17 DE DEZEMBRO DE 2021
87ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: RICARDO MELLÃO, LETICIA AGUIAR e JANAINA
PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - RICARDO MELLÃO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Discorre sobre a pauta das sessões ocorridas ontem. Lamenta
decisão da Presidência de pautar veto a projeto que extingue a meia-entrada no
estado. Pede esclarecimentos do Poder Executivo. Cita o veto à permissão da
venda de bebida alcoólica em estádios.
3 - LETICIA AGUIAR
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Critica o novo plano de carreira dos professores, anunciado
pelo governo estadual. Pede debate com o setor. Manifesta-se contra a proposta
de remunerar a categoria via subsídio. Alerta que servidores do setor devem ser
reféns de avaliações, para evolução na carreira.
5 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
6 - LETICIA AGUIAR
Cumprimenta a "astrônoma mirim" Nicole Oliveira,
pelo aniversário. Convida para visita ao ITA, em São José dos Campos. Questiona
alteração na pauta acordada no Colégio de Líderes, ontem. Cita projetos
prejudicados pela movimentação. Defende a proibição do passaporte sanitário.
Discorre sobre o decoro parlamentar.
7 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Lamenta a transferência compulsória de agentes da Fundação
Casa e do sistema prisional. Pede que os funcionários sejam consultados.
8 - CARLOS GIANNAZI
Discorre sobre a tramitação do PDL 22/20. Lembra aprovação da
reforma da Previdência. Tece críticas às políticas adotadas pelo governo
estadual, para a Educação. Repudia os descontos no 13º salário dos aposentados.
Lamenta as isenções fiscais previstas no Orçamento de 2022. Exibe e comenta
vídeo do governador do Amazonas, a conceder o abono-Fundeb a todos os
servidores da Educação.
9 - GIL DINIZ
Alerta para golpe com pedido de dinheiro em seu nome, em
redes sociais. Critica o deputado Arthur do Val. Afirma que a
manifestantes presentes nas galerias eram defensores da liberdade. Defende o PL
668/21.
10 - LETICIA AGUIAR
Para comunicação, parabeniza a Romu, guarda especializada de
São Bernardo do Campo, pelo aniversário. Informa visita à Câmara Municipal da
cidade para homenagens e entrega de equipamentos à entidade.
11 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Parabeniza as Guardas Municipais.
12 - CARLOS GIANNAZI
Repudia a não regulamentação da Emenda Constitucional 104/19,
pelo governo estadual. Pede apoio aos pares para a aprovação de PEC que cria a
Polícia Penal no estado. Lembra denúncias de perseguições na Fundação Casa.
Tece críticas ao projeto que extingue a meia-entrada. Questiona pauta
estabelecida pela Presidência.
13 - GIL DINIZ
Para comunicação, pede esclarecimentos ao governo estadual, a
respeito da inclusão, na pauta, do veto ao projeto do deputado Arthur do Val.
Lembra a retirada do projeto da deputada Valeria Bolsonaro, em prol de
deficientes auditivos.
14 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, tece críticas ao Governo do Estado por
retirar direitos de servidores. Lembra leis que garantem a meia-entrada para
professores das redes estadual e municipal de ensino.
15 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 20/12, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Ricardo Mellão.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Pequeno Expediente do dia 17 de
dezembro de 2021, oradores inscritos: deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V.
Exa., Sr. Presidente, colegas deputados, destaco aqui a deputada Leticia
Aguiar.
Eu gostaria de
conversar com a população sobre a estranheza que nós vivenciamos aqui no dia de
ontem. Vários projetos estavam combinados. Combinado, às vezes, passa um ar de
alguma coisa errada. Não, são projetos que vêm sendo trabalhados na Casa, a que
algumas bancadas vêm solicitando alterações, os autores vêm melhorando,
adaptando, aprimorando os projetos. Um deles é o meu projeto para acelerar a
fila da adoção.
Nós tínhamos
tudo organizado para aprovar pelo menos dez projetos na data de ontem. Tínhamos
tudo organizado para derrubar alguns vetos em prol da Educação, em prol das
viúvas de policiais, em prol da transfusão de sangue, da doação de sangue. Nós
estávamos com a pauta completamente ajustada, e aí houve a inclusão de alguns
vetos para serem derrubados.
Eu vou falar um
pouquinho sobre os assuntos, porque eu acho que é importante a população saber
o que está sendo debatido, mas primeiro eu queria falar sobre a estranheza que
me causou o fato de o governo permitir jogar na lata do lixo todo o trabalho
realizado, inclusive a própria votação do Orçamento, para favorecer um colega
que inviabilizou a votação aqui completamente.
Todos são
testemunhas que ele queria porque queria derrubar um veto que não foi objeto de
debate no Colégio de Líderes, um veto a um projeto de lei pífio. Não tem outra
palavra.
Então a
situação aqui está muito complicada, porque ficou flagrante para todos os
colegas que esse deputado deve ter alguma informação que não pode ser revelada.
Ele deve ter algum trunfo contra ou o governador, ou o vice-governador, alguma
alta autoridade, porque é impossível aceitar que a votação do Orçamento, que a
votação de pelo menos dez projetos que vêm sendo debatidos tenha ficado
inviabilizada pelo mero querer de um parlamentar.
Eu preciso que
a população compreenda que não tem aqui nenhuma questão pessoal. A população
precisa compreender que, quando um veto é derrubado aqui no parlamento, no dia
seguinte o Diário Oficial publica aquele projeto como lei.
E as pessoas
talvez não estejam compreendendo que nós estamos falando de um projeto que,
pelo o que está escrito, concede meia-entrada para todo mundo, mas que o
objetivo é acabar com a meia-entrada.
Eu não sou
contrária ao debate da ideia. Também me incomoda, por exemplo, que uma pessoa
com muita condição financeira, apenas por ser idosa, apenas por ter alguma
deficiência, faça jus a uma meia-entrada, por exemplo, de um show caríssimo.
