28 DE MARÇO DE 2022
10ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, CARLOS GIANNAZI e JANAINA
PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca as Comissões de
Constituição, Justiça e Redação, Finanças, Orçamento e Planejamento, para uma
reunião conjunta, amanhã, às 10 horas; e uma segunda reunião conjunta das
Comissão de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e
Relações do Trabalho, Finanças, Orçamento e Planejamento, amanhã, às 10 horas.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - CORONEL TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
9 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - JANAINA PASCHOAL
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Defere o pedido. Endossa o pronunciamento da deputada Janaina
Paschoal. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/03, à hora
regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP
- Presente o número regimental de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o expediente nesta segunda-feira, dia 28 de março de 2022.
Antes de abrir o Pequeno Expediente,
quero fazer algumas convocações.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos
termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68,
ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de
Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento, a
realizar-se amanhã, às dez horas da manhã, em ambiente virtual, com a
finalidade de apreciar os seguintes projetos: Projeto de lei Complementar nº 4,
de 2022, de autoria da Mesa; Projeto de lei Complementar nº 5, de 2022, de
autoria da Defensoria Pública do Estado; Projeto de lei Complementar nº 6, de
2022, de autoria da Defensoria Pública do Estado.
Mais uma convocação. Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, III, alínea “d”, combinado com o Art.
68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de
Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho;
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às dez horas da
manhã, em ambiente virtual, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei
Complementar nº 8, de 2022, de autoria do Tribunal de Contas do Estado.
Convocações realizadas.
Pequeno Expediente. Oradores inscritos:
deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.)
Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado
Castello Branco. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Coronel
Nishikawa. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento.
(Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Eu falarei
posteriormente. Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)
Pela lista suplementar: deputado
Castello Branco. (Pausa.) Deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputado Caio
França. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectadores da TV Assembleia, eu quero fazer uma gravíssima denúncia contra
o secretário estadual de Educação Rossieli Soares, que está instrumentalizando
as nossas escolas da rede estadual, que está dizendo inverdades, talvez até
distribuindo fake news em relação ao PLC 3 ou falando meias-verdades,
confundindo os professores e toda a sociedade.
É de uma forma
exagerada que isso está acontecendo, Sr. Presidente, esse famigerado PLC 3 que
destrói a carreira do Magistério, e é o projeto da chantagem.
Desde quando
ele foi protocolado aqui eu falei: “Você está fazendo chantagem”, porque ele
colocou nesse projeto o reajuste dos professores que tinha que estar no outro
projeto, no PLC 2, como nós já tínhamos falado desde o início e exigido, mas
não fomos atendidos, porque é chantagem para aprovar um plano de carreira que
não tem o mínimo consenso na rede estadual.
Mas para piorar
a situação, ele ainda colocou no PLC 3, que é um plano de carreira para o
Magistério. Ele colocou ali também um artigo, por exemplo, o Art. 85, que versa
sobre o plano de carreira do QAE e do QSE - olhe que absurdo - quando ele
deveria ter feito isso de uma forma separada.
Mas fez de
propósito para chantagear, para obrigar a Assembleia Legislativa a votar nesse
famigerado projeto, que é uma verdadeira farsa que vai ser utilizada apenas
como propaganda eleitoral na falida e malsucedida já campanha do Doria. O Doria
apareceu com dois por cento. Já era, acabou para o Doria.
Ele está
concorrendo, está com empate técnico entre os de um por cento para baixo. Essa
é a verdade. É uma campanha que já começa fracassada, mas ele vai usar, vai dizer
que deu 5.000 reais de aumento, instituiu um salário de 5.000 reais.
Mas eu quero
mostrar, Sr. Presidente, eu quero provar tudo o que eu estou dizendo aqui.
Primeiramente, eu quero mostrar o vídeo sobre os dez por cento, a chantagem que
ele fez.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Olhe só a
contradição, deputado Coronel Telhada. Ele está dizendo, primeiro, que é
possível você separar o reajuste dos dez por cento, de tal forma que ele seja
dado a todos os professores e professoras, a todo o Magistério, inclusive aos
aposentados e pensionistas.
O próprio
secretário de uma forma irônica diz isso, mas isso é possível. Tanto é que nós
apresentamos esse roteiro de retirar o reajuste dos dez por cento e colocar no
roteiro. Nós vamos votar no reajuste para os professores e para os aposentados
e pensionistas. Isso está muito claro para nós.
Mas, Sr. Presidente, esse secretário está tão
desesperado para aprovar o projeto que ele distribui meias verdades por meio de
cards na internet, inclusive com fortes indícios de já divulgação pessoal,
personalista, porque ele sempre coloca o logo dele: Rossieli; ele não coloca
Secretaria da Educação.
