25 DE OUTUBRO DE 2021
7ª SESSÃO SOLENE PARA COMEMORAÇÃO DA SEMANA DE
CONSCIENTIZAÇÃO DA SÍNDROME PÓS-PÓLIO
Presidência: ADALBERTO FREITAS
RESUMO
1 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a
Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para Comemoração da
Semana de Conscientização da Síndrome Pós-Pólio, por solicitação deste
deputado.
2 - VINÍCIUS CAMARINHA
Deputado estadual, atribui valor ao tema objeto desta sessão.
3 - VINÍCIUS SCHAEFER
Presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência, do PSDB,
tece considerações sobre a defesa dos interesses de pessoas com deficiência.
4 - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo da senadora
Mara Gabrilli.
5 - CÉLIA LEÃO
Secretária estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência,
coloca-se à disposição desta Casa, em nome do Governo do Estado, para defender
a causa objeto da solenidade.
6 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Faz agradecimentos gerais. Tece considerações a respeito do
tema e da iniciativa desta solenidade.
7 - ACARY SOUZA BULLE OLIVEIRA
Médico neurologista, discorre acerca de microorganismos, da
poliomielite e da importância da vacinação.
8 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Enaltece o discurso do Dr. Acary Souza Bulle Oliveira, a quem
agradece.
9 - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
Mestre de cerimônias, anuncia a declamação de poesia, por
Arlete Nascimento.
10 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Valoriza a história de superação de portadores de
poliomielite.
11 - ABRAHÃO AUGUSTO JOVIANO QUADROS
Fisioterapeuta, coordenador do Ambulatório de Síndrome
Pós-Poliomielite da Universidade de São Paulo, discorre acerca da
fisiopatologia da síndrome pós-pólio e a neuroplasticidade cerebral.
12 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Elogia o pronunciamento de Abrahão Augusto Joviano Quadros.
13 - CÉLIA LEÃO
Secretária estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência,
valoriza a apresentação do Dr. Abrahão Augusto Joviano Quadros.
14 - ANDREA ROSANA SILVA
Contabilista, presidente da Associação G-14, manifesta-se
sobre o terceiro setor e sua relação com a síndrome pós-pólio.
15 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Cumprimenta Andrea Rosana Silva pelo discurso.
16 - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
Mestre de cerimônias, lista pessoas presentes nesta
solenidade em ambiente virtual.
17 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Menciona presença de seu filho, Leandro Freitas, e de Moacir
Sarroch.
18 - SANDRA TRIPODI
Médica fisiatra, a representar a AACD - Associação de
Assistência à Criança Deficiente, tece considerações sobre o trabalho da AACD
relacionado à poliomielite.
19 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Elogia a atividade da AACD.
20 - TATIANA MESQUITA
Fisioterapeuta de reabilitação, tece considerações sobre o
tratamento neurológico reabilitador.
21 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Agradece à Sra. Tatiana Mesquita pelas informações.
22 - ROSELI
Enaltece o valor desta solenidade.
23 - WAGNER FRACINI
Médico cirurgião, discorre acerca da imunização contra a
poliomielite.
24 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Agradece ao Dr. Wagner Fracini pelo trabalho exercido na
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
25 - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
Mestre de cerimônias, salienta a prevenção à poliomielite,
tece agradecimentos gerais e elogia o deputado Adalberto Freitas pelo trabalho
de inclusão.
26 - PRESIDENTE ADALBERTO FREITAS
Elogia José Francisco Vidotto, faz agradecimentos gerais e
coloca-se à disposição de pessoas portadoras de necessidades especiais. Encerra
a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Adalberto Freitas.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Sejam
bem-vindos a esta sessão solene, que tem a finalidade de comemorar a Semana de
Conscientização da Síndrome Pós-Pólio.
Comunicamos aos
presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pelo YouTube da
Rede Alesp e pelo YouTube e Facebook do deputado Adalberto Freitas.
Neste momento
passo a palavra para o deputado estadual Adalberto Freitas, para realizar a
abertura desta sessão solene.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL - Boa
noite a todos. Sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos
regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene
foi convocada pelo presidente desta Casa de leis, deputado Carlão Pignatari,
atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de comemorar a Semana de
Conscientização da Síndrome Pós-Pólio.
Ouviremos agora
uma saudação do líder do Governo da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, nosso querido deputado Vinícius Camarinha.
O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pessoal,
aqui é o deputado Vinícius Camarinha, líder do Governo. Estou passando aqui
para dar um abraço em todos vocês, em especial para o deputado Adalberto
Freitas, que está discutindo com vocês um tema superimportante, Síndrome
Pós-Pólio.
Isso exige um
empenho muito grande. Isso exige uma ação de Saúde pública determinante do
nosso governo, da Secretaria de Estado da Saúde, dos municípios, do SUS, num
apoio total a essas pessoas.
Eu quero aqui
saudar a iniciativa do deputado Adalberto Freitas, de provocar esse debate, de
impulsionar esse tema, para que todos nós possamos nos unir no apoio a todos.
Parabéns ao
Adalberto Freitas, pelo seu trabalho, e a todos vocês que estão participando
dessa reunião. Um grande abraço, e contem conosco aqui na Liderança de Governo.
Um grande abraço.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Neste
momento, gostaria de nomear as autoridades presentes, a nossa deputada, grande
amiga e secretária da Secretaria da Pessoa com Deficiência, do estado, Célia
Leão, para fazer uso da palavra. (Pausa.)
Como a deputada
está em trânsito, não deve estar conseguindo entrar em contato, vamos passar a
palavra ao presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência, do PSDB, Vinícius
Schaefer.
O SR. VINÍCIUS SCHAEFER - Boa noite a
todos. Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer e parabenizar o deputado
Adalberto, pelo grande trabalho que ele tem desenvolvido, e também o chefe de
Gabinete com deficiências, Dr. Vidotto, também saudá-lo. Parabéns pelo grande
trabalho, a participação de todos vocês.
Nós sabemos o
grande desafio que nós temos, mas vamos conseguir fazer um trabalho
maravilhoso, em dobro do que tem sido até aqui. Parabéns para todos, também o
representante da Secretaria da Pessoa com Deficiência, em nome da secretária
Silvia Grecco.
Deixo um abraço
a todos vocês. Quero agradecer também a todos os projetos que daqui para a
frente nós vamos desenvolver, já temos programado. Nós sabemos do grande
desafio que nós temos, também para arregaçar as mangas, e ir muito além de tudo
que nós temos feito.
Queremos ser um
modelo para a cidade de São Paulo, e principalmente também para o Brasil.
Meus parabéns
para vocês. Muito obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Gostaria
de, neste momento, a nossa grande senadora, a defensora da pessoa com deficiência,
Mara Gabrilli. Não pôde estar ao vivo, porque está em Brasília num evento, mas
mandou uma gravação, para que pudesse fazer uso da palavra.
Por favor,
técnica.
A SRA. MARA GABRILLI - É uma honra
para mim estar aqui com vocês. Primeiro eu vou me autodescrever, para as
pessoas cegas poderem me ver.
Sou uma mulher
branca, com cabelos lisos, castanhos claros. Eu estou com uma roupa preta, e
apareço da cintura para cima, sentada na cadeira de rodas.
Bom, a gente
está vivendo, há quase dois anos, com uma pandemia. E desde o início nos
mobilizamos para buscar medidas de proteção às pessoas com deficiência,
especialmente para quem necessita de auxílio, de cuidador, no dia a dia. Nos
preocupamos com as comorbidades, que deixam alguns grupos ainda mais vulneráveis,
como as pessoas com Síndrome de Down, as doenças neuromusculares, com Síndrome
Pós-Pólio, os tetras, os paraplégicos, e tantos outros.
E ainda com as
pessoas com autismo, de suas famílias enfrentando o isolamento, nas pessoas
cegas, nas pessoas cegas que necessitam tocar em tudo, da máscara que dificulta
a comunicação dos surdos.
Depois, com a
chegada das vacinas, buscamos corrigir o erro imenso do Ministério da Saúde, de
utilizar o critério de renda para vacinar as pessoas com deficiência. Foi extremamente
discriminatório.
A pólio, por
exemplo, que teve períodos dramáticos, de explosão de casos, foi praticamente
reduzida com a chegada de uma vacina. Muitas pessoas foram salvas do vírus e
das sequelas que causa a pólio.
Mas a gente não
pode se esquecer que foi preciso união de esforços, e décadas de campanhas de
vacinação, para que chegássemos ao anúncio da Organização Mundial de Saúde,
feito somente em 2020, de que o mundo está próximo de alcançar a erradicação
global da doença.
Então, faço
aqui o meu compromisso com a ciência, o meu compromisso com os pesquisadores,
inclusive fundei uma organização com o objetivo principal de fomentar pesquisa
para a cura de paralisias. Isso hoje me levou para tantos lugares, inclusive
para a política, porque hoje o instituto foi para tantos lugares.
O Instituto
Mara Gabrilli trabalha em várias frentes, fomento ao esporte, com vários
atletas olímpicos e, ainda, atendendo às famílias de pessoas com deficiência,
em situação de vulnerabilidade.
E o que o
Instituto fez? Promoveu a primeira pesquisa, junto às pessoas com deficiência,
vivendo em meio à pandemia. E a gente teve um triste resultado, de uma central
gigante de família passando fome e com necessidade de apoio à saúde mental.
Então, a gente
pôde agir de acordo com a necessidade que a gente detectou, fazendo inclusive
atendimento online, por todo o Brasil.
A pesquisa de
qualidade faz a humanidade dar saltos. A vacina contra a pólio, por exemplo,
mudou o mundo, e foi só o começo. A vacina contra a Covid despertou em nós um
prazo que a gente nem imaginava ser possível. E hoje vemos a redução das
internações e das mortes.
Por isso eu
busco sempre defender os recursos para a ciência e para a tecnologia para
inovação, para tecnologia assistiva, para as nossas universidades, com seus
profissionais tão corajosos, que tanto, mesmo diante de cortes de orçamento,
fazem muito. Contem sempre comigo nessa luta.
Vamos dar
visibilidade e olhar para o pós-pólio, manter o olhar atento para as
necessidades das pessoas que têm a síndrome, e sua qualidade de vida.
Contem comigo,
e vamos seguir lutando para termos um Brasil mais humano, mais inclusivo.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Sejam
todos bem-vindos. Passo a palavra para o deputado estadual Adalberto Freitas,
para que seja realizada uma explanação sobre a Semana de Conscientização da
Síndrome Pós-Pólio.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Dr. Vidotto, eu gostaria de voltar, agora que a secretária Célia Leão poderá
falar, que agora está mais visível. Por gentileza, a senhora está ouvindo,
secretária Célia, pode falar?
A SRA. CÉLIA LEÃO - Boa noite,
posso.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Com a palavra a secretária das Pessoas com Deficiência, do governo. Por
gentileza.
A SRA. CÉLIA LEÃO - Muito obrigada,
deputado Adalberto Freitas. Uma alegria estar com o senhor nessa nossa reunião.
Digo nossa porque é o sentimento, nós queremos estar juntos, numa caminhada que
pode fazer a diferença.
Quero desejar
aqui a todos uma boa noite, uma boa reunião, e dizer que nós não estamos
sozinhos. O governador João Doria e o vice-governador Rodrigo Garcia
imprimiram, dra. Carina, uma forma de trabalho pensando as pessoas com
deficiência, de forma ampla, aberta e que isso chegue para todas as pessoas das
nossas políticas públicas.
Que as
políticas públicas, de fato, atendam a necessidade de todos. Então, deputado
Adalberto resolve fazer uma sessão solene como essa, exatamente para levantar o
tema, para não deixar o tema guardado, esquecido.
Muito pelo
contrário, nós temos a obrigação de ter um olhar atento pela saúde, pela vida.
A vacina fez milagre, continua fazendo, mas temos que estar atentos.
Mas todos nós
envelhecemos. Isso é bom, significa que estamos vivos, mas quando envelhecemos,
nosso corpo envelhece também, a nossa mente, intelecto. Isso é natural da vida.
Mas as pessoas
que têm algum tipo de deficiência, não estou falando especificamente só
pós-pólio, todos os tipos de deficiência, certamente também essas pessoas e
seus familiares, cuidadores, a Medicina, têm que ter um olhar mais atento,
porque existe um diferencial imenso no envelhecimento de alguém que “tem a
qualidade de vida, de mente, audição, visual”, seja o que for, e as outras que
têm uma deficiência.
Então, para
nós, a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência é obrigação.
Eu estou aqui por obrigação. Estou aqui
como secretária de estado. Estou aqui, deputado Adalberto Freitas, como alguém
que luta por essa causa há mais de quase 40 anos.
Mas quero aqui dizer também que estou aqui por
carinho e por amor a todas as pessoas que têm o mesmo sentimento que o meu, que
estão neste momento na sessão solene.
Contem com
nosso governo, contem com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com
Deficiência. Lá a casa é do senhor, o senhor sabe disso. Deputado Adalberto
Freitas sabe que lá encontra não só portas abertas, mas os nossos programas de
políticas públicas.
O Dr. Vidotto,
nós nos conhecemos há muitos anos. Não é de hoje, não só da Assembleia
Legislativa, mas de tantos outros eventos. Então, por favor, estamos aqui para
o serviço e para servir.
Muito obrigada
pelo convite, pelo carinho. Dra. Carina, fico muito estimulada. Quanto mais o
tempo passa, quanto mais o tema vem à tona, a sua presença obviamente a
presença de todos que estão conosco, mas a sua presença é simbólica no trabalho
do dia a dia, na prevenção da Saúde, na prevenção da vida.
Isso de fato,
para nós, para nosso governo, para nossa Secretaria, é o que a gente precisa,
ter parceiros como todos vocês, e como Dra. Carina.
Deputado
Adalberto, continuo aqui. Daqui a pouco tenho que sair para entrar numa outra
live, mas só dependo de terminar esta nossa reunião. Mas a nossa Fabiana está
presente, que é a gestora de Saúde da Rede Lucy Montoro, e da nossa Secretaria.
