15 DE DEZEMBRO DE 2020
62ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS e GILMACI SANTOS
Secretaria: BARROS MUNHOZ, CAIO FRANÇA, DRA. DAMARIS MOURA e
ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 627/20.
2 - DOUGLAS GARCIA
Discute o PL 627/20 (aparteado pelos deputados Carlos
Giannazi, Carlão Pignatari e Monica da Mandata Ativista).
3 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência.
4 - DOUGLAS GARCIA
Solicita uma verificação de presença.
5 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando constatado quórum.
6 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
7 - GIL DINIZ
Discute o PL 627/20 (aparteado pelos deputados Carlos
Giannazi e Major Mecca).
8 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência.
9 - MAJOR MECCA
Discute o PL 627/20 (aparteado pelos deputados Professora
Bebel Lula e Gil Diniz).
10 - VALERIA BOLSONARO
Discute o PL 627/20 (aparteada pelos deputados Gil Diniz e
Major Mecca).
11 - PAULO LULA FIORILO
Discute o PL 627/20 (aparteado pelo deputado Gil Diniz).
12 - FREDERICO D'AVILA
Discute o PL 627/20.
13 - TEONILIO BARBA LULA
Discute o PL 627/20 (aparteado pelo deputado Gil Diniz).
14 - DOUGLAS GARCIA
Solicita uma verificação de presença.
15 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, interrompida quando constatado quórum. Convoca os Srs.
Deputados para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez
minutos após o término da presente sessão.
16 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Discute o PL 627/20 (aparteado pelos deputados Gil Diniz e
Teonilio Barba Lula).
17 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
18 - CARLA MORANDO
Para questão de ordem, solicita à Presidência que seja
retirado dos autos parte do pronunciamento do deputado Frederico d´Avila, no
qual considera que o governador do Estado foi ofendido.
19 - FREDERICO D'AVILA
Para questão de ordem, esclarece que não retirará trecho de
seu pronunciamento.
20 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Afirma que ouvirá o pronunciamento, antes de definir se será
ou não retirado o trecho dos autos.
21 - RICARDO MELLÃO
Discute o PL 627/20 (aparteado pelo deputado Paulo Lula
Fiorilo).
22 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Lembra a realização da segunda sessão extraordinária, hoje,
às 21 horas e 50 minutos. Encerra a sessão.
* * *
- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
* * *
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior.
Ordem do Dia. Discussão e votação
do Projeto de lei nº 627, de 2020.
Para discutir a favor, o deputado
Douglas Garcia tem a palavra. Deputado Douglas Garcia.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para
uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Não. Neste
momento vamos começar o processo de discussão do projeto, deputado Giannazi.
O SR.
DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem. Eu gostaria de um
aparte, nobre deputado Douglas Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Vossa Excelência tem um aparte,
deputado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Muito
obrigado, porque o presidente não me deu permissão para fazer uma comunicação.
Vossa Excelência está concedendo um aparte muito importante, porque eu quero
falar aqui em nome dos aposentados e pensionistas do estado de São Paulo, que
estão esperando ansiosamente uma intervenção da Assembleia Legislativa para que
seja corrigida uma injustiça histórica que foi a aprovação, primeiro, da
reforma da Previdência, que foi infelizmente aprovada pela Assembleia
Legislativa, contra os servidores públicos do estado de São Paulo.
Em
segundo lugar, foi publicado um decreto, em plena pandemia, pelo desgovernador do estado de São Paulo, João Pinóquio Doria,
confiscando os proventos dos aposentados e pensionistas. O que, na prática,
significa retirar o remédio, retirar a alimentação e a saúde mental dessas
pessoas, que dependem desses proventos para a sua sobrevivência e dos seus
familiares.
Nós
estamos num esforço imenso, aqui na Assembleia Legislativa, para fazer justiça,
para revogar esse decreto. Houve a apresentação de alguns PDLs.
Nós estamos debatendo agora. Já aprovamos a urgência do PDL nº 22, que em tese
estaria no congresso de comissões.
Porém,
até agora, a Assembleia Legislativa, repito, está obstruindo essa votação,
porque era para o presidente chamar um congresso de comissões para os três
projetos que já tinham sido acordados na sessão anterior. Isso não aconteceu
até agora.
Então
eu quero fazer um apelo a todos os deputados e deputadas. Sei que V. Exa. está
apoiando a luta dos aposentados e pensionistas para que a Assembleia
Legislativa possa, na noite de hoje, realizar o congresso de comissões dos três
projetos que ficaram pendentes e trazer o nosso PDL para o plenário.
Muito
obrigado, deputado Douglas Garcia.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, nobre deputado Douglas
Garcia, me dá um aparte, por favor?
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Deputado Carlão Pignatari, apesar
de o senhor não ter sido tão cortês com o deputado Gil Diniz, eu, como fã de
Chaves que sou…
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Eu perguntei se eu podia pedir. O
senhor falou “lógico”. Senão eu não estaria aqui.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Eu, como fã de Chaves que sou, não
quero ter a alma envenenada. Vossa Excelência tem o aparte, porque eu gosto
muito de Vossa Excelência.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Deputado Douglas, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quando eu ouço o deputado
Giannazi, sempre jogando para a torcida, é uma coisa que me impressiona todos
os dias.
Quem
obstruiu em não votar o PDL, votar o seu, o dele, de outros, foi o PSOL, que
começou a fazer obstrução em cima de um requerimento de urgência para que se
fizessem os congressos de comissões, e que todos os projetos ficassem prontos.
Então,
o deputado Giannazi tem que vir aqui e dizer o seguinte: “O meu partido
obstruiu o meu PDL, politiqueiro, como nós estamos fazendo até hoje”. Então
essa é a verdade e a realidade dos fatos.
Muito
obrigado, deputado Douglas Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Disponha, deputado Carlão
Pignatari.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL -
O senhor me concede também uma breve comunicação?
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Vossa Excelência tem um aparte,
deputada Monica.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Primeiro o senhor precisa se acalmar. É necessário
cuidar do coração. Quando a gente fala sobre ser tranquilo e respeitar os
deputados, vale para todo mundo.
Segundo
que, a deputada Monica… Não sei qual é o problema com
mulheres. A deputada Monica, líder da bancada do PSOL, não fez acordo nenhum
sobre não obstrução. Apontei o problema que tinha no projeto e tratei com o
autor, como a gente conseguiu concluir perfeitamente no dia.
Ao
contrário das ligações, que a gente sabe, do Governo, que mandou o deputado
Wellington Moura obstruir porque tinha problemas com o projeto do deputado
Daniel José. Essa é a história daquele dia. Cada um tem que assumir os seus “BOs”.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Muito obrigado pelo aparte,
deputada Monica. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, mais uma vez subo a esta
tribuna para discutir o projeto de lei que fixa o Orçamento, que orça a receita
e fixa a despesa do estado para o exercício de 2021, o 627/2020.
Senhores,
nós estamos tratando do Orçamento do estado de São Paulo. Nós estamos
discutindo a respeito do Orçamento que vai impactar a vida de 45 milhões de
paulistas, 45 milhões de vidas, 45 milhões de brasileiros.
O
governador do estado de São Paulo, durante toda esta pandemia, se comportou de
forma irresponsável. O governador do estado de São Paulo administrou muito mal
os recursos públicos.
E
dá-lhe hospital de campanha, e dá-lhe respiradores aparentemente superfaturados.
Vocês veem o absurdo que foi: meio bilhão de reais em respiradores, sendo que o
governo federal gastou 20 vezes menos para comprar um respirador que faz
exatamente a mesma coisa.
Ora,
senhores, o Orçamento do estado de São Paulo não é brincadeira, precisa ser
discutido. Não pode passar na Assembleia a toque de caixa, não. É por isso que
estou obstruindo. Vou obstruir mesmo. É por uma questão lógica. Nós estamos
discutindo o Orçamento do maior estado da América Latina. Não é para passar a toque
de caixa, de jeito nenhum.
Nós
precisamos trazer à população do estado de São Paulo, pelo menos, o respaldo
legislativo de fiscalizar as contas do governador, de exigir que o governador
do estado de São Paulo gaste o orçamento público naquilo que realmente vai
impactar a vida da população.
Esse
governador é um irresponsável. Esse governador não cuida da população paulista.
Esse governador apenas está preocupado em utilizar o Palácio dos Bandeirantes
como palanque, mirando em 2022.
Senhores,
é inadmissível: vejam só o quanto está sendo gasto com publicidade do governo.
A Lei Orçamentária Anual sendo gasta com publicidade para o governo Doria. A
população morrendo nos hospitais. Nós temos hospitais públicos completamente ao
deus-dará.
O
governador do estado de São Paulo não fez com que a Saúde do nosso estado
tivesse um bom atendimento porque resolveu dar boa parte da grana que deveria
ser investida nisso em publicidade, em propaganda, nos seus amigos, vendendo o
estado de São Paulo ao seu grupo de amigos.
Pelo
amor de Deus, senhores. Eu não estou pedindo nada além do óbvio, mas para que
esta Assembleia se debruce a respeito das contas do governador João Doria. É
por isso que eu vou obstruir. Vou subir aqui a esta tribuna quantas vezes forem
necessárias para dizer que o que o governador está fazendo com o estado de São
Paulo é um absurdo. E a gente vai brigar contra isso.
Nós
vamos brigar contra esses absurdos. Nós vamos brigar contra aquilo que João
Doria vem fazendo no estado de São Paulo. Nós não vamos aceitar que o
governador, através dos seus desmandos, faça simplesmente o que bem entender no
estado de São Paulo.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.
* * *
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu não
constato quorum regimental. Eu solicito uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Não havendo quorum regimental, esta Presidência convida, para auxiliar nesta
chamada, nesta contagem, se possível, o nobre deputado Barros Munhoz, que é o
nosso líder, e o Caio França. Por favor, Caio, sua ajuda nos auxilia nessa
chamada dos nobres deputados. Dois líderes aqui. Obrigado por nos honrar com a
presença dos senhores.
* * *
-
É iniciada a chamada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Constatado
quorum regimental, esta Presidência agradece os serviços dos nobres deputados
Barros Munhoz e Caio França e devolve a palavra ao deputado na tribuna.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Sr.
Presidente, como eu falava, é um absurdo que o Governo do Estado queira
simplesmente aprovar a Lei Orçamentária Anual da forma como foi trazida para
esta Assembleia Legislativa. O Governo do Estado está cuspindo na cara da
população paulista.
O
Governo do Estado, os senhores sabem quanto ele está querendo gastar com a
aquisição dessa vacina chinesa, que ele quer a todo custo começar no dia 25 de
janeiro, sem nenhuma comprovação científica, sem nenhuma comprovação técnica,
sem absolutamente, nada, à revelia da Anvisa, passando por cima de todo o
procedimento e inclusive levando pito do próprio ministro da Saúde?
O
Governo do Estado acha que pode simplesmente governar o Brasil. O governador
João Doria acha que é presidente da República, tem delírios de
presidencialismo.
Não
tem a caneta na mão. Não tem o poder de decidir a respeito da vacinação. Isso
pertence apenas ao governo federal, ao Ministério da Saúde. E agora o governo
Doria teve que bater de frente também com a decisão do Ministério Público dando
parecer favorável à ação popular que eu entrei no Tribunal de Justiça, pedindo
a publicação do contrato.
Meu
Deus do Céu, é uma coisa óbvia que eu peço: apenas mais transparência por parte
do Governo do Estado. É mais transparência. Noventa milhões de reais sendo
gastos no processo de pesquisa, de testes. O que nós queremos é transparência,
nada mais do que isso. Por que não pode ser publicado o acordo? Por que não
pode ser publicado o contrato?
Agora
vocês querem que eu aprove uma lei orçamentária anual dessa forma, a LOA, desse
jeito que está aqui? Mas de jeito nenhum. Os deputados desta Casa têm o poder
de fiscalizar as contas do governador, têm o poder de decidir o Orçamento do
estado. Não é isso que está acontecendo. Quando chega aqui à Assembleia
Legislativa, nós fazemos um trabalho simplesmente de cartório. A gente carimba,
“pum”, toma, manda. Carimba e tchau.
O
Governo do Estado acha que esta Assembleia Legislativa é um cartório. Nós
estamos aqui para dizer amém às decisões do governador João Doria? Não. Nós não
somos isso. Nós somos o Poder Legislativo.
Nós
somos independentes. Nós vamos lutar para que o Governo do Estado faça um
orçamento digno à população paulista, aos 45 milhões de paulistas que estão
sofrendo nas mãos dos desmandos desse governador.
Srs.
Deputados, é inadmissível que o Governo do Estado mande um orçamento para esta
Casa com tudo isso de gasto em publicidade, com tudo isso de gastos em coisas
fúteis, sendo que a Saúde, no estado de São Paulo, está um verdadeiro caos;
sendo que a Educação, no estado de São Paulo, está um verdadeiro caos. Tudo
isso é responsabilidade do governador.
A
Segurança no estado de São Paulo está um verdadeiro caos também. Quantos
batalhões de Polícia Militar estão completamente jogados ao léu? Quantos
distritos policiais infelizmente precisam de ajuda, precisam de socorro?
A
Polícia Civil do Estado de São Paulo? O governador finge que não vê. Quantos,
seja no sistema de Segurança Pública,
no sistema de Educação, no sistema de Saúde, precisam de auxílio, e o
governador do estado gastando tudo isso em propaganda.
