16 DE NOVEMBRO DE 2021

65ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, CONTE LOPES e CARLÃO PIGNATARI

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão. Faz o aditamento da ordem do dia seguinte.

 

2 - JANAINA PASCHOAL

Agradece as Câmaras de Vereadores de Ribeirão Preto e Santos pelas congratulações ao PL 668/21, que proíbe o passaporte da vacina contra Covid-19 no Estado. Defende a liberdade de escolha. Afirma que nunca foi contra medidas preventivas. Reflete sobre os anúncios de festas de carnaval, em 2022, pelo Estado. Considera que as festas facilitam a transmissão de doenças.

 

3 - MAJOR MECCA

Pede apoio ao PL 776/21, que institui a contagem em dobro do tempo de serviço prestado pelos agentes de segurança e profissionais da Saúde durante a pandemia. Reflete sobre a importância destes profissionais durante a pandemia. Cita o congelamento de benefícios aos servidores. Clama por mais reconhecimento das classes. Tece críticas ao governador João Doria.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Discorre sobre a falta de limpeza em escolas estaduais que possuem o serviço terceirizado. Informa a suspensão de aulas em diversas regiões. Pede investigação dos contratos. Critica as privatizações. Tece críticas à atuação do secretário de Educação, Rossieli Soares.

 

5 - ALTAIR MORAES

Defende as diretrizes adotadas pelo Colégio Liceu Jardim, em Santo André, cujo diretor foi acusado de homofobia em discurso aos pais. Lê e comenta trechos da fala. Defende os valores cristãos.

 

6 - CONTE LOPES

Exibe e comenta vídeos de assaltos pela cidade. Cobra medidas do governador e secretário de Segurança. Lembra carreira militar. Critica a instalação de câmera nos coletes dos policiais.

 

7 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

 

8 - CORONEL TELHADA

Comenta sua participação no 6º Encontro de Veteranos do Exército, em Salvador, onde palestrou sobre a história da Polícia do Exército. Discursa sobre a disponibilização de agentes da Polícia Militar como intérpretes durante o evento da Fórmula 1 no final de semana. Apoia a campanha da Defenda PM para aumento salarial das forças de segurança. Cumprimenta os municípios aniversariantes. Informa a celebração do Dia da Conquista do Monte Cavallaro e do Dia da Amazônia Azul. Discorre sobre a nova função de devolução do Pix. Endossa o discurso do deputado Altair Morais. Reafirma respeito a todos.

 

9 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, faz eco aos discursos dos deputados Coronel Telhada e Altair Morais. Reflete sobre os termos homofobia e transfobia. Defende o debate dos temas.

 

10 - ADALBERTO FREITAS

Agradece aos deputados que o escolheram para relator da Lei do Orçamento Anual. Discorre sobre a importância da discussão do assunto.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Critica o projeto de lei encaminhado pelo Tribunal de Justiça que reduz pela metade o ressarcimento das diligências realizadas pelos servidores. Pede a votação do PLC 37/21, que institui o abono Fundeb aos servidores da Educação. Lista emendas apresentadas ao texto. Repudia o congelamento de benefícios.

 

12 - CARLOS GIANNAZI

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

13 – PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h02min.

 

ORDEM DO DIA

14 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h43min. Anuncia a presença do deputado estadual Airton Lima, do Rio Grande do Sul, em visita a esta Casa. Coloca em votação, separadamente, e declara aprovados o PDL 81/21 e o PDL 82/21. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do deputado Rafa Zimbaldi, de criação de comissão de representação com a finalidade de participar do 4º Conexidades - Encontro Nacional de Parceiros Públicos e Privados, de 23 a 27/11, em Olímpia. Encerra a discussão, coloca em votação, separadamente, e declara aprovados requerimentos de urgência ao PR 2/20, ao PL 619/18, ao PL 759/19, ao PL 979/19, ao PL 1011/19, ao PL 518/21, ao PL 32/20, ao PL 492/20 e ao PL 1286/19. Convoca uma sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o fim da presente sessão, com Ordem do Dia.

 

15 - RAUL MARCELO

Para comunicação, informa que estão presentes, nas galerias, oficiais de justiça, contrários à aprovação do PL 752/21. Discorre sobre a importância desses profissionais.

 

16 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do deputado Raul Marcelo. Opõe-se ao PL 752/21, enviado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, entre outras disposições, afeta os oficiais de justiça.

 

17 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Lembra os deputados que hoje é o último dia para apresentação de emendas ao PL 752/21.

 

18 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, solidariza-se com o pleito dos oficiais de justiça, presentes nas galerias. Expressa sua oposição ao PL 752/21. Diz que os servidores públicos merecem melhor tratamento da parte do Executivo.

 

19 - CAIO FRANÇA

Para comunicação, parabeniza os oficiais de justiça, presentes nesta Casa, por sua mobilização contrária ao PL 752/21. Informa já ter apresentado emendas à propositura. Combate o aumento de taxas processuais, previsto na matéria.

 

20 - VINÍCIUS CAMARINHA

Solicita o levantamento dos trabalhos, por acordo de lideranças.

 

21 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 17/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a ter início às 17 horas e 07 minutos. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente na data de hoje, terça-feira, dia 16 de novembro de 2021. Hoje é a primeira sessão que nós começamos com o novo horário. A partir de hoje, as sessões plenárias serão iniciadas às 14 horas.

Antes de abrir o Pequeno Expediente, eu quero fazer uma comunicação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência comunica que, cumprindo a determinação constitucional, aditou à Ordem do Dia os seguintes projetos de lei vetados: Projeto de lei nº 1.260, de 2019, e os Projetos 42, 225 e 372, todos de 2021.

Pequeno Expediente. Oradores inscritos: orador deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V. Exa. Sr. Presidente, os colegas deputados aqui presentes, os funcionários da Casa. Hoje vai ser um dia bem diferente aqui, os horários estão todos alterados. Quero crer que os trabalhos renderão mais agora com essa nova sistemática. Vamos aguardar.

Eu queria agradecer à vereadora Gláucia Berenice e também ao vereador Isaac Antunes, ambos da Câmara Municipal de Ribeirão Preto por terem proposto - na verdade propositura dela, com apoio dele - uma moção de congratulações não só para esta deputada que vos fala, mas para todos os colegas que assinaram o Projeto de lei nº 668, de 2021, que proíbe o passaporte da vacina no estado de São Paulo.

Uma vez mais deixando muito claro que não se trata de nenhuma objeção à vacinação, apenas uma defesa do exercício da liberdade individual por parte das pessoas que querem trabalhar e estudar, nada além disso.

Muitos prefeitos já estão anunciando que haverá Carnaval com normalidade, e nós sabemos bem o que isso significa, significa o povo na rua, o povo aglomerado, o povo beijando. Às vezes até dezenas de pessoas em um só dia.

