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1 DE OUTUBRO DE 2021

3ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO LÍDER CATÓLICO PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA, FUNDADOR DA TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE - TFP

 

Presidência: GIL DINIZ

 

RESUMO

 

1 - PRESIDENTE GIL DINIZ

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene em "Homenagem ao Líder Católico Plinio Corrêa de Oliveira, Fundador da Tradição, Família e Propriedade - TFP", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida a todos para que rezem, de pé, uma Ave Maria e, em seguida, entoem o "Hino Nacional Brasileiro", reproduzido pelo Serviço de Audiofonia desta Casa.

 

2 - GABRIEL ZEYMER

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de um vídeo acerca das atividades do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

 

3 - MIGUEL VIDIGAL

Diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo, enaltece a obra de Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP.

 

4 - GABRIEL ZEYMER

Mestre de cerimônias, anuncia uma apresentação musical, feita por membros da TFP de diversos países.

 

5 - CAIO VIDIGAL XAVIER DA SILVEIRA

Presidente da TFP francesa, discorre sobre a influência de Plinio Corrêa de Oliveira e da entidade por ele fundada.

 

6 - GABRIEL ZEYMER

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de um vídeo acerca da atuação da TFP em debates nesta Casa.

 

7 - BERTRAND DE ORLÉANS E BRAGANÇA

Príncipe da Casa Imperial do Brasil, tece considerações sobre a vida e pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira e sua relação com o destino brasileiro.

 

8 - JOHN HORVAT

Vice-presidente da TFP americana, destaca a influência internacional das ideias de Plinio Corrêa de Oliveira, homenageado nesta solenidade.

 

9 - GABRIEL ZEYMER

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega, ao deputado Gil Diniz, de uma lembrança ofertada pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

 

10 - PRESIDENTE GIL DINIZ

Ressalta a importância da homenagem a Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP, e de reconhecer o seu trabalho. Discorre sobre sua criação na fé católica. Comenta o legado da Igreja Católica ao Brasil. Relata sua trajetória familiar e política. Diz ser preciso permanecer no combate em prol dos valores cristãos. Fala sobre sua atuação nesta Casa.

 

11 - GABRIEL ZEYMER

Mestre de cerimônias, anuncia mais uma apresentação musical de membros da TFP.

 

12 - PRESIDENTE GIL DINIZ

Convida a todos para rezar, mais uma vez, uma Ave Maria. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gil Diniz.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Senhoras e senhores, muito boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear o escritor, líder católico e fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP, o professor Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, um homem de fé, de pensamento, de luta e de ação, inspirador de movimentos contrarrevolucionários que se espalharam pelos cinco continentes.

Convidamos, então, o nosso anfitrião, o deputado Gil Diniz, para presidir a sessão. (Palmas.)

Para compor a Mesa, convidamos Sua Alteza Imperial e Real D. Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil. (Palmas.) Dr. Adolpho Lindenberg, presidente de honra do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. (Palmas.)

Sua Alteza o duque Paul Von Oldenburgo, diretor da TFP alemã. (Palmas.) Dr. Caio Vidigal Xavier da Silveira, presidente da TFP francesa. (Palmas.) Dr. Miguel Vidigal, diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo. (Palmas.) Mr. John Horvat, vice-presidente da TFP americana. (Palmas.)

Gostaríamos de, antes de tudo, agradecer a presença do deputado estadual Castello Branco; do Sr. (Inaudível.), diretor da TFP norte-americana; do Sr. (Inaudível.), diretor da TFP polonesa; do M. Jean Goya, diretor da TFP francesa; do Dr. José Tadeu de Barros Nóbrega, diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo; do Dr. José Roberto Leme, juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo; e do Sr. Edson Fernandes, superintendente do Incra.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, Carlão Pignatari, atendendo à solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear o líder católico Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP.

Só voltando aqui um tópico muito importante: sob a proteção de Deus e de Nossa Senhora, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Convido a todos a ficarem em pé e entoarmos o Hino Nacional. Mas, antes de entoarmos o Hino Nacional, faremos aqui uma Ave Maria, D. Bertrand, por gentileza.

 

* * *

 

- É feita a oração.

 

* * *

 

- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Assistiremos neste momento a um vídeo, preparado pelo instituto Plinio Corrêa de Oliveira, de algumas atividades dos últimos anos.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Cenas de algumas campanhas dos movimentos TFP em todo o mundo. Bom, para iniciar essa série de depoimentos, damos a palavra então ao Dr. Miguel Vidigal, diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo.

 

O SR. MIGUEL VIDIGAL - Pedi licença para tirar... Alteza imperial e real, Dom Bertrand de Orléans e Bragança, a quem cumprimento saudando também o seu irmão, o chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orléans e Bragança; excelentíssimo Sr. Deputado Gil Diniz, presidente desta sessão e promotor desta homenagem, na pessoa de quem saúdo todos os demais deputados - especificamente o deputado Castello Branco, aqui presente; excelentíssimo Sr. Dr. Caio Xavier da Silveira, que aqui representa o conjunto das associações fundadas ou inspiradas na obra do professor Plinio Corrêa de Oliveira; excelentíssimo Sr. Duque Paul de Oldenburgo, presidente da TFP alemã; excelentíssimo Sr. Dr. Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira; excelentíssimo Sr. John Horvat, vice-presidente da TFP americana.

Senhoras e senhores, como advogado e diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo, entidade criada pelo eminentíssimo cardeal de São Paulo que teve como primeiro presidente o Dr. Ives Gandra da Silva Martins, e hoje é presidida pelo Dr. Luiz Gonzaga Bertelli, ser convidado para proferir palavras, neste momento de tributo a uma personalidade do mundo católico, é uma honra.

O professor Plinio Corrêa de Oliveira foi o autor de uma obra impressionante. Querer fazer aqui um resumo, ainda que curto, de seus escritos, de suas conferências e inúmeras manifestações públicas seria impossível.

Sua alteza imperial e Dr. Caio certamente trarão inúmeros aspectos da vida desse homem, que foi deputado federal constituinte eleito pela Liga Eleitoral Católica, advogado da arquidiocese de São Paulo, professor, colunista do jornal “Folha de S. Paulo”, escritor de diversos livros, entre os quais o best-seller “Revolução e contrarrevolução”, fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, bem como inspirador de inúmeras outras entidades pelo mundo afora, caracterizando-se como divulgador da doutrina da Santa Igreja e conhecido em todo o mundo católico.

