22 DE ABRIL DE 2021
16ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA EM AMBIENTE VIRTUAL
Presidência: WELLINGTON MOURA
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - WELLINGTON MOURA
Assume a Presidência e abre a sessão. Coloca em discussão o
PDL 32/21.
2 - JANAINA PASCHOAL
Discute o PDL 32/21.
3 - TEONILIO BARBA LULA
Para questão de ordem, indaga à Presidência qual projeto é
objeto da sessão.
4 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Afirma tratar-se do PDL 32/21.
5 - SARGENTO NERI
Para questão de ordem, indaga à Presidência qual é o tempo de
discussão do projeto.
6 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Afirma que são seis horas de discussão.
7 - VALERIA BOLSONARO
Discute o PDL 32/21.
8 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Retifica resposta à questão de ordem do deputado Sargento
Neri, segundo a qual o tempo regimental de discussão de projeto de calamidade
pública é de duas horas.
9 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, indaga à Presidência como assinar
emenda ao projeto, em ambiente virtual.
10 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Afirma que a apresentação de emendas é feita via chat ou
enviada para a Secretaria Geral Parlamentar, por email.
11 - DOUGLAS GARCIA
Discute o PDL 32/21.
12 - EMIDIO LULA DE SOUZA
Discute o PDL 32/21.
13 - JOSÉ AMÉRICO LULA
Discute o PDL 32/21.
14 - PROFESSORA BEBEL LULA
Discute o PDL 32/21.
15 - MÁRCIA LULA LIA
Discute o PDL 32/21.
16 - CAMPOS MACHADO
Discute o PDL 32/21.
17 - LETICIA AGUIAR
Discute o PDL 32/21.
18 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Discute o PDL 32/21.
19 - BARROS MUNHOZ
Discute o PDL 32/21.
20 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Cumprimenta a Polícia Militar e a Polícia Civil por abordagem
a funcionário terceirizado responsável por furtos neste Parlamento.
21 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PDL 32/21.
22 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Tece considerações sobre o trâmite do PDL 32/21.
23 - LUIZ FERNANDO
Discute o PDL 32/21.
24 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Retifica a Ordem do Dia da 17ª Sessão Extraordinária em
Ambiente Virtual.
25 - SARGENTO NERI
Discute o PDL 32/21.
26 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Encerra a discussão. Coloca em votação o PDL 32/21, salvo
emenda.
27 - CORONEL TELHADA
Encaminha a votação do PDL 32/21, em nome do PP.
28 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, 10 minutos
após o término desta sessão. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a
sessão o Sr. Wellington Moura.
* * *
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA
- REPUBLICANOS -
Bom dia a todos. Havendo número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa
a leitura da ata da sessão anterior e declara aberta a 16a Sessão
Extraordinária em Ambiente Virtual.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Srs. Deputados e Sras. Deputadas,
esta Presidência adita à Ordem do Dia da 17a Sessão Extraordinária
em Ambiente Virtual, a realizar-se 10 minutos após o término desta sessão, os
seguintes projetos:
* * *
-
NR - O aditamento à Ordem do Dia da 17a Sessão Extraordinária em
Ambiente Virtual foi publicado no D.O. de 23/4/2021.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Em discussão o Projeto de decreto
legislativo nº 32, de 2021. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que têm
interesse em discutir a matéria queiram se inscrever pelo chat. (Pausa.)
Deputada Janaina Paschoal se inscreveu? Tem o tempo regimental de 15 minutos.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Está me ouvindo, presidente?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA
- REPUBLICANOS -
Estamos ouvindo perfeitamente, deputada.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - É que nós
estamos finalizando uma reunião presencial aqui na Presidência, para tratar do
projeto que fala dos abates de animais. Mas eu precisaria me manifestar porque
eu sei que sou uma visão minoritária na Casa. Praticamente uma visão isolada.
Mesmo na minha bancada não existe - vamos dizer assim - uma unanimidade.
Mas eu e alguns deputados da
bancada temos uma visão muito respeitosa para com os demais colegas, de que o
ideal seria que nós fizéssemos uma análise dos pedidos de calamidade pública,
caso a caso.
Por quê? Porque existem municípios
que realmente estão enfrentando uma situação calamitosa. Mas existem municípios
que não estão enfrentando. E, ao fazer uma aprovação de um decreto coletivo,
nós estaremos igualando situações que não são iguais.
Eu dou meu testemunho de que a CCJ
enfrentou essa questão com muita seriedade. Nós fizemos uma reunião com a
presidente do Tribunal de Contas do Estado, que muito generosamente e
atenciosamente apresentou uma minuta de decreto que, em grandes linhas, é um
decreto que está sob análise. Eu entendo que é um texto bem mais responsável do
que o texto inicialmente aprovado lá no início de 2020.
Esse texto é mais restritivo. Porém
é um texto que, em sendo aprovado aqui hoje, vai permitir que todos os
municípios, que assim desejarem, automaticamente, estejam em situação de
calamidade. Com todas as implicações jurídicas que isso acarreta, como poderem
comprar sem passar por processos de licitação.
Nós sabemos que, infelizmente,
muito embora estejamos a falar de minoria, graças a Deus, alguns gestores se
aproveitam dessa situação para fazer desvios. Muitas são as investigações que
estão ocorrendo atualmente. Inclusive, por parte da Polícia Federal, e até da
Polícia Civil, Militar, evidenciando desvios.
Então só quero deixar registrada a
minha posição pessoal, respeitosa. Eu quero deixar muito claro que o trabalho
na CCJ foi muito sério. Foram muitas reuniões. Muitas, a população não
acompanha. Acha que a gente não olha tudo no detalhe. Foram muitas reuniões. Eu
fui voto vencido. Eu fiquei absolutamente isolada na CCJ, no Congresso de
Comissões.
Mas entendo que é necessário deixar
registrado que eu, e boa parte da bancada do PSL, defendemos que cada
município, ao fazer o seu pedido, tenha seu pleito analisado de maneira - vamos
dizer assim - particularizada, individualizada, para que nós decretemos a
calamidade para aqueles que realmente estejam em calamidade. Então já deixo
registrado o meu voto contrário.
Não declararei pela bancada porque
sei que tem colegas da bancada que têm uma visão diferenciada. Alguns são
deputados de regiões que estão solicitando calamidade. Eu tenho essa dinâmica
de respeitar as divergências dentro da nossa bancada.
Eu queria só fazer esse registro do
posicionamento muito convicto, muito firme. Um posicionamento coerente, de quem
lutou e luta pelo respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA
- REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada Janaina Paschoal. Antes de passar para o próximo inscrito, o
deputado Teonilio Barba pediu uma questão de ordem. Deputado Teonilio Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Bom dia,
presidente. Bom dia, deputadas e deputados. Presidente, não sei se me passou despercebido
ou não. Mas, a hora que o senhor encaminhou o projeto, o senhor não falou o que
era.
A questão de ordem é só essa: só
para dizer o que é o projeto no momento. Está bom? Eu não sei se me passou
despercebido. Se passou despercebido, o senhor me desculpa, presidente. Se não
passou, o senhor só faz essa correção. Está bom?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA
- REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Teonilio Barba. Logo quando demos início, falamos que era discussão do
Projeto de decreto legislativo nº 32, de 2021. Então deixei registrado.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Está ok. Obrigado, presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA
- REPUBLICANOS -
De nada, deputado. Passo à próxima inscrita, deputada Valeria Bolsonaro. Tem o
tempo regimental. Antes, porém, deputada, por gentileza, tem uma questão de
ordem do deputado Sargento Neri. Por gentileza, deputado Sargento Neri.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Bom dia,
presidente. Bom dia, demais deputados. Presidente, quantas horas tem de
discussão esse projeto? Por gentileza, quanto é o restante? Por gentileza,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA
- REPUBLICANOS -
Deputado, são seis horas de discussão que nós temos.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Obrigado, presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA
- REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado. Passo a palavra à deputada Valeria Bolsonaro.
A SRA.
VALERIA BOLSONARO -
SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom dia a
todos. Bom dia, presidente. Eu gostaria de colocar sobre esse pedido de
calamidade, até para concordar com a deputada Janaina Paschoal e contribuir um
pouquinho com essa visão.
Eu
fiz várias solicitações. A última solicitação para o Tribunal de Contas, que
ainda não divulgou oficialmente a prestação de contas dos municípios. Então
nossa prerrogativa de fiscalização fica muito prejudicada numa situação dessa.
Nós não temos como saber quais são realmente os municípios que precisam, que
não precisam, como está a prestação de contas desses municípios.
Eu
lembro que, no ano passado, quando foi colocado - e eu fui contra no ano
passado, e serei novamente, porque não acredito num pedido amplo desse jeito.
Concordo com a deputada Janaina, que tem que ser verificado caso a caso.
Principalmente agora, que está sendo pedida uma renovação desse estado de
calamidade.
Então,
o que foi feito com o que já foi dado para os municípios no ano passado, ainda
não conseguiram resolver os problemas? Foi mandado dinheiro federal, estadual.
E aí? Entrei nos portais de transparência dos municípios. Não têm clareza. Os
portais de transparência dos municípios não nos dão nenhuma clareza para que
possamos saber realmente quais são as necessidades.
Outra
coisa. Me parece muito, muito, muito complicado quando nós não temos a resposta
dos nossos requerimentos para que a gente possa, agora, discutir e fazer o
nosso papel.
Como
é que eu posso trabalhar, vir aqui e aprovar um pedido de calamidade sem ter os
ofícios de requerimento? O que foi feito? Então eu me sinto muito, muito, muito
impossibilitada de dar esse tipo de cheque em branco para os municípios.
Nós
sabemos que nós temos alguns municípios que estão sendo, sim… infelizmente, a
Polícia Federal está com vários problemas com alguns municípios. Problemas de
OS de alguns municípios que usaram a calamidade pública para expandir aqui
dentro do estado de São Paulo, OSs que estão sendo e já foram questionadas, e
alguns casos chegaram a prisões no Rio de Janeiro e Minas Gerais. Estão aqui,
em alguns municípios do estado de São Paulo.
Então
nós estamos prestando muita atenção. Uma das cidades é muito perto da minha
cidade. Está aí e até já tem gente presa. Já tem gente presa por
questionamentos não explicados. Tem outros dois municípios que são mais
próximos aí de São Paulo. Então, o que eu vejo e estou vendo, é que, mais uma
vez, nós vamos assinar um cheque em branco.
A
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, mais uma vez, vai dar um cheque
em branco, sem ter a menor chance de fiscalização. É dinheiro público. Não é
dinheiro da cidade.
Não
é dinheiro do Estado. É dinheiro público. Isso me incomoda demais. Quando nós
não conseguimos saber onde o dinheiro público está sendo aplicado, isso
realmente me incomoda. Me traz muita dificuldade de trabalho.
Uma
vez que a nossa prerrogativa é de fiscalização, como que eu posso fiscalizar se
eu não tenho resposta do Tribunal de Contas, seu eu não tenho resposta do
estado de São Paulo, se eu não tenho resposta dos municípios de São Paulo?
Então eu quero deixar a minha indignação.
Estou
indignada de ter
que participar disso. Não concordo de forma alguma, já deixo aqui exposto meu
voto contrário a esses pedidos de calamidade sem o mínimo de prestação de
contas.
Nós não temos o mínimo de prestação
de contas e temos aí grandes problemas com cidades que estão mostrando,
inclusive nós vimos aqui, o Ministério Público de contas já levantou
direcionamento de aquisição de materiais, não só pelos municípios, mas também pelo
estado de São Paulo.
E nós pedimos, eu pedi várias
requisições, vários ofícios de esclarecimento dessas contas, desses contratos,
e não consigo obter as informações, os esclarecimentos que vão me dar um
embasamento para eu poder trabalhar aqui.
Então, eu quero deixar aqui a minha
indignação porque tanto o estado de São Paulo quanto os municípios não estão
dando transparência da aplicabilidade do dinheiro público e nós estamos aqui
mais uma vez para dar essa abertura, esse cheque em branco onde os contratos
não passam por licitação, as empresas, algumas amigas da Secretaria de Saúde, e
só elas podem ser as fornecedoras.
Então, eu estou muito triste com
essa falta de transparência da aplicabilidade do dinheiro público. Deixo aqui
mais uma vez a minha indignação, deixo aqui mais uma vez o meu voto contrário e
peço aos colegas que vejam como que a gente pode administrar isso de uma forma
mais clara para a população.
A Assembleia Legislativa tem o papel
de mostrar para a população onde está sendo aplicado o dinheiro público e eu
não estou vendo nesse projeto, não estou vendo nessa gestão a transparência que
vai dar para a população de São Paulo o mínimo de conhecimento de onde está
indo o dinheiro dos nossos impostos.
Então, obrigada, presidente, e peço
ajuda dos colegas que reflitam com calma para que a gente não faça, não
ultrapasse, não ponha os pés pelas mãos, e aí acabe prejudicando, né? Porque
isso traz prejuízo sim para a população de muitos municípios.
Muito obrigada, presidente.
O SR.
PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Valeria Bolsonaro. Quero apenas fazer uma
correção da questão de ordem do deputado Sargento Neri, que perguntou o tempo
que tem de discussão.
Deputado,
é Art. 259, quero corrigir isso, que, em relação a reconhecimento de calamidade
pública, diz no § 5 o seguinte: “Após pronunciamento das comissões ou dos
relatores especiais, o projeto será imediatamente incluído na Ordem do Dia
entre as proposições em regimento de urgência para discussão por no máximo duas
horas”.
Então, corrigindo, não
serão seis horas, serão duas horas de discussão e podendo cada orador inscrito
usar da palavra por dez minutos. Encerrada a discussão, cada líder poderá
encaminhar a votação por até cinco minutos.
