29 DE ABRIL DE 2021

23ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA EM AMBIENTE VIRTUAL

 

Presidência: ANDRÉ DO PRADO, CARLÃO PIGNATARI e ALEX DE MADUREIRA

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 221/21.

 

2 - VINÍCIUS CAMARINHA

Para comunicação, informa que busca um bom entendimento para o projeto, avaliando todas as emendas propostas pelos parlamentares. Demonstra seu empenho. Diz que é provável que tenha uma proposta em uma hora. Pede que seja encaminhada a votação do projeto o mais rápido possível. Ressalta que os benefícios precisam chegar à população o quanto antes. Destaca a necessidade do enfrentamento à pobreza e às necessidades da população. Afirma que quer aprovar o projeto, acolhendo as sugestões dos deputados.

 

3 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, faz citações que, de acordo com o deputado, explicam o porquê de sua fala anterior.

 

4 - LETICIA AGUIAR

Discute o PL 221/21.

 

5 - PATRICIA BEZERRA

Discute o PL 221/21.

 

6 - CASTELLO BRANCO

Discute o PL 221/21.

 

7 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Discute o PL 221/21.

 

8 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Assume a Presidência.

 

9 - VALERIA BOLSONARO

Discute o PL 221/21.

 

10 - TEONILIO BARBA LULA

Discute o PL 221/21.

 

11 - ALEX DE MADUREIRA

Assume a Presidência.

 

12 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para questão de ordem, questiona a Presidência se haverá nova sessão extraordinária. Esclarece que gostaria de discutir o projeto com a sua bancada antes da votação. Pergunta qual será a proposta do governo.

 

13 - PRESIDENTE ALEX DE MADUREIRA

Esclarece que o presidente Carlão Pignatari irá definir se haverá outra sessão extraordinária ou não. Pede que a deputada procure o líder do governo, o deputado Vinícius Camarinha.

 

14 - JANAINA PASCHOAL

Para questão de ordem, questiona quantos deputados conectados são necessários para continuar a discussão do projeto. Diz ter verificado que há menos de 48 deputados presentes.

 

15 - PRESIDENTE ALEX DE MADUREIRA

Informa que são necessários 24 deputados para a discussão do projeto.

 

16 - PAULO LULA FIORILO

Para questão de ordem, questiona se será possível conhecer a emenda aglutinativa na qual o líder do Governo diz estar trabalhando.

 

17 - VINÍCIUS CAMARINHA

Para comunicação, propõe aos deputados que encerrem a discussão. Informa que apresentará um roteiro de votação. Esclarece que os deputados podem continuar a discussão do projeto no encaminhamento da votação do roteiro, se houver acordo dos líderes.

 

18 - PRESIDENTE ALEX DE MADUREIRA

Solicita que o líder do Governo procure os inscritos na discussão para solicitar que os mesmos retirem suas inscrições.

 

19 - LECI BRANDÃO

Discute o PL 221/21.

 

20 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Assume a Presidência.

 

21 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Para questão de ordem, afirma que não gostaria de encerrar o debate sem conhecer a proposta do governo. Diz querer debater a proposta do deputado Vinícius Camarinha.

 

22 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para questão de ordem, diz que manteria as inscrições para a discussão do projeto. Solicita que o presidente suspenda a sessão por 15 minutos para que seja apresentada a proposta do governo para as bancadas.

 

23 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Informa que, como há oradores inscritos, a discussão irá continuar.

 

24 - JANAINA PASCHOAL

Afirma que sua questão seria sobre as inscrições, mas que já está esclarecido.

 

25 - ENIO LULA TATTO

Discute o PL 221/21.

 

26 - FREDERICO D'AVILA

Discute o PL 221/21.

 

27 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Discute o PL 221/21.

 

28 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Encerra a discussão. Coloca em votação requerimento, do deputado Vinícius Camarinha, de método de votação ao PL 221/21. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a ser realizada em 29/04, às 17 horas e 45 minutos.

 

29 - JANAINA PASCHOAL

Encaminha a votação do requerimento de método ao PL 221/21, em nome do PSL.

 

30 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Informa que o PT apresentou um método de votação ao PL 221/21.

 

31 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para questão de ordem, diz estar incomodada com a forma deste encaminhamento da votação do projeto. Ressalta que havia solicitado a suspensão da sessão por 15 minutos. Considera esta uma tarde triste e difícil. Menciona que havia informado que o PT tinha um método de votação.

 

32 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Informa que o método de votação do PT chegou apenas neste momento.

 

33 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Para questão de ordem, questiona o presidente como será realizada a votação com dois roteiros de método de votação. Ressalta que precisará de mais tempo para entender como o texto irá ficar. Solicita o levantamento desta sessão.

 

34 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Informa que não haverá votação pelo Vota Alesp e sim uma votação nominal, em que cada deputado escolhe um dos roteiros.

 

35 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

36 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Informa que não há acordo para o levantamento da sessão, em razão da não concordância do deputado Vinícius Camarinha.

 

37 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do requerimento de votação ao PL 221/21, em nome do PSOL.

 

38 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Lembra a realização da terceira sessão extraordinária, a realizar-se às 17 horas e 45 minutos de 29/04. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Boa tarde a todos. Havendo número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior, e declara aberta a 23a Sessão Extraordinária em Ambiente Virtual.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e votação do Projeto de lei nº 221, de 2021, de autoria do Sr. Governador, que cria o programa “Bolsa do Povo”. Com quatro substitutivos, e 102 emendas. Parecer nº 320, de 2021, da reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública, Relações do Trabalho, e de Finanças e Orçamento, favorável ao projeto, e contrário aos substitutivos e às emendas.

Tem uma questão de ordem, antes de darmos início à discussão, por parte da deputada Leticia Aguiar, do líder do Governo, deputado Vinícius Camarinha. Vinícius.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Presidente, presidente. Eu tenho a palavra, presidente? Eu não entendi.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem a palavra, deputado Vinícius Camarinha.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, presidente. Boa tarde a Vossa Excelência. Boa tarde a todos os colegas. Só para informar a todos que nós estamos em trabalho na liderança de Governo, na busca de um bom entendimento, avaliando todas as emendas propostas pelos parlamentares. A liderança de Governo reconhece as boas sugestões que existem.

O Parlamento tem condições de contribuir de forma significativa. Esse é o nosso empenho, presidente. Então eu acredito que, em algum tempo, no mais tardar em uma hora, nós devemos avançar em alguma proposta. A ideia é nós encerrarmos a discussão, encaminharmos essa votação o mais rápido possível.

Nós entendemos as ponderações de todos os colegas parlamentares. Mas, mais do que nunca, nós entendemos também que esses benefícios precisam chegar à nossa população o mais rápido possível. Por isso o meu esforço e o esforço do Governo em atender às solicitações, dentro do conceito que envolve o programa “Bolsa do Povo”.

É um programa já estruturado com os programas sociais que estão em curso. Eles serão turbinados, serão ampliados. As pessoas já estão identificadas. Às vezes, não foi muito bem compreendido por todos os pares. E o Executivo terá todas as condições, pelo Poder Legislativo, por autorização nossa, se for o caso, de fazer um trabalho necessário no enfrentamento à pobreza e à situação de miséria da nossa população, infelizmente.

Então é só para deixar, no começo da sessão, um sinal para todos os colegas, com toda a clareza, que nós queremos aprovar o projeto. E nós queremos, na medida do possível, acolher as sugestões postas pelos colegas parlamentares.

Era isso, presidente. Muito obrigado, bom trabalho ao senhor e bom trabalho a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Feitas as considerações do líder do Governo, deputado Vinícius Camarinha, passo agora… Tem uma questão de ordem também do deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Meu nobre amigo e deputado André do Prado, por quem eu tenho profundo respeito e muito carinho. Tenho um apreço pela sua mãe, uma extraordinária mulher. Cumprimentar a Leticia Aguiar, uma das grandes revelações políticas dos últimos anos.

De maneira bem rápida, duas colocações apenas, para justificar o que falei de início. Duas frases. A primeira, uma simples, humilde, interiorana: o ótimo é inimigo do bom. A segunda, mais poética: se choras porque perdeste o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas. Acho que, com essa frase, eu explico o porquê da minha fala anterior.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Feitas as considerações do nobre decano da Casa, deputado Campos Machado. Continuamos a discussão do projeto. Passo a palavra à nobre deputada Leticia Aguiar.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e todos os colegas que estão na sessão, em especial ao Campos Machado, que citou meu nome. Muito obrigada pelo carinho. Saiba que é recíproco. Quero cumprimentar, também, especialmente, as pessoas que estão nos assistindo por meio da Rede Alesp.

Vou falar sobre o que nós estamos discutindo: o Projeto 221, o “Bolsa do Povo”, criado pelo Governo do Estado com o objetivo de prestar uma solidariedade às pessoas que mais precisam e estão em situação de vulnerabilidade por causa do impacto financeiro da Covid-19, da pandemia pela qual nós estamos passando.

O que vou dizer a você, que está nos assistindo pela Rede Alesp, é que o Projeto 221, “Bolsa do Povo”, se ele foi criado com esse objetivo, é justo. E nós entendemos que é importante apoiá-lo. Tanto é que já apoiamos diversas outras situações para reduzir salários dos deputados, valores de contratos da Assembleia Legislativa. Tudo para o combate à pandemia. Fizemos a nossa parte, e continuamos fazendo.

Ocorre que a Assembleia Legislativa é uma Casa de discussão de leis. A gente não pode, simplesmente, endossar tudo o que vem do Governo do Estado. Nós temos que ter a responsabilidade de avaliar os projetos protocolados na Alesp. O que é aprovado aqui tem a nossa chancela. Temos que ser responsáveis com as pessoas que nos colocaram nesse mandato.

Conversei bastante com a nossa líder, a querida deputada Janaina Paschoal. Ela mergulhou nesse projeto em detalhes. Nós apresentamos um substitutivo ao projeto. Eu estou com ele em mãos, inclusive. O que é o substitutivo, para você, que nos assiste de casa?

O substitutivo é protocolado quando os deputados entendem que o projeto apresentado pelo chefe do Poder Executivo ou outro parlamentar não está adequado. Emendas são apresentadas quando entendemos a necessidade de corrigir pontualmente algumas coisas da propositura em análise. Nós, que apresentamos um substitutivo, entendemos que o projeto de lei 221 precisa de muitas correções. Por isso, que fizemos o substitutivo.

Você que está nos assistindo, por favor, preste atenção nessa parte que nós falamos da justificativa do substitutivo que foi apresentado pela deputada Janaina Paschoal e assinado por mim e pelos demais parlamentares:

“Deputados estaduais de todas as vertentes ideológicas tinham grande expectativa com o programa assistencial que seria encaminhado para esta Casa Legislativa pelo Poder Executivo.

Imaginava-se um programa de transferência direta de recursos para os que mais necessitam. Qual não foi a surpresa, com a chegada de um projeto aberto, sem a definição de quem serão os beneficiários, nem dos valores a serem distribuídos, nem do período de duração, nem mesmo dos critérios de concessão e cessação dos benefícios!

Estranhamente, todos esses detalhes - e detalhes fazem parte do programa - ficaram relegados a posterior determinação, em sede de regulamento a ser editado pelo Poder Executivo; ou seja, o Governo de São Paulo.

De programa, o projeto só traz o nome: “Bolsa do Povo”. Como se não bastasse, a propositura fala de maneira pouco clara que os pagamentos serão feitos por terceiros, inclusive por ONGs, organizações não governamentais, o que poderia facilitar desvios.

Sendo certo que, mesmo se o dinheiro chegar aos necessitados, será com atraso, porque o Governo está terceirizando essa ação. Na verdade, só o que o Poder Executivo deseja, com a propositura encaminhada a esta Assembleia Legislativa, é autorização para absorver outros programas sociais, com os seus respectivos orçamentos.

Bem como, talvez, principalmente, abrir um crédito especial na ordem de 400 milhões de reais, para usar como bem entender. Em regra, quando da chegada de um projeto de lei, de autoria do Governo do Estado, do Poder Executivo, cabe aos deputados apresentar emendas.”

Foi o que eu disse há pouco. Emendas são possíveis quando há alguns pontos a corrigir. Quando os defeitos são muitos, resta apresentar um substitutivo. Foi o que a gente fez, alterando de maneira mais completa.

No processo legislativo, essa alternativa integral é esse substitutivo, que foi discutido nessa Casa e apresentado para os nobres parlamentares.

“Muito embora possa parecer pouco original, a fim de viabilizar a rápida chegada dos recursos aos beneficiários, vítimas da crise econômica causada pela emergência sanitária, buscou-se inspiração na legislação federal, que instituiu o bem-sucedido pagamento do auxílio emergencial.

Quero, obviamente, reforçar e parabenizar o governo federal, que desde o ano passado conseguiu fazer o pagamento do auxílio emergencial para as pessoas que mais precisam. Não agora, tão tardiamente.

Por óbvio, foram necessários alguns ajustes. Diante das muitas fraudes perpetradas, mormente no início da pandemia, estabeleceu-se uma multa para aquelas pessoas que vierem a receber o auxílio indevidamente.

É importante a gente buscar por essa transparência. Até porque, pessoas que recebem indevidamente, outras pessoas, que precisariam receber, vão deixar de receber. Haja vista que muitos terceiros, de boa-fé, tiveram os seus nomes indevidamente utilizados para o cadastro e recebimento do auxílio emergencial federal, o presente substitutivo prevê uma multa agravada para essa situação.

Esta Casa tem plenas condições de, rapidamente, instituir o auxílio emergencial estadual, que tanto ajudará as pessoas mais afetadas pelas consequências na seara econômica. O afã de socorrer a população, entretanto, não pode levar à aprovação de um projeto vago, que não cria programa nenhum.

O substitutivo proposto pelos deputados estaduais cria um programa efetivo, com regramento claro, penalidade para fraudes e, principalmente, sem intermediários. O crédito especial, de 400 milhões, será aberto. Porém, os fins para os quais será utilizado restam completamente indefinidos.

