29 DE MARÇO DE 2022

11ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: PAULO LULA FIORILO, CONTE LOPES e JANAINA PASCHOAL

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - PAULO LULA FIORILO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

4 - PRESIDENTE PAULO LULA FIORILO

Convoca os Srs. Deputados para sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16h30min ou dez minutos após o término da presente sessão. Convoca os Srs. Deputados para reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho; e Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às 14h45min. Pede respeito entre os servidores presentes.

 

5 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

6 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

7 - PRESIDENTE PAULO LULA FIORILO

Lembra que todos os servidores presentes se identificaram na portaria.

 

8 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

9 - PRESIDENTE PAULO LULA FIORILO

Afirma que os servidores não podem ser obrigados pelas diretorias de ensino a comparecer às sessões.

 

10 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

12 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

13 - PRESIDENTE PAULO LULA FIORILO

Solicita que os presentes respeitem os oradores na tribuna.

 

14 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

15 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

 

16 - PAULO LULA FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

17 - LETICIA AGUIAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

18 - JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência.

 

19 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

20 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

21 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Defende o método de votação que permite que cada deputado vote de acordo com sua convicção.

 

GRANDE EXPEDIENTE

22 - MÁRCIA LULA LIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

23 - ADRIANA BORGO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

 

24 - ADRIANA BORGO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

25 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 30/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a realizar-se hoje às 16h30min. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Paulo Lula Fiorilo.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente, que vai ser recebido por email. Então nós vamos dar início ao Pequeno Expediente. O primeiro orador é o deputado Jorge Lula do Carmo, com o tempo regimental.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, deputado Paulo Lula Fiorilo, na Presidência da Assembleia Legislativa no Pequeno Expediente. Cumprimentar as demais deputadas e deputados. Cumprimentar o plenário, que hoje está lotado. Hoje teremos um dia realmente muito cheio, muito tenso, mas certamente seremos vitoriosos.

Sr. Presidente, eu venho a esta tribuna para falar de um outro assunto - mais tarde nós vamos falar sobre a pauta do dia, a questão da Educação, a questão dos servidores.

Agora eu quero falar, Sr. Presidente, sobre um problema corriqueiro do nosso estado, que é a questão do transporte sobre trilhos, deputado Coronel Telhada.

Todos os dias a gente vê o descaso e o desmando do nosso transporte sobre trilhos no estado de São Paulo. É assim nas Linhas 11 Coral e 12 Safira; é assim agora nas Linhas 8 Diamante e 9 Esmeralda. Todos os dias nós temos um problema. E lembrando que as Linhas 8 Diamante e 9 Esmeralda foram recentemente concedidas para a iniciativa privada para que explorasse, só que os problemas só vêm se agravando e a população cada vez mais pagando por um transporte caro e ruim. Quero pedir a gentileza do pessoal passar um vídeo que eu preparei para mostrar.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Pois bem, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esse é o estado do nosso transporte sobre trilhos no estado de São Paulo como um todo. Se vamos para a zona leste, a região Alto Tietê, as Linhas 11-Coral e 12-Safira não têm acessibilidade, não têm segurança, não têm nenhuma condição. E é todos os dias.

No ano de 2022, já foram mais de 20 vezes que só aquela região teve problemas, seja por superlotação, por falta de segurança. E agora, nas Linhas 8 e 9, recentemente foram 17 falhas, como demonstrou a reportagem.

Quase todos os dias com problema. Então é para isso que o governador João Doria, que graças a Deus está saindo do Governo, mas está deixando o seu vice para fazer um desmando, um desmando do transporte sobre trilho, um desmando da Educação, um desmando das políticas públicas. Por isso, senhoras e senhores, nós não podemos concordar com esse tipo de postura, de política. É por isso que o governador João Agripino Doria realmente foi um fiasco, foi um desastre para este estado. (Manifestação nas galerias.)

É por isso que este ano nós vamos saber dar resposta; a população paulista vai saber dar resposta, porque chega de ser maltratado, chega de ter política nefasta - política contra a população - da Educação, da Saúde, do Transporte, do Esporte, de Habitação, de todas as políticas públicas contra a população paulista. Então hoje é um dia de muita batalha aqui nesta Assembleia.

A bancada do Partido dos Trabalhadores está firme e coesa em defesa dos trabalhadores e em defesa dos servidores, e a favor das políticas públicas.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Muito obrigado, deputado Jorge Lula do Carmo. Próximo orador, deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Próximo orador, deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Próximo orador, deputado Castello Branco. (Pausa.) Próximo orador, deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Próxima oradora, deputada Marta Costa. (Pausa.) Próximo orador, deputado Caio França. (Pausa.) Próximo orador, deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Próximo orador, deputado Carlos Giannazi. Deputado Carlos Giannazi, com a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores e servidoras da Educação, é uma honra receber vocês aqui na Assembleia Legislativa, que esta é a Casa do Povo, é a Casa de vocês, é a Casa da cidadania.

E hoje nós estamos mobilizados em todo o estado de São Paulo para denunciar a farsa da nova carreira do magistério. E eu quero já aproveitar, Sr. Presidente, deputado Fiorilo, para ver com o pessoal da técnica se o Machado já tem o material, que eu mostrei ontem, eu vou mostrar.

Nós estamos desmontando a farsa de um projeto de lei que representa uma verdadeira chantagem do secretário fake news. Rossieli é o secretário da mentira, da fake news, das armadilhas.

Inclusive eu quero fazer uma denúncia gravíssima agora, que ele está instrumentalizando várias diretorias de ensino e trazendo dirigentes de ensino para a Assembleia Legislativa. (Manifestação nas galerias.) Está trazendo diretores, todos nós sabemos.

Eu mesmo acabei de receber uma pessoa, uma pessoa, por engano, deputado Fiorilo. Por engano me ligou de uma diretoria de ensino dizendo: “Deputado, nós estamos aqui na portaria, só que nós não estamos conseguindo entrar.”

Eu falei: “Mas vocês são de onde?” “Nós somos da diretoria tal, da Diretoria Sul 2”, ela falou. “E a dirigente pediu para a gente vir aqui”. Mas eu falei: “Vocês são professoras?” “A gente trabalha na diretoria de ensino. Ela orientou para que nós viéssemos aqui para fazer movimento em defesa desse PLC nº 3.”

Então, isso está mais do que constatado, Rossieli Soares é candidato e está instrumentalizando a máquina pública para sua candidatura. Mas vamos aqui aos fatos. Olhe, deputado Fiorilo, olhe só, ele não usa o logo da Secretaria da Educação nas suas redes sociais. Ele usa “Rossieli”. Parece-me que já vai ser o logo da campanha eleitoral dele. Em todas as postagens o que aparece é esse logo “Rossieli”.

