27 DE NOVEMBRO DE 2020
101ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Reflete sobre a publicação de portaria, que concede o não
congelamento de tempo de serviço para o pagamento de benefícios aos servidores
de Educação. Considera que a decisão deve valer para todos os funcionários.
Afirma que a LC 173/20 é inconstitucional. Pede a aprovação do projeto de lei
complementar que reverte os efeitos deste texto no Estado. Critica os descontos
nos salários de servidores aposentados.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - CORONEL TELHADA
Parabeniza os municípios aniversariantes. Informa as datas
comemorativas de 27/11. Lamenta o falecimento do policial militar, cabo Ferian, em um acidente. Comenta a prisão de quadrilha de
roubo a residências. Pede por reformas na legislação. Clama pela reprise das
sessões plenárias na TV Alesp, às 23h.
5 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa a fala do deputado Coronel Telhada a respeito das
reprises das sessões plenárias. Afirma que a população deve ter acesso aos
pronunciamentos dos deputados.
6 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
7 - JANAINA PASCHOAL
Faz eco a fala dos deputados a respeito das reprises das
sessões plenárias. Esclarece que a Procuradoria-Geral da República defende a
obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, mas não pretende a aplicação
forçada. Lê e comenta trecho de parecer da PGR ao PTB sobre o tema. Considera
que o Estado deve adotar medidas de incentivo à vacinação. Pede para que a
população mantenha a calma.
8 - CARLOS GIANNAZI
Clama pela revogação do Decreto 65.021, que autoriza
descontos nos salários de aposentados que recebem abaixo do teto do INSS. Pede
apoio para aprovação do PDL 22/20, que anula o decreto. Tece críticas à atuação
do PSDB no Estado. Repudia a aprovação da reforma da Previdência em São Paulo.
9 - JANAINA PASCHOAL
Tece considerações a respeito de fala do governador João
Doria sobre a utilização de certificados internacionais para aplicação da CoronaVac. Comenta a dificuldade de aprovação de
medicamentos e instrumentos pela Anvisa, mesmo já sendo aceitos pelo FDA. Alega
que a conduta prejudica a pesquisa e a Saúde no País. Solicita autorização
automática de insumos aprovados pelo FDA. Lamenta a politização da vacina. Pede
para que a população continue a tomar os cuidados contra a Covid-19.
10 - JANAINA PASCHOAL
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 30 de novembro, à hora regimental. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o
Sr. Coronel Telhada.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número de
assinaturas de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Nesta data, dia 27 de novembro de 2020,
iniciamos o Pequeno Expediente, com os seguintes oradores inscritos: deputado
Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Maurici.
(Pausa.) Deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale.
(Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Damaris Moura. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, telespectador da TV Assembleia, foi publicado no “Diário Oficial” um
ato administrativo, na verdade, uma portaria do diretor da Divisão de
Administração, do Conselho Estadual de Educação, concedendo... E aí eu
reconheço que é correta essa publicação, essa portaria.
De um ponto de vista, ela é correta porque
ela concede o óbvio, que nós estamos defendendo: o não congelamento do tempo de
serviço para obtenção do quinquênio, da licença-prêmio, da sexta-parte. Está
correta essa reivindicação que nós estamos fazendo.
O que houve? Houve a aprovação dessa Lei
Complementar nº 173, do governo Bolsonaro, que congelou as promoções, que
congelou, na verdade, os direitos de todos os servidores públicos do Brasil, na
sua evolução funcional. Houve o congelamento dos quinquênios, congelamento da
sexta-parte, da licença-prêmio, em todo o Brasil, para todos os servidores.
Essa lei complementar, para nós, é
inconstitucional, porque ela viola o princípio federativo. E isso é tão
verdade, Sr. Presidente, que nós tivemos acesso aqui a uma vitória importante
do Sindicato dos Auditores Fiscais da Prefeitura de São Paulo, que ganhou agora
uma causa, em primeira instância, onde a juíza cassou o ato da prefeitura de
São Paulo, que congelou essa contagem de tempo, de serviço, de todos os
servidores do município de São Paulo.
