11 DE FEVEREIRO DE 2021

8ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: DR. JORGE LULA DO CARMO, RICARDO MELLÃO, LETICIA AGUIAR e GIL DINIZ

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CASTELLO BRANCO

Tece críticas ao novo modelo de Zona Azul implementado na capital, o qual, alega, privatizará as ruas. Repudia a exclusividade do contrato de concessão com a empresa Estapar. Comenta as denúncias de irregularidades na licitação.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Endossa discurso do deputado Castello Branco contra a privatização da Zona Azul. Critica a implementação do sistema na avenida em frente a esta Casa. Combate o comunicado da Secretaria de Educação que determina agendamento prévio para visitas às escolas estaduais. Considera a medida um impedimento da fiscalização. Pede a revogação imediata do comunicado.

 

4 - JANAINA PASCHOAL

Comenta visita que fez ao Hospital Infantil Darcy Vargas com a deputada Leticia Aguiar e a senadora Mara Gabrilli. Rebate as justificativas do governador para mudança do hospital. Alerta para crime de responsabilidade e improbidade administrativa. Elogia as condições do hospital e o atendimento dos funcionários. Pede apoio aos deputados contra a medida.

 

5 - RICARDO MELLÃO

Assume a Presidência.

 

6 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Comenta visita à prefeitura de Taboão da Serra. Informa que o município tem 91 loteamentos irregulares, em áreas públicas e particulares. Afirma que irá trabalhar pela regularização dos locais. Lembra o Programa Cidade Legal, da Secretaria de Estado da Habitação, que cede apoio técnico aos municípios. Considera que a regularização das áreas é importante para a segurança jurídica dos munícipes e também uma fonte de recursos para a cidade.

 

7 - LETICIA AGUIAR

Discorre sobre visita ao Hospital Infantil Darcy Vargas. Lista os serviços oferecidos pelo hospital. Elogia o atendimento dos funcionários e voluntários. Critica os planos do governador João Doria para remoção do hospital. Questiona as intenções do governo. Pede que o governador reveja a decisão.

 

8 - FREDERICO D'AVILA

Faz eco à fala das deputadas Leticia Aguiar e Janaina Paschoal. Defende a permanência do Hospital Infantil Darcy Vargas onde hoje se localiza. Parabeniza a equipe do hospital. Alega interesse de construtora para empreendimento particular. Rebate publicação do jornal "O Globo" a respeito de sua possível expulsão do PSL. Questiona as fontes dos jornalistas. Afirma que o partido persegue apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e de políticos de outros partidos.

 

9 - LETICIA AGUIAR

Para comunicação, afirma que muitos afiliados estão insatisfeitos com o PSL. Critica a atuação do deputado federal Junior Bozzella, vice-presidente nacional da sigla.

 

10 - FREDERICO D'AVILA

Para comunicação, esclarece que não foi expulso do partido, mas recebera denúncia por infidelidade partidária.

 

11 - LETICIA AGUIAR

Assume a Presidência.

 

12 - RICARDO MELLÃO

Considera ser função dos deputados estaduais a fiscalização do uso do Orçamento do estado. Informa a publicação de licitação no Diário Oficial para contratação de serviço de publicidade estimado em 100 milhões de reais. Critica o aumento do valor destinado à publicidade no Orçamento de 2021. Questiona as prioridades do governo. Repudia o corte de 80 milhões de reais nas Santas Casas de São Paulo.

 

13 - FREDERICO D'AVILA

Para comunicação, comenta o recebimento de queixas a respeito dos cortes de verbas destinadas às Santas Casas. Lembra a aprovação de aumento de impostos para insumos hospitalares. Critica os gastos do governo com publicidade.

 

14 - MARINA HELOU

Presta solidariedade ao tenente coronel Evanilson de Souza, pelos ataques racistas que sofreu durante palestra virtual. Lembra a invasão de hackers durante ato solene virtual de deputadas desta Casa. Comemora a aprovação do projeto de lei que autoriza o isolamento de mães que perderam filhos no nascimento em hospitais públicos. Discorre sobre a importância da união de deputados de diferentes ideologias para elaboração do texto. Cita a aprovação de propositura que obriga as maternidades a ensinar primeiros socorros aos pais. Pede a sanção do governador aos dois projetos. Tece considerações sobre a importância de propositura que muda a distribuição de recursos no estado, de acordo com os planos ambientais das cidades. Cobra a inclusão do saneamento básico no texto.

 

GRANDE EXPEDIENTE

15 - CARLOS GIANNAZI

Discorre sobre casos de contaminação pelo coronavírus em diversas escolas, após o retorno das aulas presenciais. Afirma que o governo estadual estaria escondendo os dados sobre as contaminações citadas. Comenta decisão das universidades públicas em manter o ensino remoto. Informa que o retorno às aulas presenciais não conta com grande adesão dos pais e alunos. Faz leitura de determinação do governo estadual que prevê visitação à escolas e outras instituições apenas com agendamento prévio. Diz ter acionado os órgãos competentes contra essa determinação.

 

16 - FREDERICO D'AVILA

Para comunicação, critica o governo estadual por tentar interferir nas atividades da Ceagesp.

 

17 - JANAINA PASCHOAL

Exibe vídeo de visita ao Hospital Infantil Darcy Vargas, juntamente com a senadora Mara Gabrilli. Faz elogios à estrutura e localização da instituição citada. Destaca a importância da instituição. Reprova possível venda de terreno em que se encontra a entidade. Informa que sua assessoria visitara a Procuradoria-Geral do Estado, para tratar do tema. Acrescenta que a intenção do Governo de Estado, de demolir o hospital, configura crime de responsabilidade.

 

18 - GIL DINIZ

Comenta que não fora avisado da possível demolição do Ginásio do Ibirapuera, quando da sua concessão. Critica cortes no Orçamento da Saúde, de cerca de 2 bilhões de reais. Repudia o aumento no Orçamento para Publicidade e Propaganda. Relata visita ao Hospital Amaral Carvalho. Discorre sobre o alto índice de mortes no estado de São Paulo pela Covid-19. Reprova determinação estadual que prevê visitações a diversas instituições apenas com agendamento prévio.

 

19 - FREDERICO D'AVILA

Tece críticas ao governador João Doria. Discorre sobre a qualidade das instalações do Hospital Infantil Darcy Vargas. Questiona a legalidade da presença de base móvel comunitária da Polícia Militar nas proximidades da residência do governador João Doria. Menciona suposto episódio de relacionamento antiético da autoridade com lojistas do setor da decoração.

 

20 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

 

21 - VALERIA BOLSONARO

Tece críticas ao governador João Doria por pretender a venda do terreno em que se situa o Hospital Infantil Darcy Vargas. Relata desentendimentos da autoridade com prefeitos. Comenta homenagem a policiais militares envolvidos no resgate de criança de 11 anos, vítima de maus-tratos, na cidade de Campinas. Defende a inconstitucionalidade do fim da isenção de IPVA, para portadores de deficiência. Afirma que um dos secretários do governo estadual tem ameaçado prefeitos, no interior, de não enviar vacinas caso não seja cumprido o Plano São Paulo. Pede transparência a respeito dos gastos públicos com Saúde. Indaga a destinação dos recursos descontados da remuneração de deputados, em razão da pandemia.

 

22 - LETICIA AGUIAR

Pelo art. 82, critica o aumento do ICMS, promovido pela aprovação do PL 529/20. Diz ter sido procurada por diversos setores, já que o impacto na economia tem sido muito grande. Afirma que os produtos da cesta básica irão encarecer, impactando a vida do cidadão e causando desemprego. Informa que irá protocolar no próximo dia 17/02, juntamente com outros deputados, um projeto de lei com o objetivo de revogar o artigo 22 do PL 529/20. Convoca um movimento pacífico, em frente a esta Casa, em prol das pessoas e contra o aumento do ICMS. Lê trechos do projeto de lei. Pede o apoio da população para a aprovação deste projeto.

 

23 - VINÍCIUS CAMARINHA

Pelo art. 82, diz ter realizado ontem um sonho de seu mandato. Ressalta que o atendimento às crianças deveria ser a prioridade absoluta do País. Discorre sobre o projeto de sua autoria, que prevê um atendimento urgente para as crianças com câncer. Esclarece que o projeto garante que exames e cirurgias deverão ser realizados no prazo máximo de 5 dias, sendo que o Estado garantirá acomodação e alimentação dos acompanhantes das crianças. Afirma que deverá ser implantada, no mínimo, uma unidade de saúde especializada em tratamento de oncologia infantil para cada região administrativa. Lamenta que os índices de cura oncológica no Brasil sejam ruins.

 

24 - VINÍCIUS CAMARINHA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

25 - PRESIDENTE GIL DINIZ

Defere o pedido. Cumprimenta o deputado Vinícius Camarinha pelo seu projeto. Considera emocionante a sua fala. Apoia o projeto. Diz esperar que o mesmo se torne modelo para todo o País. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Dr. Jorge Lula do Carmo.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Iniciamos o Pequeno Expediente com os seguintes deputados inscritos: deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Castello Branco. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Onze de fevereiro de 2021, quinta-feira, Assembleia Legislativa de São Paulo, para mais um abuso do governo contra o cidadão. Mais uma fome arrecadatória do Estado, que não se cansa de cobrar cada vez mais.

Daqui a pouco, vão estar cobrando até o ar que a gente respira. Trata-se, agora, da nova Zona Azul da cidade de São Paulo. A indústria da multa digital. Enquanto a gente discute aqui outras questões, como se dizia lá na roça, enquanto a gente briga por um boi, a boiada passa do lado.

Olha só o que a gente vai mostrar para vocês hoje, eu aqui cumprindo o meu papel de parlamentar, de deputado estadual, fiscalizador do Estado e defendendo os interesses daqueles que me elegeram e da população de São Paulo. 

Nós estamos aqui diante de mais um caso grave: o novo modelo de concessão de estacionamento rotativo na cidade de São Paulo, a chamada Zona Azul, começou a funcionar este ano de 2021, sob duras críticas. Justas críticas.

O serviço privatizado do estacionamento de rua começou a valer agora no dia 17 de novembro de 2020, e o valor cobrado continuará a ser cinco reais por hora, claro, com reajustes anuais de acordo com a inflação ou outros que o Executivo determine.

Moradores de várias regiões da cidade estão reclamando que muitas ruas de bairros estão sendo privatizadas com a criação da Zona Azul. Eu que era cidadão, eu que sou dono do meu espaço público, agora a prefeitura quer cobrar mais um pedacinho, quer roubar mais um pouco.

Desde então, a empresa que passou oficialmente a administrar a Zona Azul na cidade de São Paulo vem criando novos pontos de estacionamento pagos, o que tem sido alvo, repito, de críticas da população.

A Zona Azul de São Paulo, como história, passou a ser explorada por uma empresa privada chamada Estapar, que oferece serviços semelhantes em outros 20 municípios no interior e regiões metropolitanas de São Paulo. O modelo antigo era operado por 14 empresas e passa a ser gerido exclusivamente pela Estapar.

O contrato foi estabelecido via concessão outorgada pela Prefeitura Municipal de São Paulo, por um período de 15 anos, e abrange extensa área de estacionamento cativo, concentrada no centro expandido da cidade, local esse que é o que mais dá lucro.

De acordo com o contrato, a empresa desembolsará pelo negócio o pagamento de 1,3 bilhão de reais, além de um percentual durante a concessão, que vai variar de 6,5% a 15% da receita auferida. Idas e vindas, olha só: o processo de concessão não ocorreu sem polêmicas.

Em maio de 2019, por exemplo, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo suspendeu a licitação e pediu ajustes nos quesitos técnicos, além de exigir uma justificativa para o período de 15 anos de gestão privada de um serviço.

Por quê? O processo chegou a ser suspenso mais de uma vez na Justiça, mas foi liberado após decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Mesmo após a licitação, o Ministério Público de São Paulo ingressou com ação cível contra o prefeito de São Paulo após indicar supostas irregularidades no processo de concessão.

Os promotores afirmaram que as cláusulas do edital foram elaboradas para direcionar e favorecer a licitação para a empresa vencedora - ora, vejam que coincidência -, que é controlada pelo banco de investimentos BTG Pactual.

Para participar da concorrência, a prefeitura exigiu a bagatela, no edital, de que a empresa fizesse um pequeno pagamento antecipado de 595 milhões a título de outorga fixa. Ora, senhoras, quem é que tem condições de pagar isso?

