7 DE MARÇO DE 2022

1ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CARLÃO PIGNATARI, CORONEL TELHADA, CORONEL NISHIKAWA, GIL DINIZ e MAJOR MECCA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Abre a sessão. Assume o compromisso desta Casa em valorizar as mulheres. Discorre a respeito do Conselho de Ética e suas atribuições.

 

2 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

4 - CORONEL NISHIKAWA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - CORONEL NISHIKAWA

Assume a Presidência.

 

7 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

8 - PAULO LULA FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

9 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

10 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

GRANDE EXPEDIENTE

11 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

12 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

 

13 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

 

14 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

15 - ISA PENNA

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

 

16 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

17 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

18 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Parlamentares para a sessão ordinária do dia 08/02, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. Carlão Pignatari.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.  

Quero abrir esta sessão afirmando que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo repudia comportamentos sexistas, machistas ou qualquer tipo de preconceito ou incitação ao ódio. Sob esta Presidência nenhum caso ficará sem resposta. Nada será varrido para debaixo do tapete. Esse é o meu compromisso.

E, todas as mulheres, quero colocar esta Casa ao lado de vocês, na luta por mais direitos, igualdade e respeito, reafirmando a defesa e proteção de todas, com a coragem, não tenho nenhuma dúvida, o Conselho de Ética nesta gestão tem sido acionado para cumprir o seu dever, e analisando de forma independente e imparcial denúncias graves. O Plenário tem tratado todos os casos com a seriedade que requerem, aplicando punição nunca antes vista neste Parlamento.

É intolerável, principalmente nos tempos atuais, que pessoas tenham comportamentos repugnantes, principalmente na nossa função pública. As palavras, posições e decisões pessoais de um parlamentar não representam, de forma alguma, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, tampouco o conjunto de deputadas e deputados que formam esta Casa.

Não é a primeira vez que esta Casa vai registrar a falta de decoro, seja por comportamento sexista, por preconceito ou por incitação ao ódio, mas, sinceramente, espero, e trabalharei para que seja a última.

A todas as deputadas e deputados um sério alerta. Devemos ser exemplo para a população, e nos portarmos como espelho de uma sociedade mais justa e igual para todas e todos.

Muito obrigado.

Iniciando a lista de oradores do Pequeno Expediente, deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Emidio de Souza. (Pausa.) Deputada Edna Macedo. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a todos que nos acompanham pela TV Alesp e pelas redes sociais.

Há de se lembrar, Sr. Presidente, que, quando o senhor citou o posicionamento do deputado estadual Arthur “Mamãe Falei” a respeito das mulheres, de forma extremamente desrespeitosa, criminosa, há de se lembrar da gravidade, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, do tráfico de mulheres.

Esses tours que ele citou, tours pelo leste europeu, essas mulheres são aliciadas com promessas de emprego; chegam lá, são drogadas, escravizadas e viram vítimas sexuais de homens com essa postura e esse comportamento.

Esta Casa precisa, com celeridade, dar resposta a essa fala e a esse comportamento. Não podemos, como Poder Legislativo, compactuar com esse tipo de posicionamento. A resposta precisa ser célere. A Justiça tem que ser rápida.

Estamos, inclusive, além da representação no Conselho de Ética, junto com a deputada Valeria Bolsonaro, o deputado Danilo Balas, Gil Diniz, Frederico d’Avila, Castello Branco, estamos apresentando representação na Procuradoria-Geral da República, justamente por conta desse problema do tráfico de mulheres, que é um crime gravíssimo que infelizmente assola as mulheres não só no Brasil, como no mundo inteiro.

Queria citar também acerca das nossas emendas que estamos protocolando ao Projeto de lei Complementar nº 2, de 22, que trata do reajuste salarial dos funcionários públicos, dos integrantes da Segurança Pública, dos nossos nobres e guerreiros policiais do estado de São Paulo.

A primeira emenda que estou apresentando é para que o reajuste de 20% seja de 26,62%, considerando o acúmulo da inflação nos últimos três anos e considerando a mudança de faixa de imposto de renda que o soldado passará a ter. Muitos, de 15%, irão para 27,5%, então isso representará um desconto importante no holerite dos policiais. Então, a nossa emenda é para que o reajuste seja de 26,62 por cento.

Há uma outra emenda para que o teto do auxílio-alimentação, que o governo propõe 199 Ufesps, seja de 262 Ufesps, porque com 166 Ufesps só soldados e cabos receberão o ticket. Os sargentos não receberão. Então, fizemos uma emenda para 262.

E a terceira emenda é para que esse ticket que o nosso policial recebe, de 12 reais... Quem consegue fazer uma refeição em São Paulo com 12 reais? Não consegue. A média para se fazer uma refeição em São Paulo é de 36 reais. Então, a terceira emenda pede a alteração do valor do ticket alimentação dos policiais de 12 para 36. É o velho ticket de 12 reais que tem até o apelido hoje de “vale-coxinha”.

Então, essas emendas são importantes para que possamos minimizar o problema, o impacto da miséria que atravessa os profissionais da Segurança Pública no estado de São Paulo. Temos problemas seriíssimos, principalmente em relação à saída de policiais.

Por semana, estamos com mais de 50 policiais militares e outros tantos policiais civis pedindo baixa da instituição, pedindo exoneração, pedindo licença sem vencimentos, porque se tornou insuportável a situação de miséria que os policiais atravessam hoje na Segurança Pública.

E esse impacto recai de forma muito forte na sociedade. Hoje nós vemos o aumento enorme do crime de roubo em São Paulo, roubo de celulares, de sequestros, quadrilhas de PIX sequestrando trabalhadores para fazer transferência bancária e daí por diante.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Voltaremos a esta tribuna para continuar cobrando o governo em relação aos problemas dos policiais no estado de São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. O próximo deputado é o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos os colegas presentes, assessorias, aos policiais militares, policiais civis desta Casa. Hoje é um dia muito triste para nós. É o primeiro dia presencial. Nós estamos vindo aqui repudiar a atitude do Arthur do Val. Ele é um crítico até dos colegas. Chama colegas de vagabundos.