Parece-me que há,
sim, distorções nessa política existente, mas nós precisamos debater, e não
simplesmente aprovar um projeto, no caso derrubar um veto a um projeto cuja
redação é uma verdadeira piada. É uma brincadeira de mau gosto.
* * *
- Assume a
Presidência a Sra. Leticia Aguiar.
* * *
Quando o
projeto passou aqui na Casa, como existem alguns acordos de gentileza entre os
parlamentares, eu não obstruí, vim aqui e declarei o meu voto contrário.
Inclusive fui
uma das poucas que declarou voto contrário. Nas semanas seguintes, essa votação
repercutiu muito. A população cobrou muito que ninguém obstruiu, destacou o meu
voto contrário.
Esse projeto
chegou no Palácio, quem estava exercendo o governo era justamente o deputado
Carlão Pignatari, que é o presidente da Casa. O deputado vetou o projeto. Vossa
Excelência me concede um minuto? O deputado vetou o projeto e deu várias
entrevistas, dizendo que tinha sido um erro da Casa aprovar um projeto pífio.
Aí, numa
reunião de emergência que foi convocada na Presidência, o líder do Governo diz:
“O governo pediu para derrubar esse veto”. Não fui só eu que estranhei, foram
vários colegas.
O deputado
Altair estava nessa reunião e foi um dos que se manifestou, mas outros se
manifestaram. O presidente disse: “Eu vou ter que derrubar o veto de um projeto
que eu mesmo vetei?”.
Então isso
causou perplexidade a todos os deputados que estavam na reunião. E ainda maior
perplexidade aos colegas que estavam aqui no plenário. E o que gerou muita
estranheza foi o fato de o parlamentar autor, na frente de todo mundo,
telefonar em voz alta para o vice-governador, para o secretário da Casa Civil,
cobrando a aprovação, a derrubada do veto dele. O que é isso?
Nunca vi isso.
Nós temos os contatos do governador, do vice-governador, dos secretários, todos
nós temos. Muitas vezes, precisamos conversar, mandar uma mensagem, mas o
tratamento é sempre formal, existe protocolo.
Eu nunca vi um
deputado, mesmo os mais antigos, mesmo os que são alegadamente e declaradamente
da base, ligarem aqui para o govenador ou para o vice-governador aos berros.
Esse deputado
precisa dizer o que ele tem. Qual é a informação que ele tem contra o
governador, contra o vice-governador? O que está acontecendo? Por que um
deputado de uma bancada formada apenas por ele tem força para conturbar a
votação de mais de 10 projetos, discutidos há meses, e do Orçamento?
Essa pergunta
alguém tem que responder, porque eu digo aos senhores: talvez ninguém tenha
coragem de subir aqui, mas a situação estranha que aconteceu neste plenário
gerou perplexidade aos deputados da direita e aos deputados da esquerda, dos
mais diversos partidos. A frase que nós ouvimos ontem era “o que está
acontecendo?”. Então alguém tem que explicar para a população o que foi que
aconteceu.
Depois,
tentaram dizer que era eu que estava quebrando acordo, ao dizer que iria
verificar. Tentaram tirar o foco da estranheza dos fatos aqui dentro, com uma
suposta briga entre dois deputados.
Um deles, autor
do projeto problemático. Não teve briga nenhuma aqui. Estão tentando abafar
algo muito estranho que ocorreu nesta Casa na noite de ontem. Eu não sei quem
tem condições de dar os esclarecimentos, mas alguém tem que dar.
Na terça-feira,
é provável - não sei se o presidente ainda vai convocar algo para segunda - que
esta discussão volte ao plenário. Talvez tentem derrubar esse veto novamente,
porque, aparentemente, o governo está refém. Nós não entendemos por quê.
Então é
importante que a população saiba que o que se está discutindo aqui, para além
do Orçamento, para além dos projetos importantíssimos que nós iríamos aprovar,
é o final da meia entrada no estado de São Paulo.
Eu vou
terminar, presidente. E, ao lado disso, existe também uma pressão no sentido de
consenso entre os vários deputados para derrubar o veto da venda de bebida
alcoólica em estádio de futebol. Ontem eu subi aqui e expliquei que sou
contrária.
Fui presidente
do Conselho de Entorpecentes, defendo a pauta de prevenção ao uso e abuso de
álcool. O deputado Olim subiu aqui. De maneira muito transparente, explicou o
que os prefeitos querem, o que os torcedores querem.
É importante
que a população saiba que este ...debate está em curso na Casa, para que possa
se manifestar a favor ou contra. O que não pode é esta Casa permitir que as
coisas passem sem ninguém saber.
É importante a
população saber e se manifestar. São dois projetos polêmicos que, se nós
derrubarmos o veto, virarão lei no dia seguinte. Então, não tem outra instância.
Então, assim,
primeiro quero anunciar que são dois temas polêmicos a que o povo tem o direito
de se manifestar a favor ou contra. E, segundo, exigir que o Poder Executivo
explique o que é que o deputado sabe, o deputado autor do projeto que acaba com
a meia-entrada, a ponto de prejudicar todo o andamento da Casa e gritar aqui
com o vice-governador e com o secretário, ex-presidente aqui, deputado Cauê,
para todo mundo ouvir.
Obrigada, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR -
PSL - Obrigada, deputada Janaina Paschoal.
Seguindo aqui a lista dos oradores inscritos para o Pequeno Expediente,
deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Jorge
Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi. Tem o senhor o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra.
deputada, presidente, deputada Leticia Aguiar, Srs. Deputados e Sras.
Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de continuar aqui
esclarecendo e também denunciando mais uma jornada... Na verdade, mais uma
jogada de marketing do governador João Doria, do seu secretário, Rossieli
Soares. São dois marqueteiros de quinta categoria.
