas, conviver em harmonia. Não importa a orientação sexual, não importa
gênero, não importa religião, nada disso. Agora, de a minoria impor a linguagem
para a totalidade? Desculpa, isso o Supremo não decidiu. Isso o Supremo não
pode decidir, porque isso sim é totalitarismo. Então, a fala do colega foi uma
fala correta sob o ponto de vista da Educação.
Vossa Excelência acha que é a única pessoa aqui
dentro que entende de Educação? Desculpa. Vossa Excelência defende uma pauta e
quer impor à totalidade. Não sei em que país V. Exa. vive. Quem foi derrotada
foi essa mentalidade, tanto é que a imprensa inteira está assustada. Mas quem
vive a universidade pública no Brasil sabe que isso é ideologia de gênero, e
nada do que é vendido como discriminação, quando a gente se preocupa, é com
esse tipo de totalitarismo.
Nós não vamos abaixar a cabeça. Não vamos.
Entendeu? As crianças têm que ter liberdade. Isso não é liberdade.
O SR.
PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Nobre deputado Giannazi, vou dar a palavra a
Vossa Excelência. Eu só gostaria de passar a palavra ao nobre deputado Altair
Moraes, que está na lista. Na sequência, eu passo para o senhor.
O SR.
ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Respondendo ao meu amigo,
deputado Giannazi, ao qual tenho muita consideração. Eu fico muito feliz com a
sua palavra. Muito, muito, muito, porque eu vejo que a gente está no caminho
certo. É só isso, Giannazi. Você discordou? A coisa é boa.
Janaina, obrigado pelo apoio e pela coerência
como você colocou.
O SR.
CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Dizer que a deputada distorceu o que eu falei.
Deputada, eu não disse que o deputado Altair é homofóbico. Eu perguntei se, por
acaso, ele defendia a homofobia. Eu sei que não, que não é um deputado
homofóbico. Agora, as posições que ele adota talvez possam contribuir para a
homofobia, mas ele não é uma pessoa que se comporta de uma forma homofóbica.
Não fiz essa acusação contra ele.
Segundo, deputada: a senhora tem que
estudar um pouquinho mais. Não existe ideologia de gênero. Vossa Excelência é
uma professora universitária. Isso não existe. Ideologia de gênero? Esse
conceito não existe. Na verdade, isso foi inventado para colocar um freio na
revolução que as mulheres e a comunidade LGBT estavam fazendo, do ponto de
vista da emancipação das mulheres, que V. Exa. deveria defender. Foi coisa lá
dos anos 80, dos anos 90, que foi criado esse movimento que criou esse nome, de
ideologia de gênero, que não tem nenhum significado do ponto de vista
acadêmico. Não tem.
É um movimento criado para deter o avanço da
luta das mulheres pela sua emancipação e da comunidade LGBT. Então não combina
com V. Exa. ficar falando em ideologia de gênero, pega mal. Vossa Excelência é
uma professora universitária, sabe os conceitos das coisas, das palavras. Sabe
também que a língua portuguesa incorpora, sim, várias terminologias, inclusive
gírias que foram criadas, que já foram incorporadas, que a gente fala no nosso
dia a dia. Não vejo nada demais.
Realmente, ali é um comunicado aos pais de um
projeto pedagógico de uma escola, me parece, uma escola particular. O pai tem
todo o direito e a liberdade de manter ou não o seu filho nessa escola. Se ele
concorda com o projeto pedagógico, ele vai manter o seu filho, ele vai pagar a
mensalidade. Então não vejo nada demais. Estou preocupado é com mais de 160 mil
pessoas mortas no Brasil, com o desemprego, com a crise econômica, com a
retirada dos direitos dos trabalhadores, direitos trabalhistas, previdenciários
e sociais.
Esse é o nosso debate, que tem que permear o
desconto, o confisco nos proventos e nas pensões dos aposentados do estado de
São Paulo que ganham salário mínimo. A gente tem que focar nisso. Agora, ficar
pegando e falar em ideologia de gênero? Esse já é um debate superado no Brasil.
Isso acabou.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Em função do horário,
enalteço o diálogo democrático das opiniões e, em função do tempo, nós
declaramos encerrado o Pequeno Expediente de hoje, dia 11, e aberto o Grande
Expediente do dia 11 de novembro de
2020.