Então ele está colhendo aquilo que plantou. Ele sempre foi desta forma. Todos conhecem o procedimento dele. Portanto, esse é o primeiro pronunciamento no sentido de poder apurar da melhor forma possível para que seja punido exemplarmente. Eu acho que envergonha o nosso Parlamento e não é isso que nós queremos no nosso Parlamento.

Eu me senti envergonhado quando eu assisti ao vídeo feito na divisa da Ucrânia, num país que está beligerante, num país em que todos estão fugindo para não sofrerem as consequências da guerra.

A segunda coisa que eu quero dizer é a seguinte: sobre o aumento salarial dos agentes da Segurança Pública. Nós vamos apresentar ou apresentamos, protocolamos mais 20% sobre os 20 por cento.

É inconcebível durante o período que nós estamos, do tempo que nós estamos - eu já estou há 23 anos aposentado -, durante esse período nós nunca vimos um aumento. Então 20% hoje não significa absolutamente nada.

Portanto, estamos apresentando uma emenda de 20% para toda a categoria da Segurança Pública e 20% para todos os funcionários públicos, que é o mínimo que se pode fazer.

O estado que mais arrecada no País é um dos estados que pior remunera os seus funcionários. Sem os funcionários não anda o Estado e todo mundo sabe disso. Sobre o valor da alimentação, nós estamos mandando 300 Ufir. Eu acho que é muito pouco; não atingiria quase ninguém. Portanto, 300 Ufir para poder complementar o auxílio-alimentação.

Acima de tudo, gostaria também de repudiar as falas do Sr. Secretário de Segurança Pública dizendo que o governador deu um aumento excepcional. Não deu aumento excepcional; ele apenas deu um reajuste que não vai ser aumento. Não é um aumento. Um reajuste de 20% não alcança nem metade de um valor que ficou para trás.

Então 20% é um valor que está aquém daquela expectativa que nós tínhamos sobre aumento - aumento ou uma reposição. A defasagem é muito grande. Então nós estamos trabalhando, nós estamos junto com o funcionário público como sempre estivemos.

Eu acho que dizem representantes da Polícia Militar ou das forças de segurança... Eu sempre briguei por eles, briguei por mim. Eu sou um funcionário público aposentado. Repito: 23 anos de aposentado.

Estou aqui tentando pelo menos dar uma dignidade para os nossos companheiros, para quem é funcionário público em geral, não é só forças de segurança que estão dessa forma, com o salário defasado. Estaremos cobrando, sim, Sr. Governador; sempre estaremos ombro a ombro juntos com os funcionários públicos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado. Próxima deputada, deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Professor Walter Vicioni. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, eu gostaria de inicialmente manifestar o meu total repúdio, meu veemente repúdio, às falas do youtuber que se tornou um correspondente de guerra, Mamãe Falei, que é dublê também de deputado estadual.

Foi uma fala deplorável, execrável, além de machista, misógina, porque ela agride a dignidade humana, não só das mulheres ucranianas, mas de todas as mulheres do planeta Terra; mas também mostra ali a falta de empatia com o sofrimento alheio.

Uma pessoa que diz aquelas coisas no meio de uma guerra, no meio de um processo de calamidade pública, um momento de emergência, de excepcionalidade, onde as pessoas estão sendo mortas, sofrendo, no meio de uma guerra, é um sociopata, talvez um psicopata, no mínimo, que não merece ter uma cadeira aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Aliás, aquela fala comprometeu todos nós. A Assembleia Legislativa virou o centro das atrações, não só do Brasil, mas do mundo. Vários jornais internacionais estão falando do que aconteceu e citando a Assembleia Legislativa. Então o Parlamento Paulista não pode aceitar.

É por isso que nós já protocolamos uma representação na Comissão de Ética; aliás, assinamos também outras, coletivas. E, aliás, vários deputados protocolaram representações pedindo a cassação do mandato do Mamãe Falei.

Nós temos representações individuais, coletivas, e inclusive muitas delas chegando aqui da sociedade civil: das centrais sindicais, da OAB, que vai protocolar um agora à tarde, até a ministra Damares também está pedindo a cassação. Nós temos manifestações de todo o Brasil.

Então o mínimo que a Assembleia Legislativa tem que fazer, o mínimo, que é pouco ainda, é a cassação imediata do mandato parlamentar desse deputado, que agrediu não só as mulheres, mas eu diria que toda a humanidade, e colocou em cheque mais uma vez a Assembleia Legislativa.

Então essa é a nossa posição, do nosso mandato e da nossa bancada do PSOL: cassação imediata do mandato do deputado youtuber Mamãe Falei.

Gostaria ainda, Sr. Presidente, de dizer que nós estamos debatendo nesse momento os dois PLCs, Projeto de lei Complementar nº 2 e Projeto de lei Complementar nº 3, que tratam da questão do reajuste salarial dos servidores e também da farsa do novo plano de carreira que o governador Doria encaminhou à Assembleia Legislativa.

Primeiramente dizer que o Projeto de lei Complementar nº 2, que trata do reajuste dos servidores, deixou de fora várias categorias profissionais. É um projeto que na prática não repõe nem as perdas inflacionárias, até porque nós temos um histórico no estado de São Paulo de retirada de direitos e de confisco dos servidores.

A reforma da Previdência que confiscou salários, aposentadorias e pensões, teve o confisco do Iamspe, que aumentou o percentual de contribuição, isso representa também o confisco salarial, o fim das faltas abonadas, vários direitos foram retirados pelo Doria dos servidores. Tem a questão da inflação que já está em 10%, então nem os 20%, muito menos os 10 repõem nem as perdas inflacionárias.

Então nós apresentamos várias emendas elevando esses percentuais e também incluindo todas as categorias que ficaram de fora do PLC nº 2.

Em relação ao PLC nº 3 é uma verdadeira farsa, é a destruição definitiva da carreira do Magistério, que ele embalou um projeto de nova carreira, que, repito, é uma farsa que vai transformar os salários dos professores da rede estadual em subsídios, acabando com a evolução funcional do quinquênio, da sexta-parte. É um retrocesso jamais visto.