Mesmo agora, no
apagar das luzes do ano de 2021, eles apresentaram mais um projeto para
destruir a Educação do estado de São Paulo e transformam isso num verdadeiro
marketing, como se fosse algo bom para os professores, para os profissionais da
Educação e para a escola pública.
Eu me refiro ao
projeto anunciado, ao programa, porque nem chegou projeto nenhum aqui na Assembleia Legislativa. Essa proposta
de um novo plano de carreira para o Magistério Estadual. Um plano que não foi
debatido com o Magistério, não foi debatido com as entidades representativas do
Magistério.
Não houve
debate nenhum, os professores não sabem o que é isso. Então, nós entendemos
como uma verdadeira jogada de marketing, como uma propaganda enganosa, em
vários sentidos.
Primeiramente,
porque nós, após o anúncio deste projeto, os jornais no outro dia colocaram que
os professores da rede estadual terão 73% de aumento. Então, ele conseguiu
atingir a meta, que era dar publicidade ao governo. Quando, na verdade, eu digo
que é propaganda enganosa, porque, na verdade, apenas uma pequena parte do
Magistério terá acesso a esses 73%, a maioria não terá. É um projeto
extremamente excludente.
Mas o que mais
me assusta, além da marquetagem, que é uma característica do Governo Doria e é
uma característica também do Rossieli, da gestão do Rossieli Soares, o que mais
me preocupa e está preocupando bastante o Magistério é que haverá uma
transformação. Os professores que aderirem a este novo - novo entre aspas -
plano de carreira, não terão mais vencimentos, salários. Eles terão subsídios.
E pela lei...
Primeiro que
tem duas contradições. Primeiro que um servidor público concursado não pode ter
subsídio. Ele tem vencimentos, está na lei, está no Art. 39 da Constituição
Federal, a Constituição é muito clara.
O servidor
público na ativa recebe vencimentos; o aposentado recebe proventos; e membros
do poder, de poderes, esses, sim, recebem os subsídios - como um deputado, que
recebe subsídio, o secretário da Educação, da Saúde, presidente da República.
Esses recebem subsídios.
Agora, os
servidores de carreira, como é o caso do professor da rede estadual, eles
recebem um vencimento. Então, já começa a confusão do ponto de vista legal
nesse primeiro aspecto, que quero levantar a inconstitucionalidade. Tem vários
juristas já criticando. Então, isso é grave.
Segundo: caso
haja o subsídio, esses professores que aderirem aos subsídios perderão tudo.
Eles perdem o quinquênio, a sexta parte, o ALE, perdem aquela gratificação de
trabalho noturno, qualquer tipo de adicional, qualquer tipo de gratificação,
porque, pela própria lei, pelo Art. 39, depois pela própria reforma da
Previdência estadual, que foi aprovada aqui na Assembleia Legislativa, no seu
Art. 129, tem um parágrafo único que diz
exatamente isso, que não será permitido o recebimento de gratificações, enfim,
de quinquênios, para quem recebe subsídios no estado de São Paulo.
Então, a
legislação proíbe que esses professores possam ter acesso a esse tipo de
evolução, de gratificação, como citei aqui. Então, o professor tem que
entender: o professor que aderir, segundo o programa que foi apresentado
vagamente através de slides...
Porque o
projeto não foi encaminhado ainda à Assembleia Legislativa. Nós não o
conhecemos. Nós só tivemos acesso a uma apresentação feita pelo governador e
pelo secretário da Educação há alguns dias.
Então, quem
receber subsídio perde quinquênio, o professor tem que saber, perde o ALE,
perde tudo. Ele não tem direito a nada disso e vai ficar refém de avaliações
que podem ser manipuladas, manobradas, estancadas de tal forma para que não
haja evolução na carreira.
Eles colocam
uma evolução de até 15 itens, mas, dependendo da gestão... Porque essa gestão
já está no fim e espero que nunca mais volte. Dependendo do próximo governador,
ele pode apertar a avaliação de tal forma que ninguém consiga passar por elas
ou que haja um número pequeno de pessoas avançando nessas avaliações.
Então, é um
projeto que... Primeiro, não chegou à Assembleia Legislativa. Ele diz que vai
chegar em janeiro, mas parece que ele não sabe como funciona a Assembleia
Legislativa. A Assembleia Legislativa estará de recesso no mês de janeiro. Não
vai votar e não vai debater nenhum projeto de lei. É muito difícil acontecer
isso.
* * *
- Assume a
Presidência a Sra. Janaina Paschoal.
* * *
Então, me
parece que é isso mesmo, é só para fazer propaganda: “Olha, vou mandar o
projeto”. Ele até manda o projeto, mas duvido que ele consiga aprovar, porque,
enquanto nós estivermos aqui na Assembleia Legislativa, nós não vamos aprovar
um projeto que vai destruir, que vai desmontar definitivamente a carreira do
Magistério.
Voltarei em
outros momentos para continuar debatendo e explicando as contradições
gravíssimas dessa proposta da nova carreira do Magistério, que de nova não tem
nada.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Nós
agradecemos, Sr. Deputado.
Assumindo honrosamente a Presidência,
sigo com a leitura dos oradores inscritos no Pequeno Expediente chamando à
tribuna a deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Nobre Deputado Gil Diniz. Se retirou
por alguns minutos, mas retornará. Nobre deputada Leci Brandão. (Pausa.)
Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado
Sargento Neri. (Pausa.)
Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.)
Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Nobre deputada Leticia
Aguiar. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.
A
SRA. LETICIA AGUIAR - PSL -
Obrigada, Sra. Presidente. Cumprimento V. Exa., todos que nos acompanham pela
Rede Alesp e aqui na Casa.
Hoje, quero
mandar um recado especial, direto da tribuna da Assembleia Legislativa, para a
nossa astrônoma mirim, a Nicolinha.
Nicole Oliveira
de Lima Semião é uma criança que tem o sonho de ser astrônoma e já é
considerada uma
astrônoma mirim pela NASA.