Ao ser chamado para fazer uso da palavra nesta sessão solene, procurei encontrar algum tema que ligasse o homenageado ao promotor dessa homenagem além da defesa comum dos valores morais, como o direito à vida.

Com efeito, é de autoria do deputado Gil Diniz um projeto que tramita nesta Casa Legislativa e que pretende fazer de São José de Anchieta o patrono da Educação no estado de São Paulo. Tal tributo, além de justo, constituiria o legítimo reconhecimento da importância do santo taumaturgo, personalidade ímpar da nossa nação e do nosso estado.

Compulsando os discursos daquele que home homenageamos, encontrei uma manifestação do então deputado federal constituinte Plinio Corrêa de Oliveira em 17 de março de 1934 sobre o santo apóstolo de nossas terras, na qual juntamente com os também deputados Alcântara Machado e Cincinato Braga, cuidava-se de promover um ato público de reconhecimento nacional dos benefícios trazidos ao Brasil realizados por São José de Anchieta.

Peço licença para fazer a leitura de um trecho dessa manifestação. “As figuras congêneres que vemos na nascente de um grande número de nações famosas brilham, em geral, em um ardor agressivo de heróis selvagens e implacáveis, conquistando a celebridade ora em guerras justas, ora em inqualificáveis rapinas.

Sua existência discutida e suas grandezas são fantasias tecidas pelo orgulho nacionalista que se dissipam inteiramente pelo estudo imparcial da história, e isso desde Rômulo até Guilherme Tell.

Anchieta, pelo contrário, entrou na história em um carro de triunfo que não era puxado por prisioneiros e vencidos, a dor não figurou no seu cortejo, os hinos de guerra não celebraram o seu triunfo, tampouco as armaduras foram o seu paramento.

Constituiu em um cortejo pacífico uma raça que arrancara da vida selvagem e defendera contra o cativeiro, uma nação inteira que ajudara a construir para a maior glória de Deus, abrandando o rancor dos homens e das feras na realização da promessa evangélica: bem-aventurados os mansos, que possuirão a Terra.

Mas eu disse mal quando eu afirmei que a dor não figurara no seu cortejo triunfal. Ela era o nimbo que o aureolava. Era a dor cristã do pelicano que enche de amargura o mártir ao santo, mas banha em suavidade quantos deles se acercam.

Ele passara a sua vida a distribuir rosas, e os espinhos, guardava-os para si nas labutas do apostolado. Anchieta é vulto culminante de nossa história.” Termino aqui as citações daquele discurso.

Analisando a obra do professor Plinio Corrêa de Oliveira, percebe-se que o homenageado procurou em sua vida admirar aquilo que havia de mais belo e virtuoso na criação. A homenagem a Anchieta é uma como numerosas vezes fez ao longo da vida a outros tantos personagens históricos. O tom foi sempre o mesmo, a procura da maior glória de Deus.

Conheci o Dr. Plinio aos cinco anos de idade quando o meu pai me levou a uma sede da TFP. Anos mais tarde, convivi quase que diariamente com o Dr. Plinio, pois eu trabalhava no prédio em que ele tinha a sua residência. Com ele, aprendi a amar o Brasil e a Santa Igreja e sou testemunha da sua grandíssima devoção a Nossa Senhora.

O caminho trilhado por esse brasileiro, que tanto fez pelo País e pela Igreja, foi uma estrada árdua e lógica a partir da verdade e do bem, a partir da fé e da moral. Ele mesmo, ao indicar esse caminho a jovens que lhe pediam um conselho, dizia:

“Siga esse caminho da verdade, por mais árduo que seja, e uma luz te acompanhará ao longo dessa vida. Não será a luz do ouro. E não será a luz dos olhos risonhos do bajulador. Não será a luz dos fogos da propaganda. Não será a luz fictícia desse mundo terreno.

Mas é uma luz interna, que os olhos não veem, mas que a alma percebe. É uma paz. É uma segurança que poderá sentir, que, em seu torno, todos os perigos ameaçam desabar sobre você.

Mas, sem embargo, continuando firme, continuando no seu propósito, no seu último alento, sentirá que valeu a pena viver. E você terá cumprido o seu dever. E poderá fazer suas as palavras de São Paulo: ‘Percorri o caminho que deveria percorrer. Cheguei até o fim do meu caminho. Combati o bom combate. Ó Deus, dai-me agora o prêmio de Vossa Glória’.”

Essas palavras resumem a vida do professor Plinio Corrêa de Oliveira. Esse foi o caminho de fidelidade à verdade que procurou seguir. Muito embora, muitas vezes, tenha sido incompreendido e caluniado por pessoas que desconheciam ou que odiavam esse caminho.

Hoje pela manhã mesmo, vi na internet uma manifestação falsa, de um proeminente diplomata, com factoides inverídicos sobre a TFP. Essa foi a batalha da sua vida, da vida de doutor Plinio: lutar pela verdade, apesar das incompreensões.

De tal modo que é dele uma famosa frase, recordada por todos os seus admiradores. “Estou certo que os princípios, a que consagrei a minha vida, são mais atuais do que nunca. E apontam o caminho que o mundo seguirá nos próximos séculos. Os céticos poderão sorrir. Mas o sorriso dos céticos jamais conseguiu deter a marcha vitoriosa dos que têm fé.”

Estes são, Alteza Imperial, Sr. Presidente, Sr. Deputado Gil Diniz, Srs. Deputados aqui presentes, senhoras e senhores, alguns dos ensinamentos mais importantes deixados por doutor Plinio. Combatamos o bom combate. Tenhamos devoção a Nossa Senhora e amor ao País. Esse foi o caminho trilhado pelo fundador e grande defensor da Tradição, Família e Propriedade.

Essa é a via pela qual, sob as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida, o Brasil deve ser conduzido.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Muito obrigado, doutor Miguel, pelas fogosas palavras. Agora vamos assistir a uma breve apresentação musical, de voluntários do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, e associações coirmãs de outros países.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - As gaitas de fole, que tocaram aqui, fazem parte da aparelhagem das campanhas das TFPs, campanhas de rua das TFPs, em vários países. Segundo consta, é um instrumento muito antigo, que teria inspirado o órgão.

Vamos então pedir a gentileza, ao presidente da TFP da França, doutor Caio Vidigal Xavier da Silveira, de nos dirigir a palavra. (Palmas.)

 

O SR. CAIO VIDIGAL XAVIER DA SILVEIRA - Alteza Imperial Real (Inaudível.), Excelentíssimo Sr. Deputado Gil Diniz, dignos componentes da mesa, minhas senhoras e meus senhores.

