17 DE FEVEREIRO DE 2021
12ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, GIL DINIZ e TENENTE NASCIMENTO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - RICARDO MELLÃO
Agradece pelo apoio ao projeto que visa à revogação do art.
22 da Lei 17.293/20, que permite o aumento da alíquota de ICMS sem discussão
prévia nesta Casa. Clama aos pares a aprovação do texto. Critica o PL 529/20.
Discorre sobre os efeitos da pandemia na economia.
3 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Comenta a história de Cidade Tiradentes. Tece considerações
sobre a falta de serviços públicos no bairro. Exibe vídeo de reportagens sobre
a estrutura do distrito. Defende a criação de cartório de registro de pessoas
na região. Pede o apoio da população e dos pares para a aprovação da matéria.
4 - CASTELLO BRANCO
Comenta a manifestação dos produtores rurais contra o
governador João Doria, e o aumento dos impostos, no dia de hoje. Apresenta
slides sobre as consequências das medidas do governo estadual. Critica a
aprovação do PL 529/20. Pede para que o governador reveja o art. 22 da Lei
17.293/20.
5 - CARLOS GIANNAZI
Repudia fala do secretário estadual da Educação, em que
justifica a contaminação de professores por coronavírus, após carona. Considera
a reabertura das escolas inviável neste momento. Critica orientações da
Secretaria de Educação para permanência de professores nas escolas em
municípios que estão na fase vermelha. Defende a continuidade do trabalho
remoto. Lista cidades com toque de recolher após aumento de casos.
6 - JANAINA PASCHOAL
Comenta a publicação de consulta pública pela Anvisa, a
respeito da Resolução 23/11, que autoriza o uso de embriões excedentes em
processos de reprodução para estudos e pesquisas. Afirma que a minuta não é clara
quanto à proibição de remuneração em troca do material, por exemplo. Considera
a temática complexa para consulta pública. Pede para que a comunidade
científica responda a publicação da Anvisa.
7 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
8 - CORONEL TELHADA
Discorre sobre manifestação contra o aumento de ICMS, no dia
de hoje. Parabeniza o deputado Ricardo Mellão pelo projeto para revogação do
art. 22 da Lei 17.293/20. Comenta apreensão de 300 quilos de maconha, em
operação policial. Informa os resultados da campanha de arrecadação de doações
da Academia Barro Branco, em 2020. Repudia a prisão do deputado federal Daniel
Silveira, após publicação de vídeos defendendo o AI-5 e pedindo a exoneração de
ministros do STF. Aborda denúncias sobre a estrutura da Escola Municipal
Dilermando Dias dos Santos. Critica o fechamento das alas pediátricas em
hospitais estaduais. Lembra sua candidatura à Presidência desta Casa.
9 - LETICIA AGUIAR
Exalta o agronegócio brasileiro. Discorre sobre a importância
do setor no estado e no País. Comenta a manifestação contra o aumento de ICMS,
hoje. Lista setores impactados pelo aumento. Pede a revogação do art. 22 da Lei
17.293/20. Lembra voto contrário ao PL 529/20.
10 - PAULO LULA FIORILO
Comenta o enfrentamento da pandemia no interior paulista.
Discorre sobre a aprovação de ofício, na Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, para liberação imediata das emendas impositivas da Saúde. Presta
solidariedade às cidades que estão com dificuldades no combate à pandemia.
11 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência.
12 - GIL DINIZ
Critica a prisão do deputado federal Daniel Silveira após
publicação de vídeo exaltando o AI-5 e pedindo a exoneração de ministros do
STF. Considera a decisão arbitrária e inconstitucional. Defende a liberdade de
expressão parlamentar. Considera a ação perseguição aos conservadores. Cita a
deputada federal Flordelis, acusada de ser mandante
do assassinato do marido, e que continua no exercício do mandato.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, combate pronunciamento do deputado Gil
Diniz a respeito da prisão do deputado federal Daniel Silveira. Afirma que
Daniel Silveira teria um extenso histórico de infrações.
14 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Pelo art. 82, presta solidariedade aos funcionários
terceirizados desta Casa. Reprova o deputado Gil Diniz por não cumprir os
protocolos de segurança durante sua fala. Relata as dificuldades em manter os
protocolos de higienização nas escolas públicas do estado. Menciona casos de
contaminação. Afirma ter presenciado diversas infrações dos protocolos de
segurança contra a Covid-19 em visita a uma escola estadual. Reprova o retorno
às aulas presenciais. Menciona formulário para obter dados sobre as condições
sanitárias das escolas.
15 - CASTELLO BRANCO
Exibe imagens de manifestação de agricultores contra ajustes
tributários impostos pelo governo estadual. Afirma que esses ajustes afetam
negativamente os pequenos produtores rurais. Solicita o apoio da população para
a eleição do novo presidente desta Casa. Defende a reabertura das escolas.
16 - CAIO FRANÇA
Lamenta os ajustes de ICMS em diversos setores. Lastima
aprovação do PL 529/20, por esta Casa. Destaca ajustes tributários sobre
insumos da área da Saúde. Tece críticas ao governador João Doria. Afirma que os
ajustes tributários sobre a revenda de carros usados são extremamente
prejudiciais. Parabeniza os deputados desta Casa que assinaram projeto que visa
revogar o artigo 22 da Lei 17.293/20. Solicita que o presidente desta Casa
coloque o projeto citado em pauta.
17 - CARLOS GIANNAZI
Critica o PL 529/20 em sua integralidade. Solicita o apoio
dos deputados para a aprovação do PDL 22/20. Afirma que alguns deputados
estariam tentando sabotar a votação da matéria. Presta apoio à greve dos
professores estaduais. Comenta aumento nos casos de contaminação após a volta
às aulas presenciais. Menciona lockdown na cidade de
Araraquara. Destaca a gravidade da Covid-19. Exibe imagens da Escola Estadual
Professor Arthur Wolff Netto. Afirma que a mesma não possui condições para o
retorno às aulas presenciais. Reprova medida que prevê visita às escolas e
outras instituições apenas com agendamento prévio. Alega que diversas escolas
teriam suspendido as aulas presenciais ao apresentar casos de contaminação.
Repudia fala do secretário da Educação, Rossieli
Soares, a respeito da contaminação de professores.
18 - GIL DINIZ
Reprova prisão do deputado federal Daniel Silveira. Discorre
sobre a história de Carlos Marighella e Carlos Lamarca. Critica saudações
feitas por deputados desta Casa a Carlos Lamarca, que foi integrante da Ação
Libertadora Nacional. Relata assassinato do Tenente Alberto Mendes Júnior, por
Carlos Lamarca. Menciona manifestação realizada hoje, que visa a revogação do
artigo 22 da Lei 17.293/20. Condena ajustes tributários, em diversas áreas,
impostos pelo governo estadual. Critica deputados que votaram favoravelmente ao
projeto citado.
19 - VALERIA BOLSONARO
Discorre sobre manifestação de ruralistas realizada hoje, em
frente a esta Casa. Comenta sobre as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores
da área de eventos, por conta das medidas restritivas adotadas pelo governo
estadual. Pede que seja pautado o pedido de impeachment do governador João
Doria. Menciona visita à cidade de Bauru. Parabeniza o prefeito de
Mirandópolis, Everton Sodario, e a prefeita Suéllen Rosim, de Bauru. Defende o retorno às aulas
presenciais (aparteada pelo deputado Gil Diniz).
20 - TENENTE NASCIMENTO
Pelo art. 82, exibe vídeo sobre a aprovação de projeto de
lei, de sua autoria, em plenário. Informa que o projeto visa inserir a
religiosidade no tratamento das pessoas com dependência química. Esclarece que
as clínicas médicas necessitam também de apoio espiritual para seus pacientes.
Apela ao governador para que sancione este projeto de lei. Ressalta que as
entidades religiosas já fazem este trabalho voluntário, mas que o gasto é muito
alto. Lamenta que mais de 50% dos pacientes não terminam o tratamento. Afirma
que, ao inserir a religiosidade no tratamento, aumentamos este número em 30 por
cento.
21 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, repudia o pronunciamento da deputada Valeria
Bolsonaro. Lamenta o seu discurso contra os professores. Considera o mesmo
chocante e inacreditável. Afirma que hoje todo o Magistério é contra a volta às
aulas presenciais. Responde o pronunciamento do deputado Gil Diniz sobre
Lamarca e Marighella, que considera como heróis da democracia brasileira.
Discorre sobre a atuação dos mesmos durante a ditadura. Ressalta que Lamarca
ficou ao lado dos brasileiros, ao invés da tortura e que Marighella combateu o
Estado Novo de Getúlio Vargas.
22 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência.
23 - GIL DINIZ
Para comunicação, responde o pronunciamento do deputado
Carlos Giannazi sobre Lamarca e Marighella. Afirma que estas pessoas não
queriam a democracia, mas sim a ditadura do proletariado. Considera os mesmos
como assassinos brutais. Lembra o oficial das Forças Públicas do Estado de São
Paulo Alberto Mendes Júnior, que diz ter sido assassinado pelos revolucionários
defendidos pelo deputado Carlos Giannazi.
24 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, lembra que o deputado Gil Diniz não
manifestou apoio à Vladimir Herzog, torturado e morto durante a ditadura, assim
como outras milhares de pessoas. Considera o ponto de vista do deputado
distorcido em relação à Lamarca e Marighella. Pede que o deputado assista ao
filme "Lamarca, o capitão da guerrilha", para conhecer a sua
importância na luta contra a ditadura militar. Esclarece que ambos defendiam
governos de trabalhadores e proletariado. Diz preferir esta ditadura à que
temos hoje, do capital, de grandes bancários e da mídia empresarial.
25 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
26 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL
TELHADA - PP - Aberta a sessão. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior, e recebe o
Expediente.
Hoje, dia 17 de fevereiro de 2021, uma quarta-feira de Cinzas que não é
de cinzas, iniciamos o Pequeno Expediente. Não teve Carnaval, então não é
quarta de Cinzas, não é verdade? Temos os seguintes oradores inscritos:
primeiro deputado é o deputado autor do PL hoje contra o Art. 22, nosso querido
deputado Ricardo Mellão. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, assessores, Polícia
Militar aqui presente, gostaria hoje, primeiro, de agradecer a cada um dos
deputados e a cada uma das pessoas que vieram hoje apoiar o protocolo do nosso
Projeto que lei, que é um projeto meu e de mais 25 deputados. Estamos na
expectativa de mais uma assinatura aí.
Eu queria destacar o caráter, primeiro,
pluripartidário desse projeto. Já temos aqui 13 partidos representados.
Deputados de 13 partidos que assinaram como autores desse Projeto de lei, que
visa justamente revogar o Art. 22 da Lei nº 17.293, que é justamente aquele
artigo que permitiu ao governador de São Paulo poder aumentar alíquotas de ICMS
de itens de serviços que estão abaixo de 18%, por decreto.
Ou seja, ele ganhou uma autorização, um
cheque em branco, para poder aumentar essas alíquotas por decreto, sem serem
discutidas nesta Casa.
Então, eu queria agradecer a todos esses
deputados, ao deputado Sergio Victor, ao Daniel José, Caio França, Arthur do
Val, Frederico d’Avila, Janaina Paschoal, Leticia Aguiar, Major Mecca, o
Castello Branco, aqui presente, Valeria Bolsonaro, Tenente Nascimento, Agente
Federal Danilo Balas, o Delegado Bruno Lima.
O Coronel Telhada, que hoje preside esta
sessão – aliás, é o presidente oficial dos Pequenos Expedientes, o Coronel
Telhada, há muito tempo aí, grande deputado – Conte Lopes, o Douglas Garcia –
desejo melhoras, fez uma cirurgia –, Sargento Neri, deputado Campos Machado,
deputada Delegada Graciela, deputado Gil Diniz, deputado Marcio Nakashima,
deputada Edna Macedo, deputada Leci Brandão e deputada Marina Helou.
Como eu disse, é um projeto
pluripartidário.
São todos contra a autorização, o cheque
em branco, que foi dado para o governador aumentar alíquotas de ICMS por
decreto. Como ele fez, já falamos aqui, alertamos, durante a votação desse
projeto, no ano passado, eu e muitos que estão aqui; infelizmente, ele acabou
aprovado.
E depois viu-se o que houve: vários
decretos, sucessivos decretos, aumentando alíquota de ICMS em produtos básicos
e essenciais, impactante em diversos setores e, o pior de tudo, na população,
naqueles que mais precisam, porque aumentou a alíquota de alimentos básicos,
essenciais, por exemplo, que estão na mesa dos paulistas e brasileiros.
Nós falamos aí da carne, nós falamos aí do
ovo, do leite, diversos produtos básicos, essenciais, produtos que se encontram
na cesta básica. Isso para não falar também do setor da Saúde: vários produtos
e insumos que são adquiridos por hospitais privados, hospitais filantrópicos.
Por mais que depois ele tenha dito que
não ia cobrar, colocado ali, “não, não vou cobrar dos insumos que vão para
hospitais públicos”, e os filantrópicos? As Santas Casas, que prestam serviços,
que atendem o SUS? Acabam taxadas, porque quando compram esses produtos,
compram com ICMS mais caro.
Ou seja, está prejudicando a população
como um todo. Aquilo que é mais essencial, alimento, saúde, isso para não falar
de diversos outros setores importantes.
Hoje tivemos a participação também do
pessoal das concessionárias de veículos: tiveram um aumento abusivo.
Vai quebrar. Toda cidade aqui do estado
de São Paulo tem lá sua concessionária, aqueles que fazem o trabalho honesto e
correto estão sendo prejudicados. Vamos quebrar a economia? Já não basta uma
pandemia, que atingiu todos nós?
Todos estão sofrendo com isso, perderam
emprego, perderam renda, quem tinha empresa quebrou, não tem caixa para manter,
ali, os funcionários, e você ainda vai pagar essa conta, a conta de um estado
caro, a conta de um estado que não teve a coragem de fazer as reformas e o
enxugamento necessário vão pagar a conta com esse aumento de alíquota de ICMS.
E a gente sabe que o maior rendimento do
governo do estado é arrecadação de ICMS. Então, em uma canetada, ele resolve o
problema taxando aqueles que foram os mais prejudicados.