Então vamos aos
fatos. Eu quero mostrar alguns cards aqui. Olha esse: - está lá no Instagram
dele, nas redes sociais do secretário, ele fazendo propaganda do projeto que
ele quer aprovar aqui - “a nova carreira mantém 13º, férias, aposentadoria,
incorporação de gratificações por tempo de serviço.”
Olha, isso não
é verdade, secretário. Como V. Exa. tem coragem de mentir abertamente por meio
das redes sociais? Quem optar pela nova carreira não terá mais incorporação,
nem terá mais quinquênios, sexta parte.
Se um professor
tem dez anos de magistério, tem dois quinquênios, e ele adere à nova carreira,
o que ele conseguiu, ele leva. Agora ele não terá mais direito, porque não há
quinquênio, não há evolução por tempo de serviço na nova carreira do
magistério. Então é a primeira mentira que eu estou desmascarando aqui do
secretário.
Vamos para o
outro card do secretário, olha só: “salário na carreira atual: 3.845”; isso não
é verdade. Ele nem publicou ainda, Sr. Presidente, o decreto, que ele disse que
iria ter um decreto para instituir um abono complementar, para chegar nesse
valor, três mil, oitocentos e quarenta e cinco.
Então, ele está
dizendo, olha, “salário da carreira atual”: isso não existe. Esse salário ainda
não foi... Não há decreto ainda dando o abono para que o professor chegue a
esse piso nacional.
E pior ainda é
o que vem depois. Pode voltar naquele ainda, Machado, por favor.
* * *
- É exibida a
imagem.
* * *
Ele fala “nova
carreira, salário de cinco mil reais”; não é salário, secretário, V. Exa. está
trocando, está transformando salário em subsídios. Não é salário de cinco mil
reais, é subsídio, é outra coisa. Mas ele coloca ali “salário”, deputado
Coronel Telhada. E já vou terminar minha explanação, só mais uma tolerância.
Depois, olha, mais uma mentira, mais uma fake
news. Está ali, olha: “sem aprovação do PLC, não haverá aumento para os
aposentados”. Olha: “sem aprovação do PLC, não haverá aumento para os
aposentados”.
Primeiro, ele
mente, ele fala que é possível aprovar os dez por cento porque os aposentados
só terão os dez por cento de reajuste, e nada mais do que isso, e os
professores também.
Então é
possível, sim, aprovar. Ele mesmo disse, no vídeo que eu coloquei antes, que é
possível. A Assembleia, se não quiser votar o projeto, vota só o reajuste.
Então ele está aqui entrando em contradição com a fala anterior.
Tem mais uma
aqui para concluir, Sr. Presidente. Olha, de novo ele mentindo sobre salário.
“Você seria contra um professor ganhar cinco mil de salário inicial?” De novo,
não é salário, secretário. Não pode mentir dessa maneira, abertamente.
E, por fim, Sr. Presidente, eu quero fazer a
última denúncia aqui em relação a isso: olha, amanhã, nós vamos ter uma grande
mobilização aqui, de várias entidades representativas do magistério, de toda a
Educação, amplos setores dos servidores estarão aqui.
Agora, - o secretário - eu estou recebendo
várias denúncias de diretores, supervisores de ensino, dizendo que o secretário
está convocando, olha, sai uma convocação amanhã, em dois turnos, para que
esses dirigentes de ensino e diretores estejam no evento, no Memorial da
América Latina, de manhã, e depois, à tarde, das 13 às 19 horas.
Na verdade, por
detrás dessa mobilização do secretário no Memorial da América Latina está a
intenção de depois liberar os dirigentes de ensino e os diretores, e as pessoas
que estiverem participando desse evento no Memorial da América Latina, que elas
venham para a Assembleia Legislativa pressionar os deputados a votar no PLC nº
3.
Isso é grave, Sr. Presidente, é
instrumentalização da máquina pública, dos servidores públicos. Isso é grave. A
gente tem que apurar e denunciar, inclusive no Ministério Público. Nós vamos
tomar essas providências.
Como ele já fez
na semana passada, quando anunciou a criação, até o final do ano, de três mil
escolas do Programa de Ensino Integral, ele convocou os diretores, dirigentes
de ensino para uma reunião de trabalho no Palácio dos Bandeirantes, que
coincidiu exatamente com o anúncio de PEI.
É um absurdo,
Sr. Presidente, é algo muito escancarado, jamais visto no estado de São Paulo.
Mas providências serão tomadas contra a instrumentalização da máquina pública
com campanha.