Então, é um rito
diferente o rito dos processos de calamidade pública. A questão de ordem, antes
de passar para o próximo inscrito, deputado Douglas Garcia, tem uma questão de
ordem do deputado Campos Machado.
O SR. CAMPOS MACHADO -
AVANTE - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr.
Presidente, meu querido amigo Carlos Alberto, eu não sou um expert em questões
virtuais, eu fiquei com uma dúvida, Sr. Presidente.
Esses projetos, se eu, por exemplo, quiser assinar uma emenda ao projeto, como
é que eu faço? Porque tem alguns projetos aqui que eu vou concordar, esse daí
mesmo. Como ajo eu, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE -
WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Vossa
Excelência, só não entendi uma questão. É em relação a esse projeto, deputado,
ou aos projetos dos deputados? (Vozes sobrepostas.)
O SR. CAMPOS MACHADO -
AVANTE - Isso.
O SR. PRESIDENTE -
WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - O
senhor pode enviar a emenda na hora ou pelo chat e enviar também à SGP pelo
e-mail. No item do projeto, nós vamos abrir o chat por cinco minutos para
receber os apoiamentos.
O SR. CAMPOS MACHADO -
AVANTE - Obrigado, presidente.
O SR. PRESIDENTE -
WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado. Próximo inscrito, deputado Douglas Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito bom dia a todos. Bom dia, Sr. Presidente,
cumprimentar aqui os novos deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Eu
tenho o mesmo posicionamento que a deputada Valeria Bolsonaro e a deputada
Janaina Paschoal com relação a esse projeto de decreto legislativo. É muito
complicado a Assembleia de São Paulo abrir os cofres públicos de forma
indiscriminada como fez no ano passado e não pode fazer este ano também. Um
absurdo total.
Ano
passado foi pior ainda, muito pior do que a situação deste ano. É necessário
que os municípios entreguem sim um número mínimo de documentos que comprove o
estado de calamidade. Outra coisa, infelizmente não podemos colocar a mão no
fogo por todos aqueles que estão hoje servindo de agentes públicos no estado de
São Paulo.
Claro
que as categorias que trabalham na questão do orçamento são categorias
ilibadas, são pessoas nobres, são pessoas que têm o reconhecimento desta
Assembleia Legislativa, porém existem algumas - como, é claro, existem em todos
os lugares – que, infelizmente, podem utilizar desse aparato que a Assembleia
está entregando, que é o estado de calamidade, para cometer coisas ilícitas,
como nós vimos acontecendo ainda nesta pandemia em outros estados e pode muito
bem acontecer aqui no estado de São Paulo também.
É
por isso que nós precisamos de que esse projeto de decreto legislativo seja
melhor, seja aperfeiçoado, tenha transparência, que é algo que o governo Doria
nunca teve: transparência. Nós precisamos fazer com que o dinheiro do povo seja
respeitado e a condição mínima é que apresente os requisitos para a utilização
do estado de calamidade.
Senhores,
nós não chegaríamos a esse ponto de estado de calamidade se não fosse a forma
com que o governador João Doria administrou, com muitas aspas, a pandemia no
estado de São Paulo.
O
estado de São Paulo é o estado onde mais morrem pessoas, é o estado onde tem a
maior taxa de contágio do coronavírus. O estado de São Paulo é o estado onde,
infelizmente, nós temos um número gigantesco de desempregados. E tudo isso é
responsabilidade do governador João Doria.
João
Doria é responsável sim pelas mortes, João Doria é responsável sim pelo
desemprego, João Doria é responsável sim por todos os desmandos que acontecem à
população do estado de São Paulo, pelo aumento de impostos.
João
Doria é responsável pela entrega atrasada de leitos de UTIs e enfermarias de
hospitais de campanha, como por exemplo o Hospital de Campanha de Santa
Cecília, que eu, deputado Major Mecca e deputado Castello Branco fomos
fiscalizar e não encontramos aqueles 180 leitos que o governador disse que
entregaria até o dia 31 de março.
E
até agora nada, absolutamente nada. Quatro pessoas apenas ocupando a enfermaria
e as outras vagas completamente vazias, mesmo estando disponíveis para a
utilização do público.
Enquanto
há pessoas morrendo nas filas de hospitais, nós temos leitos disponíveis não
sendo utilizados graças à gestão Doria. João Doria é um irresponsável que
precisa sim responder de acordo com a lei, e é por isso que esta Casa precisa
de se debruçar a respeito dos desmandos do governador.
Não
é possível, senhores, que nós entreguemos mais um cheque em branco às mãos do
governador João Doria. Fizemos isso no ano passado, votei contra, inclusive
todos os pedidos de estado de calamidade eu votei contra, e vou também declarar
o meu voto contrário neste projeto de decreto legislativo.
E peço atenção aos nobres deputados da
Assembleia de São Paulo: nós somos o Legislativo. Nós somos os únicos capazes
de deter e barrar os desmandos do governador João Doria.
Este plenário tem a responsabilidade com a
população do estado de São Paulo para impedir que o governador continue
atacando a população paulista, impedindo a população paulista de trazer o
sustento para a própria casa, impedindo a população paulista de ter acesso a
hospitais, hospitais de campanha, hospitais públicos comuns.
Quem não lembra que o Hospital Regional de
Caraguatatuba não tem leitos funcionando? Está funcionando aí um terço do
hospital, de acordo com a denúncia feita pelo próprio prefeito de Ilhabela, da
região.
Senhores, nós não podemos ignorar o fato
de que João Doria é o principal responsável. Ele sim é o único genocida. Se
existe alguém que precisa ser chamado de genocida, o nome dele é João Doria
Junior, que negou o atendimento precoce às pessoas, a essas pessoas que precisavam
de um atendimento precoce.
Nós temos, sim, comprovação científica
através de estudos. Muitos estudos apontam que o tratamento precoce, muitos
dados apontam que o tratamento precoce, com relação ao coronavírus, impede que
a doença se agrave e, infelizmente, leve as pessoas ao óbito.
Eu tenho um caso na minha própria família,
tem casos de amigos, tem casos de pessoas que nem conheço. Consultem o doutor
Paolo Zanotto, da Universidade de São Paulo. Consultem a doutora Nise Yamaguchi, uma grande médica.
Consultem o doutor Osmar Terra, por que
não? Político também possui conhecimento técnico, principalmente aqueles
formados na área. Consultem o doutor Osmar Terra.
Nós precisamos tratar do nosso povo de
forma precoce. E o governador negou esse tratamento à população do estado de
São Paulo. Só quem pode ter tratamento precoce, sabem quem é? O David Uip. Ele
pode ter tratamento precoce.
Quem não se lembra da receita de
hidroxicloroquina que ele deixou vazar, quem não se lembra disso? O povo não
pode tomar tratamento precoce, mas os amigos marajás do governador João Doria,
esses podem.
Senhores, esse projeto de decreto
legislativo, que reconhece aos municípios do estado de São Paulo o estado de
calamidade, seria completamente desnecessário se o governador do estado não
tivesse impedido o povo de produzir riqueza, não tivesse impedido o povo, a
população economicamente ativa do estado de São Paulo, de conseguir trabalhar.
Não reduziria a própria arrecadação do
estado - eu não sou um amante de arrecadação do estado, mas não reduziria a
própria arrecadação do estado - para manter não só os serviços públicos, mas
também fazer com que a população consiga manter o seu pão de cada dia, trazer o
sustento para sua própria casa. Uma cadeia sem fim, um efeito cascata, que o
único e principal responsável é o governador João Doria sim.
Nós estamos aqui nos debruçando a respeito
de tudo que acontece aqui nessa Assembleia de São Paulo e, infelizmente, acaba
impactando na população do estado de São Paulo porque o governador ainda está
mandando nesta Alesp.
Eu quero saber quando a gente vai declarar
a nossa independência? Eu tenho fé de que os deputados estaduais aqui, que os
senhores que foram eleitos pelo povo vão mostrar sim que possuem independência.
Nós não podemos mais permitir que esse
governador irresponsável, genocida, esse governador que não administra
absolutamente nada, esse governador, sim, negacionista, que não administra -
infelizmente - o mínimo, o básico necessário para que a população consiga
sobreviver e combater o coronavírus, esse governador precisa ser
responsabilizado, senhores.
Até quando vamos permanecer nisto? A
Assembleia do Rio de Janeiro já deu o que o Wilson Witzel precisava. A
Assembleia Legislativa de Santa Catarina já deu o que Carlos Moisés precisava.
A Assemblei paulista precisa, sim, dar uma resposta à altura dos desmandos, das
irresponsabilidades e da ingerência do genocídio cometido pelo governador João
Doria.
A população do estado de São Paulo é uma
responsabilidade nossa. É uma ação nossa. E nós precisamos responder. Como é
que eu posso, senhores, ir à minha base e dizer: “Olha só, a população está
desempregada. O governador do estado de São Paulo ainda está no poder. Olha só,
a população morrendo nas filas dos hospitais. O governador do estado de São
Paulo ainda está no poder”?
Como os senhores conseguem visitar as suas
cidades sabendo que o povo está desempregado e está morrendo graças ao
governador João Doria? Como os senhores podem conseguir dormir à noite
tranquilos sabendo que existem pessoas precisando comprar o pão no dia seguinte
e não têm condições de conseguir trabalhar porque o governador retirou -
manteve apenas os empregos para grandes empresas, grandes empresários.
Os pequenos e médios, infelizmente, não
conseguem trabalhar. Manteve apenas os benefícios aos seus amigos. E o resto do
povão que se ferre? Senhores, eu espero que essa Assembleia Legislativa traga
sim a resposta que a população do estado de São Paulo necessita.
E peço aos senhores também que, assim como
o que foi dito pela deputada Valeria Bolsonaro, reflitam, reflitam muito a
respeito do que temos liberado para o governo do estado de São Paulo, do que
temos liberado a diversas e diversas prefeituras. Não aqui ofendendo X ou Y
como prefeito, mas que nós precisamos fazer um maior controle de gastos
liberados por esta Assembleia Legislativa, nós precisamos.
Nós precisamos dar uma resposta célere ao
povo, uma resposta de austeridade, uma resposta com total responsabilidade das
nossas ações como deputados estaduais, em que nós não estamos ignorando os
milhões de desempregos e mortes acontecendo no estado de São Paulo graças a
esse governador genocida que, infelizmente, ainda está no poder.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - O próximo inscrito é o deputado Emidio de
Souza. Tem o tempo de dez minutos.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público que nos acompanha
aqui pela TV Alesp, eu queria, inicialmente, dizer que eu tive a honra de ter
sido escolhido pela Comissão de Constituição e Justiça para integrar a comissão
que foi dialogar com o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. E, depois, o
presidente da Comissão, deputado Mauro Bragato, também me escolheu como relator
desse processo no âmbito da CCJ.
A comissão que nos acompanhou até lá, que
fomos até lá, composta pelo presidente, Mauro Bragato, pelo deputado Heni, por
mim e pela deputada Janaina, teve um diálogo da mais alta qualidade com a
presidente do TCE de São Paulo, que é a nossa querida conselheira Cristiana de
Castro Moraes, que é presidenta do TCE, e também com o doutor Sérgio Rossi,
figura histórica que guarda a memória daquele tribunal.
Eu estou deveras espantado com as
discussões que eu tenho visto aqui. É normal que as pessoas tenham posições
sobre o que quiserem ter, mas é preciso que se esclareçam algumas coisas aqui.
Primeiro, o PDL não dá carta branca a
prefeito nenhum do estado de São Paulo. Qualquer prefeito que fizer qualquer
mau uso do dinheiro público na gestão da pandemia, seja pagando a mais por um
serviço acima dos valores de mercado, seja comprando equipamentos, seja
construindo hospital de emergência, seja qualquer coisa que ele fizer em
desacordo com a norma pública, será responsabilizado por isso, como, de resto,
tem sido sempre.
Jamais a situação de calamidade pública
autoriza qualquer prefeito a fazer, vamos dizer, a agir de maneira desonesta
com o recurso público, jamais. A que se presta, então, o decreto de calamidade
pública, em qualquer nível - nível municipal, estadual ou nacional?
Ele se presta a dar agilidade ao poder
público para atender à população em situações de risco. Quando não é possível,
às vezes, fazer concurso público para contratar funcionários, é preciso que se
contrate emergencialmente.
Ele se presta a fazer com que você adquira
insumos ou equipamentos ou dê agilidade ao poder público sem poder fazer uma
licitação comum como se faz. Isso quer dizer que ele pode gastar o dinheiro no
valor que ele quiser, comprar o equipamento que vale mil reais por 50 mil
reais? Não, não equivale.
Infelizmente, o que se faz aqui é uma
confusão, em minha opinião, propositada para desacreditar o decreto de
calamidade pública. O que se pretende aqui é, antecipadamente, dizer “os
prefeitos de São Paulo”, deputado Campos, “não merecem confiança, os prefeitos
de São Paulo não sabem gerir o recurso público e são todos pessoas
mal-intencionadas”.
Evidente que nós estamos diante de uma
disputa de caráter ideológico. Eu me espanto porque sempre, desde a campanha
desse atual presidente, ele sempre fala que o adversário dele tem viés
ideológico, viés ideológico, viés ideológico, e são eles, o tempo todo, que
trabalham com o chamado viés ideológico. Eles colocam a disputa política deles
na frente de qualquer coisa.
Olha, eu acho que a disputa política entre
Doria e Bolsonaro interessa somente a eles, é problema deles. Eles vieram da
mesma raiz, eles que se entendem. O que não pode é o povo paulista, o povo
brasileiro ficar sem assistência em um momento como este.
Sim, o decreto de calamidade pública,
Campos, você está aqui há algumas dezenas de anos, há muitos mandatos e viu
acontecer de tudo neste estado, no mandato de muitos vereadores, de muitos
deputados, de muitos prefeitos e de vários governadores. Veja V. Exa. que em
momento algum a Assembleia autorizou em situações de calamidade pública gastos
em desconformidade com a lei.