* * *
- Passa-se ao
* * *
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Na lista de oradores
inscritos no Grande Expediente, temos o deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Na
sequência, o deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. O senhor tem o tempo
regulamentar de dez minutos.
O SR.
DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da
TV Alesp, pessoas que nos assistem, vim a esta
tribuna hoje, quarta-feira que antecede as eleições municipais em todo o
Brasil, no próximo dia 15, para dizer da importância que tem a gente, nós,
brasileiros e brasileiras, sabermos escolher os nossos representantes.
É bem verdade que nosso povo, o povo
brasileiro, escolhe vereadores, prefeitos, deputados, senadores e presidente da
República ainda por aquilo que vê nos meios de comunicação, na televisão, nas
propagandas, e não faz, muitas vezes, uma reflexão mais segura, mais ponderada
de um verdadeiro representante, especialmente do Poder Legislativo.
Tem aí uma reportagem, uma pesquisa que diz que
lamentavelmente quase 70% do povo paulistano, aqui na cidade de São Paulo, por
exemplo, não sabe em quem vai votar para vereador. Não escolheram ainda o seu
vereador. Isso é uma demonstração de que realmente o cidadão, o eleitor não se
preocupa, não pensa um pouco antes, não faz uma reflexão antes de escolher o
seu representante no âmbito municipal - no caso das eleições agora de 2020 - e,
às vezes, deixa-se levar pela mídia, pela propaganda fácil, por aquilo que está
sendo falado.
A gente tem visto nas propagandas eleitorais
muitas faltas de verdades, muitas mentiras, na verdade, muitas mentiras.
Lamentavelmente, as pessoas às vezes escolhem o seu representante falando:
“olha, eu vou votar naquele que está bem na pesquisa, porque eu não quero
perder o meu voto”. Olha só que tipo de escolha. Não pode ser assim. Nós temos
que escolher o nosso vereador ou o nosso prefeito, nosso representante, seja
qual for a esfera, de forma consciente.
Costumo dizer que votar é digitar, é você ir lá
no dia da eleição, na urna, e simplesmente digitar o número do seu candidato ou
candidata, mas escolher o seu representante legislativo, o seu vereador, a sua
vereadora, o seu prefeito ou prefeita é um ato de cidadania, de civilização, de
consciência política, para depois a gente não se arrepender, porque muitas
vezes a gente se arrepende.
“Olha, fui lá e votei no primeiro papelzinho
que eu encontrei na frente da escola, porque eu não fiz avaliação, não escolhi
o meu vereador nem o meu prefeito. Votei em qualquer
um, porque é tudo igual mesmo”. Não é tudo igual, porque ninguém que vai ser
candidato, eu acredito... Eu não me candidatei para ser igual a ninguém, nem
melhor do que ninguém, mas eu me candidatei para ser um representante na
sociedade paulista e paulistana.
Então, as pessoas ainda têm esse hábito de
dizer: “olha, é tudo igual, então vamos votar em qualquer um”. E depois ficam
reclamando, ficam falando que os políticos são todos corruptos, são todos
ladrões. Sabe, não é verdade. É preciso fazer o exercício de escolher o nosso
representante, de saber o que ele faz, qual é o seu passado, qual a sua
idoneidade, o seu projeto, o que ele pensa para uma sociedade melhor, para uma
cidade melhor, para uma comunidade melhor. Esse é o espírito de realmente
escolhermos o nosso representante, o vereador ou prefeito no caso agora da
eleição de 2020.
Então, quero fazer um apelo à nossa sociedade.
O Brasil vai escolher, nos 5.570 municípios, seus prefeitos ou prefeitas, seus
milhares de vereadores, mas a consciência política de escolher realmente a
pessoa que você sabe que amanhã você vai poder encontrar, você vai poder ir ao
gabinete, você vai poder ir ao escritório político e você acompanhar o
mandato...
Porque o mandato não é um cheque em branco. O
voto não é um cheque em branco, que simplesmente você vai lá e vota, e o
deputado, o vereador faz o que quiser. É importante fiscalizar. É importante
acompanhar. É importante votar consciente.