Muito obrigada
a todos. Agora eu vou encerrar minha fala, para ter o privilégio de poder ouvir
os demais. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Eu que agradeço, nossa secretária Célia Leão, que tem desenvolvido um trabalho
esplêndido lá no Palácio, com o governador, com essa política, com essa
dedicação que ela tem à causa, a experiência que ela tem, tem dado muita
segurança nas decisões que são tomadas para tudo novo que fala sobre questões
de pessoas com deficiência.
Muito obrigado,
secretária Célia, por tudo que a senhora tem feito. Conte sempre com o meu
apoio aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
A SRA. CÉLIA LEÃO - Deputado
Adalberto, me permita só acrescentar que a Secretaria está de portas abertas
para o seu trabalho. Deputado Adalberto, para quem nos está ouvindo, para quem
está participando conosco agora, é alguém ligado diretamente à causa das
pessoas com deficiência, alguém que cuida com primor, com atenção, com carinho.
É uma grande
figura de vida pública. Eu diria que tem um ditado que serve para você, meu
querido Adalberto, que é “a grandeza de um homem está na sua simplicidade”.
Então, quanto mais simples, maior o senhor fica. E isso nos dá também, assim
como disse a dra. Carina, a certeza de que estamos no caminho certo.
Conte conosco,
com as nossas políticas públicas, o que precisar a Secretaria é de todos, na
figura do deputado Adalberto.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Muito obrigado à secretária Célia, sempre muito gentil. E ela sempre me
surpreende. Eu falo sempre que aprendo muito com ela, e cada vez aprendo mais.
É muito bom eu poder estar como deputado, e poder dividir, compartilhar o meu
tempo e aprender, com toda a experiência que ela tem, e com as demais pessoas
aqui.
Muito obrigado,
secretária Célia. Nosso gabinete sempre estará à sua disposição, também.
Também quero
agradecer a palavra do Vinícius Schaefer, que me antecedeu aqui nos
comentários. Muito obrigado. Tive a honra e a participação de ele vir aqui no
nosso gabinete.
Foi esplêndido
o nosso encontro. É mais uma pessoa que luta também pela causa, como ninguém.
Tem grandes sonhos, tem que ter coragem, tem que ter determinação. E com
certeza fará muito pela causa.
Obrigado,
Vinícius Schaefer pela sua luta toda.
E também quero
agradecer as palavras do nosso líder do Governo, deputado Vinícius Camarinha, e
também da nossa senadora Mara Gabrilli, que é uma pessoa que representa muito
bem todas as pessoas com deficiência lá no Senado da República, em Brasília.
Obrigado a
todos.
Saúdo todos os
participantes e autoridades aqui presentes, todas as pessoas que se
interessaram por participar, por estar aqui, agora, na segunda-feira, oito e
meia, para participar deste assunto extremamente importante. Esta nossa
iniciativa de fazermos esta sessão solene é para reforçarmos a conscientização
popular sobre a poliomielite e a síndrome pós-pólio.
O objetivo da
conscientização da síndrome pós-pólio é instituído pela Lei nº 17.291, de 2020,
de minha autoria. Na realidade, eu, como deputado, fui uma peça que ajudou a
transformar isso em lei, mas todo o mérito está aqui para a Andrea Silva, que é
da G14, que veio até o nosso gabinete com a ideia de fazer essa... Ela tinha um
propósito e veio até nós, colocou a ideia e nós começamos a falar de projetos.
O projeto virou
uma lei, a lei virou e aqui estamos hoje em mais um episódio que vai, com
certeza, trazer aí para as pessoas que têm deficiência, para as pessoas que
sofrem com as questões da poliomielite, da síndrome pós-pólio, um pouco assim
de conhecimento para que a gente possa evoluir cada vez mais.
Muito obrigado,
Andrea, pela sua participação. Desde o começo estava com a gente e, assim, eu
também sou muito de construir. As coisas são do nada; a gente senta, faz a
projeto e as coisas dão muito certo. Muito obrigado por tudo.
Também, essa
lei tem o objetivo de dar visibilidade à gravidade da síndrome e de contribuir
com a sensibilização do tema, espalhando informação sobre a importância da
vacinação como prevenção.
Além disso,
promover a homogeneização do atendimento no serviço de saúde. O pólio-vírus
pode infectar tanto crianças como adultos, porém, é mais provável em crianças
até cinco anos de idade. Por isso, é importante que seja realizada a vacinação nessa
idade.
A poliomielite
e a síndrome pós-pólio não têm cura. De acordo com o Ministério da Saúde, o
último caso de poliomielite registrado no Brasil aconteceu em 1989, por isso
pouco se ouve falar da doença, ou pouco se ouvia falar da doença até 2015.
Até 2015, a
cobertura vacinal brasileira contra a pólio era de acima de 95%, considerada um
exemplo para o restante do mundo. Porém, de 2018 a 2020, esse número despencou
para 75%, o que gera extrema preocupação.
Por isso, é
necessário educar e conscientizar as pessoas a respeito da importância da
prevenção. A vacina contra a poliomielite é distribuída gratuitamente na rede
pública de Saúde.
Toda ação que
incentive a prevenção deve ser fomentada, não apenas no Brasil, mas no mundo,
até porque o vírus causador ainda pode ser encontrado em países
subdesenvolvidos. Incentive a imunização, uma gotinha que salva a vida.
Quero também
aqui parabenizar e registrar a presença da Roseli, que é tradutora/intérprete
de Libras, que está aqui ajudando o Vinícius. Muito obrigado, Roseli.
Um grande
abraço com o coração, porque eu sei que você faz com muito carinho o seu
trabalho. Muito obrigado. Volto a palavra para o nosso mestre de cerimônias,
Dr. José Francisco Vidotto. Está sem som, Dr. Vidotto.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Desculpe.
Obrigado, deputado. Neste momento, abriremos a palavra para as autoridades
presentes se manifestarem. Passamos a palavra para o nosso palestrante,
deputado Acary. Vou ler um trechinho do currículo dele, que é muito grande.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL -
Eu não sabia que ele era deputado, mas...
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - É
que estava a relação dos deputados, mas ele estava fora, por isso que eu olhei.
(Vozes sobrepostas.)
O SR. - Um dia será.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL -
Quem sabe um dia. Exatamente, quem sabe um dia. É isso aí.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Com
certeza.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL -
Se for, será muito bem-vindo e, com a experiência que ele tem, ajudará muito a
Assembleia Legislativa, ou Brasília, quem sabe.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO -
Sem dúvida. Dr. Acary é médico pela Universidade Federal de São Paulo, mestre
em neurologia e neurociências pela Universidade Federal de São Paulo. Médico
com especialização em neurologia, atuando principalmente nos seguintes temas:
dor, síndrome pós-poliomielite, antroposofia, músculo e doença neuromuscular.
Com a palavra, o Dr. Acary. Minhas sudações. O senhor sabe que o senhor é o meu
mestre com carinho.
O SR. ACARY SOUZA BULLE OLIVEIRA -
Boa noite a todos. Eu peço, por gentileza, eu posso compartilhar a tela, Dr.
Vidotto?
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL -
O senhor fique à vontade, Dr. Acary.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO -
Sim, claro. Claro, fique à vontade.
O SR. ACARY SOUZA BULLE OLIVEIRA -
Chegou para vocês?
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO -
Chegou, chegou.
O SR. ACARY SOUZA BULLE OLIVEIRA -
Muito bem. Então, um agradecimento especial a este momento, este convite
maravilhoso que foi feito a mim para falarmos a respeito de poliomielite, e os
raros, muito valiosos.
Inicialmente,
estamos falando da Semana de Conscientização da Poliomielite, um momento
espetacular, maravilhoso. Um agradecimento especial ao deputado Adalberto
Freitas, ao Dr. José Francisco Vidotto. A eles, portanto, e com eles, eu faço a
saudação a todos os membros que estão presentes nesta Mesa e aos ouvintes
também.
Um agradecimento
à grande cidade de São Paulo, que tanto bem me acolheu em 1973, à Escola
Paulista de Medicina e aos meus mestres, equipe neuromuscular, aos pacientes
voluntários e associações, dentre elas, a Associação G14, que tem feito um
trabalho maravilhoso, espetacular, especialmente nesse tocante ao aspecto do
medo, aos bichinhos que sabemos que existem, mas que nós não vemos.
Esses bichinhos
que podem trazer a varíola, esses bichinhos que podem trazer doenças que
assustam a todos, não importa a classe social, não importa o nível econômico
das pessoas, incluindo-se também até a família real.
Do ponto de
vista de família real, houve sempre um medo enorme dessas doenças com esses
bichinhos que não aparecem. Por exemplo, a varíola: um assassino invisível, um
assassino impetuoso, invencível, que causava bastante mortes e que não fazia,
como eu já falei, distinção.
A família real,
preocupada com essa condição, trouxe a vacina, e ela trouxe também a
preocupação com a vacinação, mas, mesmo com essa preocupação toda, a adesão às
campanhas de vacinação era baixa, porque a forma de se fazer vacina não era
muito bem conhecida. Essa forma de realizá-la ficou muito mais bem concretizada
com os conhecimentos lá da França, de Louis Pasteur.
Depois,
conseguimos ter vacinas para várias outras condições clínicas, por exemplo,
febre amarela, numa época muito importante para o Brasil, muito importante para
a cidade do Rio de Janeiro.
A cidade do Rio
de Janeiro, que era conhecida no comecinho do século passado como “túmulo de
estrangeiros”, porque lá tinham várias moléstias infecciosas que causavam
mortes, dentre elas, a febre amarela, a varíola, o sarampo, a tuberculose e
tantas outras.
Mas um momento
muito importante que nós tivemos foi em 1918, com a gripe espanhola. A gripe espanhola,
que assolou a Europa e a América do Norte, chegou ao Brasil também.
Se não
tivéssemos feito um trabalho espetacular e inicial com Oswaldo Cruz, com a
melhora da cidade do Rio de Janeiro, com a conscientização de vacina... Mas,
mesmo com essa conscientização, grandes revoltas nós tivemos pela incompreensão
da vantagem, da necessidade de limparmos a cidade, de fazermos a nossa tarefa e
as vacinações preventivas.
A gripe
espanhola não foi tão bem controlada na Europa e na América do Norte, levando a
mortalidade intensa - até 50 milhões de habitantes, segundo algumas
estatísticas -, mas, lá no Rio de Janeiro e em São Paulo, ela conseguiu ser
mais bem controlada do que no restante do mundo.
As razões? Os
aprendizados. Dentre eles, Carlos Chagas, que trabalhou com Oswaldo Cruz, que
trabalhou na França também. Ele aprendeu que havia necessidade, primeiro, de
máscaras, distanciamento social e cuidados e relação aos atendimentos - pessoa
infectada tinha que ficar isolada.
Assim, na
época, qual era a tentativa de se fazer a boa terapia? Era a cartilha, a
cartilha contra a gripe. Por exemplo; “Perdigoto, que perigo. Se estás
resfriado, amigo, não chegues perto de mim”.
Ou seja,
através da cartilha e de música, as pessoas entenderam o real compromisso
individual, pessoal e familiar; as pessoas entenderam que as epidemias se
espalham.
Hoje, nós já
entendemos melhor o que é infectividade; o que é letalidade, ou seja, quantos
infectados que apresentam a doença e que morrem. Conhecemos aquele índice
chamado “R0”, que significa a facilidade com que o vírus de espalha - o R0
igual a dois, cada doente passa o vírus para mais duas pessoas.
Na gripe
espanhola, o R0 chegava até três, ou seja, cada indivíduo passava para três. O
sarampo, 12 a 18 indivíduos, por isso, há necessidade de nós fazermos campanhas
de vacinação sob uma forma intensa.
Mais
recentemente, nós estamos vivendo a tal história da Covid-19, SARS-Cov-2, que
se iniciou lá na China, na cidade de Wuhan, na província de Hubei, uma
descrição muito bem-feita por Li Wenliang, que veio a falecer com essa
enfermidade.
Essa condição,
que estava presente na China, depois na Europa, chega ao Brasil em 26 de
fevereiro de 2020. Puxa vida, já quase dois anos de SARS-Cov-2.
É muito
interessante que existe uma correlação grande entre a Covid-19 e a
poliomielite, daí a importância desta semana de conscientização. Se nós
entendermos a história da poliomielite, nós vamos entender o que nós deveríamos
fazer em relação à Covid-19, SARS-Cov-2.
A pólio trouxe
um medo, uma incerteza em torno de uma pandemia também, e ela tornou-se muito
familiar. A pólio não é recente; a pólio é antiga, já presente desde o século
XIV a.C., lá no Egito.
Aqui é uma
estela egípcia mostrando a clássica atrofia da perna que aparece na
poliomielite. A pólio é uma doença das células das medulas na região anterior
da medula, no corno anterior, fazendo com que ocorra um comprometimento
muscular.
Quando nós
temos comprometimento das células do corno anterior, o músculo que é bonitinho,
as células musculares que são bonitinhas, como estas, perdem o contato com o
neurônio.
Perdendo
contato com o neurônio, elas ficam atróficas e, ficando atróficas, elas não
morrem: estimulam uma liberação de uma substância que vai trazer o broto do
neurônio que não morreu, por exemplo, pelo vírus da pólio.
Assim, tem o
processo de reinervação. A melhora funcional acontece, portanto, através de
atividade muscular, atividades de fisioterapia. Não há necessidade de se fazer
biópsia muscular para ver que tem alteração no neurônio. A eletroneuromiografia
é um exame que, quando bem feito, mostra essas alterações, se tem
comprometimento das células no corno anterior ou não.
O vírus da
pólio é um vírus intestinal. Ele chega, através das veias, até a medula, vai
até a região do corno anterior, lá no neurônio, e mata o neurônio. Nós
conhecemos essa história muito mais bem definida desde o século XVIII, com
descrição muito linda de Underwood. Depois, descrição de outros indivíduos,
como por exemplo Charcot, na França.