O Ministério Público de São Paulo considerou então, óbvio, que essa cláusula restringia a competitividade da licitação. A prefeitura de São Paulo terceirizou o sistema de Zona Azul, e agora toda a cidade de São Paulo virou uma grande praça de pagamento, na qual, para você estacionar, você vai precisar pagar.

E mais: uma viatura da empresa Estapar passa constantemente para fiscalizar a situação do uso da vaga com equipamentos de alta tecnologia. E esses dados são transmitidos para uma central de informações do Poder Público para que você receba a sua multa.

Os carros de monitoramento da Estapar são equipados com câmeras de GPS, leituras de placa digital, enfim, toda a parafernália eletrônica para vigiar você, cidadão de bem, para te dar mais um imposto.

A Estapar utilizará um serviço de câmeras para fiscalizar a Zona Azul de São Paulo, além dos agentes com tablets para informar à prefeitura sobre as infrações. Dinheiro fácil para a prefeitura, né? Mais dinheiro. Já não bastasse a máfia do IPTU, que é uma vergonha no Brasil, agora nós temos aí os donos da rua.

A Zona Azul é privatizada, e afinal é bom ou ruim? Democratização do espaço público - esse é o grande argumento que eles usam - em sistema de rotatividade. Mas, no fundo, são mais taxas para a população, mais multas e mais um pesado custo no seu bolso.

Estas são as nossas perguntas: para que isso? Existiriam formas melhores de fazer essa gestão? A nossa crítica a esse modelo. E aqui, do lado da Assembleia Legislativa, agora vai ser Zona Azul. A Casa do Povo, que deveria receber todo mundo de braços abertos, agora só vai receber quem puder pagar.

E mais: com aplicativos. Tem gente da... Não precisa ser muito, não; o pessoal de mais idade não tem aplicativo, nem quer ter aplicativo, nem quer entrar nesse troço de aplicativo.

Olha, uma confusão, em que para mim está claro que eles só querem é dinheiro. Mais um assalto à população de São Paulo. Fica aqui a minha denúncia, meu rito de constrangimento e contra isso. Juntos somos mais fortes; somos todos um só.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Castello Branco. Próximo orador inscrito, deputado Marcio Nakashima. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Sergio Victor. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, deputado presidente Jorge do Carmo. Primeiro, me associar ao que disse o deputado Castello Branco.

Parabéns pela denúncia, deputado, que denunciou a privatização da Zona Azul. E, sobretudo, eu tinha falado sobre um tema que é esse tema que V. Exa. abordou agora em relação à Assembleia Legislativa: que eles colocaram Zona Azul aqui na rua da Assembleia Legislativa, impedindo, dificultando o acesso da população à Alesp.

Inclusive, eu pedi providências, que a Mesa Diretora, que o deputado presidente Cauê Macris tome as providências para que seja retirada da frente da Assembleia Legislativa a Zona Azul. Vossa Excelência foi muito preciso quando disse sobre o aplicativo: não é todo mundo que tem.

E as pessoas que vêm do interior, da Grande São Paulo, que não usam o aplicativo de São Paulo? Não tem sentido. É para dificultar o acesso da população aqui na Assembleia Legislativa. Então, parabéns, deputado Castello Branco.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, olha, é incrível como esse Rossieli Weintraub, como essa Secretaria Estadual de Educação, agora com medo de imagens, com medo de que a opinião pública, a imprensa, a sociedade saiba como funciona a rede estadual, a situação de precarização, de sucateamento, ela agora baixou uma espécie de AI-5.

O Rossieli Weintraub baixou um AI-5 na rede estadual de ensino, que é representado pelo comunicado externo da subsecretaria no 147. AI-5 da Educação. Rossieli Weintraub.

Está aqui, olha. O que diz esse comunicado 147? Diz o seguinte: que nós, parlamentares... É um ataque à Assembleia Legislativa, inclusive, deputada Janaina. Ele diz o seguinte: que agora, para V. Exa. fiscalizar uma escola, V. Exa. vai ter que agendar antes e vai ter que ter a autorização e o acompanhamento de alguém da diretoria de ensino, senão V. Exa. não vai entrar na escola para fazer uma diligência, uma fiscalização e uma visita. Está aqui, olha.

Ou seja, atacando a nossa prerrogativa de fiscalizar o Executivo, de adentrar nos espaços públicos, tudo isso em nome da segurança sanitária. Eu visito escolas quase diariamente, respeitando todos os protocolos sanitários, com máscara; normalmente, vou sozinho, me apresento, respeitando sobretudo o distanciamento, utilização de máscara, de álcool em gel.

Agora, na verdade, ele está tentando impedir que haja fiscalização não só dos parlamentares, o que já é grave... E esse comunicado tem que ser revogado imediatamente, porque ele afronta os 94 deputados e deputadas aqui da Assembleia Legislativa.

Ele afronta o nosso direito de fiscalizar o Executivo. Ele afronta também, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, o direito de servidores de órgãos, como ele diz aqui, olha: “considerando os diversos agentes que transitam no ambiente escolar, desde parceiros pontuais até parlamentares e agentes de órgãos sanitários”.

Então, um agente de órgão sanitário que vai a uma escola para fiscalizar tem que agendar antes com a diretoria de ensino. Isso não existe. E depois ele diz: “fica definido que o acesso de quaisquer agentes externos às unidades escolares fica condicionado ao prévio agendamento junto da diretoria de ensino da região”. Isso não existe.

Eu estou acionando, já hoje, o Ministério Público Estadual, porque isso aqui é uma afronta à nossa prerrogativa de fiscalizar o Executivo. Também já protocolei hoje no Conselho de Prerrogativas aqui da Assembleia Legislativa uma representação para que a Assembleia Legislativa se manifeste. A Mesa Diretora tem que se manifestar, e a procuradoria, em relação a esse comunicado.

É o AI-5 da Educação, o AI-5 do Weintraub, que tem medo de fiscalização. Ele quer esconder da opinião pública, da imprensa, da Assembleia Legislativa, a situação de degradação da rede estadual.

Então, nós vamos tomar providências, já estamos tomando: Ministério Público, Conselho de Prerrogativas. E espero que todos os parlamentares reajam a isso, porque agora V. Exas. terão que agendar, pedir autorização para fiscalizar uma escola, deputada Leticia Aguiar.

É o AI-5 do Rossieli Weintraub. Então, olha, isso aqui não tem legalidade alguma, e nós estamos tomando as devidas providências para que esse comunicado seja, no mínimo, alterado ou revogado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, deputado professor Carlos Giannazi. Próxima oradora inscrita é a deputada professora Janaina Paschoal. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente, cumprimento V. Exa. e todos os colegas presentes, as pessoas que nos acompanham, os funcionários da Casa.

Na manhã de hoje, eu, a senadora Mara Gabrilli e a deputada Leticia Aguiar - que está aqui conosco - visitamos o Hospital Darcy Vargas, que segundo o próprio governador em reunião com os deputados da Casa, pelos planos dele - vou utilizar “seria” no lugar de “será” porque trabalharemos arduamente para que não aconteça - seria demolido para que aquele terreno, localizado em uma área muito valiosa, fosse dado - a palavra melhor é essa mesma - a uma construtora em troca de um outro hospital, em uma área não tão valorizada ou na verdade sem nenhum valor.

Um dos argumentos do governador é de que o hospital estaria caindo aos pedaços e seria muito melhor para aquela equipe, para aqueles pacientes, que um novo hospital fosse construído.

Também disse o governador que não havia, vamos dizer assim, disponibilidade de transportes e há sim; há metrô próximo, há linhas de ônibus. Na visita nós pudemos constatar que a estrutura está perfeita, completamente adaptada para as finalidades do hospital.

Vou ter que falar mais vezes porque foi uma visita longa, mais de três horas, né, deputada Leticia? Mas eu peço para, por favor, que sejam colocadas as fotografias. O hospital está todo pintado, os senhores podem verificar.

Tem toda uma ala de odontologia, inclusive com tratamento à laser para os pacientes oncológicos. Percebam os senhores, tem alas para as crianças brincarem, todos os andares têm uma brinquedoteca. Vejam os corredores, todas as salas têm vidro, nós podemos ver as crianças, as famílias.

Obviamente eu preservei crianças e famílias, nenhuma foto mostra imagens, procurei conservar também os funcionários. Fomos muito bem recebidos, uma visita técnica, as brinquedotecas são muito bem equipadas.

Visitamos também a UTI pré-natal, os senhores vão perceber bebês que vêm do Estado inteiro para serem operados no Darcy Vargas. Visitamos também a UTI infantil, crianças com patologias gravíssimas, havia inclusive duas crianças na UTI oriundas de São José dos Campos, cidade da deputada Leticia.

Vejam aí: fisioterapia, psicologia, todo o equipamento, os quartos são dignos de qualquer hospital particular, com camas cirúrgicas, alas para as pessoas que estão acompanhando, os bercinhos também adequados, a equipe preparada, além do tratamento diferencial que eles fornecem no hospital - e quero enfatizar - para pacientes do Estado inteiro e do Brasil inteiro, havia até uma criança haitiana internada no Darcy.

Aqui é um jardim onde eles fazem uma terapia também, havia crianças e eu não pude fotografar, mas eu fotografei a parte que... Aqui também eu tomei o cuidado de fotografar a parte em que não havia crianças, mas muitos dos quartos ocupados, inclusive crianças que estavam esperando para transplante renal.

São muitos consultórios, todos pintadinhos. Essa é a sala de quimioterapia. Então, o argumento do governador de que o hospital está caindo aos pedaços não é real. Não é real, eu tirei foto de um lado e do outro lado estavam as crianças com suas mães, vejam os consultórios impecáveis. Além da ala do hospital, nós visitamos o ambulatório, que é o prédio anexo.

No projeto desse novo hospital - aqui a tomografia - não tem ambulatório, ou seja, não haverá consultas. O ambulatório com 32 especialidades, o hospital é todo humanizado, todo preparado para receber crianças: tomógrafos de última geração, no centro cirúrgico eles tem todo um equipamento de laparoscopia.

Segundo os médicos que nos receberam - e eu torno a falar, fizeram uma abordagem exclusivamente técnica -, isso aqui é importantíssimo, houve uma doação de mais de um milhão de reais do Ministério Público do Trabalho, eles estão criando uma ala onde as crianças que não conseguem combater os fungos, sobretudo por força de alguns tipos de câncer, poderão ficar em um ambiente completamente estéril.

Eu tirei foto do teto para mostrar que aí são filtros onde essas crianças poderão respirar com tranquilidade, são crianças que não podem ter nenhuma janela aberta. Metade do andar está sendo completamente adaptado, essa ala vai ser inaugurada - me dá até vontade de chorar, do absurdo que esse homem quer fazer - em março, entendeu?

Se esse homem derrubar esse hospital é crime contra a humanidade, é crime de responsabilidade, é improbidade administrativa, é crime contra a humanidade... A gente pode ir para tribunais internacionais, nós podemos ir para tribunais internacionais. Eu tirei essas fotos, não sou boa de fotos, tirei foto com o meu celular, mas é impossível alguém dizer que esse hospital está caindo aos pedaços.

Eu não sei se eu já falei aqui, mas eu coloco: Eles treinam residentes do Brasil inteiro, gente. Não é só a questão do tratamento, é a questão da preparação de profissionais para o Brasil inteiro. Como é que esse homem quer derrubar esse hospital? Eu peço apoio de todos os colegas, agradeço à deputada Leticia, agradeço à senadora Mara. Olha a hemodiálise, olha tudo impecável, gente.

Eu peço apoio de todos os colegas de todos os partidos para a gente fazer uma corrente do bem em torno desse hospital porque só pode ser fúria por dinheiro. Eu falo isso com dor no coração, não tem explicação. Eu peço apoio para a gente defender esse hospital. Na minha próxima intervenção eu vou mostrar o vídeo da senadora Mara Gabrilli.

Obrigada, e desculpe-me por ter estourado o tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, deputada Professora Bebel... Janaina Paschoal, desculpe.

Próximo orador inscrito é o deputado Edson Giriboni. (Pausa.) E eu peço aqui que o deputado Ricardo Mellão assuma a Presidência pelo período aqui.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ricardo Mellão.

 

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O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Jorge do Carmo. E seguindo aqui a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente de hoje - já lhe convido a fazer uso da palavra na tribuna -, o deputado Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Boa tarde, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp, policiais presentes, assessores que os ajudam aqui cotidianamente.