Então, eu queria dizer que nós vamos
lutar. Peço o apoio de todos vocês, todos aqueles que assinaram. Todos os
deputados que quiserem assinar depois o projeto, a ideia é: não existe um
protagonista, existem vários.
Aliás, existe um protagonista, é o povo
paulista. Vamos tirar esse cheque, vamos rasgar esse cheque em branco. Todos os
que quiserem assinar estão convidados.
Todos os que quiserem participar,
pressionar, para que seja pautado e votado nesta Casa, e devolver a esta Casa e
ao povo de São Paulo o poder que eles merecem, que é o poder de, cada vez que
um governante quiser aumentar o custo do estado para o cidadão, tem que ser
discutido e debatido nesta Casa, com os legítimos representantes da população
de São Paulo, que são os deputados estaduais, como é feito em todos os estados e
em todos os países.
Muito obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. O próximo
deputado é o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público da TV Alesp, policiais presentes que nos assessoram aqui cotidianamente,
a assessoria técnica.
Venho a esta tribuna para falar com muita
honra e com muito orgulho do bairro onde eu moro, Cidade Tiradentes, lá no
extremo da zona leste, onde eu moro há 33 anos. Hoje eu quero falar direto para
a população, para os aproximadamente 280 mil habitantes de um
bairro-dormitório, que é a Cidade Tiradentes.
É um bairro que cresceu de forma
desordenada, iniciou-se por meio de conjuntos habitacionais que eu costumo
chamar muitas vezes de “depósito de pessoas”, porque a infraestrutura e as
condições de habitabilidade não foram levadas e até hoje não chegaram nas
condições que a população da Cidade Tiradentes merece.
A Cidade Tiradentes, Sr. Presidente, é um
bairro que carece e precisa de muita infraestrutura e de muitas condições do
tipo serviços. Serviço público, UBS, tem apenas 15 UBS, tem um hospital,
Educação pública, tem 2 CEUs e 44 unidades
educacionais, comércio relativamente estruturado, tem um centro de formação
cultural.
A Cidade Tiradentes, onde eu moro, tem um
Corpo de Bombeiros, tem uma delegacia de Polícia, tem uma base da Polícia
Militar, tem também um cartório eleitoral. Mas não tem um cartório de registro
de pessoas naturais e de notas.
Por isso eu queria pedir para a nossa
assessoria técnica aqui colocar um pouco do histórico da Cidade Tiradentes, e
falar da importância de a gente fortalecer cada vez mais esse bairro.
* * *
- É exibido vídeo.
* * *
Pois bem, Sr. Presidente, como
percebe-se, a Cidade Tiradentes precisa de investimento, precisa de
infraestrutura, precisa de serviço, precisa de um olhar clínico para melhorar a
vida daquela população. Maior do que muitas cidades do interior em nosso
estado, especialmente, e do Brasil, também. E nós precisamos investir.
É por isso que eu quero conclamar a
população da Cidade Tiradentes para nós criarmos um cartório de registro de
pessoas naturais e notas, porque aquela população precisa.
Quem mora na Cidade Tiradentes e quem
nasce lá precisa se deslocar para Guaianazes, para São Mateus, para Itaquera e
para Ferraz de Vasconcelos, porque a Cidade Tiradentes não tem um cartório de
registro de pessoas naturais.
Então apresentei o Projeto de lei nº 72,
que autoriza o Poder Executivo a estruturar cartório de serviços notariais e
registro no distrito da Cidade Tiradentes, na cidade de São Paulo.
E quero também aproveitar a oportunidade
para marcar com o presidente do Tribunal de Justiça, para que possamos criar um
cartório de registro de pessoas naturais no distrito da Cidade Tiradentes.
Por isso, vou criar, junto com a população,
lá onde moro, um movimento com abaixo assinado, com a opinião dos moradores,
dos comerciantes, de toda a população, para que nós consigamos alcançar esse
serviço, esse objetivo, que é muito importante para a população da Cidade
Tiradentes. E vou pedir, consequentemente, o apoio dos meus pares aqui.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. O próximo
deputado é o deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Castello Branco. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Dezessete de fevereiro de 2021, quarta-feira, um dia
muito especial para mim, porque foi neste dia, Coronel Telhada, que, há 42
anos, eu entrei na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e sentei praça no
glorioso Exército Brasileiro.
E hoje fizemos aqui nesta Casa uma grande
manifestação dos produtores rurais contra o PSDB, contra o governador do estado
de São Paulo, contra o aumento de impostos. Foi um tratoraço
contra a alta do ICMS.
Rapidamente: é uma caravana de tratores,
caminhões, caminhonetes, jipes, e outros veículos, que percorreram as ruas da
cidade de São Paulo, saindo lá do Ceagesp, às 6 e meia da manhã, onde lá eu
estava presente, e vindo até a frente da Assembleia Legislativa.
E os manifestantes queriam alertar as
autoridades sobre o prejuízo desse aumento de impostos e as graves
consequências que vão trazer para o aumento do custo de vida. Tudo isso em
decorrência do pacote da maldade, que deu um cheque em branco ao governador,
não só para aumentar o ICMS, mas para aumentar o que ele quiser, o que é
inconstitucional.
E, aí, faço vozes com outros deputados
desta Casa que estão querendo revogar esta decisão equivocada, é o chamado Art.
22 deste famigerado Decreto-Lei nº 17.293. Muito bem.
Estão aí os produtores se mobilizando.
Muitos acordaram uma hora, duas horas da manhã, e vieram para o Ceagesp, que é
um centro de distribuição de alimentos importante, e que tem a ver com a
proposta do produtor rural.
A nossa frase hoje foi: “Se o homem do
campo não vai para a roça, a cidade não almoça. Se o homem do campo não planta,
você não janta.” O País depende fundamentalmente de comida. E essa comida vem
do campo, e o nosso governador aumenta.
A gente brinca, na linguagem da roça, que
ele está querendo matar a galinha dos ovos de ouro, ou matar a melhor vaca que
a gente tem. A esperança da colheita reside na semente, como dizia o nosso
nobre mestre, Henrique José de Souza. Boas sementes, bom plantio.
Hoje, com essa manifestação, nós, mais
uma vez, demonstramos que estamos plantando o bem
contra o mal que é essa gestão. Vamos lá.
O tratoraço contra o aumento nós
começamos e terminamos com o hino nacional brasileiro; como já foi dito, foi
uma movimentação suprapartidária, não era ideológica, era técnica, para acabar
com o aumento de impostos e o cheque em branco que nós infelizmente demos ao
governador nesse sentido.
O ajuste fiscal aprovado na
Assembleia foi desastroso porque vai aumentar em média mais de 18% dos
impostos. Em outras palavras, o pacote de ajuste fiscal foi um desastre.
Muito bem, no início de janeiro já,
produtores rurais de mais de 250 municípios se mobilizaram contra isso e a
mobilização vai continuar, empresários trabalhadores, agregando não só o
pessoal do campo, mas o pessoal da área da Saúde, que está sendo muito
prejudicado, pessoal do setor de automóveis, que está muito prejudicado. Muito
bem, diante dessa pressão, o governo tem voltado atrás.
Nós realmente esperamos que o Sr.
Governador volte atrás e realmente tire o Art. 22 desse decreto. É uma
solicitação da população de São Paulo, que clama por justiça.
A Fazenda estadual diz que o governo
de São Paulo não aumentou o ICMS, mas aplicou o corte linear. Mentira, ele
aumentou imposto, sim; ele só usa uma linguagem rebuscada, usa de artifícios
linguísticos, mas no fundo está aumentando seu custo de vida.
Conclusão: Somos a favor dos
produtores rurais, da agricultura familiar, do pequeno produtor que está lá a
essa hora na terra com sol e chuva lutando por você, população, para que possa
comer com melhor qualidade e menor custo.
Somos contra o governo do estado de
São Paulo, que tem promovido uma série de erros.
Estamos todos juntos porque juntos
somos mais fortes.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA -
PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próximo
deputado é o deputado Emidio de Souza. (Pausa.) Deputada Valéria Bolsonaro.
(Pausa.) Deputada Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o
tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, quero iniciar repudiando a entrevista de ontem
do secretário estadual de Educação Rossieli Weintraub, que não passa de um
serviçal do Doria, do desgovernador Doria, onde ele criminaliza os professores
por conta de terem tido o coronavírus.
Ele pega um caso específico dizendo
que três professores estavam indo de carona para a escola e um estava contaminado,
contaminou os outros dois; ou seja, os professores estão indo no mesmo carro
para a escola, até tentando se proteger do transporte público, onde o grau de
contaminação é muito maior.
Ou o secretário acha que os
professores chegam nas escolas de avião, de helicóptero? Como ele acha que as
pessoas chegam nas escolas, sobretudo os profissionais da Educação? Muitos
utilizam o transporte público e podem se contaminar lá também.
Então, por tudo isso que é inviável
a abertura das escolas, não só para os alunos e professores, mas para todos os
profissionais, porque já há um bom tempo que temos contaminação de servidores
da Educação bem antes da abertura das escolas.
Então, abrir as escolas neste
momento é pior ainda, é mais criminoso ainda, Sr. Presidente, e ele
criminaliza, joga a culpa agora nos professores, nas pessoas, dizendo que elas
não respeitaram os protocolos; isso é uma falácia para encobrir a falta de
condições de volta às aulas presenciais.
Também quero repudiar uma orientação
da própria Secretaria da Educação sobre os municípios que estão na fase
vermelha, sobretudo alguns que até decretaram toque de recolher.
Além de Araraquara, que está
parecendo bastante na imprensa, que tem lockdown, fechamento de tudo
praticamente, a situação lá é greve e essa situação está se alastrando e chega
em São Paulo logo, logo, na capital, na grande São Paulo.
Eu me refiro aqui também aos outros
municípios que não estão tendo atenção da imprensa que também estão nesse
estado, inclusive com toque de recolher. Eu me refiro aqui aos municípios que
eu tive contato agora, entre ontem e hoje, olha: Apiaí, Guapiara, Taoca,
Ribeirão Branco.
Esses quatros municípios também
decretaram lockdown, fechamento, alguns com toque de recolher inclusive porque
lá a situação piorou bastante. Então os prefeitos, de uma forma acertada,
fecharam a cidade novamente, aumentaram as restrições, fase vermelha. Mesmo
assim, Sr. Presidente, eu fico chocado porque a Secretaria estadual de
Educação, o secretário Rossieli, orienta a permanência dos professores nas
escolas.
Toque de recolher, situação
agravada, essas cidades não têm hospitais - o hospital mais próximo lá é em
Itapeva, que é muito longe a região - mesmo assim, de uma forma criminosa e
perversa e sádica - porque me parece que a Secretaria da Educação tem esse
vício do sadismo, ela gosta de maltratar, gosta de prejudicar os servidores da
Educação -, o Rossieli Weintraub, o serviçal do Doria orienta as diretorias de
ensino a manterem os professores nas escolas, mesmo com as aulas suspensas por
conta da alta contaminação.
O que ele está dizendo é o seguinte:
que os professores se contaminem. Professor vai de ônibus, vai de trem para a
escola, utiliza o transporte público muitas vezes, e ele pode se contaminar e
depois ir à escola. É um absurdo essa orientação da Secretaria da Educação,
principalmente para esses municípios que eu estou acompanhando.
Os professores lá estão revoltados e
correndo risco de vida em relação à permanência nessas escolas estaduais,
porque não há necessidade da permanência dos professores. Eles podem continuar
o trabalho em suas casas, pelo trabalho remoto com os alunos, como fizeram
durante todo o ano de 2020.
Mas não, o secretário obriga o
professor a ir para a escola, mesmo onde há toque de recolher, Srs. Deputados.
Isso é uma vergonha, é um crime, é um genocídio, é um sadismo do governo Doria.
É um governo sádico que gosta de ver a dor, gosta de ver a morte das pessoas, a
contaminação. Não é possível que isso esteja acontecendo, mas está em nosso
estado.
Então, eu quero repudiar aqui, tanto
a fala do secretário na entrevista, que criminaliza professores pela
contaminação, dizendo: “Vamos seguir os protocolos”. Isso é um absurdo,
secretário. Eu quero repudiar veementemente essa afirmação.
E, também, em relação a essas
cidades que a Secretaria da Educação está orientando que os professores - mesmo
com o toque de recolher, com os decretos fechando praticamente as cidades de
Apiaí, de Ribeirão Branco, de Itaoca e de Guapiara - permaneçam nas escolas.
Olha que absurdo, minha gente. É um
crime, é um genocídio. E nós estamos tomando providências em relação a isso,
Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA -
PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado: deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.)
Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada
Janaina Paschoal, V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento
V. Exa., Sr. Presidente, os colegas presentes, as pessoas que nos acompanham
pela Rede Alesp e a todos os funcionários desta Casa.
Queria
tratar muito rapidamente de um tema federal, mas que chegou ao meu conhecimento
e eu entendo que merece algumas palavras, até para chamar a atenção da população
para a reflexão.
Eu
já falei mais de uma vez nesta Casa que, na Universidade de São Paulo, muito
embora eu seja ligada ao Departamento de Direito Penal, eu ajudei a desenvolver
e ministrei, por muitos anos, a disciplina Bioética, Biodireito. E, dentre os
vários temas que eu estudava com os meus alunos, eu me dediquei ao estudo da
Lei de Biossegurança, que é a Lei 11.105/2005.
Essa
lei foi - e é - uma lei controversa, porque trata de temas polêmicos, de temas
complexos. E uma parte dessa lei foi submetida ao Supremo Tribunal Federal em
uma ação direta de inconstitucionalidade, que recebeu o número 3510.
Essa
ação foi julgada, e o Supremo Tribunal Federal entendeu, naquela oportunidade,
que os embriões prontos poderiam ser materiais de pesquisa, ser objetos de
pesquisa.
Em
especial, para desenvolver técnicas terapêuticas para tratar doenças raras,
para tratar pessoas que tenham essas doenças ou que tenham sofrido algum tipo
de acidente... Então, foi uma discussão muito acirrada.
Infelizmente
- digo isso com respeito a todos os tipos de argumentos - ficou uma discussão
aparentemente de cientistas contra religiosos, sendo certo de que esse tema -
seja para aqueles que defendem uma utilização ampla dos embriões para fins de
pesquisa, seja por parte daqueles que defendem uma utilização restrita ou mesmo
que são contrários à utilização - é eminentemente do âmbito ético, filosófico e
científico.
