12 DE NOVEMBRO DE 2020

91ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e DOUGLAS GARCIA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - DOUGLAS GARCIA

Comenta ter entrado com ação popular no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo solicitando a suspensão do contrato com a empresa Sinovac. Desaprova cláusulas com conteúdos confidenciais, presentes no mesmo. Afirma que o governador João Doria não responde com clareza às questões levantadas sobre a vacina Coronavac. Convida os deputados conservadores para a elaboração de um novo pedido de impeachment contra o governador do Estado.

 

3 - LETICIA AGUIAR

Para comunicação, informa ter recebido documento da Associação Comercial Industrial de São José dos Campos. Expressa seu descontentamento com a aprovação do PL 529/20. Comenta viagem particular do governador João Doria ao Caribe. Declara seu apoio à candidatura de Anderson Senna à Prefeitura de São José dos Campos.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Critica a publicação do secretário da Educação Rossieli Soares sobre os desafios dos professores durante a pandemia de coronavírus. Lamenta a falta de infraestrutura das escolas públicas. Convida o secretário da Educação para visitar a Escola Estadual Ayrton Senna da Silva, uma das escolas de lata do Estado, localizada em Parelheiros. Relata dificuldades enfrentadas por alunos e professores no acesso ao ensino remoto.

 

5 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

6 - CORONEL TELHADA

Saúda as datas comemorativas do dia 12/11. Menciona a possibilidade de um novo confinamento, por conta da Covid-19, após as eleições. Posiciona-se contra essa possibilidade. Alega que essa medida seria uma manobra para gastos indevidos do dinheiro público. Cita mensagem recebida por suposta médica, alertando para o aumento de casos de coronavírus nas classes A e B da população paulista.

 

7 - JANAINA PASCHOAL

Discorre sobre o contrato firmado entre o Instituto Butantan e a empresa Sinovac, responsável pela vacina Coronavac. Cita a matéria divulgada na rede CNN sobre o assunto. Ressalta ter oficiado diversos órgãos para obter mais informações sobre a contratação desta empresa. Esclarece que o contrato deve ser publicado na íntegra pelo Governo do Estado.

 

8 - CARLOS GIANNAZI

Expõe sua preocupação com a volta às aulas nas escolas públicas no ano de 2021. Afirma que as escolas precisam se readequar para uma volta às aulas com segurança após a pandemia. Pede apoio dos deputados para a aprovação do PL 517/07, que prevê um número máximo de alunos por sala de aula, e o PL 128/19, que determina a transformação de escolas de lata em construções de alvenaria. Menciona o incêndio em duas escolas de lata na zona sul de São Paulo.

 

9 - JANAINA PASCHOAL

Discorre sobre o decreto do governo estadual, que prevê descontos nos proventos de aposentados e pensionistas que recebem menos que o teto salarial do INSS. Comenta a posição de outros estados em relação ao assunto.

 

10 - JANAINA PASCHOAL

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

11 - PRESIDENTE DOUGLAS GARCIA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 13/11, à hora regimental. Levanta a sessão.

 

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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente nesta data, dia 12 de novembro de 2020.

Iniciamos o Pequeno Expediente com os seguintes oradores inscritos: deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar a todos os pares aqui presentes, nobre deputada Janaina Paschoal, nobre deputada Leticia Aguiar, nobre deputado Coronel Telhada, nobre deputado Carlos Giannazi, todos os servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, eu subo a esta tribuna hoje para comunicar à população do estado de São Paulo que eu entrei com uma ação popular no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo contra o governador João Doria, solicitando ao TJ a imediata suspensão da contratação feita pelo governador com a empresa chinesa Sinovac.

Não houve transparência nenhuma por parte do governador João Doria durante todo esse processo de testes. Não mostrou protocolos internacionais, nem, muito menos, aqueles que estariam seguindo a fiscalização da aplicação desses protocolos internacionais.

Quando eu solicitei pela primeira vez, através de requerimentos de informação, no mês de julho deste ano, respondeu de forma chula, pífia, nem um pouco objetiva. Na segunda vez que eu enviei um requerimento de informação, em outubro deste ano, respondeu de forma pior ainda. Ou seja, ao que tudo indica, o governador João Doria está querendo esconder alguma coisa.

E ontem saiu uma matéria estarrecedora na CNN. Um absurdo que o governo João Doria, através de um contrato, tenha cláusulas com conteúdos ali, digamos, confidenciais, que não podem vir a conhecimento do público. Ora, teria razão a administração pública ter conteúdos confidenciais quando se trata de segurança nacional? Isso não é matéria do governador do estado de São Paulo ao se tratar do combate ao coronavírus através da produção da vacina contra a Covid-19. Isso não é matéria que está sendo discutida.

