12 DE NOVEMBRO DE 2021
64ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: JANAINA PASCHOAL, CARLOS GIANNAZI e GIL DINIZ
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Tece críticas à resolução publicada pela Secretaria de
Educação que prejudicaria os alunos do EJA. Solicita revisão ou revogação da
medida. Faz leitura de convocação de gestores de escolas públicas para
participação em evento convocado pela Secretaria da Educação. Questiona se tal
evento não tem como finalidade a realização de propaganda eleitoral.
3 - GIL DINIZ
Afirma que participará de evento conservador, a ser realizado
nesse fim de semana, em Santa Catarina. Comunica visita à cidade de Miracatu.
Comemora o crescimento de movimentos conservadores no País.
4 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
5 - JANAINA PASCHOAL
Solicita a divulgação das datas de inauguração das AMEs de
Avaré e Taubaté. Pede informações mais precisas a respeito da transformação do
Hospital de Clínicas de Bauru em hospital geral. Mostra-se contrária à
instauração do "passaporte de vacinação" em Campinas e São Roque.
Relata ter recebido denúncia de que escola particular estaria exigindo
comprovante de vacinação para entrada dos alunos.
6 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
7 - CARLOS GIANNAZI
Discorre a respeito da falta de infraestrutura do Vale do
Ribeira. Critica portaria que faz mudanças na atribuição de aulas nas escolas
públicas. Diz que a portaria citada retira a autonomia dos professores.
Solicita sua alteração ou revogação. Destaca a necessidade de aprovação do PLC
22/20. Solicita a votação de urgência do PLC 37/21.
8 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
9 - GIL DINIZ
Faz leitura de relato de funcionário público da cidade de São
Roque, que estaria impedido de trabalhar por não ter se vacinado. Lê relato de
mãe que critica a necessidade do "passaporte de vacinação" para
adentrar na formatura de seu filho. Tece críticas às imposições citadas. Diz
não ter conseguido participar de evento na Sala São Paulo, já que o local exige
o comprovante de vacinação.
10 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Faz leitura de moção da cidade de Cordeirópolis, que solicita
atendimento aos moradores do local pelo Detran. Discorre sobre dificuldades de
emissão de documentos no estado.
11 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
12 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 16/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Janaina
Paschoal.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Boa
tarde a todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Imediatamente,
passo a ler a lista dos oradores inscritos para esta data. Professor Walter
Vicioni. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.)
Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Raul Marcelo. (Pausa.)
Deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado
Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Caio
França. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, mais uma vez a Secretaria da Educação publica
uma resolução da Seduc, a Resolução nº 119, que ataca, que desmonta um programa
importante que existe na Secretaria da Educação, na rede estadual de Ensino,
que são os Centros Estaduais de Educação para Jovens e Adultos.
É
um centro que atende pessoas que não tiveram acesso à educação básica na idade
própria. Então, existe também essa modalidade de atendimento, que são os
CEEJAs.
Na
Prefeitura de São Paulo, tem os CIEJAs; no estado, são CEEJAs - Centros
Estaduais de Educação para Jovens e Adultos. A secretaria baixou uma resolução
extremamente perversa e sádica, no sentido de que ela piora a situação.
Principalmente
no atendimento, é uma resolução que vai prejudicar esses alunos, essas pessoas
que querem voltar ou que estão voltando a estudar, que, de alguma forma, não
tiveram a oportunidade ou foram impedidas por questões sociais, econômicas, por
falta de vagas no momento em que elas estavam na idade própria para serem
atendidas e para cursar a educação básica, sobretudo o ensino fundamental e o
ensino médio. Então, elas têm essa oportunidade através dessa modalidade de
Ensino.
Acontece
que a Seduc publica essa Resolução nº 119, que vai prejudicar esses alunos.
Mas, além de prejudicar os alunos, vai prejudicar também os professores, porque
ela muda os módulos, ela dificulta o acesso desses alunos e ela tenta aligeirar
ainda mais a saída desses alunos desse Centro de Educação para Jovens e
Adultos.
