1 DE MARÇO DE 2021
20ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, FREDERICO D'AVILA, GIL DINIZ e
CARLOS CEZAR
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - FREDERICO D'AVILA
Discorre sobre reunião com o ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, e com prefeitos do sudoeste paulista, para tratar do programa
Lixão Zero. Agradece ao coronel Nyakas pela liberação
da ponte entre os municípios de Buri e Paranapanema. Tece críticas ao
governador João Doria. Comenta sua resposta ao "G1", a respeito do
uso de máscara na tribuna.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Parabeniza o deputado Frederico d'Avila pelo trabalho. Afirma
que também fora questionado sobre o uso de máscara no plenário. Critica a Rede
Globo de Televisão.
4 - MAJOR MECCA
Defende o combate aos pancadões, no estado. Considera que as
ações não devem ser de responsabilidade exclusiva da Polícia Militar. Comenta
os chamados por perturbação da ordem registrados no final de semana. Alega que
os agentes são agredidos durante as operações. Pede prisão preventiva dos
organizadores das festas, que são marcadas pelas redes sociais. Discorre sobre
a prisão e a liberação de MC em pancadão na zona leste.
5 - FREDERICO D'AVILA
Assume a Presidência.
6 - CORONEL TELHADA
Informa os municípios aniversariantes do final de semana.
Comenta a possível morte do policial penal, Tiago Daquana,
em carro incendiado em Guarulhos. Endossa o discurso do deputado Major Mecca sobre os pancadões. Critica as medidas do governador
João Doria que impedem agentes de entrarem em comunidades após as mortes,
durante evento em Paraisópolis, em 2019. Repudia a liberação do MC Salvador da
Rima após desacato aos policiais. Considera a imprensa tendenciosa em casos de
operações policiais. Afirma que a Secretaria de Segurança Pública não defende
sua tropa.
7 - JANAINA PASCHOAL
Esclarece os motivos que a levaram a ser candidata a líder de
bancada pelo PSL. Comenta a expulsão, do partido, de colegas bolsonaristas após
a candidatura. Afirma que, em contato com os líderes da sigla, fora informada
de que as expulsões não estão relacionadas às críticas ao governador João
Doria. Lembra que a bancada de Brasília continua a mesma. Garante que não está
alinhada com as pautas do governo estadual ou com as do presidente Jair
Bolsonaro. Discorre sobre as candidaturas de 2022.
8 - GIL DINIZ
Comenta a publicação de decreto do governador considerando as
atividades religiosas serviço essencial após veto ao seu projeto com o mesmo
tema, o que considera retaliação política. Critica o fechamento das igrejas
durante a pandemia. Discorre sobre o trabalho social feito pelas entidades.
Agradece à Frente Parlamentar Evangélica pelo apoio. Elogia o trabalho de
líderes religiosos. Considera as igrejas mais seguras do que os pancadões.
9 - CARLOS CEZAR
Comemora a publicação do decreto que reconhece as igrejas e
templos como atividade essencial. Informa que o governador se comprometeu a
enviar um projeto sobre o assunto. Considera o fechamento das entidades
impedimento de exercer a fé. Cumprimenta os líderes da igreja evangélica.
Agradece o apoio de deputados estaduais e federais. Tece considerações sobre o
papel da igreja durante a pandemia de gripe espanhola e grande depressão em
1929.
10 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
11 - CORONEL TELHADA
Celebra a publicação do decreto que reconhece as atividades
religiosas um serviço essencial. Comenta a fundação da congregação que faz
parte. Reflete sobre o atendimento material e espiritual das igrejas. Pede por
mais reconhecimento ao serviço religioso. Tece críticas ao governador João
Doria.
12 - FREDERICO D'AVILA
Faz eco aos discursos anteriores. Afirma que as igrejas são
mais seguras do que os pancadões. Parabeniza a Frente Parlamentar Evangélica.
Considera que o direito à fé está sendo extinto. Cita incêndios a igrejas no
Chile. Alega normalização da supressão do direito de manifestação religiosa.
Lembra a celebração da Festa de Purim, na semana
passada.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - FREDERICO D'AVILA
Tece críticas ao governador João Doria.
14 - MAJOR MECCA
Discorre a respeito de condolências prestadas à família de
policial militar assassinado na zona leste da capital. Afirma que o governo
estadual trata policiais e suas famílias com descaso. Critica veto ao PL
701/19, que prevê o adiantamento de parte da indenização para as famílias de
policiais mortos em serviço. Tece críticas ao governador João Doria. Pede pelo
impeachment da autoridade.
15 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
16 - GIL DINIZ
Comenta veto ao PL 701/19. Menciona precariedade na estrutura
de distrito policial na zona leste de São Paulo. Comenta ação policial de
prisão do MC Salvador da Rima. Solicita ao comandante-geral da Polícia Militar
que defenda os seus agentes. Tece críticas ao governo estadual. Relata caso de
entregador vítima de roubo de motocicleta, na zona leste de São Paulo. Afirma
que seu mandato está à disposição dos agentes de Segurança Pública (aparteado
pelo deputado Frederico d'Avila).
17 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
18 – PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 02/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Nesta data, dia primeiro de março de 2021,
iniciamos o Pequeno Expediente com os seguintes oradores inscritos: Dr. Jorge
do Carmo. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.) Dra. Damaris Moura. (Pausa.)
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Frederico d'Avila, V. Exa. tem o tempo
regimental.
O
SR. FREDERICO D'AVILA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, prezados colegas.
Queria
aqui, Coronel Telhada, dizer hoje que tive a satisfação de estar com o ministro
Ricardo Salles pela manhã no prédio do Ibama, aqui em São Paulo, acompanhado
dos prefeitos de Itararé, Capão Bonito e Guapiara.
E
lá nós tratamos de vários programas do Ministério do Meio Ambiente,
principalmente do Programa Lixão Zero, que é o carro-chefe do ministro Ricardo
Salles. Quer acabar com os lixões irregulares, professora Janaina, nos
municípios, a fim de que nós tenhamos um saneamento básico de qualidade e terminemos
com aquelas cenas horríveis dos lixões que nós vemos.
Então,
Itararé, o prefeito Heliton; Guapiara, o prefeito Matheus; e Capão Bonito, meu
dileto amigo prefeito Júlio Fernando, que já foi prefeito por oito anos e agora
foi reeleito.
Com
certeza fará uma administração tão boa quanto fez nos seus últimos oito anos. O
ministro já se antecipou, vai ajudar os municípios e foi muito proveitoso.
Então, eu queria aqui agradecer ao ministro Ricardo Salles e dizer que o
sudoeste paulista sempre pode contar com a nossa atuação.
Eu
queria também aqui agradecer ao coronel de Polícia Militar Nyakas, chefe da
Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, que após um pedido nosso liberou
uma ponte no valor de R$ 328.000,00, que liga os municípios de Buri e Paranapanema.
Uma
ponte que tinha sido carregada pelas fortes chuvas do final do ano - se eu não
me engano foi no mês de dezembro - e o coronel Nyakas, após a nossa
intercessão, liberou esta ponte.
Infelizmente,
Major Mecca, veja só como que é a política. Eu tenho uma excelente relação com
o coronel Nyakas e vocês o conhecem tão bem quanto eu. No fim das contas, o
secretário de Desenvolvimento Regional, Sr. Marco Vinholi, sabendo que o pedido
era meu, pegou e não deixou o Coronel Nyakas anunciar a ponte e ele anunciou ao
lado de um deputado aqui da Casa como se o pedido fosse dele.
Sem
problema nenhum. Até aí o deputado nem sabia, porque ele foi empossado em
janeiro por conta de um colega nosso que foi eleito prefeito. Então, ele nem
sabia desse expediente. E aí o Marco Vinholi, que é o cachorrinho de estimação
do João Doria, pegou o deputado aqui para transformar em pai da criança.
Mas
tudo bem, isso aqui eu coloco aqui; é até engraçado. E eu queria até agradecer
o coronel Nyakas pela galhardia, pelo desprendimento de também não querer fazer
parte desse circo. Então, agradeço ao coronel Nyakas e dizer que o prefeito
Rodolfo Fanganiello, prefeito de Paranapanema, pode contar com a nossa atuação.
O
prefeito Omar Shahin, colega de partido do deputado Coronel Telhada, também
pode contar com a nossa intercessão junto aos órgãos federais e estaduais. Dos
órgãos estaduais acho que o governador João Doria não gosta, porque ele não tem
amigos sem ser por interesse. Os meus amigos não têm interesse; têm troca de
gentilezas, troca de amizades, troca de relacionamento.