Eu não estou aqui tecendo nenhuma consideração de ordem moral ou moralista, mas não tem lógica que os mesmos prefeitos, inclusive o nosso aqui na Capital, que estão demitindo funcionários que desejam trabalhar normalmente usando suas máscaras, mantendo distanciamento, usando álcool gel, mas que não querem se vacinar - o que é um direito fundamental deles -, que os mesmos prefeitos demitam essas pessoas que querem trabalhar e já anunciem total liberdade para as festas de Carnaval.

Não tenho aqui nenhuma pretensão de proibir festas. Fui muito criticada este final de semana por ter falado o que estou falando aqui nas minhas redes. Muitas pessoas disseram que eu deixava de considerar que o Carnaval é a maior festa popular do Brasil.

Sem nenhum demérito, todos sabemos que depois do Carnaval nascem muitas crianças não planejadas, que no carnaval se contraem muitas doenças sexualmente transmissíveis, que de um tempo para cá sequer as campanhas de uso de preservativo são feitas de maneira adequada.

Então é uma festa tradicional brasileira sim, mas é uma festa que tem uma série de permissividades que facilitam, sim, a transmissão de doenças, inclusive Covid. E os trabalhadores do estado de São Paulo estão sendo demitidos, até com justa causa, tanto na esfera privada quanto na esfera pública, e as autoridades já estão anunciando a normalidade nas festas.

Então a incoerência é sem tamanho. Já estão anunciando liberar as máscaras. Até foi interessante que pessoas escreveram nas minhas redes: “Mas a senhora não era contra essas medidas preventivas?”. Nunca fui. Nunca fui, podem pegar todos os meus discursos aqui, nunca fui negacionista. Fui uma das primeiras a exigir medidas.

Agora, tem que ter um pouco de coerência, não é? Todas as festas serão liberadas e o povo está sendo demitido, a pouca parcela da população que deseja seguir trabalhando, estudando e exercendo o direito constitucional de não se vacinar, sobretudo com vacinas que acabaram de ser desenvolvidas para fazer frente a uma doença nova.

Na mesma toada, agradeço também à Câmara Municipal de Santos, na pessoa de seu presidente, Sr. Adilson Junior, vereador Adilson Junior, também ao vereador Adriano Piemonte, pelos votos de congratulações que não só foram propostos, mas foram aprovados, a minha pessoa, sobretudo em razão dessa defesa da liberdade individual que haveria de ser, ao lado ou depois da proteção da vida, a primeira luta de todos nós.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. A próxima deputada é a deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde, Sras. e Srs. Deputados, todos os funcionários que nos apoiam e nos dão estrutura para o nosso trabalho. Uma boa tarde a todos que nos acompanham pela rede Alesp e pelas redes sociais.

Hoje venho a esta tribuna, senhoras e senhores, para pedir o apoio ao Projeto de lei 776, de minha autoria, que institui a contagem em dobro do tempo de serviço prestado durante a pandemia pelos profissionais da Saúde e da Segurança Pública.

A aprovação desse projeto nesta Casa Legislativa se faz importante como medida de reconhecimento e gratidão a esses homens e mulheres que, durante a pandemia, tiveram um alto grau de exposição ao vírus, vide o número de policiais mortos durante essa pandemia e o número de enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos.

Nós atravessamos uma fase extremamente difícil aqui, no estado de São Paulo, em que os nossos policiais e os profissionais de Saúde ao menos tiveram amparo em termos de equipamento de proteção individual.

Os nossos policiais, durante toda a pandemia, fizeram a aquisição de máscaras faciais, deputado Giannazi, deputado Conte Lopes, com o dinheiro do próprio bolso. Compraram álcool em gel para assepsia pessoal e das viaturas com o dinheiro do próprio bolso.

Os nossos policiais e os profissionais da Saúde durante a pandemia tiveram a suspensão do pagamento de um terço de férias, tiveram a suspensão da antecipação do 13º, tiveram a suspensão da fruição de licença-prêmio.

Diga-se de passagem, licença-prêmio, Coronel Telhada e Sargento Neri, o policial quando usufrui, a partir da aprovação do PLC 26, tem retirado adicional de insalubridade, uma quantia de quase 200 reais em um salário de três mil reais.

Então a urgência do Projeto de lei 776 para que nós possamos contar em dobro no mínimo esses dois anos de pandemia para esses policiais é uma medida de justiça, de reconhecimento e de gratidão a esses homens e mulheres. Todos nós, bem como todo o povo de São Paulo, temos essa obrigação de olhar pelos nossos policiais com gratidão e com reconhecimento efetivo.

Repito: ao longo dos últimos anos, a única coisa que foi feita pelo João Doria e por esta Casa Legislativa foi a subtração de direitos desses homens e mulheres que - hoje eu falo novamente a todos os senhores nesta Casa -, estão extremamente desacreditados no governo que têm e nos representantes que têm no Poder Legislativo, justamente por ver que medidas efetivas, que realmente levem mais conforto e condições para o policial e seus familiares terem qualidade de vida, nunca são apresentadas nesta Casa pelo governo João Doria e nunca são aprovados aqui, no Poder Legislativo.

Eu cito o exemplo do Projeto de lei nº 701, de minha autoria, que foi vetado pelo governador João Doria, que antecipava 5% da indenização aos familiares dos policiais mortos em serviço. O governador teve coragem de vetar.

Nós continuamos fazendo vaquinha para socorrer familiares de policiais que morrem em serviço, que se acidentam em serviço. O Projeto de lei nº 707, que instituiu a dispensa de recomposição orgânica, para que os policiais pudessem ter o direito de descanso e de recomposição física e psicológica.

Eu acredito que seja uma oportunidade ímpar para que todos nós possamos reconhecer os profissionais da Segurança Pública, os nossos policiais, e os profissionais da Saúde.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado, Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, nós estamos vivendo um verdadeiro caos na rede estadual de ensino.

A privataria tucana chegou com muita força na Educação, nas nossas escolas. A privataria tucana está destruindo a Educação estadual. Me refiro às empresas terceirizadas de limpeza.

Nós estamos acompanhando, pela grande imprensa inclusive. A situação é tão grave que a própria imprensa começa a fazer matérias mostrando o caos, que empresas terceirizadas, na área da limpeza, e nós questionamos isso desde o momento em que o PSDB entregou esse trabalho, essa importante função, de limpeza e de merenda escolar, para empresas terceirizadas. É a privatização que eu sempre denunciei. É a privataria tucana.

Agora ninguém mais controla essas empresas, essas empresas que exploram, de uma forma vil, as funcionárias, pagando, muitas vezes, um valor inferior ao salário mínimo. Só que, além de pagar esse salário extremamente baixo e aviltante, elas não estão mais pagando os salários, ou atrasando. Com isso, nós temos várias escolas do Estado de São Paulo que não estão tendo mais limpeza.

