28 DE SETEMBRO DE 2021
15ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: PROFESSORA BEBEL, CARLÃO PIGNATARI, MARIA LÚCIA
AMARY e WELLINGTON MOURA
Secretaria: CARLA MORANDO, PATRICIA BEZERRA e MARIA LÚCIA
AMARY
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PROFESSORA BEBEL
Assume a Presidência e abre a sessão. Determina um minuto de
silêncio em homenagem ao ex-deputado Carlos Neder, vitimado pela Covid-19.
2 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Assume a Presidência. Coloca em discussão o PLC 26/21.
3 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, elogia o ex-deputado Carlos Neder.
4 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Discute o PLC 26/21 (aparteado pelo deputado Carlos
Giannazi).
5 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, afirma que tradicionalmente esta Casa
suspende a sessão quando do falecimento de parlamentar ou ex-parlamentar.
6 - TEONILIO BARBA LULA
Para questão de ordem, solicita à Presidência a transmissão
ao vivo da sessão, na TV Assembleia.
7 - WELLINGTON MOURA
Para comunicação, anuncia a visita de Artur Alaor, vereador à
Câmara Municipal de Praia Grande.
8 - PROFESSORA BEBEL
Para questão de ordem, defende a aplicação do art. 18 do
Regimento Interno, ao trâmite do PLC 26/21.
9 - ARTHUR DO VAL
Discute o PLC 26/21.
10 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Arthur
do Val.
11 - ARTHUR DO VAL
Para comunicação, tece considerações sobre faltas de
professores.
12 - TEONILIO BARBA LULA
Discute o PLC 26/21 (aparteado pelos deputados Campos
Machado, Sargento Neri e Emidio Lula de Souza).
13 - MARIA LÚCIA AMARY
Assume a Presidência.
14 - PROFESSORA BEBEL
Solicita verificação de presença.
15 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando constatado o quórum.
16 - MÁRCIA LULA LIA
Para comunicação, lê artigo de lei que permite seis faltas
abonadas a professores.
17 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Assume a Presidência.
18 - ARTHUR DO VAL
Para comunicação, tece considerações sobre 36 faltas de
professores, sem desconto de salários.
19 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Solicita à galeria o comportamento regimental.
20 - MAJOR MECCA
Discute o PLC 26/21 (aparteado pelos deputados Professora
Bebel e Conte Lopes).
21 - MÁRCIA LULA LIA
Para questão de ordem, defende a aplicação do art. 31 do
Regimento Interno ao trâmite do PLC 26/21.
22 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Informa que deve dar resposta em momento oportuno.
23 - CAIO FRANÇA
Discute o PLC 26/21.
24 - ENIO LULA TATTO
Discute o PLC 26/21.
25 - WELLINGTON MOURA
Assume a Presidência.
26 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PLC 26/21.
27 - PROFESSORA BEBEL
Solicita verificação de presença.
28 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Indefere o pedido, ante a constatação visual de quórum.
29 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, afirma que não há deputados dispostos a
defender o PLC 26/21 na tribuna.
30 - PROFESSORA BEBEL
Solicita verificação de presença.
31 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Indefere o pedido, ante a constatação visual de quórum.
32 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Solicita verificação de presença.
33 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando constatado o quórum.
34 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Discute o PLC 26/21 (aparteado pelo deputado Campos Machado).
35 - SARGENTO NERI
Solicita verificação de presença.
36 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Indefere o pedido, ante a constatação visual de quórum.
37 - PROFESSORA BEBEL
Para questão de ordem, critica a Presidência pela conduta
diante da verificação de presença.
38 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Afirma que houve constatação visual de quórum regimental.
39 - CAMPOS MACHADO
Solicita verificação de presença.
40 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando constatado o quórum.
41 - ISA PENNA
Solicita verificação de presença.
42 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA
Indefere o pedido, ante a constatação visual de quórum.
Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término
desta sessão. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência
e abre a sessão a Sra. Professora Bebel.
* * *
A SRA. PRESIDENTE -
PROFESSORA BEBEL - PT -
Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior.
Ordem do Dia
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
A SRA. PRESIDENTE -
PROFESSORA BEBEL - PT - Neste
momento, eu agradeço ao presidente da Casa, deputado Carlão Pignatari, para
fazer uma singela homenagem a um deputado que fez parte desta Casa por três
legislaturas, deputado Carlos Alberto Pletz Neder, ou
Carlos Neder, como era conhecido.
Deixou-nos, no último
domingo, com 67 anos de idade. Carlos Neder era formado em Saúde Pública, pela
Unicamp. Lutou bravamente em defesa da Saúde, Educação e Economia Solidária.
E eu pediria para os
Srs. Deputados e as Sras. Deputadas um minuto de silêncio, em memória a esse
grande lutador.
* * *
- É feito um minuto de
silêncio.
* * *
A SRA. PRESIDENTE -
PROFESSORA BEBEL - PT - Carlos
Neder, Carlos Neder, Carlos Neder sempre. Obrigada. Eu gostaria, em nome da
bancada do Partido dos Trabalhadores, de agradecer ao presidente, Carlão
Pignatari.
Muito obrigada, Carlão.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Carlão Pignatari.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
Professora Bebel.
O SR. CAMPOS MACHADO
- AVANTE - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Discussão
e votação do Projeto de lei Complementar nº 26, de 2021, de autoria do Sr.
Governador. Institui bonificação por resultados, no âmbito da administração
direta e autarquias, e cria a Controladoria Geral do Estado.
Para falar contra, o deputado Dr. Jorge do Carmo. Pois não, deputado
Campos Machado.
O SR. CAMPOS MACHADO
- AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria, em
nome do partido, do Avante, fazer duas menções ao meu amigo, o saudoso deputado
Neder.
Primeiro, o que dizia
Olavo Bilac, que os grandes homens não morrem, ficam encantados. E segundo,
Mário Quintana, que dizia que os grandes homens não morrem, viram estrelas.
E o meu amigo, deputado
Carlos Neder, seguramente pela sua história, pelo seu passado e a sua
trajetória de vida é hoje uma estrela a guiar todos nós, e seguramente é um
exemplo que esta Casa tem que seguir, em nome da história, da tradição, da fé e
do amor.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Com
a palavra o orador, deputado Jorge do Carmo.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Assim
que terminar, o senhor tem o direito à ordem. Por favor, deputado, obrigado.
Por favor, deputado Dr. Jorge do Carmo.
O SR. DR. JORGE LULA
DO CARMO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Boa noite, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público da TV Alesp, servidores aqui presentes, policiais militares.
Sr. Presidente... Deputado Carlos Giannazi, quer usar a palavra? Por favor.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, deputado Jorge do Carmo,
já que o presidente não me deu a palavra, mas V. Exa. sempre democrático...
Primeiro, fazer uma homenagem também ao deputado Carlos Neder.
Fui vereador com ele na
Câmara Municipal, deputado aqui, mas conhecia o deputado Carlos Neder bem
antes, quando ainda militante do movimento de Saúde, no Jardim Nordeste,
defensor do SUS, secretário da Saúde do governo da Luiza Erundina. Então, ele
merece todas as nossas homenagens e um dos, com certeza, políticos mais éticos
de São Paulo, na Câmara Municipal e aqui na Assembleia Legislativa.
E por fim, deputado
Jorge do Carmo, V. Exa. está acompanhando como o PSDB, como o Tucanistão é contraditório. Vejo aqui os nossos colegas,
professores, servidores, poucos, porque eles não podem entrar. Mas o Rossieli “Weintraub”, o
secretário estadual de Educação, vai promover um evento macabro com quase cinco
mil diretores e diretoras em Serra Negra.
Ele vai aglomerar quase
cinco mil pessoas: supervisoras de ensino, diretoras, dirigentes de ensino num
espaço fechado. Para fazer o quê? Uma reunião de trabalho. Saiu uma convocação
no Diário Oficial, olhe que absurdo. Então, para aglomerar, para contaminar os
profissionais da Educação.
Pode? Agora, no nosso
plenário nós só temos aqui poucas pessoas entrando, para participar de uma
votação tão importante que vai prejudicar imensamente todos os servidores do
estado de São Paulo.
Então, queria fazer
aqui essa observação. Para aglomerar em Serra Negra, para contaminar
profissionais da Educação pode, agora, para entrar na Assembleia Legislativa
tem restrições. Que contradição.
Muito obrigado,
deputado Jorge do Carmo, pela sua postura democrática.
O SR. DR. JORGE LULA
DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi, professor Carlos Giannazi. Eu quero, antes de começar
minha fala aqui sobre o PLC 26/21, também falar aqui da tristeza que esta Casa
está sentindo pela perda de um grande companheiro, grande deputado, Carlos
Neder.
Eu conheci também o
Carlos Neder quando ele era secretário municipal de Saúde, do então governo do
Partido dos Trabalhadores, e a prefeita era a deputada federal Luiza Erundina.
Um grande secretário,
um grande vereador, um grande deputado estadual, acima de tudo um grande
companheiro que, infelizmente, mais uma vítima dessa doença que já levou mais
de quase 600 mil pessoas, infelizmente.
Mas, Sr. Presidente, eu
quero falar hoje também de uma questão que estamos vivenciando no Congresso
Nacional, esta semana. O despejo, o despejo zero, graças a Deus e à força
política dos nossos deputados do Partido dos Trabalhadores, da nossa bancada e
também dos demais deputados que corajosamente tiveram coragem de derrubar o
veto do Bolsonaro, que tinha definido, foi aprovado na Câmara Federal, a
proibição das reintegrações de posse, do despejo no Brasil enquanto perdurar a
pandemia da Covid-19.
Veja bem, Sr.
Presidente, o PL 827/20, dos deputados Natália Bonavides, do PT do Rio Grande
do Norte, Professora Rosa Neide, do PT do Mato Grosso, e André Janones, do Avante de Minas Gerais, que haviam apresentado
um projeto de lei para proibir a execução de ordens judiciais dos despejos,
enquanto perdurasse a pandemia da Covid-19.
E o Bolsonaro, de forma
covarde, vetou esse projeto. Mas o Congresso Nacional derrubou o veto, porque
se trata de um projeto humanitário, e uma questão, inclusive, humanitária,
porque é direito à moradia. As pessoas estão passando fome, não têm emprego,
como é que vão ter dinheiro para pagar aluguel, como é que vão ter dinheiro
para comprar sua moradia?
Então, foi de forma
brilhante e corajosa que o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente da
República, Jair Messias Bolsonaro.
Porém, esta Casa também
tem que ter essa coragem, deputado Teonilio Barba. Esta Casa também tem que ter
essa coragem, porque nós aprovamos aqui, deputado Campos Machado, a duras
penas, com muita dificuldade, o Projeto de lei nº 146, de 2020, de autoria da
nobre deputada Leci Brandão, do deputado Maurici, do Partido dos Trabalhadores, e deste deputado que
vos fala.
O
SR. CAMPOS MACHADO - AVANTE - Pela ordem, Sr.
Presidente. Com anuência do orador, eu queria pedir uma questão de ordem, se
ele concordar.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Pode falar, deputado
Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - AVANTE - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, tradição esta Casa sempre
teve. Eu tenho oito mandatos, 32 anos. E o que reza a tradição, deputado Diniz?
Quando morre um deputado, quando falece um deputado, a Assembleia só tem uma
maneira de lhe prestar uma homenagem: suspender a sessão.
E não foi feito isso em
função do deputado Carlos Neder. Com o devido respeito, toda vez que falece um
deputado, eu estou aqui, eu levanto essa questão de ordem, como se fosse uma
homenagem que as estrelas prestam a um homem de bem, e nós referendamos aqui,
com nossos corações e nossas almas.
Então, eu gostaria de que
esta Casa, em nome da tradição, suspendesse esta sessão, em homenagem ao
saudoso deputado Carlos Neder.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Com a palavra o
deputado Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sr. Presidente, eu
concordo, tenho que concordar com o deputado Campos Machado, que seria uma
forma honrosa de esta Casa aqui homenagear, infelizmente, a perda de um grande
deputado que esta Casa teve, a alegria de ter entre os pares aqui. Mas essa é
uma decisão de V.Exa., Sr. Presidente. Espero que V. Exa. reveja e conceda a
suspensão desta sessão.
Mas eu falava, Sr.
Presidente, que esta Casa deverá, eu espero, que também tenha coragem de
derrubar o veto ao projeto que foi aprovado aqui, o 146, da deputada Leci Brandão, deste deputado que vos fala e do deputado Maurici, que esta Casa tenha a coragem, que foi vetado pelo
governador João Doria.
Nós esperamos que esta
Casa consiga também fazer esse gesto, porque também é uma demonstração de
humanidade. Nós estamos vivendo momentos muito difíceis. As pessoas não têm
dinheiro sequer para comprar comida, quiçá para pagar aluguel, quiçá para ser
despejado e não ter para onde ir. Não têm para onde ir.
Então, esperamos, porque
estamos falando de uma decisão que esta Casa tomou. Nós estamos falando de uma
decisão que foi tomada no Congresso Nacional, e também estamos falando de uma
decisão que o ministro Luís Roberto Barroso também assim determinou.
No entanto, esta Casa não
pode se acovardar e deixar de derrubar o veto ao Projeto nº 146, de 2020, que é
o projeto que desautorizava, autorizava não fazer despejos nas áreas que foram
ocupadas, infelizmente, porque as pessoas não têm onde morar, porque não tem
política de Habitação no nosso Estado.
Fui falar com o
secretário esta semana, e o secretário falava que "a conta não fecha, que
não dá para a gente fazer moradia, porque o Bolsonaro não faz a sua
parte". Mas, e o Estado está fazendo a parte dele? E o estado de São Paulo
está fazendo o quê? Extinguindo a CDHU. Nós vimos aqui a aprovação do PL 529, o
famigerado PL 529, que autorizou a extinção da CDHU.
Eu disse lá para o
secretário, eu apresentei um requerimento, deputado Enio, para o secretário de
Habitação, Sr. Flavio Amary, e já vai fazer
aniversário. Em novembro agora faz aniversário. Não respondeu.
Por que não respondeu?
Certamente porque tem as perguntas que não são perguntas difíceis. São
perguntas relativamente fáceis. Mas é porque não tem uma definição clara. E
disse que não vai ter nenhum, que nada vai ser suspendido. Mas a gente sabe
quantas áreas da CDHU estão irregulares. Quantas pessoas que não terminaram de
pagar, e não sabem como vai ficar.
Então, falta política,
falta destinação de recurso para moradia popular, porque estamos falando de um
direito social e constitucional, previsto na Constituição Federal. Mas, Sr.
