15 DE MARÇO DE 2022

1ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: WELLINGTON MOURA

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - WELLINGTON MOURA

Assume a Presidência e abre a sessão. Coloca em discussão o PL 96/22.

 

2 - DOUGLAS GARCIA

Discute o PL 96/22.

 

3 - PROFESSORA BEBEL

Discute o PL 96/22.

 

4 - RICARDO MADALENA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

5 - MARINA HELOU

Discute o PL 96/22.

 

6 - BARROS MUNHOZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

7 - MAURICI

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

 

8 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA

Acolhe a questão de ordem, para respondê-la oportunamente.

 

9 - JOSÉ AMÉRICO LULA

Discute o PL 96/22.

 

10 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

11 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Discute o PL 96/22.

 

12 - MÁRCIA LULA LIA

Discute o PL 96/22.

 

13 - ENIO LULA TATTO

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

14 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PL 96/22 (aparteado pelo deputado Douglas Garcia).

 

15 - ADALBERTO FREITAS

Discute o PL 96/22.

 

16 - PAULO LULA FIORILO

Discute o PL 96/22 (aparteado pelo deputado Carlos Giannazi).

 

17 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

18 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA

Pede o apoio dos deputados para que o PL 96/22 seja votado ainda nesta sessão.

 

19 - CAIO FRANÇA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

20 - TEONILIO BARBA LULA

Discute o PL 96/22.

 

21 - ERICA MALUNGUINHO

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

22 - ANALICE FERNANDES

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

23 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA

Pede novamente o apoio dos deputados para que o PL 96/22 seja votado nesta sessão. Encerra a discussão do PL 96/22. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de método de votação. Coloca em votação e declara aprovado o PL 96/22, salvo emendas, subemendas e substitutivo, restando prejudicado o substitutivo.

 

24 - DOUGLAS GARCIA

Pela ordem, declara voto contrário ao PL 96/22, salvo emendas, subemendas e substitutivo.

 

25 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA

Coloca em votação, englobadamente, e declara aprovadas a subemenda às emendas 7 e 8 e a subemenda às emendas 10, 11, 12 e 15, restando prejudicadas as respectivas emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as demais emendas ao PL 96/22.

 

26 - MÁRCIA LULA LIA

Declara voto favorável às emendas do PT ao PL 96/22.

 

27 - GIL DINIZ

Declara voto contrário ao PL 96/22.

 

28 - DELEGADA GRACIELA

Declara voto favorável ao substitutivo ao PL 96/22.

 

29 - VINÍCIUS CAMARINHA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

30 - VINÍCIUS CAMARINHA

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

 

31 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA

Acolhe a questão de ordem, para respondê-la oportunamente.

 

32 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

33 - DRA. DAMARIS MOURA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

34 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA

Lembra a realização da próxima sessão extraordinária, com início previsto para as 18 horas e 50 minutos. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Wellington Moura.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior. Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM  DO  DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Discussão e votação do Projeto de lei nº 96, de 2022, de autoria do Sr. Governador. Em discussão.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela liderança, para conceder a palavra para a deputada Bebel.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Nós estamos já em discussão. Os deputados podem se inscrever agora para discutir contra ou a favor do projeto.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - A Bebel vai se inscrever então, a favor do projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - O deputado Douglas Garcia se escreveu primeiro, para discutir contra o projeto. Tem o tempo regimental de 15 minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, quero aqui cumprimentar a todos os deputados desta Casa de Leis.

Com relação ao projeto, Sr. Presidente, sei que esse projeto é de autoria do governador João Doria, ele prevê a distribuição gratuita de absorventes, mas, como eu já disse muitas vezes, esse governo quebra as pernas da população, para depois oferecer as muletas, e sair como bonzinho. Então, já adianto que eu votarei “não”.

Sr. Presidente, uma das coisas que me leva também a subir a esta tribuna é o absurdo... Eu tive muitas denúncias no meu gabinete, que eu recebi, mas essa denúncia específica, deputada Professora Bebel, mexeu muito comigo, porque tem a ver com a questão de Educação, e a senhora sabe que eu brigo bastante com relação à Educação, para que as crianças do estado de São Paulo tenham acesso à Educação.

Eu queria poder mostrar essas imagens aqui logo no Pequeno e no Grande Expediente, entretanto, eu não consegui. Apenas gostaria de trazer a notícia aqui agora, durante a discussão desse projeto de lei, porque, senhores, isso muito me chocou, e saiu, inclusive, na imprensa. Aqui: “Polícia investiga escola infantil por maus-tratos de alunos em São Paulo. Vídeo mostra crianças chorando e presas com camisa de força no banheiro”.

Isso aconteceu, senhores, aqui na Zona Leste da cidade de São Paulo. Imagens mostram crianças imobilizadas em cadeiras de bebês com lençóis. Pais de alunos acusam diretora da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica de maltratá-las. O G1 - isso aqui saiu no G1 - não localizou a direção para comentar sobre esse assunto, e isso, inclusive, está sendo investigado neste momento pela Polícia. A Polícia apura ainda se os bebês foram colocados em risco, e outras situações absolutamente precárias.

Senhores, as imagens são extremamente fortes, e, infelizmente, não vou conseguir trazer os vídeos aqui, mas isso foi um verdadeiro absurdo, isso foi nojento, isso foi uma das coisas que mais me chocou neste ano de 2022, e olha que a gente teve muitas coisas que aconteceram de ruim este ano, porém esta daqui, eu juro por Deus que eu vou usar todas as minhas forças enquanto deputado estadual para lutar contra esse tipo de crime. Isso foi tortura, as crianças, bebês sendo torturados na escola de educação infantil.

E mais, eu tive aqui relatos de alguns pais. A mãe que identificou o filho de quase dois anos no vídeo que circula na internet prestou depoimento à Polícia, a quem ela disse: “identifiquei meu filho em dois vídeos, o primeiro ele estava em um banheiro com mais quatro crianças amarradas e, no segundo, estava chorando com mais três bebês em uma sala no escuro”.

Segundo ela, seu filho ficou com sequelas em razão do trauma que sofreu. “Ele vem apresentado nervosismo intenso, dificuldade para dormir, ele chora quando vamos colocar ele na cadeirinha do carro. Sabe? Nós achávamos que era de desenvolvimento dele, mas, hoje, com todas essas informações, sabemos que é devido a forma que ele era tratado. Ele estudava lá desde os onze meses”.

Não só essa mãe, como nós temos outra mãe aqui, deputada Márcia Lia, de uma menina de um ano e quatro meses. Ela contou que algumas professoras informaram que as crianças passavam o dia inteiro de castigo na sala da diretora e que as crianças que estavam fazendo desfralde ficavam trancadas no banheiro durante horas.

Isso aqui é absolutamente desumano. A bebê dela ficava no berçário e ela disse: “Minha filha ficava sem comer. As crianças que choravam muito eram amarradas em um bebê conforto com um lençol, como se fosse uma camisa de força, e deixavam eles trancados dentro do banheiro”.

Eu puxei aqui, de algumas matérias - essa saiu na Gazeta Brasil, se não me engano -, as imagens de como algumas dessas crianças ficaram. Olha só, as crianças absolutamente presas em cadeirinhas de bebê, sem comer, no absoluto escuro, sendo tratadas...

Mas nem animal a gente trata assim. Essa criança está sendo tratada pior do que qualquer coisa que vocês possam imaginar. Isso daqui é desumano. Isso é cruel. Isso é um absurdo.

Isso aqui aconteceu em uma escola de educação infantil na zona leste da cidade de São Paulo, de acordo com as informações trazidas pela imprensa. Nós precisamos lutar. Não sei se é conveniada, deputada Márcia Lia, mas com certeza a gente vai buscar essas informações para trazer.

Inclusive, vamos enviar alguns requerimentos, já adianto aqui à deputada Professora Bebel e a outros deputados que fazem parte da Comissão de Educação, nós vamos entrar com requerimentos na Comissão de Educação desta Assembleia Legislativa, para que se debruce a respeito desse caso.

É um absurdo, senhores. Isso é crueldade, isso é desumano, isso é cruel, isso é baixo, isso é vil. Esses canalhas responsáveis por essas ações contra essas crianças, de tortura, mantendo essas crianças nessas condições absolutamente precárias, precisam ser responsabilizados pelo estado.

Eu vou acompanhar de perto as investigações que estão acontecendo na Polícia Civil. Vamos utilizar a Comissão de Educação desta Assembleia Legislativa, sim, para acompanhar de perto aquilo que está acontecendo.

Nós não vamos descansar, para lutar contra esse absurdo, contra os maus-tratos às crianças, principalmente àquelas que não podem se defender, principalmente àquelas que não têm condições de ter autodefesa.

Covardes! Canalhas! Imundos! Aqueles responsáveis por maus-tratos a essas crianças são seres nojentos. Não posso dizer aquilo que os senhores merecem, porque o decoro não me permite.

Não posso dizer aquilo que os senhores merecem por estar na tribuna de uma Assembleia Legislativa, mas eu juro por Deus que vamos lutar para que a Justiça seja feita e os pais dessas crianças e essas crianças sejam justiçados, para que os responsáveis por essas atrocidades estejam atrás das grades, para que os responsáveis por essas atrocidades venham responder com o rigor da lei.

Já são inadmissíveis os casos de tortura às pessoas que têm as mínimas condições de autodefesa, a um adulto; agora, fazer isso com crianças é absolutamente desumano, vil, cruel e nojento. Eu juro por Deus que não vamos descansar até que os responsáveis por essas atrocidades paguem na Justiça, para que sejam presos.

Imediatamente, já vou requerer à Comissão de Educação para que se debruce a respeito desse caso e acompanhe em direto a polícia, as delegacias de Polícia, a Polícia Civil do Estado de São Paulo, que está fazendo o acompanhamento daquilo que aconteceu nessa escola da zona leste de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Para falar a favor, a Professora Bebel. Tem o tempo regimental de 15 minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento toda a assessoria, a assessoria à minha esquerda, à minha direita, senhoras e senhores, deputados e deputadas, assim como a todos os que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.

Eu subo a esta tribuna e falo favorável a este PL 96/22, primeiro porque nós já tínhamos proposituras na Casa.

Tinha um PL da Delegada Graciela, assinado por um conjunto de deputadas; um da deputada Márcia Lia; o meu PL 597, que versam sobre o mesmo tema. Impressionante, e eu me pergunto sempre qual é o problema de o governador assumir os PLs dos deputados.

Nenhum problema, porque se nós formos olhar o PL 96, ele não tem, deputado Barba, nada a mais. Faltam elementos, mas não difere dos que estão na Casa. Poderia ter sido apensado, transformado num PL da Casa.

E que legal, a Casa estaria assumindo o seu papel de legislar sobre uma causa nobre, que é a dignidade íntima, tema tão difícil para nós, mulheres, sobretudo quando estamos nas escolas públicas e entramos na puberdade.

Enfim, espero que eu possa falar o termo aqui que a gente, mas que nós, meninas, menstruamos e passamos, quando na pobreza, por dificuldade. Às vezes não tem o absorvente higiênico e por que não ter isso, o poder público assumir isso como política pública, sim! Então quantas vezes nas aulas de Educação Física você não prevê o momento que vai se menstruar?

Então você está lá, nem percebeu, e os meninos riem e aquela coisa toda. Então deixa você numa situação vexatória. A gente fica incomodada e até com um certo receio, falando: “Por que só com a gente, mulheres?”, quando isso é dignidade; é uma coisa que faz parte até da natureza do ser mulher, específico nosso. Então o PLC 96/22 não tem que ser apedrejado.

Nós vamos votar favorável, por óbvio que sim, e porque também incorporou dessa vez, deputada Márcia Lia, emendas que aprimoram. Por exemplo, hoje não é mais só o absorvente que se usava sempre.

Hoje tem um dispositivo plástico que é lavável e que também pode então... Isso está previsto nas emendas, foi incorporado, assim como foi incorporada também a questão do Meio Ambiente, que trata dessa questão.

Então este PL trata desta forma e isso então nos leva de maneira tranquila a apoiar, assim como apoiar também o substitutivo da Delegada Graciela, que incorporaria também a totalidade. Hoje teve o congresso de comissões e foi aprovado o PL, inclusive com nosso voto, é claro, aprovando as emendas e aprovando o substitutivo também.

