1 DE ABRIL DE 2021

6ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA EM AMBIENTE VIRTUAL

 

Presidência: CARLÃO PIGNATARI

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Abre a sessão. Coloca em discussão o PR 8/21. Convoca uma sessão extraordinária em ambiente virtual, a realizar-se às 14 horas, com Ordem do Dia.

 

2 - ISA PENNA

Para comunicação, expressa sua esperança de que a penalidade de 119 dias proposta para o deputado Fernando Cury seja revista. Pede o apoio de seus pares para que se imponha uma sanção mais dura ao parlamentar, por episódio de importunação sexual ocorrido nesta Casa.

 

3 - EMIDIO LULA DE SOUZA

Para comunicação, pede um minuto de silêncio em memória de Angelo Perugini, prefeito de Hortolândia e ex-deputado desta Casa, que faleceu por complicações relacionadas à Covid-19.

 

4 - RAFA ZIMBALDI

Para comunicação, presta condolências ao deputado Ricardo Madalena, pelo falecimento de seu pai, e aos familiares do prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini.

 

5 - JANAINA PASCHOAL

Para questão de ordem, solicita que a deputada Isa Penna esclareça se concorda ou não com a suspensão do mandato do deputado Fernando Cury por 180 dias. Comenta que, embora alguns deputados afirmem existir tal concordância, o pronunciamento da própria parlamentar não foi, a seu ver, suficientemente claro.

 

6 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Alude às discussões no Colégio de Líderes, com a participação dos membros do Conselho de Ética desta Casa. Reconhece que o desejo da sociedade é que o deputado Fernando Cury seja cassado, como punição pelo assédio cometido contra a deputada Isa Penna.

 

7 - ISA PENNA

Para questão de ordem, considera lamentável que a maior punição para qual existe consenso nesta Casa seja a suspensão do mandato do deputado Fernando Cury pelo período de 180 dias. Opõe-se ao relatório aprovado no Conselho de Ética, que propõe uma suspensão de 119 dias apenas. Declara que não lhe foi dado pleno direito de defesa no órgão. Afirma que o processo, no âmbito do conselho, representou um prolongamento da violência que sofreu. Explica que defende e continuará a defender a cassação do mandato do deputado Fernando Cury. Pondera que a mínima punição razoável para o parlamentar seria a suspensão do mandato pelo período de um ano. Informa que não desistirá de buscar a responsabilização criminal do deputado Cury. Conclui que, dadas as circunstâncias, e tendo em vista o que é possível construir politicamente na Casa, considera a suspensão de 180 dias, ainda que insuficiente, preferível à aprovação do relatório do Conselho de Ética. Agradece aos deputados que agiram para que se encontrasse uma saída política para não aprovar o referido relatório.

 

8 - JANAINA PASCHOAL

Para questão de ordem, explica sua indagação anterior, a qual, afirma, foi de ordem jurídica. Considera que o discurso da deputada Isa Penna contradiz as afirmações, feitas por outros parlamentares, de que ela concordaria com a punição de 180 dias de suspensão do mandato do deputado Fernando Cury. Questiona se é possível colocar em votação todas as punições propostas, incluindo a cassação.

 

9 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Afirma não haver possibilidade de votar todas as punições propostas. Sugere o levantamento da sessão, para que a discussão possa prosseguir no Colégio de Líderes. Lembra a realização da próxima sessão extraordinária em ambiente virtual, com início previsto para as 14 horas de hoje. Levanta a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. Carlão Pignatari.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e declara aberta a 6ª Sessão Extraordinária em Ambiente Virtual.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Bem, bom dia a todos, às deputadas, aos deputados, aos que não são líderes e nem do Conselho de Ética. Nós estávamos aí desde as nove horas da manhã. Então, eu gostaria de pedir a suspensão da nossa sessão até as 14 horas, e aí voltaremos para tentar que a gente consiga juntos construir uma saída.

Não dá, não dá que está mais… Onze, meio dia e meia, uma e meia, então, tem que ser? Ou, havendo acordo de lideranças, a gente pede a suspensão da presente sessão e convoco uma nova sessão.