Por isso, eu clamo aqui aos brasileiros e
brasileiras paulistas, paulistanos e paulistanas que vão votar nesse dia 15 de
novembro que façamos essa reflexão e não votemos porque a pesquisa aponta, não
votemos porque alguém pediu, falou. Votemos pela nossa consciência, pela nossa
decisão, porque isso sim é exercer a verdadeira democracia.
Queria muito estar aqui um dia em que todo
mundo pudesse votar com consciência política, porque com certeza maus
políticos, maus vereadores, maus prefeitos não se elegeriam mais. No dia que o
povo brasileiro tiver consciência política, aqueles oportunistas, aqueles
fascistas, aqueles que se aproveitam das oportunidades, da falta de
consciência, ainda, do brasileiro e brasileira, nunca mais se elegerão.
Então, faço esse apelo e quero agradecer a
oportunidade. Desejo uma boa eleição para todos os brasileiros e brasileiras,
paulistas e paulistanos, para que escolhamos aquele que a nossa consciência
realmente diga que será o melhor prefeito, o melhor vereador e a melhor
vereadora para o nosso município.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito bem, nobre
deputado Jorge Lula do Carmo, pelas suas palavras e pelo seu alerta nestas
eleições municipais.
O SR.
CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Pois não.
O SR.
CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de utilizar a tribuna pelo Art. 82, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - É regimental. Vossa
Excelência tem o tempo de cinco minutos.
O SR.
CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente,
de volta a esta tribuna, eu gostaria de pedir, mais uma vez, o apoio de todos
os deputados e deputadas para que nós possamos aprovar, em caráter de extrema
urgência, o Projeto de lei nº 652, de 2020, que eu apresentei agora, Sr.
Presidente,
no início da pandemia.
Eu apresentei um projeto de lei para prorrogar
os prazos dos concursos públicos realizados no estado de São Paulo, das
secretarias, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Defensoria.
Enfim, concursos que foram realizados, e muitos deles já têm os seus prazos se
esgotando.
O concurso tem validade normalmente de dois
anos, podendo ser prorrogado por mais dois. Normalmente, é isso que acontece,
mas muitos desses concursos, Sr. Presidente, já foram prorrogados ou não foram
homologados, enfim, e, com a questão da pandemia, com o congelamento das
restrições orçamentárias, a permanência das restrições orçamentárias, o tempo
continua correndo, na verdade.
Então, as pessoas que foram aprovadas, que
estavam para serem chamadas, como, por exemplo, os servidores da Secretaria de
Administração Penitenciária, os servidores da Secretaria de Segurança, do
Ministério Público, os oficiais de promotoria, por exemplo, os escreventes, as
assistentes sociais... São pessoas que estudaram bastante, fizeram sacrifícios
e foram aprovadas, e não é fácil, Sr. Presidente, ser aprovado em um
concurso público hoje aqui no estado de São Paulo.
Essas pessoas foram aprovadas. No entanto, elas
não podem ser prejudicadas por conta da pandemia, por conta do que está acontecendo
e por conta do decreto do governador Doria, o Decreto nº 64.879, e da Lei
Complementar do Bolsonaro, nº 173, que foi sancionada pelo governo. Essa
legislação penaliza os aprovados nos concursos.
Então, o que nós fizemos? Eu apresentei um
projeto de lei, que é o PL 652, que congela os prazos, para que, enquanto
permanecer a restrição orçamentária, não esteja correndo o prazo do concurso.
Aí sim, quando terminar esse prazo, começa a correr. Dessa forma, os aprovados
não serão prejudicados.
Então, é muito importante a ajuda de todos os
deputados e deputadas para que o nosso PL seja aprovado em regime de extrema
urgência. Aproveito também para dizer que eu apresentei várias emendas ao
Orçamento. Aliás, as primeiras emendas para garantir que haja a chamada dos
aprovados, Sr. Presidente, foram as minhas em todas essas áreas que eu citei,
em todos esses concursos. Na área da Educação, do supervisor de ensino, do
agente de organização escolar, escrevente do TJ, oficial de promotoria, enfim,
em todos eles.
Nós temos que garantir que, no Orçamento de
2021, haja recurso orçamentário para a chamada dos aprovados; e nós precisamos.
Essas vagas existem, estão vagas, todas elas, e nós temos que preenchê-las com
pessoas aprovadas nos concursos públicos, que é a maneira mais justa que nós
temos para o ingresso no serviço público.