É importante agora, eu quero fazer o uso da palavra e pediria a atenção dos nobres deputados e deputadas, que o dia de hoje, acho que para todas as bancadas, é um dia de troca dos seus líderes, de suas líderes mulheres. E eu então deixo a liderança da bancada do Partido dos Trabalhadores.

Nós vamos ter como líder a deputada Márcia Lia. Que bom entregar a liderança - não que foi ruim. Nós tivemos, claro, uma liderança brilhante de um homem, que foi o deputado Barba, e ficou até por duas gestões pelo nosso apoio; e junto comigo também estava na Minoria, deputado José Américo, que fará uso da palavra aqui. Ele vai fazer apresentação do nosso novo líder da Minoria.

Mas eu estava dizendo que para mim é uma honra, deputada Márcia Lia, passar para a senhora a Liderança, e ao mesmo tempo, por óbvio, tenho certeza que V. Exa. fará uma belíssima Liderança, calcada nos nossos princípios.

A bancada nossa é uma bancada unificada, e é uma bancada que tem alta qualidade no debate político, no debate sobre os diversos temas, e tem a capacidade de articulação também, isso é muito importante, porque liderar não é para a bancada, mas a gente lidera com os outros companheiros, deputados e deputadas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Eu, por exemplo, iniciei a minha gestão, minha legislatura aqui, eu e a deputada Janaina em total divergência. É verdade que nós vamos continuar com as nossas divergências. Nós entendemos que em muitos pontos dava para convergir, por que não? E convergimos, divergimos, e assim foi; e tocamos com o mais alto grau de respeito entre nós, assim como outros deputados.

O deputado Douglas Garcia hoje ele pulou uns dois partidos, e chegou num outro partido hoje. Mas está aí também na esteira de quem nós articulamos muito bem, como também me articulei muito bem com outros deputados, de espectro político diferente do meu. Diferentes, totalmente, do nosso.

Então o exercício de ser líder nos dá essa capacidade, ele é muito, e é muito interessante, porque quando a gente entra deputado, você entra, sim, fortemente eivado pela questão ideológica, e ela tem que ser. Mas a articulação também pode levar a avanços ideológicos.

Eu quero deixar essa liderança até, deputada Graciela - é que ela está ocupada ali no cantinho – se ela puder me ouvir - eu, um dia, conversando com a senhora, até vou fazer esse convite para a senhora agora, nós conversávamos sobre o triste confisco dos salários dos aposentados e pensionistas que foi aprovado aqui nesta Casa, na reforma da Previdência.

Vossa Excelência veio até mim e disse, “Bebel, vamos juntar, e vamos criar um PDL da Casa para derrubar esse confisco dos aposentados e pensionistas”. Mas é um PDL da Casa; não é da bancada “A”, não é da “B”, não é da “C”. não é da “D”; nós vamos juntar, enquanto Casa, e colocar isso em pauta.

A hora que o governo colocar a sua pauta, nós vamos colocar a pauta também dos aposentados e pensionistas. O que é importante para ele também é importante para os aposentados e pensionistas.

Nós temos o dever de devolver esse direito a esse setor, a essa parte do funcionalismo público, que foi duramente agredida pela reforma da Previdência. Nós temos que fazer esse desenho, porque a nossa bancada, a bancada do Partido dos Trabalhadores, apontava para o processo.

Eu usava um outro termo, até: “desaposentação”. Muitas vezes chamada de mentirosa, muitas vezes desacreditada, mas creio, deputada Graciela, que nós podemos, sim, levantar essa bandeira, para que a Casa devolva o direito dos aposentados e pensionistas.

Não vai adiantar o meu PDL sozinho, porque não vão dar palanque para nós, nem o da senhora, o do deputado Giannazi também e de outros. Mas se juntarmos força a gente consegue, com certeza.

Por último, não menos importante, eu vou pedir a atenção dos senhores sobre a dita nova carreira e vocês hão de dizer: “Mas essa deputada nunca se contenta com nada? Ela não vê nada de positivo?”

Não, porque não tenho como dizer que seja positivo algo que, por exemplo, está sendo apresentado em um final de um governo sem nenhum debate com as entidades representativas do funcionalismo público, do Magistério, e nós temos que, na calada da noite, criado no gabinete, no último mês de governo deste governador, também no último mês, suponho, do secretário Rossieli, aprovar esse projeto de lei que vai ser o desmonte da carreira dos profissionais da Educação no estado de São Paulo.

E eu vou de novo dizer para vocês, não caiam nessa de que é bom, como falaram para vocês, que o PLC 16, 26 era bom, que não tinha problema nenhum e vocês andam o estado de São Paulo e estão sendo cobrados. Se aprovado isto aqui, os senhores serão cobrados, porque acabou com a carreira de uma das mais importantes categoria do funcionalismo público.

Por que que acabou? Porque acaba, por exemplo, com a forma de evolução pelo tempo de serviço, como se fosse negativo, impõe só provinha, avaliação. E eu pergunto aqui para os policiais, vocês querem ter salário mediante avaliação ou vocês querem reajuste salarial?

Vocês querem reajuste salarial. Então não votem para nós esse tipo de coisa, votem para nós em reajuste salarial. É isso que nós queremos. Retirem disso aqui a tabela dos 10% e destaquem, por favor, não nos coloquem numa encalacrada, que se não votar isso aqui não tem 10% para os professores.

Tem como fazer isso, sim, porque nós fizemos no PLC 26 separando a votação, nós fizemos votação separada, nós fizemos votação separada no 410, e aqui pode fazer uma votação separada também para não nos obrigar a votar porque tem 10% para os professores aqui nessa carreira.

Se tem um PL que trata, um PLC que trata de reajuste, então que nos coloque lá os 10%, retire da tabela que está aqui, porque isso é uma injustiça, isso é chantagem, isso é jogo sujo e isso nós não vamos admitir.

Os professores, amanhã, estarão na Paulista. Aliás o funcionalismo público estará, porque nós vamos protestar quanto a isso aqui. Isso aqui é enganação, isso aqui é inverdade, isso não é verdade. Todas as vezes que eu subi aqui todo mundo pergunta: “Mas você só fala contra.” Mas como é que eu vou falar a favor se nada foi a favor, se na prática demonstrou o que a gente falou.

Então, por favor, por um crédito na nossa profissão não votem do jeito que está nisso aqui. No mínimo tirem a tabela do reajuste pra que nós possamos discutir outros pontos.

Falei com o líder do governo, mandamos, só eu tenho 87 emendas, vocês fizeram emendas para poder aprimorar, para poder, no mínimo, melhorar e retirar a tabela dos 10% daqui desse PLC nº 3.

Muito obrigada.

 

O SR. RICARDO MADALENA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado. Chamando só a próxima inscrita, a deputada Marina Helou para falar a favor.

 

O SR. RICARDO MADALENA - PL - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Uma comunicação, deputado Ricardo.

 

O SR. RICARDO MADALENA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Quero agradecer aqui o governador de São Paulo por este Projeto 096 de 2022, que nós idealizamos esse projeto em 26 de maio de 2021.

Comunicamos à presidenta, primeira-dama do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo, Bia Doria, que solicitamos a criação de um programa para distribuição de absorventes higiênicos para a população feminina vulnerável do estado de São Paulo.

Devido a essa pandemia que nós estamos vivenciando, é óbvio que nós teríamos essa situação pela qual nós estamos passando, o desemprego, enfim, quantas pessoas não têm necessidade da primeira higiene, que seria a refeição em casa?

E agora dignidade íntima, esse projeto que já vem sendo legalizado no estado de São Paulo, atuante, acontecendo, e agora com esse projeto de lei que nós vamos aprovar na data de hoje.

Era só esse comunicado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Está registrado, deputado. Com a palavra a deputada Marina Helou.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, presidente. Boa tarde a todas e todos. É uma alegria a gente estar aqui hoje, pela primeira vez presencialmente neste ano, no dia em que a gente comemora três anos de mandato.

Esta legislatura começou dia 15 de março de 2019. Nós tomamos posse e hoje estamos aqui, de novo, reunidos, o que é um grande avanço. É importante que a gente possa ter sessões presenciais, é a hora, é assim que a gente avança na construção de soluções para as pessoas que estão com fome, que estão com a educação extremamente prejudicada, que estão com uma vida difícil.

É nosso papel como deputados e representantes dialogarmos e construirmos soluções efetivas. Então celebro aqui hoje três anos de mandato, celebro estarmos juntos voltando ao presencial.

Começo parabenizando a deputada Bebel pela liderança, a deputada Márcia Lia, que assume agora um desafio. É importante mulheres assumindo esse papel. A deputada Bebel, de fato, foi uma boa liderança para a Casa. Acho que a gente tem um avanço importante aqui em reconhecer isso e trabalhar em conjunto por soluções.

Subo aqui na tribuna também fazendo coro com o deputado Douglas, que trouxe aquele caso horroroso dos bebês daquela escola infantil. É inaceitável. Eu não vou me distender aqui sobre a questão em si, acho que todo mundo já sabe.

Vou só reiterar que das diversas leis que foram infringidas foi também uma lei aprovada por esta Casa, que é a Política Estadual pela Primeira Infância, que garante dignidade para as crianças de zero a seis anos.

É inaceitável, e quando a gente fala de diálogo, de construção de pontes, é com pessoas que pensam diferente, a gente se soma na proteção dos temas das pessoas mais importantes, as crianças, a prioridade absoluta deste Estado. Então conte comigo no repúdio a essa ação, e que a gente possa, juntos, encontrar forças para que isso não aconteça com mais nenhuma criança no nosso Estado.

Subo aqui também para celebrar um avanço importante que a gente tem hoje na aprovação do PL “Dignidade Íntima”. Eu sou, junto com outras deputadas aqui, junto à Delegada Graciela, coautora do projeto “Menstruação sem tabu”, um projeto importantíssimo, que antes de a discussão chegar em âmbito federal já pautava nesta Casa a importância de a gente combater a pobreza menstrual, de a gente levar dignidade a todas as meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade e garantir itens de higiene básico para todas as pessoas.

Mais do que isso, para a gente quebrar o tabu em relação à menstruação. Isso faz parte da vida das mulheres, faz parte de a gente criar políticas públicas com esse enfoque. A gente avança hoje aqui aprovando esse projeto “Dignidade Íntima”, que vem na esteira desse movimento que a gente montou, que a gente construiu juntos, mas que se limita às escolas.

Infelizmente o nosso projeto tem uma abrangência muito maior, infelizmente tem um corte, um limite, mas a gente conseguiu avançar também nesse tema. O projeto “Dignidade Íntima” prevê apenas as escolas estaduais.

O que a gente colocou é uma emenda acatada hoje por esta Casa, que a gente avança, que é garantir que as Etecs, que o Centro Paula Souza também seja contemplado dentro desse projeto de dignidade íntima, que as alunas do ensino técnico do estado de São Paulo em situação de vulnerabilidade possam ter acesso a absorventes menstruais, possam ter acesso à sua dignidade.

Seguindo nessa lógica, queria reiterar a importância de a gente valorizar o Centro Paula Souza, valorizar as Etecs, as Fatecs nesta Casa. Por muito tempo a gente não deu o devido espaço e a importância que eles têm dentro da perspectiva de um ensino técnico e tecnológico, de levar os nossos jovens a ter acesso a emprego e renda, a levar a ter uma educação de qualidade melhor.

Professores que fazem e fizeram um grande esforço durante a pandemia para manter a qualidade da educação, tanto nas Etecs quanto nas Fatecs. E por entender que essa é uma defesa extremamente importante quando a gente coloca a educação no centro, quando a gente coloca nossos jovens como prioridade, quando a gente pensa no futuro, que a gente vem trabalhando para que não só esse Projeto de lei “Dignidade íntima” também atenda o Centro Paula Souza, como também seja central em todos os projetos.

E por isso sou autora também de uma emenda no projeto que trata do aumento dos funcionários públicos específicos dos Centro Paula Souza.

Sei que muitos colegas colocaram aqui emendas amplas garantindo que a reposição salarial e o aumento de 20% sejam para todas as carreiras, o que eu acho muito justo, uma vez que neste momento em que o estado de São Paulo tem caixa e tem recurso, valorizar os nossos profissionais tem que ser nossa prioridade, ao escolhermos os profissionais da Saúde e os policiais, acertamos.