No comecinho do
século XX, a poliomielite se instala de uma forma mais intensa na América do
Norte, na Europa e um pouquinho no Brasil também. Alguém era culpado. Sempre o
culpado é o outro, nunca somos nós. Os culpados, na época, eram ou a banana,
que vinha do Equador, ou o gato vadio, que vadiava de uma casa para a outra, ou
o estrangeiro. O estrangeiro era o culpado.
Como não se
conseguia identificar uma causa específica ainda, sabia-se que, provavelmente,
era um agente pequenininho que a gente não via, esse vírus. Houve uma epidemia
fantástica, com várias crianças afetadas, comprometidas e internadas em
hospital, e muitas faleciam. Faleciam do quê? Insuficiência respiratória. Havia
necessidade, portanto, de se descobrir um mecanismo para dar para essas
crianças suporte ventilatório.
A história do
ventilador é muito antiga, desde o século XVI, com Paracelso, mas passou-se um
hiato muito grande até o desenvolvimento do respirador que nós conhecemos hoje,
chamado Bipap. Teve uma fase do Ferdinand Sauerbruch, que, dentro da sua
história, vai contando como que ele desenvolveu essa história toda do pulmão.
O pulmão motor
de Dräger, depois o pulmão motor que foi desenvolvido na Universidade de
Harvard, até que se chega à situação daquele pulmão de pressão negativa, que a
pessoa era colocada dentro de um local com pressão negativa e, assim, o pulmão
poderia expandir mesmo com a pessoa com uma dificuldade plena de fazer a
ventilação espontânea.
Foi criado,
portanto, o pulmão de aço, pulmão com pressão negativa. As UTIs ganharam esses
pulmões, e o Brasil também. O Brasil teve, no Hospital das Clínicas de São
Paulo, alguns pulmões, possibilitando a vida de certas pessoas que teriam
morrido se não tivesse a presença desses pulmões.
Dentre essas
pessoas que lá viveram, eu destaco duas muito importantes: aqui, esse moço
lindo, maravilhoso, que viveu por bastante tempo, falecido recentemente, um
desenhista, um artista, fazedor de vídeos; e aqui, Eliana Zagui, maravilhosa
artista também, desenhando várias coisas pela boca e escrevendo artigos e
livros fantásticos.
Nós tivemos um
outro momento muito importante na história da pólio, quando Franklin Delano
Roosevelt desenvolveu a poliomielite, com 39 anos de idade.
Ele teve um
momento de depressão intensa, foi submetido a um processo de reabilitação num
local mais quente dos Estados Unidos, chamado Warm Springs, e lá ele verificou
que poderia movimentar as pernas. Foram-lhe colocadas algumas próteses,
possibilitando a movimentação.
A esposa dele,
Eleanor Roosevelt, se envolveu com várias políticas públicas. Essas políticas
públicas é que permitiram, logo depois da segunda grande Guerra Mundial, uma
ampliação dos direitos humanos na paz, saúde, crença, progresso, nacionalidade,
educação, igualdade, pensamento, autodeterminação, liberdade, expressão,
trabalho e vida, tudo isso contemplado nesta Semana de Conscientização da
Pólio, por causa da Declaração dos Direitos Humanos pela ONU.
Essas intenções
permitiram o vídeo em casa para as crianças que não se movimentavam. Permitiram
também o carro adaptado. Permitiram algo muito mais importante, algo chamado
“prevenção”. Essa prevenção vem através de uma luta, de uma briga: a Marcha dos
Dimes, dez centavos de dólar. Quem arrecadava? A secretária de Franklin Delano
Roosevelt.
Esses dez centavos
de dólar, somados, permitiram que especialistas, cientistas, desenvolvessem
técnicas para dominar o vírus, aquele bichinho que a gente não via. Dessa
forma, em 1949, Enders, Thomas Huckle e Frederick Chapman ganham o Prêmio Nobel
de Medicina.
Isso foi muito
importante, porque, em 1952, houve uma pandemia no mundo em relação à
poliomielite, e o Brasil não ficou de fora dessa condição: em 1953, houve uma
epidemia semelhante aqui em São Paulo e no Rio de Janeiro. E ao mesmo tempo,
esse moço, Jonas Salk.
Jonas Salk
começa a trabalhar de uma forma muito interessante: inativar aquele vírus
ligado à poliomielite, e a inativação, quando administrada essa substância em
pessoas sadias, ele imaginava que elas poderiam ficar imunes ao vírus selvagem
da pólio.
Isso era uma
crença, não era uma verdade, mas ele conseguiu convencer a população de que
valeria a pena fazer a pesquisa. Vejam só quantas crianças, adolescentes e
adultos fizeram fila para serem, entre aspas, “vacinadas”, porque não era
vacina conhecida ainda.
Em 12 de abril
de 1955, a vacina de Salk é demonstrada na sua eficiência. E dois anos mais
tarde, Albert Sabin, fazendo uma forma uma pouco diferente a vacina, em vez de
inativar o vírus, ele foi atenuando, atenuando, atenuando até quase inativar, e
aquela forma dada sob uma condição de uma gotinha - a gotinha que salva -,
possibilitou que, em um período muito curto de tempo e rapidamente, a
poliomielite tivesse um número, que era intenso no mundo todo, diminuído de uma
forma rápida.
Por exemplo, em
2008, havia países ainda com o vírus selvagem da poliomielite, em 2012, menos
países, em 2015, menos países ainda. Mas ainda existem países com o vírus
selvagem da pólio. Daí a necessidade da manutenção das campanhas de vacinação
contra a poliomielite.
Mais
interessante: no Brasil, nós não tivemos aquela obrigatoriedade de se fazer a
vacinação, mas houve uma pessoa maravilhosa, espetacular. Desenhista, contador
de histórias em um programa infantil da TV Brasília, esse moço chamado Darlan
criou o que nós conhecemos hoje como o Zé Gotinha.
É através do Zé
Gotinha e da família do Zé Gotinha, o programa nacional de imunização tornou-se
um programa de família. E assim as famílias procuravam os postos de saúde, as
crianças eram vacinadas e rapidamente aqui no Brasil nós tivemos uma queda
bastante acentuada, acentuada, até que chegou em um certo momento em que
tivemos um controle da pólio.
Como é que nós
sabemos que não tem pólio selvagem? Quando alguém tem uma paralisia flácida, é
feita coleta de fezes e uma cultura nessas fezes para vermos se tem vírus da
pólio naquela cultura. E desde 1989, nós não temos mais nenhum caso de vírus
selvagem.
E o último
indivíduo que teve poliomielite aqui no Brasil - foi de março de 89 -, pessoa
essa da cidade de Souza, na Paraíba, e que esteve conosco aqui em São Paulo
mostrando que ele é o representante do último caso de poliomielite no Brasil.
E na América do
Sul, é de 1991 o último caso, da região de Peru, na região de Pichanaki. O
último caso é esse moço que esteve aqui conosco também em São Paulo,
mostrando-se que ele é o representante do último caso de poliomielite da
América do Sul. Mas a pólio não acabou ainda, ainda tem um pouquinho para
fazermos com que o mundo fique livre completamente da pólio.
Ou seja, só
faltam algumas gotinhas para que nós tenhamos essa pólio completamente
controlada. E aqueles indivíduos que tiveram pólio, que sobreviveram, nós
podemos falar que são os sobreviventes, são os recuperados, igualzinho o da
covid? Mas alguns tiveram algumas sequelas. Mas mesmo com sequelas, essas
pessoas se investiram em uma situação de recuperação, atividade física intensa.
Johnny
Weissmuller, os mais antigos se lembram do Tarzan, o Tarzan mais famoso de
todos; os mais antigos se lembram da “Gazela Negra”, Wilma Rudolph, campeã de
100 metros nas Olimpíadas de Roma, em que aparecerem os corredores de 100
metros, porque a reabilitação, a fisioterapia, a atividade física intensa
possibilitava a reinervação. O neurônio sobrevivente brotava em direção às
fibras musculares desnervadas. E essas pessoas, assim, ganhavam força muscular.
O vírus da
pólio compromete o neurônio, mata o neurônio, assim tem a atrofia muscular, só
que o neurônio mais próximo vai dar brotamento para essas fibras que estão
atrofiadas, e esse brotamento agora vai fazer uma reparação, uma recuperação
funcional. Se sobrarem mais neurônios, recuperação melhor; se tiver poucos
neurônios vivos, recuperação pior, que é a atrofia, que é a sequela.
Portanto, a
sequela vai ser dependente do grau de comprometimento da pólio. No
Parapan-Americano de 2007, no Brasil, 38% da população nossa, atletas
representantes do Brasil, tinham em comum a poliomielite.
E essas pessoas
estavam enfrentando uma nova condição clínica. Ou seja, acostumadas já a
fazerem atividades físicas, uma nova condição chamada “nova fraqueza muscular”.
E essa nova
fraqueza não pode ser imputada à sequela, porque as pessoas começaram a
perceber que a função motora foi diminuindo de uma forma progressiva, e essa
condição foi definida, denominada como Síndrome Pós-Pólio.
Ou seja, a
partir de um certo momento em que a sequela estava estabilizada, uma nova
fraqueza começava a aparecer. Juntamente com essa nova fraqueza, outros
sintomas, como fadiga, dor muscular, dor articular, intolerância ao frio, transtorno
de sono, tudo isso relacionado a overuse, ou seja, muita atividade física,
muita atividade física, em um certo período de tempo, aquele neurônio que
brotou não consegue mais manter todas as fibras musculares que ele reinervou.
E agora essas
pessoas com Síndrome Pós-Pólio têm que ser tratadas. Não existe uma medicação
específica para elas, porque não existem muitos laboratórios pesquisando
medicamentos para pólio, porque a pólio acabou.
Mas o trabalho
de recuperação fez-se em uma forma de equipe. E tentamos algumas medicações,
mas nenhuma delas trouxe um alívio, uma melhora funcional, exceto uma
associação chamada Carnitina mais Piracetam, melhorando um pouco a fadiga,
melhorando um pouco a dor muscular que as pessoas apresentam, pesquisas essas
relacionadas e realizadas lá na Escola Paulista de Medicina.
E nós tínhamos
um outro problema: as pessoas com Síndrome Pós-Pólio não eram reconhecidas pela
Classificação Internacional de Doença como uma condição nova, como uma doença
nova.
Das 2.032
doenças, não estava a poliomielite lá. Passamos essa informação ao professor
doutor Ruy Laurenti, lá da USP, lá de São Paulo, e ele comprou essa ideia dessa
condição.
Foi feito um
documento que foi apresentado à OMS brilhantemente apresentado por essa dupla
chamada Monica Tilli e pela Dra. Heloisa Brunelli Ventura de Núbila, e assim,
desde 2009, a pôs-pólio foi reconhecida pela OMS como a nova condição clínica,
publicação essa feita nos arquivos de neuropsiquiatria e em vários livros hoje
já existem poucas informações relacionadas à Síndrome Pós-Pólio.
Portanto, em
uma revisão da história da pós-poliomielite, dizemos que a pólio trouxe para
nós um entendimento melhor da fisioterapia, da hidroterapia, da
multidisciplinaridade, do respirador que foi criado em pessoa para a
poliomielite, que hoje nós nos aproveitamos disso, a UTI foi criada para
pessoas com poliomielite, o homecare, os direitos legais, a acessibilidade, o
esporte como ascensão social, a união de forças das secretárias municipais de
saúde.
Hoje nós
estamos presentes aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo entendendo melhor
o musculoesquelético - o músculo, use-o bem, se não usar, atrofia, se usar
muito, gasta -, conhecemos hoje que a Síndrome Pós-Pólio existe, e mais ainda,
vacina, isso é muito importante, é isso que modificou a história da pólio. Se
nós não tivéssemos a história da vacinação...
Por exemplo,
que estamos vendo com a poliomielite, em 1800, havia 989 milhões de habitantes.
Ou seja, de 1500 a 1800 foram 300 anos para a população dobrar. Se fosse na
mesma média, nós teríamos dois bilhões de habitantes hoje, mas com a vacina,
quase oito bilhões de habitantes. Sem a vacina...
“Ah, a doença
em si dá imunidade”. Mas e os problemas que a doença causa? Por exemplo, da
varíola. Um terço dos sobreviventes ficava cego. E da poliomielite, vejam só,
nós temos a sequela e hoje nós temos a Síndrome Pós-Pólio, que é um custo da
doença também, e assim com maior problema para locomoção. E hoje, se não
tivéssemos um entendimento melhor com a vacina, quantas pessoas estariam ainda
necessitadas de ventilador mecânico?
Por outro lado,
se a vitalidade é menor, se a viabilidade é menor, se a longevidade é menor,
doenças degenerativas, teríamos menos. Esse seria o ganho positivo. Ou seja,
menos Alzheimer, menos câncer, menos ELA, menos Síndrome Pós-Pólio. Mas não tem
vantagem nisto.
Nós teríamos
uma quarentena praticamente indefinida. Menos viagens internacionais, e os
postos estariam fechados ainda com essas doenças infecciosas, pode ter certeza
dessa história toda.
Ou seja, nós
temos que agradecer às mães, aos pais e aos avós dos pacientes com poliomielite
e com Síndrome Pós-Pólio. Esses indivíduos, essas pessoas, essas mulheres foram
protagonistas de um novo tempo.
Elas abriram o
caminho, elas levaram para nós luz e fizeram com que nós tivéssemos a noção de
que podemos ser realmente fortes e enfrentar esse mundo de uma forma digna.
Se nós
entendêssemos um pouco melhor a história e nós trouxéssemos essa história da
poliomielite para os dias de hoje e não duvidássemos de que o vírus causa
problema, não só do ponto de vista de mortalidade, mas de letalidade, mas
também relacionado a uma morbidade bastante grande, nós não teríamos essa
pandemia hoje tão intensa em relação ao mundo. E como espécie, nós falhamos
muito. O sapiens não foi tão sapiens desse jeito.