É com grandes saudades que nos reunimos para homenagear o grande líder católico paulistano, doutor Plinio Corrêa de Oliveira, que mereceu ser qualificado “Profeta do Século XX e “Profeta do Reino de Maria”, títulos de dois livros do internacionalmente conhecido historiador italiano, professor Roberto de Mattei.

Cabe-me, nessas breves palavras, esboçar, com mão de discípulo, a grandeza do homenageado e o caráter de sua gesta contrarrevolucionária. Plinio Corrêa de Oliveira foi um homem de fé, de pensamento e de ação, cuja atuação marcou, de ponta a ponta, o século XX. Desde a sua entrada no movimento católico, em 1928, até o seu falecimento, a 3 de outubro de 1995.

A cada semana que passa, uma nova tese de doutorado, uma nova conferência em grandes instituições acadêmicas, um novo livro ou um novo artigo são escritos em toro de sua figura.

O mais recente é o do brasilianista norte-americano Benjamin Cowan, sob o título, em tradução livre, “Maiorias Conservadoras ao Longo das Américas. Brasil, Estados Unidos, e a criação da direita religiosa.”. O qual reconhece que a atual onda conservadora teve origem nos meios católicos, e recebeu o seu impulso decisivo, já nos anos pré-Concílio Vaticano II, no pensamento e na atuação do doutor Plinio.

Nesse seleto e culto auditório, seria supérfluo relembrar sua vastíssima obra como deputado na Assembleia Constituinte de 1933, 34. Professor catedrático da PUC desta Capital, escritor, colunista da “Folha de São Paulo”, e, acima de tudo, fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, a gloriosa TFP, que sob sua direção, teve uma atuação marcante na vida nacional, irradiando-se em mais de 20 países, dos cinco continentes.

O Brasil, pela primeira vez, exportava ideologia. Recordo-me de minha viagem apostólica pelo Norte e Nordeste do Brasil, em 1958, a fim de criar grupos da obra de Plínio Correa de Oliveira, em todas as capitais do Norte e do Nordeste do Brasil.

Eu visitei o grande intelectual e escritor Câmara Cascudo, a pedido do Dr. Plínio. O Câmara Cascudo foi participante do primeiro Grupo Transmontano, em Recife, e ele, ao falar do Dr. Plínio, disse “o Dr. Plínio construiu para si?

Não, ele procurava uma imagem. O Dr. Plínio construiu para si uma montanha, uma cadeia? Não. O Dr. Plínio construiu para si uma imensa ilha, ao longo das costas do Brasil, e o Brasil inteiro olha pra ele”. Isso em 1958.

Igualmente supérfluo seria mencionar seus numerosos artigos e livros, um dos quais foi classificado de “eco fidelíssimo do Supremo Magistério da Igreja”. Escritos que sempre foram bandeiras de luta anticomunista e antiprogressista, remexendo as águas estagnadas não apenas do Brasil, mas nos cinco continentes, por onde se disseminou o seu pensamento, através da atuação das TFPs locais.

Seria preciso dispor de vários dias para poder traçar seu perfil de homem de ação, e mostrar como atuou com sabedoria e coragem, em vários momentos cruciais da política nacional e internacional, denunciando e opondo obstáculos aos adversários da civilização cristã nos pontos mais sensíveis. Desarticulando, assim, seus planos mais cobiçados.

Cito apenas duas grandes campanhas. As seis páginas de denúncia do socialismo auto gestionário do presidente francês François Mitterrand, publicada como matéria paga em jornais de 52 países, totalizando 33,5 milhões de exemplares.

E a campanha de coleta de adesões em defesa da independência da Lituânia, que ultrapassou cinco milhões de assinaturas, colhidas nos cinco continentes.

Aliás, tive a honra de presidir a delegação que entregou no Kremlin os microfilmes com as listas de adesão. Igualmente, junto com o deputado federal alemão, fui o único estrangeiro a ser convidado como representante das TFPs, para falar na sessão solene do Parlamento lituano, que celebrava os 15 anos da declaração unilateral de independência daquela corajosa nação báltica.

Caberá a outros ressaltarem esses aspectos da vida pública de Plínio Correa de Oliveira, e peço vênia apenas para evocar sua visão realmente profética, empregando o termo “profeta” no sentido que a Teologia Católica lhe outorga, e na extensão que ele tem no Novo Testamento.

O Dr. Plínio não foi apenas profeta do Reino de Maria, e da restauração da civilização cristã, como destacou o Professor De Mattei. Ele foi, também, um verdadeiro profeta da ruína do mundo neopagão, nascido das revoluções, que, desde o declínio da Idade Média, assolaram o Ocidente, em um processo multissecular agudamente analisado por nosso homenageado, em sua obra mestra, “Revolução e Contrarrevolução”.

Hoje é fácil ver que o colosso com pés de barro, que é a sociedade moderna, cuja pedra angular são instituições ateias, como as Nações Unidas, ou a União Europeia, está a ponto de desabar.

Mas quem poderia imaginar, quando no Brasil ainda vigorava a República Velha, e era dirigida por personalidades da estatura e caráter de um Washington Luiz, quando todos os olhos já se voltavam para os Estados Unidos, como modelo da organização e do progresso, quando a estabilidade das famílias era ainda a norma, e o divórcio, escândalo.

Quando na igreja ainda se ouviam os ecos do Pontificado de São Pio X, e a Alemanha ainda era governada pelo marechal Hindenburg. Quem neste contexto de estabilidade e de aparente ordem, haveria de imaginar que esse mundo que se divertia aos acordes do jazz, iria desabar?

O jovem Plínio, sim. O jovem Plínio o fez com uma clarividência de impressionar, em uma carta dirigida a um colega da Congregação Mariana, que estava no Rio de Janeiro.

Recentemente, li essa carta a um profissional francês que me assessora em questões organizativas, e ele não podia acreditar que alguém que vivesse nessa época, na América Latina, e com apenas 21 anos de idade, pudesse ter o discernimento do que aconteceria no grande cenário mundial, com décadas de antecipação.

Eis os principais trechos desta carta, datada de 1930, três anos antes de Hitler tomar o poder. Início de citação. “Cada vez mais se acentua em mim a impressão que estamos no vestíbulo de uma época cheia de sofrimentos e lutas. Por toda a parte, o sofrimento da igreja se torna mais intenso. E a luta se aproxima mais.

Tenho a impressão de que as nuvens no horizonte político estão baixando. Não tarda a tempestade. Atentem bem, minhas senhoras, meus senhores, não tarda a tempestade que deverá ter uma guerra mundial como prefácio, mas esta guerra...”.