A Assembleia autorizou e autoriza sempre o
atendimento emergencial à população. E que isso faça dentro do regramento que
está contido na Lei de Responsabilidade Fiscal, em toda a legislação que gere a
administração pública.
Então o que se pretende não é combater ou
defender o dinheiro público como alguns fazem parecer, o que se pretende, o que
alguns pretendem é cercear o direito e a obrigação do município e do estado de
atender com rapidez, eficiência, dignidade e urgência a população que sofre com
a Covid-19.
Antes de 2019, antes da Covid, por
exemplo, portanto, os pedidos de declaração de utilidade pública no estado de
São Paulo não passavam de meia dúzia por ano, quando muito em situações de
grandes enchentes e calamidades poderia chegar, deputado Cezar, a, vamos dizer,
10, 12.
Ano passado, ano de 2020, dada a calamidade
da emergência da Covid-19, foram mais de 250 cidades paulistas que decretaram
calamidade pública. Este ano já repousam na mesa da CCJ, e distribuído aos
deputados membros daquela comissão para dar parecer, mais de 100 pedidos de
calamidade pública. E nós precisamos dar uma resposta ágil para isso.
Então nós estamos diante de uma
emergência. É por isso que o decreto foi feito, o decreto legislativo, ano
passado, corretamente, é por isso que este ano ele foi modificado, melhorado,
aperfeiçoado corretamente e é por isso que eu peço aos deputados: votem
favoravelmente a esse PDL.
Dezenas, dezenas de cidades paulistas
estão aguardando o resultado desta sessão. E estão aguardando, minha líder,
deputada Bebel, não é porque, vamos dizer, querem liberdade para gastar do
jeito que quiserem, porque se eles quiserem liberdade para gastar do jeito que
quiserem, vamos dizer, desonestamente, eles vão pagar e nós vamos ser os
primeiros a cobrar.
Eu ouvi a palavra da nobre deputada
Janaina, da nobre deputada Valeria Bolsonaro e do nobre deputado Douglas Garcia
que se fala de cheque em branco. Quem em sã consciência dá cheque em branco
para alguém?
Aliás, quero dizer a V. Exa., deputado
Douglas, à deputada Janaina também, que o gasto público pode ser feito
inclusive em uma licitação comum, seguindo todo o regramento, pode ser feito e
ainda assim pode conter irregularidades. E contém, muitas vezes, sobrepreço,
contém situações ilegais, contém favorecimento, esse tipo de coisa.
Portanto, não é a dispensa de licitação
que é a causadora de superfaturamento, é a desonestidade de quem governa.
Quando quem governa tem honestidade, tem concepção, sabe o que está falando,
ele vai fazer a coisa corretamente, tanto com dispensa de licitação quanto sem
dispensa.
Agora, quando o governante é
mal-intencionado, ele faz tudo para burlar a legislação, botar sobrepreço e
ganhar com concorrência, sem concorrência, da mesma forma.
Veja V. Exa., para não pegar exemplos só
das cidades paulistas, vamos pegar do presidente da República. Quando ele
determinou que o Exército brasileiro, o laboratório do Exército produzisse
cloroquina aos milhões, gastando dinheiro com um medicamento que não tinha
comprovação científica alguma naquela época, que o passar do tempo só confirmou
que não tinha nenhuma utilidade e, além de tudo, era perigoso para o
tratamento, foi recurso utilizado de maneira inadequada, recurso público jogado
fora.
Quando ele faz propaganda, usa dinheiro
público para ir à televisão dizer que as pessoas não deveriam se aglomerar, que
o comércio deveria funcionar normalmente, ele usou dinheiro público para gastar
na compra do espaço de televisão de maneira, vamos dizer, desperdiçando
dinheiro público, uma coisa desonesta.
Então me espanta que alguém aqui fale que
era transferir a responsabilidade. Tem responsabilidade de muita gente na
Covid, mas o maior de todos os responsáveis se chama Jair Bolsonaro, porque ele
foi incapaz de ver o perigo. O que o mundo inteiro viu, ele não viu e não quis
acreditar.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Para concluir, deputado.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT -
O que a ciência brasileira e mundial viu ele não quis acreditar. Por isso, nós
estamos colhendo hoje um resultado e nos aproximando, rapidamente, de 400 mil
mortos no nosso País.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Para concluir, Sr. Deputado.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT -
No estado de São Paulo, quase 100 mil. Por isso, aqui... Acabou o tempo,
deputado? Eu não ouvi.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Encerrou o tempo, deputado. Só para o
senhor concluir, por gentileza.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT -
Tá. Então, desculpe, só para a gente concluir, não há nesse projeto qualquer
autorização para gasto ilegal de recurso público. Há sim a tentativa de munir,
deixar os municípios se organizarem, rapidamente, para atender o sofrimento das
pessoas. É isso.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Passo ao próximo inscrito, deputado José
Américo.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom dia, Sr. Presidente, bom dia, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas. Queria saudar a todos vocês. Quero dizer o seguinte, nós temos que
ter um balanço muito pormenorizado da situação da pandemia no estado de São
Paulo. Ela é muito grave e ela é generalizada e homogênea.
Quer dizer, nós não podemos mais dizer
aquilo que se dizia na primeira fase da pandemia, no ano passado, que alguns
municípios tinham sido muito atingidos e outros não.
Hoje a distribuição da Covid, a distribuição
da pandemia é basicamente homogênea. O que sofre o município de Nova
Independência é o que está sofrendo Campinas. Então nós temos uma situação
muito homogênea.
A calamidade pública tem sido, eu tenho
conversado com muitos prefeitos, a calamidade pública é uma necessidade porque
as cidades estão sendo pressionadas por falta de leito, por falta de
respiradores, por falta de funcionários. Em muitas cidades, senhores, faltam
sepultadores, coveiros, o chamado coveiro. Falta coveiro.
Como é que você contrata um coveiro hoje,
como você contrata um sepultador? Você precisa ter uma possibilidade legal para
que isso seja feito, porque existe um decreto federal, que você não pode
ampliar na pandemia o número de funcionários de uma cidade, de um estado. Então
você precisa contratar gente.
Como você compra um respirador fazendo uma
licitação demorada? Você não vai comprar o respirador, é simplesmente assim. Ou
vai ampliar o número de leitos de UTI, você tem centenas de municípios, olhem a
palavra que eu falei, centenas de municípios no estado de São Paulo que não têm
uma UTI.
São Paulo é um estado que tem muitos
municípios, muitos pequenos e médios municípios. Nós temos 600 e lá vai pedrada
de municípios, vários desses não têm UTI, estão montando essas UTIs meio que na
marra, na emergência.
Então nós precisamos dar condição aos
prefeitos - em minha opinião a maioria são pessoas sérias - para que eles
tenham condições de enfrentar a pandemia do jeito que ela está.
Vou pegar exemplo de cidades que eu
conheço, onde os prefeitos estão tendo muita dificuldade. O orçamento que eles
fizeram ano passado supunha uma situação de pandemia neste estado que é
diferente.
Todos vocês se lembram como nós terminamos
o ano passado. Nós terminamos o ano passado achando que a pandemia no ano de
2021 seria mais amena. Vários organizaram seus orçamentos assim, vão ter que
mudar seus orçamentos.
Eu não acho que uma pregação, digamos
assim, moralista neste momento tenha qualquer tipo de fundamento, certo? Ela
não tem fundamento. Eu acho que a pregação moralista neste momento, Douglas,
acho que ela tem um objetivo, que é cortar as possibilidades que os municípios
têm de responder aos seus problemas.
Como você, por exemplo, acredita muito
pouco na Covid, então para você não tem tanta necessidade, porque a Covid, uma
parte dela é política, ideológica, portanto, não tem necessidade. Se o sujeito
lá de Nova Independência não tem condições de fazer o que ele precisa para
enfrentar a pandemia, ele vai ceder, ele não vai fazer...
Ele vai ter que ceder, ele não vai poder
fazer isolamento social, ele vai deixar o comércio aberto. É isso o que vocês
querem. Vocês querem que a pandemia não seja enfrentada do jeito que ela
precisa ser enfrentada.
Eu acho que isso também corresponde à
opinião do Bolsonaro. O Bolsonaro, várias vezes, vocês são pessoas
inteligentes, acompanharam, várias vezes ele teve posições das mais erráticas
sobre a questão da pandemia.
Uma hora ele não acreditava na doença,
outra hora ele dizia que acreditava, uma hora ele usava máscara, outra hora não
usava máscara. Até hoje ele bate na tecla da cloroquina, que é um remédio que
até hoje ninguém provou que tenha qualquer tipo de utilidade.
O tal do tratamento precoce, Douglas, ninguém
mais defende, a comunidade médica não defende. Hoje nem a Anvisa defende, a
Anvisa montada pelo Bolsonaro. Ninguém mais defende. Mas por que isso? Isso é
uma cortina de fumaça, é tentar enganar a população de que tem o remédio que
ela pode usar, que não vai acontecer nada. Eu acho que é isso.
Na verdade, é uma manipulação de caráter
ideológico, aí sim, de caráter ideológico, com o objetivo de desarmar a
população, para enfrentar a população e as autoridades, para enfrentar a
pandemia. É um tipo de necropolítica, Douglas.
Precisa ser responsável.
Quando você cita aqui Osmar Terra,
Douglas, você se lembra? Você precisou usar Osmar Terra para fazer a sua
defesa? Osmar Terra falou que ia ter 800 mortos no Brasil com a Covid.
Ele é o maior exemplo da picaretagem
médica, ele é o maior exemplo do sujeito mal formado em uma faculdade, que não
se formou direito, é o maior exemplo da medicina a serviço da ideologia.
O cara fala em 800 mortos, depois falou em
tratamento precoce, falou um montão de besteiras que hoje nem o governo
Bolsonaro, para ser sincero, nem a área técnica do governo Bolsonaro ouve mais
esse cidadão.
Mas esse cidadão é o quê? É o cara que
tenta desacreditar as formas de enfrentar a pandemia e tenta divulgar coisas
mentirosas, como, por exemplo, quando ele falou do número de mortos, quando ele
falou do tratamento precoce.
Outra coisa que eu queria dizer é a
seguinte, nós estamos falando aqui de calamidade pública municipal. Quer dizer,
nós vamos permitir, e estamos avalizando, os decretos de calamidade pública dos
municípios.
Nós não estamos falando do estado, a
calamidade pública dos municípios não tem envolvimento do João Doria, que
aliás, vocês que devem ter votado nele na eleição devem conhecê-lo melhor que a
gente. O João Doria não interfere nisso aí.
E o Tribunal de Contas do Estado tem sido
muito rigoroso no tratamento das contas municipais. Vocês podem acompanhar,
podem ir um dia ao Tribunal de Contas, vocês vão ver a quantidade de cidade que
tem sido questionada pelo Tribunal de Contas.
Ele tem feito um trabalho, ele aperfeiçoou
o controle sobre as cidades nos últimos anos. Temos vários prefeitos que são
presos, que são processados, que perdem os direitos políticos por conta da
gestão pública. Não estou falando do período da pandemia.
Outra coisa que eu queria até falar para a
Valeria, as prisões que aconteceram na área das OSs são anteriores à pandemia,
não têm a ver com a pandemia. Dizem respeito, por exemplo, à Santa Casa de
Pacaembu, à Santa Casa de Birigui, que são duas OSs que prestam serviços no
estado de São Paulo para vários municípios e também para o Governo do Estado.
Essas duas OSs foram denunciadas há mais
de um ano e meio atrás, antes da pandemia, e as prisões que foram feitas, esses
sujeitos, vários deles estão presos, são por atos de corrupção dentro das OSs,
mas anteriores à pandemia, não têm nada a ver com a pandemia. Então não adianta
a gente usar um assunto para jogar em cima do outro, isso não existe.
Eu gostaria de saber dos deputados,
principalmente da Valeria, quais as cidades que ela está dizendo que os
prefeitos foram presos por causa de mau uso de dinheiro durante a pandemia.
Eu gostaria de saber. Eu não estou dizendo
que não exista e nem digo que não vão existir, mas eu gostaria de saber
atualmente, porque eu não vi nada sobre isso. Eu tenho visto muita coisa e tal,
mas por coisas anteriores, muitas denúncias de corrupção, mas por coisas
anteriores à pandemia.
Pessoal, eu acho que as nossas cidades, o
interior do estado de São Paulo, o estado de São Paulo é um estado estruturado,
onde as cidades desde quatro mil habitantes, três mil habitantes são cidades
que funcionam relativamente bem, dentro das limitações de um país como o nosso,
de um estado como o nosso, onde você tem uma desigualdade econômica atroz.
Você tem em uma cidade de 20 mil
habitantes 200 famílias que vivem muito bem e o resto são pessoas pobres, que
vivem do campo, que vivem colhendo cana, enfim, colhendo outro tipo de
agricultura e que são pessoas muito pobres.
Então um estado desse jeito é um estado
que tem dificuldade, evidentemente, para ter as condições econômicas de estados
ou províncias do primeiro mundo. Mesmo assim, o estado de São Paulo ainda está
à frente da maioria dos estados brasileiros, nossas cidades são estruturadas,
você tem o mínimo de fiscalização nessas cidades, porque você tem imprensa.
É muito difícil uma cidade hoje com dez
mil habitantes que não tenha um jornal, que não tenha uma rádio. Então você tem
imprensa. Então o grau de fiscalização social é muito grande no estado de São
Paulo.
É muito difícil um prefeito que passe
impune. Em algumas cidades do interior
do Brasil, às vezes, muito longe, que não têm imprensa, não têm nada, pintam e
bordam, mas no estado de São Paulo não é bem assim.