Essa ação foi ganha pelo sindicato,
através do advogado, Dr. Farág. Ele ganhou essa ação
em primeira instância, para o Sindicato dos Auditores Fiscais da Prefeitura de
São Paulo.
Nós já tivemos também uma vitória, em
nível estadual, aqui no interior de São Paulo. Então, há concessão de ações na
Justiça, mostrando exatamente isso, que a lei complementar afronta a
Constituição Federal, porque ela congela, ela retira direitos conquistados em leis
municipais e estaduais.
É a União invadindo os municípios e os
estados, Sr. Presidente. Agora, é engraçado que o Conselho Estadual de Educação
concedeu esse entendimento, tanto aqui da juíza que cassou o ato da prefeitura
- essa juíza da 6ª Vara da Fazenda Pública - como também uma ação em
Votuporanga, que segue a mesma linha de raciocínio.
E o Conselho Estadual de Educação rompe
com a Lei Complementar nº 173, e rompe corretamente. Então, eu nem vou criticar aqui essa reivindicação
dessas duas servidoras do Conselho Estadual de Educação. Agora, se pode para o
Conselho Estadual de Educação, para servidoras e servidores do Conselho
Estadual de Educação, essa regra tem que valer também para todos os servidores
do estado de São Paulo.
Por
isso que eu apresentei o PLC, Projeto de lei Complementar, nº 32, de 2020, para
autorizar o estado, Sr. Presidente, porque nós temos outro entendimento e o PLC
32 faz uma outra interpretação dessa lei complementar que não é clara ainda em
relação à contagem de tempo. Ela ataca a questão do reajuste e reposição das
perdas inflacionárias, mas essa questão da evolução funcional, da progressão na
carreira, é outra história.
Isso
não está claro no texto da Lei Complementar nº 172, por isso que eu tenho um
projeto, PLC 32, tramitando na Assembleia Legislativa para autorizar a contagem
de tempo de serviço para licença-prêmio, para quinquênio e para sexta-parte. Eu
peço mais uma vez o apoio de todos os deputados e deputadas para que possamos
acabar com esse confisco, porque é tanto confisco em cima dos servidores...
Teve
o confisco agora dos aposentados e pensionistas que ganham entre um salário
mínimo - 1.045 reais - e 6.100 reais; agora teve esse confisco. Tem o confisco
da Previdência, tem o confisco do Iamspe e agora tem esse confisco da evolução
funcional, que é garantida pelo Estatuto do Funcionalismo Estadual, lei
aprovada em 1968.
Então
houve uma violação do princípio constitucional com essa Lei Complementar nº 173
e ela não é clara e não diz que o Estado tem que congelar o tempo de serviço,
Sr. Presidente; a lei não é clara em relação a esse tempo.
Aí
aqui o governo Doria, que é mais realista do que o rei, é uma interpretação
local. Por isso que primeiro eu quero parabenizar o sindicato, que conseguiu
uma liminar importante, Dr. Farág. Também, Sr.
Presidente, dizer que se há a possibilidade de contagem de tempo para
servidores do Conselho Estadual de Educação, este mesmo princípio tem que ser
estendido para todos os servidores do estado de São Paulo.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado. Solicito que V. Exa. assuma a
Presidência dos trabalhos, pode ser? Eu sou o próximo, por favor.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra
o nobre deputado Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, presidente, Sra. Deputada, a todos que nos assistem pela Rede Alesp. Hoje, dia 27 de novembro de 2020, sexta-feira, quero
antes agradecer e cumprimentar os dois homens aqui da nossa assessoria policial
militar; aqui embaixo o cabo Salvador, o cabo Laplaca,
o soldado Pereira ali em cima. Agradecer e parabenizar a toda a nossa Polícia
Militar.
Hoje,
dia 27 de novembro, temos dois municípios aniversariantes: o município de
Vargem Grande Paulista e o município de Tabapuã. Um abraço a todos os amigos e
amigas desses dois municípios. Hoje, é Dia do Técnico de Segurança do Trabalho também.