Não faz sentido nenhum possuir cláusulas confidenciais, com conteúdos confidenciais. É por essas questões, por envolver questões tão delicadas à população do estado de São Paulo, que podem impactar diretamente na vida do cidadão - a elaboração desse contrato absurdo -, que hoje eu entrei com essa ação no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo solicitando a imediata suspensão desse contrato.

O agravante principal, senhores, nesse contrato, são as cláusulas com conteúdo confidencial após a notícia estarrecedora da CNN. Está tudo por baixo dos panos. O governador do estado de São Paulo mostrou a nós um contrato que é potencialmente fraudulento e criminoso. Potencialmente fraudulento e criminoso esse contrato é, e é por isso que ele precisa ser derrubado.

João Doria não pode simplesmente fazer o que bem entender com a população do estado de São Paulo. Ele tem que respeitar. Respeitar o Orçamento do Estado, respeitar esta Assembleia Legislativa principalmente, porque cada um dos deputados que aqui estão tem o poder de solicitar informações ao governo e recebê-las de forma clara.

Agora, é um absurdo. A Assembleia não sabendo do que se trata esse contrato e a CNN ter essas informações. É um absurdo o governador do estado de São Paulo querer utilizar o dinheiro da população do estado de São Paulo para confirmar o pagamento de 120 mil doses, aí trazendo agora para o dia 20 de novembro, após a Anvisa ter suspendido os testes da vacina aqui no estado de São Paulo recentemente. E agora mais esse escândalo trazido pela CNN.

Nós não vamos aceitar os desmandos do governador do estado de São Paulo, a sua irresponsabilidade. Isso é um verdadeiro desgoverno. Inclusive eu convido aqui toda a bancada conservadora desta Assembleia Legislativa, que é oposição também ao governador João Doria, com base no que o João Doria fez - porque a transparência é um princípio da administração pública -, de esconder e trazer cláusulas confidenciais, a juntos elaborarmos outro pedido de impeachment a ser protocolado nesta Assembleia Legislativa.

Esse homem não pode mais permanecer no poder. Esse homem não pode mais usar e abusar do dinheiro do pagador de impostos. Esse homem é um verdadeiro irresponsável, e eu espero que a Justiça de São Paulo...

Tenho fé que o Tribunal de Justiça irá atender a ação popular que protocolei ainda hoje e irá derrubar esse contrato, irá suspender esse contrato em nome da população paulista, dos 45 milhões de paulistas que estão sob o risco de serem obrigados a serem vacinados por uma vacina que não tem comprovação científica e que o governador tirou sabe-se lá de onde, que não posso falar aqui porque o decoro não me permite. Mas ele é um verdadeiro irresponsável, e nós vamos usar todas as instituições para lutar contra os desmandos do governador do estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sra. Deputada.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Posso fazer uma breve comunicação da tribuna?

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sra. Deputada, normalmente nós não autorizamos, tendo em vista a lista de deputados inscritos, mas quero pedir licença aos deputados aqui presentes porque ela conversou comigo, ela está com uma atividade fora. Pode ser, Srs. Deputados? Então tem autorização para fazer o uso da tribuna, por gentileza.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada. Obrigada, Sr. Presidente, Srs. Deputados. Boa tarde a todos que nos acompanham pela Rede Alesp. Quero fazer uma comunicação que chegou até o meu conhecimento, da ACI de São José dos Campos.

A Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos enviou um comunicado, um alerta para todos os seus associados, todos os seus contribuintes, a respeito do PL 529, que foi aprovado aqui nesta Casa, a que eu fui contrária. Utilizei todas as ferramentas regimentais para tentar evitar que esse projeto do pacote de maldades do João Doria fosse aprovado.

Infelizmente ele foi aprovado e, com isso, foi aprovado também o aumento de impostos e a autonomia, a independência para que o governador João Doria revogue créditos e aumente impostos como ele bem entender. Isso é bastante preocupante, porque, enquanto você ficou em casa, enquanto você ficou desempregado, enquanto sua empresa, seu estabelecimento comercial teve que fechar as portas, enquanto muitos empresários, comerciantes, vendedores, empreendedores passaram inúmeras dificuldades e ainda estão passando, o governador João Doria foi para o Caribe com a família.

Nada contra ele ter o lazer com a família dele, isso é o direito de todas as pessoas, mas o problema é a hipocrisia do governador João Doria. O PSDB é assim, é a maneira do PSDB de operar, é o modus operandi do PSDB. É tudo do jeito deles, como eles querem, e não ouvem as pessoas, a população a quem eles devem honrar seu mandato. Fica aqui mais uma vez o meu alerta: precisamos varrer o PSDB dos municípios.

