17 DE SETEMBRO DE 2021
31ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: TENENTE NASCIMENTO e
FREDERICO D'AVILA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Relata participação em congresso que
visa à proteção da vida e da família. Menciona visita da presidente do Cervi - Centro de Reestruturação para a Vida, ao seu
gabinete. Discorre sobre impedimento de prestação de apoio psicológico e
espiritual a paciente do Hospital Pérola Byington.
Solicita que gestantes vítimas de abuso sexual tenham acesso a esse auxílio.
3 - FREDERICO D'AVILA
Assume a Presidência.
4 - CORONEL TELHADA
Parabeniza os transportadores
rodoviários de carga pelo seu dia. Informa visita ao Sindicato das Empresas de
Transportes de Carga de São Paulo e Região. Lamenta a morte do coronel Edson
Ferreira Pinto. Comenta apreensão de armas realizadas por policiais, em Assis.
Discorre sobre apreensão de joias e dinheiro com ocupante de carro roubado, na
zona sul. Exibe vídeo de interdição de vias em Campinas, em razão de visita do
governador João Doria à cidade. Afirma que patrulhas utilizadas são de Jundiaí.
Tece críticas ao governador do estado. Parabeniza a cidade de Pompeia pelo seu
aniversário.
5 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência.
6 - FREDERICO D'AVILA
Critica matéria do UOL a respeito de
possível divisão do setor do Agronegócio. Lamenta a postura do presidente da
ABAG - Associação Brasileira do Agronegócio, contra o governo federal. Comenta
o aumento no preço de insumos agrícolas.
7 - JANAINA PASCHOAL
Mostra-se contra a vacinação
obrigatória. Critica exigência de passaporte sanitário para entrada em diversos
estabelecimentos, na cidade de Cosmópolis. Manifesta-se contra projeto que visa
a proibir a entrada de parlamentar neste plenário, caso não tenha se submetido
à vacinação completa. Relata estar impossibilitada de advogar para o povo de
São Paulo, em razão se sua atividade parlamentar. Pede a compreensão da
população a respeito desta realidade.
8 - JANAINA PASCHOAL
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO
Defere o pedido. Clama pela liberação
de livre acesso a cultos religiosos. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 20/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Tenente Nascimento.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - SEM PARTIDO - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Passamos
agora à lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente. Deputado Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)
Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado
Castello Branco. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada
Janaina Paschoal. Tem o tempo regulamentar, para o seu pronunciamento, de cinco
minutos.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, cumprimento V. Exa., Sr. Presidente, os colegas deputados aqui presentes, todos os funcionários da Casa.
Na manhã de hoje, tive a alegria de participar de um congresso online com parlamentares de vários países, tanto deputados como senadores, para tratar da proteção da vida, da proteção da maternidade e da proteção da família. Estava presente também a secretária nacional da Família, Dra. Angela Gandra.
Foi muito interessante ouvir deputados, senadores da Espanha, do México, da Colômbia, da Argentina, da Hungria, da Eslováquia e outras nações que estão apresentando projetos de lei objetivando estimular as pessoas... Na verdade, não estimular, mas não desestimular as pessoas a formarem família.
Alguns temas muito interessantes foram debatidos, como a pressão que existe, no ambiente universitário, para que as pessoas não se casem, não tenham filhos; a oposição que se estabelece, em regra, entre a vida profissional e a vida familiar; a importância de se buscar proteger a mulher grávida, proteger a maternidade, para que ela tenha condições de levar a gestação até o final.
Então, foi um debate bastante profícuo, consistente, promovido pela Political Network for Values. Fui convidada pelo Sr. Diego Hernández. Agradeço aqui o convite. E esse diálogo tende a se intensificar.
Na mesma seara, queria noticiar que fui visitada pela Sra. Rose, do Cervi. O Cervi é o Centro de Reestruturação para a Vida. Conheço o trabalho do Cervi de há muito; conheci a Sra. Rose no Supremo Tribunal Federal, quando fui sustentar oralmente na ação em que se discute a pretensa legalidade de todas as formas de aborto.
O partido PSOL provocou o Supremo Tribunal Federal para que autorize o aborto de maneira irrestrita. Eu estive no Supremo Tribunal Federal, onde conheci a Sra. Rose, do Cervi. Ela esteve aqui no gabinete há um tempo e trouxe uma série de preocupações.