Um abraço a todos que trabalham nessa profissão. Técnico de segurança do
trabalho, vamos continuar trabalhando firme na missão.
Também
é o Dia Nacional de Combate ao Câncer, uma doença terrível; todos nós temos
parentes, amigos e familiares nessa situação. Eu mesmo, minha mãe está com um
problema sério em relação a isso agora e a gente precisa estar atento a esse
problema do combate ao câncer, lembrando que esse mês de novembro está se
fechando o Novembro Azul, do câncer de próstata.
Hoje,
também é o Dia Nacional da Luta contra o Câncer de Mama, uma doença que aflige
as mulheres e os homens também. É necessária uma atenção muito especial nesse
problema, todos se precaverem, fazerem os exames de análise para que não possam
ser surpreendidos com uma doença tão terrível quanto essa.
Quero
aqui também, infelizmente, lamentar a morte de mais um policial militar que se
acidentou no dia 25 de novembro agora, acidente de motocicleta na região do 23º Batalhão, na zona oeste de São
Paulo, no Alto de Pinheiros. O cabo Cleber Barbosa Ferian,
do 23º Batalhão, se acidentou no dia 25 de novembro, portanto, dois dias atrás,
e hoje, infelizmente, faleceu. Jovem policial militar. Os nossos sentimentos à
família do cabo Ferian e também a todos os policiais
militares do 23º Batalhão, na zona oeste de São Paulo.
Pois bem,
quero falar de uma ocorrência que aconteceu no 4º Batalhão. Nós tivemos um
resultado muito satisfatório de uma ação da Polícia Militar, através da Rocam e
da Força Tática do 4º Batalhão.
Foi a
viatura 40124012, com o sargento Vilas Boas, o cabo Torquato e o cabo Enderson, que estavam na viatura Força Tática 012 e a Rocam
2, com o cabo Fidélis e cabo Fileti. Também teve o
apoio de várias viaturas da CGP, CGP Rocam, Rocam 1,
viaturas da 2ª Companhia, da 1ª Companhia e até viaturas do 23º Batalhão.
Foi uma
ocorrência de grande vulto, que acabou envolvendo muitas pessoas. Pior, nenhum
veículo de imprensa, grande veículo de imprensa, ao menos noticiou essa
ocorrência. Se tivesse tido algum problema, com certeza estaria todo mundo
falando, metendo o pau, falando um monte de asneiras dos policiais militares.
Foi presa
uma quadrilha especializada em roubo à residência. Começou com uma ocorrência
na Rua Barão da Passagem, na Lapa, onde viaturas da Força Tática e Rocam se
deslocaram para o local. Quando a equipe de viatura do CFP estava chegando ao
local, iniciou-se um acompanhamento de um veículo Volkswagen Jetta, envolvido no crime, que se prolongou por diversas
ruas.
Os indivíduos atropelaram uma motocicleta e
colidiram com diversos outros veículos na pista. Pela Av. Queiroz Filho, ao
lado do Cemitério da Lapa, os indivíduos colidiram
esse Jetta contra um Jeep Compass.
Desembarcaram daquele carro roubado e iniciaram fuga a pé. Foram acompanhados e
presos pelos policiais militares.
Foi feita
busca pessoal nos quatro criminosos, que assumiram a autoria dos roubos.
Parece-me que um desses criminosos, para variar, era menor. Confessaram se
tratar de uma quadrilha especializada em furtos e roubos a residências em
bairros nobres, sendo todos oriundos da região da Penha, zona leste, e com
diversas condenações criminais.
Notem que o
bandido nunca é primário; ele sempre tem inúmeras condenações. Olhem a nossa
lei, como é complacente com o crime. É todo dia você vendo ocorrência de
indivíduos que são presos, assassinos, ladrões, e todos com condenações,
passagens pela polícia e estão na rua novamente, praticando crime. Por quê?
Porque a nossa lei é complacente com o crime. A nossa lei favorece o
crescimento de criminosos no Brasil.
