19 DE NOVEMBRO DE 2020
96ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, FREDERICO D'AVILA e TENENTE
NASCIMENTO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CASTELLO BRANCO
Informa a comemoração do Dia da Bandeira. Apresenta slides
sobre aumento da alíquota de ICMS do combustível no Estado, previsto no PL
684/20. Alerta para aumento de custo de vida em São Paulo. Cita frase de
Winston Churchill.
3 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Discorre sobre as obras da Linha 15 - Prata do Monotrilho.
Lembra que o sistema ficou paralisado por mais de 100 dias em 2020. Exibe
reportagens sobre acidentes na linha. Critica a insistência para implementação
do modal no Estado. Menciona os gastos e atrasos com a linha. Considera o transporte
caro e inseguro.
4 - MAJOR MECCA
Lamenta a execução de um policial militar. Tece críticas à
atuação do governo na Segurança Pública. Afirma que é dever do Estado proteger
os agentes. Alega que os policiais são mal remunerados e mal equipados. Discorre
sobre os desafios da profissão. Clama pelo impeachment do governador.
5 - JANAINA PASCHOAL
Pede posicionamento dos candidatos à prefeitura da Capital
sobre o conteúdo a ser ministrado nas escolas municipais. Considera a discussão
importante, pois, ao seu ver, é direito do cidadão saber o que os candidatos
pensam a respeito. Cita a circular enviada aos pais de alunos de escola no Rio
de Janeiro utilizando gênero neutro. Afirma que as crianças e os adolescentes
não conseguem se impor diante de certas orientações.
6 - CARLOS GIANNAZI
Rebate o discurso da deputada Janaina Paschoal. Afirma que o
PSOL defende a educação libertadora e que estimule o senso crítico. Tece
críticas ao projeto "Escola sem Partido". Lembra os secretários de
Educação, Paulo Freire e Mário Sergio Cortella,
durante o mandato de Luiza Erundina, candidata a vice-prefeita. Lamenta o
falecimento de Paulo Henrique Machado, morador do Hospital das Clínicas, em
18/11. Critica o veto do governador ao PL 660/14, elaborado em parceria com Paulo.
Discorre sobre a importância da vacinação.
7 - FREDERICO D'AVILA
Assume a Presidência.
8 - CORONEL TELHADA
Lembra o Dia da Bandeira, celebrado hoje. Informa os
municípios aniversariantes. Parabeniza a Brigada Militar do Rio Grande do Sul
pelo aniversário. Comenta o falecimento do coronel Edilberto
de Oliveira Melo, aos 99 anos. Discorre sobre a trajetória militar do coronel.
Noticia a realização de megaoperação nas marginais para fiscalização de
caminhões. Endossa o discurso da deputada Janaina Paschoal. Repudia o que
considerou "ideologia de gênero". Critica os pedidos de fechamento da
Polícia Militar. Comenta as dificuldades da força no Estado.
9 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
10 - FREDERICO D'AVILA
Tece elogios à atuação do deputado Carlos Giannazi. Faz coro
às falas do deputado Coronel Telhada e Janaina Paschoal. Comenta visita ao
cônsul da Hungria. Afirma que a constituição húngara irá definir família como
homem e mulher. Repudia o que considera "ideologia de gênero".
Discorre sobre o treinamento de cães da polícia pelo 5º Batalhão de Polícia de
Choque. Agradece ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, pelo discurso em
relação ao presidente Bolsonaro na reunião dos Brics.
Comenta o aumento de ICMS de diversos itens pelo PL 529/20. Alerta para repasse
aos consumidores. Critica o governador João Doria.
11 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência.
12 - CASTELLO BRANCO
Comenta o recebimento de reclamações sobre possíveis fraudes
nas urnas eletrônicas. Pede para que os eleitores que tiveram problemas
registrem uma reclamação no Tribunal Superior Eleitoral. Clama para que os
responsáveis investiguem o caso.
13 - CARLOS GIANNAZI
Discorre sobre o fechamento de turnos na Escola Estadual
Visconde de Congonhas do Campo, no Tatuapé. Alega que a comunidade é contra a
ação. Considera o encerramento de turnos como improbidade administrativa.
Afirma que irá acionar o Ministério Público Estadual. Lembra que todos têm
direito ao acesso à Educação de qualidade. Critica a atuação do secretário de
Educação Rossieli Soares e do governador João Doria.
14 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
15 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 20/11, à hora regimental. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Nesta data, Dia da
Bandeira, 19 de novembro de 2020, iniciamos o Pequeno Expediente com os
seguintes oradores inscritos: primeiro, o deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas.
(Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.)
Deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado capitão Castello Branco, V. Exa. tem
o tempo regimental.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Dia da Bandeira, 19
de novembro de 2020, nossa melhor continência ao pavilhão nacional, símbolo de
fé e de esperança desta Nação.
Boa
tarde a todos que nos ouvem na Rede Alesp de comunicação, nessa abertura do
Pequeno Expediente de 2020. Coronel Telhada, nossa continência para o senhor
também, dia da nossa gloriosa bandeira.
O
que nos traz hoje aqui é mais uma constatação de aumento de impostos no estado
de São Paulo. Desta vez, num setor sensível da Economia, que é o combustível.
Mais uma maldade do governador, para a população paulista, que vai aumentar a
alíquota do ICMS de 12% para 13,3 por cento.
Na
manhã de hoje, nós fomos surpreendidos com a publicação do Projeto de lei nº
684, de 2020, da majoração da alíquota do ICMS, de 12% para 13,3% nas operações
de etanol. Esse aumento vai valer até 16 de janeiro de 2023. Curiosamente,
nobres deputados, ele já não estará mais aqui, e vai se beneficiar desse
aumento de impostos, que vai afetar todos nós, como veremos.