Ao colocar uma nova carreira que prevê um aumento para os professores, acertamos. Mas não podemos deixar de fora os professores do Centro Paula Souza.

Garantir que toda a educação seja valorizada, garantir que todos os professores possam ter a reposição salarial e o aumento de 20%, é o nosso papel. É colocar a educação no centro, é colocar os jovens no centro, é colocar a tecnologia e a geração de emprego e renda no centro das políticas públicas.

Por isso que eu sou autora do projeto de lei que trata da reposição salarial e aumento para o funcionalismo público. Prevê o aumento não só de 10%, mas de 20% também para os professores do Centro Paula Souza, enquanto a gente ainda não discute uma nova carreira, porque enquanto é verdade que é importante a gente estar discutindo a carreira dos professores, a gente também precisa, junto com eles, construir uma nova carreira para os professores das Etecs e Fatecs do estado de São Paulo.

Finalizo esse tema hoje dizendo que amanhã é o Dia Mundial das Mudanças Climáticas. As mudanças climáticas são uma realidade do nosso planeta, queiram vocês ou não, discutam vocês ou não, há evidências e está claro que é uma realidade que a gente não tem como lutar.

A gente precisa rapidamente colocar as mudanças climáticas em perspectiva como uma urgência e uma emergência da nossa forma de fazer política, para que a gente se prepare para as mudanças que vão acontecer, para os impactos do clima que já estão acontecendo. Nunca choveu tanto e, ao mesmo tempo, nunca ficou tanto tempo sem chover.

A gente tem inundações, a gente tem população vulnerável sem acesso à habitação morrendo, literalmente, e ao mesmo tempo a gente vai ter períodos de seca, estiagem e falta de água. Às vezes já acontece. Quem é do interior e já vive em cidade que está faltando água? A gente já está vendo que isso está acontecendo.

Não dá para negar os impactos do clima na nossa vida. Por que a gente não coloca isso como pilar central na formulação de políticas públicas? Por que a gente não garante que a gente tenha tanto um projeto de mitigação quanto um projeto de reflorestamento e diminuição das mudanças climáticas? Essa é uma das minhas prioridades.

A gente tem um projeto de lei que decreta emergência climática no estado de São Paulo, que garante um fundo para garantir que todos os impactos das mudanças climáticas tenham recursos para que eles sejam de fato endereçados, e ao mesmo tempo cria de forma transversal, em todas as áreas, estratégias para mitigar e nos adaptarmos às mudanças climáticas. O projeto de emergência climática está em tramitação aqui na Casa.

Eu peço que os senhores leiam, se apropriem desse tema e me procurem se tiverem dúvidas, que a gente possa discutir e avançar em um tema que é fundamental para o futuro.

Não dá para a gente achar que a gente pode ficar negando esse tema, porque a realidade bate à porta. E a gente pode pensar isso de uma forma mais inteligente se a gente se preparar e estrategicamente colocar as mudanças climáticas como uma emergência no nosso estado.

Quero terminar então a fala aqui agradecendo a presença de todos, celebrando a aprovação do Projeto de lei “Dignidade Íntima”, que a gente contribui com uma emenda incluindo as alunas do Centro Paula Souza, das Etecs e das Fatecs, e com uma emenda que garante o direito a outras formas de absorvente para as nossas alunas, que não limita apenas a absorventes descartáveis, mais permite que elas possam ter opção entre o copinho, entre absorventes renováveis, entre as várias formas de dignidade menstrual, e as várias formas de higiene íntima que existem hoje.

Então a gente também colocou essa emenda, também está sendo acatada. Acho que é uma grande contribuição também na perspectiva de sustentabilidade, mas também de escolha para as nossas alunas. Agradeço a oportunidade, a fala, e “bora” votar.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Em primeiro lugar para, oficialmente, comunicar o meu afastamento do PSB, querido PSB. E para a minha volta ao também querido PSDB. As razões, eu já explicitei. Eu volto para meu antigo ninho.

Já fui do PSDB, com muito orgulho, com muita satisfação. Por esse partido, eu fui três vezes líder de Governo. Fui duas vezes presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Sempre tive, por ele, o maior respeito.

Da mesma forma, quero agradecer a acolhida que tive nesse partido extraordinário que é o PSB de São Paulo. Márcio França é uma figura extraordinária, admirável.

Seu filho Caio, um exemplo de cidadão, de pessoa e de político. E todos os companheiros. O Vinícius Camarinha, que é o nosso líder do Governo hoje. O Carlos Cezar, o Ed Thomas, o Rafael Silva, o Rafa Zimbaldi, o Engler. Enfim, foram sete companheiros que eram verdadeiros irmãos. É difícil tomar uma decisão como essa.

Eu gostaria de ficar sempre no mesmo partido, com as mesmas pessoas. Mas isso, na política, às vezes é impossível. Então, feito esse registro, quero agradecer a acolhida dos companheiros. Da líder Analice Fernandes. Certamente, dos demais companheiros com quem vou conviver.

E agradecer, de coração, tudo aquilo que o PSB me proporcionou. Espero continuar trabalhando por São Paulo acima de tudo, e pelos municípios que eu represento, acima de tudo. Sou um deputado distrital, e tenho consciência disso.

Depois, Sr. Presidente, se me permite, eu queria lamentar profundamente o falecimento de João Carlos Coelho Rocha. Talvez ninguém saiba quem é. Todo mundo conhece, no meio do Transporte de São Paulo, o Néia. Porque ele começou no Metrô, um engenheiro fantástico. Ele era de Mococa. Ele jogou no Radium de Mococa. Um servidor público extraordinário, exemplar.

Foi um dos artífices do trabalho de criação da Artesp. Enfim, uma figura que deixou saudade, e deixou exemplo, acima de tudo. A minha homenagem, eu sei que em nome de muitos paulistas, ao engenheiro Néia, grande baluarte do Transporte do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE – WELLINGTON MOURA – REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Nossas condolências à família dele. Pela ordem, deputado Maurici.

 

O SR. MAURICI - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, peço licença a V. Exa. e aos demais deputados e deputadas, para apresentar uma questão de ordem que diz respeito à aplicabilidade do Art. 18 desse Regimento. Peço também licença para evitar a leitura na íntegra, para não truncar o debate aqui ocorrendo.

Mas esclareço que a questão de ordem se refere à aplicabilidade do Art. 18, que me parece ser competência exclusiva do presidente desta Casa. A questão é se ele se estende também aos presidentes de CPI, conferindo a eles poderes quase que irrestritos. 

 

O SR. PRESIDENTE – WELLINGTON MOURA – REPUBLICANOS - Esta Presidência recebe, e responderá, no momento oportuno, Vossa Excelência.

Próximo inscrito, deputado José Américo, para falar a favor.

 

O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente Wellington. Boa tarde, Srs. Deputados, Sras. Deputadas. É um prazer regressar a esta tribuna, numa sessão presencial, depois de muito tempo.

Então, saudando todos vocês, eu queria também saudar e apoiar esse projeto do governador João Doria, a respeito da dignidade íntima. Eu acho que já veio tarde, esse projeto, que é um projeto que visa restabelecer exatamente isso: estabelecer a dignidade das nossas meninas, das nossas crianças que estudam na rede pública estadual.

Espero que também os municípios sigam o exemplo e façam a mesma coisa - o uso de absorventes íntimos e mais uma séria de outras coisas que são importantes para a dignidade das nossas meninas. Então, quero dizer que esse projeto vai ter o nosso apoio, como não poderia deixar de ser.

Quero aproveitar a oportunidade para comunicar que eu encerro hoje minha atividade como líder da Minoria aqui nesta Assembleia. E vou ser substituído pelo Jorge do Carmo. Cadê o Jorge? Esse alagoano, aqui à minha direita, gente finíssima, vocês vão gostar muito dele. Acho que todo mundo já gosta.

Uma pessoa muito trabalhadora, muito íntegra, de fácil relacionamento e que vai, com certeza, desempenhar muito bem esse papel. Queria agradecer às bancadas do PSOL, do PCdoB e do PT pelo apoio incondicional que eu recebi nessa função. E que o Dr. Jorge deverá, por merecimento, também receber, pela figura especial que é o Dr. Jorge do Carmo.

Posto isso, queria também saudar a Márcia Lia, que assume a liderança do PT no lugar da Bebel, que está deixando nossa liderança e que eu gostaria também de cumprimentar pelo excelente trabalho que ela fez. Estive ao lado dela nesse ano e posso testemunhar: uma pessoa combativa, trabalhadora, dedicada, muito presente. E que fez um excelente ano de liderança. Então, quero deixar um abraço para a nossa Professora Bebel.

E a Márcia Lia vai ser sua substituta. Imagina, você merece. Então, a Professora Bebel, pessoa combativa, trouxe para cá grandes manifestações do professorado, que ela vai continuar trazendo, já falou. Então, tudo bem.

E a Márcia Lia, que vai ser a nossa futura líder, desejo boa sorte para ela. Araraquara tem um “élan”, assim, que mexe com os políticos e as políticas de Araraquara. Então, a senhora se contenha, viu. Isso é apenas uma brincadeira entre mim e a Márcia Lia, né, Márcia Lia?

Bom, pessoal, quero aproveitar o tempo para falar de um assunto substantivo, que é o projeto do governador de reajuste, que foi tratado aqui pela Bebel. Em primeiro lugar, é um projeto que não perde sua característica de projeto eleitoreiro, a tentativa do Doria de fazer política, que é a coisa que ele mais tentou fazer. Eu nem acho que ele seja um político tão hábil, porque, como ele é muito açodado, ele acabou atropelando os companheiros etc., e acho que não deu muito certo. E nem vai dar muito certo, né.

Hoje, eu acho que ele mais atrapalha o seu pré-candidato a governador Rodrigo Garcia do que ajuda. Mas, de todo modo, eu quero discutir o projeto. Vou fazer algumas observações a esse projeto.

Em primeiro lugar, gente, é isso que a Bebel colocou. Do ponto de vista da polícia, o projeto é menos danoso, porque ele faz uma proposta de reajuste de 20% e ponto. Mas 20% e ponto é irrisório se nós falarmos da polícia.

Ele prometeu elevar o salário dos policiais do estado de São Paulo, principalmente da PM, a padrão de Brasília, por exemplo. Levar para as primeiras colocações.

Hoje, o salário dos policiais de São Paulo, da PM, é mais ou menos o vigésimo salário do Brasil. Da Polícia Civil, acho que deve ser por aí também. Então, é um absurdo, num estado, o maior estado brasileiro, que tem que enfrentar a criminalidade, o crime organizado, você pagar o que se paga para os soldados, para os oficiais da PM. E também os investigadores e delegados da polícia.

Ele falou até em equiparar o salário dos delegados com a Polícia Federal, e dos agentes investigadores com os agentes da Polícia Federal, e não fez absolutamente nada. Esses 20% não cobrem nem a inflação.

Então, queria dizer isso, dialogando com os nossos policiais, que estou totalmente solidário com vocês, e que reajuste que o Doria está propondo, na verdade, é para tentar passar uma mão na cabeça e dizer, sei lá, para tentar dizer que não fez nada, evitar que alguém acuse de não ter feito nada. A Polícia de São Paulo tem, além da defasagem salarial, que é muito grande, que é enorme, a Polícia no estado de São Paulo não tem contingente suficiente para dar conta do enfrentamento do crime.

Então, você tem, hoje, para que a Polícia de São Paulo tenha o número de policiais que ela tinha, se não me engano, em 1995, precisa ter pelo menos 25 mil a mais, 25 mil policiais a mais, e, na Polícia Civil, pelo menos 16 ou 17 mil investigadores a mais. Então, a Polícia foi abandonada do ponto de vista salarial e do ponto de vista da sua estrutura.

Isso nos leva a situações como a que a gente vive hoje em São Paulo, Professora Bebel. Na periferia de São Paulo, você praticamente não tem mais ação direta da Polícia.

Eu acho, assim, eu acho que é culpa do comando, que concentra os poucos policiais que tem nas regiões de classe média. Então, se você chamar uma viatura, digamos, assim, em Pinheiros, vai levar até dez minutos, no máximo, se você chamar no Campo Limpo, vai levar o tempo todo, não vai nem aparecer a viatura.