Mas olhe como eles mentem o tempo todo, falando que na nova carreira haverá incorporação de gratificações por tempo de serviço. Na suposta nova carreira, que é por subsídio, não existe gratificação por tempo de serviço: não tem quinquênio, não tem sexta-parte, não tem licença-prêmio - todo mundo sabe disso -, mas ele afirma ali que tem. Então aí uma fake news, mentira.

Vamos ao outro post? Olhe só, salário na carreira atual, 3.845 reais. É mentira, não é 3.845, nem foi publicado ainda o que ele disse que seria publicado, um decreto instituindo um abono complementar para instituir o piso nacional salarial. Isso não foi ainda publicado. Logo, o salário da carreira atual não é esse de 3.845, que seria o do piso nacional que não foi ainda implantado no estado de São Paulo, e não depende do PLC nº 3.

 Mais uma mentira do Rossieli. Ele fala: “nova carreira, salário de 5.000 reais?” Não é salário, é subsídio, é mentira. Olhe como ele mente para tentar ludibriar a opinião pública e até mesmo os professores que estão sendo enganados por esse PLC nº 3.

Mais um post. Olhe só. Sem aprovação do PLC 3 não haverá aumento para os aposentados. Eu quero mostrar agora um vídeo do próprio, dele Rossieli fake news, desmentindo esse post que ele publicou nas suas redes.

Vamos colocar um vídeo agora de uma pergunta que eu fiz a ele, recentemente aqui, numa reunião na Assembleia Legislativa. Prestem atenção.

De novo, de novo, Machado, volte, vamos voltar. Calma, pessoal. Vai voltar o vídeo. Vai voltar o vídeo, calma.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Rossieli fake news desmentindo Rossieli fake news. Vocês percebem quanta mentira, quanto fake no dia de hoje? (Manifestação nas galerias.)

E, por fim, o último. Tem mais um post, parece-me. Eu vou fazer essa desmontagem ao longo do dia, das minhas intervenções durante o debate sobre o PLC nº 3.

O que nós estamos defendendo é o reajuste para todos os servidores da Educação, para os professores, para os aposentados e pensionistas, também estamos defendendo a parte que vai beneficiar o QAE, o QSE. (Palmas.) O resto, gente, é conversa fiada, é enganação. Nós vamos fazer a desmontagem de todas essas mentiras durante o dia de hoje.

Um abraço para vocês e parabéns pela mobilização. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Sras. Deputadas... (Manifestação nas galerias.) Obrigado. Queria só dar continuidade.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 7ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 30/03/2022.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Convocação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação; de Administração Pública e Relações do Trabalho; de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 14 horas e 45 minutos, em ambiente virtual, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 8, de 2022, de autoria do Tribunal de Contas do Estado. (Manifestação nas galerias.)

Desculpa, eu queria só pedir, a não ser que tenha um problema grave na galeria, pessoal que está acompanhando, porque eu não entendi a manifestação de vocês. Aconteceu alguma coisa? (Manifestação nas galerias.) Entendi.

Tem uma pessoa que é a favor e que está aí, é isso? Então, assim, só combinar para que a gente possa aqui ouvir os deputados. Depois, se tiver problema, a gente vê qual procedimento a gente vai adotar para não ter provocação, para que a gente possa fazer o debate, ok? (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, deputada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - PARA COMUNICACÃO - Presidente, eu entendo, com todo respeito, que esta Casa tem que acolher todos os posicionamentos. Então nós não podemos admitir...

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Sim, o que nós não podemos permitir é que haja provocação em uma situação como esta, então por isso estou pedindo para o pessoal ter calma e, se precisar, a gente vai pedir para que os policiais adotem as medidas necessárias, até para que não haja nenhum confronto se houver provocação. Está claro aqui? (Manifestação nas galerias.) Exatamente. Até porque aqui são professores, educadores.

Eu vou pedir, pessoal, aos policiais para que fiquem atentos para que não tenha nenhum problema. Se houver provocação, que a pessoa seja retirada. Se houver provocação. Está claro. (Manifestação nas galerias.)

Eu sei, é que a galeria está aberta, todo mundo entra. Agora, acho que, assim, o que não pode é ter provocação. Se tiver, eu estou observando, a gente vai tomar as decisões cabíveis.

Deputado Giannazi, pela ordem.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICACÃO - Sr. Presidente, na verdade, nós estamos recebendo várias denúncias de que as diretorias de ensino estão instrumentalizando seus próprios servidores e muitos deles foram obrigados a estarem aqui, hoje, no plenário, para guardar o lugar para até dirigentes de ensino, por isso que está tendo aqui essa confusão toda.

E isso é grave, porque o secretário está instrumentalizando a máquina pública. (Manifestação nas galerias.) Isso agride o Art. 37 da Constituição Federal.

Um dos grandes princípios da administração pública é a impessoalidade, e o secretário, desesperado para fazer a sua campanha eleitoral, perdeu a noção da realidade e do que é democracia e respeito à máquina pública, Sr. Presidente. Isso é grave, essa denúncia é grave.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Deputado Giannazi, entendendo que a denúncia é grave, eu vou fazer uma sugestão, inclusive ao senhor e aos outros deputados. Todos os servidores que estão aqui foram identificados na portaria. Portanto, é possível saber a situação do servidor que está aqui. E... (Manifestação nas galerias.)

Pessoal, eu vou pedir só para vocês entenderem o encaminhamento. Então, ao ser solicitada a lista, é possível identificar. O deputado Giannazi traz uma denúncia grave, que pode ser apurada. Então, só para que todo mundo tenha clareza disso. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem, presidente. É só uma...

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Eu gostaria até de continuar, por favor.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - É só uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - PARA COMUNICAÇÃO - Excelência, com todo o respeito, todos os que estão hoje... (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Pessoal, vamos só ouvir a deputada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Todos os que estão aqui para assistir a sessão são servidores. Então, nós não podemos impedir que servidores que tenham um outro posicionamento estejam na Casa... Eles têm que ser respeitados. Porque se não, presidente... (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Por favor, vamos só ouvir...

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Apenas os servidores da Apeoesp são bem-vindos?

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Não, não, a senhora não entendeu o meu encaminhamento. Todos os servidores são bem-vindos. Agora, se tem servidor que foi obrigado a vir, está errado. É disso que estou tratando. Não estou tratando de outra coisa. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, deputada Monica. Está claro aqui qual é o posicionamento? Todos os servidores são bem-vindos. Agora, se tem servidor que foi obrigado a vir, está errado. Deputada Monica. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Eu gostaria de manifestar a minha solidariedade... (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Pessoal, vamos prestar atenção.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - PARA COMUNICACÃO - Eu gostaria de manifestar a minha solidariedade à servidora, mulher negra, que estava sentada ali na frente e foi convidada a se retirar em uma atitude violenta, para não acusar de outras coisas. (Manifestação na galeria.)