Então eu queria dizer que eu acho esse
projeto muito apropriado, muito correto. Esse projeto, se a gente fizesse um
por um, a gente praticamente inviabilizaria o decreto de calamidade...
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Para concluir, deputado José Américo.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT -
Já estou terminando. Seria impossível aprovar um por um. Então a forma que ele
fez de poder autorizar, uma forma coletiva, as calamidades públicas municipais
eu acho a mais correta.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Obrigado, deputado José Américo. Próxima
inscrita é a deputada Professora Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom dia, Sr. Presidente. Cumprimento a todos os
deputados e deputadas que estão presentes a esta sessão que debate o Projeto de
Decreto Legislativo nº 32, de 2021, que dá uma interpretação à Lei nº 101, de
2000, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Essa lei já foi objeto de muito debate. O debate que fazíamos era: uma lei de responsabilidade fiscal também tem que ter um olhar social. Esse era o debate que a gente fazia em torno dessa lei, que ela era muito dura no que diz respeito ao funcionalismo público, à contratação dos mesmos, e que, de certa maneira, teria que ter um olhar social.
Agora, neste momento da pandemia, eu chamo atenção para o seguinte: estamos enfrentando, pelo menos eu, a minha geração, e os mais novos também, os mais jovens que eu, a maior crise sanitária do mundo. É essa aqui. Outros não enfrentaram. Essa é a maior crise sanitária.
Diante disso, eu pergunto: nós somos um poder, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, composto por Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Nós temos os Executivos municipais com suas câmaras também, seus espaços legislativos, que são as câmaras municipais.
Então, esse é o momento de a gente perguntar: não temos nada com isso que está acontecendo, no que diz respeito à pandemia? Quer dizer, que se virem os prefeitos com os efeitos da pandemia, quando ela é, eu chamo atenção... Ela não é um problema do município “A”, “B”, “C”, “D” ou “E”. Ela é mundial e ela é nacional. Essa é a questão.
Sendo dessa forma, acredito que nós temos que ter, sim, a responsabilidade de tomar uma decisão. Confesso que essa decisão foi a melhor. Por quê? Porque no início da discussão no Colégio de Líderes - e está aqui o deputado José Américo, que não me deixa mentir ou faltar com a verdade -, eu lembro que a gente colocava a discussão e falavam que iria ser município por município.
Eu pensava: “Como é que vai dar conta de resolver, se forem, sei lá, 500 municípios atingidos pela pandemia? Como é que daria conta?”. Então, eu me lembro que houve toda uma mobilização do deputado Carlão Pignatari, do deputado Emidio de Souza e da própria deputada Janaina Paschoal, com a posição dela, diversa, de ir conversar e ter uma...
Aliás, uma audiência de alto nível com o Tribunal de Contas do Estado, que apresenta critérios objetivos de como construir um texto que dê conta de dar respostas para o município e de que forma os municípios têm que se preparar para pedirem ou decretarem calamidade pública em seus municípios. Os prefeitos têm que fazer isso.
Então, eu digo que, se não tinha segurança jurídica, neste momento podemos dizer que temos segurança jurídica, porque o Tribunal de Contas do Estado construiu junto com a Assembleia Legislativa um parecer que foi aprovado na última terça-feira e esse parecer é este no qual estamos nos debruçando agora para fazer o debate com os nossos colegas, de mérito.
Essa votação é importante não só porque envolve, mas porque estou vendo deputados com pedidos de calamidade debaixo dos braços e não sabem para onde vão os pedidos de calamidade: “Eu vou para onde? Faço o quê? Jogo em que secretaria?”. Agora, não.
Agora vem para a SGP da Assembleia Legislativa, que encaminha. Será encaminhado e, no escopo daquilo que foi aprovado, declara, reafirma, porque quem decreta é o prefeito, mas quem vai reafirmar a calamidade pública, concordar com ela, é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Eu fico muito preocupada - mas muito mesmo - quando a gente começa, na esteira da gestão pública, a gente começa a achar que todo mundo é ladrão. É um tal de pega ladrão para cá, pega ladrão para lá, essa coisa toda, como se não tivessem, não existissem órgãos reguladores para que a gente conseguisse deixar com clareza quem é que desvia e quem é que não desvia. Essa é a questão.
O deputado José Américo acabou de citar: está cheio de prefeitos, inúmeros prefeitos... Aqui, na minha cidade vizinha, tem um prefeito que já está com problemas nas contas, vai ter problemas com o Tribunal de Contas.
Mesmo entrando em exercício, se antes não acontecia nada, agora está acontecendo. Então, aprimorou-se muito essa questão de fazer a fiscalização, tanto do ponto de vista das casas legislativas, como também dos órgãos responsáveis por isso.
Então, ninguém está dando cheque em branco. Pelo contrário, o que nós temos, na verdade, é um aprimoramento de como gerir um bem público e, ao mesmo tempo, como dar respostas. Se alguma coisa está correta, está correta; se a gestão não está correta, não está correta.
Confesso que fiquei muito tranquila quando saiu esse relatório e o parecer foi aprovado no Congresso de Comissões, na terça-feira, porque eu via com muita preocupação aquela questão individual.
Aí é ideologizar. Por quê? “Ah, se for o prefeito do partido tal, eu libero; se não for, não libero”. Então, esse é um risco. Não estou dizendo que a deputada Janaina iria fazer isso. Não estou dizendo isso, mas a gente está vivendo nesta Casa também momentos muito cruéis do ponto de vista de como a gente trata os projetos, os PLs e as coisas todas.
O PT, a bancada do Partido dos Trabalhadores, neste ano, votou projetos de diversos partidos, de configurações múltiplas, porque entendeu que eram PLs importantes.
São PLs importantes, projetos de lei importantes. E esse PDL nº 32 é de suma importância. Ele é para tratar de vidas. Os prefeitos estão com a broxa na mão, estão segurando lá, duramente. Estão tirando tudo de si para poderem gerir. Eles precisam da decretação.
Por exemplo: eu pego uma cidade vizinha à minha, que está com 86% de utilização de leitos. A minha região está contaminadíssima, a de Campinas, Piracicaba. Está contaminadíssima. Como é que vai fazer? Vai ficar esperando sair ordem para poder licitar? Como é que faz? Ele tem que ir lá e comprar. Trata-se de salvar vidas. Não é outra coisa. E aí...
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Para concluir, deputada, por gentileza.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Concluirei, Sr. Presidente, muito obrigada, para dizer o que disse o deputado José Américo: nós não podemos culpabilizar quem não negligenciou a pandemia.
E quem negligenciou foi o presidente da República, que tratou como uma gripezinha, que disse que não era coveiro e por aí foi. E esse é o estado que nós temos que resolver. Portanto, vamos aprovar esse PDL, até a título de salvar vidas. Essa é a questão.
Muito obrigada. Agradeço a oportunidade, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - A próxima inscrita é a deputada Márcia Lia.
A SRA.
MÁRCIA LULA LIA - PT -
Muito bom dia a todos e a todas. Muito obrigada, presidente, por me conceder a
palavra. Eu tenho o mesmo entendimento que os deputados que estão defendendo a
aprovação do PDL. Penso que o momento é de muita preocupação ainda no estado de
São Paulo.
O estado
de São Paulo é responsável por um quarto das mortes que temos no Brasil. São
quase 100 mil pessoas. Já estamos chegando a 90 e poucas mil pessoas mortas no
estado de São Paulo. Então, isso é muito grave.
Penso que
temos que permitir aos prefeitos, que de fato têm a responsabilidade de
gerenciar essa pandemia em seus municípios, o local que eles governam, que eles
tenham a possibilidade de fazer a aquisição de insumos, que tenham a
possibilidade de contratar pessoas e que tenham maior agilidade nos processos
de compra e de contratação.
Como foi
dito por vários deputados que me antecederam, a gente tem claro que aqueles que
estão usando indevidamente as verbas, que estão fazendo compras superfaturadas
e que estão fazendo uso indevido dos recursos liberados para a pandemia, esses
serão responsabilizados, porque há uma fiscalização bastante efetiva
acontecendo no País.
E nós
também, como deputados, temos o dever, constitucionalmente temos o dever de
fiscalizar esses recursos, porque são recursos públicos.
Penso que,
no momento em que o País chega próximo de 400 mil mortes e de milhares e
milhares, de milhões de pessoas contaminadas, nós temos que facilitar a
tentativa e a operacionalização por parte dos prefeitos.
Em
decretando a calamidade pública, que é o objeto deste PDL n° 32, estaremos
contribuindo para que a gente minimize esses problemas tão graves que estamos
vivendo.
Quero
também dizer que as pessoas que defendem... É o meu ponto de vista e respeito o
ponto de vista das pessoas que divergem da minha opinião, mas penso que é um
desserviço a gente ficar junto com esse presidente da República genocida
dizendo que tratamento precoce é eficaz. O tratamento precoce não é eficaz.
Quero aqui
fazer referência a uma fala do presidente do Conselho Federal de Medicina, no
Senado, há três dias, quando ele disse que o Conselho Federal de Medicina não
autoriza e não aprova tratamento precoce contra a Covid-19.
Isso saiu
na Agência Brasil, na EBC. É uma matéria que foi veiculada pela Empresa
Brasileira de Comunicação. E outras tantas opiniões, outras tantas pessoas da
área científica, da área médica, que têm reiteradamente dito que não há
tratamento precoce para a Covid-19.
Eu vou
votar favoravelmente a esse PDL. Penso que temos que autorizar que os
municípios tenham a decretação do estado de calamidade pública e que nós temos
que fiscalizar, porque essa é a nossa obrigação, e que temos, sim, que dizer
para as pessoas que precisam ser vacinadas, que fiquem em isolamento social,
porque preservar a vida é aquilo que mais precisamos.
E reiterar
aqui a nossa preocupação e a nossa discordância com a volta às aulas, com as
crianças estarem retornando aos bancos das escolas.
Não
concordamos com essa orientação do Governo do Estado e isso não digo de
orelhada, digo por diálogo com profissionais e pessoas da área que discordam
terminantemente da aglomeração e da possibilidade de que as crianças se
contaminem e levem o vírus para suas casas, o que vai fazer com que tenhamos
muito mais pessoas contaminadas e muito mais leitos de UTI ocupados e muito
mais gravidade neste momento.
Eu estou,
neste momento, com oito pessoas da minha família contaminadas.
Oito pessoas. Então, a gravidade dessa doença é um negócio muito sério. A
contaminação é muito rápida. As pessoas minimamente se encontram para tomar um
café e se contaminam. Então, é muito grave o momento que estamos vivendo.
Quero
pedir aos colegas que a gente possa continuar fazendo as nossas sessões, as
nossas reuniões e as nossas comissões online. Ainda não é hora de voltarmos presencialmente
às atividades na Assembleia Legislativa, porque nós corremos risco, sim,
principalmente nós que temos um pouco mais de idade.
E quero
ressaltar um detalhe: dessas oito pessoas, duas, uma médica e uma dentista, já
estavam vacinadas por duas vezes, tomaram a primeira e a segunda dose. Não
obstante, foram também contaminadas, o que prova e demonstra que a vacina não
tem 100% de eficácia. Se as pessoas tiverem contato com pessoas contaminadas,
elas podem, sim, se contaminar. Então, a situação ainda é muito preocupante.
Vamos
aprovar este PDL, vamos permitir que as pessoas preservem as suas vidas e vamos
nos isolar e controlar essa pandemia através do não contato e da não
disseminação de um vírus tão grave que tem matado crianças, jovens,
adolescentes, idosos e pessoas de meia idade.
Não
podemos brincar e facilitar com a vida neste momento. Então, quero pedir às
pessoas que a gente possa aprovar este PDL. É uma questão de bom senso.
E que a
gente possa também convencer o governador do estado de que é uma grande
irresponsabilidade o retorno das nossas crianças às aulas. O que ele tem que
fazer é comprar computadores e entregar para que as
crianças possam ter acesso à rede mundial de computadores e que essas crianças
possam utilizar e fazer as aulas virtualmente.
Sem
condições para que retornem presencialmente às aulas, nós somos terminantemente
contrários a isso e queremos fazer essa defesa diante dos nossos pares.
Um bom dia a todos e eu espero que a gente possa
rapidamente concluir esta votação do PDL 32.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Quero passar para o
próximo inscrito, o deputado Campos Machado. Tem o tempo regimental, deputado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - AVANTE -
Sr. Presidente, inicialmente eu queria dizer que um dia desses ouvi um deputado
novato na Casa afirmar que decanos como eu, o deputado Barros Munhoz, o
deputado Estevam, estavam equivocados quando falávamos que esta Assembleia era
a pior Assembleia da história, insinuando que éramos tolos.
Aí
eu me lembro de um velho ditado grego que diz que os jovens, que os novatos,
pensam que os antigos são tolos e os antigos têm certeza de que os novatos são
tolos. Deixando isso de lado, aprendi que os anos sabem de coisas que os dias
não sabem. E os anos me ensinaram que, como diz a Bíblia, há tempo para tudo.
Nós não estamos vivendo num período de férias, de calmaria, de tranquilidade.
Estamos
vivendo um período pandêmico dos piores que esta humanidade já conheceu. Nós
temos que ser ágeis. Antigos sim, bobos não. Este projeto não tem muito tempo
para ser discutido. A pandemia não precisa e não pode ficar à mercê de
discussões estéreis; tem gente morrendo. “Imagine em cidade pequena, o prefeito
vai desviar isso, desviar aquilo”.
Nós
não podemos fazer prejulgamento de prefeitos. Não dá para prejulgar político.
Nós não temos tempo de analisar cidade por cidade. São 645 municípios e a média
em São Paulo é de mil e poucos mortos por dia. Quem tem que decidir, quem tem
que saber se é para requerer a calamidade pública é o prefeito. Santa mãe de
Deus, não somos nós; é o prefeito.