Foi feita a
busca veicular no Jetta e foi constatado que aquele
carro também era produto de roubo, do dia 22 de novembro. Então, os senhores
notem, a ocorrência foi apresentada no 91º DP, onde foi feito o boletim de
furto qualificado, associação criminosa, corrupção de menores, receptação de
veículos, adulteração de sinais identificadores.
E daí? E
daí nada, que amanhã ou depois, na audiência de custódia, esses caras podem ser
colocados em liberdade. Por quê? Porque a nossa Justiça adora favorecer a vida
de criminoso. O cara faz barbáries e, no outro dia, a audiência de custódia põe
em liberdade. Também digo, novamente, esses indivíduos, todos criminosos contumazes,
com passagens, com condenações criminais e estão na rua praticando crimes.
O pior é
que para conseguir informação dessa ocorrência a gente teve que se desdobrar e
falar até com o Papa. Mesmo assim, nós não conseguimos, porque a Polícia
Militar não passa informações para a gente. Isso porque eu sou coronel da
Polícia Militar, sou deputado estadual, falo bem da Polícia Militar. E eu não
consigo levantar dados da ocorrência.
A minha
assessoria ligou até para o Batalhão, para o P2 do Batalhão, e, mesmo assim,
não fui informado, porque falou que isso dependia de autorização do comandante.
Fica difícil a gente querer defender a Polícia Militar todo dia, porque a
própria Polícia Militar parece que não faz questão de ser defendida, não gosta
de ser defendida.
Aí, quando
vem gente, mete o pau, fala um monte de asneira, o pessoal fica desesperado,
dizendo que só se critica a Polícia Militar. Mas nós, que defendemos a Polícia
Militar, falamos bem diariamente da Polícia Militar, nem dados de ocorrência
nós conseguimos. Essa é a grande e triste realidade.
A Polícia
Militar não sabe vender o seu maior benefício, que é o patrulhamento
motorizado, as belas ocorrências que acontecem diariamente, salvamento. Nada
disso é valorizado pela Polícia Militar. Infelizmente, essa é a realidade, mas
nós estamos aqui todo dia, falando a verdade
e trazendo a verdade para os deputados e para todos vocês que nos assistem em
São Paulo. Giannazi, voltou às 23 horas? (Voz fora do microfone.)
Pelo que estou sabendo, nós não estamos
tendo a nossa sessão retransmitida às 23 horas. Então, mais uma vez, por favor,
Giannazi, eu peço que a nossa assessoria comunique o presidente da Casa, em
nome dos deputados, que nós queremos e exigimos a retransmissão das nossas
sessões às 23 horas, como foi feito ao longo de todos esses anos.
Misteriosamente, não sei a cargo de quem,
quem é a autoridade suprema que decidiu isso: colocar programas diversos no
lugar da fala dos deputados. Acho que a gente devia pegar esses programas
diversos e deixar no lugar de deputado, e deputado não faz mais nada. Porque,
se nossa fala não tem valor aqui, não sei para que existe a TV Alesp, se não for para valorizar e mostrar o trabalho dos
deputados.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL
- Vossa
Excelência está coberto de razão. Quero me associar a esse pedido, a essa
reivindicação, a essa denúncia que V. Exa. está fazendo. Até porque, nós
cobramos, aqui na tribuna, do presidente Cauê Macris. Ele disse que não deu
essa orientação e não sabe o que está acontecendo. Ele ia verificar.
Porém, se o presidente não deu essa
orientação, há uma sabotagem. Há uma sabotagem, há um cerceamento. Acho que,
talvez, o governador Doria tenha implantado um espião aqui na TV Alesp para
censurar as nossas falas do Pequeno Expediente e do Grande Expediente, porque
são falas críticas.
Nós fiscalizamos o governo. Nós somos, ou
de oposição, ou independentes. Então, talvez, há um sabotador aqui na TV Alesp.
Porque o presidente disse, desta tribuna, que ele não deu a orientação e que
ele não concorda com isso. Então, quem será que está sabotando a Assembleia
Legislativa, que é uma TV pública, paga com dinheiro público? A população tem
que ter acesso aos trabalhos dos deputados e deputadas.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É
isso mesmo. Vamos localizar o sabotador. Porque é dinheiro público sendo
desperdiçado, porque não querem ouvir a verdade. Eu espero que o Sr. Presidente
tome as medidas necessárias.