E uma das
razões é que nós não somos de uma forma amigável como Jonas Salk fez. E não é à
toa que a semana de conscientização está relacionada à data de nascimento de
Jonas Edward Salk. Ele não buscava fama ou fortuna com as descobertas e é
citado como tendo dito: “A quem pertence a minha vacina? Ao povo”.
Você pode
patentear o sol? Não. Nós, portanto, temos que patentear a vacina contra a covid-19?
De jeito nenhum. Ela tinha que ser de graça para todo mundo, o mais rapidamente
possível e para os pobres também.
Esse é o recado
que eu gostaria de dar nessa semana. E vocês vão ter, com certeza absoluta, um
dia espetacular patrocinado pela Assembleia Legislativa de São Paulo através do
deputado Adalberto, meu amigo.
Uma boa noite
para vocês.
O SR. JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - MESTRE DE CERIMÔNIAS - Boa
noite, Dr. Acary, muito obrigado. A palavra está com o deputado Adalberto
Freitas.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL - Muito
obrigado, Dr. Vidotto, e eu agradeço aí ao Dr. Acary pela fala dele. Dr. Acary
sempre me surpreende também.
Toda vez que eu
tenho um encontro com ele, a gente fica eternamente grato por apreender um
pouco do conhecimento que ele tem, e a essência do conhecimento (Inaudível.) é
passa-lo para a frente, passar o conhecimento, e o senhor está fazendo com
grande maestria. Toda vez que eu tenho um encontro consigo, eu aprendo muito.
E também fiquei
com essa frase aí do Jonas Salks, realmente é tudo. A pessoa não precisa
colocar aí... Ele recebeu, conseguiu fazer a vacina e não queria lucro. Isso é
importante, não se vê mais no dia de hoje, hoje é tudo dinheiro. E ele, na
sabedoria dele, doou para o povo. Isso, com certeza, é um ser humano aí de
extrema sensibilidade.
Com certeza,
está na história. Ele foi embora, mas nunca o nome dele saíra da história.
Parabéns, viu, meu amigo, por mais uma vez estar aqui com a gente, um grande
amigo o Dr. Acary, muito obrigado pela gentileza. Dr. Vidotto.
O SR. JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado,
deputado. Vamos só quebrar um pouquinho o protocolo para acalentar os nossos
corações com uma poesia de dois minutos da nossa amiga Arlete Nascimento.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O SR. JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado,
minha amiga Arlete Nascimento, por essas palavras que acalentam, com certeza,
os nossos corações. Deputado, o senhor está com a palavra.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL - Eu
fiquei sinceramente emocionado, viu, doutor? É uma história de luta e de superação e essa frase que ela falou (Inaudível.)
aqui, já ouvi a Andrea Silva falando isso para mim. É isso aí. Parabéns, viu?
Muito obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Muito obrigado, deputado. Agora com a palavra o
Dr. Abrahão Augusto Joviano Quadros, que falará sobre fisioterapia neurológica.
Vamos passar um breve
currículo do Dr. Abrahão. Graduado em Fisioterapia pela Universidade de
Guarulhos, em 2001. Especialista em Hidroterapia nas Doenças Neuromusculares
pela Universidade Federal de São Paulo, também em 2001.
Doutor em Saúde,
Doenças do Neurônio Motor, Doenças Neuromusculares pela Universidade Federal de
São Paulo, em 2010. Atualmente, é coordenador do Ambulatório de Síndrome
Pós-Pólio do Setor de Investigação de Doenças Neuromusculares da Universidade
Federal de São Paulo. Coordenador do curso de Fisioterapia do Centro
Universitário Adventista de São Paulo. Professor do Centro Universitário
Adventista de São Paulo.
Tem experiência na
área de Fisioterapia Neurológica com ênfase em doenças do neurônio motor,
doenças neuromusculares, atuando principalmente nos seguintes temas: síndrome
pós-pólio, esclerose lateral amiotrófica. Com a palavra o Dr. Abrahão. O senhor
tem dez minutos, doutor.
Muito obrigado
O SR. ABRAHÃO AUGUSTO JOVIANO QUADROS -
Boa noite a todos. Boa noite ao deputado Adalberto, ao meu mestre, Dr. Acary.
Foi muito bom ver a secretária Célia Leão aqui conosco. Ao Dr. Vidotto e a
Andrea o meu boa noite. Eu gostaria de compartilhar com vocês o que me foi
colocado, o Dr. Acary me pediu para falar da fisiopatologia da síndrome
pós-pólio.
Ele já brilhantemente
apresentou aqui para vocês. Quando se pensa na síndrome pós-pólio, está se
falando de uma desordem neurológica que acontece nas pessoas que tiveram
história de poliomielite muito tempo depois, uma média de 20 a 30 anos depois,
e apresentando um quadro clínico que é ter uma nova fraqueza muscular, fadiga
muscular, dor muscular e articular.
E com os estudos se
mostra que essa síndrome pós-pólio tem as características de uma doença do
neurônio motor, tanto no aspecto clínico como nos achados histológicos. Então
as crianças que tiveram a poliomielite tiveram a desnervação e essa desnervação
do neurônio foi que levou àquela atrofia muscular, aquela paralisia flácida que
deixou essas crianças paralisadas.
Entretanto, existe um
mecanismo chamado neuroplasticidade, que é a capacidade que o neurônio motor
tem - e aqui nós temos esse neurônio motor vizinho desse neurônio que morreu -
de relembrar reinervar aquelas fibras musculares que estavam desnervadas e
então fazer um processo de recuperação da funcionalidade, quer seja parcial,
quer seja total.
E esse entendimento
de que essas crianças que tiveram poliomielite passaram por esse processo de
reinervação, fazendo com que o neurônio motor tivesse adotado fibras musculares
que estavam desnervadas por aqueles neurônios que morreram pela infecção da
pólio trouxe uma informação muito importante para a questão da reabilitação:
neurônios que fizeram unidades motoras gigantes, neurônios sobrecarregados.
E isso chamou a
atenção e mudou o paradigma da reabilitação. Nós temos aí um documento da
Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação, que foi escrito em 1994,
trazendo esse aspecto de mudança do paradigma para reabilitação. Aquilo que
acreditávamos que era o mecanismo antes e agora como vemos como o mecanismo da
doença depois.
E dessas pessoas com
a poliomielite, com essa formação dessas unidades motoras, então recuperaram
parcialmente a sua funcionalidade. Entretanto, graças a esses neurônios que se
sobrecarregaram para reinervar novas fibras musculares, dando a possibilidade
de recuperação da função.
E quando a gente fala
da síndrome pós-pólio, a síndrome pós-pólio são essas unidades motoras gigantes
que agora começam a ter dificuldade para funcionar. Então essa hipótese da
disfunção da unidade motora gigante é a hipótese mais aceita mundialmente e foi
aquela que foi advogada desde lá do início por Charcot.
O Dr. Charcot já
dizia que uma pessoa que tivesse uma doença que envolvia o neurônio motor tinha
a possibilidade de ter um novo quadro clínico envolvendo o neurônio motor.
Depois vieram os grandes pesquisadores da síndrome pós-pólio, que foi o
Dalakas, o Halstead e a Dra. Trojan, o Maynard, e aí eles trouxeram agora esse
novo entendimento.
E diante desse novo
entendimento nós temos dois mecanismos para entendermos a síndrome pós-pólio e
assim fazermos o nosso raciocínio clínico para a reabilitação. A primeira é que
essas unidades motoras gigantes que agora estão entrando em disfunção, a
primeira disfunção é na placa mioneural, aquela junção do nervo que junta na
musculatura.
É uma junção que
permite com que o nervo mande o comando para que essa musculatura se contraia,
que ela funcione. E o que as pesquisas mostraram, principalmente a equipe de
pesquisa da Dra. Trojan?
Que essas placas
mioneurais ou essas placas motoras estavam com problema de funcionamento, ou
seja, elas eram placas motoras pequenas e que ofereciam poucas vesículas de
acetilcolina, que é o neurotransmissor que faz o músculo funcionar.
A partir desses
estudos de entendimento dessa disfunção da placa mioneural se verificou que
essa disfunção acontece anos antes do paciente sentir a fraqueza muscular de
fato, de ter um problema de desnervação nesse músculo.
Então o paciente pode
sentir peso na musculatura, peso no braço, fadiga, já pela ação dessa disfunção
da placa mioneural.
Os estudos então
avançaram e se verificou que essas placas mioneurais, apesar de elas serem
muitas formando as unidades motoras gigantes, muitas delas tinham deformações:
poucas vesículas de acetilcolina e esse axônio distal, que é chamada a última
parte do axônio antes de tocar no músculo, atrás da placa mioneural, eles também
estavam alterados.
Então vejam, nesse
estudo de microscopia eletrônica eles conseguiram verificar todas as
deformidades. Então assim, o paciente tem uma unidade motora gigante? Tem, mas
nem toda a enervação dessa unidade motora gigante é funcional. Ela já tem
problemas por ter má formação por oferecer poucas vesículas de acetilcolina.
E ainda prosseguindo
nesses estudos de entender essa fisiopatologia, nós tivemos também um dos
últimos estudos, que é da equipe do Dr. Cashman, que eles verificaram que na
biópsia muscular, que é essa que está aparecendo nesse quadro aqui com uma
imunorreatividade, mostrou que tanto fibras musculares de tamanho normal como
fibras musculares de tamanhos menores apresentavam nesse exame a presença de
uma célula neuronal chamada célula neuronal de adesão, que é uma célula que
permanece na fibra muscular depois que essa fibra é desnervada.
E eles chegaram à
conclusão de que num paciente com síndrome pós-pólio essa desnervação é
contínua na história desse paciente. E esses exames em especial mostraram nessa
fibra de tamanho normal, mas com a presença da (Inaudível.) na sua superfície,
que era uma fibra que tinha sido desnervada em pouco tempo quando foi feita a
biópsia muscular.
E ainda os estudos
mostraram que também no exame de eletroneuromiografia, que o Dr. Acary falou,
de que essa porção distal do axônio também apresentava alteração, mostrando
então na eletroneuromiografia achados de desnervação na fibra muscular.
E por final, se
mostra, se percebe, que o paciente depois que ele tem esses dois mecanismos,
que é a disfunção dessa placa mioneural e o segundo mecanismo, que é a
desintegração do axônio distal, o resultado é uma musculatura com atrofias
musculares distribuídas dentro dos fascículos musculares, e nesse destaque a
gente mostra aqui uma fibra muscular de um tipo e outra fita muscular de outro
tipo que foram desnervadas.
Então é a chamada
desnervação de fibra única, de fibras isoladas dentro do fascículo muscular,
que são progressivas com uma progressão lenta, levando a uma fraqueza muscular
que os pacientes começam a se queixar e que depois é detectada através do exame
de força muscular.
E como foi dito
antes, a síndrome pós-pólio passando de uma história de uma criança que teve a
poliomielite com um processo de reinervação e agora um novo processo de
desnervação, uma desnervação bem caracterizada da fibra muscular do paciente
com síndrome pós-pólio. Quem são então esses pacientes com síndrome pós-pólio?
Nós temos aí alguns
estudos epidemiológicos mostrando o número de pessoas que vivem no mundo com
alguma sequela de poliomielite e não são poucas. Segundo a Organização Mundial
de Saúde são em torno de 20 milhões de pessoas com alguma sequela de
poliomielite.
E quando a gente fala
de síndrome pós-pólio, nós estamos, se pensarmos no estudo, na população em
geral, de 24 a 28 por cento. Mas se nós falarmos de um estudo de uma população
específica, por exemplo, os estudos que são feitos dentro dos hospitais-escola,
dentro dos centros de referência, onde se tem uma população que busca o
tratamento, se verifica aí que o percentual de síndrome pós-pólio dessa
população sobrevivente de poliomielite é de 60% a 68 por cento.
Aqui no Brasil, o
primeiro estudo feito caracterizando essa população foi um estudo do Dr. Acary
no ano de 2002, se eu não me engano. É isso, Acary? É 2002, né? Mostrando que
60% das pessoas que estavam atendidas no Departamento de Investigação de
Doenças Neuromusculares, 60% dessa população que tinha história de poliomielite
tinha síndrome pós-pólio.
Agora se tem uma
população de acompanhamento de mais de 1.500 pessoas com a história registrada
e verificou-se que o percentual de síndrome pós-pólio nesses indivíduos é de
60% a 68 por cento.
Então nós estamos
falando de um alto percentual de pessoas que têm a síndrome pós-pólio, que têm
uma fisiopatologia que já é conhecida e que precisam ser entendidas pelos
centros de reabilitação para poderem oferecer uma reabilitação adequada para os
pacientes.
É isso que tem sido
feito na Escola Paulista de Medicina e também se tem tido iniciativas de
divulgar essas informações. E para isso foi feito o manual de informação para o
profissional da saúde, que hoje é publicado pelo Ministério da Saúde, mostrando
o entendimento dessa fisiopatologia para que se possa fazer raciocínios
clínicos baseado em evidência e que possam oferecer uma reabilitação mais
adequada para os pacientes de síndrome pós-pólio.
E quando se faz uma
reabilitação com esses cuidados, nós temos um paciente que tem prazer de fazer
a reabilitação e ele está ciente de que não se sente mais esgotado, com mais
dor e mais fadiga do que ele já vivencia.
Portanto, eu agradeço
a oportunidade de estar aqui. Agradeço ao meu mestre, Dr. Acary. Agradeço a
Andrea pelo convite, ao deputado Adalberto Freitas e ao Dr. Vidotto, que está
conosco aqui.
Uma boa noite a
todos. Muito obrigado pelo convite.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Dr. Abrahão, muito obrigado pelas suas
considerações. Agora gostaria de
passar a palavra para o deputado Adalberto Freitas para as suas considerações.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL -
Dr. Abrahão, muito obrigado por estar aqui presente e por abrilhantar aí a
participação de todos os ouvintes aqui. Parabéns pelo seu trabalho, pelos seus
estudos, pela consideração de estar sempre com a gente aqui. Muito obrigado e
será sempre muito bem-vindo. Sinta-se em casa.