Presidente, eu também quero falar, aliás, no Rio de Janeiro foi aprovada uma
lei, a Lei nº 9.020, de 2020, projeto de autoria do deputado André Ceciliano, presidente da Alerj. E
hoje é lei lá a proibição das reintegrações de posse e dos despejos.
Mas São Paulo, esta Casa
teve a oportunidade de aprovar, mas o governador, infelizmente, vetou. Eu
espero que esta Casa tenha a hombridade de tomar essa decisão e derrubar o veto
ao Projeto nº 146, de 2020, para que nós tenhamos dignidade com as pessoas que,
infelizmente, não têm onde morar.
Mas hoje nós estamos
discutindo o PLC 26/21. É mais uma maldade que o governador João Doria traz
aqui para nossa Casa. E a gente aqui vê que só tem deputados da oposição
inscritos para falar, porque os deputados da situação talvez não tenham coragem
de defender o projeto.
De tão ruim que é, de tão
maldoso que é, os colegas deputados talvez não tenham coragem de vir para a
tribuna dizer que é bom, porque depois terão, certamente, problemas na sua base,
para dizer que a bonificação por resultado é uma coisa boa. É a futura perda
dos cargos das pessoas, dos servidores públicos.
É exatamente no mesmo
caminho da PEC 32, do Bolsonaro, que apresentou lá para a famigerada reforma
administrativa. E aí, o Doria é tão afoito, que está disputando quem faz mais
maldade para o povo.
Foi assim na reforma da
Previdência e é assim também na reforma administrativa, porque a PEC 32 ainda
está em tramitação. Mas o PLC 26 já antecipa: "Olhe, eu quero demonstrar
que eu sou mais competente para fazer maldade com o povo, do que o
Bolsonaro". Então, o Doria está com muita pressa.
E aí eu acho lamentável
que os colegas deputados não tenham a coragem de vir aqui à tribuna para falar
dos projetos, que esse PLC é bom, é maravilhoso. Para piorar a vida do
servidor, para piorar a vida dos ocupantes de cargos públicos, que muitas vezes
já são mal pagos, mal remunerados, que têm dificuldades, que não têm o
reconhecimento do Estado. Mas, na verdade, as pessoas não têm coragem de fazer ...
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Por favor,
deputado, deixe o orador terminar. Faltam dois minutos e 42 segundos. Assim que
tiver... Por favor, não há... É só o tempo do orador, por favor. Não tem
questão de ordem para o orador na tribuna.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Presidente, é que na tela
da TV Alesp estão aparecendo outras pessoas, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Está bom.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - É essa a questão de ordem. Tem que
botar a TV Alesp ao vivo.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Vamos verificar o
que está acontecendo. A palavra está com o deputado Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Barba.
O senhor tem toda razão, que está passando ali, mas não é a sessão. Vossa
Excelência havia pedido para a TV Alesp transmitir a sessão, mas eu vou
esperar.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pare o tempo do deputado
Jorge do Carmo. Já voltou, deputado Jorge. Houve um problema técnico. Desculpe,
deputado Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente.
Eu estava falando do PLC 26. Aliás, fui tão interrompido na minha fala e toda hora
eu interrompia o raciocínio. Mas não tem problema.
A gente estava falando
exatamente que não são coisas boas. A Controladoria do Estado, imaginem, o
governador tem uma mania de apresentar situações diversas, assuntos distintos
no mesmo pacote, no mesmo projeto. O que tem a ver a criação da Controladoria
Geral do Estado com esta questão aqui?
Eu acho que a iniciativa
é boa, mas sabe para quê? Para investigar os crimes de corrupção da Dersa, do
Metrô, da CPTM. Para isso seria necessário, mas não para essa questão da
reforma administrativa.
Então, as denúncias do
Rodoanel, as denúncias de direcionamento de licitações, do Metrô, da CPTM, da
merenda escolar, que foi discutida nesta Casa, isso sim; para isso seria
importante criar a Controladoria.
Sr. Presidente, indo aqui
para o final da minha fala, é para dizer que esse projeto, esse PLC, é mais uma
maldade do governador João Doria. Acontece que as contratações por tempo
determinado são realizadas com base em circunstâncias para atender à
necessidade temporária, e o servidor público não pode ficar à mercê de uma
insegurança jurídica.
Então, é preciso que nós
tenhamos, para o servidor do estado de São Paulo, a segurança jurídica, a
certeza de que ele sabe o que pode acontecer. Esse projeto traz muita insegurança
jurídica para os servidores do estado de São Paulo. Por isso, Sr. Presidente,
nós não podemos concordar com mais essa maldade que o governador João Doria
apresentou para nós aqui.
Então, termino dizendo
para os deputados que são aliados do governador que venham aqui defender. Se é
tão bom isso aqui para o servidor, por que é que não vêm na tribuna dizer que é
bom?
Por que é que a gente
aqui tem que ficar obstruindo, tem que ficar usando tudo que o Regimento nos
permite para que a gente não veja essa maldade ser aprovada com a brevidade que
o governador quer? Por isso, digo para vocês: nós vamos votar contrário a esse
PLC 26/21.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir,
deputado Jorge.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado.
O
SR. WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Uma comunicação, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado
Wellington Moura. Para falar a favor, deputado Vinícius Camarinha.
O
SR. WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Eu só
queria cumprimentar. Veio aqui visitar a Casa, a Assembleia Legislativa, o
vereador Artur Alaor, lá da Praia Grande.
Vereador, estamos sempre
à disposição. Seja bem-vindo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e
conte com o nosso mandato. Eu queria uma salva de palmas de todos os deputados,
por gentileza, ao vereador presente.
Obrigado, vereador, pela
presença.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado
Vinícius.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Eu gostaria de ceder o
meu tempo ao deputado Arthur do Val.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental. Com
a palavra o deputado Arthur do Val.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Assim que terminar
o orador, deputada Bebel, porque já teve uma questão do deputado Wellington
Moura. Pois não, deputado Arthur.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Deputado, presidente...
O
SR. ARTHUR DO VAL - PATRIOTA - Eu cedo. Eu cedo,
Carlão.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem precede.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada
Professora Bebel, a sua questão de ordem, por favor, então.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pois não.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não precede,
porque nós estamos combinando de fazer uma vez cada uma obstrução, porque sem
obstrução não há nenhum problema, e eu tenho que aceitar sem nenhum problema
isso.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu sei que o senhor
vai...
Obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputado Emidio, o
senhor quer falar alguma coisa ou não? Não?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr.
Presidente, formulo a presente questão de ordem com a finalidade de obter de V.
Exa. esclarecimento acerca da aplicação da alínea “d”, do inciso II, do Art.
18, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que
não foi seguido neste momento em que se discute o PLC 26, de autoria de V. Exa.
o governador do estado de São Paulo.
Passo
a explicar e desenvolver o questionamento que ora formulo. O dispositivo
regimental mencionado estabelece que é de competência e, portanto, de
responsabilidade do presidente da Alesp a negativa de que exista audiência de
comissão quando sobre a propositura já tenha havido a deliberação do número
regimental de comissões.
Então,
o que é dito na disposição regimental citada é que só se pode deixar de haver
deliberação de comissão quando o número regimental de comissões já tenha se
debruçado sobre a propositura.
Assim,
é mais do que evidente que não há um único artigo regimental que prevê que
alguma propositura possa tramitar sem que exista audiência de comissões
temáticas, o que, aliás, é questão óbvia, uma vez que o Regimento prevê a
existência das comissões e não há palavras inúteis na lei, nem é possível que
se admita que haveria, na norma, disposição que não devesse ser seguida.
Também
é dito que é de responsabilidade do presidente da Alesp esse indeferimento.
Ora, se é de responsabilidade do presidente da Alesp o envio das proposituras
das comissões e se é dito que apenas não se pronunciarão comissões se a
propositura já houver encaminhado pelo número necessário de comissões
temáticas, é mais do que óbvio que o PLC 26/21 tramita de forma não prevista no
Regimento.
A
questão de ordem se justifica, porque há necessidade do entendimento da Alesp
sobre o que é exercer plenamente uma legislatura. Face às inúmeras competências
que as comissões temáticas possuem e que não serão exercidas por omissão do
presidente da Casa, a solução que imagino que possa dar conta dessa contradição
é que o PLC, nos termos regimentos, seja retirado da pauta e tramite pelas
comissões, ainda que reunidas em congresso.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Professora Bebel. Com a
palavra, o orador deputado Arthur do Val.
O
SR. ARTHUR DO VAL - PATRIOTA - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Boa noite a todos. Eu vou aproveitar que hoje temos pessoas na galeria e vou
começar concordando aqui com um deputado petista, o deputado Jorge do Carmo.
Realmente, eu estou sentindo um pouco de falta de alguns parlamentares para
falarem a favor de um projeto.
Normalmente, isso
acontece mesmo. Quando o projeto é polêmico, poucas pessoas põem a cara a tapa
e mostram o seu voto. Eu faço o contrário: eu vou votar a favor desse projeto e
vou defendê-lo na tribuna a nas minhas redes, porque o projeto é bom. Não, não
é bom para mim, é bom para todo o estado de São Paulo e eu vou discutir aqui,
tecnicamente, o projeto.
Eu espero que vocês
tenham capacidade de ouvir. Uma coisa que vocês sabem que eu não fujo é de
sindicalista bravo comigo. Então, eu espero que a gente consiga discutir aqui
numa boa.
Eu vejo muita discussão.
Já perguntei para várias pessoas, gente que até veio me perguntar no WhatsApp:
“Vote contra” e não sei o que lá, perguntando onde que o calo está apertando,
onde que as pessoas estão insatisfeitas com esse projeto, e nós vamos direto
aqui no foco.
Existiu uma lei lá dos
anos 40 em que, por causa da distorção dos meses do dia 30 para o dia 31,
criou-se ali o abono por faltas abonadas. No fim das contas, hoje, como a gente
faz isso por horas, a gente tem uma lei defasada. O que é que aconteceu que o
pessoal está bravo aqui? Vamos lá, pessoal. As faltas abonadas de professor,
dos maus professores, vão cair de seis para zero.
Vamos trazer isso para a
realidade, vamos sair da parte técnica. Imagine que você é uma mãe de família;
você chega na segunda-feira, acorda cedo, porque você tem que trabalhar, aí
você vai acordar o seu filho, aquela dificuldade, não quer ir para a escola e
vem, e dá café, e pega condução, e deixa o seu filho na escola.
Chega lá na
segunda-feira, o professor faltou. Tudo bem. Terça-feira, a mesma história:
você acorda cedo, acorda o seu filho, dá café para ele, pega condução, leva
ele, professor faltou de novo.
Aí você trabalha até
tarde, chega tarde, acorda cedo na quarta-feira, leva o seu filho para a
escola, na quarta-feira o professor faltou de novo. Chegou na quinta, ele
faltou de novo. Chegou na sexta, ele faltou de novo. Passa o final de semana.
Na próxima segunda, o professor faltou de novo. Sabe quanto que é descontado do
salário dele? Zero reais.
Então, o que acontece é o
seguinte: não existe justificativa para o professor faltar seis dias sem ter
desconto no salário. E antes que vocês fiquem falando e me xingando, não
adianta me xingar. A minha mãe foi professora da rede pública, eu tenho uma tia
que é professora da rede pública até hoje, e os bons professores pagam pelos
maus professores, essa é a verdade.
Os bons professores pagam
pelos maus professores. É isso. Se eu quero defender os alunos de São
Paulo, e se eu quero defender os bons professores, eu tenho que acabar com a
mamata dos maus professores, e é isso que esse projeto faz. O secretário
Rossieli, eu tenho diversas críticas ao governo do João Doria, espero que não
se eleja nunca mais para mais nada. Agora, o secretário de Educação faz um
excelente trabalho, e esse projeto é maravilhoso.
Quer ver outra coisa que
está doendo aí para sindicalista que não gosta muito de trabalhar? O abandono
de trabalho passar de 30 dias para 15 dias. Gente, vamos lá: em que lugar você
trabalha que você pode ficar 29 dias em casa, aí você chega no dia 30 e está
tudo certo, como se nada tivesse acontecido? Isso é um absurdo. E vocês,
sindicalistas, não têm o direito de fazer isso com a educação dos nossos
filhos, vocês não têm o direito de fazer isso.
Vocês não podem faltar 29
dias e achar que está tudo bem. Não está tudo bem. A minha mãe, quando dava
aula, a minha tia, quando vai dar aula, elas sim se esforçam porque tem maus
professores que faltam e a gente vê o sacrifício que é para separar o joio do
trigo. E se precisa de alguém com coragem para fazer isso, eu venho aqui pôr
minha cara a tapa para defender o que é o certo.
E agora nós vamos chegar no auge aqui, no ponto
que o sindicalista vai ficar bravão, vai ficar até vermelho, da cor do PT: esse
projeto acaba com o absurdo que é greve de professor - é isso mesmo, parabéns,
virem de costas, não ouçam argumentos técnicos, ouçam somente o líder sindical
de vocês -, porque esse projeto aqui acaba com o poder dos maus professores
fazerem greve por qualquer motivo.
Explicando tecnicamente o
que acontece, hoje esse projeto dá o poder do Estado contratar os professores
temporários como foi o caso da minha própria mãe durante muitos anos.
O professor, falta,
falta, falta, falta, contrata-se um professor temporário. Agora, esses
professores não vão poder fazer parte de greve, porque se o Estado está
contratando-o de forma temporária para cobrir o rombo que deixam os maus professores
que faltam, isso é um instrumento de proteção do aluno.
Então, aqui, se tiver que
acabar com mamata de sindicalista para proteger as nossas crianças, eu tenho
coragem de vir aqui falar na cara de vocês que estão errados. Estão querendo
pegar privilégio e manter privilégio.
Aí uma coisa que me deixa
um pouco triste também é o seguinte: eu vim aqui semana passada e falei a favor
do projeto. Se não me engano, eu acho que fui o único deputado que falou a
favor do projeto.
Eu ouvi a oposição do Sr.
Campos Machado, que subiu aqui e falou que eu poderia estar votando a favor do
projeto porque eu estou negociando emendas, não é, Campos?
Acabou de sair uma
matéria na “Folha” dizendo quantas emendas discricionárias eu tive até hoje
aqui no meu mandato. Sabe quantas são, Campos? Zero. Eu não vendo meu voto por
emenda, eu voto por convicção.
Deixo um compromisso aqui
com o senhor: até o fim do mandato, eu duvido que vou ter uma emenda
discricionária sequer. Deixo um compromisso assinado aqui para o senhor. Está
dado aqui, falado com o senhor.