Dentre as preocupações, ela trouxe o fato, o ocorrido de que uma senhora procurou os serviços do Hospital Pérola Byington - um hospital muito importante aqui no estado de São Paulo, que atende mulheres, sobretudo vítimas de violência sexual - e queria receber uma assistência psicológica.
Essa senhora tinha conhecimento de que, em razão de ser vítima de crime sexual, ela estaria autorizada pela legislação a interromper a gravidez. Porém, ela gostaria de ter uma orientação, de ouvir, de saber um pouco mais sobre as consequências.
Muitas
vezes, os formadores de opinião confundem a autorização legislativa para
interromper a gravidez, nesses casos exclusivamente, com uma obrigatoriedade de
interrupção da gravidez, e a ONG, o grupo que se dispôs a fazer esse aconselhamento,
foi impedido de entrar no Pérola Byington.
Então,
fica aqui a sugestão. Pretendo fazer isso, também, de maneira escrita, de forma
oficial, mas já fica aqui a sugestão; peço que enviem esse vídeo para o
secretário da Saúde.
Que as mulheres que
procuram o Pérola Byington - mulheres vítimas de
violência sexual, mulheres grávidas em decorrência de estupro -, em querendo,
posam receber essa assistência emocional, essa assistência espiritual.
Não para que essa pessoa
que vai atender a mulher em situação de violência, a mulher que foi alvo de
violência, interceda ou determine o que essa mulher vai fazer com relação à sua
vida e à vida do bebê, mas para que essa mulher tenha alguém com quem dialogar,
que não necessariamente entenda que ela deve fazer a interrupção.
* * *
- Assume a Presidência o
Sr. Frederico d’Avila.
* * *
Então, a minha sugestão -
já vou encerrar, Sr. Presidente - é que haja algumas ONGs, algumas instituições
credenciadas para serem acionadas no caso da mulher que vai ao Pérola, mulher
vítima de violência sexual; para serem acionadas no caso de esta mulher pedir
um aconselhamento.
Jamais eu corroboraria
com qualquer tipo de intervenção, qualquer tipo de imposição, mas nós não
podemos negar esse aconselhamento a essas mulheres.
Muito obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado,
deputada Janaina Paschoal. Dando prosseguimento à lista de oradores inscritos,
chamo agora o deputado Coronel Telhada. Tem cinco minutos regimentais.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Hoje, sexta-feira,
dia 17 de setembro de 2021. Quero começar a minha fala hoje saudando o Dia
Nacional do Transportador Rodoviário de Carga, uma das missões importantes aqui
no Brasil. Então, um abraço a todos os amigos aí que trabalham com o transporte
rodoviário de carga.
Aproveitando e dizendo
que hoje, pela manhã, eu estive no sindicato dos transportadores de carga, na Fetcesp, onde houve a entrega de homenagens a pessoas que
trabalham, justamente, com esse tipo de serviço, com o setor de cargas
rodoviárias.
Estivemos lá
parabenizando todas as pessoas que foram homenageadas, em especial o nosso
amigo da Polícia Civil, o Dr. Waldomiro Milanesi, que
recebeu a comenda Mérito do TRC Paulista. Um
abraço a todos os amigos do Fetcesp, Parabéns ao Dr.
Waldomiro Milanesi pela condecoração. E parabéns a
todos que trabalham com essa importante área de trabalho no Brasil.
Infelizmente, ontem nós perdemos mais um amigo policial
militar, um amigo de longa data, um coronel da Polícia Militar, o coronel Edson
Ferreira Pinto. O coronel Edson é uma turma depois da minha.
Eu sou aspirante oitenta e três. O coronel Edson é aspirante
da turma de 1984. Querido amigo, que se foi. Foi vítima de, salvo engano, de
infarto. Mais uma pessoa que nos deixa. Um abraço a toda a família do coronel
Edson Ferreira Pinto, e os nossos sentimentos por essa grande perda.
Quero aqui falar também de uma ocorrência da Polícia
Militar, uma grande apreensão de armas feita pela Polícia Rodoviária Militar,
mais especificamente o 2º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária que, durante
uma ação do Tático Ostensivo Rodoviário, o TOR, acabou apreendendo, na rodovia
Raposo Tavares, na região de Assis, lá no KM 453, um caminhão e o condutor, que
apresentaram grande nervosismo diante da fiscalização.