O comando fez o quê? Ao invés de distribuir de maneira igualitária, ele distribuiu concentrando nas regiões de classe média, nas regiões da burguesia paulistana, que é quem mais reclama, e na periferia deixou sem nada.

Isso não é culpa, repito, não é culpa da Polícia, dos policiais, que trabalham, que obviamente, tenho certeza que se nós tivéssemos efetivo e eles tivessem chamados para ir à periferia, eles iriam. O problema não é esse.

Então, é isso. Quer dizer, eu estou falando de coisas quantitativas. Estou falando de salário e de número de policiais. Salário e número de policiais. Se a gente mexesse no salário e no número de policiais, a gente já daria uma resposta muito forte à criminalidade em São Paulo. Essa história de “ah, não, porque precisa, porque nós não podemos ter controle, porque os direitos humanos”, isso é balela, gente.

Os policiais que estão me ouvindo agora. Queria dizer, isso é balela, isso é para enganar vocês. Na verdade, quem fala isso não deseja que vocês tenham o padrão salarial que vocês merecem, tenham o apoio que vocês merecem para fazer cursos, aperfeiçoamento etc., e também é insensível em relação ao número de policiais e ao número de viaturas, para poder dar conta da realidade das nossas cidades.

Então, eu acho que isso é uma coisa que a gente precisa levantar essa bandeira aqui. Precisa parar de discutir aquilo que é adereço e discutir de verdade isso. Polícia é fator urbano, é principalmente o fator urbano. Depois vêm as viaturas e as armas. Então, é Polícia, cursos de aperfeiçoamento, treinamentos, aí entra viaturas e armamentos, e logística, que um comando bem preparado pode dar. Ponto.

É isso. Isso é Polícia. Infelizmente, isso está muito longe de acontecer no estado de São Paulo. O Doria prometeu o mundo e o fundo, porque ele tinha interesse em ganhar principalmente a comunidade policial, e não o fez. Também o governo federal, que prometeu o mundo e fundo para os policiais, também não fez absolutamente nada.

Ao contrário, se vocês prestarem atenção, ele incentiva que os policiais se virem. Ou seja, que os policiais abandonem a sua função e virem milicianos. Graças a Deus, isso não tem ocorrido ainda no estado de São Paulo.

Nossos policiais têm resistido e têm que continuar resistindo e batalhando por melhores salários e lutando para que tenham um contingente em número suficiente para dar conta das tarefas que temos pela frente. Então, era isso que eu gostaria de falar sobre a polícia.

Sobre o funcionalismo como um todo, ele deu com uma mão e tirou com a outra. Primeiro, essa história de deixar os demais funcionários públicos, que não são professores, não são policiais e não são da Saúde, recebendo só 10 por cento. Isso é um escândalo, é um escândalo.

Nós temos, no mínimo... Se for para dar uma miséria... E a gente pode até votar nessa miséria, como a nossa ex-líder colocou, falou “Tira a tabela daí!”, até para a gente poder votar.

A gente pode até votar nessa miséria, mas que seja uma miséria igual para todos, mas não distinguir dentro da miséria, dentro dessa coisa, dessa atitude extremamente mesquinha do governador.

Parece que ele não consegue, nem quando tem dinheiro, dar um choque salarial no funcionalismo. O dinheiro que o Doria tem em caixa é tão grande, é tão grande, que ele poderia dar um choque salarial no funcionalismo e, talvez, tirar o seu candidato Rodrigo e ele próprio...

Sair do marasmo, mas ele não é capaz de fazer isso. Ele tem 22 bilhões em caixa, hoje, aproximadamente, que ele está distribuindo para os prefeitos para tentar cooptar os prefeitos para a sua campanha e a campanha do Rodrigo.

Se o estado de São Paulo tivesse um Ministério Público - oi, Ministério Público! - mais atuante, deveria processar o Doria por estar fazendo campanha antecipada e estar cooptando prefeitos. Deveria estar fazendo isso.

Mas, de todo modo, apesar disso, ele não vai ter capacidade de gastar esse dinheiro. Então, vamos lá, dá um choque no funcionalismo, né? Dá uma levantada no salário do pessoal. Mas nem isso ele é capaz de fazer. Não é capaz.

Ele provavelmente deve ter um ódio tão grande do funcionalismo que, quando ele quer conceder, ele prefere trambicar, que é esse projeto que ele fez para o professorado, que a Bebel tão bem criticou, e que é um projeto que, na verdade, em termos de carreira, oferece muito pouca coisa e, em termos salariais, também muito pouco.

Ela corretamente propôs a desvinculação da tabela para a gente poder votar na tabela. Ainda que seja pouco, a gente pelo menos pode discutir a tabela, melhorar essa tabela e votar isso à parte.

Com relação ao funcionalismo, ao restante do funcionalismo, na Saúde é mais ou menos a mesma coisa. Não fica diferente. O funcionário da Saúde também vai ter um reajuste de 20%, que não repõe sequer a inflação. Não repõe sequer a inflação.

E os demais funcionários... Quando ele fala nos demais funcionários, ele está falando de 30% do funcionalismo, que são veterinários, técnicos, enfim, que não são abrangidos pelas categorias de professores, policiais e Saúde.

Para esses, os demais, que são 30%, ele quer dar apenas 10 por cento, gente. Dez por cento seria mais ou menos 30% da inflação do período, ou seja, vai lesar esse contingente de funcionários na esperança de que, como eles são mais fragmentados, ele não vai ter tanta reação como ele teria do professorado e da área da Saúde e da área da polícia.

Bom, ficam aqui minhas palavras. Vamos ter outra oportunidade de discutir esse projeto e eu gostaria de voltar aqui para falar sobre ele. Quero desejar, mais uma vez, à nossa Márcia Lia, uma feliz liderança, e ao Dr. Jorge do Carmo também uma feliz liderança da Minoria e um abraço a todos vocês, um abraço à nossa querida Bebel, nossa líder.

Valeu, Bebel.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Para falar a favor, o deputado Jorge do Carmo. Tem o tempo regimental de 15 minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, presidente. Para uma comunicação. Só uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Uma comunicação.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, agradecer ao Zé pelo carinho, pelas palavras carinhosas. E dizer também, Zé, que esses cinco mil são tão mentirosos que, na hora em que apura a tabela do imposto de renda, eles vão para 3.700 reais. Então, tudo tem que ser dito, tudo tem que ser aberto.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Registrado, deputada. Deputado Jorge do Carmo, tem o tempo de 15 minutos.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho a esta tribuna no dia de hoje, exatamente no dia em que completamos três anos do nosso mandato, para primeiro agradecer a Deus, agradecer a minha bancada, a bancada do Partido dos Trabalhadores, que hoje me indicou como líder da Minoria.

E aqui eu cito aqui a minha sempre líder, deputada Professora Bebel, a nova líder, a nossa líder, deputada Márcia Lia, o deputado Ênio Tatto, o deputado Teonilio Barba, o deputado Luiz Fernando, o deputado Maurici, aqui presente também, o deputado Emidio, Paulo Fiorilo e o nosso sempre líder também, deputado José Américo. Agradecer ao José Américo pelas palavras. Dizer que para mim é uma honra substitui-lo.

Vou procurar fazer aquilo que estiver ao meu alcance, sempre com muita responsabilidade e muita seriedade aqui na condução da liderança da Minoria. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer aos deputados e deputadas do PSOL: deputado Carlos Giannazi, aqui presente, deputada Monica da Mandata Ativista, deputada Erica Malunguinho, deputada Isa Penna, que todos os deputados do PSOL deram anuência para que eu fosse daqui para frente o líder da Minoria.

Quero agradecê-las, agradecê-lo. Dizer que podem contar comigo aqui na condução, no dia a dia; vamos caminhar juntos. Não tem um líder que é o chefe. O líder é para conduzir e coordenar, mas sempre ouvindo os liderados, sempre ouvindo as deputadas e deputados.

Quero aproveitar a oportunidade para dizer que para mim será uma honra, deputada líder Márcia Lia, junto com você e a nossa bancada, a bancada do Partido dos Trabalhadores, fazermos este último ano deste nosso mandato conduzindo a nossa bancada, você, e conduzindo também a Minoria.

Dizer que para mim já foi, está sendo e será um grande aprendizado e que a cada dia a gente aprenda mais um com o outro e o outro com um. Deus abençoe vocês. Muito obrigado. Quero agradecer a confiança da minha bancada por ter me oportunizado essa condição. E, por fim, eu quero aproveitar a oportunidade para manifestar o meu apoio, deputada líder, ao Projeto nº 96, de 2022.

 Eu moro na periferia de São Paulo, na Cidade Tiradentes, e a gente sabe exatamente que na periferia das cidades, em especial da cidade de São Paulo, nós temos muitas crianças, muitas adolescentes, que passam por constrangimentos, deputada Professora Bebel, nas escolas em razão da pobreza menstrual; em razão dos pais não terem condição de comprar o necessário para que elas tenham a sua intimidade, tenham a sua dignidade íntima, como mencionado no projeto, porque, infelizmente, é por falta de recursos.

Nós vivemos nessa pandemia - é claro que as escolas fecharam -, mas nós vimos a pobreza aumentando no nosso Brasil e na nossa cidade, no nosso estado. E esse projeto, esse programa, vem ao encontro para garantir a dignidade. Por isso absorvidas as propostas do nosso partido, da nossa bancada, é que nos permite também votar a favor desse projeto, porque ele traz e proporciona dignidade para as pessoas.

Então em razão da importância desse programa é que nós - nossa líder vai certamente caminhar nesse sentido - vamos votar a favor, porque nós queremos sim que as pessoas tenham dignidade, especialmente as crianças, as mulheres adolescentes mais pobres deste Brasil e do nosso Estado, em especial na periferia da cidade de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Com a palavra a deputada Márcia Lia. Tem o tempo regimental de 15 minutos.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Muito boa tarde a todos e a todas. Eu quero, primeiramente, agradecer a todos os deputados da minha bancada, à deputada Bebel, ao deputado Jorge do Carmo, deputado Barba, deputado Enio, deputado Maurici, deputado José Américo, Paulo Fiorilo, deputado Emidio, deputado Luiz Fernando, a todos os que confiaram para que a gente pudesse assumir no dia de hoje.

Como disse bem a Marina, nós estamos comemorando hoje três anos desse mandato, e a gente assume, então, a liderança para que a gente possa, neste último ano desta legislatura, trabalhar como líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, o que muito me orgulha, o que muito satisfaz a minha vida pessoal, porque poder participar de um partido como o Partido dos Trabalhadores, que hoje tem 28% da preferência do eleitorado brasileiro, não é pouca coisa.

Não é pouca coisa, e a gente fica muito feliz por poder estar caminhando junto com os nossos parceiros, os deputados que durante todos esses anos caminharam junto com a gente. Então muito obrigada aí pela confiança da nossa bancada.

Quero agradecer à deputada Bebel por esse último ano, que ela nos conduziu com muita maestria, com muito carinho, cuidando detalhadamente de cada votação. Então, Bebel, nós temos muito orgulho de ter caminhado junto com você no último ano, assim como também nos dois anteriores com o nosso querido Barba.

Dizer que a bancada do Partido dos Trabalhadores é favorável a esse projeto, ao PL nº 96, que é o projeto que várias deputadas contribuíram, vários deputados contribuíram, devido à importância que tem a gente cuidar da pobreza menstrual, de a gente poder ter uma política de estado que dê conta de atender as nossas meninas.

E a rede estadual de São Paulo então está de parabéns aí por poder dar conta de atender a essa discussão da dignidade íntima, e também terem sido acatadas algumas das emendas que foram apresentadas pela nossa bancada.

Dizer que eu penso que esse projeto vai beneficiar inúmeras meninas que, muitas vezes, perdiam dias de aula, que muitas vezes utilizavam produtos não higienizados para poder assistir às aulas, e muitas vezes também faltavam às aulas por conta de não terem condições de comprar um absorvente higiênico.

Então, parabéns a todas as deputadas que apresentaram projetos de lei, quer tenham sido coletivos, individuais.

E agradecer ao governador que, mais uma vez, copia, de forma positiva, projetos que são das nossas deputadas e deputados aqui desta Casa.