E
o coronel Nyakas é um dos meus amigos, assim como tem outros secretários que
são meus amigos, mas o governador João Doria não gosta. Pegou lá o ofício e fez
entregar por via de outro deputado.
Então,
a ponte do Ribeirão Indaiatuba - é o nome do ribeirão lá que divide Buri com
Paranapanema - vai ser contemplada com essa ponte da Defesa Civil à população
atendida, apesar desse papelão do governo estadual.
Queria
aqui agradecer ao agricultor Márcio Del Poço, que me pediu em primeira mão essa
ponte logo que teve o problema e depois, na sequência, o prefeito Rodolfo
Fanganiello, recém-eleito, que está lá com o tenente Farina, que trabalhava com
o coronel Nyakas na Defesa Civil, também pediu essa ponte para o nosso
gabinete. Sendo assim, agradeço tanto ao ministro Ricardo Salles quanto ao
coronel Nyakas.
E
também quero dizer, Coronel Telhada, só para finalizar aqui, que eu recebi um
questionamento do G1, que na semana passada - acho que o senhor recebeu também
- o senhor estava passando a Presidência para mim, porque vinha falar,
perguntando por que nós dois estávamos sem máscara aqui no plenário.
Eu
falei: Olha, primeiro que na tribuna nós já estamos além da distância
regulamentar. Segundo, eu mesmo já tive Covid e já
estou totalmente imunizado.
Terceiro,
antes deles me perguntarem essa questão de máscara - eu fiz até essa pergunta
para o repórter - que eu queria saber quando o “Fantástico” vai fazer aquela
matéria sobre as entregas de dólares na sede da Rede Globo, que o doleiro Dário
Messer falou que existiam entregas de dólares mensalmente na sede da Rede Globo
da ordem de 300.000 dólares.
Daí
o repórter ficou meio chateado. Então, acho que ele não gostou muito da minha
pergunta e eu expliquei bem a questão da máscara aqui. E o pessoal não tem mais
o que fazer em ficar nos perguntando esse tipo de questionamento.
Creio
que o senhor foi questionado também, não é? A Rede Globo está preocupada com
máscara para proteger de vírus, mas não está preocupada com os seus atores,
atrizes e membros da Rede Globo que sobem os morros para comprar droga.
Obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado. Parabéns pelo trabalho junto à ponte lá e junto ao prefeito Rodolfo
Fanganiello e junto ao tenente Farina. Fiquei sabendo do papelão do governo
tentando dar uma rasteira no senhor. Coisa de moleque, não é? É muito feio
isso.
E quanto ao G1, é um jornal que eu não dou
nem resposta, porque não merece nossa resposta. Porque ao invés de perguntar de
deputados que nunca aparecem nesta Casa, eles não perguntam. Ao invés de
perguntar coisas concretas, como os gastos desnecessários do governo, eles não
perguntam.
Estão preocupados em ficar enchendo o saco
nosso, de quem trabalha. Aliás, então, às favas. Às favas esses cretinos, melhor coisa
para eles. Próximo deputado, deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a
todos que nos assistem pela TV Alesp. Eu preparei uma indicação ao Sr.
governador do estado de São Paulo para que haja organização e coordenação nos
trabalhos de combate aos pancadões no estado de São Paulo.
Nós não podemos mais permitir, não
podemos mais tolerar que essas ações para combater essas festas com indivíduos
armados fornecendo, comercializando drogas para crianças, adolescentes,
permaneçam o seu combate nas costas dos nossos soldados da Polícia Militar do
estado de São Paulo tão somente.
Nesse final de semana, por volta de
11:30 da noite, passei no Centro de Operações da Polícia Militar do estado de
São Paulo, passei no COPOM para me certificar de quantos chamados haviam
naquele centro de operações em relação à perturbação do sossego e festas
clandestinas, ou seja, pancadões, na cidade de São Paulo. Por volta de 11,
11:30, já passavam de 400 chamados, e olhem que o pico de chamado se dá após a
meia noite.
E os nossos policiais, o nosso
soldado, estão arcando com todo o peso e com toda a violência desses eventos
sozinhos. Sozinhos. Eu estive no 67º BP, fiz uma live nas minhas redes sociais,
era por volta de três horas da manhã.
Policial militar está sendo
desacatado, policial militar está sofrendo agressões das mais diversas ordens,
garrafada, pedrada, tiros, e o Estado não está dando suporte aos nossos
policiais para combater o pancadão.
Então, a nossa indicação é:
governador, Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil e Polícia
Militar através das suas inteligências, os senhores precisam começar a decretar
a prisão preventiva dos organizadores desses pancadões. E não é difícil
localizar esses organizadores, porque eles o fazem através das redes sociais.
Esses criminosos precisam ser
presos, o Estado precisa começar a pesar a sua mão, a lei precisa começar a
pesar em cima desses criminosos onde a sua ousadia chegou ao ponto do
insuportável. Por gentileza, coloquem na tela o ato criminoso que esse sujeito
praticou nas redes sociais contra policiais militares e filhos de policiais
militares. Por gentileza.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
Está aí, marcou as redes da Polícia
Militar do estado de São Paulo. Ele fez as imagens, jogou nas redes sociais,
marcou o Instagram da Polícia Militar do estado de São Paulo, dizendo que
policial militar e filho de policial militar tem que tomar tiro.
Eu apresentei uma representação no
Ministério Público, esse indivíduo tem que ser preso por incitação ao crime,
incitação à violência, e segundo entendimento do STF ele continua em flagrante.
Não é, Coronel Telhada? Continua em flagrante, porque o vídeo ainda está
circulando, ele ainda se encontra em flagrante.
Então, estamos aguardando a Polícia
Militar, a Polícia Civil prenderem esse indivíduo, levar para a delegacia para
que ele seja ouvido em relação à prática desse crime. Repito: os nossos
policiais militares, os soldados da Polícia Militar não podem continuar
carregando sozinhos o peso dessa doença na sociedade de São Paulo que é o
pancadão.
Inúmeros atos de violência e de
crime e fica somente nas costas do soldado da Polícia Militar, como foi no
último sábado na área do 29º Batalhão, onde o MC que conduzia o evento, com a
chegada da Radiopatrulha, incitou as pessoas a agredirem os policiais.
No momento em que foi solicitada a
sua identificação por parte dos policiais, desobedeceu às ordens dos patrulheiros,
os agrediu verbalmente, resistiu à prisão, foi para a delegacia e saiu pela
porta da frente.
Sr. Governador, apoie os seus
policiais, porque o senhor é o chefe das polícias no estado de São Paulo e esse
seu gesto de abandono está gerando graves consequências aos nossos soldados.
Então, segue a nossa indicação:
acolha e siga as nossas orientações, a experiência de quem viveu mais de 31
anos nas ruas de São Paulo combatendo o crime, não deixe os nossos soldados
sozinhos nessa guerra.
Muito obrigado.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Frederico d’Avila.
* * *
O SR PRESIDENTE - FREDERICO D'AVILA - PSL - Obrigado, Major Mecca.
Seguindo a lista de oradores, chamo agora o deputado Adalberto Freitas.
(Pausa.) Deputado Coronel Telhada. O senhor tem cinco minutos regimentais.
O SR. CORONEL TELHADA
- PP - Muito
obrigado, presidente deputado Frederico d'Avila. Sra. Deputada, Srs. Deputados,
a todos que nos assistem pela Rede Alesp, quero
saudar a nossa assessoria policial militar, que é sempre presente aqui. Eu não lembro os nomes dos senhores...
Cabo Laurence e o soldado Oliveira hoje representam a nossa assessoria policial
militar.
Quero
saudar aqui hoje, dia primeiro de março, a nossa sessão ordinária e quero dizer
que ontem, dia 28 de fevereiro, nós tivemos o aniversário de alguns municípios.
Só queria citar os municípios aqui em homenagem a todos que nos acompanham.
Dia 28 de
fevereiro, nós tivemos o município de Sebastianópolis do Sul, Salesópolis, Silveiras - quero
mandar um abraço para o vice-prefeito de lá, o Matheus, que é do nosso partido,
o Partido Progressista, meu amigo também, um abraço, Matheus, e a todos os
amigos de Silveira -, e Restinga. Um abraço a todas as amigas e amigos dessas
queridas cidades.
Também
quero comentar aqui uma ocorrência que está na rede social. Ainda não está 100
por cento confirmada, mas seria a morte de um policial penal, o Thiago Daquana. Ele está desaparecido e o carro dele foi
localizado incendiado.