Outra pessoa que veio
aqui me atacar foi a Professora Bebel, que também, a gente sabe, não tem muito
argumento técnico contra o projeto, veio me chamar de “Mamãe Faltei”.
Professora, com todo o
respeito, o último que tentou fugir do debate técnico e falar que eu falto
passou uma vergonha em rede nacional, que foi o Celso Russomano, não sei se
você se lembra disso. Tenho 97% de presença nesta Casa.
Eu devo ter mais presença
aqui do que a senhora em sala de aula, a senhora sabe disso, não é? Há quanto
tempo você não pisa em uma sala de aula? Vamos ser sinceros, Professora Bebel.
A minha mãe e a minha tia estão dando aula, e a senhora? Os maus professores
têm que ser diferenciados dos bons professores, você tem que separar o joio do
trigo.
E vou falar uma coisa
aqui: uma das maiores brigas que nós temos que ter aqui é pelo aumento do
salário dos professores, e para isso nós precisamos de duas coisas: número um,
nós precisamos, como eu falei, acabar com a mamata dos maus professores, acabar
de ouvir sindicato de quem não gosta de trabalhar.
Esse é o primeiro ponto.
E o segundo ponto, eu faço um desafio aqui para qualquer deputado do PT, que é
a revisão do nosso pacto federativo.
Vocês sabem que 90% dos
recursos de São Paulo são retirados do nosso Estado para serem jogados lá em
Brasília, e desse dinheiro que vai para Brasília, olhe como a gente distribui o
dinheiro para a Educação: quanto pior vai o estado, mais dinheiro ele recebe.
Olhe o incentivo que nós
estamos dando. A gente chega para um governador de um estado deficitário, seja
ele Piauí, seja ele Maranhão, do Flávio Dino, do PCdoB, e a gente fala assim
para ele: “Olha, se o senhor aumentar os índices de Educação do seu estado, o
senhor vai receber menos dinheiro”. Que incentivo é esse?
Então, eu desafio aqui
qualquer deputado do PT a vir aqui e defender o pacto federativo atual, porque
vocês não podem atacar porque aí o PSOL ligado a vocês de outros estados vão
ficar bravos. Agora, eu quero ver vocês explicarem para o cidadão paulista,
para o professor paulista, para o aluno paulista, que o ICMS dele, que ele paga
no leite, no pão e em tudo que ele compra, 90% desse dinheiro não é para ficar
aqui. Esse dinheiro sai daqui para sustentar governador deficitário de outro
estado.
A gente tem que fazer uma
defesa do nosso Orçamento em Brasília. Isso é fundamental para que a gente
consiga aumentar salário de professor, aumentar salário de policial, aumentar
salário de servidor, aumentar o efetivo de nossos servidores, porque nós
estamos no estado mais rico da Federação, e os nossos policiais, por exemplo,
nós somos o pior estado em remuneração de policial.
Vocês querem ver uma
coisa? Sabe qual é o piso do professor aqui de São Paulo? Sabe quanto é,
Professora Bebel? Hoje... O quê? O piso salarial? Baixíssimo. Hoje nós pagamos
aqui dois mil reais em média para o professor de São Paulo. É um salário
extremamente baixo. Sabe quanto é que ganha o professor do Maranhão? Sabe
quanto ganha o professor do Maranhão, Professa Bebel?
Quanto ganha, a senhora
sabe? Mais de seis mil reais. Em São Paulo, dois mil e trezentos, é quase três
vezes mais do que o professor de São Paulo. Aí eu pergunto para a senhora: o
que o partido da senhora, quando esteve em Brasília por mais de dez anos, fez
pela revisão do nosso Orçamento? O que o PT, o que o sindicato de vocês fez
para defender o Orçamento de São Paulo?
Porque o dinheiro sai
daqui. O professor do Maranhão recebe três vezes mais do que o nosso não com o
dinheiro do Maranhão, é com o nosso dinheiro. Eu nunca vi um sindicalista fazer
greve ou reclamar para defender o orçamento de São Paulo.
Aí para continuar com
falta, para continuar com abandono de trabalho com mais de 30 dias, aí o
pessoal vem na Alesp, toca rap aí na frente, faz micareta aqui na frente da
Alesp. Agora eu quero saber na hora de defender tecnicamente o Orçamento de São
Paulo, aí ninguém aparece.
Então o seguinte, eu vou
deixar registrado, sou eu, Arthur do Val, que estou falando aqui, não tenho...
Imagine, me esconder de voto. Eu vou não só votar por esse projeto, mas eu vou
defender esse projeto aqui nesta Casa, em todas as minhas redes. O projeto é
bom, ele separa os bons dos maus professores.
Eu deixo o desafio aos
opositores para que façam pressão para revisão do nosso pacto federativo, para
finalmente a gente aumentar, de verdade, o salário dos professores, como a
minha mãe foi, com muito orgulho, a vida inteira, e não faltava em sala de
aula, não.
Obrigado.
A SRA. PROFESSORA BEBEL -
PT -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado. Pois
não? Para falar contra, deputado Teonilio Barba. Pois
não, deputada Professora Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL -
PT -
Eu gostaria de um direito de resposta.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputada. Vamos.
A SRA. PROFESSORA BEBEL -
PT - Quanto tempo eu tenho?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É uma
comunicação. Dois minutos, deputada.
A SRA. PROFESSORA BEBEL -
PT - PARA COMUNICAÇÃO - O deputado que subiu nesta tribuna
só sabe fazer o que ele não fez, só faz acusação e não tem nada, nenhum
conhecimento técnico, nem político-pedagógico, nem sabe o que é chão de escola
pública.
Vem aqui falar, por
exemplo: "O que o governo do PT fez?" Ótimo, boa pergunta do senhor.
O governo do PT, deputado "Mamãe Faltei", que falta 30 vezes, não
igual professor, porque precisa, às vezes, faltar seis vezes, deputado Barba,
ao ano. É isso o que ele não diz. Ele falta com a verdade quando ele sobe nesta
tribuna.
O governo do PT valorizou
os professores quando instituiu o piso salarial profissional nacional, que
hoje, vergonhosamente, este estado paga abaixo do piso, para pagar um pouquinho
mais da bonificação.
Ele não sabe de técnica
mesmo, ele não sabe nem da política educacional brasileira, nem do estado de
São Paulo, tampouco da realidade da Educação paulista e dos professores.
O senhor lave a boca para
falar de quem luta, está certo? Porque a luta do senhor é lá no celularzinho, criar fato. O senhor não tem história de
luta, o senhor é o "Mamãe Falei", "Mamãe Faltei",
"Mamãe não sei o quê", mas menos alguém que tem a moral de falar de
Educação.
Muito obrigada.
O SR. ARTHUR DO VAL -
PATRIOTA - PARA COMUNICAÇÃO - Eu só quero registrar que a
Professora Bebel acho que nem leu o projeto, ela nem conhece as leis. O
professor não tem seis faltas ao ano, não sei de onde a senhora tirou isso. O
professor tem 36, são 36... Está bom.
Era só isso.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputado. Com a palavra o deputado Teonilio Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA
- PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui, trabalhadores da
Educação que nos acompanham aqui na Assembleia, funcionalismo público do estado
de São Paulo, quem não gosta do funcionalismo público de boa qualidade é porque
carrega na sua vontade e sanha o gosto da corrupção. É por isso que trata
funcionalismo público dessa maneira.
Estou vendo ali o
Gervásio, que é trabalhador da Saúde, estou vendo ali vários trabalhadores da
Educação, da Saúde, do Sistema Penitenciário. Essas pessoas não sabem o que
vocês enfrentam.
Esse projeto tem um nome.
Daqui a pouco eu vou lhe dar um aparte, deputado Campos Machado. Esse projeto
tem um nome. O nome desse projeto é o Projeto 01, que se começou a discutir
aqui em 2019, Sargento Neri, e vários deputados foram enganados quando o
governo falou: "Vou desmembrar, tirar a Dersa fora, vou juntar duas
empresas, e as outras três eu fecho." Depois ele votou pelo fechamento da
Dersa. E vários deputados aqui, na maior covardia, votaram a favor desse
projeto, de fechar empregos.
Esse projeto tem um nome,
é o 899, que é dos precatórios, que reduziu os precatórios do estado de São
Paulo, que, depois de transitado em julgado, o governo era para pagar à vista,
de 31 mil para 11 mil reais. Nós fizemos uma batalha campal aqui para não
deixar isso acontecer.
Esse projeto tem um nome,
foi a reforma da Previdência do João Doria, antecipando o que ia acontecer lá
em Brasília, para mostrar quem é que tira mais direitos dos trabalhadores, das
trabalhadoras. Esse é o nome desse projeto aqui, o vinte e seis.
Esse projeto é a
continuação do 529, que nós montamos aqui a resistência, e o governo teve que
abrir os cofres com emendas de 30 milhões para quem votasse a favor, emenda de
20 milhões para quem votasse contra, para dar o quórum.
Esse projeto tem nome, é
esse nome desse projeto que tem uma turma de deputados que transitam em cima
disso. Esse projeto tem um nome, o deputado Arthur falou aqui: renda de
bonificação. Sabe o que é renda de bonificação? É a maneira, Sargento Neri, de
discutir a renda variável e prejudicar cada vez mais os trabalhadores do
funcionalismo público.
No setor privado, a gente
discute renda salarial, renda variável, através do quê? Através de participação
nos lucros e resultados. É lá que a gente discute a renda variável. Não é no
piso salarial, não é tabela de salários, não é no plano de cargos e salários,
não é no plano de carreira. É lá que se discute bonificação variável.
E essa bonificação
variável, para ser discutida aqui, Sargento Neri, é variada sabe de que
maneira? Pelos grupos de intersecretários. Como é que
o secretário da Segurança Pública vai avaliar um trabalhador da Educação? Como
é que o secretário da Saúde vai avaliar um trabalhador da Segurança Pública?
Esse projeto impede a
licença superior a 30 dias, começa a afetar a avaliação pessoal de cada
trabalhador e cada trabalhadora, Campos Machado. Então o deputado Arthur do Val
sabe muito, e ele é bom nisso, é um grande ator, está se mostrando nisso, ser
um cínico aqui da tribuna, desdenhar para ver se a gente entra na provocação
dele.
Eu tenho orgulho de ser
sindicalista, de ter tido 11 anos no setor moveleiro, 30 anos na Volks e na
Ford, além de ter catado lixo e lavado carro. Eu tenho a honra de andar ao lado
de vocês. Agora eu sei o lado em que eu quero andar.
Ele quer andar ao lado
dos riquinhos, é o mundo dele, não tem problema. Faz parte, cada um escolhe a
sua militância e onde quer estar. Então esse é o deputado Arthur do Val. Ainda
vou falar mais um pouco, mas eu vou passar, dar um aparte para o deputado
Campos Machado.
O SR. CAMPOS MACHADO -
AVANTE - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Barba, hoje
entra para a história. Assistimos a uma cena cômica. É a primeira vez, eu estou
há 32 anos aqui, que um líder do Governo passa a palavra para um deputado que
se diz da oposição.
Como dizia William
Shakespeare, com muita clareza: “Que bela aparência tem a falsidade”. Nunca
imaginei que eu fosse assistir nesta Casa o Sr. Arthur do Val falando em nome
do governo. Há de se perguntar ao deputado Arthur do Val: o senhor é contra o
funcionário público ou é a favor? Eu confesso que não entendi. Tem razão
Shakespeare, a falsidade, a aparência que estamos assistindo aqui nesta noite.
O SR. TEONILIO BARBA LULA
- PT - Obrigado, deputado Campos Machado. Um minutinho,
Sargento Neri.
O SR. SARGENTO NERI - SD
-
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Barba, há poucos meses muitos deputados
subiam aí ou davam entrevistas para a imprensa e chamavam os nossos
funcionários da Saúde de heróis. Muitos deputados falavam que os policiais que
estavam à frente da pandemia eram heróis.
E hoje aqui na Casa com o
PLC 26 e com a PEC 32 em Brasília para tirar direitos desses funcionários. Sou
contra, Campos, a PEC 32 e o PLC 26. Aqui nós não discutimos governo, nós
discutimos direitos. Eu não vi em nenhum desses projetos o Judiciário, o
Ministério Público e o Legislativo.
Por que querem massacrar
os funcionários do Executivo, que são os que menos gastam, são os que menos dão
gasto e são aqueles que são mais massacrados e os que mais trabalham? Então
deveria ter uma reforma no Judiciário, no Ministério Público, no Legislativo.
Está faltando a PEC 32 no PL 26, se for para fazer uma reforma, esses outros
poderes. É o que nós esperamos.
Obrigado.
O SR. TEONILIO BARBA LULA
- PT - É que os privilegiados não são discutidos. Esta Casa
chama de privilegiados, Sargento Neri, professores do ensino público, os
policiais que estão na rua enfrentando o mau tempo, enfrentando a bandidagem,
enfrentando o narcotráfico, enfrentando tudo.
Chama médicos, chama
enfermeiras, assistente social, esse é o pessoal que eles acham que tem que
fazer a reforma, porque é o número maior de trabalhadores que tem no Estado.
Você sabe por que não
está aqui o Poder Judiciário, nem está o Ministério Público, nem o pessoal da
Receita Orçamentária? Porque são chamados de exclusivamente do Poder Executivo,
exclusivamente do Estado, funções finalísticas do Estado. Então isolou um grupo
que eles chamam, e é uma defesa feita em nome do tecnicismo, da tecnocracia aí
fora, em defesa do Poder Judiciário, que eu não tenho nada contra, em defesa da
Defensoria Pública.
Aliás, nós ajudamos a
discutir a criação da Defensoria Pública, como ajudamos, nós, do movimento
sindical, do movimento social, Professora Bebel, ajudamos a discutir a criação
do Ministério Público na Constituição de 1988, defendemos a criação.
Então é esse pessoal e o
Poder Judiciário, Conte Lopes, aqueles que discutem o Orçamento do Estado, e
agora foi incluído na PEC 32 também o pessoal do exterior. Esse pessoal vai
fazer parte do chamado executivos exclusivos do Estado, das funções
finalísticas do Estado.
Então a reforma é para
atingir a massa dos trabalhadores. Como o documento que vocês fizeram, o
panfleto que vocês fizeram é para privatizar, é para precarizar direitos, é
para reduzir salário, é para criar condições de montar processo administrativo
para demitir funcionário público.
A bonificação por resultado
é exatamente isso, porque pega de vocês que tiveram afastamento por um
problema, por uma doença de 15 a 20 ou 30 dias, e impacta na avaliação.