E
eu não posso fazer um prejulgamento de que ele vai desviar dinheiro. O Tribunal
de Contas é um órgão sério. Nós não podemos ficar discutindo coisas estéreis. A
vida é curta, mas não pode ser pequena. Nós temos que ser ágeis.
Este
projeto precisa ser votado… Olhe quem está falando e a
posição que sempre tomei. Eu não corro atrás de emendas como muitos deputados
que me antecederam hoje aqui, não. Acontece que neste exato momento muita gente
está morrendo.
Os
prefeitos nem coragem de vir para a cidade de São Paulo têm. Se o Tribunal de
Contas está dando suporte técnico-jurídico, nós não podemos deixar de aprovar
neste momento este projeto, porque há tempo para tudo, diz a Bíblia: tempo de
colher, de plantar, de rir, de chorar, de nascer, de viver. Este tempo é o
tempo da pandemia. É o mundo se esvaindo.
Nós
não podemos discutir coisas pequenas. Nós temos que discutir coisas
importantes. Este projeto pode abrir a possibilidade de, eventualmente, algum
prefeito cometer algum erro, mas vai pagar por ele. Mas as populações de outros
municípios não podem ficar sujeitas a nossa imaginação, a nossa expectativa de
que possa um prefeito amanhã cometer um erro. Não é assim.
Nós
estamos prejulgando políticos como nós. Daí a necessidade de nós votarmos este
projeto e com urgência. A cidade de Óleo é diferente da cidade de São Paulo.
Piracicaba é diferente de Piraju. Como então, Sr. Presidente, nós vamos
pretender votar município a município? Não tem jeito. Nós somos responsáveis.
Nós somos 94 deputados que compõem a maior Assembleia da América Latina.
Nós
temos responsabilidade e neste momento nós temos a responsabilidade de aprovar
este projeto, abrindo um crédito moral para que os prefeitos, se for
necessário, decretem a calamidade pública.
O
que nós não podemos de maneira alguma é prejulgar prefeitos. É por isso que nós
não podemos atrasar mais o relógio do tempo. Tem gente morrendo, sofrendo,
famílias se esfacelando e nós aqui discutindo o sexo dos anjos. Não importa, as
eleições são em 2022.
Nós
temos que decidir em 2021 e este ano não tem como ser contra esse projeto; não
dá. É impossível discutir projeto a projeto, um ponto, uma vírgula, uma
interrogação, não!
Esse
projeto abrange o Estado inteiro e é nosso compromisso votar esse projeto como
está. Se algum prefeito de Assis, Sarutaiá, que morar
na menor cidade do Estado entender que há necessidade, ele vai entender. Ele
mora lá, vive lá, respira o ar de lá, sente o drama lá, vê as pessoas morrerem
lá.
Nós
não temos condições daqui de São Paulo de analisarmos questão a questão,
município por município. Neste momento, é preciso ação, é preciso iniciativa,
independente de questões ideológicas, políticas.
Estou
deixando a minha posição pessoal de lado para votar no coletivo. Eu vou votar
sim favorável a esse projeto, porque não encontro nenhuma razão, nenhum óbice
justo, razoável, moral, que possa me impedir de votar contrário.
Por
isso, Sr. Presidente, para não me alongar, eu estou diante do óbvio ululante de
Nelson Rodrigues. Eu não tenho como - por mais que a posição que eu queira ter
- votar contra o projeto.
Neste
momento, me desculpem os deputados inteligentes, lúcidos que me antecederam.
Sou decano sim, mas não sou bobo não. Os anos ensinam a gente. Barros Munhoz é
decano, mas tem história de vida. Estevam Galvão é decano sim, mas
(Inaudível.), foi prefeito.
Nem
falo por eles. Eu conheço a história deles e eles, como eu, sabem que quem sabe
faz a hora e não espera acontecer, e a hora é esta. Nós não podemos deixar de
votar esse projeto se possível hoje, porque estão em jogo vidas humanas, não
questões políticas, pessoais ou ideológicas, Sr. Presidente.
É
só isso. Em nome do que eu trago dentro de mim, em meu coração, em meu
sentimento, eu vou votar “sim” a esse projeto.
O
SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Campos Machado.
Quero passar para a próximo inscrita, a deputada Leticia Aguiar. Tem o tempo
regimental de dez minutos.
A
SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Bom dia, Sr.
Presidente. O senhor me ouve?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Ouço.
A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e os
colegas parlamentares. Ouvi alguns posicionamentos. Estamos falando
do PDL, Projeto de decreto legislativo nº 32, que versa sobre o estado de
calamidade pública no território paulista.
Ano passado, quando começou a Covid e toda essa situação
que todos nós estamos preocupados e unidos, com o objetivo de devolvermos para
a população do Brasil à normalidade.
Em outro momento, nós votamos o decreto de calamidade
pública para que os municípios do estado de São Paulo pudessem dar celeridade
na aquisição de insumos hospitalares e aprimoramento da estrutura
médico-hospitalar para a estrutura estivesse sendo desenvolvida para o bem da
população, com o objetivo de atender melhor as pessoas.
Ocorre que, desse um ano para cá, mesmo com o decreto de
calamidade pública, identificamos uma série de coisas que não visaram ao
principal objetivo, quando se fala de recurso público: a transparência. Ela é a
certeza, a seriedade que o recurso está sendo empregado de maneira correta.
Eu integro o Grupo PDO, Parlamentares em Defesa do
Orçamento, que foi criado com o objetivo de fiscalizar o Governo do Estado na
aquisição de medicamentos hospitalares e contratação de fornecedores.
Durante esse período, especialmente no ano passado, em
que foi bastante latente a nossa fiscalização, nós visitamos diversos
hospitais: permanentes, que têm ala de Covid, e as unidades de campanha, que
são os hospitais que foram criados para esse momento de maior surto da
pandemia, objetivando atender a população.
Fiscalizar é uma das prerrogativas do Poder Legislativo.
Durante as visitas, apontamos inúmeras irregularidades, esse é o nosso papel.
Isso é o que nos preocupa.
Decretar novamente o estado de calamidade pública pode
ser um grande equívoco neste momento. Sei que existem chefes do Executivo que
são pessoas sérias, dedicadas, empenhadas, que de fato precisam dessa maior celeridade.
Mas, também, não podemos nos esquecer de que a gente não
tem a garantia e a certeza de que vão utilizar o recurso público da maneira
correta, como aconteceu no Governo do Estado de São Paulo.
No Hospital de Campanha do Anhembi, em que o PDO fiscalizou,
nós identificamos uma estrutura subutilizada, leitos incompletos, números de
pacientes que não batiam com os dados oficiais registrados, uma ala totalmente
vazia.
O Hospital de Campanha do Morumbi, que fica pertinho da
Assembleia Legislativa, também recebeu a nossa fiscalização. A obra custou R$12
milhões. O custeio do hospital para ficar funcionando: dez milhões de reais.
O que sempre cobramos é que os recursos destinados para o
combate à pandemia, nós cortamos na própria carne, demos o exemplo e retiramos
do nosso próprio salário para o combate à pandemia, e tantos outros contratos
da Assembleia Legislativa foram reduzidos em prol da saúde das pessoas - fossem
utilizados nos hospitais permanentes e não nos provisórios, para que justamente
a estrutura permanente fique à população no pós-pandemia.
Um ano já passou. Nós identificamos irregularidades,
porque falta transparência; essa é a verdade. Nós, do Poder Legislativo, temos
dificuldade em acessar as informações sobre como o Poder Executivo utiliza os
recursos. Agora, se damos essa nova abertura do estado de calamidade pública…
Nós estamos falando de 645 cidades, mais de 45 milhões de
pessoas impactadas. Esse dinheiro é das pessoas, do contribuinte, do pagador de
imposto.
Sabemos da existência da estrutura municipal, dos
vereadores, que têm a atribuição de fiscalizar o Poder Executivo municipal. O
Tribunal de Contas do Estado também tem essa missão. Mas, antes, essa
fiscalização passa pela Assembleia Legislativa, pelos parlamentares e a
autorização do decreto de calamidade pública.
Diante de toda a situação vivenciada desse ano para cá,
de todas as fiscalizações que eu realizei, junto com os meus colegas
parlamentares do Grupo PDO, daquilo que enxergamos dos contratos, da aquisição
dos insumos, esse assunto merece a nossa especial atenção.
Quero recordar, inclusive, uma situação que nós
conseguimos identificar na compra irregular de aventais. O PDO identificou. O
governo recuou, porque estava irregular, comprovadamente.
Conseguimos evitar que 14 milhões de reais fossem
utilizados de maneira irregular, equivocada, entre outras fiscalizações que nós
fizemos. Diante de toda essa experiência, que nós tivemos nesse último um ano,
eu, Leticia Aguiar, não me sinto confortável em dar esta abertura, uma brecha
do estado de calamidade pública, porque durante esse um ano todos tiveram a
oportunidade de realizar medidas adequadas, com probidade.
Vale destacar que o governo federal, o presidente
Bolsonaro, encaminhou, só para o estado de São Paulo, 135 bilhões de reais para
o combate à pandemia, para que esse recurso fosse empregado em prol da saúde
das pessoas.
Cadê a transparência? Até hoje a gente não se sente
confortável na transferência do uso desses recursos. Portanto, senhores,
destaco a importância que nós, parlamentares, temos, em autorizar esse estado de
calamidade pública novamente. Depois, virá a conta.
Nós precisamos ter a certeza de que esses recursos serão
empregados de maneira idônea, com retidão e transparência e que a população
poderá ter acesso às informações. Se nós, parlamentares, temos dificuldade em
obter os dados, o que dirá a população?
Portanto, fica o meu registro. Peço aos senhores que
avaliem a minha fala e analisem os dados que eu estou apresentando, para que
possamos ser responsáveis com a liberação desses recursos.
Mais uma vez, com respeito àqueles chefes do Executivo,
que trabalham com seriedade; mais uma vez, solicitando aos vereadores e ao
Tribunal de Contas que façam a fiscalização nos municípios, de forma adequada.
Entendo que esse período de fiscalização passa por aqui,
pela Assembleia Legislativa, pelo decreto de calamidade pública. Não me sinto
verdadeiramente confortável em dar essa autonomia ao governador João Doria, que
comprovadamente tem demonstrado falta de transparência, e essa autonomia aos
municípios.
Registro o meu alerta. Votarei contra o PDL 32 e
continuarei na minha missão de fiscalizar para ter a certeza de que os recursos
que estão chegando, seja do governo estadual para os municípios, ou do governo
federal para o Estado, que eles sejam utilizados com sabedoria, discernimento e
seriedade, especialmente com responsabilidade a todas as pessoas que precisam
da Saúde Pública.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Leticia. Próximo inscrito, deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Sr. Presidente, poderia liberar a minha imagem?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON
MOURA - REPUBLICANOS - A imagem de V. Exa. não está aparecendo. Seria V.
Exa. que teria que liberar a sua imagem.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Eu já liberei. Acontece que não está liberando aí. Eu vou sair e entrar
novamente. Então, V. Exa. pode chamar a próxima pessoa. Daí eu entro em
seguida.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON
MOURA - REPUBLICANOS - Ok. Só que a questão da imagem é sempre parte do
deputado. O áudio, realmente, passa a ser da Assembleia. Mas então fica isso
registrado a V. Exa., deputado. Depois V. Exa. se inscreve e a gente volta com
a sua fala. Obrigado.
Próximo inscrito, deputado Dr. Jorge do Carmo.
O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR – Obrigado. Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp que nos assiste nesta manhã de quinta-feira, pós feriado.
Sr. Presidente, eu me inscrevi
para falar sobre o Projeto de Decreto Legislativo 32, de 2020, mesmo porque,
nós, membros da Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais, já debatemos
esse PDL e fui a favor do referido decreto, PDL.
O projeto versa, e ouvi
atentamente os colegas, as colegas e os colegas que me antecederam, e o projeto
versa sobre, no Art. 1º, fica reconhecido para os efeitos do Art. 65, da Lei
complementar Federal 101, de 2000, o estado de calamidade pública nos
municípios que tenham requerido, no exercício de 2021, em decorrência da
pandemia causada pelo coronavírus, Covid-19.
Pois bem, Sr. Presidente, a gente
tem acompanhado lamentáveis números normais de 90 mil vidas ceifadas no nosso
Estado. E o reconhecimento de calamidade, evidentemente, tem aqui da Assembleia
Legislativa, e nós fizemos isso no exercício anterior, tratamos de um decreto,
de um PDL para os 644 municípios, um outro específico para o município de São
Paulo, e um outro para o estado de São Paulo.
Nesses decretos, a gente ficou acompanhando, inclusive criou-se uma comissão nessa egrégia Casa para acompanhar os gastos dos prefeitos, dos administradores públicos. A Comissão foi instalada por ato da Mesa, que teve como coordenador o ilustre deputado Barros Munhoz, teve esse que vos fala também como membro, indicado pela minha bancada, a bancada do Partido dos Trabalhadores, deputado Adalberto Freitas, Analice Fernandes, Ricardo Mellão, meus colegas, que agora não me recordo o nome.
É bem verdade que nós tivemos muitas dificuldades de, nos requerimentos que nós aprovamos nessa Comissão, em obter as respostas dos administradores públicos, por conta do secretário de Saúde, que não dava as respostas que nós queríamos.
Tivemos que recorrer ao Tribunal
de Contas do Estado para obter informações, mesmo porque o espírito dessa
Comissão é para acompanhar e verificar se por ventura ocorriam alguns
malfeitos.
É lógico que o prefeito lá é fiscalizado pela Câmara de Vereadores, pelo Ministério Público, pelos Tribunais de Contas do Estado, mas é preciso entender que aquela Comissão eu tinha uma outra expectativa, e tenho certeza que a minha bancada também, que pudéssemos ter mais informações.