É
um absurdo essa Seduc, tanto é que as reclamações estão brotando em todo o
estado. Eu já recebi reclamações de alunos que frequentam os centros, de
professores, de diretores, de coordenadores pedagógicos, de agentes de
organização escolar, porque haverá também redução dos módulos, e você vai gerar
também desemprego. Você vai prejudicar, além dos alunos, também a vida dos
profissionais da Educação.
Então,
nós exigimos que essa resolução contra a Educação de Jovens e Adultos - é disso
que se trata a Resolução nº 119 - seja refeita imediatamente e que haja uma
consulta a esses centros, aos professores, aos alunos, para que haja a melhora,
e não uma proposta que vai piorar essa situação.
Então,
fica aqui a nossa exigência de revisão imediata ou de revogação imediata dessa
Resolução no 119, da Secretaria Estadual de Educação, que atenta
contra o atendimento de jovens e adultos na Educação Básica do estado de São
Paulo.
Quero
ainda aproveitar a oportunidade, no tempo que me resta, para dizer que recebi
hoje um comunicado externo da subsecretaria, que é, na verdade, da Secretaria
da Educação.
É
uma convocação, um convite - é dúbio esse documento. Assuntos: evento
formativo, programa de ensino integral. Dizendo o seguinte: “prezados gestores,
diretores de escolas, nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, iremos realizar um
evento formativo com todos os diretores das escolas que participarão do
programa de ensino integral de 2022”.
Está assim:
“além dos diretores, estão presentes os dirigentes regionais de ensino, bem
como os supervisores de ensino que acompanham a pauta de Pei”. Pei é o Programa
de Ensino Integral. “O evento ocorrerá no Centro de Eventos Taiwan, localizado
na Avenida Dr. Francisco Gugliano, no Royal Park, em Ribeirão Preto”. Ou seja,
o governo vai deslocar milhares de pessoas para esse lugar, esse Centro de
Eventos Royal Park, em Ribeirão Preto.
Mas olha: “vale
ressaltar que os diretores que por qualquer motivo não se sintam confortáveis
em comparecer poderão encaminhar à vice direção ou a coordenação pedagógica da
unidade escolar. A convocação é necessária” - então é uma convocação - “para
fins de pagamento de diária, mas os servidores que por algum motivo não
desejarem ir não terão faltas computadas”.
Então, os
gestores estão confusos, porque é uma convocação, mas quem não se sentir à
vontade não precisa ir. Mas o diretor tem que mandar alguém. Se ele não for, ou
vai o seu vice-diretor ou o seu coordenador pedagógico.
Mas nós estamos
recebendo também muitas denúncias, Sra. Presidente, em relação a isso aqui,
porque isso está me cheirando a propaganda, campanha eleitoral antecipada.
O secretário
Rossieli tem feito esses eventos. Ele fez um recentemente em Serra Negra, com
mais de 4.000 diretores, gestores, supervisores de ensino, e todos reclamaram,
dizendo que não havia necessidade daquela reunião.
Uma reunião
desorganizada, em que não houve encaminhamento de absolutamente nada. Foi uma
reunião estéril, oca, vazia, que serviu apenas para fazer palco para o
secretário Rossieli. E agora mais uma, movimentando milhares de pessoas nesses
dias. Aqui está o comunicado do evento, o comunicado externo da secretaria, de
12 de novembro.
Então, nós
queremos também explicações da Secretaria da Educação sobre a real necessidade
desse evento, que poderia ser feito de uma outra maneira, regionalizado, por
região, ou através do tão falado centro de mídias, através de outros
mecanismos, sem movimentar tanta gente e de uma forma extremamente dúbia.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Sigo aqui com a lista dos oradores inscritos. A
próxima inscrita seria a deputada que preside a sessão. Não farei uso da
palavra.
Na sequência, deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar.
(Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.)
Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Marta
Costa. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o prazo regimental de
cinco minutos.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Janaina Paschoal, boa tarde aos
deputados presentes aqui no Pequeno Expediente, boa tarde aos policiais
militares e civis desta Casa, aos nossos assessores, ao público que nos assiste
pela Rede Alesp.
Presidente,
subo aqui à tribuna para comunicar à Casa e aos eleitores seguidores que neste
final de semana estarei em Santa Catarina, num evento conservador organizado
pelo meu amigo Alex Brasil.