Portanto, a bonificação sua será menor.
E vai chegar o momento em
que eles vão discutir a necessidade, Barros Munhoz, isso é um absurdo, se
existe a necessidade daquela função. A depender de como ela existe só paga 25%
daquela função, da bonificação daquela função, o abono de permanência.
A depender, se ela for
mais ou menos média, paga 50%, a depender, se ela for intermediária, paga 75%,
a depender, se ela for de extrema necessidade, aí se paga o abono permanência
de 100 por cento.
E o cara de pau do Arthur
do Val falou que está aqui para defender salário de professores e de
trabalhadores do funcionalismo público. Ele não leu o projeto, porque ele não
se atentou a isso no projeto. Na renda variável que estão propondo, na
avaliação, avaliação é para rebaixar.
No setor privado, tem
avaliação. Numa fábrica que tem organização sindical, sabe como é discutido, deputada
Márcia Lia, a avaliação de um trabalhador? A empresa fala: "Ele está mal,
com a nota assim e assado", nós vamos lá na área conversar com os
trabalhadores para saber se a empresa está falando a verdade. E na maioria das
vezes a empresa está mentindo.
No serviço público, é
pior ainda, porque o chefe diz quem é bom e quem é ruim e se não for o
movimento sindical os seus direitos, os nossos direitos não serão discutidos.
Então é disso que nós estamos falando. Por favor, deputado Emidio.
O SR. EMIDIO LULA DE
SOUZA - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Primeiro,
parabenizar Vossa Excelência. Segundo, dizer o
seguinte, além de tudo o deputado "Mamãe Falei" disse que ele é o
cara corajoso, que ele tem coragem de fazer isso aqui. Enfrentar professor não
é ato de coragem, é ato de covardia.
O SR. TEONILIO BARBA LULA
- PT - Muito obrigado, deputado Emidio. A outra questão é a
contratação por tempo determinado. A jornada de 24 horas, hoje no setor
privado, Bebel, já tem jornada de 27 horas semanais, que a empresa pode
contratar e tem que recolher todos os encargos sobre aquilo e paga as 27 horas
semanais para serviços especiais, que são feitos apenas na sexta-feira, a
partir das dez da noite, sábados e domingos, que dá uma jornada de 27 horas.
Eles estão propondo uma jornada de 24 horas.
A outra coisa é o tempo
de contratação voltar, o tempo de contratação por tempo determinado por dez
anos. Isso é uma maneira de o Estado ir burlando e não fazer concurso, não
fazer mais nada, ir derrotando cada vez mais o funcionalismo público do estado
de São Paulo e do Brasil, porque não é só no estado de São Paulo que isso está
sendo discutido, está sendo discutido aqui e no Brasil.
Você quer um aparte,
Professora? Então, meus queridos companheiros e companheiras, deputadas e deputados,
nesse projeto nós vamos ter que fazer dele uma luta hercúlea para derrotá-lo.
Bombeiro Nishikawa, você
e vários heróis de Brumadinho, vários heróis do Brasil inteiro nas queimadas,
nas barreiras que se destroem, os policiais na rua, hoje aqui alguém acusou que
nós, do PT, não gostamos da polícia. Eu tenho problema quando a polícia mata
inocente, mas eu nunca pedi para a polícia ficar morrendo na mão de bandido,
vocês nunca viram o PT defender isso aqui e a polícia é testemunha disso.
O crime tem que ser
combatido, é tarefa da polícia, não é tarefa de um presidente que quis armar o
povo, que é para o povo cuidar da Segurança Pública. Quem cuida da Segurança
Pública é a Polícia Militar, é a Polícia Civil, é a Polícia Científica, é a
Polícia Federal, é a Polícia Rodoviária Federal, são as Forças Armadas e a
Força Nacional.
Não é o povo armado que
vai cuidar da Segurança, o povo armado vai morrer com a arma na mão, porque ele
não tem a mesma habilidade que a polícia tem para lidar com uma arma.
* * *
- Assume a Presidência a
Sra. Maria Lúcia Amary.
* * *
Nós não vamos ficar aqui
assistindo a esses ataques ao Partido dos Trabalhadores, Dr. Jorge. Você tem
razão, nós aqui vamos defender as nossas bandeiras. Podem nos chamar de
comunistas, socialistas, trotskista, leninista, marxista. Eu não tenho
problema, porque eu sou isso mesmo. Eu sei com quem eu ando, eu sei com quem eu
quero andar, eu sei de que lado eu vou estar.
Eu quero estar sempre ao
lado dos trabalhadores, das trabalhadoras, seja na porta de fábrica, seja no
movimento de moradia, seja no movimento social, seja junto à comunidade
LGBTQIA+, seja com o movimento negro, seja com o nosso povo, que construiu
essas várias bandeiras que nós temos neste País hoje. Quem está depondo contra
essas bandeiras está se derretendo.
Tem gente que não
consegue sair dos 4% na pesquisa eleitoral. Esse é o João Doria. O Bolsonaro
estacionou ali nos 22%, mas dele mesmo, aqueles da direita fascista, raivosa,
são 10%, 12% que gostam dele, o restante vai ali meio que no embalo.
Mesmo os empresários
estão pulando fora do barco dele, mesmo o 7 de setembro que achavam que iam
botar 15 milhões de pessoas nas ruas e não botaram, por isso não consolidou o
golpe.
O maior desafio nosso é
fazer, Barros Munhoz, o presidente da República respeitar a Constituição
brasileira, que ele nunca respeitou, e não respeita.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL - PT - Pela
ordem, Sra. Presidente. Para pedir uma verificação de presença.
A SRA. PRESIDENTE
- MARIA LÚCIA AMARY - PSDB
- É regimental. Vamos proceder à chamada. Deputada Carla
Morando e a deputada Patricia Bezerra, por favor,
para fazerem a chamada.
* * *
- Verificação de
presença.
* * *
A SRA. PRESIDENTE
- MARIA LÚCIA AMARY - PSDB
- Constatado quórum regimental, agradeço à deputada Carla Morando e à deputada Patricia Bezerra. Com a palavra o deputado Major Mecca,
para discutir contra.
A SRA. MÁRCIA
LULA LIA - PT -
Pela ordem, Sr. Presidenta. Para um comunicado.
A SRA. PRESIDENTE
- MARIA LÚCIA AMARY - PSDB
- Pela ordem, deputada Márcia Lia
A SRA. MÁRCIA
LULA LIA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de comunicar a esta Assembleia. Na medida em que
foi falada uma mentira aqui, em relação às faltas abonadas dos professores, eu
quero restabelecer a verdade. Porque, como foi dito, que os professores têm 36
faltas por ano, isso é uma grande mentira. Eu vou ler o artigo da lei que diz
que os professores têm até o máximo de seis faltas por ano.
É o Art. 109 da Lei
estadual nº 64. Ele diz que os professores podem ter uma falta abonada por mês.
E que os motivos dessa falta são moléstia ou qualquer outro motivo justificado.
Portanto, foi dita
uma inverdade pelo deputado Arthur Mamãe Falei, que disse aqui, para confundir
as pessoas, para enganar as pessoas, para manchar a imagem dos professores e dos
servidores públicos do estado de São Paulo, que os servidores têm direito a 36
faltas abonadas.
Portanto, a lei
restabelece a verdade. São seis faltas, meia dúzia de faltas abonadas por ano e
uma por mês. A gente não pode aceitar e admitir mentiras. Mentiras para
confundir as pessoas. Já chega esse presidente genocida, que vive falando
mentiras e enganando as pessoas. Nós não vamos aceitar. Nós não vamos admitir
mentiras neste plenário.
Muito obrigada.
A SRA. PRESIDENTE
- MARIA LÚCIA AMARY - PSDB
- Com a palavra o deputado Major Mecca, pala falar contra.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlão Pignatari.
* * *
O SR. PRESIDENTE
- CARLÃO PIGNATARI - PSDB
- Deputado Major Mecca, um minuto apenas, por favor. Quero pedir, aos deputados
que estão no plenário, que, por favor, usem máscara. Por favor. Com a palavra,
o deputado Major Mecca. Deputado Major Mecca, a palavra está com o senhor.
O SR. MAJOR MECCA
- PSL - Pode
falar, deputado Arthur.
O SR. PRESIDENTE
- CARLÃO PIGNATARI - PSDB
- Então reponha o tempo do deputado Major Mecca, por favor.
O SR. ARTHUR DO
VAL - PATRIOTA - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, Major. Só para corrigir o que a Márcia Lia falou aqui.
Eu estou com a tabela aqui. Eu não sei se a câmera consegue pegar a tabela com
o celular, para a gente ver as faltas. Vamos lá. Como que funciona hoje? Eles
nem começaram a ouvir o que tenho para falar. Presidente, presidente, por
favor.
O SR. MAJOR MECCA
- PSL - Se for
para discutir no meu tempo, é melhor deixar eu terminar de falar.
O SR. ARTHUR DO
VAL - PATRIOTA - Eu
pedi só para falar. Você tem seis faltas, sem nenhuma justificativa. Você tem
mais doze faltas justificadas, se for diretor ou da diretoria. Você tem mais
seis faltas médicas ao ano. Você tem mais três horas por dia, sem limite de
dias. Essa é a média parcial. Dando 36 faltas sem desconto de salário. Está
escrito aqui. Qualquer um pode consultar.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE
- CARLÃO PIGNATARI - PSDB
- Obrigado, deputado. Pare o tempo do deputado Major Mecca. Eu quero pedir às
pessoas. Por favor, por favor. Por favor! Por favor, eu vou pedir às senhoras e
senhores que estão na galeria.
Houve uma ordem
judicial, impetrada, inclusive, o próprio desembargador pediu para que a gente
respeitasse o Art. 280, que é a não manifestação. Isso é ordem judicial.
Então, por favor.
Obrigado. Obrigado às senhoras e aos senhores que estão aí.
Com a palavra, o
deputado Major Mecca.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL - PT - Um
aparte, presidente.
O SR. MAJOR MECCA
- PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Tem o aparte, Professora.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL - PT - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu lamento. A gente está assistindo, quer
dizer, querendo fazer o debate. Eu acompanho o Arthur “Faltei”. Ele tem essa
coisa de vir e tentar tergiversar a inverdade. Por que inverdade? A lei foi
dita aqui pela Márcia Lia. É a Lei nº 64, Art. 109. Ele não conhece isso. Vá
lá, olhe. São até seis abonadas. Não pode ter duas por mês, e seis no ano.
O que ele está
dizendo é em caso de quê? Por exemplo, um professor que falte, seja pela razão… Mas, assim, não é automático como ele diz. É justificada.
Ela pode sair injustificada? O senhor está no serviço público e sabe disso. Ele
está torcendo a lei. Se tiver justificada, e assim mesmo, não é mais assim.
A lei que está
acontecendo agora é a seguinte. É que, se eu tirar uma licença-saúde, e em
quinze dias, ela não sai publicada, eu já vou para demissão. Isso não é justo.
E mesmo que tenha uma falta de até 15 dias, o que ele tem que ter é perda de
salário.
Não é verdade que,
acima das oito faltas abonadas anuais, não tem perda de salário. Tem perda de
salário, sim! E contagem de ponto para evolução no
Magistério. Então, se não conhece, fique quieto. Não
venha falar besteira.
O SR. MAJOR MECCA
- PSL - O Governo
do Estado de São Paulo não respeita os policiais. O Governo do Estado de São
Paulo não respeita os professores. O Governo do Estado de São Paulo não
respeita médico, enfermeiro, técnico de Enfermagem. Isso, Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, acontece nesta Casa há mais de 30 anos.
Porque, ao longo
desse tempo, todos os projetos, que aportam nesta Casa, são para subtrair
direitos daqueles que estão tomando sol na cabeça, chuva, atravessando
madrugadas para defender os senhores e as suas famílias. O PLC 26 vai mexer no
adicional de insalubridade. Não haverá mais o reajuste anual. Quer subtrair o
adicional de insalubridade, quando o operador estiver em licença-prêmio.
Quer revogar a
data-base para recomposição inflacionária, que o governo nunca respeitou. Como
nunca teve políticas públicas para fornecer um serviço digno de Segurança, de
Educação ou Saúde para o povo do estado de São Paulo.
Os senhores acham
digno um soldado da PM ser baleado e, durante a sua recuperação em casa,
passando dificuldade financeira, se alimentando com doações de outros
policiais? Os senhores acham digno votar a retirada de mais direitos desses
homens e dessas mulheres? Os senhores acham digno isso?
Os senhores acham
digno um cabo da Polícia Militar, numa cama, tetraplégico, defendendo o povo de
São Paulo, recebendo 1.090 reais por mês? E os senhores ainda querem subtrair
mais direitos desse ser humano?
Porque é isso que as
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nesta Assembleia Legislativa, fazem com os
policiais do estado de São Paulo. Fazem com os professores. Fazem com os
médicos, com os enfermeiros, com os técnicos de Enfermagem. Os senhores estão
retirando direito de um técnico de Enfermagem que ganha 1.500 reais por mês
para puxar um plantão dentro de um hospital público.
Isso, nem aqui e em
nenhum lugar do Planeta é respeito ao ser humano. É sim, uma total ausência de
prioridades do Governo do Estado de São Paulo. Bem dizer que, a prioridade do
Governo do Estado de São Paulo, nós sabemos bem qual é.
Hoje, no Pequeno
Expediente, eu mostrei, no telão desta Casa, mais um aditivo de contrato de
comunicação: 125 milhões de reais num aditivo de contrato de comunicação, para
que o senhor João Agripino Doria faça marketing pessoal para disputar a eleição
no ano que vem.
Essa sim é a
prioridade. Mais de 500 milhões já empenhados em publicidade no estado de São
Paulo. E o soldado da PM não tem farda para usar. Não tem bota. Trabalha com a
bota furada. Ou então, compra com o dinheiro do seu parco salário. Os senhores
sabem de onde sai o dinheiro da máscara que esses policiais usam? Sai do bolso
deles.
E o estado de São
Paulo promoveu compras superfaturadas de máscaras também, além de respiradores,
além de compras altamente suspeitas, até de saco de cadáver. E os senhores
querem votar “sim” num projeto de lei que subtrai
mais uma fatia desses homens e mulheres. Os senhores, que muitos participam, e
são os algozes desses homens, que sacrificam a própria vida para defender os
senhores e seus familiares.
Os funcionários públicos do
estado de São Paulo, que os senhores estão prejudicando, são aqueles, que todo
o mundo saía nas sacadas dos apartamentos, acenando bandeirinha branca, fazendo
homenagem, aos enfermeiros, aos médicos.