A gente pode
ver, Sr. Presidente, agora para concluir - só colocar um daqueles cards para
mim, Machado -, que em todos eles, deputado Coronel Telhado, olha, só mais um
card para eu fechar aqui o meu pronunciamento, Sr. Presidente, ele coloca o
logo dele. Olha, é logo ali, “Rossieli”; aquilo pode caracterizar fortes
indícios já de propaganda eleitoral, “Rossieli”.
Eu acho que ele
é o secretário da Educação, deveria ter ali o que, deputado Coronel Telhada? A
marca da Secretaria Estadual de Educação, mas está lá embaixo, “Rossieli”, em
todos os posters que ele vem realizando. Olha, Rossieli, Rossieli, engana-me
que eu gosto, secretário. A gente vai ver se ele vai ser candidato ou não, mas
isso já pode caracterizar propaganda eleitoral.
Mas eu volto,
Sr. Presidente, vou fazer mais um pronunciamento depois, e vou continuar aqui
denunciando a farsa do PLC nº 3.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr.
Deputado. Solicito que V.Exa. assuma, por gentileza, os trabalhos para que eu
possa fazer uso da palavra.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o
nobre deputado Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Segunda-feira,
dia 28 de março de 2022, quero cumprimentar todos que estão presentes aqui no
plenário, Sra. Deputada Janaina, Sr. Deputado Giannazi, todos os funcionários e
assessores aqui presentes, policiais militares aqui da nossa assessoria
policial militar, todos que nos assistem pela Rede Alesp.
Eu aqui procuro
sempre saudar os municípios aniversariantes, porque nós sabemos que essa sessão
plenária é acompanhada por muitas cidades do interior. Então nada mais justo do
que cumprimentar as pessoas que nos assistem através dos seus municípios.
No dia 26, no
sábado, nós tivemos vários aniversários de municípios aí. Nós tivemos o
município de Barueri, Capela do Alto - aproveito mandar um abraço para o meu
amigo Paulinho do Povo -, Carapicuíba, Ipuã, Poá, Riolândia, Santo Antônio do
Jardim e Terra Roxa.
Já no domingo,
dia 27 de março, foram os municípios de Presidente Epitácio, Itirapuã, Bento de
Abreu e Mairiporã. Em Mairiporã nós temos nosso amigo coronel Rohrer,
secretário municipal de Segurança Urbana, de Transporte, a quem mando um abraço
também ao coronel Rohrer e à família lá de Mairiporã.
E hoje,
segunda-feira, dia 28 de março, nós temos seis municípios aniversariantes:
Guzolândia, Uchoa, Queiroz, Embu Guaçu, Dobrada e Juquitiba.
Um abraço a
todos os amigos e amigas desses municípios. Contem com o nosso trabalho aqui na
Assembleia Legislativa.
Hoje, dia 28 de
março, também é o dia que nós comemoramos aí o aniversário da Polícia Federal.
Hoje a Polícia Federal completa 78 anos de existência com excelentes serviços
prestados à sociedade brasileira. Um abraço a todos os amigos e amigas que
labutam, que trabalham na Polícia Federal. Um grande abraço a todos, e
continuem firmes na missão.
Também hoje nas
Forças Armadas é o Dia das Comunicações Navais, onde nós temos aí nossos amigos
da Marinha do Brasil. Um abraço a todos que trabalham também com as
comunicações navais, defendendo aí, cuidando dos nossos mares, da Amazônia
Azul, enfim mantendo a integridade e autonomia dos mares brasileiros.
Falando em área
militar, Sr. Presidente, aqui mais uma vez nós temos a lamentar um acidente
ocorrido com soldados do Exército Brasileiro. Acabou de me chegar essa notícia
aqui onde, num acidente, quatro soldados, entre 18 e 19 anos, que participavam
de um treinamento do 9º Regimento de Cavalaria Blindado, lá em São Gabriel, lá
no sul, sofreram um acidente após a folga do final de semana.
Quatro das seis
vítimas de um acidente envolvendo uma carreta, um carro, um ônibus e um
micro-ônibus de Rio Pardo, na madrugada desta segunda-feira, eram soldados do
Exército Brasileiro.
Eles estavam
lotados no 9º Regimento de Cavalaria Blindado. São quatro jovens: Silas Gabriel
de Azevedo de Barros, de 18 anos, natural de Teutônia; Vinícius Bedra, de 18
anos, também de Teutônia; Lucas Rodrigo Altevogt, 19 anos, também de Teutônia;
e Wesley da Silva Paulo, 19 anos, de São Gabriel.