Infelizmente eu confesso que fiquei um tanto frustrado ao final, porque não obtinha as respostas. Aprovávamos os requerimentos, aprovávamos, mas não obtínhamos as respostas que a expectativa da população paulista desejava. E eu era cobrado por isso, tanto na minha bancada quanto também da sociedade.
Mas evidentemente que nós não podemos, a partir de um estado, uma situação calamitosa que nós estamos vivendo, não podemos prejulgar, não podemos dizer: “Olha, nós não vamos concordar com o Decreto Estado de Calamidade dos Municípios porque os prefeitos não têm transparência, não são honestos”.
Jamais podemos fazer isso, porque seria um prejulgamento. E nós temos também os órgãos de controle de fiscalização e o Ministério Público, que têm atuado. Recentemente nós vimos aí no município de Embu das Artes, no município de Itapecerica da Serra, exatamente a atuação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal combatendo a corrupção, porque o recurso público, o fato de o prefeito ter liberalidade, e o decreto de calamidade concedido pela Assembleia Legislativa não lhe dá o direito de usar o recurso público a bel-prazer, como ele pensa que pode fazer.
Ao contrário, nós temos que
acreditar nas pessoas, confiar nas pessoas, porque o prefeito foi eleito, os
vereadores dos respectivos municípios também foram eleitos e que se eles
cometerem algum malfeito tem os órgãos de fiscalização para puni-los, para
coibir.
Então, Sr. Presidente, nós não podemos, a partir de premissas, de situações que acontecem no Brasil e no mundo, infelizmente, deixarmos de, num momento tão difícil como esse, deixarmos de fazer aquilo que compete a esta Casa, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Agora, eu quero chamar a atenção para uma situação que nós tivemos também no ano passado.
Todas as vezes que a gente precisava dizer para o prefeito da cidade de São Paulo, para o governador do estado de São Paulo, que nas periferias, especialmente nas periferias do município de São Paulo era onde a pandemia, as mortes estavam acontecendo com um número mais assustador, e que era necessário construir um hospital de campanha, por exemplo, na zona leste da cidade de São Paulo, nós fizemos requerimentos, ofícios, encaminhamos para o secretário do Estado de Saúde, para o governador, para o secretário do município de São Paulo de Saúde, para o prefeito.
Aliás,
quero prestar minha solidariedade ao prefeito Bruno Covas, que está passando
por um momento de saúde complicado. Mas politicamente falando, esses
requerimentos foram ignorados, foram ignorados, porque a zona leste, a exemplo
das outras regiões na periferia, era onde tinha mais mortes. E lá não era
prioridade fazer hospital de campanha.
E na Comissão cheguei a requerer isso, cheguei a questionar isso com o secretário adjunto de Saúde, mas ninguém escutou a voz rouca. Parecia que não era importante isso que nós estávamos falando. E não era só eu que estava falando, eram vereadores da capital, eram outros deputados desta Casa.
E agora, pasmem, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, com o avançar da pandemia e número de mortes acontecendo, infelizmente de forma perversa, nós temos visto que a zona leste de São Paulo está sendo escolhida para fazer um cemitério vertical.
Então, quando a gente requisitava um hospital de campanha para a zona leste não era prioridade. Nós sugerimos, inclusive, de ser lá no estádio do Corinthians, lá em Itaquera, e tinha concordância da diretoria do Corinthians. Mas agora a Prefeitura de São Paulo está pensando em fazer um cemitério vertical na zona leste.
Então, quando é para escolher para onde os mortos irão, aí a zona leste é escolhida, mas quando era para escolher um hospital de campanha para salvar vidas, a zona leste não era prioridade.
Por isso é que eu vou votar a favor do decreto de projeto legislativo, Projeto de Decreto Legislativo 32, de 2021, mas é preciso fazer essas ressalvas, porque nós estamos num momento em que a vida é mais importante. Sempre a vida foi mais importante, nesse momento principalmente. Então, viva a vida, Vacina Sim, e sim ao PDL 32, de 2021.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON
MOURA - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Jorge do Carmo. Próximo inscrito,
deputado Barros Munhoz. Vossa Excelência tem o tempo de 10 minutos, deputado
Barros Munhoz.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Está
me ouvindo, presidente?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON
MOURA - REPUBLICANOS - Estamos ouvindo perfeitamente, deputado.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Então, muito obrigado. Eu estava numa ligação com Itapira city, capital do mundo, mas Sr. Presidente, caros colegas, eu acho que seria totalmente desnecessária a minha fala.
Eu tive ensejo de ouvir,
felizmente, a fala do deputado Campos Machado, ouvi a fala do deputado Emidio,
ouvi ligeiramente a fala da deputada Leticia, ouvi a deputada Lia, mas entendo
até que seria desnecessária a minha fala.
Mas eu percebo que está se fazendo uma terrível confusão e isso é um certo preconceito que existe contra prefeito. Parece que todo prefeito é bandido, é ladrão, é sem-vergonha, não está apto a dirigir a sua cidade, etc. Então, cada vez mais se fecha o cerco, institui-se dificuldades, obstáculos, obrigações e encargos.
Antigamente uma prefeitura ia bem
com um advogado, agora precisa de 20. Ia bem com um contador, precisa de 50, e
não sei o que, e não sei o que, e não sei o que, cada vez tem mais corrupção no
Brasil. Cada vez mais corrupção em todos os órgãos de administração, em todos
os lugares, em todas as empresas privadas, públicas. Talvez seja até esse
excesso que causa essa bagunça, fica atulhando a Justiça, os processos demoram.
Eu, agora, fui condenado por ter gasto quatro mil reais a mais na compra de uma ambulância, que não tinha nada a ver com Sanguessuga, com nada. Eu simplesmente, a conselho de todo mundo, comprei uma ambulância que tivesse UTI.
Foi uma festa para a cidade, essa ambulância foi festejada durante tanto tempo. Quatro mil reais, que significava 5,4% do recurso que nós recebemos e que gastamos, a mais do que nós gastamos, 5% a mais.
Eu fui condenado agora recentemente, vou responder e gastar uma fortuna, ficar com bens bloqueados, etc., etc. Eu estou dizendo tudo isso porque eu sou honesto, eu sou sério e nunca fui condenado, a não ser numa besteira tão grande quanto essa, entendeu? Então, nós precisamos parar, este país tem que ser sério.
Em primeiro lugar
tem que acreditar que todo mundo é honesto, até prova em contrário. Isso é
bíblico, isso não é jurídico. Isso não vem de séculos e séculos e séculos de
Direito. Isso vem da característica do ser humano, característica do ser
humano, do bom relacionamento e do respeito entre os seres humanos.
Então, minha gente, é triste. Isso aqui me faz lembrar a fábula, acho que do Esopo, aquela do cordeiro que estava tomando água abaixo de onde o lobo também estava, e o lobo disse: “Cordeiro, você está turvando a minha água.” “Mas como eu posso estar turvando a sua água, se eu estou abaixo da onde o senhor está captando água que o senhor está tomando?” “Então, se não for você, foi seu pai.”
Então, se tem prefeito honesto todo mundo é desonesto e todo mundo vai roubar e não pode ter calamidade pública para ninguém. Assim é fácil, assim é fácil. Não é essa a realidade, minha gente. No Brasil, tem muito desvio em prefeitura, muito mais do que tinha antes, muito mais do que tinha antes de toda essa legislação farabulesca, sei lá, que foi montada.
O Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo acho que até está beirando mil funcionários. Tem engenheiros,
arquitetos, zoólogos, geólogos, advogados, contadores, tem tudo. É uma
estrutura super bem montada, mas é um caso sério, comeu o Brasil a corrupção.
Comeu o Brasil, e continua comendo, e continua comendo.
Então, eu entendo essa preocupação da deputada Leticia, da deputada Valeria, da deputada Janaina. São pessoas da maior credibilidade, do maior respeito, mas é preciso que elas conheçam um pouco mais da vida dos prefeitos e vejam que 80% deles, graças a Deus, ainda são honestos, são sérios, não querem fazer trapaça.
E que o emaranhado de leis, normas, disciplinas, regulamentos e tudo o que existe no nosso país leva a essa situação. Tudo é demorado.
Se você for cumprir os prazos,
por exemplo, para enfrentar um coronavírus como esse que nós estamos
enfrentando, uma pandemia como essa que nós estamos enfrentando, morre mais
gente do que já está morrendo. Já é um absurdo o número de pessoas que estão
morrendo.
Não podemos misturar alhos com bugalhos. Nós temos que separar o joio do trigo. Esse projeto é absolutamente necessário, são 113 municípios. Eu conheço os prefeitos da maioria deles. É duro, minha gente. Tem pessoas que não conhecem, então fazem um julgamento pela imprensa. Imprensa divulga quando um comete uma barbaridade.
Agora, por exemplo, tem uma notícia extraordinariamente grave sobre três municípios, se não me engano Embu das Artes, tem um até que é distante, eu não sei. Sei que são três municípios. Isso é um escândalo.
Quer dizer, não é que não se deva
fazer nada, mas o que não se pode é fazer isso, que é a prática mais absurda de
injustiça. É misturar alhos com bugalhos, é considerar todo mundo desonesto até
prova em contrário.
Então é absolutamente necessária, minha gente. Eu queria fazer um apelo. Deputada Janaina, ir da sua pessoa a todas as pessoas que já se manifestaram e que estão com intenção de votar contrário.
O que a deputada Bebel falou é rigorosamente verdadeiro. O que a deputada Márcia Lia falou é rigorosamente verdadeiro. O que o deputado Campos Machado falou, o deputado Estevam.
Campos, eu vou me permitir, Campos. É muito nobre da sua parte. Você não foi prefeito. Aliás, devia ter sido, e da capital de São Paulo, mas Deus é que sabe, Deus é que governa e você não foi, mas poderia ter sido, e seria um brilhante prefeito. Mas você tem sentimento, você tem um convívio com os prefeitos.
Você sabe o que isso que estou falando é verdade. Você vive pela sua experiência, você conhece a família dos prefeitos, você conhece os amigos do prefeito, você conhece os adversários do prefeito de cada município onde você é votado e que você representa.
Então, é esse apelo que eu faço,
vamos dar um crédito de confiança. Olha, se nós não aprovarmos isso, nós vamos
agravar um problema sério que está acontecendo nessa pandemia para muitos
municípios. Olha, de 645, 113 é perto de 20%, é perto de 20 por cento. São 113
municípios.
Então, eu não quero me estender,
quero fazer um apelo. Eu sei, e eu não estou agredindo ninguém, não estou
criticando ninguém, só estou dizendo que nós estamos querendo usar uma arma
errada, como o lobo fez com o filho daquele carneiro, que talvez o filho de um
carneiro que talvez tivesse turvado a água que ele bebeu. Não podemos fazer assim. Porque tem prefeito desonesto e tem
falcatruas acontecendo nós não vamos aprovar esse
projeto?
Não. Tem muitos prefeitos sérios, idôneos, que estão sofrendo por falta desta
lei, confiando, e eu sou cobrado. Eu sou cobrado. Eu rodei o estado de São
Paulo inteirinho mais de uma vez.
Eu rodei quando secretário da Agricultura, eu rodei como candidato a governador
deste estado. É muito comum me falarem o nome da cidade e eu dizer quem é o prefeito atual, esse eu sei
menos, mas quem foi prefeito, quem era adversário
dele, e assim por diante.
Então eu queria pedir esse crédito de confiança aos chefes do Poder Executivo de cada município do estado de São Paulo com a aprovação desse projeto.
Vamos dar esse crédito de confiança.
E temos instrumentos de sobra
para cobrar aqueles que forem errados. O Tribunal de Contas está aí, e ele é atuante, ele é atuante. É que a legislação é tumultuada, a Justiça é demorada, então a própria ação
do Tribunal é lenta e demorada também.
Mas, minha gente, falei demais.
Sou amplamente favorável, apoio e faço um apelo: Leticia, pondere,
talvez a sua cidade tenha falhas, mas aqui tem 112 outros municípios que certamente a maioria não tem problemas, não tem
falhas. Valeria, por favor, Janaina, já disse...
O
SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Só para concluir, por gentileza, deputado.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB -
Obrigado, presidente. Vamos em frente fazendo justiça acima de tudo.
O
SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Barros
Munhoz. Antes de passarmos para o próximo
inscrito, até o deputado Carlos Giannazi
pediu para que possamos novamente colocá-lo
na lista. Estará incluso, deputado, V. Exa., na
lista, para ser o próximo inscrito.
Antes,
porém, quero cumprimentar aqui na
Assembleia Legislativa a Polícia Militar, como também
a Polícia Civil, aqui da Assembleia
Legislativa, que, nessa terça-feira, dia 20, às 22 horas e 30 minutos, eles abordaram um indivíduo, um cidadão, que era um funcionário terceirizado aqui da Assembleia, Carlos Alberto de
Oliveira Souza, que trabalhava na terceirizada na TV,
na própria TV Assembleia.
Haviam
sido anteriormente furtados alguns aparelhos aqui na Assembleia, e diante disso
começou uma
investigação na qual a Polícia Militar, junto com a Polícia Civil,
eles conseguiram identificar o indivíduo. E ontem
esse cidadão furtou um teclado e um suporte de monitor que se encontravam na
mochila deles.
Ao sair da Assembleia, a Polícia Militar o
abordou, o PM cabo Veras, e pediu para que ele pudesse abrir a mochila. Ali se
encontrava, então, esse teclado e o suporte. Ao
conversar com esse cidadão, descobriram que ele já havia furtado
10 CPUs aqui na Assembleia. Foi conduzido à 27ª DP, aqui da
delegacia da Polícia Civil,
onde então foi feito boletim de ocorrência, que
nesse momento também se encontra
em nossas mãos.
