28 DE MARÇO DE 2022

1ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 80 ANOS DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

 

Presidência: PROFESSOR WALTER VICIONI

 

RESUMO

 

1 - PROFESSOR WALTER VICIONI

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a composição da Mesa. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene para "Homenagem aos 80 anos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

2 - RICARDO TERRA

Diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SP), faz pronunciamento.

 

3 - ALINE CARDOSO

Secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo da Prefeitura de São Paulo, faz pronunciamento.

 

4 - ITAMAR BORGES

Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

 

5 - RICARDO MELLÃO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

 

6 - TENENTE NASCIMENTO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

 

7 - JANAINA PASCHOAL

Deputada estadual, faz pronunciamento.

 

8 - BARROS MUNHOZ

Deputado estadual, faz pronunciamento.

 

9 - PRESIDENTE PROFESSOR WALTER VICIONI

Presta homenagem ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai, com a concessão do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

10 - JOSUÉ GOMES DA SILVA

Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Fiesp e do Conselho Regional do Senai-SP, faz pronunciamento.

 

11 - PRESIDENTE PROFESSOR WALTER VICIONI

Faz pronunciamento acerca do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Professor Walter Vicioni.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem por finalidade homenagear e outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à instituição Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e ao Departamento Regional do Senai de São Paulo. Informamos que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no YouTube.

Convidamos para a composição da Mesa Diretora o deputado estadual Professor Walter Vicioni. (Palmas.) O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp, e presidente do Conselho Regional do Senai de São Paulo, Josué Gomes da Silva. (Palmas.) O deputado Itamar Borges, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, neste ato representando o governador João Doria. (Palmas.)

Rafael Cervone, presidente do Ciesp. (Palmas.) Aline Cardoso, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, neste ato representando o prefeito de São Paulo, Sr. Ricardo Nunes. (Palmas.) Também compondo a Mesa, o Sr. Ricardo Terra, diretor regional do Senai. (Palmas.)

Muito obrigado a todos. Podem acomodar-se. Para a abertura oficial desta sessão solene, com a palavra o deputado Professor Walter Vicioni.

 

O SR. PRESIDENTE - PROFESSOR WALTER VICIONI - MDB - Quero cumprimentar todas as autoridades aqui presentes, meus colegas deputados e deputadas, secretários, professor Itamar e todas as pessoas citadas pelo nosso mestre de cerimônias.

Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene atende a minha solicitação e tem a finalidade de homenagear e outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à instituição Senai e ao Departamento Regional do Senai de São Paulo.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Obrigado, deputado. Convido todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro pela Seção de Banda do Corpo Musical da nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1º sargento, PM Gleidson Azevedo.

 

* * *

 

- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Nossos agradecimentos à Seção de Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Iniciando as saudações pelas autoridades presentes, vamos ouvir, neste momento, o Sr. Ricardo Terra, diretor regional do Senai São Paulo.

 

O SR. RICARDO TERRA - Boa noite a todos. Eu queria saudar o nosso deputado Walter Vicioni e agradecer, Professor Walter, pela outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. Na sua pessoa, cumprimentar todos os deputados desta Casa de Leis, o deputado Barros Munhoz e também o nosso deputado e hoje secretário estadual da Agricultura e Abastecimento Itamar Borges.

Gostaria de cumprimentar especialmente o nosso presidente, Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, do Ciesp, do Sesi e do Senai de São Paulo; nosso companheiro presidente do Ciesp, Rafael Cervone; nossa secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo do Município de São Paulo, Aline Cardoso, neste ato representando o nosso prefeito de São Paulo. Aos senhores aqui presentes, empresários, companheiros do Senai, alunos que aqui também estão presentes, agradecer a todos vocês neste momento.

Eu vou me permitir fazer um breve histórico da nossa instituição, e ela remonta ao final da década de 30, início dos anos 40, quando nós estávamos na última fase da Era Vargas, no denominado Estado Novo. Esse momento da indústria e principalmente da história do nosso País foi cercado de um momento de muita dificuldade.

A Segunda Guerra Mundial estava em curso, e o governo brasileiro estabeleceu uma forte relação com o setor industrial e intensificou uma política industrial para subsidiar, substituir, na realidade, as importações. E aí vem um grande questionamento: e o capital humano para resolver esse desafio?

Em 42, através de um decreto organizado por dois brasileiros brilhantes, Roberto Simonsen, santista, deputado federal, senador, empresário, presidente da Fiesp, do Ciesp e CNI, junto com outro grande brasileiro, Roberto Mange, um suíço que se tornou brasileiro, um experiente educador que tinha trilhado, na educação profissional do Liceu de Artes e Ofícios aqui de São Paulo e na Escola Ferroviária, uma brilhante atuação como dirigente e estrategista de Educação. Esses dois homens criam um modelo de financiamento e governança. Em 1942, inicia-se o Senai.

Sob a liderança desse grande educador, Roberto Mange, definem-se princípios e valores que perduram até hoje: uma visão ampla da Educação, formar para a vida; um conceito importante, educação inicial e continuada, prevendo que os trabalhadores precisariam passar continuamente por programas de qualificação e requalificação; intensa relação entre teoria e prática; padronização do ensino, para garantir a qualidade em todas as localidades do estado de São Paulo; e um ponto importante: adequar essa oferta à demanda da indústria do ponto de vista qualitativo e quantitativo.

Mange tinha uma visão do ser humano integrado, prezava pela educação física, além da educação profissional, pela música, pela arte. Doze anos decorrentes dessa fundação, em um seminário em 1954, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, Mange faz um balanço dos 10 primeiros anos do Senai e estabelece um ponto de muita importância: define o valor da crítica.

Naquele momento, o dirigente do Senai se torna o maior crítico do Senai e diz o seguinte: “O Senai, ao receber elogios e satisfazer-se com eles, toma uma atitude que impede o progresso”.

Com essa afirmação, Mange institui, na nossa organização, o conceito da melhoria continua e implanta técnicas e métodos de avaliação de desempenho. Já em 1954, o Senai São Paulo dá início ao atendimento de pessoas com deficiência, por meio de uma visita da Helen Keller e (Inaudível.) professor Sandoval, um grande mestre, começa o atendimento no Senai São Paulo, em 1954, incluindo cegos no setor produtivo industrial paulista.

Os anos 70 são marcados por crise política e econômica em nosso País. A era do petróleo e do aço avança com as principais siderúrgicas em curso e as refinarias. Setores avançam fortemente - têxtil, cerâmica, vestuário, gráfica, manufatura e petroquímico. O Senai novamente se reinventa e, ao final desta década, amplia sua oferta implantando um regime desdobrado, movimento esse que cria mais um período no Senai, o período vespertino.

Os anos 70 são cercados por um milagre econômico. A indústria passa por uma grande modernização tecnológica e se internacionaliza. Nesse momento o Senai de novo se reinventa, avança com os cursos técnicos, treinamentos “in company”, centros de treinamentos em unidades móveis, intensifica as relações internacionais.

E aqui, Professor Walter, fica um destaque especial ao senhor. O senhor foi exemplo da condução de um grande programa com o governo suíço através da Suisse Contact e implantou a Escola Suíço-Brasileira, um modelo de transferência de tecnologia que passou a ser para nós do Senai uma referência neste campo. Nos anos 80 o mundo se digitaliza, começa o processo digital através dos microcomputadores.

O Senai avança novamente e se reinventa. Entra na era das máquinas, CNC, dos CLPs, dos controladores digitais, cria um grande programa de modernização tecnológica, amplia os seus serviços tecnológicos, ou seja, transcende a Educação e percebe que esta indústria que ganha complexidade, que ganha performance e globalização precisa também de um ente importante: o serviço técnico e tecnológico.

O senhor, Professor Walter, na Divisão de Currículos e Programas, sob a sua liderança, um programa importantíssimo de educação nessa área também: o Peare, o Plano de Ensino e Avaliação do Rendimento Escolar.

Nos anos 90 grandes transformações na Educação: essa consolidação do Peare, que remodelou a nossa educação e um grande esforço de treinamento e rever das nossas ofertas. Os anos 90 foram anos de muitos desafios no Senai. Os anos 2000, marcados por profundas transformações.

Se implanta o novo modelo de metodologia do Senai de educação profissional. Um modelo que se desenvolve dentro da nossa estrutura com os nossos educadores, que cria o desenvolvimento de competências, que trabalha com o protagonismo do nosso aluno e coloca o docente na condição de mediador.

Esta, sem dúvida nenhuma, foi também uma grande transformação, porque coloca a educação do Senai naquele período de novo na vanguarda do seu tempo. Essa estrutura também traz profundas modificações no campo da avaliação. Nós implantamos nesse período e tivemos a coragem institucional de implantarmos o Provei, também na sua gestão, Professor Walter.

Esse programa pressupõe a avaliação de um ente externo da qualidade do aluno formando no Senai. De dois em dois anos realizamos esses exames por terceiros, assegurando o alinhamento da nossa formação ao mundo do trabalho. Há uma importante decisão tomada nesse período também: a criação e a expansão da educação online.

A educação à distância no Senai começa na década de 70 e com o grande acúmulo dessa experiência implantamos a educação online nos anos 2000. Em 2010 nós tivemos uma grande reestruturação da área tecnológica do Senai.

A indústria avança, se moderniza, se globaliza ainda mais. Nesse período definimos foco nessas tecnologias, cruzando tecnologias portadoras de futuro com janelas de oportunidade da indústria brasileira.

E com essa orientação baseada nas experiências nacionais e internacionais do nosso setor produtivo definimos estratégias de estabelecimento de plataformas tecnológicas no Senai voltadas à inovação.

Nesse mesmo período criamos um grande programa de formação de docentes, o Proeducador, e por este programa já passaram inúmeros docentes da casa, sempre colocando em destaque o protagonismo desse ser importante na educação brasileira e do nosso Senai.

Mas nesses anos também vivemos anos difíceis: crise econômica de 2014, pandemia de 2019/2020 e esses períodos de crise foram períodos de muita aprendizagem. Porém, com esse corpo técnico aqui representado por nossos dirigentes nós conseguimos manter os nossos serviços e principalmente a saúde, a estabilidade da nossa organização.

O Senai move pessoas e pessoas movem o Senai. Há um livro em homenagem ao nosso fundador Roberto Mange e o título desse livro é “De Homens e Máquinas”. Nós temos que, neste momento, agradecer ao Professor Walter. Agradecer porque são pessoas como o senhor, pessoas como os educadores que estão aqui que fazem o Senai.