Nos termos do Art. 100 - deixe-me pegar a colinha aqui -, inciso I do Regimento Interno, combinado com o Art. 2º, inciso II da alínea “a” do Ato da Mesa nº 12 de 2021, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se às 14 horas, em ambiente virtual, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 7ª Sessão Extraordinária em Ambiente Virtual foi publicada no D.O. de 06/04/2021.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo acordo de lideranças, eu peço o levantamento da presente sessão. Tem uma questão de ordem, deputado Emidio, deputada Isa? Desculpe, tem uma questão de ordem da deputada Isa Penna. Desculpe, pela ordem ela pediu, mas tudo bem. Deputada Isa Penna, eu não estou vendo-a. Isa. Estou vendo, isso.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu queria, em primeiro lugar, deixar muito registrado aqui no começo da sessão uma esperança que me foi dada no dia de ontem, que é de a gente conseguir rever essa pena pelo caso de assédio.

Quero registrar aqui que é com muita expectativa que eu peço às mulheres desta Casa, que eu peço a todos os homens desta Casa, que eu sei que não concordam com esse tipo de atitude, que não acham que isso deva ser naturalizado, que, junto comigo, a gente discuta para aprovar aquilo que é correto.

É isso, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Isa Penna. Deputado Emidio, o senhor tem a questão de ordem. (Pausa.) Deputado Emidio.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Bom, presidente, fora dessa questão, apenas para comunicar a Casa e pedir um minuto de silêncio pelo falecimento, agora há pouco, do ex-deputado e atual prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini, em decorrência de complicações da Covid-19.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Emidio. Tem uma questão de ordem do deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Rafa.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, presidente. No mesmo sentido do deputado Emidio, registrar aqui o falecimento do nosso prefeito da nossa região metropolitana, o Angelo Perugini.

E também as condolências à família aqui do nosso deputado do nosso partido Ricardo Madalena, que teve o falecimento de seu pai hoje, o Mario Augusto Madalena, ex-prefeito também. Deixar registrado aqui e fazer a inclusão desse um minuto de silêncio.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Rafa Zimbaldi. Nós vamos fazer um minuto de silêncio assim que eu ouvir... O deputado Agente Federal Danilo Balas está perguntando se é às 14 horas. Sim, é às 14 horas a próxima extra. Tem uma questão de ordem da deputada Janaina e, depois, tem um pela ordem do deputado Frederico d’Avila.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Obrigada, Sr. Presidente. Externando aqui os meus sentimentos pelos falecimentos anunciados.

Presidente, eu vou insistir no que eu falei ao final da sessão de ontem, o que eu falei durante o nosso Colégio de Líderes, que se iniciou às 9 horas da manhã, e com o apoio de vários colegas: nós não podemos dar sequência sequer ao Colégio de Líderes se a deputada Isa Penna não falar com clareza o que ela quer dizer quando ela fala “o justo, o certo”, porque nós estamos há meses, há horas debatendo uma questão que é séria.

Estamos em meio a um julgamento - como eu disse ontem, é uma sessão diferente das convencionais, que são legislativas -, a colega tem escrito em suas redes que está sofrendo pressões e falam por ela que ela aceita e entende justa a pena de 180 dias. Hoje mesmo, no Colégio, vários colegas disseram que conversaram pessoalmente com ela e ela disse que está feliz com os 180 dias.

Só que agora ela pediu a palavra, não foi clara sobre o que ela quer deste processo, não foi clara. Disse que tem expectativa, tem esperança de que a gente faça o que é justo e certo. Só que nós precisamos - e eu entendo que tem que ser agora, porque o Colégio precisa fechar uma posição - que ela diga com clareza para os colegas e para o público o que ela entende como justo e certo.

Porque eu não quero seguir debatendo essa questão com a seriedade que nós debatemos para a colega depois colocar em suas redes que ela está sofrendo pressão, porque pressão no curso do processo é crime.

Então, tem que ter transparência, tem que ter clareza e tem que ser agora, porque nós já estamos há horas no Colégio. Nós precisamos finalizar esse Colégio, porque depois a colega diz que está passando mal, sai da sessão, e outros vêm falar por ela. Nós temos que ouvir da colega o que é que ela quer desse processo.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada Janaina Paschoal, eu não tenho procuração para defender nem a deputada Isa nem o deputado Fernando Cury.