As imagens
estão passando no telão para que vocês possam acompanhar essa menina, que é um
grande gênio e vai fazer história para o nosso País junto com o ministro Marcos
Pontes, o nosso astronauta brasileiro.
Nicolinha é uma
garota muito especial, muito inteligente e certamente vai ser uma grande campeã
dentro da Astronomia. Quero mandar esse recado, desejar a ela feliz
aniversário. Que Deus a abençoe nos seus estudos e que Deus abençoe a família.
Nicolinha tem o
sonho de conhecer o ITA, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, que fica em
São José dos Campos, minha cidade, e é reconhecido no Brasil e no mundo como
uma grande instituição de ensino. O sonho dela é estudar no ITA, mas como ainda
não tem a idade certa, nós vamos levá-la pessoalmente para conhecer.
Já estamos em
tratativas com o ITA, com a Embraer, com vários amigos apoiadores de São José
dos Campos e, em fevereiro, a Nicolinha já está mais do que convidada, através
do nosso gabinete, a estar em São José dos Campos, conhecer o ITA e fazer uma
grande viagem de conhecimento, para que ela possa ser uma estudante cada vez
melhor.
Então,
Nicolinha, um beijo para você, que Deus te abençoe. Em fevereiro a gente se encontra em São José
dos Campos.
Deputada
Janaina, a senhora estava falando anteriormente do que ocorreu ontem na
Assembleia Legislativa. Eu estava aqui no plenário, não teve quórum suficiente
para continuar a pauta do dia, que já havia sido acordada no Colégio de Líderes
e mudou de repente.
O que nos causa
estranheza foi o fato de o deputado Arthur do Val, sozinho na bancada,
conseguir modificar toda a ordem que estávamos aqui empenhados para realizar na
data de ontem, quinta-feira. Tinham diversos projetos para serem pautados,
entre deles o passaporte sanitário, do qual eu sou coautora junto com a
deputada Janaina Paschoal.
Nós somos
contrários ao passaporte sanitário, entendemos que a liberdade das pessoas de
escolher se devem ou não se vacinar cabe às pessoas, e não ao Estado interferir
ou impor nada. Isso estava na pauta para ser deliberado na data de ontem e não
ocorreu, além de outros projetos.
É importante
que você acompanhe e também opine, dê a sua sugestão para nós, parlamentares,
sobre os projetos que são votados aqui, saber se são vetados ou não, se o veto
é derrubado ou não.
Nós temos
várias pautas para discorrer e é importante dizer estamos no final do ano
legislativo e temos ainda a redação final do Orçamento para debater, para
finalizar, para que de fato o ano se conclua.
Ontem, muita
coisa aconteceu aqui. Houve aqui um desentendimento entre o deputado Arthur e o
deputado Gil Diniz. Na minha opinião, o deputado Gil Diniz estava correto. Eu
estava aqui no plenário e presenciei tudo. É lamentável ver cenas como essa.
O deputado Gil
tem o nosso apoio. Estávamos juntos aqui tentando dar quórum para poder votar o
passaporte sanitário. O que é
interessante é que nós, que somos contrários ao passaporte sanitário, não
impedimos que ninguém se vacine. Já o contrário ocorre. Se você tem a
obrigatoriedade, aquele que não quer ser vacinado é obrigado a tomar a vacina.
Então só
queremos ter essa liberdade de escolha; que o plenário seja soberano, que os
parlamentares possam votar de acordo com as suas convicções, debater o mérito
dos projetos e apresentar para a população o que está ocorrendo aqui, porque
nós somos representantes de vocês. Temos que ser esse eco e essa interlocução
com a população dentro da Assembleia Legislativa.
Então, deputada
Janaina, estamos aqui nesta sexta-feira trabalhando, tentando dar quórum para
que esta Casa continue a votar projetos importantes e que se encerre este ano
de maneira produtiva.
Infelizmente,
esta Casa está parando antes da hora. Então vamos aguardar as cenas dos
próximos capítulos, e seguir informando para vocês como será o decorrer desse
ano legislativo.
Muito obrigada.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Nós
agradecemos, Sra. Deputada Leticia Aguiar. Seguindo aqui, na verdade, com a
lista suplementar de oradores inscritos, eu chamo à tribuna o deputado Carlos
Giannazi.
Enquanto V. Exa. se dirige, eu gostaria
de, em dois minutos, fazer um comentário que eu sei que é tema também de
preocupação tanto de V. Exa. como da própria deputada Leticia.
Eu tenho recebido muitas queixas de
pessoas transferidas à revelia tanto na Fundação Casa como no sistema
prisional, e agora também passei a receber queixas de soldados do Exército,
pais de crianças com deficiência, que estão sendo impedidos de fazerem cursos
para progredirem na carreira.
Esses soldados, na verdade, por terem
esses filhos com deficiência, têm a garantia de não serem removidos de maneira
arbitrária, mas essa garantia os está inviabilizando de fazerem os cursos para
subirem na carreira, para progredirem, e os cursos são à distância, então não
tem justificativa. Fica aqui o meu pleito tanto às autoridades estaduais como
às federais para que os funcionários da Fundação Casa sejam pelo menos
consultados antes de serem transferidos, os funcionários do sistema prisional.
É possível pelo menos tentar conciliar
o interesse público com as necessidades familiares? E agora também os soldados
do Exército. Eu peço desculpas, Srs. Deputados, mas eu acredito que seja uma
pauta abraçada por todos nós. Deputado Giannazi, V. Exa. tem o prazo
regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sra. Presidente. Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, eu queria aqui informar, principalmente aos aposentados e
pensionistas, que a nossa luta pela derrubada do confisco não terminou. Nós
avançamos bastante o nosso PDL 22, só falta ser aprovado na Comissão de
Finanças, inclusive ele já tem parecer favorável da própria relatora, Damaris
Moura.