O
Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços é influência direta nos preços
de combustíveis e no seu custo de vida, porque a alimentação é transportada
também por veículos a álcool, assim como outros produtos e serviços.
Segundo
dados da Fecombustíveis, no caso do etanol, os
tributos federais representam 4% do preço, e o ICMS representa 13 por cento. O
custo e a margem de lucro nas usinas produtoras de etanol é
de 63%, e das distribuidoras e revendedoras de 20 por cento.
Portanto,
o repasse ao consumidor será uma questão de tempo. O consumidor vai sentir no
seu bolso o aumento nas bombas de combustível. Caso seja aprovado esse projeto
de lei aqui nesta Casa, os preços poderão ser alterados a qualquer momento. Ou
seja, estamos diante de um aumento de impostos.
Nós
terminamos nossa fala de hoje lembrando o antigo político inglês, Churchill,
que dizia que aumentar impostos é o primeiro caminho para a derrota de um
político. Feliz Dia da Bandeira. Brasil acima de tudo.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. O
próximo deputado é o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Dr. Jorge do Carmo, V. Exa. tem o tempo regimental.
O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, desta tribuna quero cumprimentar aqui o público da TV Alesp,
público que nos assiste.
Sr.
Presidente, quero voltar a falar hoje sobre o tão emblemático, inseguro,
desconfiante, monotrilho, que costumo chamar de "enganotrilho".
Quero falar especificamente da Linha 15 - Prata, que liga Vila Prudente até
Cidade Tiradentes, bairro onde tenho o prazer de morar há muitos anos.
Desde
quando se iniciou essa luta, para construir esse tal monotrilho, a gente já
fazia movimentos, protestos, reivindicações para o Governo do Estado, dizendo
que esse modal não iria funcionar. Não iria funcionar, que o povo de São
Mateus, de Sapopemba, do Colonial, do Iguatemi, da Cidade Tiradentes, merecia,
e merece, um sistema de transporte adequado, que é o metrô.
Mas isso
foi ignorado, de maneira que, até hoje, nós estamos enfrentando, passando pelas
dificuldades que o Governo do Estado nos impõe, que são os problemas que são
causados pelo famoso "enganotrilho".
Pois
bem, lá em 2019, esse sistema ficou 27 dias parado. Em 2020, conseguiu ser
ainda pior. Em janeiro, foram oito ocorrências de problema. Em março, nós
tivemos o rompimento do pneu, e ficou 100 dias paralisado o sistema.
E o
secretário Alexandre Baldy reconhece que não suporta
o aumento da demanda. Ou seja, é um sistema que o pessoal tem que saber qual é
o limite, porque se aumentar a capacidade de usuários, ele dá pane, dá
problema. Isso já sabiam, e continuam insistindo; anunciam inclusive a extensão
do famigerado "enganotrilho".
Pois
bem, e aí vai. Depois, setembro, corrigidos 100 dias parados, ele continua com
os trens com problema, reduzindo o intervalo dos trens. Recentemente, nós
tivemos, no dia 18, também um trem rebocando um outro e causando inclusive
um pânico. Aquele modal tem 15 metros de altura aproximadamente e as pessoas
quando veem um trem daqueles, um puxando o outro, rebocando outro, causa um
pânico e preocupação.
Queria mostrar aqui para o telespectador um
pouco dos problemas graves que têm acontecido nesse modal, nesse sistema que,
ao meu ver, é falido. Já começou falido, mas o governo insiste com ele.
* * *
-É
exibido o vídeo.
* * *
Pois bem, esse é o sistema que a gente
tanto dizia que não ia funcionar, os técnicos do Metrô e do Sindicato dos
Metroviários disseram: “Esse modal não funciona, não atende a demanda”, mas os
governadores no PSDB no estado de São Paulo, que governam o estado há muitos
anos, insistiram, persistiram.
Nós temos aqui para concluir, Sr.
Presidente, a previsão de gastos desse modal era
de 5,4 bilhões para construir 26,6 quilômetros da Vila Prudente até Cidade
Tiradentes. Pois bem, vai construir 11,6 e o valor gasto será de 7,4 bilhões,
só para os senhores verem o tanto de irresponsabilidade com recurso público que
temos. O prazo para concluir era o ano de 2012. Estamos agora em 2020 e ainda
para construir uma parte dele a previsão de conclusão é para 2021.
O que
chama atenção é: além de custar muito, é um transporte totalmente inconfiável e
inseguro, dadas as ocorrências que aconteceram. Concluo: não é possível que o
Governo do Estado insista em um modal que não funciona, que não é bom, que é
caro e que a população não se sente segura em transitar nele. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado. O próximo é o deputado Maurici. (Pausa.)
Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Major Mecca, fará uso da
palavra? Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, todos que
estão nos acompanhando pela TV Alesp e pelas redes sociais, que triste, quanta
tristeza ontem no cemitério da Vila Formosa, no enterro do soldado Avante, um
jovem de 35 anos, policial militar executado na zona leste de São Paulo. Mais
uma execução assistida por todo o povo de São Paulo, por toda a nossa Nação,
por todo o nosso Brasil.
Que
triste ver os nossos soldados cabisbaixos, esposa, filha de nove anos, a mãe em
prantos e em desespero. E a nossa indignação de ver que o Governo do Estado de
São Paulo não move uma agulha para que exista uma política de Segurança Pública
que proteja a vida desses homens e dessas mulheres, que proteja e que defenda a
dignidade dos soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Ontem,
eu ainda comentava de uma entrevista uns nove anos atrás, quando o então
comandante geral coronel Meira, saindo do enterro de um policial no litoral de
São Paulo, indignado e extremamente revoltado, chegou a chorar na entrevista
dizendo que estava cansado de enterrar seus soldados e entregar uma bandeira
aos seus familiares, que ele não aguentava mais.