Sr. Presidente, venho a esta tribuna para falar de políticas públicas, ou da necessidade delas. Estive no município de Taboão da Serra, aqui na região da Grande São Paulo - que, aliás, elegeu o prefeito que era colega nosso aqui, ex-deputado Aprigio, do Podemos. Hoje é prefeito de Taboão da Serra - inclusive, é meu conterrâneo, nordestino igual eu, do meu estado de Alagoas.

Eu disse a ele que, assim que assumisse a administração de Taboão da Serra, eu iria fazer uma visita a ele, deputada Janaina, para dizer a ele o quanto eu fiquei feliz, que ele é batalhador, um homem que veio do interior do Nordeste para tentar a vida em São Paulo, e hoje ele é prefeito do município de Taboão da Serra.

E eu fui lá me colocar à disposição, dizer para ele que eu quero ajudar o município, quero ajudar os munícipes de Taboão da Serra. E antes de eu ir visitá-lo, eu, militante que sou do movimento de posse e propriedade da terra, regularização urbana e fundiária, busquei informação na Secretaria do Estado de Habitação para saber quais são as demandas ou se esse município, Taboão da Serra, tem demandas de regularização.

E pasme, Sr. Presidente, constatei - e esta é uma informação oficial da Secretaria do Estado de São Paulo - que o município de Taboão da Serra tem, deputado professor Carlos Giannazi, 91 núcleos informais ou loteamentos irregulares, como a gente, popularmente, chama. Noventa e um.

Ou seja, quase uma centena de áreas de loteamentos que foram ocupados, que foram vendidos, em áreas públicas ou particulares, que estão irregulares, só no município de Taboão da Serra. E o estado de São Paulo, a Secretaria do Estado de São Paulo, de Habitação, tem um programa denominado “Cidade Legal”.

É um programa que proporciona apoio técnico, condições para que esses municípios que, não muitas vezes, não têm recursos para investir em infraestrutura, em regularização, em equipe técnica, a Secretaria do Estado proporciona, através de um convênio, a possibilidade de ajudar esses municípios.

Eu fui lá para dizer - eu sou advogado, como eu disse, militante dessa área, já tive a honra, a alegria e a missão de ser secretário de Habitação no município aqui da Grande São Paulo também, Ferraz de Vasconcelos - que eu quero me colocar à disposição.

Quero ajudá-lo, como deputado, ajudando com emenda parlamentar para investir nessa área de regularização, e também um pouco com a minha capacidade técnica que eu tenho nessa área, dizer para ele que eu quero ajudar, porque esse município e todos os municípios da Grande São Paulo precisam de investimento nessa área.

Ele ficou muito feliz, falou que, realmente, é uma demanda muito grande do município, que ele precisa agir nesse segmento social, que é muito importante. Ele quer ajudar, colocar recurso público - é lógico - para ajudar a promover a regularização, porque regularização dá segurança jurídica e dá dignidade para as famílias.

E ficamos de, juntos, pensarmos em um plano e em ações para que nós possamos ajudar o município de Taboão da Serra a regularizar, se não os 91 loteamentos ou núcleos informais - boa parte deles a gente sabe que, talvez, não seja possível, em quatro anos, regularizar 91 loteamentos -, aquele que for possível. Me coloquei à disposição para ajudá-lo.

Ele não é militante dessa área, mas tem vontade política e determinação. Isso é que importa: o gestor público tem que ter boa vontade política. Com vontade política, você vai buscar recurso nos órgãos estaduais, nos órgãos federais, para que a gente consiga ajudar o povo lá de Taboão, a população de Taboão, a ter esses loteamentos, essas áreas regularizadas.

O que proporcionará, também, mais recursos para o município através de IPTU, através de ITBI. Os CGIs são fontes de recursos que, além de dar dignidade e segurança jurídica para a população, também promoverá a eles, ao município, mais fontes de renda e mais arrecadação para que possam investir em outras áreas.

Então, essa foi uma visita que eu fiz ao município lá, à prefeitura, ao prefeito e ao secretariado dele. Conversei também com os vereadores... Fiquei muito feliz em saber que ele está determinado a poder ajudar os munícipes de Taboão da Serra a terem uma vida melhor, uma cidade melhor para se viver.

Foi com muita alegria que eu estive lá em Taboão, e o prefeito mandou um abraço para nós. Ele era deputado aqui conosco e agora é prefeito de Taboão da Serra.

Forte abraço a todos, boa tarde a vocês.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Jorge do Carmo. Seguindo aqui com a lista de oradores inscritos neste Pequeno Expediente, convoco o deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Boa tarde a todos. Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento todos os parlamentares aqui presentes e a quem nos acompanham pela Rede Alesp.

Na manhã desta quinta-feira, a convite da deputada Janaina Paschoal, fui conhecer as instalações do Hospital Infantil Darcy Vargas, que existe na cidade de São Paulo há 62 anos. Dias atrás, inclusive estávamos em recesso, a Janaina havia me encaminhado informações de que esse hospital seria fechado, extinto e demolido.

Nós nos aprofundamos na apuração das notícias. A Janaina foi me passando as informações. Hoje, nós tivemos a oportunidade de estar no hospital infantil, de conhecer, fazer uma visita técnica, junto com a deputada Janaina e a senadora Mara Gabrilli.

Para que vocês tenham um entendimento sobre a importância desse hospital à cidade de São Paulo, ao estado de São Paulo e para o Brasil, ele recebe pacientes de todo o País. É um hospital que cuida de crianças com câncer, referência no atendimento oncológico em cirurgias pediátricas, em urologia, nefrologia e hemodiálise. Tem UTI pediátrica e neonatal. A unidade médico-hospitalar cuida de crianças com doenças raras e autoimunes. O atendimento é 100% SUS. Não existe atendimento particular nesse hospital. Inclusive, ele é responsável por atender uma comunidade muito carente da Capital: Paraisópolis. É um atendimento muito especializado.

Crianças com deficiências e síndrome de down, também, são tratadas no Hospital Darcy Vargas. O atendimento é muito humanizado. A equipe é treinada para humanizar o atendimento médico e acolher as famílias. Existe uma equipe de voluntários e voluntárias que está no hospital fazendo atendimento e acolhendo as famílias, arrecadando doações para ajudar com mantimentos e equipamentos de higiene. As famílias carentes que são atendidas contam com apoio há 62 anos.

O Darcy Vargas é um hospital tradicional que cuida de crianças especiais e com câncer. Do nada, veio essa notícia de que o hospital pode ser demolido. É inacreditável imaginar que um gestor público, representante da população, um governador do Estado de São Paulo, que tem a primeira-dama como uma pessoa que cuida do social, do Fundo de Solidariedade, agir dessa maneira tão desumana.

Não é possível que, conhecendo as instalações, as pessoas que ali são atendidas, nós conversamos com familiares, crianças e jovens que foram atendidos e salvos, como é o caso do Gabriel, que nós conhecemos hoje, alguém pense em demolir o Darcy Vargas.

A vida precisa importar. Por que o governador João Doria só vê números? Esse sentimento de falta de humanidade é revoltante. Nós sabemos que outras regiões do estado e da cidade de São Paulo precisam de hospitais, inclusive para atendimento geral. Mas, demolir um hospital que está em pleno funcionamento, ativo e faz um atendimento tão especializado?

São, aproximadamente, 49 mil consultas por ano, ambulatoriais, em mais de 30 especialidades médicas. Atendimento odontológico alto nível, instalações novas, bem cuidadas, uma reforma acontecendo, neste momento.

É um trabalho exemplar. Nós queríamos ver um governador que ampliasse esse atendimento, não que quisesse acabar, extinguir ou transferir para outra área. Qual é a intenção? Qual é a justificativa, governador? Porque o imóvel fica em região nobre da cidade de São Paulo? Porque a localização do hospital é na região do Morumbi, próximo da residência do Chefe do Poder Executivo? Por que fazer isso, governador?

Nós estamos aqui, eu, a deputada Janaina e a senadora Mara Gabrilli. Nós convocamos e fazemos esse apelo, não é deputada Janaina, para que os outros parlamentares nos ajudem nesse trabalho para que a decisão seja revertida.

Governador, o senhor fala sempre, em seus palanques por aí, que não compactua com erro, nem mesmo com seu próprio. Então, reveja essa decisão. Esse é um apelo das famílias, dos pacientes, das crianças com câncer que são muito bem atendidas Hospital Darcy Vargas.

Registro o nosso apelo como deputada, mãe e mulher. A gente percebe o desespero das pessoas que vão deixar de ser atendidas no Hospital Darcy Vargas.

Deputada Janaina, parabéns pela sua iniciativa, de apurar o que está de fato acontecendo com o hospital. Conte comigo, com meu empenho e da minha equipe, para que possamos reverter essa situação. É muita irresponsabilidade colocar um hospital referência para o Brasil, inclusive para formar médicos residentes, abaixo. Nós precisamos reverter isso.

Governador do Estado de São Paulo e primeira-dama Bia Doria, que esteve no hospital, inclusive levando o novo projeto, revejam. O que estiver ao nosso alcance para a gente reverter essa situação, será feito.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputada Leticia Aguiar.

Dando sequência à lista de oradores inscritos, chamo o deputado Alex de Madureira. (Pausa.)  Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila.

Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. FREDERICO D'AVILA - PSL - Sr. Presidente, deputado Ricardo Mellão, queridos deputados aqui presentes, queria corroborar aqui as palavras da deputada Leticia Aguiar, e dizer também à deputada Janaina que eu moro defronte ao Hospital Darcy Vargas, defronte, absolutamente na frente. Todos os dias que eu saio de casa, minha garagem é defronte à entrada principal do Darcy Vargas.

Inclusive, recebi, ontem, aqui a comissão de voluntárias do Darcy Vargas, antes de ontem, desculpe. Eu já havia mandado emenda no ano de 2020 para o hospital, e podem contar com o meu empenho também em relação ao trabalho do Darcy Vargas, que é um trabalho belíssimo, inclusive das voluntárias, pois muito daquilo que existe de benefício, de tratamento, de qualidade de tratamento, de medicamentos, é trazido justamente pelas voluntárias do Darcy Vargas, que fazem lá um belíssimo trabalho.

Então, nós sabemos, Dra. Janaina, como já esteve em trincheiras mais beligerantes da política nacional, sabe muito qual é a intenção. A intenção é jogar o equipamento de Saúde, o hospital para uma região mais remota. Esse equipamento não existe ainda para liberar a área para os amiguinhos do Sr. Governador do Estado fazerem empreendimentos ali na região, que é uma região altamente valorizada.

E quem conhece bem ali, você tem ali só três empreendimentos que podem ser verticalizados: um é o prédio que está sendo construído ali na esquina da Avenida Morumbi, depois tem outro prédio, e depois ali onde está o Darcy Vargas.

Depois vocês podem reparar que ali só tem casas e prédios. Só tem uma rua ali que tem prédios naquela região. Então, aquele local do Darcy Vargas é extremamente valorizado por conta da verticalização.

Então, parabéns a vocês pela diligência. Eu já ajudo o hospital, já conheço o trabalho que eles fazem lá, minha esposa ajuda também lá as voluntárias. Não é das voluntárias, mas ajuda as voluntárias, e ali a gente não pode ter nenhum tipo de vaidade de querer um só ajudar.

Ali tem que ser um trabalho de todos nós, e nós temos que nos dar as mãos, porque eles realmente prestam serviço de alta qualidade. Eu saio todas as manhãs de casa e tem ambulâncias de vários municípios do estado de São Paulo, que levam as crianças para fazer tratamentos lá que não só tratamento de câncer, vários outros tratamentos de saúde.

Então, já parabenizo desde já a equipe do Hospital Darcy Vargas. E contem comigo naquilo que for necessário para impedir essa movimentação, que nós sabemos que será muito nociva tanto para a sociedade quanto para toda a nossa região.

E aproveitando o tempo que me resta, eu queria fazer aqui uma exclamação, deputado Mellão, do ex-governador Geraldo Alckmin, que dizia: “Se você quiser ser mal informado ou ficar mal informado basta você ler jornal.”

Então, aqui hoje, o jornal “O Globo” fala que eu fui expulso do PSL, e eles dizem, e esse pessoal é justamente aquele que quer criar as agências de checagem de notícias. Eles que se dizem a imprensa tradicional, a imprensa profissional, não têm a capacidade nem de avaliar notícia, dado o açodamento e a militância travestida de jornalismo que esse pessoal pratica.