Então, o
corpo está no IML com a perícia. Ainda não é 100 por cento confirmado, mas a
princípio ele teria sido morto por criminosos e o corpo teria sido incendiado.
Esta é a primeira notícia que nós temos e ainda estamos confirmando, porque o
corpo ainda está sendo periciado no Instituto Médico Legal.
Mas essa é
a realidade que sofrem as polícias, né? O carro foi localizado em Guarulhos, na
rua José Faustino da Silva, e o corpo dentro totalmente carbonizado - eu vi as
filmagens, não vou trazê-las aqui porque são pesadas -, mas infelizmente é a
realidade pela qual passa a Polícia.
Eu quero
complementar as palavras do colega que me antecedeu aqui, que falou sobre os
problemas do pancadão. Eu sou tão contra o pancadão que eu tenho, inclusive,
uma lei, que foi feito um PL nesta Casa e virou uma lei que trabalha contra os
pancadões. Só que o governo do estado não está fazendo a parte dele.
Aliás, a
Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, todas as forças
de segurança estão inertes frente aos pancadões. Não por culpa da Polícia, mas
por culpa do governo que não deixa a Polícia trabalhar contra os pancadões.
Nós
lembramos aqui quando morreram aqueles nove indivíduos lá na favela do
Paraisópolis. Ao invés do governo valorizar o serviço da Polícia e evitar o
pancadão, não: ele proibiu a Polícia de entrar na favela e colocou-a nas
imediações. Colocou a Polícia Militar fazendo a segurança do pancadão,
legitimando o pancadão. Então, essa é a realidade.
E nós
tivemos duas ocorrências nesse final de semana muito graves. A primeira foi na
área do 29º Batalhão. Eu falei com o capitão Matos, que comanda a companhia lá -
inclusive, estava de serviço -, e ele me passou inclusive imagens de um
indivíduo, de um criminoso, um MC. MC, para mim, é um monte de coisas que não
vou nem falar aqui porque não vale a pena eu citar.
MC não é
profissão. O que é MC? Para mim, é motoclube. É isso,
ele é um motoclube? Não é. É um idiota que acha que
sabe fazer música, que faz apologia ao crime e se diz MC.
E um bando
de idiotas que bate palma para esse idiota mor. É um idiota que é identificado,
a princípio, como o MC Salvador da Rima. É uma besta que não sabe escrever nem
o nome e se diz artista.
Estava
fazendo ajuntamento de pessoas - o que, segundo o governo, é ilegal -,
promovendo o maldito pancadão. A Polícia Militar foi legitimamente chamada. O
deputado esteve lá no Copom e falou que, só na sexta-feira, antes da
meia-noite, eram mais de 400 chamadas. Imagina sábado e domingo.
A PM,
atendendo ao legítimo chamado, esteve no local lá na área do 29º Batalhão da
Polícia Militar lá na Zona Leste e, quando chegou ao local, foi afrontada: “Vai
tomar no...” e vocês imaginam o quê mais. “Não vou identificar merda nenhuma” e
foi por aí.
E a
Polícia deteve esse vagabundo - porque, para mim, é um vagabundo - por desacato
e os outros vagabundos vieram para cima da Polícia. Inclusive, tem a filmagem
de uma idiota atacando o policial pelas costas, mas se ela toma um tabefe na
orelha, aí a Polícia é violenta.
E um monte
de vagabundos tentando liberar esse vagabundo. Enfim.A
ocorrência foi apresentada ao distrito, e, como sempre, a famigerada imprensa
tendenciosa, a imprensa que valoriza o crime noticiou essa ocorrência como
sendo excesso da Polícia, como sendo violência da Polícia.
Então,
mais uma vez, o meu repúdio a essa imprensa criminosa, a essa imprensa que
valoriza o crime e depois fica gritando, chamando a atenção da Polícia, que “a
Polícia não combate o crime”.
Combater
como, seus cretinos, se vocês valorizam o crime? Combater como, se vocês
incentivam o crime? Não só essa. Tem outra imagem - só para fechar, Sr.
Presidente - na rede social, rodando nesse final de semana, de duas motos da
Rocam perseguindo dois delinquentes.
“Ah, mas
são menores de idade”. São dois delinquentes, estavam fugindo da Polícia.
Estavam em situação irregular. Se não têm habilitação, não podiam dirigir a
moto. De quem era a moto? Quem deu a moto?
Enfim,
fugiam da Polícia, o que deve ser comum naquela região porque estavam sendo até
filmados por outro vagabundo - porque, para defender vagabundo, só pode ser
vagabundo - e, na perseguição, no acompanhamento, aquelas duas bestas bateram
em um carro que estava parado. Graças a Deus os PMs não se feriram. Se eles tivessem
morrido, “problema deles, não estou preocupado com isso”.
O problema
é que a imprensa vem dizer que a PM se exaltou, a PM extrapolou, a PM não
deveria ter feito aquilo, que o coitado do indivíduo bateu. Porra, e o carro
que está batido, quem vai pagar agora? Se eles bateram, é porque são imperitos,
não deviam estar fugindo da Polícia, se estavam irregulares, deveriam ter
parado.
Ou seja, a
imprensa passa um pano para os vagabundos e depois ainda vem dizer que, na hora
da detenção, devido às imagens - que eu não vi nenhuma agressão -, o PM teria
agredido o vagabundo no chão.
Eu não vi
nada disso. O que eu vi foi o PM contendo o vagabundo no chão... Porque aqui,
quem é policial militar, o Mecca, eu, o próprio Conte
Lopes, o Neri, que somos policiais militares, patrulheiros, sabemos muito bem
que o cara arrebenta de moto, cai de moto, levanta e sai correndo.
Isso, se
estiver armado, ainda levanta e troca tiros com a Polícia. Nós vimos lá o
policial fazendo a contenção do vagabundo no chão. E é lógico que o outro noia
que estava filmando já falou: “Não, o policial está agredindo”.
E, de
repente, vale muito mais a palavra daquele idiota que estava filmando - que,
para mim, é tão bandido quanto o que estava fugindo -, e a imprensa dá valor à
palavra daquele cara e só me publica o lado dele. “Aqui vai o meu lado
contrário ao da Polícia Militar”.
Eu não vi
nenhum comandante defendendo a sua tropa. Eu não vi nenhum representante da
Polícia Militar vir a público e dizer: “O policial militar estava correto, trabalhando
dentro do regulamento, dentro da lei”, como nós sempre fizemos quando
comandávamos a Rota.
Os
comandantes não se apresentam, não vêm defender a sua tropa. A Secretaria de
Segurança Pública não defende as polícias. A imprensa vem, diz absurdos, diz
mentiras, diz descalabros e fica o dito pelo não dito: a nossa tropa humilhada,
a nossa tropa sendo atacada diariamente nas ruas, principalmente nos malditos
pancadões, e nada é feito.
Policiais
militares estão sendo atacados nas ruas de São Paulo, nada é feito e, o pior,
ainda depõem contra os policiais dizendo que eles são os provocadores, que eles
são os violentos e que são os merecedores daquilo.
É uma vergonha o que o estado de São Paulo faz
para a Polícia do estado de São Paulo. Eu me envergonho do nosso estado em
relação ao tratamento que é dado a todas as nossas polícias. Precisamos mudar
isso urgentemente.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, Coronel
Telhada. Seguindo a lista de oradores, agora chamo a deputada Janaina Paschoal
e me solidarizo com as suas palavras. E acho que a Polícia, no caso, a de
Choque, tem aquele famoso guardião, aquele veículo israelense, que um jato de água daqueles termina com qualquer pancadão.
Então parabéns àqueles que
valorizam a Polícia. Falta-nos - não é, Coronel Telhada? - secretário de
Segurança como nós tínhamos na época do coronel Erasmo Dias e do Dr. Ferreira
Pinto.
Deputada Janaina Paschoal
tem cinco minutos regimentais.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., os
colegas presentes, as pessoas que nos acompanham. Desejo-lhes saúde durante
esta semana bastante tensa para todos nós.
Eu
gostaria, na verdade, de falar um pouquinho, eu sei que nem é muito comum
trazer uma questão interna, vamos dizer assim, para o público, mas eu acho
muito importante deixar tudo muito transparente.
Desde
que nós começamos a nossa legislatura eu evitei concorrer a assumir a liderança
do PSL aqui na Casa. Por quê? Porque, bem ou mal, com a minha votação eu já sou
uma pessoa que tem, vamos dizer assim, uma visibilidade.
É
comum a imprensa querer ouvir a minha opinião e eu entendia, entendo ainda, que
seria interessante dar espaço para os demais colegas.