Nada,
exatamente nada foi feito até agora. Para que os senhores tenham conhecimento
do descaso da Polícia Militar hoje: soldados têm que revezar colete, porque não
tem colete balístico para todo mundo. Cadê, governador João Doria, que fala aos
quatro cantos que a polícia de São Paulo é a mais bem equipada? Isto é mentira.
A
vocês que estão aí nas suas casas, que estão nos assistindo e nos acompanhando:
isso é mentira. Esses números, que colocam São Paulo como o estado mais seguro do Brasil, se devem
ao suor e ao sangue dos nossos soldados, que estão todos os dias,
diuturnamente, nas ruas dando a sua vida por todos vocês.
E sabe o que esses soldados recebem
como retribuição? O descaso, o desprezo de um governador que nunca nem
compareceu para dar os pêsames aos familiares, nunca. Isso é o cúmulo do
desrespeito. Isso é o cúmulo da falta de dignidade de um estadista - se é que
pode ser classificado como um estadista.
Não respeita os seus soldados que
estão derramando o sangue e o suor para defender o cidadão de bem. É uma
vergonha. Nos causa revolta e indignação dentro do nosso trabalho parlamentar,
onde todos os nossos projetos permanecem estacionados e parados nas comissões,
por ordem do governo.
Desrespeito com todos os
parlamentares desta Casa, dando demonstrações de um fortíssimo aparelhamento
dentro do Poder Legislativo. Nós não podemos permitir que isso aconteça; Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, não podemos. São vidas que estão sendo ceifadas.
Para o Estado, é somente um número,
mas vá agora lá na casa falar com a esposa do sargento Jeferson, que foi
fuzilado na porta de casa. Vá lá ver como estão a esposa e a mãe do soldado Avante hoje; dobrando as roupas dele e colocando
dentro de uma mala para doar, para fazer não sei o quê.
E o Estado ao menos respeita a
dignidade da família? Nós temos que fazer vaquinha e comprar cesta básica para
doar à esposa e aos filhos, porque o Estado não paga as indenizações e atrasa o
pagamento dessas pensionistas. Essas guerreiras que lavam as fardas sujas de
sangue e o Estado não dá o devido respeito.
Para concluir, Sr. Presidente, a
situação no estado de São Paulo requer sim que o impeachment do governador João
Doria seja trazido a este plenário.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA -
PP -
Obrigado, Sr. Deputado. A próxima deputada é a deputada Carla Morando. (Pausa.)
Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado
Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputada
Janaina Paschoal, V. Exa. tem o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e todos
os colegas presentes, os funcionários da Casa, as pessoas que nos acompanham.
Ainda tratando do pleito municipal,
eu entendo que os candidatos precisariam se manifestar expressamente sobre
algumas questões em torno da Educação. Eu sei que os debates são sempre
voltados na construção de prédios, na disponibilização de vagas no Ensino
Fundamental, vagas em creches; e essa conversa é muito importante.
Não é menos importante, mas a
questão do conteúdo a ser ministrado às crianças também é algo importante. Eu
já externei neste plenário a minha preocupação - outros colegas também
externaram - com os modismos que são levados para a sala de aula, em especial para
as crianças de tenra idade.
Eu sou professora universitária e
estou muito acostumada com vários grupos filosóficos, ideológicos, religiosos
dentro da sala de aula, dentro da universidade pública. Penso que faz parte da
pluralidade da nossa sociedade. Eu mesma, dentro da universidade, já precisei
mediar conflitos entre os diversos grupos de alunos.
Porém, a criança pequena, o
adolescente, tem menos condições do que tem o estudante universitário às
imposições, ao abuso da condição de mestre dentro da sala de aula, às
orientações de dirigentes - sejam dirigentes das unidades educacionais, sejam
dirigente das várias pastas.
Então, eu entendo que seria muito
importante que os candidatos falassem. Falassem, por exemplo, a respeito da
circular que foi alvo de debate aqui na Casa, com posições muito divergentes.
Falassem a respeito da circular que
foi baixada em uma escola no Rio de Janeiro, alterando completamente a Língua
Portuguesa, determinando que, no âmbito daquela escola, não se utilizasse mais
a linguagem meninos e meninas, mas sim “menines”, com
terminativo “e”, com o intuito de abranger uma totalidade, de englobar.
Quando ocorre uma orientação de
dirigentes, nós saímos do espaço da pluralidade, da permissão aos vários grupos
de se manifestarem no ambiente educacional, que é algo - como eu disse no
início, disse há poucos dias aqui - com o qual sempre convivi.
E convivi bem dentro da universidade
pública, mas nós saímos desse espaço de várias mentalidades e entramos na
situação de dominação. Não há como uma criança pequena, um adolescente, se
imporem diante de uma circular, diante de uma cartilha, de um material didático, de uma orientação do
professor em sala de aula ou do diretor, aniquilando com a Língua Portuguesa e
impondo uma nova forma de comunicação.
Eu
percebi no debate que houve entre o candidato Boulos
e o candidato Covas que o candidato Boulos, no final
do debate, cumprimentou todos e todas. Já é uma forma de inclusão, mas
absolutamente conforme com a língua portuguesa.
Porém,
todos nós sabemos aqui que os colegas do PSOL na Casa não só defendem, como
utilizam essa nova forma de comunicação proposta, seja terminativo “e”, seja
terminativo “x”.
Então,
eu gostaria de ouvir o candidato a esse respeito. Quem ele pensa em colocar na
pasta da Educação, porque penso que os cidadãos têm direito de ter, vamos dizer
assim, uma sinalização se esse tipo de política é o que vai dominar na pasta.