Eu
nunca desmereço os argumentos religiosos, mas o debate não é religioso. E por
que eu trago o tema à colação? Porque a Anvisa lançou uma consulta pública, que
recebeu o número 990/2020, que objetiva submeter à população uma minuta de
resolução que virá a substituir a Resolução nº 23/2011.
Então,
existe hoje uma resolução vigente, que é essa Resolução 23, que trata de toda a
sistemática de manutenção, extração, arquivamento, congelamento, elaboração de
documentos em torno do material genético - seja óvulo, seja espermatozoide,
seja o embrião propriamente.
É uma legislação que, ao meu sentir,
a vigente, já vai além - é uma normativa administrativa - da autorização da lei
federal e já vai além da autorização do próprio Supremo.
Então, a resolução vigente, salvo
melhor juízo, já extrapola os poderes, os direitos, as prerrogativas conferidas
pelo legislador federal e pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que deram uma
decisão no sentido de permitir a pesquisa com células-tronco.
Ocorre
que a minuta que está colocada para análise pública, nessa consulta pública, é
muito mais radical do que a resolução vigente. A resolução vigente, pelo menos,
é muito clara ao impedir qualquer tipo de remuneração para a pessoa que doa
óvulo, espermatozoide, para aquele casal que eventualmente doa o embrião já
pronto para fins de pesquisas.
A
legislação vigente, quando analisada de maneira sistemática, ela faz concluir -
e é neste sentido que foi a decisão do Supremo - que a utilização desses
embriões deve ocorrer no limite dos embriões excedentes, porque o preparo
desses embriões, a criação desses embriões, em um primeiro momento, tem a
finalidade de reprodução.
A
minuta que está na consulta pública - eu vou finalizar, presidente, peço mais
um minuto só para fechar o raciocínio - muda essa dinâmica.
É
muito detalhada, parece muito preocupada com segurança do material, dos exames,
mas ela, primeiro, não deixa tão claro que não pode haver remuneração, e,
segundo, não deixa claro - a não ser que eu não tenha compreendido bem - que os
embriões que serão destinados à pesquisa são aqueles embriões - e somente eles
- que excederem no processo de produção para fins de reprodução.
Então,
o que estou tentando dizer para quem nos acompanha é o seguinte: nós temos uma
lei que é restritiva, o Supremo deu uma decisão autorizando as pesquisas
com os embriões excedentes e já havia, houve e há críticas.
A
resolução que está sob consulta pública, na verdade, estraçalha com os limites
da legislação e da decisão do Supremo Tribunal Federal e, salvo melhor juízo,
abre portas para o comércio, para a produção de embriões para fins de pesquisa,
para fins até de produção de remédios ou quiçá cosméticos.
Não
está tão clara a proibição - e não deixa claro o que é o caso dos embriões
excedentes, ou seja, que a finalidade primeira seria reprodução e se sobrarem…
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
Vamos
supor, você faz dois embriões ou três, aí você implanta dois. Sobrou um, esse
um vai para pesquisa. Não, isso não está escrito na norma que está sob consulta
pública.
E é
uma temática complexa, uma temática técnica, e a Anvisa abre uma consulta e diz
assim: “Sugestões”. Sugestões de quem? Quem é que vai ler tudo aquilo ali? Se
eu que dei aula disso por dez anos tive que ler duas vezes para poder perceber
o tamanho do problema...
Então,
eu chamo a atenção dos cientistas, dos médicos, das pessoas que estudam a
Ética, Bioética, para esta consulta pública, que pode abrir portas para
acontecimentos muito ruins no nosso País de abuso, de pesquisa científica no
sentido do mau cientista, de brincar de Deus. E eu estou falando de argumentos
científicos, éticos, filosóficos, jurídicos e não religiosos.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre deputada. Com a palavra a deputada
Professora Bebel Lula. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.
Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos que nos
assistem pela Rede Alesp, quero saudar aqui o soldado
Arthur, em nome de quem saúdo a nossa Assessoria.
O bombeiro colega lá em cima também, o cabo Funchal; saudar o nosso
bombeiro também. Enfim, saudar a todos que estão conosco aqui nesta tarde do
dia 17 de fevereiro.
Quero começar neste dia falando justamente da nossa movimentação aqui em
frente a Alesp hoje pela manhã do Agronegócio.
Estiveram várias frentes do Agronegócio representadas. Também teve o pessoal da
Saúde, como estão nessa foto aí conosco.
* * *
- São exibidas imagens.
* * *
Todos contra esse maldito aumento do ICMS. “Não ao ICMS”; “Não ao aumento”.
Enfim, todos os setores estão prejudicados. “Cheque em branco não”. Nós demos
esse cheque em branco para o governador. Infelizmente, nós - “nós” que eu digo,
a Assembleia - permitimos esse absurdo.
Quero parabenizar o deputado Ricardo Mellão pelo PL que todos nós assinamos
hoje em coautoria. São vários deputados. Eu estou vendo a Leticia aqui; estou
vendo o Gil Diniz também.
Enfim, o Neri, o Nakashima, o Caio França. Me perdoe, eu não lembro o nome
de todos os deputados, mas estivemos juntos nesse projeto de lei para irmos
contra esse famigerado Art. 22, que nós já falávamos aqui que é um crime contra
a Assembleia, porque ele permite que o governador faça o que quiser ao arrepio da
Assembleia.
A Assembleia que se exploda e é isso que nós devemos evitar aqui. É por
isso que eu coloquei o meu nome de candidato a presidente desta Casa, para que
nós possamos ter uma Casa totalmente independente do governo do estado de São
Paulo.
Se nós votarmos novamente no PSDB, será uma continuação do governo de São
Paulo nesta Casa. Com todo o respeito que eu tenho ao deputado Carlão
Pignatari, uma pessoa que é minha amiga, mas o PSDB não pode, como não deve
continuar presidente desta Casa.
Nós precisamos resistir a esse governo. Nós precisamos lembrar ao povo que
foi o povo que nos elegeu. Nós precisamos colocar esta Casa no lugar digno que
ela sempre teve e não deveria estar fora desse lugar. É absurdo isso. Então,
hoje, neste movimento estiveram várias frentes presentes.
Quero agradecer aqui ao Agronegócio, a todos que participaram conosco, e
parabéns aos deputados Ricardo Mellão e Caio França, que sustam o Art. 22 da
Lei nº 17.293, e aos demais deputados que juntos assinamos esse projeto de lei.
Eu quero aqui também falar de uma ocorrência do 16º Batalhão. Nós temos
algumas imagens aí do 2º Pelotão da Força Tática do 16º Batalhão. O 1º tenente Atala, 2º sargento Freitas, cabo Aguiar, soldado Jefferson,
que pegaram uma ocorrência de apreensão de drogas na Rua Rodolfo Lottici, 379, na data de ontem, dia 16 de fevereiro.
Pegaram uma bela ocorrência, que durante o patrulhamento foi recebida a
informação de transeunte. Quando abordaram essa residência acabaram pegando
cerca de 300 quilos de maconha.
Eu queria só lembrar que esses homens são comandados pelo meu filho, o
capitão Telhada. É o comandante da Força Tática do 16º Batalhão. Parabéns a
esses homens e mulheres por essa bela ocorrência.
Também recebi o pedido aqui de um aluno oficial que solicitou para que nós
falássemos da campanha que houve, campanha “Companhia Solidária”, que arrecadou
oito milhões e meio de alimento e mais de 2.000 peças de roupa e cobertores em
2020 lá na Academia do Barro Branco.
Então, parabéns a todos alunos oficiais que participaram dessa campanha e
conseguiram oito toneladas e meia de alimento, 259 doações de sangue, 28.784
notas fiscais, 824 cobertores, 1.364 peças de roupa, 228 quilos de produtos de
limpeza e praticamente 34 quilos de produto de higiene pessoal.
Parabéns ao meu amigo, o coronel Romanek, que é o
comandante do Barro Branco, e também a todos os alunos oficiais, praças e
oficiais que participaram dessa campanha tão benéfica.
Eu queria dizer aqui também hoje daquele problema que houve lá com o
deputado federal Daniel Silveira. Eu quero me manifestar aqui. Não vou entrar
no mérito se é certo ou errado, mas na ação do STF. No meu entendimento,
totalmente arbitrária, totalmente autoritária.
Eles falam tanto de lei, de Constituição. Eles são os primeiros a rasgarem
a Constituição quando prendem um deputado numa situação esdrúxula dessa. No meu
entendimento, não deveria acontecer.
É vergonhoso que aqueles que deveriam manter a Constituição e zelar pelo
cumprimento da lei são os primeiros a sentarem em cima da Constituição e
cometerem essa arbitrariedade legal.
Finalmente para fechar - eu vou falar amanhã disso - eu recebi um email aqui da Escola Municipal de Educação Dilermando, lá
da região da zona oeste de São Paulo aqui, que a Cristiane, que é uma das mães
que tem o filho nessa escola, me mandou fazendo uma série de reclamações -
Escola Dilermando Dias dos Santos, na Vila Hamburguesa.
Aqui uma série de reclamações, uma série de problemas aqui que a escola vem
em perfeito estado de abandono. Amanhã, eu vou então ler esse email que eu recebi, porque aqui eu vejo sempre o deputado
que fala muito da parte da escola, que é o deputado Giannazi, e ele traz aqui
fotos de escolas abandonadas, tal. Giannazi, eu tenho recebido uns emails aqui de escolas que…
Eu não entendo, gente, o que está acontecendo. Nós estamos em 2021, a Saúde
está uma porcaria - para não falar outra coisa -, a Educação está uma porcaria.
Os hospitais estão fechando as pediatrias.
Uma assessora, uma colega minha, uma colaboradora, a Marli, ontem, cujo
filho de 11 anos passou mal, teve que ser socorrido. Foi em três hospitais,
Janaina; não tinha pediatra.
Eu sei que ela acabou sendo atendida no Hospital de Taipas, pondo o menino
como maior, que acima de 12 é maior. Ela teve que falar que o moleque tinha 12
anos para ser atendido, porque não tinha quem atendesse. Como é que pode em
2021 não ter pediatra nos hospitais? E nós ainda vamos apoiar um governo desse?
Gente, venham para essa campanha vocês também. Vamos mudar esta Assembleia.
Vamos colocar um presidente aqui que mude a Assembleia e valorize os deputados
e coloque o governo junto do povo e não contra o povo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre deputado. Convido a fazer uso da
palavra o nobre deputado Daniel José. (Pausa.) Nobre deputado Rodrigo Gambale.
(Pausa.) Nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Nobre deputado Adalberto
Freitas. (Pausa.) Nobre deputada Leticia Aguiar, V. Exa. tem o tempo
regimental.
A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento a todos os colegas presentes na
Assembleia Legislativa de São Paulo, um importante Parlamento para o Brasil.
Hoje, eu venho a esta tribuna de uma maneira um pouco diferente, especial.
Peço licença. Geralmente, tiramos o chapéu para alguém ou algo que nós
respeitamos.
Hoje, eu vou colocar o chapéu em nome do Agronegócio brasileiro, da
agricultura familiar, dos produtores rurais, das cooperativas de laticínios,
dos usineiros de cana, dos produtores de flores, dos pecuaristas - aqui em nome
da Cris Moraes, da região de Barretos, uma guerreira que tem lutado junto
conosco - dos criadores de cavalos, dos frigoríficos.
O Agronegócio é muito importante ao Brasil e para São Paulo. Gostaria de
destacar alguns números para que vocês entendam a importância do Agronegócio no
estado de São Paulo para o Brasil.
O Agro em São Paulo é responsável por 15% dos empregos formais, com grande
parte dos setores dos Serviços e Agroindústria. É importante destacar que no
estado de São Paulo nós temos 45 milhões de habitantes.
Vinte por cento do PIB nacional do Agronegócio é oriundo, proveniente, do
estado de São Paulo, que é o maior produtor mundial de cana de açúcar, de
açúcar e etanol.
Olhem a importância do Agronegócio do estado de São Paulo para o Brasil e
ao mundo. As exportações do Agronegócio para o exterior em cana de açúcar e
etanol são mais de cinco bilhões de dólares. Em carne, dois bilhões; sucos,
dois bilhões; produtos florestais, 1,8 bilhão; soja, 1,7 bilhão.
Vejam a importância do Agronegócio, o quanto ele gera economicamente e
empregos. Hoje, dia 17 de fevereiro de 2021, nós tivemos uma manifestação
importante contra o aumento do ICMS...
Lembram-se do pacote de maldades do governador João Doria? Pois bem, ele
foi aprovado no ano passado e dentro dele consta o Art. 22, que inclusive está
aqui na minha camiseta, Art. 22.
Hoje, fizemos a manifestação aqui em frente a
Assembleia Legislativa com demais parlamentares e apresentamos um projeto
suprapartidário, ou seja, com colegas de diversos partidos, que versa sobre a
revogação do Art. 22, para que quem empreende, comercializa para o País, para o
mundo, que gera emprego, renda e paga impostos não seja taxado ainda mais.
A gente não precisa de uma nova tributação ou aumento de impostos. Não são
apenas os nossos amigos do Agronegócio que estão passando por tantas
dificuldades e aumentos abusivos do ICMS com esse cheque em branco que foi dado
ao governador e que nós estamos tentando revogar.
O setor automotivo, por exemplo, foi impactado em 207% de aumento do ICMS.
É simplesmente impossível, impraticável trabalhar assim, manter as portas
abertas desse jeito.
O pessoal da Saúde, medicamentos sendo taxados, insumos hospitalares. Vocês
sabiam que as próteses para as pessoas com deficiência tinham zero de taxação
do ICMS? Hoje, foi para 18% com esse decreto do governador João Doria. É por
isso que nós estamos aqui, nos manifestamos de maneira ordeira e pacífica em
frente a Assembleia Legislativa. E registro mais uma
vez o meu apoio a todos esses setores que estão impactados, registrando, mais
uma vez, que fui contrária ao projeto. E continuo contrária.
Apresentei, em conjunto com os outros parlamentares, esse projeto pela
revogação do Art. 22 do pacote de maldades do João Doria. Continuaremos com
vocês, aqui, dentro da Assembleia Legislativa e nas ruas, para que a gente
possa reverter esses danos maldosos do governador João Doria.
A todos vocês que estiveram conosco, meu muito obrigada. Contem comigo.