Então, a matéria do jornal “O Globo” já dá como certa a minha expulsão do PSL. E aqui diz: “O PSL expulsou nesta semana o deputado estadual Frederico d’Avila, o parlamentar ligado ao agronegócio e tido como muito próximo ao presidente Jair Bolsonaro.” De acordo com o jornal “O Globo” “ele recebeu a notificação de expulsão nessa quarta-feira”.

Olha, eu não sei nem como eles tiveram acesso a isso, uma vez que não é pública. Ela foi entregue no meu gabinete. A decisão faz parte de um movimento de expurgar bolsonaristas radicais do partido, quer dizer, você ser leal é você ser radical. Antes já tinha sido excluído Gil Diniz, Douglas Garcia etc. E a última expulsão até então havia sido da Valeria Bolsonaro, e que também não foi expulsa.

Agora eu queria só, finalizando aqui membros estertores, deputado Mellão, só complementando, o que eles alegam: defesa do presidente da República nas minhas redes sociais e apoio a candidatos a prefeito, vereadores e vice-prefeitos de outras legendas.

Quais são essas legendas? PP, PL, PSD, Republicanos, enfim, tantos partidos que aqui nós temos excelente relacionamento na Casa. Agora eu quero ver se o Sr. Junior Bozzella é macho o suficiente, macho mesmo, para expulsar a Dra. Janaina, que teve dois milhões e 62 mil votos, apoiou o ex-vereador Andrea Matarazzo na disputa municipal, pessoa que eu também conheço e nutro muito respeito por ele.

Eu acho até, inclusive, que era o quadro mais qualificado em matéria de conhecimento da cidade para gerir São Paulo. Agora, eu quero ver se o Sr. Junior Bozzella é macho mesmo, é macho, porque estatura ele não tem, física, mas vamos ver se ele tem estatura moral para expulsar a Dra. Janaina por ter apoiado o ex-vereador Andrea Matarazzo na corrida municipal.

Então, assim deve ter apoiado outros candidatos de outros partidos de outros municípios que ela possa conhecer as pessoas pela sua idoneidade e o seu comportamento pregresso, e não por conta de sua legenda.

E, por último, dizer que para mim é um selo de qualidade receber uma notificação de um desclassificado como esse Sr. Junior Bozzella. Então, eu quero ver a macheza dele para expulsar a Dra. Janaina, o Major Mecca, o deputado Castello Branco, enfim, todos esses que são leais ao presidente Jair Bolsonaro e leais a tudo o que nós falamos no início da campanha.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

 A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem, deputada Leticia Aguiar.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Claro. 

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Ouvindo as palavras do deputado Frederico, que foi recentemente expulso do PSL. A sua insatisfação, deputado Frederico, é da imensa maioria dos filiados do PSL. Por onde passamos, ouvimos a insatisfação das pessoas.

Durante a nossa vida, acertamos, erramos e aprendemos muita coisa. Uma das coisas que eu aprendi, e da qual eu me arrependo imensamente, foi ter pedido voto para Junior Bozzella. Lá atrás, ele apoiava o presidente, andava com a camiseta do Bolsonaro e, hoje, é um dos maiores opositores do presidente da República.

E nós, que continuamos apoiando o presidente Bolsonaro, os valores patriotas, o que nós acreditamos e nos trouxe até aqui, esses princípios que, para nós, são inegociáveis. Estamos sendo perseguidos. Não temos autonomia, independência e a liberdade de sermos nós mesmos. Estamos aqui, sim, juntos com nosso presidente Bolsonaro.

Queremos fazer o Brasil dar certo com um governo de direita e conservador.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputada Leticia Aguiar.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Uma breve comunicação, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - É regimental.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Só para confirmar aqui: eu não fui expulso, apenas recebi uma denúncia de infidelidade partidária.

Inclusive, até a expulsão da deputada Valeria foi devolvida por esta Casa, pois, como bem disse o deputado Gil Diniz, o pessoal que está na Executiva, deputada Leticia, é tão desqualificado que não sabe nem redigir um texto e cumprir as exigências legais para efetivar uma eventual expulsão.

No meu caso, não é expulsão nenhuma. Há apenas uma notificação, uma denúncia de características que poderiam objetivar uma possível expulsão. Com certeza, é um laranja do Sr. Junior Bozzella, que, com certeza, está no meio do seu primeiro e último mandato.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado. Gostaria de convidar a deputada Leticia Aguiar para assumir a Presidência dos trabalhos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Leticia Aguiar.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, deputado Mellão. Seguindo a ordem dos oradores inscritos, deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)  Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)

Seguindo agora para a lista suplementar: deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Ricardo Mellão. O senhor tem o tempo regimental.

 

O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente. Srs. Deputados, Srs. Assessores, Srs. Policiais que trabalham na Casa, eu gostaria de destacar hoje uma das principais funções de um deputado, que é fiscalizar o Poder Executivo e, principalmente, fiscalizar a execução orçamentária do nosso Governo do Estado de São Paulo.

Não sei se todos conhecem. A gente sabe que, muitas vezes, falamos aqui em termos extremamente complicados, mas execução orçamentária significa aquele dinheiro que o governo tira de você através do pagamento de IPVA, de ICMS, entre outros impostos - aqui eu citei os estaduais -, para depois gastar esse mesmo dinheiro com serviços públicos.

Esperamos que isso seja feito com aquilo que é essencial, não é? Poder proporcionar Saúde de qualidade para aqueles que precisam, poder proporcionar Educação de qualidade para aqueles que precisam, principalmente, e poder proporcionar Segurança pública para todos.

Mas, infelizmente - governar, nós sabemos, é estabelecer prioridades -, não é sempre isso o que acontece. Aquele seu dinheiro suado, que é extraído de você todos os anos, do seu trabalho, do seu suado trabalho, acaba indo para finalidades que não são aquelas mais essenciais.

Então, queria perguntar a você, trabalhador, pagador de impostos do estado de São Paulo: o que você acha de, ao abrir o Diário Oficial, se deparar, neste momento de pandemia, neste momento de crise, com uma concorrência aberta, a Concorrência nº 1, de 2021, para a contratação de serviços de publicidade, de quatro agências de publicidade?

No edital, está marcada a data de abertura dos envelopes para o dia 18 de março de 2021, às 15 horas. Já está marcada. Cem milhões de reais para a contratação de quatro agências de publicidade.

Relembrando: nós subimos à tribuna no final do ano passado para discutir o Orçamento e não só eu, como diversos deputados - a deputada Janaina Paschoal, que está presente, apontou isso, outros deputados também, a bancada do Novo, enfim -, mostramos o valor absurdo que iria ser destinado para publicidade institucional, que tinha aumentado.

Só para os senhores terem uma ideia, em 2020, o valor projetado para publicidade institucional era de 88 milhões de reais e 300. Cerca de 88 milhões de reais. Em 2021, agora, o Orçamento aprovado nesta Casa, que votei contra com muito orgulho, ele tinha aumentado essa previsão para cerca de 153 milhões de reais.

Se há alguma dúvida se esse gasto com publicidade é para utilidade pública, para alertar a população sobre medidas preventivas no que tange à Saúde, à Educação... Não, senhor, está aqui, olha: publicidade institucional. Está aqui no Orçamento, vocês podem ver. Quem entende de Orçamento sabe. Programa 5123 - Comunicação Social - Ação 5359 - Publicidade Institucional: 153 milhões de reais.

Para publicidade de utilidade pública - aí tem Educação, Saúde - é muito menos:  cerca de 19 milhões para Educação, 20 milhões de reais para Saúde, entre outros programas. Ou seja, é publicidade. Isso é prioridade este ano? É prioridade gastar dinheiro com quatro agências de publicidade para fazer propaganda do governo?

Vamos ser bem claros aqui. Isso é propaganda. Por mais que seja indireta, isso é propaganda do governo. Um governo que, nós sabemos... É um governador que tem pretensões eleitorais claras em 2022 e não disfarça. É nítido. E está aqui uma inversão de prioridades.

Enquanto isso, deputados aqui presentes, eu recebo este email que acredito que muitos de vocês também receberam das Santas Casas, onde ele corta 80 milhões de reais do programa que era destinado, o programa Santas Casas Sustentáveis, que justamente premiava com bonificações aquelas Santas Casas e hospitais filantrópicos que apresentavam bons resultados de gestão, de atendimento, enfim, um programa que era feito, justamente, para premiar o bom trabalho na Saúde.

Ou seja, cortam-se 80 milhões de reais aqui, gastam-se 100 milhões de reais para fazer publicidade institucional. Isso aqui é inversão de prioridades. Isso aqui é um descaso com cada um dos pagadores de impostos do estado de São Paulo.

Muito obrigado, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, deputado Ricardo Mellão. Seguindo a ordem dos oradores inscritos pela lista suplementar, convido a deputada Marina Helou para fazer uso da palavra. A senhora tem o tempo regimental.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Uma comunicação, Sra. Presidente?

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Pela ordem.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Enquanto a deputada Marina se dirige, queria dizer que almocei ontem com o Dr. Rogatti, presidente da Federação das Santas Casas do Estado de São Paulo. Essa realidade colocada pelo deputado Mellão é mais do que verdadeira. Inclusive, as Santas Casas que tenho visitado no interior, todas têm essa queixa.

Não bastando o corte dos recursos enviados, professora Janaina, eu mostrei aqui quatro transparências onde ele aumenta de zero para 18% vários insumos utilizados em ortopedia, cardiologia, hemodiálise, próteses ortopédicas. Eram zero e foram para 18 por cento.

Como é que alguém que diz que está preocupado em salvar vidas corta recursos da Santa Casa, aumenta impostos de insumos da Saúde e gasta, como está mostrando o deputado Mellão, nove milhões de reais mensais em publicidade?

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sr. Deputado. Com a palavra, a nobre deputada Marina Helou.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Obrigada, presidente. Quero cumprimentar os caros colegas, todos os servidores que estão aqui e nos escutam hoje e agradecer a Fátima, que é a funcionária responsável por limpar este espaço e garantir que a gente possa ter uma boa fala da tribuna.

Quero começar hoje prestando a minha solidariedade ao tenente-coronel da PM aqui de São Paulo, Evanilson de Souza, que foi vítima de um ataque racista, participando de um evento nas redes sociais. É preciso que a gente se posicione sempre contra esses casos, estando ao lado das pessoas que sofrem situações indescritíveis como essa.

Nós sofremos aqui na Casa - algumas deputadas mulheres, fazendo um evento - um ataque muito ruim em um evento solene da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, oficial, um ataque parecido. Quero dizer que o tenente tem toda a minha solidariedade.

Hoje eu subo para falar da noite de ontem, em que aprovamos vários projetos nesta Casa. Estou muito feliz de poder celebrar avanços importantes para a maternidade e para parentalidade aqui no estado de São Paulo.

Um projeto do Coronel Telhada, a partir do diálogo, tendo eu e a deputada Monica Seixas, da Bancada Ativista, como coautoras, realmente entendeu que, para além de ideologias, a gente pode, sim, avançar em temas e pautas que impactem a vida das pessoas.

Por isso, aprovamos ontem um projeto que garante às mulheres que perderam seus filhos no momento do nascimento - em uma situação de aborto ou em uma situação de natimorto, que é como se chama quando nasce sem vida - o direito, o respeito e a dignidade de poderem ficar em um espaço separado.

Dentro dessa lógica, aquele momento de estar junto com aquelas mães que acabaram de ter um bebê é muito violento. A gente garante, assim, esse momento de um direito tão básico e tão importante nesse momento de luto, um momento tão difícil na vida dessas mulheres.

Então, celebro a aprovação desse projeto. Quero indicar aqui ao governador para que sancione esse projeto, entendendo que vai além de ideologias, além de partidos. A composição ampla de coautores permite ver que é realmente pensando na vida de pessoas que realmente estão sofrendo. Então, peço aqui a sanção do projeto.

Celebro um projeto do nobre deputado Carlos Cezar também, do qual fui relatora no congresso de comissões, que fala sobre a obrigação das maternidades de ensinarem aos pais primeiros socorros.

Quando tive os meus filhos, aprendi a dar banho nos meus filhos com uma enfermeira do hospital e lembro de pensar: “Por que ela não está me ensinando o que eu faço se ele engasgar?”. Dar banho eu aprendo. É muito importante.