Este substitutivo, tal qual em âmbito federal, visa que o socorro chegue rápido a quem mais precisa. Se a União conseguiu a proeza de levar os recursos diretamente às mãos dos beneficiários, por certo o Estado mais rico da Federação, que é o estado de São Paulo, também conseguirá.”

Essa é a justificativa do nosso substitutivo. Eu precisei ler isso para você, que nos acompanha, entender o que está se passando. Por que a gente está discutindo isso. E, a Assembleia tem que discutir realmente. Estamos falando de recursos públicos. A gente sempre vem, conversa com todo mundo, a respeito da transparência, do controle, da gestão administrativa que será feita com o recurso público.

O erário público é recurso das pessoas. Nós temos que ter responsabilidade, a clareza e a tranquilidade que o recurso, de fato, vai chegar a quem mais precisa, com seriedade e responsabilidade.

Muitos deputados falaram da urgência. Eu entendo. Fiz diversas campanhas para que a gente pudesse arrecadar alimentos, ajudar as pessoas que mais precisam. Quero citar também o Ceagesp, que sempre nos ajudou, e continua nos ajudando, para dar um socorro nesse período emergencial.

Tem pessoas que estão passando fome. Nós falamos que as pessoas estão passando fome. Mas, o que mata, realmente, a fome, é o trabalho. O maior programa assistencial que existe é trabalho, permitir as pessoas de trabalhar.

O Estado não pode interferir na vida das pessoas a ponto de impedir as pessoas de trabalhar. Muitas pessoas estão em situação de pobreza, de vulnerabilidade, atualmente, porque foram impedidas de trabalhar.

Nós sempre destacamos e reforçamos. Primeiro, o João Doria vem, quebra as pernas de todo mundo. Depois ele oferece as muletas, como se fosse o salvador da pátria, um cara bonzinho. É importante destacarmos isso.

Não é possível que essa Assembleia chancele e autorize tudo o que o governador João Doria acha que tem que fazer, porque ele acha que é certo.

A nossa atribuição, enquanto deputados, é fiscalizar o Poder Executivo, propor leis, projetos e programas que sejam relevantes e que vão, de fato, impactar positivamente a vida das pessoas. Da mesma forma, também, é impedir gols contrários, impedir que um gol contra seja feito à população.

Nós temos que ter responsabilidade com isso. Por que, esses recursos, não são tirados do pessoal, da autopromoção, da publicidade do governo, que foi aumentada no Orçamento do ano passado? Tiram das Santas Casas, e aumentam a própria publicidade.

Recentemente, final do ano, nós votamos o Projeto 529, que eu fui contra. Mas passou nesta Casa, pela maioria dos deputados, que aprovaram, inclusive, aumento de impostos. Aí vem aqui, todo mundo, falar que precisa cuidar dos mais vulneráveis, pessoas que mais precisam. Dão com uma mão, tiram com a outra. Ajudam aqui, mas aumentam imposto ali. Percebem? Isso precisa ser falado também. Precisa ser falada, também, a importância do trabalho. Isso sim é um programa assistencial.

Fechou portas de comércios. Impediu as pessoas de trabalharem. Multa, eu nunca vi isso na minha vida, nunca imaginei ver isso na minha vida: alguém ser criminalizado porque trabalha, porque precisa prover o sustento, pagar as contas e os impostos, que não pararam de chegar.

Inúmeras reuniões e reivindicações que nós fizemos, para o Governo do Estado, para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, solicitando abertura de crédito, redução de juros, liberação de créditos.  Quantas e quantas vezes! Mas não. Fecha-se tudo, quebra-se. Quebra, falem empresas.

O setor de eventos, a gente não pode deixar esquecer dos profissionais, que estão paralisados há mais de um ano. Essas pessoas são trabalhadores. As pessoas precisam ter trabalho.

Se houver um programa sério, correto, de auxílio emergencial, assim como foi feito no governo federal, pelo presidente Bolsonaro, nós iremos apoiar, obviamente. Mas, esse projeto, que veio do Governo do Estado de São Paulo, não está satisfatório. Por quê? Porque não tem clareza e ainda terceiriza o recurso. Passa ainda pela mão de ONGs, antes de chegar para as pessoas. Por quê? Por que precisa disso?

Percebem? Faço esse alerta a você que nos assiste e aos nobres colegas. Muito respeitosamente, colocando a minha opinião e o meu desabafo. Mas o objetivo é ajudar a população que precisa. Mas que a gente possa, também, visualizar qualquer possibilidade de erro, de transferência de recursos indevida. Porque, a partir do momento em que esta Assembleia aprova qualquer coisa, ela tem responsabilidade por isso. Todos nós temos.

A quem interessa falir o estado de São Paulo? Porque nós chegamos nessa situação? Porque pessoas que nunca imaginaram, na vida, precisar um dia de cesta básica, hoje, estão precisando. Que fecharam pequenos comércios, as empresas. Que tiveram que mandar gente embora, aumentando o número de desempregados. A quem interessa falir São Paulo?

Aproveito para destacar mais alguns temas. O escritório de São Paulo na China, o vírus chinês, São Paulo indo à falência, pessoas sendo impedidas de trabalhar, ditadura sendo implantada no estado de São Paulo. É essa a visão que eu tenho enquanto parlamentar. É contra isso que eu lutarei.

As pessoas têm o direito ao trabalho. Esse é o maior programa assistencial que existe. Portanto, meus colegas, a vocês que nos assistem pelas redes sociais, nós apresentamos um substitutivo. Quero parabenizar todo o empenho da nossa líder, deputada Janaina Paschoal, nesse substitutivo.

Assinei em conjunto com ela e outros parlamentares, pela belíssima construção do substitutivo, sim, dando auxílio financeiro às pessoas em situação de vulnerabilidade, mas com seriedade, responsabilidade e eficiência. Isso é importante que a gente fale.

E, quanto ao Bolsa de São Paulo, o Bolsa Doria, acho que a gente pode até relembrar a época de campanha, a mentira, a falácia do Bolsodoria, agora também, ele fazendo o Bolsa São Paulo, o Bolsadoria que, desse jeito, não tem meu apoio.

Se for feito de maneira correta, transparente, lúcida, sem intermediários, e a gente sabendo exatamente os detalhes, de quem serão os beneficiários, qual o prazo disso, de onde vêm os recursos, aí, sim, nós estaremos favoráveis, que é o substitutivo que nós apresentamos. Mas, dessa forma, como está, registro a minha análise como parlamentar. Estudamos esse projeto. Dessa forma, nós não concordamos.

Meus colegas, é importante que todos tenham a responsabilidade, o entendimento de que a gente precisa votar, sim, ajudar as pessoas, sim. Esse é o nosso papel, mas sem perder o principal disso tudo, a seriedade, a responsabilidade, a transparência e a clareza dos recursos.

É isso, Sr. Presidente. Muito obrigada, que Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputada Leticia Aguiar. Dando sequência à lista dos oradores inscritos para a discussão, passo a palavra à nobre deputada Patricia Bezerra.

 

A SRA. PATRICIA BEZERRA - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Boa tarde a todos os colegas. Gostaria só de fazer um resgate breve, histórico, porque muitas falas dos meus colegas que me antecederam não observam um fato que é, inclusive, do cenário nacional. Não me refiro a esse momento agora, mas já passado.

Em 8 de janeiro de 2008, Sr. Presidente, foi promulgada uma lei nacional, que autorizava a renda básica a funcionar, a ser instituída, instaurada e executada em território nacional. Mas até o momento isso nunca aconteceu, mesmo durante o governo do PT.

Então, a gente tem aqui as críticas falando que não tem uma proposta de transferência de renda, sendo que existe uma proposta, sim, de transferência de renda, não havendo cumprimento quando os próprios petistas estavam no governo.

Defendendo uma bandeira do meu ex-colega, tanto de bancada municipal quanto de Secretaria Municipal de Direitos Humanos, a quem eu admiro muito, o Eduardo Suplicy, também não foi executada essa política.

Então, é muito fácil fazer críticas, sendo que não se respeitou a própria legislação promulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de transferência de renda em território nacional.

Dito isso, queria só esclarecer aos colegas também, como a Janaina, que em nenhum momento foi falado pelo governo que tinha um projeto novo, que estava sendo proposto um projeto novo.

Mas sempre foi falado, da parte do governo, que era a aglutinação, a compilação de vários projetos que já existem no Estado, para que eles fossem potencializados, para que houvesse um maior investimento nesses projetos, para que eles fossem executados a contento, no momento de maior crise sanitária no nosso País, que também afeta o nosso Estado.

O projeto vai prever o investimento, como já foi repetido aqui, de 400 milhões, chegando aí a um bilhão de investimento. Sim, é um investimento parrudo. É um investimento que vai trazer para o momento atual da nossa sociedade, onde a gente tem sete milhões de mulheres em território nacional desempregadas, e muitas pessoas, muitas mulheres como essas, são arrimo de família. Isso também abrange o território de São Paulo, sem falar nos outros desempregados. Sim, vai trazer um alívio no momento dessa crise.

Ninguém está falando, ninguém está propondo solução de crise stricto sensu, como se isso fosse resolver toda a questão de desigualdade, como já foi mencionado até pela deputada Bebel, com propriedade, que já assola o País, que não é dessa gestão no estado, e nem é dessa gestão nacional, mas existe, sim, um déficit de desigualdade, que a Covid só salienta.

Ela só coloca luz, só coloca um holofote nisso, porque a gente tem desigualdade nesse País. Agora, todo mundo sabe que sem uma reforma também política, a gente não vai sanar coisa nenhuma. A gente vai colocar um pano quente neste momento, porque 60% dos nossos impostos que são recolhidos ficam em posse do governo federal e da União.

E isso tem que ser retornado para os estados ou em forma de prestação de serviços, ou em forma de fomento, de investimento financeiro, coisa que também não foi feita pelo governo federal.

Agora, responsabilizar o governador João Doria pela crise, pelo aumento da fome, pelo aumento da desigualdade no estado de São Paulo, é absolutamente injusto. É injusto. Aliás, se teve alguém que se moveu, se teve alguém que fez a interlocução não só com o mercado financeiro, com o sistema financeiro, que fez, sim, política de redução de juros, que fez, sim, política, agora esqueci o termo, mas que procurou fazer e está negociando...

Viu, José Américo, como você muito bem propôs aqui, a questão do nome na Serasa, a questão do nome nos serviços de proteção ao crédito, ao detentor do crédito, no caso, já está dentro do foco do governador João Doria, para se fazer uma conversa, para que isso também seja, de alguma forma, suspendido, para que os nomes não sejam negativados e para que a negociação de dívida, que, aliás, é patética...

A Serasa e o SPC às vezes se propõem a negativar pessoas com 80 reais, com 120 reais, impedindo que elas tenham crédito. É alguma coisa cruel, são dramáticos esses serviços que se prestam a fazer.

Mas isso já está no foco de observação do governador, que tem sido, sim, sensível a essas questões e já está se manifestando em relação a isso, junto a outros governadores e ao governo federal.

Agora, a transferência de renda, sim, está no escopo desse projeto. Vai ser aquilo que o governador inclusive gostaria de fazer? Não, não vai. Vai ser aquilo que a gente gostaria de propor? Não, não vai. Por quê?

Porque, desculpe, isso não é auspicioso, não existe nenhum caixa que seja compatível, por mais que uma unidade seja competente, por mais que a gente tenha um governo que está trabalhando também para que o estado não quebre, no meio de todo esse caos que está instalado.

Não existe caixa suficiente para que corresponda às demandas de deficiência de renda que a população necessite. Se o governo federal estivesse cumprindo o seu papel, é óbvio que seria uma transferência de renda estadual, para, junto com a transferência nacional, dar aí um suporte, um fôlego para as pessoas mais vulneráveis estarem sendo atendidas.

E atendidas de que forma, nobres colegas? Atendidos pela forma que todo o trabalho social, que todo o projeto social, que toda a forma de assistência provida por um governo se dá; pelo Cadastro Único.

O Cadastro Único faz o cadastramento de todos os vulneráveis em território nacional. Faz isso baseado em dados, em critérios, e isso vem para todos os municípios, e também para os equipamentos dos estados e dos municípios, para que façam o atendimento in loco, baseados nesses cadastros através dos Creas, através do CRAS e através dos órgãos competentes.

Agora, o Cadastro Único é basilar para o atendimento. E como se faz também no atendimento, a despeito dos equipamentos públicos, sim, em parceria com as organizações não governamentais.

Chegou em um tempo na cidade de São Paulo, no município de São Paulo, em que as organizações não governamentais eram responsáveis por mais de 80% dos atendimentos em Saúde, Educação e promoção social. Hoje, elas correspondem a mais de 72% dos atendimentos em saúde, Educação e promoção social.

Sem as parcerias público-privadas, nós não conseguimos dar conta dos atendimentos que são necessários para atender essas populações vulneráveis. Se hoje todas as organizações resolverem falar assim: “Não iremos mais atender”, será instaurado o caos social, o caos na Saúde e o caos na Educação.

Então, sim, não é por conta da exceção à regra que todas as entidades têm que ser jogadas, como se diz no ditado popular no interior, não se joga a água com a criança dentro. Existem organizações que são inidôneas? Sim, existem. Para isso, existem critérios também estabelecidos pelo MROSC para que elas sejam triadas, para fazer fomento com o estado, para fazer fomento com os municípios.

Então, é esse o nosso papel de fiscalizar a idoneidade das entidades, para fiscalizar se os fomentos estão sendo executados, mas não existe outra forma que não seja pela via das organizações sociais em parceria público-privado com o estado, com o município, para poder dar vazão a toda a demanda que a gente tem de atendimento através do Cadastro Único.

Então, presidente, fica aqui o meu reconhecimento a respeito do trabalho do governador João Doria, a respeito do trabalho do Executivo. Essa matéria é de vocação do Executivo, não é de vocação do Legislativo, é de vocação do Executivo.