Quero também, Sr. Presidente, aproveitar a
oportunidade para manifestar o meu total apoio à greve sanitária dos
servidores, dos funcionários da Universidade de São Paulo. A Universidade de São
Paulo não está tendo atividades com os professores, com os alunos numa aula. A
aula é remota e não voltará a funcionar do ponto de vista acadêmico com aulas
presenciais no ano de 2020. Está já decidido isso. Então, não tem sentido os
servidores voltarem ao trabalho, sobretudo os não essenciais.
Acontece que isso foi determinado na
Universidade de São Paulo. Os trabalhadores já estão trabalhando no trabalho
remoto, e não tem diferença entre eles ficarem em casa e fazerem o trabalho
presencial. Então, por que expor a vida e a saúde de milhares de servidores da
Universidade de São Paulo, fazendo com que eles tenham que trabalhar
presencialmente no campus universitário, Sr. Presidente? Isso é um absurdo
total. É reproduzir a política genocida, porque o Brasil vive a pandemia.
Nós estamos acompanhando o que está acontecendo
na Europa, Estados Unidos. É a segunda onda já e com informações de que talvez
essa segunda onda seja incontrolável; e vai acontecer no Brasil também. Nós
estamos no auge ainda da pandemia. Mais de 163 mil pessoas já morreram no
Brasil, e milhões e milhares já foram sequeladas.
Porque não é só a morte, tem a sequela também. Disso não se fala, dos sequelados do coronavírus. E mais ainda, Sr. Presidente,
são quase seis milhões de pessoas contaminadas no Brasil.
É sério, nós estamos vivendo uma grande
pandemia no Brasil, então nós temos que manter ainda o isolamento social. Não
dá, de uma forma como a reitoria da universidade está fazendo, para determinar
a volta então dos servidores ao trabalho presencial. Não há sentido nisso. Os
alunos não estão na universidade; os professores não estão na universidade. Não
há a mínima necessidade.
Então, faço um apelo aqui para que a reitoria
reveja essa posição de obrigar os servidores a voltarem e abra um processo de
conversa, de diálogo, de negociação com o Sintusp,
com os trabalhadores da Universidade de São Paulo, Sr. Presidente. Então, eu
manifesto aqui o meu total apoio.
Eles continuam trabalhando, Sr. Presidente, e a
greve sanitária significa que o trabalho continua sendo feito, mas remotamente,
e não presencialmente. Por isso que se chama greve sanitária. Então, todo o
nosso apoio aos trabalhadores e às trabalhadoras da Universidade de São Paulo
que estão em greve sanitária, Sr. Presidente.
Por fim, para concluir, Sr. Presidente, a minha
intervenção de hoje, eu quero fazer um registro importante. Todos os deputados
receberam um ofício da Udemo, que é o sindicato dos
diretores e diretoras da rede estadual, assinado pelo seu presidente, o professor
Chico Poli.
É um ofício muito importante, porque ele cobra
dos deputados uma posição em relação ao confisco dos proventos e das pensões
por conta do decreto do governador, que foi o presente de grego do governador
para os aposentados e pensionistas, o “Cavalo de Doria”. Vossa Excelência
colocou muito bem durante os nossos debates.
Ele apresentou um decreto confiscando os
proventos e as pensões dos aposentados. Isso penaliza imensamente milhares de
servidores que estão nessa faixa salarial, que terão o desconto de um salário
mínimo ao teto do regime geral da Previdência, que gira em torno de R$
6.100,00. Essas pessoas estão tendo descontos, confisco. Na verdade, não são
descontos, confisco. Isso é um assalto à mão armada contra esses servidores, de
12% a 14%, e depois 16%, quando passa o valor do teto salarial.
A carta é bem explicativa. Ela cobra, ela é
didática, ela é pedagógica, porque o Chico Poli, como um bom professor, foi bem
didático e pedagógico, mas firme na cobrança, na denúncia, cobrando que os
deputados tomem providências, sobretudo os deputados que votaram a favor da
reforma da Previdência.
Todo deputado que votou a favor da reforma da
Previdência, deputado Castello Branco, votou a favor do confisco, porque
ofereceu as bases para confiscar. É como quem votou a favor do PL 529 e agora
está tendo aumento de impostos. Então, quem votou a favor do 529, deputado
Mellão, votou a favor. Vossa Excelência já denunciou.