O nosso gabinete aqui
na Assembleia Legislativa está sempre aberto também. Para quem gosta de cuidar
de gente será sempre muito bem-vindo. Muito obrigado e boa noite.
A SRA. CÉLIA LEÃO -
Deputado Adalberto, eu posso lhe cortar um pouquinho só porque eu vou ter que
entrar numa outra “live” que já começou e eu não posso terminar a “live” sem
participar?
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Com
toda a certeza.
A SRA. CÉLIA LEÃO -
Muito obrigada, deputado, amigo. O Adalberto é uma pessoa fantástica, uma
pessoa que como eu já disse, que na sua simplicidade é um grande homem, mas eu
queria neste momento parabenizar o Dr. Abrahão. Uma verdadeira aula, Dr.
Abrahão.
A gente escuta cada
detalhe. É como se a gente fosse ter uma prova agora, pegar a caneta e o papel
para responder. Certamente não conseguiríamos tirar dez tal é o seu
conhecimento e a forma com que o senhor nos ensina. Mais do que falar sobre a
pós-pólio, a semana, este evento que o deputado está fazendo, é aprender cada
vez mais. E tenha a certeza de que para mim na condição e qualidade de estar na
Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência é um aprendizado.
Então parabéns, Dr.
Abrahão. Continue sempre conosco, sempre perto, sempre próximo. Não é porque
nos sentimos acalentados - isso também - e não é só porque nos sentimos
protegidos - isso também - mas mais do que isso: é ter parceiros que passa ano,
entra ano e continuam lutando pela vida das pessoas.
Parabéns, Dr.
Abrahão. Parabéns, Dr. Acary, que é esse símbolo também. Eu vou me despedir e,
por fim, agradecer. Parabéns mesmo aos doutores que fizeram para nós essa
explicação, essa explanação, essa verdadeira
aula.
A todos que
estão presentes, parabéns. Nós temos quase 100 pessoas participando, deputado
Adalberto. Parabéns ao trabalho de vocês, fantástico. Nós estamos na
secretaria, Vidotto, à disposição de todos, e à disposição de todos os temas
também. Muito obrigada.
A Fabiana está
presente. Ela continua me representando. Mas daqui a pouco acaba uma reunião
que já está no final, e eu preciso participar. Muito obrigada, e com licença.
Parabéns, deputado Adalberto. Te aguardo para um café e para um trabalho
conjunto. Tchau Acary. Tchau, querido Abrahão.
A todos, muito
obrigada.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Obrigada, secretária. Obrigado, deputada Célia Leão, obrigado, secretária. A
senhora, sempre lutando por nós, lutando pelos amigos e colegas com
deficiência. Muito obrigado, agradeço à senhora, de coração. E dizer só o
seguinte: “Tamo junto”.
A SRA. CÉLIA LEÃO - Obrigada,
querido. Sempre um carinho. Muito obrigada.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Deputada, obrigado pelas palavras. Agora, com a palavra, a senhora Andrea
Rosana Silva, que falará sobre terceiro setor e síndrome pós-pólio.
A Andrea é
bacharel em Ciências Contábeis, funcionária pública aposentada. Trabalhou 18
anos como agente de fiscalização financeira no Tribunal de Contas de São Paulo.
Presidente da Associação G-14, desde 2017, com mandato até 2021. Atua em
conjunto com o IFSP, neuromuscular, em parceria com o Instituto Giorgio Nicoli.
Com a palavra, nossa amiga e querida companheira, Andrea.
A SRA. ANDREA ROSANA SILVA - Eu queria
agradecer o convite. Eu cumprimento o deputado Adalberto Freitas. Doutor
Vidotto, obrigada pelo carinho, demais autoridades.
Eu também quero
agradecer os queridos doutores Acary, Abrahão, a Tatiana Mesquita, queridos
parceiros, por estarem aqui comigo nesta noite.
Meu nome é
Andrea. Eu tive pólio aos 10 meses. Estou com 53 anos. Tenho a síndrome
pós-pólio há, oito anos, diagnosticada. Há quatro, tive que me aposentar. Eu
lutei muito para chegar aonde eu cheguei, para ser funcionária do Tribunal de
Contas, que eu queria ser.
A síndrome
pós-pólio veio para fazer uma transformação na minha vida. Porque, tudo aquilo
que eu tinha lutado tanto para conquistar, tudo aquilo que eu tinha enfrentado
e superado, eu tive que abrir mão.
Algumas pessoas já disseram para mim: “Nossa,
que beleza, assim se aposentou cedo. Vai curtir a vida”.
Eu falei: “Pois
é. Mas quando você se aposenta cedo porque você tem uma doença neuromuscular,
não é uma comemoração”.
Eu preferia
muito mais estar lá, fazendo o meu trabalho, como eu sempre fiz, da melhor
forma possível, retribuindo tudo aquilo que eu investimento, que eu aprendi. E
aí, de repente, você precisa abrir mão de tudo isso.
Quando uma
pessoa tem síndrome pós-pólio vai ao INSS, diz ao perito que não pode mais
trabalhar. E o perito diz para ele que “isso é tudo invenção da sua cabeça,
síndrome pós-pólio não existe”.
Ou nega um
benefício de tratamento, um benefício de aposentadoria. Ele está dizendo, para
essa pessoa que lutou a vida inteira, sem acessibilidade, sem inclusão, que
meteu as caras e se tornou um profissional, que ele não tem direito a ter uma
velhice tranquila.
A gente está
cheio de pessoas, hoje, que não têm atendimento médico, que não têm direito à
aposentadoria, que não têm a compreensão do que está acontecendo com a gente.
Mesmo depois do
doutor Acary e do doutor Abrahão terem apresentado todos estes trabalhos, mesmo
que os livros internacionais existam, mesmo que a história a síndrome pós-pólio
esteja na Austrália, na Argentina, nos Estados Unidos, na França. É tudo igual,
mas a gente não tem reconhecida a nossa condição.
A vacina chegou
tarde para nós. O doutor Acary mostrou. Em 55 já tinha vacina. Em 62 tinha as
gotinhas. E só em 89 o Brasil se viu livre da pólio. Como que leva 28 anos?
Nesses 28 anos,
27 mil pessoas tiveram pólio. Está registrado no Ministério da Saúde. E onde
nós estamos hoje? Envelhecidos. Nossos pais estão envelhecidos. Eu posso ser
essa figura bonita que está aqui hoje.
Já falaram para
mim: “Você está tão bem. Como você consegue fazer as coisas?” Eu vou dizer por
que estou bem: porque abri mão de trabalhar.
Porque eu só
cuido de mim. Porque eu tenho uma pessoa, na minha casa, que me ajuda. Porque,
quando eu estou cansada, eu sento no sofá e digo “não vou fazer mais nada”.
Se me cansei,
então eu preciso desse tempo de reposição. Como você vai dizer isso para o seu
chefe “não posso fazer mais nada; agora, só amanhã”? Ninguém vai aceitar que
você faça isso. Às vezes, a sua família não te compreende. Para quem a gente vai
dizer essas coisas?
Então nós somos
as crianças que não tiveram a vacina, que não teve políticas públicas de
inclusão, de acessibilidade. Não havia escola acessível. Nada disso chegou a
tempo para nós. Nós éramos as crianças que se tornaram adultas e decidiram
pegar o ônibus. Eu acabei com os meus braços porque não tinha ônibus acessível.
A síndrome
pós-pólio que está no meu corpo também é culpa do transporte público que eu não
tive, acessível, para mim. É culpa da minha faculdade, que não tinha elevador.
Eu subi os
degraus da minha faculdade, três andares, todos os dias, durante quatro anos,
nos meus braços. Hoje, a dor que eu sinto, é porque não me deram
acessibilidade.
Hoje, São Paulo
está lindo. Eu pego a minha cadeira de rodas, eu saio, eu consigo entrar no
ônibus aqui na esquina da minha casa, eu pego o metrô, tudo acessível. Mas eu
tenho 53 anos.
Vivi
praticamente 35, 40 sem ter nada disso. Não estou me fazendo de vítima, não.
Estou dizendo que, o que eu passo hoje, é responsabilidade de todo mundo
também, quando isso não chega.
E dizer para
mim que eu não mereço o acolhimento de uma aposentadoria, o acolhimento de ser
tratada no sistema público como eu mereço? É muito triste. Não é o meu caso. Eu
estou bem. Mas o Brasil é grande. Está cheio de gente por aí que não tem a
menor condição de tomar conta de si mesma.
Nossos pais
estão velhos. Tem muitas pessoas que têm pólio, e é a única pessoa, o único
filho que cuida dessa mãe velha. Ela vai ter 85 ou 90 anos. Ela com síndrome
pós-pólio, cuidando de uma pessoa idosa. Por quê? Porque a nossa sociedade não
se preocupou com esses 27 mil que estão lá, registrados no Ministério da Saúde.
A gente procura
a reabilitação e dizem “você é crônico, nós não tratamos crônicos; os crônicos
são crônicos, não tem o que reabilitar” Quem vai cuidar de nós? É de verdade
que eu estou com medo. Não por mim, porque eu vou ter. Eu consegui um emprego
que me deu segurança financeira. Mas a grande maioria não. Foi por isso que eu
me juntei ao doutor Acary.
E com tudo o que
eu recebi, tendo possibilidade de ter me formado, uma família que me apoiou, de
ter condições de trazer para vocês todas essas demandas, é que hoje eu peço
socorro mesmo. Eu encontrei, no deputado Adalberto Freitas, uma pessoa que teve
esse olhar carinhoso e disse “então vamos começar o primeiro passo nessa semana
de conscientização”.
Fiquei total
feliz de ter todos vocês me ouvindo. Porque, até então, nós nos sentíamos
invisíveis. Quero agradecer ao Vinícius Camarinha, porque ele esteve com a
gente, junto com a Sandra Tripodi. Nós fizemos, na quinta-feira, uma mesa
redonda conversando sobre isso. Eles foram tão acolhedores conosco, trouxeram
informação.
Eu sei que são
essas gotinhas, que o doutor Acary fala que a gente distribui por aí, que a
gente sabe que isso cai no coração, cai na mente, deixa de ser algo que ninguém
nunca ouviu falar. E eu tenho certeza que isso é transformador. Então eu
agradeço muitíssimo, nessa semana de conscientização.
Para nós, ela
está desde quinta-feira no ar, com mais de 20 horas de material que está nas
páginas da Associação G-14, muita coisa técnica. Eu diria para a Secretaria de
Saúde: por favor, usem nosso material, vão lá procurar.
A gente está
fazendo isso para vocês terem onde procurar informação. Eu sei que tenho que
melhorar o site da Associação G-14. A gente está crescendo.
Eu agradeço
todos vocês pelo carinho, por vocês estarem aqui ouvindo a gente. Agradeço à
Arlete, que fez aquela poesia linda. Todos nós nos sentimos representados ali.
Porque, quem
tem pólio, pode ver as fotos: nós estamos empresa sorrindo, porque a gente não
desiste de viver. A gente não desiste. Porque nós somos pessoas que merecemos
estar aqui. E vacinem-se, por favor. Vacina salva vidas. Seja da pólio, seja de
outra coisa. É isso aí. Muito obrigada, deputado.
Obrigada a
todos vocês.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Andrea, muito obrigado. Obrigado a Deus por ter feito com que eu a
conhecesse. E conhecesse a fundo o que é a síndrome, que eu não sabia. Mas,
deputado, a palavra está com o senhor.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Obrigado, doutor Vidotto. Antes de falar, eu gostaria de passar para o doutor
Acary, porque ele quer tecer um comentário. Por gentileza, doutor Acary.
O SR. ACARY SOUZA BULLE - Deputado, só
palmas para ela.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Também, palmas para ela. Muito obrigado, Andrea. A Andrea é muito carinhosa.
Esse jeito dela, simples, de ser a voz dela, sempre muito tranquila, muito
firme, determinada.
E isso que nós
estamos aqui, como ela falou, é fruto da vontade dela, do esforço dela, do
trabalho que ela faz. Por isso que estamos aqui. Com certeza Um dia, na vida
dela, ela pensou “vou fazer.” Foi atrás e conseguiu.
Nós somos só um
canal para poder chegar ao objetivo. Eu também estou muito feliz por estar
aqui. Porque é um sonho, que você sonhou, e nós sonhamos juntos, realizamos
juntos.
Muito obrigado,
continue assim. Enquanto puder, estaremos juntos para conquistar e construir
mais coisas como essas, linda, que partiu de você e todas as pessoas que te
cercam.
Muito obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Obrigado, deputado. Como disse a nossa secretária, Célia Leão, estamos com
mais de 100 pessoas participando. Gostaria de citar o nome de algumas. André
Lima; Sirley; Claudete Cláudia; Cristina; Débora Rodrigues; Ivan Amorim;
Francisco Gagliani; Fernandinho do conselho municipal; a Taís, que é da
Inclusão na Rua, junto com o Fernandinho; Marcelo David; doutora Fabiana
Macedo, gestora da Saúde da Lucy Montoro; André do HC; Leila da AACD; Paulo
Vergani; Valneide; Vitória Lee; e o Cadeirante do Apocalipse, nosso amigo
Dênis, de Taubaté.
Agora,
deputado, passamos a palavra para a doutora Sandra Tripodi, representando a
AACD, Associação de Assistência à Criança Deficiência.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Só um minutinho. Antes de passar para ela, queria registrar a presença do meu
filho, doutor Leandro Freitas, que está aí. Tem um grande amigo, que eu aprendi
a tratar de pessoas, com Saúde.
Deixa eu ver
aqui, acabei de ver o nome dele. Moacir Sarroche, que é de uma entidade de
Interlagos, que aprendi muito com ele. O senhor também conheceu ele. É outra
pessoa que se importa muito com a saúde das pessoas.