Compete ao Executivo propor a matéria e a gente fazer as nossas observações da matéria, como já disse o líder do Governo, que não me admira, inclusive, da disponibilidade do governo em acolher as emendas que são factíveis, para a gente também não vender demagogia para as pessoas, porque isso é irresponsável no momento em que a gente vive. É irresponsável.

Seria irresponsabilidade da parte do governo falar que ele pode fazer mais do que ele pode, dizer que ele tem mais recurso do que ele tem. Seria irresponsabilidade. E irresponsabilidade no momento em que a gente vive, de fome, de desemprego, é imoral. E, graças a Deus, a gente não tem, no estado de São Paulo, um governador imoral, uma gestão imoral e um time imoral.

É isso, Sr. Presidente, muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos para discussão, com a palavra, o nobre deputado Castello Branco.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Me ouvem bem?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Te ouvimos, sim.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito bem. Prezados ouvintes da rede de comunicação Alesp, prezados deputados, eu avaliei aqui alguns pontos que merecem ser colocados e desde já manifesto o meu elogio e o meu respeito à opinião dos deputados oradores que me antecederam. Tomei o cuidado de anotar todas as suas colocações, algumas bem inteligentes, como a de agora, da nobre deputada Patricia Bezerra.

Mas cabe destacar que, no exercício da minha função, previsto na Constituição de São Paulo, que é o de fiscalizar e planejar o Orçamento de Finanças do estado de São Paulo, esse é um recurso público, e cabe a nós, deputados estaduais, como uma das nossas principais prerrogativas (Inaudível.) o governador vai usar os recursos dos impostos pagos pelo povo.

Assim sendo, eu gostaria de destacar que o programa assistencial me parece de cunho eleitoreiro, visando às eleições presidenciais de 2022. Está propondo agora abrir o caixa para 400 milhões, indo até 1 bilhão. E o programa não me parece razoável, porque não mantém similaridade com o programa que foi feito pelo governo federal, que é o de transmissão de renda. Ou seja, ele não se baseou nos mesmos pilares.

Me parece - e eu tenho que deixar isso claro ao meu eleitor e aos que me ouvem - que existem outros interesses escusos e inconfessáveis. Não me parece razoável. Por exemplo, na apresentação desse projeto de lei, falta clareza, falta transparência, falta visibilidade. Ele é obscuro, ele não traz responsabilidade de quem vai usar o recurso (Inaudível.).

É importante destacar que algumas são muito boas, mas infelizmente uma grande parte delas tem um histórico ruim e não contempla a credibilidade da população, ressalvando novamente que muitas fazem um bom papel.

Se o governador quer realmente ajudar o povo, existem outras formas e outras maneiras mais eficazes de distribuir riqueza e de suprir a fome. Ou seja, uma delas é deixar o povo trabalhar, é permitir que reverta seu trabalho digno com oportunidades, deixar o povo produzir.

Quando eu disse que há interesses outros, primeiro se proíbe o povo de trabalhar. Primeiro, não se deixa ele produzir. Há argumentações diversas. E na hora em que eles estão com dificuldades, ele vem como o salvador da pátria e abre os cofres públicos. Cofres esses que, primeiro, ele diz que o Estado está falido. Depois, agora, reaparece o dinheiro.

Há de se ressaltar que a sua equipe econômica, composta, entre outros, pelo secretário de Planejamento, o senhor Mário Ricardo Costa, e pelo o da Fazendo, Henrique Meirelles, fazem lá os seus milagres.

Mas não é dessa forma que acreditamos que nós vamos realmente ajudar a população de São Paulo. Eu entendo que essa medida tem caráter marqueteiro, tem um interesse e um intuito de aparecer e não é uma boa utilização de recursos públicos.

Eu vou votar “não”, sou a favor de que minha bancada vote “não” e deixo claro que a nossa líder, a deputada Janaina Paschoal, fez um estudo juntamente com a sua equipe, com a da nossa liderança, muito profundo sobre o que se tem proposto. E, mais uma vez, tudo que sai do Palácio dos Bandeirantes, sai mal feito. Desculpe a sinceridade. Mas não é a primeira vez.

O Projeto de lei 529 foi um dos casos. O projeto da Reforma Administrativa, o projeto da Reforma da Previdência Social Estadual, são coisas que vêm malfeitas, e se vêm malfeitas, só há duas possibilidades: ou por incompetência técnica ou por má-fé. Ou seja, não atentaram a nenhuma das emendas propostas até agora.

Em que pese a fala do líder, do deputado Vinícius Camarinha, hoje líder de governo, que fez as suas ressalvas e disse que está ouvindo, mas houve uma quebra de confiança. Isso já foi prometido em outras ocasiões e, depois, não cumprem o que prometem. Fato. Ou seja, nós não acreditamos mais.

E mais uma coisa que o governo do estado de São Paulo, se quisesse, poderia e deveria ter feito: diminua os seus impostos. Por que a prefeitura não parou de cobrar o IPTU? O seu carnê de IPTU continua chegando à sua casa, e bem alto. A cidade de São Paulo é uma das cidades mais caras do mundo em IPTU. Por que não pararam de cobrar o ICMS? Não.

Além de não parar de cobrar, o senhor governador, no ano passado, ainda aprovou o Projeto de lei 529, por nós chamado “pacote da maldade”, que aumentou os impostos e aumentou em cerca de 20% o custo da cesta básica. Ou seja, agora vem, repito, apresentar um pacote de redistribuição de recurso sem critério claro, sem a possibilidade de uma prestação de contas segura, querendo que a gente assine mais um cheque em branco para o governo.

Eu finalizo a minha fala com uma lembrança do meu querido pai, Dr. Clóvis Saverio de Luca, médico, que esse sim fez muito pela população. Faça duas perguntas, a quem isso interessa e de quanto estamos falando.

Pois bem, não me parece que esse projeto vá atender o povo ou, se vai, tem outros interesses por trás. Segundo, estamos falando de valores bilionários, portanto, a reflexão do nosso eleitor, a reflexão da população paulista que nos ouve.

Eu não sou a favor da forma como está. Eu acho que, fazendo um mea ponto, se a intenção foi boa, do governo, não é dessa forma que ela deve ser aplicada. O projeto merece uma belíssima revisão, que se ouçam os bons conselhos, as emendas, os substitutivos e as mudanças que estão sendo feitas.

Eu agradeço a audiência, agradeço ao plenário que nos ouve. Parabéns, Sr. Deputado André, pela condução dos trabalhos. Tenham todos uma boa tarde.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Muito obrigado, deputado Castello Branco. Dando sequência, passo a palavra, para continuar a discussão, ao nobre deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputado Frederico d'Avila ausente.

Dando sequência, passo a palavra para a nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Márcia Lia também ausente. Dando sequência, a nobre deputada Monica da Mandata Ativista. (Pausa.) Deputada Monica.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Oi, presidente, boa tarde. Boa tarde a todos, boa tarde a todas. Eu estou bastante assustada e surpresa com o andar da carruagem, com a pressa que a gente está impondo sobre esse projeto, sendo que não foram esses os acordos que a gente fez nem a orientação de votação que a gente teve durante a semana.

Da próxima vez que me cobrarem acordos nesta Casa eu vou lembrar desta votação, porque o líder do Governo, o presidente não acatou nenhuma emenda e disse que ia se construir uma aglutinativa ali na frente - só um minuto, filho -, que a gente está aqui - está bom, filho, daqui a pouco você entra. Meu filho, minha vida.

Essa aglutinativa que a gente não viu construir até agora, essa aglutinativa que a gente não sabe o que vai acontecer, esse calendário que a gente não sabe quando vai findar. Eu estava aqui tentando entender se a gente vai votar esse projeto do jeito que está...

Está bom, filho, a mãe está falando, agora só um minuto. Pode sair da aula, pode. É, Theo, só um minuto.

Voltando ao tema, a gente tinha combinado um calendário, tinha uma perspectiva de ampliar o debate. Nenhuma emenda a esse texto foi aceita, esse texto está aqui do jeito que chegou, com várias complicações, com várias dificuldades.

Entre elas, a bancada do PSOL discute a precarização do trabalho dos cerca de 20 mil mães e pais de alunos que serão convidados a trabalhar na escola, a precarização dos agentes de Saúde, que ganharão até 500 reais.

É muito difícil de acreditar que isso seja uma boa coisa, você tirar as pessoas do isolamento social em torno de uma miséria de ajuda financeira, porque não dá, de fato, o auxílio emergencial para que, ao menos, ela possa ficar em casa, em distanciamento social, já que a gente está assistindo aumentar o número de contaminação e mortes na escola.

E, por falar em escola, apesar da interrupção do meu filho aqui, que está em EAD, esta semana eu quero aqui prestar homenagem porque a gente perdeu dois companheiros de partido, professores, militantes do PSOL, mortos pela Covid-19, o professor e diretor José Renato e o professor Gentil, ambos da minha cidade, de Itu.

Ambos se contaminaram na mesma época, uma semana atrás, e agora vieram a falecer. Antes de ontem e ontem a gente perdeu dois camaradas. Agora o Governo do Estado de São Paulo quer colocar mais gente na escola pública, quer colocar mais gente na escola pública por um salário de miséria, que não compra uma cesta básica, que não paga um aluguel.

Alguma ajuda é melhor do que nada? É, mas que ajuda é essa, que vai colocar as pessoas para colocarem a sua vida em risco, em torno desse salário? Esse projeto sequer é um auxílio emergencial. A "Renda Cidadã" vai aumentar em 20 reais. Vinte reais, de 80 para cem. Vinte reais. Vinte reais não compram nem um saco de arroz, gente.

A dificuldade que a gente tem de discutir aqui um auxílio emergencial que, de fato, as pessoas necessitam nesse momento é porque a gente está notando que o governo está com pressa de colocar uma publicidade no ar, mais uma publicidade, chamada “Bolsa do Povo”, que, no fundo, altera e tira recursos da Educação, junta no Cadastro Único os programas já assistentes.

Então, assim, "estamos com pressa para ajudar as pessoas". Que pessoas? Porque estamos organizando os fundos já existentes, os programas de assistência social já existentes. Todos esses programas, esses recursos já estão sendo entregues, agora vai organizar.

Que bom, toda organização é necessária, modernização é necessária, mas está muito distante de atender às expectativas das pessoas, porque eu ouvi aqui muitas pessoas dizendo que estão com fome. As pessoas estão com fome, por isso nós também temos pressa de tirar da Assembleia Legislativa, com a participação dos deputados e deputadas, um projeto de lei que atenda as pessoas.

Eu ouvi o congresso de comissões desse projeto bastante atentamente. O PSOL não tem cadeira nas comissões por onde passaram esses projetos. E eu ouvi diversos pontos de vista nos quatro relatórios apresentados a esse projeto. Com todos eles eu consigo concordar em partes, e tem contribuições importantes.

Por exemplo, no relatório do PSL, da Janaina Paschoal, ela diz que é necessário tirar da Assembleia Legislativa, já regrado, um auxílio de fato, um programa de fato, coisa que esse projeto ainda não é.

No relatório do Novo, muito preocupado com o orçamento, lista-se uma série de possibilidades de retiramento, de conseguir recursos para financiar um programa novo de assistência social.

Aliás, eu quero, inclusive, aqui saudar a bancada do Novo, que listou os custos do último ano da Assembleia Legislativa e ofereceu como alternativa para colocar comida no prato da população vulnerável. Tem recursos se a gente fizer boas escolhas, e a Assembleia Legislativa pode participar dessa escolha, como está participando.

Foram mais de uma centena de emendas. Eu sou autora de três delas. Carlos Giannazi escreveu dois substitutivos, assim como outras diversas bancadas fizeram colaborações, tanto para esse projeto sair daqui mais seguro juridicamente, de a gente ter certeza do que é que a gente vai entregar para as pessoas, quanto do ponto de vista dos recursos.

E o relatório apresentado pela bancada do PT é muito assertivo também ao listar as necessidades reais e alertar sobre os recursos retirados de onde a gente acha que não precisa retirar. É muito grave que parte do financiamento desse recurso provavelmente saia da já precária Educação, que já paga mal os servidores da Educação.

Precária Educação, que precisa urgentemente fazer reformas nas escolas públicas, porque a gente está vendo aí várias pesquisas em torno da pouca ventilação, da inadequação das janelas, das dificuldades de manter um ambiente sanitariamente seguro para as crianças em prédios construídos na década de 60, 70, que imitam presídios, que não foram feitos para a liberdade, muito menos para a ventilação, para que se torne seguro ter crianças e professores lá dentro.

A gente precisa do recurso da Educação até para sonhar uma outra escola pública, e eu acho estranho a gente mexer no recurso da pasta da Educação neste momento, enquanto a gente está discutindo aqui mortes de professores, necessidades de distanciamento social etc., o Governo do Estado de São Paulo está acelerando na implementação das EPIs, das escolas de período integral.

As escolas de período integral são, com certeza, um grande auxílio para as famílias que precisam deixar os filhos em período integral, a escola salva vidas etc., mas da forma como elas estão sendo feitas, nos prédios já existentes, que já abrigam milhares de alunos em mais de um período, tornando tudo em um período só e tirando da escola mais do que 50% dos alunos, expulsando da região onde eles costumam estudar, do prédio que eles conhecem, estranha-me a gente estar aqui falando sobre recurso da Educação, que deveria estar sendo investido em novos prédios, na construção de escolas de período integral ou na reforma de prédios existentes, para a gente garantir medidas sanitárias.

Então esse projeto aqui precisa de muito para que o governador João Doria consiga entregar o que ele pretende com o nome, uma bolsa para as pessoas, uma bolsa do povo. Porque mudar o nome dos programas assistenciais que já existem não é auxílio financeiro. Subir em 20 reais o "Renda Cidadã" não é auxílio financeiro. E colocar pais e mães para trabalharem nas escolas públicas por 500 reais não é auxílio financeiro.