Em 1930, um jovem de 21 anos perscruta o século a vir, e prediz tudo o que acontecerá. “Mas essa guerra espalhará pelo mundo inteiro uma tal confusão, que revoluções surgirão em todos os cantos, e a putrefação do triste século XX, atingirá seu auge. Aí, então, surgirão as forças do mal, que como os vermes, somente aparecem nos momentos em que a putrefação culmina.

Todo o bafum, o submundo da sociedade, subirá à tona, e a Igreja será perseguida por toda a parte. Mas “tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo ecclesiam mean”. (Inaudível.) Como consequência, ou teremos uma (Inaudível.), uma nova Idade Média, como preconizava Berdiaev, ou teremos o fim do mundo.”

Não menos proféticos são os dois últimos parágrafos, que poderiam servir de palavras de ordem para os católicos brasileiros, neste dia em que alguns de nossos compatriotas ficam desanimados, vendo nosso país tão caluniado pela mídia esquerdista do mundo afora.

Continuação de citação: “que parte terá nisto o Brasil? Que parte teremos nós, em questões que as soluções pertencem apenas à Divina Providência? No entanto, ao invés de imitarmos os apóstolos que dormiam no Monte das Oliveiras, enquanto Jesus estava na iminência de ser preso, nós devemos vigiar e orar. Eis nossa principal tarefa. Prepararmo-nos para a luta, e preparar a Igreja, como um marinheiro prepara o navio antes da tempestade.

Continua a citação: “Mas, do que valem uns poucos católicos que temos para tudo isto? Recurso ao sobrenatural, eis a única salvação.” Julgo que em uma ocasião como a de hoje, era minha obrigação de gratidão recordar este documento, que ilustra a fé e a acuidade de visão de Plínio Correa de Oliveira.

Sirvo esta modesta homenagem, como desmentido de um ditado francês, infelizmente verdadeiro em todas as latitudes: “a gratidão é uma doença de cães, que não se transmite aos homens”. O próprio Dr. Plínio, de fato, costumava repetir que a gratidão é a mais frágil das virtudes.

Que esta recordação seja nosso preito de gratidão. De gratidão filial ao nosso mestre, por tudo o que ele foi, e por tudo o que ele fez para o bem da santa Igreja, da civilização cristã, e do Brasil. Preito de gratidão que, obviamente, se estende à nossa Senhora, que nos deu um tal varão, (Inaudível.) como diz o epitáfio de seu túmulo, no Cemitério da Consolação.

Seguindo o exemplo de Plínio Correa de Oliveira, que era devotíssimo da santíssima virgem, encerro essas palavras, incitando a todos a voltarem suas almas a Nossa Sra. Aparecida, pedindo a ela que atenda as preces daquele escravo seu que ainda muito jovem voltou as costas para seu futuro e fez daquele passado carregado de bênçãos o seu porvir. E esse porvir não é outro que o triunfo do seu imaculado coração anunciado em Fátima.

Muito obrigado pela atenção.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Muito obrigado, Dr. Caio, pela lembrança dessas campanhas que o próprio Dr. Plinio dirigiu, campanhas das quais nós todos aqui somos herdeiros e que devemos continuar levando em frente.

Agora será apresentado um segundo vídeo sobre a atuação do instituto Plinio Corrêa de Oliveira aqui na Assembleia Legislativa contra a ideologia de gênero e da qual o deputado Gil Diniz teve importante atuação.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Temos então agora a honra de ouvir Sua Alteza Imperial e Real o príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança. 

 

O SR. DOM BERTRAND DE ORLÉANS E BRAGANÇA - Excelentíssimo Sr. Deputado Gil Diniz, Dr. Caio Xavier da Silveira, presidente da TFP francesa e da (Inaudível.), Sua Alteza Duque Paul Von Oldenburgo, Dr. Adolpho Lindenberg, presidente de honra da TFP, (Inaudível.), Sr. Miguel Vidigal, da Associação dos Juristas Católicos de São Paulo e, finalmente, meu caro amigo Sr. John Horvat, vice-presidente da TFP norte-americana, começo felicitando calorosamente o deputado Gil Diniz pela iniciativa desta sessão solene tão merecida em homenagem ao Sr. Dr. Plinio Corrêa de Oliveira.

De fato, certamente foi o Dr. Plinio quem melhor discerniu os desígnios de glória que a Divina Providência tinha reservado à nossa Pátria e quem melhor soube encarnar esses ideais e defender esses ideais na nossa história. Neste País descoberto à luz do Cruzeiro do Sul que teve como primeiro monumento uma Santa Cruz e primeiro ato da sua história uma Santa Missa na qual esteve em nossa Pátria com seu corpo, sangue, alma e divindade nosso Divino Redentor. O Brasil é um País abençoado.

O Brasil cresceu fruto da evangelização dos nossos primeiros missionários por instruções dos reis de Portugal que tinham como ideal muito mais do que questões econômicas, como dizem certas correntes marxistas, mas a expansão da Santa Fé.

Aqueles portugueses que, na expressão de Camões, saíam mar adentro para mais (Inaudível.) com a intenção de cumprir o mandato dado por nosso Sr. Jesus Cristo a dom Afonso Henriques por ocasião da Batalha de Ourique, que definiu a independência de Portugal e a partir da qual Portugal passou a ser um reino quando nosso Senhor lhe disse que: “Aceite o título de rei e eu quero que pela obra de Portugal a minha cruz seja conhecida nos quatro cantos do mundo”.

De fato, essa foi a grande obra de Portugal, um país pequeno, com menos de um milhão de habitantes, que conquistou a metade do mundo. Mas o Dr. Plinio soube discernir isso; soube dar continuidade a esse ideal; soube defender a Santa Cruz; soube manter viva essa chama em nossa Pátria. O Dr. Plinio continuou a sua obra aos jesuítas dos franciscanos que consolidaram a nossa Nação.

O Brasil era uma pequena faixa de terra que ia de Marajó a Laguna por causa (Inaudível.) do Tratado de Tordesilhas. Depois da separação das Coroas em 1640, o Brasil era um país três vezes maior e o que definiu as nossas fronteiras foram os marcos com a Cruz de Cristo plantados principalmente pelos jesuítas e pelos franciscanos, mas também pelas nossas bandeiras, os bandeirantes e as entradas, tão denegridas hoje por uma certa esquerda que não quer que a legenda “Nossa Pátria” continue na vida e na alma do nosso povo.