São pessoas como o nosso presidente, como o nosso vice-presidente Rafael Cervone e vários dos empresários que estão aqui presentes que fazem o Senai. São pessoas que se doam voluntariamente a essa organização. E esse sonho, senhores, é um sonho coletivo e principalmente é um sonho dos nossos alunos, os nossos queridos alunos que procuram o Senai cada um com seu sonho.

O sonho de ser uma pessoa pertencente a uma sociedade com protagonismo, de realizar os seus sonhos, de ter uma família, constituir uma família, ter um lar e é assim que nós trabalhamos todos os dias. Mange dizia que uma escola precisa ter alma e eu tenho esse sentimento, Josué e todos os colaboradores empresários que contribuem com o Senai, que uma escola precisa ter alma e o alimento da alma é o amor.

O sentimento que eu tenho é que cada um de vocês presentes neste ambiente, empresários, colaboradores do Senai, alguns alunos, todos vocês têm amor pelo Senai. Senhores, a continuidade dessa história é compromisso do presidente Josué.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Agradecemos ao Sr. Ricardo Terra, nosso diretor regional do Senai São Paulo, por suas palavras. Agradecer também e registrar as presenças dos deputados estaduais desta Casa, Barros Munhoz; Janaina Paschoal; Paulo Schoueri, vice-presidente da Fiesp; Francesconi Junior, 1º secretário da Fiesp e também vice-presidente do Ciesp; Antônio Viola, conselheiro do Senai; Vagner Machado, conselheiro também do Senai São Paulo; Sérgio Barbour, chefe de relações institucionais da Fiesp; Carlos Isa, defensor público aqui da Alesp, representando o defensor público-geral em exercício, Marcos Andrade, 1º diretor-secretário do Ciesp - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo; e Alexandre Pflug, que é o superintendente do Sesi São Paulo. Muito obrigado a todos.

Vamos ouvir a seguir palavras de Aline Cardoso, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, neste ato representando o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

 

A SRA. ALINE CARDOSO - Boa noite, senhoras e senhores. Um prazer estar aqui nesta segunda-feira nesta Casa tão importante, a Assembleia Legislativa, Casa que durante 24 anos eu tive o privilégio de frequentar como filha de um parlamentar e hoje com muito orgulho estou aqui representando o prefeito Ricardo Nunes num evento muito, mas muito importante na nossa visão.

Por isso o prefeito Ricardo Nunes me encarregou de estar aqui, de trazer o abraço dele, pedindo desculpas por ele mesmo pessoalmente não poder estar aqui, mas ele está na finalização do famoso acordo do Campo de Marte, que vai trazer muitos investimentos para São Paulo. Então realmente um momento muito importante.

Queria cumprimentar todos os nossos colegas da Mesa. Deputado Walter Vicioni, parabéns pela iniciativa, obrigada pelo convite. Presidente Josué Gomes, parabéns pela sua nomeação relativamente recente. Já faz alguns meses, mas acho que é o primeiro evento onde oficialmente nós estamos juntos. Cumprimentar nossos queridos companheiros de longa data: Rafael Cervone; Ricardo Terra, com quem já estamos há alguns anos lutando juntos.

E um destaque especial eu queria dar para o deputado e secretário Itamar Borges, que tem sido também um grande colega, um grande parlamentar, um grande homem público na defesa do empreendedorismo, da atividade econômica, desde a Indústria até o Agronegócio, passando pelo Serviço, pelo Comércio. Um homem que olha de uma maneira ampla para todos os setores e todas as atividades.

Queria cumprimentar também todas as outras autoridades, os deputados, os educadores, os gestores, todas as pessoas que fizeram nesses 80 anos e que farão ainda em muitas décadas para frente o Senai ser essa potência, os empresários, enfim, todos que estão aqui.

E queria só, Ricardo Terra, corrigir uma coisinha que você falou, se me permite a ousadia. Você falou que determinado público, os empresários, os educadores e tal, ama o Senai. Eu vou ousar e sem medo de errar dizer o seguinte: o Brasil ama o Senai. (Palmas.) Não errei, né?

Os números que a gente tem aqui - a minha equipe me trouxe alguns dados, espero que não estejam errados, senão vou passar vergonha, mas se não for isso deve ser perto disso - dizendo que algo em torno de 80 milhões de profissionais já passaram pelo Senai.

Não sei se combinam 80 milhões com 80 anos, não sei se tem essa média aí de um milhão por ano. Não sei se é isso. É isso? Então o número está certo. Não dá para a gente não se orgulhar disso. Eu acho que essa instituição faz parte da história do Brasil, faz parte da história de todos nós.

E, sim, a gente tem que encher o peito de orgulho e dizer que nós temos um Senai. Eu tive a oportunidade de morar alguns anos na Europa, e a gente às vezes fala daquelas instituições do sistema alemão de ensino técnico, disso e daquilo, e a gente pode bater no peito e dizer que a gente também tem um Senai. Então, acho que realmente é um motivo de muito orgulho para todos nós.

E eu já estava pensando, Terra, antes de você falar, não sabia que você ia dizer tudo isso, mas foi ao encontro do que eu estava pensando: o quanto ao longo dessas oito décadas a instituição teve que se reinventar, se renovar, se transformar para atender a todas essas revoluções pelas quais nós passamos nesses 80 anos; com transformações tecnológicas, transformações comerciais; economia que fecha, economia que abre; mundo que fica assim, mundo que fica assado; e sempre capaz de dar conta do recado esteve o Senai.

Eu sou secretária do Trabalho da cidade de São Paulo (e Desenvolvimento Econômico) há quase cinco anos. Quando eu sentei na cadeira, a gente começou a falar para a prefeitura - era um tema novo - porque a secretaria estava passando por um processo de fortalecimento, a gente começou a falar do futuro do trabalho. E eu acho muito importante - fui chamada até já para evento internacional para falar sobre estratégia de futuro do trabalho de um município.

Só que muito antes da prefeitura pensar no futuro do trabalho, vocês já estavam pensando. Faz 80 anos que vocês pensam no futuro do trabalho. A gente está aqui falando de indústria 4.0, a gente está falando de robótica, de automação, de inteligência artificial - até de metaverso a gente está falando! Mas talvez isso seja até menos revolucionário e menos transformador do que muita coisa que aconteceu nesses 80 anos.

Passar do analógico para o digital foi uma revolução muito mais complexa do que passar agora do smartphone para o metaverso. E vocês estavam lá, ensinando o nosso povo a lidar com isso. E vocês estavam lá, pensando no futuro do trabalho. E aí o futuro chegava e pensava em mais futuro e mais futuro e mais futuro.

A indústria brasileira passou pelos desafios que nós todos sabemos que passou e continua passando. E vocês tão lá: fazendo o nosso povo dar conta. Não deixando a peteca cair. Garantindo a competitividade da indústria através dos profissionais qualificados.   

Então, sim, o Brasil ama o Senai. E tem que amar cada vez mais, porque é disso que a gente precisa.

E aí eu queria contar aqui - vou fazer um “causosinho” pessoal, bem pequenininho - aí a moça é secretária do Trabalho da cidade de São Paulo, tem família, não é? - porque político também é gente, eu sei que às vezes vocês acham que não, mas, sim, a gente é gente.

A gente tem família, a gente tem desemprego na família, a gente tem perrengue na família. E aí o meu irmão - um dos meus irmãos - estava morando em Goiás, trabalhando na indústria automobilística em Anápolis. E aí pandemia, sabe como é que é, muda tudo, tal, muda de vida e vem para São Paulo.

E, claro, vem conversar com a irmã, que é secretária do Trabalho em São Paulo. E que qualifica - não tanto quanto o Sebrae - mas a gente tem aí umas 200 mil pessoas por ano que a gente qualifica na cidade de São Paulo.

E aí a gente começa a conversar e eu falo para ele: não, porque você precisa se atualizar, você precisa fazer um curso, você quer que sua irmã te ajude? Porque eu conheço todas as instituições de qualificação.

As que fazem FIC, as universitárias, e tal, eu estou aqui para te ajudar. “Aline, não inventa moda, eu quero fazer Senai.” Ué?! Calei a boca e falei: você está certinho, vai para o Senai!

Então é isso, não é?  Todo mundo ama, todo mundo admira e acho que mais do que nunca, a gente precisa. A gente vive um momento tão difícil. Estou lá, no meu trabalho, a gente atende no CAT, que é o Centro de Apoio ao Trabalhador e ao Empreendedor na cidade de São Paulo.

Um milhão de atendimentos por ano! Um milhão de pessoas que vêm pedir emprego! Eu nem vou dar as estatísticas para vocês da qualificação das pessoas porque vocês sabem.

Só que a coisa está ficando cada vez mais complicada, cada vez mais difícil. Então, essas pessoas que estão ficando para trás precisam cada vez mais de nós. Porque o atraso dessas pessoas na sua qualificação, ou a exclusão dessas pessoas do mercado de trabalho, é um problema de todos nós.

O desalento é um problema de todos nós. Os jovens que não conseguem seu primeiro emprego e que estão desanimados para ir buscar porque isso, porque aquilo, é um problema de todos nós.

Então, eu acho que em mais uma fase de transformação - agora social, além da tecnológica - eu tenho certeza que o Senai vai continuar fazendo a sua parte e junto com muitos atores, inclusive com a prefeitura de São Paulo, continuar dando a sua expressiva contribuição para o desenvolvimento desse país.

E que a gente possa cada vez mais inserir nossa população, trabalhar pela inclusão social, trabalhar pela competitividade, trabalhar pela sustentabilidade.

E que fique aqui um registro, que eu sempre deixo um registro. Eu achei que eu ia fazer o meu registro em função das mulheres, porque afinal de contas ainda é março. E tem muita mulher no Senai também. Eu acho que eu vou pedir uma salva de palmas para as mulheres também aqui. Vamos lá! (Palmas.)

Então, no fim eu vou deixar dois registros. Um em favor das mulheres e o último para dizer o seguinte: uma vez um colega meu secretário - cada um cuida da sua pasta, mas todo mundo gosta de opinar uns nas dos outros - falou: “São Paulo, a cidade de São Paulo, não tem nada a ver com a indústria, a cidade de São Paulo é comércio, é serviços e tal”.