Então
nós fizemos um ajuste no início do nosso mandato de que, pelos quatro anos, nós
teríamos quatro líderes, um por ano. Primeiro ano foi o deputado Gil o líder,
segundo ano o deputado Gambale, o mandato dele está finalizando.
O
que eu pedi para os colegas que nos lideraram? O direito de, quando divergisse
do pensamento do líder ou da maioria, o direito de vir aqui à frente pedir
verificação de votação com o intuito de ver no painel o meu voto consignado da
maneira que eu entendia ser justa.
Digo
aqui publicamente que tanto o deputado Gil quanto o deputado Gambale foram
muito corretos e nunca me impediram de vir aqui, à frente, pedir verificação de
votação.
Quando
veio o primeiro diálogo, o primeiro debate da substituição do líder Gambale,
alguns colegas se apresentaram. E eu também digo aqui publicamente, todos os
colegas da bancada têm legitimidade, dignidade para assumir a liderança. Eu
conversei com os candidatos, todos os candidatos disseram que eu poderia seguir
com a liberdade de pedir verificação de votação.
E
eu gosto muito de estudar a parte jurídica dos projetos, então, sendo ou não
sendo líder, normalmente eu já coloco no grupo da bancada o meu posicionamento,
os demais posicionamentos, uma perspectiva jurídica da análise de cada projeto,
que é um trabalho que eu faço por gosto e que continuarei, continuaria fazendo
independentemente de posição.
Por
que eu decidi me candidatar, sendo que nunca me passou pela cabeça assumir a
liderança do PSL aqui nesta Casa? Porque eu achei estranho o fato de a colega
Valeria Bolsonaro ter se candidatado e, praticamente, imediatamente, ter sido
notificada da sua expulsão.
Aí
eu achei estranho - o caso da colega Valeria é público, então estou mencionando
de maneira pública, porque já saiu até nos jornais -, eu achei estranho que
outros colegas mais alinhados ao pensamento bolsonarista, também, de alguma
maneira, vamos dizer assim, ensaiaram se candidatar a líderes da bancada e
receberam notificações de expulsão.
Isso
gerou, pelo menos para mim, um desconforto muito grande. Eu liguei para o
senador Major Olímpio, liguei para o presidente Luciano Bivar, para o
presidente Bozzella e a explicação que eu encontrei
foi a da cisão bolsonaristas e não bolsonaristas.
Ninguém,
em nenhum momento, falou sobre estarem ou não alinhados com o governador Doria.
Ninguém falou sobre isso. Aliás, quando eu pergunto se houve algum acordo nesse
sentido, eu recebo uma resposta negativa.
Então
eu quero ser, assim, muito transparente, muito correta com relação ao meu
relato. A questão é a seguinte, eu olho Brasília e vejo que os bolsonaristas
continuam no PSL. Parece que as expulsões só ocorrem em São Paulo.
Então
eu decidi me candidatar porque todo mundo sabe que eu não sou bolsonarista, que
há ações do governo federal com as quais eu concordo e costumo falar
publicamente e outras das quais eu discordo e também falo publicamente.
Da
mesma maneira, as pessoas minimamente justas já perceberam que eu não sou
alinhada nem com o PSDB, nem com o governador João Doria. Quando eu concordo,
eu aprovo, voto favoravelmente, quando eu discordo eu critico e voto de maneira
contrária.
Então
eu entendo que ter uma pessoa como eu na liderança, primeiro, quebra o discurso
de que o problema é bolsonaristas e não bolsonaristas e garante alguma
autonomia, seja no que tange ao governo federal, seja relativamente ao governo
estadual, que, para a Assembleia, é o mais importante.
Porque
não tem mais nada antidemocrático do que uma bancada, vamos dizer assim,
cooptada pelo Poder Executivo. Talvez aja algo mais antidemocrático, um partido
inteiro cooptado pelo Poder Executivo. Eu quero crer que isso não tenha
acontecido com o PSL, quero crer verdadeiramente, quero acreditar no que as
lideranças partidárias me afirmaram.
Eu
não tenho vida partidária, não gostaria de ter. Sou uma defensora aguerrida das
candidaturas avulsas, mas eu entendo que é um dever não só eu me candidatar, mas
manter essa candidatura para que nós possamos ter alguma autonomia nesta Casa
e, ainda mais, algumas certezas com relação a vinte e dois.
Porque
eu tenho muito medo, caso o partido já tenha sido cooptado, de, em 2022,
pessoas boas para ocuparem os vários cargos que serão objetos de eleição,
pessoas ficarem inviabilizadas por causa de acordos, por exemplo, com o PSDB.
A
gente, às vezes, vê que os bons quadros não são lançados, são até impedidos de
se voluntariarem para favorecer partidos maiores. Como eu não quero que isso
aconteça, não é nem com o PSL, é com São Paulo e com o Brasil, eu decidi me
candidatar. Vou manter a candidatura.
É
óbvio que os colegas que são concorrentes têm legitimidade para também manterem
as suas e os outros colegas para votarem em quem entenderem que devam, mas eu
quero deixar registrado aqui que a questão não é de vaidade, não é luta pelo
poder.
Eu
preferiria nem participar desse pleito, mas é uma maneira de garantir alguma
independência. De certa forma, também por isso nós estamos tentando construir
uma chapa alternativa à Mesa da Casa, porque, da maneira como as coisas estão
acontecendo em São Paulo, entendo eu que não podem continuar.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, professora Janaina. Corroboro suas palavras. Não
poderia ter sido mais clara na sua exposição do que acontece na nossa bancada.
A senhora já tem o meu voto, é público.
Continuando a lista de
oradores, gostaria de chamar agora o deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado
Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente Frederico d’Avila. Boa tarde aos
nobres deputados presentes no Pequeno Expediente: deputado Coronel Telhada,
deputado Major Mecca, deputado e pastor Carlos Cezar, presidente da Frente
Parlamentar Evangélica, da qual faço parte.
Sou
católico, mas faço parte da Frente Parlamentar Evangélica, com muito orgulho
disso, de estar nessas fileiras, representando o povo cristão do nosso estado,
do nosso País.
E
digo isso porque, na semana passada, para minha surpresa, o governador João
Doria vetou um projeto meu, de minha autoria, com coautoria do deputado
Gilmaci, que tornava a atividade religiosa, o serviço religioso, uma atividade
essencial, um serviço essencial.
Porque
nós buscamos proteger esse trabalho feito pelas igrejas no estado de São Paulo.
Porque muitos prefeitos, com mania de ditador, aquela síndrome do pequeno
poder, estavam fechando as nossas igrejas por tudo quanto é canto. Essas
igrejas, que fazem um trabalho social extremamente necessário. Repito: igrejas
católicas, evangélicas, espíritas, chegam onde o estado não chega.
Fiquei
surpreso com o veto do governador, dizendo que era inconstitucional. Como nós
vivemos num período onde o que está escrito na lei, na Constituição, nos
regimentos das casas legislativas, não está sendo cumprido, até pude entender.
Como não sou um deputado aliado ao governador, foi um veto de retaliação. De
retaliação política.
Porém,
fico feliz que os deputados da Frente Parlamentar Evangélica se sensibilizaram
com o nosso pleito, com o nosso projeto, e se articularam, e conseguiram o
convencimento do Sr. Governador, que protocolasse agora um decreto tornando a
atividade religiosa um serviço essencial. Pegou mal, né, governador! Pegou mal,
né? Pegou muito mal.
Sabe
aquela senhora que está em casa, passando necessidade, passando por problemas
psicológicos, onde o atendimento somente é um pastor, é um padre? O alimento
material, ela consegue, muitas vezes, numa igreja.
O
alimento espiritual, também. Pegou mal, pegou muito mal, governador. Eu espero
que esta Casa possa analisar o veto do governador. Que nós possamos derrubar
esse veto.
Porque
o decreto, o governador pode mudar a qualquer momento. Projeto de lei aprovado
e sancionado tem que passar por este Parlamento. Não é da maneira que o
governador quer, como ditador que é, governar por decreto. Governar com a sua
caneta, não dando independência ao nosso Parlamento.
Então
eu espero que, ou esta Casa de leis derrube esse veto, ou que o governador
mande um projeto de lei com igual teor para esta Casa. E que nós possamos
aprovar com urgência.
Porque
- repito - o trabalho que essas pessoas, que esses líderes religiosos fazem,
que cidadão comum, voluntário nessas igrejas, fazem, é essencial. É
fundamental. Então deixo registrado os meus parabéns à Frente Parlamentar
Evangélica, na nobre figura do deputado e pastor Carlos Cezar, e aos outros
deputados também.