Mas eu queria dizer que a galeria da Assembleia Legislativa é um lugar público, e cada um dos senhores e das senhoras devem e podem continuar sentados no lugar onde estão.

Ninguém tem o direito de pedir para que se retirem. Se isso aconteceu, foi um ato que a Assembleia Legislativa não endossa. Eu quero me solidarizar à servidora. Se a senhora ainda estiver aí, pode contar comigo para garantir o seu bem-estar e a sua segurança aqui nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Ok, deputada. Dando continuidade...

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Uma comunicação, deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, racismo, aqui não, Sr. Presidente. Racismo, aqui não. Nós não podemos tolerar racismo dentro da Assembleia Legislativa. E lembrando que hoje o secretário da Educação marcou uma reunião com os dirigentes de ensino, como ele fez na semana passada, para divulgar o PEI, que é o Programa de Ensino Integral.

Ele marcou lá no Palácio dos Bandeirantes uma reunião de trabalho, com dirigentes, com diretores. Colocou lá quase mil pessoas para, em seguida, anunciar a instalação de mais 3 mil escolas PEI até o final do ano, para fazer propaganda para ele e para o Doria.

E agora ele fez o mesmo, instrumentalizando uma reunião, que ele chamou no dia de hoje, para trazer depois as pessoas aqui. Elas podem vir, mas não instrumentalizadas e obrigadas para beneficiar o secretário da Educação, repito, que é candidato, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Ok. Vamos seguir aqui a lista dos oradores do Pequeno Expediente. Próxima oradora é a deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Próximo orador é o deputado Coronel Telhada pelo tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, presidente. Uma boa tarde a todos que nos assistem pela Rede Alesp, a todos os deputados e as deputadas aqui presentes, assessores, funcionários, policiais militares da nossa assessoria, a todos das galerias, sejam bem-vindos, é um prazer recebê-los.

Antes de entrar no meu assunto propriamente dito, eu queria falar aqui que hoje nós temos vários projetos em pauta, inclusive um que é o que traz a galeria lotada hoje, e é o PLC 3, de 22, que institui planos de carreira.

Queria dizer aos senhores aqui e a todos que nos assistem que nós, que não somos da área de Educação - a minha área é a Segurança Pública -, estamos nos baseando nos deputados da área de Educação - Giannazi, Bebel, que são o pessoal que labuta nessa área.

E nós vamos seguir a orientação desses deputados, porque nós entendemos... (Palmas.)

Um minutinho só, por favor. Porque nós entendemos que, se eles, que labutam na área, nós vamos seguir. Mas tem uma coisa, que tem que ficar clara, Hoje já é dia 29 de março. Estou achando difícil esse projeto passar hoje. (Manifestação nas galerias.)

Mas entendam o seguinte. A hora que o pessoal reclamar que não passou os 10%, o governo vai jogar a culpa nos deputados. “Não passou porque os deputados...” (Manifestação nas galerias.)

Espera aí, gente. Pessoal, deixa eu falar.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Vou pedir para que, quem está nas galerias, ouça o deputado. E, ao final, se manifeste. Senão, ele não consegue concluir. Deputado Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. O que acontece? Estou achando que esse projeto não passa esse mês. Acontecendo isso, não haverá o aumento. Que isso fique bem claro a toda a classe. Porque estamos recebendo email de todos os sentidos, de muita gente reclamando disso. Dez por cento é pouco? É uma porcaria. É um absurdo. Absurdo! É ridículo um aumento de 10 por cento.

Mas ajuda. Porque, quem está nessa situação, que nós estamos, ajuda. Então fiquem tranquilos, que a maioria dos deputados acompanhará os deputados da Educação.

Eu queria pedir uma orientação. Às vezes a gente vê umas manifestações, vaiando um deputado ou outro. Cautela nisso, porque às vezes vocês estão vaiando um deputado que vai votar com vocês. Então, tenham atenção, quando vai vaiar, quando não vai. (Manifestação nas galerias.)

Porque tem deputados que estarão com os senhores e senhoras. Então, nós estamos do lado do funcionalismo, porque nós somos funcionários públicos. Ok? Obrigado.

Eu queria só voltar ao meu assunto. Queria começar saudando um município aniversariante, que é o município de Pirajuí. Um abraço a todos os amigos e amigas da querida cidade de Pirajuí.

Eu queria trazer ao plenário uma ocorrência da área do centro de São Paulo. Onde mais uma criança, graças a Deus, foi salva, graças a ação dessa equipe, desses dois policiais militares, do 13º Batalhão, que é na área central. (Palmas.) Salvaram a vida de um bebê.

Olha só. Eles estavam em patrulhamento na rua das Olarias, no Canindé, quando foram informados, por transeuntes, que um bebê estava engasgado. Aliás, tem acontecido muito isso.

Esses dois policiais, de imediato, fizeram a manobra de Heimlich, que é uma manobra básica. Conseguiram desengasgar essa criança, e a mãe e o filho foram levados ao pronto-socorro de Santana. Graças a Deus, mais uma criança. Parabéns a essa equipe do 13º Batalhão, e à Polícia Militar. (Palmas.)

Também, Sr. Presidente, só para finalizar. No 36º Batalhão do Interior, lá no interior de São Paulo, uma equipe da Força Tática acabou fazendo uma grande apreensão de drogas, lá em Limeira.

E foi apreendida uma grande quantidade de dinheiro, também. Além dessa quantidade de maconha, havia também muito crack, e dinheiro: 45 quilos, em 44 tabletes de crack. Quarenta e cinco quilos de crack foram apreendidos por essa equipe do 36º BPMI.

Parabéns aos policiais que estão trabalhando duro. Para os senhores terem ideia: 42 tabletes de maconha, e 44 tabletes de crack. Olha só! Mais 3 mil, quase 8 mil reais apreendidos. Para os senhores verem que, diariamente, a Polícia Militar está nas ruas, combatendo o tráfico, salvando crianças, numa missão inglória, e ganhando só 20% de aumento. Como eu falei, 10% é ridículo, 20% é ridículo.

Infelizmente, o governo de São Paulo não olha o seu funcionalismo. Trata o funcionalismo como criminosos. A grande realidade: se não houver o funcionalismo público, em todas as áreas, o cidadão de São Paulo está desamparado. Seja na Educação, na Saúde, na Segurança, precisamos de um governo que olhe, com mais atenção e mais valorização, todo o nosso funcionalismo público. (Palmas.)

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Obrigado, deputado Coronel Telhada. Seguindo a nossa lista de inscritos no Pequeno Expediente, o próximo é a deputada Janaina Paschoal. (Manifestação nas galerias.)