Porque, como o candidato Covas é um candidato - por mais que se force dizer o
contrário - de centro-esquerda, ele não vai levantar esse debate em um eventual
enfrentamento.
Eu
tenho certeza de que não, porque ele próprio não é, vamos dizer assim,
resistente a essas pautas. Talvez em virtude de ter também um eleitorado que
fica ali no centro, ele não seja tão aguerrido nessas pautas. Ou talvez não
seja uma pauta, assim, tão essencial na vida dele, mas ele não tem
resistências. Ele não vê com maus olhos, não é?
E
com isso aqui não estou criticando; é uma constatação. Ele não vai levantar
esse debate. Daí a necessidade de utilizar esse espaço precioso de fala para
pedir que os candidatos tratem desse tema. Eu sei que alguns colegas pensam que
é um tema de terceira importância, ou de nenhuma importância, mas isso não é
verdade.
Porque
nós temos que cuidar do material que vai ser disponibilizado para as nossas
crianças, do que vai ser ensinado em sala de aula. E eu penso que é um direito
do cidadão - já vou finalizar, Excelência - ouvir os candidatos a esse
respeito. Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Carlos
Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV
Assembleia, como a deputada Janaina citou o meu partido, o PSOL, e o Guilherme Boulos, eu gostaria de dizer, deputada Janaina, que,
sinceramente, essa não deve ser uma preocupação de V. Exa. e nem é, sobretudo,
uma preocupação da cidade de São Paulo em relação à Educação.
Em
relação a nós, do PSOL, nós defendemos uma educação libertadora, uma educação
crítica, que leve o aluno ao pleno desenvolvimento de todas as suas
habilidades, para que ele tenha acesso à cidadania, senso crítico. Nós
defendemos uma educação libertadora, emancipadora. Essa é a educação que nós
defendemos, uma escola que prepare o aluno para o pleno exercício da sua
cidadania. Essa é a nossa grande meta do ponto de vista educacional.
Essa
questão que V. Exa. levantou para nós já está superada. É uma pauta de 2018
que, inclusive, já foi derrotada aqui em São Paulo pelas urnas, pela eleição
municipal. Isso aí tem a ver com fundamentalismo, com o “Escola Sem Partido”,
com tentativa de implantar a mordaça e a censura nas escolas. Eu penso que nós
temos preocupações mais urgentes em relação à Educação municipal.
E
V. Exa. não se preocupe, porque a Luiza Erundina é a vice do Guilherme Boulos. E nós tivemos a maior experiência de toda a
história de São Paulo, na Capital, na área da Educação, com Paulo Freire e com
Mario Sergio Cortella. Ambos foram secretários
municipais de Educação e fizeram uma grande revolução na Educação municipal.
Então,
V. Exa. fique tranquila em relação ao nosso candidato Guilherme Boulos. Nós faremos uma grande transformação na Educação
municipal. Repito: colocando, implantando um projeto pedagógico crítico,
libertador, emancipador, preparando os nossos alunos para o pleno exercício da
cidadania. Isso é o que nós vamos fazer.
Sr.
Presidente, eu queria aqui colocar só uma foto, fazer uma homenagem. Nós
perdemos, ontem, o Paulo Henrique Machado, que morava no Hospital das Clínicas; morou lá
durante 50 anos. Ele foi vítima de uma doença, a pólio, e ele participou de um
movimento na Assembleia Legislativa.
Essa
foto nós tiramos aqui em 2014, quando realizamos uma audiência pública para a
aprovação de um projeto de lei, que foi aprovado inclusive pela Assembleia
Legislativa. O PL que eu apresentei, construído coletivamente, inclusive por
ele e pela Eliana Zagui, pelo Ari Colatti,
pela Sandra Ramalhoso e um grupo organizado, que formulou esse projeto e essa
proposta.
Infelizmente,
o projeto foi vetado pelo governador Alckmin, na época, em 2014. Nós estamos em
uma luta para derrubar esse veto. Ele morou mais de 50 anos em uma cama, no
Hospital das Clínicas. E a Eliana Zagui também. Ele
nos deixou ontem, faleceu nesse hospital e é uma perda enorme para todos nós,
porque ele era um militante, um exemplo de vida, de vigor. Mesmo nessa condição
ele fazia mil coisas: era desenhista, era militante.
Enfim,
era uma pessoa extremamente ativa, mas nos deixou ontem. Eu queria fazer essa
homenagem a ele e dizer que agora, mais do que nunca, vamos lutar ainda mais
para derrubar o veto ao PL 660/14. Nós aprovamos aqui o projeto idealizado
também por ele, pelo Paulo, pela Eliana e por militantes desse movimento, mas,
infelizmente, como sempre, o PSDB vetou o projeto.
Então,
nós temos que fazer uma homenagem ao Paulo Henrique Machado, derrubando o veto
e tornando realidade esse sonho do Paulo, que é a criação desse centro de
referência, de tratamento e diagnóstico da poliomielite e da pós-poliomielite.
Só
finalizando, Sr. Presidente, o Paulo foi vítima também da falta de vacinação.
Hoje tem esse movimento contra a vacinação, um movimento negacionista,
que nega a importância das vacinas. Ele foi vítima. Essa falha, essa omissão
por conta da sua não vacinação manteve ele durante toda a sua vida numa cama.
Ele nasceu praticamente dentro do Hospital das Clínicas e lá permaneceu por
toda a sua vida; fez poucas saídas.
Uma
delas foi aqui na Assembleia Legislativa, porque ele dependia de um respirador.
Ele nasceu com respirador e morreu com esse respirador. Então, quando ele veio
na Assembleia Legislativa, na nossa audiência pública, ele veio com todo o
aparato, quase parecendo uma UTI, para que ele pudesse participar no nosso
Plenário Paulo Kobayashi. Então quero render as homenagens e dizer que ele
deixou um grande legado, que será seguido por todos nós. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Luiz
Fernando da Silva. (Pausa.) Solicito que o deputado Frederico d’Avila assuma a
Presidência dos trabalhos.