A gente tem altos índices de engasgo na primeira infância no estado de São Paulo e no Brasil. Poder garantir esse conhecimento básico para os pais que, muitas vezes, não têm nenhuma fonte de informação, não têm nenhum suporte que possa ensinar isso, é muito importante.

É um ótimo projeto do deputado Carlos Cezar, que foi aprovado ontem. Peço aqui também a sanção do governador para que a gente avance em temas tão importantes para as mães, para os pais e para os bebês do estado de São Paulo.

Subo também para falar, no tempo que me resta, do ICMS ambiental, um projeto muito estruturante que está passando aqui na Casa hoje. Está em tramitação e deve vir a plenário. Fala sobre a nova composição do ICMS para os municípios.

Isso muda bastante a distribuição de dinheiro no estado de São Paulo para os municípios, tem um grande impacto na vida das pessoas e é uma chance muito significativa de a gente ampliar a gestão ambiental no estado de São Paulo, garantindo que isso seja um critério reconhecido e que aqueles municípios que têm um melhor sistema ambiental possam ser reconhecidos e remunerados por isso, ganhando mais dinheiro.

Eles prestam um serviço ambiental, e a gente já tem um grande avanço quando essa legislação vem garantindo que aqueles espaços que tenham maiores áreas de preservação ambiental ou um plano de gestão dos resíduos sólidos de acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos consigam ganhar mais dinheiro, mas não é suficiente.

A gente está trabalhando junto aos deputados, e aqui peço apoio aos nobres colegas para a gente poder incluir como um critério o saneamento básico dentro dessa nova distribuição do ICMS ambiental.

É fundamental que a gente avance e entenda o saneamento básico como um critério de dignidade humana, de saúde, de preservação da água e do meio ambiente. A gente tem a oportunidade aqui de colocar o saneamento básico como um critério de distribuição do ICMS, garantido maior adesão aos municípios.

É realmente um pleito que a gente tem feito, tem conversado com os deputados. O deputado Barros também está empenhado, e peço o apoio dos deputados.

Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sra. Deputada. Encerramos aqui o Pequeno Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Iniciamos a abertura do Grande Expediente com os oradores inscritos. Deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, o senhor tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputados e deputadas, telespectador da TV Assembleia, a contaminação do coronavírus está tomando conta das nossas escolas públicas e privadas.

São várias denúncias, não só feitas por nós na Assembleia Legislativa, mas pela própria imprensa, que tem noticiado que a contaminação já está sendo generalizada em muitas redes de ensino, até mesmo na rede particular.

Na rede pública nem se fala. Todos os dias nós estamos recebendo denúncias de várias regiões do Estado - da Baixada Santista, da Grande São Paulo, do interior, da Capital.

Eu tenho elencado aqui os nomes das escolas que estão denunciando a contaminação de professores e alunos. A Secretaria da Educação, ao invés de suspender as aulas pelo menos daquela escola que tem casos de contaminação, não. Eles orientam a continuação das aulas.

As escolas continuam com as aulas presenciais mesmo quando há constatação de um professor contaminado, um aluno, um agente de organização escolar ou mesmo um gestor, mesmo que essa pessoa tenha se relacionado com as outras no pátio da escola, na secretaria, na sala de aula.

O Rossieli Weintraub não está fazendo a orientação correta. Eles estão inclusive escondendo esses dados, ameaçando profissionais para que a informação não chegue a nós. Eu tenho uma relação enorme de escolas, não só de escolas públicas, mas até mesmo de escolas privadas. Estas, por conta da pressão dos pais, suspendem imediatamente as aulas presenciais - o Colégio São Luís suspendeu, o colégio Móbile suspendeu.

Escolas da elite econômica da cidade de São Paulo estão vivendo já o processo de contaminação nessa abertura de salas de aula. A imprensa toda está divulgando as quatro escolas particulares de Campinas, as de São Paulo e as públicas que estão sendo abafadas. 

Eu ontem fiz o registro de muitas delas, e recebi agora mais duas escolas da região da Diretoria de Apiaí, lá do Alto Vale do Ribeira. Em Ribeira, que é um dos menores municípios do estado de São Paulo, tem uma escola com contaminação.

Tem dois professores com contaminação por coronavírus e dois alunos, e a diretoria de ensino não orientou a suspensão das aulas presenciais. É isso que está acontecendo em todo o estado de São Paulo, o vírus tomando conta das escolas públicas e privadas.

Ontem saiu uma decisão importante que V. Exa. têm que prestar atenção: as universidades públicas e privadas do estado de São Paulo, diante do aumento do contágio, diante da falta de controle dessa contaminação, resolveram e anunciaram publicamente pela imprensa - está em todos os jornais do Brasil, na “Folha”, no “Estadão” - que decidiram não voltar com as aulas presenciais para não expor os seus alunos e os seus professores e funcionários.

A USP, a Unicamp, a Unesp e todas as universidades particulares recuaram, não abrirão as suas portas para as aulas presenciais diante do alto contágio e da média absurda de mortes. Nós já estamos com 55 mil pessoas mortas no estado de São Paulo. A cada seis minutos, uma pessoa morre vítima do coronavírus no nosso Estado.

É uma situação gravíssima. Na cidade de São Paulo já são 17 mil pessoas mortas. São números absurdos, e é nesse contexto de recrudescimento que o Doria reabre as escolas para as aulas presenciais, atendendo aos interesses econômicos. Ele virou um negacionista, um terraplanista da ciência.

E, para esconder tudo isso que eu estou falando, sobretudo na rede pública, o secretário publicou um comunicado. O secretário Rossieli Weintraub - quero chamar a atenção sobretudo do deputado Gil Diniz, do Frederico d’Avila; a Janaina já ouviu esse meu pronunciamento, a deputada a Leticia também, o deputado Nascimento - baixou um comunicado proibindo que os deputados possam fiscalizar as escolas sem pedir autorização.

Então, deputado Gil Diniz, se V. Exa. for visitar uma escola estadual para fazer uma diligência, uma fiscalização, V. Exa. vai ter que pedir uma autorização prévia para a diretoria de ensino.

Está aqui, nesse comunicado que foi enviado a todas as escolas da rede estadual, porque o governo está com medo que vaze essa informação, que os deputados possam visitar as escolas, a imprensa, e mesmo os agentes de órgãos sanitários. Está aqui. Têm que pedir autorização.

Eu tenho ido, todos os dias, praticamente, às escolas. Estou fotografando, filmando. Tem deputados fazendo isso também, deputadas fazendo fiscalização.

Eles estão com medo que a população veja o sucateamento, a degradação, a precarização da escola estadual, de que essas escolas não têm condições de ter aulas presenciais, neste momento do aumento de mortes, de contaminação e de ocupação dos leitos hospitalares.

Tanto é, que a frequência é muito baixa. A volta às aulas presenciais na rede estadual tem se tornado um verdadeiro fracasso, porque a comunidade não acredita nisso. O próprio governo diz que a família tem que assinar um termo de compromisso, responsabilizando-se pela contaminação do aluno.

Olhe só que absurdo. O Estado fez a seguinte mensagem: "nós não vamos nos responsabilizar se o seu filho se contaminar". O pai é que vai decidir, se envia ou não o filho para a escola. Tem que assinar um termo de responsabilidade.

Esse é o quadro hoje, sobretudo da rede estadual de ensino. Agora, o que me deixou mais chocado foi que o secretário baixou essa determinação.

Vou ler um trecho aqui: "Considerando os diversos agentes que transitam no ambiente escolar, desde parceiros pontuais até parlamentares, e agentes dos órgãos sanitários, fica definido que o acesso de quaisquer agentes externos às unidades escolares fica condicionado ao prévio agendamento junto à Diretoria de Ensino".

Vai ter que agendar, deputado Gil Diniz, não pode.

A deputada Janaina foi ao Hospital Darcy Vargas, mas, não sei, acho que V.Exa. não pediu autorização para o governador, ou para a Secretaria da Saúde, para fazer essa visita. Então, é direto com a direção.

Quando eu visito uma escola, falo com a direção da escola, com a diretora, com o diretor. Não vou agendar com a Secretaria da Educação, porque você não agenda esse tipo de coisa com os órgãos centrais.

Nós temos a prerrogativa de fiscalizar os espaços públicos, escolas, hospitais, delegacias de polícia, penitenciárias. É função do deputado fazer a fiscalização desses espaços públicos.

O fato é que aqui ele baixou um AI-5, o Rossieli Weintraub. Eu já ingressei com uma representação no Ministério Público Estadual contra esse comunicado externo nº 147. Já acionei também a nossa Comissão de Prerrogativas, que é presidida inclusive pelo deputado Campos Machado. Tenho certeza de que o deputado Campos Machado vai encaminhar e vai tomar providências.

Porque esse comunicado é uma afronta aos 94 deputados e deputadas da Assembleia Legislativa, porque afronta, viola nossa prerrogativa de fiscalização dos atos do Executivo, e sobretudo de fiscalizar os equipamentos públicos do estado de São Paulo. Então, a Assembleia Legislativa tem que se posicionar contra esse comunicado.

Faço aqui o encaminhamento ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Cauê Macris, e a toda a Mesa Diretora. E que a Procuradoria também faça um estudo desse comunicado, porque ele é grave, repito, ele atenta contra nosso poder de fiscalização, e também de outros sindicatos que visitam as escolas, de um agente de um órgão sanitário.

Vai dificultar o trabalho, justificando que é por conta da contaminação. Você entra numa escola com máscara, com distanciamento, atendendo todos os protocolos que são exigidos pela Organização Mundial da Saúde, pelo decreto inclusive do próprio governo estadual.

Então, queria fazer esse registro, e repudiar veementemente esse AI-5 da Educação, do Rossieli Weintraub.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sr. Deputado. Seguindo a ordem dos oradores inscritos no Grande Expediente, deputado Maurici. (Pausa.) Nobre deputada Janaina Paschoal.

 

O SR. FREDERICO D'AVILA - PSL – PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, só para complementar o que disse aqui o deputado Giannazi, não é só nos equipamentos estaduais que a administração do governador João Doria interfere.

O secretário de Agricultura do Estado insiste em dizer que vai interditar, vai cessar, vai parar as operações da Ceagesp, mesmo a unidade sendo federal. Então, você imagine só, faz isso com seus próprios organismos, com seus próprios órgãos, e ainda quer avançar sobre órgãos de outra administração.

Eu aqui concordo com o deputado Giannazi, em dizer que o autoritarismo do governo João Doria não é só latente. Ele é cristalino.

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sr. Deputado. Com a palavra, a deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sra. Presidente, renovando nossos cumprimentos.

E ainda falando da nossa visita ao Hospital Darcy Vargas, visita esta feita no dia de hoje, eu peço o favor de passar o vídeo da senadora Mara Gabrilli, cujo apoio é importantíssimo, porque a senadora pertence ao mesmo partido político do governador do Estado. Foi uma grande apoiadora do governador, durante a campanha, e está conosco nessa causa.

A evidenciar que é uma causa de humanidade. É muito além de questões políticas, partidárias, ideológicas. Por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A senadora, que nos acompanhou ao longo da visita, destacou - a senadora, todos sabem, sofreu acidente e quebrou o pescoço, ficou morando praticamente um ano dentro de um hospital - a importância do Darcy Vargas, que também se destina a tratamentos de longa duração, está numa localidade rodeado por árvores, o local agradável, o hospital é muito zeloso nessa questão da humanização.

Então são janelas largas, de forma que a criança consegue ver a área externa. E a senadora, lembrando do período em que ela própria morou no hospital, disse que aquela atmosfera era e é importante para a recuperação.

Em conversa com as equipes técnicas - a deputada Leticia é testemunha -, nós recebemos a informação de que muitas crianças vêm para passar a semana dentro do hospital, sobretudo aquelas que têm questões renais, fazem hemodiálise, não têm como ficar indo e voltando. Então elas praticamente moram ali com suas famílias. Então aquela região é extremamente acolhedora.

Houve doações para construir uma casa de voluntárias. Tem as voluntárias amarelas, as voluntárias cor-de-rosa, elas fazem bazar, elas dão cursos. Então existe toda uma estrutura pronta, existe toda uma estrutura preparada. Os casos que nós acessamos, obviamente não podemos aqui dizer nomes de pacientes, mas havia bebês na área da UTI com o abdômen aberto.