O deputado Castello Branco todos os dias vem à
tribuna e denuncia exatamente o que vocês já tinham alertado: o aumento dos
impostos, que foi feito em seguida à sanção da lei pelos decretos. Sucessivos
decretos foram publicados no Diário Oficial aumentando os impostos no estado de
São Paulo.
Então, quem votou no PL 529 votou necessariamente
no aumento dos impostos para a população. Quem votou na reforma da Previdência
do Doria agora em março, que teve inclusive espancamento de professores aqui
dentro da Assembleia Legislativa pela Polícia Militar, esses deputados e
deputadas votaram nesse confisco. Esse decreto regulamenta. Ele tem base,
infelizmente, na reforma previdenciária. Por isso que nós votamos contra,
justamente contra. E aí o Chico Poli explica aqui exatamente isso.
Então, o que nós queremos, Sr. Presidente, para
concluir definitivamente a minha intervenção de hoje… O professor Chico Poli
pede a aprovação do nosso projeto, o nosso PDL, Projeto de decreto legislativo
nº 22, que vai revogar esse famigerado decreto, Sr. Presidente, o Decreto nº
65.021, do governador Doria, que confisca os proventos e as pensões dos nossos
servidores.
Então, era isso, Sr. Presidente, e gostaria só
que a cópia do ofício fosse publicada no Diário Oficial, Sr. Presidente, para
que toda a população tenha conhecimento do que está acontecendo aqui no estado
de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Nobre deputado
professor Carlos Giannazi...
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Só um minuto, deputado
Ricardo Mellão. Há inserção de documento no bojo do pronunciamento. Esta
Presidência recebe o documento de V. Exa. e o encaminhará à publicação após o
seu exame, nos termos do Art. 18, V, do Regimento Interno da Assembleia
Legislativa de São Paulo.
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Para falar pelo Art.
82.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Afirmativo, nobre
deputado Ricardo Mellão. É regimental. Vossa Excelência tem o tempo de cinco
minutos na tribuna. Enquanto V. Exa. se dirige, eu agradeço as palavras do
nobre professor Carlos Giannazi.
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - PELO ART. 82 - Muito
obrigado, presidente. Dou sequência à minha fala já iniciada hoje, onde eu
comunico aqui a consulta pública que a Artesp está
fazendo, sugerindo uma portaria que ameaça prejudicar enormemente a inovação, a
tecnologia, a livre iniciativa e as novas tecnologias de transporte rodoviário
no estado de São Paulo.
A Artesp
disponibilizou para consulta pública essa portaria com essas sugestões vindas
na minuta que eles mesmos fizeram - isso no dia 24 de outubro - e colocou um
prazo para essa consulta ficar disponível à população para se manifestar até o
dia 9 de novembro. E foi muito pouco comunicada.
Poucas pessoas do meu conhecimento sabiam da existência dessa portaria disponível e com essas exigências colocadas, que, como eu coloquei aqui, vão prejudicar
enormemente, estão favorecendo o atraso, não fazem sentido nenhum diante da
realidade que nós
vivemos hoje, de inovação, de tecnologia, em que novas iniciativas surgem e estão beneficiando e sendo aprovadas pela
população.
Estranhou-me
muito o prazo extremamente curto colocado; não corresponde aos prazos quando
vemos consultas públicas de portarias em outros estados ou da própria ANTT. Era um prazo muito curto. Fizemos, tivemos um protesto de que participei junto com outros
deputados. Esteve lá o deputado Sergio Victor, esteve lá o deputado
Arthur do Val, entre outros parlamentares que defendem também a livre
iniciativa.
Nesse protesto, nós saímos de lá com uma demanda - e aí
juntaram-se a nós
outros deputados, como a Janaina Paschoal, deputado Carlos Cezar, deputado
Daniel José -, solicitando a prorrogação desse prazo. É um prazo muito curto para uma decisão tão prejudicial
como essa, sem nenhum estudo, sem nenhuma análise. E aí foi dado um
prazo pela Artesp até o dia 30 deste mês para a discussão, mas, reitero, um prazo extremamente
curto.