* * *
- Assume a Presidência o
Sr. Frederico d’Avila.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
FREDERICO D’AVILA - PSL - Coronel
Telhada, o senhor tem cinco minutos regimentais.
O SR. CORONEL TELHADA
- PP - Muito obrigado. Sr.
Presidente, Srs. e Sras. Deputadas aqui presentes, a todos que nos assistem
pela Rede Alesp. Hoje, dia 19 de
novembro de 2020, Dia da Bandeira, quero iniciar saudando a cabo Vanessa e a
cabo Bruna, que se encontram aqui. São as nossas representantes hoje da
Assessoria Policial Militar no nosso plenário.
Dia 19 de novembro,
nós queremos saudar também os municípios aniversariantes. O primeiro município
é Santo Anastácio, e também o município de Itaoca, que hoje completam
aniversário.
Saudar também a nossa
Bandeira Nacional, a bandeira que muitos brasileiros morreram defendendo ao
longo da história e que, infelizmente, muita gente não dá o devido valor. Com a
ajuda de Deus, ela nunca será vermelha. A nossa bandeira é verde, amarela, azul
e branca, graças a Deus. A minha continência à nossa Bandeira Nacional.
Quero também saudar
hoje, dia 19 de novembro, a Brigada Militar, que é a polícia lá do Rio Grande
do Sul; é a força da comunidade. Hoje, a Brigada Militar está completando 183
anos, uma tropa que luta pela Segurança Pública no Rio Grande do Sul. Um abraço
a todos esses irmãos e irmãs que defendem a população lá no Rio Grande do Sul.
Hoje, dia 19 de
novembro, é um dia triste para a Polícia Militar. Tenho diariamente falado de
policiais que morrem em serviço. Ontem mesmo falei do soldado
Avante, infelizmente, morto na zona leste, num roubo. Mas eu quero falar
de um amigo que hoje faleceu aos 99 anos, um ícone dentro da Polícia Militar,
principalmente entre os oficiais. Um homem que é um historiador dentro da
Polícia Militar.
Eu conheci o coronel Edilberto de Oliveira
Melo, uma referência dentro da Polícia Militar. Faleceu agora há pouco, aos 99
anos. Ele faria
100 anos no dia 30 de dezembro próximo. Uma pessoa
singular dentro da Polícia Militar.
Para vocês terem uma
ideia, eu conheci o coronel Edilberto em 1979, quando
eu ainda estava no primeiro ano do curso preparatório de formação de oficiais.
Ele já era coronel aposentado da Polícia Militar. Era presidente do então Museu
da Polícia Militar. É uma das pessoas que me inspirou muito na minha carreira quando
eu resolvi escrever livros sobre histórias militares, de histórias da Polícia
Militar.
Foi uma pessoa que me
incentivou e me serviu de inspiração. O coronel foi aspirante da turma de 1944.
Para quem não sabe, ele é formado na primeira turma de aspirantes que se formou
na Escola do Barro Branco. Porque, antes, essa escola era feita em outros
lugares. Era feita no antigo CFA; era feita ali no Presídio Tiradentes, em
frente a Rota, o Presídio Tiradentes.
Ele ingressou na
Polícia Militar em 1941 como soldado e fez escola ali no Presídio Tiradentes.
Depois foi para a Escola de Oficiais, o CFA, e acabou se formando já no prédio
da escola no Barro Branco, que é a nossa escola tradicional, a Academia de
Polícia Militar do Barro Branco.
Então, eu quero deixar
os meus sentimentos a toda a família do coronel Edilberto:
a sua esposa; ao seu filho, coronel Melo, famoso Melo Maluco, grande pessoa
dentro da Polícia Militar também. Enfim, a toda a sua família, a toda a nossa
Polícia Militar. O coronel Edilberto não pode ser
esquecido por nós.
Eu o homenageei várias
vezes nesta Casa, várias vezes enquanto vereador na Câmara Municipal. Escreveu
várias obras: “O Salto na Amazônia”, “Asas e Glórias” e inúmeros outros livros
que retratam a gloriosa história da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Coronel Edilberto, a minha continência. Descanse em
paz. Deus o abençoe e lhe dê o merecido descanso e a coroa que o senhor merece.
Eu também quero falar
que hoje nós estamos realizando na Polícia Militar, dia 19, uma megaoperação
nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, em intensa fiscalização de caminhões
que transitam com as placas de identificação e com o sistema de controle de
emissão de poluentes adulterado.
Essa operação está sendo feita por 102 policiais militares e 46 viaturas
do Comando de Policiamento de Trânsito e do 5o Batalhão de Polícia
de Choque. Apesar da chuva que tem acometido toda a cidade de São Paulo, essa
operação está ocorrendo nessa data.
Para fechar, também
quero me solidarizar ao que falou a deputada Janaina. Tenho grande respeito por
todas as pessoas. Inclusive, quero deixar bem claro o respeito que tenho pelo
amigo Giannazi. Somos amigos, apesar da nossa diferença ideológica.
Mas eu concordo com a
posição da deputada Janaina. E me preocupa muito também, porque, infelizmente,
o PSOL é um partido que tem uma ideologia preocupante. Como eu disse, eu
respeito todas as pessoas e desejo ser respeitado também. Não consigo entender
essa ideologia de gênero. Porque eu tenho uma neta de seis anos, e me preocupa
muito a educação dessa criança.