As eleições são domingo agora. Precisamos ter coragem de enfrentar essa velha política, esse sistema podre da política, o PSDB, que não representa verdadeiramente a população. Quero fazer um apelo a você de São José dos Campos, que é a minha cidade. Quero aqui parabenizar o Senna, meu amigo que é candidato a prefeito na cidade de São José dos Campos, pela coragem, pela força pela determinação, pelo empenho de encarar o sistema, de ir à luta, de defender os princípios conservadores.

Parabéns, Senna, estamos juntos. Domingo vamos mostrar a nossa força, juntos contra o PSDB, contra o governador João Doria, a favor das pessoas e sempre fechados com Bolsonaro. Obrigada, Sr. Presidente. Obrigada a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Dra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Sergio Victor. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, o secretário da Educação, secretário Rossieli - eu o chamo de Rossieli Wentraub -, escreveu um texto em sua rede social que deixou uma boa parte do Magistério revoltada.

Ele escreve o seguinte: em síntese, ele fala que os professores estavam em uma zona de conforto. “Os últimos meses foram desafiadores e solitários. Todos nós tivemos que nos reinventar e sair da zona de conforto”. Sr. Presidente, os profissionais da Educação nunca estiveram em nenhuma zona de conforto. Ao contrário disso, os profissionais da Educação trabalham em condições extremamente precarizadas, em escolas de lata.

Eu não vejo nenhuma zona de conforto nos profissionais da Educação que trabalham nas mais de 100 escolas de lata da Rede Estadual de Ensino. Eu não vejo nenhuma zona de conforto, que o secretário cita no seu texto nas suas redes sociais, para os professores que trabalham em salas superlotadas, para profissionais da Educação que têm salários extremamente baixos, sobretudo os profissionais do quadro de apoio escolar, os agentes de organização escolar, que têm salários muitas vezes inferiores ao salário-mínimo.

Não vejo essa zona de conforto que o secretário cita no seu texto, ou a zona de conforto talvez das escolas sem infraestrutura, sem laboratórios, sem oficinas, sem laboratórios de informática, de ciências, sem material de limpeza, sem papel higiênico. Essa é a situação de uma rede extremamente sucateada e degradada, uma rede que não tem investimento. Então não vejo, e os profissionais da Educação também nunca viram, nunca estiveram nessa posição confortável que o secretário anunciou.

Parece-me que o secretário tem visitado algumas escolas, mas são algumas escolas escolhidas a dedo pelas Diretorias de Ensino, eles escolhem. Eu nunca vi o secretário indo lá no Grajaú, nas escolas de lata. Nunca vi o secretário indo nas escolas de lata. Eu faço um desafio aqui: secretário, vamos visitar a Escola Ayrton Senna, que é uma escola de lata que fica em Parelheiros; aliás, além de Parelheiros, é um bairro de Parelheiros, que se chama bairro Vargem Grande.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

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Lá tem uma escola de lata que tem este nome: Escola Estadual Ayrton Senna. Ou as três escolas que existem na região do Parque Residencial Cocaia, na região do Grajaú. São três escolas emparelhadas, Sr. Presidente. Elas tinham esses nomes: Gaivota I, Gaivota II e Gaivota III. Tem várias. Eu poderia citar aqui muitas escolas da rede pública que são escolas de lata, que são escolas inadequadas para o processo pedagógico. Escolas que foram improvisadas há muitos anos e permanecem, ainda não foram substituídas.

Então essa frase gerou revolta, e com razão. Ele fala que os professores estavam numa zona de conforto. Imagina. Não estavam em zona de conforto, Sr. Secretário, e nem estão trabalhando, fazendo trabalho remoto. Os professores continuam no desconforto, porque não tiveram acesso à internet gratuita. Eles não conseguem se comunicar com os alunos, porque os alunos também não tiveram acesso a essas tecnologias todas, necessárias para a educação a distância. A secretaria não tomou nenhuma providência.

A única coisa feita foi que agora, no final do ano, o secretário lançou um programa para que o professor pudesse financiar a compra de um computador de até dois mil reais, mas a secretaria não está dando. O professor vai comprar com o dinheiro dele o computador; depois, em 24 prestações, a secretaria vai reembolsar esse professor. Existem várias condições para que haja esse reembolso, e não é todo professor que vai ter acesso a esse programa. Mas, para os alunos, nada. Não vai ter banda larga para esses professores.