Acreditamos que é possível, sim, mudar. Juntos, nós podemos mais. Juntos, somos
fortes.
Que Deus abençoe a todos os trabalhadores do Brasil e do estado de São
Paulo, mas, em especial, eu tiro o chapéu para o nosso querido Agronegócio, que
mantém o País em pé, firme e forte, mesmo diante de tantas situações difíceis
que estamos vivendo.
Que Deus nos abençoe.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, deputada Leticia. Convido a fazer uso da
tribuna o nobre deputado Sargento Neri. (Pausa.) Nobre deputado Teonilio
Barba Lula. (Pausa.) Nobre deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Nobre deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Nobre deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Nobre deputada
Marta Costa. (Pausa.) Nobre deputado Alex de Madureira. (Pausa.)
Iniciando
a Lista Suplementar, convido a fazer uso da palavra o nobre deputado Paulo
Fiorilo. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que acompanha esta
sessão, aqueles que nos acompanham pela TV Alesp, segunda-feira eu usei esta
tribuna para falar da situação difícil que algumas cidades do Interior vivem no
enfrentamento à pandemia, em especial com a nova variante da Covid-19.
Casos como Araraquara, que tem 100% dos
leitos de UTI e de enfermaria ocupados, Jaú, Alto Vale do Ribeira, caso de
Apiaí - o hospital de Apiaí já não suporta mais atender os casos da região.
Estive falando com a vereadora Darzi, de
Itaoca, que também trouxe a preocupação, os candidatos a prefeito, que vão
disputar a eleição de março, uma eleição excepcional, estão com Covid. Um deles
está aqui em São Paulo. Vivemos uma situação delicada.
Diante desse fato, eu propus à Comissão de
Finanças e Orçamento que a comissão pudesse oficiar o presidente desta Casa,
assim como falei com o líder do Governo e falei com o presidente Cauê que era
necessário que houvesse, por parte da Assembleia, o pedido ao governador do
estado para que libere, imediatamente, as emendas impositivas da Saúde.
Parece pouco, mas nós estamos falando de
uma cifra de mais de 250 milhões de reais, o que poderia ajudar a mitigar a
crise que as cidades enfrentam neste momento. Cidades que precisam de recursos,
cidades que precisam de apoio e de amparo.
Por isso, a gente aprovou o seguinte
ofício na Comissão de Finanças e Orçamento:
“Solicita que a comissão emita
posicionamento acerca de imediata liberação de emendas parlamentares
impositivas para a Saúde como medida de enfrentamento à pandemia da Covid-19.
Servimo-nos do presente para solicitar que
os nobres parlamentares membros desta Comissão possam, conjuntamente, avaliar a
pertinência e solicitar, institucionalmente, ao governador do estado, a
imediata liberação das emendas parlamentares impositivas à Saúde previstas nos
termos do § 6º, do Art. 175, da Constituição Estadual, de modo que os recursos
possam ser utilizados para auxiliar o enfrentamento à pandemia de Covid-19 neste
momento crítico pelo qual passam diversas cidades do Interior paulista.
Nos últimos dias, cidades no Interior
paulista, como Araraquara, Jaú, Águas de Lindoia, confirmaram a circulação de
variantes do novo coronavírus, tendo observado um agravamento da situação
sanitária, o que as levaram à adoção de medidas mais drásticas para a contenção
da doença.
Na cidade de Araraquara foi decretado
‘lockdown’ no último dia 15 de fevereiro pelos próximos 15 dias. Araraquara
registrou, nos últimos dias, uma taxa de ocupação de 100% dos leitos de
enfermaria e 100% de leitos de UTI em hospitais públicos e privados. O
secretário estadual de Saúde informou, ainda, que na cidade há 12 casos
confirmados da nova cepa de coronavírus, variante detectada em Manaus.
O prefeito da cidade informou que esse é o
pior momento da pandemia e que necessita de alerta de grau máximo. A secretária
municipal de Saúde também emitiu pedidos de auxílio e proteção às pessoas,
tendo em vista a criticidade do período.
Neste contexto, as prefeituras precisarão
agir de forma célere para que possam evitar situações de colapso no sistema de
Saúde, necessitando de recursos financeiros para tal. Por esse motivo,
solicitamos que as emendas impositivas destinadas à Saúde sejam imediatamente
liberadas.
Além disso, é razoável, ainda, solicitar
que os parlamentares que assim desejarem possam alterar a destinação de suas
emendas, de modo a adequar o objeto das mesmas para permitir sua utilização no
combate à pandemia nessas cidades.
Vale ressaltar, essa foi uma medida tomada
pela Câmara dos Deputados em 2020.”
É esse o ofício, com a alteração proposta
pelo presidente Wellington Moura, que era a de propor a liberação para todas as
cidades. Foi aprovado, vai ser encaminhado ao presidente da Casa para que a
gente possa, de forma consensual, solicitar ao governador empenho e celeridade
na liberação das emendas.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Tenente
Nascimento.
* * *
Nós vivemos um momento difícil. Quero aqui
me solidarizar com as populações de Araraquara, Jaú, Águas de Lindoia, com o
prefeito Edinho, de Araraquara, e com todas as autoridades das cidades que
enfrentam esse momento tão difícil, que é o de ter leitos, em sua totalidade,
ocupados e o risco de colapsar o sistema público de Saúde.
Por isso, quero dizer aqui que a Comissão
de Finanças, Orçamento e Planejamento tomou uma decisão muito importante na
manhã de hoje. Por unanimidade, não vou citar aqui o nome de todos, mas quero
fazer referência ao presidente Wellington, que acatou incluir o ofício na pauta
e aprovar essa iniciativa. Tenho certeza de que o presidente da Casa, o Cauê
Macris...
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Para concluir,
Sr. Deputado.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Vai fazer gestões junto
ao governador para poder encaminhar essa solicitação.
Sr. Presidente, eu vou encerrar, mas quero
dizer aqui ao senhor que a tolerância faz parte da Presidência. Alguns aqui
falaram quase dois minutos a mais, eu, com menos de um, sou interrompido pelo
senhor.
Então, eu queria pedir que o senhor
pudesse continuar, na mesma toada dos outros presidentes, com a tolerância
necessária, mas como o senhor já me interrompeu, diferente do Coronel Telhada
que, quando preside, tem demonstrado parcimônia e tolerância, eu aqui encerro o
meu discurso pedindo que encaminhe esse texto ao Sr. Governador, ao secretário
de Saúde e ao secretário Malufinho, secretário responsável pela liberação das
emendas.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Serão encaminhadas,
as notas taquigráficas, ao governador, conforme pedido do deputado Paulo
Fiorilo.
Queremos, agora, continuando a lista de
oradores inscritos na Lista Suplementar, quero convidar à tribuna o deputado
Gil Diniz. Deputado Gil Diniz tem o tempo regulamentar, os cinco minutos
regimentais. Vai lá, Gil.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, nobre deputado Tenente Nascimento, que
assumiu os trabalhos aqui na Presidência. Cumprimento todos os deputados
presentes aqui no Pequeno Expediente.
A
deputada Monica chamava a minha atenção aqui quanto ao uso da máscara. Deputada
Monica, peço um pouquinho de tolerância neste momento. Não vale processo no
Tribunal de Justiça, hein? Já perdeu dois aí, vai perder o terceiro.
Queria
cumprimentar os nossos assessores, policiais militares e civis, quem nos
acompanha pela rede Alesp.
Presidente,
hoje é um pequeno dia, iniciado ontem, por volta das 22 horas. A gente tem até
que medir as palavras, escolher as palavras aqui, porque nós podemos agora,
deputada Leticia Aguiar, ser presos no exercício do nosso mandato por crime de
opinião. Que absurdo.
Então,
deixo aqui registrada a minha solidariedade ao deputado federal Daniel
Silveira, que foi preso indevidamente, criminosamente, ontem, por crime de
opinião. E isso não existe. Nós não podemos aceitar, tolerar decisões
arbitrárias, autoritárias como as de alguns ministros do STF, especificamente
do Sr. Alexandre de Moraes. Lembrando aqui, Alexandre de Moraes tucano,
psdbista, ex-filiado ao partido que domina São Paulo há muito tempo.
Deixo
aqui a pergunta: o STF é um tribunal superior ou é um partido político? Porque
não é possível que o Art. 53 da Constituição Federal não seja respeitado pela
Corte, que deveria defender essa Constituição. Ou, então, que se altere aqui o
Art. 53.
Eu
sugiro a esse novo partido que faça essas alterações. Lógico, disputem
eleições, porque os senhores não foram eleitos para absolutamente nada. Como
sugestão para o Art. 53 eu deixo aqui: os deputados e senadores são invioláveis.
Repito:
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos. Esse é o Art. 53. Eu sugiro a esse novo partido político que coloque uma
vírgula, “exceto se o deputado for bolsonarista, exceto se o deputado não
aceitar, não acatar decisões arbitrárias, decisões autoritárias”. Faço aqui
essa sugestão.
E
continua nos parágrafos subsequentes: os deputados e senadores, desde a
expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal. Segundo, desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Eu
não sabia que opinião, agora, é crime inafiançável.
Vejam
só vocês o exemplo que nós temos no Congresso Nacional. A deputada Flordelis é
acusada de mandar, ser mandante da execução do marido e está lá livre, leve e
solta, trabalhando no Congresso Nacional com uma tornozeleira. E o deputado
Daniel Silveira está preso por emitir uma opinião que desagrada a muitos, que,
para muitos, é mais forte, incisiva.
Outros
até entendem que seja criminosa, Castello Branco. Eu não tenho esse
entendimento. Mas a Constituição é clara, o mandato do deputado é inviolável.
Agora, se os ministros mandam prender um deputado federal no exercício do seu
mandato, o que não farão com o cidadão comum?
Isso
aqui é um recado para toda a população que tem vergonha desse Tribunal, que tem
vergonha de decisões arbitrárias, autoritárias desses ministros, que tentam
legislar sem voto, que não representam ninguém, só a si mesmos.
Para
finalizar, presidente, não é a primeira vez que esse ministro toma uma decisão
arbitrária. Meses atrás mandou prender, deputado Castello Branco, em flagrante,
dois manifestantes que foram até a porta da casa dele e o ofenderam. Olha que
situação.
O
presidente Bolsonaro foi no início do ano legislativo ao Congresso Nacional, e
foi chamado de fascista, foi chamado de genocida, foi ofendido de tudo quanto é
forma. Ninguém foi preso, não chamaram nem atenção dos deputados.
E
é ótimo que na democracia nós tenhamos o direito de emitir as nossas opiniões,
principalmente os parlamentares, o cidadão eleito pelo voto popular, que
representam aqui 100, 200, 1 milhão de pessoas.
É
simplesmente absurdo. Nós não podemos aceitar decisões arbitrárias como essa. Ontem
foi o Daniel Silveira, amanhã será cada um de nós aqui se formos contrários a
essas decisões.
Nós
não podemos nos ajoelhar, nós não podemos ser vassalos desse ex-filiado do PSDB
no estado de São Paulo, tucano raiz, tucano no seu DNA, que agora persegue
parlamentares.
Outro
dia o governador pediu a cabeça de um jornalista, ao vivo, em uma rádio,
deputado Nascimento. O STF, na figura do ministro Alexandre de Moraes, mandou
prender o jornalista Oswaldo Eustáquio, que hoje está paraplégico, sofreu um
acidente dentro da cadeia.
E
agora manda, para finalizar presidente, prender um parlamentar, um deputado
federal no exercício do seu mandato. O nosso repúdio a essa decisão autoritária
desse ministro.
Eu
espero não receber hoje a visita da Polícia Federal com mandado de prisão em
flagrante. Olha que absurdo! Se tem mandado, como que é flagrante? Se é
flagrante, como que tem mandado? Volte para o banco escolar, ministro. Pelo
amor de Deus, uma vergonha. Eu peço, Sr. Presidente, que mande as notas
taquigráficas deste discurso ao Supremo Tribunal Federal.
O
povo de São Paulo, o povo brasileiro não aguenta mais esse tipo de decisão
autoritária, ditatorial, bizarra que alguns ministros vêm tendo, vêm cometendo.
Então,
o nosso repúdio a esse tipo de decisão e nosso apoio aos deputados que são
independentes, que não são vassalos dos outros poderes.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Serão
encaminhadas conforme solicitação de Vossa Excelência.
Encerrando o Pequeno Expediente, queremos
dar a abertura, agora, ao Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Gostaria de usar a
tribuna pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - É regimental. Tem
V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, presidente.
Enquanto a deputada Monica Seixas se dirige à tribuna eu gostaria de fazer uma
breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - É regimental,
deputado. Tem a palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, eu quero discordar veementemente do pronunciamento do deputado Gil
Diniz, que eu respeito, mas eu discordo radicalmente do que ele diz.
E
dizer: esse deputado federal, Daniel Silveira, ainda do PSL - mas até o PSL já
está pedindo a cassação - ele vai ser expulso do partido. Está hoje na
imprensa. Mas ele tem uma ficha corrida. Ele é investigado por venda ilegal de
anabolizantes em Petrópolis. Em quatro anos como PM, ele acumulou 80 dias
preso, e mais 70 punições por indisciplina.
Esse
é o deputado que V. Exa. está defendendo. É aquele que quebrou a placa em
homenagem a Marielle Franco no Rio de Janeiro. Ele está sendo investigado no
inquérito das Fake News no Supremo Tribunal Federal. Participou de atos
pró-ditadura. É um ardoroso defensor do AI-5 e da tortura, da época do regime
militar.
Acho que ele não deveria ser só preso, mas
cassado. Cassação já, em nome da democracia, porque o que ele está fazendo não
é liberdade de expressão e de opinião. Ele está cometendo crime de ódio,
incitando a violência e a tortura.
Isso a democracia não tolera. Ele atenta
contra a democracia, contra as instituições democráticas do País, com todos os
defeitos que ela tem. Nós criticamos e queremos aperfeiçoá-las.
Agora, ele caminha no extremismo. Isso é a
antessala do governo protofascista que em breve será implantado no Brasil se as
instituições, se o campo minimamente democrático não tomar as devidas
providências.
Porque é assim que começa, Sr. Presidente.
Então nós estamos preocupados. Acho que o Supremo agiu corretamente. Mas temos
que ir além. Temos que pedir a cassação desse deputado federal, Daniel
Silveira, do PSL.