Eu pensei que aquela ex-secretária da Educação, Rose Neubauer, tinha sido a pior secretária da história do estado de São Paulo, mas alguém a superou, foi esse Rossieli Soares, com esse projeto que nós repudiamos veementemente.

Voltarei, Sr. Presidente, à tribuna depois para falar das emendas que nós já apresentamos e também das contradições do PLC nº 3.

E, por fim, Sr. Presidente, faço aqui um apelo para que a Assembleia Legislativa vote em caráter de extrema urgência o PDL nº 22 para pôr fim ao confisco dos aposentados e pensionistas, um projeto que está na Comissão de Finanças já com parecer favorável em regime de urgência, Sr. Presidente.

Espero que amanhã o deputado presidente da Comissão, Gilmaci Santos, coloque na pauta, devolva para a pauta. E vai ser o primeiro item da pauta para que ele seja liberado e venha ao plenário definitivamente e seja votado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Nishikawa.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Obrigado, Sr. Deputado.

Agora prosseguindo a lista de inscritos, deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)

Na lista suplementar, Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Monica da Mandata Ativista.

Por favor, tempo regimental.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres colegas, a todos que assistem, infelizmente na primeira sessão do trabalho presencial a gente está vivendo mais um grande escândalo de uma Assembleia Legislativa que está manchada pelo machismo.

Esse caso é um caso bastante grave, e que exige de nós celeridade na tratativa. Por isso espero uma reunião com urgência do Conselho de Ética para acolher uma das inúmeras denúncias apresentadas e para dar prosseguimento rigoroso ao caso, mas não é o primeiro.

O próprio Arthur, se a gente for lembrar da trajetória dele aqui na Assembleia Legislativa, protagonizou duas cenas de agressões físicas e de pancadaria generalizada nesse plenário.

O que isso tem de misógino? Quando nós temos um ambiente com poucas mulheres, essas hostilizadas, e os homens recorrem à força física, as mulheres são ameaçadas e desprivilegiadas do debate. Arthur chamou os colegas de vagabundo, chamou os servidores de vagabundos e depois se arrependeu.

Arthur, candidato à Prefeitura da cidade de São Paulo em sua live oficial nas suas redes permitiu que os seus colegas fizessem gestos obscenos durante o debate contra a nossa colega, também deputada Marina Helou. Arthur disse que foi para um grupo pequeno, e por isso, isso não estava dentro do contexto.

Bom, turismo sexual, que é a prática de viajar com o objetivo de ter relações sexuais geralmente pagas é uma das maiores violências cometidas pelas mulheres étnico e vulneráveis. Aqui no Brasil, no norte, principalmente, a gente tem indígenas, a gente tem crianças que são vítimas dessa prática.

O leste europeu é reconhecido por isso, inclusive há cerca de 100 anos a gente tem um caso mundialmente famoso do tráfico de mulheres do leste europeu para o Brasil, para a Baixada Santista, para exploração sexual. A apologia a esse tipo de prática é uma violência gigantesca e generalizada às mulheres e crianças.

Outra questão da fala do Arthur, que está passando batido, mas que ninguém deve esquecer, é o conteúdo racista, além de misógino. Ele diz que as mulheres loiras são infinitamente mais bonitas do que as brasileiras; o que isso significa se não uma questão de raça?

E eu, como parlamentar negra, acho que todo mundo aqui já assistiu a alguma cena em que o meu fenótipo, a minha aparência foi comentada aqui pelos colegas na tentativa de me silenciar ou de me assustar, porque ser mulher na política é ter o seu corpo discutido, e não as suas ideias.

Então, esse caso é uma violência racista contra as mulheres brasileiras, é uma violência sexista e sexual contra as mulheres do leste europeu e há uma apologia que a Assembleia Legislativa não pode se calar. Arthur já ganhou duas... Como que é o nome, que o presidente deu? Advertências verbais desta Casa, e se desculpou; no momento seguinte, estava envolvido em outra polêmica.

Hoje, o presidente disse que espera que seja a última vez. Eu espero que seja a última vez, com uma resposta à altura, porque apenas uma advertência não está adiantando.

A gente teve aqui outras tantas violências contra as nossas parlamentares, contra as nossas servidoras mulheres, que também nos procuram, às vezes, relatando que sofrem violência dos nossos colegas.

Está no momento de a gente dizer “Chega”: política não pode ser um lugar de reprodução da violência machista desses senhores que chegam a esse espaço e se acham poderosos.

A gente assina, junto com a OAB, a gente assina com os demais colegas aqui da Assembleia Legislativa um pedido de cassação e que, desta vez, não tenha passada de pano; que desta vez não tenha a Igreja dizendo que Jesus perdoa, porque nós não perdoamos; que desta vez não tenha colegas se autoprotegendo, como aconteceu há exatamente um ano atrás,  um processo difícil de punição de um colega que assediou uma de nós aqui, dentro da Tribuna.

Amanhã é dia 08 de março. Espero que a presidente do Conselho de Ética, a colega Maria Lúcia Amary, convoque uma reunião do Conselho de Ética para acolher alguns dos pedidos de cassação apresentados.

Por fim - só mais um minuto -, minha solidariedade a todas as mulheres, mas, sobretudo, às professoras. O Magistério é uma categoria essencialmente feminina, com uma maioria de mulheres, e essencial à rede de apoio a todas as outras demais mulheres trabalhadoras que contam com as trabalhadoras da educação para deixar seus filhos para poder trabalhar.

Essas mulheres estão sendo frontalmente atingidas pelo PLC 3, que destrói a carreira do Magistério. Então, dizer às professoras que contem com o nosso mandato para travar uma luta para melhorar as condições de trabalho dessa categoria tão essencial a todas nós, mulheres.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Obrigado, deputada. Prosseguindo na lista suplementar, deputado Paulo Fiorilo tem o tempo regimental.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha nas assessorias, quem nos acompanha pela Rede Alesp.