Vão ter várias
figuras ali de todo o País palestrando. Dom Bertrand é um deles, Dr. Ives
Gandra estará lá presente também para palestrar, e muito me honra esse convite.
Estarei ali na região de Florianópolis, São José, com esses amigos
catarinenses, mas na verdade é um evento nacional. Vão estar ali lideranças
conservadoras de todo o País.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
Mas, antes
disso, presidente Giannazi, que assume os trabalhos agora, vou passar a noite
por Pariquera-Açu, região ali do Vale do Ribeira, aquela região onde o
governador promete, promete, investe mais em placas do que em melhorias para a
vida real da população.
É a região mais
pobre do nosso Estado, mas uma região que tem uma população acolhedora que, sem
dúvida nenhuma vai crescer, como deve crescer, uma região que preserva ali o
seu meio ambiente.
E hoje nós
teremos ali a abertura da sua Festa de Peão de Rodeio. Então, estarei lá com o
prefeito, meu amigo Wagner, e outras lideranças também ali da região. O
prefeito de Miracatu, Vinícius; o irmão do presidente Jair Bolsonaro, Renato
Bolsonaro também estará lá. Então, só comunico à Casa, aos pares e aos meus
eleitores, obviamente.
Que bom que
esse movimento tem crescido, deputada Janaina Paschoal, esse movimento de
conservadores, de homens e mulheres que não se seduziram aí pelo canto da
esquerda, da extrema esquerda, e que há pouco tempo se achavam sozinhos aí, se
achavam uma ilha nesse imenso oceano, e hoje conseguem organizar, por exemplo,
eventos como esse agora em Santa Catarina.
Na outra
semana, nós teremos um evento semelhante em Belo Horizonte, em Minas Gerais. E
por todo o Brasil esse movimento vem crescendo. Os conservadores têm ocupado
espaços tanto na sociedade civil organizada como nos parlamentos também.
Eu não tenho
dúvida nenhuma que, para o ano que vem, esse movimento vai estar ainda mais
fortalecido e novas lideranças alçarão aqui para o Parlamento Paulista, para o
Parlamento, para a Assembleia de Santa Catarina, de Minas Gerais. A gente vai
ver o reflexo também no Congresso Nacional, uma bancada renovada na Câmara
Federal e no Senado Federal.
Então, mais uma
vez meu muito obrigado pelo convite aos organizadores desse congresso
conservador em Santa Catarina. Logo, logo chego por lá e vamos aí fortalecer
esses homens e mulheres de bem que agora têm em nós os seus representantes
neste e nos demais parlamentos, presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Frederico d’Avila.
(Pausa.)
Agora, na lista suplementar, deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Janaina
Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento a todas as pessoas que nos acompanham, V.Exa.,
Sr. Presidente, colegas deputados, funcionários desta Casa.
Ontem eu tinha
outros temas a tratar para além da questão do Corujão, que abordei aqui desta
tribuna, mas, como precisei presidir a sessão, acabei não conseguindo dizer que
é muito importante a Secretaria da Saúde.
Até acabei de
protocolizar um requerimento de informações nesse sentido, de trazer
informações mais precisas com relação às datas em que as AMEs na cidade de
Taubaté e na cidade de Avaré serão abertas.
Já há um bom
tempo eu venho acompanhando o caso da AME de Avaré, que está pronta, impecável,
prédio belíssimo, porém fechado. O Sr. Secretário esteve na comissão de Saúde
recentemente, anunciou a abertura, mas não deu datas.
Então, estou
solicitando por meio de requerimento de informações datas precisas, porque a
população cobra essa informação com razão, cobra o início desse trabalho com
razão.
Nós
sabemos que há muita demora para que especialistas atendam à nossa população,
temos dificuldade, por exemplo, com o número de neurologistas. Todos sabem o
tanto que eu batalho para que as crianças sejam vistas por pediatras.
Eu
entendo até que o pediatra tem que estar ali na base mesmo, não só em
ambulatórios de especialidades, mas em todas as UBSs, em todos os postos. Então
estou solicitando de maneira formal essas informações.