É uma pena a
gente ver... Ah, aqui está falando que o ônibus não era do regimento. Eles
estavam de folga e estavam voltando para o quartel quando sofreram esse
acidente. A gente lamenta e transmite aqui à família desses militares nossos
sentimentos, e também, aos colegas do Exército Brasileiro, nossos sentimentos,
pois são jovens vidas que trabalhavam em prol do Brasil e, infelizmente, foram
vítimas desse acidente.
Também quero
dar ciência aos Srs. e Sras. Deputados. Esse final de semana, estive na cidade
de Sarapuí, onde nós fizemos uma palestra com alguns colaboradores, com as
pessoas que acompanham o nosso serviço. No sábado à tarde, estivemos em
Sarapuí, a convite do vereador Bruno Cabrito, a quem eu mando um abraço também,
que ele está fazendo um excelente serviço lá em Sarapuí.
Obrigado a
todos que nos prestigiaram, um grande abraço. Contem com o nosso trabalho aqui
na Assembleia Legislativa e tenho certeza de que, na próxima oportunidade,
estaremos juntos novamente. À noite, congreguei com o pessoal também lá, foi
muito bom. Um grande abraço a todos, obrigado pelo carinho e pelo apoio.
Ontem, nós
estivemos aqui em Cotia, na Granja Viana, também congregando com o pessoal.
Estivemos em contato com muitas pessoas, muitos irmãos da igreja. Obrigado pelo
apoio, grande abraço. Contem com o nosso trabalho.
Nós estamos
aqui diariamente trabalhando em prol da população do estado de São Paulo, não
só na área de Segurança, mas apoiando todas as áreas. Segurança, Saúde,
Educação...
Todas as
demandas que nos chegam, nós procuramos atender, e atender da melhor maneira
possível, para que as pessoas tenham um resultado, pelo menos uma resposta às
suas demandas.
Então, contem
com o nosso trabalho aqui na Assembleia Legislativa e estamos à disposição de
todos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra, deputada
Janaina Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento as pessoas que nos acompanham; V. Exa., Sr.
Presidente; colegas deputados, funcionários da Casa. Eu vou tratar de dois
temas, um mais afeto aqui às nossas questões internas, que é justamente a
votação do PL 3.
Na semana
passada, nós conseguimos votar vários projetos que traziam reajustes nos pagamentos
dos funcionários, uma elevação do abono, uma elevação do salário mínimo no
estado, e não votamos o PL 3, porque houve uma divergência que, eu entendo, não
precisa existir, tá?
Vou tentar
explicar: alguns colegas querem votar “sim” ao aumento para os professores que
está previsto no PL 3, mas não querem votar “sim” à nova carreira, porque
entendem que essa nova carreira destruiria, ou destruirá, a carreira atual que
existe do magistério - e é um direito do deputado votar conforme a sua
consciência.
O Governo, o
líder do Governo, eles insistem em manter a votação conjuntamente. Não tem
porque ter briga, basta nós fazermos um método de votação permitindo que os
colegas que estão contra criar a nova carreira - que é opcional -, possam votar
“sim” ao aumento salarial.
Então, hoje eu
conversei com alguns colegas que obstruíram na semana passada - eu mesma
obstruí, porque entendi que o Governo foi intransigente. Não tem porque não
separar. Não é separar em dois projetos, porque já passou dessa fase, é separar
na hora da votação. É só dizer: “Ó, é favorável ao aumento aos professores?”:
“sim” e “não”; “É favorável à nova carreira?”: “sim” e “não”.
É possível
construir esse acordo para a gente terminar essa situação aqui, porque na
semana passada eu ajudei a obstruir, porque eu acho que é um direito dos
colegas votarem de acordo com a sua convicção, mas hoje cedo eu já disse que se
houver uma escolha entre métodos eu vou votar no método que permite votar
separadamente, conforme me comprometi a fazer com os colegas, mas eu não quero
mais obstruir.
Delegado Olim,
soube que V. Exa. passou por uma situação difícil neste final de semana. Receba
a minha solidariedade.
Então, assim, é
possível que o governo tenha um pouco de tolerância e compreenda o sentimento
dos colegas, que nós construamos aqui um caminho para votar esse projeto
amanhã. Porque qual é a minha preocupação?
Eu sei que eu
vou sair daqui e vou começar a ser xingada nos e-mails, mas, assim, a minha
preocupação é a seguinte, amanhã o governo vai dizer que os professores não
tiveram aumento porque nós seguramos a votação aqui. Então essa análise tem que
ser feita de maneira um pouco mais ampla.