Conseguimos
dali marcar uma reunião com o presidente da Artesp, o Milton Persoli, entre
outros, que nos receberam para uma reunião virtual,
assim como representantes de empresas que serão afetadas por essa portaria,
justamente para colocar ali as posições e explicar todo o prejuízo que essa
portaria está propondo na minuta que foi disponibilizada pela Artesp.
Ocorre que
nessa reunião, como o deputado Sergio Victor já destacou aqui,
nós questionamos qual o estudo de impacto que foi feito -
estudo de impacto regulatório
- de uma medida como essa, que vai prejudicar não
só as empresas
que estão fazendo esse tipo de serviço através da tecnologia como milhares de fretadores, que já foram
prejudicados com esta pandemia e viam nessa nova iniciativa uma solução para
arranjar oportunidades de poder prestar os seus serviços.
São milhares
de fretadores, milhares de empregos gerados direta e
indiretamente. Cadê o estudo de impacto regulatório para propor uma medida como essa? Então é um curto espaço de tempo. E o que nos foi falado na reunião é que não havia orçamento para isso e eles não fariam a análise do
impacto regulatório.
Como é que uma medida
como essa, tão prejudicial, que vai afetar tanto uma categoria econômica e a
inovação, não tem um estudo de impacto regulatório? Não existe nem a intenção de se fazer um. Disseram que a Lei
Federal de Liberdade Econômica, que prega essa obrigação
para medidas como essa, só vale para o âmbito federal, e não para o estadual.
Curiosamente o nosso Código de Defesa do Empreendedor, que aprovamos aqui nesta
Casa por unanimidade e que o governador vetou na integralidade - entre um dos
motivos alegando que as medidas já estavam sendo
implantadas no estado -, previa justamente a obrigatoriedade, nesse tipo de
normativo, de um estudo de impacto regulatório. E foi vetado. Se tivesse sido aprovado, provavelmente
não estaríamos passando
por isso, como estamos passando nesta situação.
Quero também lamentar,
entre outras questões nessa reunião, o que vi ali de falas de diretores, enfim.
Ali fica muito claro o posicionamento contrário e refratário às novas
iniciativas, às novas tecnologias que estão surgindo. Há necessidade regulatória, parece que há uma sanha de querer regular, de querer colocar regras ali
que não são justificadas diante do mundo em que nós vivemos hoje.
É um total
retrocesso ao que está acontecendo em países europeus, como a Alemanha, onde
nós temos o
transporte sendo liberado dessas regulamentações desnecessárias. E vão de encontro
também a outras discussões que estão se dando em outros estados também, que estão indo no sentido contrário. Qual a
necessidade de uma portaria que vai regulamentar um
decreto de 1989 e que consegue ser ainda mais retrógrada que o próprio decreto de 1989? Qual é a
justificativa disso?
Saio muito
desapontado com o que vejo, com o que pressinto. E quero deixar bem claro aqui
um recado diretamente ao governador: o senhor, que se
diz defensor da livre iniciativa, o senhor , que se diz um governador liberal,
o senhor vendo tudo isso acontecer no seu governo, chegou a hora de o senhor
analisar essa questão e o senhor tomar uma medida. E a medida necessária neste momento é retirar essa
portaria por todos os motivos aqui colocados.
Se o senhor de
fato é liberal, se o senhor de fato defende a livre-iniciativa, se
o senhor de fato está preocupado com a recuperação econômica, o senhor
irá olhar essa portaria e irá retirá-la de pauta, para uma discussão muito mais aprofundada,
com estudo de impacto, onde se verá claramente o prejuízo que ela trará a todo o estado de São Paulo.
Muito
obrigado, presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado. Parabéns pela sua
fala, nobre deputado Ricardo Mellão, que convido para presidir esta Mesa no
Grande Expediente do dia 11 de novembro de 2020, a fim de que eu faça o uso da
palavra na tribuna.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Ricardo Mellão.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Castello Branco. Dando sequência à lista de oradores inscritos para o Grande Expediente, nós temos o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Tenente
Nascimento. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado
Coronel Telhada. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputada Adriana
Borgo. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Maurici.
(Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura.
(Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado
Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Itamar Borges.
(Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.)
Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Castello Branco.
O SR.
CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Grande Expediente do dia 11 de novembro de 2020,
quarta-feira, quase 16 horas. Nós vamos concluir a fala do Pequeno Expediente, na lista
suplementar.