Ou seja, a Secretaria de Educação não criou as condições, durante toda esta pandemia, para que houvesse minimamente a educação a distância. Então, os professores continuam não tendo conforto nenhum, Sr. Presidente. Deixo aqui também o nosso repúdio a essa infeliz e insensata colocação do secretário RossieliWeintraub”, de que os professores estavam numa zona de conforto.

E aí eu entendo a revolta da rede estadual, de todos os profissionais da Educação, com um secretário que realmente não conhece a rede. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu gostaria de chamar para fazer uso da palavra o nobre deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Nobre deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, todos os que nos assistem pela Rede Alesp, quero saudar a cabo Ana, em nome de quem saúdo a nossa assessoria policial militar.

Hoje, 12 de novembro, é dia de ser comemorado o Dia da Indústria Automobilística no Brasil. Parabéns a todos os que trabalham nessa área tão importante do automobilismo, da indústria automobilística. Também é Dia Nacional dos Supermercados, uma área tão importante. Sem os supermercados, com certeza não teríamos as grandes cidades, pois são o que abastece - além do homem do campo, lógico, que faz toda a parte da alimentação. Os supermercados, a rede de distribuição é de suma importância.

Também nós temos hoje o Dia Nacional do Diretor de Escolas. Um abraço a todos os amigos e amigas que fazem essa importante missão de ser diretor de escola. Eu me lembro da dona Lair até hoje. A dona Lair foi minha diretora por muitos anos no Grupo Escolar Mathias Aires, no Ginásio Estadual Nossa Senhora do Ó, no Genso. Tenho um grande carinho por ela, muito, até hoje. Então, abraço a todos os amigos e amigas dessa nobre profissão.

E hoje também é Dia Nacional do Inventor. Na foto aí nós colocamos um dos maiores inventores brasileiros, Santos Dumont, para lembrar essa data tão importante, de tantas pessoas que fazem o Brasil melhor, fazem o mundo melhor, inventando sempre novidades para que a nossa vida seja mais tranquila.

Pois bem, hoje, dia 12 de novembro de 2020, quero trazer um alerta aqui a toda a população de São Paulo, porque eu já tenho ouvido falar há algum tempo nisso e realmente comecei a ficar preocupado. Muito já tem alertado que, depois da eleição do dia 15 de novembro, depois de domingo, muitos governos talvez decretem um novo “lockdown”, um novo fechamento.

Eu estou começando a crer que isso vá acontecer mesmo, porque eu tenho recebido algumas notícias, tenho recebido alguns whatsapps... Por exemplo, eu recebi um whatsapp hoje, que é uma coisa muito estranha, mas é um caminho já sendo semeado, sendo preparado para uma futura ação governamental, porque é isso que o governo quer até o final do ano.

Enquanto perdurar o estado de pandemia, o governo vai gastar do jeito como ele quiser, da forma como ele quiser, sem dar satisfação para ninguém. E nós, do grupo PDO, já provamos a grande mentira que o governo do estado de São Paulo vinha fazendo ao longo dessa pandemia.

Olha só: eu recebi um e-mail, não vou ler tudo. “A infecção por Covid tem aumentado na cidade de São Paulo entre as classes A e B nas últimas três semanas”. Por quê? A classe A e B é diferente da C, D ou outra classe? O ser humano... agora a doença pega por classe, pelo que estou vendo. Mas é muito estranho.

“Em vários hospitais, de que tenho informação ou vivência direta...” Quem diz isso seria uma médica infectologista. Não vou citar o nome dela porque não sei se é verdade isso aqui ou se é fake news, mas essa pessoa se apresenta como médica e fala que, em vários hospitais em que ela trabalha ou tem conhecimento, vem apresentando um aumento dos casos de Covid.

Vejam que interessante: Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, Nove de Julho, Samaritano, Santa Paula, São Luiz. Ou seja, só hospitais bons, hospitais particulares. Estranho, isso. Tiveram aumento significativo de atendimento e há pelo menos dois meses estão lotados. Estão lotados há dois meses e só agora é noticiado? Muito estranho isso.

“As nossas consultas aumentaram exponencialmente, e não é por ônibus lotado e metrô lotado.” Olha só que absurdo. Está dizendo que a Covid não foi transmitida por ônibus lotado ou pelo metrô lotado, é por festas, encontros e jantares. Porra, pelo amor de Deus! Acho que está tirando a gente por trouxa. Só pode estar tirando a gente por trouxa. Ou seja, a Covid, o pessoal não pega por ônibus lotado, metrô lotado, não pega no trem lotado. Pega em festas e jantares. Ô, gente, pelo amor de Deus, pelo amor! Está tirando o povo por idiota.