O que eu entendo é que se for possível nós acharmos, construirmos uma saída política, para que encerre rapidamente esse processo, eu não tenho nenhuma dúvida. Quando você fala, se você levar que é assédio, você acaba tendo que a sociedade hoje quer a cassação do deputado. Isso é muito claro, muito nas redes.

Conversando com a minha esposa, com as minhas irmãs, houve aí um levantamento geral com esse caso, que é muito triste. Muito triste, muito difícil, tanto para um quanto para outro, mas eu tenho certeza de que, conversando com a deputada Isa, que não vamos dizer que isso vá sanar o que houve, e que isso é o que queria.

Lógico que as pessoas estão pedindo cassação, mas o entendimento que eu gostaria que a deputada Isa dissesse, a deputada Monica, é que é o que foi possível construir dentro do Parlamento.

Então, isso é uma fala que nós temos que ter, uma tranquilidade, uma serenidade, de tentar tocar esse processo, com um acordo político, ou não. Mas eu quero ouvir a deputada Isa Penna.

Deputado Coronel Telhada, não houve nada com o Madalena. O pai dele, houve, sim, houve a perda. O deputado Madalena perdeu seu pai, que ele pôs no chat aqui "o que houve com o Madalena". É com o pai dele, ex-prefeito também.

Mas vamos ouvir a deputada Isa Penna.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, em primeiro lugar, eu queria pedir para não ser interrompida nessa fala, porque na de ontem não teve uma fala que eu tentei fazer aqui que eu não fui, foi cortado meu microfone.

Então, já que estão pedindo o meu posicionamento dessa forma extraordinária, então eu peço que eu não seja interrompida. Bom, em primeiro lugar bom dia a todos os colegas que estão aqui hoje. Vejam que de fato não basta ser mulher. Sim, é lamentável que o possível desta Casa seja seis meses.

É lamentável por quê? Porque nós estamos numa sociedade que cada vez é menos tolerante do que isso, e eu tenho um compromisso com essas pessoas que construíram essa luta até aqui.

Por isso, a minha defesa e a minha luta permanecerá sendo a luta pela cassação, o que não significa dizer que eu reconheço, sim, que é importante não aprovar aquele relatório aprovado no Conselho de Ética pelo deputado Wellington Moura, pelo deputado Delegado Olim, pelo deputado Adalberto Freitas, pelo deputado Estevam Galvão, que tanto fizeram daquilo sessões de tortura para mim, de continuação da violência.

Então, deputados, eu coloquei aquilo ontem e continuo colocando nessa mesma perspectiva, entendendo que eu não faço política no Parlamento que eu quero, eu faço política no Parlamento que existe.

E, sim, eu acho, como a vítima desse caso, que é uma redução de danos, sim, que não seja aprovado o relatório daquelas pessoas, daquele parecer, daquele perito, porque eu não tive direito de defesa, porque eu fui silenciada muitas vezes.

Então, sim, para mim, derrotar aquele relatório é importante para que eu continue andando por esta Casa de cabeça erguida.

E por isso é importante o que vocês vão fazer hoje, o que não quer dizer que me convenceram de que o deputado Fernando Cury não mereça esse passado, e que eu não vá procurar, inclusive, a sua responsabilização criminal, bem como possibilidade de reverter, para que eu consiga apresentar.

Reapresentar, porque eu apresentei uma emenda pela cassação, assinada por mais 23 deputados, e isso ninguém vai apagar da história. Não adianta querer fazer... Jogar em mim a responsabilidade de um acordo que está sendo feito, que eu sequer estou na mesa.

Vamos parar de chamar isso aqui de negociação. Isso aqui não é negociação. Isso aqui... Eu estou com a faca no pescoço desde o começo. E claro que não são todos os deputados, mas que igualdade que tem, gente? Sou eu contra quem tem a caneta na mão. Negociação pressupõe igualdade entre partes. 

Então, assim, se os deputados aprovarem o relatório dos seis meses, na minha opinião, é um tímido passo para validar essa indignação que a sociedade que tem acompanhado o caso tem.