Na essência, esse projeto que a gente está votando aqui só muda o nome e a forma de cadastro para os programas já existentes e atira 20 mil pais e mães para a precarização e para a possibilidade de contaminação por Covid nas escolas.

Não que eu não queira que 20 mil pais e mães acessem 500 reais dados pelo governo, mas o governo não está dando. O governo está usando a justificativa da pandemia, a fome, o sofrimento social, a miséria da população para contratar pessoas por um valor que a gente jamais aceitaria que fosse ofertado para servidores públicos.

Quem aqui pode dizer que aceitaria que se contratassem funcionários públicos para as escolas, as escolas que são prioridade, as escolas que são essenciais, as escolas que cuidam das crianças, os trabalhadores da Educação, que a gente tanto defende aqui, quem aqui aceitaria que a gente contratasse servidores públicos por 500 reais?

Porque é só isso que eu ouvi e vi de inovação nesse projeto, 20 mil pais e mães convidados a trabalharem nas escolas públicas por um salário de fome. Certamente o Governo do Estado de São Paulo não teria coragem de oferecer isso em outra situação.

Certamente esta Assembleia Legislativa não teria coragem de aprovar em outra situação. Essa precarização só está passando porque as pessoas estão com fome. É muito triste que esse projeto esteja passando assim e é muito triste também a nossa falta de possibilidade de participação na elaboração desse projeto.

Agora eu vou terminar a fala do jeito que eu comecei. A gente tinha outro calendário e seria muito importante que a gente pudesse confiar no calendário acordado no Colégio de Líderes. A gente não tinha previsão de votar esse projeto e de passar tantas horas aqui em uma quinta-feira, que não é o usual da Casa, discutindo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlão Pignatari.

 

* * *

 

Se existe boa vontade, e não é a vontade da bancada do PSOL ficar obstruindo o projeto, mesmo que seja para aumentar 20 reais no "Renda Cidadã", impedindo o projeto, o dinheiro de chegar no bolso das pessoas que estão em necessidade, mas se houvesse boa disposição e boa comunicação para a gente construir um texto alternativo, em que o governo estivesse disposto, desde já, a abrir o mapa do financeiro, dizer o que tem para investir, para que a gente possa, em conjunto, dizer como é melhor investir e já tirar daqui um programa de verdade, de assistência social, eu não teria que ficar fazendo fala no meio do EAD do meu filho, no meio de uma quinta-feira, enquanto a base do Governo usa esse debate para dizer que a gente está obstruindo projeto para dar dinheiro para as pessoas.

A gente poderia votar de uma vez, a gente poderia ter feito isso no congresso comissões desta semana, a gente poderia ter feito isso debatendo as emendas que os parlamentares apresentaram.

Eu acho muito triste que a gente perca tempo do nosso gabinete, que a gente trabalhe e produza legislação, emenda, relatórios sobre os projetos de lei, e tudo seja ignorado, que a gente fique na base da chantagem, do tempo imposto pelo governo para construir uma aglutinativa depois.

A gente poderia ter feito diferente nesse projeto, a gente poderia ter tirado do congresso de comissões um texto de consenso da Casa, porque é consenso que todas as pessoas querem mitigar a situação de miserabilidade da população do estado de São Paulo. É consenso, as pessoas querem fazer isso, os deputados querem fazer isso com segurança econômica.

E, olha, essa pauta nem é nossa, a gente acha que o Estado tem que investir no povo mesmo, essa pauta é do Novo, mas o Novo fez apontamentos assertivos, que, apesar da nossa diferença ideológica, eu ouvi e concordei. Nós também temos apontamentos sobre os recursos da Educação e todo mundo quer apontar, que saia daqui fechado um programa de assistência social de verdade.

Hoje, o “Bolsa do Povo” como está escrito nada mais é do que um novo nome bonito para tudo o que o Estado já fazia antes, com pouquíssima alteração, mais a precarização e o uso da pobreza de 20 mil pais e mães que vão ser atirados na escola pública para ganharem uma miséria.

Então isso daqui não é um programa de auxílio econômico, é um plano de precarização, aproveitando da miséria, do momento que a gente está atravessando.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Monica Seixas. Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Está ausente. Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Ausente. Com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Ausente. Com a palavra o deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Ausente. Com a palavra a deputada Valeria Bolsonaro.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - SEM PARTIDO - Boa tarde. Boa tarde a todos.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Presidente, eu não estou ausente. Presidente, eu não quero atrapalhar a deputada Valeria Bolsonaro, mas eu estou presente, está bom?

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - SEM PARTIDO - Pode falar, Barba. Volta para o Barba então.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Após a fala da...

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - SEM PARTIDO - Volta para o Barba, eu aguardo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, não, deputada Valeria. Quando eu chamei, ele estava com vídeo.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Após a sua fala eu falo, deputada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Depois da Valeria, então, vou pedir para inscrever o deputado Teonilio Barba.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - SEM PARTIDO - Está bom então.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Obrigado, presidente.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - SEM PARTIDO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde. Boa tarde a todos. Eu só queria fazer algumas colocações bem rápidas. Bastante gente já falou, mas pelo que estou acompanhando aqui a gente percebe que nós não temos uma discussão ou um projeto a ser construído. Temos aqui uma obediência ao Governo do Estado de São Paulo.

O governador mandou o projeto, um monte de deputados colocou substitutivos, eu coloquei um monte de emendas ao projeto, e tudo foi rejeitado. Ou seja, é uma democracia exemplar feita pelo Governo do Estado de São Paulo, pelo Sr. João Doria. Democracia plena. “Vocês façam o que vocês quiserem, vocês reclamem com o bispo, porque eu quero que seja assim.”

Foi essa a resposta que tivemos a todas as nossas emendas, a todos os substitutivos, ou seja, não adianta a gente estudar o projeto, não adianta a gente procurar saber, não adianta a gente consultar especialistas ou quem quer que seja, porque se o governador do estado resolveu que o projeto vai ser assim, vai ser assim e acabou. Isso porque normalmente a ditadura era esperada de uma outra pessoa, com outro sobrenome, mas enfim...

Este projeto que estou vendo aqui, falar que ele é vergonhoso chega a ser um elogio. Mais uma vez, o Governo do Estado de São Paulo quer fazer bonito com o chapéu dos outros. É simplesmente isso, é básico. Ele quer pegar todos que já existem, todos os programas de renda, para que ele possa administrar.

Por que o Governo do Estado tem que administrar programas que já existem, que são feitos pelo governo federal, que são feitos pelos governos municipais? Por que o Governo de São Paulo acha que é ele que tem que resolver isso, que é ele que tem que administrar como será feita a distribuição desses projetos?

Quer dizer, a pessoa acha que é o suprassumo de tudo. Não tem a mínima humildade de entender a incompetência total desse governo, que é feita pelo João Doria, esse governador, infelizmente, um ditador, não um governador.

Eu fico possessa quando eu vejo uma situação em que as pessoas estudam, colocam, falam, é combinado, é acertado, são feitos acordos de que será assim, de que será assado, e nada é cumprido. Nada! Nada é cumprido. Tudo é ditatorialmente feito.

Muito bem. Temos aqui, mais uma vez... O governador João Doria simplesmente destruiu milhares de empregos, levou à falência milhares de pequenas e microempresas, bares, restaurantes, salões de beleza, com o lindo, o maravilhoso discurso de que só o trabalho essencial é que pode ser desenvolvido nesse período.

O grande Centro de Contingência, de onde sai toda a ciência... Aliás, ciência essa que é incontestável, totalmente maravilhosa, que mantém o estado de São Paulo com o número de mortes lá em cima. Ciência maravilhosa! Ninguém mais faz ciência no Brasil, só esse Centro de Contingência dirigido pelo governador do estado de São Paulo.

Eu gostaria de saber como esses milhares de desempregados, que agora estão com fome, todos esses vulneráveis que estão com fome e desempregados... Eles têm total vulnerabilidade na sua saúde, porque estão todos desesperados, com abalo emocional, e tudo isso faz com que a pessoa tenha uma diminuição da sua imunidade, e a pessoa com imunidade baixa é mais suscetível a ser contaminada.

A gente percebe só por aí e não precisa de estudo nenhum. Eu não faço parte do Centro de Contingência para saber disso. Ninguém precisa estudar ciência para saber disso, mas ele fez e ele mantém milhares de estabelecimentos fechados, com milhares de desempregados, porque essencial é aquilo que ele determina.

Então, a pessoa que trabalha ali, a manicure, ela não é essencial. Ela pode morrer de fome. O garçom também não é essencial, ele também pode morrer de fome. E agora ele vem, na maior cara de pau, pegar todos os outros programas que já existem para que o Governo do Estado de São Paulo possa administrar.

Pelo amor de Deus, né? Ainda ficamos aqui discutindo todo esse tempo um absurdo desses? É chamar cada um de nós de palhaços. É um absurdo uma coisa dessas. Não consigo me conformar com uma situação dessas.

Ele pensa que está onde? Lá na Lide? É isso que ele pensa, que está discutindo com os chineses? Aqui não tem palhaço, governador do estado. Ninguém está aqui para abaixar a cabeça e aceitar tudo o que o senhor coloca, da forma que o senhor coloca e do jeito que o senhor coloca. Ou a gente senta para conversar, para construir um projeto decente ou então ninguém vai fazer nada. Não somos os seus capachos. Ninguém aqui é vassalo do Governo do Estado.

Então, o senhor nos respeite, respeite esta Casa Legislativa, que não está aqui para aceitar as suas ordens. O senhor pode dar ordem para quem o senhor quiser, mas não para a Casa Legislativa.

Eu gostaria de pedir desculpas aos meus colegas pelo meu desabafo, mas é que fico indignada ao ver a falta de respeito do Governo do Estado com todos nós, os 94 deputados, que também fomos eleitos, assim como ele. Aliás, não assim como ele. Ele foi eleito usando as pessoas, usando o sobrenome das pessoas e agora vem dar uma de bonzinho.

Eu só queria fechar a minha fala colocando o seguinte: este governador não tem credibilidade, porque ele nunca demonstrou transparência na aplicabilidade do dinheiro público. Ele não demonstrou. Mandei milhares de ofícios pedindo transparência em contratos, em aplicabilidade de dinheiro público e nada é respondido.

Então, eu só queria deixar claro: enquanto eu, como deputada, não for respeitada, também não respeitarei o governador do estado de São Paulo. Ou temos aqui um trabalho decente e transparente em respeito à população do estado de São Paulo ou não vamos conseguir caminhar dessa forma.

Muito obrigada, presidente. Muito obrigada a todos os colegas.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Valeria Bolsonaro. Deputado Teonilio Barba. Depois é a deputada Leci Brandão.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Desculpe, presidente, tem um “delay” entre a gente ativar o nosso som até chegar aí, ok, presidente?

Primeiro, saudar o senhor, presidente, todas as deputadas, todos os deputados, saudar a minha líder, companheira Bebel, saudar a minha amiga Leci Brandão, saudar a todas as deputadas e dizer, presidente, que o projeto “Bolsa do Povo”, que na verdade era Bolsa Trabalho, teria que manter esse nome, que era o nome mais correto. Quero desmascarar isso aqui. Deveria ter mantido esse nome. Na verdade, o governo achou que iria fazer um golaço e fez uma propaganda enganosa. 

Vejam bem, vamos desmascarar: alguém, na parte da manhã, citou John Maynard Keynes, citou Adam Smith. Foi o deputado Rafael Silva. Na crise de 29, com o crash da Bolsa dos Estados Unidos, John Maynard Keynes propôs e Franklin D. Roosevelt resolveu, na época, criar frentes de trabalho para tentar salvar o capitalismo. Então, as frentes de trabalho eram construídas com igrejas, associações, sindicatos. No estado do Mississipi, os trabalhadores foram limpar beira de rio para poder tentar fugir da fome. O Keynes era um clássico desenvolvimentista, mas sempre defensor do capitalismo.

O João Doria tenta propor aqui um projeto que não é um projeto de auxílio emergencial. O auxílio emergencial é uma coisa, o projeto do João Doria é outra. O projeto do João Doria está propondo criar uma bolsa de trabalho que vai da renda média de 450 reais até um salário mínimo: 450 para quem trabalhar quatro horas e fizer alguns programas de treinamento e um salário mínimo para quem trabalhar oito horas.

Quanto ao debate que fizemos no ano passado, nós propusemos no ano passado, o PT foi um partido que apresentou um projeto discordando totalmente dos bolsonaristas, dos “bolsodorias”, que agora estão todos bravos com o Doria, mas discordando...

A nossa defesa era a do distanciamento social e do auxílio emergencial desde o ano passado. Nós paramos a Assembleia Legislativa por volta de 16 ou 17 de março. Já estamos chegando hoje a 29 de abril; portanto, um ano e um mês.

O projeto que o governo apresenta é um projeto que - vários deputados já falaram, a gente tem divergências profundas, mas a constatação é igual - juntou um programa que já existe no Orçamento, de 600 milhões de reais, e está dizendo que está adicionando 400 para gerar 100 mil empregos, quando ele não classifica quanto os 600 milhões que já existem no programa hoje, nos vários programas que vou citar daqui a pouco, quantos empregos já geram esse programa. Quantas pessoas esse programa já socorre?

Então o governo apresenta um programa que é o seguinte. O “Bolsa do Povo” integrará, em um primeiro momento, os seguintes programas e ações: programa Renda Cidadã, que já existe; o Bolsa-Auxílio do Programa de Qualificação Profissional; transferência de renda “Via Rápida”, que já existe. Então, está juntando coisas que já existem e tentando adicionar mais 400 milhões, que não são quatrocentos. A conta não fecha.

O Programa Emergencial de Auxílio Desemprego, que passa a denominar-se Programa Bolsa-Trabalho; o Programa Ação Jovem - são várias leis, não vou ficar citando as leis para ganhar tempo. -; o Programa Bolsa Talento Esportivo e o Auxílio-Moradia Emergencial, que é o aluguel social.