Hoje eu
conversei com colegas pela manhã dizendo o seguinte, “eu apoio separar, para
que cada um vote de acordo com a sua convicção, mas obstruir não, porque a
classe que será prejudicada será a classe dos professores, do quadro de apoio,
que não vai conseguir receber o seu aumento.
Eu cheguei
aqui, ouvi o deputado Giannazi dizendo que não teria, vamos dizer assim, essa
decorrência, essa consequência, mas da leitura que eu faço do texto eu entendo
que tem, se a gente não votar, eles não recebem o aumento. Então fica aqui o
pleito.
Eu já fiz esse
pleito diretamente ao líder do Governo, faço agora publicamente, não tem por
que seguir nessa queda de braço, nós estamos aqui em uma queda de braço quando
é possível contemplar todas as expectativas, aprovando de cara o método para
permitir a votação separada e, quem é favorável ao aumento, e até onde eu sei
todos os deputados são, porque é um reajuste, vota “sim” ao aumento, e quem é
favorável à nova carreira, que é opcional, vota “sim” à nova carreira, quem é
contrário vota contra, ponto.
Fica aqui este
pedido, porque eu tenho muita preocupação de amanhã acontecer exatamente como
ocorreu na semana passada, não conseguirmos votar o PL e o governo ainda, que o
governador com certeza vai fazer isso, vai à televisão dizer que a culpa é
nossa, de os professores não terem recebido aumento.
Os senhores
sabem que ele anunciou esse aumento um mês antes de mandar o projeto para a
Casa e nós éramos xingados, como se nós estivéssemos atrasando. Agora, vamos
dizer assim, está muito fácil para ele criar essa narrativa.
Então eu peço
compreensão das duas partes, para que nós possamos votar separadamente, mas
encerrar essa situação amanhã.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa. para presidir a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Janaina
Paschoal.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Assumindo com
muita honra a Presidência desta sessão, chamo à tribuna o nobre deputado Carlos
Giannazi, que terá o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Janaina Paschoal, de volta à
tribuna no dia de hoje, só queria fazer um esclarecimento.
Talvez V. Exa.
não tenha ouvido o meu pronunciamento desde o início, deputada Janaina, eu
estou dizendo que é possível aprovar, rejeitar o projeto, mas aprovar os artigos
que beneficiam os professores com o aumento de 3% e também os aposentados e
pensionistas.
Mais ainda, o
Art. 85, por exemplo, que beneficia o QAE, o QSE, que trata da questão da
carreira deles, dos cursos. São dois artigos que nós estamos defendendo, dois
pontos do projeto.
Eu digo isso
com base em uma intervenção do próprio secretário da Educação, em que ele diz:
“Se vocês quiserem aprovar só os 10%, vocês podem fazer isso, rejeitando os
outros”. Eu queria até colocar de novo esse vídeo, só para que todas as pessoas
tivessem certeza e clareza do que eu estou dizendo aqui. O próprio secretário
responde à minha indagação.
* * *
- É exibido
vídeo.
* * *
É o próprio
secretário falando, inclusive, a legenda dele, do vídeo dele, que ele publicou
no Instagram. Não fui eu que coloquei. Eu apenas trouxe o vídeo para o
plenário. E é por isso que nós estamos apresentando um roteiro.
E é possível
que, na hora da aprovação do roteiro amanhã, terça-feira, que haja um acordo,
para que a gente possa, no roteiro, destacar... Acho que V. Exa. também
concorda com isso. Vamos destacar o reajuste, que é o mais importante, que nem
deveria estar nesse projeto. Deveria estar no PLC número 2.
É isso que nós
estamos dizendo. Mas, já que está aqui, a gente vai destacar esse artigo e
votar favoravelmente ao artigo do reajuste dos 10% - que é pouco, que é uma
vergonha, que é um absurdo, os professores, o Magistério, ter apenas 10% de
reajuste.
Isso é
inconcebível. Mas, enfim, nós vamos votar nesse artigo, de uma forma destacada.
Porque, isso, a gente vai resolver na hora do roteiro. O plenário é soberano. O
plenário é que decide como será feito esse roteiro. Então, isso é uma coisa: o
aumento, o reajuste para o Magistério e para os aposentados e pensionistas. Aí
é um ponto que eu queria levantar.
O outro é em
relação ao QAE e ao QSE, que temos que destacar e votar favoravelmente ao QAE e
ao QSE. Porque o Rossieli faz umas manobras. Ele faz chantagens, armadilhas no
projeto.