As falas da
nobre deputada Janaina Paschoal, do deputado Carlos Giannazi, do deputado
Ricardo Mellão, entre outros parlamentares que vieram à tribuna hoje só nos fazem ver
que realmente o Governo do Estado de São Paulo é do mal. Ele
não cumpre o que fala, ele distorce os acordos e ele
está causando grande prejuízo à população.
Ora, vocês me desculpem
o chulo, que não é do meu feitio,
mas é uma grande sacanagem tudo o que está sendo feito.
Veja, por exemplo, o caso da Previdência do estado de São Paulo, essa
famigerada reforma maldita, que foi feita de forma horrível. Ela agora
pune quem já tem direito adquirido. O cidadão, o funcionário público
estadual, contribuiu durante mais de 30 anos. Agora, sabe o que eles fizeram?
Eles estão aumentando a alíquota de contribuição para quem já está aposentado,
principalmente prejudicando aqueles que receberam aposentadorias menores.
Olha, isso é de uma
maldade, de uma crueldade sem exemplo. É inconstitucional. Nós vamos entrar com ações de inconstitucionalidade com respeito a isso, porque o aposentado, que já é muito
prejudicado neste País, agora está assinando a sua sentença de morte. Senão, vejamos.
As medidas do
Sr. Governador são tão impopulares, as suas decisões são tão ruins, a
sua incompetência é tão grande
que ele, Sr. Doria, está sendo deixado de lado nas campanhas até dos
seus aliados favoritos no
interior de São Paulo.
Eu
não queria aqui detalhar a cidade, nem quem são os candidatos, para não tornar
pessoal a observação. Ela está aqui sendo colocada no atacado. De uma maneira
geral, nenhum candidato do PSDB quer que o seu nome esteja atrelado ao
governador Doria. Ele está sendo deixado de fora porque, segundo as pesquisas,
se for colocado o nome do candidato junto com o Doria, ele passa a perder as
eleições.
Em
todas as 645 cidades do estado de São Paulo, o nome desse homem não pode
aparecer. O índice de rejeição ao governo dele é altíssimo por medidas como
essa. Muito bem, conclusão: em razão desses motivos e de outros, todos os
candidatos das cidades do interior do estado de São Paulo e do litoral estão
evitando exibir o nome do seu governador João Agripino da Costa Doria Júnior.
Muito bem. Na
sequência, nós havíamos prometido falar sobre um tema muito querido para este
parlamentar, que é a aviação. Nós vamos falar agora da Embraer e dos impactos
que a pandemia está causando nessa importantíssima indústria nacional. Senão,
vejamos.
Fazemos uma pequena
retrospectiva. A Embraer é uma gigante aeronáutica, é a terceira maior empresa
do setor aeronáutico do mundo. Ela está localizada em São José dos Campos,
embora tenha clusters aeroespaciais em outras cidades do estado de São Paulo.
Ela nasceu como uma iniciativa do governo brasileiro, mas em especial do nosso
nobre brigadeiro que já foi homenageado nesta Casa, dentro de um projeto
estratégico para implementar a indústria aeronáutica - estou falando do Ozires
Silva - em um contexto de políticas de substituição de importações.
Aqui está, por exemplo,
a linha de montagem do Tucano. Foi comprado por mais de 70 países do mundo e é
um dos orgulhos da indústria nacional. Eu, como piloto militar, tive a
oportunidade de pilotar algumas aeronaves fabricadas pela Embraer: o
Bandeirantes, o Ipanema, o Xingu, o próprio Tucano em três versões, o AMX e o
Xavante.
O governo do marechal
Castello Branco, meu tio-avô, foi quem aprovou o projeto de IPD-6504, que era
para a pesquisa, o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Aeronáutico no País,
que ficaria dentro do Centro Tecnológico da Aeronáutica, CTA, lá em São José
dos Campos, a fim de atender o transporte aéreo comercial brasileiro num país
que tem dimensões continentais.
Nascia, então, no
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da Força Aérea Brasileira, o
protótipo de um bimotor com capacidade para oito passageiros, graças ao
trabalho da equipe liderada pelo projetista francês Max Holste, com a
supervisão e a genialidade do engenheiro aeronáutico Ozires Silva, na época
recém-promovido major. Na verdade, o projeto começou quando ele era capitão.