Aí eu só tirei um papelzinho com a minha estatística e mostrei. A cidade de São Paulo ainda tem 400 mil empregos relacionados à indústria. E a gente não vai abrir mão disso. E a gente quer continuar tendo essa atividade econômica fundamental para a cidade de São Paulo. E gerar muitos empregos, além de não perder os que a gente têm.

Então, saibam vocês que São Paulo também, a cidade de São Paulo também, está na defesa da indústria e dos trabalhadores.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Obrigado à secretária Aline Cardoso por suas palavras. Saudar também o nobre deputado desta Casa Ricardo Mellão. Muito obrigado pela presença.

Vamos ouvir a seguir o deputado Itamar Borges, secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, nesta sessão solene representando o governador João Doria.

 

O SR. ITAMAR BORGES - Boa noite. Muito bom retornar a esta Casa, de onde me licenciei há dez meses quando assumi a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. É muito bom vir aqui no dia a dia e vir aqui hoje e ver quanta qualidade, quanta contribuição este amigo, deputado Walter Vicioni, trouxe para esta Casa nos mais diversos segmentos: Educação - tanto formação profissional como universitária, como técnico e como universitário - e também a sua experiência em inovação, além, claro, da sua trajetória de interiorano que é.

Parabéns, Professor Walter Vicioni. Parabéns pelo deputado que é, que se tornou. Parabéns pela marca que constrói nessa Casa através do seu mandato. Eu não tenho dúvida que esta Casa, ou o parlamento federal, tendo você lá ou aqui, terá com certeza muito, mas muito mesmo, a receber da sua inteligência, da sua trajetória, da sua experiência e da sua história.

Obrigado por fazer o que está fazendo pela Assembleia Legislativa, se somando a todos os nossos colegas. (Palmas.)

E me permitam saudar aqui, e com certeza ele vai deixar a sua mensagem, eu comecei o dia ouvindo hoje a mensagem desse eterno presidente desta Casa, o Barros Munhoz. Meu professor, meu amigo querido e que também faz a diferença.

Quando eu cheguei nesta Casa o Barros era presidente. E aprendi muito, Barros, com a sua gestão e com a sua competente história de tantos mandatos: de prefeito, de parlamentar, de ministro, de secretário de Estado. E você continua nos ensinando, como hoje de manhã foi da mesma forma.

Vejo o Ricardo Mellão também, jovem revelação, e que também tem dado uma importante contribuição aqui nesta Casa. Amigo do empreendedorismo e de tantas lutas e projetos que assinamos juntos nesta Casa.

E a campeã de votos, a nossa Janaina Paschoal, essa guerreira. E também trouxe muito de ensinamento para nós. Como aprendemos com você, Janaina. Como é gostoso conviver com alguém que viveu uma trajetória tão diferente e que veio aqui com uma aclamação da população e fez e faz um belo trabalho.

Eu não tenho dúvida de que o destino que você procurar, como o Mellão e como o Barros, será abençoado por Deus e estará nos representando muito bem.

Eu trago aqui um abraço, uma palavra do governador João Doria e do vice-governador Rodrigo Garcia, que nutrem um respeito e uma admiração muito grande à sua figura, José Gomes, à sua pessoa, e à sua missão à frente dessa importante instituição, que é a nossa Fiesp, o nosso Sesi, o nosso Senai. Você chega dando sequência à gestão do Paulo.

Eu não tenho dúvida de que você vem não só dar sequência, mas vem avançar ainda mais com a sua trajetória - sua e da sua família - que com certeza tem uma marca na indústria deste País e também do nosso estado.

Você, que eu brincava agora a pouco, mineiro, mas já há quatro décadas paulista, paulistano, que aqui tem dedicado a sua gestão, os negócios da família e hoje empresta o seu tempo para liderar essa que é a mais importante das instituições da indústria deste País.

Eu ouvindo a Aline falando aqui me remete um pouco do que tenho vivido percorrendo o interior do estado. Em dez meses, rodei 150 quilômetros, visitei todas as regiões mais de uma vez - isso ficando três dias ou quatro aqui em São Paulo.

E uma coisa que se percebe nesse momento de pandemia, nesse momento em que o planeta travou em alguns aspectos, é o quanto o Brasil está pagando caro por ter, em alguns aspectos, desindustrializado.

Em especial, em ter achado bom e barato buscar os serviços ou os préstimos, por exemplo, de um grande parceiro e importante parceiro, da China e de tantos outros países, e hoje ser dependente de insumos dos mais simples. Temos que entrar em uma fila de um ano para poder receber um trator, para poder receber um equipamento, porque dependemos da importação desses itens, desses insumos.

Eu acredito que essa lição coincide com a sua missão, Josué. Essa lição que estamos tendo agora coincide com a sua missão, que é de reerguer, retomar a indústria em São Paulo e no Brasil.

Eu não tenho dúvida de que isso vai mostrar para nós que às vezes o custo Brasil, que muitas vezes é o responsável por muitas saídas, vale a pena para não passarmos por situações como algumas pelas quais estamos passando.

Focado na homenagem de hoje dos 80 anos do nosso Senai, focado na presença de tantos educadores, técnicos, profissionais que aqui estão presentes. E também a presença de seus diretores: Ricardo Terra, Rafael Cervone e a tantos outros, como o meu amigo Barbour, que se fazem presentes nesta noite.

O Senai tem uma história, mas já que eu comecei falando dele, eu não posso deixar de remeter parte da história do Senai para ele. Professor Walter Vicioni foi diretor do Senai, concomitantemente superintendente do Sesi, por 15 anos. Teve a sua vida na instituição por 50 anos ajudando a construir essa história.

É inegável a contribuição, a transformação, a revolução e os avanços que o Senai ganhou nesses 15 anos com a contribuição dele e, claro, ninguém faz nada sozinho, somado com a colaboração de todos os senhores aqui e de muitos que não estão.

Olhar para o Senai é remeter, por exemplo, à indústria 4.0. É remeter à inovação, à tecnologia. É remeter à inovação através das pessoas, muitas dessas lá no chão da fábrica.

Olhar para o Senai e para a indústria 4.0 é olhar para a integração que nós temos da indústria com o agro, por exemplo, que é dele que vem muitos dos insumos para a indústria. E assim sucessivamente.

Então, esta Casa, que é a Casa do Povo de São Paulo, a maior da América Latina, faz uma justiça muito grande, que só resta parabenizar a iniciativa do Professor Walter Vicioni e o apoio dos deputados para que pudessem estar aqui hoje prestando essa homenagem, a começar o nosso presidente Carlão e os colegas que aqui estão.

Mas também é fazer o reconhecimento desta Casa a essa história, que tem uma grande contribuição para o desenvolvimento da indústria, da tecnologia e do ensino profissionalizante aqui no Brasil e aqui em São Paulo, em especial.

Portanto, eu quero dizer, Josué Gomes, que, ao receber essa homenagem, Colar de Honra ao Mérito Legislativo, esta Casa entrega e você recebe, e a sua equipe recebe, algo que a Aline disse aqui representando o nosso prefeito, a nossa secretária de Desenvolvimento Econômico desse município, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, e que agregou a Agricultura, porque nós temos aqui na Capital - e eu não sabia, aprendi quando assumi a secretaria - a agricultura urbana em muito da zona sul e aqui na zona norte do estado de São Paulo. Muitos produtores de agricultura urbana que fizeram com que ela trouxesse uma política importante para esses produtores.

Mas voltando... E para concluir aqui a minha participação, já pedindo desculpas, justificando, eu tenho um outro compromisso às 19 horas, que eu também vou representar. Eu pedi permissão ao Josué, peço desculpas e peço licença ao Josué, ao Walter e a todos que aqui estão.

Deixo aqui o meu cumprimento, o meu agradecimento e os parabéns a essa instituição, que eu tanto vivi há 11 anos, Josué, indo para o 12º ano. Eu presido nesta Casa, com o apoio do Barros Munhoz, desde quando ele me concedeu a primeira oportunidade, eu presido nesta Casa a Comissão de Atividades Econômicas. É a comissão que engloba agricultura, turismo, comércio e indústria.

Foi nessa comissão que eu aprendi o valor de muitas instituições, mas a Fiesp, onde eu convivia quase que semanalmente, aqui na comissão e lá participando, o quanto ela faz a diferença na vida da economia de São Paulo e do Brasil.

Portanto, parabéns por esse muito pouco perto daquilo que o Senai merece, mas é o máximo que esta Casa pode oferecer. Portanto, é o reconhecimento máximo desta Casa a essa instituição que faz o máximo por São Paulo e pelo Brasil. Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Também agradecer ao deputado desta Casa, Tenente Nascimento. Muito obrigado pela presença. E agradecer também por suas palavras o deputado Itamar Borges, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, representando o governador João Doria, que neste momento irá para outros compromissos da sua agenda no dia de hoje. Muito obrigado.

Vamos agora iniciar as saudações pelos parlamentares aqui presentes. Inicialmente, chamamos o deputado estadual Ricardo Mellão. Por favor.

 

O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Boa noite a todos. Queria saudar primeiramente a Mesa, em nome do presidente da Fiesp Josué Gomes, o meu xará, Ricardo Terra aí, representando Sesi, Rafael Cervone, minha amiga secretária, Aline Cardoso. Já trabalhamos juntos na prefeitura, ela continua lá e eu vim para cá.

O meu querido amigo, o deputado Walter Vicioni. Aliás, deixar os meus parabéns por essa homenagem mais do que merecida. Queria saudar também a presença dos meus colegas, deputado Barros Munhoz, deputado Tenente Nascimento e deputada Janaina Paschoal.

Bom, em primeiro lugar, entendo que nada mais importante do que homenagear uma instituição que, como o Terra mencionou, surgiu lá em 1942 com uma nobre missão, a missão de formar quadros, mão-de-obra para uma indústria que ainda era incipiente no Brasil, começava a surgir.

Era o desafio de um Brasil que saía de uma estrutura agrária e passava a ter indústria, passava a se inserir no mundo. E uma escola, que durante os seus 80 anos, formando mais de 80 milhões de jovens, deu oportunidades não apenas para o Brasil crescer, para a nossa indústria, sobretudo aqui em São Paulo, e em outros locais do País também, se tornar forte, se tornar competitiva em termos mundiais, mas também deu oportunidades para que jovens de baixa renda pudessem encontrar um trabalho, pudessem incrementar a sua renda.

O Senai fez um serviço social extremamente importante, dando aquilo que traz mais dignidade para o ser humano, que é o trabalho, aquele que eu considero o maior e melhor programa social existente. Não é à toa que o Senai, depois de 80 anos completados aqui, hoje é a quinta maior instituição de ensino profissional do mundo, a maior da América Latina.