Também
peço à Secretaria da Saúde que dê um pouco mais de detalhes sobre essa
transformação do HC de Bauru em hospital geral. O Sr. Secretário trouxe essa
notícia no seu depoimento, na sua prestação de contas perante à Comissão de
Saúde.
É
uma luta antiga, não só minha, mas de vários parlamentares desta Casa,
sobretudo aqueles da região de Bauru, que o HC seja colocado em funcionamento,
não só pelo aspecto da saúde da população daquela região, mas também em virtude
da conexão que o hospital tem com a faculdade de medicina da USP.
Então,
nesse requerimento de informações, eu estou solicitando maiores detalhes do Sr.
Secretário não com o objetivo de constranger ninguém, mas de dar um rumo para
essas populações: Bauru e região, Avaré e região, Taubaté e região, que são as
áreas que serão atendidas por esses equipamentos de saúde.
Ainda
no tema saúde, venho aqui, sempre de maneira respeitosa, pedir ponderação às
autoridades. Vou falar especificamente de São Roque e Campinas. Recebi pedidos
de ajuda de munícipes de São Roque e de Campinas.
Em
São Roque por força de uma decisão já do Executivo, um ato normativo do
Executivo impondo o tal passaporte da vacina. Em Campinas em razão de um
projeto de lei apresentado na câmara de vereadores.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
Insisto
que todos os vereadores, não só de São Paulo, mas do Brasil, estão desde
logo... Não vou utilizar a palavra, vamos dizer assim, autorizados, estão
convidados, quase convocados a replicar o nosso Projeto 668/21 nas câmaras. Os
colegas deputados estaduais de todo o Brasil idem. Nós precisamos que se
respeite a liberdade individual.
Faço
aqui também um apelo ao governador do estado do Pará, que enviou para a assembleia
do Pará um projeto de lei impondo o passaporte da vacina. É muito duro, porque
nós estamos lutando, não é contra as vacinas, que fique claro, é por um pouco
de liberdade de decisão e, ao que parece, as autoridades do Executivo, do
Legislativo e, infelizmente, também do Judiciário, vão no sentido contrário.
Eu
tenho recebido e-mails de cidadãos querendo colaborar com essa nossa luta,
perguntando como podem ajudar. O único caminho que eu vejo é mandando e-mails,
sempre educados, respeitosos, para os vários deputados desta Casa, das outras
casas legislativas, mostrando os argumentos do porquê nós não queremos que essa
imposição prevaleça.
Então,
ontem, recebi um e-mail - isso é uma novidade -, do pai de uma criança
matriculada em uma escola particular. Criança... Na verdade, tecnicamente,
adolescente, 12 anos, que é a primeira idade da adolescência. Na escola do
filho desse senhor já se está impondo a vacinação, a comprovação de vacinação
para entrar em sala de aula. É muito grave.
Então esse
senhor perguntou o que a gente pode fazer e eu precisei responder para ele como
venho respondendo para as pessoas que estão sendo impedidas de trabalhar, por
exemplo, que o que nós podemos fazer estamos fazendo, porque a situação está
tão gritante que até recorrer ao Judiciário fica temerário, porque se os
presidentes de tribunais estão impondo a vacinação para os seus funcionários e
para os advogados diante do absoluto silêncio na OAB o único caminho é o
Legislativo.
Aliás, eu quero
fazer uma crítica construtiva, presidente, que esta semana houve um debate
entre os candidatos à Presidência da OAB aqui na secção São Paulo, e eu
deliberadamente tenho mantido a minha neutralidade em respeito à autonomia dos
advogados.
Ninguém sequer
perguntou dessa imposição, que é uma imposição que está vitimando a classe, que
não pode entrar nos fóruns. Nenhum dos candidatos tocou nesse assunto, como se
não fosse uma questão, e é.
Então, assim, o
silêncio da OAB, a determinação dos tribunais, do Ministério Público, da
Defensoria, recebo sempre e-mails aqui de defensores indignados, de membros
desses poderes todos indignados, que também não têm para onde correr. Então
neste momento só o que pode nos socorrer é o Poder Legislativo.