Na volta às aulas presenciais, que nós fomos contra também, porque não seria o momento, essas empresas não pagaram ou atrasaram os pagamentos das servidoras ou das funcionárias.

Agora as escolas estão sem limpeza. Muitas delas já suspenderam as aulas. É um absurdo, e ninguém controla isso. A Secretaria de Educação joga a culpa nas diretorias de ensino. As diretorias de ensino dizem que não podem fazer nada. As escolas não têm autonomia para resolver essa questão.

Enquanto isso, o secretário da Educação, o Rossieli, fica passeando, fazendo propaganda de PEI. Agora vai aglomerar de novo. Ele vai organizar um encontro com centenas, talvez milhares de diretores de escolas, coordenadores pedagógicos, vice-diretores, em Ribeirão Preto.

Ele está convocando todos os gestores de PEIs para um encontro de três dias. Acho que dias 13, 14 e 15, no Royal Park, em Ribeirão Preto, para fazer propaganda de PEI.

Ao invés de resolver os problemas estruturais e reais da rede estadual, esse secretário só pensa em fazer propaganda de PEI, passear nas escolas, fazer vídeos para as suas redes sociais, em escolas que não tem nenhum problema.

Ele não visita essas escolas que estão sem limpeza, que as empresas terceirizadas não pagaram as funcionárias. E são muitas, Sr. Presidente. É o tempo todo, explodindo esse tipo de denúncia, chegando com muita força na Assembleia Legislativa.

Tenho acompanhado e tenho denunciado, mas o governo nada faz, Sr. Presidente. Por isso estou acionando o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e também o Ministério Público do Estado, para que haja uma verdadeira devassa, uma investigação profunda em todos os contratos dessas empresas terceirizadas para ver se eles estão sendo cumpridos.

O Tribunal de Contas tem que atuar e fazer uma devassa, uma investigação profunda, rigorosa. Não dá mais para entregar as nossas escolas a essa privataria tucana que destrói a Educação, que destrói as nossas escolas.

Muitas escolas estão sem aulas por conta disso. São várias as regiões, Sr. Presidente: em Guarulhos a situação é grave, na zona norte aqui de São Paulo, na zona sul, na Diretoria Sul 3.

Agora mesmo eu estava conversando com professores. A Escola Estadual Maria Juvenal Homem de Mello está nessa situação, a Escola Estadual Carlos Ayres. Várias escolas de Mauá, de Santo André, de Ribeirão Pires, de São Bernardo do Campo estão nessa situação, na região também do Campo Limpo, do Capão Redondo.

A situação é a mesma e isso se espalha, se espraia por todo o estado. Não há controle. A Seduc não controla nada, Sr. Presidente. As escolas estão abandonadas à própria sorte. Essa é a verdade. Eles não controlam essas empresas. Agora, o Tribunal de Contas tem que investigar.

Então, estou hoje entrando com uma representação, protocolando duas representações, uma no Tribunal de Contas e outra no Ministério Público, para que façam uma verdadeira devassa, uma investigação profunda nos contratos e no trabalho que é realizado, ou não, por essas empresas e que providências sejam tomadas.

Só para citar os nomes de algumas delas que são acusadas de não pagarem as funcionárias, de darem calote nas funcionárias, que ganham, muitas vezes, salários abaixo do salário mínimo...

 Olha, tem várias delas aqui: a Shalom é uma delas, a Star Clean, a Destake Serviços, a Clarifto, a Top Service. São algumas delas que estão envolvidas nessas denúncias. A região do centro aqui da cidade, Sr. Presidente, vive esse drama.

Então, que o Tribunal de Contas tome providências, e o Ministério Público, porque se depender do Rossieli, que só sabe ficar fazendo vídeos para ir alimentando suas redes sociais e aglomerando em várias regiões do estado, a gente não vai resolver essa situação. E que ele seja punido também e investigado por omissão, por estar prevaricando, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.)

Pela lista suplementar, deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. Fará uso da palavra, Altair? Por gentileza. Vossa Excelência tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nossos policiais militares que estão aqui fazendo a segurança, que Deus os abençoe, todos os que estão nos acompanhando agora, eu vim aqui falar hoje, Sr. Presidente, de algo muito forte que está acontecendo sobre essa ditadura de gênero, de um colégio de onde eu moro, de Santo André. Moro no ABC Paulista, moro ali em Santo André.

O Colégio Liceu Jardim presta há mais de 20 anos um serviço de Educação de qualidade em Santo André. Esse colégio e o seu diretor, o professor Daniel Belluci, estão sendo perseguidos, injustiçados por algumas palavras que ele falou. Fiz questão de ouvir os 29 minutos e 52 segundos de discurso que o professor Daniel Belluci fez para os pais dos alunos.

A escola Liceu Jardim zela pela família, pelo valor do trabalho, pelo respeito ao próximo. É uma escola que defende os valores judaico-cristãos. Ponto. Quem coloca os seus alunos na Escola Liceu Jardim sabe muito bem o que ela defende. É simples assim.

Durante todo o contexto da fala do professor Daniel Belluci, fiz questão de anotar algumas coisas. Primeira coisa: ele começou com seis minutos de uma introdução de palavras chamando a atenção dos pais para a educação dos filhos: o aumento do peso e do sedentarismo, a ansiedade, a depressão, a sexualização precoce. Falou também sobre o excesso de tela nas influências negativas para os jovens, falou também sobre a banalização da maldade.

Ele menciona a problemática da linguagem neutra, que é essa gíria LGBT que eles estão querendo colocar a todo custo, a todo vapor nos nossos jovens, nas nossas crianças. Ele é contra, e tem todo o direito de ser contra.

Aí tem mais: a banalização da maldade. Ele menciona também aqui o seguinte: o problema da incorporação dos termos de erotização na linguagem diária. A problemática da erotização, pornografias infantis.

Ele adverte que os filhos estão fazendo um esquema chamado “esquema do aquece” ou “esquenta” para ingerir bebidas alcoólicas antes do trabalho em grupo. E ele é contra; é o colégio dele. Essa são as diretrizes desse colégio que defende os valores judaico-cristãos. É simples assim. Se não concorda, tire o aluno de lá.

Ele fala sobre a identidade de gênero e deixa bem claro: “nós respeitamos toda e qualquer opção sexual. É o direito da pessoa adulta a escolha do que ela quer fazer da sua vida”.

E tem mais: “nós não vamos interferir na escolha sexual de ninguém, mas tem pais que me chamaram” - olha o discurso - “de quadrado, de homofóbico, e que já deveria ter o pronome neutro na escola. Exceto por força de lei eu vou usar isso” - ele disse.