Então, seja
bem-vindo, doutor, aqui com a gente, doutor Moacir Sarroch. Então, doutor
Vidotto, obrigado. Agora dê continuidade, por favor.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Só ler o currículo da doutora Tripodi. Médica fisiatra, possui título de
especialista pela Associação de Medicina Física e Reabilitação. Médica fisiatra
da Associação de Assistência à Criança Deficiente, a AACD. Doutora Sandra, a
palavra é da senhora.
A SRA. SANDRA TRIPODI - Boa noite a
todos. Obrigada pelo convite. Posso apresentar a minha tela, ou a organização
tem a aula? (Vozes sobrepostas.)
Viram? Está
aparecendo?
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO
- Sim, doutora.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Sim. Está aparecendo, doutora.
A SRA. SANDRA TRIPODI - Ok. Hoje eu
trago um pouquinho sobre o modelo de atendimento da AACD, Associação da Criança
Deficiente, de como que a gente recebe hoje em dia os pacientes com
poliomielite e com a síndrome pós-pólio.
A AACD,
Associação de Assistência, ela foi fundada em 1950, pelo doutor Renato da Costa
Bonfim, um médico ortopedista, que traz, das suas viagens aos Estados Unidos,
um modelo de reabilitação para o tratamento de pessoas com deficiências
físicas.
Na época da
criação da AACD, o Brasil enfrentava uma epidemia de pólio. Naquele momento, se
tornou um centro de referência para o atendimento dessa população.
Então muitas
crianças foram atendidas, assim como em outros centros de reabilitação do
estado de São Paulo. A AACD cursa com a história, em paralelo, com a evolução
dos pacientes com a sequela da pólio, e com a síndrome pós-pólio.
A AACD hoje
recebe o paciente pelos convênios médicos, através do Sistema Único de Saúde, e
pacientes para tratamento via particular. Pelo Sistema Único de Saúde, o
paciente vem encaminhado pelo sistema Siga, das unidades básicas de Saúde e das
secretarias de Saúde.
A gente atende
pacientes do Brasil todo, de todo o estado de São Paulo. Esse paciente é
recebido em uma avaliação inicial, onde o médico fisiatra faz uma avaliação
clínica completa desse paciente, um exame físico completo, um exame ortopédico.
Para que o
paciente traga a sua principal queixa, para que a gente possa redirecionar ele
para um tratamento de reabilitação. Avaliamos também as órteses e a necessidade
de troca de órteses e equipamentos, como as muletas, as bengalas, ou até mesmo
cadeira de rodas.
Esse paciente,
na sequência da consulta inicial, ele é avaliado por toda a equipe de
reabilitação. As principais demandas ou queixas que esses pacientes nos trazem,
em primeiro lugar, são as queixas dolorosas; em segundo lugar, a necessidade de
novas órteses; em terceiro lugar, de novos equipamentos; a necessidade de
correção ou de alguma cirurgia ortopédica; necessidade de um novo programa de
reabilitação; e a piora funcional.
Esse paciente é
recebido pela equipe composta pelo serviço social: a assistente social, que vai
orientar sobre os direitos, sobre todas as instruções da própria AACD, a
garantia de transporte para que ele venha à reabilitação. Nossa equipe de
serviço social auxilia em todos esses processos.
Ele é avaliado
pela fisioterapia de solo, pelo fisioterapeuta que faz a reabilitação aquática,
pelo fisioterapeuta que faz a terapia respiratória. E comumente esse paciente
traz exames já vindos, por exemplo, do Dr. Cari, já com uma polissonografia
realizada ou exames de imagem realizados, para que a gente possa dar suporte
nessa demanda respiratória.
Ele é avaliado
pelo terapeuta ocupacional, pelo fonoaudiólogo, pela equipe de psicologia. E
conforme a demanda que o paciente traz para a gente, a necessidade daquele
momento, a gente monta um programa de reabilitação para ele.
A determinação
da meta de reabilitação é trazida pelo próprio paciente, como eu expliquei para
vocês. Então, se a principal queixa é a dor, a gente vai traçar um programa de
reabilitação visando à solução daquele quadro doloroso.
Se a queixa
principal é uma dor associada a uma nova fraqueza muscular, a gente vai
verificar, por exemplo, como que ele pode exercer as suas atividades de uma
forma que ele conserve energia.
Usando a
descrição que a Andrea falou, no momento de cansaço, ela vai descansar. Então,
se ele traz essa demanda, a gente faz essa orientação. Uma piora postural, a
gente vai trabalhar com a melhora. Os aspectos emocionais, que interferem muito
quando o paciente traz para a gente uma piora do seu quadro clínico. Então, a
equipe de psicologia está nesse suporte.
As dificuldades
numa adaptação de uma nova órtese, por exemplo. Não é incomum o paciente com a
pólio usar a sua órtese durante anos, anos e anos. E essa órtese vai deformando
de acordo com o corpo, com a descarga de peso do paciente.
Quando a gente
confecciona uma nova órtese, ela está alinhada. Então, a adaptação a essa nova
órtese às vezes é difícil. E precisa da gente, precisa da equipe, precisa de um
novo programa de reabilitação para uma nova adaptação.
E as questões
de pós-operatório ortopédico, que são enquadradas para reabilitação, para
recuperar a função nesse pós-operatório. O tempo médio de tratamento é de seis
a nove meses; e quando é um pós-operatório ortopédico, o tratamento pode durar
até 18 meses.
Após a
conclusão do protocolo de tratamento, o paciente recebe alta das terapias,
tendo dois retornos médicos, um após seis meses da alta e outro após 12 meses
da alta, para revisar se o paciente foi aderente, aderiu a todas as orientações
que a gente passou; como está a vivência desse paciente após o término desse
programa de reabilitação; e, se ele nos trouxer uma nova demanda, esse paciente
pode ser reencaminhado novamente a um novo processo de reabilitação.
O paciente pode
voltar a fazer tratamento na AACD, sim, sempre. Respeitando apenas o caminho
para chegar à nossa avaliação inicial novamente. Normalmente, o paciente via
SUS acaba realizando uma nova via sacra, levando a demanda novamente ao posto
de Saúde, o posto de Saúde reencaminhando esse paciente para a gente. E às
vezes esse caminho é bem demorado para que ele retorne para a gente. Mas ele
sempre é recebido, e sempre é proposto um programa de reabilitação focado na
queixa principal do paciente.
Muito obrigada.
Eu agradeço em nome da AACD, agradeço em nome de todos os participantes.
Tivemos um encontro, na quinta-feira, que foi extremamente produtivo, do qual
eu participei também. Estou à disposição sempre para trazer qualquer tipo de
assunto em relação a reabilitação.
Um abraço a
todos.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO -
Dra. Sandra, muito obrigado pelas palavras, muito obrigado pela participação.
Agora passar a palavra para o deputado Adalberto Freitas.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Muito obrigado, Dr. Vidotto. E eu também agradeço imensamente à Dra. Sandra
Tripodi, que está representando a AACD.
O trabalho que
eles fazem é um trabalho louvável. Eu, sempre que posso, como parlamentar, a
gente ajuda um pouco a instituição. Todo ano a gente ajuda, e vamos ajudar
novamente esse ano.
E eu tenho
experiência passada com a AACD, de quando eu era jovem, tive os meus primeiros
filhos. Eu tenho seis filhos. Eu tive dois que tiveram problemas no pé. Eu
lembro que precisavam usar umas botinhas ortopédicas, na época.
E eu os levava
lá, e era sempre muito bem tratado, com muito carinho, muita atenção. E, depois
de um tempo, corrigiu o problema do pezinho de ambos. Mas o que marcou a minha
vida era como eles trabalhavam lá, o profissionalismo, e a forma como eles
tratavam todas as pessoas, uma dedicação, um carinho.
E eu acredito
que é comum nessa vida a gente conhecer pessoas que têm a profissão em que elas
colocam amor; a gente vê que a pessoa está ali às vezes nem muito pelo salário,
mas para poder estar prestando um serviço para outra pessoa. Isso aí eu trago
com muito carinho, a instituição AACD.
Então,
parabéns, Sandra, por tudo o que vocês fazem por quem precisa.
Muito obrigado
por estarem aqui com a gente.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Obrigado,
deputado. Agora abriremos a palavra para a Dra. Tatiana Mesquita, que tem o seu
currículo de graduada em fisioterapia pela Universidade São Judas Tadeu em
2002; especialista em hidroterapia, em doenças neuromusculares pela Unifesp em
2003; mestre e doutora em neurologia pela Unifesp e EPM em 2011.
Atualmente, é
proprietária da clínica de reabilitação neurológica aquática ENA Homecare. Tem
experiência na área de fisioterapia neurológica, atuando principalmente nos
seguintes temas: síndrome pós-pólio, fisioterapia aquática, esclerose lateral
amiotrófica, sono e distrofia muscular. Dra. Tatiana, a palavra é da senhora.
Está sem som.
Dra. Tatiana, abre o som, por favor.
A SRA. TATIANA MESQUITA - Alô.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Agora veio.
A SRA. TATIANA MESQUITA - Agora sim?
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Sim,
agora está com som e vídeo.
A SRA. TATIANA MESQUITA - Agora está?
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Está.
A SRA. TATIANA MESQUITA - Então, vamos
assim. Muito bem. Está melhor? Ótimo. Me ouvem agora?
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Perfeito.
Está excelente, doutora.
A SRA. TATIANA MESQUITA - Então, está
ótimo. Boa noite a todos. Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer pelo
convite, à Andrea, a todo mundo. Dra. Cari, Dr. Abraão, todo o pessoal, os
amigos do G14, com quem convivemos há tantos anos. É uma luta que eu acompanho
também há muito tempo e que me deixa muito feliz em mais uma vez participar de
um evento com todos eles.
Eu idealizei
uma forma de conversa com todos de uma forma bem informal para falar de
reabilitação. Falando em slides e muita coisa, parece que a gente transforma a
prática da reabilitação em uma teoria. E tudo que eu gostaria de mostrar hoje é
uma forma totalmente diferente; é trabalhar com os aspectos práticos dessa
reabilitação.
Como um
histórico, eu comecei trabalhando com essa reabilitação de síndrome pós-pólio
no laboratório de síndrome pós-pólio da Escola Paulista de Medicina; depois, a
nossa parceria com o Instituto Giorgio Nicoli, com o G14, com a antiga Abrasp.
E trazendo isso hoje diretamente à minha prática clínica.
Então, dessa
forma, eu gostaria de elencar aqui alguns dos principais sintomas de todas
essas pessoas, de todos os pacientes que eu já avaliei, já orientei; não só eu,
como a equipe que sempre trabalhou comigo também sempre fez questão de elencar
como as principais orientações.
Então, vamos
lá. Quando os pacientes chegam, depois daquela linda aula do Dr. Abraão sobre a
fisiopatologia, a explicação de onde entra a equipe multidisciplinar e a
reabilitação neurológica em si, a gente então trabalha com queixas muito
próprias dos pacientes.
Algumas delas
são muito ligadas à parte da ortopedia. Outras já à questão de cansaço. E a
gente, então, começa a idealizar esse plano de tratamento, esse plano
terapêutico a partir daí.
Então, se a
gente pensar, por exemplo, nas dores articulares dos pacientes, a maioria deles
chega com dores, por exemplo, nos ombros, dores na coluna lombar. O que isso
traz para a gente?
Traz para a
gente uma nova informação. Hoje, essa dor nos ombros vem em pessoas que trazem
muito o uso de muletas, seja canadense, sejam muletas axilares. E durante todo
esse tempo, passando por uma (Ininteligível.) de pólio, uma reabilitação, e
hoje é uma síndrome pós-pólio, os músculos já não são os mesmos, as
articulações já também não são, os tendões já têm muitas lesões.
Então, chega
uma pessoa com todo esse quadro clínico, uma dor muito forte. E além de trazer
isso para a reabilitação, para a fisioterapia motora, para a fisioterapia
aquática, também temos que lidar com a orientação. Alterar o aditivo de marcha,
trabalhar com uma carga menor, trabalhar com alguns períodos de descanso.
Então, por que
hoje esse ombro dói? Porque o paciente, conforme começa a ter uma nova
fraqueza, também joga mais o peso nos braços, joga o peso para andar com os
braços.
E os nossos
braços, por mais fortes que sejam, não aguentam toda essa demanda. E com isso
acaba por haver uma sobrecarga, e essa sobrecarga é a dor, as artroses, as
tendinites, as bursites. E aí a gente leva isso para o nosso tratamento, seja
em fisioterapia motora ou fisioterapia aquática; o trabalho para a melhora
desse sintoma.
Muito
semelhante a isso acontece, por exemplo, com as dores lombares. Dores lombares
próprias da parte ortopédica, como por exemplo uma hérnia de disco ou mesmo uma
artrose, mas também pela mudança de postura, pela marcha claudicante, por tudo
isso a gente também precisa trabalhar o controle de tronco, a própria marcha.
E dessa forma
trazer todo um contexto de novos aditivos de marcha, novas órteses se
necessário. E tudo isso para trabalhar este novo momento. Também as dores
musculares de sobrecarga. Sobrecarga de uso de braço para tocar uma cadeira de
rodas.
Também uma
fraqueza grande, por exemplo, para a própria deambulação da perna, que foi
normalmente o membro menos afetado nessa fase de reabilitação. Tudo isso nos
traz, hoje, uma nova perspectiva e uma nova orientação.
Lá atrás, na
época da epidemia, a gente tinha, como principal orientação, a carga, trazer
então o máximo de carga possível para a plena recuperação do paciente de uma
forma muito rápida.
E o mais breve,
porque aquela criança tinha uma vida toda pela frente. Hoje, a gente
desacelera. Hoje, a gente passa a trabalhar muito mais com o restabelecimento
momentâneo e futuro para uma futura velhice com uma qualidade boa, podendo,
então, com menos dor, uma fadiga controlada e menos perda de força muscular,
ter uma vida mais equilibrada.
Então, a carga
tem que ser menor. Os dias de tratamento têm que ser menos, não podem ser dias
um seguido do outro, com a carga maior possível. Têm que ser dias alternados,
com menos carga e com um pouco mais de repetições, trabalhando um pouco mais
com o sintoma que eles mais trazem - a fadiga.