Sete em cada dez alunos que saem do Senai conseguem empregos. Isso, mesmo durante o período de pandemia, segundo os dados mais recentes. Ou seja, é gerando mão de obra, gerando progresso, gerando desenvolvimento.

Inclusive, constar, quando nós falamos desse período difícil que nós passamos, que foi o da pandemia, acho importante registrar o importante trabalho social que o Senai prestou para a própria sociedade, não só ajudando, junto com outras empresas, a consertar 2 mil e 500 respiradores mecânicos, que salvaram vidas, tanto para hospitais públicos como privados, mas também o Senai contribuiu para que outros cursos fossem dados nesse período tão difícil.

Foram mais de um milhão e meio de matrículas gratuitas em cursos de educação técnica e profissional, para contribuir com a continuidade da formação e qualificação do trabalhador brasileiro durante esse período.

Então é com muito orgulho que estou presente para, primeiro, agradecer o papel que o Senai desempenhou pelo País, o papel que o Senai desempenhou pelo meu estado, São Paulo, que eu tenho muito orgulho, que tanto contribuiu para o País e para o mundo.

E contribui para que os jovens, futuras mãos de obra, diante dos desafios que se encontram hoje no mundo, estejam preparados para lidar com a indústria 4.0, metaverso, e uma série de outros desafios na área tecnológica e também industrial que nós iremos enfrentar.

Então, mais uma vez, queria deixar aqui o meu orgulho de estar presente nesse evento e poder homenagear essa instituição, que é uma referência mundial em termos de educação profissionalizante.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Agradecemos ao deputado Ricardo Mellão por suas palavras. Vamos ouvir, a seguir, as palavras do deputado Tenente Nascimento. Por gentileza.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PL - Boa noite a todos e a todos que estão nos acompanhando também pela Rede Alesp. Quero cumprimentar o presidente que está presidindo essa honrosa homenagem, Walter Vicioni, o qual teve a felicidade de propor tão importante honraria.

Quero também cumprimentar o Josué Gomes, com o qual nós estivemos recentemente na Fiesp, onde preside com galhardia e com vigor entusiasmante, para que realmente possamos dar prosseguimento ao que é a Fiesp, ao que é o Senai.

Nobres deputados aqui, deputado Barros Munhoz, deputado Mellão, deputada e professora Janaina Paschoal - é professora, tem a ver, Senai, ensino, e professora - e toda a Mesa, eu os cumprimento.

Estive aqui já com a grande Aline Cardoso, que acompanhei aqui por muitos anos, nesta Casa. E hoje a felicidade de ver você aqui. Cumprimento todas as mulheres neste plenário.

Quero dizer da felicidade de 80 anos de Senai. Eu tenho a dizer a vocês, aos senhores que nesses 80 anos, eu tive a felicidade, quando da nossa mais tenra idade, o meu irmão mais velho, na época, nos anos 60, com 14 anos de idade, ele entrou em uma empresa, Busing do Brasil - não sei é do conhecimento de alguns aqui, fazia motores para caminhão. Conseguiu entrar nessa empresa. Lá, ele foi escolhido, entre os jovens, para ir para o Senai.

Quando nós recebemos a notícia, meus pais, oriundos do Nordeste, eu, bem garoto ainda, tinha meus seis para sete anos, vejam só, foi uma alegria imensa. Ele foi para o Senai.

Ali, ele fez o curso de ajustador mecânico. Então, para nós, que iniciávamos a vida, um jovem, já fazer o curso de ajustador mecânico foi um grande encaminhamento.

Porque o meu irmão mais velho, juntamente com o meu pai, foram os que nos deram as diretrizes de como seguir na vida futura. Então eu venho agradecer ao Senai, porque nós fomos presenteados com o Senai.

Assim como milhões de jovens, milhões de pessoas em alguns países. Eu vi, e eu posso até fazer uma leitura aqui: 523 unidades operacionais, 465 unidades móveis, sendo dois barcos escola, 26 institutos de inovação, 62 institutos de tecnologia e mais de 4 mil 749 municípios nos últimos três anos.

Eu quero dizer a vocês do bem que foi feito à minha família. Nós somos gratos, Josué. Nós somos gratos a Deus por isso. E gratos a Deus, e parabenizamos. Não poderia ser melhor honraria.

Porque, após esse curso, eu vou dizer aqui da minha família, o meu irmão deu sequência, foi para o Exército. No Exército, ele foi destacado para a mecânica, na época. Fez os cursos, se graduou, foi para a Polícia Militar, na sequência também. Por causa dessa função especializada, alcançou várias graduações dentro da Polícia Militar. Posteriormente, alcançou a auditoria federal.

Eu procurei seguir os passos dele, sempre caminhando dentro daquilo que foi ensinado por um garoto de 14 anos, no Senai. Eu quero dizer aos senhores: parabéns. Porque eu e a minha família, eu tenho testemunho a dar, do que foi um benefício para um jovem, que abençoou uma família inteira.

E agradecemos aos milhões de brasileiros, aqueles todos que passaram pelo Senai, essa instituição séria. Então hoje estamos homenageando, e não poderia ser diferente.

Mas quero dizer a todos vocês o nosso muito obrigado. Que Deus abençoe a instituição, que Deus abençoe a todos vocês. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Muito obrigado, deputado Tenente Nascimento. Obrigado. A seguir, ouviremos a nobre deputada desta Casa, Janaina Paschoal. Por favor. (Palmas.)

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa noite a todos. Cumprimento todos os presentes. Não vou nomear todos os presentes, todas as autoridades. Sintam-se igualmente abraçados, igualmente queridos. É muito emocionante poder estar aqui, porque, como bem disse o colega que me antecedeu, o Senai marca a vida de cada uma das famílias, neste País e neste estado.

Eu tenho certeza que cada um aqui se sente um pouquinho emocionado, lembrando de um tio, lembrando de um amigo querido, que teve a sua vida transformada por algum período, em que pôde compartilhar desses 80 anos.

Então é muito emocionante, a palavra é essa. Eu poderia nomear várias pessoas muito amadas, algumas que já partiram, que puderam subir alguns degraus por força do trabalho no Senai.

E a importância do Senai, não digo nesses 80 anos, mas vamos trabalhar com os próximos oito, ou os próximos 16, ou os próximos 80, é conseguir duas coisas muito valiosas: dar dignidade para os indivíduos, dar esperança, dar concretude aos sonhos, trazer um caminho e trazer desenvolvimento.

Eu me surpreendi na condição, eu estou deputada, sou advogada, professora de direito, mas estou deputada e visito muitas cidades, e eu me surpreendi, senhores, ao constatar que em muitas cidades nós temos indústrias, mas nós não conseguimos ter pessoas capacitadas naquela localidade para ocupar as vagas.

Eu acredito que os colegas que estão aqui já vivenciaram isso. Nós chegamos a uma cidade pequena, média ou grande, o vereador que nos recebe, o prefeito diz assim, “doutora, chegou uma indústria aqui na cidade, abriram-se não sei quantas vagas, e o nosso povo não consegue preenchê-las”.

Nós estamos literalmente, a palavra é inadequada, mas importando mão de obra. Isso está acontecendo nos dias de hoje no estado de São Paulo, que é o estado mais rico da Federação.

Então nós temos que olhar para esses 80 anos de realizações, e eu parabenizo cada um que está aqui, cada um que colaborou, na pessoa do colega Vicioni, com quem pude participar esses meses.

É uma honra poder ter ladeado Vossa Excelência. Cumprimento-o pela organização deste evento justo, mas é importante que nós pensemos como multiplicar o que foi alcançado nesses 80 anos para o presente e para os próximos anos, porque o Brasil precisa, São Paulo precisa.

Eu queria aqui, destoando um pouquinho dos colegas que me antecederam, pedir que nós não nos percamos na tecnologia e na modernidade. Por que eu digo isso? Porque muitas vezes nós pensamos na empresa, na indústria 4.0, no 5G, nas startups, na tecnologia, na internet, e nós esquecemos que faltam pessoas muitas vezes capacitadas para fazer o básico. O básico foi abandonado no âmbito industrial e no âmbito dos serviços.

Muitas vezes soa elitista querer desenvolver um curso técnico mais concreto, para formar pessoas que tenham condições de desempenhar as atividades mais simples, mas que são simples e muito importantes.

Nós entramos em uma dinâmica de que só é louvável aquela atividade que tenha a ver com tecnologia, aquela atividade que é reverenciada por sua modernidade, mas nós precisamos de pessoas capazes de fazer aquelas atividades que ainda existem.

Hoje, o que nós temos? Nós temos um corpo enorme de pessoas sem atividades, nós temos vagas, por incrível que pareça nós temos vagas, nós temos necessidade de determinadas atividades, e nós não conseguimos, muitas vezes, por preconceito, preparar os indivíduos para ocuparem os espaços que estão aí.

Então o que eu peço, e fiquei feliz de ouvir o Sr. Ricardo, que foi o primeiro, quando ele disse que os senhores estão cuidando, foi o que eu entendi, de reconhecer as expertises daqueles trabalhadores que já têm, reconhecer, vamos dizer assim, referendar.

É muito importante buscar na realidade pessoas que já têm condições pela sua vivência de desempenhar as atividades e trazer para dentro dessas instituições, para poder levar a essas pessoas o reconhecimento formal da sua expertise.

Não sei se eu estou conseguindo ser clara. Muitas vezes nós temos pessoas que sabem fazer no dia a dia, mas não são valorizadas porque não têm o título, porque não têm o diploma, porque não têm a formalidade, e muitas vezes precisam apenas de uma atualização.

Então o que eu venho pedir não é para esquecer da tecnologia, da startup, da 4.0, do 5G, não. Todas essas inovações são importantes, mas nós não podemos inovar partindo do nada, nós não podemos. Eu sinto hoje o jovem querendo sempre o tecnológico, e ele se esquece da base. Para ter inovação tem que ter base.

Então eu venho aqui hoje comemorar esse aniversário tão precioso, tão querido para todos nós, cumprimentar cada um dos senhores pela participação que têm nesta festa, mas pedir também, porque eu sei que todos aqui estão trabalhando no dia a dia, participam da Fiesp, do Senai, das muitas entidades, mas são também formadores de opinião, são pessoas que podem refletir sobre o que eu estou falando e, quem sabe, propagar essa ideia de que nós temos que inovar, temos que progredir, temos que buscar o que tem de mais moderno sim, mas sem tirar o pé do chão, porque quando a gente tira o pé do chão perde material humano, perde experiência, perde oportunidade para cada cidadão e para a nossa sociedade tão carente de ver as pessoas participando efetivamente.