Qual é a lei que obriga a colocar pronome neutro nos colégios? Alguns pais falaram para ele colocar banheiro unissex dentro daquela escola, e ele não quer. Qual é o pecado desse homem, qual é o crime que ele está cometendo? Mas essa ditadura de gênero não deixa ninguém em paz.

Bom, vamos lá: a ideologia da morte. “A Rússia não está assim”, ele fala, “a China não está assim. Agora, o ocidente entrou nessa de destruir a família e destruir quem transmite os valores e culturas ocidentais na família”.

Uma escola passou uma lista para que meninas colocassem o nome para ficarem como meninos, e meninos como meninas. Numa festa dessa escola, as meninas acariciavam as meninas; e os meninos, os meninos. E para ele, está tudo natural. Só que na escola dele, ele não aceita esse tipo de comportamento. A minha pergunta é: qual é o crime que esse homem cometeu? Ele apenas fez uma introdução de seis minutos para falar o que queria para os pais.

Aí vem essa ditadura nojenta, podre, de gênero, e vai contra um homem sério. A escola Liceu Jardim é um dos melhores colégios de Santo André.  Está há 20 anos fazendo um trabalho seríssimo na Educação e tem as suas diretrizes, é simples assim.

Meu irmão, você que está do outro lado, você não quer colocar o seu filho numa escola que ensine os valores judaico-cristãos da família tradicional? Coloque em outra escola. É simples assim. Você tira. Nós temos vários colégios que têm os seus valores, o Salesiano, o Marista, que têm até professoras que são freiras e que dão a orientação escolar.

A minha filha estudou no Colégio Adventista do Sétimo Dia a vida toda. Um dia, ela chegou com a unha pintada de vermelho e a diretora disse: “aqui não pode; vai tirar”. Eu fiz o quê? Eu aceitei, porque eu sabia que era uma diretriz do colégio. Então, parem de palhaçada de querer colocar essa ditadura de gênero dentro dos colégios.

O professor Daniel Belucci tem todo o meu apoio, todo o meu respeito. Não vi, em hora nenhuma, nenhum ataque homofóbico, só posicionamento de um homem que defende os valores da família tradicional, da família judaico-cristã. Isso é o que ele defende. Quem não gostar, tire o filho do colégio e o coloque onde quiser. Fica aqui a minha nota de repúdio. Eu vou lutar contra isso aqui.

Eu sou morador de Santo André e vou brigar, sim, pelos valores morais. Quero dizer ao professor Daniel Belucci e a todos os professores, todos aqueles que compõem o Colégio Liceu Jardim: vocês têm todo o meu apoio, podem contar comigo. Que Deus abençoe a todos vocês.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Falarei nesse assunto em seguida também. Próximo deputado, Deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu vou falar daquilo que eu entendo um pouco. Eu cheguei nesta Casa em 1986, quando Michel Temer me retirou - com o Montoro, que era governador -, das ruas de São Paulo, da Rota, e acabaram me colocando dentro de um hospital militar para que não se combatesse o crime, não se combatesse o banditismo, os criminosos que estão nas ruas de São Paulo, que agora estão à vontade.

Mais do que palavras: Machado, que já foi vítima dos bandidos, que o irmão foi morto e até agora ninguém prendeu ninguém. Ninguém prende ninguém. Os policiais da Rota que foram mortos, Coronel Telhada, nosso presidente, também até agora não prenderam ninguém.

O governador veio aqui e falou que ia prender, com o secretário: “Não, já está na mão”. O cara foi morto dentro de casa - os policiais da Rota - saindo de casa, em emboscada. Mas vamos lá, imagens valem mais do que mil palavras. Vamos lá, uma imagem.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Dá uma segurada, Machado, por favor? Isso aí, que aconteceu na República do Líbano com a Ibirapuera, a gente fazia com os bandidos. Estarrava bandido na rua e salvava muita gente que estava em poder de bandido: os motoristas de praça, mulheres que estavam sendo levadas para serem estupradas, sequestros. Quantas pessoas nós fizemos isso? Hoje, não. Hoje, é o bandido que faz isso.

O Doria meteu uma câmera no peito do policial que o policial nem estarrar o carro mais ele vai, porque senão ele pode estar ameaçando alguém e ele vai expulso da polícia, porque ele vive com uma câmera no peito para ver o que ele está fazendo. Agora, veja, até as nossas mulheres são espancadas nas ruas. Falam tanto do direito da mulher, feminicídio, e essas coisas aí, ninguém vê?

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Olha a covardia, coronhada na cara de uma mulher. Essa, passeando com o cachorro. Aí, olha São Paulo. Isso aqui é na Capital, no interior, no litoral. Olha como é que está acontecendo em São Paulo, olha aí.

Olha aí, olha aí. Todo o tempo do mundo para fazer isso. Ô Doria, é normal isso aí, Doria? Comandos da polícia, secretário de Segurança Pública, nobre general do Exército Brasileiro, é normal isso? Por que, ninguém fala nada.? É um negócio de outro mundo.

Volto a repetir: eu vim para a política, porque fui tirado da Rota e colocado dentro de um hospital militar, está aí o Coronel Telhada que é testemunha disso. Por isso que eu virei candidato e vim para cá, há 30 e tantos anos atrás, porque eu não permitia isso.

Onde eu trabalhava, bandido não fazia isso, não escalava pai de família para estuprar a filha, não. Se alguém tivesse que morrer, era o bandido, não era o policial, não é o cidadão de bem, não é o trabalhador.

Respondi aqui a um monte de processos. Respondi, qual é o problema? É o trabalho do policial. Hoje, meteram uma câmera no peito do policial e o policial não pode fazer mais nada. Pelo contrário, os bandidos que espancam mulheres em via pública, que assaltam estarrando os trabalhadores, pai de família.

Toda vez que eu vejo - muitos falam da polícia aqui -, ninguém está buscando o direito do policial quando a gente fala do salário, dos direitos do policial, porque quem vai sofrer é a população, não são os policiais não.

Não quer que o policial trabalhe? Tanto faz para ele, ou alguém pensa que nós saímos na rua aí com vontade de matar bandido, de dar tiro em bandido? Não, o cara sai para fazer o serviço dele. Agora, a hora em que ele enfrenta o perigo, ele tem o direito de se defender.

Agora eu pergunto: esses caras espancando essa mulher, se for filmado pela câmera que o Doria pôs no peito deles, o que vai acontecer com o policial na Globo e companhia bela?