Eu vou combinar com a galeria o seguinte: pessoal, a gente vai ouvir o orador na tribuna, e depois vocês se manifestem. Mas não enquanto o orador estiver com a palavra. Combinado?

Obrigado.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento as pessoas que nos acompanham, todos os que estão presentes na Assembleia no dia de hoje, V. Exa., Sr. Presidente, os colegas deputados, os funcionários da Casa.

Eu vou expor o que estou sentindo dos bastidores da Casa. Por que eu falei a frase, por que eu utilizei a expressão “sentindo”? Porque é uma perspectiva subjetiva; não significa que seja isso que está ocorrendo. O que eu estou sentindo é que o governo não quer aprovar esse projeto.

Eu já tenho muita experiência aqui dentro, eu sou muito presente; todos os colegas, não importa o partido, podem testemunhar isso de maneira objetiva. Nós sabemos, eu sei quando o governo quer apoiar, quer aprovar.

O governo tem força, tem estrutura para colocar os votos aqui dentro, para deixar os discursos serem feitos e, na hora de aprovar, aprova. Semana passada, o governo mostrou que não tinha os votos.

Aí eu conversei com a colega Bebel, que é quem está, de certa forma, liderando a discussão; conversei com outros deputados que são contrários à nova carreira, conversei com o líder do Governo, com outras lideranças.

O que eu percebi? Que existe um caminho possível de consenso. Qual seria esse caminho possível? Porque hoje, no momento processual a que esse projeto chegou, já não dá mais para criar dois projetos, que era o pleito lá do início. Já não dá mais.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O que é possível fazer? Aprovar um método de votação. Para quem não está habituado, método de votação é um planinho de votação com as perguntas que o presidente da sessão vai fazer, para os deputados votarem “sim” ou “não”.

É possível apresentar um método de votação para separar a parte que cria a nova carreira e a parte que dá o aumento aos funcionários da Secretaria da Educação. (Manifestação nas galerias.)

Eu conversei com a deputada Bebel. Ela tinha apresentado um método que falava de substitutivos. Eu falei: “deputada, aqui a gente não vai conseguir construir; nós precisamos de um método com maior clareza, destacando os artigos”.

Eu vou dar um exemplo. Acho que os senhores leram o projeto: o Art. 83 é o que trata do aumento. Nós precisamos destacar esse Art. 83. Conversei com a colega, conversei com o Camarinha, que é o líder do Governo. Conversei com ele semana passada.

Ele estava ali, eu falei para ele: “Camarinha, o que os colegas querem é poder votar ‘sim’ ao aumento e ‘não’ à carreira. Isso é possível de ser feito”. (Manifestação nas galerias.) E ele insistiu que não, que tecnicamente era impossível, que não tinha como, que ou aprovava tudo ou rejeitava tudo. Eu falei: “Camarinha, eu conheço o Regimento; é possível.”

Hoje pela manhã, conversei de novo com ambos. A deputada Bebel colocou no papel essa ideia do método fazendo os destaques; está aqui o método que a colega preparou. Eu posso até ler para os senhores o método da colega. Conversei com o líder do Governo.

O que eu quero, gente? Eu quero votar isso hoje, porque se nós não votarmos isso hoje, independentemente de quem é a favor ou contra, este aumento não sai. E o governo vai jogar a culpa nas nossas costas.

Prestem atenção: o governador deu uma entrevista um mês antes de mandar esses projetos aqui para a Casa, dizendo que dependia da Assembleia. Eu recebi email com xingamentos todo santo dia neste um mês; que o projeto estava parado aqui. Eu perdi a conta do número de emails a que eu respondi dizendo: “o projeto sequer saiu do Palácio”.

Quando esse projeto finalmente saiu do Palácio - os senhores sabem que eu sou líder; era a líder do PSL, agora estou líder do PRTB, então estou em todos os Colégios de Líderes -, eu vi o líder do Governo pedir para não pautar mais de uma vez.

E a gente pedindo para pautar, para poder, pelo menos, debater. Quando isso é pautado e nós conseguimos construir um caminho jurídico para viabilizar uma votação de forma que cada um vote de acordo com a sua convicção, o governo diz que não quer, e o número de votos pró-governo não aparece.

Então, qual é a interpretação que eu tiro disso tudo? Que o governo está fazendo um teatro de que quer aprovar esse projeto. Os senhores podem não acreditar, mas eu estou aqui dentro.

Está estranhíssimo o que está acontecendo com relação a esse projeto. Eu convido o deputado Camarinha, nobre colega, para subir aqui e explicar por que tecnicamente, juridicamente, regimentalmente essa votação é inviável ao ver deles, ao ver dele e do governo.

Então, olhem o impasse em que nós estamos aqui - eu vou finalizar, Excelência, só mais 30 segundos. A oposição quer votar separadamente. Se não votar, vai obstruir a votação. Isso vai ficar para a semana seguinte, para a outra e para a outra. O que acontece? O aumento dos professores não sai, das carreiras da Educação. Todas as demais já tiveram; o dos profissionais da Educação não sai.

O governo diz que quer aprovar. Se fosse verdade, aceitava votar separado. Então, fica dizendo que quer aprovar, mas, na verdade, não quer. Aí o adiamento vai ocorrer, porque está um impasse aqui dentro. E o que o governador vai dizer? Que a culpa de não ter saído o aumento é ou da oposição, ou dos deputados que apoiaram essa separação.

O argumento do líder do Governo é que, mesmo com essa cisão, precisaria dos 48 votos, porque, vamos dizer... Vamos supor que 20 deputados votem “sim” ao aumento e “não” à carreira. Todos os demais, “sim” ao aumento e “sim” à carreira, mas não terão os 48 votos para aprovar a carreira. É isso que eles estão alegando.

Esse argumento teria lógica se houvesse a possibilidade de aprovar o todo sem verificação de votação, mas essa possibilidade não existe. Então, seja para votar o todo, seja para votar separado, o governo precisa dos 48 votos aqui. Então, o argumento que ele está utilizando não confere.

E mais, e aí eu falo aqui respeitosamente com o pessoal que quer dividir: se aprovar o aumento hoje, vamos supor que a gente consiga...

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Para encerrar, nobre deputada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Mais um segundinho só, presidente. Se aprovar o aumento hoje, mas não aprovar a carreira, o PL não sai da Casa para sancionar. Então, nós temos que votar - seja aprovando, seja rejeitando - hoje, para a coisa andar, entenderam?

Então, eu quero só externar esse raciocínio, que é um raciocínio técnico. Os colegas podem concordar ou não, mas a convicção que eu tenho é de que ninguém quer aprovar esse projeto, nem o governo - talvez principalmente o governo -, mas eles vão nos culpar quando alguém reclamar que não teve aumento.