A ajuda, não
vou utilizar o verbo “pressione”, convença o seu deputado, escreva para o seu
deputado, explique para ele por que você apoia esse projeto. Com isso, com
certeza nós teremos um pouco mais de força para fazer o projeto tramitar.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Obrigado,
nobre deputada Janaina Paschoal. Faço coro às suas palavras. Nós somos
contrários a essa arbitrariedade, a essa imposição do passaporte sanitário, não
somos contra a vacinação em si. Faço coro às suas palavras. Com a palavra o
nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, primeiro concordar
com V. Exa. em relação à crítica que o senhor fez sobre as placas de propaganda
do governo Doria na região do Vale do Ribeira. Centenas de placas naquela
região, acho que tem mais placas do que obras em toda aquela região.
Eu visitei
recentemente e fiquei abismado, até fiz vídeos, fotografei algumas daquelas
placas, sobretudo naquela região, naquela rodovia que liga Iporanga até Apiaí.
E uma parte da estrada ainda nem foi reformada, mas as placas estão lá,
deputado Gil Diniz.
Eu queria
rapidamente aqui dar continuidade ao meu primeiro pronunciamento, em que eu
citei a perversa resolução da Secretaria da Educação, a 119, que vai prejudicar
os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos. Esses centros serão
duramente prejudicados, já expliquei por que, os prejuízos serão para os alunos
e para todos os profissionais da Educação.
Mas queria
também, Sr. Presidente, falar da Portaria nº 18, uma portaria da Secretaria
Estadual de Educação que versa sobre a atribuição de aulas para 2022, que está
gerando uma verdadeira crise.
As atribuições
sempre foram tumultuadas, sempre foram injustas, desorganizadas, com várias
críticas, mas agora, Sr. Presidente, essa portaria conseguiu superar qualquer
tipo de autoritarismo que nós já tivemos no passado, superar no sentido de
aumentar a dose de autoritarismo.
Essa portaria
de atribuição de aulas traz várias imposições que vão prejudicar imensamente os
professores no processo de escolha de aulas, tirando qualquer tipo de
autonomia.
Os professores
não poderão nem escolher mais, as aulas serão atribuídas online, em um sistema
totalmente complicado, em que o professor não vai poder explicar as suas
necessidades.
Haverá a
imposição de horário, de APCCs. Haverá imposição de redução ou ampliação das jornadas.
Só imposições. Os professores estarão de mãos atadas diante dessa autoritária
Portaria 19. Nós também queremos exigir a sua imediata revogação ou alteração,
de tal forma que haja uma gestão democrática. Que a portaria seja construída
junto com os profissionais da Educação, porque ela prejudica - como eu disse -
os professores.
Ela nem leva em
conta que os professores têm acúmulo de cargos. Uma boa parte dos nossos
professores e das nossas professoras tem acúmulos, ou dois cargos na rede
estadual, ou um cargo na rede estadual e um na rede municipal da sua cidade, ou
de particular.
Isso nem é
levado em conta. Isso mostra como a Secretaria da Educação está apartada,
divorciada da realidade, e não tem nenhuma preocupação com a sobrevivência dos
profissionais da Educação, sobretudo o Magistério. Por isso nós exigimos a
imediata revogação ou alteração da Portaria nº 18.
Por fim eu
gostaria, mais uma vez, de pedir o apoio de todos os 94 deputados e deputadas
para que a gente possa votar, em caráter de extrema urgência, o PDL nº 22, que
acaba com o confisco das aposentadorias e pensões.
A Assembleia
Legislativa já tem condições de novamente votar o PDL 22, pode chamar um
Congresso de Comissões. Na verdade, o PDL está na Comissão de Finanças. A
relatora é a deputada Damaris Moura, que deve apresentar, já nos próximos dias,
um parecer, e ele deve ser votado.
Enfim, nós já
temos condições de votar imediatamente o PDL 22 e fazer justiça, fazer uma
reparação histórica importante com os aposentados e pensionistas, que foram
duramente prejudicados com a Reforma da Previdência estadual e com o Decreto nº
65.021, de 2020, que está roubando, assaltando os proventos e as pensões dos
aposentados e pensionistas.
Os nossos
aposentados estão sofrendo muito. Esse dinheiro, esse confisco afeta uma boa
parte do provento e da sobrevivência de milhares e milhares de pessoas que já
contribuíram com a Previdência, que são credores, inclusive, da Previdência, e
não devedores.