Por isso quero agradecer então à Polícia Civil, como também à Polícia Militar,
ao cabo Veras, ao cabo Martoni, o tenente Akira, o coronel Sanches, que é o responsável pela Polícia Militar
aqui da Assembleia.
Temos a certeza de que a Polícia tem feito
o seu papel, tanto a Polícia Militar, quanto a Polícia Civil. Quero
cumprimentar a Dra. Elaine Maria Biasoli, que também fez um
grande papel brilhante junto com a Polícia Militar.
Passo então para o próximo inscrito,
deputado Carlos Giannazi. Eu pediria então ao deputado Luiz Fernando, ao
deputado Sargento Neri e ao deputado Maurici que consequentemente serão os próximos.
Deputado Carlos Giannazi, por gentileza, a câmera de V.
Exa. está ligada, pode
dar sequência.
Obrigado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Wellington Moura, presidente desta sessão,
tive um problema técnico aqui, mas já voltei.
Sr.
Presidente, eu gostaria primeiramente de parabenizar
o deputado Campos Machado pela referência
que ele fez ao Geraldo Vandré,
citando a música Para Não Dizer Que Não
Falei das Flores. Tem muito a ver com este momento histórico que nós estamos vivendo.
Eu
citaria também uma outra, deputado Campos Machado, uma outra canção que tem tudo a
ver com este momento, que é também do Geraldo Vandré, que foi um músico, um cantor, expoente nos anos 60 e início ali dos anos setenta. Ele fazia canções importantes,
sobretudo canções
críticas à ditadura
militar.
Mas
tem uma outra canção dele que me veio à mente
quando V. Exa. citou Para Não Dizer Que Não Falei das Flores, que foi uma
canção muito famosa, que foi lançada
em um dos festivais da época.
Réquiem para Matraga é uma música que inicia com o seguinte verso: “vim aqui só para dizer, ninguém há de me calar, se alguém tem que morrer, que seja para
melhorar”. Mas infelizmente no Brasil nós já estamos com quase 400 mil pessoas mortas, e não melhora. E
no estado de São Paulo, nós
já estamos chegando nos próximos dias, se nada for feito,
a 100 mil mortes, e também não melhora a situação.
Então esse PDL nº 32, que nós estamos debatendo e votando agora é importante, porque ele vai
flexibilizar a situação
orçamentária de vários municípios, que nós,
que somos deputados estaduais, que visitamos as cidades, sobretudo as cidades
mais pobres, as cidades pequenas, sabemos que os municípios estão quebrados. Já estavam quebrados antes da pandemia, com grandes
dificuldades orçamentárias.
Agora,
nem se fala, com essa crise da pandemia, com a queda da arrecadação. Aí a situação piorou muito. Então é muito importante que a
Assembleia Legislativa aprove com urgência
esse PDL, para flexibilizar a situação orçamentária das nossas cidades, que
estão sofrendo bastante com a pandemia, com a falta de recursos, principalmente
na área da Saúde.
Como
eu disse, o estado de São Paulo já tem
quase 100 mil pessoas mortas, é um
número muito elevado. Nós estamos com crise na área médica, com falta de oxigênio, falta de leitos em muitas cidades, sobretudo de UTI. Nós estamos com crise funerária.
O
deputado Jorge do Carmo falou aqui da construção de um novo cemitério vertical na zona leste. Nós estamos com cemitérios funcionando 24 horas para fazer velórios e enterros.
Então,
crise funerária, colapso na área da Saúde
no estado de São
Paulo. Está faltando em regiões remédios, anestesia, sedativos, remédios importantes para intubação
de pacientes.
E
se nada for feito, dentro de alguns dias nós
teremos a mesma situação do Rio de Janeiro, onde as pessoas estão sendo
amarradas para serem intubadas, porque não tem sedativo. Isso é tortura. Então nós vamos votar favoravelmente ao PDL nº 32.
E
ao mesmo tempo fazendo um apelo aqui ao governo Doria: o governo tem que
liberar as verbas da Saúde. O governo Doria cortou 600
milhões no Orçamento da Saúde quando nós
aprovamos a peça Orçamentária em 2020 - de 2020 para 2021, todos se lembram disso, nós denunciamos exaustivamente.
Eram
800 milhões. Aí nós fizemos uma luta na hora da
aprovação, e o governo cortou 600 milhões no Orçamento do SUS no estado de São Paulo em plena pandemia,
como reduziu também o dinheiro das Santas Casas, que são hospitais que têm capilaridade no interior paulista.
O
governo tem que devolver esses recursos. O governo tem que, por exemplo,
investir no Iamspe, que atende milhares, milhões de servidores da ativa, aposentados e pensionistas. Não há investimentos. A Assembleia Legislativa aprovou
um orçamento de apenas quatro mil reais, vocês se lembram, que era o que o
governo ia destinar para o Iamspe, e até agora nem os quatro mil reais foram
investidos.
O Iamspe está sendo sustentado só com o
dinheiro do desconto dos servidores. Houve, inclusive, um aumento agora,
totalmente injusto.
Então, o governo tem que tomar essas
providências também, e resolver a questão gravíssima que tem aumentado, e vai
aumentar ainda mais, a contaminação no estado de São Paulo.
Não adianta só aprovar o PDL. É
importante, mas a gente tem que manter as escolas fechadas em todo o estado de
São Paulo, as escolas da rede estadual, das redes municipais e da rede
particular. É fundamental que isso ocorra.
E eu aproveito para dizer que nós somos
totalmente contra a aprovação daquele PL 5595, que torna a Educação atividade
essencial. Somos contra o decreto publicado aqui, alguns dias atrás, pelo
Doria, também na mesma toada. Na verdade, imitando.
Na verdade, o decreto do Doria é um plágio
do PL 5595, que é um projeto dos deputados bolsonaristas. Então, Doria virou
"Bolsodoria", de novo. Ele está imitando, plagiando o bolsonarismo. E ele se antecipou e publicou um decreto,
tornando a Educação atividade essencial.
Infelizmente foi aprovado na Câmara dos
Deputados esse PL. Foi para o Senado, e espero que seja derrotado. Estamos
fazendo um movimento em todo o Brasil para derrotar no Senado esse PL, porque a
essencialidade da Educação é uma farsa sem precedentes.
Foi algo criado às pressas, um conceito
criado às pressas, justamente para atender o poder econômico, em detrimento da
saúde da vida das pessoas, para abrir, fazer a abertura econômica, sobretudo
abrindo as escolas em qualquer situação, em qualquer fase, ou seja,
contribuindo para um grande genocídio brasileiro, a grande matança, o grande
extermínio.
Se as escolas forem abertas, como querem
esses deputados que aprovaram o PL 5595, que, estranhamente, são deputados que
agora estão falando que defendem a Educação, mas muitos foram contra o Fundeb,
foram contra o Plano Nacional de Educação.
São deputados que defendem a não
vinculação obrigatória das verbas da Educação. São deputados contra o piso
nacional salarial, que é muito baixo, mesmo assim eles são contra.
Mas agora inventaram que defendem a escola
essencial. Mas, a essencialidade da Educação, para eles, é reabrir escolas, em
qualquer fase, não se importando com a vida das pessoas, e também para atingir
o direito de greve dos profissionais da Educação, sobretudo dos professores.
Por isso nós aqui já nos manifestamos contra esse projeto e o decreto do Doria.
E dizer ainda que nós repudiamos,
veementemente, a fala do líder do Governo Bolsonaro, Ricardo Barros, que deu
uma declaração, na última sexta-feira, horrível e covarde, e que atacou a
dignidade de todos os professores do Brasil, dizendo, primeiro, que ele foi
justificar o veto do Bolsonaro.
Bolsonaro vetou um projeto de lei aprovado
no Congresso Nacional, que permitiu investimento em internet, em computadores
para todas as escolas públicas do Brasil, da Educação básica. Olhem só, ele
proibiu.
Aí foi justificar, dizendo que não, que as
escolas já tinham internet, e que os professores não queriam trabalhar, que os
diretores não queriam, enfim, operar esse processo de internet, atacando
veementemente, falando que os professores não querem trabalhar.
Quero repudiar veementemente a fala do
líder do Governo Bolsonaro, atacando os professores de todo o Brasil. Um
absurdo. Então, é a farsa da essencialidade da Educação, porque se as escolas
voltarem a funcionar como eles querem, nós teremos no Brasil mais de 50 milhões
de pessoas se movimentando, só de alunos da Educação básica. É grave. Daí o
extermínio vai aumentar muito mais, em São Paulo também.
Nós reivindicamos e exigimos o fechamento
de todas as escolas, públicas e privadas, do estado de São Paulo, porque escola
fechada é vida preservada.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Srs.
Deputados, temos ainda inscritos o deputado Luiz Fernando, o deputado Sargento
Neri e o deputado Maurici. Nós temos 13 minutos ainda de discussão, mais um
encaminhamento, que os líderes possam fazer.
Se nós seguirmos dessa forma, não haverá
tempo de aprovarmos esse projeto agora, na primeira extra. Se nós não
conseguirmos, nós vamos aditar, à segunda extraordinária somente esse projeto,
para darmos continuidade na discussão e votação dele.
Portanto, ficarão todos os projetos dos
deputados que estão na lista, para serem votados para a próxima semana.
Então, eu gostaria até de fazer essa
solicitação aos outros deputados, ou àqueles que ainda queiram se inscrever,
para que ou encurtem o tempo, ou senão todos os projetos dos deputados, que
estão previstos para a segunda extra, ficarão prejudicados, lembrando ainda que
nós temos duas votações, o projeto e a emenda.
Peço aos Srs. Deputados, se for possível,
retirarem suas inscrições e daremos continuidade, senão os projetos ficarão
para a próxima semana, o projeto dos deputados, e vamos aditar à Ordem da
segunda extra.
O próximo inscrito é o deputado Luiz
Fernando.
O
SR. LUIZ FERNANDO - PT - Sr.
Presidente, nobres deputadas, nobres deputados, senador Roberto Engler,
felicidade em vê-lo aqui nas câmeras.
Nós
temos três senadores, na verdade, militam como senador, Roberto Engler, Campos
Machado e Barros Munhoz. O meu respeito muito grande a esses três grandes
deputados. Quero saudar todos que nos acompanham, na TV Alesp.
É
fato. O Sr. Presidente fez um pedido para que nós fôssemos mais ágeis, embora
ele mesmo, no pedido, demorou um tempo muito grande.
Mas
é que esse projeto que a gente está discutindo é um projeto extremamente
importante, que alguns deputados tomaram uma defesa indefensável, não sei se
por não conhecerem a realidade do jogo político, da política brasileira. Não
entendem muito o que é essa situação, inclusive alguns estão negando, quero
aqui usar a palavra, a gravidade dessa pandemia.
Vários
municípios decretaram nas suas cidades calamidade pública e a Assembleia tem
que ratificar isso. E é isso que nós estamos discutindo. E alguns deputados
acham que nós não temos a ratificar, que não é caso emergencial. É óbvio, eles
negam inclusive a gravidade dessa pandemia.
Alguns
indicam inclusive um tratamento que a ciência diz que não resolve absolutamente
nada. E um projeto que nós deveríamos ter aprovado já há muito tempo. Por um
debate de algumas deputadas e alguns deputados, está paralisado.
Falar
o que depois do deputado Campos Machado, do deputado Barros Munhoz, da
Professora Bebel, que disseram tudo, o deputado Giannazi, que me antecedeu. É
urgente essa aprovação.
Por
mais que a Janaina não entenda o que está acontecendo, e nem sinta essa gravidade
toda, cabe não à Assembleia Legislativa fiscalizar os municípios. É que o
ordenamento, embora alguns sejam até professores de Direito, o pessoal ainda
não se inteirou do que um deputado pode e deve fazer.
A
Assembleia tem demorado, em alguns momentos. Nós tínhamos que
estar cobrando mais, que o governador João Doria tivesse um pouco mais de
agilidade nesse processo, fizesse menos marketing, corresse mais atrás da
vacina.
Que
nós não reabríssemos a Educação, como ele e o secretário de Educação pretendem.
Porque, como disse o Giannazi, é levar os professores, os profissionais da
Educação e os próprios alunos ao corredor da morte. Nós
precisamos... Tínhamos meio.
Eu
mesmo aprovei um projeto, a Assembleia aprovou um projeto da nossa autoria, que
distribuía para todos os professores e a todos os alunos um dispositivo para
acesso à internet, para que não estivéssemos perdendo aula nenhum dia, e o
governador vetou.
Ele
e o seu secretário de Educação vetaram. Ou seja, eu quero que o professor saia
da sua casa, vá lá, que a merendeira vá lá, que o diretor vá lá, que o
profissional da limpeza vá lá, e que se danem. Peguem esses ônibus
superlotados, o metrô superlotado, o trem superlotado, se contaminem, e talvez
o genocídio seja acelerado.
É
interessante, e aí eu quero estar me dirigindo a todos que nos ouvem na
TV Alesp, verificar aquelas pessoas que têm se posicionado contra a
ratificação dessa urgência que os municípios pedem, calamidade que os
municípios pedem. São, na sua maioria, deputados bolsonaristas, que negam.
Eles negam essa pandemia.
Eles
começaram a dizer que isso era um resfriadinho. Eles indicam ainda
Ivermectina, Cloroquina, e esses remédios que a ciência mostra... Tem alguns
que ocupam, invadiram hospitais.
A
gente até viu agora, em alguns momentos. Lá atrás, já teve uma turma que foi
visitar hospital, dizendo que não era bem isso, não, que não tinha tanta
gente.