Então, eu só peço para os colegas refletirem sobre o que eu estou dizendo, para que nós possamos nos reunir e encontrar um caminho. Eu estou falando tudo o que eu estou falando por transparência.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Para encerrar, deputada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Tem pessoas que me escrevem, algumas defendendo a carreira, outras contrárias, mas eu preciso que os senhores entendam o que está acontecendo na realidade nesta Casa.

Obrigada e perdão, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuando a lista dos deputados inscritos, nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)

Lista Suplementar. Nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Castello Branco. (Pausa.) Nobre deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Nobre deputado Caio França. (Pausa.) Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputado Altair Moraes. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Lula Fiorilo. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -Obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp, hoje nós temos uma discussão importante aqui.

Vários deputados já fizeram referência, fizeram uma análise do que acham e do que é possível. Eu aqui vou externar um pouco a minha opinião a partir de todas as conversas que nós fizemos na semana passada, retrasada e hoje aqui na Alesp.

A primeira coisa que nos une aqui, eu acho que a maioria dos que estão aqui, ou senão todos, é de que é preciso separar a votação desse projeto. (Manifestação nas galerias.) Nós precisamos discutir o aumento, nós precisamos discutir as carreiras: as carreiras dos quadros da Educação e dos educadores, dos professores. E nós temos condições aqui hoje de aprovarmos aquilo que a maioria tem interesse.

Por que eu estou falando isso? Na semana passada, quando nós dialogamos com o Camarinha, que é o líder do governo, estávamos na reunião eu, Professora Bebel, o deputado Enio, o deputado Dr. Jorge, vice-líder da Minoria, e a deputada Márcia Lia, líder da bancada do PT.

Nós propusemos a ele a divisão. O argumento é “não”. A decisão política é de não separar. Então, não há um problema técnico. Porque eu nunca vi você associar aumento com carreira. (Manifestação nas galerias.) Carreira é uma discussão, aumento é outra, mas em todos os governos que eu acompanhei o debate era sempre esse. Há uma diferença grande.

Então, a primeira questão aqui é que nós precisamos ter 48 deputados votando, e a maioria simples vence a votação. Então, para o que nós precisamos ficar atentos? Se a gente vai ter os 48; porque nós podemos, sim, aprovar separadamente primeiro o método de votação, e depois aprovar o aumento, aprovar a questão do plano de carreira para o pessoal do quadro da Educação, e podemos discutir, porque os professores rejeitam a proposta apresentada pela Educação.

Então, eu acho que é tranquilo se a gente tiver 48 deputados aqui. E nós temos capacidade de conseguir a maioria dos 48, porque vários deputados que já falaram aqui disseram que vão seguir uma orientação, votando a favor da Educação. Então, eu acho que a gente está bem encaminhado.

O que é preciso deixar claro? E aí a minha divergência com a deputada Janaina. O governo, em especial o Rossieli, tem muito interesse em aprovar o projeto porque é discurso eleitoral, daqui a pouco. Para o Rossieli também, porque é candidato.

Para poder dizer: “olha, dei aumento, aumentamos o salário dos professores, fizemos uma reforma”. Esse, na minha opinião, é o interesse que tem o governo. E por que ele pressiona? Porque ele não quer separar. Ele quer que aprove todo mundo junto do jeito que está.

Nós brigamos, nós propusemos emenda de 20% para todo mundo, eles não toparam. Nós denunciamos aqui que o resto dos servidores do Estado estão recebendo menos de dez por cento. Eles não tiveram sensibilidade de dar pelo menos 10% para o pessoal da Saúde, que não estava nos 20% dos médicos.

Esse é o governo Doria que vocês conhecem muito bem. Nós aqui vamos tentar transformar esse limão que ele trouxe em uma limonada, para mostrar para o governador que a Assembleia, neste caso aqui, tem muita clareza do golpe que eles estão tentando dar nos servidores da Educação, juntando os 10% com a questão das carreiras.

Eu não tenho bola de cristal, não tenho certeza absoluta, mas a gente está trabalhando para conseguir aqui a maioria. Eu acho que é possível, até porque a gente já percebeu aqui deputados que têm uma relação com a base que vão votar com a gente.

Então, nós vamos avançar. Do que nós vamos precisar? Estar atentos aos 48, e a gente conseguir a maioria dos quarenta e oito. Pode ser que tenha mais de 48 deputados aqui, mas nós vamos precisar ter a maioria, e aí sim nós vamos mostrar que é possível fazer um projeto do jeito que as categorias têm interesse.

Porque, até agora, esse governo enviou para cá projetos que não discutiam com as categorias. Não discutiu com a Educação, não discutiu com a Saúde. É empurrar goela abaixo, e goela abaixo não tem acordo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuamos com a lista de deputados inscritos. Nobre deputada Leticia Aguiar. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PP - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., cumprimento os colegas aqui presentes, cumprimento os servidores aqui presentes.

Pois bem, eu tive, nos últimos dias, algumas reuniões com diversos servidores da área da Educação, ontem mesmo, à noite - era por volta de dez horas da noite - nós estávamos em reunião virtual com uma série de professores, servidores da Educação, entendendo qual é a insatisfação diante do PLC 03.

Semana passada nós estivemos aqui, ganhamos no plenário, de forma regimental, a derrubada desse projeto, porque entendemos e avaliamos, analisando junto com minha equipe jurídica, que esse PLC, da maneira como veio pelo governo, não é satisfatório para os servidores da carreira da Educação. (Manifestação nas galerias.)

O que nós queremos, o que nós entendemos ser importante, é que haja, realmente, essa separação. Nós precisamos obviamente reajustar os salários dos nossos servidores da Educação e aqui fica todo o meu respeito aos professores, a todos que fazem parte da rede de ensino, que são tão importantes para o nosso País, mas nós entendemos que o plano de carreira precisa ser melhor dialogado com os maiores interessados, que são vocês, que são os servidores. (Manifestação nas galerias.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Janaina Paschoal.

 

* * *

 

Eu acho que o que a deputada Janaina colocou, a preocupação que ela tem, a questão de que se o governo quer ou não quer que esse projeto seja aprovado, a questão é que o projeto está na Casa, foi enviado pelo governo.

Se há o interesse político de A ou B, se vai utilizar isso para ganho político, para conseguir votos, se o secretário vai sair candidato ou não a questão é que ele desagrada a imensa maioria dos servidores da Educação, é um verdadeiro tiro no pé.

Isso, politicamente, é um verdadeiro tiro no pé, inclusive para o vice-governador que muito em breve vai assumir como governador, será candidato à eleição como governador. E ele vai desagradar os seus servidores? Os servidores da Educação, que são tão importantes para o estado de São Paulo?