Até o PSL, que é um partido de direita,
que até ontem era bolsonarista, está pedindo a expulsão dele do partido, de tão
grave que é a situação.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Tem a palavra a
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL -
PELO ART. 82 - Obrigada. Eu vim aqui para falar sobre a volta às aulas de novo,
refletir sobre esse momento caótico da reabertura de mais um setor, ao mesmo
tempo que o estado de São Paulo sofre com vagas hospitalares.
A
situação de Araraquara é bastante dramática, mas também bastante simbólica do
período que a gente está vivendo. Mas não posso subir a esta tribuna sem
refletir sobre temas que foram trazidos hoje anteriormente por outros
deputados, a começar pela solidariedade aos trabalhadores da Assembleia
Legislativa, principalmente ao pessoal da faxina, que são terceirizados. Eu sei
da dificuldade de estar aqui, dia a dia.
Acho
que esse é o símbolo mais tosco que carregam os senhores eleitos para carregar
esse terno cinza, e gritar aqui por seus direitos, a liberdade. Mas vêm aqui
berrar, quando a gente sabe que a saliva é a arma que mata.
Mata
sobretudo as pessoas mais pobres. E após cada fala aqui, de pessoas que se
recusam a usar máscara, fico até longe para não ficar no raio de receber saliva
na cara. Após cada fala, uma trabalhadora terceirizada tem que colocar a sua
vida em risco, limpando esse microfone e limpando essa tribuna.
Eu
me envergonho. Eu me envergonho de ter alguém fazendo esse tipo de serviço, por
adultos que não sabem seguir protocolos de higiene. Outra questão. A máscara
serve para evitar...
Gil,
a minha fala. Você sabe ler, Gil? Você não sabe ler, né Gil? Vou falar para
explicar para você.
Máscara
serve para evitar que você emita partículas que contaminem os outros. Máscara
serve como um ato de solidariedade para que você não contamine os outros. Não
serve para te proteger. Uma gotícula da sua saliva, na minha máscara, me
infecta.
Mas
a minha máscara evita que eu emita saliva a você. A maioria dos mortos no Brasil
tem esse perfil: trabalhadores pobres, negros, com dificuldade ao acesso da
Saúde. Meu pai, um deles, morreu em junho do ano passado, infelizmente, vítima
do coronavírus.
Agora
eu quero falar sobre o assunto mais latente e potente. Se a gente tem dificuldade
- falo isso toda semana - entre adultos, vamos ter que ir à Justiça de novo
contra a Presidência da Casa?
A
gente viu o parlamentar com uma vasta lista corrida de crimes e infrações,
sendo machista e agressivo - como são todos dessa ordem bolsonarista - com uma
mulher trabalhadora, da Polícia Federal, quando foi preso, porque não queria
usar máscara.
Se
a gente tem dificuldade na Assembleia Legislativa, entre adultos, de fazer as
pessoas compreenderem os parâmetros da ciência para a proteção de vidas,
imagina nas escolas públicas. A gente visitou escolas públicas durante a semana
passada. Flagrou que o Estado de São Paulo não está cumprindo os protocolos.
As
agentes de organização escolar, ou professoras, ou trabalhadoras da
coordenação, que ficam na porta, medindo termômetro, não foram orientadas para
ajustar o termômetro para pulso e para testa, o que é diferente. É por isso que
a medição de temperatura pode dar diferente. Não há janelas que abram, não há
ventilação. Às vezes, não há faxineira.
O
protocolo do Governo do Estado é higienização, a cada três meses, de todos os
ambientes. Mas não há faxineira contratada - porque elas foram demitidas
durante a quarentena - para garantir o protocolo de higienização nas escolas.
A
gente tem recebido diversas denúncias de contaminação entre os trabalhadores da
Educação. Desde merendeiras, agentes de organização escolar, professores etc.
Não foram distribuídas, para as crianças mais pobres, EPIs. Na visita que fiz à
escola, inclusive uma delas me barrou. Cheguei bem na hora do intervalo. Era
uma escola periférica.
Foi
a escola com o maior número de alunos que eu vi. Simbólico. Imagino que as mães
mais pobres e as famílias mais pobres dependam mais desse aparelho público, até
para acessar a alimentação escolar, ou por cuidado, porque estão obrigadas ao
trabalho.
Então
era uma escola que tinha 60 alunos, mais ou menos, num período, e era
intervalo. A gente chegou e viu todas as crianças praticamente sem máscaras,
correndo, brincando, brigando, compartilhando equipamentos, compartilhando
lanche.
O
que não tinha, eram agentes de organização escolar para conseguir manter os
protocolos. A gente viu até trabalhadores sem máscara, não orientados, com
muitas dúvidas do que fazer com as crianças que vieram sem ser seu dia.
Tem
revezamento entre os alunos na escola pública. Tem uma lista de dias que as
crianças podem ou não podem. Com muitas dúvidas sobre o que fazer com as
crianças que vieram fora do seu dia, com muitas dúvidas do que fazer com as
crianças que apresentavam sintomas, crianças que chegam na escola com febre.
O
que fazer? Não pode mandar um menor para casa, sozinho. E se sua família
estiver trabalhando? A escola pública não tem uma enfermaria. Não tem uma sala
vazia, onde se possa isolar essa criança.
Se
pode isolar uma criança de oito anos, de cinco anos, de seis anos? Você pode
deixar sozinho, caso haja um espaço? Esses protocolos do Governo do Estado não
respondem. E porque não respondem é que a política de volta às aulas é
assassinato em massa.
A
gente entende e compreende que há um grande dano para as famílias trabalhadoras
e para as crianças, os estudantes, com o fechamento das escolas. A gente
entende que todos nós estamos sofrendo muito para nos manter de pé diante dessa
pandemia. É um sacrifício, para os trabalhadores da Assembleia Legislativa,
estar aqui.
É
um sacrifício para o comerciante, o trabalhador do comércio, que está dia a dia
colocando a sua vida em risco. A gente entende a ansiedade, a dificuldade de
alfabetização, mas a gente entende também que a melhor coisa para essas
crianças é voltar para casa, encontrar as suas avós - que são a maioria das
cuidadoras das crianças - vivas.
É
poder contar com os seus professores e professoras vivos. É poder sonhar com o
futuro, com as pessoas que ama e conhece, porque o maior prejuízo para as
crianças, nesse momento, seria o trauma de passar pela perda de alguém que ama.
A gente sabe que isso pode ser muito numeroso com a volta às aulas não
planejada.
Por
isso, hoje o nosso mandato lançou um formulário nas nossas redes. Está lá. A
gente quer saber de você, trabalhador da Educação, família, estudante, se o
estado de São Paulo está cumprindo as normas sanitárias que impôs, na escola
onde você estuda, na escola onde seu filho ou seu neto estuda.
Tem
janela que abre? Tem torneira que funciona? Tem sabão? Mais do que isso, tem
trabalhador treinado para cuidar das crianças e mantê-las seguras, salvas e
distantes? É o que a gente quer saber.
A
gente vai continuar na Justiça para que a volta às aulas aconteça de maneira
segura, de maneira saudável, para garantir mais do que um futuro promissor.
Essa é uma dor desse momento: as pessoas terem que continuar batalhando pelo
arroz com feijão, sob risco de morrerem.
Mais
do que a chance de ter um futuro, a gente está batalhando para que toda a
comunidade escolar tenha a chance de continuar viva.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista
de oradores inscritos no Grande Expediente, quero chamar o deputado Dirceu
Dalben. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Marcio Nakashima.
(Pausa.) Deputado Sergio Victor. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.)
Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputada
Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Coronel
Telhada. (Pausa.) Deputado Castello Branco.
Deputado Castello Branco, se dirija à
tribuna. Tem o tempo regulamentar para o seu pronunciamento.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Grande Expediente do dia 17 de fevereiro de 2021. Vamos
continuar falando da manifestação dos ruralistas, do produtor rural, do homem
da terra contra o aumento de impostos. Eu trouxe para vocês um vídeo e algumas
imagens do sucesso que foi essa manifestação.
* * *
-
É feita a exibição de vídeo.
* * *
Uma
manifestação que teve, cerca de mil e poucas pessoas, mas que representavam
mais de 6 milhões. Por quê? Porque cada uma dessas pessoas era líder de uma
associação de produtores rurais, de uma cooperativa, de um sindicato. Ele era
um representante de um segmento grande.
Foram
mais de 50 tratores, mais de 500 veículos, que vieram dizer “basta” ao
governador Doria, ao aumento de impostos. Uma mobilização trabalhosa que
começou no dia de ontem, foi madrugada adentro.
Às
seis e meia da manhã, nós já estávamos no Ceagesp, nos preparando para essa
grande carreata pela cidade de São Paulo, dizendo: “você, que está nos ouvindo,
se o pessoal da roça não plantar, você não vai jantar, não vai almoçar”.
Eu
queria aproveitar a presença do deputado Caio França, Ricardo Mellão, Gil
Diniz, Valeria Bolsonaro, Major Mecca, a tropa do bem, deputado Frederico
d’Avila. Enfim, muitos deputados desta Casa que estavam lá, defendendo o
produtor rural. Aquele pequeno produtor rural, aquele cara que tem a sua
terrinha e precisa viabilizar a sua produção.
Com
o aumento de imposto, o produtor rural, que já está com a faca na garganta, já
está com dificuldade de se manter vivo, vai piorar ainda mais. É claro, lá no
final da fila, quem vai pagar é você, dona de casa, você consumidor, porque
isso vai ser repassado para a sua cesta básica.
Então,
aqui, várias associações, várias cooperativas, vários produtores rurais que se
juntaram, lembrando que a maioria não pôde vir porque está trabalhando, sol a
sol, chuva a chuva. Então eles se fizeram representar pelos seus líderes. E
aqui estiveram, ombro a ombro conosco, dizendo claramente ao governador do
estado de São Paulo que não suportam mais as suas decisões arbitrárias.
Terminamos? Temos mais algumas imagens.
Nós
vamos encerrando o nosso posicionamento, concitando à população de São Paulo
que se una, que estejamos juntos, que possamos, finalmente, mudar a realidade
da Assembleia Legislativa de São Paulo, que agora em março vai passar por uma
eleição.
Temos
esperança de uma renovação nessa Mesa, após mais de 30 anos. Temos ainda as
eleições internas do PSL, que precisa ser oxigenado, que precisa de uma nova
visão.
Enfim,
estamos passando por um momento de mudanças. Esperamos que você, população de
São Paulo, esteja conosco, solidário nessa transformação. Estamos atentos
também à abertura das escolas, que é uma das nossas importantes pautas.
A
abertura do comércio, principalmente bares e restaurantes, enfim, a retomada da
vida como ela é, da vida que precisa da Economia e, finalmente, de novo,
precisa do produtor rural.
Juntos,
somos mais fortes. Somos todos um só.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista
de oradores inscritos, quero chamar a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Caio França.
Deputado Caio França tem o tempo
regulamentar para o seu pronunciamento.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, caros colegas, subo à tribuna desta
Casa, no Grande Expediente de hoje, para também me manifestar a respeito da
agenda de mobilização que tivemos hoje, aqui em frente à Assembleia
Legislativa, e depois adentrando nesta Casa, com diversos setores afetados
pelos aumentos do ICMS do governador João Doria, que tiveram lastro num projeto
de lei infelizmente aprovado por esta Casa no ano passado, por um único voto.
Nós
avisamos muito os colegas que isso poderia acontecer e aconteceria, mas muitos
achavam que não. E a prática é que na virada do ano diversos setores da
sociedade foram diretamente atingidos, e claro que, como consequência disso, o
consumidor final também, como sempre, acabou pagando esse pato.
Já
foi falado aqui de todos os setores envolvidos: dos produtores rurais, também
das concessionárias de veículos, dos revendedores. Hoje, vieram aqui também
setores envolvendo os planos de saúde, as Santas Casas, que também estão
altamente prejudicadas com o aumento.
Pensem
- e pasmem - V. Exas.: no meio de uma pandemia, nós tivemos aumento dos insumos
envolvendo a área da Saúde. Então, nós apresentamos hoje... E aí eu faço
questão de falar, porque eu considero de extrema relevância a quantidade de
deputados envolvidos e também as diferenças que existem nesses parlamentares em
relação ao partido.
Eu
sou do PSB; deputados do PSL, do Novo, do Patriota, do PDT; enfim, foram vários
colegas deputados que têm posturas diferentes em relação a outros assuntos aqui
da Casa, mas que, nesse assunto, estivemos juntos.
E
estamos juntos. Por quê? Porque não é justo que a Assembleia Legislativa, que
sempre reclama de falta de competências legislativas, reclama que aqui você não
tem a condição de legislar sobre temas importantes, abra mão de alguma
competência, ainda mais em se tratando de aumento de impostos.
Mas
no PL 529, aprovado no ano passado, esta Casa abriu mão de legislar sobre
aumento de impostos, e deu essa prerrogativa única e exclusivamente para o
governador.
Neste
atual momento, para o governador João Doria. Mas não é só para ele que nós
estamos pedindo e querendo voltar para que esta Casa possa discutir o aumento
de impostos.
É
para qualquer outro governador que venha a exercer esse cargo. Não pode
ninguém, por mais boa vontade que tenha, aumentar impostos sem passar pelo
Legislativo. Só a Assembleia Legislativa que acabou abrindo mão disso.
Nós
já cobramos muito aqui, mas infelizmente o governador recuou uma parte desses
aumentos, mas outra parte deles, inclusive, já consta, senhores, no Orçamento
que nós votamos aqui no ano passado.
Então,
ele terá dificuldade até para voltar atrás da besteira que fez. Por isso, para
poder suprir de maneira legislativa, de maneira correta, nós apresentamos esse
projeto de decreto legislativo que, nada mais, nada menos, revoga o Art. 22 da
lei oriunda do 529.
E
aí eu quero pedir aos líderes partidários, ao presidente, à Mesa Diretora, que
possa acatar um pedido de todos os deputados e coloque aqui para discutir esse
projeto.
Pessoal,
eu gostaria mesmo é que o governador voltasse atrás, como fez com uma pequena
parte dos produtos que ele taxou, aumentando o ICMS. Mas, nesse caso, não se
trata nem de voltar atrás nisso, mas sim de evitar futuros problemas, de evitar
novos aumentos, porque, com todos os defeitos que o Poder Legislativo possa ter
- e ele tem -, mas por aqui você tem mais democracia.