Na primeira
reunião da Comissão de Finanças, eu tenho certeza, no mês de fevereiro - porque
praticamente não haverá mais reunião da Comissão de Finanças no ano de 2021 -,
eu tenho certeza de que o projeto entra na pauta, até porque ele está em
urgência, deve ser o primeiro item. E aí sim ele estará preparado para voltar
para o plenário, de onde ele nunca deveria ter saído.
Mas eu queria
dizer que os aposentados e pensionistas foram golpeados o tempo todo. Pela
reforma da Previdência, com a aprovação da lei, depois com o Decreto nº 65.021,
e agora mais recentemente com a questão do abono Fundeb, que eles ficaram de
fora também.
Esse novo plano
de carreira que eu acabei de criticar agora, que o Doria anunciou recentemente,
também deixa de fora os aposentados e pensionistas, porque, como a proposta do
governo não é mais de vencimentos e de salários, ele transforma o salário em um
subsídio. Isso significa que não haverá mais a paridade entre os servidores da
ativa e os aposentados. É disso que se trata.
Então os
aposentados também serão prejudicados mais uma vez com esse novo velho plano de
carreira, porque, como eu disse anteriormente, é uma destruição da carreira. E
agora nós estamos perplexos, porque novamente o governo, além de confiscar os
proventos dos aposentados durante todos os meses desde a publicação do Decreto
nº 65.021, está também confiscando parte do décimo terceiro dos aposentados,
olha que absurdo.
Eu estou
recebendo vários holerites mostrando: “Deputado Giannazi, estão confiscando a
parte do meu décimo terceiro”. Olha só a desumanidade e a perversidade desse
governo.
Mas, como se
não bastasse isso, também há o desconto do Iamspe do décimo terceiro salário
dos servidores e dos aposentados. Olha o absurdo que é, como esse governo tem
uma sanha confiscatória. Ele vai confiscando o máximo que ele pode dos
servidores.
Em
contrapartida, ele aprova, aqui na Assembleia Legislativa - nós votamos contra
- um Orçamento que transfere mais de 50 bilhões de reais - não milhões, bilhões
de reais - em isenções fiscais, em benefícios fiscais para grandes grupos
econômicos do estado de São Paulo, para as empresas aéreas, para as locadoras
de automóveis. Vários grupos econômicos são beneficiados com as isenções.
E confisco para
aposentados, para servidores. Esta é a situação hoje: um governo perverso, um
governo que coloca sempre em curso essa política de ódio contra os nossos
servidores. Então, fica aqui o nosso protesto, a nossa denúncia. Mas nós vamos
continuar a luta em defesa dos aposentados e pensionistas, e pela aprovação
imediata do PDL 22.
Eu quero,
ainda, colocar aqui só um vídeo, porque nós aprovamos o PLC 37, do abono
Fundeb, e nós fizemos um esforço enorme, vários deputados e deputadas
apresentaram emendas incluindo também o QAE e o QSE, ou seja, os servidores do
quadro de apoio escolar.
O governo bateu
na mesa dizendo que não havia legalidade, que não era possível, e acabou
rejeitando as nossas emendas, dizendo que elas não tinham legalidade.
E eu disse que
vários estados tinham incluído os servidores do quadro de apoio escolar. Nós
tivemos acesso a um vídeo do governador do estado do Amazonas, que concedeu a
bonificação para todos os servidores, inclusive para o quadro de apoio escolar.
E ele faz o lançamento desse abono; eu queria mostrar aqui.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Então, era
isso, como estourou meu tempo. Mas só para que V. Exas. percebam que vários
estados pagaram também o abono: o estado do Amazonas, que é um estado pobre.
Eu não conheço
esse governador, não sei nem qual é o partido dele, mas o fato é que ele está cumprindo
a lei federal, é só isso. Ele não está fazendo nenhum favor, está respeitando a
legislação.
O estado do
Amazonas está pagando 12 mil reais para os servidores do quadro de apoio
escolar. Ele foi claro: as merendeiras, os administrativos, que são o QAE aqui
de São Paulo, e o QSE, eles tiveram acesso. Então, o governo do estado do
Amazonas pagou.
E ontem, só
para concluir, o Rio de Janeiro também aprovou o projeto e incluiu os
servidores do quadro de apoio escolar. Mas o estado de São Paulo, com a sua
política de ódio contra o QAE e o QSE, os deixou de fora.
Agora eles
estão esperando a promessa, que acho que jamais será cumprida, do secretário da
Educação, que prometeu enviar um projeto de lei. Não chegou ainda. Nós estamos
terminando praticamente o ano legislativo, e o projeto não foi ainda
apresentado à Assembleia Legislativa.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Sigo aqui com a Lista Suplementar de oradores
inscritos, chamando à tribuna o Sr. Deputado Gil Diniz, que terá o prazo
regimental de cinco minutos.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputada Janaina Paschoal, boa
tarde, deputada Leticia Aguiar, deputado Carlos Giannazi, boa tarde aos nossos
assessores, aos policiais militares e civis, ao público que nos assiste pela
Rede Alesp. Primeiro de tudo, só gostaria de informar a todos os que me seguem
e aos meus eleitores que não peço dinheiro a ninguém, principalmente por WhatsApp.
Minha mãezinha
ontem caiu num golpe, recebeu uma mensagem como se fosse eu, e fez ali uma
transferência. E o vagabundo continua pedindo aí, e tudo o mais. Já vou acionar
os meios necessários, fazer boletim de ocorrência.
Mas os
deputados amigos que me seguem aí, não peço dinheiro a ninguém, por mais que
precise. Mas não peço dinheiro a ninguém. Infelizmente minha mãe ontem foi
vítima desse golpe. Dona Nena, que eu amo muito. Mãe, fica mais ligeira aí que
a vagabundagem está à solta.
Falando em
vagabundo, a gente não pode deixar de falar do sem-vergonha do Arthur do Val,
que é deputado aqui nesta Casa, um provocador. Disse, deputado Carlos Giannazi,
que vai me colocar no Conselho de Ética, que eu o agredi, que eu fiz isso, que
eu fiz aquilo.