Vai juntando um conjunto de programas e bota mais algumas ações para falar que criou um programa novo. É uma armadilha para os deputados. Temos que prestar atenção a isso, porque o debate que o governo quer fazer é o seguinte: eu quero botar algum dinheiro pagando um trabalho precário. Não é um auxílio emergencial.

Para combater a pandemia, tem que ser auxílio emergencial e não é verdade que foi criado pelo governo Bolsonaro. O governo Bolsonaro propôs 200 reais. O Congresso propôs 500, ele foi lá e botou mais 100 em cima. Virou 600, mas foi do Congresso. E o resultado do Bolsonaro é o que ele propôs agora, que vai de 175 reais até 250 ou 350 reais.

Então, o que combate a pandemia, o que ajuda a combater a pobreza e a fome é o auxílio emergencial. O líder do Governo, meu amigo Vinícius Camarinha - eu falei a ele que eu até torcia para que ele fosse indicado líder - precisa começar a falar, mas falar de maneira concreta: “Nós estamos estudando, vamos fazer...” Vamos fazer o quê? Quais serão as emendas que serão aceitas? Tem emenda de todo mundo. Tem substitutivo, tem emenda. Então, o que será aceito?

Está bom, vamos fazer uma emenda aglutinativa? Qual emenda aglutinativa? Ela vai dizer o quê? Suspende os trabalhos por meia hora e constrói o que vai dizer a emenda aglutinativa. O Vinícius Camarinha fala, fala e não fala nada. Parece mais tucano do que PSBista. É em cima do muro, a fala dele não sai de cima do muro: “Vamos ver lá na frente, com estudo, com isso...”.

A Professora Bebel apresentou um substitutivo, a deputada Janaina apresentou um substitutivo, a deputado Valeria não sei se apresentou, mas apresentou emenda. O Novo... Então, o que vai entrar? É isso que temos que saber.

O programa, gente, vamos chamar isso aqui... Esse programa que é apresentado, na verdade, é uma frente de trabalho emergencial. É isso que está posto. Uma frente de trabalho emergencial. Frentes de trabalho são precárias. São precárias.

Eu pensei que, já que a deputada Patricia Bezerra, nossa nova integrante na Casa já há alguns dias, quando se referiu à “Renda Cidadã” do Suplicy, à renda complementar que foi aprovada, mas não foi implementada, mas que ela citasse o que foi precarizado no governo do FHC.

As frentes de trabalho eram precarizadas. Era gente limpando o sertão no nordeste para receber uma miséria, que não se compara ao “Bolsa Família”, ao que hoje é o “Bolsa Família”, mas ao programa “Fome Zero”, criado no governo Lula, que tinha critérios.

O programa “Fome Zero”, para fazer adesão a ele, a mulher tinha que ter pré-natal, criança tinha que ter presença na escola de 75 por cento. Tinha, no mínimo, três critérios importantes. Carteira de vacina em dia. Era um programa que juntava a saúde da mulher durante o período como gestante com carteira de vacina da criança até os cinco anos de idade, que a deputada Patricia Bezerra conhece muito melhor do que eu.

Eu sei da sensibilidade dela para essas pautas. E a presença na escola. Combatia o analfabetismo, tratava da saúde da mulher, da saúde do nascituro e tratava de botar alimentação na mesa.

Deputada, vai lá rever o programa que vocês montaram durante os oito anos de governo e durante os 30 anos que vocês governam o estado de São Paulo. Estamos há um ano, um mês e alguns dias em pandemia. Faz um ano, um mês e 13 dias que a Assembleia parou. Nós passamos para o trabalho virtual, depois voltamos ao trabalho presencial. E a gente cobrando.

Nós fizemos um trabalho coordenado pelo agora líder do Governo, Vinícius Camarinha, que foi um trabalho de construir um projeto da Casa. No projeto da Casa, todos os deputados apresentaram propostas de renda emergencial.

Para garantir o distanciamento social, tem que ter uma renda, um auxílio emergencial. Senão, você não garante. As pessoas precisam, minimamente, comer. Você só consegue garantir distanciamento social se tiver um programa ousado de auxílio emergencial.

Ficou provado que os 600 reais... Não era o que a gente queria, mas ficou provado que deu conta naquele período em que ele foi pago, as quatro parcelas de 600 reais. Ele deu conta de resolver, ele deu conta de manter a economia ativa, porque as pessoas puderam realmente fechar os seus comércios.

Nós apresentamos, no programa de todos os deputados, um socorro para o pequeno e médio empresário, para o micro, pequeno e médio empresário. Todos os deputados apresentaram emendas.

Fomos vendo aquelas que combinavam, não importava se adotou a emenda, se era do deputado Barba, da deputada Janaina, da deputada Valeria, da deputada Bebel. A emenda que mais combinava com o projeto era incorporada. Era um projeto autorizativo.

O que o governo executou desse projeto até hoje? Nada. E agora o governo apresenta dizendo que é uma modernidade um projeto emergencial que junta seis, sete itens que já existiam e tenta adicionar 400 milhões de reais para virar um bilhão de reais o projeto, mas com a seguinte divisão, de que maneira?

Qual é a participação social efetiva da sociedade civil organizada? E eu não estou falando aqui de ONGs intermediarem pagamento não. Eu estou falando de como elas entram no conselho gestor para participar e ajudar a fiscalizar a execução do projeto. Como a Assembleia entra nisso?

Nós não podemos permitir que o governo, que já cortou na verba da Educação, do Orçamento, já cortou uma parte e agora quer fazer realocação do custo da Educação para poder complementar esse programa, para contratar de maneira precarizada pais e mães de alunos.

Nós queremos saber qual é a escala do programa e como ele alcança a família. Se ele vai alcançar a família de maneira per capita ou se é uma bolsa trabalho que ela não vai atingir as quatro pessoas da família, só vai atingir uma. Porque você pode fazer para 100 mil pessoas e o impacto ser de 500.

A nossa proposta - e o Paulo Fiorilo e a Professora Bebel apresentaram bem aqui - nós temos um milhão e quatrocentas, quase um milhão e 500 mil famílias em situação vulnerável no estado de São Paulo, que se tratar de um milhão e 500 mil famílias dá quase quatro milhões e 700 mil pessoas, que apresentaram várias vezes aqui, inclusive no balanço do final do ano, quando a gente estava discutindo o Orçamento.

O governo tinha feito em função da pandemia uma previsão de déficit orçamentário para 2020 na casa de mais de 20 bilhões de reais e não terminou com isso. Terminou com um superávit orçamentário de sete bilhões e 700 milhões de reais e com dinheiro em caixa de quase 12 bilhões de reais.

Se nós formos tratar um milhão de famílias com um auxílio emergencial de 600 reais para fazer durante quatro meses, para ver como combater a fome, a pandemia, esse governo vai gastar, no máximo, dois bilhões e meio de reais e dá para atender um milhão e 460 mil famílias, atender quase cinco milhões de pessoas. É que o governo não quer gastar do caixa.

Veja bem a manobra que ele está fazendo e realocando dinheiro da Educação, dinheiro da Fundação Paula Souza para tentar fazer mais 400 milhões para dizer que está criando um programa que gera 100 mil empregos, que é importante discutir a geração de 100 mil empregos, mas importante de que maneira? Cortando uma Educação? Contratando de maneira precarizada temporariamente trabalhadores na área da Saúde ou os pais e mães de alunos, aí algo em torno de 20 mil trabalhadores ou trabalhadoras?

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Alex de Madureira.

 

* * *

 

Quer dizer, nós precisamos é discutir, e aí eu faço um apelo ao líder do Governo, Vinícius Camarinha. Você precisa dizer o seguinte: “Nós queremos montar uma emenda aglutinativa e ela tem que ser composta por isso, por isso, por isso”, e ver se vai dar acordo.

Não vai dar acordo não. Vamos continuar fazendo o debate até esgotar ou então até vocês conseguirem nos derrotar. Todo mundo que eu ouvi falar aqui está dizendo o seguinte: “O programa é importante que seja feito, mas precisa ser alterado”.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Para concluir, Sr. Deputado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - E os governistas até agora, com exceção da deputada Patricia Bezerra, que entrou na defesa do governador João Doria... Parabenizo você por ter coragem de fazer isso. É função partidária fazer isso. Isso mostra que é realmente base governista.

Então o que eu vi foi ela falar isso e mais ninguém falou até agora, porque é uma governista. Vocês vão ter coragem de sair defendendo que esse programa é auxílio emergencial? Vocês não têm coragem, porque isso é frente de trabalho e frente de trabalho precarizada.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Obrigado, deputado Teonilio Barba. Tem uma questão de ordem da deputada Professora Bebel. Professora Bebel, a senhora tem a palavra.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Obrigada, Sr. Presidente Alex de Madureira. Eu estou aqui observando, Sr. Presidente, e eu queria ver com meus colegas líderes, porque me parece que tem três inscritos, é isso?

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Três inscritos, exatamente. Deputada Leci Brandão, deputado Enio Tatto e deputado Maurici.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Haverá chamada de outra sessão extraordinária?

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Professora Bebel, deputada, o presidente pode decidir sim chamar uma outra extraordinária. Eu não posso afirmar agora neste momento uma coisa que o presidente… Vai depender da determinação dele.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Porque se fosse o caso, não sei, as pessoas estão se inscrevendo, mas eu gostaria de discutir com a minha bancada. Não quero votar cegamente. Está todo mundo incomodado. Eu estou incomodada.

Como é que nós vamos para uma votação se eu não converso com a minha bancada, eu não sei o que tem em plenário. Se há uma aglutinativa ou se não há ou qual é a fala do governo para nós. É isso que eu gostaria de saber, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Eu faço a indicação para a senhora, deputada Bebel, procurar a liderança do Governo para poder encaminhar essas discussões que a senhora está dizendo. Temos mais uma questão de ordem da deputada Janaina Paschoal. Deputada Janaina, tem a palavra.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Obrigada, presidente. Cumprimento Vossa Excelência. Presidente, quantos deputados conectados são necessários para que nós possamos seguir com a discussão? Eu indago porque pela minha conta tem menos de 48. Então, só queria ter certeza do número mínimo necessário.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Para discussão, são 24 deputados logados e temos 44 deputados no momento.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Obrigado, deputada Janaina Paschoal. Nós temos mais uma questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo. Deputado Paulo Fiorilo tem a palavra.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Obrigado, Sr. Presidente. A minha questão é simples. Nós estamos nos aproximando do final das inscrições e eu ouvi no início desta segunda sessão extraordinária uma manifestação do líder do Governo dizendo que estava trabalhando com os líderes uma emenda aglutinativa.

Eu gostaria de saber se nós teremos ou não a possibilidade de conhecer a emenda aglutinativa ou se ela foi elaborada, se os líderes já tiveram conhecimento para que a gente não vote sem que haja de fato o conhecimento prévio da proposta que o governo quer apresentar antes da votação. Essa é a minha questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Obrigado, deputado Paulo Fiorilo. A mesma resposta que eu dei a deputada Professora Bebel dou ao senhor também: procurar a liderança do Governo.

Vamos aproveitar que o deputado Vinícius Camarinha, o líder do Governo, também pediu uma questão de ordem. Quem sabe já possa responder também na sua questão de ordem. Deputado líder do Governo, Vinícius Camarinha, tem a palavra.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Presidente, boa tarde. Vossa Excelência me escuta?

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Muito bem, deputado Vinícius Camarinha, nosso líder do Governo.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, presidente. Um bom trabalho para o senhor aí na Presidência. Presidente, eu queria propor aqui aos colegas líderes de bancada o seguinte: para que nós possamos encerrar a discussão; a liderança do Governo vai apresentar um roteiro de votação com as emendas que nós estamos acolhendo.

O governo entende a contribuição que a Assembleia está dando. Não há nenhum problema nisso. Não há nenhum problema em nós aperfeiçoarmos o projeto. Isso está sendo feito, nós estamos trabalhando. E o importante é que nós possamos encerrar a discussão e continuar a discussão no roteiro, no encaminhamento do roteiro. Eu acho que vai ser mais producente para o nosso trabalho.

Essas são as ponderações que eu faço, presidente. Se houver acordo dos líderes, dos demais colegas, acho que seria de bom senso nós continuarmos a discussão no encaminhamento, caso algum deputado ainda queira discutir. É um pedido que eu faço e uma proposta que faço, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PSD - Recebida aqui a proposta, deputado Vinícius Camarinha, líder do Governo. Eu faria o seguinte encaminhamento, deputado Vinícius: poderia procurar, na sequência aqui estão inscritos a deputada Leci Brandão, deputado Enio Tatto, deputado Maurici e deputado Frederico d'Avila. Eu pediria ao líder do Governo que procurasse esses deputados.

Eventualmente se eles retirassem as inscrições nós terminaríamos a discussão e ganharíamos tempo para continuar as discussões nos encaminhamentos e teriam tempo também de conversar aí com o líder do Governo todos os outros deputados que têm essas divergências.

E neste momento eu passo a palavra aqui. Então, só recapitulando: pedir ao líder do Governo que procure o deputado Enio Tatto, o deputado Maurici, o deputado Frederico d'Avila para que eventualmente possam ou não retirar as suas inscrições. Deputada Leci Brandão tem a palavra.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, boa tarde. Deus abençoe a todos, proteja, ilumine. Eu serei bem rápida, viu? Aliás, todas as vezes que me chamam para falar acontece dois minutos antes da nossa fala algum problema para poder suspender, enfim, mas eu não ligo para isso não.

Eu queria iniciar dizendo que quem não aceita essa “Bolsa do Povo” não está obstruindo absolutamente nada; está tentando construir algo melhor. A gente tem ciência de que várias emendas foram apresentadas.

A gente sabe que tem deputados aí de muita qualidade, de muita consciência em relação às questões sociais, em relação à situação precária que este estado está passando.