Mas
eu peço que este Parlamento seja altivo. Que este Parlamento paute os projetos
de lei fundamentais para o nosso povo. Que este Parlamento não se dobre aos
desmandos do governador.
Que
nós possamos representar os nossos eleitores, e fazer pressão no Executivo,
como foi feita dessa vez. Pelo menos por enquanto, o serviço religioso vai ser
garantido no estado de São Paulo.
Havia
muito crítico aí: “Vai aglomerar na igreja.”. Meu Deus do Céu! As igrejas
seguem todos os protocolos: distanciamento social, álcool gel, uso de máscara.
Tudo. Limitação de número de fiéis ali dentro da igreja.
É
muito mais seguro estar dentro de uma igreja católica, evangélica, do que esses
pancadões que nós estamos fiscalizando pela cidade de São Paulo, pelo estado de
São Paulo, onde é tudo liberado. A promiscuidade, liberada.
Tudo,
absolutamente tudo. Tráfico de drogas. Como ali na Cracolândia,
à luz do dia, de noite, de madrugada, e o poder público não faz nada. Os nossos
líderes religiosos, as nossas igrejas, não podem ser punidos por isso.
Então
deixo, mais uma vez, registrado os meus parabéns aos deputados da Frente
Parlamentar Evangélica. Esta Casa ainda pode derrubar o veto.
Que
o governador não tenha essa mesquinhez política, como teve na semana passada.
Mas que mande um projeto de lei tornando o serviço religioso como essencial
para o nosso povo neste período de pandemia.
Muito
obrigado, deputado Frederico d’Avila, pela tolerância.
O
SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, deputado
Gil Diniz. Como o senhor bem disse, o governador é corajoso para impor
restrições ao povo, mas não tem coragem nenhuma de impor restrições aos
pancadões.
Continuando a lista de oradores, eu queria
chamar o deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Partindo para a Lista Suplementar.
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada
Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. Tem os seus cinco minutos
regimentais.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, deputado Gil Diniz, que assume a Presidência interinamente neste
momento, e que me antecedeu há pouco. Cumprimentar o deputado Coronel Telhada,
o deputado Frederico d’Avila, o deputado Major Mecca, todos aqui presentes,
público que nos acompanha pela Rede Alesp.
E dizer neste dia, para mim histórico,
para nós no estado de São Paulo, dia 1o de março, já que foi hoje
publicado um decreto - como bem disse o deputado Gil Diniz - do Governo do
Estado, que reconhece as igrejas, os templos de qualquer culto, como atividade
essencial.
Quero fazer um justo reconhecimento aos
meus líderes da igreja a qual eu pertenço, a Igreja do Evangelho Quadrangular,
que neste ano comemora 70 anos de fundação no Brasil e, daqui a dois anos, 100
anos de fundação no mundo.
O nosso presidente nacional da Igreja
Quadrangular, pastor Mario de Oliveira; sua esposa, pastora Bianca. Nossos
líderes aqui no estado de São Paulo, o pastor Toninho Stefan.
Em nome do pastor Toninho e sua esposa,
pastora Lourdes, cumprimentar todos os pastores da Igreja Quadrangular no
estado de São Paulo.
Nós
tivemos um encontro com o governador na sexta-feira à tarde.
Trouxemos a ele esta preocupação,
esta insegurança que estava acontecendo nas igrejas e nas cidades pelo interior
de São Paulo, onde muitos prefeitos faziam decretos extremamente rigorosos,
impedindo o direito constitucional de todos de ter a sua liberdade religiosa,
de manifestar a sua fé, de cultuar a Deus, aquilo que é caro para nós, aquilo
que nós sabemos que é a essência da nossa existência. E muitos municípios
estavam tendo esse direito cerceado. Isso era uma preocupação.
E
nós tínhamos apenas duas saídas: ou em um projeto que havia sido aprovado por
esta Assembleia seria derrubado o veto, o que poderia causar ainda mais briga
na Justiça, mais demora e mais demanda; ou um decreto como esse, que, como já
foi sugerido aqui, é um projeto enviado pelo governador. Eu quero agradecer e
fazer esse reconhecimento, porque ao falarmos isso, imediatamente ele se dispôs
a cumprir.
E
nós dizíamos, em nome da frente, que nós gostaríamos que tanto a Frente
Parlamentar Evangélica como a Cristã, aqui da Casa, pudessem participar, e
também a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional pudesse se fazer
presente.
E
no dia de hoje, nós tivemos ali mais de uma dezena de deputados estaduais da
Frente Parlamentar aqui do estado de São Paulo, da Assembleia Legislativa,
vários deputados; e também da Frente Cristã. O deputado Reinaldo Alguz
representando a Igreja Católica.
E
também do Congresso Nacional, vários deputados federais: Cezinha de Madureira,
o deputado Jefferson Campos, com quem nós estivemos na sexta-feira. Eu e
Jefferson Campos falamos com o governador sobre isso. Então, hoje foi um dia
histórico.
Nesse
ato, ele assina esse decreto, sana. E agora nós temos esse compromisso. Amanhã
- na presença, inclusive, do presidente da Casa, deputado Cauê Macris -, ele se
comprometeu a enviar um projeto para que nós possamos aprovar aqui de forma
célere.
Quero
também fazer um agradecimento ao apóstolo Estevam Hernandes, a quem eu pedi em
oração. E no último sábado, deputado Gil Diniz, nós estávamos reunidos com mais
de seis mil pastores da Igreja Quadrangular, de forma virtual.
No
estado de São Paulo, nós estamos perto de 10.000 pastores; estávamos todos
conectados de forma virtual. Mais de seis mil pastores. E pedi a eles que
orassem, que jejuassem. E nós cremos que hoje vivemos uma resposta de oração.
Sem
dúvida alguma, eu dizia hoje no Palácio que a minha igreja foi fundada em 1923.
E a nossa fundadora, Aimee Semple McPherson,
se destacou na década de 20 a 30, que foi aquele período... Em 1918,
começa a gripe espanhola. Ela dura quase três anos, cerca de dois anos e 11
meses.
A
gripe espanhola, que matou milhões de pessoas; dizem que mais de 17 milhões.
Algumas contas chegam a 100 milhões de pessoas que morreram naquela pandemia da
gripe espanhola. Foram milhões de pessoas que foram ceifadas.
E
depois disso, também, na década de 20, depois da Primeira Guerra Mundial, vem a
Grande Depressão. Nessa época, deputado Major Mecca, as pessoas passavam fome,
as pessoas tinham necessidades.
E
a nossa fundadora, sozinha, Aimee Semple McPherson,
alimentava mais gente do que a prefeitura de Los Angeles. Sem dúvida alguma, a
igreja cristã, o povo que crê em Deus, faz as suas obras sociais, distribuindo
cestas básicas, alimentos, roupas, mantimentos, cuidando não apenas do
espírito, da alma das pessoas, mas também do corpo.
Então,
eu quero aqui celebrar esse dia e fazer um agradecimento a V. Exa., deputado
Gil Diniz. E parabenizá-lo pela iniciativa e por saber que o senhor é um
deputado aguerrido, que defende que seja votado de forma célere, e que
participa conosco, também; está conosco nesse projeto.
Nós
estivemos juntos na votação. Nós dizíamos, inclusive, da cobrança de que algo
tinha que ser feito. Não apenas eu, mas todos os membros da Frente Parlamentar
Evangélica falávamos sobre isso.
Não
vou citar aqui os nomes, porque iria me alongar muito, mas um agradecimento
especial a cada um deles, a todos os parlamentares desta Casa e também ao
presidente da Casa e ao governador, que se sensibilizou e hoje faz esse ato e
cumpre aquilo que é o desejo, eu penso, de mais de 90% da população do estado
de São Paulo, que é uma população cristã, que crê em Deus e quer cultuar o Deus
que serve.
Apenas
isso.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GIL
DINIZ - SEM PARTIDO - Muito obrigado, nobre deputado. Faço minhas as vossas palavras.
Convido a usar a tribuna a nobre deputada Edna Macedo. (Pausa.)
Nobre deputado Coronel Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA -
PP - Sr.
Presidente, retorno a esta tribuna hoje, dia primeiro de março de 2021, uma
segunda-feira, justamente para falar desse assunto do decreto do governador
considerando o serviço religioso como essencial.
Eu quero aqui ser justo e parabenizar o governo do estado de São
Paulo por essa iniciativa. Apesar de que eu entendo que não deveria ser um
decreto, deveria ser uma lei.