Pois bem, continuando. “Espero que esse aumento não passe para a população menos favorecida.” Ah, que bonzinho. A classe rica está toda dodói, mas não quer que o pobre pegue a doença. É muita hipocrisia um negócio desse. Vamos lá. “Porque hoje o HC já não tem condições de reservar novamente o instituto inteiro, como fez na primeira onda, para tratar da Covid, uma vez que agora está lotado com as internações por outras doenças, que estavam represadas.”

Olha só que interessante, gente. A Covid represou todas as outras doenças. Com Covid, no Brasil não teve mais doença nenhuma, ficou tudo represado. De repente, as outras doenças apareceram. Ô, gente, pelo amor de Deus. Isso é um golpe que está sendo armado. Estão falando que os hospitais estão superlotados. Para quê? Para o governo alugar mais leitos particulares. Aquele golpe que já foi tentado lá atrás, e nós, do PDO, quebramos o governo num chamamento de 594 milhões que seriam gastos do dinheiro público, e não puderam gastar. Estão armando esse novo golpe.

Então aqui fica clara a intenção de começar a disseminar na população, novamente, o pavor. Não bastasse isso, a imprensa, mais uma vez mancomunada com o governo, está dando respaldo para isso. Estou com uma matéria do dia 11 de novembro, portanto, de ontem. O meu assessor, David Denis, que me trouxe, do “O Estado de S. Paulo”. Ele confirma isso, que há alta de infecções na classe média. Foi constatado na Capital.

Porra, você vai à periferia, é baile funk, os botecos tudo aberto, as ruas lotadas, ninguém usando máscara. Fala para mim que é mentira isso. Ou os deputados aqui não têm rodado São Paulo? Fala para mim que eu estou mentindo. E agora vem falar que a classe média alta está doente, que precisa de hospital? Ou seja, olha o golpe sendo armado. E não bastasse isso, esse jornal, “O Estado de S. Paulo”, ainda cita os hospitais que estão lotados.

Vejam que coincidência: Sírio-Libanês; HCor, no Paraíso; Hospital Vila Nova Star, que ele diz que atende principalmente pessoal de alta renda; São Camilo; e outros hospitais, tudo de classe A. Agora vocês vêm me dizer Mas a sacanagem está justamente aí. Se está tendo essa alta, se já foi constatado, por que já não se tomou providência? Não, vão esperar passar a eleição de domingo, para não atrapalhar os candidatos a prefeito, e aí sacaneiam mais uma vez a população.

Muita gente que trabalha com buffet - eu tenho falado aqui - e com eventos está sem trabalhar há mais de sete meses, está passando fome, e um novo golpe está sendo preparado pelo governo. A fim de fazer o quê? Alugar leito particular para ganhar dinheiro, para desviar verba pública. Nós temos, a cada dia, novas constatações de denúncias que têm sido feitas ao Ministério Público. Nós estamos preparando mais uma que está chegando para a gente, de denúncias a respeito de irregularidades na compra e aquisição de materiais feito pelo governo do estado de São Paulo.

Fiquem atentos: mais um golpe está sendo armado. Eu falo, a doença existe, é preocupante, sim. Acabei de receber a notícia de que um coronel amigo nosso está internado. Eu estive em nove UTIs. Eu entrei em nove UTIs durante a pandemia, deputada Janaina, deputado Douglas, deputado Giannazi, e eu vi que a doença existe e ela é grave.

Agora, fazer o que o estado está querendo fazer, aplicar novo golpe para gastar mais dinheiro público, isso eu não vou aceitar. Tenham certeza de que eu trabalharei forte contra isso, porque já chega de sacanagem em cima do povo de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu gostaria de chamar para fazer uso da palavra o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e todos os colegas presentes, as pessoas que nos acompanham, os funcionários da Casa. Eu queria conversar um pouquinho, nesta primeira intervenção, sobre essa denúncia da CNN referente ao contrato que teria sido firmado entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac para o desenvolvimento da vacina CoronaVac.

Eu entrei em contato com a CNN para tentar obter os documentos que foram noticiados, porque houve apenas alguns trechos, e ninguém leu o documento na íntegra. Como a CNN, por questões de compliance, disse que não poderia entregar os documentos, eu já enviei, por meio do gabinete, um e-mail para o próprio Instituto Butantan. Vou aguardar o retorno. Se não houver retorno, oficiarei ou mesmo farei um requerimento de informações.