Eu tive a oportunidade
de ser amigo pessoal do Ozires Silva. Ele foi, inclusive, meu padrinho de
casamento. Portanto, conheço bastante os bastidores dessa história. Em 19 de
agosto de 69, foi inaugurada a Embraer, lá em São José dos Campos, com a
finalidade de produzir o Embraer 110 Bandeirante em série, do qual tive a
oportunidade de fazer milhares de horas de voo, principalmente na região do
Amazonas.
Olha só, esses são os
maiores fabricantes de aeronaves do mundo. A Embraer já passou a Bombardier; na
minha opinião e de muitos analistas aeronáuticos do mundo. Portanto, quem diria
que em tão pouco tempo a indústria nacional iria passar gigantes. Hoje ela só
perde para a Boeing e para o conglomerado Airbus da França.
A empresa, neste ano de
2020, já teve um prejuízo de 649 milhões de reais, fechados agora no terceiro
trimestre. O atual presidente, Sr. Francisco Gomes Neto, falou para o jornal
“Estadão” que os desafios devem ainda perdurar em 2021. Os resultados da
Embraer deixaram claro o duro impacto que a pandemia da Covid-19 causou nas
suas operações.
No terceiro trimestre,
como está aqui demonstrado, o prejuízo líquido já é de 649, enquanto em 2019 já
era de trezentos e catorze. A empresa gastou, apenas para fins trabalhistas de
demissões, 292,5 milhões, embora tenha reduzido 15% na sua folha de pagamento
global com corte de quase três mil pessoas para se adequar a esse momento de
crise. O segmento da aviação comercial representou, em 2019, 34,5% e, em 2020,
23,4 por cento.
Nós terminamos a nossa
apresentação de hoje desejando sucesso à Embraer, tão querida, com a qual tive
grande parte da minha história ligada - eu que sou defensor da aviação e me
considero um parlamentar especializado nesse segmento aqui na Assembleia
Legislativa de São Paulo -, bem como ressaltando, infelizmente, os graves
prejuízos que a gestão do atual governador tem trazido para a administração
pública do estado de São Paulo.
Lamentável, triste. Eu
me sinto enganado e posso falar isso com muita propriedade. Vou repetir isso
mil vezes, porque fiz campanha para esse senhor no segundo turno, acreditei nas
suas palavras, acreditei no apoio que ele estava dando, inclusive usando o nome
do presidente Bolsonaro para se reeleger e considerando suas promessas de
campanha, que ele não cumpriu nenhuma até agora.
Ele não só não cumpriu
as promessas de campanha como desvirtuou a economia do estado de São Paulo de
tal forma que eu vou considerar danos quase irreversíveis para a próxima
gestão. É triste realmente a gente se deparar com tamanha traição, com tamanha
mudança de comportamento, com tamanha falsidade em relação àqueles que
realmente o apoiaram de coração.
Aproveito a
oportunidade para fechar minha fala lembrando que estamos a três dias de uma
das mais importantes eleições municipais da História do Brasil para prefeitos e
vereadores. No estado de São Paulo, serão 645 novos prefeitos; no Brasil,
5.570. No estado de São Paulo, serão aproximadamente 11 mil novos vereadores;
no Brasil, quase 90 mil novos vereadores, o que nos coloca na terceira maior
eleição democrática do mundo, só perdendo para a Índia - por razões óbvias dos
seus um bilhão e 200 milhões de habitantes - e para a dos Estados Unidos, pelo
voto distrital.
Assim, nós temos nas
nossas mãos agora a oportunidade de mais uma vez mudar as Câmaras Legislativas
Municipais, que são extremamente importantes para essa grande mudança que o
Brasil quer fazer. Pense bem, escolha com a sua mente, com a razão, analise o
seu candidato, evite o voto emocional e, principalmente, não venda o seu voto,
porque quem vende fica vendido e não vai ter de volta.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. CASTELLO BRANCO -
PSL - Sr. Presidente, aproveitando que não
existem mais oradores inscritos, eu sugiro a V. Exa. que levante a sessão.
O SR. PRESIDENTE -
RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Castello Branco.
Então, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar
por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de
amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.
Está levantada a
sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão
às 16 horas e 07 minutos.
* * *