Senhores, é inadmissível. Nós não
vamos aceitar, não vamos aceitar que o Orçamento do estado seja simplesmente
vilipendiado por esse governador, que o processo legislativo seja simplesmente
atropelado nesta Assembleia Legislativa.
O governo do estado deve respeitar
os deputados estaduais aqui na Alesp, sim. Nós temos que acabar com esse
negócio de relator especial, nós temos que acabar com esse negócio de não ter
emenda dos deputados estaduais que não fazem parte da base do Governo não serem
acatadas, porque parece que infelizmente apenas os amigos dos reis têm as suas
emendas acatadas, são ouvidos.
Não, esta não é a política que eu
defendo. Eu defendo a política de transparência, eu defendo uma política da
verdade. Eu não defendo uma política do “toma lá dá cá” e é contra ela que eu
vou brigar, vou brigar até o meu último dia de mandato. E é por isso que estou
aqui cobrando mais transparência do governo do estado, trazendo luz ao Poder
Legislativo, que nós temos o poder de investigar, de fiscalizar, de solicitar,
de exigir.
Nos foi dado o poder de exigir do
governo do estado que respeite as contas públicas, e não é isso que vem
acontecendo, senhores. A forma ditatorial com que o governo passa os projetos
nesta Casa de Leis, sem ouvir os deputados, a forma ditatorial com que atropela
o processo legislativo, isso não é um desrespeito apenas a mim, que me sinto
ofendido, isso é um desrespeito à Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Ora vejam, senhores, reclamando da
ferramenta de obstrução dos deputados. Essa é a única coisa que eu tenho, essa
é a única coisa que nós possuímos. Como a própria deputada Monica falou aqui
outra hora: “a única coisa que eu tenho é falar”. Eu também, eu só posso falar,
então vou usar minha principal ferramenta, que é falar.
Pelo menos aqui na tribuna, porque
as ações no que se refere à representação, ação judicial, provocação das
autoridades competentes para que investiguem o governo do estado, isso nós
temos feito e temos recebido muitos pontos positivos, como o parecer do
Ministério Público do Estado de São Paulo.
Agora, se Deus quiser, a Justiça irá
deferir o meu pedido e irá trazer à luz aquilo que o governador parece querer
esconder, que é esse contrato dessa vacina chinesa que ele quer trazer sem
nenhuma comprovação e ainda obrigar toda a população a se vacinar.
Nós vamos brigar por transparência,
nós vamos brigar para que o Orçamento do estado de São Paulo seja respeitado,
nós vamos brigar contra as amarras ditatoriais do governador, que acha comum
arrastar as pessoas na rua simplesmente porque elas estão sentadas na praça,
que acha comum fechar e soldar estabelecimentos comerciais como o projeto de
ditadorzinho prefeito de São Paulo fez, que acha comum simplesmente mandar
prender as pessoas porque estão desrespeitando regras que não têm nenhum tipo
de comprovação científica.
Nós vamos lutar pela nossa liberdade,
e o começo disso é fazendo com que o Orçamento, o dinheiro do povo seja
respeitado e não trazido pelo bem entender do governador do estado de São
Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra, para falar contra, o
deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Mais uma vez na tribuna,
Presidente, agradeço a V. Exa....
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, deputado Gil Diniz. Gostaria de um aparte, que
V. Exa., sempre democraticamente, cede para o pleno debate da Assembleia
Legislativa, já que o presidente da Alesp não permite comunicação em um momento
tão importante.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Claro, concedo.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Primeiro quero agradecer a V.
Exa. pelo apoio que tem dado à aprovação do nosso PDL nº 22, que acaba com o
confisco dos aposentados e pensionistas, e responder aqui ao deputado Carlão
Pignatari, que falou e saiu, e eu gostaria de responder a ele. Primeiramente
quem joga para a torcida é ele, ele joga para a torcida do Doria, do governo,
do desgoverno do João Pinóquio Doria.
Inclusive
ele é o principal responsável aqui na Assembleia Legislativa pela aprovação da
reforma da Previdência, que prejudicou os aposentados e pensionistas, porque,
como líder do Governo, ele coordenou o processo da votação, então ele é
responsável.
Agora
ele deve fidelidade canina ao governador, porque foi nomeado líder do Governo,
e agora os jornais já estão noticiando que ele será o novo presidente da
Assembleia Legislativa.
Como
disse o deputado Douglas Garcia há poucos minutos na sua intervenção, a
Assembleia Legislativa é o puxadinho do governo. O governo tem maioria, e
provavelmente ele será o presidente, será eleito, então ele vem aqui tentar
desqualificar a nossa luta. Desqualificar por quê?
Na
verdade, quero deixar claro que semana passada aprovamos a urgência de três
projetos, entre eles o nosso PDL nº 22, que acaba com o confisco dos aposentados
e pensionistas, e o acordo era que houvesse já um congresso de comissões para
esses três projetos. Não houve o cumprimento deste acordo aqui pelo presidente.
Por que ele não chamou o congresso?
Ele
está dizendo que tem obstrução do PSOL, do PTB, enfim, mas acontece que isso já
não tem mais nada a ver com o acordo já feito. Ele tinha que chamar o congresso
de comissões para os próximos projetos, os três que ficaram pendentes. Hoje é
uma outra luta, hoje é uma outra história.
Não
queria dizer isto: o deputado Carlão Pignatari, esse joga para a torcida do
governo porque será recompensado com a Presidência da Assembleia Legislativa,
infelizmente. Ele é um dos principais responsáveis por esse crime de
lesa-humanidade contra aposentados e pensionistas.
Então,
para concluir, eu faço aqui um apelo à Assembleia Legislativa para que a
Assembleia se rebele contra essa decisão e dê sua contribuição para fazer uma
reparação histórica aqui contra esse crime de lesa-humanidade, contra o
confisco dos salários dos aposentados e pensionistas. Isso pode ser resolvido
ainda na data de hoje.
Muito
obrigado, deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO
- Eu que agradeço, deputado Giannazi. Conte comigo mais uma vez nessa pauta,
nesse seu PDL. Hoje pode ser histórico, podemos fazer a reparação, como V. Exa.
diz, desse confisco dos salários dos nossos servidores e também podemos mandar
um recado para o Palácio dos Bandeirantes: que, neste momento de crise, nós não
vamos permitir aumento de ICMS em etanol.
Eu
gostaria aqui que o líder do Governo pudesse discutir conosco esses decretos do
governador, só que dessa vez o governador foi mais adiante. Ele quer aumentar
via projeto de lei, e eu gostaria de ver aqui...
Cada
um é dono do seu mandato, cada um é dono do seu voto, mas eu gostaria de ver
aqui nesse painel a digital dos deputados aumentando impostos para o povo de
São Paulo, assim como quero ver e parabenizar os deputados que vão votar contra
esse aumento abusivo, esse aumento fora de hora, em um momento tão terrível.
O deputado Carlão Pignatari não está aqui no
plenário, mas gostaria de fazer esse debate com ele, inclusive lhe dando a
palavra nos apartes. Ele disse, não é? Cento e oitenta mil mortes em São Paulo.
Na verdade, não são 180 mil mortes em São Paulo pela Covid. Esse número é o
número geral no País.
São Paulo é um epicentro, deputado Mellão, da
Covid-19. São mais de 40 mil mortes só no estado de São Paulo. Eu gostaria de
entender por que o presidente é o responsável por isso, nas palavras do líder
do Governo, por ser negacionista, quando o próprio STF reconheceu que a
responsabilidade era dos governadores e prefeitos, tirando, desautorizando o
presidente da República.
E continuam tomando as mesmas medidas, e continua
batendo o recorde de mortes no estado de São Paulo. Só que a narrativa não é de
assumir a responsabilidade do que está sendo feito aqui em São Paulo, a
narrativa é de que o responsável é o presidente.
E o governador, “sabiamente”, sabe usar muito bem a
grande imprensa em São Paulo, que faz um trabalho de relações públicas para o
governo estadual e ninguém fala absolutamente nada.
Vocês viram na imprensa, na grande mídia, deputado
Conte Lopes, que o governador de São Paulo mandou a lei orçamentária para esta
Casa, a lei deste ano, com menos 800 milhões de reais na previsão orçamentária
para o ano que vem.
Eu queria entender se, num momento de pandemia, num
momento em que nós estamos colocando todos os nossos esforços na área da Saúde,
se não é uma prioridade do governador do estado de São Paulo, da sua base nesta
Casa Legislativa, se a Saúde não é uma prioridade.
Então, discurso, narrativa, gogó é muito fácil.
Vamos ler a peça orçamentária que vocês vão notar menos de 800 milhões de reais
só na pasta da Saúde. É assim, governador, que o senhor quer combater o
coronavírus?
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - O senhor
me permite um aparte, deputado Gil Diniz?
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
Claro, Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Só complementando o que V. Exa. está dizendo sobre a
ausência de política pública na Saúde, eles falam constantemente, no palanque
político que foi montado no Palácio dos Bandeirantes, onde não há um trabalho
sério. Vide o que o senhor citou: que São Paulo é o epicentro do número de
mortes por coronavírus.
Na verdade, se somarmos as vítimas do coronavírus em
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, não alcançam o número de mortos aqui em
São Paulo, única e exclusivamente por uma ausência de política pública para
combater o vírus, mas eles falam que controlam a ocupação dos leitos de UTI.
Por 31 anos eu fui policial militar no estado de São Paulo, e nunca houve
disponibilidade leitos de UTI em nenhum hospital público de São Paulo. Isso já
ocorre há mais de 20 anos.
Quantos irmãos e amigos nó precisamos apoiar em
hospitais públicos, porque um familiar estava no corredor do hospital
aguardando infartado uma UTI, porque precisava ser submetido à cirurgia urgente
e o hospital falava que antes de quatro, cinco dias seria impossível
encaminhá-lo a uma UTI.
Então, na verdade, em São Paulo, o PSDB nunca
praticou uma política de saúde pública que socorresse as pessoas nas
periferias. O que nós acompanhamos é justamente isso o que o senhor acabou de
falar. É uma política de gogó, de falácias. Obrigado, deputado.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
Obrigado pelas palavras, Major Mecca. Realmente, concordo com Vossa Excelência.
Temos 60, 70% de leitos ocupados, ou seja, temos 30% que não estão sendo
utilizados.
Nunca fui a um hospital público - eu cresci na
região de São Matheus - para chegar lá, deputado Nakashima, e encontrar um
pediatra de pronto atendimento para o meu filho ser atendido. Quem mora na
periferia de São Paulo sabe do que eu estou falando.
Pior ainda, deputada Adriana Borgo, um leito de UTI.
E nós que lidamos com o povo... Nós, deputado Campos Machado, que sentimos o
cheiro de povo, que sabemos o que é uma diarista, um porteiro, um vigilante, o
policial, o taxista, o motorista de Uber, nós sabemos a dificuldade que é ser
atendido numa emergência em um pronto-socorro, que dirá uma UTI de um hospital
público.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - Posso
fazer mais um aparte, deputado Gil? Peço até desculpas ao senhor.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
Claro. Fique à vontade, Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - A gente vê o posicionamento desrespeitoso do líder
do Governo, o deputado Carlão Pignatari, em falar que o presidente Jair
Bolsonaro veio aqui inaugurar uma caixa-d’água.
Ele veio aqui conversar com o povo. Veio aqui
conversar com pessoas, com senhoras idosas que eram extorquidas vendendo café.
Elas tinham que pagar uma mensalidade para que pudessem vender o café.
Trabalhadores que puxam carrinhos de alimentos, que
tinham que pagar para guardar o carrinho dentro do próprio Ceagesp. Foi para
isso que ele veio aqui, para conversar com as pessoas. E nós acompanhamos lá o
calor da recepção, o quanto as pessoas o respeitam e o idolatram pelo que ele
vem fazendo no governo federal.
Muito obrigado, deputado.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
E como foi emocionante estar ali com o presidente. Como é emocionante ver o
reconhecimento. Eu agradeço ao deputado Campos Machado pela deferência à Dona
Nena, minha mãe. Ela agradeceu, pediu para agradecer publicamente pelo mimo, e
ela o segue, o acompanha e o admira. Eu agradeço pela deferência, pelo respeito
e pelo carinho. O senhor saiba que é recíproco.
E como o Major Mecca disse - eu ia abordar, Major
Mecca, no final da fala, mas já falo agora, dando sequência ao que V. Exa.
abordou -, o líder do Governo, que eu respeito muito, Carlão Pignatari, gosto
dele como pessoa, mas a gente sabe que ele cumpre um papel aqui.
Ele é líder do Governo e está aqui, deputada Bebel,
para cumprir esse papel. Se precisar atropelar, vai atropelar.
Se precisar, vai fazer chover, vai fazer mágica aqui para aprovar as demandas
do governo.
Mas
a gente precisa refutar, no mínimo, essa fala. Dizer que o presidente da
República veio na Ceagesp hoje para inaugurar a pintura de uma caixa d'água,
pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus, deputado Carlão.
Espero
que o senhor veja ali as imagens e pelo menos reconheça, pedindo aí, se
possível, escusas àquele povo que estava lá. Povo simples, humilde, que foi
agradecer ao presidente. Primeiro, da Ceagesp, Mello Araújo; segundo, ao
presidente Bolsonaro, que o colocou lá.
Como
o deputado Major Mecca disse aqui, Adriana Borgo, carregadores de caixotes de alface,
batata, tomate, achacados na Ceagesp. Cada um tinha que pagar 60 reais para
guardar o seu carrinho; valores não contabilizados. Mais de 200 mil reais não
contabilizados por mês que aquelas pessoas humildes, pessoas simples, pessoas
pobres, o povo que alguns parecem desconhecer.