Olhem só o que tinha de armas nessa ocorrência. Foram
apreendidos 23 fuzis e 10 pistolas, todas de origem estrangeira. Imaginem todo
esse armamento na mão do crime. Quantos armamentos, 23 fuzis e 10 pistolas, que
foram retiradas do crime. Realmente, o crime nos surpreende, porque todo dia
estão aí, à rua, e a polícia tem que estar diariamente combatendo.
Falando em crime, quero falar de uma ocorrência inusitada
aqui, onde foi usado um cachorro, um pequeno cachorro. Coloquem a foto, por
favor. Olhem só o Lulu, na mão do policial militar, de um tenente.
O que aconteceu? Na noite de segunda-feira, policiais
militares suspeitaram de pessoas e abordaram pessoas que estavam num carro
roubado, na zona sul. Foram encontrados dólares, joias, celulares e etc.
Uma mulher que estava com ocorrência ficou o tempo todo com
o Lulu no colo, segurando o Lulu, enquanto a PM fazia a abordagem. Os
policiais acharam estranho e tiraram esse cachorro da mão dela, quando foram
localizadas, com ela, na roupa dela, mais joias, celulares, dinheiro,
munição de fuzil.
Ali na foto ao lado tem tudo o que foi apreendido com esse
pessoal. Muitas dessas coisas estavam com a mulher, que usava o cachorro como
escudo, para disfarçar o volume do que ela tinha sob a roupa.
Então, vocês notem que vagabundo é uma raça maldita mesmo.
Cada dia inventam uma situação, para procurar atrapalhar o serviço da Polícia.
Mas, graças a Deus, dessa vez, os policiais militares, lá na zona sul, tiveram
sucesso na prisão desses criminosos, e a apreensão de todo esse material.
Eu não gosto de criticar as pessoas. Acho muito chato a
gente criticar as pessoas, especificamente falando nomes. É uma situação que me
incomoda muito. Mas tem gente, Janaina, Frederico e Nascimento, tem gente que
pede, "pelo amor de Deus, pelo amor de Deus, falem mal de mim".
Podem colocar o vídeo, por favor? Deem uma olhada, Campinas.
Campinas, hoje.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Eu pedi para cortar o som, porque ele começa a falar um
monte de palavrões contra o ditador de São Paulo, o governador Doria. Ele vai
para Campinas, ele simplesmente me fecha a cidade, atrapalhou todo o movimento
da cidade.
Então, Cidão, pode aumentar? Novamente, corte o
som, porque eles começam a elogiar o ditador de São Paulo com várias palavras
de baixo calão. Estas viaturas que vocês estão vendo... Pode voltar à viatura.
Essa viatura nem pertence a Campinas, essa viatura pertence a Jundiaí.
Ou seja, cidadão de
Campinas ainda está com a cidade protegida, mas o cidadão de Jundiaí não pode
sair de casa, porque todas as viaturas da região se deslocaram para Campinas.
Agora, o cidadão de
Jundiaí, terça-feira foram libertados 37 mil criminosos, mas hoje, querido
amigo e querida amiga da cidade de Jundiaí, você não tem policiamento na
cidade. Por quê? Porque o Doria foi a Campinas e, como ele tem medo do povo,
ele levou todo o policiamento. Vocês viram? Ponha de novo as imagens. Eles
fecharam todas as ruas. Ponha no comecinho.
Deem uma olhada, o centro
de Campinas... Abaixe o som. O centro de Campinas está simplesmente... Abaixe o
som, por favor. O centro de Campinas está simplesmente isolado, todo o trânsito
fechado, nem as pessoas podem circular. Por quê? Porque o governador Doria tem
medo do povo. Ele é louco para ser presidente da República, mas nem capacidade
para se comunicar com o povo ele tem.
Se fosse o Bolsonaro, com
certeza haveria policiamento, mas para conter as pessoas que iriam querer tirar
foto com ele, querer abraçá-lo. Então o governador tem que tirar as calças e
pisar em cima de raiva mesmo, ele tem que tirar as calças apertadas e pisar em
cima, porque tem que ter raiva mesmo. Porque, além de ele ter medo do povo, ele
ainda ferra o povo, para não falar uma palavra de baixo calão.