O Brasil é um grande povo e o Dr. Plinio soube exatamente manter essa chama. Se hoje há um Brasil profundo, um Brasil anticomunista, um Brasil que soube dizer “Basta!” a essa agenda vermelha querendo se impor contra a nossa fé, contra os nossos ideais, contra a nossa Pátria para a destruição de nossa Pátria, isso se deve mais do que em grande parte certamente ao professor Plinio Corrêa de Oliveira, que manteve esse lado combativo da alma dos brasileiros com as campanhas que vêm se desenvolvendo há mais de 50 anos nos quatro cantos deste grande Brasil.

Os jovens heroicos que souberam o ideal de tradição, família e propriedade proclamavam os ideais que nunca morreram. Esse é o nosso Brasil e é esse Brasil que o Brasil amou. Esse Brasil que tem um povo extraordinário, um povo que nasceu exatamente como fruto da nossa fé.

Um povo que soube somar as qualidades das várias nacionalidades que aqui se encontraram, o que deu um País pacífico, heroico, inteligente, com uma extraordinária rapidez de raciocínio, com uma extraordinária capacidade empreendedora, com doçura e lealdade. Um País que tem como uma das características do seu povo o gosto da admiração.

Um povo que sabe admirar a qualidade dos demais e com isso uma extraordinária capacidade de adaptação sem perder as próprias características, mas sempre acrescentando. Esse é o nosso Brasil. Esse é o Brasil que nós amamos e é esse Brasil que hoje está servindo como exemplo para as demais nações da América Latina e do mundo inteiro.

O Brasil hoje é um ponto de referência no concerto das nações e um ponto de inspiração na reação a esse processo revolucionário (Inaudível.), mas que vem hoje renascendo para esses ideais da Cristandade. Um povo que bradou que nossa bandeira verde e amarela quer o meu Brasil de volta. Nossa bandeira jamais será vermelha e quer a consolidação da nossa fé. O Dr. Plinio soube inspirar isso e ele tem uma discrição.

E com isso eu encerro, porque eu tinha muitos pontos que eu ia tratar, que já foram tratados pelo Dr. Caio da obra extraordinária do Dr. Plinio. Por exemplo, a questão da Lituânia, porque é evidente para todos que o que derrubou a Cortina de Ferro foi a campanha de Lituânia.

Eu estive na Lituânia pouco tempo depois da libertação pelos comunistas e os lituanos nos diziam: “O senhor não sabe o quanto nós lhe devemos”. Não fosse a ação das diversas TFPs no maior abaixo-assinado da história até aquele momento, nós teríamos capitulado.

Mas quando souberam no Brasil de uma campanha junta a opinião pública para coletar assinatura em apoio às tentativas da independência da Lituânia, que já tinham sido esmagadas sob a esteira dos tanques russos, quando souberam que havia essa campanha de coleta de assinaturas no mundo inteiro, (Ininteligível.) Plínio Corrêa de Oliveira, eles retomaram o ânimo e venceram.

E foi o primeiro elo do tecido podre da União Soviética que se rompeu. A partir disso, a União Soviética se esboroou, e o Brasil sempre foi o ponto de inspiração. E hoje o mundo mudou, em grande parte para melhor.

Eu diria até mais: foi uma iniciativa do Sr. Plínio Corrêa de Oliveira esta campanha. Isso nós devemos a ele. Nós devemos muitas outras coisas, como o Dr. Caio fez referência: a derrubada do projeto socialista do presidente Mitterrand, devemos muito...

Nos Estados Unidos, várias campanhas, defesa da bandeira, que também foi uma mudança profunda na opinião pública americana. Num momento em que, por obra das esquerdas, os soldados jogavam suas condecorações no lixo, Dr. Plínio inspirou uma campanha em defesa daquela bandeira que estava sendo queimada por certas esquerdas.

Os nossos amigos norte-americanos são testemunhas disso. Daí nasceu uma reação americana que levou à posição atual, a essa reação a que nós assistimos nos Estados Unidos, e que esperamos que retomem o quanto antes.

Mas eu termino, para não me alongar, com um trecho que eu selecionei também do Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, para ver como ele tinha entendido a alma dos brasileiros.

Ninguém como ele entendeu exatamente essas vias gloriosas que a divina providência tinha, ninguém como ele entendeu o povo brasileiro, ninguém como ele soube inspirar essa reação que veio alguns anos depois do seu falecimento, mas que mudou a nossa história.

Nós nos libertamos de uma agenda vermelha, que queria fazer do Brasil um país socialista, um país comunista, e hoje nós temos um país que defende os seus valores e que tem, na sua alma, o desejo...

Quando nós bradamos nas ruas “quero o meu Brasil de volta”, nós queremos exatamente esse Brasil autêntico, esse Brasil católico, esse Brasil que nasceu da fé católica do seu povo.

Eu trouxe aqui para ler, para ver até que ponto Dr. Plínio discerniu o que é o povo brasileiro, um trecho de um discurso feito quando Dr. Plínio não tinha 30 anos, por ocasião do Congresso Eucarístico que houve aqui em São Paulo. Cerca de um milhão de pessoas. Dizia o Dr. Plínio:

“Já nos primeiros passos da sua história, o Brasil dava mostras de ser um povo que Deus criara para grandes feitos. Talvez não fosse ousado afirmar que Deus colocou os povos de sua eleição em panoramas adequados à realização dos grandes destinos a que os chama.

E não há quem, viajando por nosso Brasil, não experimente a confusa impressão de que Deus destinou para teatro de grandes feitos esse País cujas montanhas trágicas e misteriosas penedias parecem convidar o homem às supremas afoitezas do heroísmo cristão, cujas verdejantes planícies parecem querer inspirar o surto de novas escolas artísticas e literárias, de novas formas e tipos de belezas, e na orla de cujo litoral os mares parecem cantar a glória futura de um dos maiores povos da Terra.

Quando nosso poeta cantava que ‘nossa terra tem palmeiras onde canta o sabiá, e que as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá’, percebeu, talvez confusamente, que a Providência depositou na natureza brasileira a promessa de um porvir igual ao dos maiores povos da Terra.

Tempo houve em que a História do mundo se pôde intitular ‘Gesta Dei per Francos’. Dia virá”, e nós podemos afirmar que esse dia veio, “em que se escreverá ‘Gesta Dei per brasilienses’ (As ações de Deus pelos brasileiros)”.

Esse estudo, citado por Dr. Caio, professor universitário da Califórnia, mostra como o nascedouro dessa reação direitista foi a obra de Dr. Plínio Corrêa de Oliveira. Hoje posso dizer “Gesta Dei per brasilienses”.