Os
setores da sociedade são ouvidos. Agora, o governador senta na mesa com o
secretário da Fazenda e com o secretário de Governo e decide aumentar imposto
sobre qualquer assunto. Sobre os veículos, revenda de veículos usados.
E
aí, caros colegas, não tem uma cidade no estado de São Paulo onde não exista
uma loja que faça esse tipo de atividade. “Ah, não é assim, o agronegócio, só
interior que pega, ou então o próprio Vale do Ribeira”.
Primeiro
que não é verdade, porque o produto chega à mesa de todo mundo, desde o maior
centro urbano, que é a capital, a Grande São Paulo, até a menor cidade do
estado de São Paulo. Mas no caso das revendas de automóveis, toda cidade tem
um.
Eu
posso imaginar como é que não está a vida desse cidadão, porque eu estive na
manifestação deles, fizemos uma grande carreata na Baixada Santista, que tem
tradição na revenda de veículos usados.
E
hoje é simplesmente inviável fazer uma revenda de veículos e você pagar 207% a
mais do imposto, que tinha sido aumentado lá atrás, pelo governador Alckmin.
Infelizmente, o governo está levando as pessoas para a informalidade, e
isso não é bom para ninguém.
Não
é bom para eles, porque, claro, ninguém quer ficar exposto; não é bom para quem
está comprando; e também não é bom para o governo. O governo está com os olhos
muito grandes em cima dos empreendedores, de quem gera emprego, gera renda.
E
aí eles falam, nessa guerra de narrativa, sobre benefícios fiscais, que nem
sempre é verdadeira... Nem tudo que está abaixo de 18% de ICMS é benefício
fiscal. É só você olhar para os demais estados no nosso entorno e você vai
perceber que não é verdade. Na maioria dos estados... São Paulo já taxa, já
cobra mais do que outros estados.
Então,
senhoras e senhores, eu quero pedir para que o presidente possa, antes ainda da
eleição da Mesa, colocar esse projeto para a gente debater aqui. É a devolução
da Assembleia de uma capacidade legislativa nossa.
Eu
já votei aqui, na legislatura passada, um projeto do governador Alckmin que aumentava
impostos sobre a cerveja e o cigarro e baixava impostos da areia de construção,
medicamentos e outras coisas mais.
Agora
simplesmente acabaram com essa possibilidade. O governador vai se juntar com
uma, duas, três pessoas, e vai decidir por todo o estado de São Paulo. Afinal,
nós também fomos eleitos para isso.
Então,
eu quero aqui dar os parabéns a todos os parlamentares que se dispuseram a
estar aqui hoje; àqueles que não puderam, até pelo receio do coronavírus, que
têm mais idade ou então que têm alguma dificuldade de mobilidade. Mas eu quero
parabenizar aqueles 30 parlamentares que assinaram esse texto.
E
agora reforço, aqui, para que o Colégio de Líderes possa pautar esse assunto,
que já é um dos principais assuntos nas principais mídias.
Presidente,
é isso. Eu peço que essa minha manifestação possa ser encaminhada para a Casa
Civil e também para o Sindicato e Federação das Concessionárias e da Revenda de
Veículos Usados, e também para todos os sindicatos que estiveram presentes aqui
hoje, envolvendo os produtores rurais.
É
isso, presidente. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista de oradores inscritos, chamamos, a
seguir, o deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Frederico d'Avila.
(Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Deputado Carlos
Giannazi se dirige à tribuna e tem o tempo regulamentar para o seu
pronunciamento.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, de volta a esta tribuna, eu quero, primeiro, me associar às falas de
alguns deputados em relação à revogação de um dos artigos, ou dois artigos, da
famigerada lei fruto do também famigerado PL 529.
Na verdade, eu já apresentei...
Inclusive, fui ao Ministério Público com uma representação, pedindo que o MP
entre com uma Adin contra toda a lei, a lei na sua integralidade.
Toda ela é perversa, não só esses artigos
que atacam o agronegócio, os interesses do agronegócio, que mexem nessa questão
dos impostos. Mas tem artigos que atacam os servidores, os trabalhadores, como
por exemplo aquele artigo que aumenta a alíquota de contribuição do Iamspe.
E o mesmo eu digo em relação à lei da
reforma da Previdência, que tem que ser revogada imediatamente, porque ela
ataca os aposentados e pensionistas.
Então, eu peço também o apoio de todos os
deputados e deputadas que estão participando desse movimento pela revogação
desse artigo sobre o aumento dos impostos, para que os deputados se engajem
também, com mais força ainda, na nossa luta para acabar com o confisco dos
aposentados e pensionistas do estado de São Paulo.
Para que o nosso PDL, o Projeto de decreto
Legislativo no 22, de 2020, seja aprovado em regime de extrema
urgência.
A Assembleia Legislativa tem que fazer
justiça, tem que fazer uma reparação, porque ela errou, ela se aliou ao
governador Doria contra aposentados e pensionistas, e ela tem que fazer essa
reparação.
Então, nós temos que votar imediatamente
o nosso PDL 22, acabando de vez com esse assalto à mão armada praticado pelo
governo Doria contra os nossos servidores aposentados, pensionistas, que já
deram a sua contribuição, já serviram a pátria amada do serviço público do
nosso Estado, e agora estão sendo penalizados, roubados e assaltados.
Então, peço apoio; vamos votar com
urgência o nosso PDL 22, que já está pronto, inclusive. Já foi aprovado nas
comissões permanentes; só falta a aprovação daquela emenda de plenário, que foi
um golpe que o governo deu para retirar o projeto de votação.
Mas o PDL já foi aprovado nas comissões;
isso tem que ficar muito claro aqui na Assembleia Legislativa, porque tem
deputado sabotando, dizendo que o PDL é inconstitucional, inventando umas
histórias para tentar dividir o movimento. E não: o projeto foi aprovado, tem
pareceres favoráveis de todas as comissões permanentes, sobretudo da Comissão
de Constituição e Justiça.
Sr. Presidente, quero aproveitar, ainda,
para retomar outro tema muito importante. Primeiro, manifestar mais uma vez o
meu total apoio às greves sanitárias da rede estadual e da rede municipal aqui
em São Paulo.
As duas redes entraram em greve em defesa
da vida, em defesa da Saúde Pública, em defesa do processo civilizatório; é
disso que se trata, porque ambos os governos, o Doria e Bruno Covas, estão
empurrando os nossos profissionais da Educação e toda a comunidade escolar para
a morte.
São as aulas da morte - é isso que
representa a volta às aulas presenciais. Tanto é que a própria imprensa já está
divulgando o aumento do número de contaminações nas nossas escolas e entre os
membros da comunidade escolar.
Ontem mesmo, a própria imprensa já fala
em 743 casos de contaminação em todo o estado, de escolas públicas e privadas
do estado de São Paulo. A nossa entidade sindical, a Apeoesp, está fazendo um
levantamento; estou fazendo, também, um levantamento paralelo aqui no Estado. O
vereador Celso Giannazi faz um levantamento da rede municipal.
E nós já temos, aqui também, na rede
estadual, 253 escolas com casos de contaminação; e com 432 casos. São 253
escolas, mas isso representa, em número de pessoas, 453 casos de pessoas com
coronavírus - contaminação da rede estadual.
Só da rede estadual de ensino, que
representa mais da metade do número estadual, que é de setecentos e quarenta e
três. E todas as redes juntas, inclusive a rede particular. Então, é inviável;
todos sabem disso.
O aumento da contaminação está chegando,
já atingiu ou está atingindo o auge no estado de São Paulo. Vejam só, Srs.
Deputados e Deputadas, o caso de Araraquara, caso gravíssimo; a cidade está
fechada. Inclusive, com a nova cepa, a nova variante do vírus, de Manaus.
Manaus é aqui e agora.
Eu já tinha falado sobre isso alguns dias
atrás; que Manaus seria aqui se nada fosse feito. Dito e feito: várias cidades
estão, também, com toque de recolher, que a imprensa não está divulgando.
Guapiara, Apiaí, Itaoca, Ribeirão Branco, são
cidades pequenas ali do Alto Vale do Ribeira, que também estão em estado já de
calamidade pública com as suas portas fechadas. E por quê? É o vírus, minha
gente.
A doença existe, não é uma gripezinha, ela
é séria e se alastra no Brasil e se alastra com muita força em São Paulo. E é
nesse cenário de alastramento, de piora que o governador determina a volta às
aulas presenciais.
Isso é um crime, em escolas que não estão
preparadas, escolas sem a mínima condição de receber os alunos - são várias, eu
tenho mostrado o tempo todo. Inclusive eu separei aqui mais uma. Todos os dias
eu trago aqui fotos e vídeos.
Sr. Presidente, eu quero mostrar aqui a
situação da Escola Estadual Arthur Wolff Neto, que fica aqui na região do
Jabaquara. Vejam só a escola do PSDB, a escola do Doria, a escola do Rossieli
Weintraub.
Olhem só, deputados e deputadas, essa é a
escola que o nosso governador quer receber os alunos. E está recebendo, porque
estão tendo aulas nessas escolas degradadas, sucateadas, Sr. Presidente, por
falta de investimento, por falta de reformas estruturais. A FDE não reforma as
escolas, essa é a situação de mais uma escola da rede estadual que não tem
condição de ser reaberta. São várias, são dezenas.
Eu tenho mostrado vídeos, repito, fotos,
tenho visitado muitas delas. Vou pessoalmente, faço visitas, mesmo com essa
tentativa de proibição, desse AI-5 da Educação do Rossieli, que é um serviçal
do Doria.
Ele apresentou um comunicado dizendo que
agora para entrar na escola tem que fazer agendamento prévio na Diretoria de
Ensino, inclusive parlamentares e até mesmo agentes sanitários.
É um absurdo total que um conselheiro
tutelar da criança e do adolescente não possa entrar numa escola sem
agendamento prévio. Que um promotor de Justiça, lá do Geduc, por exemplo, não
possa visitar uma escola sem agendamento. De um juiz, um juiz de algum fórum,
de uma comarca não possa visitar.
Esse comunicado não tem que ser respeitado
porque ele é inconstitucional. Inclusive eu já acionei o Ministério Público em
relação a isso.
O que eu quero dizer é o seguinte: a greve
sanitária é um instrumento de luta, é um instrumento em defesa da vida de toda
a comunidade escolar, porque se as aulas presenciais não forem suspensas, Sr.
Presidente, nós vamos ter um alastramento cada vez maior do coronavírus, porque
já há centenas de casos de contaminação nas escolas com os casos já
registrados, inclusive, até mesmo na rede particular de ensino.
Várias escolas estão suspendendo as aulas
parcialmente ou totalmente, escolas da elite econômica do estado de São Paulo,
que reabriram e agora estão fechando: o Colégio São Luís, que é um colégio da
elite econômica de São Paulo, a classe média; o Colégio Santa Cruz, que
suspendeu as aulas. Iniciou e suspendeu por caso de contaminação.
E para concluir, Sr. Presidente, eu quero
manifestar uma vez mais o meu repúdio à afirmação de ontem do secretário
Rossieli, criminalizando os professores pela contaminação. Ele pegou um caso de
três professores que estavam indo juntos, um dando carona para o outro, e esses
professores foram contaminados.
E ele está criticando os professores,
dizendo que os professores não seguiram os protocolos. Ou seja, o professor
pega uma carona com outro professor justamente para não utilizar o ônibus, o
transporte público, que aí, sim, que ele vai se contaminar, e agora o Rossieli
está criminalizando os professores, dizendo que eles não seguiram os
protocolos.
É mentira, tem várias escolas, Sr.
Presidente - para concluir - com professores, com servidores, com alunos
contaminados. Não tem testagem, não tem nada, não tem controle as escolas não
suspender as aulas, quando têm esses casos, como faz a rede particular. A rede
particular suspende imediatamente.
Lógico, porque a pressão ali é classe
média. Agora, na periferia, não. Se tem um professor com coronavírus, o
professor é afastado, mas não tem testagem, não tem rastreamento e as aulas
continuam. E os outros contaminados continuam contaminando outras pessoas
porque não tem controle.
Então, eu queria fazer esse repúdio à fala
do secretário Rossieli em tentar criminalizar os professores pela contaminação
do coronavírus.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista
de oradores inscritos no Grande Expediente, chamamos à tribuna o deputado Dr. José
Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputada Damaris
Moura. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.
O deputado Gil Diniz tem o tempo
regulamentar para o seu pronunciamento aqui.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Obrigado, presidente. Volto a esta tribuna mais uma vez falar sobre a
manifestação que houve nesta manhã, mas não poderia me furtar aqui a tentar o
debate com o deputado Carlos Giannazi.
Infelizmente ele não está neste momento
aqui no plenário. Eu tenho certeza de que ele pode retornar aqui ainda nesta
tarde ou então fazer o debate num outro momento. Ele falou sobre a prisão do
deputado Daniel Silveira, colocou aqui alguns supostos crimes que ele pode ter
cometido. Nenhum deles é inafiançável, deputada Valeria Bolsonaro, já começa
por aí, e nenhum tem o trânsito em julgado.
Olhe que coisa, não? Para uns, por
exemplo, um dos maiores bandidos do país, alguns aqui até colocam o nome dele
no sobrenome parlamentar, o Lula, segunda instância, não tem que ser preso; tem
que ser ali o trânsito em julgado, o julgamento do Supremo e tudo o mais.
Mas para o Daniel Silveira é prisão, é
cadeia, como fiz aqui a sugestão momentos atrás: coloquem ali no Art. 53 uma
vírgula, e digam: deputados bolsonaristas não têm o direito da imunidade
parlamentar. E venho aqui lamentar que o plenário do STF, da Suprema Corte,
ratificou aí a prisão em flagrante do deputado Daniel Silveira.
Tem um ministro, o Barroso, inclusive
disse que a prisão em flagrante se dá porque o vídeo é recente. Eu nunca vi
isso, meu Deus. Eu nunca vi isso. E reafirmo aqui: ontem foi o Daniel, hoje
pode ser este parlamentar que vos fala, amanhã pode ser qualquer um outro, à
direita, do centro, de cima do muro, da esquerda e tudo o mais.