Como o senhor mesmo falou, deputado Gil, o decreto ele muda a hora
que ele quiser; e nós sabemos da inconstância do nosso governador, para não
falar outras coisas. Mas também quero dizer que até nos grandes atos o nosso
governador consegue ser pequeno. É interessante isso. Eu acho que falta um
pouco de... Falar “vergonha na cara” é feio; eu não vou falar isso. Um pouco de
tarimba, para ser mais educado.
Ele vetou o seu projeto; até entendo, porque era uma iniciativa do
governo. Ok. Mas que tivesse a hombridade de chamá-lo, ao menos, para essa
solenidade e agradecê-lo pela ideia, pela postura, pelo trabalho. Eu acho que
seria justo, até, com o seu trabalho legislativo.
A mesma coisa a bancada evangélica. Eu faço parte da bancada
evangélica, e não fui chamado. Não fui chamado não é porque eu deixo de ser
evangélico, é porque o governador não gosta de mim.
Isso é um bom sinal; que ele não goste de nós dois. Aliás, de nós
três. Ele não gosta da gente, né, Mecca. Mecca, nós quatro. Eu acho que ele não gosta da gente
porque nós incomodamos, porque nós falamos o que ninguém quer falar, ou que
ninguém quer falar para ele: a verdade. Eu sou da Congregação Cristã no Brasil
desde que eu nasci. Meus avós já eram crentes da congregação.
Minha igreja foi fundada aqui no Brasil em 1910. Na época, como o
pastor Carlos Cezar falou aqui, da Primeira Guerra Mundial, da gripe espanhola.
A minha bisavó Isabel morreu no dia dois de novembro de 1918, jovem ainda - e
deixou meu avô bebê -, vítima da gripe espanhola.
E as igrejas, mesmo assim, trabalhando duro, não só na parte
espiritual, como na parte material, na parte do atendimento, da piedade, porque
as igrejas atendem muitas pessoas que têm necessidade, inclusive, de se
alimentar, de se vestir, que dependem da igreja.
Então, a verdade seja dita aqui: veio em bom momento esse decreto
que considera as igrejas serviço essencial, em caráter essencial, porque é uma
necessidade, realmente, principalmente num tempo de dificuldade, de pandemia,
de calamidade, o serviço religioso, o serviço de atendimento ao pobre não ser
parado, ser mantido.
O serviço religioso é essencial inclusive nas guerras, para poder
dar uma assistência, um conforto espiritual às pessoas.
Então, eu quero publicamente dar esse voto de parabéns ao governo
por esse decreto, que demorou para vir; demorou mais de um ano para vir. Mas ao
mesmo tempo me colocar aqui numa situação de tristeza ante as atitudes pequenas
do governador, em que ele não sabe separar a resistência do apoio, não sabe
separar a verdade da mentira, não sabe separar a politicagem do trabalho
verdadeiro.
É triste
nós termos um governador assim que só age em proveito próprio. Aliás, eu vi o
vídeo, não sei se vocês viram o vídeo, ouvi o Carlos Cezar lá, só ele fala.
Só ele
fala, tudo bem; a gente sabe que um vídeo de 30 segundos, mas não daria tempo
para todos os deputados falarem, mas nós notamos que é tudo “eu”, “eu fiz”, “eu
faço”, “eu posso”, “eu sou ferrado”, para não falar outra coisa. É vergonhoso,
é a megalomania pura.
E eu fico
triste, porque não é isso que nós queremos de um líder, de um governador, não
é, Mecca? Nós queremos um governador, uma pessoa que
nós possamos seguir, uma pessoa, numa situação, falar: “Poxa, que orgulho eu
tenho desse governador, um homem sensato, uma pessoa que pensa pelo povo, uma
pessoa que se preocupa com o cidadão”.
Infelizmente
essa não é a realidade. Nós temos um governador que só pensa em si próprio, só
pensa em se promover, é uma pessoa totalmente vaidosa, e a figura que é mais
clara, nas palavras do governador, é o “eu”, não existe o “nós”: eu, eu e eu.
E nós,
como policiais militares, a primeira coisa que nós aprendemos, quando nós
entramos na Polícia Militar, uma das primeiras coisas, é que a palavra “eu” não
existe, existe a palavra “nós”, porque o “eu” sozinho não faz nada.
Então, eu
só queria dizer essas palavras aqui, no sentido da necessidade e da importância
do reconhecimento das igrejas, do serviço religioso como serviços essenciais
para a vida do cidadão e para o funcionamento do estado de São Paulo.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre
deputado Coronel Telhada. Mais uma vez faço minhas as suas palavras, nossas
palavras também, porque realmente eu gostaria de ter um governador que fosse um
espelho aqui para o Parlamento, que nós pudéssemos nos orgulhar. Não é o caso
desse governador que nós temos.
Com a palavra o nobre deputado Frederico
d’Avila.
O
SR. FREDERICO D'AVILA - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, volto a esta tribuna
para, além de corroborar as palavras do Coronel Telhada e dizer aqui a respeito
do que disse a deputada Janaina sobre a questão da liderança aqui do partido,
do PSL, aproveitando o momento, deputado Gil, que estaria o deputado Coronel
Telhada aí e o Major Mecca ali, espero que os dois se acertem logo mais, para
que nós possamos ter uma candidatura alternativa à candidatura do governo.
Tenho
um carinho enorme pelos dois, conheço o Coronel Telhada há mais de 10 anos. O
Mecca eu conheci através do Coronel Telhada, na capital, na Rota, e gostaria
muito... para mim é um orgulho poder votar tanto em um quanto no outro. Quero
que vocês se acertem.
O
que a gente não pode ter são duas candidaturas de um mesmo lado, para
justamente não dividir, porque nós precisamos aqui é ganhar desse crápula que
está no governo.
Agora
aproveitando, Coronel Telhada, o senhor e o pastor Carlos Cezar que estão aqui,
essa semana que passou, no calendário judaico é a Festa de Purim
da Rainha Ester, em que o primeiro-ministro, o Hamã,
queria dizimar o povo judeu na então Babilônia, atual Pérsia.
E
é comemorado o Purim, que é onde os judeus ganharam a
batalha em relação ao rei, o Hamã, que era o
primeiro-ministro, era, vamos dizer assim, o coordenador do governo do rei da
Pérsia, da Babilônia, na ocasião, e que foi um milagre muito grande, dada a
desvantagem populacional entre o povo judeu e o povo babilônico. Isso foi na
época do Império Aquemênida. Isso faz mais de 3.000 anos.
E
dizer que os milagres acontecem. Então, aqui a nação católica, cristã católica
essa semana teve essa vitória, que por mais que nós tenhamos alguém que não
condiz com a cadeira do governador do estado de São Paulo, o povo religioso, o
povo de Deus, seja ele cristão católico ou cristão evangélico, teve a
liberdade.
Como
disse o deputado Gil Diniz aqui, qualquer igreja, qualquer congregação é mais
segura, em matéria sanitária, do que um pancadão desses aí que a gente vê, além
do consumo de drogas e etc e tal, vemos também
nenhuma restrição sanitária, além do contato físico, porque ali são praticados
atos sexuais quase que na frente das outras pessoas, praticamente a público.
Então,
parabenizar aqui a vitória da Frente Parlamentar Evangélica, justamente por essa
conquista, por esse decreto que, na verdade, não deveria ser nem uma conquista.
Deveria ser, o próprio ato em si deveria permitir essa liberdade religiosa. E
aí faço referência à Festa de Purim, que é onde o
povo de Israel teve essa grande vitória.
Continuando
aqui, eu gostaria aqui também de dizer que, pari passu do que disse aqui o
deputado pastor Carlos Cezar, é impressionante, é impressionante, deputado
Coronel Telhada, deputado Gil Diniz, deputado Mecca, como o direito de fé, o
direito de ter assistência paroquial rabínica, enfim qualquer ela que seja, o
direito de ter fé está cada dia mais cerceado.
Então,
nós acabamos nos acostumando com esses cerceamentos, que só vão piorando. Vocês
vejam aqui aquele menino que matou a menina que foi jogar vídeo game, ele disse
que matou a menina porque ele queria atacar a Igreja Católica. Não é isso? Ele
disse que queria desmoralizar a Igreja Católica.
E
essas coisas vão se tornando corriqueiras, e a fé cada vez mais subjugada,
cerceada, e a gente tem que sair aqui em frentes parlamentares evangélicas,
cristãs, enfim, qualquer outro tipo de coisa para garantir o direito de ter uma
assistência espiritual.