Então a
Assembleia Legislativa, antes da aprovação do Orçamento, tem condições de fazer
a aprovação imediata do nosso PDL 22. Também aproveito para pedir a votação urgente
do PLC nº 37. Esse é um projeto do governo, é o projeto que foi encaminhado à
Assembleia Legislativa em Regime de Urgência, mas ele ainda está parado na
Comissão de Justiça.
Não sei por
que, não andou ainda. Quando é para beneficiar os professores, os servidores, o
projeto não anda. Agora, quando é para prejudicar, anda rapidamente.
Esse PLC 37 é
aquele que trata do abono Fundeb. Na verdade, é o cumprimento da legislação
federal, da nova lei do Fundeb, que hoje está absorvida pela Constituição Federal.
O governo estadual tem que cumprir a lei. Então o governo não está fazendo mais
que a sua obrigação, mas mesmo assim ele está retardando bastante.
Nós podemos,
basicamente, na semana que vem, a partir de terça-feira, votar esse projeto.
Chamamos um Congresso de Comissões e, na quarta-feira, ele entra em votação.
É fácil. É só o
Governo ter interesse em mobilizar a sua base de sustentação, que tem maioria.
Nós, da oposição, estamos prontos e querendo votar o projeto. O projeto já
poderia ter sido votado. A urgência vence no dia 1º de dezembro, mas pode ser
votado agora. Podemos fazer um acordo de líderes.
Então proponho
que, já no próximo Colégio de Líderes, haja o debate sobre a urgência do PLC nº
37, pagamento do abono Fundeb, e que as nossas emendas sejam incorporadas.
Que todos os
servidores, que todos os profissionais da Educação sejam beneficiados com esse
abono. Inclusive, sobretudo, os servidores do quadro de apoio escolar, do QAE e
do QSE, e também dos aposentados.
* * *
- Assume a Presidência a Sra.
Janaina Paschoal.
* * *
Então era isso,
Sr. Presidente. Ah, ele vai falar? Então me despeço aqui. Muito obrigado. E
Abono Fundeb, vota já. Abono Fundeb para todos os profissionais da Educação,
inclusive os servidores do quadro de apoio escolar.
Muito
obrigado.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL -
Nós agradecemos. Apoio esse pleito do deputado, no sentido de que todos, todos
os funcionários da Educação recebam este abono. Este é um reconhecimento ao
importante trabalho realizado.
Seguindo aqui
com a lista suplementar de oradores inscritos, chamo à tribuna o deputado Gil
Diniz, que terá o prazo regimental de cinco minutos.
O SR. GIL DINIZ - SEM
PARTIDO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
presidente. Subo a esta tribuna novamente para fazer coro a vossas palavras
quando esteve aqui nesta tribuna, e ler, presidente, duas das dezenas, ou
centenas de mensagens que chegam todos os dias no meu e-mail institucional, no
meu e-mail pessoal ou nas redes sociais sobre essa questão da vacinação
obrigatória, presidente.
Olha
só esta mensagem aqui, de um funcionário público de São Roque: “Olá, sou
morador de São Roque, sou funcionário da prefeitura da cidade e estou impedido
de trabalhar graças ao decreto do prefeito Guto, do Podemos, que proíbe
funcionários não vacinados de entrar em prédios públicos.
Eu
fiz um requerimento dizendo que não tomaria a vacina por achar muito cedo tomar
essas vacinas feitas em tão pouco tempo. Expliquei que tomo todos os cuidados
desde o início da pandemia, mas mesmo assim não adiantou.
A
prefeitura está dando falta aos funcionários para pressioná-los a tomar,
criando, assim, também, a justificativa para mandar o funcionário embora por
justa causa. Espero que possam fazer algo. Obrigado.”
Outra
mensagem, presidente: “Meu filho único...”. Pegar novamente aqui, que me
escapuliu aqui a mensagem. Vou voltar aqui, só um momento, presidente, só um
momento. Falha técnica aqui. Pronto. “Boa tarde, deputado, venho pedir sua
orientação sobre a aplicação do passaporte sanitário exigido em um baile de
formatura de uma turma da Faculdade Mackenzie.”