Por que estou fazendo isso? Só porque saiu a denúncia? Não. Porque em julho, preocupada com a segurança dos voluntários na pesquisa, eu oficiei a Anvisa, oficiei a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, oficiei o próprio Instituto Butantan e, para ter mais segurança, enviei um requerimento de informações ao governador. Nesse ínterim, fiz uma reunião com o Dr. Dimas Covas e toda a equipe do Instituto Butantan, uma reunião online, em virtude da pandemia, e fiz uma série de indagações, oralmente e por escrito.

Naquele momento, o meu foco era a segurança dos voluntários. Então, eu perguntei sobre reações adversas, por que cidadãos chineses não estavam participando da terceira fase, se os protocolos tinham sido apresentados na Anvisa, na Comissão de Ética. Meu foco era esse. Meu foco não era a questão eventualmente contratual, os valores, os prazos. Porém, por uma ironia do destino, eu indaguei o que estava envolvido em termos de recurso público nessa tal parceria.

Eu resgatei hoje cedo os documentos, e eu não utilizei a palavra “contrato”, porque as matérias davam conta de uma parceria. Então eu indaguei que recursos estavam envolvidos, e, tanto na reunião como no requerimento, na resposta ao requerimento de informações, veio muito claramente a informação de que não havia recursos públicos envolvidos.

Eu estou estranhando muito, porque não foi uma pergunta, vamos dizer assim, informal. Foi uma pergunta feita por requerimento de informações, isso é publicado no “Diário Oficial”. A resposta também vem por meio do “Diário Oficial”, no sentido de que não havia recursos. E agora a CNN teve acesso a um documento que, até onde eu sei, deputado nenhum acessou, porque eu oficiei vários órgãos. Eu sequer sabia da existência desse documento, confesso aqui.

A CNN teve acesso a um documento que fala o contrário, então eu preciso acessar o documento para ver a data do documento, para entender se ele foi firmado antes ou depois da resposta ao meu requerimento de informações, porque o mínimo que nós podemos exigir das autoridades é a transparência no trato e, vamos dizer assim, a dignidade da informação.

Independentemente de nós concordarmos, divergirmos, eventualmente até brigarmos em torno de um tema, nós não podemos - digo, primeiro, nós, cidadãos, mas especialmente nós, deputados - receber informações contrárias à realidade dos fatos, ou informações cortadas, ou informações de alguma maneira nebulosas.

Então eu já solicitei os documentos. Entendo que o governo deveria, sim, disponibilizar esse tal acordo na íntegra. Como o colega Douglas disse, o sigilo só se justifica em torno de questões de segurança. Poder-se-ia admitir em torno da fórmula, dado que tem aí uma concorrência internacional - ou deveria ser uma convergência -, mas é uma concorrência internacional de vários laboratórios para chegarem a essa tão almejada vacina.

Então, se quiser manter sigilo sobre a fórmula, não tem problema. Agora, os termos do convênio, os termos da contratação, esses têm que ser públicos, em especial se houver recursos públicos. Porém, ainda que não se trate de recursos públicos, em havendo recursos, mesmo que particulares, é necessário ter publicidade, porque nós temos que saber quem está investindo, por que está investindo, com que finalidade e se está recebendo algum tipo de favorecimento.

Então, antes de fazer qualquer juízo de valor sobre a denúncia da CNN, eu quero acessar os documentos; já estou trabalhando para esta finalidade. Eu havia ficado satisfeita com as informações que me foram passadas por escrito, oralmente, mas estou bastante preocupada com a possibilidade de essas informações terem sido prestadas de maneira não conforme, vamos dizer assim, com a realidade dos fatos. Acredito que hoje ainda tenha algum tipo de posicionamento.

Assim que eu tiver acesso ao documento ou a qualquer outra informação, eu vou trazer aqui à tribuna, ou mesmo por meio das redes sociais, sempre de maneira respeitosa, ponderada, mas fazendo o trabalho de fiscalização que precisa ser feito, inclusive por meio dos instrumentos que o Regimento desta Casa nos disponibiliza.

Eu agradeço, Sr. Presidente, e tratarei do próximo tema na próxima intervenção ainda nesta data.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu gostaria de chamar para fazer uso da palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Nobre deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Nobre deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, eu chamo para fazer uso da palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Douglas Garcia, deputada Janaina, telespectador da TV Assembleia, de volta a esta tribuna, um dos debates que nós estamos fazendo neste momento é em relação ao ano que vem, à volta às aulas, mas não no ano de 2020, porque não será mais possível a retomada na Educação Básica das aulas presenciais.

Nós podemos voltar, logicamente, no ano que vem, já num outro momento, com segurança sanitária, com vacinação, com testagem em massa, com o fim da transmissão comunitária do coronavírus. Preocupa-me muito, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, a situação das nossas escolas, porque a Secretaria da Educação, o governo Doria não tem investido na adequação arquitetônica das escolas para viver um novo momento do pós-pandemia, ou talvez ainda no convívio com uma parte dessa pandemia, e uma das questões mais debatidas hoje é a readequação arquitetônica das escolas públicas e privadas.