Então,
está difícil, no Brasil e no mundo. Vejam aquela igreja no Chile que foi
queimada por aqueles facínoras, uma igreja antiquíssima que foi queimada por
aqueles facínoras, e nem o Papa se escandalizou com aquilo.
Quem
se manifestou foi o bispo local. Nem o Papa se escandalizou. E aí, a cada dia mais nós vamos nos acostumando com essas supressões do
direito de manifestação religiosa e, consequentemente, nós vamos dando espaço a
essas pessoas.
Infelizmente
a maneira é essa, mas através dessas frentes parlamentares e de parlamentares
combativos nós vamos garantir esse direito para a nossa população.
Obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre
deputado Frederico d’Avila.
Encerrado o Pequeno Expediente, dando
início ao Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Convido a fazer
uso da tribuna o nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Nobre deputado
Maurici. (Pausa.) Nobre deputado Frederico d’Avila. Vai utilizar a palavra,
Frederico?
O
SR. FREDERICO D'AVILA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Deputado Gil Diniz, que preside esta sessão, deputado Mecca, deputado Carlos
Cezar, gostaria de mostrar um vídeo que é uma manifestação da beleza da
natureza. Vejam só como é interessante quando existe o milagre da vida, da
reprodução.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Uma borboleta. Aí pronto. Então, só falta
isso para a gente ter uma pessoa melhor, que trate melhor o nosso estado de São
Paulo, porque enquanto ele não sair do seu casulo, vamos ficar sofrendo esse
tipo de pressão.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre
deputado Frederico d’Avila.
Convido a fazer uso da tribuna o nobre
deputado Caio França. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Nobre deputado
Coronel Telhada. (Pausa.) Nobre deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Nobre
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Nobre deputada Carla
Morando. (Pausa.) Nobre deputado Daniel José. (Pausa.) Nobre deputado Sargento
Neri. (Pausa.) Nobre deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Nobre deputado
Rodrigo Gambale. (Pausa.) Nobre deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Nobre
deputado Gil Diniz. Faço aqui a permuta com o nobre deputado Major Mecca. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos
vocês que nos acompanham pela rede social, retorno agora no Grande Expediente,
hoje é dia 1º de março de 2021, porque quero trazer ao conhecimento de todos os
senhores, quero compartilhar com todos vocês uma experiência que eu vivi na
última sexta-feira, dia 26 de fevereiro.
Quero dividir essa experiência minha
porque é um problema extremamente grave que vivemos na Polícia Militar do
Estado de São Paulo, em todas as polícias do estado de São Paulo, na verdade,
na Polícia Civil, na Técnico-Científica, na polícia penal, que é o abandono dos
nossos policiais e de seus familiares.
Na última sexta-feira, 26 de fevereiro,
acompanhei a dona Mara, mãe do soldado Lourenço, um policial que foi morto a
tiros por um criminoso durante o seu turno de serviço na zona leste de São
Paulo, na área do 38º Batalhão de Polícia Militar.
Estávamos eu, a dona Mara, a sua filha e
familiares em frente ao túmulo do soldado Lourenço. Estávamos orando,
dialogando e buscando em Deus a paz àquela família, a toda família policial
militar diante de toda a violência, diante de toda a dificuldade que atravessam
os nossos policiais e os nossos familiares.
Eu queria que os senhores colocassem a
foto, por favor. Estávamos ali orando. A dona Mara é evangélica. Inclusive,
deputado Carlos Cezar, deputado Gil, deputado Frederico d’Avila, a dona Mara se
sustenta pela fé que ela tem em Deus e a igreja evangélica que ela frequenta.
No momento em que estávamos orando, em que
estávamos conversando com o Sr. Jesus, buscando alívio e conforto, o pequeno
Arthur, filho do soldado Lourenço - ele tem quatro anos de idade, o pai foi
morto por criminosos há três anos -, esse garotinho se ajoelhou espontaneamente
diante da lápide do pai dele e começou a chamar pelo pai: “papai Lourenço”.
Foi um momento de forte emoção, porque são
muitos os filhos, filhas, esposas, pais, mães, avôs e avós que sofrem hoje, no
estado de São Paulo, a perda de seus entes queridos nas mãos de criminosos.
É um sofrimento que, por mais que nós
tentemos trazer ao conhecimento do governador do estado de São Paulo e das
demais autoridades, me parece que tanto o governador quanto essas autoridades
têm uma pedra de gelo dentro do peito. Uma pedra de gelo!
São insensíveis diante do sofrimento
dessas pessoas, do sofrimento da dona Mara, do pequeno Arthur, filho do soldado
Lourenço, dos outros dois filhos que o soldado Lourenço tem.
São insensíveis e materializam essa
insensibilidade, como fez o desgovernador João Agripino Doria no veto ao nosso
Projeto de lei nº 701, que antecipa em cinco por cento a indenização de 200 mil
reais a esses familiares quando os nossos guerreiros são mortos, executados
pelo crime durante o serviço.
A covardia desse governador João Agripino
Doria é tão grande que, em um dos parágrafos da sua justificativa ao veto ao
nosso projeto de lei, tão importante a esses familiares que estão sofrendo, ele
coloca na justificativa que o comando da Polícia Militar não concordou com o
meu projeto de lei.
O senhor é mentiroso! Governador,
estadista mentiroso! Não respeita as policiais militares, os policiais de São
Paulo e não respeita o povo. Seu mentiroso! Eu fui sexta-feira ao quartel do
Comando Geral e o Comando Geral não foi consultado por V.Exa., senhor mentiroso.
O
senhor tem que ser destituído da cadeira de governador do estado de São Paulo,
o estado mais importante, locomotiva desta Nação. E o senhor está fazendo de
São Paulo o seu playground, onde o senhor brinca com o povo do estado de São
Paulo, brinca com os nossos policiais. Abandonou-os, trabalha contra a polícia.
O senhor trabalha contra os policiais
militares, os policiais civis, os policiais técnico-científicos e os policiais
penais. O senhor trabalha contra. Tudo que o senhor pode fazer para
prejudicá-los, o senhor faz.
Esse
final de semana, nós acompanhamos os nossos soldados, sofrendo agressões, sem
estrutura alguma para combater pancadão. O senhor mentiu, falando que seria uma
das prioridades do seu governo combater pancadão. Mais uma das suas mentiras, “desgovernador” João Agripino Doria.
A
você que nos assiste, guardem esse nome, João Agripino Doria, para que nas
próximas eleições os senhores, povo, cidadão de bem do povo de São Paulo,
possam excluir esse sujeito da vida pública.
Volte
para o buraco de onde o senhor saiu, porque o senhor não se comporta como um
ser humano. Não se comporta como um ser humano. Desrespeita o povo e o estado
de São Paulo, em todas as suas manifestações e ações.
O
senhor tem que ser destituído. Um impeachment desse "desgovernador"
tem que ser trazido a este plenário.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM
PARTIDO - Obrigado,
deputado Major Mecca. Convido o nobre deputado Carlos Cezar para assumir os
trabalhos aqui, para eu usar a tribuna deste plenário.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR -
PSB - Continuando
a lista de oradores inscritos no Grande Expediente, chamo a deputada Leticia
Aguiar. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Doutor Jorge
Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello
Branco. (Pausa.) Deputado Major Mecca, que permuta com o deputado Gil Diniz.
Tem a palavra, pelo tempo regimental, V.Exa., deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
presidente, nobre deputado Carlos Cezar. Cumprimento aqui, mais uma vez, os
deputados presentes, agora no Grande Expediente, Major Mecca, Frederico
d'Avila, assessores, policiais militares, policiais civis desta Casa, aqueles
que nos acompanham pela Rede Alesp.
Realmente,
Major Mecca, é de nos deixar indignados esse tipo de retaliação política, que
vem sendo feita com deputados eleitos pelo povo de São Paulo. O Major Mecca
teve 130 mil votos, o que representa aqui uma boa parcela do nosso povo,
representa aqui uma instituição como a Polícia Militar do Estado de São Paulo,
deputado Frederico d'Avila. E nós vemos mais um veto do governador.
Desta
vez o plenário aqui deliberou e aprovou o projeto onde o estado, o governo, o
governo não, que o governo tem recurso, o estado de São Paulo anteciparia uma
parte da indenização que a família do policial militar morto em serviço, morto
em combate, morto nessa guerra urbana que nós vivemos diariamente, aqui na
cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, poderia receber, quanto daria esse
valor, Major Mecca? Daria 10 mil reais? Cerca de 10 mil reais, 5% da
indenização, para ser paga à família, em 48 horas.