Bebês que têm que fazer um tratamento longo porque os órgãos nascem do lado externo do corpo e, aos poucos, conforme o bebezinho vai crescendo e vai se tratando, os órgãos vão sendo, vamos dizer assim, colocados para dentro.

Uma criança que nasceu sem nenhuma musculatura no abdômen. Então, os órgãos ficam soltos, literalmente. Então são casos de extrema complexidade. Equipes, conversamos muito com o pessoal da anestesia infantil.

Existe uma resistência muitas vezes nessa seara da anestesia infantil, porque a criança se movimenta muito. E ali eles treinam anestesistas pediátricos para o Brasil inteiro. Então é muito mais do que o próprio tratamento. O deputado Gil Diniz perguntou agora sobre a questão, vamos dizer assim, do terreno.

Eu vou passar a V. Exa. um vídeo anterior onde eu explico. Mas eu ainda não consegui, deputado Gil Diniz, acessar a documentação. O que eu pude, das reuniões que eu fiz, que já foram várias, dos ofícios, o que eu pude concluir? Esse hospital, nos primórdios, ele era federal; quando criaram o SUS, houve uma cessão desse hospital, dessa área, para o estado.

Mas o que eu quero que fique claro, é isso que eu estou tentando explicar e as pessoas não estão compreendendo, não foi uma doação, “faça o que quiser”. Houve uma cessão por força de uma reestruturação do Sistema de Saúde. Criaram o Sistema Único de Saúde, onde existem os repasses, e aí, para fins de gestão, aquele hospital foi transferido para o estado.

Isso não significa que o terreno foi dado para o estado. E ainda que tivesse sido, foi para o estado, não foi para a pessoa do governador. Então está havendo uma distorção de ordem jurídica sem precedentes. A minha assessoria esteve na Procuradoria-Geral do Estado com a assessoria da Sra. Procuradora-Geral.

Nós solicitamos a documentação do terreno para poder ter acesso, para poder entender o que está dando lastro ao governador para proceder dessa forma. Porque o histórico que me foi repassado jamais fundamentaria essa decisão.

E vou além: seja qual foi o documento, não se pode colocar abaixo um hospital, um hospital completamente equipado e preparado para atender situações de alta complexidade.

Os senhores, que são deputados, visitam as áreas, sabem a dificuldade que é ter leito de UTI infantil, sabem a dificuldade que é ter UTI neonatal. Nós temos lá uma UTI infantil, uma UTI neonatal, ambas direcionadas para situações de extrema gravidade.

Como é que nós podemos conceber colocar aquilo tudo no chão? Porque a ideia é essa, colocar no chão para entregar o terreno para uma incorporadora. Em troca do quê? Ah, de um hospital que futuramente será construído.

Mas nós já temos um hospital. Se eles quiserem construir outro hospital, ótimo. Mas nós não podemos permitir demolir um hospital existente, completo, sob o ponto de vista médico, humano, social. Porque ali nós temos profissionais de todas as searas, além do voluntariado. E é um hospital tão amado pelos pacientes.

Nós pudemos, não é, Leticia, conversar com adolescentes que se curaram de câncer, alguns há muitos anos, que eles gostam de vivenciar, eles gostam de estar ali para apoiar os outros jovens que chegam na mesma situação.

Então quando eu digo que é crime contra a humanidade, eu não estou fazendo exercício de retórica; eu estou falando sob o ponto de vista técnico. Os colegas aqui já assinaram pedidos de impeachment contra o Sr. Governador, e eu dei várias entrevistas dizendo que até este momento eu não vislumbrava um crime de responsabilidade. Eu digo aos senhores: se ele for adiante, é muito mais do que crime de responsabilidade. É muito mais.

O caso é muito grave, e eu estou falando sob o ponto de vista jurídico. Por isso eu peço a ele, que a base dele, que os amigos dele, o aconselhem a voltar atrás. Se ele voltar atrás, eu vou inclusive elogiar.

Mas se não voltar atrás, nós vamos usar todos os instrumentos que o Direito e que as prerrogativas parlamentares nos conferem para impedi-lo de cometer esse crime contra a humanidade. Esse é o termo técnico correto a utilizar na hipótese.

Obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sra. Deputada Dra. Janaina Paschoal. Seguindo a ordem dos oradores inscritos, deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sra. Presidente, deputada Leticia Aguiar. Cumprimento aqui os deputados presentes no Grande Expediente, nossos assessores, nossos policiais militares, policiais civis, quem nos acompanham pela Rede Alesp.

Essa fala da deputada Janaina é muito marcante, é muito significante. Todos sabem das nossas posições, das nossas divergências, inclusive em relação ao governador, a nossa luta aqui. Geralmente, a minha é muito mais a retórica, muito mais a parte política, mas a senhora traz essa parte técnica, que é extremamente importante.

Mas eu lembro também que além dessa questão do hospital que está na Ordem do Dia, o Darcy Vargas, nós tivemos uma discussão aqui ... a senhora, na discussão do 529, foi enfática ali para defender a Fundação Oncocentro, que é a mesma coisa, especulação imobiliária. A verdade é essa.

O governador está se achando um grande corretor aqui da cidade e do estado de São Paulo. Faz essa especulação imobiliária, e eu não tenho dúvida de que quer entregar para os amigos.

Nós fizemos aqui - eu votei favorável - a concessão do Ginásio do Ibirapuera, desse complexo. Mas ninguém havia me dito que iriam demolir, que iriam fazer shopping, fazer hotel. Olha, é duro, é difícil.

E mesmo em um dos momentos em que nós temos boa vontade com o Governo, com a Liderança do Governo, Carlão Pignatari, talvez o próximo presidente desta Assembleia Legislativa, muitas vezes nós acabamos sendo tratados como moleques. Porque não falam a verdade para nós. Não falam a verdade para nós.

Esse lenga-lenga que vão construir um outro hospital, olha, desculpa, a deputada Janaina falou, deputado Frederico d’Avila, que construa um outro hospital, e que se mantenha aquele, que é de excelência. Pelo menos todas as referências que eu tenho desse hospital - nunca fui visitar, quero ir visitar, quero ir no local -, são referências positivas, assim como o Oncocentro.

Quem foi lá, presenciou, sabe do trabalho sério que eles fazem. Lembrei aqui, deputada Leticia Aguiar, do Complexo do Ibirapuera. Mas quem não lembra, logo no início do mandato, o governador falando do Campo de Marte, que é da União? Ele quer vender o Campo de Marte para fazer prédio.

É essa a verdade. Não só o Campo de Marte. Inclusive, tacou o terror, o deputado Castello Branco pode falar melhor aqui, tacou o terror nos aeroclubes lá no Campo de Marte, fazendo muitas empresas saírem de lá, deputada Valeria Bolsonaro. É horrível isso. É um terror, deputada Janaina, um terror psicológico.

E, na verdade, ele não quer só a área do Campo de Marte, que é federal, ele quer o entorno também. Porque no entorno dos aeroportos você não pode construir grandes torres ali. Tem um perímetro, tem uma área.

Então, se você fecha o Campo de Marte, que, no mínimo, é um aeroporto histórico para o povo de São Paulo. As aeronaves ali, por exemplo, em 32, foram muito utilizadas. Mas para que pensar nisso, se ele pode fazer a especulação imobiliária, agir como um corretor, e vender o que nós temos?

Trago aqui outra - eu ia falar “agiotagem”, agiotagem ainda não - corretagem, negociata, aí, do governador, deputada Valeria, deputado Nascimento. O Ceagesp, que também é federal, deputado Frederico.

O terror psicológico com aqueles funcionários, dizendo que iria transferir para outro local. O presidente se posicionou: disse que não, que vai ficar ali. E o secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, disse o seguinte: que ele tem ferramentas para impedir que caminhões acessem, que se acabe o fluxo ali.

Olhe a maldade desse tipo de gente. Mas que absurdo! E mais uma vez é especulação imobiliária. O Estado tem vários imóveis, vários terrenos, que estão em áreas altamente valorizadas. O que o governador quer?

Será mesmo que ele está pensando… Ele e essa patotinha, esse grupinho aí de corretores estão pensando no povo de São Paulo? Neste momento de pandemia discutir a entrega desse terreno, desse hospital para se construir sabe-se lá onde, em que condições. Pelo amor de Deus, aí nós voltamos aqui para a discussão nesta Casa, a discussão do Orçamento.

Já falei aqui e vou subir todos os dias: mais de dois bilhões - e eu espero que me corrijam, porque parece que foi maior o corte - no Orçamento da Saúde: Santas Casas, hospitais filantrópicos.

Corte de mais de 12% no Orçamento dessas entidades que produzem - e como produzem - serviço médico, atendimento médico, principalmente para as pessoas mais pobres no nosso estado. Meu Deus!

O deputado Ricardo Mellão colocou aqui esse contrato, Concorrência 01/2021; o Mecca também já tinha colocado. Cem milhões em Publicidade. Vão abrir os envelopes, tem quatro agências de Publicidade concorrendo no dia 18 de março. Cem milhões de reais! Cem milhões de reais para Publicidade. Conversei ontem com a Marina, do Hospital Amaral Carvalho.

A deputada Valeria fez aqui uma frente parlamentar em defesa - eu não lembro o tema exato - de todo o serviço médico que cuida das pessoas com câncer no nosso estado. Estive lá presente e o Amaral Carvalho, ali em Jaú, é referência nesse atendimento. É um hospital de referência, como outros são também, o Hospital de Amor, em Barretos.

Mas eu falo aqui de Jaú, porque Jaú neste momento vive ali uma crise por conta do coronavírus.

Conversando com a Marina, ontem, ela me disse: “Deputado, nós fechamos com deficit no ano passado de mais de 80 milhões, 82 milhões de reais”. Meu Deus do céu, já pensou esses 100 milhões de reais investidos ali nesse hospital, o tanto de vidas que seriam salvas, o tanto de pessoas com câncer?

E eu falo dessas pessoas que tiveram câncer. Minha mãe teve câncer na tireoide e é um desespero. Essa palavra é muito forte, deputada Leticia. Fez o tratamento na Santa Casa de São Paulo, um excelente atendimento; salvaram a vida da minha mãe; fez o acompanhamento ali.

Então, quando você olha esses cortes na Saúde, 100 milhões de reais para Publicidade, e o governador quer entregar para os seus amigos o hospital infantil, onde nós temos UTIs que tratam crianças - meu Deus - com câncer. É criminoso; é criminoso. Li aqui a notícia hoje: “São Paulo tem 66% dos leitos de UTI ocupados”. Aí você olha o número e você fala: “Nossa, 66 por cento”.

Aí você começa a olhar o número. Nós temos mais de 8.000 leitos de UTI, ou seja, cerca de 3.000 leitos de UTI estão desocupados. Por que está morrendo tanta gente no estado? 55.4000 mortos.

Eu não consigo entender. Eu sempre fui procurar atendimento, pronto-socorro para os meus filhos e dificilmente… Era uma luta para conseguir um pediatra para atender no momento.

Nós temos mais de 3.000 leitos de UTIs desocupados, mas nós temos a maior taxa de mortos do País: 55.400 mortes. Alguma coisa está errada. Essa conta não fecha, meu Deus! Tem 3.000 leitos desocupados. É muita coisa! Que gestão é essa? É a gestão do caos; é a gestão da morte.

Quantas mortes… Jornalistas, TV Cultura, Fundação Padre Anchieta, mais de 100 milhões de reais para a TV Cultura, Vera Magalhães, Diogo Mainardi, aquela galerinha ali do Manhattan Connection…

Para finalizar, presidente, mais de 100 milhões de reais. Faltam quantas mortes no estado de São Paulo para o governador ser rotulado, tachado de genocida? Esse canalha, que no Palácio dos Bandeirantes um dia pregava contra a ivermectina, a hidroxicloroquina, no outro dia já falava o contrário.

Falava que o David Uip recomendou para o Mandetta. Está em vídeo isso, não sou eu quem está inventando. “Olha, foi o Uip que recomendou”. Aí depois vem e fala: “Não, esses negacionistas, terraplanistas”. Ele que disse, meu Deus. O Carlão falou aqui para mim neste plenário que o governo comprou milhões em cloroquina.

Está no Diário Oficial; é só procurar no Diário Oficial. E nós somos tachados de negacionistas! Aí vai o governador canalha como esse palhaço - com todo o respeito à classe dos palhaços… Já puxaram a minha orelha porque eu estou chamando o governador de palhaço, porque os palhaços merecem respeito, nos fazem rir, nos trazem alegria e esse canalha não.