Vossa Excelência
viu ontem a discussão. Sei que V. Exa. discorda da plateia que estava aqui na
galeria ontem, mas V. Exa. não vi, em momento nenhum, desrespeitar o público
que estava na galeria.
Esse
sem-vergonha, esse vagabundo, ele é reincidente, deputada Janaina Paschoal, ele
é um provocador. Ele me disse isso ontem quando ele começa a provocar ali a
galera.
Eu vou lá e
peço: “Arthur, não faça isso”, e vou até tirando ele ali de trás, vou levando
para o final do plenário, para o fim do plenário, ali para o corredor. Ele diz
“olha, agora você vai fazer o que eu quero”. Ele desliga a câmera, liga de
novo, vira no modo selfie e começa a me filmar.
Aí, eu começo a
dizer para ele “desliga essa porcaria dessa câmera”, com outras palavras. E
agora está na rede social dizendo “Gil Diniz me agrediu, Gil Diniz me agrediu,
ai, como eu sou coitadinho, olha, vou colocar no Conselho de Ética”.
Coloca,
vagabundo, pode colocar no Conselho de Ética, não tem problema nenhum. Nem sei
se você sabe fazer uma peça para o Conselho de Ética. Eu vou te colocar no
Conselho de Ética.
Já imaginou,
deputada Janaina Paschoal, se um dia essa Casa vira, se essa galeria invade
esse plenário por conta da convocação desse imbecil, desse cidadão que não
merece esse mandato, desse vagabundo, deputada Leticia Aguiar, que não
trabalha, não trabalha. Trabalhou nos últimos dois dias, por algum motivo que a
gente não consegue entender o porquê.
A gente não
consegue entender, eu não consigo ter um motivo plausível para entender por que
o presidente desta Casa pautou um veto desse cidadão, que não foi discutido
pelos líderes, que não tinha acordo nenhum, que o próprio presidente
discordava, já que veio a público criticar a aprovação por este plenário, e o
próprio presidente desta Casa o vetou.
Eu não consigo
entender, deputada Janaina Paschoal. Eu não consigo entender a ligação do
vice-governador para ele ontem neste plenário. E ele praticamente mandando no
governo.
Eu não consigo
entender essa ligação umbilical desse deputado, a não ser que já tenham outros
acordos que estão por debaixo dos panos. A eleição está aí. A eleição está aí.
Agora, falei,
vou dar outras entrevistas, falei na minha rede social: não aceito essa
provocação. O povo aqui ontem estava ordeiro, deputada Janaina Paschoal. O povo
aqui se manifestou.
Eu mesmo, dessa
tribuna, chamei a atenção da galeria quando eu estava na tribuna pedindo para
que não se manifestasse. O próprio presidente ali disse que iria esvaziar as
galerias, e o povo respeitou. O povo respeitou.
Crianças,
idosos, famílias e familiares de pessoas que perderam um ente querido por tomar
a substância experimental estavam aqui na galeria fazendo o seu protesto; não
protesto, no caso o seu apoio ao nosso projeto, que nem chegou a ser discutido,
nem votado. Aí, esse idiota, ao final da sessão, começa a fazer provocações. Aí,
ele diz no vídeo: “olha, está aqui no vídeo, olha, não fiz nada, né?”.
Você acha mesmo
que ele iria gravar no vídeo dele, iria fazer prova contra si? Ele acha que nós
somos aqueles mongoloides que o seguem no seu movimento, ou que fazem parte do
seu movimento. A galera que estava aqui não é antivacina; o pessoal aqui é
pró-liberdade.
Ninguém estava
dizendo ali “olha, acabe com a vacina, pare de vacinar etc. e tal”. Não. E o
seu projeto também não é sobre isso, deputada Janaina Paschoal, não é sobre
isso. As galerias não estavam lotadas, ontem, pedindo o fim das vacinas,
deputada Leticia Aguiar, mas aí ele coloca ali na sua rede social.
Então eu digo
aqui para os pares, diz ele que vai me representar no Conselho de Ética,
direito dele, normal. Isso é normal no Parlamento, assim como eu vou fazer
também, inclusive nesta tarde, nesta tarde.
Agora, é uma,
são duas, são três, são quatro, quando esta Casa vai dar uma resposta ao Sr.
Arthur do Val? Quando? Nunca. Nós vamos esperar acontecer o que aconteceu neste
plenário, ou nas galerias, ou fora das galerias e do plenário, por conta de um
provocador barato, não afeito ao trabalho, que só aparece aqui quando já tem os
seus acordos por debaixo dos panos com o governo de São Paulo?
Então, deixo
aqui registrado o meu repúdio às provocações desse cidadão. Não merece estar
aqui neste Parlamento. Gostaria que ele colocasse todo o vídeo, já que colocou
parcialmente, porque ele fala que eu o agredi, passamos meia hora discutindo
ali atrás.
Vários
deputados têm vídeo aqui também. Se fosse para agredi-lo, não seria tentando
impedir ali que ele humilhasse crianças, idosos, famílias, o povo de São Paulo
que ontem compareceu a estas galerias.
Nós estamos na
Casa do povo, e esse povo merece, deputada Leticia, respeito, respeito que esse
parlamentar nunca teve com o nosso povo, com a nossa Assembleia, com o nosso
Plenário.
Quer respeito?
Comece a respeitar. Não me orgulho, deputada Janaina Paschoal, mas também não
me arrependo, e vou, sim, defender a nossa população, vou, sim, defender os
nossos eleitores sempre que estiverem aqui ordenadamente na Assembleia de São
Paulo fazendo as suas reivindicações.
Então, já deixo
aqui registrado, estou entrando hoje mesmo no Conselho de Ética contra esse
irresponsável chamado Mamãe Falei, Arthur do Val, deputado vagabundo que não
sabe o que é trabalho durante praticamente esses três anos.