Então, o nosso pedido e o nosso apelo é para que todos os outros deputados entendam, ouçam esse clamor, avaliem cuidadosamente com as suas equipes o que diz o PLC 03 para que a gente possa aumentar o salário, aprovar esse reajuste separadamente do plano de carreira, mas, mais importante do que isso, nós temos que nos atentar à questão dos prazos. Estamos com os prazos extremamente limitados.

A carreira da Educação precisa ser ouvida, vocês precisam ser ouvidos para discutir essa carreira em conjunto, porque vocês serão os afetados. (Manifestação nas galerias.)

Aqui o nosso trabalho é esse, conversar com os parlamentares, conversar com colegas deputados para que a gente possa entrar em um consenso que seja viável. Meu papel como deputada aqui do estado de São Paulo - e ouvindo atentamente a todos os professores que nos procuraram - é justamente também fazer essa interlocução, abrir essa frente de diálogo para que a gente possa fazer essa separação.

Como disse a deputada Janaina, é possível sim nós termos um roteiro de votação, um método de votação que a gente consiga votar o reajuste salarial e que a gente consiga, separadamente, não votar esse plano de carreira do jeito que está e a gente rediscuti-lo e reapresentá-lo da maneira mais adequada.

Obrigada, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Eu agradeço, Sra. Deputada. Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos, chamo à tribuna o nobre deputado Conte Lopes, que terá o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, professores que nos acompanham na tribuna da Assembleia, na verdade o Doria, que graças a Deus está indo embora, que foi a pior desgraça que apareceu em São Paulo... foi a pior desgraça que apareceu em São Paulo.

E falo porque acompanhei Doria como vereador na cidade de São Paulo, um tempo, quando perdi as eleições aqui na Assembleia Legislativa.

O último grande pleito do Doria foi a Previdência para ferrar os professores e o funcionalismo público municipal. Bruno Covas e Doria me chamaram, porque precisavam do meu voto. Eu falei: “Não, eu sou funcionário público desde 1967, se não me falha a memória, quando entrei na PM como soldado.

Então, sou funcionário público”. “Não, mas você não é municipal.” Eu falei: “Eu não voto, nunca votei contra funcionário público e não vou votar. Arrumem outro cara para votar, é simples. Eu não vou votar”.

Bom, viraram meus inimigos mortais, mas faltou o meu voto para o Doria ter uma grande vitória aprovando a Previdência do funcionalismo municipal. E agora veio para o Governo do Estado, da mesma forma.

Mas espera aí, o cara fez concurso público e passou no concurso público. Ele é um professor, ele é um policial, ele é um enfermeiro, ele é um médico e ele está na carreira pública. Ele passou, ele não foi na marra, ele não tomou. Ele foi nomeado e tem que ser valorizado, sim.

Infelizmente, o funcionário público virou inimigo público da nação. Tem cara que já entra ganhando 25, 30 mil por mês. Aí eles jogam como se todo mundo fosse marajá, como se todo mundo ganhasse um grande salário, o que não é a realidade.

O Doria, por exemplo, se vangloria, que devolve o salário dele, tanto é que não aumenta o salário dele, porque ele devolve. Se eu ganhasse o que ele ganha, eu também devolveria o meu, mas nem todo mundo pode devolver salário, senão todo vereador, deputado, só vai entrar milionário como ele.

Então, na verdade é isso, o que ele quer realmente é tentar mostrar uma vitória que não existe. É um homem que está com 2% do eleitorado. Dois por cento.  Eu falava isso na época do Geraldo Alckmin, lá na Câmara, que ele foi tirado por Geraldo Alckmin do bolso do colete para entrar como candidato a prefeito no lugar do Andrea Matarazzo.

A gente já falava: “Toma cuidado, toma cuidado”. Ele conseguiu implodir o Geraldo Alckmin na eleição para o governo e para presidente logo de cara e, agora, da mesma forma, ele implodiu o PSDB e agora quer implodir o funcionalismo público para ir embora. É o fim da picada. A gente não pode realmente apoiar uma situação dessas.

Quantas vezes prometeu para nós que a polícia de São Paulo, a que eu pertenço, seria a mais bem paga de São Paulo. Deu cinco por cento no início do mandato e não falou mais nada. Então, infelizmente é isso.

Nós vamos votar, realmente... Como sempre falei, eu voto com o funcionalismo público por ser funcionário público. Então, a gente vai acompanhar essa luta e realmente espero que ele vá embora, que não volte mais para cá. Foi totalmente inábil e incompetente.

Obrigado, presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Obrigada, Sr. Deputado. (Manifestação nas galerias.) Peço, por favor, silêncio. Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos, chamo à tribuna a nobre deputada Monica da Mandata Ativista, que terá o prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, eu vou pedir licença para quem está acompanhando a sessão, aos professores mobilizados aqui dentro e lá fora. Sei que veio gente de muito longe hoje, que paralisou a sua escola para lutar.

Quero saudá-los, mas vou pedir licença para fazer uma fala mais interna, porque eu preciso falar com os meus colegas deputados. Eu estou tentando falar com eles desde a semana passada.

Todo mundo que acompanha aqui a legislatura sabe que eu também sou bastante disciplinada e bastante assídua na organização de plenário. E também quero dizer que eu também estou um pouco cansada de bater na trave e que hoje a gente tem condições reais e materiais - se estivermos bem organizados - de derrotar o governador João Doria em seu último grande desfecho antes de renunciar.

Que Doria odeia servidores públicos a gente sabe; que Doria odeia pobre a gente sabe. É por isso que desmonta o serviço público, a gente sabe. O que a gente precisa saber é o seguinte: é possível separar a votação da carreira com a votação do aumento de salário dos professores e do quadro de apoio.

A gente fez um rito de votação. Passei a noite discutindo com a Márcia Lia, com a Bebel, (Inaudível.), etc., a bancada do PSOL envolvida. A gente protocolou um rito de consenso das bancadas de oposição. Estão destacados os Arts. 80, 83 e 85, que falam especificamente do aumento de salário. Então a gente já sabe que tecnicamente é possível.

O que a gente precisa é votar certo e compromisso com os colegas, porque toda votação tem um monte de gente que faz aqui lindos discursos para ganhar “like” na internet, dizendo que está com os senhores, mas na hora do vamos ver faz errado. Eu vou explicar o que a gente tem que fazer. Primeira coisa: a gente precisa saber quem nós somos.

Sei que os senhores estão com os números de telefone da gente - passei a madrugada falando com os professores. Vocês devem ter a mesma lista do que eu de quem é que disse como ia votar. Na semana passada, 27 deputados votaram favorável à deforma do Magistério, à destruição da carreira. Não sabemos se eles vão conseguir colocar mais, mas vamos olhar ali no placar.

No Avante o Campos Machado disse que está com a gente contra a deforma do Magistério e a favor - um a favor do aumento. O Sargento Neri, que é policial... Os policiais fizeram um acordo com a gente que se a gente não atrapalhasse a votação do aumento dos policiais eles iam ajudar os professores, como bem disse na tribuna hoje o Telhada - dois.