Nós não queremos ter que dar bolsa, nós não queremos ter que socorrer, muito embora muitas vezes seja necessário, nós queremos pessoas que estejam preparadas para produzir, para alavancar este estado e esta Nação em que eu tanto acredito.

Então eu fico, assim, muito emocionada, eu acho que as pessoas mais sensíveis devem entender a harmonia, a boa áurea que tem nessa cerimônia, porque eu acho que nós estamos aqui reunidos com esperança de preparar não só os nossos jovens, os pais e as mães de famílias, as pessoas maduras também - por que não? - a se desenvolverem, preparar essas pessoas para ocuparem as vagas que há e para terem expertise de desenvolverem mais espaço, não só para si, mas também para os outros.

Eu tenho insistido bastante nisso, inclusive dentro da universidade. Quando a gente coloca a cabeça só no que está à frente, acaba não valorizando o que está no presente, não resgatando o que está no passado.

Então eu acho que o nosso desafio, para o Senai dos próximos oito anos, vamos trabalhar com desafios mais próximos, é juntar o tecnológico, a modernidade, o futuro, vamos dizer assim, com o que nós já temos, buscar esses talentos, melhorar esses talentos, aproveitar essas pessoas e quebrar o preconceito, o preconceito de que só tem valor quem fez o curso universitário, o preconceito de que só tem valor quem tem pós, quem tem mestrado, quem tem doutoramento, desconsiderando a relevância para a sociedade dos saberes mais simples, das atividades mais simples.

De certa forma, é uma igualdade de reconhecimento para as muitas atividades que são importantes para a nossa sociedade. Eu quero muito poder visitar os cursos, conhecer ainda mais, porque conheço muito como cidadã, acompanhando pessoas próximas, mas eu quero poder participar, quem sabe, dessa maior concretude, porque eu sinto muita falta disso, inclusive em cursos técnicos na área de serviços.

Muitas vezes a gente se perde buscando algo que seja glamouroso, perde a oportunidade de valorizar o que está ali, mais próximo, e ocupar, não vou falar mão de obra, o recurso humano que a gente já tem.

Muitíssimo obrigada, Deus abençoe. Que venham mais 80 anos de sucesso e realização. Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Agradecemos por suas palavras, nobre deputada Janaina Paschoal. A seguir, encerrando as saudações pelos parlamentares aqui presentes, vamos ouvir as palavras do deputado estadual Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Boa noite a todas e a todos. O meu compromisso é só às 21 horas e 30 minutos, então vou ter bastante tempo para falar à vontade. Eu quero saudar aqui os dirigentes da Fiesp, do Sesi e do Senai; quero saudar o Ricardo Terra, quero saudar o Rafael Cervone.

Quero saudar essa moça extraordinária, que tem a puxar: Celino Cardoso, nosso inesquecível companheiro nesta Casa, que brilhou aqui e honrou, dignificou os seus mandatos. E tem uma filha maravilhosa; ouço falar maravilhas da sua capacidade, da sua disposição para o trabalho.

Hoje eu constatei que é verdade. Quero fazer uma saudação aos companheiros, também, de todos vocês, na pessoa do meu querido amigo Sérgio Barbour e da minha querida amiga Alexandrina.

O Sérgio é de uma equipe de pessoas fantástica, que é o grupo do nosso querido amigo secretário de Esportes Caio Pompeu de Toledo. Ele formou um time que só tinha gente boa, um dos quais o Sergio Barbour, que é o diretor de relações institucionais da Fiesp. E a Alexandrina, que foi uma das grandes juristas da Assembleia Legislativa de São Paulo e agora presta seu trabalho lá.

Saudar o nosso querido colega que teve a feliz iniciativa de promover essa homenagem ao Senai, o Walter Vicioni, e também a todos os colegas que aqui se pronunciaram: o Nascimento, o Ricardo Mellão, o Itamar Borges e essa nossa querida colega, de uma capacidade extraordinária, de uma dedicação extraordinária, de uma integridade extraordinária.

Outro dia, ela estava sentada nesta mesa. Eu disse: fico feliz de vê-la sentada aqui na mesa da Presidência, porque eu acredito, sinceramente, que um dia eu vou vê-la sentada na cadeira de presidente da República. Janaina Paschoal.

Meu caro presidente Josué, olha, eu tenho tanto a falar, tanta coisa para pôr para fora num momento como este, em que está havendo esta oportunidade fantástica, pela presença de vocês.

Mas eu vou dar um puxão de orelha em todos os colegas que não vieram aqui hoje, porque esta Casa devia estar com no mínimo 80 dos 94 deputados hoje, porque nós temos muito a agradecer a vocês. O Brasil tem muito a agradecer a vocês, São Paulo tem muito a agradecer a vocês.

Política é uma sórdida profissão, principalmente quando é feita para enriquecimento ilícito, satisfação de vaidade e outros sentimentos menores. Mas é a mais nobre das artes, a arte de servir, a arte de ajudar no desenvolvimento da sua cidade, no crescimento do seu povo, da sua gente. De lutar pelo bem-estar da sua população. E, nesse sentido, é fundamental a integração da política com a iniciativa privada.

Eu tive a felicidade de... Quando comecei a faculdade de direito, há muito tempo, em 1963, eu tinha que trabalhar. E fui trabalhar na Bombril, razão pela qual eu tenho 1.001 utilidades.

Mas lá eu aprendi, com o Sr. Roberto Sampaio Ferreira, que era um gênio empresarial, a trabalhar. Pena que só tenha herdado dele os defeitos, que não eram muitos, mas eram graves.

E não herdei a sua sagacidade, a sua competência. Bombril foi uma empresa fantástica; era a mais líquida do Brasil. Grandes multinacionais tentaram derrubar a Bombril e acabaram se dando mal.

E aí eu cunhei o meu caminho, a minha trilha. Depois, acabei entrando na política, me dedicando à política. Toda a família do meu pai foi política, desde a Espanha até chegar aqui ao Brasil; no Paraná principalmente.

Houve uma época em que o governador do estado, o presidente do Tribunal de Justiça e o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná tinham o sobrenome Munhoz. Eram todos bisnetos de Caetano José Munhoz.

Então, eu tenho na alma a política. E exatamente por isso, eu quero dizer o seguinte, de coração: é duro ter dedicado 46 anos da minha vida à política, porque de 76 para cá eu dediquei 100% da minha vida à política, e viver o que nós estamos vivendo. É uma tragédia. E não é de agora: não é o governo Bolsonaro, não é o governo Lula, não é o governo Dilma, não é o governo Fernando Henrique. Não. É de 60 anos para cá.

Estão aí os dados mostrando: o Brasil é bom em tudo o que é ruim. Corrupção, o Brasil está lá em primeiro, segundo ou terceiro lugar. Doenças graves, Brasil está lá, último lugar. Outro dia eu li sobre renda per capita: é 100o a 84o colocado. Acho que estava atrás da Guiné, de Gana e por aí afora.

Por que eu estou dizendo isto numa solenidade que presta uma homenagem a uma instituição seríssima como o Senai, comandada pelo presidente da Fiesp, coadjuvado pelo presidente do Ciesp e todos vocês?

Por que estou falando isto aqui agora? Porque é o desencaminhamento da atividade política que gera isso. Poucas coisas funcionam realmente bem, como precisavam funcionar no nosso País. Quando existe isso, há quem queira destruir. Pouca gente quer ajudar e empurrar para frente.

Quando eu vejo campanha para cortar os recursos do sistema “S”, eu falo: “mas que barbaridade, meu Deus do céu”. Tanta coisa para fazer, num país onde as pessoas estão virando maltrapilhas, num país onde dá uma tristeza imensa andar nas ruas das principais cidades.

É triste eu passar pela Praça da Sé hoje. Agora melhoraram o Pátio do Colégio. Mas é uma agressão a todos nós, é uma diminuição de todos nós. E de repente querem mexer no que está certo, no que vai bem.

Mas eu tive a felicidade de ser escolhido pelo presidente da Petrobras, Hélio Beltrão, chefe do escritório da Petrobras em São Paulo, o maior escritório da Petrobras no mundo, que tem o movimento de compras da ordem de 75 bilhões de reais por ano. Por que eu sei desse número? Porque é exatamente o orçamento de São Paulo, viu Aline. O orçamento de São Paulo é igual ao do escritório da Petrobras em São Paulo.

E o Beltrão me disse: “eu escolhi você para chefe do escritório, porque você tem experiência administrativa, empresarial e política”. E aí, quando eu fui escolhido secretário da Agricultura de São Paulo, meu primeiro pronunciamento foi na Fiesp.

Era o Carlos Eduardo Moreira Ferreira. Falou: “mas o que o secretário da Agricultura veio fazer aqui? E outra coisa: você não é agrônomo, você não é veterinário, não é zootecnista, o que você está fazendo como secretário da Agricultura?”.

Falei: “bom, em primeiro lugar, porque eu não gosto de falar ‘agrobusiness’, eu gosto de falar ‘agronegócio’”. Naquele tempo, quase ninguém falava “agronegócio”. Estou falando de 1992, 1991, mais ou menos. “E mais: sem agro, não tem negócio. A indústria se movimenta muito e, em grande parte, através da agricultura. Então, o que nós precisamos é unir os nossos esforços. Vamos trabalhar a agricultura e a indústria unidas”.

E foi o que tentamos fazer. Isso me levou até a, saindo de Itapira, filho do Caetano e da dona Vilma, chegar a ministro da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária do Brasil. Era chique. Eu descia do avião da FAB, e tinha o corneteiro lá. E eu descia do avião, no cortejo, com a corneta do corneteiro.

Então, essa brincadeira que eu faço é para dizer o seguinte, minha gente: vocês são a última esperança. (Palmas.) A classe política está desesperançada, está desacreditada.

Eu, quando vejo, Josué, você fazer o que você fez - seguindo o exemplo do senhor seu pai, você veio dirigir uma entidade séria e trabalhosa, abrindo mão dos seus afazeres, dos seus compromissos profissionais, pessoais, familiares, abrindo mão do seu tempo -, eu fortaleço um pouco a minha esperança e eu acho que tem solução. Eu acho que nós precisamos enveredar por um caminho melhor.