“A missão providencial do Brasil consiste em crescer dentro de suas próprias fronteiras, em desdobrar aqui os esplendores de uma civilização genuinamente Católica, Apostólica Romana, e em iluminar amorosamente todo o mundo com o facho desta grande luz, que será verdadeiramente o ‘lumen Christi’ que a Igreja irradia.

Nossa índole meiga e hospitaleira, a pluralidade das raças que aqui vivem em fraternal harmonia, o concurso providencial dos imigrantes que tão intimamente se inseriram na vida nacional, e mais do que tudo as normas do Santo Evangelho, jamais farão de nossos anseios de grandeza um pretexto para jacobinismos tacanhos, para racismos estultos, para imperialismos criminosos. Se algum dia o Brasil for grande, sê-lo-á para bem do mundo inteiro.

‘Sejam entre Vós os que governam como os que obedecem’, diz o Redentor. O Brasil não será grande pela conquista, mas pela Fé; não será rico pelo dinheiro tanto quanto pela generosidade.

Realmente, se soubermos ser fiéis à Roma dos Papas” da doutrina católica tradicional, diria eu, “poderá nossa cidade ser uma nova Jerusalém, de beleza perfeita, honra, glória e gáudio do mundo inteiro.

Executai o programa que Cristo traçou para os homens, que consiste no reino de Deus e sua justiça, que todas as coisas lhes serão dadas por acréscimo.

Em um Brasil imensamente rico, vereis florescer um povo imensamente grande, porque dele se poderá dizer:

Bem-aventurado este povo sóbrio e desapegado, no esplendor embora de sua riqueza, porque dele é o reino dos céus.

Bem-aventurado este povo generoso e acolhedor, que ama a paz mais do que as riquezas, porque ele possui a terra.

Bem-aventurado este povo de coração sensível ao amor e às dores do Homem-Deus, às dores e ao amor de seu próximo, porque nisto mesmo encontrará sua consolação.

Bem-aventurado este povo varonil e forte, intrépido e corajoso, faminto e sedento das virtudes heroicas e totais, porque será saciado em seu apetite de santidade e grandeza sobrenatural.

Bem-aventurado este povo misericordioso, porque ele alcançará misericórdia.

Bem-aventurado este povo casto e limpo de coração, bem-aventurada a inviolável pureza de suas famílias cristãs, porque verá a Deus.

Bem-aventurado este povo pacífico, de idealismo limpo de jacobinismos e racismos, porque será chamado filho de Deus.

Bem-aventurado este povo que leva seu amor à Igreja a ponto de lutar e sofrer por ele, porque dele é o reino dos céus.”

E ele terminava esse discurso famoso dizendo: “mais fácil seria tirar o cruzeiro do sul de nosso firmamento do que a fé da alma do seu povo”. E é isso que nós estamos vendo renascer nos dias de hoje, graças à obra do professor Plínio Corrêa de Oliveira.

Que Nossa Senhora nos ajude a ser fiéis a essa vocação grandiosa que o Dr. Plínio nos traçou, descreveu, para que assim, no reino do imaculado coração de Maria, o Brasil venha a ser um cruzeiro para a inspiração de todos os povos da Terra.

E assim, a maior glória de Deus e a realização daquilo que nos foi prometido em Fátima, quando Nossa Senhora disse “por fim, o meu imaculado coração triunfará”. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Obrigado, Dom Bertrand. Muito obrigado especialmente pelas palavras a respeito da vocação do Brasil, país berço do homenageado desta noite.

Nós temos mais um depoimento, desta vez de um norte-americano, vice-presidente da T.F.P. norte-americana. Para falar, com a palavra, por favor, Sr. John Horvat. (Palmas.)

 

O SR. JOHN HORVAT - Alteza imperial e real Dr. Bertrand de Orléans e Bragança, Exmo. Sr. Deputado Gil Diniz, Exmo. Sr. Dr. Caio Vidigal Xavier da Silveira, Paul de Oldenburgo, Dr. Adolpho, senhoras e senhores, em nome da TFP norte-americana gostaria de prestar uma pequena homenagem ao Sr. Plinio.

Eu presto homenagem a ele como católico, porque eu acho que eu não sou o único aqui que deve a prática da minha fé católica ao Sr. Plinio. A vida dele foi para nós um modelo, uma inspiração, uma chamada para nós entregarmos para Nossa Senhora e fazermos dela... Ainda mais, ele nos convidou para lutar por ela.

Devo prestar homenagem, também, como americano. A alma do Sr. Plinio era grande. Ele tinha uma solicitude e uma bondade para os norte-americanos. Ele até formou uma comissão de estudos, que ele chamava de reunião dos “american boys”, para estudar os problemas dos Estados Unidos, que agora estamos vendo surgir.

Esse estudo, ele iniciou os estudos para apresentar panoramas imensos e soluções inimagináveis. Por isso, temos que lhe agradecer e o homenagear também.

Eu peço homenagem a ele como homem de Deus, pelos tempos em que nós estamos. Em um mundo em que nada é certo, ele nos deu certezas. Em um mundo em que tudo que é belo é complicado, ele nos apresentou com a visão maravilhosa. Em um mundo de entrega, traição e podridão, ele nos convidou para uma grande cruzada.

São essas homenagens que eu gostaria de fazer. Mas a alma do Sr. Plinio é grande demais para caber dentro de homenagens, mesmo feita por pessoas ilustres. Para nós que o conhecemos, nós conservamos a lembrança da imensa alma, do fogo, da bondade dele em nossos corações.

Espero que nós possamos transmitir algo disso, que realmente é intransmissível diante dessas comemorações deste fim de semana. Se algo disso for feito, a conferência será um sucesso.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Muito obrigado, Sr. John Horvat, pelo depoimento, especialmente porque o depoimento da TFP americana é um depoimento vivo das atividades que a TFP americana desenvolve no país.

Estamos encaminhando para o encerramento desta sessão, mas antes das palavras finais do deputado Gil Diniz convidamos o príncipe D. Bertrand de Orléans e Bragança para fazer a entrega de uma simbólica lembrança da parte do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira ao ilustre deputado Gil Diniz. (Palmas.)

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Para o encerramento, por favor, com a palavra o deputado Gil Diniz.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Boa noite a todos, senhoras, meus senhores. Bertrand, não sou muito afeito a cerimoniais, mas vou tentar citar aqui todos. Estou emocionado, mais uma vez emocionado ao lado desses irmãos e dessas irmãs aqui.