Acena a bandeira branca nas
sacadas dos seus apartamentos, e vota subtraindo direitos desses profissionais,
aqui no plenário da Assembleia Legislativa. É muita incoerência. Muita
incoerência.
Nós não podemos permitir que esse
descaso, que esse desrespeito a esses seres humanos continuem.
Eu estou aqui. Aqui eu sou recruta, cheguei há dois anos e meio, mas já
participei de inúmeros embates, aqui, de direitos que foram tirados, desses
pobres homens e mulheres...
O SR. CONTE LOPES - PP - Um
aparte, deputado?
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Sim, senhor, Conte, já já eu te passo. Começando como foi dito pelos precatórios.
O sargento, coitado, que aposenta, não tirou férias, não tirou licença-prêmio.
O Estado não paga as férias do
sargento. Ele aposenta, e quem vai receber as férias dele? O tataraneto dele,
porque o governo chuta lá para longe. Porque, pelo governo, dane-se o policial
e os seus familiares. Que passem fome, como estão passando, se for o caso. Mas
não olham para eles. Pode falar, Conte.
O SR. CONTE LOPES - PP - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Olha,
agradeço o aparte, e queria cumprimentá-lo, nobre deputado Major Mecca.
Vossa Excelência, que é do PSL, e
está defendendo o funcionário público. Vossa Excelência está certo.
É esse o discurso. A defesa contra o projeto que o “javadoria”
está colocando nesta Casa, para mais uma vez, massacrar o funcionalismo público.
Nós não podemos, tanto direita, quanto centro, quanto esquerda, que for contra
o projeto, começar a divagar em cima de Lula, de Bolsonaro.
Não é esse o problema. O problema
é quem é contra ou a favor do projeto. inclusive funcionários públicos que votam
contra o projeto. É isso que tem que colocar. Então, você está colocando muito
bem. Quem é a favor, quem é contra o projeto, que atinge, sim, policiais,
professores, a área médica, então parabéns a V. Exa., pela colocação clara e
cristalina.
O projeto atinge mais uma vez o
funcionalismo público, mais uma vez o Doria, que quer acabar com o
funcionalismo público. Para ele, o funcionário público é inimigo público número
um. Então, dentro do que nós estamos discutindo aqui, V. Exa. está de parabéns.
Ou é a favor, ou é contra o projeto.
Parabéns.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Muito
obrigado, Conte. E, só para complementar e finalizar, quando eu venho a esta
tribuna expressar a insatisfação de todos esses profissionais, não é porque eu
ouvi falar.
É porque, durante 31 anos
servindo à Polícia Militar do estado de São Paulo, eu estive, praticamente, em
todas as escolas públicas da Capital e Grande São Paulo, muitas no
interior.
Os professores trabalham embaixo
de estruturas caindo aos pedaços. Eu já conversei com professor, dele falar
para mim: “Major, quando chove, nós não podemos levar os alunos para o recreio
no pátio.
Porque essa parte coberta corre o
risco de cair, e, pode machucar, e até tirar a vida de uma criança.” É o
professor que compra material do seu próprio bolso, dos dois mil reais que
ganha, para poder dar uma aula digna na sala de aula.
Médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, que, durante a pandemia, não tinham equipamento de proteção
individual para trabalhar. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem, o estado
de São Paulo figurou em primeiro lugar no ranking do estado, com maior falta de
equipamento de proteção individual.
Mas dinheiro para marketing tem.
Para publicidade tem. Torra dinheiro à vontade. E toma-lhe os operadores de
Segurança, de Educação, de Saúde, passar fome, passar dificuldade...
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir, deputado Mecca.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Para
concluir, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - O PLC 26
é um pé no pescoço, na goela desses homens e mulheres. Votem “não” neste
PLC.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Major Mecca.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para falar contra,
o deputado Caio França.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputada Márcia
Lia?
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para uma
questão de ordem.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Questão de ordem. Só uma
informação, a sua líder me disse que você ia retirar uma questão de ordem, que
você fez, esses dias aí. Se não retirar amanhã, nós temos que tirar os funcionários
aqui das laterais nossas, deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Vamos
tirar. Sr. Presidente, formulo a presente questão de ordem. Com a finalidade de
obter de V. Exa. esclarecimento acerca da aplicação do § 10, do Art. 31, do
Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que não foi
seguido neste momento, em que se discute o PLC 26, de autoria de V. Exa., o
governador do estado de São Paulo.
Passo a explicar e desenvolver o
questionamento que ora formulo. O dispositivo regimental mencionado estabelece
que é de competência e, portanto, de responsabilidade da Comissão de
Administração Pública e Relações do Trabalho manifestar-se a respeito de todos
os assuntos, naquilo que diz respeito ao serviço público e aos servidores,
entre outros.
É, então, a comissão mencionada
que primeiro exerce o controle das questões de impacto que a propositura pode
causar à população do estado, devendo se manifestar sobre o mérito deste
impacto, para orientar a Assembleia Legislativa sobre as consequências de se
votar a favor ou contrariamente sobre determinada propositura.
E a norma é cogente, neste
sentido, não permitindo qualquer interpretação que a desvirtue, ou que negue
sua eficácia. Então, o que é dito na disposição regimental citada é que, ainda
que determinada propositura tramite em regime de urgência, quando gera impacto
nos serviços públicos...
Ou seja, não pode existir
propositura, esteja ela em regime de urgência, ou não, que possa tramitar livre
desta condição. Assim, é mais do que evidente, que não há um único artigo
regimental que prevê que alguma propositura possa tramitar sem que exista a
audiência da comissão em questão.
O que, aliás, é questão óbvia,
uma vez que o Regimento prevê a existência daquela comissão. E não há palavras
inúteis na lei. E nem é possível que se admita que haveria na norma disposição
que não devesse ser seguida.
Também é dito que é de
responsabilidade do presidente da Assembleia a convocação das comissões, ou
extraordinariamente, ou em congresso, e não foi convocada previamente a
Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, que seja,
isoladamente, em forma de congresso, se há essa disposição. É óbvio que o PLC
26 tramita de forma não prevista no Regimento.
O SR. PRESIDENTE
- CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir, deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou
terminando.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, a senhora tem que concluir.
Qual é a questão de ordem, deputada?
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - A questão
de ordem se justifica, porque há a necessidade de entendimento da Alesp sobre o que é exercer plenamente uma Legislatura,
face às inúmeras competências que as comissões temáticas possuem, e que não
serão exercidas por omissão deste presidente da Casa. Dentre as possibilidades
de exercício pleno do mandato de um deputado estadual, está a elaboração de
emendas a serem propostas às comissões.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, deputada. Para
concluir.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então,
observando-se o Regimento Interno da Casa, especialmente o dispositivo...
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Por favor, deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou
concluindo.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, a senhora não está
concluindo, deputada.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou
concluindo.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, a senhora não está. Por
favor, deputada Márcia Lia. Será respondido posteriormente.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então, a
questão de ordem...
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Com a palavra... Para discutir,
deputada Márcia Lia… Por favor, por favor. Nós estamos até indo ... já passou
um minuto do tempo da senhora. Por favor.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - O senhor
me dá um minuto para eu terminar? Um minuto.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ponha o tempo do deputado Caio
França, e a senhora pode terminar.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - A questão
de ordem, então…
O SR. PRESIDENTE
- CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Um momentinho, deputada Márcia Lia. O tempo do
deputado Caio França, que ele vai discutir.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - É um
minuto.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Tem que ter anuência do…
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para
conclusão...
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - A questão
de ordem, então, diz respeito aos limites da possibilidade de propositura ir a votação em plenário, sem que tenha tramitado nas comissões
temáticas, para as quais precisa tramitar.
A solução que, imagino, possa dar
conta desta contradição, é que o PLC, nos termos do Regimento, seja retirado da
pauta, e tramite pelas comissões, ainda que reunidas em congresso.
Muito obrigada.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Vamos
tirar. Sr. Presidente, formulo a presente questão de ordem. Com a finalidade de
obter de V. Exa. esclarecimento acerca da aplicação do § 10, do Art. 31, do
Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que não foi
seguido neste momento, em que se discute o PLC 26, de autoria de V. Exa., o
governador do estado de São Paulo.
Passo a explicar e desenvolver o
questionamento que ora formulo. O dispositivo regimental mencionado estabelece
que é de competência e, portanto, de responsabilidade da Comissão de
Administração Pública e Relações do Trabalho manifestar-se a respeito de todos
os assuntos, naquilo que diz respeito ao serviço público e aos servidores,
entre outros.
É, então, a comissão mencionada
que primeiro exerce o controle das questões de impacto que a propositura pode
causar à população do estado, devendo se manifestar sobre o mérito deste
impacto, para orientar a Assembleia Legislativa sobre as consequências de se
votar a favor ou contrariamente sobre determinada propositura.
E a norma é cogente, neste
sentido, não permitindo qualquer interpretação que a desvirtue, ou que negue
sua eficácia. Então, o que é dito na disposição regimental citada é que, ainda
que determinada propositura tramite em regime de urgência, quando gera impacto
nos serviços públicos...
Ou seja, não pode existir
propositura, esteja ela em regime de urgência, ou não, que possa tramitar livre
desta condição. Assim, é mais do que evidente, que não há um único artigo
regimental que prevê que alguma propositura possa tramitar sem que exista a
audiência da comissão em questão.
O que, aliás, é questão óbvia,
uma vez que o Regimento prevê a existência daquela comissão. E não há palavras
inúteis na lei. E nem é possível que se admita que haveria na norma disposição
que não devesse ser seguida.
Também é dito que é de
responsabilidade do presidente da Assembleia a convocação das comissões, ou
extraordinariamente, ou em congresso, e não foi convocada previamente a
Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, que seja,
isoladamente, em forma de congresso, se há essa disposição. É óbvio que o PLC
26 tramita de forma não prevista no Regimento.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir, deputada Márcia
Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou terminando.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, a senhora tem que concluir.
Qual é a questão de ordem, deputada?
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - A questão
de ordem se justifica, porque há a necessidade de entendimento da Alesp sobre o que é exercer plenamente uma Legislatura,
face às inúmeras competências que as comissões temáticas possuem, e que não
serão exercidas por omissão deste presidente da Casa. Dentre as possibilidades
de exercício pleno do mandato de um deputado estadual, está a elaboração de
emendas a serem propostas às comissões.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, deputada. Para
concluir.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então,
observando-se o Regimento Interno da Casa, especialmente o dispositivo...
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Por favor, deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou
concluindo.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, a senhora não está
concluindo, deputada.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou
concluindo.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, a senhora não está. Por
favor, deputada Márcia Lia. Será respondido posteriormente.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então, a
questão de ordem...
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Com a palavra... Para discutir,
deputada Márcia Lia… Por favor, por favor. Nós estamos até indo ... já passou
um minuto do tempo da senhora. Por favor.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - O senhor
me dá um minuto para eu terminar? Um minuto.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ponha o tempo do deputado Caio
França, e a senhora pode terminar.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - A questão
de ordem, então…
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Um momentinho, deputada Márcia
Lia. O tempo do deputado Caio França, que ele vai discutir.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - É um
minuto.
O SR.
PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Tem que ter anuência do…
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para
conclusão...
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - A questão
de ordem, então, diz respeito aos limites da possibilidade de propositura ir a votação em plenário, sem que tenha tramitado nas comissões
temáticas, para as quais precisa tramitar.
A solução que, imagino, possa dar
conta desta contradição, é que o PLC, nos termos do Regimento, seja retirado da
pauta, e tramite pelas comissões, ainda que reunidas em congresso.
Muito obrigada.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Senhoras e
senhores, boa noite a todos. Um prazer poder retomar, aqui, uma discussão
importante do estado. E subo aqui a esta tribuna para discutir o PLC 26, que,
na verdade, tem uma ementa falando sobre bonificação, mas que, na prática,
trata de muitos temas do servidor público, mais uma vez mostrando que, para o
governador João Doria, o verdadeiro inimigo do estado de São Paulo, é o
servidor público, é o serviço público. O que é um verdadeiro absurdo.
E me chama a atenção,
como esta Casa se sujeita, o tempo todo, a ter um projeto, que na ementa vem
com um assunto, e, dentro dele, diversos outros assuntos, que nada têm a ver
com o assunto principal trazido pelo governo. O governador deveria ter a
coragem de poder apresentar o projeto, e dizer especificamente: “Carreira do
servidor público. Vou discutir a carreira do servidor público."
Mas não é assim que ele faz. Ele
vem fazendo isso ao longo de diversos projetos, que têm o título de outro
assunto, aí quando você vai ver, dentro desse projeto, ele trata da carreira do
servidor. Então, primeiro, comentar mais esse absurdo. E se fosse a primeira
vez, a gente até compreenderia, mas foi assim no 529, quando ele falou, desde
universidades públicas, até aumento de impostos e retirada de benefício das
pessoas com deficiência.
Além disso, Srs. Deputados, este
projeto de lei também tem um outro absurdo. A questão envolvendo a bonificação
de resultados, que existia uma legislação. Porque respeitava o que está na lei,
e a mudança que o governador sugere, pasmem, é um retrocesso.
Porque o que o governador traz é
simplesmente o seguinte: “Ficará a critério do secretário de Estado definir
quem é que vai ter a bonificação ou não.” E aí, os queridinhos daquele
secretário serão beneficiados. Os demais, não.
Vejam só, alguns dos princípios
da gestão pública, como a impessoalidade, a legalidade, devem servir como base
em todas as discussões. E, infelizmente, não é o que a gente vê aqui. O
governador apresenta um projeto que fala de bonificação, e é um retrocesso.
Sendo que foi esta Casa que, alguns anos atrás, à época do governador, se não
me engano, do governador Serra, que foi discutido esse projeto. E nós vamos
retroceder?
Essa Casa, infelizmente, ao longo
dos últimos anos, tem cometido equívocos e retrocessos, assim como foi, também,
um retrocesso em relação envolvendo a retirada da competência desta Casa para
legislar sobre benefícios fiscais. E esta Casa aprovou, no PL 529.
Para ir além, presidente, a
questão envolvendo a lei dos servidores temporários, algo que também já está
previsto em lei. Nós temos na Educação, por exemplo, servidores, professores da
categoria “O”, já é hoje possível se fazer a contratação emergencial. Mas ele
quer mais.
Ele quer ir além. Ele quer que,
na medida em que os servidores façam uma greve, o que é um direito
constitucional de todos os trabalhadores, o governo possa contratar, deputados,
servidores temporários para qualquer função na Educação. Ou seja, rasga o
concurso público. Acaba com o servidor público. É justo isso?