Retomar as sessões presenciais deveria ser um motivo de discussão política, principalmente sobre os projetos dos reajustes salariais, mas nos deparamos, nesse final de semana, com falas do deputado Arthur do Val que impossibilitam que a gente avance nesse debate, ou nessa discussão, sem deixar aqui claro qual é a nossa posição sobre o que fez o deputado Arthur do Val nessa visita, ou nessa viagem, à Ucrânia.

O deputado Arthur do Val não cometeu um deslize, não fez uma fala na empolgação. O deputado Arthur do Val deve ter dito exatamente aquilo que ele pensa e que ele pôde confessar no grupo do futebol, o que ele não confessaria, possivelmente, aqui, apesar de já ter feito várias coisas que esta Assembleia, que estes deputados e deputadas recriminaram. Deputada Monica já citou, outros deputados já citaram, eu não vou recordar aqui dos momentos tristes em que o deputado Arthur do Val desmereceu o título de deputado.

Agora o deputado chegou em um nível que é inadmissível para um parlamento como este, e nós precisamos tomar uma decisão muito rápida. Aliás, o deputado Carlão não preside a comissão agora, mas disse que espera que seja a última vez que isso ocorra.

Eu tenho dúvidas, porque, infelizmente, esta Assembleia foi sendo tolerante com o que foi acontecendo aqui. Quantos casos nós ouvimos aqui de misoginia, sexismo e que tiveram punições pífias, em que pese tenhamos defendido a expulsão no caso do deputado Cury. Agora nós vamos analisar a questão do deputado Frederico d’Avila.

E nós não podemos mais achar normal que alguém depois diga “desculpa, errei”. Então eu erro ao defender o nazismo e peço desculpa, eu erro ao atacar as mulheres da Ucrânia e do mundo e peço desculpas. E aí nós vamos continuar pedindo desculpas até quando?

Está na hora de esta Assembleia tomar uma decisão importante, para dar o sinal para este estado e este País. Nós não toleraremos esse tipo de atitude. E aqui não é um problema de direita, de centro ou de esquerda, aqui é um problema de todos os deputados e deputadas.

Nós que temos honra, nós que nos preocupamos com a imagem pública, nós precisamos dizer “não, Arthur, aqui não é lugar para fazer esse tipo de coisa, não”, “Arthur, você não pode ofender as mulheres e achar que isso é normal porque você estava empolgado”.

Nós construímos, com a participação de vários deputados e deputadas, hoje são 24 deputados e deputadas que assinaram uma representação coletiva, assim como nós devemos ter uma representação apresentada pela OAB, assim como temos representações apresentadas por vários deputados de forma individual ou coletiva.

Mas eu queria fazer aqui uma sugestão, que a gente pudesse reforçar esse pedido, para que não houvesse dúvidas para a opinião pública, para as mulheres do Brasil e do mundo qual é a posição desta Casa: que é pela cassação do deputado Arthur do Val.

Não é possível mais convivermos com pessoas com essa postura e com a desculpa de que estava empolgado e que falou em um grupo de futebol. Cada um aqui tem responsabilidade pelos seus atos e palavras, onde quer que faça uso delas.

Por isso, quero deixar aqui este convite. Nós vamos ter um ato daqui a pouco aqui em frente à Assembleia, da OAB. Espero que os deputados e as deputadas que puderem participem.

Mas queria dizer que só tem um jeito de a gente acabar com essa situação na Assembleia, com uma punição exemplar, para que não haja mais a possibilidade desses fatos até o final desta legislatura.

É o único jeito, na minha opinião, para que a gente de fato acabe com esses gestos, com as palavras e com as atitudes equivocadas daqueles que não tiveram a compreensão da importância de um parlamento como este para o estado, para o País e para o mundo.

Nós estamos sendo criticados por conta de declarações de um deputado da Assembleia Legislativa de São Paulo em todos os aspectos, não só no estado, no País, mas também por órgãos da imprensa internacional.

Está na hora de a Assembleia dizer “basta, nós não permitiremos esse tipo de coisa mais aqui”. E para isso a punição pela cassação é a única alternativa. Eu acho que isso fará com que todos repensem as suas posturas aqui e lá fora. Nós não podemos permitir. Sexistas, machistas, misóginos não passarão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Obrigado, deputado. Prosseguindo a lista suplementar, Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Boa tarde a todos os colegas, a todos os que nos assistem pela rede Alesp. Em primeiro lugar quero dizer da minha alegria de poder voltar ao método presencial aqui, porque esse é o método verdadeiro para se trabalhar. O negócio de internet não dá muito certo não.

Eu não posso deixar de nesta primeira sessão citar o triste fato dos áudios divulgados do deputado Arthur do Val. Foi uma vergonha para esta Assembleia. Quero dizer a todos que eu já entrei com um pedido junto à Comissão de Ética pedindo para que a Comissão de Ética analise os áudios junto à parte ética desta Casa.

No meu entendimento, tem que haver uma punição exemplar.

O deputado Arthur do Val, ele não só falou mal das mulheres ucranianas e das mulheres em geral. Ele comete um crime quando ele faz apologia, inclusive, ao turismo sexual, que, como foi dito aqui, esse turismo sexual, normalmente, em grande parte, é empregado, é feito com o emprego de escravas sexuais, muitas delas vindas do leste europeu e até do Brasil.

Então, esse tipo de crime tem que ser extirpado no mundo. E, no entanto, um deputado nessa fala infeliz, vai acabar fazendo apologia a este tipo de coisa.

Imaginem o prejuízo que isso está trazendo a imagem do Brasil fora, no exterior. Nós já temos uma imagem meio complicada e agora um parlamentar falando isso acaba de vez com a imagem do Brasil no exterior.

Então, eu espero aqui desta Casa uma punição exemplar. Infelizmente o deputado Arthur do Val sabia disso e cometeu esse crime e vai ter que pagar por isso. Porque não é possível, não é permissível que nós tenhamos um parlamentar que fale essas coisas e fique sem a punição exemplar - que, no meu entendimento, seria uma cassação.