Vai ser trucidado, porque ele está pisando no bandido, está dominando o bandido. E você só consegue dominar um bandido assim, não é? Ele não vem na boa, ele não vem no pio. E é o contrário, o bandido tem, como diz o próprio Doria... Coloquem aí. Olhem o direito dos bandidos.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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E esse homem, povo de São Paulo, falou para mim, para o Coronel Telhada, para o Olim, que é o nosso líder do partido aqui no PP, que com ele bandido ia para o cemitério e nós íamos ter voz ativa na Secretaria de Segurança Pública, Coronel Telhada, podendo até falar.

Então está aí, bandido tem direito a tudo, espancando mulheres e assaltando cidadão no meio da rua à vontade.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado. Solicito que o senhor assuma a Presidência dos trabalhos.

Próximo deputado, deputado Sargento Neri. (Pausa.) Solicito que o deputado Capitão Conte Lopes assuma a Presidência dos trabalhos para que a gente possa fazer uso da palavra.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Continuando com a lista suplementar, o nobre deputado Coronel Telhada, pelo prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Hoje, terça-feira, dia 16 de novembro de 2021, quero iniciar a minha fala comentando sobre uma missão em que eu fui até Salvador, na Bahia, onde eu fui participar do 6º Encontro de Veteranos da Polícia do Exército, 6º Envepe, no 6º Batalhão de Polícia do Exército, lá em Salvador, onde eu fiz uma palestra sobre a história da Polícia do Exército na Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje.

Na foto eu estou com o coronel Angelo Maciel, filho do nosso herói capitão Sabino. Ao meu lado está o coronel Bittencourt, que é o comandante do 6º Batalhão de Polícia do Exército, e ao lado o tenente-coronel de quem eu não recordo o nome, mas que será o futuro comandante.

Eu agradeço a todos que me receberam muito bem em Salvador, espero que tenham gostado, em especial aos veteranos da Polícia do Exército. Parabéns a todos pelo evento.

Eu quero aqui, Sr. Presidente, também comentar sobre uma matéria que a Polícia Militar veiculou a respeito da Fórmula 1, onde tivemos aquele belo ato do Lewis Hamilton, quando ele usou a bandeira brasileira no pódio.

Enquanto aqui no Brasil o pessoal mija em cima da bandeira, chuta a bandeira, rasga a bandeira, defeca em cima da bandeira, um inglês vem aqui e usa a bandeira como símbolo de orgulho, de honra. E a Polícia Militar estava presente.

O interessante dessa matéria é que a Polícia Militar disponibilizou agentes para trabalharem no entorno do autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, como intérpretes de cinco línguas durante o Grande Prêmio de Fórmula 1 de São Paulo, que aconteceu entre sexta e domingo passado.

Então, além do policiamento normal, a Polícia Militar também colocou vários agentes, vários homens e mulheres que falavam outras línguas para atender à população. Parabéns à Polícia Militar.

Falando em Polícia Militar, eu quero falar aqui da campanha da Defenda. Coloquem a foto, por favor. É uma foto que tem rodado nas redes sociais e que é bem clara sobre a situação da Polícia Militar para esse cidadão chamado João Doria, que prometeu mundos e fundos para a polícia e não cumpriu nada. Ele mentiu na campanha, como continua mentindo até hoje.

Policiais paulistas não comem viaturas, armas e nem munição. Policiais paulistas são homens e mulheres e precisam se alimentar e alimentar suas famílias. Está lá, “Pior Salário Do Brasil”. Acho que dá para entender bem o que significa essa sigla: Pior Salário Do Brasil.

Então a Defenda está fazendo essa campanha, e nós aqui estamos juntos dizendo para esse governador, que nem acabou de falar o capitão Conte Lopes, um governador que mentiu para todos na campanha, mentiu para nós também, dizendo que cuidaria da polícia, que bandido que puxasse arma para polícia ia para o cemitério.

Ele fez justamente o contrário, ele valoriza o criminoso aqui e deixa o policial proibido de trabalhar. A polícia de São Paulo está proibida de trabalhar e é isso o que tem acontecido, bandido na rua, deitando e rolando, roubando, matando, e a polícia impedida de trabalhar, usando câmera para punir o policial, não para ajudar o policial. Então tudo o que tem sido feito pelo governador João Doria é para atrapalhar a Segurança Pública.

Não é do meu feitio falar mal das pessoas, eu não gosto, acho horrível a gente falar mal das pessoas aqui, mas especificamente esse cidadão, por ele se mostrar um grande mentiroso, um marqueteiro como ele é, não dá para deixar de criticá-lo publicamente devido às suas atitudes totalmente antiéticas e mentirosas.

Quero aqui citar, dia 14 de novembro, em um domingo, foi comemorado o aniversário de alguns municípios. Foram os municípios de Serra Azul, Santana de Parnaíba e a querida cidade de Lorena, onde eu servi em 1983, 84, quando eu era aspirante, servi na querida cidade de Lorena. Um abraço a todos os amigos de Lorena e das demais cidades.

Hoje, dia 16 de novembro, é o aniversário da querida cidade de Águas de Lindoia. Um abraço a todos os amigos e amigas da querida cidade de Águas de Lindoia, lá do Circuito das Águas, no Interior de São Paulo.

Hoje também, dia 16 de novembro, é dia da conquista de Monte Cavallaro na história militar brasileira, onde a FEB conquistou, no dia 16 de novembro de 1944, o Monte Cavallaro. Parabéns aos nossos heróis. E também é comemorado o Dia Nacional da Amazônia Azul.

Para quem não sabe, é um trabalho excelente feito pela Marinha do Brasil, em que toda a nossa costa tem a chamada Amazônia Azul, que é uma rica área de fauna e flora aquática, marítima, que tem um trabalho muito bonito da Marinha do Brasil.

Para encerrar, Sr. Presidente, eu queria pedir só um minuto a mais para dizer o seguinte, uma matéria que saiu nos jornais, que vale a pena ser dita, sobre o Pix. Hoje, dia 16 de novembro, o Pix, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, ganha nova funcionalidade.

Entra em vigor o mecanismo especial de devolução, que deve agilizar o ressarcimento ao usuário vítima de fraude ou de falha operacional das instituições financeiras. Parabéns ao Banco Central por esse mecanismo, que vai ajudar, e muito, o cidadão.

Só para fechar, Sr. Presidente, eu queria aqui citar o assunto que foi falado pelo deputado Altair Moraes, que está acontecendo lá na cidade de Santo André, no Colégio Liceu Jardim, onde o professor Daniel Contro, o diretor, foi criticado por ter tomado algumas atitudes, está sendo criticado, chamado de homofóbico, e homofobia é crime etc.

Eu quero aqui, junto com o deputado Altair Moraes, me colocar à disposição do professor Daniel Contro, lá do Colégio Liceu Jardim, porque eu entendo que o que ele fez não é homofobia, ele se posicionou, não criticou ninguém. Ele simplesmente disse que, enquanto não for força de lei, ele não vai colocar no banheiro da escola os banheiros unissex, que eu acho um absurdo isso. Eu não quero que a minha neta use um banheiro com um menino. Eu não quero. Não quero.