Mackenzie.
“É o meu filho único, e sou contra a imposição dessa vacina, como não quero
perder a formatura do meu único filho, fui hoje ao posto, ver se conseguia
tomar a Coronavac, que, ao meu ver, é a menos perigosa para o nosso organismo.
Porém, fui informada de que não tenho, ao menos, o direito de saber o tipo de
vacina disponível para a primeira dose.
Com
relação a este protocolo exigido por essa empresa que fará a formatura, há algo
que possamos fazer para derrubar essa exigência? Todos os bares de São
Paulo andam lotados
nos finais de semana, e nenhuma medida preventiva vem sendo aplicada. Por que
essa obrigação para um baile de formatura?”
Presidente,
como eu disse, são duas das centenas de mensagens que eu recebo, praticamente,
todos os dias. Uma de um funcionário público, que está prestes a ser demitido
por justa causa, e de uma mãe de um filho único, que não pode, presidente, ver
o seu filho se formar na Universidade Mackenzie.
Esta
mãe ainda justifica: “Olha, fui tentar tomar a Coronavac, que no meu
entender...”, dentro dos dados que ela tem, é a que pode fazer menos mal à
saúde dela. E nem isso, nem isso, ela pôde escolher.
Então,
faço coro aqui às vossas palavras porque as nossas autoridades, do Executivo, e
eu cobro aqui, sim, os nossos pares, para não serem covardes, para não se
omitirem, neste momento de crise, porque é simplesmente absurdo, abjeto, o que
vem acontecendo.
Peço
também, reforço aqui ao secretário Rossieli, que não aceite este tipo de
imposição nas nossas escolas públicas, e, se possível, nas escolas privadas
também. Há uma portaria, Sra. Presidente, do Governo Federal, proibindo a
exoneração de funcionário público, que não tome aí, a vacina.
Estão
fazendo chacota do presidente. Estão fazendo chacota do governo federal.
Sindicato está entrando com ação. Tem partido entrando com ação, e eu aqui,
preciso citar novamente, pelo menos os dados que eu vi aqui, peço aos deputados do Partido Novo que me refutem, e
fico feliz se não for verdade esta informação, que o Partido Novo está entrando
no STF contra um, se não me engano, um decreto ou uma orientação da Secretaria
de Cultura que proíbe a exigência do passaporte sanitário para eventos
culturais financiados via Lei Rouanet, o que é possível, do governo federal,
para que essa exigência absurda, abjeta, seja imposta, eles estão fazendo.
O Ministério do
Trabalho, o próprio presidente, pessoalmente, se manifestando, mas os que dizem
que pregam por liberdade, principalmente a liberdade individual, são os que,
neste momento, mais a jogam na lama. Sindicato não está defendendo o
trabalhador.
A gente, na
verdade, sabe que eles nunca defenderam os trabalhadores, sempre defenderam
seus próprios interesses e essa manutenção do poder da extrema-esquerda aqui no
Brasil, presidente.
E já finalizando,
com a vossa tolerância: eu faço esse apelo aos deputados para que se debrucem
sobre esse tema e aprovem esse projeto que a deputada Janaina Paschoal
apresentou com outros deputados, para que o estado de São Paulo seja pioneiro
nisso no Brasil, que a Assembleia Legislativa seja pioneira no Brasil e chame
as outras assembleias a se manifestarem também, já que estamos vendo alguns
vereadores fazendo esse trabalho em seus municípios, em pequenos municípios,
dando esse exemplo: proibindo a obrigatoriedade, a exigência desse passaporte
sanitário.
É praticamente,
mal comparando, um apartheid. Tem cidadãos de primeiro e segundo grau agora.
Onde a gente vai parar? Onde vamos parar? Então, enquanto formos deputados
aqui, enquanto tivermos o privilégio de ser um entre os 94 que representam o
povo de São Paulo, o povo paulista - e tenho certeza de que boa parte do povo
brasileiro concorda conosco também -, vamos subir a esta tribuna diariamente
para defender, sim, a liberdade individual de cada indivíduo.