A Comissão de Ética vai analisar, vai trazer o parecer ao plenário e nós, finalmente aqui, em conjunto, os 94 deputados, tomaremos as medidas que devem ser tomadas através do voto. É a realidade do que eu penso. Infelizmente não há outra atitude a ser feita neste momento. A população espera essa atitude da Assembleia Legislativa.

Eu coloquei na minha rede social que eu havia entrado com o pedido junto à Comissão de Ética para análise dos vídeos e mais de 800, 900 pessoas já me retornaram aqui na rede social dizendo que é isso mesmo e que não esperava outra atitude da gente.

Então, aqui, eu concito a todos os deputados a tomarmos uma medida em conjunto para que isso seja uma punição exemplar para todo o Brasil, para que isso nunca mais ocorra, para que isso seja extirpado do nosso meio.

É uma fatalidade, é triste falar de um colega assim, mas ele deu azo a isso e vai responder por isso. Vamos tomar atitude numa punição adequada, exemplar, que, no meu entendimento, é a cassação.

Também quero aproveitar aqui, Sr. Presidente, para falar sobre esse projeto do governador que entrou, do reajuste salarial para as polícias e para algumas classes do funcionalismo.

Eu aqui sinto tristeza por não ter sido incluído todo o funcionalismo público. Muitas classes que necessitam não foram incluídas, mas nós estamos fazendo várias emendas, inclusive lembrando aqui da Fundação Casa, do Detran, de vários órgãos que trabalham também pela segurança e foram excluídos nesse projeto.

E inúmeros outros funcionários que também merecem o devido aumento. Os pedidos que estão chegando para nós, nós estamos providenciando a emenda.

Eu espero que as comissões que forem analisar esse projeto deem atenção, não só a emenda deste deputado, mas dos outros deputados para que a gente possa fazer justiça e trazer o mínimo de conforto para o funcionalismo.

A Polícia Militar, esses 20% não são aumento, não chega nem a ser reajuste porque está abaixo da inflação. Então, é o mínimo que foi feito para o funcionalismo e pelas polícias.

O governador mais uma vez não cumpre a sua palavra, porque ele falou que a nossa polícia seria a segunda mais bem paga do país. Na campanha ele disse isso, prometeu e não cumpriu.

Infelizmente, mais uma vez, o governador de São Paulo, João Doria, não cumpre sua palavra e mostra bem ao que ele veio - a fazer negociatas pelo estado de São Paulo, a desvalorizar o funcionalismo, a não valorizar a polícia, em especial a Polícia Militar, que ficou com um dos piores salários do Brasil.

Com esse reajuste nós vamos deixar de ser o último, mas ainda estamos ali no ranking bem para baixo e possivelmente para a gente conseguir um resultado adequado, nós vamos precisar trabalhar muito.

É isso, Sr. Presidente. Eu agradeço. Peço licença aos colegas porque eu vou para um evento agora com o nosso pré-candidato a governador, o ministro Tarcísio de Freitas. Nós vamos trabalhar para que faça, realmente, São Paulo deslanchar e trabalhar da maneira adequada.

Muito obrigado a todos, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Obrigado, Excelência. Prosseguindo na lista suplementar, deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Presidente Coronel Nishikawa, que preside os trabalhos aqui no Pequeno Expediente. Boa tarde a todos os deputados. Boa tarde a quem nos acompanha pela Rede Alesp. Boa tarde aos assessores.

Estava com saudade aqui da tribuna, fazia tempo que não estávamos aqui. E vim, deputado Coronel Telhada, de Capão Bonito. Estava em Capão Bonito, vi que teria sessão presencial hoje e fiz questão de vir aqui. Região ali do deputado Frederico d’Avila.

E por que eu subi aqui a esta tribuna hoje? Para reforçar todas essas palavras que já foram ditas aqui pelo Major Mecca, Coronel Telhada, Fiorillo, e todo cidadão de bem que tem uma mãe, que tem uma irmã, que tem uma esposa, Mecca, que ouviu as palavras daquele lixo de ser humano. Lixo de ser humano, Coronel Telhada.

Os senhores imaginam, há um mês, há cerca de um mês, antes começar a guerra na Ucrânia, Mecca, vocês imaginam, poderiam fazer esse exercício de imaginação, que um deputado, eleito pelo povo de São Paulo, com a segunda maior votação, poderia dizer palavras como as ditas ali?

Eu, sim. Já escutei muito pior, coisa muito pior dele, mas ali ficou registrado o verdadeiro caráter desse mau caráter. Ficou registrado ali o que ele pensa de mulheres. Mecca, ele diz, se referindo a mulheres refugiadas, fugindo de uma guerra, onde os seus filhos e os seus maridos estão por perder a vida, “elas são fáceis, porque são pobres”.

O mínimo que este Parlamento pode fazer é caçá-lo. Não tem espaço aqui para uma pessoa como essa. Mas ele já fez atos contra deputados aqui, Janaina Paschoal. Tem aí, Machado, contra a Janaina, na Avenida Paulista? Está no ponto? Se não estiver, tranquilo, eu volto aqui no Grande Expediente. Ele puxou um coro na Avenida Paulista contra a deputada Janaina Paschoal, mandando ela ir tomar você sabe o quê.

Ele chamou uma jornalista do Paraná de “maluca do Paraná”. Ele não respeita ninguém. Esse aqui é um amigo dele, que estava com ele na viagem, o Renan Santos, que eu já li um boletim de ocorrência, Mecca, desse vagabundo aqui, por estupro, e eu li nesta tribuna o relato da moça que disse que ele estuprou. Ela voltou atrás depois. Provavelmente foi coagida.

Esse vagabundo aqui anda nos corredores da Assembleia e se refere à deputada Janaina Paschoal: “você é uma porca”. É dessa maneira que ele se refere às mulheres. Tenho outro vídeo aqui, vou passar no Grande Expediente.

Esse mesmo Renan Santos dizendo ali, bêbado, com esse movimento do Arthur do Val, movimento esse que está aqui na Assembleia. Todos os cargos ali do gabinete dele, Coronel Telhada, são de pessoas do movimento.