Cumprimento a Sua Alteza Imperial, D. Bertrand de Orléans e Bragança; Dr. Adolpho Lindenberg, presidente de honra do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira; Sua Alteza, o duque Paul von Oldenburg, diretor da TFP na Alemanha; Dr. Caio Vidigal Xavier da Silveira, presidente da TFP na França; Dr. Miguel Vidigal, diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo; Sr. John Horvat, vice-presidente da TFP americana. Acertei? Muito obrigado pela presença.

Cumprimento também o amigo Mário Navarro, presidente do IPCO. Muito obrigado pela presença. E todos os outros aqui, eu vejo outros amigos, o pessoal do Apostolado Santo Inácio de Loyola, Paulo Kogos. Se eu ficar citando aqui, D. Bertrand, eu vou acabar me perdendo. Sintam-se todos abraçados nesta noite.

Hoje nós homenageamos o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, um gigante, um herói nacional, D. Bertrand. É o mínimo que nós podemos fazer como deputados aqui neste parlamento é reconhecer esses homens, essas mulheres, construtores do Brasil, heróis nacionais, católico.

Eu sou pernambucano, sei que o Dr. Plinio tem na sua família, também, pernambucanos. Eu me lembro que, chegando de Pernambuco, a minha família é católica também, participávamos das festas da Igreja das Procissões.

Eu, muito pequeno, não entendia quando nós fazíamos uma fila no crucifixo e beijávamos os pés do Sr. Jesus Cristo crucificado. Para mim era algo muito diferente, não conseguia entender.

Chegando aqui, em São Paulo, morei próximo à Paróquia Santa Maria de Nazaré, onde fiz minha primeira comunhão, crisma, e minha catequista, tia Rita, nos colocava no altar, no pé do altar, em todas as missas. Eu gostava de olhar as imagens dos santos e ficava ali admirado, às vezes ouvindo falar na história de cada um deles.

E ali, ainda na minha meninice, trajetória passando para a adolescência, eu conheci dois meninos, Manuel e Vinícius, que frequentavam a sede na Sena Madureira, Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima. Tinha ali caratê, tinha ali o Santo Rosário. Aquilo ali era fantástico para mim.

E, D. Bertrand, eles me presentearam com o Santo Rosário e, às vezes, nós nos desafiávamos a ir à paróquia e rezarmos o santo terço, às vezes, com os braços estendidos, como se estivéssemos em formato de cruz. E ali eu aprendi a amar o Santo Rosário e a rezá-lo.

Minha mãe, ao ver aquela criança, início de adolescência, rezando... Nós morávamos em dois quartos, então era quarto que era sala e cozinha que era quarto também, em um beliche, eu e meu irmão. Só tinha uma cortina que dividia aqueles cômodos.

Ela, vendo eu rezar o Santo Rosário, antes de dormir, ela falou: “meu Deus do Céu, isto aqui é muito radical para uma criança. Continue indo aqui na missa, na paróquia, continue participando aqui da igreja, mas não me deixou na sequência ali”.

Mas Deus sempre tem o melhor para nós. Sempre me achava ali uma ilha nesse oceano. Eu lembro, esse oceano de obscenidades, de criminalidade, de vilipêndio, por exemplo, aos nossos hinos. Eu não conseguia entender de onde saia o ódio dos meus professores. Eu fiz História.

A igreja católica, eu briguei com meu orientador. Acabei não entregando, não apresentando, na verdade, o meu TCC, Trabalho de Conclusão de Curso, porque no meu coração, e ali eu ainda não entendia essa guerra ideológica, essa batalha ideológica que nós vivemos, porque era sobre a fundação da cidade de São Paulo.

E sobre a fundação da cidade de São Paulo, não teria como eu não falar de São José de Anchieta, o padre Manuel da Nobrega, de todos os jesuítas, Leonardo Dias, que construíram a nossa cidade, o nosso estado e nosso País.

Mas o principal start, ali naquele momento, foi quando eu fui a uma reunião de pais, na escola dos meus meninos, e tinham acabado com o Dia das Mães e o Dia dos Pais. Colocaram o famigerado Dia de Quem Cuida de Mim.

Achei um absurdo, falei, olha, está acontecendo alguma coisa. Não é possível. E eu, ali vestido de carteiro, fui carteiro por quase cinco anos, na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, balançando a cabeça, ali na reunião de pais.

E a professora disse: aquele pai não gostou. Claro que não. É óbvio que não. Querem uma terceira data, coloquem o Dia da Família, mas não tirem o Dia das Mães, o Dia dos Pais.

E ali eu vi que outros pais concordavam comigo também, mas tinham medo de falar, era aquela espiral do silêncio, que nós não conseguíamos romper, naquele momento.

Comecei a procurar, nas redes sociais, e eu me lembro que passou aqui agora, no vídeo, a nossa discussão do Plano Estadual de Educação nesta Assembleia, e eu estava presente.

Os jovens do IPCO também estavam, Edualison, Rodrigo, e outros mais, desculpem não citá-los aqui, mas estavam conosco. E antes disso estávamos discutindo o Plano Municipal de Educação, na Câmara Municipal. Eu queria fazer parte daquilo. Aquilo me incomodava muito.

Então, quando eu olho para trás e vejo, Sr. James, que encontrei em Washington, quarta-feira de cinzas, o senhor me viu ali com a bandeirinha do Brasil. O senhor estava com a cruz, fizemos ali até amizade.

Eu olho para trás e vejo que o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira me fez amar o Santo Rosário. Ele me fez amar, com um pouco da história conhecida, Bertrand, Nossa Senhora.

E hoje eu fico honrado de ter todos vocês aqui numa sexta-feira, esse horário, chovendo. A Assembleia lotada. Isso é São Paulo, isso é o Brasil. Isto aqui é o nosso povo católico, nosso povo de bem, que vem aqui, à Casa do povo, mostrar que nós defendemos e acreditamos nesses valores que o Dr. Plinio sempre ensinou.

Então, ele me fez amar a Virgem Maria, o Santo Rosário.

E, para finalizar aqui, para não me estender, só para contar esse meu testemunho de fé, eu não tenho dúvida de que essa minha trajetória culmina aqui na Assembleia, com a graça de Jesus Cristo, por obra de sua mãe, Virgem Maria.

Minha mãe é diarista, meu pai, porteiro, um retirante nordestino, como milhões aqui em São Paulo. Um morador da periferia de São Paulo, e hoje nesta Casa de leis.