A fadiga vem
como uma primeira questão: “eu me sinto cansado, eu não consigo mais levantar
durante a manhã; acordo cansado, passo o dia cansado, à noite é pior ainda”.
Isso faz com que este sintoma, o cansaço, a fadiga, venha como um primeiro
sintoma a trabalharmos.
Como isso?
“Puxa, eu tenho dor”. Então, vamos diminuir a dor, vamos trabalhar com um pouco
mais de equilíbrio de cargas, e a gente vai chegar à fadiga, trabalhar
exercícios com repetições um pouco maiores, mas sem carga.
Trabalhar a
função em vez da repetição. “Eu estou com dificuldades de andar”. Então, seja
na fisioterapia motora, em solo, seja na fisioterapia aquática, na piscina, a
adequação dessa marcha. Isso também é muito importante; trabalhar os músculos
corretos, adequar, relaxar.
E trabalhar na
forma de um exercício contínuo. Isso é uma possibilidade que a piscina traz
para a gente. Um exercício de 50 minutos num ambiente onde a fadiga é muito
mais controlável; e também, por exemplo, você consegue manter um exercício mais
ou menos estável por um tempo maior. Então, essa é uma das “receitas” - entre
aspas - com que a gente consegue trabalhar bem a questão da fadiga.
E a nova
fraqueza? A nova fraqueza vem como o sintoma que mais caracteriza a síndrome
pós-pólio, mas ela não é tão visível quando o paciente chega e relata todos os
seus sintomas, quanto à fadiga, quanto à dor, mas ela está lá e a gente tem que
olhar para ela. É ela que está fazendo a perda funcional. É ela.
Quando o
paciente diz “Antes eu andava e agora estou na cadeira de rodas; antes eu
andava com uma muleta e agora ando com duas; antes eu andava só com uma bengala
e agora eu ando com uma muleta”, a gente percebe essa perda funcional e a gente
tem que entender que essa fraqueza está em membros já afetados pela pólio, nos
mais afetados, nos menos afetados ou nos não afetados.
Aí a gente
traça um panorama e esse é de cada paciente. Não é uma receita de bolo. Cada
paciente tem, então, a sua sequela, que é assimétrica, tem a sua síndrome
pós-pólio, os seus sintomas principais e secundários, e a gente trabalha com
cada um olhando para essas particularidades.
A nova fraqueza
muscular deve ser olhada, deve ser trabalhada e deve ser, sim, um dos
principais pontos a serem verificados pelo fisioterapeuta, mas, muitas vezes, a
gente demora para chegar nela, porque a gente precisa trabalhar a dor, porque
com dor ninguém faz um exercício de qualidade, depois a fadiga, porque cansado
também ninguém faz, e a gente vai chegar à fraqueza muscular como um terceiro
ponto, mas não por ser menos importante, mas, sim, porque a gente precisa
trabalhar esses outros pontos anteriormente.
Bem
resumidamente, esses são pontos de um aprendizado de quase 20 anos que traz
para nós, como equipe da fisioterapia, um panorama, uma perspectiva de hoje
poder olhar para trás e falar: “Puxa, aquelas pessoas que conheci há quase 20
anos, como elas estão?”.
Graças a Deus,
muitos, muitos que conheci há 20 anos hoje estão bem, apesar de, como disse a
Andrea, com seus períodos de descanso, com suas alterações em relação à rotina,
a trabalho, mas são pessoas que venho acompanhando e que, fazendo sua
reabilitação, seja ela uma reabilitação mais intensa ou menos, procuram estar
bem. E estão bem.
Então, a gente
já sabe que essa receitinha funciona. Essa receitinha trabalha o paciente, não
de forma intensiva, porque não é essa a intenção agora, mas traz ao paciente,
sim, neste momento, uma manutenção da qualidade de vida e aí é o ponto a que a
gente quer chegar.
O que todos nós
queremos? Qualidade de vida. E o que é isso? Para cada um é uma qualidade de
vida. Para alguns, é poder viajar. Para outros, é poder sair para dançar. Para
outros, é poder passear no parque.
Então, para
nós, fazer o paciente poder... “Puxa, eu fui ao parque; puxa, eu fui a um
passeio, estou dançando em cadeira de rodas”. Isso é maravilhoso, porque muitas
dessas pessoas que ouço dizerem esses relatos são pessoas que acompanho há
quase vinte anos.
Então, para
muitas pessoas que hoje estão chegando às clínicas, aos consultórios, e o maior
medo é “eu ando, eu vou parar de andar? Daqui a pouco vou chegar em uma cama?”:
não, não necessariamente, mas esse processo de uma nova modalidade de
reabilitação tem que ser claro. O processo de que não é a intensidade da reabilitação
que traz resultado, mas, sim, a qualidade dela também traz resultado.
Vocês todos que
tiveram pólio, que têm uma sequela, e hoje a síndrome pós-pólio ou não, vão
fazer parte desse programa e, daqui a 20 anos, vocês vão ver como fazendo uma
reabilitação de forma adequada, vocês vão permanecer funcionais, com seus
percalços, como disse a Andrea, mas funcionais.
A Andrea, sim,
ela é um exemplo, ela é um lindo exemplo de uma pessoa que conheço há quase 20
anos. Tratei, ainda trato, ainda oriento, e aí está a Andrea carregando uma
associação junto com grandes parceiros, pessoas maravilhosas. Está aí a Andrea
fazendo parte e sendo produtiva. Uma cabeça fantástica.
Termino essa
conversa trazendo a importância da fisioterapia motora, da fisioterapia aquática
e da fisioterapia respiratória para os pacientes que necessitam dela, que têm
alguma sequela respiratória. Se não tiveram na infância e agora têm dificuldade
respiratória, procurem a fisioterapia respiratória.
Também a
fonoaudiologia para pacientes com dificuldades de fala e deglutição; também o
psicólogo, como a Dra. Sandra falou anteriormente, um suporte emocional, porque
nada disso é fácil.
Passar por uma
nova perda não é fácil. Então, se houver um aperto, uma angústia, uma
dificuldade, busque ajuda e sempre a equipe multidisciplinar está preparada
para isso. E a terapia ocupacional para quem tiver mais dificuldades na
funcionalidade das mãos.
Essa é uma
equipe que, resumidamente, ajuda muito a todos vocês que tiveram a vivência da
pólio a passar por mais essa vivência. E o que queremos com isso? Uma fadiga
controlada, uma dor controlada, identificar o que causa dor, o que aumenta, o
que diminui.
Já faz parte de
uma grande aprendizagem. Uma qualidade de vida. Uma vida longa, uma vida linda,
precisa que tenha qualidade e é isso o que esse programa de reabilitação faz.
Eu agradeço por
tudo o que aprendi até hoje no Ambulatório de Investigação de Doenças
Neuromusculares, com o Dr. Acary, com o Dr. Abrahão, com toda uma equipe que
fez parte daquele momento, quando eu estava lá, e hoje, com a parceria com o
G14 e o Instituto Giorgio Nicoli, eu tenho a possibilidade de continuar
oferecendo essa reabilitação de qualidade e trazendo ao paciente essa qualidade
de vida.
Muito obrigada.
Muito obrigada pelo convite e parabéns pelo lindo evento que mais um ano vocês
estão propiciando. Estou à disposição para qualquer pergunta que vocês venham a
ter.
Muito obrigada.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Obrigado, Dra. Tatiana. Obrigado pelas palavras.
Já a conhecemos há muitos anos e sabemos da sua... Está sem áudio, Roseli.
A SRA. ROSELI - É, eu abri, mas fechou. Está ouvindo agora?
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Sim, pode falar.
A SRA. ROSELI - Eu preciso sair, porque tenho que preparar
algumas coisas para amanhã, mas agradeço muito. Tenho muita vontade de
continuar participando, mas preciso sair porque tenho algumas coisas para
fazer.
Eu agradeço, está bom? Parabéns pela semana de
conscientização. É um tema muito importante. Espero que essa luta continue não
só no dia de hoje, mas que continuemos sempre, todos os dias, nessa luta, todo
mundo junto, porque precisamos mesmo continuar.
A nossa secretaria está de portas abertas. Agradecemos muito
o convite e estamos à disposição. Agradecemos ao deputado Adalberto, também ao
Dr. Vidotto, ao Dr. Acary e a todas as outras pessoas que estão trabalhando
hoje neste encontro e caminhando juntos. Eu agradeço a todos.
Um abraço, boa noite e muito obrigado pela palestra.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Vinícius, muito obrigado, Vinícius. Obrigado, Roseli. A Casa é de vocês, as
portas estão sempre abertas para vocês, está bom? Conte com a gente. Muito obrigado
pela participação. Boa noite.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Obrigado, Roseli. Obrigado, meu amigo e irmão
Vinícius. Estamos juntos na Comissão da Pessoa com Deficiência e é essa a nossa
luta, a nossa eterna luta.
Enquanto pudermos lutar, estaremos à frente desse trabalho
juntamente com o deputado Adalberto Freitas, que nos dá muita força para que
possamos realizar esse trabalho. Deputado, as palavras de consideração pela
fala da Dra. Tatiana.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL - Obrigado,
Dra. Tatiana, pelo seu trabalho. Vi que a senhora é uma pessoa de luta também,
como a maioria que está aqui. São pessoas que gostam de lutar.
Então, muito
obrigado, obrigado por toda a explicação que a senhora deu e parabéns pela sua
carreira, pelo seu empenho, sempre trabalhando, sempre à frente, inclusive, com
a clínica, para poder ajudar a reabilitação. Muito obrigado e boa noite.
A SRA. TATIANA MESQUITA - Boa noite, eu agradeço.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL - Obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO - Peço desculpas às pessoas que estão ouvindo,
participando. Eu disse que mencionaria o nome de todas, mas temos apenas 20
minutos ainda para a consideração de mais um palestrante, para a consideração
do deputado.
Então, as pessoas que estão participando nos perdoem, mas
obrigado por essa participação. Muito obrigado por estarem juntos conosco até
esta hora.
Agora, para finalizarmos as palavras, ouviremos o Dr. Wagner
Fracini. Graduado em medicina pela USP, especialista em cirurgia geral pela
USP, especialista em cirurgia digestiva pela USP, pós-graduado em administração
hospitalar, pós-graduado em Saúde Pública, pós-graduado em epidemiologia,
pós-graduado em administração geral, assessor técnico no gabinete da Secretaria
Municipal da Saúde de São Paulo. Dr. Wagner, a palavra é do senhor.
O SR. WAGNER FRACINI - Boa noite a todos. Parabéns, deputado Adalberto
Freitas, em nome de quem agradeço o honroso convite de estar aqui dando minha
modesta contribuição para o evento desta noite. Felicitações à secretária
Célia, à senadora Mara Gabrilli, ao secretário Vinícius e um especial
cumprimento ao Dr. Vidotto.
Muito obrigado aos colegas que me antecederam pelos
ensinamentos. Eu aprendi muito nesta noite. Um alô especial ao Ivan; grande
abraço, Ivan, nosso parceiro de sempre.
Agradecimentos aos assessores, apoiadores, em especial à
Nádia, que me ajudou muito. Sem ela eu não conseguiria - viu, deputado
Adalberto - fazer a apresentação de hoje. Senhoras e senhores, um grande abraço
a todos.
O que me cabe - serei bastante breve - é falar sobre as
questões relativas à vacinação. Fica fácil a minha tarefa depois do brilhantismo
dos colegas que me antecederam.
Ficou claro para todos nós que o Brasil, há 22 anos, não tem
nenhum caso de paralisia. O último caso ocorrido no Brasil foi em 89 e, sem a
menor sombra de dúvida, isso se deve ao sucesso, em especial, da campanha criada
em 80 por Darlan, a campanha do Zé Gotinha, que todos nós conhecemos.
Por gentileza, Nádia, pode colocar em tela a apresentação.
A grande pergunta em relação à vacinação é por que vacinar.
As razões para isso foram sobejamente apresentadas. Precisamos vacinar contra a
poliomielite, assim como precisamos vacinar contra inúmeras situações de
doenças infectocontagiosas, para salvar vidas, para prevenir complicações, para
evitar sequelas e para promover a saúde pública em todos os seus aspectos.
A vacinação é, sem sombra de dúvida, o mais eficiente, eficaz
e efetivo método que existe para o enfrentamento das doenças imunopreveníveis,
dentre as quais a poliomielite. Podemos passar.
A Organização Mundial da Saúde é muito clara quando diz isso:
reconhece a vacinação como uma das intervenções globais mais eficazes para a
prevenção de doenças e traz, como consequência econômica, por sua viabilidade e
por seu baixo custo, inúmeros benefícios também.
As vacinas evitam as infecções virais ou bacterianas e elas
promovem, dentre a população, dentre as comunidades, a possibilidade,
inclusive, da erradicação.
Alguns conceitos precisam ser levados em consideração. Vou
fazer uma breve consideração sobre a proteção de rebanho, que é uma situação
onde, eventualmente, em doenças de baixa letalidade, em países que não dispõem
do recurso de vacinação e, nos primórdios dos processos de vacinação, pode-se observar
que, a medida que essas pessoas vão adquirindo doenças, ao longo do tempo,
desenvolvendo anticorpos e sobrevivendo, vão criando, por assim dizer, um
colchão de proteção, de maneira que a taxa de transmissão dos vírus tendem a
decrescer.
Evidentemente, esse conceito jamais poderá ser utilizado em
doenças de alta letalidade ou risco, como, por exemplo, a Covid-19. No momento
atual, em que as vacinas existem, são seguras e estão disponíveis, esse
conceito, evidentemente, tende ao desuso.
O conceito de proteção de casulo versus familiar é a ideia de
que, se você vacina pessoas de uma família, você protege a criança daquela
família. Se você pensar em grandes grupos populacionais, a vacinação desses
adultos também pode, em linha geral, levar à proteção das crianças também
daquelas comunidades.