No PCdoB nós temos duas - somos quatro. O PL, que abriga muita gente, virou muita coisa aqui. Eu vou considerar o PSL raiz, a extrema-direita raiz da Janaina Paschoal. E aí, Janaina, eu acho que são 15. Então a gente já pode contar 19, certo?  No Podemos acho que não tem ninguém.

No Progressistas a gente tem o Telhada - 20 -, o Delegado Lima - 21-, o Olim - 22 -, a Letícia - 23. Tem a senhora mesmo, mas eu já estou contando nos 15 PSL raiz. No PSB a gente tem o Caio - 24. No PSD talvez a Marta Costa - precisamos falar com ela -, 25. No PSDB, por óbvio, a gente não tem ninguém.

No PT dez - 35. No Republicanos talvez a gente consiga com a Edna Macedo. Estão vendo mais alguém ali? Se os senhores tiverem na lista de vocês, me contem. Vamos continuar nos 35. No MDB não dá para contar com ninguém; no Novo não dá para contar com ninguém; no Solidariedade não dá para contar com ninguém. No PDT mais um - 36.

Com os três do PSOL e comigo nós somos 39 e eu tenho certeza absoluta de que hoje nós somos, no mínimo, 39, com margem de incidir na Edna Macedo, na Marina Helou, nos deputados do PT, no PV e chegar a 42, 43. Certeza absoluta de que nós somos 39. Contra os 27 de ontem a gente já é maioria. Dá para ganhar, mas tem que fazer certo.

Não dá só para vir aqui, colegas, e fazer discurso. Então eu estou ligando de gabinete em gabinete para ver quem é que está aqui, fazendo uma lista de presença entre os colegas.

Eu vou chegar aqui à tarde com essa lista de presença para a gente saber de fato quantos nós somos. Deixe o governo votar, não vote, não dê quórum e depois a gente vê se a gente tem maioria para derrotar o governo e aprovar a nossa proposta.

Porque senão vai acontecer assim: vai vir gente aqui dizendo que é contra e vai dar voto para o governo e vai sair daqui o projeto que o Rossieli sonha, que é a destruição da carreira de vocês ao final da tarde. Então eu quis fazer essa matemática na frente de todo mundo.

Vocês, que passaram a lista e tiverem um número diferente do meu, me manda, manda lá para o meu gabinete a lista de quem se comprometeu com vocês, vão fazer chamadinha. Porque se não sair daqui o resultado que a gente espera, mesmo a gente tendo a maioria, o senhor já sabe quem é fake e que ajuda, embora venha aqui ganhar like.

Então, Janaina, acho que está demonstrado o que a gente pode fazer hoje. Conto com o apoio de todos aqueles que - Conte Lopes -, conto com o apoio real de todos vocês que assomaram à tribuna hoje para dizer que é contra a reforma e a favor do aumento, para a gente conseguir um resultado satisfatório hoje.

 Obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, deputada. Só esclarecendo, eu acho que vários colegas foram muito claros na semana passada sobre apoiarem o direito, inclusive eu, de os deputados votarem de acordo com a sua convicção.

Por isso estou trabalhando seja ao lado da oposição, seja com o governo, para construir esse método de votação para que cada colega tenha a liberdade de votar de acordo com a sua convicção. Então eu não escondo de ninguém que não sou contrária à criação de uma carreira, que é opcional.

Agora, o direito do parlamentar de ter o respeito é o mínimo que o parlamentar tem que ter, o direito a votar de acordo com o que ele acredita. Por isso é que eu estou apoiando os colegas na aprovação desse método. Eu acho que eu fui bem clara sobre isso em várias oportunidades.

Bom, encerro aqui o Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Inicio a leitura da lista dos inscritos no Grande Expediente, imediatamente chamando, por força de permuta, a nobre deputada Márcia Lia, que terá o prazo regimental de dez minutos.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde a todos os que nos assistem, às pessoas que estão aqui no plenário para acompanhar a votação dos projetos que vamos votar no dia de hoje.

Hoje nós vamos votar, provavelmente, um projeto muito polêmico, que é um projeto que veio do governo com o objetivo claro de confundir todo mundo, e de fazer uma verdadeira bagunça, tanto na carreira do magistério quanto na carreira do pessoal de apoio, do QAS, do QSE, e de todas as outras funções de apoio.

E, como bem disse a Monica aqui, nós estamos tentando, há vários dias já, conseguir fazer com que o governo compreenda que uma coisa é reajuste, outra coisa é o plano de carreira do magistério, e outra coisa são alguns itens, que são colocados no Art. 85 do PLC nº 3, e que são extremamente importantes para as carreiras de apoio. Não obstante não atenda a todos, atende boa parte.

Então nós fizemos hoje pela manhã vários diálogos, tanto com os representantes do magistério quanto com os representantes das carreiras de apoio, com o pessoal da Afuse, com o pessoal da CPP, da Apeoesp, com o pessoal da Udemo, com o pessoal da Afase, e nós chegamos à conclusão de que nós não temos outra possibilidade que não seja derrotar o roteiro de votação do governo João Agripino Doria.

Ele é extremamente indelicado, extremamente indecoroso em relação aos servidores públicos que estão inseridos nesse PLC nº 03, de 2022.

Nós propusemos um acordo, e nós estamos aí dialogando esse acordo, que é a possibilidade de os deputados, como disse a deputada Janaina Paschoal, a possibilidade de os deputados manifestarem as suas opiniões nas três situações, que são situações absolutamente distintas. Nós não podemos fazer o jogo, a chantagem, em que o governo João Doria quer que os deputados entrem.

É, na verdade, um grande imbróglio que chegou a esta Casa. Como disse a deputada Monica também, eu ouvi parte da fala dela, nós temos alguns deputados que congregam com o mesmo pensamento que nós, que é a perspectiva de que a gente possa atender aí o pessoal que quer que a gente vote contra a carreira.

Não é contra a carreira, é contra o fim da carreira dos professores, porque nada mais significa esse projeto, que não foi discutido com os professores, que não foi discutido na base, que não foi discutido com as entidades representativas dos professores do Magistério.

Portanto, é um projeto que já nasce natimorto, porque ele não vai ter adesão daqueles que gostariam de estar podendo aderir a uma carreira que de fato representasse os anseios dos professores.

Eu sou de uma época em que os professores eram extremamente valorizados. A gente acompanhou, durante muitos anos, muitos anos atrás, óbvio, como os nossos professores eram acarinhados, respeitados e eram de fato aqueles que davam a educação para os nossos filhos. Hoje a gente vê a forma como o governo de São Paulo, e já há algumas décadas, vem tratando os nossos professores, desrespeitando os nossos professores.