Esse cidadão aqui, o Renan. que chamou a Janaina de porca, ele dizia o seguinte. “Repitam comigo”, e tinha uma turba ali do MBL. “Se nós não entramos no bar”, e eles repetiam, “nós vamos estuprar a Bárbara”. “Ah, é só uma brincadeira.” Uma brincadeira? Olha como esses tipos tratam as mulheres, seja aqui em São Paulo, Mecca, seja na Avenida Paulista, seja em um país que está em guerra, meu Deus.

Como que um estelionatário eleitoral desses olha para uma fila de refugiadas e só consegue ver prazer, só consegue ver sexo, só consegue tratá-las como objetos, e diz que foi lá ajudar, e diz que foi lá estender a mão? Mentiroso, canalha. Mil vezes canalha! Vai ser cassado por este Parlamento.

Não tem espaço nesta Assembleia Legislativa. Não tem espaço na política paulista. Se eu fosse ele, se restasse um mínimo de dignidade, ele poderia renunciar ao mandato, inclusive amanhã, no Dia da Mulher. Por que não? Porque nós vamos cassá-lo. Nós não aceitamos outra coisa que não seja a cassação.

E só para finalizar, presidente: a deputada Isa Penna fez uma representação em que ela não pede a cassação do Arthur? Logo a deputada Isa Penna não pediu a cassação do Arthur? Pediu o afastamento temporário. A maior pena que ela pede na representação ao Conselho de Ética é o afastamento temporário do mandato. Meu Deus do céu! Não!

Pelo bem desta Casa, pelo bem das mulheres e pelo bem dos homens de verdade, não desses homens de geleia, como esse vagabundo do Arthur do Val, ele vai ser cassado.

Arthur, estamos te esperando aqui no Plenário. Vagabundo! Vem trabalhar pelo menos hoje. Vem aqui à tribuna discutir conosco. Vem aqui, seu irresponsável. Vem aqui colocar as suas justificativas, se é que existem.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Obrigado, Sr. Deputado. Não havendo mais oradores inscritos, encerramos o Pequeno Expediente, dando início aos oradores inscritos no Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Retornamos a esta tribuna na data de hoje. Corroboro, deputado Gil, todas as suas palavras, as suas afirmações, posicionamentos. Como eu já havia falado antes, o problema do tráfico sexual, tráfico de mulheres, é gravíssimo no Brasil e em todo o mundo.

Nós não aceitaremos, como disse o deputado Gil Diniz e como colocamos em nossa representação, não aceitaremos menos do que a cassação desse deputado. Cobramos do Ministério Público o processo legal para que ele responda por aquilo que afirmou.

Queria citar também, Sr. Presidente, que, semana passada, o Sr. Secretário de Segurança Pública, o general Campos, ao lado do Sr. Governador Agripino Doria, também fez uma fala que deixou os policiais do estado de São Paulo envergonhados.

Venho aqui à tribuna desta Casa Legislativa, representando todos os policiais do estado de São Paulo, dizer e externar a vergonha de todos os policiais com aquela colocação sua, Sr. General Campos, secretário de Segurança, que mostrou que não conhece a polícia que comanda.

Na verdade, o senhor não a comanda. O senhor ocupa essa cadeira para representar o desgoverno do estado de São Paulo por esse “desgovernador” João Agripino Doria, que abandonou a Polícia, abandonou os policiais do estado de São Paulo.

Naquele mesmo dia, durante a noite, fui até a 4ª Companhia do 7º Batalhão, na Ladeira General Carneiro, ali no Centro de São Paulo, que fica a poucos metros da sede da Secretaria de Segurança Pública, mostrar a situação de soldados, de cabos e sargentos alojados embaixo da ponte, ou melhor, embaixo do viaduto.

O soldado tem um alojamento sem espaço algum para se trocar. Lá dentro, à hora que eu cheguei, devia estar uns 60 graus, e passa rato, passa de tudo.

Os policiais falam que viciados atiram garrafas com urina na Companhia, que é embaixo do viaduto, algo altamente desrespeitoso por parte do Governo do Estado de São Paulo com os nossos policiais. Aí vai o secretário de Segurança Pública, general, ter aquele tipo de comportamento, querendo o quê, secretário de Segurança Pública?

Querendo agradar ao Agripino Doria, que mentiu para a sua tropa, mentiu para os seus policiais? Engana a família policial do estado de São Paulo e o senhor ainda está preocupado em fazer média com esse desgovernador. Pelo amor de Deus! O senhor sentou nos bancos escolares de uma Academia Militar. Não se preste a isso!

E falo aqui em nome de todos os policiais que não podem se expressar, porque inclusive o senhor, o governador, o Alto Comando das polícias, tiraram a liberdade de expressão dos nossos policiais, que nunca puderam falar aquilo que eles sentem e a verdade do que eles passam no estado de São Paulo, o 24º estado mais rico do planeta. Aqui se arrecada muito dinheiro.

E parece que até é coisa do destino. A Companhia, deputado Gil Diniz, fica embaixo do viaduto, embaixo do impostômetro, que mostra lá os bilhões que já foram recolhidos de imposto de janeiro a março e ficam os nossos policiais à míngua, recebendo salário de miséria. Esses 20% nós sabemos: não representam nem a recomposição inflacionária dos últimos três anos.

Por isso apresentamos emendas a esse Projeto de lei Complementar nº 2. Projeto de lei complementar que deixou de fora os agentes socioeducativos da Fundação Casa. Comentamos agora à tarde aqui em plenário com o líder do Governo, deputado Vinícius Camarinha, acerca dos agentes socioeducativos.

Então, general, a minha fala aqui é para repudiar o seu comportamento em dizer que a sargento se apresentou ao senhor chorando emocionada pelo reajuste salarial. Bom, o senhor deveria ser comunicado por faltar à verdade, porque eu duvido que algum policial chorou de emoção com esse reajuste.

Eu duvido, porque eu estou desde o dia do anúncio desse reajuste procurando um policial que esteja satisfeito e não encontrei nenhum, muito menos algum que estivesse chorando de emoção.