Continuando. A próxima deputada é a
deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado
Caio França. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.
(Pausa.)
Pela lista suplementar, deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal, V. Exa. tem o tempo regimental.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., o colega
presente, os funcionários da Casa, as pessoas que nos acompanham pela Rede
Alesp. Também respeitosamente me uno aos colegas, pleiteando que os pronunciamentos
sejam veiculados também no final do dia, ou seja, às 11 horas da noite, como de
costume, porque é direito da população, seja para concordar, seja para
discordar, seja para reclamar, saber o que é que os representantes estaduais
estão fazendo, ou não.
Então é importante que esse costume, vamos
dizer assim, não seja alterado de um momento para o outro, sem maiores
explicações.
Eu estou com um parecer da
Procuradoria-Geral da República. Parecer exarado na ação direta de
inconstitucionalidade promovida pelo PTB. E também, antes de subir à tribuna,
li na íntegra o parecer exarado pela própria Procuradoria-Geral da República,
em ação promovida pelo PDT. Por que estou fazendo esse esclarecimento? Porque
foi motivo de muitas matérias jornalísticas, ontem, ou antes de ontem. A nossa
semana é tão corrida, não tenho certeza absoluta se foi ontem ou antes de
ontem.
Mas muitas matérias foram veiculadas
dizendo que a Procuradoria-Geral da República teria se manifestado no sentido
de que a vacina contra a Covid seria obrigatória. Ou seja, que a manifestação
da PGR teria sido pela obrigatoriedade da vacina. Eu tive acesso a um dos
pareceres. E não vi um esclarecimento formal sobre um determinado ponto.
Cobrei nas redes a Procuradoria a esse
respeito. Aí o assessor de imprensa da Procuradoria entrou em contato com a
assessora de imprensa do PSL, encaminhou uma matéria original da Procuradoria,
e a íntegra dos dois pareceres, esclarecendo. Esse é o ponto. Então, eu fiz
aqui um preâmbulo, mas o ponto importante é o seguinte: apesar da
Procuradoria-Geral da República entender que a vacina pode, sim, ser
considerada obrigatória...
Inclusive, a
Procuradoria-Geral da República sustenta que pode ser considerada obrigatória,
não só pela autoridade central, no caso, o Ministério da Saúde, mas também
pelas autoridades estaduais, se houver uma justificativa.
Então, apesar da
Procuradoria-Geral da República sustentar essa obrigatoriedade, eu não vou
entrar no mérito se concordo ou se discordo, porque são pareceres longos, com
muitas nuances jurídicas. Eu até fiz algumas ponderações, que preferiria peças
jurídicas mais diretas, mais claras, mas eu sei que o mundo jurídico é assim.
Mas o ponto é o seguinte:
no parecer referente à ação do PTB, a própria Procuradoria, que sustentou a
obrigatoriedade, deixou claro, e o fez de forma ainda mais clara, em matéria
que está no site, que esta tal obrigatoriedade não dá ao Estado o poder de
vacinar as pessoas à força. Isso é muito importante, e eu vou ler o trecho do
parecer.
“Questão que se põe,
quando em discussão a validade da imposição estatal de determinada conduta, é
aquela relacionada ao modo de obrigar o indivíduo a praticá-la. A redação do
espaço de auto-determinação do indivíduo, porque de impacto relevante,
vinculado a situações excepcionais, recomenda que haja limitação à atuação
coercitiva do Poder Público, de modo que seja o direito individual preservado o
tanto quanto possível.
No caso da vacinação
compulsória fica claro que, assim como em outras situações marcadas pela compulsoriedade,
não é compatível com o ordenamento jurídico constitucional, porque é ofensiva à
razoabilidade e à proporcionalidade a instituição de medidas que violem, de
qualquer modo, a integridade do sujeito omisso, por exemplo, forçando-o
fisicamente ao ato de ser vacinado, com o propósito de alcançar o fim buscado.