Eu acho que deveria ter um pouco de sensibilidade também do governo de poder acatar essas emendas. A nossa era muito simples. A nossa proposta era que o auxílio não fosse menor que 600 reais. Foi apenas isso que nós colocamos.

E também falei logo no início que foi apresentado o grande projeto lá que a questão da Cultura não tinha sido citada. O pessoal da Cultura também precisa de auxílio. Tem muita gente que está passando muita necessidade.

Não são os artistas da mídia não. São os artistas mais simples, os artistas que não têm realmente condição de sobrevivência. Outra coisa que nós falamos é que achei estranho que nesse comitê gestor não tenha a presença da sociedade civil. Eu acho que a sociedade civil tinha que estar no comitê gestor.

E dizer o seguinte: houve uma matéria de um governador esta semana, me parece, que falava do prato e da vacina. É uma campanha que já está rolando aí há algum tempo e o título da crônica do governador João Doria era sobre isso. Muito que ele falava, muita realidade, enfim, mas na hora que é apresentada essa bolsa, a maioria dos deputados estão sentindo falta de uma transparência.

Tem deputados… Vou até citar, acabou de falar ainda pouco aí, o Paulo Fiorilo, que no início desta sessão explicou tudo que está encoberto no projeto, enfim, que o projeto não é claro, deu várias definições. E o deputado Giannazi falou de uma coisa que eu concordo plenamente, que é a questão de resolver tudo com a renda emergencial.

O povo está precisando de condições de poder comprar o mínimo. A sociedade civil tem aí tomado algumas responsabilidades com cestas básicas, enfim. Muita gente trabalhando, mas é muito pouco. O que a gente quer são outras coisas. Uma Casa que tem 94 deputados e que ninguém pode ter a sua emenda, a sua sugestão aprovada, é muito complicado.

Realmente fica faltando muita coisa e acho que tem que ter realmente transparência para os recursos quando forem distribuídos. Tem que ter transparência sim. Saber quem vai resolver, como; tem que fazer um cadastro; tem que ter tudo muito claro, porque todo mundo desconfia da política.

Inclusive a gente pode perceber aqui nas falas que os políticos do Legislativo também não confiam muito na política do Executivo. Ou seja, está faltando uma coisa chamada confiança.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlão Pignatari.

 

* * *

 

As pessoas acho que não confiam mais umas nas outras. É uma pena, porque aqui é a maior Assembleia da América Latina, a Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas eu fico por aqui, porque eu não quero tomar o tempo todo e agradecer por ter tido a oportunidade de fazer essa fala, mas eu continuo dizendo o seguinte: todo mundo tem boa intenção. As intenções não são ruins não, mas a gente tem que saber das intenções qual o fundamento delas.

Apenas isso, presidente. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Leci. Com a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, está ouvindo?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputado Enio, desculpe. Eu cheguei agora aqui. Nós temos quatro questões de ordem. A primeira questão de ordem é da deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Oi, presidente. Na verdade, era para seguir no diálogo com a liderança do Governo, que quer extinguir o debate e depois apresentar um rito de votação.

Quero dizer, sinalizar aqui abertamente que eu discordo que a gente possa encerrar o debate sem conhecer a proposta do governo e que seria ótimo poder circular o que o governo aceitou e o que a gente vai votar o quanto antes.

Então, assim, queria só debater com a proposta que ele fez de extinção do debate; discordo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Está bom, deputada Monica. Uma questão de ordem da deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Pela ordem, Sr. Presidente. É o seguinte, eu entendo que foi feita aqui uma tentativa por conta do deputado Camarinha no sentido de que as pessoas abrissem mão das falas para poder, enfim, dar curso aí a uma conversa, qualquer coisa.

Para fazer isso eu acho que tem que manter as inscrições, suspender por, pelo menos, uns quinze minutos para nós podermos conversar e ver o que tem, enfim. Cada bancada ou o próprio deputado Vinícius Camarinha destinar a cada bancada o que é que tem de avanço para cada bancada e a gente poder à luz disso voltar para plenário mantendo as inscrições.

Eu não retiro; as inscrições são difíceis de retirar. Me parece que tem o Enio Tatto e mais uma pessoa. Cortar, enfim, mas proporia a suspensão de 15 minutos para a gente meio que ter um norte entre nós.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada Professora Bebel, como tem inscritos ainda, vamos continuar com os inscritos? Mas tem uma questão de ordem da deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Presidente, já estou satisfeita, seria sobre as inscrições. Estou satisfeita. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada. Com a palavra, agora, o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pode falar, deputado. Estou ouvindo perfeitamente.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT Queria cumprimentar o presidente, todos os colegas da Casa, deputados e deputadas. Eu prestei atenção em muitas falas de muitos deputados de diversos partidos. Nós estamos discutindo aqui algo fundamental para a população do estado de São Paulo. 

Muitos deputados falaram do momento que a gente está vivendo, da crise, da miséria e de muita gente passando fome. Queria falar que eu moro no extremo da zona sul de São Paulo, bem na periferia, exatamente na Vila São José, perto do Grajaú e da região de Parelheiros.

A fome é muito grande mesmo, a situação está muito complicada, nunca vista até hoje. Só para se ter uma ideia, o que a gente vê, e muito, é igrejas na rua pedindo e fazendo coleta de alimento para a população. 

Sr. Presidente, chega ao ponto de ter gente pedindo doação em bairros da periferia. Na verdade, a pessoa deveria estar levando uma cesta básica para os moradores, eles não teriam condições nenhuma de ajudar, mas, como o povo é muito generoso, sempre se arrecada desde um pacote de macarrão, um quilo de arroz, de feijão, uma lata de óleo.

Com isso, são feitas as cestas básicas que são distribuídas entre a população. Imagino eu se não houvesse essa generosidade da população para atender esse momento tão triste, tão difícil que a gente está vivendo no estado de São Paulo.

Fiz esta introdução pelo seguinte: se nós estivéssemos falando de um estado pobre, com uma arrecadação pequena, sem industrialização e um comércio e uma agricultura fortes, a gente poderia até entender.

Entretanto, não dá para entender um estado igual São Paulo, que é tido como a locomotiva do Brasil, não ter ações para combater a fome, para reduzir a miséria que está sendo instalada aqui.

Vale lembrar que este estado e o município de São Paulo estão sendo governados pelo PSDB há mais de 30 anos. Então, é muita timidez, é muita falta de vontade política para a gente não ter ações melhores para resolver, ou para minimizar o sofrimento e a fome da população aqui do estado de São Paulo. 

Os moradores de rua, os quilombolas, as comunidades indígenas, os ambulantes, alguns deles falam: “Olha, deputado, a gente não sabe se instala a nossa barraca porque não tem para quem vender, ninguém vem comprar”. 

As pessoas passam e não compram nada, e aquelas que compram, compram muito pouco no pequeno comércio, nas quitandas de toda a periferia da capital, da região metropolitana e do estado de São Paulo. Por que acontece isso? Talvez nem todos os deputados tenham as informações que a gente da nossa bancada tem, graças a nossa assessoria, que fez um levantamento e nos informou. 

Só para vocês terem uma ideia, em abril do ano passado, quando tínhamos dois meses de pandemia, o governador Doria colocou que em São Paulo se previa, em 2020, um rombo, uma perda de arrecadação de 19,5 bilhões. O que aconteceu no final do ano, conforme os levantamentos que a gente tem do governo do Estado? Houve um superávit de 7,7 bilhões.

Que milagre é esse, o que aconteceu, se houve perda de arrecadação, se o governador previa 19,5 bilhões de rombo, e no final temos 7,7 bilhões de superávit? O que aconteceu foi o seguinte: o que São Paulo perdeu com a falta da arrecadação, com as empresas fechadas, quebradas, foi compensado com mais dinheiro do governo federal. Além do mais, houve uma negociação e suspensão da dívida do estado de São Paulo de 14 bilhões. 

Então, se veio mais dinheiro do governo federal, como foi para todos os estados, mais do que foram as perdas de arrecadação e mais uma renegociação de 14 bilhões, teve 7,7 bilhões de superavit, por que manda um projeto como esse que nós estamos discutindo, que já foi colocado e provado por diversos parlamentares que ele apresenta, em dinheiro novo, não mais do que 400 milhões? 

É um tal de arremedo, é um tal de descobrir um santo para cobrir outro, tira da Educação para pôr em outro lugar, tira do Centro Paula Souza para colocar em outro lugar. 

É um absurdo a gente, na Assembleia Legislativa, o maior Parlamento, estar discutindo um projeto tão pequeno, tão simples como esse, um ano e dois meses depois do início da pandemia, num momento em que estamos num pico de mortes no Brasil, um pico de mortes também em São Paulo, e aqui deveria ter alguma coisa diferente, e está demonstrando todo dia que não está tendo.

Então, é falta de vontade política, é má vontade do governo do Estado de investir, de pegar dinheiro. Neste momento, nós estamos em guerra. Usar o dinheiro que temos em caixa e colocar o auxílio emergencial para toda a população que precisa, que está necessitando de 200, 300 reais para comprar arroz e feijão para poder comer.

Vamos fazer isso? Nós temos cadastro de sobra, os municípios têm as pessoas que estão precisando. São pessoas vulneráveis. Através do sistema Cross, por exemplo, tem um programa do renda mínima que tem todo esse cadastro. 

Dinheiro tem, para imediatamente você colocar um auxílio no estado de São Paulo para que as pessoas possam comer. 

Nós não estamos falando de qualquer estado, nós estamos falando de um estado que teve um superávit no ano da pandemia, 2020, de 7,7 bilhões. Por que não gastar esse dinheiro? O dinheiro que está sendo colocado agora são 400 milhões. 

Colegas deputados e deputadas, um pequeno esforço que a gente fez na Assembleia Legislativa, reduzindo 30% do nosso salário, enxugando a máquina, nós enviamos mais de 300 milhões para o estado de São Paulo. Agora, o Estado, o governo, libera 400 milhões. Isso é dinheiro de pinga, como se diz na periferia. É um absurdo.

Por que não ter um pouco de audácia, de vontade, de ser um exemplo para o Brasil em resolver o problema ou diminuir os problemas da população que mais precisa aqui no estado de São Paulo?

Dá para imaginar que quer segurar, fazer superávit para que no ano que vem, ano da eleição, se encha o estado de São Paulo de obras, visando simplesmente a questão eleitoral.

Isso eu estou falando do governo Doria, porque do governo federal não dá para esperar nada, é um problema atrás do outro. Mas nesses últimos minutos eu queria chamar a atenção de nós da Assembleia Legislativa, a nossa responsabilidade, a falta de vontade de a gente ser ousado, como foram ousados muitos durante o dia, nos debates, quando foi colocado o discurso do programa do Biden, que lançou ontem nos Estados Unidos. 

A Assembleia Legislativa teria que ser mais ousada, nós temos que parar tudo, fazer um substitutivo e aproveitar as mais de 100 emendas de todos os deputados e verificar o que tem de bom ali, e tem, as emendas de bancada e fazer algo novo, algo diferente do governo.

Como se chegou aos 600 reais de auxílio emergencial federal no ano passado? Foi o Bolsonaro? Foi o Guedes que mandou para o Congresso, para a Câmara Federal? Não foram. O governo mandou uns míseros 200 reais. 

A oposição se organizou, junto com os movimentos sociais, muita gente da base do governo se convenceu e foi triplicado o valor de 200 reais, passou para 600 reais. O governo pagou, as pessoas receberam. Resolveu temporariamente um grande problema de muita gente que estava passando fome.

Por que a gente não faz isso aqui em São Paulo? Dane-se o projeto que o governo mandou, essa coisa pequena, medíocre, e vamos elaborar nós um projeto como a Câmara Federal fez. Vamos ser protagonistas de alguma coisa que vai mexer com a população que mais precisa, que vai resolver, em parte, o problema da fome que está se passando em todo lugar. 

A gente fala tanto que a população está precisando e, então, vamos votar logo que a população está precisando. O que esse projeto traz de novo que vai resolver o caso da pessoa que está passando fome e está precisando da cesta básica, que está precisando comprar arroz, feijão no mercado, na quitanda, no boteco? 

Então, Sr. Presidente, eu acho que há tempo, sim, de cobrar ousadia do governo do Estado, mas nós nos autocobrar na Assembleia Legislativa para que a gente tenha ousadia e mude esse projeto. Precisamos corrigir esse projeto e colocar alguma coisa substancial que vai mexer, que vai ajudar a população.

Auxílio emergencial para aquelas pessoas que precisam, uma linha de crédito para os pequenos e micro comerciantes dos MEIs, para que eles possam passar este ano, ou alguns meses, até acabar essa onda, essa pandemia.

O governo deve ter a coragem de fazer as coisas bem-feitas, e não fazer meia boca, como foi essa restrição que foi malfeita, e daqui a alguns dias a gente possa ter um aumento novamente de mortes e pessoas infectadas.

Então, eu queria terminar cobrando, e a tempo, o líder do governo, o deputado Vinícius Camarinha, de reunir os líderes e ser ousado por parte do Parlamento, já que o Executivo não tem. Vamos fazer o que a Câmara Federal fez com o auxílio emergencial. 

Chegou um projeto lá do Guedes e do Bolsonaro de 200 reais. Eles falaram não, nós não aceitamos, vamos apresentar emenda e vamos triplicar o valor para 600 reais, e o dinheiro chegou e foi pago.

Aqui tem superávit, mas nesse momento qual o problema de você tirar de obras? Por exemplo, Rodoanel ou Metrô, que a gente está esperando há 20 anos e não são terminados.

Qual o problema de atrasar mais um ano, se já atrasou 15 ou 20 anos? Tire o dinheiro de onde for, mas não tire da Educação, não tire da Saúde, não tire da Cultura, não tire do Esporte ou da assistência social, que essas pessoas estão sofrendo muito. Numa guerra você tem que arrumar dinheiro e a prioridade é combater a fome, a miséria que a população está passando.