Veio aqui se falar que
o PSOL tem uma política libertadora. Eu não acredito que é uma política
libertadora. Eu não acredito em política de libertinagem. Porque o que é certo
é certo. A criança vai fazer as suas opções ao longo da vida e não impostas por
professores que, muitas vezes, desvirtuados dos verdadeiros valores morais,
ficam colocando coisas nas cabeças das crianças. Quem tem que educar a criança
é o pai e a mãe. A escola é um complemento dessa educação.
Então, me preocupa
muito, sim. E também não consigo acreditar em um partido que pede a extinção da
Polícia Militar. Isso é público e notório. Eu falo que só existem duas pessoas
que não gostam da Polícia Militar: ou é bandido ou quem não conhece a PM. Eu
tenho certeza de que nossos amigos aqui não conhecem a Polícia Militar, por
isso que, às vezes, falam mal dela.
Não sabem o que passa
um homem... Como o Major Mecca falou agora há pouco,
o que passa a família de um policial militar, homens e mulheres, que são mortos
diariamente defendendo a cidade, defendendo uma pessoa que eles nunca viram por
um salário insignificante.
Então, essas pessoas
não sabem o que é ser policial militar, o que é o sacerdócio de ser policial
militar. Então, eu não consigo entender também a população apoiar um partido
que quer a extinção da Polícia, que quer ideologia de gênero, tratando as
nossas crianças de uma maneira perigosa e perniciosa. E eu entendo que nós
temos que levar isso em consideração, sim, o que nós queremos para a nossa cidade.
É a velha Lei de
Murphy. Tenho dois militares aqui, o Major Mecca e o
capitão Castello Branco. A velha Lei de Murphy, que a gente sempre fala nos
quartéis: “Não há nada pior que não possa piorar”. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, deputado
Coronel Telhada. Seguindo a lista de oradores, solicito que o senhor assuma a
Presidência da sessão, para posterior fala deste deputado.
* * *
- Assume a Presidência o
Sr. Coronel Telhada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado
Frederico d’Avila. A próxima oradora inscrita é a deputada Leticia Aguiar.
(Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila, V. Exa. tem
o tempo regimental.
O SR. FREDERICO D’AVILA
- PSL - Boa tarde, Sr. Presidente, prezados colegas. Venho aqui a esta tribuna hoje.
Não ia tratar desse tema, mas como o Coronel Telhada entrou nesse tema aqui
agora e a professora Janaina - eu estava acompanhando do gabinete.
Também
tenho o maior respeito pelo professor Giannazi. Inclusive, acho que ele destoa
do partido em que ele se encontra, porque ele é realmente uma pessoa de um
trato pessoal fantástico, e ele destoa dos seus colegas, positivamente.
Se fosse
negativamente eu falaria, mas ele destoa positivamente. Eu acho que tem outras
agremiações que o merecem e o senhor cabe lá. Então, o senhor está de parabéns.
Pelo senhor, não pelo seu partido. Parabéns, professor Giannazi.
Queria
aqui dizer… Não ia tratar também desse tema, mas vou tratar.
Ontem, eu fiz uma visita de cortesia ao cônsul da Hungria aqui em São Paulo e,
conversando sobre a questão do coronavírus, as medidas que estão sendo tomadas
na Europa... Porque eu fiz aqui ano passado a sessão solene em homenagem à
comunidade húngara, e ele me colocou lá, Coronel Telhada, que já está
entrando...
Lá é
unicameral o sistema da Hungria. Ele me contou também que eram 380 deputados e
agora foi reduzido para 200 deputados para uma maior economicidade dos recursos
e agilidade na tomada de decisões. E vai entrar na Constituição logo mais, acho
que este mês.
O
conceito de família na Hungria vai ser constitucionalmente colocado, onde
família é homem e mulher. Não existe família formada sem ser por homem e
mulher. Isso já dá um grande salto em relação a essa questão da ideologia de
gênero, que alguns partidos querem transformar como algo normal.
Então,
quem não acredita em ideologia de gênero, pegue um eletrodoméstico 110 e liga
no 220 para ver o que acontece. É lógico que vai queimar. E Deus criou o homem
e a mulher para gerar outras pessoas. Homem com homem não dá nada; mulher com
mulher não dá nada. Então, a Constituição húngara vai ter, no seu artigo, no
seu dispositivo constitucional, que a formação de família é composta por homem
e mulher.
Queria
também dizer que ontem recebi aqui a visita do 5º BP Choque, que agora é o
Canil, do capitão Sírio e do sargento Irlan. O
capitão Sírio conhece muito da cinofilia. Nós vamos ajudar lá, provavelmente
com recursos, aos moldes do que foi feito no glorioso 1º BP Choque, pelo
coronel Mello Araújo. Trazer a sociedade civil para dentro do quartel, para
ajudar a fazer as reformas que são necessárias. Afinal de contas, o emprego do
cão… O capitão Sírio vinha dizendo ontem que o emprego do cão...
Os Estados
Unidos investiram bilhões de reais para desenvolver robôs para fazer o mesmo
trabalho que o cão, e não conseguiram desenvolver um robô para fazer aquilo que
o cão consegue fazer com a sua própria natureza. Então, hoje eles investem
muito no treinamento dos cachorros. Então, vamos dar todo apoio ao 5º BP
Choque.
Queria
aqui também, para registrar, e aí eu vou pedir, Sr. Presidente, que o senhor solicite à Taquigrafia que envie as
notas à Embaixada da Rússia, da Federação Russa em Brasília, o meu agradecimento,
os meus elogios e os meus aplausos ao presidente Vladimir Putin, pelo seu
discurso e pela sua colocação, em relação ao presidente Bolsonaro, na reunião
dos Brics, ocorrida na terça-feira, se não me engano.
Então,
queria aqui cumprimentar o presidente Vladimir Putin. Peço que sejam
encaminhados os meus elogios, o meu agradecimento à Federação russa, ao
presidente Putin, pelo reconhecimento do trabalho do nosso presidente Jair
Bolsonaro.