Hoje, em Campinas, foi
lançado o programa "Retoma São Paulo". E, graças a Deus, o povo de
São Paulo está percebendo quão ruim e quão desastroso é esse governador para o
estado de São Paulo. A eleição ano que vem nos espera. Vamos aguardar.
Finalmente, hoje, dia 17
de setembro, é o dia do aniversário de Pompeia. Pompeia está aniversariando. Um
abraço para todos os amigos que moram nessa cidade. Amigos e amigas de Pompeia,
um grande abraço. Eu tenho um cunhado que já passou três vezes nessa cidade,
gosta muito daí o sargento Volpato. Então um abraço a
todos os amigos e amigas de Pompeia por mais um aniversário do município.
Hoje é só isso? Muito
obrigado a todos, querido povo de São Paulo.
Deus os abençoe.
O SR. PRESIDENTE -
FREDERICO D'AVILA - PSL - Obrigado, Coronel Telhada, pelas
palavras.
Vou pedir agora que o
Tenente Nascimento reassuma as funções da Presidência.
* * *
- Assume a Presidência o
Sr. Tenente Nascimento.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
TENENTE NASCIMENTO - SEM PARTIDO - Seguindo a lista de
oradores inscritos, quero chamar para o Pequeno Expediente Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Daniel José. (Pausa.) Rodrigo Moraes.
(Pausa.) Tenente Coimbra. (Pausa.) Delegado Olim.
(Pausa.) Caio França. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge
do Carmo. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.)
Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.)
Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputada
Marta Costa. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale.
(Pausa.) Deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. Passo a
palavra.
Vamos para a lista
suplementar. Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado
Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada, passa a palavra para o deputado
Frederico d’Avila. Deputado Frederico d’Avila tem o tempo regimental, para o seu pronunciamento, de
cinco minutos.
O SR. FREDERICO
D’AVILA - PSL - Obrigado,
Tenente Nascimento, que preside esta sessão; Coronel Telhada; minha líder
Janaina Paschoal. Eu queria me manifestar hoje acerca de uma matéria que saiu
no UOL, dizendo que o agro está dividido, dizendo “por que o agro rachou”.
Quem assina a
matéria é a senhora Viviane Taguchi, eu não conheço. Mas, pelo jeito, ela não
conhece nada de representatividade de produtor rural. Mas entende muito de
corporações, de empresas do agronegócio.
Mas nada de
representação. Então ela disse que o agro está rachado. Inclusive, disse que eu
sou membro da Sociedade Rural Brasileira. Eu pedi desfiliação da Sociedade
Rural Brasileira já em 2020, em abril de 2020.
Então, para você ver
como a imprensa brasileira, que é formada nessas verdadeiras escolas de
militância política partidária e ideológica, que são as faculdades de
Jornalismo, eles não sabem nada. Eles não se aprofundam nas informações.
Eles falam qualquer
coisa, não pesquisam, não leem nada, vai tudo pelo diz-que-diz-que. Ela diz que
há um racha no setor do agro. Não existe racha nenhum. É exatamente a mesma
coisa.
É que nem as pessoas
que não entendem nada de polícia quererem falar de Segurança Pública, que o
senhor diariamente mostra essa realidade aqui. Vários especialistas em
Segurança querendo dar palpite em Segurança Pública.
Como o senhor disse,
nunca sentaram numa viatura, nunca estiveram numa companhia, num batalhão, numa
delegacia de polícia, numa audiência no Tribunal de Justiça, nos tribunais
criminais. E ficam querendo palpitar acerca da questão da Segurança Pública.
Então ela diz que
existe um racha. Na verdade, no mundo do agro, como nos demais mundos, existe o
mundo do agro, que é produtor rural, que é quem produz, que é quem está lá na
frente, no campo, ordenhando a vaca, plantando soja, plantando milho, plantando
hortifruti, plantando alface, cenoura, tomate,
criando gado, porco, galinha, aves. Esse é o produtor rural.
E o mundo do
negócio. Quem é o mundo do negócio? São os grandes conglomerados, empresas do
agronegócio. Fazem máquinas, equipamentos, defensivos agrícolas, fertilizantes,
serviços financeiros, comercialização. Esse tipo de coisa. Então um precisa do outro. Um precisa dos
produtos e o outro precisa do cliente. Que somos nós, produtores rurais.