Para
vender café na Ceagesp, para vender café, bolo, café da manhã ali para os
trabalhadores, era necessário, Major Mecca, pagar uma taxa. Senhoras ali sendo
achacadas também. Ora, eu acho, penso eu que no mínimo o líder do Governo se
equivocou. Passaram-lhe ali informações erradas, porque foi acima de tudo -
você pode conferir na agenda do presidente - uma visita técnica, deputado Paulo
Fiorilo, à Ceagesp, uma visita técnica onde o
presidente pôde ali olhar no olho daqueles trabalhadores e falar: “Isso aqui é
de vocês”.
Então,
presidente, para finalizar, nós não podemos perder essa sensibilidade,
deputados. Nós, que representamos o povo de São Paulo, precisamos saber que
demanda o povo…
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
Terminando, presidente. Nós precisamos entender que não é cortando 300 milhões
do orçamento para a Saúde que nós vamos atender o nosso povo paulista nesta
Casa de Leis.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Muito
obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para falar…
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pois não, deputada.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Para
uma pequena comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada, nós não estamos dando
comunicação neste momento. Para falar a favor, deputado Frederico d'Avila.
Ausente. Para falar a favor, deputada Valeria Bolsonaro. Ausente. Para falar contra, o deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o tempo
regimental.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
Pela ordem, Sr. Deputado.
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - À vontade, Professora.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
Eu queria só pedir este aparte, antes de o senhor começar.
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
Concedido.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu
estou um pouco triste por um lado, mas também tem outras coisas que demonstram
que a luta faz a vitória. Nós acabamos de ter uma vitória no Senado Federal no
que diz respeito às verbas públicas irem para as escolas públicas.
Da forma como estava, a
possibilidade era de que as verbas públicas do Fundeb, o Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica, poderiam ir para comunitárias,
filantrópicas, particulares, que já têm lucro.
E a gente sabe que o IDH de um país
também é medido pelo grau de escolaridade. Então, isso foi uma vitória da
Educação, uma vitória dos profissionais da Educação, uma vitória de toda a
sociedade brasileira.
Muito obrigada, Sr. Deputado.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Eu
que agradeço, Professora. O nosso respeito a todos os operadores da Educação
no nosso estado e em todo o País.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu
gostaria, antes de qualquer coisa, de parabenizar todos os policiais militares
do estado de São Paulo, os policiais ativos, todos os veteranos. Na data de
hoje, dia 15 de dezembro, a Polícia Militar do Estado de São Paulo completa 189
anos de prestação de serviço ao povo paulista. Homens e mulheres que
diuturnamente defendem o nosso povo. Homens e mulheres que estão passando por
uma dificuldade extremamente grande.
Para conhecimento dos senhores, no
ano de 2020, nós estamos com 118 policiais militares mortos - policiais
executados pelo crime organizado, policiais mortos pelo coronavírus, policiais
que praticam o suicídio pelo estresse psicológico da atividade. Porque, como
todos os senhores sabem, os nossos policiais têm baixíssimos salários.
É o pior salário do Brasil quando
nós consideramos o custo de vida no nosso estado. É o pior salário do País, e o
policial precisa, para sustentar a sua família, complementar a renda, fazer
bico, e a carga horária o deixa numa condição de estresse físico e psicológico
extremamente intensa. Então, os meus parabéns ao esforço que todos esses homens
fazem para defender o povo do nosso estado.
Quando nós falamos de Lei
Orçamentária, da experiência que eu obtive nestes quase dois anos de mandato
legislativo exercendo a fiscalização das ações do Poder Executivo,
principalmente nas áreas de Segurança, Saúde e Educação, a nossa preocupação
maior hoje, além de vermos o corte de recursos para a Segurança Pública, para a
Saúde, é a forma como o governo do estado, o governador João Doria e seus
secretários em suas respectivas pastas empenham esse recurso.
Ao longo dos 31 anos que nós
patrulhamos a cidade de São Paulo, a Grande São Paulo, várias cidades do
interior, até hoje, nos dias atuais, o que nós constatamos nos hospitais são os
leitos de enfermaria e UTI lotados. Você para - como eu fiz em um hospital do
estado - no pronto atendimento para observar o andamento da rotina, você se
depara com dezenas de pessoas aguardando o atendimento médico.
Se você vai verificar quantos
médicos estão atendendo aquelas pessoas, a gente vê que tem um médico para
atender 60, 70, 80 pessoas. Pessoas idosas, idosos acompanhados dos filhos buscando
atendimento médico esperam por uma, uma hora e meia para terem o seu
atendimento. Aí nós perguntamos: onde estão os recursos destinados à Saúde que
não estão nos hospitais? Onde está esse dinheiro que o povo pagou de imposto?
Porque nos hospitais não está.
Acredito que os parlamentares aqui
praticam a sua obrigação funcional de fiscalizar o Executivo e vão aos
hospitais, e é essa a realidade com que nós nos deparamos. Citei aqui já em
outras oportunidades, vários hospitais que visitamos, como o Hospital do Mandaqui, com três contratos de terceirização somando mais
de 32 milhões e o povo no corredor aguardando um leito de enfermaria ou de UTI.
Foi com o que nós nos deparamos.
No dia eu ainda perguntei ao
diretor: “Com esses mais de 32 milhões empenhados nesses contratos de
terceirização, foi feito o que no prédio aqui, no hospital?”. Aí me foi
explicado que era empenho no setor de Recursos Humanos. “O senhor pode me
apresentar então a escala de serviço, para que nós possamos constatar que
aumentou o número de médicos, de enfermeiros, de técnicos de enfermagem, de
instrumentadores para atender a população?”. O sistema tinha caído, não tinha
como imprimir escala.
Eu ainda citei no momento que no
quartel acaba sendo mais simples, porque no quartel você toca a corneta, todo
mundo entra em forma e você conta quantos operadores têm de serviço. Já naquele
momento não tivemos como nos certificar que realmente esse recurso estava sendo
empenhado em benefício da população, porque o povo que estava lá no pronto atendimento
estava esperando uma média de uma hora para ser atendido por um médico.
Citei aqui o Hospital Geral de
Guaianases, que, do jeito que estava no início da pandemia, o encontrei no
final da pandemia: o mesmo elevador quebrado, o mesmo elevador, um único
elevador que sobe e desce alimento, que sobe e desce paciente, que sobe e desce
cadáver, transmitindo doenças, um desrespeito à dignidade das pessoas fora do
comum.
Pois não, deputado Gil.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
Vossa Excelência me concede um aparte?
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Pode
prosseguir.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Major Mecca, parabéns pelo vosso discurso. O senhor
abordou essa questão da nossa área da Saúde.
Como eu coloquei também, a previsão
orçamentária desse projeto que veio para esta Casa, pensando para o ano que
vem, são menos 800 milhões de reais. Então, será que é prioridade do Governo do
Estado de São Paulo a Saúde? Mas é pior ainda, Major Mecca, pior ainda.
Na Segurança Pública, que é uma
área vital para o povo São Paulo, uma área essencial, onde nós estamos
diariamente perdendo homens e mulheres massacrados por quem nos governa,
massacrados pelo crime organizado, massacrados muitas vezes pela grande mídia,
que acusa, julga e condena um policial militar ou uma operação policial militar
em cinco minutos em rede nacional. A redução na Segurança Pública foi superior
a dois bilhões de reais. Onde a gente vai parar? Qual é o fundo do poço?
O SR. MAJOR MECCA - PSL - E
eu quero fazer uma observação, deputado Gil. Quando o governo do estado
aumenta o valor da Dejem, que foi um tumor que o
governo do estado instalou dentro da polícia... Porque ele paga pouco para o
policial, ele não completa o quadro de efetivo, e aí ele pega o policial
cansado e compra a folga do policial.
Porque ele sabe: “Eu já pago pouco,
polícia ganha uma miséria. Ele está louco para vender a folga dele para colocar
arroz e feijão na mesa”. E esse dinheiro que ele paga a Dejem
sai de dentro desse orçamento. É de dentro desse próprio orçamento aí que ele
retira o pagamento que ele faz para a Diária Especial de Jornada de Trabalho,
que vem sacrificando e matando os nossos policiais.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu agradeço o aparte. Enquanto nós estivermos
aqui neste Parlamento, somos privilegiados. Somos um, dois, três privilegiados
entre os 94, entre os mais de 40 milhões de paulistas, de estarmos neste
Parlamento, de estarmos nestes microfones aqui falando por aqueles que não
podem falar.
A gente precisa deixar bem claro ao
povo de São Paulo que, se o Orçamento for aprovado dessa maneira, são menos 800
milhões de reais para a Saúde e menos dois bilhões de reais para a área de
Segurança Pública.
Então, isso a base do Governo, o
governador, tem que vir explicar. E nós não podemos contar com a grande mídia
em São Paulo, que faz as relações públicas do Sr. Governador.
Muito obrigado pelo aparte, Major
Mecca.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Eu
que agradeço, deputado Gil Diniz. E o povo, ninguém aguenta, ninguém suporta
mais as manobras de enganação.
Ontem foi feita uma solenidade para
entregar viaturas blindadas. Para o Comando de Policiamento de Choque mandaram
dez viaturas, para a Rota. Na Rota, senhores, eu trabalhei lá, fui tenente, fui
capitão; o deputado Conte Lopes trabalhou um longo tempo lá. A Rota tem 16
pelotões, deputado Enio Tatto; cada pelotão com uma média de seis
viaturas. Chegam dez viaturas blindadas lá, não resolvem nada. Não resolvem o
problema.
Estão preocupados mais com
marketing do que realmente com contribuir para a segurança do operador, do
policial militar, do que ajudar a população, e isso alcançou uma situação que
ninguém suporta mais. Ninguém suporta mais. Todas as manobras são para
benefício próprio e de quem está ali ao redor.
Eu
represento aqui uma categoria onde, este ano, foram 23 suicídios, resultado
dessa ausência de política pública que valorize, que reconheça o ser humano.
Nós, políticos, temos que trabalhar pelo ser humano. Pelo ser humano, pela
pessoa que está dentro dessa farda, que está aqui, zelando e cuidando de todos
nós. E, quando nós clamamos por eles, que foram enganados...
Todo
mundo sabe aqui que eles foram enganados pelo governador. O governador mentiu
para eles quando falou que eles seriam a segunda polícia mais bem paga do
Brasil. O governador mentiu. Senhores, um estadista não pode ter esse tipo de
prática. Nós não podemos permitir isso.
O
Poder Legislativo é que fiscaliza as ações do Executivo. Nós não podemos
permitir esse tipo de mentira e de enganação ao povo de São Paulo, porque,
quando se abandona um policial, quando se abandona um soldado na trincheira, é
a vida dele, é a vida do cidadão de bem que é ceifada.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, pela oportunidade.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Para falar a favor, deputada Valeria Bolsonaro.
A
SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite,
mais uma vez. Eu me inscrevi para falar a favor, porque senão a gente não
consegue falar, mas não dá para falar a favor desse governador.
O
deputado Carlão veio à tribuna e fez algumas colocações, e nessas colocações
ele falou sobre o que o deputado Gil havia comentado do presidente, sobre o que
eu havia comentado sobre o vírus, a doença que o vírus está causando, e falou
também que o presidente veio aqui inaugurar uma parede que estava pintada, se o
presidente não tinha mais o que fazer. E falou, principalmente, que o
presidente Jair Bolsonaro não sabe o que é democracia. Aí eu tenho alguns pontos
aqui que eu levantei.
Elenquei
rapidamente alguns pontos. O deputado Carlão Pignatari, do PSDB, é uma pessoa
que eu gosto muito, mas eu já falei para ele várias vezes que gosto muito da
pessoa dele, mas o partido dele simplesmente é intragável.
A
pessoa que está hoje governando o estado de São Paulo é uma pessoa que não tem
a menor ideia do que se trata a palavra “democracia”, e nós temos aqui alguns
exemplos básicos.
Então
eu pergunto: será que o governador do estado de São Paulo praticou democracia quando
mandou prender mulheres, crianças, adolescentes que estavam na praia, nas
praças, passeando? Isso é democracia?
Quando
ele mandou fechar cidades inteiras, colocando o Ministério Público em cima de
prefeitos, de vereadores, obrigando a fechar o comércio de cidades pequenas que
não tinham sequer um caso de Covid, e vários comércios faliram, fecharam suas
portas? Isso será que é democracia?
Será
que democracia ele também praticou quando colocou essa imposição sobre a vacina
que ele quer obrigar todas as pessoas que compõem a população do estado de São
Paulo a tomar? Eu gostaria de saber se, através dessa democracia, onde ele
obriga, ele determina de forma ditatorial...
Ele
quer porque quer que cada cidadão do estado de São Paulo, e até de fora do estado
de São Paulo... Está fazendo acordos com prefeitos de outros estados, mas do
seu partido, para que tomem essa vacina que não tem histórico de comprovação
científica nenhum.
Eu
gostaria de voltar aqui aos anos 50 e 60, quando, na Alemanha, foi desenvolvido
um remédio chamado Talidomida. Eu não sei se alguns de vocês aqui já ouviram
falar nesse remédio, porque nessa época ele foi amplamente divulgado para curar
as náuseas de mulheres gestantes. Então, foi, assim, uma maravilha. Foi
difundido na Europa. Partiu da Alemanha, foi para Europa, chegou ao Brasil e em
outros países também.