E falo aqui
para a senhora, deputada Janaina, um exemplo pessoal que aconteceu comigo: eu
queria levar o meu filho Nathan, de 12 anos, à Sala São Paulo. Não pude. Lá se
exige o passaporte sanitário para entrar. Meu filho queria assistir a um
concerto cultural - 12 anos - e não pudemos entrar na Sala São Paulo, porque
não temos esse famigerado passaporte sanitário.
Mas eu desafio
aqui esses tarados da vacina: vamos fazer o teste. Vamos ver quem tem mais
anticorpos: você que tomou a Coronavac, ou qualquer outra vacina, ou eu, que
passei por essa dificuldade, passei por essa doença, essa enfermidade, e criei
anticorpos naturais.
Neste momento,
sou um cidadão de segunda classe, cerceado do meu direito por não aceitar essa
imposição que autoridades covardes tentam fazer. O prefeito de São Paulo que o
diga, o Sr. Ricardo Nunes. Covarde, perseguindo trabalhador, funcionário
público, para obrigar a se inocular com essa vacina que ainda é experimental,
presidente.
Então, faço
coro aqui a esses deputados para que aprovem vosso projeto e que deem o exemplo
para as outras assembleias pelo Brasil, que nós aqui defendemos a liberdade
individual do nosso povo, a liberdade de escolha.
Muito obrigado.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - Presidente, se houver
acordo entre as lideranças, peço o levantamento da presente sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - É regimental,
Sr. Deputado, mas, antes, eu gostaria só de dar a notícia de uma moção que
chegou a esta Casa da Câmara Municipal de Cordeirópolis.
Nesta moção, a Câmara solicita um apoio
com funcionários do Detran para que consigam fazer o atendimento da população
naquela cidade. Eles dizem, eles apelam à diretoria do Detran providências para
garantir o atendimento de qualidade, disponibilizando, ao menos, uma pessoa
preparada para a instrução e atendimento presencial a todos que procuram a
unidade. Fica aqui o meu apoio a esta moção de Cordeirópolis.
Porém, Sr. Deputado, eu gostaria de
dizer que o problema não está apenas em Cordeirópolis. Eu venho recebendo
mensagens, reclamações. Hoje, inclusive, de um cidadão que precisa do carro
para trabalhar, que cumpriu todos os pré-requisitos.
Todos os documentos foram apresentados.
O prazo máximo para entrega da documentação já passou, e ele não só não recebe
o documento como não consegue ter uma informação precisa.
Então, nós estamos, sim, no estado de
São Paulo, vivenciando um retrocesso em termos de acesso à documentação. E eu
digo isso com conhecimento de causa, porque no início dos anos 2000 eu
trabalhei na Secretaria de Segurança Pública, e a emissão de documentação neste
Estado era um primor, motivo de orgulho.
Todo santo dia, eu recebo e-mails de
cidadãos com muitas dificuldades em obter seus documentos, que são questão de
cidadania e dignidade humana. Detran especialmente. Mas documentos de
identificação também, como RG. Pessoas que enviaram os documentos necessários,
os documentos foram extraviados, o prazo passou, e jovens precisando do
documento para fazer vestibular.
Então, fica aqui o meu pedido de
atenção para esse direito básico de cidadania que é o acesso à documentação.
Algo precisa ser feito. Então, eu digo que a moção de Cordeirópolis é válida, é
justa, porém hoje Cordeirópolis fala por São Paulo, porque eu recebi e recebo,
todo santo dia, e-mails de cidadãos do estado inteiro.
Dito isso, Sr. Deputado, havendo acordo
de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os presentes
trabalhos, convoca V. Exas., Sras. Deputadas e Srs. Deputados, para a sessão
ordinária de terça-feira, dia 16 de novembro, à hora regimental, com a mesma
Ordem do Dia da última quinta-feira, desejando a todos não só um excelente
final de semana, mas um excelente feriado de comemoração da república.
Respeitando os monarquistas, eu sou uma
republicana convicta. Eu entendo que essa data é uma data muito bonita da nossa
história, que precisa ser comemorada. Muito embora haja muito, muito a evoluir
neste País, nós chegaremos lá. Muitíssimo obrigada. Esta sessão está levantada.
Boa tarde a todos.
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- Levanta-se a sessão às 15
horas e 17 minutos.
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