Como ela não entende
nada, dona Viviane Taguchi, a diferença entre agro e negócio, ela acha que é
tudo a mesma coisa. Que nem a doutora Janaina: tem gente que não sabe a
diferença de promotor, juiz, procurador, delegado de polícia.
Acha que é tudo a
mesma coisa. Então ela diz que está tendo um racha. Na verdade, não tem racha
nenhum. É que o pessoal do negócio tem uma pauta, e o pessoal do agro tem outra
pauta.
O pessoal do agro,
depois de passar anos com falta de rentabilidade do seu negócio, agora está
tendo renda. E o pessoal do agronegócio, que era acostumado a ter acesso às
altas hostes dos governos, e principalmente crédito a juros bastante
interessantes em outras épocas, governo aquele que a professora Janaina ajudou
a nos libertar, então eles estão revoltadinhos.
Então, eles ficam
fazendo cartinha contra o presidente da República, esculhambando o presidente
da República, a política ambiental do presidente da República, o governo como
um todo.
O presidente da Abag, que é Associação Brasileira do Agronegócio, que eu
desafio aqui a jornalista Viviane Taguchi a pegar qualquer uma das 77 afiliadas
da Abag e mostrar uma que é representativa de
produtores rurais, uma, se ela me mostrar uma, eu renuncio aqui a meu mandato
no dia seguinte. As 77 afiliadas da Abag são empresas
que fazem essa sorte de serviços que eu coloquei aqui.
E seu presidente, que é
uma pessoa, no meu entender, absolutamente desqualificada, que diminui a
entidade, a Abag como entidade, fez uma carta
ridícula, ridícula, atacando o governo federal e o presidente Bolsonaro, num
momento que o Brasil está fazendo um grande sucesso no campo, através das
exportações, da balança comercial. E o campo, mais uma vez, Coronel Telhada,
não deixou o Brasil na mão, nem a sua população interna nem a população
externa.
Ah, vão falar que o
feijão está caro, que a alimentação subiu. É verdade, mas também, no ano
passado, uma tonelada de adubo custava 2.400 reais e hoje custa 5.300 reais
para nós, produtores rurais.
Resinas plásticas,
máquinas, equipamentos, motores elétricos, motores a diesel, tubulação para
irrigação, tudo isso teve uma alta de pelo menos, pelo menos 80%, em média. Por
exemplo, resinas plásticas, que se usa para fazer tubo de PVC, subiu 114% em um
ano. Então, o custo não aumentou só para a população em geral, aumentou para
nós também.
Mas como o presidente
da Abag, que eu não vou citar o nome dele porque,
como diz o deputado Coronel Telhada, tem muita gente que faz de tudo para a
gente citar o nome, mas não vou citar o nome dele de tão desqualificado que ele
é. Ele diminui, ele denigre a Abag, que tem
legitimidade para representar os seus afiliados.
Ele decidiu agredir a
classe produtora, atacar a classe produtora, dizer que há uma divisão, que não
existe essa divisão, e criar uma realidade que não existe, que é o que o agro
está brigando entre si. Não está brigando nada. O agro está vivendo um
excelente momento no Brasil, e o presidente da República e a ministra Tereza
Cristina têm total apoio do setor produtivo brasileiro.
Então, não acreditem
nessas matérias mentirosas, porque normalmente elas são pagas pelos
interessados, que são normalmente - quem é do campo vai entender o que eu vou
falar - bezerros desmamados que eram muito mal-acostumados em governos
anteriores e que agora não conseguem, não sabem trabalhar neste ambiente que
nós estamos vivendo hoje.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
TENENTE NASCIMENTO - SEM PARTIDO - Seguindo
a lista de oradores inscritos, quero chamar novamente à tribuna a deputada
Janaina Paschoal. Deputada Janaina Paschoal tem o tempo regimental de cinco
minutos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Eu gostaria de conversar sobre um tema que tem me
preocupado muito, porque é um tema que diz respeito à liberdade individual.