Quando
essas gestantes tiveram seus filhos, elas perceberam que esses filhos nasceram,
em sua grande maioria, com problemas de atrofia, tanto dos membros superiores,
dos braços, como dos membros inferiores, das pernas. O governo alemão até hoje
paga indenização a essas vítimas, que sofreram, tiveram consequências físicas e
congênitas por conta dessa medicação.
Agora,
eu pergunto: o governador João Doria vai ser responsabilizado se a vacina que
ele está querendo obrigar que cada um da população do estado de São Paulo tome,
sem comprovação, sem histórico de comprovação científica?
Ele
vai ser responsabilizado se a pessoa desenvolver algum dano, físico, mental,
neurológico, sabe-se lá o quê? Ele será responsabilizado? Quem colocará essa
responsabilidade? Quem vai cobrar essa responsabilidade?
Então,
são pontos de democracia que são aqui colocados. O deputado Carlão Pignatari
falou de uma pessoa tão democrática, que é o governador do estado de São Paulo,
onde a gente presencia, simplesmente, ditadura e obrigação. Ele gosta de
obrigar.
Eu
já falei que é muito interessante... Eu já tenho idade, já tenho mais de 50
anos, e na minha época de criança tinha um desenho. Eu não sei se vocês assistiram,
deputado Gil, deputado Mecca , o desenho do
“Riquinho”, onde ou você faz o que ele quer, ou ele pega e vai embora para
casa. Tudo tem que ser feito do jeito que ele quer.
Esse
é hoje o exemplo do nosso governador do estado de São Paulo. Ou é do jeito que
ele quer, ou não tem conversa. Eu não sei se é isso que o deputado Carlão
Pignatari chama de democracia. Gostaria de deixar aqui esse questionamento.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Vossa Excelência me concede um
aparte?
A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - Pois não.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É
interessante o líder do Governo. O próprio presidente não é afeito à
democracia. O presidente, que foi reconduzido por sete, oito vezes, à Câmara
Federal. Um presidente que veio das fileiras militares, capitão de Exército, foi
eleito vereador em 88 e, até 2018, era deputado federal, disputando eleições, e
foi eleito pelo voto popular.
É
interessante essa crítica a um presidente que foi sempre eleito pela vontade do
povo, sempre representou os seus eleitores, e a gente nunca vê uma crítica, por
exemplo, quando o governador vai até a China, em “Shanghai”, como ele diz - nós
falamos “Xangai” -, e abre um escritório, deputado Douglas, estendido, como se
fosse uma embaixada, um consulado do estado de São Paulo, da China, para fazer
ali as suas parcerias.
Ditadura
vive a China. Ditadura vive o povo chinês. O Partido Comunista Chinês comanda
aquele partido com mão de ferro há muito tempo, e a gente precisa falar isso.
Outro dia, alguns deputados federais parabenizaram a presidente de Taiwan, e o
embaixador da China censurou os deputados. Pediu, deputado Douglas Garcia,
exigiu, que o Parlamento brasileiro, que a Câmara dos Deputados Federais não a
parabenizassem.
O
deputado federal Eduardo Bolsonaro fez uma crítica à Huawei, à questão da
internet 5G, e a embaixada chinesa, o embaixador chinês foi lá censurá-lo, como
se ele não pudesse falar como o cidadão brasileiro que é, como o deputado
federal mais votado da história deste país. Censuraram.
Eles
acham que podem aqui nos silenciar. Então, a gente precisa ficar alerta também
a esse tipo de fala do líder do Governo, que nos chama de pertencer ao grupo do
presidente, que ele diz que não gosta, não é afeito aí às regras da democracia,
gosta de ditadura.
Fazer
essa crítica e chamar a atenção a esse modelo que estão tentando colocar aqui
no estado de São Paulo, modelo autoritário de poder, e nisso o Sr. João Doria
tirou nota dez. É autoritário, sim. Se não fizer a vontade dele, é como a
senhora falou. É o “Riquinho”, vai chorando para casa. Muito obrigado,
deputada, pelo aparte.
A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - O que eu acho mais interessante,
deputado Gil Diniz, é que, como
o senhor colocou, o nosso presidente, Jair Messias Bolsonaro, sempre foi
eleito. Começou como vereador, depois foi deputado, e sempre usando só o
sobrenome dele.
Eu
não lembro, em nenhuma das suas eleições, ele pedir emprestado o sobrenome de
uma outra pessoa para tentar ganhar uma eleição, como foi feito com o nosso
Bolsodoria. Não é? Foi o único jeito que o governador do estado, hoje eleito,
conseguiu para estar sentado na cadeira que está, porque senão não conseguiria.
Então,
outra coisa que eu gostaria de colocar: o deputado Mecca falou sobre os leitos
de hospitais, os problemas. É muito interessante a gente assistir. O governador
do estado e todo seu “staff” só falam de contaminação e de morte. Ninguém fala
do número de pessoas que pegaram o vírus, desenvolveram a doença ou não, foram
assintomáticas e estão recuperadas, milhões.
A
última vez que eu olhei, eram mais de cinco milhões de pessoas que estavam
recuperadas, e eu sou uma delas. Eu, meu marido, minha filha somos pessoas que
tiveram contato com o vírus. Eu tive uma “gripezinha”, sim, graças a Deus, e o
número de pessoas que tiveram problemas é muito menor do que o número de
pessoas que foram curadas.
Nós
temos aí um número, graças a Deus, muito pequeno de óbitos em relação ao número
de pessoas curadas. Lamento profundamente cada óbito. Lamento profundamente
cada vida perdida.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Um aparte, deputada Valeria.
A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - Pois não.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - E, complementando, nós estamos
acompanhando o desespero de inúmeros comerciantes na cidade de São Paulo, nas
cidades do interior, que foram vítimas das medidas desastradas do governo do
estado, do prefeito da cidade de São Paulo, que fecharam tudo, promoveram um
número imenso de desempregados, de empresas falidas.
Hoje,
neste final de semana, eu estava conversando com o sindicato de donos de bares
e restaurantes, que estão desesperados com o número de funcionários que já
foram obrigados a mandar embora, muitos correndo o risco de perder o comércio
que eles já têm.
Muitos
há mais de 20 anos sustentam a família com aquele comércio e estão à beira da
falência, por uma ausência, repito, de política pública que socorra as pessoas
no nosso município e no nosso estado, infelizmente.
Muito
obrigado, Deputada.
A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - Imagine. Outro ponto interessante é
que agora estão tentando fazer, de novo, parar tudo novamente, porque o número
de leitos de UTI já está com 80%, 90%, mas ele não fala do número de leitos. Se
o hospital tem dez leitos, cinco leitos são para Covid, três pessoas lá têm
noventa por cento.
Então,
tudo isso não é falado, não é esclarecido para a população. A população se
desespera pela informação mentirosa, pela informação falsa que é passada pelo
governador do estado de São Paulo e por todo o seu “staff”.
É
isso que nós precisamos, enquanto deputados,
levar à nossa população: esclarecimento. É lógico que o mundo está hoje
enfrentando uma pandemia. Muitas pessoas perderam os seus entes queridos. Eu
lamento profundamente por isso, mas isso não é motivo para submeter toda uma
população a vacinas que não têm histórico comprovado cientificamente, e isso
pode trazer uma consequência muito pior para a população.
Eu
quero saber quem será responsabilizado. Quem pagará essa conta? Quem cuidará
dessas pessoas? Porque, dessa forma como nós estamos assistindo, pessoas estão
tendo efeitos colaterais da vacina, porque não tem histórico. Não
existe vacina desenvolvida em seis meses, gente. A ciência
prova isto: não
existe vacina desenvolvida em seis meses.
A Aids matou milhares de
pessoas e até hoje
não tem uma vacina. O câncer
mata milhares de pessoas e até hoje
não tem uma vacina. E agora querem desenvolver uma vacina em seis meses e
obrigar a população a tomar? Isso, sim, é genocídio;
isso, sim, é falta
de responsabilidade; isso, sim, é não
ter responsabilidade com a vida da população,
é não
trabalhar com a ciência.
Eu agradeço,
e boa noite.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para falar contra, deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO LULA FIORILO -
PT - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, quem nos acompanha pela TV Alesp, aqueles que acompanham pelo
YouTube, nós
estamos iniciando o debate do projeto mais importante que esta Assembleia
Legislativa discute ao longo do ano legislativo.
Se no primeiro semestre é a
Lei de Diretrizes Orçamentárias,
no segundo é a
Lei Orçamentária
Anual, que tem uma importância fulcral para o estado de
São Paulo no próximo
ano. E a Lei Orçamentária
precisa sempre estar embasada no Plano Plurianual, que nós já aprovamos.
O que tem a proposta orçamentária
do governador João Doria para o próximo ano, já discutida
na Comissão de Finanças e Orçamento
com um relatório
do deputado Delegado Olim, e que eu gostaria de discutir, porque infelizmente,
na reunião da Comissão de Finanças
e Orçamento, a minha conexão caiu e
eu não pude ler meu voto.
Deputado Enio Tatto, que, como
deputado desta Casa, já foi membro da Comissão de Finanças,
sabe a importância de um voto sendo lido na
Comissão. Eu não
o farei aqui, mas vou destacar, porque eu considero
que é importante
que os deputados tomem conhecimento.
Primeiro, dizer que o Orçamento
apresentado pelo governador, se considerado, se comparado com o Orçamento
desse ano, não tem absolutamente nenhum acréscimo.
Aliás, ao contrário,
ele tem um decréscimo
de quatro milhões.
E eu queria dar uma notícia
boa, alvissareira, deputado Campos Machado, agora no Avante: o mês
de novembro, fechado e apurado pelo Governo do Estado, mostra que a arrecadação
do ICMS bateu 15 bilhões de reais. Quinze bilhões.
Deputado Gil, nenhum membro
desse governo foi capaz de prever o que aconteceria com as finanças
do estado. Nenhum. Nem o ministro Meirelles, nem Mauro Ricardo, e muito menos o
governador, porque infelizmente o governador não se apropria dos números e do estudo econômico
do estado.
Nós vamos chegar ao final do ano,
porque dezembro é quando
mais se arrecada de ICMS, possivelmente ultrapassando o valor estabelecido pela
proposta orçamentária,
ou chegando muito perto. Então o discurso de que nós perderemos 20 bilhões, 10 bilhões...
Aliás, o Projeto de nº 529
aqui apresentado pelo secretário
Mauro Ricardo, ao contrário de deficit, deputado Conte
Lopes, apresentava superavit. Devem ter sido feitas contas no joelho, porque só pode.
E agora nós vamos ter um ano orçamentário
muito parecido com aquilo que se iniciava na discussão antes da pandemia. Eu
digo isso por quê? Porque na proposta orçamentária
defendida pelo relator nós
temos coisas absurdas.
Por exemplo, o Orçamento
não foi
adequado para enfrentar a pandemia. A programação
orçamentária
não foi alterada para adequar-se
aos projetos e ações de combate à Covid
e seus efeitos, tais como a inclusão de uma dotação própria para compra de vacina ou
abertura de leitos de UTI.
É interessante, porque aqui
dialoga com o negacionismo: não tem rubrica, nós não sabemos nem quanto vai
gastar para comprar vacina. O discurso em defesa da ciência,
da técnica,
da pesquisa, vai por água abaixo. Aliás,
os negacionistas poderiam ficar felizes, porque não tem rubrica. Qual é o grande problema? Nós seremos incapazes de
fiscalizar.
Deputado Frederico d’Avila,
que é um
deputado atuante na oposição ao governo, que vai colocar a máscara,
se não tiver dotação própria, se não
tiver rubrica, não se fiscaliza. Sabe o que disse o relator? “Não
se preocupe, tem muito dinheiro na Saúde,
o governador dá um jeito”.
Deve dar mesmo, porque só de percentual para o
remanejamento ele tem dezessete.
Vamos continuar na Saúde.
O deputado Olim, que foi o relator, suplementou 17%, suplementou recurso para a
Secretaria de Saúde, só para
ajudar o deputado Gil Diniz, em 133,8 milhões. Mas isso é insuficiente
para cobrir a perda de 820 milhões que o governador
tirou na proposta enviada para cá. Então,
deputado Gil, para não ter problema de números,
na realidade, a redução vai ser de 686 milhões para a Saúde.
Pior, deputado Gil...
O SR. GIL DINIZ - SEM
PARTIDO - Vossa Excelência
me concede um aparte?
O SR. PAULO LULA FIORILO -
PT - Vou conceder assim que eu
terminar esse raciocínio da Saúde.
Pior: a proposta de 2021 retirou mais de 487 milhões das Santas Casas. Quantos
deputados aqui não fizeram emendas para as Santas Casas? Eu conheço
aqui um, o deputado Enio Tatto, que fez emenda para a Santa Casa de Santo
Amaro, se eu não estiver enganado, e que comemorou a liberação da emenda.
Se, por um lado, a gente
comemora a liberação de emenda de deputado, por outro, a gente percebe aqui o
crime realizado nas Santas Casas. E a suplementação
foi muito aquém
daquilo que elas necessitam. Deputado Gil Diniz, rapidamente, para eu poder
concluir.
O SR. GIL DINIZ - SEM
PARTIDO - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Eu agradeço o aparte, deputado Paulo
Fiorilo, e a correção. Muito embora eu tenha citado o
valor da proposta que veio para esta Casa, eu fui corrigido agora pelo relator.