Se esse plano fosse tão bom quanto o secretário Rossieli coloca que é, por que o secretário teve tantas dificuldades e tantos pruridos em falar com a base? Em dizer “olha, gente, eu tenho aqui algo que vai deixar vocês extremamente satisfeitos.” Não foi isso que aconteceu, porque, na verdade, substituir remuneração, vencimento, salário por subsídio é uma vergonha.

Substituir adicional de tempo de serviço, que é algo que você conquista ao longo de uma vida toda de trabalho, por nada, por provinha, também é um absurdo. (Manifestação nas galerias.)

E nós discordamos, a bancada do Partido dos Trabalhadores discorda terminantemente da forma e do conteúdo desse projeto, dessa proposta de plano do Magistério que chegou aqui para nós.

Então, nós queremos votar contra, nós queremos votar contra, mas nós não queremos votar contra o reajuste, e nós não queremos votar contra o Art. 85 e outros artigos que beneficiam os servidores de apoio.

Nós entendemos que também é uma categoria muito sofrida, e que os seus salários... Nós tivemos, inclusive, a oportunidade de ver alguns holerites, na manhã de hoje, lá na bancada, e é vergonhoso.

O governo devia ter vergonha do salário que ele paga para o pessoal de apoio. Ele devia ter vergonha, ele devia ajoelhar no milho e fazer penitência, porque o que eles estão fazendo, como é que uma família, um pai de família que tem três, quatro, cinco pessoas na sua família sobrevive com um salário de 1.200 reais, que foi isso que nós vimos. É vergonhoso, para uma jornada de trabalho de oito horas, diga-se de passagem.

E com essas mudanças que aconteceram no PEI, no Programa de Educação Integral, esses servidores de apoio estão ainda mais sacrificados pela mudança goela abaixo que aconteceu no estado de São Paulo.

E a gente está acompanhando isso, e a gente está vendo exatamente o que significa para o pessoal do apoio, para todas as carreiras que estão aí na sustentação, diga-se de passagem, que são importantíssimas, porque se a gente não tiver os profissionais de apoio, o professor não consegue dar aula, o diretor não consegue dirigir a escola, o supervisor não consegue supervisionar o que não existe.

Então a gente fez aí uma força-tarefa, no dia de hoje. A gente quer conversar com os nossos deputados. Nós temos, conforme a lista que a gente aferiu aqui, aproximadamente 39 deputados que provavelmente vão dialogar conosco, para que nós possamos derrubar o roteiro de votação do governo. Não nos interessa esse roteiro.

Nós queremos separar o aumento do restante dos assuntos. Nós achamos que isso é dignidade, nós achamos que os deputados também precisam ser respeitados. E da forma como esse projeto chegou aqui, ele desrespeita a liberdade dos deputados de votar assuntos diferentes de forma diferente. Então, nós não temos acordo.

Nós estamos, deputada Adriana, fazendo uma propositura de um novo roteiro, onde nós vamos separar tudo isso para que os deputados tenham liberdade, para que eles possam ouvir as categorias e para que eles possam, de fato, votar com consciência, votar entendendo, de fato, aquilo que significará o retrocesso na carreira do magistério e também, se votarmos contra, as dificuldades que nós vamos trazer, ainda maiores para o pessoal do Apoio e da Educação.

Então, nós vamos, até o último minuto que nos for possível aqui nesta Casa, lutar. Lutar, fazer o possível e o impossível para que a gente possa atender o que tem que ser atendido, mas votar contrário ao que não satisfaz aos nossos professores e não satisfaz ao pessoal da Educação. (Manifestação nas galerias.)

Dito isso, eu quero parabenizar todos vocês que estão aqui no dia de hoje, porque, para nós, é um conforto saber que nós estamos aqui nesta luta, nesta grande luta, e que nós contamos com a base, que nós contamos com o apoio de vocês, que vocês vieram de longe, muitos vieram de muito longe para poder participar hoje aqui desta votação, que é um escárnio se nós não conseguirmos aprovar, separar os assuntos da forma como os assuntos têm, efetivamente, que ser separados.

Então, eu quero agradecer, de fato, a todos. Dizer que a bancada do Partido dos Trabalhadores está se empenhando muito em fazer essa divisão e em batalhar para que a gente possa votar os assuntos da forma como devem ser votados.

Isso significa respeito com vocês, respeito com os deputados, respeito com todas as categorias que precisam ser olhadas com muita atenção, porque cada uma dessas categorias tem as suas especificidades e nós não podemos colocar tudo no mesmo balaio e votar as coisas da forma como esse desgoverno quer fazer com que a gente vote.

Portanto, se Deus quiser, no dia de hoje, nós derrubamos o roteiro de votação, o método de votação do Governo e vamos aprovar o nosso, porque aí a gente vai satisfazer a todo mundo. Valeu, muito obrigada a todos.

Obrigada, deputada Janaina. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, senhora deputada.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PTC - Pela ordem, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não, deputada.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PTC - Gostaria de falar pelo Art. 82, do Agir.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental. Vossa Excelência tem a palavra pelo prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PTC - PELO ART. 82 - Boa tarde a todos, a todas, meus queridos profissionais da Educação, meus professores.

Eu não poderia deixar de vir aqui também, como uma professora, para dizer a vocês que vocês têm o total apoio desta deputada e de quantos mais deputados. Eu conseguir trazer e mostrar que esse projeto do João Doria é um engodo, uma enganação e que vocês já estão cansados de mentiras.

Foram anos e anos nesse Governo PSDB, sendo enganados. Enganados não, porque a gente sabe que eles já não valem nada, mas a gente vem sendo massacrado - não só a Educação, mas todo o funcionalismo público de São Paulo.

Então, eu venho aqui para alertar os senhores, porque tem muito deputado que vocês vão nos gabinetes que dizem que estão com vocês, mas na hora aqui, ó, fica quietinho e vota com o Governo. Então, vocês precisam identificar e expor, porque ou a gente é de verdade, ou a gente finge que está aqui defendendo uma classe tão importante quanto vocês.

Conte comigo. Parabéns. Na quarta-feira, nós derrubamos esse projeto graças aos senhores que estiveram aqui, graças aos senhores que articularam, a todos os nossos deputados que apoiam o funcionalismo público. Então, é uma honra poder hoje estar aqui em defesa dos senhores.

Muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Obrigada, Sra. Deputada. Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos, chamo à tribuna o deputado Castello Branco. (Pausa.)

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PTC - Pela ordem.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não, deputada.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PTC - Presidente, eu solicito a suspensão da sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - A suspensão ou o levantamento, Sra. Deputada?

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PTC - O levantamento.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Levantamento. É regimental. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos.

Está levantada a presente sessão.

Até logo mais. Obrigada.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 15 minutos.

 

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