Vamos esperar o que, acontecer um estupro, como já aconteceu nesses banheiros? É isso o que nós vamos esperar, que aconteça um estupro para depois tomar providência?

Ninguém é homofóbico, eu respeito todo mundo, todos os sexos, raça, cor, a gente respeita todo mundo, mas nós temos a opinião que o fato de respeitar as pessoas não é dizer que eu queira que a minha neta vá ao banheiro com um moleque. Simples assim.

Ideologia de gênero não pode ser ensinada nas escolas, é um absurdo isso. Todo mundo tem o direito de escolher o que quer fazer do seu sexo, do seu corpo, desde que tenha idade para isso e faça por si só. Não é necessário ninguém ficar colocando isso na cabeça das crianças. Isso sim é um absurdo.

Então quero me solidarizar com o professor Daniel Contro, do Colégio Liceu Jardim, que disse que só faria isso, tanto os banheiros unissex como aquela linguagem neutra, que é a coisa mais ridícula do mundo, que ele só aceitaria na escola por força de lei.

E eu quero parabenizar também a prefeita, se eu não me engano de Bauru, que disse que lá na cidade dela não vai colocar isso também, porque, inclusive, nós estamos em época de pandemia e é uma época de isolamento. E o pessoal está querendo juntar todo mundo em um banheiro só? Quer dizer, o pessoal não sabe o que quer. É um absurdo.

Então aqui eu quero me posicionar e deixar bem claro o nosso ponto de vista. Nós não somos homofóbicos, não somos contra ninguém. Mas temos que respeitar as nossas crianças, e cuidar e guardar as nossas crianças.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Com a palavra, o nobre deputado Adalberto Freitas, pelo prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Na verdade, eu queria só apoiar o colega Telhada, o colega Altair, e pedir ponderação aos formadores de opinião que estigmatizam como homofobia e transfobia qualquer divergência.

Quando se fala em homofobia e transfobia, tem a ver com o desejo de que o outro não exista, o desejo de aniquilar o outro, estimular a violência contra o outro. A opinião sobre situações concretas não tem nada a ver com homofobia, nem com transfobia, imaginando hipóteses envolvendo questões raciais, nem com racismo, nem com machismo.

Então as pessoas têm que parar de buscar inviabilizar o debate, a discussão de ideias, que é algo positivo para a democracia, intimidando os divergentes com a possibilidade de ser perseguido criminalmente pelo que ele pensa, pelo que ele fala. Então, discutir se os banheiros serão unissex ou não é inerente à democracia. Discutir que matérias vão ser ministradas numa escola ou não é inerente à democracia.

Então não podemos permitir que se inviabilize o debate. Daí o meu apoio aos colegas e a esse professor, que têm todo o direito de manifestar a sua opinião. Infelizmente, aqueles que agora o perseguem querem a liberdade dos mestres que concordam. Os mestres que discordam não podem ter a mesma liberdade.

É isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Obrigado, deputada. Com a palavra, o nobre deputado Adalberto Freitas.

 

O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Muito obrigado, Sr. Presidente capitão Conte Lopes, que está presidindo a sessão plenária. Quero cumprimentar os assessores de ambos os lados.

Cumprimentar o pessoal representante da gloriosa Polícia Militar, que está nos guarnecendo, pessoal da equipe técnica, pessoal que está nos ouvindo, o fotógrafo que está sempre aqui, muito obrigado, e o pessoal que está nos assistindo em casa, e o pessoal da plateia também. Sejam todos muito bem-vindos à Assembleia Legislativa.

Presidente, hoje quero vir agradecer. Na semana passada, eu fui escolhido para ser o relator da Lei do Orçamento Anual do Estado de São Paulo. Então quero agradecer aos meus pares, que fazem parte da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, em nome do presidente, deputado Gilmaci Santos.

Quero também agradecer ao deputado Enio Tatto, ao deputado Roberto Engler, à deputada Dra. Damaris Moura, deputado Estevam Galvão, deputado Dirceu Dalben, deputado Marcio da Farmácia, deputado Delegado Olim, deputado Alex de Madureira e deputado Edson Giriboni.

Como todos sabem, essa Lei Orçamentária Anual é extremamente importante. Nós estamos falando de um orçamento, elaborado pelo governo, de 286 bilhões de reais, um pouco mais.

Temos, no Orçamento do próximo ano, um recorde de emendas: mais de 26 mil emendas foram incorporadas ao Orçamento. Mas quero deixar o pessoal bem tranquilizado, que temos uma competente equipe técnica que já está trabalhando no Orçamento.

Pretendemos ouvir a todos. Ouvir os deputados, ouvir as secretarias de Estado, para que a gente possa elaborar um Orçamento que atenda o final de tudo isso, que é a população do estado de São Paulo.

Então eu quero agradecer, mais uma vez, a oportunidade e a confiança que a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento depositou a mim como relator.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, eu solicito a suspensão. Eu solicito a suspensão... Pois não, deputado. Eu não havia visto o senhor.

Então, após a fala do deputado Giannazi, se não houver mais ninguém, eu solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Se não houver mais nenhuma pessoa para falar, o nobre deputado Carlos Giannazi está com a palavra ainda pelo Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, de volta a esta tribuna no dia de hoje, eu queria tratar de dois assuntos importantes.

O primeiro é em relação ao PL 752, Sr. Presidente, que foi encaminhado à Assembleia Legislativa pelo Tribunal de Justiça e que é inacreditável, porque ele ataca os oficiais de Justiça, os servidores do Judiciário que já estão com os salários arrochados e defasados há muitos anos e que enfrentaram uma pandemia terrível. Muitos deles morreram, porque eles foram obrigados a trabalhar presencialmente, indo a vários locais perigosos, a hospitais, se contaminando.

O presente que estão recebendo é uma redução pela metade do ressarcimento que receberiam exatamente das diligências que realizam. O oficial de Justiça realiza diligências e, quando ele realiza uma diligência, ele utiliza o seu automóvel, ele paga a sua própria gasolina, ele paga a oficina do carro.

O carro dele se desgasta, porque ele não tem um carro do Tribunal de Justiça. Muitas vezes, ele imprime a própria ordem judicial para levar, na impressora da casa dele. Ele tem custos.

Agora, esse ressarcimento será reduzido pela metade através do PL que tramita aqui na Assembleia Legislativa, o PL 752. É de uma injustiça sem precedentes. Nós somos totalmente contra a aprovação desse projeto.

Não vamos permitir que servidores do Judiciário sejam prejudicados dessa maneira, porque eles arriscaram suas vidas, continuam arriscando suas vidas em vários lugares, se contaminaram. Muitos morreram, inclusive.