Se não houvesse as emendas dos deputados tentando melhorar esse texto, esse
valor seria de mais de 800 milhões: 820 milhões, como
V. Exa. colocou.
Mesmo o relator aceitando, esse
valor realmente fica aquém,
como V. Exa. pontuou muito bem. De onde vai sair esse recurso? Vai ser de
remanejamento de onde? O Orçamento não
especifica. Então eu fico aqui de prontidão para cobrar e tentar melhorar ainda neste plenário
esse texto para o Orçamento do ano que vem. Agradeço
o vosso aparte.
O SR. PAULO LULA FIORILO -
PT - Obrigado, deputado Gil.
Vamos continuar aqui, que eu acho que tem coisas importantes ainda que precisam
ser destacadas e que eu considero que, para que a gente vote com clareza, é preciso
conhecer.
Recursos para a Segurança Pública:
eu não sou da área,
eu não sou, diferente aqui de muitos que são. Vejo o deputado Conte Lopes, como
é o
deputado Olim, como são outros deputados aqui, o Telhada e assim por diante, o
Mecca, Neri e outros. Dois vírgula
seis bilhões. Qual foi o valor suplementado? Setenta e dois milhões. Depois nós vamos reclamar da Segurança Pública.
Vamos para a questão da
publicidade, que aqui está o pulo do gato. O relator
manteve os recursos do governo para publicidade: um aumento de 70%, mais de 65
milhões, que poderiam ser utilizados para suplementar
ações na Habitação, na Defensoria Pública
e em outras áreas
tão importantes.
Agora, por que será que
tem dinheiro na comunicação? Tem dinheiro na comunicação porque o governo vai
investir 24% a mais, no estado, com gastos com obras, construções e
equipamentos, e ele precisa dar publicidade.
Agora, qual é
a grande contradição, deputada Bebel, líder
da Minoria? É que ele não aporta recurso na
manutenção. Ele aumenta investimento, mas corta em custeio. Sabe o que
significa isso? Cortar recursos para atividades que já existem,
na Saúde, na Educação, e assim por
diante, é um crime para o próximo período.
E aí é que está o pulo do gato: dinheiro para
divulgar obras que serão feitas.
Agora vamos para as questões que são fundamentais, deputada Erica
Malunguinho. Fapesp: esse é um
debate que nós
precisamos fazer aqui. Aqueles que acreditarem no conto do vigário
vão dizer: “não
vai ter problema com a Fapesp”.
Sabe por que pode ter? Porque na Proposta Orçamentária
aprovada, o Anexo 9 diz que serão retirados 30% dos recursos vinculados.
Se não tem problema com a
Fapesp, governador, rasgue o Anexo 9, retire da Peça
Orçamentária,
não diga que um decreto vai resolver. Até quando
nós
vamos acreditar no conto do vigário?
E dizer que não teve tempo para
fazer as correções na Proposta Orçamentária?
A Comissão de Finanças e Orçamento
demorou uma semana para se reunir para o relator
apresentar a sua proposta, uma semana. Será que não
era possível corrigir em uma semana a
retirada do anexo que retira, que pode retirar, quase meio milhão de reais da
Fapesp?
Agora vamos para outra questão
que eu considero importante, por conta do meu tempo.
Tem um trecho da emenda feita pelo deputado Olim que não é claro
em reverter o condicionamento de despesas. Para quem olhou a Peça
Orçamentária,
o governo vinculou o Orçamento à aprovação
do nº 529. Pois bem, o nº 529
foi aprovado. O que fez o governo? Não tirou o condicionamento, disse que vai
ser por decreto. É mais um conto do vigário.
São
12 bilhões de recursos para áreas
sociais que o governo disse que só iria
executar caso o projeto passasse. O projeto foi
aprovado, mas as fontes de despesas não foram revertidas para fontes
definitivas. O governador pode ainda fazer no ano que vem, o nº 529 não
teve o retorno esperado, e cancelar dotações de 2021.
Nós
estamos entrando num ano que deveria ser o ano do pós-pandemia. Possivelmente não será ainda, porque as vacinas que
estão sendo aplicadas nos Estados Unidos, no Reino Unido, aqui no Brasil a
gente ainda não sabe. O governador disse que deve começar
em janeiro; o presidente disse que era em março.
Depois o presidente disse que vai começar
este ano. Ninguém
sabe exatamente o que vai acontecer.
E aqui eu não quero discutir
aqueles que negam a vacina, aqueles que acham que a vacina pode não funcionar.
Não quero discutir isso. Eu quero discutir que é preciso
ter vacina para aqueles que querem se vacinar.
O problema é que serão vacinados primeiro os
profissionais da Saúde, correto; os idosos,
correto; os indígenas e os quilombolas,
correto. Agora, uma parte grande ainda não será vacinada. Uma parte não será vacinada.
Os professores têm
reivindicado justamente pela vacina, como o pessoal da Segurança.
Agora, não há um
plano exequível para que se tenha a vacina
em massa, para quem quiser. Quem não quiser não tem problema. O presidente já disse:
“Ah,
tem que vacinar, mas vacina quem quer”.
A maioria tem dito que quer ser vacinada. Bom, mas precisa ter vacina.
Nós estamos discutindo o que não
existe, e o governador não foi capaz de colocar uma rubrica dizendo quanto vai
gastar na vacina. Se os negacionistas dizem que a
vacina não precisa, o governador não põe
a rubrica. Sei lá se
ele fez alguma incursão nessa área
obscura do pensamento.
Bom, queria terminar, porque o
meu tempo se esvai, levantado uma última
questão, que eu considero
importante: investimento nas regiões do interior.
Algumas regiões, por exemplo, como Itapeva, deputado Frederico d’Avila, terão
menos recursos do que este ano para investimento, e outras, que são
importantes.
É verdade, teve Santos, por
exemplo, não vejo o deputado Caio, mas também
perdeu recursos. Algumas ganharão: Presidente Prudente vai ganhar. Agora, é preciso
discutir com mais transparência, para que de fato as
regiões mais carentes possam ter mais recursos.
O governador lançou
ano passado o Vale do Futuro. Se
não houver recurso para
asfaltar, para poder resolver o problema de infraestrutura viária
naquela região - o deputado Frederico conhece, o deputado Caio também
conhece, outros deputados aqui conhecem -, não
haverá Vale do Futuro. Se não resolver
o problema da telefonia móvel, não
haverá Vale do Futuro.
E tem um outro detalhe, que eu
já disse à secretária
Patricia Ellen: o Vale do Futuro não é só o
Baixo Vale, que tem banana, que tem chá,
que tem búfalo. O Vale do Ribeira tem o
Baixo Vale e o Alto Vale.
Ontem,
eu tive a oportunidade de levar o cônsul
da Itália e a vice-cônsul
para conhecer o Alto Vale: um olhar europeu sobre uma região muito bonita. O
que disse o cônsul no final? Essa região
poderia se tornar a coisa mais importante do estado se ela tivesse o olhar do poder público.
E aí
a minha conclusão: o poder público
tinha que, sim, destinar recursos para o desenvolvimento sustentável daquela região, região que tem minério, mas
que, necessariamente, não precisa ser só o minério. Tive a oportunidade de visitar uma fábrica de...
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para a
conclusão, deputado.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Vou
concluir. Ou esta Assembleia tem a altivez de avançar, ou vamos continuar
patinando e não haverá nem Vale do Futuro e muito menos mudanças no estado.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Obrigado, deputado.
Para falar a favor, deputado Frederico d’Avila.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Srs. Deputados, Sr.
Presidente Gilmaci, venho aqui a esta tribuna
justamente fazer observação sobre vários pontos tocados por outros colegas
desta tribuna.
Vejam o absurdo dessa famigerada Lei nº
17.293, que é filha do 529, que traz toda sorte de excrescências tributárias e,
como bem disse aqui o deputado Fiorilo, e também é
uma luta da deputada Janaina, a questão do aumento de verbas para a publicidade
do estado.
É inacreditável. Só [Expressão
suprimida.] como o governador que temos hoje é capaz de propor algo desse
tipo em um momento como este que estamos vivendo. Ele me lembra aqueles
compressores de ar de caminhão, deputado Barba, o senhor que trabalhou na Ford:
está tão [Expressão suprimida.] dentro que vai explodir a qualquer momento.
É inacreditável como ele consegue,
inclusive, jogar sobre o seu próprio partido a lama; tem gente que não quer
chegar nem perto dele. O João Doria parece um [Expressão suprimida.] hoje.
Eu lembro, na época do governador Alckmin,
nessa época de eleições municipais, de uma romaria de prefeitos - a deputada Maria
Lúcia lembra disso - no Palácio dos Bandeirantes para fazer vídeos com o
governador Alckmin, para candidaturas municipais em seus municípios. Eu não
tenho notícia de um prefeito que foi fazer vídeo com o [Expressão suprimida.] do João Doria.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Deputado Frederico d’Avila, vou pedir a V. Exa. para que possa fazer uso da
máscara. Alguns deputados estão solicitando à V. Exa. para cumprir o nosso
decreto. Obrigado.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Portanto... Apesar de eu
estar em um raio de mais de cinco metros, tudo bem. Vamos lá.
Portanto, Sr. Presidente, é inacreditável
como podemos verificar, nesse ambiente... Aí eu peguei e tive o cuidado de
analisar detalhadamente os itens que serão majorados com impostos pela Lei nº
17.293: agulha, seringa, excipiente de medicamentos, cloreto de sódio, cloreto
de potássio, veículos excipientes para medicamentos. Até procedimento de
hemodiálise, que é feito toda semana - para algumas pessoas são feitos até
todos os dias -, não será isento desse tipo de tributação.
Aí tem gente do meu setor, do setor
agrícola, preocupada porque tributaram o produto, mas não se preocuparam com os
insumos. Quando fui ver, embalagens para ovos. A embalagem, não é só o ovo. O
ovo também, mais a embalagem. Mais o óleo diesel, mais a energia elétrica, mais
toda a cadeia de insumos que compõe a produção de “n” itens.
Depois, fui levantar mais: pedra,
concreto, areia de construção. No final do ano, o pessoal recebe o 13º, alguns
recebem 13º e férias e querem fazer uma reforma em casa. O Sr. João Doria vai
aumentar saco de cimento, vai aumentar tijolo, vai aumentar “n” insumos da
construção civil.
Quem não deixou a economia do nosso país
ir à bancarrota foi a agricultura brasileira e boa parte da construção civil,
que não acreditou que seria tão pronunciada a pandemia e continuou tocando suas
obras. O que aconteceu?
O Sr. João Doria aumenta o tributo não só
dos insumos da agricultura como também da construção civil propriamente dita. E
pior ainda: ele, que quer ser presidente da República, pois não se aguenta
sentado na cadeira dos Bandeirantes, assim como não se aguentava na Prefeitura
de São Paulo, também agora aumentou todos...
Até conversei com o líder do Governo hoje,
o deputado Carlão Pignatari, que, além de líder do Governo, é produtor rural,
ou seja, dá para a gente conversar a mesma língua. Falei com o deputado Carlão
Pignatari: “Como é que pode propor uma coisa dessas em um momento como esse,
onde tem inflação de alimentos pronunciada?”.
E o Sr. Governador João Doria taxa
justamente o produtor que não deixou o País ir mais para o buraco do que já foi
com as atitudes do governador João Doria, mas também o consumidor, que vai ter
que pagar, deputado Conte Lopes, que também é criador em Avaré... Como é que
pode uma coisa dessas em um momento destes? É inacreditável. Inacreditável.
Imagine o senhor que antes, até hoje -
ainda não está em voga -, se você é produtor de bezerros, você compra ração do
seu vizinho que produz milho, ou compra o milho mesmo, in natura, do seu
vizinho.
Você tira uma nota de produtor e você está
isento de ICMS. Agora não: você vai pagar 4,14% sobre essa transação. A mesma
coisa com o horticultor que trabalha com horta e consome esterco constantemente
para manter os seus canteiros. Eu não consigo acreditar em uma coisa dessas.
Aproveitando aqui, deputada Maria Lúcia e
outros deputados da região de Sorocaba, até o deputado Derrite,
que está aqui conosco: tem indústrias de agroquímicos, deputada Valeria... Em
Sorocaba, nós temos a Ihara. No Vale do Paraíba - a
deputada Leticia estava aqui -, tem a Basf. Na região de Campinas, temos a
Syngenta, na região da senhora.
O que acontece? Toda a agricultura
brasileira se abastece nessas indústrias. Os revendedores se abastecem nessas
indústrias, cujos produtos são manufaturados no estado de São Paulo pela sua
facilidade logística, pela pujança da sua economia e, consequentemente, pelas
belas estradas que nós temos nesse eixo Sorocaba-Campinas, etc.
O que acontece? Todos esses insumos da
agricultura, que vão desde o pequenininho - esse que o deputado Fiorilo falou aqui agora, lá do Alto Vale, do Baixo Vale -
até o Blairo Maggi, primo do Blairo Maggi, o Eraí
Maggi, que é o maior plantador de soja da América Latina, se abastece em
indústrias paulistas. E vão pagar mais caro, porque esses insumos todos vão ser
tributados.
Então, o Sr. João Doria, não é que está
prejudicando só a agricultura paulista, está prejudicando a agricultura
paulista e a agricultura brasileira. Não tem uma entidade do agro que não seja
contra. É Faesp, é Ocesp, é
OCB, é Aprosoja, hoje até a Sociedade Rural
Brasileira, que não se manifesta em relação a absolutamente nada, fica em cima
do muro, hoje se manifestou nos estertores, aos 46 do segundo tempo, já na prorrogação.