Quero dizer que nós vamos aprovar esse projeto, nós vamos votar favoravelmente a esse projeto, por conta da importância que já ressaltamos que ele tem.

Quero também fazer menção a um assunto que foi tratado nesta Casa, e dizer para a deputada Bebel, para a deputada Dra. Graciela, e outros deputados que eventualmente tenham a mesma preocupação que nós temos com o confisco que foi feito nas aposentadorias e pensões aqui no estado de São Paulo.

Deputado Carlos Giannazi tem um PDL, é o Projeto de decreto Legislativo nº 22, que já chegou inúmeras vezes aqui nesta tribuna, e pediu que esse projeto fosse submetido a votação, que fosse colocado na Ordem do Dia.

Como isso não está acontecendo, penso que nós poderíamos juntar uma maioria de deputados que são contrários a esse confisco, até porque me parece que já tem até decisão de primeira instância contrária, dizendo que isso de fato se caracteriza como confisco, e que a gente possa agora assumir aí esse assunto tão importante.

Inúmeras pessoas, inúmeros aposentados e pensionistas, já conversaram conosco, dizendo que esse projeto retira o alimento das suas bocas, retira a possibilidade dos seus filhos de estudarem, retira, muitas vezes, a possibilidade da família continuar, nesse momento em que as aposentadorias e pensões foram reduzidas, em que o sistema foi modificado tanto a nível federal quanto a nível estadual.

E também dizer que nós entendemos que precisamos dialogar no Colégio de Líderes, com o nosso presidente, com todas as lideranças para que o reajuste que está inserido no PLC 03 seja retirado, quer seja no método de votação, quer seja desse projeto.

Nós clamamos aí ao Sr. Governador, ao Sr. Secretário de Educação para que isso não seja utilizado como uma forma ... de uma certa forma até nos obrigar a votar favoravelmente a uma carreira que temos total desacordo. São assuntos díspares, assuntos diferentes que deveriam ser tratados em projetos diferentes.

Portanto, seria muito mais adequado que nós tivéssemos um novo projeto propondo o reajuste aos professores, aos diretores, aos supervisores de ensino e não da forma como veio, condicionando os deputados a votarem, os que quiserem votar pelo aumento serem obrigados a votar também pelo plano de carreira.

Nós estudamos hoje na bancada e nós chegamos à conclusão que ele não é bom, que ele é nefasto para os professores, e que ele não atende a possibilidade da pessoa ter, continuar tendo uma carreira no Magistério.

Portanto, queremos discutir isso, não houve discussão na base, não houve conversa com os professores, não houve aquiescência daqueles que vão ser impactados, e muito, com esse PLC 3.

Portanto, nós queremos dialogar com o deputado Vinícius Camarinha na perspectiva de que a gente possa encontrar uma solução para o PLC 3, desvinculando então o reajuste do mérito do plano de carreiras.

Então, se isso for possível, acredito que a gente vá ter aí bastante possibilidade de discutir esse projeto de lei.

Então, gostaria, mais uma vez, de agradecer a todos pela confiança e dizer que nós estamos à disposição para construir relações, aqui nesta Casa, para construir possibilidades e para enfrentar esse momento tão difícil que o nosso país vive.

A nossa bancada, com certeza, vai estar trabalhando muito para que o Brasil volte a ser feliz novamente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Para falar a favor, deputado Carlos Giannazi. Tem o tempo regimental.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente, só para uma comunicação, com anuência do orador. 

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Com anuência do orador?

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Com a anuência do próximo orador.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só para fazer esse registro: estou participando hoje, com muito orgulho, da 20ª mudança de liderança da bancada do Partido dos Trabalhadores aqui na Assembleia Legislativa. Queria falar para você, minha líder Bebel, que a gente tem orgulho muito grande de ter tido você como líder.

Você trouxe toda a sua inteligência, sua experiência como professora, como presidente da Apeoesp. Soube conduzir muito bem a presidência de uma das maiores entidades, ou a maior entidade sindical, do Brasil e da América Latina. Também conduziu a bancada de forma inteligente, correta. Tenho certeza que você demarcou campo aqui na Assembleia Legislativa com todos os deputados desta Casa, que reconhecem sua competência.

Então, muito obrigado pela sua liderança, e junto com você, obviamente, o nosso líder da Minoria, líder do PT, líder do PSOL, líder do PCdoB, o nosso querido Zé Américo, também um estudioso, um grande dirigente.

Então muito obrigado. Fiquei muito feliz de ter vocês dois como líderes dessa bancada que eu pertenço já pelo quinto mandato. 

E desejar boa sorte e certeza de um excelente mandato também a quem está substituindo vocês, que é a nossa querida deputada Márcia Lia, e o nosso deputado Jorge do Carmo. 

E só um detalhe, é a primeira vez que acontece isso na bancada do PT, que sempre teve bancadas grandes aqui na Assembleia Legislativa, de uma mulher passar a liderança para outra mulher. Isso também é muito positivo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Tem o tempo regimental, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, primeiro eu quero manifestar o nosso total apoio à votação desse importante projeto, PL, Projeto de Lei nº 96, que institui o Programa Dignidade Íntima. É um programa voltado para a rede estadual de ensino, para as nossas alunas da rede estadual, que precisam desse programa, que é uma antiga reivindicação das meninas, das mulheres do estado de São Paulo.

Lembrando que esse programa já tinha sido... esse projeto tinha sido aprovado já no Congresso Nacional, pela Câmara dos Deputados, pelo Senado, mas, infelizmente, o governo Bolsonaro vetou esse projeto em outubro de 2021, todos se lembram disso. Só recentemente que o veto foi derrubado no Congresso Nacional, quero fazer essa lembrança.

Era para, na verdade, isso já ter acontecido há muito tempo, em nível nacional, não fosse o veto do presidente Bolsonaro, que vetou esse programa para as alunas das escolas públicas do Brasil, mas, depois de uma ampla mobilização, também em nível nacional, o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional. Aqui em São Paulo, nós vamos dar um passo importante votando esse projeto hoje. Espero que ele seja imediatamente sancionado e se torne uma realidade na nossa rede estadual.

Queria ainda, Sr. Presidente, dizer que, falando em educação estadual, ontem eu estive na Etec Takashi Morita, que é uma escola técnica do Centro Paula Souza, de nível médio, na região de Santo Amaro, que fica ali pertinho do Largo Treze de Maio, perto de Sesc Santo Amaro. Inclusive, eu que dei o nome dessa escola de Takashi Morita, há algum tempo atrás; eu apresentei o projeto de lei, eu conheço a escola.

Eu fui acionado por alguns alunos que queriam fazer uma denúncia gravíssima sobre a questão da alimentação, sobre a questão da merenda escolar. Os alunos do noturno, Sr. Presidente, Srs. Deputados e deputadas, estão recebendo, de merenda escolar, exatamente um sucrilhos, que é isto daqui, olha.

É a janta, é a alimentação escolar que o Doria oferece para os alunos das Etecs do estado de São Paulo. Não é só lá não, porque ontem eu fiz a denúncia e eu recebi várias mensagens de outros alunos, de outras Etecs, dizendo que é isso mesmo, que a situação é essa.

Mas, o pior, tinha um cartaz na escola dizendo que eles estariam distribuindo essa merenda - isto aqui é a merenda escolar - para o aluno que trabalhou o dia todo, depois ele foi estudar numa Etec, fazendo um curso profissionalizante, mas tinha um cartaz dizendo: “Olha, em breve, nós voltaremos a entregar a merenda seca”.

Aí, uns alunos me disseram que, na verdade, a merenda mesmo deles não é essa, essa aqui é provisória: é uma merenda que é uma bolacha e um suco cheio de açúcar, cheio de aditivos, que faz muito mal para a saúde.

Eu quero dizer o seguinte, gente: o Doria já foi prefeito de São Paulo, teve uma passagem relâmpago pela cidade de São Paulo e todos se lembram de que ele tentou introduzir na rede municipal a farinata, a ração humana. Tentou, mas houve uma forte reação da população, da imprensa, de amplos setores da sociedade, rebatendo, criticando. Ele recuou, mas é isso. Todos se lembram disso, era a farinata; ele queria dar farinata e ração humana para os alunos da rede municipal.

Ele não conseguiu, mas agora ele está dando, para os alunos da Etec, este farelo de milho. É isto que está aqui, olha, e é material... Aqui tem a marca, olha: “Governo do Estado de São Paulo”, “Secretaria de Estado da Educação”. Alimentação escolar, minha gente. É grave isso, isto aqui é um ataque à dignidade humana dos nossos alunos.

Eles se alimentam, essa é a merenda escolar. Cada aluno recebe um saquinho de sucrilhos, isto aqui. Você vendo aqui quais são os ingredientes que compõem esse sucrilhos: Farinha de milho e sal. Farinha de milho e sal: é isso que o Doria está entregando, essa é a escola do PSDB e do Governo Doria.

Ele disse que vai sair. Eu vi um vídeo em um evento, ele dizendo que dia dois de outubro ele vai renunciar ao cargo porque ele vai concorrer à Presidência da República. Dois de abril, desculpa. Dois de abril está aí, está chegando.

Eu fico pensando, ele é candidato à Presidência da República, é isso que ele vai entregar para o Brasil, Sucrilhos na merenda escolar do povo brasileiro. Como ele não conseguiu colocar, implantar a farinata e a ração humana na rede municipal, ele está introduzindo então o farelo de milho, que é isso, Sucrilhos, cheio de açúcar, nas Etecs, que é o cartão de visitas do governo estadual, do PSDB, que eles tanto falam, é a vitrine eleitoral, são as Etecs.

Então, alunos das Etecs, chequem, V. Exas. que conhecem as Etecs, visitem-nas e façam essa fiscalização, perguntem para os alunos o que eles estão tendo de alimentação. Olhe, Sucrilhos, minha gente, isso é grave.

Eu já acionei o Ministério Público, o Tribunal de Contas, estou acionando a nossa Comissão de Educação. Vamos convocar aqui o Centro Paula Souza para explicar isso, porque não é só na Etec Takashi Morita, e nem é culpa da direção da escola, nem da coordenação, é o Centro Paula Souza, minha gente.

Então eu quero fazer essa denúncia mais uma vez publicamente aqui na tribuna da Assembleia Legislativa, denunciando o governo Doria. O governo Doria está atacando a dignidade dos alunos das Etecs do nosso estado. Agora ele inventou a farinata, é o Sucrilhos de milho, com muito sal.

Então quero fazer esse registro.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Apenas para corroborar com as palavras de V. Exa. e dizer outra coincidência. Vossa Excelência cursou o ensino médio na Escola Estadual Professor Alberto Levy, correto?

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - Não? É que o senhor teve uma participação nessa escola, recentemente, também, eu achei bastante coincidência. No ano de 2011 para 2012, eu tinha 17 anos, eu passei no curso de instrumentação industrial da Etec Takashi Morita e cursei instrumentação industrial na Etec Takashi Morita. Eu não sabia que V. Exa. é que tinha dado o nome a essa Etec, então teve uma participação direta, o deputado Douglas Garcia lá.

O senhor pode contar também com o meu apoio com relação a essa escola, que eu tenho um afeto muito grande pelos professores que me ensinaram o curso de instrumentação industrial.

Eu gostaria muito, se V. Exa. me permitir, de fazer parte dessa denúncia também, por uma questão mais de afeto pessoal mesmo, uma vez que eu estudei nessa escola. E parabenizar o trabalho que V. Exa. tem feito para a Educação no âmbito estrutural das escolas do estado de São Paulo.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Douglas Garcia. O seu apoio é muito importante para a gente denunciar essa farsa de investimento em Educação no estado de São Paulo.

Quero parabenizar a deputada Márcia Lia por assumir agora a liderança da bancada do PT. Quero também parabenizar o deputado Jorge do Carmo, que vai nos liderar, vai liderar a Minoria, é o líder da nossa Minoria. E dizer, deputada Márcia Lia, V. Exa. citou um tema muito importante, que é o tema do nosso combate ao confisco dos aposentados e pensionistas, que estão sendo tungados, roubados e assaltados pelo governo Doria, através do Decreto 650/21, de 2020, decreto publicado no auge da pandemia.