São os professores do estado que
são os causadores da grande crise que nós vivemos? O servidor que é descontado
da fonte? São eles os responsáveis? Eu aposto que não. Servidor público, na sua
esmagadora maioria, tem salários ruins. Tem situações precárias de trabalho.
Agora, alguns aqui pegam uma
minoria, e trazem como se fosse uma maioria. O servidor público do estado ganha
bem? Um professor, um policial? Eu quero ver alguém aqui subir a esta tribuna e
dizer que os policiais de São Paulo ganham bem, que os professores ganham bem.
Um enfermeiro ganhando 2.500 reais é um bom salário? Eu aposto que não é um bom
salário. E aposto que todos os colegas aqui têm essa consciência.
E onde é que está, por parte do
governo, mostrando que vai cortar na carne, para pelo menos, servir de exemplo?
Dizendo: “Eu vou tirar aqui, olhe. No ano que vem, eu estou retirando 80% da
verba de publicidade e propaganda. Não, isso não pode me dar. Isso tem que
aumentar, isso tem que ampliar, ainda mais”.
Para ir além, meus amigos, com
relação a um assunto que já foi debatido aqui por várias vezes, e tínhamos o
compromisso do governador. Ele deu a palavra dele, que não mudaria nada, em
relação à questão do Detran, dos funcionários comissionados, que seria a última
vez no ano passado. E, mais uma vez, o descumprimento da palavra, que,
infelizmente, já virou o normal, por parte do governador João Doria.
O que para a gente, é um absurdo,
não só na política. A questão da palavra, não é só para a política, não, é para
a vida. A gente ensina assim aos nossos filhos. A gente aprende assim com os
nossos pais. Deu a palavra? Cumpra.
Mas, mais uma vez, o governador
descumpre a sua palavra em relação a isso. E os coitados que prestaram
concurso, passaram, e, mais uma vez, estão aguardando, estão aí. Vão ficar à
míngua, novamente.
Além disso, meus amigos, com
relação à perda do reajuste inflacionário, do adicional de insalubridade, e de
outros adicionais. Todo mundo aqui falou muito dos heróis da Saúde,
dos enfermeiros, dos profissionais da Saúde. Falar, até papagaio fala. Eu quero
ver na hora de votar em favor dessas pessoas, eu quero ver na hora de mostrar
na prática.
Então,
meus amigos, é injusto, até porque o adicional já é previsto em lei e é claro
que a correção desse adicional é algo natural. Estamos vivendo em um País que
tem uma inflação altíssima. É um escândalo o que está acontecendo nesta
Assembleia hoje.
Falado
esse termo do ponto de vista material do projeto, eu queria lembrar uma coisa:
estamos falando de um projeto de lei complementar. Portanto, meus amigos, o
governo precisa colocar aqui 48 deputados votando “sim”. É diferente do que foi
no PL 529. O projeto de lei complementar exige maioria qualificada.
Então,
uma sugestão aos colegas que, assim como eu, são contra esse projeto: vamos,
assim que eles conseguirem acabar com a discussão aqui e depois dos
encaminhamentos... Podemos votar “não”, porque não vai ajudar em nada no quórum
que eles imaginam.
Na
outra vez, eu mesmo subi aqui à tribuna e falei: “Olha, quem quiser derrubar o
529 tem que obstruir, não basta votar ‘não’. Votar ‘não’ está ajudando”. Desta
vez, não. O nome vai ficar marcado ali, porque serão os 48 deputados que vão
votar, mais uma vez, contra os servidores públicos.
E
aí temos a chance aqui, neste momento... Vocês vão lembrar: eles conseguiram os
48 votos, no 529, com muita dificuldade, fazendo diversos gestos para os
parlamentares. Não quero entrar aqui no mérito do que foi feito. Agora é
diferente. Eles precisam colocar 48 votos “sim”.
Quem
não lembra, no 529, que se estava discutindo: “Pode votar ‘não’ que a gente
ajuda, sim. Pode até votar ‘não’”. O governo falava que o “não” ajudava. Agora
acabou essa moleza. Depois de muito tempo, o governador colocou um projeto de
lei complementar, como teria que ser também o 529, por se tratar de matéria com
grande repercussão.
Então,
meus amigos, o que eu quero dizer é o seguinte: estou bastante confiante que,
desta vez, ainda que os servidores não consigam, na sua grande maioria, entrar
aqui nas galerias - eu queria cumprimentá-los -, eu sinto que temos grandes
chances de, pela primeira vez aqui na Assembleia Legislativa, conseguir impor
uma derrota ao governo.
Eu
falo isso com a convicção de que, nesse campo que estamos dialogando, tem
muitas pessoas que pensam diferente. É natural, é bom que seja assim. Por
exemplo, as pessoas que defendem um Estado mínimo, como é que concordam com a
quarta prorrogação do Detran? Como é que concordam com a quarta prorrogação do
Detran? Não tem justificativa. Depois de ter dado a palavra para a gente.
Então,
vamos pensar, vamos nos concentrar no que nos une, independente da corrente
política. Temos a chance, desta vez, de emplacar uma derrota ao governo,
porque, acima de tudo, independente dos interesses eleitorais de cada um, o
projeto é, mais uma vez, um massacre em relação ao servidor público, servidor
esse que, durante a campanha, muitos falam que os professores devem ser valorizados,
que os profissionais da Saúde têm que ser respeitados, que foram heróis.
Mas
quando chega na hora de uma votação importante para a carreira, eles não têm a
chance sequer de conversar, sequer de dialogar, sequer de ter uma audiência
pública. Com todos os defeitos que tem o Congresso Nacional, se não me engano,
para votar a reforma da Previdência lá, foram 12 audiências públicas. Sabe
quantas tiveram na Assembleia Legislativa? Zero!
Nenhuma
audiência pública. Eu lembro aqui: à época ainda, o presidente convocou uma
sessão às nove da manhã, porque a praxe é convocar sessões à noite para poder
facilitar que as pessoas que são interessadas no projeto possam acompanhar o
debate. Ele convocou para as nove da manhã.
Então,
meus amigos, temos uma chance de ouro de conseguir emplacar essa derrota ao
governo. Lembrando que, este projeto, salvo engano, é de autoria do Sr. Mauro
Ricardo.
Mauro
Ricardo, que fez o 529 e que, depois, vazou. Saiu fora. Ele é o grande
responsável por isso, mas o governador João Doria e o vice-governador Rodrigo
Garcia embarcaram na dele mais uma vez e é nesse pé que estamos.
Ele
foi responsável por outras mexidas drásticas. É tirar dinheiro do servidor
público que gasta na ponta para o governo poder fazer, depois, cessões de recursos
públicos, como muitos aqui sabem, em um formato totalmente sem transparência. É
isso que é justo? Eu aposto que não. Estão aí os aposentados e outras
categorias mais de servidores que foram altamente prejudicados ao longo desse
processo.
Quero
conclamar os colegas para que possam refletir sobre isso. Temos aqui ainda
algumas horas de discussão. Na sequência, tem os encaminhamentos. Como disse:
se for para votos, não há problemas em votar “não”, porque isso não ajuda no
quórum. Podemos marcar posição.
Eles
têm que colocar 48 votos “sim” aqui neste plenário e temos que registrar como é
que cada parlamentar vai se comportar nesse momento novamente. Estou convicto
de que, ao longo do tempo, faltou para o governador moral para poder tirar do
servidor, sendo que ele não deu exemplo. Ele, em nenhum momento...
O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI -
PSDB - Para concluir, deputado Caio França.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB -
Para concluir, presidente. Ele, em nenhum momento, cortou na própria carne. Os
comissionados dele não perderam nem um real de salário. O Governo não cortou...
O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI -
PSDB - Para concluir, deputado Caio França.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB -
Para concluir, presidente. Vinte segundos. O governo, em nenhum momento, tirou
um real em verba de publicidade. É justo que mais uma vez os servidores ativos
e inativos paguem essa conta? Eu aposto que não e é por isso que conclamo aqui
os colegas para refletirem sobre o PLC 26.
Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI -
PSDB - Obrigado, deputado Caio França. Para falar contra, o deputado Enio Tatto.
O SR. ENIO LULA TATTO
- PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público que nos
assiste, companheiros que estão participando presencialmente, dirigentes
sindicais, professores, diretores e funcionários públicos.
Eu estou muito
chateado porque fizemos um pedido ao senhor presidente da Assembleia
Legislativa - e o deputado Campos Machado pediu também - para suspender a
sessão no dia de hoje em solidariedade e em homenagem a uma perda
importantíssima, que foi do nosso colega e companheiro Carlos Neder.
Não se trata de
somente ser um deputado que exerceu, por três vezes, o mandato nesta Casa. Eu,
do Partido dos Trabalhadores, fui o que mais conviveu com ele aqui na
Assembleia. Ele foi vereador, médico, um dos que ajudaram a criar o SUS, o
Sistema Único de Saúde, tão falado neste momento de pandemia. Um excelente
deputado, vereador, médico.
No dia de hoje,
pedimos a suspensão dos trabalhos, mas não foi aceita por Vossa Excelência. Só queria
falar a V. Exa. que é a primeira vez que acontece isso aqui na Assembleia
Legislativa e fazer o registro do tanto que isso deixa a gente chateado.
Aqui nós suspendemos
sessões, o deputado Campos Machado sabe muito bem disso, de deputados
que exerceram mandatos aqui de 20, 30, 40 anos anteriores. E foi suspensa a
sessão em homenagem, em respeito a estes. Infelizmente, no dia de hoje, não
ocorreu isso.
Mais um detalhe: eu
não lembro de nenhum presidente desta Casa que tenha deixado de atender um pedido
desses, de suspender a sessão por morte de um colega. O deputado Barros Munhoz
foi presidente aqui. Tenho certeza de que ele suspendeu.
Então, é um dia em
que a gente fica muito triste aqui nesta Casa por ocorrer isso por conta de
três horas e meia de discussão de um projeto que atinge frontalmente a vida dos
funcionários públicos do estado de São Paulo. Desrespeita-se até a homenagem à
perda de um colega nosso que tanto ajudou, principalmente na área da
Saúde.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Wellington Moura.
* * *
Sobre o projeto,
muitos falaram aqui. A Professora Bebel discutiu tecnicamente, esclareceu
muitas coisas, mas estou fazendo audiências públicas no estado de São Paulo e a
gente vai discutindo. É bom, porque a gente vai a todas as regiões, desde o
Pontal, Vale do Ribeira, Vale do Paraíba, região de Ribeirão Preto.
A cada dia me
convenço mais - e já usei a tribuna - de que tem uma marca registrada dos
governos tucanos no estado de São Paulo. Eles não gostam de funcionário público
e não gostam de povo.
É impressionante o
tanto que eles insistem em desqualificar, desmoralizar, criminalizar o
funcionário público. É a todo momento. Não perdem uma oportunidade. Todos os
governos desses últimos 30 anos do PSDB.
Quando se conquista
alguma coisa, é na base da luta, é na base da greve, é na base da pressão, é na
obstrução no Parlamento. E aí foi avançando, foi-se ganhando alguns direitos,
alguns ligados a decisões federais nos governos bons que ajudaram o
funcionalismo público, diferente do sujeito que veio aqui questionar as gestões
do PT. Mal ele sabe os avanços que tivemos no Brasil nos governos Lula e
Dilma.
E os tucanos não
atendem as reivindicações de categorias que cuidam da população lá da ponta, da
população mais pobre, da população mais necessitada. E quando falo isso, não
estou falando de 20% ou 30%, deputado Maurici. Estou
falando de mais de 85% ou 90% da população brasileira.
É inadmissível
maltratar, tirar direito de funcionário público, principalmente em um momento
em que o funcionário público mostrou do que é capaz. O tanto que ele atende a
população mais necessitada, que é o caso da categoria da Saúde, que todo mundo
bate palma, como foi falado aqui desta tribuna.
A mesma coisa com as
outras categorias de funcionários públicos. Quando você desqualifica, você está
tirando o bom atendimento da população que mais necessita neste País. Não é só
no estado de São Paulo. Há essa insistência de desmoralizar, de criminalizar o
funcionalismo público.
Eu vi um dado aqui
desse projeto que eu fiquei abismado. Em 2017, tinha 24.700 professores
temporários. De quatro anos para cá, aumentou para 67,7 mil, 43 mil a mais.
E agora ainda vem uma
cacetada para desmoralizar mais ainda, tirar mais direitos, desmoralizar mais
ainda. Queria encerrar minha fala para passar para a Professora Bebel, para
discutir mais esse assunto.
É um governo - a
gente tem discutido isso nas audiências públicas e vamos discutir no Orçamento
- que tem o funcionário público como adversário. Um governo que, na área Social,
destina apenas 0,35% do orçamento para a Cultura; para Assistência Social, que
atende a população mais carente, mais necessitada, destina apenas 0,36%.
Um governo que, no
Esporte, destina 0,09%, mas na campanha falava que tinha que tirar o jovem da rua,
que o jovem é o futuro, que tem que tirar da mão do crime organizado.
E um outro item que
me chama atenção e que a gente tem discutido muito no estado todo é a
agricultura familiar, o pequeno produtor, aquele que põe a comida na mesa das
pessoas, o arroz, o feijão.
Não é aquele que
exporta, que também é importante, mas esse aqui é mais importante. Põe apenas
0,31% do Orçamento na agricultura familiar, no pequeno produtor, naqueles que
produzem o alimento para o consumo de cada dia.
Por último, para passar
para a deputada Professora Bebel, o que a gente se preocupa e que foi colocado
aqui pelo deputado Caio França: vai ser muito difícil o governo conseguir os 48
votos no dia de hoje.
Agora, o
funcionalismo público como um todo - e quem sou eu para dar puxão de orelha? -
tem que se unir, porque o que está posto neste projeto - e a gente já está
acostumado com esse governo - é que mandam esse projeto como um todo e aí, de
acordo com as dificuldades aqui no plenário, vão atendendo alguns segmentos do
funcionalismo público para conseguir os votos necessários.
Então, é momento de
fechar questão, de votar contra, independente de se
alguma categoria do funcionalismo público for retirada desse projeto. Senão
eles vão começar a tirar determinadas categorias. “Opa, o governo ajudou a
gente. Vamos votar”. Aí tira de outra e assim vai construindo a maioria.
Então, é um projeto
sacana - essa é a palavra - contra o funcionalismo público do estado de São
Paulo. Para isso, precisa de união, independentemente de qualquer benefício
para qualquer categoria, de firmar posição de votar contra e não deixar o
governo conseguir os 48 votos.