Fica aqui a nossa palavra em nome de todos os policiais do estado de São Paulo, policiais que estão morrendo defendendo o povo e estão abandonados pelo governo.

Nessa tentativa de acenar para os policiais para querer minimizar a rejeição que o Sr. Agripino Doria tem por tudo de mal que fez para o nosso estado, na verdade, é uma possibilidade de respiro tão somente.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

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O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Major Mecca. Convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Nobre deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Nobre deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Nobre deputada Carla Morando. (Pausa.)

Nobre deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Nobre deputado Professor Walter Vicioni. (Pausa.) Nobre deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Nobre deputada Janaina Paschoal. Convido para assumir os trabalhos aqui o nobre deputado Major Mecca.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

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O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PSL - Dando prosseguimento ao Grande Expediente, e dando sequência à lista dos oradores inscritos, chamamos o deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.)

Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. O senhor tem o tempo regimental de dez minutos para uso da tribuna.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Volto aqui a essa tribuna nessa tarde para continuar o meu repúdio ao deputado Arthur do Val.

Arthur, mais dez minutos aqui para você descer ao plenário, se é que está na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo nessa tarde. Eu sei que você não é muito afeito ao trabalho; mas deveria estar aqui hoje pelo menos para tentar se justificar. Estou aqui, Mecca, com várias notas de repúdio.

Várias entidades fazendo uma declaração pública, na Câmara Federal, no Senado Federal, na OAB-São Paulo, o próprio embaixador ucraniano hoje se manifestou, a ministra Damares se manifestou, e muitas outras pessoas, muitas outras autoridades, contra esse irresponsável, no mínimo irresponsável, falaria aqui criminoso, por que não?

E digo isso por conta desses áudios aqui que vocês já devem ter escutado. Mas vamos ouvir novamente. Coloca os áudios, Machado, por favor, ele se referindo às ucranianas, por gentileza.

 

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- É exibido o áudio.

 

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O SR. GIL DINIZ - PL - Realmente é inacreditável, Major Mecca. É inacreditável. E eu pergunto aqui para esse lixo: ele já comprou a passagem de volta ao leste europeu? Porque ele se gabava ali, nesse áudio, para os amigos, que quando chegasse aqui em São Paulo compraria as passagens de volta ao leste europeu.

E ele diz: “assim que essa guerra acabar eu vou voltar.” Ele encontraria o que, deputada Isa Penna, lá na Ucrânia quando a guerra acabar? Viúvas? Mulheres sem os seus filhos, sem as suas famílias, mulheres pobres? Ponha aspas aqui porque foi esse vagabundo que falou. “Mulheres fáceis porque são pobres?” Era esse o intuito do retorno dele ao leste europeu?

E vocês ouviram o que ele diz, “o Renan Santos já me ensinou, o Renan Santos faz o tour de blonde, ele vai para a Europa pegar loiras e ele me diz que não se pode ir para o litoral, tem que ir para a cidade pobre onde você vai encontrar mulher pobre.

E ele tem a técnica.” E ele começa falar sobre essa técnica. Meu Deus do céu, onde nós vamos parar? E o Renan Santos, essa mesma pessoa aqui, deputado Barros Munhoz. Por favor coloque o vídeo que ele fala do estupro, o vídeo que fala do estupro.

 

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- É feita a exibição.

 

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O SR. GIL DINIZ - PL - Isso é brincadeira, senhores? Isso é brincadeira? Sujeito bêbado. Major Mecca, esse sujeito está direto aqui nos corredores da Assembleia, no gabinete do deputado Arthur do Val.

Ele esteve junto com ele nessa viagem, nesse tour pela Ucrânia. Ele que ensine essa técnica para o deputado Arthur do Val, deputado que não respeita esta Casa. Já chamou os deputados aqui de vagabundos, ficou por isso mesmo. Já ofendeu a deputada Janaina Paschoal na Av. Paulista. Por favor, Machado, mais esse. Ofensa à deputada Janaina Paschoal.

 

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- É exibido vídeo.

 

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O SR. GIL DINIZ - PL - Vejam os senhores como ele trata uma parlamentar, a deputada estadual mais votada da história deste País, como ele a trata publicamente na principal avenida do estado mais rico da Federação.

Como, Major Mecca, ele trata uma ucraniana pobre e refugiada, à noite, naquele país que está em guerra? Como ele trata essas mulheres, essas vítimas da guerra, essas viúvas, essas mães que perderam seus filhos?

Este Parlamento não pode aceitar, mais uma vez, ser vilipendiado por esse irresponsável que ultraja as nossas mulheres. Respeite, Arthur, respeite as nossas mulheres, seu lixo, seu verme, seu vagabundo, seu moleque!

E como você diz, Arthur, você fede. Faço aqui, presidente, este apelo aos 93 parlamentares, que votem pela sua cassação. Nós não podemos permitir que esse cidadão ocupe este espaço.

E peço aqui, deputada Isa Penna, escusas. Vossa Excelência veio aqui, me mostrou a sua representação. Eu tinha lido parte dela para uma matéria que saiu agora há pouco, então peço aqui desculpas publicamente e peço que V. Exa. também se posicione, como se posicionou pela cassação desse sujeito, V. Exa. que sentiu isso aqui na pele neste plenário. Isso a gente não pode permitir.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PSL - Muito obrigado, deputado Gil Diniz. Deputada Isa, posso só chamar o último orador e eu já abro a palavra para a senhora?

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Lógico.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PSL - Chamando o último orador do Grande Expediente, deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Isa, tem a senhora a palavra pelo Art. 82.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL – PELO ART. 82 - Olá a todas e todos que me acompanham pela TV Alesp. É com muita, muita repulsa, eu lamento mesmo vir mais uma vez a esta tribuna, ver esta Casa Legislativa, que é a maior casa legislativa da América Latina, associada a algum crime sexual.

Sim, senhoras e senhores, crime sexual. Nós estamos ouvindo o que é um planejamento daquilo que se configura como turismo sexual, quando você faz uma viagem com essa intenção.