Eu tenho muito orgulho do Senai, muito orgulho do Sesi. Eu sou de Itapira - lá, sempre teve unidade do Sesi, sempre teve unidade do Senai. Ou melhor, do Senai não; do Senai tem em Mogi Guaçu, que é a nossa regional. Só tem um problema meu no relacionamento com o Sesi e com o Senai - lá sempre teve Sesi também -: é quando chega a época de arrumar vaga para o pessoal, aí eu fico louco. Todo mundo quer estudar no Senai, todo mundo quer estudar no Senai.

Então, minha gente, eu fui falando assim um pouco com o coração, fui desabafando um pouco, porque é duro, não é? Você dedicar 46 anos da sua vida a uma atividade que não deu certo.

A minha geração falhou. A geração anterior à minha também falou, e a geração anterior à anterior à minha também falhou. Vocês são a esperança de que as próximas gerações não falhem.

Não há ensino melhor no Brasil do que o ensino do Senai. Nós temos aqui o Centro Paula Souza, em São Paulo, as Etecs e as Fatecs. A nossa rede estadual é melhor do que a de quase todos os estados do Brasil, mas está longe, muito longe de chegar perto de um ensino como é o do Senai.

Vamos preservar o que é nosso, vamos preservar o que deu certo. Vamos torcer para que o deu certo dê ainda mais certo. Vamos homenagear o Senai, dedicando a ele tudo aquilo que nós pudermos - na política, defendendo os seus valores, o seu caminho e os benefícios incomensuráveis que ele produz para o nosso povo e para a nossa gente.

Parabéns, Walter, pela homenagem justa. Parabéns, Josué. Deus ilumine o seu caminho e de todo o nosso querido Senai. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Obrigado ao deputado Barros Munhoz, encerrando aqui as saudações pelos parlamentares presentes nesta sessão solene. Muito obrigado. Agradecer, também, aos que o antecederam: Tenente Nascimento, Ricardo Mellão e Janaina Paschoal. Muito obrigado. Também agradecer as palavras das autoridades que compõem a nossa Mesa.

Nós iniciaremos, agora, a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo. É a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criado em 2015 e é concedido a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.

O Senai já nasceu moderno. A instituição foi criada em 1942, pensando no futuro para o novo momento que o Brasil iria viver: a era industrial. Naquele tempo, seus fundadores vislumbraram que, para a industrialização do País, fazia-se necessária a formação de pessoas. Há 80 anos, com essa missão, fundou-se o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, a escola da indústria brasileira.

Com o passar dos anos, novos desafios se apresentaram e o Senai, sempre com protagonismo, reinventou-se para atender às demandas do setor industrial. Hoje, além de qualificar pessoas, o Senai, através de pesquisadores, também atua levando inovação e tecnologia às empresas com uma ampla rede de plataformas tecnológicas.

Os dados atestam a qualidade das ações: 92% das empresas preferem formandos do Senai e sete em cada dez ex-alunos de cursos técnicos estão empregados um ano após a conclusão.

Em São Paulo, hoje, o Senai realiza mais de um milhão de matrículas anualmente, através de 92 unidades fixas e 78 móveis. Olhando para o futuro, há certeza de que o trabalho feito até aqui deve ser ampliado. Educação, tecnologia e inovação de alto impacto e com olhar humanizado será sempre a marca registrada da escola da indústria.

Por essa razão, chamamos aqui à frente, neste momento, aquele que representa nesta noite a instituição homenageada, Sr. Milton Gava, assessor da Diretoria Regional e colaborador da instituição há 52 anos, para que receba o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo em nome da instituição. Por gentileza, dirija-se ao palco, Sr. Milton Gava. (Palmas.) Sendo agraciado, neste momento, pelo nobre deputado desta Casa, Professor Walter Vicioni, com o Colar, o Sr. Milton Gava.

 

* * *

 

- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Parabéns. Neste ato, representando o nosso Senai São Paulo, na presença de todos os colegas nesta Casa Legislativa. Parabéns, mais uma vez, ao homenageado neste momento, Sr. Milton Gava. (Palmas.) Presidente Josué Gomes da Silva, também conosco aqui à frente, por favor. Vamos a um registro com as autoridades que compõem a Mesa, por favor.

Agraciado, neste momento, com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, representando o nosso Senai, Sr. Milton Gava. Mais uma vez, parabéns.

Muito obrigado. (Palmas.) Com a palavra, neste momento, representando a instituição outorgada, o Sr. Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp e do Conselho Regional do Senai São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. JOSUÉ GOMES DA SILVA - Excelentíssimo deputado estadual Professor Walter Vicioni; Exma. secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Aline Cardoso; meus colegas, Rafael Cervone, Ricardo Terra; Exmos. Deputados estaduais Barros Munhoz, Janaina Paschoal, Ricardo Mellão, Tenente Nascimento.

Demais deputados estaduais, presidentes de sindicatos aqui presentes, conselheiros, diretores e colaboradores do Senai e o nosso querido Milton Gava, que recebeu, em nome de todos os educadores e todos os colaboradores do Senai, essa justíssima homenagem que a Assembleia Legislativa faz a essa instituição admirável, que completa 80 anos.

Coube a um mineiro, que já mora em São Paulo há 34 anos, como eu tenho 58, moro em São Paulo já há 50% mais do que morei em Minas Gerais. Aliás, em Minas Gerais eu morei até menos do que isso, porque, dos 24 anos anteriores, eu morei dois nos Estados Unidos e 22 em Minas Gerais, mas (Inaudível.) é um mineiro, devido às circunstâncias, estar presidindo a Fiesp e, portanto, o Conselho Regional do Senai para receber e agradecer, em nome dessa admirável instituição, esta homenagem justíssima que a Assembleia Legislativa de São Paulo e, portanto, que o povo de São Paulo faz ao Senai.

Nós, mineiros, aprendemos desde cedo que São Paulo é a locomotiva do Brasil, e esta locomotiva, graças à pujança da indústria de transformação em São Paulo, deve muito a essa instituição espetacular, que vem lado a lado com a industrialização deste estado maravilhoso, que é o estado de São Paulo, o meu estado de coração, fazendo com que a indústria cresça em São Paulo, se modernize em São Paulo e continue gerando emprego e renda.

Na verdade, eu tenho que ser sincero com vocês, que apesar desta força inacreditável do Senai, dos nossos educadores super dedicados, ainda assim a indústria de transformação tem sofrido no Brasil e em São Paulo.

Já ostentamos mais de 25% do Produto Interno Bruto nacional e hoje temos, representamos, um pouco mais de 11% do Produto Interno Bruto, apesar de todo esforço de uma instituição como o Senai.

O que é preciso fazer para reverter esse quadro - e por que precisamos reverter esse quadro - que faz com que a indústria de transformação esteja nas últimas quatro décadas encolhendo? E com isso também inibe o crescimento nacional.

É preciso que se diga da importância da indústria de transformação, afinal, é ela a que oferece, em média, os melhores salários. É ela que é a portadora de futuro porque é a que mais inova.

É ela que tem o maior multiplicador econômico dentre todas as atividades econômicas do País, com mais de 2,15, contra o agronegócio - que nós todos admiramos - que representa um multiplicador de 1,65.

Como é que nós vamos conseguir recuperar a indústria de transformação? Só vamos conseguir recuperar a indústria de transformação, deputado, inovando e aumentando a produtividade. E para isto é fundamental instituições de ensino da qualidade do Senai e, eu também não posso deixar de mencionar, do Sesi-SP.

Como o deputado Barros Munhoz destacou, são instituições admiráveis, que merecem o respeito de toda a sociedade. E eu falo isso tendo chegado agora na Fiesp, há três meses.

Então, não estou defendendo um trabalho que me cabe. Estou defendendo todos os meus antecessores, que construíram essa instituição admirável. A começar pelo nosso querido deputado Walter Vicioni, que é há 48 anos uma pessoa que se dedica ao Senai de São Paulo e a quem nós devemos muito e temos muito a que agradecer.

Mas, como a deputada Janaina nos desafiou, e ela tem razão, é preciso nós fazermos mais. É preciso educarmos ainda mais do que o um milhão de alunos, entre cursos de curta duração e longa duração, que o Senai se dedica.

É preciso educarmos mais do que os 97 mil alunos que o Sesi, hoje, deputada, forma entre os cursos de Ensino Fundamental I, Fundamental II e Ensino Médio.

Por maior que seja a nossa organização, é preciso estar de mãos dadas com a educação pública do nosso País para podermos, aí sim, atingirmos milhões e milhões de jovens e crianças. (Palmas.)

Só em São Paulo são mais - ou cerca de - seis milhões de alunos no ensino público do estado. E como que nossas organizações podem ajudar? Podem ajudar com didática.

Podem ajudar com laboratórios, especialmente agora que o Ensino Médio, a reforma do Ensino Médio entrou em vigor. E nós temos que valorizar o itinerário técnico-profissionalizante, o itinerário vocacional.

E o Senai tem amplas condições de ajudar as escolas estaduais a darem aos seus alunos a capacidade de formação no ensino técnico-profissionalizante independente de depois eles escolherem uma carreira superior.

É preciso que os Sesi estejam de mãos dadas com todas as escolas públicas municipais, e algumas estaduais, no Ensino Fundamental I e no Fundamental II. E é por isso mesmo que eu gostaria muito de continuar contando com o apoio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Desta Casa, que é a mais importante das casas legislativas do Brasil, numa parceria, numa parceria apartidária, que nós estaremos propondo ao governo do nosso estado, a todas as prefeituras do nosso estado, em prol da melhoria da qualidade da educação pública de São Paulo.

Para que nós possamos levar não só aos um milhão de alunos que o Senai forma, que são privilegiados - a gente reconhece - aos 97 mil alunos do Sesi, mas a todos os seis milhões de alunos do estado de São Paulo, das escolas públicas, especialmente nesse período do pós-pandemia que, infelizmente, fez com que, por dois anos, nossas crianças estivessem afastadas das escolas.

De maneira que eu tenho absoluta segurança que o Sesi e o Senai de São Paulo poderão contar com o apoio desta Casa Legislativa nessa parceria para que a gente tenha uma meta.

Que pode parecer uma meta simples, mas para todos os educadores com quem a gente conversa, é uma meta audaciosa. Para nós conquistarmos, entre cinco e dez anos, indicadores de qualidade do ensino público de São Paulo superiores ao do Chile, que hoje ostenta os melhores indicadores na América Latina.