Aí ele vem e ofende a prefeita de Bauru, que está tentando salvar o seu povo, liberar leitos. Está procurando recurso estadual, federal. Aí me vai a Suéllen Rosim a Brasília, aí o governador tacha uma mulher, negra, que chegou ao poder através do voto popular e está cumprindo o que prometeu na campanha.

Ele fala que ela é o quê? Ela é vassala do Bolsonaro. Meu Deus do céu, está faltando o quê? E está faltando vergonha na cara para esta Casa reagir, porque o que o Giannazi colocou aqui é gravíssimo: o parlamentar precisar agendar com a Diretoria de Ensino para fiscalizar escola. Vá caçar batata onde você quiser. Não vou respeitar. Os deputados têm prerrogativas. Finalizando, presidente.

O deputado tem prerrogativa, vou continuar fiscalizando escola, batalhão, delegacia, hospitais, porque o que o Governo de São Paulo vem fazendo é um absurdo e assino embaixo das palavras da deputada Janaina Paschoal. É um crime contra a humanidade. Se há algum genocida aqui não é o presidente Bolsonaro. Chama-se João Agripino Doria.

Obrigado, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, deputado Gil Diniz. Seguindo a ordem dos oradores inscritos, deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Frederico d'Avila, o senhor tem o tempo regimental.

 

O SR. FREDERICO D'AVILA - PSL - Prezados colegas, nós vivemos aqui um mantra contra esse Sr. João Doria. Me lembra, deputada Valeria Bolsonaro, aquele famoso carnavalesco do Rio de Janeiro de nome Clóvis Bornay.

Gostava muito de aparecer com as suas fantasias, só que o Clóvis Bornay era artista de verdade e o João Doria não tem nada de artista; só tem com essas palhaçadas que o deputado Gil Diniz expôs aqui.

Eu queria resgatar aqui uma pesquisa desta semana da XP Investimentos. Veja só a questão, deputada Valeria. “Qual a sua percepção das notícias sobre o governo Jair Bolsonaro? Mais desfavoráveis: 55 por cento”.

Isso aqui já explica tudo, porque todos os problemas da Nação, sejam eles federais, estaduais ou municipais são jogados nas costas do presidente Bolsonaro pela imprensa e é humanamente impossível se defender de tudo.

As pessoas não conseguem muitas vezes, deputado Gil Diniz, saber. Às vezes a gente pergunta: “O hospital é estadual? O hospital é municipal? A escola é estadual? A polícia era civil, era militar?”.

E as pessoas não sabem distinguir o que é da prefeitura, o que é do estado, o que é da União. Muitas pessoas vêm falando que o presidente Bolsonaro vem perdendo aprovação popular, mas essa pesquisa mostra que nós precisamos começar a falar a verdade aqui, por mais óbvia que ela seja, como disse aqui a deputada Janaina, o deputado Gil, a deputada Valeria.

Nós temos que falar obviedades, por quê? Porque a imprensa pega todas as mazelas, todos os problemas de agora ou de outrora e coloca na conta do governo federal. Tudo, absolutamente tudo, e a percepção popular acaba caindo por conta disso. Então, a imprensa orquestrada com a esquerda…

Nós vimos esta semana a vergonhosa participação de uma jornalista da “Folha de S. Paulo” no programa “Os Pingos nos Is”, do Sr. Augusto Nunes, onde foi entrevistado o ministro Ricardo Salles, e a jornalista não conseguiu esconder a sua militância política. Ela não estava ali fazendo jornalismo nem muito menos perguntando coisas que ela queria saber. Ela estava fazendo militância política travestida de jornalismo.

E o ministro Ricardo Salles, com muita elegância e firmeza que lhe é peculiar, expôs a jornalista da “Folha” e mostrou que ela estava fazendo exatamente política se travestindo de jornalismo.

Então, nós temos que vir aqui, deputado Gil, assim como o senhor falou agora da cloroquina no Diário Oficial do Estado; a deputada Janaina colocou aqui a questão do Hospital Darcy Vargas.

Inclusive essa é a minha opinião lá de trás. Então, quer fazer hospital novo? Faça hospital novo, equipe-o, coloque as mais modernas técnicas, faça tudo que precisa ser feito e mantenha o atual.

Inclusive as voluntárias vieram aqui mostrar um belíssimo sistema de ar-condicionado que eles instalaram, que foi possível ser instalado porque receberam uma multa, se não me engano, da Justiça.

É uma multa que havia sido paga por uma empresa na Justiça e a juíza transferiu esses recursos da multa no valor, se eu não me engano, de um milhão e 200.000 reais. E ar-condicionado de hospital não é ar-condicionado de shopping center nem daqui da Assembleia. Tem filtragem de ar, pressão positiva, uma série de técnicas para não haver contaminação do ar. Então, você vai pegar um prédio desse que está sendo modernizado, atualizado…

Inclusive agora eles estão fazendo os novos pisos e paredes de acordo com o padrão do Hospital das Clínicas e o Sr. João Doria quer derrubar para chamar os seus amiguinhos para fazer loteamento de condomínios de prédios, porque ali pode ser verticalizado.

Inclusive, deputado Gil, quando nós éramos crianças tinha aquele filme “Os Piratas do Caribe”, que era o Johnny Depp o principal ator. E ali na Alameda - aqui pertinho - Gabriel Monteiro da Silva, que é uma famosíssima rua de decoração aqui de São Paulo…

Então, ali tem os decoradores e lojas de decoração mais famosas de São Paulo, caríssimas, lojas nacionais e estrangeiras.

E ali o João Doria é conhecido como Johnny Depp da Gabriel Monteiro da Silva, porque, deputada Valeria, ele saqueava essas lojas quando ele era detentor daquele evento Casacor.

Casacor, para quem não sabe, era um evento de decoração, onde vários expositores colocavam ali os móveis, os seus ambientes de decoração. Quem vendia o espaço era o Sr. João Miami.

O Sr. João Miami passava por lá, daí ele gostava de um vaso, ele levava o vaso para a casa dele, gostava de um lustre, levava o lustre para a casa dele, ele gostava de um candelabro, levava para a casa dele.

Aí, depois, é lógico que eu não vou expor aqui o nome dos lojistas, porque não é um, nem dois, são vários, esses lojistas foram saqueados pelo Johnny Depp do Bandeirantes, o Sr. João Miami, então ele pegava, dizem, até cadeira, sofá, mesa de canto, mesa de centro. Depois ligavam, “olha, aquela mesa”, “não, é que estamos vendo se está bom aqui em casa”. E está lá até hoje.

Então, ele decorou a casa dele de Campos do Jordão, essa casa aqui, da Rua Itália, foi toda decorada, não sei se integralmente, mas boa parte dela com o espólio de pirataria do Sr. João Doria, de saquear a Alameda Gabriel Monteiro da Silva.

Então, tem muita gente lá que eu acho que vai ficar feliz com o meu pronunciamento. Fiquem tranquilos que eu não vou contar quem é, mas essas pessoas sabem. E o João Doria sabe, o João Miami sabe que ele saqueou a Gabriel Monteiro da Silva para decorar as suas luxuosas residências.

E queria dizer também, tem um pessoal que fica aqui embaixo da minha janela, toca corneta, bumbo, grita “fora Doria”. E o pessoal da Ceagesp também. Eu falo que aqui não é lugar de eles virem, porque aqui todos nós somos a favor de que ele saia. Eles têm que... Não é também no Palácio não, é na Rua Itália, 414. É onde mora o João Miami. Aí eles vão amolar quem de direito.

Outra coisa, eu até queria perguntar, sem querer interromper, à deputada Janaina se cabe, deputada Janaina, juridicamente, porque eu passo por lá quase que diariamente, na frente da casa do Sr. João Miami, e tem uma base móvel comunitária da Polícia Militar 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Eu tenho até uns amigos que moram ali nas adjacências. E é fim de semana, domingo, feriado, Natal, primeiro do ano, todos os dias tem uma base comunitária móvel com pelo menos seis policiais militares defronte à casa dele. 

Não sei se isso é legal. Se for legal, se ele não deveria ressarcir os cofres públicos, porque além da segurança pessoal que ele, por direito, tem por ser governador do estado, que, com certeza, ele dispensou a equipe de segurança particular que ele tinha na casa dele e colocou os policiais militares para fazer a segurança, para ele não gastar com a empresa mais, ele ainda põe na parte de fora da residência dele uma base comunitária móvel.

Então não sei se é o caso de nós fazermos um requerimento de informação em conjunto, de vários deputados, perguntando se isso é legal e, se legal for, se não é preciso pagar, porque a população tem seis policiais a menos na rua, que, na verdade, não são seis, porque se você pegar pelo turno são 18 que estão lá, à disposição do Sr. João Miami para não ser achincalhado pela população.

Agora, nem no tempo do regime militar, quando essas coisas eram pouco questionadas, mesmo porque a moralidade dos administradores era maior. Eu lembro, por exemplo, o deputado Paulo Maluf, então governador do estado, que mora ali na Rua Costa Rica.

Eu não me lembro da Polícia Militar ficar rodeando a casa dele e fazendo a segurança da casa dele, mesmo porque, na ocasião, ele não era achincalhado pela população como é o João Miami.

Veja só que coerência, o fulano que é conhecido como saqueador, o pirata da Alameda Gabriel Monteiro da Silva, ter uma base comunitária da Polícia Militar guardando a frente da sua casa.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

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O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre deputado. Convido para fazer uso da palavra o nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputada Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - É triste, mas a gente vem aqui sempre para reclamar, não conseguimos falar bem do governador do estado. É uma coisa triste, é uma coisa que nos traz muita tristeza.

O que a deputada Janaina veio falar aqui é absurdo. Só quem teve um caso de câncer na família sabe a dor que é, porque o câncer é uma doença que não pega só o paciente, mas ele pega a família toda. Eu perdi o meu pai com 59 anos de idade por conta de câncer e eu sei o quanto a nossa família sofreu com isso.

Agora, para piorar, ele quer desmontar, estraçalhar a vida não só dos pacientes, que seriam crianças, mas das famílias que estão ali cuidando dessas crianças.

Então, assim, é uma pessoa que não é humana, uma pessoa que não tem coração. Esse governador, realmente, é um caso para ser estudado. Outro dia eu até conversei com um médico psiquiatra e falei para ele se ele teria algum perfil rápido desse governador.

E o perfil que ele falou eu não posso falar, porque senão eu posso ser processada pela pessoa, mas está muito perto de um psicopata, de um sociopata, está bem perto de uma pessoa totalmente desequilibrada.

Aliás, a referência mais próxima que eu acho é de Nero, porque ele está querendo botar fogo em São Paulo, inclusive ameaçando os prefeitos que não baixam a cabeça para as suas ordens. Ele parte para cima.

Nós tivemos, ontem, a visita aqui, na Assembleia, do prefeito Everton Sodario, um prefeito que também está sendo ameaçado e perseguido. A prefeita Suéllen, de Bauru, que está sendo ameaçada, perseguida, está sendo colocada de lado, porque ele fez uma reunião com as cidades em volta, as cidades do entorno de Bauru, e não convidou a prefeita.

Quer dizer, ele é uma pessoa que não está preocupado com o estado de São Paulo, ele está preocupado com as suas convicções, os seus negócios. As suas convicções, sabe Deus quais são elas.

O que me traz aqui também é uma coisa mais bonita por um lado e triste por outro. Agora, na segunda-feira, nós estivemos em Campinas com a ministra Damares, estivemos também com o deputado federal Paulo Freire, com o vereador Paulo Chuchu, homenageando a Polícia Militar, que nos dá muita honra sempre.

A gente sabe que pode contar com a Polícia Militar do Estado de São Paulo e a nossa homenagem foi para os policiais que salvaram, que resgataram aquela criança de 11 anos de dentro do barril na cidade de Campinas. Nós fomos até o 35º Batalhão em Campinas e fizemos uma singela homenagem àqueles policiais que socorreram aquela criança, que prenderam os seus algozes, que eram o pai, a madrasta e a irmã.

Quero também deixar aqui que eu quero ver se a gente consegue fazer uma homenagem dentro da Casa para esses policiais militares, que sempre atendem os nossos sufocos, as nossas situações difíceis, estão sempre com uma mão amiga, uma mão protetora ao nosso lado.