Eu
estou convencida de que muitos gestores estão incorrendo em um verdadeiro abuso
de autoridade ao proibirem os indivíduos, os cidadãos, de ingressarem em
estabelecimentos, de participarem, inclusive, de cultos religiosos, se não
comprovarem a vacinação completa.
Vejam,
eu nunca falei contrariamente à vacinação. Eu sempre defendi a responsabilidade
na vacinação. Sempre defendi analisar as pesquisas, em termos de segurança da
vacinação.
Então,
que fique claro, não estou aqui falando contra a vacinação no geral, nem contra
vacinação no caso da Covid. Na maior parte das vezes
que recebi e-mails, telefonemas, mensagens de cidadãos, eu disse isso aqui, foi
pedindo para eu oficiar, fazer indicações, requerimentos de informação, para
que grupos não considerados prioritários, em um primeiro momento, fossem
contemplados com a vacinação.
Porém,
há alguns indivíduos que não desejam se vacinar, ou que desejam ficar na
primeira dose, porque não se sentiram bem na primeira dose, tiveram uma reação
alérgica, entendem que é uma proteção suficiente.
Existe
uma minoria, muito minoria mesmo, que não quer se vacinar, e é intrigante que
muito se fala em respeitar as minorias, porém, só se quer proteger as minorias
que interessam. As pessoas estão sendo ameaçadas de sindicância, de processo
administrativo, de demissão.
Hoje,
na Itália, baixou-se uma decisão, de que quem não quiser se vacinar não perde o
emprego, mas perde o salário. Isso é absolutamente inconstitucional aqui, ou em
qualquer canto do mundo, porque tem a ver com alimentação.
Fere
os direitos naturais. Tem a ver com sobrevivência. E, como virou moda criar
norma, estabelecendo esse tal desse passaporte sanitário, muitos são os
municípios no estado de São Paulo que estão
legislando nesse sentido.
Estava
vindo para cá e chegou um e-mail, tratando de uma situação no ABC. Tenho aqui
em mãos o Decreto nº 5.745, deste ano, na verdade, de ontem, promulgado pela
Prefeitura Municipal de Cosmópolis.
Venho
recebendo muitos vereadores de Cosmópolis ultimamente. O prefeito, nessa norma,
institui o programa de passaporte da vacina anticovid,
e recomenda a todos os estabelecimentos do município que solicitem, para
acesso, a comprovação vacinal.
Ele
determina, por exemplo, que templos, cinemas, com frequência de mais de 100
pessoas, exijam a comprovação. Será que esse é o caminho? Será que o caminho é
estabelecer mais uma forma de discriminação? Tem um
colega aqui da Casa que acabou de apresentar um projeto para proibir deputados
que não tenham as duas doses de ingressarem no plenário. Será que esse é o
caminho? Então, eu peço reflexão.
Num dos muitos e-mails que eu recebi, a pessoa dá a notícia - eu
confesso que desconhecia - de que no Rio de Janeiro uma
deputada federal com um deputado estadual se uniram e conseguiram
suspender o tal passaporte sanitário. E a pessoa que me escreveu pede para que
eu faça a mesma coisa. Eu venho trabalhando na seara Legislativa.
Alguns colegas já apresentaram projetos nesse sentido. Se eu não estou
equivocada, o Douglas Garcia foi um dos que apresentou. Eu apoio esses
projetos, porque entendo que é uma invasão de privacidade, da intimidade, uma
imposição que o Direito não alicerça, mas preciso que os cidadãos de São Paulo
compreendam que apesar de eu ser advogada - olhe que coisa intrigante, e eu
falo isso com muita dor - eu estou impossibilitada de advogar para o povo de
São Paulo. Olhe que intrigante.
Eu confesso
que isso foi um choque, porque eu sempre amei advogar; eu sempre me senti muito
completa na advocacia. Mesmo o processo de impeachment, do qual eu tenho o
maior orgulho, muitas vezes eu, no meio daquela dificuldade
toda, dizia: agora eu vejo sentido por que eu fiz Direito; agora eu
entendo porque eu fiz Direito. Então, eu poder advogar sempre foi algo muito
importante para mim.
Quando eu
entrei aqui, o primeiro embate em que eu me envolvi foi com relação ao
Minhocão. Não sei se os senhores vão se lembrar, fiz até uma audiência pública.
Eu estava determinada a entrar com um mandado de segurança para impedir a
construção de um parque no Minhocão.