Ele colocou a
carreira do QAE e do QSE dentro do projeto da nova carreira do Magistério. Fez
de propósito, justamente, para chantagear. É o projeto da chantagem - vamos
dizer assim - para obrigar a Assembleia Legislativa a votar favoravelmente ao
projeto como um todo. Para jogar o QAE e o QSE contra o Magistério, e o
Magistério contra o QAE e o QSE. Tenta dividir a categoria.
Mas, se ele
estivesse tão preocupado com o QAE e o QSE, ele teria valorizado a carreira.
Ele não entregou ainda o projeto de lei... Cadê, secretário Rossieli, o projeto
de lei do abono Fundeb? Não chegou ainda na Assembleia Legislativa. Ele
prometeu, no dia 6 de janeiro, nas suas redes sociais, que estaria
encaminhando. Até agora, o projeto não chegou. Já é dia 28, e o projeto do
abono Fundeb não chegou ainda.
Então isso
mostra que ele não tem nenhuma preocupação. Está dando um passa-moleque no QAE
e no QSE, e instrumentalizando ainda. Mas nós vamos votar o nosso roteiro e nós
vamos lutar para que ele seja aprovado.
Nós vamos
destacar também toda a parte que beneficia o QAE e o QSE. Por fim, nessa parte,
deputada Janaina, que preside a sessão, eu gostaria de dizer, na semana
passada, não fomos nós que atrapalhamos a votação.
Porque o Governo
só colocou 27 deputados da base do Governo. Ele tinha que ter 48. Onde estavam
os outros deputados da base do Governo? Só 27 deputados presentes, da base do
Governo? Então a própria base do Governo sabotou a aprovação do projeto. Olha
só!
Porque conversei
em off, nos corredores, com alguns deputados. Eu conversei com alguns deputados
e me disseram o seguinte: “O Rossieli está fazendo propaganda,
instrumentalizando a rede, entranho nas nossas regiões, nas nossas bases
eleitorais, usando as escolas para tirar os nossos votos”. Então ele está
criando uma confusão na base do Governo.
Porque há
fortes indícios, realmente, de que ele esteja fazendo campanha eleitoral,
utilizando as escolas. É só entrar nas redes sociais dele. Qualquer pessoa
percebe. Os deputados da base do Governo estão preocupados. Porque eles vão
votar num projeto que vai ajudar o Rossieli a tirar os votos dos deputados da
base do Governo. Alguns me disseram isso, aqui.
Não vou revelar
nomes porque não estou autorizado, mas existe essa preocupação também. Então,
amanhã nós vamos lutar aqui para destacar esses dois pontos no roteiro. Isso é
possível do ponto de vista regimental; ninguém está vendendo ilusões. Basta que
a gente faça um acordo aqui.
Isso é
possível. De tal forma que quem quiser votar no plano de carreira nos outros
artigos, que o faça; mas a gente vai proteger o magistério, os aposentados e
pensionistas, o QAE e o QSE. Essa vai ser a nossa luta amanhã aqui. Denunciar a
farsa dessa reforma que não é reforma, como eu já mostrei no meu primeiro
pronunciamento.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Deputado, eu
vou abrir mão de fazer uso da palavra novamente. Como V. Exa. tem mais uma
inscrição, indago se V. Exa. já quer continuar.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Quero, sim. Muito obrigado, deputada. Olha, eu estive
hoje pela manhã no município de Itanhaém, acompanhando e apoiando a luta dos
profissionais da Educação da cidade.
Eles estão em
luta, em greve inclusive, reivindicando melhores condições de trabalho,
melhoria salarial, cumprimento da Lei do Fundeb, porque os servidores estão com
os salários arrochados, defasados há muitos anos. O enquadramento na carreira
do magistério, de tal forma que essas professoras, sobretudo, tenham acesso à
aposentadoria especial, ao piso nacional salarial.
Então, é uma
luta intensa que elas estão realizando na região de Itanhaém. Elas têm todo o
nosso apoio. E pela melhoria salarial, porque os nossos servidores em geral,
sobretudo também os municipais, foram duramente prejudicados pela Lei
Complementar no 173, essa famigerada lei do Bolsonaro que congelou
os quinquênios, a sexta-parte, a evolução funcional por tempo de serviço, a
licença-prêmio.
Foram também
prejudicados por reformas previdenciárias - a federal, a estadual e agora as
municipais. Algumas já foram feitas em vários municípios do estado de São
Paulo. Os prejuízos foram grandes para muitos servidores municipais, sobretudo
os de Itanhaém. Então, quero manifestar nosso total apoio.