Eu acho que não
consegue, Professora Bebel, a não ser dessa forma, atendendo algumas categorias
para que votem favorável e punindo muito mais as demais. Passarei o restante do
meu tempo para a deputada Professora Bebel.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Tem o tempo regimental, deputada.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem, eu retorno a esta tribuna para, enfim, primeiro eu
começo cumprimentando os Srs. e as Sras. Deputadas, a Mesa Diretora de
trabalho, as assessorias e o público que hoje está presente. Este não deveria
nunca estar fora daqui, até porque é algo que diz respeito a eles.
Eu
vou destacar alguns pontos, porque eu não quero... Não gosto de ser pautada, eu
gosto de pautar. E pautar, nesse sentido, é destacar os principais pontos que
este PLC ataca. Não só o funcionalismo público. Indiretamente, ou diretamente,
também a população.
Eu
chamo a atenção para o seguinte, vejam bem, nós temos mais... Eu pego uma
categoria, ela começa com 20 mil, 30 mil temporários e pula para quase 67 mil.
O grande problema não é se tem o professor temporário ou não, mas é a
rotatividade ou a mudança a cada ano daquele profissional.
No
caso um de Saúde que está lá, o médico ser mudado a cada momento porque ele é
admitido temporariamente, portanto, não dá continuidade àquele tratamento. Ou a
enfermeira, ou a assistente, ou aquele que trabalha no hospital e aquela que
trabalha no hospital.
Então,
a alta rotatividade está prevista sim neste projeto, este PLC. E é lamentável,
porque a gente sempre discutiu as áreas de atendimento aos serviços públicos,
aliás, às áreas do serviço público, e a gente sempre usou uma palavra que se
tornasse política de estado.
E
porque a gente sempre disse isso? Nós sempre dissemos que tinha que ser
política de Estado porque tinha que ter continuidade, independentemente do
partido que estivesse no poder, deputado Enio Tatto. É política de Estado.
Então,
essa troca porque torna, não é? Inverte a lógica de efetivo ou de concursado
para temporário. O projeto original era pior ainda, porque ele dizia o
seguinte, que o temporário receberia até 90 por cento. Mas ele é temporário por
quê? Por que ele é temporário? Porque o governo não ofereceu concurso, não deu
condições para ele ser de outra forma que não temporário.
Então
é uma casa de horrores, é um show de horrores isso aqui. Isso aqui, eu diria
que é um Frankenstein que vem lá do governo Serra e que meio que tenta dar uma
validade para dizer: “Olha, eu sou mais que o Bolsonaro, porque eu vou fazer
uma reforma administrativa no braço”. É isso que ele quer mostrar, ele não está
se importante se tem legalidade ou não, porque está eivado de ilegalidade. É só
pegar ponto a ponto aqui.
A
própria bonificação, não tem critério, deputado Raul Marcelo. Esta Casa tem uma
lei de bonificação já. A duras penas, contra nossa vontade, tem. Agora, o que
não dá para aceitar é resumir um projeto desta envergadura, com tanta “misturança”, com até, por exemplo, servidores do Detran,
que têm o concurso público, ampliou o tempo de contratação para não chamar os
concursados. Isso é um absurdo.
Então,
para terminar, eu chamo a atenção para o seguinte: ninguém está aqui atrás de
abonadinha. O rapaz que veio aqui não sabe de nada, nós estamos aqui buscando a
valorização do funcionalismo público, que deveria ser respeitado. É isso.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
Pela ordem, Sr. Presidente. Para pedir uma verificação.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Deputada, tem quórum suficiente para dar
continuidade aos trabalhos.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Passo a palavra... Antes de dar pela
ordem ao deputado Giannazi.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
A verificação é regimental, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - É regimental, só que há quórum. Estou
aqui acompanhado do secretário que está confirmando que há quórum para dar
continuidade. Passo a palavra ao próximo orador inscrito, deputado Gil Diniz.
Ausente.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Só um minutinho, deputado Giannazi, por
gentileza. Deputado Agente Federal Danilo Balas tem o tempo regimental. Pela
ordem, deputado Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Para uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Uma comunicação, é regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu estou constatando aqui um fenômeno nesse
debate do PLC 26. Estava lendo a lista de oradores inscritos para debater o PLC
26 e vi que, no total, nós temos, já com os que discutiram, aproximadamente 20
deputados e deputadas que se inscreveram contra, para falar contra o PLC 26.
Do
lado do governo eu não vi praticamente nenhuma defesa. O próprio líder do
Governo, deputado Vinícius Camarinha, indicou um deputado que fica no meio do
caminho, não é nem oposição e nem governo. Se o projeto é bom, se o projeto é
interessante, por que a base do governo não está defendendo? Não vi a
liderança...
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Deputado Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Estou fazendo, Sr. Presidente, a minha comunicação, deixe eu terminar. Calma. É
uma indagação que eu estou fazendo aqui aos deputados, não sei se alguém pode
me responder por que nenhum deputado, nenhuma deputada da base do governo está
defendendo o projeto. Provavelmente, penso eu, porque o projeto é muito ruim, é
um projeto, Sr. Presidente, que atenta contra os direitos e a dignidade dos
nossos servidores.
Então,
a base do governo está com vergonha, está envergonhada, acuada e com medo de
mostrar a cara e defender a aprovação do PLC 26. Por isso, Sr. Presidente, que
não tem ninguém defendendo esse projeto, de tão ruim que ele é.
Eu
fico pensando como um deputado tem coragem de defender esse projeto que é
contra a professora, contra a enfermeira, contra policial militar, policial
civil, contra o agente penitenciário.
Como
ele vai, depois, chegar na cidade dele e olhar nos olhos do médico, da
enfermeira, da professora, do escrevente do Tribunal de Justiça? Então fica a
indagação, por que a base do governo está envergonhada e não está fazendo a
defesa do PLC 26?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Deputado, já se passaram os dois minutos.
Deputado Danilo Balas.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Eu vou só, Sra. Deputada, dar uma
comunicação para cada deputado, mas só se for questão de ordem, porque senão eu
passo a palavra ao orador inscrito. Infelizmente, deputada, nós não vamos
permitir que fique obstruindo o processo.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
O quê? O senhor não vai permitir obstrução? Isso é direito do deputado?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Não, não. Qual é a questão de ordem de
Vossa Excelência? A senhora tem alguma questão de ordem?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
A minha não é uma questão de ordem, é uma questão regimental. É fazer
verificação de presença, porque os nossos companheiros não estão aí.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Deputada, tem 28 deputados presentes. Eu
estou olhando aqui, tem 28 presentes.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
Não tem, é só contar.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Com a palavra, deputado Danilo Balas. Já
está correndo o tempo de V. Exa., deputado.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS -
PSL - Sr. Presidente, o senhor tem certeza de que tem? Eu
acho que o quórum não é suficiente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Quando V. Exa. pediu havia quórum. Tem a
palavra, deputado Danilo Balas.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS -
PSL - Pois não, Sr. Presidente. Eu tenho a palavra e peço
uma verificação de presença neste momento. Eu não posso deixar a tribuna,
obviamente, mas eu peço a verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - V. Exa. não é vice-líder, não pode pedir
a verificação. Tem a palavra, deputado.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
Pela ordem, presidente. Eu endosso o pedido do membro da minha bancada.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Vossa Excelência está pedindo
verificação. Estamos fazendo a contagem, um minutinho.
Agora
não há mais quórum, então neste momento eu quero chamar a deputada Márcia Lia,
que está no plenário para fazer... Saiu a deputada Márcia Lia. Quero chamar a
deputada Patricia Bezerra e a deputada Maria Lúcia Amary para fazerem a primeira verificação de presença.
* * *
-
Verificação de presença.
* * *
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA -
REPUBLICANOS - Constatado quórum, devolvo a palavra ao
deputado Agente Federal Danilo Balas.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS -
PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs.
Deputados presentes aqui na Assembleia Legislativa, público presente, sejam
todos bem-vindos, bom retorno, a Casa não era a mesma sem os senhores aqui
presentes, todos que nos acompanham pela TV Assembleia.
Primeiro,
Sr. Presidente, eu queria fazer uma reclamação. O sistema de emails da
Assembleia, e todo o sistema de computadores, passa por alguns problemas, nós
não conseguimos nos comunicar com outros deputados para pedir o “de acordo ou
não” em relação, por exemplo, ao requerimento da instauração de uma CPI.
Então
nós aguardamos que a Assembleia retome o trabalho com os emails para a gente
ter a resposta do nosso pedido de CPI contra os gastos exorbitantes do Governo
do Estado de São Paulo, que já ultrapassam 516 milhões de reais em publicidade.
Pois
bem, falamos aqui sobre o famigerado Projeto de lei Complementar 26, de 2021,
um projeto, como já foi falado, Frankenstein. Ele reúne inúmeras leis e o
governador do estado de São Paulo, João Agripino Doria, talvez até de forma
proposital, coloca nesse projeto de lei complementar a alteração de 17 leis e a
revogação de mais quatro. Ele institui a bonificação por resultados, cria a
Controladoria-geral do Estado e ainda dispõe sobre a assistência técnica em
ações judiciais.
O SR. CAMPOS MACHADO - AVANTE -
Concede um aparte, deputado?
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS -
PSL - Projeto de lei Frankenstein sobre o qual falaremos a
seguir, depois do nobre deputado Campos Machado. Está concedido um aparte.
O SR. CAMPOS MACHADO - AVANTE -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Meu caro deputado, pelo qual tenho um grande
respeito, eu queria fazer algumas indagações. Esse projeto não tem cara, não
tem alma e não tem coração.
A
primeira pergunta que eu faço é que não há meio termo, não há meia gravidez. Ou
se é contra o projeto por inteiro ou se é a favor do projeto. E faço a segunda
indagação: esta Casa, deputado Paulo, é uma Casa, presume-se, de homens de
coragem.
São
homens que, se forem ao mar, preferem a insegurança do barco à segurança da
ilha. Há uma diferença muito grande entre o barco e a ilha: no barco, você tem
a insegurança das ondas; na ilha, você tem a segurança da terra firme.
E eu
quero ver, quero assistir, nesta Casa, deputado por deputado, meu irmão Neri,
votando: ou é a favor do funcionário público ou é contra. Não pode existir a
chamada meia gravidez. Não pode.
Eu dizia:
no ano passado, o “projetocídio” 529 ia aumentar
preço de pasta de dente, de açúcar, de arroz - tudo. Ninguém acreditava. Agora
nós estamos diante de um projeto que coloca um punhal no coração do funcionário
público.
Eu quero
ver os deputados que votarem “sim” irem para o interior correr 644 municípios
para dizer qual foi a sua posição na votação desse projeto. Diz lá que votou
“sim”. A eleição está aí; são 11 meses. E emenda nenhuma, meu caro deputado,
pode subverter o caráter de um homem.
Agradeço,
portanto, a sua gentileza. Você que é um homem de família, que tem uma
princesinha em casa chamada Júlia. Tenho certeza de que V. Exa., chegando à sua
casa, abraçando a sua filhinha, está convencido de que está transmitindo a ela
a verdade, a coragem e a dignidade.
Nós não
podemos fugir à nossa responsabilidade. Quem votar “sim” neste projeto assina,
para a vida toda, um manifesto contra o funcionalismo público do Estado. É um
divórcio permanente, meus amigos. Não é uma separação amigável; é uma separação
litigiosa. Quem não tiver coragem, fica na ilha; quem tiver coragem, fica no
barco.
Obrigado,
Sr. Presidente.
O SR.
AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Obrigado, deputado Campos
Machado.
O SR.
SARGENTO NERI - SD - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Pela
ordem, deputado.
O SR. SARGENTO NERI - SD - Como
vice-líder do Solidariedade, eu peço uma verificação de presença, até porque
fiz uma contagem: se tiver 14 deputados aqui, é muito.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Eu
mesmo contei. Há 23 deputados. Falta um deputado, então nós vamos dar...
O SR. SARGENTO NERI - SD - Presidente,
regimentalmente a contagem é nominal. Então, eu peço que faça nominal.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Não,
deputado.
O SR. SARGENTO NERI - SD - Não
tem. Então vou contar aqui. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito,
nove, 10, 11, 12, 13, 14, 15 com o Barros Munhoz.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Deputado,
o senhor está deixando de contar quem está aqui em cima no plenário.
O SR. SARGENTO NERI - SD - Então
faça a verificação. É só fazer a verificação nominal; tire a dúvida. É
regimental, presidente. Qual é a dificuldade? Não tem dificuldade.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Tem
24 deputados.
O SR. SARGENTO NERI - SD - Não
tem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Deputado,
nós não vamos ficar discutindo.
O SR. SARGENTO NERI - SD - Não
é discussão. Faça nominalmente. Eu estou contando.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- O
que nós estamos contando aqui dentro do plenário, há quórum.
O SR.
CAMPOS MACHADO - AVANTE - Sr. Presidente, esta é uma Casa séria. Não
brinque...
O SR. SARGENTO NERI - SD - Precisa
ter seriedade. Não tem 24.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Primeiramente,
eu quero o respeito dos deputados, porque parece que nós estamos aqui fazendo
papel de mentiroso.
O SR. SARGENTO NERI - SD - Não,
não é papel de mentiroso, presidente. É para tirar a dúvida na contagem.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Há
quórum. Tirei a dúvida. Eu peço que o deputado Agente Federal Danilo Balas dê
continuidade.
O SR. SARGENTO NERI - SD - Não
tem a quantidade.
A SRA.
PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Então
eu vou passar a palavra ao próximo inscrito, se o deputado...
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão
de ordem, por favor.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- É
sobre o tema, deputada?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - É
sobre o tema.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Por
gentileza, deputada. Questão de ordem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - A questão é a seguinte, Sr. Deputado. Podemos ter aqui
inúmeras divergências, mas o que a gente não pode fazer é o que o senhor está
fazendo na Mesa: rolo compressor.
Aqui não
tem 24 deputados, mas nem aqui nem na China. Isso é uma afronta à inteligência
nossa. (Vozes sobrepostas.) Portanto, eu peço que seja contado nominalmente. É
direito meu. É do outro parlamentar, como deputado.
O SR.
PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Deputada,
eu não vou permitir a obstrução. Eu acho que...
A SRA.
PROFESSORA BEBEL - PT - Ah, o senhor não vai permitir?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Eu acho
que tem que haver...
A SRA.