Esse é o desafio, deputada Janaina, que nós estamos nos colocando. E é esse desafio que eu gostaria de contar com a parceria desta nobre Casa Legislativa para que a gente possa alcançar.

Levar a qualidade do Sesi do Senai, educação de qualidade, educação que garante empregabilidade, que garante condições de trabalho a todos os alunos que saem dali formados.

Aqueles casos - aquele caso - bonito, emocionante contado pelo deputado Nascimento, Tenente Nascimento, é o que acontece com todas as famílias que conseguem colocar os seus alunos no Sesi ou no Senai. Eu recebo vídeos de crianças emocionadas quando conseguem ser admitidas nos cursos do Sesi e do Senai.

E eu acho que a gente tem que conseguir fazer com que todo o ensino público de São Paulo - e, aí sim, não vamos ter mais problema de vagas, sem que pessoas capacitadas possam ocupá-las - transformar todo o ensino público de São Paulo na mesma qualidade que o Sesi e Senai podem oferecer. E eu tenho absoluta segurança que nós poderemos contar com o apoio dessa nobre Casa.

Para concluir, eu digo que essa homenagem que o Professor Walter nos faz, na verdade nós é que deveríamos fazer a ele. O Senai deve muito a este… (Palmas.) a este brasileiro, a este paulista, que me contou a sua história.

Desde quando morava próximo de uma linha de ferro e, a partir dali, se entusiasmou com a escola do Senai, entrou no curso do Senai, se formou na escola do Senai. E dali passou a ser, depois, um professor - pela sua vocação humanitária - e chegou a ser o nosso diretor-geral do Sesi e do Senai durante décadas.

Portanto, o sucesso do Sesi e do Senai São Paulo deve muito a esse nobre deputado que hoje nos faz essa homenagem singela. Mas ele merece grande parte dessa homenagem.

Muito obrigado, Professor! (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Agradecemos ao presidente da nossa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Fiesp, Josué Gomes da Silva, e a seguir ouviremos palavras, encerrando essa sessão solene, do deputado estadual Professor Walter Vicioni.

Por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - PROFESSOR WALTER VICIONI - MDB - Cumprimento o Dr. Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, presidente do Conselho Regional do Senai e do Sesi e vice-presidente também do Ciesp.

Quero cumprimentar Rafael Cervone, presidente do Ciesp - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, a quem eu quero cumprimentar hoje, pela data de hoje, 28 de março, o Ciesp completa 94 anos de existência. (Palmas.)

Eu li hoje o seu artigo no jornal “Folha de São Paulo”. Por isso que eu estou lembrado disso. E fico muito feliz. O Ciesp é o braço direito, é o braço, digamos, civil da indústria brasileira. Nosso braço civil.

Queria cumprimentar o nosso deputado Barros Munhoz; a deputada Janaina Paschoal; Ricardo Mellão, que esteve conosco; Tenente Nascimento, que também esteve conosco; deputado Itamar Borges, também esteve conosco.

Eu ia pedir ao deputado Barros Munhoz que, no lugar de puxar a orelha dos deputados que não vieram, que o senhor também puxasse daqueles que vieram e já foram. Isso.

Queria cumprimentar Aline Cardoso, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, do Trabalho e Turismo, representando o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes; um cumprimento especial ao meu amigo, e hoje diretor do Senai, Ricardo Terra; Milton Gava, com quem eu tenho a honra de ter trabalhado em 1970, lá em Santo André.

Embora eu tenha começado em Campinas, um dia eu precisei fazer um estágio lá em Santo André e foi com o Gava, foi com Milton Gava, meu grande amigo. Aliás, o filho do Gava estudou no Senai, e eu sempre valorizei muito as pessoas que têm essa ousadia de colocar o filho na própria instituição.

É porque, de fato, acredita que essa é a instituição verdadeira. É uma decisão de pai, da família, e isso é muito importante. No Sesi acontece isso, em todos os lugares. A minha neta nasceu agora, dia 25 de março, a Cecília. Nasceu holandesa, lamentavelmente, mas vai voltar para o Brasil, espero.

Queria cumprimentar o presidente de sindicatos, conselheiros, diretores e colaboradores do Senai, meus amigos, sem os quais, sem vocês eu não estaria aqui. E eu acredito, presidente Josué, que o que o Senai tem de bom, o que faz essa coisa do Senai é o seu quadro, são os instrutores do Senai, essas pessoas que têm na alma a arte do ofício, mesmo das corporações, é isso.

Parabéns para vocês que estão aqui, os nossos diretores e tal. Também queria cumprimentar o nosso superintendente do Sesi, Alexandre Pflug, que aqui está prestigiando essa festa do Senai.

Sr. Presidente, Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, dos conselhos regionais Sesi/Senai, eu quero desde logo não só cumprimentá-lo em nome de todos os deputados estaduais da maior Assembleia Legislativa do Brasil, mas colocar em relevo neste ato de outorga do Colar de Honra de Mérito Legislativo pelos 80 anos do serviço nacional de aprendizagem industrial, dizer e reafirmar que o senhor nos dá a primeira lição.

O verdadeiro sábio é humilde, e o nosso presidente, ao escolher o funcionário em exercício mais antigo da casa, professor Milton Gava, para receber essa honraria em nome do Senai fica claro e deixa claro para todos nós a valorização do seu quadro social, constituído por pessoas que fazem o fazer do Senai. Muito obrigado.

Agindo assim com tamanha simplicidade, concluo que o nosso presidente assume as suas responsabilidades na Fiesp, nos conselhos da casa sem arrogância, sem prepotência ou soberba.

Hoje e sempre, o senhor nos coloca no mesmo nível de dignidade, de cordialidade, respeito, simplicidade e honestidade, e isso, presidente, é característica única das pessoas que têm brilho próprio. O senhor tem o seu próprio brilho para ser o que queremos que seja, e o que o senhor disse aqui, contribuir para que o Brasil possa ter uma educação de qualidade para todos.

Já dizia Paideia, lá de trás, que a melhor educação para os melhores é a educação para todos. É isso. E Montesquieu também dizia que um regime republicano só é possível com uma escola republicana, ou seja, uma escola boa para todos.

Então é por isso que nós do Sesi e do Senai queremos que o senhor seja o fazedor do amanhã. Nós temos plena confiança de que o senhor tem todas as condições para fazer o amanhã do estado de São Paulo e do Brasil por meio dessas entidades do Sesi e do Senai.

Em outubro de 1827, o baiano Antônio Ferreira França, deputado do Império, em defesa de uma formação de caráter prático/profissional, afirmava: “Não quero que o mestre ensine ou aponte o que é uma linha.

Quero que tome o compasso, descreva um triângulo sobre a linha; isso não é nada, e é a coisa mais fácil possível. Quero que mostre, quero que o mestre prove o que ensina, que os meninos aprendam como um carpinteiro ou um pedreiro”.

Expresso essa fala do deputado baiano do Império, a valorização e o reconhecimento do aprender fazendo, uma marca que dentre outras irá caracterizar o Senai desde o seu nascimento, em 1942, 22 de janeiro. E São Paulo foi o seu berço, visto que suas atividades primeiras começaram neste estado.

Raras as instituições que sobrevivem para comemorar 80 anos de existência, raríssimas, e o Senai, junto com o seu irmão mais novo, o Sesi, que comemorará 76 anos no corrente ano, esperamos fazer o dos 80 do Sesi também, foram instituições, entidades feitas para durar, e vão durar certamente.

Fruto da visão do empresariado brasileiro e paulista, homens que, tendo uma ideia, ousaram empreendê-la, idealizando uma arquitetura legal e muito original expressa no seu regimento, propicia a base institucional flexível para que, ao longo do tempo, o Senai e o Sesi possam responder adequadamente as demandas da indústria e da sociedade brasileira a cada nova etapa do contexto e do desenvolvimento nacional.

Há quem já tenha dito que o Sesi e o Senai constituem a cooperativa educacional da indústria. Há quem diga que são concretizações da própria responsabilidade social da indústria, e há os que afirmam que a idealização e a concretização dessas instituições estão longe de terem sido atos de precipitação.

Ao contrário, foram as resultantes de uma longa sucessão de eventos, que teve início com a necessidade concreta de preparação de mão de obra, de recursos humanos, e que acreditava que não são recursos humanos; é que os humanos têm recurso, que as pessoas têm recurso. E, acreditando nisso, nasceu para qualificar para o setor industrial, e que baseou o seu trabalho metodológico e sofisticado e encontrou dentro da própria indústria a fórmula institucional que lhe garantia financiamento, objetividade e flexibilidade.

Com efeito, o Senai não nasceu para manter escolas, o seu regimento não traz isso. Isso eu acho que é uma coisa maravilhosa. O Senai nasceu para manter curso de aprendizagem industrial, e de forma tão flexível que poderia, presidente, enquanto local, poderia desenvolver esses cursos, e na escola, na empresa, ou em formas mistas.

Nós começamos com os chamados cursos sanduíches, em que o nosso aluno ficava seis meses na empresa e seis meses no Senai, em forma alternada. Temos as unidades móveis que podem ir a essas cidadezinhas pequenas, visitadas pela nossa nobre deputada Janaina, levar a escola móvel para formação nos lugares onde há necessidade.

Eu chamo a atenção para essa flexibilidade do Senai, e era, para a época, uma coisa extraordinária. Nós estamos falando de 42. O regimento nosso, o primeiro regimento, porque depois vieram outros, mostrava uma visão também futurística que o comprometia com o princípio da educação permanente.

Está no nosso primeiro regimento isso, que incluía nos seus objetivos e usava a expressão formação continuada para os trabalhadores da indústria. Isso em 1942, janeiro de 1942. E a expressão era formação continuada. Hoje a gente fala muito em formação continuada.

Lamentavelmente, depois outros vieram, continua o objetivo de assegurar a formação para os trabalhadores que estão na indústria, mas a expressão formação continuada aqui era tão inovadora para a época, nunca usaram, estava no nosso regimento.

Somente na década de 70, eu quero lembrar isso, eu acho que vocês se lembram que a Unesco organizou uma comissão que foi presidida pelo Edgar Faure. Ela foi encarregada, essa comissão da Unesco, de definir rumos a seguir pela Educação, e apresentava o relatório que chamava “Aprender a ser” - o último relatório é “Um tesouro a descobrir”, mas esse, de 70, era “Aprender a ser” -, enfatizando a Educação como um processo contínuo de mudança, que leva em conta as condições necessárias de ser no mundo.