É máxima do Direito
Romano que ninguém será coagido a prestar fato específico. Relacionado ao dever
prestacional, ao âmbito do direito de obrigações,
influenciou a ideia da viabilidade de indução psicológica, não física, ao
cumprimento da obrigação, sendo o corpo do indivíduo sagrado e imune a
constrangimento corporal. Há formas de ação que melhor se harmonizam com o
estágio civilizatório atual, que haverão de nortear a regulamentação da diligência
estatal”.
Cita a Lei de 1975, e diz
que nela, exemplificativamente, se previu a apresentação anual de atestado de
vacinação, comprovando a sujeição àquelas de caráter obrigatório como condição
para o recebimento de salário-família.
Se os senhores resgatarem
minhas manifestações nesta tribuna, lembrarão que eu venho sendo bastante
crítica com o discurso de obrigatoriedade da vacina, e sustentando que o
Estado, a depender da necessidade, em se tratando de vacinas já aprovadas, já
regularizadas, poderia até adotar medidas de incentivo. Os senhores vão lembrar
disso.
Pois bem, a Procuradoria
prefere falar em obrigatoriedade. Porém, trabalha com essa obrigatoriedade
justamente como sendo decorrência dessas medidas de incentivo. Eu estou aqui
fazendo esse esclarecimento, porque a imprensa vem interpretando os pareceres
da Procuradoria de forma, digamos assim, um tanto quanto afobada. E algumas
autoridades, por desconhecimento jurídico, ou por má orientação, ou por
politização, podem pegar esses pareceres para eventualmente corroborarem a
ideia de vacinar as pessoas à força.
Então, foi muito importante o fato de a
própria PGR, em seu site, ter deixado claro que ninguém vai ser vacinado à
força e é importante dar publicidade para esse trecho do parecer exarado na ADI
promovida pelo PTB.
Então, a Procuradoria está defendendo a
obrigatoriedade da vacina? Sim. A Procuradoria está falando, inclusive, em uma potencial independência dos estados para decretar essa
tal obrigatoriedade, desde que a vacina seja aprovada? Sim. Os pareceres são de
natureza jurídica, têm muitas nuances. Porém, é essencial deixar muito claro
que a própria Procuradoria asseverou que ninguém será vacinado à força.
Isso não está escrito no parecer, o que
vou dizer agora, mas é decorrência lógica: nenhum cidadão poderá ser conduzido
coercitivamente ao posto de saúde; nenhuma autoridade sanitária poderá pedir
reforço policial para invadir a casa de alguém para aplicar uma vacina nesta
pessoa. Então, esse esclarecimento é essencial. Muitas pessoas estão apavoradas
com essa discussão e tudo o que não queremos, neste momento, é criar pânico.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sra. Deputada. Próximo deputado: deputado Giannazi, fará uso
novamente da palavra? Então, V. Exa. tem o tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, venho mais uma vez a esta tribuna
exigir que o governador Doria revogue imediatamente o Decreto nº 65.021, que
está confiscando os salários, os proventos dos aposentados e as pensões dos
pensionistas e também confiscando a dignidade de todas essas pessoas que já
contribuíram com o seu sistema previdenciário, com a sua Previdência.
Do dia para a noite, foram surpreendidas
com o decreto em plena pandemia, prejudicando milhares de pessoas em todo o
estado. Pessoas, sobretudo da terceira idade, pessoas já aposentadas. Pessoas
que ganham um salário mínimo, dois salários mínimos, foram surpreendidas por
esse confisco nos seus holerites, nos seus proventos e nas suas pensões.
Isso é um ataque sem precedentes aos
nossos servidores aposentados e pensionistas. Nunca houve isso no estado de São
Paulo. Talvez, nunca tenha havido algo semelhante em todo o Brasil. Nós sabemos
que São Paulo é o grande laboratório das maldades contra os trabalhadores e
contra, sobretudo, os servidores públicos. Tudo começa aqui em São Paulo.