Portanto eu encerro, Sr. Presidente, estou pedindo ousadia do Parlamento Paulista, da Assembleia Legislativa, dos líderes de todos os partidos, já que o Executivo não tem.

 E podem ter certeza de que a nossa líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, e a líder da Minoria, vão fazer um esforço enorme para ajudar a arrumar dinheiro para fazer um auxílio emergencial e uma linha de crédito para aquelas pessoas que precisam, para a gente realmente dar resposta para a população nos elegeu.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputado Enio, para concluir.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - E não um projeto como esse, que não acrescenta nada para a população que está precisando da ajuda do estado de São Paulo. 

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Com a palavra o deputado Frederico d’Avila.

 

O SR. FREDERICO D'AVILA - PSL - Boa tarde, Sr. Presidente, prezados colegas, o que nós estamos ouvindo aqui, seja de que agremiação for, a qual partido pertence que não seja a base do governo, é praticamente a mesma coisa, alguns dando ênfase a algumas questões, outros dando ênfase a outras questões.

A história, como bem disse a nobre deputada, nossa querida líder Janaina Paschoal, é que o governo não respeita ninguém, nem os seus próprios apoiadores. Então, sugestões ou eventual…

É fictícia essa reunião que eles dizem que fazem, esse acolhimento de propostas que o governo diz que faz dos demais deputados para que seja um trabalho colaborativo. É tudo conversa, é tudo para inglês ver, é tudo para encher linguiça.

Essa proposta, mais uma vez, tem um nome muito bonito, o governador João Doria gosta muito desses jargões, desses jargões publicitários e que por trás é tudo uma caixa de isopor, muito volume para pouco conteúdo.

E, consequentemente, vou ter que concordar aqui com deputados de partidos que a gente tem uma diferença diametral muito grande, como o PT e alguns outros aqui também.

Porém é interessante nós vermos aqui o governo, não só com esse projeto, mas também com o 596, que fala sobre a questão sanitária, de defesa sanitária no estado de São Paulo, que está querendo ser passado a toque de caixa aqui na Assembleia Legislativa.

A Secretaria de Agricultura está acéfala, porque o secretário não entende absolutamente nada de agricultura, o governador menos ainda, e consequentemente querem...Agora eu posso falar com muita clareza aqui, só pincelando, o secretário está fazendo, se não está fazendo, está sendo utilizado como fantoche para fazer lobby para grandes frigoríficos. Mas tudo bem.

Voltando aqui ao “Bolsa do Povo”, enquanto esse projeto não for aperfeiçoado de modo que atenda as necessidades da população, nós não podemos continuar, assim como foi no nº 529, assim como estão querendo fazer no nº 596 e nos demais projetos, sair aqui enlouquecidamente, açodadamente, querendo votar as volúpias e os devaneios daquele que ocupa a cadeira do Palácio dos Bandeirantes, que é um psicopata completo, que vive alheio às realidades da população do estado de São Paulo e do Brasil.

Porque uma pessoa, um governante que aumentou impostos de alimentos em plena pandemia, que aumentou impostos de 32 itens da Saúde em plena pandemia, eu quero aqui frisar com bastante veemência cadeiras de rodas, barras de sustentação para pessoas com deficiência, itens utilizados para fazer hemodiálise, itens utilizados para revelação de radiografias...

Esse é o Sr. João Agripino da Costa Doria Junior, totalmente alheio à realidade da população, já que ele mora numa espaçosa mansão na Rua Itália, 414, que tem quadra de tênis, quadra de futebol, dois garçons, enfim, cachorros peludos e cheirosos, que os seus empregados cuidam para ele, e que ele vive nessa realidade em que não vive a maioria da população.

Então, para ele e o crupiê das colinas do Bandeirantes chamado Mauro Ricardo Costa, aumentar imposto de 32 itens de Saúde em plena pandemia e de toda a cadeia de alimentos, isso, para eles, não muda nada. Aí eu vou ter que concordar com o deputado Enio Tatto, que é muito fácil você fazer graça com o dinheiro do próprio cidadão: você aumenta imposto aqui e dá ali na ponta. Quer dizer, fazendo ciranda com o dinheiro do cidadão paulista.

Além disso, como bem disse aqui mais cedo a deputada Janaina, nós não fomos ouvidos, e, se ouvidos fomos, não é possível que nenhuma sugestão dos 94 deputados tenha sido acatada. Nenhuma. Nem que ela fosse minimamente ou maximamente modificada.

Então nós temos um projeto totalmente desconectado com as necessidades da população, totalmente voltado para uma, como é que eu posso dizer, para uma campanha de marketing do governador João Doria, que quer fazer contraponto ao presidente da República.

E aqui eu quero fazer um parênteses agora, que vou ter que defender o presidente Bolsonaro, que arrumou o auxílio emergencial de 600 reais. Não tem nada de esquerda, quem arrumou foi o ministro Paulo Guedes, que conseguiu fazer um grande corte em várias despesas e conseguiu dar os 600 reais para a população, e rapidamente.

Rapidamente conseguiu agir. Agora nós estamos caminhando para o novo auxílio, que foi votado o Orçamento nessa semana que passou, e provavelmente será concluído nos próximos dias.

Então agora aqui em São Paulo o importante é fazer espuma, é caixa de papelão, é caixa de isopor do Sr. João Doria para fazer contraponto ao presidente da República, porque ele não consegue, como já falei aqui, ele está contido numa amarra, numa camisa de força, que ele não se aguenta.

Agora que ele enxergou que ele está com a popularidade dele praticamente no nível do solo, ele quer fazer alguma coisa para tentar ressuscitar. Mas isso aí é, como todos nós sabemos, impossível.

Quero ver quem vai ter coragem aqui no ano que vem de sair às ruas com o Sr. João Agripino da Costa Doria Junior nas ruas pedindo voto, seja para presidente da República ou para governador do estado, que, pelo que tudo indica, vai concorrer à reeleição, porque no plano federal a chance é zero, como nós temos visto por aí.

Então eu creio que nós temos que pegar esse programa “Bolsa do Povo”, que veio do Palácio dos Bandeirantes, e que está querendo ser enfiado goela abaixo da Assembleia Legislativa, e colocar aqui, acho que quase todos os deputados têm o triturador aqui embaixo da mesa de trabalho, e nós fazemos um grande esforço para, rapidamente, darmos uma resposta efetiva à população, e uma das primeiras coisas que nós temos que fazer, líder Vinícius Camarinha, é a supressão do Art. 22 da Lei nº 529, de 2020, que aumentou todos os impostos, todos os impostos, no estado de São Paulo.

E aí fala: ah, mas não aumentou da cesta básica, voltaram atrás”. Não é que é meia verdade, é uma pequena mentira. Aumentaram energia elétrica, óleo diesel, gasolina, os impostos de todos os insumos necessários para a produção e fabricação dos itens da cesta básica. E, consequentemente, ficou mais caro da maneira que ficou do que se tributasse direto na gôndola dos supermercados.

Não satisfeito com isso, o Sr. Mauro Ricardo Costa, o capitão das maldades que percorreu todo o Brasil, já foi para o Paraná, foi enxotado, foi para Goiás, foi enxotado, foi para Salvador, na Bahia, foi enxotado, porque onde ele passa ele vai expropriar, ele vai imolar a população com o seu kit maldade, para arrancar o que lhe resta de um pouco de reserva ou riqueza que a população produza.

E aí o Sr. João Doria chama esse senhor para vir aqui para o estado de São Paulo praticar mais um pouco da sua maldade e imolar a população paulista. Agora, é inacreditável como é possível nós termos aqui deputados que votaram a favor, como bem colocou aqui diversas vezes o deputado e querido amigo Castello Branco, e também outros deputados, como até aqui o próprio deputado Ricardo Mellão, que deram o cheque em branco para esse senhor aumentar todos os impostos.

E ele teve coragem de aumentar imposto de cadeira de roda, de itens de Saúde, de seringas. É inacreditável, inacreditável. E esta Assembleia Legislativa tem nas suas mãos e no seu voto essa chancela, esse carimbo.

Então é muito triste nós, políticos, estarmos, sermos tachados de desconectados para com as necessidades da sociedade. Eu procuro representar-me da melhor maneira possível e andar no meio dos segmentos que eu represento, para trazer as demandas da melhor maneira possível, e mais translúcidas, mais claras possíveis para a Assembleia Legislativa, para a gente conseguir atender a nossa população.

O que nós vemos aqui são verdadeiros absurdos praticados pelo Executivo estadual que, como exemplo agora, manda esse tal “Bolsa do Povo”, cujo nome é muito bonito, mas que de efetivo, deputado Fiorilo, a quem eu muito respeito, por diversas vezes nós divergimos sob o ponto de vista ideológico, mas temos aí um trato pessoal bastante bom.

Agora, é inacreditável como podem pôr a mão em projetos como esse nº 529, como esse nº 596, que querem passar a toque de caixa para fazer as vontades do Sr. João Doria e do seu assecla Gustavo Junqueira, que ocupa a cadeira de secretário de Agricultura e que nada entende de agricultura.

E aí, agora, querem passar esse “Bolsa do Povo” também a toque de caixa para depois o Sr. João Doria montar, no Palácio dos Bandeirantes, aquele poleiro ridículo que ele monta lá todo dia às 12 e 30 para dar aquela coletiva ridícula e falar 95% do tempo de mentira.

E eu quero dar uma notícia aqui para os senhores, que eu ainda não posso falar o nome de quem é porque o deputado Conte Lopes conhece, o deputado Telhada conhece, mas tem uma pessoa bastante conhecida de nós, políticos, que tomou a vacina do Sr. João Doria e teve reações graves, graves, e está hospitalizado.

Então, primeiro, eram duas doses, agora já estão falando em três doses, e agora já tem gente falando em quatro doses. Quer dizer, muita pressa para aprovar uma vacina.

Para quem se diz o salvador da Pátria, que se não fosse ele, não tinha vacina, eu quero saber o seguinte: por que não chamou todos os laboratórios? Por que não chamou todas as tecnologias para o Butantan? Por que não disponibilizou todas as vacinas para os paulistas?

Forçou, forçou, forçou, para fazer a tal da CoronaVac, que, inclusive, quem quiser, eventualmente, daqui a alguns dias, se deslocar para a União Européia, não pode entrar lá, porque a União Européia não aceita a CoronaVac.

Então, assim que eu tiver autorização dos familiares dessa pessoa, que é bastante conhecida no universo político, tiver autorização para divulgar o nome dele, eu vou dizer para os senhores o que aconteceu com essa reação dessa CoronaVac, que pode ser que tenha ocorrido com várias pessoas que nós não conhecemos, populares, pessoas que não são tidas como importantes pelo Sr. João Doria, que é um lobista profissional e está usando a cadeira de governador para fazer lobby para os seus amiguinhos.

E, consequentemente, a pessoa está agora internada...

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir, deputado Frederico d’Avila.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - E que mostra...

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir, deputado Frederico d’Avila.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Eu vou concluir. Eu vou concluir, presidente. E que não tem nenhuma conexão para com a necessidade da população do estado de São Paulo.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Frederico dAvila. Com a palavra a deputada Erica Malunguinho.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Boa tarde, presidente. Eu pedi a fala para transferir para a minha líder, a deputada Monica Seixas.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental, deputada Erica. Com a palavra a deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, muito obrigada, Erica, também, pela possibilidade de fala.         Colegas, a gente vai se encaminhando aqui para os últimos inscritos desse debate, eu ainda quero ver qual é a proposta de votação que o Governo vai fazer para a gente votar. A gente está encaminhando para o fim do debate sem conhecer a proposta final que a gente vai ter aqui em votação, e eu quero voltar a chamar a atenção sobre coisas inaceitáveis nesse projeto, que a gente não pode deixar passar aqui entre muitas outras coisas que a gente vem falando ao longo do dia.

Essencialmente, a contrapartida de trabalho nas escolas é um grave ataque aos trabalhadores da Educação, que vão ter as suas escolas mais cheias de gente, vai contra o que a gente está falando, da necessidade de isolamento social. Se a gente vai oferecer, se o estado pode dispor de recursos para oferecer às pessoas em situação de vulnerabilidade, ofereça, sim, a pais e mães em situação de vulnerabilidade, para que eles possam ficar em casa, reduzindo, assim, o número de pessoas que circulam pela escola.

A gente sabe que as escolas não oferecem, neste momento, condições sanitárias para a preservação de vidas. Então, quanto menos pessoas na escola, melhor para todos. É cruel, mais uma vez, que se esteja aproveitando da situação de vulnerabilidade dessas pessoas para oferecer para elas uma possibilidade de trabalho precário.

Auxílio é auxílio, trabalho é trabalho. Se é trabalho, o valor é irresponsável, e é um valor muito abaixo do que o aceitável. Se é auxílio, não pode ter contrapartida de trabalho. Então, esse projeto não é uma coisa, nem outra, e vai colocar mais vidas de pessoas em risco. Temos que ajudar as pessoas, e não aproveitar da precarização para atirá-las ao trabalho com uma remuneração miserável como essa.

Outras tantas emendas falam sobre a necessidade da inclusão dos trabalhadores da Cultura. Como bem lembrou a Leci Brandão aqui, é uma grande referência da pauta, a Cultura não tem só grandes celebridades, a Cultura também tem operadores de som, também tem camareiras, também tem bilheteiros, também tem artesãs, também tem uma série de outros trabalhadores, que estão impedidos de trabalhar neste momento, que não necessariamente estariam inclusos nos outros programas de auxílio desemprego já existentes.

A gente falou aqui, ao longo do dia, muitas e muitas vezes, que o “Bolsa do Povo” nada mais é do que uma nova organização e um rebatismo dos programas de auxílio já existentes, inclusive com os baixos valores que eles já apresentavam.

Então, presidente, eu estou bastante preocupada com o que vai sair. A gente passou uma tarde inteira aqui debatendo esse projeto. Infelizmente a gente não conseguiu garantir a tranquilidade para a construção dessa aglutinativa, que a gente falou que ia fazer no início da semana.