Mas eu volto a esse tema, presidente,
porque o deputado Giannazi colocou aqui essa questão do golpe militar, AI-5.
Vejam vocês: são deputados que louvam a memória, por exemplo, de Carlos
Lamarca, de Marighella. Olhem só vocês que situação.
Para você que não conhece a história
desses senhores, a história de São Paulo, a história do Brasil, procurem aí
quem foi Carlos Lamarca, quem foi Marighella. Vou dar um exemplo para vocês de
quem foi Marighella.
Marighella foi um militante revolucionário
que queria, deputada Valeria, uma ditadura do proletariado. Ele defendia a
revolução pelas armas. Queriam derrubar ali o governo militar e implantar uma
ditadura.
Não era democracia, não. Democracia, para
essas pessoas, é uma coisa de burguês, é uma coisa de elite. Eles queriam uma
ditadura do proletariado aos moldes, por exemplo, da revolução comunista de 17,
ali na Rússia.
Por exemplo, olhem quem foi Lamarca:
fundador, dissidente, deputado Nascimento, do Partido Comunista Brasileiro.
Metade ali da facção queria a luta armada, a luta revolucionária, eram homens
de armas diferentes dessa galeria Nutella aqui, que tem horror à arma, meu Deus
do céu. Eles queriam armas para derrubar o governador, mas à força.
Mas vai muito além: a própria ALN, fundada
por Marighella, fez justiçamentos, matou ali dissidentes do seu próprio grupo.
É um esquerdista que o jornalista de esquerda Reinaldo Azevedo, que narra aqui
em um de seus artigos, Reinaldo Azevedo que participou da Libelu, Liberdade e
Luta, outro grupo ali da “revolução trotskista”, de esquerda. Isso é História,
não estou inventando absolutamente nada.
Olhem o que o trotskista Reinaldo Azevedo
coloca: “Destaco uma vítima da ALN, Aliança Libertadora Nacional, morta por
seus pares. É a organização a que pertenceu Paulo Vannucci”. Acompanhe: “O
militante Márcio Leite Toledo manifestou descontentamento com os rumos da ALN e
fez críticas à direção do grupo terrorista. Foi assassinado com oito tiros”.
Em comunicado a organização admitiu: “A
organização ALN...” é uma nota da ALN.” Olhem só vocês: “A Ação Libertadora
Nacional executou, dia 23 de março de 1971, Márcio Leite Toledo. Essa execução
teve o fim de resguardar a organização, uma organização revolucionária em
guerra declarada.
Não pode permitir, a quem tem uma série de
informações como as que possuía, vacilações dessa espécie, muito menos uma
defecção desse grau em suas fileiras.” E
continua. Isso aqui é uma nota da ALN durante o regime militar. Militante
matando militante, revolucionário matando revolucionário.
É esse tipo de gente que é defendida, que
é louvada por esses deputados que repudiam a fala, a manifestação do deputado
federal Daniel Silveira. E para
finalizar, presidente, ainda nesse tema, vejam só vocês, já vi aqui, desse
microfone, Carlos Lamarca ser louvado.
Lamarca, para quem não sabe, era um
tenente do Exército brasileiro, chamado hoje capitão Lamarca, desertor, roubou
fuzis do Quartel de Quitaúna para entrar também na luta armada, na luta
revolucionária.
E para você que não conhece, procure aí:
ele executou o herói da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Alberto Mendes
Júnior, no Vale do Ribeira, a golpes de coronhada com fuzil.
Arrancou a parte de cima do crânio de
Alberto Mendes Júnior, tenente da Polícia Militar, da Força Pública, naquela
época um jovem recém-formado, cheio de planos, cheio de sonhos, legalista.
Esse tipo de gente que sobe aqui ao
microfone para louvar Lamarca, Marighella, revolução russa, e tudo o mais, para
louvar bandido condenado em segunda instância, que já foi preso por triplex,
por sei lá o que mais. Olhem que absurdo, que distorção, presidente.
Então, eu gostaria de fazer esse debate
para saber quem realmente defende aqui regime autoritário, quem defende
ditadura, porque há, no mínimo, uma inversão de valores. Mas eu entendo.
Nesse tempo que me obrigam a falar que a
grama não é mais verde, que a água não é molhada, nesse tempo que me obrigam a
dizer que a bola é quadrada, meus olhos enxergam “x” e me obrigam a falar que é
“y”, vejam só vocês, senão distorceriam mais uma vez a nossa história.
Presidente, hoje, ato contínuo, nós
tivemos essa manifestação contra o Art. 22 do Projeto 529, um cheque em branco
ao governo estadual. Nenhum deputado que votou "sim" - a gente
precisa falar para a população - votou enganado.
Todos sabiam que votando "sim" a
carga tributária do povo de São Paulo, da cadeia produtiva do estado de São
Paulo, e consequentemente do Brasil, seria majorada. O governador não mentiu,
não escondeu em momento nenhum.
Se tem algum parlamentar dizendo isso nas
redes sociais ou aqui na tribuna, ou ele quer se enganar ou quer enganar o seu
eleitorado. Mas ainda dá para fazer uma mea-culpa, apoiar esse PDL e derrubar
esse Art. 22 do Projeto 529, que se tornou lei, mas ainda dá tempo, solicitar
ao presidente que paute e vamos votar.
É o mínimo que nós podemos fazer pelo
setor produtivo, o agronegócio, os profissionais que trabalham aí na revenda de
veículos, os profissionais da Saúde, meu Deus do céu. Olhem só o que nós
estamos fazendo aqui em nossa…
Nós não, aquele senhor que diz governar o
estado de São Paulo e se gaba, deputada Valeria, de São Paulo não ter tido
deficit em 2020. Eu queria saber qual foi o milagre que o governador fez. Todos
os estados penando, penando, o governo federal jogando milhões, bilhões de
reais nos estados e, em São Paulo, ele fechou o ano em superavit.
Espera aí. Se fechou em superavit, por que
acabar com essa cadeia produtiva, por que onerar ainda mais os nossos
trabalhadores, os nossos produtores? Por que saquear o bolso do povo mais
simples do nosso estado aumentando o valor da carne, o valor do ovo, o valor do
leite, o valor da escova de dente, da dentadura? Meu Deus do céu, que absurdo!
Para quê?
Se São Paulo fechou em superavit, por que
cortar 12% dos hospitais filantrópicos e das Santas Casas? Por que cortar o
orçamento desses hospitais que têm produzido tanto, que têm salvado tantas
vidas neste momento de crise?
Então, fica aqui a reflexão. Nenhum
deputado, novamente, foi enganado. Quem colocou a digital e votou “sim” sabia o
que estava fazendo, mas ainda dá tempo de fazer o “mea
culpa” e nos ajudar a derrubar esse cheque em branco que esta Assembleia, que a
maioria desta Assembleia, deu ao governador do estado de São Paulo, o Sr. João
Doria.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista
de oradores inscritos, quero chamar à tribuna o deputado Jorge Wilson. (Pausa.)
Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas.
(Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. A deputada Valeria Bolsonaro, da grande
Campinas, tem a palavra pelo tempo regulamentar.
A
SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Boa tarde a todos. Venho mais uma vez a esta tribuna porque preciso falar sobre
a manifestação que tivemos hoje, da qual participamos.
As pessoas estão desesperadas, as
famílias, a agricultura familiar. Toda a parte de pequenos agricultores
desesperados, não só pequenos agricultores, mas também os comerciantes. Nós
temos os comércios, nós estamos tendo também muitos problemas com o pessoal de
eventos, que está há mais de 300 dias sem trabalho.
Quer dizer, se a pessoa está sem trabalho,
como ela pode garantir o seu pão de cada dia? Vai tirar dinheiro de onde? Mas
com isso o governador do estado de São Paulo não está preocupado. Ele não se
preocupa com isso. Não é problema dele, de onde a população do estado de São
Paulo vai tirar dinheiro para sua subsistência.
Então, a minha pergunta, os meus
questionamentos são os seguintes: há pouco tempo, tivemos o secretário de Saúde
admitindo que errou. Olha que coisa! Surpreendendo um total de zero pessoas.
Eles erraram! Não precisavam ter fechado o comércio, fechado bares, fechado
empresas.
Não precisava, não tinha essa necessidade.
Eles se precipitaram, mas agora essas pessoas estão sem o seu pão de cada dia,
estão passando fome, estão com seus filhos em casa precisando de comida,
precisando de remédio e eles não têm de onde tirar, porque o governador e a sua
equipe, agora, depois de um ano, descobriram que erraram.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Vossa Excelência me
concede um aparte?
A
SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - Por favor.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - COM ASSENTIMENTO DO
ORADOR - Obrigado, nobre deputada. Faço minhas as suas palavras. É emocionante
a declaração do secretário da Saúde: “Ora, nós erramos”. Mas quantos milhares
de empregos eles exterminaram? Com quantos sonhos, com quantos trabalhos de uma
vida inteira eles acabaram?
Eu lembro que, neste plenário, ainda
virtual, há oito meses, antecipamos um feriado prolongado, meu Deus do céu, de
seis dias! Quantos de nós entramos a madrugada, deputada Valeria, fazendo
oposição, dizendo...
A
SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - Até as quatro horas da
manhã.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Até as quatro horas da
manhã. Sete sessões extraordinárias, uma seguida da outra. Para satisfazer o
ego desse governador, esta Casa se prostou e votou favoravelmente a aumentar, a
estender o feriado prolongado. Para quê? Segundo o governador, para evitar
aglomerações.
Só que agora, no Carnaval, vejam só...
Hoje estou até perdido no tempo. Neste Carnaval, o que fizeram? Suspenderam o
ponto facultativo. O presidente desta Casa suspendeu também. Para quê? Segundo
o governador, para evitar aglomerações.
Meu Deus do céu! Eles erraram há oito
meses ou estão errando agora? Não é possível, é esquizofrenia. É o cúmulo da
maluquice. O governo de São Paulo não tem plano nenhum para sair dessa crise.
Então, faço minhas as vossas palavras.
Parabéns pelo discurso, só que quem sofre realmente na pele é o nosso povo,
principalmente o mais pobre, que é afetado por decisões bizarras, decisões sem
qualquer fundo científico, tomadas por esse tipo de gente que tomou o Palácio
dos Bandeirantes. Parabéns pelo discurso. Estou aqui ouvindo vossas palavras.
A
SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - Continuando o que o
deputado Gil Diniz fala, infelizmente, o povo de São Paulo está simplesmente na
posição de vítima de um governo totalmente despreparado e incompetente. Não tem
competência, não tem preparo.
A ciência em que ele fala que se baseou é
totalmente inadequada, errada. Temos vários médicos, mais de dois mil médicos
fazendo abaixo-assinado e mostrando que várias das posições, várias das
interpretações que ele teve da ciência estão incorretas.
Mas, enfim, estamos aqui tentando fazer o
nosso trabalho e, de forma contundente, pedindo o impeachment desse governador.
Todos os dias eu peço na rede para que seja pautado esse impeachment, porque,
dessa forma, o estado de São Paulo não vai resistir e vai quebrar.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
Outra coisa importante que eu gostaria de
colocar aqui: estive em Bauru na semana passada, fui conversar com a prefeita Suéllen, e tive também a visita em meu gabinete do prefeito
Everton Sodario, dois prefeitos que realmente, esses,
sim, têm compromisso com quem foi ali e depositou o voto neles. Pessoas
comprometidas com a população e não com o governador.
Se
todos os prefeitos tivessem a coragem que esses dois prefeitos tiveram, o nosso
estado de São Paulo não estaria do jeito que está. Então, parabenizo o prefeito
Everton Sodario, parabenizo a prefeita Suéllen Rosim, pela coragem, pela disposição, pelo
comprometimento com a sua população e com a sua cidade.
Estava lá com um grande empresário que tem
por volta de 150 empresas, 150 lojas pelo Brasil, uma pessoa que dá emprego -
80% dos empregos que ele dá são para mulheres -, então, é uma pessoa muito
comprometida com o nosso País.
E ele colocou para nós que, das 150 lojas
que ele tem espalhadas por todo o país, apenas três estão fechadas. Três! As
três no estado de São Paulo. Então, a gente vê que tem aqui uma incompetência
absurda reinando neste estado.
Quanto à volta às aulas, é um assunto que,
para mim, é muito caro. Sou professora, fui professora da rede municipal.
Sempre fui professora pública. Reclamem com o Governo do Estado para que dê
estrutura às escolas, mas greve nas escolas impedindo que os alunos voltem às
aulas presenciais, isso sim é um crime. É um crime contra as nossas crianças,
um crime contra os nossos jovens.
A criança tem... Todo mundo que trabalha
sabe o que quer dizer janela de conhecimento e sabe que isso tem limite e que
não se consegue nenhum tipo de ajuda depois que passou. Isso vai prejudicar a
criança para o resto de sua vida. A criança vai passar o resto da vida sem
aquele conhecimento que ela tinha que ter absorvido naquele período.
Então, é um crime manter as nossas
crianças fora da sala de aula. Temos milhares de famílias que já perderam seus
empregos. Milhares! As crianças estão em casa sem ter o que comer, sem ter para
onde ir, e os pais desesperados. Temos outros tantos números de famílias que
estão lutando para manter os seus empregos, mas, para isso, precisam da escola
para deixar os seus filhos e voltar a trabalhar e ter o pão de cada dia para
dar aos seus filhos.
E as escolas, os professores da rede
pública querem se manter em greve porque não querem voltar às aulas
presenciais. Isso é um crime contra incapazes. Isso é um crime contra as nossas
crianças, contra os nossos jovens.
Todos sabemos como manter o distanciamento
dentro das salas de aula, como manter a higienização das mãos, o uso das
máscaras. Não é possível que professor se ache acima do bem e do mal. Temos
médicos trabalhando, temos pessoas nos transportes públicos, temos
farmacêuticos, temos o pessoal nos poucos comércios que ainda se mantém
abertos.
Todo mundo que ainda tem o seu trabalho
quer voltar a trabalhar. Só os professores é que não podem? Não é possível que
o professor, que deveria dar exemplo, quer se colocar, quer se mostrar agora
uma pessoa fragilizada que não pode estar ali junto com o seu aluno, mostrando
e ensinando para ele como ele pode se defender dessa pandemia, como ele pode se
defender dessa aglomeração, dessa contaminação. O professor tem que ser o
primeiro a estar ali, ao lado dos seus alunos.