Conversei com o
prefeito, fiz um apelo a ele para que atendesse ao sindicato, à comissão; para
que ele também estudasse mais... Eu vou apresentar mais elementos jurídicos
para que ele possa fazer essa incorporação, que já é permitida pela LDB, pelo
Plano Nacional de Educação. Enfim, eu vou apresentar a ele mais argumentos
jurídicos. Espero que ele atenda às reivindicações imediatas dos servidores e
servidoras de Itanhaém.
Para concluir,
eu gostaria ainda de manifestar o meu total apoio à luta dos servidores e
servidoras de Guarulhos, que estão em greve, também, pelo reajuste salarial,
pela melhoria funcional. Tem toda uma pauta importante, porque também lá os
servidores e servidoras estão com os salários arrochados, defasados; foram
afetados pela Lei Complementar no 173, pela reforma da Previdência,
pela inflação.
Então, com
muita justiça e democracia, eles estão se manifestando através de uma greve
muito importante, porque o prefeito não está negociando, não está atendendo
minimamente à pauta com as reivindicações dos servidores e servidoras de
Guarulhos.
Da tribuna da
Assembleia Legislativa, eu faço um apelo ao prefeito para que atenda, porque as
políticas públicas, por exemplo de Guarulhos, são efetivadas pelos servidores
públicos, pelos professores e professoras, pelos agentes de organização
escolar, pelos profissionais da Saúde, pelos servidores da Segurança Pública,
da Assistência Social, que estão atendendo à população na ponta, principalmente
à população mais carente.
Então, quem
investe realmente nessas políticas públicas tem que investir nos servidores,
que não estão tendo mais condições de sobrevivência.
Daqui da
tribuna da Assembleia Legislativa, eu manifesto todo o nosso apoio a essa
importante luta em defesa de melhores salários e melhores condições de
trabalho. Então, era isso.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência ainda à lista de oradores e oradoras inscritos no Pequeno Expediente,
agora já na lista suplementar, com a palavra a nobre deputada Janaina Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Eu queria chamar a
atenção, no bom sentido. Na primeira intervenção falei de questões internas
aqui, agora gostaria de falar um pouquinho da situação nacional.
Eu tenho,
assim, uma grande preocupação com algumas decisões que vêm sendo prolatadas.
São decisões que impactam de maneira muito profunda o direito de expressão, de
manifestação, e são decisões que vêm sendo aplaudidas, em regra - vou utilizar
uma expressão não jurídica - pela torcida adversária do impactado.
Então, há
alguns dias, acho que no final da semana passada, o ministro Alexandre de
Moraes determinou a colocação de uma tornozeleira eletrônica no deputado
federal Daniel Silveira.
E por quê?
Porque ele esteve aqui, na porta da Assembleia, em uma manifestação, não
consigo me lembrar o assunto agora, mas uma manifestação pacífica. Tão pacífica
que nós, que estávamos trabalhando, nem tomamos conhecimento. Não teve
algazarra, não teve quebra-quebra, não teve gritaria, não teve nada.
Então... “Ah,
Janaina, mas lá atrás o deputado gravou um vídeo, o deputado exorbitou. Eu
realmente não corroborei o vídeo que o deputado gravou. Sempre disse e digo que
as críticas devem ser feitas de maneira urbana, de maneira respeitosa, sem
adjetivos, sem frases que possam ser consideradas ameaçadoras.
Então, não
estou aqui defendendo o vídeo, mas não me parece razoável que uma manifestação,
por mais inadequada que seja, além da prisão, além de várias restrições, agora
enseje que um deputado, em ano eleitoral, utilize uma tornozeleira eletrônica,
sendo que não houve nenhum tipo de imputação a ele de desvio de verbas, de ato
de corrupção, de solicitações indevidas.
E o que
acontece? Como o deputado Daniel Silveira é um bolsonarista daqueles mais
aguerridos, quem está do outro lado aplaude. Aplaude a colocação de
tornozeleira em um parlamentar, por ele ter vindo a uma manifestação pacífica.
Eu considero isso muito grave, em termos de desrespeito às nossas liberdades.
Aí, neste final
de semana... É duro, porque eu estou afastada da advocacia, mas eu sou
advogada. Então, eu tenho que tomar cuidado para não desrespeitar o código de
ética dos advogados.
Então, não
quero aqui fazer uma crítica aos advogados. A minha crítica é à iniciativa. O
Partido Liberal, ao qual o presidente se filiou, propôs uma ação, perante o
Tribunal Superior Eleitoral, para proibir que artistas se manifestassem durante
um festival de músicas que aconteceu no fim de semana, ou está acontecendo,
porque alguns artistas falaram o nome de um candidato, ou falaram contra outro
candidato, ou apresentaram bandeiras de candidato. Pré-candidato, porque, muito
embora todos saibam que são candidatos, não se pode falar candidato.