O Programa Nacional de Imunização começa em 73 e traz, desde
o início, a ideia de erradicar aquelas doenças que, até então, se mostravam
importantes do ponto de vista do acometimento de grandes grupos populacionais,
como o sarampo, a rubéola e mesmo a poliomielite, como aqui já foi descrito nos
aspectos históricos.
Isso evoluiu muito e hoje são 21 doenças que têm, sim,
vacinas que podem proteger as pessoas contra elas. Estamos falando aqui de
dados do ministério de 2017, ainda não atualizados: 300 milhões de doses
aplicadas no país ao custo de 3,9 bilhões de reais, segundo dados do Ministério
da Saúde. Pode passar o próximo, por favor.
Aí estão as doenças, as 21 que citei, que são preveníveis por
imunização: tuberculose, hepatite B, difteria, tétano, coqueluche, doenças
causadas pelo hemófilo B, a poliomielite, a rotavirose, doenças pneumocócicas,
doenças meningocócicas, o sarampo, a caxumba, a rubéola, a varicela, hepatite
A, febre amarela, influenza - gripe, a raiva humana, o HPV, a cólera, a
diarreia dos viajantes, febre tifoide. Para todas essas condições existem
vacinas disponíveis no SUS. Próximo. Pode passar, por favor.
Obrigado. Aí estão, em linhas gerais,
os quatro grandes objetivos de qualquer programa de imunização, não é diferente
para a pólio. Existem as imunizações chamadas individuais, que são as
vacinações de rotina e, também, as coletivas, que são as campanhas. O Zé
Gotinha é um exemplo de campanha das mais exitosas em todo o mundo.
Contribuir para
o controle ou erradicação das doenças imunopreveníveis. O objetivo ideal é
sempre a erradicação. Nem sempre isso é possível, pelo menos o controle é
desejável e possível.
Diminuir os
índices de morbidade e mortalidade dessas doenças e romper a cadeia epidemiológica,
em especial da questão da transmissibilidade. Para que isso aconteça não basta
que uma cidade ou um estado esteja com boa cobertura, é preciso que o País
esteja, que o continente esteja, que o mundo esteja. Essa é a única forma de se
garantir realmente o controle de qualquer uma dessas doenças. O próximo, por
favor.
A Poliomielite,
já foi aqui explicado, é uma infecção viral aguda. A imensa maioria dos casos
não tem sintomas, mas isso não significa que não possa ocorrer a transmissão.
Dado que se
trata de um vírus intestinal. Ele é eliminado pelas fezes, daí a grande
facilidade do contato oral-fecal. A forma paralítica é rara, ela representa
cerca de 1% dos casos, com sequelas permanentes. A transmissão eu já comentei.
Não há um tratamento específico. O próximo.
Quando se fala
em poliomielite há de se falar no vírus selvagem e o vírus derivado de vacina.
Se nós olharmos o que aconteceu no mundo no recorte de 2013 a 2020, esse é o
padrão de distribuição. Vejam que eu 2013 o mundo teve 416 novos casos, chegou
ao menor patamar em 2017 e apresenta novamente, a partir de 18, uma tendência a
crescimento. Vamos adiante.
A poliomielite
pelo vírus derivado da vacina, fazendo a distinção que o vírus selvagem, por
assim dizer, é o vírus presente, vamos dizer, na natureza, e o derivado da
vacina são aquelas condições em que pode haver a contaminação a partir do vírus
inativado, que é o vírus que existe na gotinha, sofrer determinadas alterações
e readquirir o poder infectante.
Se falarmos
dessa variedade de vírus, o derivado da vacina, vejam que há uma franca
tendência a aumento desde 2015 até o ano 2020. Isso se deve fundamentalmente a
questões de saneamento, condições de higiene, enfim, às condições
socioeconômicas da população.
Quanto mais
água, quanto mais esgoto, quanto melhores forem as condições nutricionais e de
higiene de uma população, menos esse fenômeno tende a ocorrer. Próximo.
Aqui, para
exemplificar, vejam no mundo onde é que existem esses casos do vírus da
poliomielite, onde é que estão presentes. Se pensarmos no vírus selvagem, olhem
lá, Paquistão e Afeganistão são as grandes áreas mundiais da ocorrência desses
vírus, está em vermelho no mapa.
Em marrom mais
escuro, Filipinas e Iêmen são as regiões onde se encontram essa variante
chamada V1 do vírus derivado da vacina. Se olharmos para a faixa equatorial do
continente africano, são esses pontinhos verdes no mapa da África, vejam que
ali estão concentrados basicamente os casos pelo vírus 2, derivado da vacina.
Então esse é o
mapa mundial, vamos chamar assim, de áreas de risco importante para a
poliomielite. Como a poliomielite, conforme eu disse, é um vírus intestinal, a
contagiosidade é extremamente fácil, evidentemente que o restante do mundo
corre risco enquanto não houver a absoluta erradicação nos países que estão aí
apontados. Próximo.
Pode passar. Já
foi aqui comentada a existência da vacina Salk e da Sabin. Aqui de maior
importância para nós vamos falar da vacinação com a gotinha. Ela começa aos
dois meses de idade, fundamentalmente, com uma dose aos quatro e aos seis,
reforço entre 15 e 18 meses e, depois, entre o quarto e o quinto ano de vida.
Então aqui está
de uma forma esquemática bastante resumida isso que eu acabo de falar. Muito
importante, é fundamental que se mantenham taxas de vacinação adequadas da
população. Próximo.
Observem que a
grande maioria das vacinas precisa atingir entre 90 e 95% de meta. As colunas
em azul se referem ao ano de 2018, as colunas em vermelho, 2019, as colunas em
verde, 2020. Notem que com exceção da vacina pentavalente todas as demais, no
ano de 2020 em relação a 19 e 18, apresentaram queda.
O que nos
interessa agora mais propriamente em relação à pólio, segundo o Ministério da
Saúde a queda foi: em 18, 93%; em 19, 86%; em 20, 81% da vacinação. Não atinge
a média de 95% em nenhum dos últimos três anos. Isso significa que é muito
importante o Brasil ficar atento a essa situação. Podemos passar.
Eu fiz um
recorte aqui da zona norte, por eu ter sido até recentemente coordenador de
Saúde da região. Vejam que na zona norte não é diferente do restante do
município. A pólio lá chega a 79%, então os índices, de fato, variam. Em
algumas regiões está abaixo de 75 por cento. Então, como média do País, 81 por
cento. Podemos ir adiante.
Sempre a baixa
cobertura vacinal é fator altíssimo de risco para ressurgimento de doenças,
como aconteceu, por exemplo, com o sarampo em 2019. Algumas doenças têm alta
transmissibilidade.
O sarampo, por
exemplo, para cada caso que existe é possível que 18 novas pessoas possam se
contaminar, daí a importância de algumas vacinas. Trago aqui o exemplo da
tríplice viral, altamente eficaz e disponível para conter situações como essa.
Poderemos usar
agora, mais atualmente, a questão, como exemplo, da Covid-19. Todos nós estamos
acompanhando e observando a importância da vacinação para o controle dessa
condição.
Com a
poliomielite não é diferente. O objetivo é atingir pelo menos 95% de cobertura
vacinal para, de fato, de garantir uma boa condição de enfrentamento e
prevenção da poliomielite. Podemos ir adiante.
Agora, através
do Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu Art. 14, § 1º, Art. 249,
tornou-se obrigatório que os pais ou responsáveis vacinem seus filhos e, se não
o fizerem, pode haver aplicação de uma multa de até 20 salários mínimos.
Isso, de certa
forma, é um grande avanço na legislação que trata das grandes questões de saúde
pública, a responsabilização com uma punição pecuniária. Isso tem sido o início
de um longo caminho a ser trilhado para, de fato, mostrar para os pais que eles
são sim, pais ou responsáveis, responsáveis sim pelos seus filhos. Adiante.
Evidentemente
que para que o programa de imunização atinja suas metas não se trata de uma
questão apenas de equipes de Saúde, mas de todas as comunidades. É necessário
que o poder público, o poder político, a sociedade civil organizada, todos os
entes, em todos os níveis, os entes federais, estaduais e municipais de Saúde,
junto às demais secretarias, todos juntos nessa luta e nesse enfrentamento.
Podemos ir adiante.
Era isso o que
eu tinha a dizer. Tentei ser bem rápido para não cansar vocês.
Muito obrigado,
gente.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO -
Dr. Wagner Fracini, muito obrigado pelas suas palavras, pelas suas
considerações. Passamos a palavra para o deputado Adalberto Freitas.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Dr. Wagner Fracini, agradeço pela gentileza das palavras, pela aula, com esse
currículo maravilhoso, muita experiência. Em tão pouco tempo nos ensinou muita
coisa. Muito obrigado. As portas estão sempre abertas, precisando da gente, o
que precisar da Assembleia Legislativa conte com o nosso apoio. Muito obrigado
pelo o que tem feito pela Saúde na Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
Leve um abraço ao secretário. Se precisar, estaremos aqui à disposição.
O SR. WAGNER FRACINI - Muito
obrigado, deputado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ FRANCISCO VIDOTTO -
Obrigado, deputado. Agradeço a todos que vieram, sobremaneira abrilhantaram o
evento, trazendo informações preciosas a respeito do assunto.
Como mestre de
cerimônias e vítima de pólio, gostaria de salientar a necessidade da prevenção,
como disse o Dr. Fracini, da vacina, pois o melhor meio de cuidar das nossas
crianças é com aquela gotinha que salva.
Agradeço
sobretudo a Deus, que me deu pais maravilhosos, que me incentivaram a lutar, a
não desistir, à esposa esplendorosa com quem estou casado há 45 anos, me dando
força, me apoiando em tudo o que eu faço e que me deu dois filhos maravilhosos,
seis netos lindos. Posso dizer que, apesar da pólio, da síndrome pós-pólio, eu
tenho uma vida saudável, uma vida que eu gosto muito de levar.
Agradeço também
ao deputado Adalberto Freitas. Somos amigos há mais de 20 anos e sei da sua
luta em prol dos PCDs, tanto que, ao ser eleito, me convidou para ser seu chefe
de gabinete, pois queria dar continuidade à sua luta pela inclusão. Não basta
falar de inclusão, tem que ter a iniciativa. Foi o que fez o deputado Adalberto
Freitas ao nomear o primeiro chefe de gabinete cadeirante de toda a história da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Obrigado, deputado.
Tem a palavra
para o encerramento.
O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSL -
Sr. Vidotto, agradeço-lhe muito por estar aqui, por estar me incentivando
sempre a ter ações como esta. Como o senhor bem falou, a gente se conhece há
muito tempo, mas eu igualmente aprendi desde cedo, vendo o seu trabalho, o quanto
é importante a dedicação para as pessoas que têm algum mal, que têm alguma
deficiência.
Eu aprendi
muito com o senhor. Então tudo o que eu sei a respeito eu devo ao senhor, todas
as pessoas que eu conheci desse mundo.
Nós vemos, eu
mesmo tenho muita lição para aprender, cada dia aprendo mais, eu vejo que são
pessoas que poderiam estar agora fazendo qualquer outra coisa, mas estão aqui,
são dez e meia.
Então, assim,
todos vocês são pessoas vencedoras, vitoriosas, porque jamais entregaram os
pontos, jamais perderam a coragem, jamais perderam a fibra, jamais perderam a
vontade de viver.
Muito pelo
contrário, além de estar aí na vida, no dia a dia, com todas as dificuldades
que têm, ainda se prestam a fazer para a sociedade o que muitos não conseguem
fazer.
Então eu tenho
muita gratidão por o senhor estar comigo, por ter conhecido a Andreia, ter
conhecido o Dr. Acary, o Dr. Abrahão hoje, a Fabiana, a Sandra, ou seja, todos
os que estão aqui, o Dr. Wagner Fracini. É sempre uma honra para mim poder ver
que vocês estão sempre aí, vocês nunca param.
Então a gente
se pergunta: o que mais vocês poderão fazer? Eu posso dizer o seguinte, vocês
farão muito mais enquanto vocês estiverem, vocês farão muito mais. Nós, que
estamos ao lado de vocês, vamos cada vez aprender mais e vamos multiplicar esse
trabalho de fazer o bem às pessoas que necessitam.
Então estou
muito grato por esta noite. Saio hoje feliz. Agradeço a todos que estão aqui,
todos que puderam participar, agradeço a todas as pessoas que têm projetos, a
todas as pessoas que, se precisarem de nós, da Assembleia Legislativa, podem
contar conosco.
O nosso
gabinete aqui na Assembleia é conhecido como o gabinete da inclusão, porque
aqui, eu sempre falo, a pessoa aqui sempre terá voz e terá vez, PCDs terão voz
e terão vez. Esta é a Casa de vocês.
Então muito
obrigado. Agradeço de coração a presença de vocês. E vamos fazer outros, não é
Andreia? Não vamos parar neste, vamos cada vez mais, vamos com mais projetos,
vamos inventar outras coisas aí. Contem com o meu apoio.
Não posso fazer
muito, mas tenho certeza de que quando precisarmos nos unir eu tenho certeza de
que a união está aqui, mais de 100 pessoas neste evento, nesta solenidade.
É isso que nos
dá força para poder continuar e poder estar sempre inventando mais coisas para
levar às pessoas, levar conhecimento, levar coragem, porque o que vocês fazem
nos incentiva a fazer cada vez mais.
Então muito
obrigado a todos. Que Deus Abençoe a vida de cada um. Agradeço, também, à minha
equipe toda, que ajudou a colocar de pé esse projeto. Vamos cada vez mais,
certo? Muito obrigado. Tenho certeza de que Deus está nos ajudando e sempre vai
ajudar a todos. Muito obrigado.
Esgotado o
tempo da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades aqui presentes,
à minha equipe, aos funcionários do Serviço de Som, da Taquigrafia, do Serviço
de Ata, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da
TV Alesp e das assessorias Policial Militar, bem como a todos os que, com suas
presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.
Está encerrada
a sessão.
*
* *
- Encerra-se a
sessão.
*
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