Pois bem,
foi por Deus que eu consultei a Procuradoria da Casa e os procuradores da Casa
disseram: “Doutora, se a senhora propuser uma ação em prol da cidadania na
condição de advogada, vão entender que a senhora está usando a sua expertise
para envolver o povo.
É como se
fosse uma espécie de compra de voto”. Então, é um absurdo, porque eu sou uma
deputada, mas eu também sou uma advogada. Eu saí do escritório do qual eu era
sócia para me dedicar integralmente aqui à Casa, mas eu gostaria de poder usar
o meu conhecimento, a minha capacidade postulatória em prol da sociedade.
E o que eu
recebi de informação - e eu confio na Procuradoria da Casa - é que se eu fizer
isso eu posso perder o mandato. Então, eu preciso que o povo entenda, porque as
pessoas ligam no gabinete o tempo inteiro; me mandam e-mail dizendo: “Eu votei
na senhora, a senhora é advogada e a senhora não faz nada”.
Além de eu pessoalmente não poder fazer isso, os assessores
jurídicos na Assembleia, assessores do meu gabinete ou da liderança, não podem
advogar nessas ações. Eu quero deixar muito claro. São ações em que ninguém
ganharia nada. São ações em prol da cidadania.
Se eu
permitir que um funcionário assine uma ação, um mandado de segurança, uma ação
civil pública em prol da cidadania, serei eu processada, o funcionário será
processado.
Simplesmente
não pode. “Vocês têm advogados de partido”. Eu não tenho. Não tenho poder nenhum no partido em que eu
estou, o presidente é testemunha disso. Se eu quiser acionar, eu vou ter que
contratar um escritório
de advocacia.
Então é muito
complicado. O meu trabalho hoje é um
trabalho parlamentar. É um trabalho de apresentação de projetos, de envio de ofícios,
de falar muito do que ninguém
pode falar, e daí a importância
desse trabalho. Agora, o trabalho advocatício
eu não posso fazer. Então,
“Por
que a senhora não entra com uma ação?”
Porque eu estou aqui como parlamentar.
Eu estou aqui como
parlamentar, daí a constatação,
que muita gente só tem
depois que entra na política,
de que muitas vezes o cargo retira alguns poderes da
gente. Isso até deveria
ser tema de reflexão, tema de debate acadêmico.
Aliás, o papel do
parlamentar é pouco
estudado no nosso País.
Então quero aqui
dizer mais uma vez que tudo o que eu posso fazer nessa
seara eu estou fazendo: defendendo a vida, defendendo a Saúde,
defendendo a vacinação para quem deseja se vacinar; defendendo o direito
daqueles poucos, pouquíssimos,
que não desejam, serem respeitados na sua decisão; manifestando-me frente às
autoridades, tenho falado com secretários,
com ministros, levando essa argumentação jurídica.
Infelizmente eu não posso fazer mais do que isso.
O brasileiro sempre reclama que político
é mentiroso; quando
um político fala a
verdade, diz, “olha, eu não tenho
como ir além”, aí ele
fica incomodado.
Prefiro incomodar com a verdade do que enganar
com uma mentira. Eu estou fazendo o que pode ser feito. Peço
encarecidamente às autoridades do
Poder Executivo: revejam a violência
desses passaportes medicinais, vacinais ou sanitários,
como queiram denominar.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
A SRA. JANAINA
PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência vai querer
fazer uso da palavra? (Pausa.) Então, havendo acordo de lideranças, eu solicito a
V. Exa. o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - SEM PARTIDO - Antes, porém, quero compactuar
com a sua fala importante sobre atestado de vacina, ou o que isso tem a ver na
prática. Então pedimos
aí às autoridades sanitárias, autoridades de Saúde, que possam
realmente rever, reconsiderar.
Nos nossos templos na igreja, nossos templos evangélicos, realmente nós estamos tomando todos os cuidados, todas as
medidas protocolares - a questão do álcool em gel,
medidor de temperatura.
E temos mantido o espaço assim concedido.
Então pedimos que revejam, que possamos agir com muita sabedoria e com
entendimento, para que possamos dar prosseguimento a esse combate à Covid, a
essa pandemia.
Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar
por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental,
sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 22
minutos.
* * *