Meu
Deus do céu, qual família, pergunto aqui, governador, qual família, de qualquer
soldado da Polícia Militar do nosso Estado, está preparada para perder o seu
ente nessa guerra urbana que nós vivemos? O soldado ganha pouco mais de três
mil reais, quando muito, vende a sua folga para poder ali fechar as suas
contas, no final do mês.
Que
família tem esse recurso? Nenhuma. Eu lembro aqui o cabo Fernando, cabo da
Rota, brutalmente assassinado na porta de casa. Governador, a gente não
esqueceu, não, que enquanto nós estávamos no velório dele, quando a família do
policial militar chorava a morte do cabo Fernando, você e seus pelegos jogavam
bola e comiam pizza na sua residência.
Meu
Deus do céu! Major Mecca, nós fomos às ruas de São Paulo, nesse final de
semana, três horas da manhã, na noite de sábado. Nós estávamos no Jardim Robru. Quem conhece a zona leste de São Paulo sabe onde
fica, no extremo leste de São Paulo, Jardim Robru,
deputado Frederico d'Avila, 67º DP. Falamos lá com o delegado.
Vimos
ali a precariedade do distrito policial. Conversamos com vários policiais
militares que ali estavam, atendendo ocorrências, e os policiais narrando ali
para nós o descaso com a tropa, o descaso da Secretaria de Segurança Pública.
E
dou aqui um exemplo. Repercutiu em todas as mídias, UOL, G1, a prisão de um MC,
como se MC fosse profissão. Tinha lá aglomeração, tinha lá, com toda certeza, o
funk comendo solto na frente daquela residência.
E
olhem só, o policial foi lá e cumpriu o que o governador está determinando.
Teve ali a solicitação, teve ali a abordagem, Major Mecca, dentro do devido, do estrito
cumprimento do dever legal.
Todos
os protocolos foram seguidos. Mas o que aconteceu, no final das contas,
deputado Carlos Cezar, no DP seis, sete, oito advogados do MC queriam colocar,
inverter a situação e colocar “tortura”, para os policiais responderem.
Já
pensou, deputado Frederico d’Avila, V. Exa., que defende aqui a instituição
policial militar: o policial vai lá, aborda o vagabundo, é desacatado, é
humilhado, é agredido, e ao apresentar ocorrência no distrito policial, o
cidadão ali tem cinco, seis, sete advogados, e invertem ali a ocorrência.
É
perigoso o policial ficar preso e o vagabundo sair pela porta da frente. E cadê
o governador de São Paulo? E cadê o secretário de Segurança Pública? Cadê o
comandante-geral da Polícia Militar?
Coronéis,
vocês aí, que têm três estrelas gemadas no ombro de vocês: defendam a Polícia
Militar, defendam a tropa, meu Deus. Vocês são soldados também. Não tenham medo
de enfrentar ordens absurdas desse governador, que só pensa na próxima eleição.
Um
governador que humilha os nossos policiais, que humilha, inclusive, os nossos
oficiais em transmissões ao vivo. Ou ele acha que alguém esqueceu? Não é
possível. E nós acompanhamos ali, deputado Frederico d'Avila, uma ocorrência,
dentre várias ocorrências, Major Mecca.
Mas
uma delas, naquela madrugada, me chamou a atenção: conversávamos em frente ao
67 DP, chegou lá um trabalhador entregador, chegou ali com a sua caixinha, foi
assaltado. O vagabundo o ameaçou de morte, disse que ele iria morrer. Levou a
sua moto. Tinha acabado de pegar a moto.
Foi
assaltado no sábado, tinha pego a moto na quarta-feira. Moto nova, parcelada,
sabe-se lá em quantas vezes. E, para nossa alegria, os policiais conseguiram
identificar o vagabundo e fizeram ali o acompanhamento. O maldito, em alta
velocidade ali nas ruas do extremo leste de São Paulo, se chocou no poste,
destruiu aquela moto e, infelizmente, foi vivo para o hospital.
Eu
espero que tenha morrido. Ali no local fraturou a canela e fraturou o crânio.
QSA 2. Espero que tenha zerado, espero que não assalte mais nenhum trabalhador.
A gente ficou emocionado, Major Mecca, porque quando nós ali dávamos parabéns
aos policiais militares do Dois de Ouro, da Rocam, do Dois de Ouro, estava
conosco o supervisor regional, capitão Bruno Mattos.
Esse
cidadão, Frederico, que foi assaltado, foi lá dar parabéns aos policiais
militares, agradecer aos policiais militares, que colocaram a sua vida em risco
para tentar resgatar o seu patrimônio que, infelizmente, estava totalmente
danificado naquele poste.
Mas,
pelo menos, o secretário de Segurança Pública, aqueles cidadãos ali, que
passaram pela Polícia Militar e hoje estão na Secretaria de Segurança Pública,
secretário executivo, seja lá que cargo tenha, lembrem-se desses policiais,
defendam nossa tropa, meu Deus do céu.
O
governador falou aqui, no veto que ele escreveu, Major Mecca, que consultou o
alto comando da Polícia Militar. Mentira, ou alguém está mentindo de algum lado
ali. Eu tenho certeza de que o mentiroso é o governador.
O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - O senhor me permite um aparte?
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Pode falar, deputado Frederico
d’Avila, por gentileza.
O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado
Gil Diniz, eu até pensei várias vezes, graças a Deus eu tenho atividade
agrícola, não preciso do salário de deputado para viver.
Eu já
pensei várias vezes, Major Mecca, em pegar o meu salário e dividir em várias
espórtulas para os policiais que fossem, tiverem atitudes como essa, que você
acabou de contar, ou infelizmente vieram a falecer, como o caso que o Major
Mecca colocou aí. Aí eu fui aconselhado pelo meu chefe de gabinete, que também
foi comandante do Major Mecca.
Ele
falou: “Olha, isso aí, você vai ser categorizado, processado por... Vão dizer
que você está financiando a pistolagem, tortura e todas essas coisas que a
gente sabe que fazem conosco”.
Então,
nada melhor do que o que o senhor e o que o Major Mecca estão fazendo aqui, e
eu costumo fazer também quando tomo conhecimento, de enaltecer a ação desses
policiais militares, ou civis, quando for o caso, porque, como o senhor acabou
de falar, alguém está mentindo.
A
gente já sabe quem está mentindo, é o governador, que é mentiroso contumaz. Se
ele falar que agora está de dia lá fora, pode ir lá fora que está de noite,
quatro horas da tarde, pode ter certeza de que está de noite. Ele sempre mente.
Então
eu parabenizo o senhor, Major Mecca, Coronel Telhada, enfim, todos aqui, sejam
eles militares ou não, que vêm sempre enaltecendo o trabalho da Polícia
Militar, que nunca será levado à imprensa porque a mídia é totalmente
controlada pelo PT, pelo PSOL, por todos esses partidos que dizem defender os
Direitos Humanos quando esses humanos são dessa espécie aí desse MC, que, por
mim, eu vou falar com todas as letras aqui, devia ser rachado no meio com uma borrachada. Deviam quebrar ele no cacete, para ele ficar um
mês sem andar.
E eu
queria aqui aplaudir os policiais, não os conheço, e me solidarizar com o
rapaz, que perdeu a motocicleta no acidente. E dizer que o que o senhor está fazendo
aqui é a única maneira de a gente resgatar a hombridade desses policiais que
estão nas ruas enfrentando, como diz o Major Mecca, o zero um do todo dia.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado, nobre deputado. Para
finalizar, presidente: deixo aqui, mais uma vez, o meu mandato à disposição da
instituição policial militar. Alto comando, coronéis: nunca esta
Casa teve tanto representante da instituição, pelo menos é o que se dizem, né?
Alguns,
a gente sabe que não honram a farda, não honram as divisas que colocam no
braço. A gente sabe disso. A tropa sabe disso. Mas vocês têm o apoio aqui da
Frente de Segurança Pública, dos mais diversos deputados desta Casa.
Então
contem conosco para defender a tropa, e não pensem em qual próximo cargo V.
Exas. vão conseguir após a aposentadoria, após ir para a reserva. Pensem ali no
policial militar, principalmente no zero um, que está ali na rua apanhando,
tomando tiro, defendendo o cidadão de bem. Pensem nesses policiais, e defendam
a instituição policial militar. Contem com o nosso mandato.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.
O SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Se houver aqui acordo entre as
lideranças, dar por levantada a presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PSB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo
de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a
mesma Ordem do Dia da última quinta-feira.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 58 minutos.
* * *