E, para
finalizar - e aí o professor Giannazi vai concordar comigo com certeza - o crupiê dos Bandeirantes, chamado Mauro Ricardo, que na
verdade é o...
Na
verdade, o João Doria não sabe nada. Ele não sabe absolutamente nada. Ele sabe
fazer negócio, e depois ele... Agora, o pessoal deve estar nervoso lá, porque
deve ter prometido a comissão para ele, e agora ele não vai conseguir comprar a
vacina, para pagar a comissão do chinês.
Então, o
que acontece? Está aqui, professor Giannazi. O Sr. João Doria aumentou o ICMS
de vários itens, pelo 529, como
todos os deputados aqui sabem. Inclusive, o senhor veio denunciar aqui nesta
tribuna as conversas de corredores e cantos de gabinete aqui nesta Casa, onde
propostas espúrias foram feitas, onde alguns deputados inclusive viraram o
voto, não é? O que foi uma coisa vergonhosa.
Então,
por exemplo, adubos e fertilizantes: hoje são isentos de tributação; vai ter
4,14 por cento. Então vou só dar um exemplo. O pessoal aqui, não vou falar de
grande produtor, não. Vou falar de HF, aqui no entorno de São Paulo, Suzano,
Ibiúna, enfim, é tudo aqui em volta, pequenos produtores.
Uma
tonelada de adubo custa mais ou menos dois mil reais. Quatro por cento vai para
2.080, quase 2.100 reais. Isso, num primeiro momento, quem vai pagar é o
produtor. E, num segundo momento, quem vai pagar é justamente o consumidor
final. Então, o Sr. João Doria trabalhou efetivamente para o incremento dos
custos da alimentação básica da população mais pobre.
Isso sem
falar em medicamentos genéricos, farelos, rações, tudo aquilo que acaba
impactando na alimentação final, Major Mecca, da população mais carente. Então
o Sr. João Doria não tem nenhuma sensibilidade social, e muito menos respeito
pelo empreendedor e pelo produtor, uma vez que ele, nesta Casa, sancionou o
projeto do deputado Sergio Victor, se não me engano, e do deputado Ricardo
Mellão, do Código de Defesa do Empreendedor.
Então,
ele não é nem liberal, nem social, absolutamente nada. Ele é um corretor de
negócios que usa a cadeira de governador para fazer negócios que beneficiam a
si, nas costas do cidadão paulista. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada
Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado
Tenente Nascimento. Não fará uso da palavra. Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)
Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado
Caio França. (Pausa.) Deputado Ed Thomas, nosso prefeito. (Pausa.) Deputado
Sargento Neri. Não fará uso da palavra. Deputado Edmir Chedid. (Pausa.)
Eu vou passar a Presidência dos trabalhos para o deputado
Tenente Nascimento para que ele prossiga na Presidência desta sessão. É bom que
todos os deputados passem por esta função, até para conhecerem e poderem se
familiarizar com uma função que de uma hora para outra todos podem assumir
aqui. O senhor assume aqui, por gentileza, deputado? Muito obrigado.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Tenente Nascimento.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Dando
prosseguimento à Lista Suplementar, agora devemos chamar aqui o deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos.
(Pausa.) Deputado Castello Branco. O deputado Castello Branco se dirige à
tribuna para fazer uso da palavra. Tem o tempo regimental.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - O deputado Castello Branco vem na Lista Suplementar do dia 19 de
novembro de 2020 registrar uma série de reclamações que tem recebido no seu
gabinete parlamentar pós-eleições municipais. E gostaria de deixar registradas
três delas.
Já somamos aí quase 300 pessoas que por email, por telefone, ou
presencialmente, têm dito o seguinte: “Nem o meu voto...”, deputados, “Nem o
meu voto consta da urna em que eu votei”, várias.
Ou seja, a pessoa sabe a urna em que ela vota, a zona e a sessão.
Quando ela puxou no site do Tribunal Regional Eleitoral, não consta nem a urna
dela e zero votos. Para registrar.
Segundo problema: a
pessoa chegava para votar, colocava o número do seu candidato e aparecia: “Já
votou”. A pessoa colocava o número do candidato dela e aparecia outro.
E, finalmente, o
problema dela se apresentar na hora da votação - esse talvez é o mais grave - e
o mesário dizer: “Alguém já veio aqui votar”. Isso são algumas das
irregularidades que foram apontadas não só aqui no estado de São Paulo, mas no
Brasil inteiro. Estão aí nos jornais. E a solicitação que eu fiz a este eleitor
que nos procurou foi: abra uma notificação, abra uma ocorrência, no Tribunal
Regional Eleitoral. Documente, registre, anote esta questão grave, porque há fortes
indícios…
Existem muitas
evidências de que houve, sim, irregularidade nesta votação, eleições municipais
de 2020, muitas. Não é uma acusação leviana. São apenas evidências muito
fortes, reclamações muito fortes de eleitores, algumas inquestionáveis, como,
por exemplo: “Eu votei na minha urna e o meu voto não aparece”.
Tem um ditado na roça
que diz assim: “Por onde passa um boi passa uma boiada”; “Onde há fumaça, há
fogo”. Tem erro no sistema e ele tem que ser corrigido. Fica aqui o nosso
alerta, a nossa reclamação e a nossa denúncia para que as instâncias eleitorais
tomem as providências julgadas cabíveis. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista
de oradores inscritos, chamo o deputado Carlos Giannazi. O deputado Carlos
Giannazi fará uso da palavra pelo tempo regimental a seguir.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero fazer aqui mais
uma denúncia contra o governo Doria em relação ao fechamento de turnos,
fechamento de salas de aula na rede estadual.