Muito obrigado,
Sra. Janaina Paschoal.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Nós
agradecemos, Sr. Deputado.
A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Pela
ordem, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Pois não.
A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Uma
comunicação?
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa
Excelência tem a palavra.
A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PARA
COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, eu aproveito a oportunidade de estar hoje no
plenário para registrar os meus parabéns para a ROMU de São Bernardo do Campo,
que ontem completou cinco anos de existência.
A ROMU é uma atividade especializada da
Guarda Municipal de São Bernardo do Campo que é realmente faz um trabalho
diferenciado. São mais de 800 homens e mulheres que fazem parte da corporação.
Na data de ontem, quinta-feira à noite,
eu estive na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo para prestigiar e também
presenteá-los com a aquisição de fuzis, de armamentos para que eles possam
estar mais equipados e treinados para poder combater bem o crime ao lado das
demais polícias.
Fica aqui o meu registro à ROMU de São
Bernardo do Campo. Parabéns, que Deus os abençoe, que abençoe todos aqueles
homens e mulheres que estão à frente servindo e protegendo a população de São
Bernardo do Campo e, claro, também de toda a região, representando muito bem a
nossa nação sangue azul-marinho.
Obrigada, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Nós
agradecemos. Eu me irmano às palavras de V. Exa., cumprimentando também a
Guarda de São Bernardo dos Campos e todas as Guardas Civis. Aliás, muito da
nossa luta como bancada é de levar melhorias para as Guardas Municipais.
Parabéns.
Vamos seguir aqui com a lista dos
oradores inscritos. Eu chamo à tribuna novamente o deputado Carlos Giannazi,
que terá o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, de volta
à tribuna mais uma vez no dia de hoje, eu queria aqui lamentar e também
repudiar a omissão da Assembleia Legislativa e do governo estadual pela não
regulamentação da Emenda Constitucional nº 104, que foi promulgada pelo
Congresso Nacional no dia 4 de dezembro de 2019. Essa emenda regulamenta a
Polícia Penal.
Já se passaram
dois anos, e o estado de São Paulo não cumpriu a sua função de fazer a
regulamentação estadual. Vários estados já fizeram, já aprovaram, e o nosso
estado, que é o estado que tem o maior número de prisões, de cárceres e de
servidores, sobretudo do sistema prisional, não regulamentou a Emenda 104. O
governo não tomou nenhuma providência, aí nós apresentamos.
Quero dizer que
existem duas PECs tramitando aqui, na verdade já prontas para serem aprovadas.
A PEC 01 eu apresentei juntamente com as entidades representativas dos
servidores do Sistema Prisional, para ser mais exato através de uma proposta
elaborada pelo fórum penitenciário, que congrega várias entidades.
Então essa
proposta foi apresentada a nós, uma proposta construída coletivamente pelas
entidades, pelos servidores. Nós apresentamos a PEC, a PEC já foi aprovada na
Comissão de Constituição e Justiça e já está pronta, já tem todas as condições
de ser aprovada.
E também tem
outra PEC, a PEC 4, apresentada pelo deputado Olim, que eu assinei, inclusive.
Então temos duas PECs. Nem faço questão de que seja a que eu apresentei, pode
ser a 4, pode ser a minha, a número 1. Enfim, o importante é que haja
regulamentação, que a legislação federal seja respeitada.
Então dois anos
se passaram. Como o governo foi omisso - ele que teria que apresentar essa PEC
-, a PEC não chegou, e nós apresentamos. A Assembleia Legislativa tem essa
prerrogativa, de apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição Estadual, e
foi isso que nós fizemos.
Eu peço o apoio
de todos os deputados e deputadas para que na primeira oportunidade a gente
vote imediatamente ou a PEC 1 ou a PEC 4, regulamentando, de fato, a Polícia
Penal no estado de São Paulo, respeitando o que determina a constituição
federal.
Gostaria ainda
de dizer, deputada Janaina, que, em relação às perseguições que ocorrem na
Fundação Casa, em todos os setores da Segurança Pública e em outros setores do
funcionalismo também... Primeiro que, em relação à Fundação Casa, é um absurdo.
Nós já fizemos tantas denúncias, nós fomos ao Ministério Público.
Eu tive uma
reunião, levei uma comissão de servidoras que estão ameaçadas por essa
transferência compulsória, por uma portaria que foi editada, extremamente
autoritária, nós tivemos uma audiência com o procurador-geral de Justiça. Ele
também ficou perplexo e falou que estudaria o caso para buscar uma alternativa.
Nós
conversamos, tivemos uma reunião aqui com o deputado, presidente Carlão
Pignatari. Nós já enviamos a denúncia para a OIT e para a Comissão de Direitos
Humanos da OEA.
Nós pedimos a
convocação do presidente da Fundação Casa aqui na Comissão de Direitos Humanos
e de Administração Pública, e até agora eles continuam perseguindo as
funcionárias, as servidoras da Fundação Casa, fazendo transferências absurdas,
transferindo uma trabalhadora que mora em São Paulo para Franca.
As pessoas são
obrigadas a viajar 400, 500 quilômetros, mudar toda a sua vida. Isso acontece
também em todos os lugares. Na Polícia Civil, na Polícia Militar, no sistema
prisional tem muito isso, eu recebo muitas denúncias. A gente tem feito algumas
intervenções.
Então é um
absurdo que isso esteja acontecendo, porque é assédio moral. Tem perseguição
política nesse sentido, e a Assembleia Legislativa tem que tomar alguma atitude
também para que esse processo de perseguição seja cessado.
Por fim, eu
queria rapidamente pedir só mais um tempinho, deputada presidente Janaina, em
relação a esse projeto que entrou na pauta do nada. O projeto do deputado
Arthur do Val, que é um projeto bizarro, patético, porque é um projeto que
afronta a própria constituição federal.