Ele publicou esse decreto confiscando aposentadorias e pensões de quem ganha abaixo do teto do INSS. Um golpe mortal nos servidores que já cumpriram o seu papel, já ajudaram a construir o nosso estado, principalmente a construir políticas públicas na área da Educação, da Saúde, da Segurança, no Judiciário, nas mais variadas áreas, na Assistência Social, na área da Cultura, do Lazer. Esses servidores e essas servidoras já contribuíram com o sistema previdenciário e já cumpriram o seu papel, mas foram premiados com esse, eu digo, um roubo. Literalmente.

Enfim, eu apresentei o PDL 22, outros deputados e deputadas apresentaram outros PDLs, vários PDLs apresentados. O que eu apresentei foi o primeiro, por isso ele correu pelas comissões, foi aprovado em regime de urgência. Entrou no congresso de comissões com parecer favorável, entrou no plenário, entrou em votação aqui, exatamente no dia 16 de dezembro de 2020.

Por pouco ele não foi aprovado. O Governo articulou a sua base, articulou o seu líder. E o líder apresentou uma emenda de plenário. Retirou, no momento derradeiro e final da aprovação, a emenda que retirou o projeto de votação. A emenda circulou pelas comissões, e está na última. Foi aprovada já em todas as comissões. Essa emenda, só falta ser aprovada na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.

Só isso. Não é nem o PDL. O PDL já está pronto. O PDL já está com parecer favorável. Essa emenda já foi aprovada em todas as comissões. Tem parecer favorável da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Só falta ser votado, para que o PDL seja liberado e votado definitivamente no plenário. Só falta isso.

Então eu quero, aqui da tribuna, fazer dois apelos. O primeiro é ao deputado Gilmaci Santos, que é o presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Para que ele paute o projeto.

Aliás, o projeto estava pautado já. Estranhamente, ele foi retirado da pauta, há alguns dias atrás. Ele era o primeiro item da pauta, porque ele está em Regime de Urgência. Ela, a emenda, está em Regime de Urgência.

Mas, estranhamente, o projeto foi retirado. Mas eu sei e todo mundo sabe por que ele foi retirado. Porque tem a mão pesada do governo. O governo controla a Assembleia Legislativa. Todos sabem disso.

O governo controla todas as comissões da Assembleia Legislativa. Controla as CPIs. Controla os projetos que são aprovados ou não são aprovados. Essa é a verdade. Então, por isso, tenho certeza que o deputado Gilmaci Santos está sendo controlado pelo governo. Porque ele é da base de sustentação.

Só que o governo Doria, é bom lembrar, está afundando, minha gente. O governo Doria tem uma forte rejeição. Ele não seria nem reeleito governador do Estado de São Paulo, de tanta rejeição. Para Presidente da República, ele não tem nenhuma chance.

Ele vai sair candidato porque vai ser uma saída honrosa dele da política. É só isso, e nada mais. É uma saída honrosa dele, ser candidato à Presidência. Porque ele está, nas pesquisas, lá atrás, não decola, e não vai decolar. Tenho certeza. Não vai.

Aliás, não vai haver nem terceira via. Terceira via, não vai existir. E ele não seria o candidato da terceira via, mesmo que ela se viabilizasse. O fato é que, quem estiver com Doria, vai afundar junto com ele num verdadeiro pântano.

Então faço esse apelo, deputado Gilmaci Santos: paute o projeto, paute a emenda do PDL. Coloque onde ela deveria estar, onde ela já esteve: primeiro item da pauta. Não é favor nenhum. Porque, como tem Regime de Urgência, ela ia entrar automaticamente como primeiro item da pauta. A partir disso, o projeto fica liberado para voltar ao plenário. É simples assim.

Depois, faço um apelo a todos os deputados e deputadas, para que o projeto seja, enfim, aprovado no plenário. Todos os outros serão apensados ao nosso. Eu me comprometo, na hora da votação, e tem um dispositivo regimental, de dar a autoria do PDL 22 para todos os 94 deputados e deputadas. Para que não haja essa questão de vaidade, “o projeto é meu, ou não é?”.

Então abro mão da autoria individual, no momento da votação. E tem um mecanismo regimental para isso. Aí todos serão autores do PDL 22. E, na verdade, do fim do confisco das aposentadorias e pensões.

Na verdade, não é porque o projeto é meu, ou da oposição, que o projeto não é aprovado. É porque o governo está segurando. O governo está controlando a Assembleia Legislativa. O projeto pode ser de um deputado da base, que seria também controlado.

Então eu faço esse apelo, para que nós possamos pôr fim a esse flagelo que é o confisco das aposentadorias e pensões.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE – WELLINGTON MOURA – REPUBLICANOS - Próximo inscrito, para falar a favor, deputado Adalberto Freitas.

 

O SR. ADALBERTO FREITAS - UNIÃO - Boa tarde a todos. Cumprimento a Mesa, o nosso presidente Wellington Moura, e a todos os demais deputados aqui presentes. Também os assessores de ambos lados, a Polícia Militar, a Polícia Civil, que aqui nos guarnece.

Só quero também parabenizar todos nobres deputados desta Casa que foi falado pela deputada Marina Helou. Hoje, nós estamos completando três anos de mandato e nós somos deputados que ficaremos na história, porque nós somos um mandato que tivemos a pior epidemia da história do mundo. Então, foi muito difícil, está sendo muito difícil, tanto é que apenas hoje estamos aqui, voltando à questão presencial.

Quero falar que estou de acordo, nós vamos votar a favor desse projeto de lei da intimidade íntima, que foi mais uma decisão acertada do nosso governo, aqui do estado de São Paulo, para poder levar para as meninas... principalmente nós que somos da periferia, a gente sabe o quanto é constrangedor para uma menina não poder ir para escola por falta de absorvente e higiene pessoal. Então, quero deixar bem claro que nós vamos estar apoiando o Governo em todas essas medidas que são acertadas.

Mas, também queremos fazer uma crítica. Acho que quando uma coisa está boa a gente tem que falar e quando está ruim a gente tem que falar também. Nós estamos tendo um problema muito sério na Secretaria de Desenvolvimento Social, estamos tendo um problema de falta de pagamento das nossas emendas e principalmente com o deputado Enio, já conversei com ele esta semana.

Nós somos do fundão da zona-sul, o nosso Bom Prato do Grajaú, que está parado há mais de seis meses e o pessoal da Secretaria não toma providência alguma. Com muito custo nós conseguimos conversar com o proprietário do imóvel para fazer uma reforma, porque eles queriam fechar o Bom Prato, e por ações nossas – inclusive, do próprio deputado Enio Tato, que aqui está presente - conseguimos com o proprietário que fizesse a reforma.

Mas, por incrível que pareça, a direção da Secretaria de Desenvolvimento Social está segurando a reforma do Bom Prato, e nós vamos tomar providências.

Já conversei com o deputado Jorge do Carmo, que é da Comissão de Fiscalização e Controle, conversei com  o deputado Enio Tato, tenho o apoio dele e do deputado Carlos Giannazi, para a gente poder convocar a secretária para vir aqui na Assembleia legislativa e nos informar o que está acontecendo na Secretaria que não são liberados os recursos.

E em algumas entidades aí... alguns locais onde está fechado o Bom Prato. Nós não podemos admitir esse tipo de coisa em São Paulo. E nós, deputados, parlamentares, temos o dever de zelar pela população.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Deputado Paulo Fiorillo, para falar a favor.

 

O SR. PAULO LULA FIORILLO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sr. Deputados, Sras. Deputadas.  Primeiro, manifestar o meu voto favorável ao projeto de lei. E em que pese na Comissão, externei o meu voto ao substitutivo apresentado pela deputada Delegada Graciela, porque entendo que o substitutivo é muito mais amplo que o projeto, apesar de ter o relator incluído as emendas de vários deputados.

Mas, eu quero aproveitar esse debate do projeto para registrar aqui, Sr. Presidente, o sepultamento da CPI dos benefícios fiscais. Amanhã é o dia que, infelizmente, nós teremos esse ato fúnebre.

Uma CPI que foi aprovada, foi constituída por membros indicados pelos partidos e - pasmem – o deputado mais antigo, o deputado responsável pela instauração da CPI segurou a CPI por 116 dias, sem instaurar e aí, renunciou à sua vaga.

O deputado mais velho chamou a reunião, foi constituída, prorrogou por mais 60 dias. Eu, eleito presidente, o deputado Chedid Vice, nós indicamos o relator Caio França e a CPI não funcionou mais.

O Governo orientou a sua base a não participar das reuniões da CPI, deputado Jorge do Carmo, uma coisa impressionante. Aliás, eu ouvi alguns argumentos, o link não abre, as pessoas não conseguem acessar pelo “Zoom”.

Eu confesso que estou aqui estarrecido, porque a gente entrou nas sessões, todas elas. Nós entramos em reuniões de comissões, mas na CPI, não. Havia um boicote do link, porque o link devia ser governista. Só podia ser. Então, não dava para entrar na CPI.

Mesmo assim, nós fizemos uma opção política: já que a base governista não quis discutir os 64 bilhões de renúncia fiscal, deputado Giannazi, que acompanha esse tema já de longa data, nós resolvemos fazer o debate, então, como grupo de trabalho, porque grupo de trabalho ninguém podia impedir a gente.

Bom, fizemos cinco reuniões. E aí tivemos a possibilidade de descobrir, deputado Giannazi, que o estado do Pará tem mais transparência, mas muito mais transparência do que o estado de São Paulo.

Eu e o deputado Barba entramos com uma ação pedindo que o governo informasse a esta Casa quais as empresas beneficiadas pela renúncia fiscal. Ganhamos uma liminar, mas o governo recorreu e conseguiu impedir que essas informações pudessem ser entregues aos deputados.

Lá no Pará, deputado Giannazi, a empresa beneficiada coloca no rótulo do seu produto que ela tem benefícios fiscais. Na porta da empresa, tem uma placa dizendo: “esta empresa recebe benefícios fiscais do governo do Pará”.

E há uma discussão de distribuição de benefícios de forma espacial, com prioridades - quais são os setores que o governo quer incentivar. Aqui, infelizmente o governo Doria impediu que a CPI pudesse produzir um relatório com as informações que nós gostaríamos de ter, por exemplo do secretário Meirelles, da secretária Patrícia Ellen. Aliás, secretários, para lembrar o Magri, imexíveis, intocáveis.

Mas eu diria mais: de um governo irresponsável. Porque é dinheiro do ICMS, dinheiro que poderia ir para Educação, para beneficiar ou para ampliar projetos como esse.

Dinheiro que poderia ir para a Saúde no combate à pandemia. Dinheiro que poderia ser utilizado para melhorar o salário dos servidores. Nós estamos falando em 64 bilhões de ICMS; não é qualquer coisa. O Orçamento da cidade de São Paulo, deputado Barba, é de 74 bilhões. É quase uma cidade de São Paulo.

Nós não podemos permitir que isso ocorra. A Justiça está analisando os 120 dias que tomaram na mão grande; ainda não se manifestou, não deu ainda a sua posição final.

Nós vamos insistir, porque essa é uma CPI que toca numa questão fulcral: são recursos que poderiam ser destinados para as universidades, para a Saúde, para a Educação, para a Assistência, para os servidores públicos. E nós estamos perdendo essa oportunidade. Deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Um aparte, deputado Paulo Fiorilo. Primeiro, parabenizá-lo pela iniciativa de colocar esse tema na pauta, de apresentar o requerimento para a instalação da CPI.

E também dizer que V. Exa. está sendo vítima de duas sabotagens: a primeira foi em relação a outro tema, também, em que V. Exa. colocou o dedo na ferida, que foi da Prevent Senior. Vossa Excelência tentou aprovar aqui uma CPI, foi sabotado; e agora uma nova sabotagem.

Isso mostra a força do poder econômico, das grandes empresas, como elas agem, sobretudo junto ao governo e à Assembleia Legislativa. O próprio Tribunal de Contas já fez várias notas e considerações sobre a falta de transparência dessas isenções fiscais, desses benefícios fiscais, nos quais, além de não haver transparência, o que nós sabemos é que muitas dessas empresas beneficiadas são devedoras da dívida ativa do estado de São Paulo: os grandes frigoríficos, mineradoras. São várias as empresas que, repito, são beneficiadas com isenções e benefícios, mas ao mesmo tempo são devedoras do fisco estadual, devendo bilhões de reais.