Não é possível voltar com as aulas presenciais com esse modelo predial, arquitetônico de escolas que nós temos. É impossível: escolas sem ventilação, sem arejamento, com janelas fechadas. As escolas públicas em geral são verdadeiras prisões e não têm isso, não têm ventilação, não têm arejamento, são superlotadas. Então não será mais possível a volta para essa antiga realidade. O governo tem que fazer essa readequação arquitetônica. É para isso que nós temos a FDE, a Fundação para o Desenvolvimento do Ensino, que tem um orçamento bilionário.

Essa Fundação é responsável - é uma autarquia da Secretaria da Educação - pela construção de escolas, reformas de escolas, compra de material didático escolar. É uma fundação importante, mas não vejo nenhuma movimentação da FDE no sentido de readequar as nossas escolas para que lá na frente, em algum momento, com as condições sanitárias dadas, no ano que vem, nós possamos voltar. Então esse é um ponto.

Eu apresentei dois projetos de lei - são dois projetos antigos - que contribuem exatamente com isso. O primeiro deles é em relação à superlotação de salas, um projeto que eu apresentei em 2007. O projeto já foi aprovado em todas as comissões aqui da Assembleia Legislativa, já está pronto para ser votado. Refiro-me aqui ao Projeto nº 517, de 2007, que acaba, coloca um fim na superlotação de salas. Esse projeto estipula um número máximo de alunos em cada nível de ensino.

O outro projeto importante também - que eu já tinha apresentado duas vezes, mas agora está com o número de 128/19 - é um projeto que obriga o estado a reconstruir as escolas de lata do estado de São Paulo, a transformar as escolas de lata, que são muitas, são mais de cem, em escolas de alvenaria, porque é impossível voltar às aulas e colocar os alunos nas escolas de lata. O governo tem que tomar as providências.

Então são dois projetos, são duas contribuições importantes do Poder Legislativo. Já que o governo não faz, o governo do PSDB nunca investiu no fim da superlotação de salas, na transformação das escolas de lata em escolas de alvenaria, então o Legislativo toma essas providências, apresenta propostas. Já fiz indicações, denúncias, acionei o Tribunal de Contas e o Ministério Público em relação a esses fatos que eu estou citando. Apresentei projetos de lei, enfim, mas o governo não se movimenta. Então nós temos que fazer essa pressão.

Então peço o apoio, a ajuda de todos os deputados e deputadas para que nós possamos aprovar esses dois projetos, o 517, de 2007, que acaba com a superlotação de salas na rede estadual, e o PL nº 128, de 2019, que obriga o estado - ele tem um prazo para isso, logicamente – fazer a transformação das escolas de lata em escolas de alvenaria, para que nós possamos em algum momento voltar com as aulas presenciais, mas com segurança e sem superlotação de salas.

o dá mais para manter 40, 50 alunos numa sala de aula; nem mesmo 35 é possível com a nova realidade com que nós vamos nos defrontar no ano que vem, Sr. Presidente. Então é por isso que eu peço a ajuda do governo.

Quando eu digo que o governo não fez nada para mudar essa situação, eu registro aqui dois exemplos: duas escolas que foram incendiadas, duas escolas de lata, uma em Parelheiros, outra na região do Grajaú.

Eu me refiro aqui a duas escolas de lata que foram incendiadas e não foram ainda reconstruídas. Há quatro, cinco anos essas escolas estão desativadas.

Eu me refiro aqui à Escola Hilda Kfouri e à Escola Estadual Professora Renata Menezes, que fica na região de Parelheiros. Essas duas escolas não foram ainda reconstruídas, e era o momento de o estado reconstruir com alvenaria.

O governo não fez isso e matriculou os alunos dessas escolas. Na verdade, distribuiu em outras escolas da região, superlotando ainda mais escolas já superlotadas, e até agora não tomou nenhuma providência.

Então, faço aqui um apelo ao governador Doria, ao secretário da Educação para que as medidas sejam tomadas nesse sentido, porque senão não será possível voltar às aulas no novo cenário.

Então, é isso. O Projeto 517, de 2017, e o PL 120. Peço apoio e ajuda aqui de todos os deputados e deputadas para que ambos sejam aprovados em caráter de extrema urgência.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Disponha, nobre deputado. Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, gostaria de chamar para fazer uso da palavra a nobre deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Ainda no tema do decreto baixado pelo Sr. Governador após a reforma da Previdência, determinando desconto nas aposentadorias já estabelecidas que sejam inferiores ao teto do INSS, gostaria só de trazer uma informação.