PROFESSORA BEBEL - PT - O senhor tem certeza disso que o
senhor está falando?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- A senhora
quer ganhar no grito, deputada. Eu não vou gritar com Vossa Excelência.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - O
senhor não permite a obstrução?
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Eu vou
tratar a senhora, como sempre a respeitei, com respeito. Agora, nós temos aqui
uma equipe da Assembleia que verifica. Então, diante disso, deputado, não é a
minha palavra contra a sua palavra. É o número de deputados que estão
presentes.
O SR.
CAMPOS MACHADO - AVANTE - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Pela
ordem, deputado.
O SR.
CAMPOS MACHADO - AVANTE - Eu reitero, com clareza, uma vez mais. Uma
verificação de presença. Não existem 24 deputados em plenário.
A SRA.
PROFESSORA BEBEL - PT - Não tem os 24, gente. Vocês podem chamar. E
depois os quatro entram. Mas façam o que a gente está pedindo, que está dentro
do Regimento, poxa.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- A
deputada Isa Penna dentro do plenário; está aqui. Vossa Excelência, deputada
Professora Bebel.
A SRA.
PROFESSORA BEBEL - PT - Olhe lá, está contando você, Isa. Vá para lá.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Passo a
palavra ao deputado Agente Federal Danilo Balas. Tem o tempo regimental
deputado, a continuidade.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Srs.
Deputados, Sr. Presidente, a todos os que nos acompanham...
O SR.
CAMPOS MACHADO - AVANTE - Me dê um aparte, deputado.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Posso só
dar sequência? Uns cinco minutos, deputado Campos, pelo menos para eu...
O SR.
CAMPOS MACHADO - AVANTE - Pois não.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Solte o
tempo do deputado, por favor. Pois não, deputado. Pode dar continuidade.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Vamos
lá. Como servidor público...
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Pela
ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- O
deputado....
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Eu estou
pedindo pela ordem. Foi pedida aqui uma verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- O
deputado está com a palavra.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Uma
questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Depois
eu passo pela ordem a Vossa Excelência.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Não, já
foi pedido, presidente. Você está fora do Regimento.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Eu quero
que o tempo continue.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Você
está sendo autoritário. Você está “invisibilizando”
os deputados que, inclusive, não estão aqui.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Por
gentileza.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Não tem
nem 20 deputados.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Por
favor, corte o microfone da deputada. Eu a respeito, só que eu não vou permitir
que a deputada, por favor, aja com autoritarismo em cima de mim.
Eu peço
ao deputado Danilo Balas, pois há quórum visível, para que V. Exa. continue.
Peço ao deputado Agente, o seu tempo está correndo. Deputado, tem o tempo
regimental. (Fala fora do microfone.)
O tempo
de V. Exa. está correndo, deputado Agente Federal. Não há problema. Nós estamos
com 26 deputados presentes. Inclusive, V. Exa. está ajudando a dar quórum.
Deputado Agente Federal, tem o tempo regimental.
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Sr.
Presidente, retomando a minha fala aqui para a TV Assembleia, para os demais
deputados, para o público que está aqui presente. Como servidor público há 27
anos... Em 1994, ingressei na Polícia Militar do estado de São Paulo. Policial
há 27 anos. É inadmissível o que o governo João Doria vem fazendo...
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - É uma
vergonha, é uma vergonha!
O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - É
inadmissível o que o governador Doria vem fazendo, apresentando o Projeto de
Lei Complementar no 26, de 2021, que retira direitos fundamentais
dos servidores públicos do estado de São Paulo.
Estão
sendo prejudicados oficiais de Justiça, professores, médicos, enfermeiros,
policiais militares, policiais civis, policiais penais, policiais
técnico-científicos. O governador Doria abandona mais uma vez os servidores
públicos do estado de São Paulo.
Esse
projeto de lei é um projeto “Frankenstein”, porque abarca inúmeras leis,
revogando e inclusive alterando. Ele retira e mexe no direito da insalubridade
do servidor público. Ele traz a previsão de contratação por tempo determinado,
tirando a figura e a estabilidade do servidor público do estado de São Paulo.
Ele mexe
nas faltas abonadas. Diferentemente do que trouxe aqui o deputado Arthur do
Val, de forma mentirosa: ele diz que são seis dias para o servidor ficar em
casa sem fazer nada. Há previsão legal das seis faltas abonadas; há critérios
para o servidor usufruir dessa falta. No caso de moléstia grave ou um motivo
relevante, são seis faltas abonadas por ano, em meses intercalados. Há a necessidade
da aprovação do superior imediato.
E eu
trago um exemplo prático aqui: um casal de servidores públicos do estado de São
Paulo que tem um filho pequeno doente em sua residência. Período de pandemia,
deputado Major Mecca.
O senhor
acha que a mãe servidora ou o pai servidor iria levar a um pronto-socorro a sua
criança, com o pronto-socorro lotado? Sendo que pequenos remédios ali, uma
atenção especial do pai ou da mãe, ficando ao lado de seu filho, atenderia.
Esse é o
motivo da falta abonada. Um problema que o servidor tenha de última hora, um
pequeno acidente de trânsito, que o impede de chegar a seu trabalho. A falta
abonada não é banalizada no estado de São Paulo.
O
servidor que tem que atender a um parente por uma moléstia grave tem, sim,
direito à falta abonada. O deputado Arthur do Val desvirtuou a legislação que
protege o bom servidor público, que é a grande maioria no estado de São Paulo.
Também
temos a retirada de um direito fundamental do servidor público, que é o abono
permanência. O senhor que nos acompanha, a senhora aí de casa, que tem um
familiar servidor público, que honra a camisa do seu estado, sabe muito bem o
que eu estou falando.
O governo
quer deixar a critério dele a quem ele vai destinar o abono permanência. O
abono permanência, depois que o servidor trabalha 35 anos e decide permanecer
trabalhando no serviço público, ele tem um pequeno aumento do salário, um abono
por permanecer.
Aquele
servidor com 55 anos de idade, em plena capacidade física, intelectual, é
interessante permanecer na Educação, na Saúde, na Segurança Pública. Ele é
interessante para o estado, para a população. E o governador João Agripino
Doria quer definir quem fará jus ao abono permanência.
Ele vai
escolher qual o cargo, qual a classe e qual a carreira que fará jus. Ele vai
definir o valor. E impõe um período de 12 meses para a fruição desse abono
permanência, não gerando direito adquirido. Isso é uma aberração.
Retirada
de direitos dos servidores públicos do estado de São Paulo. E ainda mais: ele
cria o instituto, Sr. Presidente, da necessidade de retenção do servidor. Ele
que vai determinar se o servidor é necessário, deputado Conte Lopes, ou se não
é.
E aí ele
criou quatro faixas. Se ele achar que o policial ou o professor ou o servidor
da Saúde tem baixa necessidade de retenção no serviço público, ele vai pagar
25% do abono permanência; se ele achar que não tem necessidade, paga zero, ou
seja, não paga nada. Ele colocou: se o servidor tiver uma necessidade de
retenção de grau intermediário, ele paga 50%; um grau elevado, 75%; e um grau
máximo, 100 por cento.
Ora, quem
decidirá os graus de necessidade de retenção? O governador do estado de São
Paulo, criado a pão de ló, que não sabe o que é trocar tiro numa favela de São
Paulo, socorrer baleado, atender a uma parturiente, atender a uma diligência e
sair baleado?
O
servidor da Educação, que às vezes apanha na sala de aula. O governador Doria
não sabe isso, Professora Bebel; ele não tem ideia do que é servir ao público.
Ele serve, sim, aos interesses próprios.
Deputados
Campos Machado, é um absurdo o que o governador João Agripino Doria, o pior
governador da história do estado de São Paulo, vem fazendo, mais uma vez,
contra os servidores públicos do estado de São Paulo. O meu voto é “não” ao PLC
26. Vamos obstruir esse projeto, nem que cheguemos às duas horas da manhã, e
amanhã novamente neste plenário.
Obrigado,
Sr. Presidente.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- Pela
ordem, deputada Professora Bebel.
A SRA.
PROFESSORA BEBEL - PT - Para apresentar uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS
- É
regimental. Vossa Excelência gostaria... Eu acho que não vai dar tempo; faltam
20 segundos. Se V. Exa. puder esperar. Então, tem o tempo... Vamos então passar
para o próximo orador inscrito. Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Esgotado
o tempo da presente sessão. Lembrando a todos que daqui a 10 minutos nós
teremos a próxima sessão extraordinária.
Estão
levantados os trabalhos.
* * *
-
Encerra-se a sessão às 21 horas e 30 minutos.
*
* *
-
São inseridas íntegras de questões de ordem não lidas em plenário.
*
* *
Questão
de Ordem
Senhor Presidente, formulo a presente questão
de ordem com a finalidade de obter de V. Exa. esclarecimento acerca da
aplicação da alínea “d”, do inciso II, do artigo 18 do Regimento Interno da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que não foi seguido neste
momento em que se discute o PLC 26/2021, de autoria de S. Exa., o Governador do
Estado de São Paulo.
Passo a explicar e desenvolver o questionamento
que ora formulo:
O dispositivo regimental mencionado estabelece
que é de competência, e portanto, de responsabilidade
do Presidente da Assembleia Legislativa, a negativa de que exista audiência de
comissão, quando sobre a propositura já tenha havido a deliberação do número
regimental de comissões.
Então, o que é dito na disposição regimental
citada é que só se pode deixar de haver deliberação de comissão quando o número
regimental de comissões já tenha se debruçado sobre a propositura.
Assim, é mais do que evidente que não há um
único artigo regimental que prevê que alguma propositura possa tramitar sem que
exista a audiência de comissões temáticas, o que, aliás, é questão óbvia, uma
vez que o regimento prevê a existência das comissões, e não há palavras inúteis
na lei e nem é possível que se admita que haveria na norma disposição que não
devesse ser seguida.
Também é dito que é de responsabilidade do
Presidente da ALESP esse indeferimento. Ora, se é de responsabilidade do
Presidente o envio das proposituras às comissões, e se é dito que apenas não se
pronunciarão comissões se a propositura já houver caminhado pelo número
necessário de comissões temáticas, é mais do que óbvio que o PLC 26/2021
tramita de forma não prevista no regimento.
A questão de ordem se justifica porque há
necessidade de entendimento da ALESP sobre o que é exercer plenamente uma
legislatura, face às inúmeras competências que as comissões temáticas possuem e
e que não serão exercidas por omissão do Presidente
da Casa.
Dentre as possibilidades de exercício pleno do
mandato de um deputado estadual está a elaboração de emendas a serem propostas
nas comissões que, entende, poderão aperfeiçoar o projeto.
Então, observando-se o regimento interno da
casa, especialmente o dispositivo que inaugurou a presente questão de ordem,
verifica-se que é incompatível com todo o processo legislativo que as
proposituras tramitem sem que tenham passado pelas comissões temáticas, que podem
se reunir, inclusive, em congresso de comissões, e, o tramite do PLC 26/2021 é,
então antirregimental.
A questão de ordem, então, diz respeito aos
limites da possibilidade de qualquer propositura ir a
votação em plenário sem que tenham tramitado nas comissões temáticas pelas
quais precisa tramitar.
A solução que imagino que possa dar conta dessa
contradição é que o PLC 26/2021, nos termos do regimento, seja retirado de
pauta e tramite pelas comissões, ainda que reunidas em congresso
Sala das Sessões,
Professora Bebel
Deputada Estadual-PT
*
* *
Questão
de Ordem
Senhor Presidente, formulo a presente questão
de ordem com a finalidade de obter de V. Exa. esclarecimento acerca da
aplicação do § 10 , do artigo 31 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo, que não foi seguido neste momento em que se discute o
PLC 26/2021, de autoria de S. Exa., o Governador do Estado de São Paulo.
Passo a explicar e desenvolver o questionamento
que ora formulo:
O dispositivo regimental mencionado estabelece
que é de competência, e portanto, de responsabilidade,
da Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, manifestar-se a
respeito de todos os assuntos, naquilo que diz respeito ao serviço público e
aos servidores, entre outros.
É, então, a Comissão mencionada quem primeiro
exerce o controle das questões de impacto que a propositura pode causar à
população do Estado, devendo se manifestar sobre o mérito deste impacto, para
orientar a ALESP sobre as consequências de se votar a favor ou contrariamente
sobre determinada propositura, e a norma é cogente neste sentido, não
permitindo qualquer interpretação que a desvirtue ou que negue sua eficácia.
Então, o que é dito na disposição regimental
citada é que, ainda que determinada propositura tramite em regime de urgência,
haverá necessidade de que ela tramite pela Comissão de Administração Pública,
quando gere impactos nos serviços públicos, ou seja, não pode existir
propositura, esteja ela em regime de urgência ou não, que possa tramitar livre
dessa condição.
Assim, é mais do que evidente que não há um
único artigo regimental que prevê que alguma propositura possa tramitar sem que
exista a audiência da Comissão em questão, o que, aliás, é questão óbvia, uma
vez que o regimento prevê a existência daquela comissão, e não há palavras
inúteis na lei e nem é possível que se admita que haveria na norma disposição
que não devesse ser seguida.
Também é dito que é de responsabilidade do
Presidente da ALESP a convocação das comissões, ou extraordinariamente ou em
congresso, e não foi convocada previamente a comissão em questão, seja
isoladamente seja em forma de congresso se há essa disposição, é óbvio que o
PLC 26/2021 tramita de forma não prevista no regimento.
A questão de ordem se justifica porque há
necessidade de entendimento da ALESP sobre o que é exercer plenamente uma
legislatura, face às inúmeras competências que as comissões temáticas possuem e
que não serão exercidas por omissão do Presidente da Casa.
Dentre as possibilidades de exercício pleno do
mandato de um deputado estadual está a elaboração de emendas a serem propostas
nas comissões que, entende, poderão aperfeiçoar o projeto.
Então, observando-se o regimento interno da
casa, especialmente o dispositivo que inaugurou a presente questão de ordem,
verifica-se que é incompatível com todo o processo legislativo que as
proposituras tramitem sem que tenham passado pelas comissões temáticas, que
podem se reunir, inclusive, em congresso de comissões, e, o tramite do PLC
26/2021 é, então antirregimental.
A questão de ordem, então, diz respeito aos
limites da possibilidade de qualquer propositura ir a
votação em plenário sem que tenha tramitado nas comissões temáticas pelas quais
precisa tramitar.
A solução que imagino que possa dar conta dessa
contradição é que o PLC 26/2021, nos termos do regimento, seja retirado de
pauta e tramite pelas comissões, ainda que reunidas em congresso
Sala das Sessões,
Márcia Lia
Deputada Estadual-PT
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