Então, a minha profunda homenagem à Polícia Militar. A todos os policiais militares, muito obrigada por vocês estarem com a gente sempre. Muito obrigada. Apesar de o governador não valorizar vocês, tenham certeza de que nós, deputados, valorizamos muito, e a população também, o trabalho de vocês. A gente agradece profundamente.

Gostaria de colocar aqui também sobre o que o deputado Gil Diniz falou sobre o Ibirapuera. Eu fui uma das pessoas que correu bastante para isso, fomos visitar o Baby Barioni, onde o então governador, tão solícito, falou que ia reformar. Já começaram as reformas? Foi dado início a algum tipo de coisa?

Quer dizer, a gente vê, o que a gente assiste aqui é uma pessoa que não tem compromisso com a população, não tem respeito com a população, não tem respeito com as leis, porque, inclusive, o Ministério Público de São Paulo já pediu a inconstitucionalidade do decreto do governador sobre o IPVA dos deficientes e ele recorreu.

Olhem como é absurdo o comportamento desse governador. Ele recorreu para que não seja derrubado o decreto dele e as pessoas com deficiência continuem pagando IPVA. Ou seja, ele ultrapassa a Constituição, ele passa por cima de tratados internacionais, ele passa por cima dos direitos humanos.

Eu não sei aonde essa pessoa, esse ser vivo quer chegar. O que nós observamos é uma pessoa que só olha para o seu umbigo, só olha para os seus interesses pessoais, mas jamais olhou para a população, para as necessidades da população, para a necessidade do povo.

Então eu deixo aqui a minha indignação, o meu total desprezo por esse governador incompetente. Nós estamos aqui em São Paulo. Todos nós sabemos que se São Paulo fosse um país teria um número de morte muito maior do que o Brasil.

Então, assim, todo esse lockdown, fases vermelha, amarela, roxa, é tudo incompetência desse governo absurdo, um governo que tem seus secretários, todos, esses sim, vassalos desse governador, que não é uma pessoa confiável, não é uma pessoa que quer governar para o estado de São Paulo, para a população de São Paulo. É uma pessoa que só tem um único objetivo, a sua promoção social, econômica e de poder.

Então, esse governador colocou lá seus vassalos. Inclusive, um dos seus vassalos, que é um dos seus secretários, anda pelo Interior de São Paulo ameaçando os prefeitos de não mandar vacinas se eles não obedecerem as fases que o governador coloca.

Olhem o absurdo a que nós chegamos, de secretário do estado de São Paulo estar ameaçando prefeitos, pessoas eleitas democraticamente, porque não abaixam a cabeça para as loucuras, para a incompetência desse despreparado desse governador, dessa pessoa sem caráter, porque se tivesse o mínimo de caráter trataria a população e as leis com respeito.

E não adianta ficar dizendo que o Ministério da Saúde está tirando leitos de UTI. O Ministério da Saúde já pagou, e muito, para o estado de São Paulo e o senhor sumiu com o dinheiro. Nós, deputados estaduais, estamos aqui esperando a transparência de todo esse dinheiro que o governo federal mandou para o estado de São Paulo e o senhor não mostra.

Aliás, gostaríamos também de saber o que foi feito com os 30% do nosso salário, que foi dado para o Governo do Estado. Desde o mês de maio, deputado Gil? Foi desde o mês de maio que foram descontados 30% do nosso salário, das nossas verbas de gabinete? Por aí, não é? E o senhor sabe para onde foi esse dinheiro, deputado? Pois é, e nós não temos transparência disso.

Agora, com certeza não foi para a Saúde, porque, se tivesse ido para a Saúde, as Santas Casas não estariam desesperadas, os hospitais não estariam desesperados, as cidades todas desesperadas, por falta de investimento do governador do Estado de São Paulo.

Então quero deixar aqui a minha indignação, o meu desprezo e meu total pânico de ver esse senhor ocupando um cargo de governador do estado. Isso é absurdo.

Eu rezo para que a nossa grande doutora Janaina, uma pessoa por quem tenho muito respeito e uma admiração enorme, uma parceira maravilhosa, que ela venha junto conosco, para que a gente consiga tirar esse monstro desse cargo. Porque ele não merece. E principalmente a população do estado de São Paulo não merece passar o que está passando na mão dessa pessoa despreparada.

Muito obrigada, presidente. Boa tarde a todos.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu peço a palavra pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PELO ART. 82 - Obrigada, Sr. Presidente. Retorno a esta tribuna na tarde de hoje para falar algo muito importante. Toda a população do estado de São Paulo vem sofrendo com o aumento do ICMS, resultante do pacote de maldades do governador João Doria, que foi aprovado ano passado, em outubro de 2020, quando o PL 529/2020, se tornou lei. Hoje é lei.

Fomos procurados por diversos setores econômicos: agronegócio, pecuaristas, cooperativas de laticínios, sindicatos rurais, setor automobilístico e venda de veículos usados. Enfim, esse impacto na economia será, e está sendo, muito grande.

Essa medida afetar muitas pessoas e, com certeza, chegará até você: consumidor final. A sua compra no supermercado vai ficar mais cara porque, com o aumento do ICMS, produtos básicos da cesta básica, tais como: leite, carne, e uma série de alimentos, vão ficar mais caros. Isso impacta a vida do cidadão. O salário rende menos. Causa desemprego no comércio e em diversos setores. Conversando com todos esses setores, recebi diversas demandas.

Junto com outros deputados, quero destacar o deputado Ricardo Mellão, que está escrevendo a redação de um PL junto conosco, para que possamos apresentar, em coautoria com vários parlamentares da Assembleia Legislativa, com o objetivo de revogar o Art. 22 da lei do pacote de maldades, do aumento do ICMS, do governador João Doria.

Vou ler brevemente para vocês. Nós iremos protocolar esse projeto na quarta-feira, dia 17 de fevereiro, às 11 horas da manhã. Faço uma convocação a você, que está insatisfeito, que esteja conosco, aqui, na frente da Assembleia Legislativa, para que possamos fazer um movimento ordeiro, pacífico. Mas um movimento em prol das pessoas e contra a tributação, mais imposto, que representa esse aumento absurdo do ICMS.

O projeto de lei revoga dispositivos da Lei nº 17.293, de 15 de outubro de 2020, que estabelece medidas voltadas ao ajuste fiscal e ao equilíbrio das contas públicas. Parte da nossa justificativa diz: “É inconcebível qualquer atitude governamental que gere aumento de imposto. Por esse motivo, damos luz à sociedade, no sentido de levar aos nobres deputados, uma nova proposta, para remediar a nefasta majoração de tributos imposta pelo governador.”

Outro trecho da nossa justificativa diz: “O citado dispositivo foi um mecanismo criado pelo governador para amparar o aumento do ICMS, cujos impactos foram sentidos em itens como medicamentos e produtos básicos: carne de aves, carne bovina, laticínios, queijo, requeijão, iogurte, leite, produtos têxteis, veículos novos e usados. Para evitar essa penalização, há necessidade de revogar o seu Art. 22, retornando a sua tributação ao seu status anterior à publicação da Lei nº 17.293, de 2020. O que, de fato, contribuirá na recuperação da economia.”

Você, que nos assiste de casa, que recebeu este vídeo pelo WhatsApp ou está nas redes sociais, nos ajude. Compartilhe e divulgue. Dia 17 de fevereiro de 2021, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, todos juntos pela revogação do Art. 22, contra o aumento do ICMS do governador João Doria.

Trata-se de uma afronta clara ao princípio da separação de poderes, que rege o nosso regime republicano de governo. Retirar do Poder Legislativo, o poder de deliberação sobre a majoração de tributos não está de acordo com a harmonia e a preservação dos poderes que o texto da Constituição assegura.

Se você quer, assim como eu, que os impostos não sejam aumentados, assim como eu e os demais parlamentares desta Casa, que a Assembleia Legislativa seja independente, e não um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes. Se você quer ver o seu representante, de fato, te defendendo, nos ajude.

Dia 17 de fevereiro, na Assembleia Legislativa, às 11 horas da manhã, iremos protocolar, junto com demais parlamentares, o projeto que versa sobre a revogação do Art. 22, do pacote de maldades do governador João Doria. Digamos não ao aumento do ICMS.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre deputada.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, presidente. Quero usar a tribuna pelo Art. 82, pela bancada do PSB, Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre deputado Gil Diniz, satisfação ter V. Exa. presidindo esta Casa. Dizer que ontem foi um dia de muita alegria, pessoalmente, para mim.

Realizei um sonho do meu mandato, de poder concretizar um atendimento que eu sempre achei que deveria ser a prioridade absoluta na política pública do nosso País, sobretudo na Saúde.

Você está dizendo: “Deputado o que é isso que você está tão feliz?”. Eu lhe faço uma pergunta: qual é o maior patrimônio de uma família? Seus filhos. Nós devemos trabalhar incansavelmente pelas crianças. Seja na Educação, que já é um trabalho permanente.

Diversas pessoas, parlamentares, eu mesmo fui Prefeito Amigo da Criança. Fiz de tudo pela criança. Eu pergunto: e a saúde das crianças, como elas estão? E a saúde, como que as crianças estão sendo tratadas na Saúde pública? Em especial na oncologia infantil.

Aqui é uma resposta. Esse projeto que eu apresentei, de um atendimento digno, rápido e urgente, que uma criança com câncer precisa ter. Nós não podemos, em nenhum minuto, enquanto estado, enquanto vida pública, negar, retardar ou adiar um atendimento de oncologia infantil. É um trauma para a família e para a criança.

O nosso projeto garante que os exames e cirurgias deverão ser iniciados e realizados no prazo máximo de cinco dias. Os acompanhantes, que muitas vezes, na grande maioria, são pessoas simples que precisam vir para a capital ou, quando tem perto da sua cidade um centro especializado em oncologia infantil, não têm onde dormir e o que comer.

O estado precisa garantir a acomodação e a alimentação dessa família. E a implantação de, no mínimo - essa é uma obrigação da lei nossa - uma unidade de Saúde especializada em tratamento de oncologia infantil. Ou seja: no mínimo uma unidade de Saúde para cada região - regiões administrativas.

Marília, Campinas, Bauru, Piracicaba, São José dos Campos, Santos, Sorocaba, regiões administrativas de Saúde do estado. Por que? Porque não faz sentido você não ter um atendimento de oncologia infantil numa região administrativa de Saúde. Como que essa família vai sair para vir a São Paulo, num trauma, num hospital padrão?

Hoje eu conheci o Graacc. É o maior hospital referência à oncologia infantil no Brasil. Um médico opera a criança vestido com o super herói que ela quer. A criança está num ambiente agradável, colorido. Parece que ela está numa escola, e não num hospital. Acho que é isso que faz a gente valer o mandato que nós ocupamos. Pelo menos, isso é para mim.

Hoje eu fiquei emocionado. Me reuni com o doutor André, o responsável pelo Graacc. Agradeceu esse projeto de lei. Agradeceu porque aqui, também, nós estamos indicando a fonte de investimento.

Nós estamos indicando de onde virão os recursos. O Supremo Tribunal Federal decidiu, o ano passado, no final do ano passado, que os estados poderão explorar as loterias, como tinha no passado.

O recurso vai ser para isso. Nós vamos drenar, de investimento novo, sem aumentar imposto, sem criar despesa para as pessoas, fruto da arrecadação da loteria paulista, que vai salvar criança.

Para encerrar, presidente. O doutor André me dizia que o atendimento com tecnologia, o atendimento com o que há de melhor que as pessoas precisam, salva vidas. Os índices do Brasil são ruins.

Os índices do Brasil, em cura oncológica, comparado aos outros países, é ruim. Porque não tem tratamento. Nós, como cristãos, não podemos abandonar as crianças. Jesus disse: “Vinde a mim as crianças, pois delas é o reino do Céu.”.

As crianças são prioridade, Excelência. Nós temos que nos esforçar para fazer o melhor para elas.

Muito obrigado, Excelência.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, presidente. Havendo acordo de líderes, pedir o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - É regimental. Eu queria cumprimentá-lo pelo projeto. Parabéns. É emocionante a sua fala. Tem o meu apoio. Espero, de coração, que seja sancionado e implementado no estado de São Paulo. Que seja um modelo para todo o Brasil. Meus parabéns, deputado. Parabéns pelo projeto pela defesa das crianças.

Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 42 minutos.

 

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