Aliás, muitos vêm para o Brasil procurando as mulheres pretas, as mulheres morenas, assim como muitos vão para o leste Europeu, que é um dos campeões, assim como nós, o nosso País também é um dos campeões de tráfico sexual.

Eu já atendi uma vítima de tráfico sexual, que tinha escapado. Eu não me lembro de ter visto uma mulher tão em estado de choque a ponto de não conseguir, ela esqueceu como se falava depois de tanta violência. Ela estava em tão estado de choque que ela não conseguia falar.

Então, assim, o deputado Arthur do Val envergonha esta Casa Legislativa e se revela. É evidente que todo mundo já sabia do lado das declarações machistas em outros momentos que ele já tinha dado, mas essa coloca em outro patamar. Por quê? Primeiro, porque ele, no áudio, em nenhum momento menciona qualquer empatia com a situação daquelas mulheres.

Ele está vendo que pode ser o começo de uma terceira guerra mundial e ele ali, naquele momento, vê aquelas mulheres passando por aquela situação e as trata como o que ele acha de fato que as mulheres são: objetos a serem consumidos, presas a serem cercadas e a serem atacadas.

Então, o meu máximo repúdio. Fui a primeira a entrar com um pedido de cassação aqui, porque depois de ouvir o áudio, não há dúvida sobre o crime que se configura com esse áudio.

Quero dizer também que eu fui pega com muita tristeza hoje. Vendo que eu entrei com um pedido, né, logo no começo, hoje eu recebi algumas ligações de jornalistas que disseram terem sido informados por deputados do Partido dos Trabalhadores que eu não entrei com um pedido de cassação, que eu e o Arthur temos um acordo para eu passar um pano para ele.

Eu quero dizer para qualquer que tenha sido, de qualquer partido que seja, para esse desgraçado que está tentando associar o meu nome com uma passada de pano para essa situação que não me conhece, e que não vai colar para quem me conhece.

Não vai colar porque eu fui a primeira - e aí eu vou pedir para exibirem a imagem aqui, rapidamente, se for possível dê um zoom. A segunda imagem eu grifei. Ali, está ali: “perda de mandato”.

Então eu quero mandar um recado para quem está tentando me difamar, para quem está tentando colocar minha atuação em questão que não haverá arrego. Não tem arrego.

Da parte das mulheres, há uma luta nossa para existir, para estar ali de pé, com o meu corpo, sem ser assediada, para não ter uma experiência de assédio quase todos os dias desde que eu entrei para o Legislativo brasileiro como assessora, como vereadora, como deputada. Eu nunca, nunca, nem tenho a capacidade, dentro de mim...

Não é para isso que eu estou na política. Eu estou na política para defender aquilo que é justo. Então, eu queria deixar bem claro e mandar um recado bem claro que se continuarem usando - e a gente sabe muito bem quem está usando - na internet para associar a minha imagem a de um cara que fez uma apologia ao turismo sexual, sendo que eu fui vítima aqui nesta Assembleia do primeiro caso de assédio sexual que foi punido na história do Brasil, Sr. Presidente, não haverá tolerância. Haverá medidas, haverá denúncias, haverá guerra.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PSL - Muito obrigado, deputada Isa Penna.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PSL - Pela ordem, deputado Gil.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, só uma breve comunicação antes de pedir o levantamento dos trabalhos?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PSL - Pode fazer o uso da palavra.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, nós precisamos lembrar aqui que o deputado Arthur do Val é - ou era - pré-candidato pelo Podemos, pré-candidato ao governo do estado de São Paulo. Foi, deputada Isa, candidato à Prefeitura de São Paulo, e tinha na sua chapa uma senhora chamada Adelaide, que eu respeito, e hoje é assessora no gabinete dele e não o repudiou.

Espero ainda que ela o repudie. Não é por um cargo ou um salário que se deve se dobrar dessa maneira. Mas continuo a respeitando se ela assim não o fizer.

Mas, presidente, o Podemos do Sérgio Moro. A gente precisa lembrar que o Moro, dias atrás, estava ao lado desses dois, Renan Santos e Arthur do Val, no congresso do MBL. E disse que o MBL era mais importante que os próprios partidos para a disputa eleitoral.

Naquele vídeo que eu coloquei, o Arthur xingando a deputada Janaina Paschoal, o governador João Doria estava naquele palanque, minutos antes ou minutos depois. Então é esse tipo de político que nós queremos excluir da vida pública.

Pedi a cassação do Arthur. Estou entrando com uma solicitação de CPI para investigar o financiamento dessa viagem, a vaquinha que foi feita pelo MBL: 250 mil reais. Que eles dizem, que conseguiram, para fazer o quê? “Tour de Blonde” no leste europeu? Eles precisam prestar contas desse recurso. De onde veio esse recurso?

O senhor imagina, presidente: o senhor faz uma vaquinha e consegue 250 mil reais, num ano eleitoral? Vossa Excelência é aliado do presidente Bolsonaro. Quando a deputada Janaina Paschoal cobrou transparência nessa arrecadação, sabe-se lá, gastos onde e com o quê, na Ucrânia, foi ali que o Renan Santos, dono do MBL, o que bota o Arthur do Val na coleira, vem e chama a deputada Janaina Paschoal de porca.

Então estão escondendo. Estão escondendo de onde vem esse financiamento. Mas já estamos entrando com um pedido de investigação em todas as esferas possíveis: no estado de São Paulo e na esfera federal, em Brasília, Polícia Federal e Ministério Público Eleitoral.

A gente não pode permitir que isso continue acontecendo dentro da maior Assembleia Legislativa da América Latina. A cassação é o mínimo que esse lixo de ser humano merece nesse momento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Se houver acordo das lideranças, levantar a presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PSL - Muito obrigado, deputado Gil. É o que o povo de São Paulo, o povo do Brasil e do mundo espera em relação a essa atitude do deputado Arthur do Val: é a responsabilização à altura. Porque trata-se de um caso gravíssimo.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca Vossas Excelências para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 32 minutos.

 

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