Acho que ele
não tem a informação de que, por exemplo, a meia entrada para estudante faz parte
de uma lei federal, que a meia entrada para idosos faz parte de uma lei
federal, que é o estatuto do idoso, então não tem cabimento. A lei é totalmente
inconstitucional, mas chega a ser bizarra, parece uma brincadeira.
Enfim, o
projeto foi vetado pelo governador, que na época era o Carlão Pignatari. Ele
fez críticas públicas ao projeto e o vetou rapidamente. Nunca nós tivemos,
deputado Gil Diniz, um veto tão rápido como aquele, e com crítica. Nós
saudamos, eu até elogiei o deputado Carlão Pignatari. Tenho divergências
profundas com ele, ideológicas e políticas, mas eu o elogiei porque foi um veto
certo.
Só que agora,
do nada, esse veto reaparece na pauta, e defendido pelo próprio presidente da
Assembleia Legislativa. Agora, nós não vamos votar, jamais, a redação, nós não
vamos votar mais nada enquanto esse projeto, esse veto não for retirado da
pauta.
Essa é a
posição do PSOL e tenho certeza que de vários outros deputados, outros partidos
também. Então queria fazer esse registro de que, enquanto esse veto permanecer
na pauta, nós não vamos votar nenhum projeto na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Nós
agradecemos ao Sr. Deputado.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente, só reiterando também as palavras do deputado Carlos
Giannazi, da nossa perplexidade com a colocação, deputado Giannazi, desse veto
na pauta de ontem.
Não tinha
acordo entre os líderes, o governo precisava dos votos aqui, pelo menos da não
obstrução dos líderes para aprovar a redação final, e colocam esse jabuti em
cima da árvore justamente em um momento delicado.
Foi por isso, e
somente por isso, que começou aqui toda a confusão. Os projetos começaram a ser
verificados e não houve acordo para votar a redação final. Então eu gostaria
que, quem de direito, o próprio governo de São Paulo, o presidente da
Assembleia viesse a público e dissesse os motivos.
Obviamente, a
pauta é do presidente, ele que faz a pauta, mas se nenhum líder pediu, exceto o
deputado que propôs o projeto... Outros líderes não aceitaram, não tinha acordo
nenhum, por que atrapalhar a votação da redação final neste momento? Não faz
sentido.
Tiraram,
deputado Giannazi, projeto da deputada Valeria Bolsonaro em prol dos surdos no
estado de São Paulo, não deixaram sequer entrar na pauta para ser votado ou não
aqui no plenário, para colocar um veto como esse. Obviamente, a gente sabe que
a maioria aqui é contra o projeto e tudo mais, mas não tinha acordo nenhum, apareceu
do nada.
Só que,
deputada Janaina Paschoal, ele tinha convicção de que estaria, ele tinha
certeza de que estaria, tanto é que na quarta-feira à noite estava aqui no
plenário tentando fazer alguma coisa porque tinha essa convicção e falava para
os pares: “Amanhã o meu veto vai ser pautado”. Não consigo entender. Ia ser
pautado para ser derrubado? É isso o que o governo de São Paulo quer?
O governo de
São Paulo, o governador também precisa explicar. Ele quer acabar com a
meia-entrada, é isso? Porque, se vem uma ordem do governo mandando pautar um
veto que é do governo, do governador, pelo menos o governador em exercício, e
pauta-se aqui... E eles queriam, pelo menos a base do Governo queria um acordo
para a derrubada do veto.
Então o
governador precisa também se explicar, deputado Giannazi. O governador João
Doria, o vice-governador Rodrigo Garcia precisa explicar se é um patrocínio do
governo de São Paulo a derrubada desse veto para acabar, obviamente, com a
meia-entrada neste momento, mesmo sabendo que é inconstitucional. Não entendi,
continuo sem entender qual foi o acordo entre esse movimento e o Governo do
Estado de São Paulo, deputada Janaina Paschoal.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Deputado Gil Diniz, eu tenho certeza de que, se o governo
puder, ele acaba com a meia-entrada em São Paulo, porque é um governo que
retira direitos, retira benefícios, retira direitos previdenciários, sociais,
trabalhistas dos trabalhadores, sobretudo dos servidores públicos.
Além da
legislação federal, eu falei do Estatuto do Idoso, do Estatuto da Juventude,
então esse projeto já não poderia prosperar, mas nós aprovamos aqui também, na
Assembleia Legislativa, três leis garantindo a meia-entrada para professores e
todos os servidores das redes públicas de ensino do estado de São Paulo. Uma
lei foi aprovada em 2001, e as duas outras, uma em 2012 e outra em 2014.
Inclusive,
estas duas últimas foram minhas, eu aprovei os dois projetos aqui. Eles foram
vetados, o governador Alckmin vetou a meia-entrada para os servidores do quadro
de apoio escolar, olhe só, isso em 2014.
Mas, antes
disso, tinha aprovado o projeto de lei em 2012, garantindo a meia entrada para
todos os professores das redes municipais do estado de São Paulo. O governador
Alckmin vetou. Aí nós derrubamos o veto.
Então eu tive
que derrubar dois vetos para garantir a meia entrada para todos os professores
das redes municipais do estado de São Paulo, para todos os servidores dos
quadros de apoio das redes municiais e também da rede estadual, e para os
gestores.
Ou seja: o
governo vetou duas vezes o projeto, e vetou o outro também, que foi aprovado
acho que em 2001, para os professores da rede estadual.
Então talvez V.
Exa. tenha razão. Ou seja: uma articulação para acabar com a meia entrada aqui
em São Paulo. Mas isso não vai acontecer, porque, enquanto nós estivermos aqui,
tenho certeza de que a meia entrada estará garantida.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - É regimental,
Sr. Deputado.
Sra. Deputadas, Srs. Deputados, havendo
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
presentes trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quinta-feira.
Eu friso esta parte: com a mesma Ordem
do Dia da última quinta-feira. Desejo um excelente final de semana a todos,
saúde, harmonia, e até a próxima semana. Está levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 15 horas e 02 minutos.
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