Desde a primeira gestão do PSDB, em 1995,
isso vem acontecendo, passando pelos vários governos, do Mário Covas, Alckmin,
Serra, depois Alckmin novamente e agora Doria. Essa política de ódio contra os
trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos vem se acentuando e foi
acentuada gravemente agora com o João “Pinóquio” Doria.
Então, Sr. Presidente, esse decreto tem
que ser revogado imediatamente. É muito grave essa situação. E não é à toa que
as pessoas aqui em São Paulo estão preocupadas, na Capital. Servidores me
procuram o tempo todo dizendo: “Giannazi, será que o Bruno Covas também vai
fazer um Sampaprev 2 e também vai confiscar os nossos
proventos, nós que já somos aposentados e aposentadas, nós que somos
pensionistas?” E eu falo: “Olha, é bem capaz, porque está no DNA do PSDB”.
Ele tentou. Aquela reforma da Previdência,
Sampaprev, tinha várias maldades, inclusive a
capitalização que, depois, o próprio Paulo Guedes queria implantar em todo
Brasil e não conseguiu porque houve resistência. E houve resistência aqui em
São Paulo também.
Cem mil servidores foram à frente da Câmara Municipal e conseguiram derrotar, tirar, todas essas maldades do
Sampaprev. Agora nós tememos que aqui em São Paulo haverá também o confisco dos proventos
dos aposentados e dos pensionistas com a gestão do PSDB.
As pessoas estão apavoradas na cidade de São Paulo, porque
essa tem sido, infelizmente, a prática dos
governos tucanos em todo o Brasil, aqui em São Paulo, e foi assim também com o próprio Fernando Henrique Cardoso. Eu apresentei, Sr.
Presidente, o PDL 22 para revogar, para anular, esse famigerado Decreto nº 65.021.
E peço, mais uma
vez, o apoio de toda a Assembleia Legislativa, para que o projeto, o nosso PDL
22, seja aprovado em caráter de
extrema urgência. Então,
vamos continuar lutando, denunciando e cobrando a imediata revogação desse
famigerado e criminoso Decreto nº 65.021.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o Coronel
Telhada, mas eu não farei uso da palavra. Deputada Janaina Paschoal.
A SRA.
JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Bem, ainda tratando da questão da vacina, que uma vez mais enfatizo, a Procuradoria-Geral da República defende
ser obrigatória. Porém, deixa claro que essa obrigatoriedade não
implica vacinar as pessoas à força.
Ainda tratando da vacina, eu queria fazer uma ponderação em
torno de uma ideia que o governador vem defendendo, e
que também muitas vezes é veiculada de
maneira genérica, e é um tema técnico, um tema
importante, que eu penso que poderia até ensejar uma
discussão relevante, não só para São
Paulo, como para o País.
O que o governador disse esses dias: que ainda que a Anvisa não aprove a vacina, no caso, a vacina
que é objeto de parceria pelo Butantan, que se essa vacina for
reconhecida em órgãos
internacionais, ela poderá ser aplicada
no estado de São Paulo. De novo, é uma questão técnica, sob o ponto de vista da saúde, sob o
ponto de vista jurídico.
A leitura dos pareceres da PGR, de certa forma, abre uma
pequena porta para essa interpretação do governador. Toda a legislação, em termos de medicamentos, no Brasil, é federal. A
nossa Constituição dá para esta Casa
poderes para legislar em termos de Saúde pública.
Eu tenho sido uma árdua defensora das prerrogativas desta Casa. Então, entendo
que o Poder Legislativo estadual poderia debater esta
questão. Uma iniciativa do Executivo isoladamente penso que seria bastante precária. Mas quero aqui
trazer uma opinião que não se refere à vacina
propriamente, mas que se refere a medicamentos em geral, e sobretudo a
instrumentos cirúrgicos.
Eu tenho conversado com muitos médicos, alguns
cirurgiões inclusive infantis, que têm tido muita
dificuldade com a Anvisa, muita dificuldade na aprovação da utilização de
instrumentos cirúrgicos para
cirurgias muito importantes para a saúde dos seres humanos em geral,
mas em especial das crianças.