Até a Sociedade Rural Brasileira, deputado
Barros Munhoz, ministro, grande amigo e defensor do agro, até a Sociedade Rural
Brasileira se manifestou em relação a isso.
Semana passada estive na última assembleia
geral da Aprosoja em Brasília - da qual sou
vice-presidente, a Aprosoja Brasil -, e CNA, Ocesp, OCB, Faesp, OCPar, todas as principais entidades do agro estão
perplexas com essa situação. Fora a estrutura fiscal que essas empresas vão ter
que montar para atender a essa nova tributação, porque não é uma tributação que
só está mudando a alíquota, deputado Balas. É um imposto que não existe. Não
existe.
Era isento, e agora o [Expressão
suprimida.], Sr. João Doria, vai fazer a gentileza de aumentar para todos os
agricultores brasileiros. E quer ser presidente da República, deputada Marta
Costa. Quer ser presidente da República. Fica empurrando essa vacina que...
Para ele só existe uma vacina, que é essa CoronaVac, não existe outra. Não existe Pfizer, não existe
Moderna, não existe Sputnik, não existe nada, só existe essa vacina. Muito bem
disse o general Mourão, nosso vice-presidente da República, que perguntou qual
o país que usa essa CoronaVac, SinoVac.
Ele deve ter feito, com certeza, um bom e interessante negócio, logicamente
para ele, como ele costuma fazer.
[Parágrafo suprimido.].
Agora, veja só, deputado Campos Machado, o
senhor há 30 anos nesta Casa, como é que pode um [Expressão suprimida.] desses estar sentado na cadeira de principal
mandatário do estado de São Paulo?
Sentaram tantos governadores renomados,
inclusive o seu antecessor, o governador Geraldo Alckmin, que não tem nada a
ver com esse fulano. O governador Alckmin tem “n” defeitos e “n” qualidades,
agora esse aí não tem nenhuma qualidade. Nenhuma.
Dobrar a verba de publicidade do Governo
do Estado? Aí o deputado Fiorilo ainda faz uma
análise de que ele pretende fazer um monte de obras e fazer propaganda das
obras dele. Agora, empurrar essa vacina goela abaixo do cidadão paulista...
Ele falou para o Datena que comprar é uma
coisa, aplicar é outra. Aí, no dia seguinte, o Datena foi parar no Sírio
Libanês com enfarte, de tanta mentira que ouviu teve um piripaque e foi parar
no hospital. Irritou até o governador Caiado.
O Caiado, na semana passada, primeiro
disse que ele era um [Expressão suprimida.]
e depois disse que ele era um [Expressão suprimida.], com todas as
letras. Uma foi na CNN, e outra foi na Rádio Jovem Pan.
Não é possível que o estado de São Paulo
tenha um elemento dessa péssima qualidade como governador do estado. Péssima
qualidade. E, ainda por cima, ele está parecendo, Conte,
o tempo em que o Haddad era prefeito.
O Haddad fazia tanta coisa sem pé nem
cabeça que a gente achava que ele estava querendo fazer de tudo para não se
reeleger, lembra? Era cada uma que a gente falava: “Não é possível, isso aí só
pode ser para não se reeleger, não deve ter nenhuma razão em fazer isso”.
O João Doria está igual. Ele já se
inviabilizou no estado de São Paulo e agora está tratando de se inviabilizar
Brasil afora. Estava aqui o deputado Derrite agora,
deputado federal, dizendo...
O senhor que costuma falar muito sobre
lealdade, deputado Campos, o índice de compromisso do Sr. João Doria é o
comentário no Congresso Nacional, como sendo a pessoa em quem não dá para
confiar nem um minuto depois que você combina uma coisa com ele. Nem um minuto.
Ele trai todo mundo.
Então, além de [Expressão suprimida.].
[Expressão suprimida.]. Ele até esquece das [Expressão suprimida.] dele. Agora, eu não posso acreditar. Eu
coloquei quatro projetos de decretos legislativos nesta Casa a fim de sustar os
efeitos de quatro decretos legislativos relativos ao regime especial de ICMS
para vários produtos que estão na Lei nº 17.293.
É fundamental para a economia paulista e
brasileira que esses projetos de decretos legislativos sejam apreciados por
esta Casa para que nós não ofendamos ainda mais a economia do estado de São
Paulo e atinjamos as duas galinhas dos ovos de ouro, como bem disse o
presidente da Ocesp, Edivaldo Del Grande, que são a
agricultura, Conte e Barros, e a construção civil.
Nós não podemos, como detentores de 30% do
PIB brasileiro, ser responsáveis pela aniquilação não só da nossa economia, mas
do resto da economia do nosso Brasil. Então, queria aqui, já de antemão,
cumprimentar o Dr. Paulo Skaf na Fiesp pela ADI que propôs junto ao Tribunal de
Justiça e também as duas outras entidades, a Ocesp e
a CNA, junto com a Faesp, aqui em São Paulo, que se
uniram em torno da aprovação, da levada ao conhecimento das autoridades desses
quatro PDLs de minha autoria.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado. Para falar contra, o deputado
Teonilio Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente Gilmaci Santos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados que nos
acompanham pela rede TV Alesp, trabalhadores desta Casa que nos acompanham nos
nossos gabinetes, nossas assessorias, quero primeiro saudar a todos os
trabalhadores desta Casa, saudar os trabalhadores e trabalhadoras da Segurança
Pública, os trabalhadores da grande imprensa que estão aqui nos cobrindo.
Presidente, primeiro quero fazer
aqui alguns esclarecimentos. Esta Casa tem uma tradição de oposição na hora do
debate do Orçamento... E eu, que fiquei aqui na legislatura passada, nós éramos
18, 19 deputados na oposição; na hora do Orçamento, subiam aqui os deputados da
oposição, falavam o tempo todo contra o Orçamento, o governo assistia, como
está fazendo neste momento, e depois a gente votava.
E tem alguns deputados que acham que
basta apenas chegar aqui e dizer: “sou contrário, votei contra esse projeto”.
Quando a votação é nominal, porque alguém pede a verificação, deputado Conte
Lopes, fica lá registrado quem votou a favor, quem votou contrário.
Aqueles deputados que quiserem fazer
o voto contrário, depois, gente, têm que apresentar uma declaração de voto para
poder ficar com o seu voto registrado aqui, contrário ao Orçamento ou às contas
do governador, ou contra o projeto de qualquer deputado. Por exemplo, tem
projeto de deputado que, se for aprovado nesta Casa, eu vou fazer declaração de
voto contrário e registrar a declaração de voto, para deixar claro que a
bancada do Partido dos Trabalhadores votou contra aquele projeto.
Fui procurado hoje por alguns
deputados, deputado Conte Lopes. Você, deputado Conte Lopes, deputado Danilo
Balas - estou vendo aqui -, deputado Mecca, deputado Frederico d'Avila,
deputada Valeria Bolsonaro, deputada Marta Costa, deputado Ricardo Mellão,
deputado Sergio Victor, deputado Campos Machado, minha querida deputada Márcia
e minha querida deputada Bebel, nós fizemos uma batalha nesta Casa contra o
Projeto 529.
O governo mandou buscar gente quase
de helicóptero para poder aprovar aqui nesta Casa, e não teria sido aprovado se
alguns deputados não tivessem feito alguma menção ao governo. O governo apelou
de maneira muito dura; e, naquele momento, eles apresentavam, no Projeto 529, o
que parecia, para quem não sabe ler direito, um projeto... Deputado Barros
Munhoz, falava assim: “redução de 20% nos benefícios”.
O que era a redução de 20% nos
benefícios? O estado de São Paulo tem uma concessão de benefícios de 6 por
cento. O teto do ICMS do estado de São Paulo é 18 por cento. Para alguns
setores, cobra 12 por cento. Então, a redução, o benefício, é 6 por cento.
Quando ele aplica um reajuste linear, que é a redução desse benefício de 20%,
aumenta a carga de 12% para 13,2% e cai o benefício de 6% para 4,8 por cento.
Qual é o debate que tem agora? O
senhor, que é um deputado representante do agronegócio e o faz com
brilhantismo; também o deputado Itamar Borges, o deputado Fernando Cury e
outros, que representam nesta Casa o agronegócio. O deputado Frederico d'Avila,
que é do agronegócio, que representam aqui. E a gente avisava: vai ter aumento
da carga tributária.
A deputada Dra. Damaris chegou aqui
e desafiou, da tribuna, defendendo o Projeto 529: “me mostra onde está o
aumento da carga tributária”. Deputada Damaris, nós autorizamos... Vocês
votaram a favor. Nós autorizamos o governador do estado de São Paulo, que
aprovou o Projeto 529, a aumentar a alíquota do ICMS de vários produtos de 12%
para 13,3 por cento. E autorizou alguns produtos... O governador pode falar:
vai para 18 por cento.
E agora tem um projeto do deputado
Itamar Borges e do governo tentando botar na conta da Assembleia que nós temos
que corrigir e transformar em lei; que, ao transformar em lei o projeto, os
Estados Unidos não podem retaliar, não podem aumentar alíquota, porque está na
lei, virou lei. Não pode aumentar a TEC, que é a Tarifa Externa Comum do
Mercosul. Não pode aumentar, porque virou lei, não é mais só o 529, Major
Mecca.
E eu avisava para os deputados da
base aliada: “vocês estão votando aumento de impostos. Inclusive, não está
criando novos impostos, está aumentando a alíquota de 12% do ICMS para vários
produtos. E em alguns produtos pode aumentar, inclusive, para 18 por cento”.
Está claro lá no texto.
E o secretário de Planejamento veio
aqui a esta Casa; não me lembro o nome dele, Mauro alguma coisa... Mauro
Ricardo. Obrigado, deputado Barros Munhoz. Veio aqui e falou: “nós estamos
aumentando de maneira linear; 20%, redução no benefício de 20%, de maneira
linear. E alguns produtos nós vamos chamar o setor e botar para 18 por cento”.
Então, quem hoje está empunhando
essa bandeira, que é contrário, que venha aqui, porque o deputado que me
procurou hoje, falei para ele: “você votou a favor, deputado”. Eu vou preservar
o nome dele, não vou falar, porque é muito meu amigo. Vocês votaram a favor.
Então, se vocês são contrários ao
projeto hoje, vocês vão ter que verificar, vocês vão ter que fazer igual ao PT:
vem aqui e verifica. Não basta querer toda hora ficar como o cara que medeia
para o governo o tempo todo e, na hora em que acha que é contra um projeto, não
vir aqui verificar.
Eu disse: “a bancada do PT - o
senhor estava até presente no Colégio de Líderes - será contrária a esse
projeto”. Mas eu disse: “nós não vamos verificar; queremos ver quem é que vai
verificar”. É isso, certo? O senhor já falou que vai, deputado Campos Machado.
E o senhor estava junto conosco, contrário a esse Projeto 529.
Aliás, mais um golpe do governo,
porque o senhor lembra que no Projeto 529 tinha lá tirar a liquidez das
universidades, o que dava, na época, mais de um bilhão de reais. Aí o governo
falou: “a gente não vai mexer nisso”. E agora vem o golpe na Fapesp. O golpe,
porque tira do 1% da Fapesp, o que significa 454 bilhões...
O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Douglas.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB -
Eu não constato o quórum regimental para o prosseguimento à sessão. Solicito
uma verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental o pedido de Vossa Excelência. Queria convidar a deputada Damaris e
o deputado André do Prado para nos auxiliarem aqui na verificação de presença
dos nobres deputados.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Constatado
o quórum regimental, esta Presidência agradece aos deputados Damaris e André do
Prado.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
convocação. Nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V.
Exas. para uma segunda sessão extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos
após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser
apreciada a seguinte Ordem do Dia:
* * *
- NR - A Ordem do Dia para a 63a
sessão extraordinária foi publicada no D.O. de 16/12/2020.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Devolvo
a palavra ao deputado Teonilio Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
Sr. Presidente, dá para melhorar um pouquinho o som aqui, por favor? Ok,
obrigado. Então, Sr. Presidente, esse orçamento que o governo apresenta todo
ano teve 15.161 emendas apresentadas. Das 15.000, 5.745 emendas são do Partido
dos Trabalhadores; ou seja, quase 38% das emendas apresentadas no Orçamento,
como nós fazemos todos os anos, são do Partido dos Trabalhadores.
O Orçamento tenta corrigir, em
linhas gerais, 12 bilhões de buracos que eles provocaram na votação do Projeto
529. Em função de renúncia fiscal, ele tem que tampar o rombo; então ele catou
lá aqueles 20% dos benefícios para tentar fortalecer o Orçamento.
A renúncia do ICMS, do IPVA, chega,
aprovado lá na LOA do primeiro semestre, a 43 bilhões e 600 milhões de reais. Foi o
que foi aprovado lá na LOA, com voto de vários deputados aqui presentes.
Então, é um orçamento que vem
tratando a Habitação de maneira muito ruim. No ano passado, o Orçamento para
este ano, Orçamento de 19 para o Orçamento de 2020, Campos Machado, na área da
Habitação, cortou 978 milhões de reais. E novamente agora vai cortando na
Habitação.
Nós, que temos como sempre a maneira
de obstruir, deputado Gil Diniz, a nossa maneira é de ler um voto em separado
enquanto as negociações avançavam. Então, a gente passava 10 horas lendo um
voto em separado que as negociações avançaram. Eu e o deputado Enio Tatto, na
Comissão de 17 e 18, inauguramos um novo modelo. A gente apresenta… Eles
apresentam o relatório deles, o parecer, a gente apresenta o nosso voto em
separado. Todo mundo protocola e abrem-se as negociações.