Esse
pessoal, reparem, eles é que são contra. Mas, ao mesmo tempo, eles mal sabem
que cabe ao Tribunal de Contas, cabe ao Ministério Público e às Câmaras
Municipais fazerem o devido acompanhamento dos gastos, e que sejam punidos, que
sejam denunciados prefeitos que, eventualmente, estejam cometendo algum
equívoco, algum erro, alguma corrupção.
Agora,
é necessário e urgente nós darmos aos prefeitos a mobilidade de tirar um
dinheiro que estava no Esporte e passar para a Saúde, que estava em outra
rubrica, e passar para a Saúde.
Quais
são os efeitos? Presumo eu que a maioria dos deputados que são contra essa
aprovação, e que ajudaram a postergar essa aprovação, que deveria ter
acontecido já há muito tempo...
Verifiquem
a origem, e eu tenho certeza que o fazem porque sequer sabem quais são os
efeitos dessa lei, ao aprovarmos essa declaração de decretação de emergência
nessas cidades.
O
Tribunal de Contas vem acompanhando, a Assembleia tomou o cuidado, já em 2020,
de trazer e discutir um projeto com o Tribunal de Contas. Sentamos com o
Tribunal de Contas, mais uma vez, para que nós fechássemos todas as
possibilidades, e a nós, à Assembleia, só cabe aprovar esse
projeto.
Eu
lamento, muito, que isso não tenha sido aprovado antes. Que tenha demorado
tanto assim, para que, efetivamente, a gente cumprisse a nossa obrigação, da
nossa parte, como a nossa líder Professora Bebel já declarou. Nós somos
favoráveis a essa aprovação, e que ela aconteça o quanto antes.
Por
isso, Sr. Presidente, vou concluir, não vou usar todo o meu tempo. Vou parar
aqui. Eu acho que está dado, precisamos aprovar rapidamente isso, e precisamos
aprovar outros projetos de lei, que possam ajudar o nosso povo a superar esse
momento tão triste.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, nobres pares.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Luiz Fernando. Antes de
passar a palavra para o deputado Sargento Neri, pelo prazo de três minutos,
tempo restante para concluir as duas horas, esta Presidência retifica a
convocação da 17ª Sessão Extraordinária em Ambiente Virtual, a realizar-se dez
minutos após o término desta sessão, para fazer constar a seguinte Ordem do
Dia:
* * *
- NR - A retificação da Ordem do Dia para
a 17a Sessão Extraordinária em Ambiente Virtual foi publicada
no D.O. de 23/04/21.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS -
Com a palavra o deputado Sargento Neri. Cinco minutos, que é o tempo...
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Bom dia, Sr. Presidente, bom dia aos
demais deputados. Eu quero deixar registrado aqui que o meu voto é contrário a
esse projeto.
Com todo o respeito que eu tenho pelo
deputado Barros Munhoz, Campos Machado, a questão do meu voto contrário não é a
desconfiança em qualquer prefeito do estado de São Paulo, mas sim pela manobra
e pela não operacionalidade do Governo do Estado contra a Covid.
Lembrado bem pelo deputado Giannazi,
retirou 600 milhões da Saúde, retirou recurso das Santas Casas. Então,
você pega a Santa Casa de Marília, que atende 62 municípios. Por que retirar
recurso da Santa Casa? Não houve qualquer investimento nos aparelhos fixos da
Saúde.
Nós, do PDO, fiscalizamos sim,
como o deputado Luiz Fernando falou, que nós criticamos a instalação do
hospital de campanha. Entramos no hospital de campanha e provamos que o momento
não era adequado para aquilo. Todos os hospitais que nós entramos naquele
momento não tinham superlotação.
Então, nós fizemos o nosso papel de
deputados. Enquanto muitos estavam em casa, nós estávamos fiscalizando e
trabalhando. Então, não há motivo de se criticar o nosso trabalho de ir até o
hospital, coisa que eu não vi deputados fazerem.
Nós tivemos aí um escândalo, a compra de
respiradores, está no Ministério Público, está no Tribunal de Contas, estão
investigando e abrindo inquérito.
Falta medicamento, falta medicamento para
intubação, oxigênio. Espera aí. Qualquer administrador de uma pequena empresa,
de um boteco, saberia que nós teríamos a segunda onda. E por que o Governo do
Estado não fez investimento nos hospitais, e não se preparou para a segunda
onda?
Mais uma operacionalidade errada do
Governo do Estado. Nós entramos com um projeto de resolução, pedindo a CPI,
para apurar os gastos na Covid, na pandemia, que fizesse um trabalho técnico.
Eu nem quero participar, mas que apure,
que tenha clareza. E por que eu fiz o pedido? Porque a gente não consegue
encontrar, sequer para apurar, qualquer compra do governo do estado de São
Paulo.
O João Doria não tem clareza nas compras e
nos contratos na pandemia. Eu vejo muitos deputados querendo dar carta branca
hoje, que sequer assinaram o pedido de resolução meu, para a abertura de CPI.
Fiscalizar não quer. Investigar esse gasto com a pandemia não quer, mas dar
carta branca sempre quer. Então, é uma contradição muito grande.
Eu pedi ao Governo do Estado que criasse a
Comissão de Análise de Óbitos, que tem previsão, que foi feita em outros
momentos da história, e não tenho resposta para isso. Como líder do PDO, eu
oriento, sim, todos os deputados do PDO a votarem contrários, mas não pela
desconfiança com os prefeitos.
Isso eu falo com tranquilidade, porque eu
visito a semana inteira cidades e municípios. Eu percorro o estado de São
Paulo. Então, eu pergunto aos deputados. Vocês sabiam que o governo do estado
de São Paulo fechou leitos de dezembro até fevereiro?
Eu estive na Santa Casa, em Novo
Horizonte. Tinha 16 leitos de Covid. A DRS de São José do Rio Preto mandou
fechar seis leitos, em Novo Horizonte, em dezembro, e agora está voltando,
porque o governo mandou fechar.
Sabe por que vocês não sabem disso? Porque
vocês não andam. É fácil falar dos gabinetes. É fácil falar de suas casas, mas
vai visitar as Santas Casas, ver as dificuldades que os administradores têm.
Vai visitar os prefeitos e ver as dificuldades, porque o governo do estado de
São Paulo não fez investimento.
Hoje saiu uma matéria no jornal “O Estado
de S. Paulo”: “Mortes sem elo direto com Covid superam em 55 mil o previsto”.
Olha aqui, jornal “O Estado de S. Paulo”. E olha só o que o Dr. Alexandre
Ferreira Oliveira, cirurgião oncológico, disse ao jornal “O Estado de S.
Paulo”: “O diagnóstico precoce é fundamental, o nosso medo é que as doenças
crônicas matem mais do que a Covid.”
Sabe por quê? Porque não há investimento
na Saúde, para separar a Covid de outras doenças crônicas. Abriram mão, largaram
os doentes ao deus-dará, e vem essa hipocrisia, falar que nós estamos acusando
prefeitos.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Para concluir, por gentileza,
deputado.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Não,
estamos acusando o governo do estado de São Paulo, como mau gestor, e tem sim
corrupção no estado. Tem corrupção no Governo do Estado. (Vozes
sobrepostas.)
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Deputado eu peço para V. Exa., por
gentileza. O seu tempo terminou, e o tempo da discussão terminou,
deputado.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - (Vozes
sobrepostas.) e abrir o inquérito. Então, tem que se apurar, sim, deputado.
Então, tem que se apurar, sim. Eu só quero fazer uma pergunta, presidente. O
meu tempo vai ser preservado para outra sessão?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Encerraram as duas horas de discussão. Por
isso que eu, infelizmente, tive que interromper Vossa Excelência.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Mas
vai ser preservado para outra extra?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Não, encerrou o tempo. As duas horas foram
encerradas. Agora, V. Exa. pode encaminhar neste momento, se V. Exa.
quiser.
Então, está encerrada a discussão. Em
votação o projeto, salvo emendas. As Sras. e os Srs. Deputados líderes que têm
interesse em encaminhar a votação, queiram se manifestar no chat. Vamos dar um
tempo para que V. Exas., quem queiram encaminhar, para que V. Exas. possam
encaminhar, através do chat.
Deputado Coronel Telhada, com anuência do
líder do PP, encaminha pela liderança do PP, pelo prazo de
cinco minutos. Deputado Coronel Telhada, ligue o microfone, por
gentileza.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela
ordem, Sr. Deputado. Está me ouvindo?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Agora estamos ouvindo, Deputado Coronel,
por gentileza.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Boa
tarde, Sr. Deputado. Boa tarde a todos os demais deputados. Quero dizer aqui,
em primeiro lugar, fazer um apelo ao presidente, não só da sessão, mas ao
presidente da Assembleia Legislativa, para que nós voltemos, o mais
rapidamente, ao modo presencial.
Eu entendo que esse modo online prejudica
muito, muito. Prejudica, não só a obstrução, como a manifestação de todos os
deputados da Assembleia. Por isso, eu peço aqui o retorno mais rápido possível
ao método presencial.
Eu estive ouvindo atentamente os deputados
que me antecederam, Sr. Presidente, e quero dizer o seguinte, que eu também sou
contra esse projeto. Por quê? Porque, primeiro, é mais uma carta branca.
Não desconfio de ninguém, de nenhum
prefeito, não é isso, mas nós tivemos, sim, inúmeros problemas de corrupção,
inúmeros problemas de gastos que foram encaminhados ao Ministério Público, não
só por nós do PDO, mas por outros deputados.
Então, a imprensa mesmo está trazendo mais
e mais casos de desvio de dinheiro. A Polícia Federal está averiguando. É
necessário averiguar isso, e, neste momento, não seria adequado nós darmos uma
outra carta branca.
O governo teve mais de um ano para se
preparar para o que aconteceu com a Covid, e não o fez. Um planejamento
horrível. Deixou o problema chegar onde chegou, e agora, mais uma vez, quer uma
carta branca, a fim de que as coisas sejam resolvidas da maneira que as pessoas
que estão envolvidas querem resolver.
Eu sou contra, também, quero que me
manifestar contra... Eu ouvi o deputado Luiz Fernando, aí, criticando deputados
que haviam tomado providências. Que, aliás, os outros deputados deveriam ter
tomado também, e não tomaram. Fomos visitar, fazer visitas técnicas, fazer
fiscalização nos hospitais.
Nós estivemos em vários hospitais. Hoje,
eu já entrei na minha décima UTI. Eu estive no hospital Vila Penteado,
conhecendo lá, lotação total. Estive na minha décima UTI, hoje, e o deputado se
sente, com hipocrisia pura, no sentido de vir criticar deputados, que estão
fazendo a função dos deputados. Ele, sentado na sua sala, da sua mesa, quer
dizer que nós estamos invadindo, e tomando providências.
Ou seja, foi infeliz na sua providência.
Aliás, depois que o PT se aliou ao PSDB, eu não esperava outra atitude. Como o
próprio Sargento Neri falou, nós estamos com a CPI da Covid aí, para averiguar,
realmente, o que aconteceu, e os deputados não assinam. Não sei o porquê. Quem
não teme, não tem porque não assinar. Não há motivo para não ter
transparência.
E o PT continua ao lado do PSDB, e não
assina a nossa CPI. Isso fica bem claro, que não quer que tome providências, e
que, realmente, se chegue à verdade dos fatos.
Eu quero lembrar aqui que, além dos
problemas que nós temos com a Covid, em São Paulo, nós estivemos com pessoal do
PDO em Bauru, onde nós temos um hospital inaugurado desde 2010, que não
funciona, até hoje, com 180 leitos parados.
E depois vem reclamar que não tem leito.
Eu estive aqui no Hospital Cotoxó, aqui na Pompeia, e, também, esse
hospital está inaugurado há anos. Está pronto para ser usado, e não se abre o
hospital.
Em uma emergência dessas, o hospital não é
aberto. Querem abrir os hospitais de campanha. Para quê? Para que abrir
hospital de campanha, se nós temos vários hospitais aí em condições de serem
prontos, reformados, abertos, e isso não é feito.
Então, não sou eu que está escondendo
alguma coisa. É necessário que o governo venha a público, e explique o que está
acontecendo. E nós, deputados, paremos de dar carta branca para o Executivo.
Nós fizemos esse absurdo no ano passado e
pagamos alto preço, porque muito dinheiro foi usado, bilhões foram usados, e,
até agora, o problema não está solucionado.
Eu fui no Hospital Penteado hoje. Estive
com a diretoria lá, conhecendo o hospital, e o hospital está com 100% de
ocupação, e não conseguem mais ampliar o hospital, é necessária uma série de
providências. Então, o governo tem que entender que, nesse um ano, ele deveria
ter tomado todas as providências, e não o fez.
Então, nós não devemos, novamente, dar
essa carta branca. Por quê? Porque os problemas continuarão. Gastam um dinheiro
absurdo, gastam o dinheiro de todas as maneiras, e os problemas continuam. Como
eu sempre disse, infelizmente, o problema da pandemia está sendo usado
politicamente.
Eu vi um deputado aí reclamando da
Ivermectina, dessas coisas todas aí. Ou seja, enquanto muitos médicos têm
indicado vários remédios, para que se faça uma prevenção, vem um deputado, que
nem médico é, querer contradizer as coisas do médico. Ou seja, politicagem,
para falar mal do governo federal.
Então, infelizmente, o que nós continuamos
a ver, no governo e na própria Assembleia Legislativa, é pura politicagem. Nós
votamos um projeto, na semana passada, de um deputado...
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Deputado.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Oi?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - É que está esgotado o tempo da presente
sessão, e o tempo de V. Exa. também se esgotou. Então, só para deixar V. Exa.
ciente. Lembrando, então, a todos os deputados que está encerrada
agora esta sessão. Lembrando a todos que a próxima sessão extraordinária
é daqui a 10 minutos, com o mesmo item da pauta.
Obrigado a todos
* * *
- Encerra-se a sessão às 12 horas e 31
minutos.
* * *