Então, eu não acredito, como é que pode um projeto desses ser enviado à Assembleia Legislativa? Então, somos contra, vamos obstruir a votação e votaremos contra. Então, faço aqui um apelo para que nenhum deputado vote a favor desse PL 752. Temos que garantir os direitos e a dignidade de todos os oficiais de Justiça do estado de São Paulo.

E aproveito também para, mais uma vez, apelar à Assembleia Legislativa, ao presidente da Assembleia Legislativa, ao líder do Governo, aos líderes partidários, para que possamos votar em caráter de extrema, mas de extrema urgência, o PLC nº 37, que institui o Abono-Fundeb, que cumpre, na verdade, a lei federal.

Nós aprovamos um novo Fundeb, que agora está incorporado à Constituição Federal e, tardiamente, só agora o Doria apresentou o projeto. Era para ter apresentado faz tempo e, mesmo assim, o projeto estando em regime de urgência... Se for esperar a urgência, ele só ficaria liberado no dia 1º de dezembro, o que é um absurdo.

Então, temos que antecipar a aprovação. Isso é possível, é só chamar um congresso de comissões. Nós apresentamos várias emendas aperfeiçoando o projeto do Abono-Fundeb, incluindo, por exemplo, os servidores do quadro de apoio escolar, o QAE, o QSE, os servidores do Centro Paula Souza, que são professores, profissionais da Educação que estão no ensino médio trabalhando. Eles devem ser incluídos também. Os aposentados fazem parte.

Agora, é fácil, Sr. Presidente. Havendo interesse político, em dois dias a gente resolve a situação. Hoje, por exemplo, pode ser chamado um congresso de comissões e amanhã o projeto pode ser votado, incorporando as emendas, aperfeiçoando o projeto. Já falei com o líder do Governo, Camarinha, ele está vendo isso, mas temos que agilizar urgentemente a aprovação do Abono-Fundeb.

É fundamental, porque os nossos servidores foram vítimas do congelamento da evolução funcional, dos quinquênios, de tudo, Sr. Presidente, por conta da Lei Complementar nº 173, por conta dos decretos do Doria.

Foi tudo congelado, reajuste, reposição das perdas inflacionárias, evolução, progressão. Há uma defasagem salarial jamais vista aqui no estado de São Paulo. Então, seria o mínimo, seria uma reparação.

E, logicamente, nós defendemos que o abono seja incorporado ao salário-base dos servidores, Sr. Presidente, porque infelizmente esse abono, do jeito como vem, é provisório, vem numa cota única e não será incorporado aos salários.

Logo, não vale para aposentadoria, não vale para evolução funcional, não vale para nada. Só aquele valor. Mas nem isso a Assembleia Legislativa está aprovando. É uma vergonha, Sr. Presidente.

Então, nós exigimos aqui a aprovação imediata, urgente, do PLC 37, porque não há motivo para ele ficar parado, Sr. Presidente. Já era para ter aprovado esse PLC 37. Quando é para aprovar alguma maldade contra os servidores, retirando direitos e benefícios, aí aprova do dia para a noite.

O governo mobiliza toda a sua base de sustentação, e a maldade é feita. Como foi feito agora com o PLC 26, da farsa da reforma administrativa. Foi votado rapidamente.

O PL 529, a reforma da Previdência, todas essas maldades perversas do governo Doria a Assembleia vota rapidamente. Convoca a sua tropa de choque do governo, e é votado o projeto. Agora, nesse projeto, que é do governo e ao qual nós não vamos fazer oposição - ao contrário, nós apresentamos emendas para melhorar -, o governo faz corpo mole.

Acho que o governo quer aprovar lá na frente, mais perto da eleição, me parece. Mas repito, Sr. Presidente, só para concluir, que esse projeto é uma exigência da legislação federal, não é nem um favor do governador Doria. Ele é obrigado a pagar esse abono do Fundeb, que faz parte da legislação federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo, então, acordo entre as lideranças, eu solicito a suspensão dos nossos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - É regimental. Os nossos trabalhos estão suspensos, então, até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 15 horas e 02 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 43 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlão Pignatari.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Gostaria, primeiro, de cumprimentar o deputado Airton Lima, deputado estadual do PL de Porto Alegre, fazendo uma visita aqui junto com o deputado Carlos Cezar, visitando a nossa Assembleia Legislativa de São Paulo. Seja muito bem-vindo. Vinícius é o deputado Vinícius Camarinha, líder do Governo. (Palmas.)

Em votação o Projeto de decreto legislativo no 81, de 2021. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação o Projeto de decreto legislativo no 82, de 2021. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa um requerimento, do nobre deputado Rafa Zimbaldi, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar do IV Conecticidades, Encontro Nacional de Parceiros Públicos e Privados, a realizar-se entre os dias 23 e 27 de novembro do corrente ano, na cidade de Olímpia, sem ônus para este poder. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa um requerimento de urgência do Projeto de resolução no 02, de 2020, de autoria da nobre deputada Professora Bebel. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei no 619, de 2018, de autoria do nobre deputado Fernando Cury. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei no 759, de 2019, de autoria do nobre deputado Marcos Zerbini. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 979, de 2019, de autoria do nobre deputado Cezar e do deputado Marcio Nakashima. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 1011, de 2019, de autoria da nobre deputada Edna Macedo. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 518, de 2021, de autoria da nobre deputada Analice Fernandes. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 32, de 2020, de autoria do nobre deputado Delegado Bruno Lima e deputado Vinícius Camarinha. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 492, de 2020, de autoria do nobre deputado Bruno Ganem. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 1286, de 2019, de autoria do nobre deputado Alexandre Pereira. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 27a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 17/11/2021.

 

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O SR. RAUL MARCELO - PSOL - Presidente, pela ordem. Antes do término da presente sessão, gostaria de pedir a palavra para uma comunicação breve no Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ótimo.

 

O SR. RAUL MARCELO - PSOL - Posso?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado.

 

O SR. RAUL MARCELO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje nós estamos recebendo aqui na Assembleia Legislativa os bravos oficiais de Justiça do estado de São Paulo, e nós sabemos das dificuldades... (Manifestação nas galerias.) Quem milita na defesa dos princípios da Justiça e usa os instrumentos do Direito para tal sabe da importância que têm os oficiais de Justiça.

Num momento de reintegração de posse, de muita tensão, geralmente, quando se tem uma decisão e essa decisão precisa ser comunicada a uma das partes, você tem ali um descontentamento profundo.

Muitas reintegrações de posse acabam gerando, muitas vezes, conflitos quando nós temos movimentos sociais, famílias que estão acampadas, às vezes, 10, 15, 20 anos. Então, é uma profissão, de fato, que inclusive envolve risco à integridade física e moral do servidor.