Mas eu me lembro, Dom Bertrand, que todo ano nós íamos em romaria para Aparecida. Todos os anos, todos os anos! Acordávamos às quatro horas da manhã, aquele ônibus lotado na paróquia.

Chegava lá a Aparecida, olhava para a imagem milagrosa, meu pai, minha mãe, meu irmão. Assistíamos à missa. E todos os anos íamos ali, víamos a basílica ser reformada. Víamos ali tudo o que aconteceu naquela cidade.

Eu sempre rezando, pedia a Deus que me iluminasse, que guiasse o meu caminho, que me usasse. E que honra, Dom Bertrand, em 2019, dia 12 de outubro de 2019, voltar àquele santuário, dedicado a Maria, fui eleito deputado estadual.

Mas não só. Eu assistia ali à missa, e olhava lá, estava o presidente da República, Jair Bolsonaro. Eu chorava, eu chorava. Eu olhava para a imagem, estava na reta da imagem e falava: o que a Senhora fez? O que a Senhora fez com a minha vida? Muito obrigado.

Eu peço a Deus que me ilumine, que use a minha vida, que use o meu mandato. Diante de cada um de vocês, para que a gente possa combater esse combate. Para que a gente não possa desistir, assim como os jovens aqui, lá naquelas palestras da Judith Butler, contra a ideologia de gênero, ali nós combatendo, sendo xingados, sendo humilhados, mas em posição de batalha, rezando, defendendo esses nossos valores.

Meu primeiro projeto que eu queria aprovar neste Parlamento era tornar São José de Anchieta patrono da Educação no estado de São Paulo. Está prestes a ser votado. Está em condições de ser votado. Não foi votado porque o PSOL obstruiu, não permitiu.

Aprendi o Regimento. A gente agora sabe aqui fazer as manobras regimentais. Está pronto para ser votado.

Abri mão dele, já que tinha essa oposição, para aprová-lo, Bertrand, o serviço religioso, a missa, os cultos, como atividade essencial durante a pandemia. Aprovei esse projeto, foi uma honra para mim, como primeiro projeto aprovado nesta Assembleia, tornar essencial, o estado reconhecer, porque é essencial.

O governador vetou esse meu projeto. Uma semana após o veto, ele fez um decreto, praticamente copiando o teor do meu projeto de lei, para não dar crédito para mim. Não tem problema.  Não tem problema nenhum.

Vamos à frente, vamos adiante, colocando aí as nossas pautas, os nossos pleitos. Pude aprovar, no último mês, nas comissões temáticas, e agora aguarda sanção do governador, e esse eu espero que seja sancionado, o Dia do Nascituro, o dia daqueles que esperam nascer, aquela vida humana que está ali prestes a nascer, Dom Bertrand, que nós defendemos tanto. O Dr. Plinio defendia tanto!

Primeiro direito essencial do ser humano, a vida nesse período de cultura e de morte, os meninos apostolados de Santo Inácio, rezando em frente ao Pérola Byington. O pessoal esteve presente. Estarei lá presente também. Vamos ter agora a Marcha pela Vida, no próximo domingo.

Então, meus caros, usem meu mandato. Usem toda a estrutura, toda a força que vocês me dão com as orações, com o Santo Terço. Esta sessão, Dom Bertrand, nasceu quando os jovens do IPCO vieram ao meu gabinete para rezarmos o Santo Terço.

Saiu nas redes da Assembleia algumas pessoas comentando aqui, e nós queremos fazer, mensalmente, pelo menos, a reza do Santo Rosário, rezarmos o Santo Rosário publicamente no Hall Monumental.

Convidarmos aqui todos os assessores que queiram rezar conosco, mostrarmos aqui que tem católicos, que tem homens e mulheres que amam a Santa Igreja, que amam nosso Sr. Jesus Cristo, que amam a Virgem Maria e tem aí no exemplo de Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, que são discípulos de Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, que querem o melhor para nossa cidade, para o nosso Estado e para o nosso País.

Então, espero um dia, Dr. (Inaudível.), que o nome do Dr. Plínio Corrêa de Oliveira esteja nos livros, não só de História, mas no livro de heróis da pátria, lá no Panteão, lá em Brasília, é o mínimo que nós podemos fazer.

E que todo ano nós nos reunamos aqui neste plenário para celebrar a vida, a obra desse gigante, desse herói nacional, desse herói católico que o Brasil e o mundo precisam conhecer, e está conhecendo, graças ao postulado de homens e mulheres, de jovens como vocês que estão aqui hoje.

Então, eu agradeço a presença de cada um de vocês. É uma singela homenagem, mas daqui vão sair muitos frutos, na verdade, muitos frutos.

Esta sessão está sendo passada na Rede Alesp, sendo transmitida pelas redes sociais, pelo YouTube para o mundo inteiro. E que o estado de São Paulo saiba que nós nos espelhamos num homem de ação, que é esse herói nacional, Dr. Plínio Corrêa de Oliveira.

Meu muito obrigado a todos. Fiquem com Deus. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GABRIEL ZEYMER - Muito obrigado ao deputado Gil Diniz pelas palavras de fé e encorajamento, mas sobretudo pelo exemplo de ter sido um homem que quebrou o silêncio.

Muitas vezes, o senhor mesmo descreveu, o silêncio e a indiferença pairam, e é muito difícil uma pessoa reagir contra isso. E foi esse o exemplo que o senhor deu, no caso que o senhor contou de ideologia de gênero na escola, mas em outros casos e também no caso desta sessão.

Muito obrigado.

Temos mais uma apresentação musical dos mais jovens discípulos de Dr. Plínio. E depois as palavras de encerramento.

 

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- É feita a apresentação. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Dr. Bertrand, o senhor nos dá a honra de fazer uma oração final, antes de encerrarmos aqui a presente sessão?

 

O SR. DOM BERTRAND DE ORLÉANS E BRAGANÇA - Rezamos três Aves Marias e pedimos à Santíssima Virgem que nos abençoe, mantenha-nos firmes na defesa da nossa santa fé pelo bem do Brasil, para a glória de Deus e como recompensa, que recompense ao Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, tudo o que ele fez por nossa pátria, mas não só para nossa pátria, para a cristandade por essa longa vida. Que estejamos à altura dessa missão para a qual nos convidou.

 

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- São rezadas as Aves Marias.

 

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O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO -  Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço as autoridades, o Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, ao (Inaudível.), a minha equipe, os funcionários do Serviço de Som, da Taquigrafia, da Fotografia, do Serviço de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Alesp e das assessorias policial militar e civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Está encerrada a presente sessão.

Muito obrigado.

 

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- Encerra-se a sessão.

 

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