Mas ninguém vai me calar, e ninguém vai duvidar da minha conduta até aqui, porque quem apresentou obstáculos ao longo do caminho, a todo tempo, para que eu sequer pudesse colocar a plenário a minha emenda foram os colegas, que não estão à vontade, porque sabem que boa parte aqui do plenário não é a favor da cassação.

Então, ok, vamos avançar, então, dentro do possível, mas eu vou continuar a dizer aquilo que eu defendo, e eu sei que os deputados aqui vão entender esse direito que é meu.

Não é possível que vocês queiram aqui que eu finja que eu, de repente, da noite para o dia, fui convencida. Né? Não, vocês não esperam que eu faça isso. Até agora não demonstrei que sou nem idiota, nem perdida.

O Código Penal fala que um ano é um mínimo da pena para crime de importunação sexual. Então, na minha opinião, o mínimo da pena que seria razoável aqui na Assembleia, que eu acho que é razoável, seria um ano de suspensão.

Essa é a minha opinião, pensando em dosimetria de pena, pensando em analogia, mas também não sou juíza, não tenho todos os critérios técnico-jurídicos para fazer essa avaliação.

Não sou Deus, e também não estou querendo impor a minha vontade ao resto da sociedade. Estou fazendo política dentro das condições que a consciência política me dá, e são essas.

Podem ter certeza absoluta disso: que eu vou ficar, sim, e vou reconhecer o esforço daqueles deputados que hoje se movimentaram. Porque sabem, viram no Conselho de Ética, viram o que eu passei naquele Conselho de Ética. E sabem que esse relatório, se aprovado, é a validação do processo de uma violência por si só.

É por isso que os deputados estão se movimentando. Agora, não venham jogar uma responsabilidade dessas, que é nossa enquanto Legislativo, enquanto instituição, em mim, gente! Sou uma pessoa que foi assediada.

Deputado Carlão, deputado Emidio, deputado José Américo, deputado Marcio da Farmácia, deputado Itamar Borges, deputada Maria Lúcia Amary, vamos avançar nas discussões no Colégio de Líderes. Só não me peçam para que eu me cale.

Se querem votar aquele relatório, tomem para si essa responsabilidade. Mas eu já disse que acho que é um passo tímido, sim, aprovar o relatório de seis meses. Não sou obrigada a reivindicar isso, e ninguém vai me obrigar. Seria parte da violência. Seria a cereja do bolo. Pelo amor de Deus.

Eu sei que vários deputados aqui, sendo de direita ou de esquerda, defendiam a cassação dentro do seu coração, eu sei, e que não podem defender isso publicamente. A contradição, novamente, não é minha. A contradição é deste Parlamento.

Mas está tudo bem. É melhor aprovar esse relatório de seis meses, sim, do que aprovar aquele documento que saiu daquelas sessões daquele Conselho de Ética, que a deputada Maria Lúcia Amary está aqui para não me deixar mentir. A deputada Erica Malunguinho está aqui para não me deixar mentir. O deputado Barros Munhoz renunciou no Conselho, o deputado Emidio de Souza renunciou no Conselho.

Então é simples, só que eu não faço política no mundo das fadas e não vamos tratar isso como se fosse uma questão moral, porque não é. Vamos avançar naquilo que é possível, naquilo que é civilizatório entre nós.

Se eu estou aqui enquanto vítima dizendo para vocês que me sinto menos silenciada, menos oprimida se aquele relatório não for o aprovado, eu agradeço àqueles deputados que aprovarem. Só não me peçam para dizer que é isso que eu acho que é justo, porque isso eu não vou dizer.

Então não venham com manobras retóricas para cima de mim, não. Eu tenho muita clareza daquilo que eu sou, daquilo que eu quero, daquilo pelo o que eu luto. Eu, a bancada e cada um de vocês aqui.

Eu não peço para que ninguém concorde comigo, eu peço para que aquele relatório, que foi fruto de uma violência, que é o documento de uma violência, não seja o documento aprovado por esta Assembleia, porque isso teria danos para todas as mulheres, não só para mim, gente. Então é isso.

Eu agradeço a todos os deputados que sequer estão considerando esta reflexão, porque isso mostra... Se a minha avó sofria violência, sofreu violências muito piores do que as minhas, ela deu o passo dela e abriu o caminho para a minha mãe. Ela fez os avanços dela.