Infelizmente, está tramitando nesta Casa o Projeto de lei nº 752, de 2021, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que pretende fazer uma perda num momento em que a inflação, inclusive, está disparada em relação aos alimentos, combustível.

Ou seja, o custo de vida aumentou bastante e os oficiais de Justiça podem perder mais de 50% daquelas verbas que são as chamadas “custas processuais”, das quais eles recebem um percentual de dez por cento. Isso vai ser reduzido para 5% e esse valor será revertido ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Então, eu quero dizer aqui: total solidariedade à causa dos oficiais de Justiça. Se depender da nossa bancada, nós vamos trabalhar aqui pela retirada desse artigo, até porque esse projeto também não é só o artigo dos oficiais não, viu? Ele pretende elitizar o direito aos recursos à segunda instância.

Então, é um projeto que, pela minha avaliação, não deveria nem tramitar nesta Casa, mas peço a palavra aqui, Sr. Presidente, agradecendo a V. Exa., para cumprimentar os oficiais que, de várias regiões do estado de São Paulo, se fazem presentes hoje, aqui na Assembleia Legislativa. Sejam bem-vindos e parabéns aí pela luta. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Raul Marcelo. Pois não, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero também saudar a presença dos oficiais de justiça do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Manifestação nas galerias.) e dizer da nossa perplexidade com a apresentação desse PL 752, de 2021, projeto enviado pelo Tribunal de Justiça que, além de aumentar as taxas processuais, penalizando a população, é um projeto que ataca os oficiais de Justiça, que já estão com seus salários defasados e arrochados há muitos anos e agora vão perder metade do ressarcimento das diligências.

Isso é um absurdo total, é o prêmio que eles estão ganhando por terem arriscado as vidas, terem se contaminado com Covid, porque eles ficaram trabalhando presencialmente durante todo esse tempo, muitos morreram, muitos foram contaminados e é o presente que eles estão ganhando do Tribunal de Justiça, a redução do ressarcimento das diligências.

Eu conheço muitos oficiais que usam os seus carros, os seus automóveis, principalmente no interior, em estradas de terra, em várias regiões do estado de São Paulo. A situação é grave e eles têm um custo elevado, muitos usam as suas impressoras, enfim. E o ressarcimento será diminuído. É um absurdo que isso esteja acontecendo neste momento.

Então nós da bancada do PSOL, como disse o deputado Raul Marcelo, somos totalmente contra esse projeto. Nós votaremos contra, mas faremos obstrução total ao PL 752. Parabéns pela mobilização de vocês. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É um direito, deputada Bebel. Só para fazer uma comunicação que hoje é o último dia de pauta desse projeto. Se forem fazer as emendas, hoje é o último dia para que se apresentem emendas ao projeto de lei.

Pois não, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Também, em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores, nos solidarizamos e dizemos que no período da manhã, hoje, nós inclusive discutimos no Colégio de Líderes e foi retirado da pauta do dia de hoje exatamente porque carecia e carece de um debate maior.

É verdadeiro também que todos os serviços públicos estão sendo sucateados, atacados. A recente aprovação do Projeto de lei Complementar nº 26 nesta Casa demonstrou isso.

Enfim, mas, com toda a luta, Sr. Presidente, eu acredito que seja possível fazer uma discussão melhor de como tratar os servidores públicos, sejam da Justiça, sejam da Educação, da Saúde, enfim, todos os serviços públicos do estado de São Paulo.

Nesse sentido, nós da bancada do Partido dos Trabalhadores também não concordamos. Fizemos discussão hoje à tarde e tiramos como posição também não concordar e fazer o devido debate e obstrução. Já foi um avanço retirar da pauta, agora nós queremos, com certeza, aprimorar ou retirar de vez esse projeto de lei.

Muito obrigada. Cumprimento todos os oficiais de Justiça presentes nesta Casa hoje. Muito obrigada, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado Caio. É regimental.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, apenas para reforçar a nossa fala, primeiro, de respeito aos oficiais de Justiça, que estão presentes aqui na Assembleia em uma grande mobilização inicial chamada há pouco tempo e que conseguiu mobilizar praticamente todas as comarcas do Estado.

Nós estivemos em uma reunião agora há pouco, também somos contrários ao PL 752, de 2021, do Tribunal de Justiça. Digo que nós já apresentamos duas emendas supressivas dos artigos sexto e sétimo da presente lei para que a gente possa garantir a esses oficiais, que já perderam ao longo dos anos diversos percentuais em cima das diligências, para que eles não percam ainda mais.

Quero relembrar que esse mesmo projeto, presidente, no ano passado, esta Casa já rejeitou esse projeto. Portanto, não me parece condizente que esse projeto retorne a esta Casa sendo que a própria Assembleia já definiu ser contra a retirada de direito dos oficiais de Justiça nas diligências, especialmente ao se tratar da justiça gratuita, que é para as pessoas que mais precisam, que têm mais dificuldade de ter acesso ao Judiciário.

Como já foi dito aqui, nesses últimos anos nós tivemos aumento em todos os setores da sociedade, gasolina, alimentação, e os oficiais de Justiça também tiveram perdas. Eu tenho, para muito orgulho de minha parte, meu pai, que foi governador do estado de São Paulo, foi oficial de Justiça, portanto, a gente tem um carinho muito grande pela carreira, a gente sabe da importância dos oficiais de Justiça.

É por esse motivo que eu também quero orientar que a bancada do PSB possa ser contra esse projeto de lei. Caso necessário, tem protocoladas já duas emendas ao projeto retirando o artigo que retoma ao Tribunal de Justiça esses 5%, que, na verdade, acabam sendo 50% de tudo o que o oficial ganha nas diligências.

Portanto, o nosso respeito, o nosso carinho, em nome do Cássio e do Mário, que representam a Aojesp e estão aqui hoje na Assembleia Legislativa.

É isso, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Caio.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Havendo acordo entre líderes, gostaria de requerer a V. Exa. o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo acordo entre as lideranças, nós vamos levantar a presente sessão.

Dizer que já tinha sido tratado os oficiais de Justiça hoje, no Colégio de Líderes, que nós não iríamos, esse projeto estava para ser discutido, e não para ser pautado. A deputada Janaina, junto com a deputada Professora Bebel, pediram que a gente fizesse a discussão.

Então só para informar que hoje é o último dia de emendas para que a gente possa fazer alteração no projeto. Muito obrigado.

Está levantada a presente sessão, lembrando que daqui a dez minutos, às 17 horas e 05 minutos, começaremos a primeira sessão extraordinária, para a discussão do Projeto de lei 410, de 2021, que versa sobre o Instituto de Terras do Estado de São Paulo.

Muito obrigado. Uma boa tarde a todos.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 57 minutos.

 

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