O Partido
Liberal propôs uma ação para proibir que os artistas se manifestassem, e o que
é mais assustador... Com todo o respeito não acho inteligente essa provocação,
porque é o tipo de medida que volta contra, porque, naquele momento, quem está
manifestando, está manifestando contra o candidato representado por aquele
partido, mas amanhã podem utilizar o precedente contra o candidato que o pediu.
Então, não acho nem um pouco inteligente.
Mas, além dessa
falta de estratégia, com todo o respeito, o ministro deu a liminar dizendo que
um artista falar bem ou mal de pré-candidato seria pré-campanha. Meu Pai.
Pré-campanha só se aplica para os potenciais candidatos, não existe
pré-campanha de cidadão eleitor por mais conhecido e famoso que seja.
Não é porque o
cidadão é artista que ele perde a sua condição de cidadão, não tem lei nenhuma
que proíba um artista, um jornalista, um formador de opinião, um religioso, de
se manifestar, de expressar sua opinião política e eleitoral.
Nós podemos,
até... Vossa Excelência me concede um minuto, só para finalizar o raciocínio?
Nós podemos até fazer uma reflexão sobre o ponto de vista da adequação, porque
quando um artista se apresenta, ele se apresenta para uma coletividade e, com
certeza, naquela coletividade, há eleitores dos mais diversos candidatos, das
mais diversas linhas ideológicas, então nós podemos ponderar: é adequado que o
artista faça dessa forma?
Mas é o público
dele que vai avaliar. Eu, particularmente, não considero adequado, porque me
parece que é um desrespeito para com aqueles que estão ali com o intuito de se
divertir e de repente pensam de forma diferente, mas aí é uma questão de
adequação, não de ilicitude, não de afronta à legislação eleitoral, como se
amanhã a pessoa vai a uma missa, a um culto e o líder faz algum tipo de
comentário.
Eu entendo que
é inadequado, porque ali entre os fiéis há pessoas que pensam de maneiras
diferentes, mas, entre ser inadequado e ser uma ilegalidade, uma ilicitude
passível de proibição, de multa, vai uma distância enorme.
E aí, aqueles
que defendem a liberdade de expressão, de manifestação, de Daniel Silveira, o
deputado, aplaudiram essa excrescência, desculpem, não tem outro termo para
isso.
Então, o que
está faltando neste momento é um pouco de ponderação, um pouco de
distanciamento e muito de justiça, porque nós vamos abrindo portas para essas
intervenções do estado, para essas proibições... Nem entro no mérito da
suspensão do Telegram, mas percebam os senhores que estamos em um crescente de
cessação dos nossos direitos e das nossas liberdades.
O que eu venho
pedir aqui à esquerda, à direita, à quem ainda não se decidiu, à quem criou
outra terminologia para se apresentar, não importa, é que procurem exercitar a
alteridade, se colocar no lugar do outro, trocar os agentes envolvidos e
perceber que toda restrição do direito de liberdade de expressão e
manifestação, sobretudo pacíficas, toda restrição fere a democracia, fere a
república e fere cada cidadão.
Hoje a decisão
está contra aquele, mas pode ser contra o outro no dia seguinte e é o que
estamos vendo. E isso é muito ruim. Nunca imaginei testemunhar tamanho
retrocesso.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Presidente, havendo
acordo de lideranças, peço à V. Exa. o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sim, só, antes
de fazer o levantamento desta sessão, dos nossos trabalhos, eu queria
manifestar também a minha discordância à decisão monocrática de um ministro do
TSE que deu um parecer favorável ao pedido do PL, de censura, na verdade, a um
evento artístico e cultural muito importante no Brasil.
O fato é que o tiro saiu pela culatra,
teve um efeito reverso essa decisão do ministro e esse pedido do PL, que é o
partido do presidente Bolsonaro, até porque, depois, durante todo o evento,
vários artistas se manifestaram e gritaram “Fora, Bolsonaro” e a plateia ficou
o tempo todo, nos dias seguintes, se manifestando “Fora, Bolsonaro”.
Então, quer dizer, não adiantou nada.
Essa decisão de instalar a censura, a mordaça, em um evento artístico só potencializou
ainda mais - eu diria - o senso crítico e a informação da nossa população.
Inclusive, criou um movimento em todo o Brasil com várias manifestações de
outros artistas que nem estavam lá, defendendo a liberdade de expressão,
defendendo a Constituição Federal e fazendo coro com o “Fora, Bolsonaro”.
Havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da
última quarta-feira.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 51 minutos.
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