Não é possível que esse pessoal de
esquerda venha aqui com esse discurso ridículo de que o professor está com medo
de se contaminar. Professor não tem que ter medo, professor tem que ter
coragem.
Professor está ali para ensinar uma
criança incapaz, uma criança que não tem conhecimento e que precisa dele. Se o
professor se acovardar, o que vai ser de nossas crianças e de nossos alunos?
Não é possível.
Essa esquerda não pensa, nunca pensou e
jamais pensará no futuro das nossas crianças. Eles só pensam em si, só pensam
no seu umbigo. Então, gente, agora está mais do que na hora de as nossas
crianças voltarem para escola. Isso é urgente.
Muito obrigada, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre
deputada.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Para falar pelo Art. 82,
pela bancada do PSL.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Vossa Excelência
tem o tempo regimental, deputado Tenente Nascimento.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - PELO ART. 82 - Uma boa
tarde a todos que nos assistem pela TV Alesp, pela Rede Alesp. Sr. Presidente,
senhores que acompanham o nosso trabalho, quero cumprimentar a cabo Diekmann, representando a nossa gloriosa força policial, a
Polícia Militar, força pública do estado de São Paulo e também toda a
assessoria aqui no estado.
Para iniciar o nosso tempo, eu gostaria de
apresentar um vídeo sobre um projeto que foi aprovado neste plenário.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Conforme vocês viram, foi aprovado neste
plenário, por unanimidade, por todos os deputados, aos quais eu agradeço nesta
Casa, para que venhamos a inserir a igreja interdenominacional,
a igreja católica, todos os credos religiosos, que já fazem um trabalho de
grande valia e importância àquelas pessoas com dependência química.
Mas nós temos um grande, porém, tínhamos
uma grande dificuldade, porque nas clínicas temos a necessidade de termos
profissionais altamente capacitados para isso, como médicos, como psicólogos,
como enfermeiros, como assistentes sociais.
Então, apresentamos esse projeto para ver,
juntamente com o estado, com o governo e com as entidades religiosas, para que
pudessem, juntos, além da parte
clínica, a parte que nós chamamos, assim, médica, também ter ali o apoio
espiritual para essas pessoas, a parte clínica e o apoio espiritual.
Então
queremos aqui fazer um apelo ao governador para que venha a sancionar, e
juntamente... Porque já existe.
As
igrejas de uma maneira geral, as identidades religiosas já fazem esse trabalho,
mas é muito oneroso para as igrejas, porque é um voluntariado, é um trabalho
voluntário para que também tenha em suas instituições esses profissionais que
se fazem necessários.
Nós
fizemos um levantamento, deputado Gil Diniz, em que 52% das clínicas médicas,
das clínicas estabelecidas, 52% daqueles que procuram as clínicas - porque isso
tem que ser também de consciência, ele tem que querer se recuperar - não
terminam o tratamento. Quando nós adicionamos a religiosidade dentro dessas
clínicas, dentro das entidades, nós aumentamos em quase 30% a recuperação e o
efeito positivo.
Então
eu quero aqui agradecer a todos os deputados desta Casa que juntamente conosco
aprovaram esse projeto e pedir que realmente haja um entendimento e que o
governador venha a sancionar, para que possamos ter efetividade dentro desse
projeto.
E
quero dizer a todos que nos acompanham: vamos acompanhar nosso trabalho nas
redes sociais. Ajudem-nos para que possamos realmente dar uma resposta imediata
a um projeto tão importante como esse.
Quero
agradecer, presidente, pela oportunidade, e a todos vocês. Encerro aqui a nossa
fala.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM
PARTIDO - Pela ordem,
deputado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de utilizar a tribuna pelo Art.
82, como vice-líder da Minoria.
O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM
PARTIDO - É
regimental. Vossa Excelência tem o tempo de cinco minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, volto a esta
tribuna mais uma vez no dia de hoje.
Primeiramente,
eu quero tratar de dois temas aqui. Primeiro é para repudiar veementemente aqui
o que disse a deputada Valeria Bolsonaro, do PSL. Não sei se ela ainda é do
PSL, se foi expulsa ou não, mas enfim.
Sr.
Presidente, é um absurdo que uma pessoa que se diz, que se intitula e bate no
peito que é professora da rede pública de Campinas venha aqui fazer um discurso
contra os professores, um discurso contra o Magistério, dizendo que o professor
tem que voltar ao trabalho. Ou seja, na prática a deputada Valeria Bolsonaro
está dizendo que os professores devem voltar para o risco da contaminação.
É
um absurdo que uma professora tenha a coragem de subir à tribuna da Assembleia
Legislativa e fazer esse tipo de pronunciamento. É chocante, é inacreditável,
mas é a traição de classe, Sr. Presidente. As pessoas, quando chegam ao poder,
abandonam a sua classe social e se colocam a serviço, nesse caso, do
terraplanismo, do negacionismo, do obscurantismo.
Porque
a deputada Valeria Bolsonaro, o nome já diz, é bolsonarista, se orgulha disso.
Então ela se associa, ela se filia a essa corrente do terraplanismo, do
negacionismo, essa corrente que ataca sistematicamente os professores, os
profissionais da Educação, essa corrente que defende censura, que defende
mordaça nas escolas através desse famigerado e já morto projeto de escola sem
partido. Enfim, é isso.
Então
eu quero repudiar, dizer que essa fala é muito infeliz. A deputada diz isso
porque ela não está na escola. Eu queria ver, se ela estivesse na ativa,
trabalhando, se iria com tranquilidade para a escola, para correr o risco de
contaminação e de contaminar também alunos, servidores e a comunidade escolar.
Hoje
todo o Magistério nacional é contra a volta às aulas, tanto da rede pública
como da rede privada, e a deputada faz aqui um pronunciamento atacando também,
fazendo coro com o Rossieli “Weintraub”, fazendo coro com o secretário do
Alckmin, que também está criminalizando os professores.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Tenente Nascimento.
* * *
Em
segundo lugar, Sr. Presidente, eu queria responder ao deputado Gil Diniz, que
fez um pronunciamento. Eu tive que dar uma saída, deputado, mas ouvi uma parte.
Vossa Excelência comparou Carlos Lamarca e Carlos Marighella, que são dois
heróis da democracia brasileira. Primeiro, Vossa Excelência...
Carlos
Lamarca era capitão do Exército, tinha uma carreira brilhante no Exército,
inclusive foi campeão de tiro das Forças Armadas, do Exército. Ele rompe com as
Forças Armadas porque as Forças Armadas romperam com o Brasil, deram o golpe
militar de 64, instituíram o Estado Policial no Brasil. Rasgaram a
Constituição, depondo o presidente João Goulart.
Aí
instituíram o terror no Brasil, Sr. Presidente, acabaram com a democracia. O
que foi o AI-5 senão o fechamento do Brasil? E aí nós temos um acirramento. Um
pequeno setor da esquerda brasileira optou pela luta armada, um setor pequeno, heroico,
que tentou, enfim...
Mas
dizer que eles eram assassinos, tentar distorcer a história, não. Ele poderia
estar muito bem, ele seria hoje um grande general do Exército se quisesse, mas
arriscou a carreira dele para defender o povo brasileiro, para defender
inclusive a democracia que os militares atacaram.
Vossa
Excelência citou algumas mortes, mas não vejo V. Exa. citando as milhares de
mortes que ocorreram no Brasil, as pessoas torturadas pelos militares. O que
foi a ditadura empresarial-militar no Brasil? Foi uma ditadura sanguinária que
matou milhares de pessoas, que torturou, que arruinou, que cassou. Cassou
inclusive militares que defendiam a democracia.
Nas
Forças Armadas, nós tínhamos militares sérios, defensores da Constituição
Federal, do ordenamento jurídico, que foram cassados também. Aliás, essas
primeiras cassações do regime militar foram entre os próprios militares, para
que não houvesse reação também armada.
Mas
Carlos Lamarca, entre o golpe, entre rasgar a Constituição e ficar do lado da
tortura e das mortes, ficou do lado do povo brasileiro e da democracia e foi
morto covardemente, covardemente.
Sobre
Marighella também. O Marighella mais ainda, é mais importante ainda, porque ele
era mais velho. Marighella combateu o Estado Novo de Vargas. Combateu a
ditadura do Estado Novo. Foi preso, foi deputado federal constituinte.
Era
um grande escritor, um poeta, um grande intelectual. E depois combateu a
ditadura militar. E foi morto covardemente, aqui perto, na alameda Lorena com a
alameda Casa Branca, foi morto numa emboscada também.
Então,
quem matou, quem torturou os inimigos da democracia sempre foram, nesse caso,
os militares, que tinham a ideologia de Segurança nacional deles, um projeto de
poder para o Brasil, que sempre interrompem o processo democrático do Brasil, a
serviço do capital, a serviço do lucro, dos grandes empresários, e sobretudo
dos Estados Unidos.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE
NASCIMENTO - PSL - Pela
ordem, deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Para uma breve comunicação, para dialogar
com o deputado Carlos Giannazi.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE
NASCIMENTO - PSL - É
regimental.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente, eu fico espantado, surpreso nem tanto, porque já ouvi
manifestações do deputado Carlos Giannazi, chamando Carlos Lamarca de herói.
Olhe, narrei aqui da tribuna a morte
do herói símbolo da Polícia Militar, o capitão, esse, sim, capitão Alberto
Mendes Júnior, um jovem tenente, foi promovido pós-morte, que foi brutalmente
assassinado a golpes de coronhada, ali no Vale do Ribeira. Ele se entregou ali,
ele foi trocado, ele quis ser trocado por alguns subordinados que estavam
presos no Vale do Ribeira à época. E foi brutalmente assassinado.
Então, esse tipo de revolucionário
que V.Exa. chama de herói. Como eu disse, essas pessoas lutavam contra uma
ditadura, etc e tal, mas eles não queriam democracia.
Para eles, era coisa de burguês. A democracia burguesa para eles não serve.
Eles queriam uma ditadura do proletariado. Ou não?
O senhor pode negar, tentar reescrever
a história, mudar a narrativa, como vem sendo feito. Mas, Marighella, Lamarca,
a ALN como um todo, e outros grupos revolucionários, sempre defenderam a
ditadura do proletariado. Essa é a verdade.
Ninguém nunca defendeu, ninguém
nunca lutou por democracia. É uma falácia, é contar metade da história, a
conta-gotas.
Marighella, um revolucionário, um
homem de armas. Lamarca, um homem de armas que lutou pela ditadura do
proletariado e jamais... Eles devem se contorcer inteiros ali nos seus túmulos,
quando V.Exa assoma à tribuna e diz que essas pessoas lutavam por democracia.
Não é verdade. Não são heróis. São
assassinos. E assassinos brutais. Então, todo o nosso apoio à família e à
memória do herói símbolo da Polícia Militar, o nosso capitão Alberto Mendes
Júnior, assassinado por esse tipo de gente, esse tipo de pessoa que o deputado
Carlos Giannazi louva aqui.
Eu peço para enviar as notas
taquigráficas ao comando da Polícia Militar, deputado Nascimento.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE
NASCIMENTO - PSL - Será
enviado, de acordo com solicitação, ao comando da Polícia Militar.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presidente, para uma breve
comunicação.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE
NASCIMENTO - PSL - É
regimental, deputado Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, que eu
acho estranho que o deputado Gil Diniz, tão preocupado com as mortes, mas ele
não manifestou nenhum apoio, por exemplo, ao que aconteceu ao Vladimir Herzog,
a família do Herzog, que foi brutalmente torturado e morto aqui ao lado da
Assembleia Legislativa, nos porões do DOI-CODI.
E
outras pessoas que morreram nesses porões, as pessoas foram torturadas. Frei
Tito foi, talvez, uma das pessoas mais torturadas durante o regime militar.
Então, várias pessoas, milhares de pessoas morreram por conta da ditadura
sanguinária do Brasil.
Não
vejo o deputado Gil Diniz preocupado com essas mortes, e faz uma distorção
histórica do que aconteceu no Vale do Ribeira, em relação ao Marighella e ao
Lamarca também.
Deputado,
tem que estudar melhor a história. Essa é uma distorção, uma versão que V.Exa.
aprendeu, não sei onde, e de que forma, mas essa não é a verdadeira história.
Gostaria de que V.Exa. assistisse ao filme "Lamarca, o capitão da guerrilha",
que é feito em cima de um livro, inclusive. Vossa Excelência vai entender qual
a verdadeira história e a importância de Carlos Lamarca na luta contra a
ditadura militar.
Repito,
essa, sim, torturou, matou e arruinou a vida de milhares de pessoas no Brasil.
Então, queria fazer esse registro, Sr. Presidente.
E
sobre ditaduras, eles não defendiam ditadura. Defendiam o governo dos
trabalhadores, governos do proletariado. Agora, V.Exa. parece que prefere,
mesmo que fosse, vamos imaginar que fosse ditadura do proletariado. Vossa
Excelência prefere o quê? Uma ditadura do poder econômico, dos banqueiros, dos
militares, ou uma ditadura dos trabalhadores que produzem a riqueza do Brasil?
Eu
prefiro um governo dos trabalhadores. Eu não quero a ditadura do capital,
porque hoje o que nós temos é a ditadura do capital, sobretudo do capital
financeiro, dos grandes banqueiros nacionais e internacionais, a ditadura da
mídia empresarial.
Isso
é o que nós temos de ditadura no Brasil. Eu prefiro a ditadura dos trabalhadores,
de quem produz as riquezas do Brasil.
Então,
V.Exa. tem que conhecer um pouco melhor a história de Carlos Lamarca e de
Carlos Marighella, para entender a importância dessas duas pessoas para a luta
democrática do Brasil.
Não
tem nada de ditadura. Isso não existe. Isso é a distorção, já, que infelizmente
a história oficial, e setores da história brasileira de historiadores fizeram,
para queimar a imagem e a memória desses dois combatentes, defensores, repito,
da democracia brasileira.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, não havendo mais
nenhum orador inscrito, e havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o
levantamento desta sessão.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE
NASCIMENTO - PSL - Antes,
porém, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, esta Presidência, cumprindo
determinação constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei 684/2020.
Havendo
acordo de líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V.Exas.
para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia
de hoje e o aditamento anunciado.
Está
levantada a presente sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 16 horas e 50 minutos.
* * *