Ontem, eu falei aqui de vários.
Na
verdade, o Rossieli, o secretário de Educação, está
fechando, está aproveitando a pandemia para passar várias boiadas contra a
Educação, para massacrar a Educação do estado de São Paulo.
E
agora ele primeiro aproveitou para aprovar a introdução desse programa PEI,
Programa de Ensino Integral, que é um projeto altamente excludente, porque ele
afasta vários alunos das escolas por conta do atendimento da demanda que é
insuficiente. Uma escola tem mil alunos e ela se torna escola integral; ela só
vai atender 300.
Os
outros 700 serão dispersados, matriculados ou não em outras escolas. Por isso
que é um projeto extremamente de característica marqueteira e eleitoral, que
vai servir como um cartão de apresentação do governo estadual, até porque toda
a rede não será PEI, só algumas. E esse filme nós já conhecemos de outros
projetos do próprio PSDB aqui em São Paulo.
Então,
o governo agora está fechando turnos de escolas, Sr. Presidente. Eu denunciei
ontem aqui o fechamento do noturno da Escola Esther Garcia, lá da Diretoria
Sul-3, na região do Grajaú. Denunciei o fechamento de turnos de salas da Escola
Francisco Alves Mourão, da Sul-2, no Jardim Apurá.
Denunciei também, ainda ontem, o fechamento de salas e espaços pedagógicos da
Escola Estadual Coronel Siqueira Moraes, em Jundiaí.
E
agora mais uma denúncia hoje, Sr. Presidente. Eu me refiro aqui ao fechamento
do período noturno, de todo o período noturno da Escola Estadual Visconde de
Congonhas do Campo, da Leste-5. Essa escola fica no Tatuapé, e o período
inteiro será fechado. A comunidade está revoltada, mais mobilizada, fazendo
movimento.
Eu
recebi, estou chocado com as denúncias, porque em plena pandemia o governo
aproveita a fragilidade, da falta de mobilização das comunidades escolares para
fechar salas e turnos, sobretudo para os alunos que mais precisam, que são os
trabalhadores, os alunos do período noturno, fechando curso regular de ensino
médio e sobretudo curso de educação de jovens e adultos.
Isso
é um crime. É um atentado criminoso contra o direito à educação, direito
garantido pela Constituição Federal, pela LDB, pela nossa Constituição Estadual
aqui de São Paulo, no Plano Nacional de Educação, no nosso Plano Estadual. O
governo afronta toda a legislação fechando turnos e salas em várias escolas da
rede estadual.
Estou
recebendo muitas denúncias. Estou aqui apresentando todas elas, Sr. Presidente,
e acionando o Ministério Público. O Ministério Público não pode aceitar
fechamento de salas e turnos, porque o aluno tem direito ao acesso à Educação
Básica. Tem direito ao acesso, à permanência e à qualidade de ensino, como
reza, como determina a Constituição, inclusive aqueles que não tiveram acesso
na idade própria.
Por
isso que tem EJA, Educação de Jovens e Adultos, para os alunos que tiveram
dificuldade de acessar a Educação Básica, sobretudo o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio na idade própria. O governo não garante; o governo exclui esses
alunos fechando turnos. Eu citei aqui, já é a quarta escola, Sr. Presidente.
Tem mais.
Eu
vou citar toda semana as escolas que estão nessa situação, mas, repito, nós
estamos tomando providência contra esse atentado criminoso da Secretaria da
Educação, que não sei se ela orientou as diretorias de ensino, ou as diretorias
de ensino são mais realistas do que o rei, dirigentes que querem agradar,
bajular a Secretaria, o governador ou os deputados que indicaram essas pessoas,
esses dirigentes.
Não
sei o que está acontecendo, sei que nunca assisti a um fechamento tão intenso
de salas e turnos da rede estadual, ao ponto da Escola Coronel Siqueira de
Moraes perder salas e espaços pedagógicos para a instalação da Diretoria de
Ensino de Jundiaí, que me parece que não está pagando aluguel do prédio, teve
que sair de um espaço alugado; que arrume outro.
Agora,
você não pode… É inacreditável que uma diretoria de
ensino desaloje alunos e espaços pedagógicos para manter a sua burocracia, sua
parte administrativa. Que alugue um prédio; o Estado tem dinheiro. A Secretaria
tem que ter os seus espaços próprios de administração e não invadir, ocupar
escolas estaduais. Isso é um absurdo.
E
é essa escola, Sr. Presidente, a Visconde de Congonhas do Campo. Eu quero pedir
aqui, Sr. Presidente, no final do meu pronunciamento, que providências sejam
tomadas e que o Ministério Público faça uma intervenção e investigue esse
fechamento do turno inteiro da Escola Estadual Visconde de Congonhas do Campo.
A
escola fica no Tatuapé, Diretoria Leste-5. A comunidade escolar está revoltada,
pais, alunos, professores, Sr. Presidente. Então, o Ministério Público tem que
reagir imediatamente contra essa improbidade administrativa do Estado, tomando
todas as providências.
E
por isso que eu peço que V. Exa. encaminhe as notas taquigráficas do meu
pronunciamento para o Ministério Público, para o secretário da Educação e para
o governador Doria, para que as providências sejam tomadas e que nenhuma sala
seja fechada no estado de São Paulo e nenhum turno, Sr. Presidente. Era isso.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. CARLOS GIANNAZI -
PSOL - Havendo acordo entre as lideranças eu solicito o
levantamento desta sessão.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE
NASCIMENTO - PSL - Excelência, serão encaminhadas as notas
taquigráficas para a Secretaria. Quero dizer a todos: havendo acordo de
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do
Dia.
Deus abençoe a todos.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às
15 horas e 30 minutos.
* * *