Qual foi a negociação do ano passado?
A negociação do ano passado foi de 589 milhões de reais, nós negociamos,
apresentou aqui na tela. Teve uma emenda aqui aglutinativa para poder virar
aqui no Orçamento.
Então, eu peguei todas as demandas
que nós negociamos ano passado, que inclusive tem coisas que não são minhas,
são de vocês que nós apoiamos, e apresentamos na negociação, várias áreas, e
isso virou…
Na negociação nós botamos a área da…
Primeiro o Tribunal de Justiça, nossa proposta é que teria que ter 100 milhões
a mais para o Tribunal de Justiça. O governo botou 300 milhões por conta dele.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO – COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - E
teve a taxa, Barba, que a gente aprovou aqui. Desculpe atrapalhá-lo. Nós
aprovamos a taxa para o TJ, e além de tudo isso o governo ainda colocou 300
milhões de reais.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Trezentos milhões, é. Nossa indicação
era de 100 milhões, porque entendíamos que tem custeio de pessoal, então tem
que ser garantido isso. O governo botou 300 milhões de reais.
Tem a área da Educação, a área da
Saúde, a área de Desenvolvimento Econômico, a área da Cultura, a área da
Agricultura, a área da Logística, a área da Justiça. Aí a Justiça é educação de
direitos humanos e custeio. A área da Polícia Civil tem aqui cinco pontos que
nós indicamos, que vocês indicaram no Orçamento, no final do ano passado, e nós
apoiamos.
Tem a área da Habitação, tem a área
do DAEE, tem a área do Desenvolvimento Social, tem a área da Penitenciária, tem
a área do Esporte, tem a Defensoria. A Defensoria tinha um pleito de 70 milhões
para cumprir seu orçamento. Tem a área do Turismo e a área da Defesa Civil.
Então, todas essas, que são aqui num
total de mais de 30 pontos, eu venho dialogando com o deputado Carlão, e o deputado
Carlão dialogando com o deputado Olim, que era o relator, foram incluindo esses
pontos. Por isso é que eu estou muito tranquilo, porque a oposição nesta Casa,
deputado Barros Munhoz, não basta querer fazer oposição, tem que saber como é
que faz oposição.
Quem quer fazer oposição não pode
comer bola na beira do microfone. Quem quer fazer oposição tem que saber quando
vai discutir uma urgência, que é obstruir desde a urgência, tem uma lista de
inscrição.
E eu conheço aqui de cor e salteado.
Se eu for fazer obstrução, eu sei tudo o que eu faço aqui neste microfone,
Delegado Olim. Não tem bolada nas costas ou bola embaixo das pernas que o
presidente da Assembleia, seja Gilmaci ou Cauê Macris, consiga passar.
O problema é esse, que as pessoas
querem fazer oposição e não sabem o que estão fazendo. Eu, por exemplo, quando
se inicia a pauta aqui, na Ordem do Dia tem um projeto chamado 04 trancando
todo dia essa pauta na Ordem do Dia.
Quando vai discutir um novo projeto,
se tem acordo no Colégio de Líderes, a gente vem para cá e faz a inversão da
pauta, e quem quiser discutir se inscreve, vai discutir e vai obstruindo.
Por exemplo, o Projeto 596. Não deu
tempo de esgotar o debate dos inscritos dele, que era o segundo item da
Ordinária. Eu sou contrário a ele, já avisei. Já avisei para o Carlão, pedi até
para o Carlão, eu falei: “Não quer deixar esse debate para o ano que vem, para
reduzir os conflitos?”.
Qual o grande problema daquele
Projeto 596? Exatamente o ponto que eles mais gostam, o pessoal do agronegócio,
é exatamente a flexibilização para terceirizar a fiscalização, que hoje é feita
pelo nosso povo que é funcionário de carreira.
E como o PSDB tem como objetivo
destruir funcionário de carreira, fala assim: “Esse pessoal aí não gosta de
trabalhar; por isso nós temos que privatizar e terceirizar”.
Ao privatizar, quem é a empresa que
vai fazer a fiscalização? Quem é a empresa que vai fazer a fiscalização? Uma
empresa do setor privado que pode muito bem ser influenciada pelo agronegócio,
deputado Campos Machado.
É como você ter que comprovar um
chassi com número mal escrito seu lá numa empresa privada para levar para o
Detran. Significa o quê? Que aquela empresa, se você pagar um pouco mais, ela
pode favorecer, dizendo que conseguiu ler realmente o seu chassi.
Então, é por esse motivo que eu quero
deixar claro aqui: quem quiser fazer oposição pode pedir ajuda que eu explico
como é que funciona...
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Para
conclusão, deputado.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para que os deputados não percam
tempo. Qualquer projeto que vai abrir a lista de inscrição, o deputado tem que
se inscrever. Se não quiser se inscrever, aprovou, vai para o encaminhamento.
Aliás, o primeiro projeto era o projeto do Daniel José, não precisava ninguém
fazer nada no projeto dele. Aprovava a urgência, restavam os dois projetos, que
eram o 596 e o PL de resolução da Mesa, o 19. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado. Para falar a favor, o deputado Danilo Balas.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Tem comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não
deputado, nós não estamos dando comunicação.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Eu faço um aparte.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado
Danilo Balas para falar a favor.
O
SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente, Srs.
Deputados, a todos que nos acompanham pela TV Assembleia e aos funcionários
desta Casa. Antes de iniciar o meu pronunciamento, um aparte ao deputado Gil
Diniz.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, deputado Balas. É só para
dialogar com o deputado Teonilio Barba. Realmente, deputado, nós estamos
aprendendo aqui a fazer oposição. Há negociações que nós não fazemos, acordos
que passam longe da nossa bancada.
Ainda dá tempo de melhorar esse Orçamento.
Dá tempo. Neste momento o líder do Governo está junto com o líder do Partido
dos Trabalhadores, um momento icônico aqui no plenário da Assembleia
Legislativa. Grandes parceiros, grandes irmãos, irmãos siameses aqui neste
plenário estão aqui fazendo os seus ajustes.
Então, não é questão de comer bola.
Hoje, por exemplo, o PT está ajudando no quórum e provavelmente vai ajudar na
votação do Orçamento com a sua presença, com o seu voto - ainda, povo de São
Paulo, que o voto seja "não". Vão dar quórum ali no voto, ao invés de
melhorar esse discurso.
Então,
ao invés de subir à tribuna para fazer o que nós chamamos de firula, fumaça,
para mostrar uma certa objeção à lei orçamentária, não obstruam, deputado
Gilmaci. Deixem quem quer fazer oposição hoje fazer, porque sobem à tribuna,
reclamam, reclamam do Orçamento, mas ao final dão quórum, ao final vão votar,
vão dar quórum aqui no painel para aprovar a lei orçamentária.
Então,
a gente não pode fazer essa oposição de festim. A gente precisa se posicionar, tentar
melhorar os projetos. Eu fiz diversas emendas à lei orçamentária. Não tenho
partido, infelizmente não posso obstruir, como o PT e seu líder podem obstruir
esse projeto, que é importante para o povo de São Paulo, que é importante até
para o Governo do Estado de São Paulo.
Mas,
neste momento, nesta noite, o PT, mais uma vez, ajuda o PSDB e ajuda o
governador a aprovar suas pautas. Essa é a realidade. Obrigado, deputado Balas,
pelo aparte.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS -
PSL - Senhoras
e Senhores, primeiramente declaro que sou contra a lei orçamentária do jeito
que está. Sou contra porque várias emendas de deputados - não só minha, como de
outros deputados desta Casa - foram rejeitadas.
Também
tramita, nesta semana, o Projeto de decreto legislativo 22/2020. Sou favorável
a esse PDL, que faz justiça aos pensionistas e aposentados. O governador,
deputado Barba, retirou valores daquele aposentado, daquele pensionista que
trabalhou mais de 30 anos pelo estado de São Paulo, num momento em que mais o
aposentado precisa.
Remédios
caros, plano de saúde com preço exorbitante, e o governador do estado de São
Paulo, através do projeto de lei que virou uma lei estadual, aumentou a
tributação do aposentado e do pensionista, ocasionando a retirada de valores
importantes para o restante de sua vida, que deveria ser com mais qualidade de
vida.
Cedo
um aparte ao deputado Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, deputado Agente Danilo
Balas. Vamos esclarecer, deputado Gil Diniz. O senhor não está fazendo
oposição. O senhor não quer. O senhor, se for se filiar a qualquer partido,
principalmente partido que não existe nesta Casa, o senhor vira um líder da sua
bancada, com direito a poder verificar, não ficar dependendo só de projetos,
para poder se inscrever.
O
senhor precisa, eu já lhe sugeri isso. Falei: deputado Gil Diniz, se o senhor
for se inscrever num partido, se estiver num partido, acha o que melhor se
combina, o senhor vira líder de sua bancada e tem o direito de poder verificar,
coisa que o senhor não pode fazer hoje, porque o senhor não tem partido.
Então,
tem várias coisas. O senhor pode encaminhar, são 10 minutos a mais, pode ter o
direito de verificar. Então, o senhor também precisa dar correção ao seu
discurso, deputado Gil Diniz. Eu deixei muito claro aqui. Na lista que nós
negociamos no ano passado, a deputada Janaina fez parte, só não está a questão
da comunicação, que nós conseguimos excluir. O restante está praticamente tudo
dentro e já foi incluído direto no parecer do relator. Só para deixar claro.
E
aqui, deputado Gil Diniz, quem faz oposição para valer mesmo, e quando nós
vamos fazer, é o PT, está bom? Só para deixar claro para o senhor. Muito
obrigado, deputado Danilo Balas.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS -
PSL - A
réplica foi concedida. A tréplica, deputado Gil Diniz, só mais um pouquinho.
Vou avançar no meu tempo e vou conceder a V. Exa. a tréplica.
Hoje
o governador do estado de São Paulo esteve em Sorocaba às 17 horas. Esteve no
Comando de Policiamento do Interior - 7, Sorocaba e Região. Mais de três
milhões de pessoas atendidas, e ele inaugurou o 14º Baep.
Nosso irmão aqui, Major Mecca, já esteve num Baep da
vida e sabe como os nossos homens enfrentam a criminalidade.
O
senhor comentou, deputado Mecca, que a Rota recebeu poucas viaturas blindadas.
Pois bem, Sorocaba recebeu apenas quatro viaturas blindadas. Está faltando a
quinta chegar, que não chegou. Serão somente cinco viaturas blindadas, e alguns
prefeitos do PSDB presentes.
Infelizmente,
nós não tivemos, dentro de um quartel centenário, muito representativo de nossa
região de Sorocaba, tombado pelo patrimônio histórico, nenhum deputado
representante da Segurança Pública. Não houve a presença do Sargento Neri, do
Coronel Telhada, a minha presença, não estive no local. Major Mecca, Coronel
Telhada, Tenente Nascimento, nós não estivemos na inauguração do Batalhão de
Ações Especiais Policiais, na nossa Casa, infelizmente.
Fui
ontem dar os parabéns ao coronel Alexander, a todo o efetivo do 14º Baep, mas hoje não fui, às 17 horas, dar um abraço em
nossos irmãos, e infelizmente estava discursando o governador do estado de São
Paulo, João Doria, aquele que vira as costas para a Polícia Militar, para a
Polícia Civil, para a Polícia Técnico-Científica. E estava novamente em cima de
um palanque, falando mentiras.
Enquanto
600 investigadores da Polícia Civil ainda aguardam o chamamento para fazer a Acadepol, ele fala mentiras em cima de um palanque.
Enquanto a polícia de São Paulo não recebe o aumento prometido em campanha, o
governador João Doria mente no palanque. Em contrapartida, nós tivemos hoje à
tarde a presença do presidente Jair Messias Bolsonaro na reinauguração da torre
do relógio da Ceagesp.
Com
o devido respeito, líder do Governo, deputado Carlão Pignatari, a reinauguração
não foi apenas de uma caixa d'água. Eu leio uma matéria curta para V. Exa., até
para que a assessoria do senhor pesquise o que é a torre do relógio da Ceagesp:
“O presidente esteve na capital paulista em evento promovido pela Ceagesp,
empresa pública federal, reinauguração da torre do relógio, que tem 52 metros
de altura, e é o marco do entreposto terminal São Paulo. O presidente Bolsonaro
é o primeiro presidente que visita a Ceagesp”.
Vou
trazer aqui números importantes e o que representa a presença do presidente
aqui na Ceagesp. A Ceagesp é responsável pela maior central de abastecimento de
frutas, legumes, verduras, flores, entre outros produtos, da América Latina. O
presidente não veio inaugurar uma caixa d'água.
O
volume comercializado, por ano, chega a três milhões de toneladas, com valor
financeiro de mais de oito bilhões de reais. Na central aqui de São Paulo,
fluxo médio: 50 mil pessoas por dia passam na Ceagesp. São 509 empregados e 25
empregos indiretos, além de dois mil permissionários, 247 varejistas e 376
ambulantes.
Na
Ceagesp havia um antro de corrupção. Jair Bolsonaro, nosso presidente, delegou
a missão ao coronel Mello Araújo, que foi comandante da Rota, para fazer uma
limpeza na Ceagesp. Como outros deputados falaram aqui, aquele cidadão que
puxava carrinho pagava 60 reais para guardar o seu carrinho na própria
estrutura da Ceagesp, pagava ao sindicato, dentre outros achaques e absurdos
que aconteciam ali, contratos superfaturados, contratos ilegais.