Então, V. Exa. tem todo o nosso apoio nessa empreitada. Agora, é grave como o governo controla a Assembleia Legislativa, não deixando nem que a CPI funcione, usando esses mecanismos.

Como aconteceu com a CPI, o deputado Enio Tatto que propôs, da FDE, que também teve um boicote porque o governo não deixou investigar as graves denúncias de corrupção e superfaturamento de FDE.

Mas parabéns, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Obrigado, deputado Giannazi.

Eu quero só retomar essa questão que o senhor colocou, aqui a gente teve a CPI da Prevent Senior, mas a gente teve também uma outra CPI da Dersa. Não, da Dersa. O que o deputado Barba... Mais uma sabotagem.

CPI da Dersa também aprovada, constituída... duas, né? Também constituída e aí, por um requerimento apresentado à Presidência desta Casa, o Presidente resolveu, em uma canetada, extinguir, arquivar a CPI da Dersa.

Então, me parece que há uma blindagem aqui impressionante. Nós não podemos permitir essa blindagem da forma como vem sendo feita.

Por isso, nós vamos apresentar amanhã um relatório que não é da CPI, mas dos deputados que participaram de cinco reuniões de trabalho com a procuradora do Ministério Público de Contas, doutora Elida, com o doutor Juliano, que é auditor fiscal e escreveu um livro sobre renúncias fiscais, com o Emílio, que é assessor aqui na Assembleia Legislativa da bancada e que tem um amplo conhecimento sobre essa questão.

Depois, nós tivemos a oportunidade de receber aqui dois representantes do governo do Pará que mostraram a capacidade de transparência do governo do Pará. Enquanto este governo blinda as informações que a Assembleia pede. Blinda

E nós não estamos falando de sigilo fiscal, nós estamos falando de dinheiro público, dinheiro daqueles que pagam o ICMS e IPVA.

Então, eu quero deixar aqui o convite - amanhã, nós vamos ter, às 10 horas, o sepultamento da CPI dos benefícios fiscais. O deputado Caio França deve apresentar o seu relatório, nós vamos encaminhar ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas, não como um relatório da CPI, mas como um relatório daqueles que participaram desse debate - ainda que tolhido, ainda que impedido, mas que vai trazer aqui um contraponto ao que o governo do PSDB diz sobre os benefícios fiscais.

E quero aproveitar para encerrar dizendo que nós pedimos, aliás, estamos aguardando, Sr. Presidente, se o senhor pudesse contribuir, que a TV Alesp, que a Rede Alesp disponibilize as gravações feitas das reuniões de trabalho.

Não acho que há nenhum crime para que a gente possa ter o acesso. Reunião de trabalho Sr. Presidente, foram reuniões em que participaram os deputados e os convidados e a TV Alesp, ela tem um link e ela gravou.

Então, eu queria reiterar esse pedido para que a gente tenha acesso às cinco reuniões que foram feitas com os seus conteúdos disponibilizados pela Rede Alesp.

Já encaminhamos, não só eu, o deputado Castello Branco que acompanhou, o deputado Caio, deputado Chedid, e nós não tivemos ainda a resposta. Aliás, hoje, eu estive na Rede Alesp conversando sobre isso e me parece que está na SGA.

Mas já é um tempo longo. Então, eu gostaria de pedir ao senhor que tomasse as providências necessárias porque o governo já impediu a CPI. Agora, impedir que a gente tenha acesso às fitas, não é possível.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Solicito que o senhor encaminhe esse pedido.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Está registrado, deputado. Peço que só formalize por e-mail, por gentileza.

Deputado Teonilio Barba tem o tempo regimental de quinze minutos para falar a favor.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - Pela ordem Sr. Presidente. Vossa Excelência me permite uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Com a anuência do orador.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Há anuência do orador? Sim? Por gentileza.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Presidente, apenas para anunciar que este deputado havia oficiado à Câmara Municipal de Praia Grande - no mínimo 20 vereadores da cidade de Praia Grande -, eu oficiei solicitando a aprovação de um projeto de lei que entrou em tramitação na Câmara Municipal que proíbe o passaporte sanitário em todo o município de Praia Grande.

E, para a minha surpresa e felicidade, houve um vereador, o nome do vereador eu estou puxando aqui, é Rodrigo Rosário e, do dia de hoje, por 11 votos a nove, a Câmara Municipal de Praia Grande aprovou a proibição do passaporte sanitário no município.

Apesar de termos aqui, pelas informações que eu fiquei sabendo, alguns membros do PSDB terem tentado barrar o avanço desse projeto na Câmara Municipal de Praia Grande.

Foi uma vitória muito grande. Eu gostaria de anunciar que estou abrindo nesta Assembleia Legislativa um mutirão pela liberdade. O deputado Douglas Garcia entrará em contato com os 645 municípios do estado de São Paulo, e as 645 câmaras municipais receberão exatamente o mesmo pedido que os 20 vereadores do município de Praia Grande receberam e, graças a Deus, atenderam. Conseguimos proibir o passaporte sanitário na Câmara Municipal de Praia Grande.

Agora, eu quero ver se esse governo do PSDB vai ter força suficiente para tentar contra-articular nas outras câmaras municipais que nós iremos atrás e pediremos a liberdade à população do estado de São Paulo. Se aqui está difícil, em âmbito estadual, em âmbito municipal nós iremos atrás dos 645 municípios pela proibição do passaporte sanitário, vitória da população paulista e liberdade do povo brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Antes de passar pela ordem, deputado, eu gostaria de fazer um apelo aos deputados. Nós já estamos em 18 horas e 16 minutos. Se mais deputados se inscreverem, vai chegar 7 horas da noite e nós não vamos votar um projeto que todos estão discutindo a favor. É importante para o estado, é importante para as mulheres, então faço um apelo aos deputados para que nós possamos votar imediatamente esse projeto.

Pela ordem, deputado.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Tem anuência do orador? Por gentileza.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, ao invés de me inscrever, resolvi vir aqui para poder manifestar o meu total apoio ao projeto de lei que nós estamos votando, Dignidade íntima, para poder garantir a distribuição de absorventes para meninas e mulheres que não tenham condições de comprar, para dar dignidade para essas mulheres.

Queria relembrar aqui que, no Congresso Nacional, a deputada federal Tabata Amaral, do PSB, foi quem fez essa propositura, quem se expôs, defendeu e foi duramente atacada nos últimos anos em relação a esse projeto. E hoje a gente vê que o projeto, acredito eu, será aprovado aqui nesta Assembleia por unanimidade. Foi derrubado o veto no Congresso Nacional.

Então, nada como um dia após o outro. Dignidade íntima é um projeto importantíssimo, e a gente fica muito feliz e orgulhoso de ter uma parlamentar do PSB que propôs esse projeto, que fez a defesa dele quando poucos defendiam. Então, obviamente, vou estar aqui para votar favorável, mas gostaria de me posicionar claramente em relação ao tema.

Muito obrigado ao colega que me permitiu falar aqui em comunicação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Wellington Moura, Sras. Deputadas, Sras. Deputados, hoje, dia 15 de março, estamos fazendo aqui três anos da atual legislatura, três anos de mandato.

Então, é um ano importante para os deputados. É um ano de eleição, de reeleição - eleição de novos, reeleição de quem está nesta Casa -, outros vão para federal, outros vão para senador ou senadoras, é um ano importante.

Também é um ano importante porque fez 90 anos do voto universal feminino, fez 90 anos no mês de janeiro. Também é um ano importante, um mês importante, porque o mês de março é o mês em que se comemora o dia internacional de luta das mulheres, das mulheres lutando no mundo por redução de jornada de trabalho, por oito horas de lazer, oito horas de trabalho, oito horas de descanso e educação.

Neste ano importante, eu aproveito aqui, antes de falar o que eu quero, para agradecer à minha companheira Bebel, que exerceu a sua liderança até ontem e hoje ainda conduziu a nossa reunião.

Ela fez a transmissão pública aqui do cargo para nossa próxima líder, Márcia Lia, que eu tenho certeza de que dará conta do recado com muita competência. Também o Zé Américo fez a transmissão do cargo para o Dr. Jorge, que será o nosso líder da Minoria. Também é importante por isso, é o ano em que começam a mudar as lideranças aqui nesta data, mas também há uma nova aglomeração partidária nesta Casa.

Mas eu quero entrar em um tema que hoje eu não vi ninguém entrar, que é o tema da lambança feita pelo deputado Arthur do Val. O que ele fez não adianta achar que não é crime.

A palavra também pode criminalizar a pessoa. Mais grave, como ele tratou a questão das mulheres, é o problema do machismo, porque não é uma coisa exclusiva do Brasil.

O machismo é uma coisa preponderante no mundo, e nós temos que combatê-lo cada vez mais, mas é de pensamento de domínio econômico, de achar que as mulheres, por serem pobres, são mulheres fáceis, de achar porque a mulher é bonita, que ela pode ser objeto de domínio de poder econômico, deputada Analice Fernandes.

Então, eu quero parabenizar todas as deputadas aqui eleitas, e as que não foram eleitas, por essa luta contra esse preconceito, contra o machismo, contra todo tipo de discriminação que existe contra as mulheres. Discriminação salarial, as mulheres ganham 30% menos do que os homens. Se for negra, ganha 50% menos que os homens.

Eu vi isso no chão de fábrica, deputada Erica Malunguinho, dentro da categoria dos metalúrgicos, que é um sindicato organizado, nas grandes, não, mas nas menores a diferença é gritante, e, se a mulher é negra, ela ganha menos do que a mulher branca. Então, fico imaginando o enfrentamento de preconceitos que você enfrenta nessa sua militância da comunidade LGBTQIA+. Enfrenta transfobia.

Nós estamos em um mundo em que a coisa não está... Nesta legislatura aqui, completando três anos, não foi fácil. Não foi fácil. Nós tivemos que conviver aqui dentro com várias coisas, mas tenho que repudiar o que o Arthur do Val fez, e a coisa mais grave ainda, vai para lá fazer coquetel molotov. Isso não é coisa de um deputado. Se você quer fazer isso, vai se organizar em um grupo de guerrilha. Vai discutir isso lá.

Não é, deputado Conte Lopes? Nós vimos muito isso nas greves dos anos 80, nas lutas, as lutas que teve pelo Brasil afora, no período da ditadura. Então, o que ele fez eu quero repudiar aqui publicamente.

Naquele debate da reforma da Previdência aqui, quando ele começou a ofender os trabalhadores do Plenário, que eu quase saí no braço com ele, é porque é assim que ele pensa dos trabalhadores e das trabalhadoras, e nós não podemos admitir uma atitude de um deputado dessa maneira. Não podemos admitir.

O projeto que nós estamos debatendo aqui nós vamos votar a favor, porque é um projeto importante, e eu tenho duas filhas mulheres, que têm uma condição totalmente diferente, porque eu trabalhava em uma grande empresa, mas sou morador da periferia, de uma comunidade de São Bernardo do Campo, chamada Vila São José. Eu sou criado lá, vai fazer 59 anos que eu moro lá.

Então, eu vejo a necessidade que passam as meninas que têm menos condições. Deputada Erica Malunguinho, na rua em que eu moro tem um pedaço da rua chamada “Curva dos pretos e das pretas”, porque só tem negros e negras naquela curva, e é tudo parente. Entendeu? Então, você vê, a condição é totalmente diferente da condição das pessoas que tem um bom trabalho, um bom salário, bem remuneradas.

Então, eu queria deixar aqui esse depoimento, e desejar muita sorte para o líder da Minoria, Jorge do Carmo, e a Márcia Lia, e dizer que eu estarei à disposição da nossa bancada e de vocês dois.

Muito obrigado.

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Deputada Erica Malunguinho?

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu vim aqui manifestar, obviamente, o apoio, assim como minha bancada, ao PL 96, da dignidade íntima.

Dizer que, embora saiba que todo mundo sabe que as meninas menstruam, as mulheres menstruam, é importante reiterar, embora às vezes parece que não cabe na cabeça de vocês, mas homens trans existem e eles menstruam também.

Eu sei que eles vão ter acesso, sim, a esses produtos de higiene íntima. Mas que não são meninas que menstruam.