Os senhores se recordam que eu expliquei o que foi efetivamente aprovado mediante a reforma, e que a previsão da cobrança das aposentadorias de quem ganhava abaixo do teto era na eventualidade de haver um deficit específico, porque o deficit genérico já tinha sido aquele que propiciou a reforma da Previdência.

Disse aos senhores que fui fazer uma reunião com o secretário Mauro Ricardo e ele deixou claro que não voltaria atrás na cobrança dessa porcentagem na aposentadoria de quem recebe menos do que o teto.

Na oportunidade, estavam presentes representantes da SPPrev, que disseram que em outros estados essa cobrança já estava sendo feita. Passaram uma lista de estados, nós analisamos, a informação é verdadeira, porém um dos estados apontados na reunião foi o Paraná.

A não ser que eu esteja equivocada e que haja outras normas para além desta aqui a que eu tive acesso, no Paraná a verificação do deficit e do desconto não é feita por meio de decreto, ela é feita diretamente na lei da reforma. E a previsão é de que, enquanto houver deficit atuarial no âmbito do regime próprio de Previdência do Estado, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas incidirá sobre o montante dos proventos de aposentadorias e de pensões que superem três salários mínimos nacionais.

Por que eu estou frisando isso? Porque na reunião, a informação que eu recebi era de que todos os estados - esses estados de uma listinha - estavam cobrando a partir de um salário mínimo.

E eu lembro bem que eu ponderei: um salário mínimo é muito pouco. Nós não podemos trabalhar com três salários mínimos? E eles disseram que não, que teriam que seguir essa regra. No Paraná, a não ser que haja um decreto governamental mudando esta previsão aqui, fala-se em três salários mínimos.

Da mesma maneira, nessa reunião, e nas complementações posteriores, os representantes da SPPrev e o próprio Sr. Secretário deram como exemplo o estado do Mato Grosso. No Mato Grosso, diferentemente do que está acontecendo aqui, a determinação não foi estabelecida por meio de decreto. Eu tenho insistido nesse ponto, esse ponto é relevante.

Na lei, eles dizem que fica isento de contribuição estabelecida o segurado do regime próprio da Previdência cujos proventos, em sua totalidade, sejam inferiores a três mil reais. Esse é o dispositivo que fala desse deficit especial.

Então, em havendo esse deficit especial, que foi reconhecido por lei, poder-se-ia descontar - poder-se-á, na verdade provavelmente já estão descontando -, no Mato Grosso, aqueles salários, aqueles proventos de aposentadoria inferiores a três mil reais.

Essa informação me parece importante, porque eu falei aqui na tribuna e falei na reunião. O deficit que ficou previsto na reforma da Previdência, autorizando uma cobrança daqueles que recebem abaixo do teto, há de ser um deficit diferenciado do deficit que autorizou a própria reforma, porque senão não teria sentido. Se o deficit já fosse da reforma, seria feita uma previsão direta, e não deixar margem para se baixar esse desconto, por meio de decreto.

Os próprios estados apontados como exemplo na reunião que eu mencionei são prova de que eu tenho razão, porque nesses estados a determinação desse desconto já foi feita na própria reforma, por meio de lei.

O reconhecimento do deficit foi feito na própria reforma. Não se deixou para uma oportunidade futura, que obviamente não poderia ser um mês depois, porque senão esta Casa já teria tratado do tema.

Nesses dois estados trazidos como exemplo pela própria SPPrev, os descontos não acontecem a partir de um salário mínimo, ou seja, passando um salário mínimo. Eles acontecem ou a partir de três salários, que foi inclusive uma das propostas que eu fiz na reunião, ou a partir de três mil reais. Eu quero trazer esse registro para que nós possamos primar pela transparência nesse debate. É um debate importante.

Como eu disse, são muitos os e-mails. É impossível responder todos os e-mails. Sei que as pessoas às vezes ficam magoadas, escrevem novamente, dizendo que não obtiveram resposta, mas eu vou fazendo os esclarecimentos paulatinamente, conforme as informações vão sendo acessadas aqui na tribuna. Eu entendo que para o debate jurídico, inclusive, em torno dessa matéria essas informações são importantes.

A situação nos estados apontados como exemplos pela própria SPPrev e pelo governo é diferente sob o ponto de vista jurídico e também em termos de valores passíveis de descontos, a meu ver - da maneira como feitos, nos montantes como feitos - indevidos.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Havendo acordo de lideranças, Excelência, eu solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 19 minutos.

 

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