Então
o coronel Mello Araújo trouxe uma equipe com expertise em licitações, e vários
contratos já estão sendo revistos, da segurança local, da limpeza, dentre
outros. Então isso foi o que o presidente Bolsonaro veio fazer aqui em São Paulo,
a reinauguração da Torre do Relógio da Ceagesp, um órgão, uma empresa federal
importantíssima não só para São Paulo como para o Brasil.
Nesta
semana também estivemos na Comissão de Fiscalização e Controle; passaram pela
comissão as contas anuais do governador. Tivemos uma votação de seis a três:
seis deputados votaram a favor, pela aprovação das contas do governador, e três
deputados votaram contra a aprovação das contas do governador. Eu votei contra
as contas do governador.
Depois,
essas contas vieram a plenário. Em plenário também declarei meu voto contrário.
Como o deputado Barba disse, declarando no microfone o voto contrário, eu
apresentei por escrito à Mesa as razões pelas quais eu votei contrariamente às
contas do governador, porque verifiquei inúmeras irregularidades.
Vossa
Excelência, deputado Gil, se quiser fazer a tréplica, neste momento eu abro o
microfone para Vossa Excelência.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu
agradeço, deputado Agente Federal Danilo Balas, mas volto aqui a chamar a
atenção do plenário, do deputado líder do PT e do público que nos acompanha
pela Rede Alesp.
Eu
entendo que haja esse acordo com o governo, que o próprio relator tenha
aceitado várias emendas, mas o próprio deputado Paulo Fiorilo colocou aqui a
questão da comunicação, da verba de comunicação. Só isso já era um absurdo, só
isso já deveria travar este plenário.
Mas
nós aqui somos criticados por essa crise na Saúde, e agora que nós temos a
oportunidade de discutir o orçamento para a Saúde, para combater, inclusive,
essa pandemia, 800 milhões de reais a menos na Saúde, e o PT vai votar
favoravelmente ou então vai dar quórum para que seja aprovado. E nós poderíamos
estar melhorando esse texto na área da Saúde.
Então,
onde o governador prometeu, inclusive, reajuste salarial aos policiais
militares, o corte, deputado Coronel Telhada, é de mais de dois bilhões. Então
o PT e sua bancada de dez deputados estaduais, que dizem defender o servidor
público - e o policial militar é um servidor público também, não só o policial
militar, o policial civil também -, neste momento, aqui, dos seus dez deputados
que têm mandato nesta Casa, o deputado Fiorilo já discutiu, o deputado Barba, e
estão inscritos a deputada Bebel, o deputado Jorge do Carmo e o deputado José
Américo. Cinquenta por cento da bancada.
Então
é só isso que nós estamos falando aqui e chamando a atenção. Realmente,
deputado Barba, nós aprendemos muito com a oposição e estamos aprendendo. Menos
de dois anos aqui nesta Casa, estamos aprendendo a cada dia, mas me surpreende
que metade da bancada do PT ache que isso daqui, menos 800 milhões de reais na
Saúde, seja viável, menos dois bilhões na Segurança Pública seja viável. Eu
acredito que não. E ainda dá tempo de melhorar esse texto.
Então,
por isso nós estamos fazendo ou tentando fazer essa obstrução nesta noite no
plenário. Se não é o ideal, pelo menos é o necessário para a noite de hoje.
Muito obrigado, deputado Agente Federal Danilo Balas.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.
* * *
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS -
PSL -
Finalizando a minha vinda a este plenário, a Polícia Técnico-Científica também
está esquecida por João Doria. Os IMLs, Institutos
Médicos Legais, estão caindo aos pedaços. Falam aqui do IML de Sorocaba. A
geladeira está lotada. Existem corpos há mais de 90 dias que o exame de DNA não
é feito. O necrotério de Sorocaba fica no andar superior, e cai sangue e
fluidos no andar de baixo.
Hoje,
em Sorocaba, para encerrar, Sr. Presidente, o governador João Doria foi
inquirido sobre o IML e, mais uma vez, saiu pela direita, deu aquela resposta
evasiva, como sempre dá.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Pela ordem, presidente. Eu poderia
só fazer um comunicado?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não estamos dando
comunicado, deputada Carla Morando.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB - É só para tirar uma coisa dos autos
da Casa.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não. Então é uma questão
de ordem que V. Exa. quer fazer.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Para retirar
dos autos da Casa uma das falas do Frederico d’Avila sobre a questão de
psicopata, como ele chamou o nosso governador, que eu acho que, no momento em
que nós estamos, toda essa agressividade, não há necessidade desse tipo de
adjetivo. Não tem nada a acrescentar. Eu gostaria que fosse retirado dos autos,
por favor.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Solicito à SGP que me
traga as notas taquigráficas. Eu quero olhar as notas taquigráficas antes de
determinar qualquer retirada.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Qual é a questão de
ordem de Vossa Excelência?
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM -
A questão de ordem é sobre o comentário da líder...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Posso primeiro ver a
nota taquigráfica? Antes de tomar uma decisão...
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - O senhor vai encontrar a
palavra psicopata. Não retiro nenhum momento. Se a deputada Carla quiser, eu
exponho os mais de oito minutos de áudio do governador João Doria a respeito de
assuntos que não são ainda de conhecimento da população.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Frederico, eu
vou primeiro avaliar as notas taquigráficas e depois tomar a minha decisão.
Com a palavra, contra o projeto, o
deputado Ricardo Mellão.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados. Hoje
estamos debatendo aqui uma das questões mais importantes do nosso estado do
ano, talvez a mais importante, a discussão orçamentária.
Se
nós vivêssemos no Reino Unido, em países desenvolvidos, teríamos uma ampla
participação da população. Lá essa discussão é acompanhada na íntegra, de forma
intensa, por todas as pessoas, porque todos aqueles que acordam cedo, que
trabalham, que pagam seus impostos, impostos tirados de boa parte daquilo que
se produziu, têm o direito de saber para onde o seu dinheiro está indo, onde o
seu dinheiro está sendo gasto. Isso é de interesse de todos.
Não
existe dinheiro público, o que existe é dinheiro do pagador de impostos. O
Estado não produz riqueza, quem produz riqueza é quem acorda, trabalha e sua
todos dos dias para sustentar a si e as suas famílias e tem uma grande parte
disso tirada pelo Governo do Estado.
Para
discutir o orçamento atual, acho importante trazer alguns elementos. Todos
sabem que eu participo da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento e
tenho um apreço muito especial, uma dedicação, eu e minha equipe, para analisar
cada vírgula do Orçamento do estado de São Paulo. Eu dediquei o meu mandato
para fazer esse trabalho e procuro fazê-lo com afinco.
Na
discussão de hoje, eu queria trazer algumas inconsistências, em minha opinião,
que não podem ser admitidas por quem quiser votar nesse orçamento. Então, vou
deixar bem claro: quem votar a favor desse orçamento estará chancelando as
coisas que eu irei destacar aqui.
A
primeira delas é o aumento do gasto com publicidade institucional. Para vocês
terem uma ideia do que é o Programa 5123 de comunicação social, gastou-se em
2020 - na verdade, estava previsto para 2020, este ano -, 88 milhões de verba
com publicidade. Foi aumentado na proposta orçamentária deste ano esse valor
para 153 milhões de reais, ou seja, um aumento de 65 milhões de reais para se
gastar com publicidade.
Qual
a necessidade disso neste momento? Em todo o ano que nós tivemos agora, quando
foi necessária a comunicação em virtude da pandemia, você tinha 88 milhões para
essa destinação. Ano que vem, você aumenta em 65 milhões de reais. Acho que é
um péssimo exemplo que é dado pelo Governo do Estado de São Paulo.
Para
vocês terem uma ideia, como efeito comparativo, o Instituto do Câncer de São
Paulo Octavio Frias de Oliveira, na proposta inicial apresentada pelo Governo
do Estado aqui, tinha uma redução prevista de 54 milhões de reais a menos do
que em 2020, quase o mesmo valor.
Aliás,
aumentou-se muito mais o gasto de publicidade, um gasto que poderia estar indo
para o Icesp. O Icesp, como
a gente sabe, realiza 50 mil atendimentos mensais, o que significa que essa
redução simbolizaria uma falta de atendimento de cinco mil pessoas. Cinco mil
pessoas deixarão de ser atendidas para bancar a publicidade do governo.
Mas
aí, no relatório do deputado Olim, foram contemplados 29 milhões para reduzir
esse dano do Icesp, mas, mesmo assim, outras áreas
ficaram desfalcadas, que eu quero destacar aqui.
Segurança
Pública, atividade essencial do Estado, para todos. Nós tivemos uma redução no
Orçamento deste ano em relação ao ano passado de dois bilhões de reais. Dois
bilhões de reais a menos para Segurança Pública. Esse é o orçamento que está
aqui, na Casa, para ser aprovado e apreciado pelos Srs. Deputados.
Secretaria
da Saúde. Em plena pandemia, com tudo o que nós estamos vendo, a Secretaria da
Saúde teve uma redução na proposta inicial de 800 milhões de reais. Com o
relatório do deputado Olim, essa redução foi para 700 milhões de reais, mas
continua sendo um valor absurdo.
E
o argumento que o governo traz para essa redução é que as despesas necessárias
foram feitas este ano para o combate à Covid, por isso não haveria necessidade
de gastar ano que vem.
Mas
eu gostaria de encontrar nesse orçamento onde está o gasto com a vacina. Qual
dotação do Orçamento? Eu não encontrei. Desafio qualquer deputado a me apontar
em que dotação está prevista a compra das vacinas anunciadas pelo Governo do
Estado de São Paulo. Eu não encontrei nesse orçamento. E nós sabemos que haverá
um gasto enorme com isso, já que o governador disse que vai vacinar o Brasil
todo.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Só para
corroborar com o discurso do senhor. Os dados que nós trouxemos, tanto o senhor
como eu, não são dados corrigidos, porque, se corrigirmos pela inflação de
3,1%, os valores da Saúde, da Segurança Pública serão muito maiores. Muito
obrigado.
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Com certeza. De nada. Aliás, muito
bem colocado aqui, deputado Paulo Fiorilo, você que analisa também com bastante
rigor o Orçamento.
Outra
questão técnica que eu encontrei nesse orçamento são as famosas janelas
orçamentárias. Poucas pessoas sabem o que são as janelas orçamentárias. Eu vou
até ler aqui, uma dotação simbólica na Lei Orçamentária em valor
significativamente inferior ao custo da ação correspondente, com a finalidade
clara de viabilizar, mediante pressões políticas, futuras suplementações. Ou
seja, dotações com valores irrisórios.
Nós
temos aqui dotação com valor de dez reais. Por exemplo, Programa 1601,
planejamento de logística e transportes. Ação: desestatização de aeroportos.
Valor: dez reais. Programa Corpo de Bombeiros preparado para emergências, com
foco na gestão de riscos. Valor: dez reais.
Para
que tantas dotações com valores irrisórios? Qual é o sentido disso? Inclusive,
a própria Lei de Responsabilidade Fiscal, no Art. 5º, § 4º, veda a consignação
de valores imprecisos, ou seja, trata-se de uma grande irregularidade que é
cometida e colocada no nosso orçamento. Não podemos aceitar esse tipo de coisa.
Para
finalizar, eu gostaria de relembrá-los de um projeto que foi aprovado nesta
Casa, da taxa do Judiciário. Da taxa que era cobrada do Judiciário nós tínhamos
30% dela que ia para os cofres do Governo do Estado.
Nós
aprovamos aqui o envio dessa taxa de 30% para que seja remetida, através do
projeto de lei que eu tenho aqui, o projeto de lei do Governo do Estado de São
Paulo que alterava a Lei 11.608, que destinava, no seu Art. 1º, no inciso II,
30% que iriam para o Governo do Estado para custeio das despesas com pessoal no
âmbito do Tribunal de Justiça.
Eu
fiz um cálculo à época. Esses 30% que o Governo do Estado abriu mão de receita
e repassou diretamente, através do projeto de lei aprovado, para o Tribunal de
Justiça gastar com pessoal, dotação de pessoal, dava cerca de 297 milhões de
reais.
Na
justificativa daquele projeto que foi aprovado nesta Casa, mais precisamente no
dia 31 de agosto, era colocado claramente pelo secretário da Fazenda e
Planejamento, Henrique Meirelles, que essa transferência de recurso prevista,
eu estou aqui com o ofício que foi enviado junto com o projeto, “não terá
impacto financeiro para o Poder Executivo, uma vez que haverá compensação na
redução da parcela discricionária alocada ao Tribunal de Justiça”. Ou seja,
traduzindo, seria tirado isso do orçamento que ia ser destinado aqui para o
Tribunal de Justiça.
Detalhe:
na proposta inicial, havia sido tirado, mas, através de um novo ofício, o
governo simplesmente pediu para alocar mais 300 milhões de reais na dotação do
Tribunal de Justiça, que foi acatada no relatório, justamente para despesas com
pessoal.
Ou
seja, cadê aquela taxa? Qual era o sentido de transferir aquela taxa
diretamente para o Tribunal de Justiça, sendo que falaram e garantiram aqui, na
justificativa do projeto, que aquela taxa seria...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Mellão, vou
pedir desculpas a V. Exa., preservado o tempo de cinco minutos e 55 segundos
que V. Exa. ainda tem, pois esgotou o tempo da sessão. Em dez minutos
retomaremos na segunda sessão extraordinária e eu devolverei o tempo a Vossa
Excelência.
Está levantada a sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 40
minutos.
* * *