Eu não tenho o direito de, por menor que seja, não lutar por um avanço, porque qualquer avanço que seja, ainda que não seja aquilo que eu quero, é um avanço na luta delas e na luta de todas as mulheres, sabendo elas, reivindicando elas, ou não, o feminismo.

Os deputados aqui estão, eu não vou, nenhum de vocês aqui me assediou, a não ser aqueles que participaram do Conselho de Ética e o próprio Fernando Cury. Eu não tenho nenhuma vontade de ter uma relação ruim com vocês. Nunca tive relação de desrespeito aqui, neste Parlamento, e é isso.

Eu respeito o que vocês decidam fazer no Colégio de Líderes. Não me sinto à vontade para entrar no Colégio de Líderes porque não é público e tudo o que eu disser ali pode ser distorcido depois e isso eu não aceito.

Não tem ninguém aqui que começou a fazer política ontem. Por mais jovem que eu seja, há um terço da minha vida eu faço política. Então, sim, a minha líder de bancada, Monica Seixas, e a Erica Malunguinho vão falar por mim e ponto. Obrigada, presidente. Obrigada a todos os deputados que estão aqui considerando hoje essas questões.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Eu tenho uma questão de ordem, primeiro, da deputada Monica Seixas. Depois, uma questão de ordem da deputada Janaina Paschoal. Depois, uma questão de ordem do deputado Campos Machado. A Monica retirou a questão de ordem. Então, deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, obrigada. Deixe eu tentar explicar para que não haja mal-entendidos. A minha preocupação aqui é de ordem jurídica. Ontem, vários colegas…

Aí eu lembro de alguns: deputada Bebel, deputado José Américo, deputado Fiorilo, se eu não estou equivocada, deputado Emidio, dentre outros, falaram na tribuna que a deputada Isa Penna teria participado da construção desse acordo de 180 dias.

Quando a gente faz um acordo significa aceitar a solução. Eu não estou obstruindo, eu estou falando a verdade. A população tem que conhecer a verdade. Hoje, no Colégio, o deputado Campos disse pessoalmente que conversou com a deputada Isa, que aceitou o acordo. Vossa Excelência como presidente também disse; outros colegas também disseram.

O deputado Emidio disse que o acordo com a deputada Isa em torno dos 180 dias foi feito lá atrás durante o trâmite na Comissão de Ética e que ele só apresentou o voto dele com 180 dias depois de ter a anuência dela. Então, é o seguinte: nós não podemos fazer uma votação tendo essas informações, vamos dizer assim, de outros colegas.

Porém, publicamente o discurso da colega é outro. Ou ela efetivamente aceitou todos esses acordos e os colegas estão falando a verdade e ela agora está fazendo um discurso para os eleitores, ou ela não aceitou e está sofrendo pressão - não sei de quem, mas precisaríamos apurar - da maneira como ela tem falado nas entrevistas e tem escrito nas suas redes sociais.

Como essa situação está complexa, entendo que a única maneira correta de conduzir esse caso é colocar em votação, presidente, todas as possibilidades: a cassação, os 180 dias e os 119 dias.

Se é possível construir o acordo pelos 180 dias, podemos votar ponto a ponto, porque aí ninguém vai poder dizer que foi constrangido, que foi ameaçado, porque está muito difícil de saber o que é verdade.

Essa é a questão de ordem: nós podemos votar todas as possibilidades, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada Janaina, não há essa possibilidade, mas eu queria pedir um pouco de tranquilidade a todos nós, para que a gente tenha aquela pauta que eu fiz quando eu abri.

Vamos suspender, vamos encerrar esta sessão e voltar para o congresso de líderes para continuar debatendo. Vamos continuar debatendo. Essa discussão que estamos fazendo aqui não levará a nada, nós vamos ficar fazendo debates. Então, eu gostaria de pedir a todos vocês que a gente aceite que se levante esta sessão por acordo de todos nós e voltemos ao congresso de líderes. (Pausa.)

Então, havendo acordo dos líderes, quero declarar levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 11 horas e 30 minutos.

 

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