Homens trans também menstruam, e é esse tipo de apagamento que faz com que as pessoas trans acabem se suicidando, como aconteceu ontem com um companheiro de lutas, chamado Popó Vaz, que não aguentou tanta violência destilada na internet, tanta ignorância em relação ao seu corpo.

Então, dignidade íntima, sim, é para meninas, mulheres e homens trans, porque eles também menstruam.

Obrigada.

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Para uma comunicação, presidente Wellington.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Para uma comunicação, deputada Analice.

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Rapidamente eu gostaria de usar da palavra, para deixar registrado, em nome da maior bancada de mulheres aqui nesta Casa, que hoje é composta de cinco mulheres, presidente, dizer que somos favoráveis ao Projeto de lei nº 96, encaminhado pelo Governo do Estado, que, sabiamente e de maneira muito sensível, verificou de perto o número de meninas faltosas por conta de não terem o absorvente para irem à escola.

É lamentável nós sabermos e percebermos que isso é um fato ainda muito gritante no país, no estado mais rico da federação, que é o estado de São Paulo. O governo de São Paulo, de maneira muito sensível, encaminha para esta Casa esse projeto, tornando a distribuição dos absorventes uma política de estado que, entrando governo e saindo governo, vai fazer parte, agora, da distribuição para todas as escolas públicas do estado de São Paulo.

Isso é muito importante, eu fico sensibilizada. E dentro inclusive de uma data como a de hoje, 15 de março, quando, no calendário nacional, comemoramos o “Dia da Escola”. Sabidamente, sabemos o quanto é precioso nos debruçarmos sobre a importância da escola na formação de todos nós.

Nós sabemos, presidente, que as faltas dessas mulheres, dessas meninas, por vários dias durante os 12 meses do ano têm acarretado uma problemática muito grave no desenvolvimento escolar.

Portanto, São Paulo não terá mais esse problema. Meninas não faltarão mais à escola por falta do absorvente. Então, viva esse Projeto nº 96. Que ele seja vitorioso e exemplo para todo o Brasil.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Eu gostaria de fazer, mais uma vez, um apelo a todos os deputados. Se nós chegarmos às 19 horas, não teremos como votar esse projeto na primeira extra. Se isso acontecer, nós estaremos prejudicando os projetos de três deputados que estão... São dois deputados em conjunto e o projeto da deputada Janaina Paschoal.

Eu, como presidente, vou acatar a decisão dos deputados que quiserem se inscrever. Podem fazê-lo. Porém, peço que os deputados se sensibilizem com isso e retirem, então, as suas inscrições, para que possamos votar agora o projeto. Se é tão importante o projeto da dignidade íntima que todos os deputados estão discutindo, então que possamos votá-lo neste momento, Srs. Deputados.

É o apelo que esta Presidência faz a todos os senhores.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, presidente. Eu vou fazer uso da palavra após a votação do projeto, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Tem o deputado Gil Diniz, que está inscrito para falar a favor. Abre mão?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Abro mão, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação. Há sobre a mesa o requerimento de método de votação. Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação o projeto, salvo emendas, subemendas e substitutivo. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado. Prejudicado o substitutivo.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para declarar voto contrário.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Voto contrário de Vossa Excelência.

Em votação, englobadamente, as subemendas às emendas nºs 7 e 8 e as subemendas às emendas nºs 10, 11, 12 e 15, apresentadas pelo Congresso de Comissões. As Sras. e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovadas as subemendas e prejudicadas as respectivas emendas.

Em votação as demais emendas englobadamente, com parecer contrário do Congresso de Comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para declarar voto favorável às emendas do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Voto favorável às emendas. Registrado, deputada.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente. Só para declarar voto contrário ao projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Declarando voto contrário ao projeto.

 

A SRA. DELEGADA GRACIELA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Gostaria de declarar o meu voto favorável ao Substitutivo nº 1, que é de minha autoria, o PL 96/22, e dizer que esse substitutivo nada mais é do que uma...

Nós fizemos aqui um resumo colocando outro alcance do projeto, que é do nosso PL 1.177/19, que é a Menstruação Sem Tabu, que é de minha autoria e também tem coautoria. Assinaram em coautoria as deputadas Janaina, Edna Macedo, Beth Sahão, que estava aqui, Leci Brandão, Marina Helou e Patricia Bezerra.

O substitutivo era mais amplo, Sr. Presidente. Poderia estar atingindo outras mulheres no caso, além das alunas das escolas, as adolescentes em regime de semiliberdade, as detentas nas unidades prisionais, adolescentes mulheres acolhidas em abrigos, adolescentes mulheres em situação de rua e adolescentes e mulheres em extrema situação de pobreza. Infelizmente, perdeu-se a oportunidade de abranger mais esse projeto, fazer uma política pública muito maior.

Acho que é válido o que está sendo feito, mas poderia ter sido maior, ter uma abrangência maior. Então é isso que eu quero dizer. O PL de nossa autoria e de deputadas continua em trâmite desde 2019 e espero que tenha oportunidade de ser aprovado. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Registrado, deputada Dra. Graciela. Não havendo mais nada a tratar, lembrando a todos que...

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Lembrando a todos apenas que nós teremos a segunda extra daqui a dez minutos. Pela ordem, deputado Vinícius Camarinha.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - O senhor já encerrou a votação do PL?

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Já encerrei.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Então aqui eu quero, presidente, pela liderança do Governo, em nome do governador, do vice-governador agradecer a Assembleia Legislativa por ter aprovado este projeto de extrema importância para as mulheres, sobretudo para as adolescentes da nossa rede estadual, do nosso Centro Paula Souza, que terão a segurança, a garantia de poderem assistir às aulas sem nenhuma barreira, sem nenhum desconforto, sem nenhum empecilho para que elas possam seguir a sua vida escolar.

E isso, presidente, nada mais é hoje do que uma política pública de Estado, não mais uma decisão discricionária do governo. A Assembleia Legislativa, portanto, dá uma demonstração de grandeza, tornando esse projeto um projeto definitivo e que só poderá ser, caso alguém queira mudar, através de um projeto de lei ratificado por este Parlamento.

Então, em nome do governador Doria, do vice-governador Rodrigo Garcia, eu quero agradecer a esta Casa pela oportunidade.

Presidente, eu gostaria de pedir uma questão de ordem na sequência de extrema importância. Eu gostaria de ler em plenário se V. Exa. me conceder a questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Uma questão de ordem, deputado.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, com fundamento no Art. 260 do Regimento Interno, formulamos a presente questão de ordem. A fim de ser dirimida dúvida quanto a correta aplicação dos preceitos contidos no Art. 10º, §1º da Constituição Estadual, bem como no Art. 49 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, pelos motivos que passo a expor.

“No dia 23 de fevereiro, Sr. Presidente, foi realizada a reunião extraordinária da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, convocada para as 14 horas em ambiente virtual, nos termos do Ato da Mesa nº 2/22, com finalidade de ser apreciada pauta com projetos de lei e requerimentos diversos.

Ocorre que durante os trabalhos da comissão e antes do início da deliberação dos requerimentos, a partir do Item 6 da pauta restaram conectados somente cinco membros da comissão, faltando um membro para que se atingisse a maioria absoluta dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas, número necessário para o início ou a continuidade dos trabalhos da comissão.

Desta forma, como é possível verificar da transmissão da reunião através do endereço eletrônico, o próprio presidente da comissão constatou ausência de quórum regimental e ao invés de declarar encerrada a reunião, optou por dar prosseguimento à deliberação dos itens remanescentes da pauta, justificando que nenhum parlamentar presente questionou a ausência de quórum, o que consideramos um completo equívoco.

Assim, mesmo sem quórum suficiente para deliberação, foram aprovados por votação simbólica, mas sem número regimental de deputados presentes, os requerimentos constantes nos Itens 6, 10 e 11 da pauta, assim como foi concedida vista de outros itens. E também foram dados por lidos os Itens 12 e 16, consistentes em documentos para ciência da comissão.

Veja, Sr. Presidente, nosso entendimento é no sentido de que os trabalhos desta Casa de Leis devem ser conduzidos com estrita observância das normas regimentais e constitucionais aplicáveis. O Art. 49 do Regimento Interno dispõe que os trabalhos das comissões serão iniciados com a presença da maioria dos seus membros, o que nos faz inferir que não apenas o início, mas também a continuidade dos trabalhos requer a presença do número regimental de parlamentares exigido.

Por sua vez, o parágrafo primeiro do Art. 10º da Carta Paulista prevê que salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Assembleia Legislativa e das suas comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Assim, por meio da presente Questão de Ordem, Sr. Presidente, buscamos obter de V. Exa. o seguinte esclarecimento no que se refere aos atos e deliberações praticados durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente do dia 23 de fevereiro de 2022, a partir do momento em que foi constatada a ausência do quórum regimental.

Um, presidente, são válidos os atos e as deliberações praticados na supramencionada reunião da Comissão de Meio Ambiente? Dois, em caso de serem validados, rogamos a V. Exa. que declare nulas as deliberações praticadas na supramencionada reunião de Meio Ambiente, a partir do momento em que se constatou falta de quórum no que tange os itens nº 6 e 16 da pauta, referidos na reunião do dia 23 de fevereiro de 2022. Sala das Sessões, deputado Vinícius Camarinha, líder do Governo, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Este presidente recebe o Requerimento de Informação, a Questão de Ordem de V. Exa., desculpa, e no momento oportuno iremos responder.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Para uma comunicação.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, eu estive analisando a fala da deputada Erica Malunguinho com relação à lamentável morte do Paulo Vaz, de acordo com a deputada, homem transexual, e é lamentável que infelizmente a deputada tenha politizado esse caso. Infelizmente, ao que tudo indica, nas suspeitas que aconteceram, ele está tendo investigada a morte com relação a morte por suicídio.

Lamentamos que a deputada Erica Malunguinho, que já é uma praxe do PSOL, infelizmente, politizar mortes, principalmente por causas identitárias, fez isso com a vereadora Marielle Franco, e agora o faz com esse rapaz, homem trans, de acordo com a deputada, que faleceu.

Mas algo que precisa ser levantado e trazido a destaque, já que a deputada politizou este caso, é: como nós podemos fazer, Sr. Presidente, que essa pauta que infelizmente está muito presente também nas nossas escolas, que são pautas defendidas pela extrema esquerda como pautas de gênero, se façam presentes na sala de aula a crianças, quando até mesmo pelo que foi levantado através da deputada, um adulto não soube psicologicamente lidar com esse tipo de tema.

Se um adulto mentalmente capaz não consegue ter saúde emocional suficiente para lidar com esse tipo de tema, que é causas identitárias e etc., por que nós queremos trazer este debate às nossas crianças, às escolas?

É extremamente sensível, delicado, nós não podemos permitir isso, e mais uma vez, esse caso triste trazido para o nosso Brasil só serve, única e exclusivamente, para comprovar aquilo que os conservadores têm defendido: o afastamento total da ideologia de gênero de dentro das salas de aula.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Registrado, deputado.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PSDB - Pela ordem, presidente. Para uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Para comunicação, tem Vossa Excelência.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - É só para um registro que eu considero muito significativo. Acabamos de votar e aprovar um projeto de lei, que agora é lei em São Paulo, para promover, de forma muito extraordinária, a dignidade de meninas e de mulheres neste Estado. Então, cumprimentar a todos os colegas que votaram favoravelmente.

Eu tive a honra, presidente, de ser relatora desse projeto. Levarei comigo, em minha biografia aqui na Assembleia, a honra de tê-lo relatado, e, é claro, agora acompanharmos os resultados que certamente advirão deste projeto, que, repito, é para promover dignidade de meninas e mulheres.

Referimo-nos aqui ao projeto de dignidade íntima e que certamente meninas e mulheres não terão mais os obstáculos enfrentados nas relações de trabalho, ou para ir à escola, por falta de um absorvente íntimo.

Mais uma vez parabenizo ao governador, que encaminhou o projeto, a Assembleia, que votou, e agora o estado de São Paulo terá a oportunidade de vivenciar uma lei que promove a dignidade das nossas mulheres.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - REPUBLICANOS - Parabéns, deputada Dra. Damaris.

Não havendo mais nada a tratar, está encerrada a primeira extraordinária, lembrando a todos que daqui a 10 minutos começaremos a segunda extraordinária.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 40 minutos.

 

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