A gente não conseguiu tirar esse texto do Congresso de Comissões mais próximo de um acordo geral. Ainda tem muitas dúvidas sobre de onde vai sair esse recurso que vai suplementar esse valor oferecido.

A gente ainda tem muitas dúvidas sobre como vai ser efetivamente implementado esse projeto, e acho bastante ruim que a gente caminhe para a votação agora, sem conhecer, sem ter tempo de estudar, e sem debater a proposta do governo.

Se existe necessidade de urgência, a gente podia ter apostado no caminho anterior, que é o caminho do diálogo. Se existe necessidade de urgência, a gente apresentou lá atrás, no tempo hábil, no tempo hábil de pauta, as emendas que a gente julgou necessárias a esse projeto.

Todo mundo participou amplamente, dada a necessidade e urgência de auxílio emergencial para as pessoas. Todo mundo está encarando esse projeto como a possibilidade de, de fato, oferecer um auxílio emergencial. Ele ainda não é, ele está bem distante de ser, na verdade.

Como eu disse, para mim, esse projeto sai hoje como uma oportunidade que o governo do estado de São Paulo conseguiu achar para precarizar ainda mais os trabalhos na Educação, oferecendo baixa remuneração para mães e pais de alunos trabalharem na escola durante uma pandemia em que a gente está falando de isolamento social.

          Eu gostaria de pedir que a gente suspendesse os trabalhos, antes de começar a votação, para que a gente possa receber, e ter algum tempo para estudar a proposta do governo. 

          Vai ser, Camarinha - e agora eu me dirijo diretamente ao senhor -, muito ruim que a gente conheça a proposta de rito de votação, incluindo emendas, no momento de votar, porque nós vamos precisar que a nossa assessoria resgate os números das emendas, a gente vai precisar montar esse novo panorama, diante das alterações propostas, a gente vai precisar entender qual vai ser esse novo projeto, e essa é uma operação complexa. 

Então, eu gostaria de pedir, mais uma vez, que a gente suspendesse a sessão, para que a gente possa tomar conhecimento do texto, pelo menos meia hora, para a gente conseguir votar aqui, tranquilamente, sem que a gente tenha que ficar recorrendo desse expediente, de falação, para conseguir estudar matérias às pressas. É muito ruim que a gente tenha que estudar matérias às pressas para votar. 

Então, presidente, Camarinha, gostaria de solicitar a suspensão dos trabalhos, para que a gente possa receber a proposta de rito de votação do governo, e estudar a possível matéria que a gente vai votar hoje. 

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Monica. Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Há sobre a mesa o requerimento de método de votação. Passo a ler o requerimento. Determino que seja disponibilizado no chat. 

Método de votação, enviado pelo líder do Governo, deputado Vinícius Camarinha.  

“Requeiro, nos termos regimentais, que a votação do Projeto de lei nº 221, de 2021, constante na presente Ordem do Dia, se processe na seguinte conformidade: 

Item 1 - Projeto de lei, salvo substitutivos e emendas; 

Item 2 - Substitutivo nº 1; 

Item 3 - Substitutivo nº 2; 

Item 4 - Substitutivo nº 3; 

Item 5 - Substitutivo nº 4; 

Item 6 - Englobadamente, as emendas de nºs 20, 40, 56, 62, 65, 90, 91 e 101; 

Item 7 - Demais emendas, englobadamente.” 

Nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, combinado com o Art. 2º, do inciso II, alínea “a”, do Ato da Mesa nº 12, de 2021, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se em ambiente virtual, a realizar-se às 17 horas e 45 minutos, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:  

  

* * *

  

- NR - A Ordem do Dia para a 24a Sessão Extraordinária em Ambiente Virtual foi publicada no D.O. de 30/04/21.  

  

* * *

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Em votação o requerimento. As senhoras e senhores líderes que tenham interesse em encaminhar a votação, queiram se manifestar no chat. Para encaminhar, por dez minutos, a deputada Janaina Paschoal. 

  

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e todos os colegas. No momento da discussão, eu já pude externar as minhas objeções ao projeto, e, agora, no encaminhamento do método, vou falar das minhas, vamos dizer assim, frustrações com relação ao proceder. 

Por quê? Porque houve uma promessa, criou-se uma expectativa de que nós construiríamos um projeto em conjunto. Há duas horas, ou menos, o líder do Governo anunciou que haveria a construção de uma aglutinativa, ainda que de maneira acelerada, ainda que de forma atabalhoada, pelo menos a meu sentir, e, agora, anuncia-se um método em que, salvo melhor juízo, não há nenhuma aglutinativa sendo avaliada. 

Porque o primeiro item trata do projeto, como um original, e, aí, os itens sequentes são os substitutivos, que foram apresentados pelas diversas bancadas, e, ao final, aquela delegação global, de praxe, das emendas, em conjunto. 

Então, presidente, eu quero, muito respeitosamente, dizer que esse tipo de procedimento gera desconfiança. Ele faz com que as pessoas que gostam de colaborar, que querem colaborar, convergindo ou divergindo, que elas estejam o tempo inteiro achando que serão surpreendidas no meio do caminho. 

Porque se o governo tinha decidido que não haveria nenhum tipo de alteração no projeto, e que tudo ia ser debatido no plenário, e quem tivesse mais votos ganharia, o que é algo, vamos dizer assim, legítimo.

Não é algo ilegítimo. É legítimo. Mas o que a gente pede, e eu quero crer até que nós tenhamos legitimidade para exigir isso, é um pouco de transparência.  

Porque, quando se abre a porta para o debate, para reuniões, para deliberações, para oitivas, e, quando se anuncia a construção de um projeto em comum, e, há poucos minutos, se anuncia que será criada uma aglutinativa, e se abre uma votação de um método que, vamos dizer assim, despreza tudo o que foi anunciado, é muito duro, Sr. Presidente. 

Que, nas próximas votações, nós possamos confiar. Eu venho alertando do que está acontecendo na Casa. Não é de hoje. Vossa Excelência é testemunha de que eu venho dizendo.

Isso aconteceu com a reforma da Previdência. Eu votei favoravelmente à reforma da Previdência, até porque não teria sentido ser favorável no âmbito federal e contrária no âmbito estadual. 

Porém, depois, com o decreto, houve uma alteração significativa do que foi aprovado nesta Casa. Igual dinâmica se deu com o 529, porque havia o compromisso de não aumentar impostos. Depois, por vários decretos, houve um aumento significativo. 

Então, é muito duro, porque a gente confia, a gente quer confiar, quer colaborar, mas o tratamento, a dinâmica, não é uma dinâmica de colaboração. É uma dinâmica de quem quer, vamos dizer assim, manter os deputados ocupados, manter os deputados distraídos, para passar do jeito que quer passar. 

Então, é mais honesto... Eu falo isso, assim, com todo o respeito. É mais honesto trazer o projeto para a Casa e dizer, com todas as letras: “vamos debater, e vamos trabalhar para aprovar do jeito que chegou”, do que - desculpe usar esse termo, um pouco agressivo -, fingir que existe um diálogo, que existe um debate, que existe uma construção coletiva. 

É muito frustrante assistir o que está acontecendo na tarde de hoje, e, nesse ponto, presidente, aí é uma solicitação a Vossa Excelência, eu penso que os Colégios de Líderes ficarão comprometidos, se nós seguirmos com essa dinâmica, de ter uma tratativa no Colégio de Líderes, porque, salvo melhor juízo, a semana não foi programada como acabou se desenrolando, e, depois, acontecimentos diferentes, na sequência dos dias da semana. 

Então fica aqui esse registro. Eu, da mesma maneira que me coloco contrário ao projeto, pela maneira como redigido, pela forma que o processo foi conduzido, pelo poder excessivo que dá ao Executivo, eu também encaminho contrariamente a esse método. Por que, Sr. Presidente? Porque esse método trai tudo que o próprio governo prometeu o que aconteceria nesta Casa. 

O método trai o que o líder do Governo acabou de anunciar neste plenário, nesta tarde. Como votar um método que não fala de aglutinativa, se o líder acabou de dizer que vai ter uma aglutinativa? E vou além. Como prosseguir com essa votação, se ninguém aqui tem nem ideia do que será, se é que será, essa tal aglutinativa?  

Então, aqui sempre seguindo a dinâmica de respeitar as individualidades da bancada, o PSL é um partido peculiar, existe uma bancada muito plural, e nós temos seguido a dinâmica de respeitar essas peculiaridades.  

Eu, como parlamentar, me manifesto contrariamente ao projeto, contrariamente ao método, e, sem desmerecer essa liberdade dos colegas, eles entendendo que é o caso, oriento para não dar quórum, para manter a obstrução em todas as votações que ocorrerão nesta tarde, ou em dias que V. Exa. assim determinar, para que o governo compreenda que não é possível criar expectativas de um debate efetivo, de um diálogo efetivo, de uma construção coletiva, e, depois, literalmente, atropelar todos que vêm muito para trazer, para oferecer um resultado consistente para a população. 

É isso. Obrigada, Sr. Presidente. 

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado deputada Janaina. Tem também um método de votação do Partido dos Trabalhadores. Deputada Janaina, eu tenho que presidir da maneira que chega o método. O que chegou primeiro foi o método do líder do Governo, e agora chegou o método também do Partido dos Trabalhadores.  

Vou ser sincero, eu não conheço essas emendas, e não sei quais são, mas é isso que a liderança do Governo... São os métodos que chegaram aqui na Casa. Senão, íamos ter que votar o projeto da maneira que veio, realmente. 

Mas tem uma questão de ordem da deputada Professora Bebel, e, depois, uma questão de ordem da deputada Monica Seixas. 

  

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Bom, Sr. Presidente, até de forma respeitosa, eu tenho uma preocupação. Eu acho que eu não me fechei para a discussão, em nenhum momento. Nenhum de nós aqui. Desde manhã, nós estamos tentando.  

Eu estou um pouco incomodada com essa forma açodada de levar o encaminhamento, Sr. Presidente. Eu havia pedido até 15 minutos, para a gente sentar um pouco com as bancadas, ver o que incorporou, o que não incorporou.  

Então, eu não acho isto... Talvez, um registro, desta - eu estou achando - triste tarde pela qual estamos passando. Está muito difícil. Eu estava até incomodada, porque, veja bem, eu tinha pedido o meu...

Avisado o meu... Antes de V. Exa. apresentar, eu já tinha dito que o PT tinha o método de votação. Porém, o senhor só leu agora.  

Então, essa é a minha questão de ordem. 

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada Professora Bebel, o método de votação do Partido dos Trabalhadores chegou neste momento. Assim que chegou, eu informei. Uma questão de ordem da deputada Monica Seixas, líder do PSOL. 

  

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, primeiro, diretamente ao senhor. Havendo dois ritos de votação, como será a votação? 

Segundo, que a gente tem dois ritos de votação, que acatam emendas. Eu preciso de um tempo aqui, para levantar, resgatar essas emendas, e tentar entender como é que esse texto vai ficar.

Então, mais uma vez, para o bem de todos, já que o senhor convocou uma sessão para daqui a 20 minutos, eu queria pedir o levantamento desta sessão, para que a gente possa aproveitar esses 20 minutos para estudar. 

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada Monica, deixa eu só informar a senhora. Quando há dois métodos de votação, não há Vota Alesp, será voto nominal, e o deputado escolhe se vota no roteiro um, que é da liderança do Governo, ou se vota na liderança dois, que é do Partido dos Trabalhadores. 

Deputada Monica, não está abrindo o seu som. 

  

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Oi, presidente. Sobre o meu pedido de levantamento da sessão? 

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Estou ouvindo. Pois não, deputada Mônica? 

  

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Sobre o meu pedido de levantamento de sessão? 

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Há acordo de lideranças para fazer o levantamento da presente sessão? O deputado Vinícius Camarinha, líder do Governo, disse que não há acordo para liberar.

Tem um encaminhamento da liderança do PSOL, para o deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental restante de dois minutos. Deputado Carlos Giannazi. 

  

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, olha, primeiro, fazer um registro que saiu a notícia agora, triste, deplorável, de que o Brasil atingiu as 400 mil mortes.

Quatrocentas mil vidas foram perdidas no Brasil por conta do coronavírus, e o estado de São Paulo, com certeza, se não chegou a 100 mil mortes, deve estar muito próximo desse número, infelizmente. Ou seja, a pandemia no Brasil está descontrolada, e no estado de São Paulo também.

Não há luz no fim do túnel, porque não há política efetiva para o combate ao que eu chamo não mais de pandemia, mas essa política de extermínio do povo brasileiro. E São Paulo tem que reagir a isso, porque a única saída, além da vacina - que não existe, praticamente, nós temos poucas pessoas vacinadas no Brasil, e todas as dificuldades estão dadas, para a obtenção das vacinas no Brasil... Nós só temos uma única alternativa, que é o isolamento social.

Não tem outra saída, esse é o remédio. No entanto, para que haja o isolamento social, nós precisamos, necessariamente, da renda emergencial. Não há dúvidas em relação a isso. Nós tivemos uma experiência bem sucedida no estado de São Paulo, em Araraquara. Isso funcionou muito bem.  

O prefeito, Edinho, conseguiu, e foi muito criticado por isso. Foi vítima do negacionismo, foi ameaçado de morte, mas ele foi firme. Enfrentou o negacionismo e praticou a boa política, nesse sentido, que vários países fizeram no mundo. É isolamento social e renda emergencial. Isso funciona. Funcionou no mundo todo. 

São Paulo tem oportunidade... 

  

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputado Carlos Giannazi, está preservado o seu tempo de oito minutos para a próxima sessão, para o senhor continuar o encaminhamento. 

Então, não havendo mais tempo regimental, está encerrada a presente sessão.  

  

* * *

  

- Encerra-se a sessão às 17 horas e 30 minutos. 

  

* * *