E a Anvisa dificulta, ou demora, para dar as autorizações,
as certificações, de medicamentos, de insumos, de equipamentos cirúrgicos, que já são autorizados
nos Estados Unidos. Então quando o governador fala: “Se for
autorizado no exterior, vai ser aplicado em São Paulo”.
Eu me preocupo. Exterior, onde? Qual agência? Não é assim. Agora,
se estiver a falar da FDA, que é a “Food and Drug Administration”, que seria a Anvisa americana, aí
a discussão fica diferente porque não existe nenhum tipo
de questionamento sobre a qualidade, sobre a capacidade da FDA.
E eu tenho ouvido de médicos, desde o
início do meu mandato, professores de Medicina das mais diversas áreas, que o fato de o Brasil exigir todo um trâmite
na Anvisa e não aceitar de maneira imediata e até automática aqueles
equipamentos e substâncias que já são autorizados pela FDA, esse fato está
prejudicando a Pesquisa no País, está prejudicando a Saúde
no País.
E eu já, há um bom tempo, tenho defendido
- inclusive se eu fosse deputada federal teria apresentado um projeto nesse
sentido - que para aqueles equipamentos e substâncias autorizados pela FDA, que
é como se fosse a Anvisa americana, nós deveríamos dar uma autorização
automática.
Com
essa fala do governador, eu confesso que estou até pensando em apresentar um
projeto dessa natureza aqui. Porque se o governador está entendendo que é
competência estadual, se a PGR sinalizou que os estados têm competência - e eu
entendo que isso seria um ganho muito grande para o País - pensei até em
apresentar um projeto aqui. O duro é que vão dizer que a nossa lei não vincula
a Anvisa, mas já fica a ideia para um colega federal apresentar um projeto com
essa característica.
A
discussão é polêmica. Infelizmente, ela está sendo travada num momento de
profunda politização. Tem alguns pontos em que eu concordo com o presidente da
República, outros pontos em que eu concordo com o governador, por isso sou
atacada por todos os lados, mas eu não me importo.
O
que interessa é que nós aproveitemos este momento para debater e aprimorar a
Saúde, não só no que concerne ao enfrentamento da pandemia, mas também os
outros males de que padecem os cidadãos brasileiros.
Então,
se for possível estabelecer uma normativa, seja federal, seja estadual, que a
aprovação da FDA implicará aprovação automática no território nacional, eu
penso que seria um avanço sem precedentes, sem precedentes.
E
eu fecho esta fala, Sr. Presidente, pedindo encarecidamente que a população
siga tomando os cuidados para evitar o contágio pela Covid, seja evitar
contagiar e ser contaminado também. Por quê? Porque eu já tenho lido que as
autoridades estão sendo pressionadas pelas equipes técnicas a tomar medidas
mais drásticas.
Todos
sabem que no primeiro momento eu mesma defendi medidas drásticas, mas entendo
que nós estamos num outro momento. Os médicos já estão mais conscientes de que
é preciso fazer um tratamento precoce, de que o discurso inicial do “espere em
casa” era equivocado.
O
certo é o tratamento precoce e que isso vai nos dar mais condições de enfrentar
- não vou dizer que seja uma segunda onda - mais essa elevação que se está
constatando aí nos últimos dias.
Eu
peço que todos tomem cuidado, porque quero de todas as maneiras evitar qualquer
tipo de ideia de tomar medidas drásticas no sentido de fechar comércios, de
fechar estabelecimentos, porque o País e também o estado de São Paulo, mesmo
sendo um estado rico, não têm mais condições de vivenciar o que foi vivenciado
no início da pandemia. Foi vivenciado porque foi uma necessidade, não discuto,
mas nós estamos num outro momento.
Então,
a população precisa colaborar para que não haja, vamos dizer assim, argumentos
para essas medidas mais restritivas. É isso. No mais, bom final de semana a
todos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sr. Presidente, havendo
acordo de lideranças, eu peço a V. Exa. o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra.
Deputada. É regimental.
Portanto,
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Muito
obrigado a todos. Um excelente final de semana.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 13 minutos.
* * *