Ele tinha esse objetivo, e o Senai já estava em 42, antecipava em 30 anos essa ideia de uma Educação, de que não existe uma escola única e para sempre. É preciso promover repetidas voltas à escola, e o Senai desenvolveu, desde então, também, uma coisa que eu quero chamar atenção para isso. O que eu já nomeei... Eu tenho mania de dar nome nas coisas, e aí eu nomeei esse “core business” do Senai de engenharia pedagógica.

Mas o que pedagogia tem a ver com engenharia? Mas o Senai desenvolveu a capacidade de transformar uma demanda que lhe é dirigida em objetivos de ensino e desenvolver ações de formação profissional.

Isso é o que nós sabemos fazer e fazemos muito bem, seja por longo período, cursos de longa duração, seja de curta duração. Ou seja, nós, do Senai - me permita falar “nós” - somos engenheiros pedagógicos. Nós somos capazes de organizar o que hoje se chama de formação sob medida.

É isso. Está nesta Casa. São valores que nós nunca podemos perder. O regimento ainda afirma, isso em 42, quando o Brasil começava a dar os primeiros passos na industrialização, e quando as pessoas que vinham, vinham do campo para estudar no Senai.

Nós desenvolvemos lá uma grande metodologia, aprender fazendo, e tudo isso, mas o Senai, estava no seu objetivo a cooperação com o desenvolvimento industrial, por meio de ações no âmbito da inovação e da tecnologia. Estava lá em 42, gente.

Então, eu quero dizer o seguinte, que o Senai, valendo-se dessa maleável estrutura legal, também atuando para desenvolvimento industrial, inovação e tecnologia, ele precisa também, e o nosso presidente falou isso com muita assertividade, ele precisa também subir o morro.

Quem me dizia isso era um outro mineiro, chamado Claudio Moura Castro. O Claudio Moura Castro, quando assumiu o Senai, bateu nas minhas costas e falou: “Walter, precisa subir o morro”, no significado de que a gente precisa atender outras populações, que estão no morro.

Portanto, estão no que a gente chama de comunidade, ou nas favelas etc., e eu tenho certeza que o nosso presidente, fazedor do amanhã que é, vai levar em conta essa grande tarefa de levar o Senai onde for necessário.

Então, o Senai, outro destaque, está situado entre o poder público, que o criou e fiscaliza, porque nós fomos criados por um decreto lei, e as entidades representativas das indústrias que o administram.

O poder público criou, mas quem administra é a indústria. Então, o Senai se constitui legalmente como uma entidade jurídica de direito privado, mas que cumpre uma expressiva e significativa finalidade pública, e dela não pode se afastar.

Temos que continuar, e o nosso presidente acaba de dar uma grande meta para todos nós, que é, exatamente, colaborar com a Educação brasileira, que, para mim, presidente Josué, não está mais em crise, ela está morrendo. Já não é crise.

Eu perdi a palavra aqui, talvez seja por causa da idade. Até o final, quem sabe eu lembro. Ela está em decadência, lembrei. Se a gente olhar hoje para a Educação brasileira, os resultados que em pouco tempo São Paulo mostrou, ela está em decadência, e a Educação brasileira não pode ser objeto de resposta política.

Eu sempre digo isso. Ela tem que ser resultado de uma vontade política. A resposta política se liga a governo, enquanto que a Educação, um país precisa ser transformado pela Educação, e é por meio dela, tem que ser por uma vontade política, que liga não ao governo, liga a estado, a formação do Brasil. Então, nós não podemos ficar dando resposta política, como foi dada: “faz isso, faz aquilo”.

O Ensino Médio, eu gosto da legislação que trata do Ensino Médio, é muito boa, mas foi uma resposta política. Não vai acontecer nada. É uma oportunidade para o Senai, mas está muito difícil que ela venha a acontecer, porque não é uma vontade.

Eu acho que a Educação MEC no Brasil ou fecha ou muda de finalidade, e o MEC e a Educação para mim são tão importantes, presidente Josué, que ela deveria ter a autonomia do Banco Central. Você entende?

Enfim, temos essa possibilidade de continuar com política pública. Por isso que eu acho que ela tem que ser um órgão de estado, e não de governo. Fugi aqui do meu... Eu queria também chamar atenção para um fato muito importante, que marca os valores do Senai.  

Incontestavelmente formando o trabalhador, o Senai forma para o exercício da cidadania, conferindo aos indivíduos a identidade social para que, por meio do trabalho, possam contribuir para o desenvolvimento da nação e usufruir os direitos de cidadãos plenos.

Eu me lembro, assistindo ao filme Central do Brasil, percebe-se, lá no fundo da alma do brasileiro, o valor que ele dá à profissão. O menino - seu xará, Josué - na obstinada procura pelo pai, falava com orgulho que seu pai fazia telhado, casa, escada, cadeira, mesa, cama, e dizia “meu pai é carpinteiro”, e insiste em dizer que o pai dele era carpinteiro.

 Reveja o filme e preste atenção nesse momento. Isso mostra a importância que o brasileiro dá à profissão. O orgulho profissional é expresso nessa identidade social, então o Senai confere aos indivíduos uma identidade profissional como identidade social: “eu sou ferramenteiro”, “eu sou instrutor”, “eu sou marceneiro”, “eu sou pedreiro”.

Gente, é impagável um negócio desse tipo. É uma maravilha, e tem gente que quer acabar com ela, que quer acabar com as instituições, retirando recursos daqui, e tal. Então, essas pessoas não sabem o que o Brasil precisa.

Eu até escrevi uma carta, não faz muito tempo, para o ministro da Economia, dizendo para ele lá, até olhei... Foi um tema assim, alguém, uma vez, disse assim: “Não sei o que, é a economia”. Eu disse: “Ô ministro, é o Senai, é a formação profissional”. Porque é inacreditável esse tipo de coisa.

Então, além da identidade social e profissional, eu preciso destacar a construção também do etos profissional, por meio da criação de uma cultura singular, que incentiva a valorização do trabalho bem feito, o amor ao trabalho, e a reprodução desses valores nas gerações sucessivas, e isso tudo constitui a base da formação dos nossos docentes. Para nós, presidente, quase certo é errado. E não é isso mesmo? Tenho certeza absoluta.

Eu, por exemplo, tenho uma casa em um condomínio. Tive um problema de telefonia, na época era Telesp, chamei a assistência deles, e o menino que foi lá, o rapaz disse, depois que olhou tudo: “O problema é do poste para dentro. Então não é mais com a Telesp, é com você”. E eu falei: “Poxa, como é que eu vou fazer isso? É uma casa de fim de semana. Como é que eu faço tal?”.

Ele falou: “Eu posso fazer no meu dia de folga”. Então, eu chamei que ele fosse no dia de folga. A fiação saía do poste e ia para o poste de entrada da minha casa. Quer era um pouco mais baixo que a casa, e era tudo subterrâneo.

Ele foi lá, no dia, tentou passar o fio não conseguia, insistia, não conseguia, e eu, já exasperado, disse para ele: “Olha, vai por cima, puxa o fio aqui, vai na casa, entra pelo telhado e tal. Isso não dá certo?”.

Ele falou: “Dá certo, mas é feio. Eu não faço isso”. E não fez. Fui obrigado a pedir a ele: “Vamos fazer então como deve ser feito”, mas perguntei para ele: “Onde você estudou?”. Ele me falou: “Estudei no Senai de Ribeirão Preto. Fiz eletricidade no Senai de Ribeirão Preto”. E ele, por acaso, é primo do Valdeir, do nosso coordenador. Eu não sabia nada disso.

Também quanto ao próprio Steve Jobs, criador da Apple...

 

A SRA. - Ele fez Senai também?

 

O SR. PRESIDENTE - PROFESSOR WALTER VICIONI - MDB - Não, não fez, mas o pai dele deve ter feito, porque o Steve Jobs conta na sua biografia que o pai estava fazendo um armário de garagem.

O pai tinha essa habilidade, estava fazendo um armário e dando um capricho fora de série no armário. Ele falou: “Mas, pai, essa parte vai ficar virada para a parede”. E o pai respondeu: “Mas eu sei se ela está feia ou bonita”.

É isso que o Senai faz. Os valores, esses fatos, como esse do Steve Jobs, como desse menino e tantos outros que a gente não chega nem a saber, em termos de valores, ressaltam a responsabilidade, ressaltam o compromisso com aquilo que se faz. Não basta fazer bem feito, fazer com diligência. É preciso buscar o belo, fazer bonito. Em última análise, no Senai se tem compromisso com a ética e com a estética.

Senhores e senhoras, meus colegas da Assembleia, fazer história como estamos fazendo aqui hoje, nesses 80 anos de Senai, é, de alguma forma, corroborar uma verdade consabida.

O que hoje é de certo modo, ontem foi de modo diferente. E o novo não deve aspirar à permanência, mas fazer-se germe do futuro. Então, passado, presente e futuro se sucedem. Não deixam de vincular-se, de interdepender-se. O que eu quero dizer é que tradição e progresso não são inimigas e no Senai não podem ser.

Então, nascido o Senai, empresários e dirigentes até iluminados - eu acredito que iluminados por Deus - educaram o Senai, no bom sentido etimológico da palavra, no sentido de prepará-lo para crescer e aperfeiçoar. E servir. Nós somos um serviço.

Aperfeiçoar-se é tender ao melhor e, portanto, fazer diferente sem deixar de ser o que era. Manter as tradições. Por isso o Senai atual continua sendo o Senai, como o Ricardo disse, do Roberto Mange, fiel aos propósitos do fundador e à missão que a indústria lhe confiou de servi-la, servindo de instrumento de Educação e aperfeiçoamento do trabalhador brasileiro. E isso é observar a tradição.

E também o Senai procura novos meios para atender reclamos de renovação tecnológica da indústria e isso é curvar-se ao progresso. Pena que a Janaina não está aí, porque não é só as coisas para ela, nós convivemos tradição com modernidade.

Então, sob a inspiração permanente daqueles que construíram o seu fazer, o Senai se renova, perseverando, fiel aos princípios que fundamentaram sua criação e suas ações inovadoras alicerçadas em valores duradouros.

Para terminar, presidente, eu queria usar as palavras do Paulo Ernesto Tolle. Ele não sucedeu o Roberto Mange, mas, quando o fez, o fez com uma galhardia extrema, tanto que essa escola que o Terra disse que eu ajudei a montar com os suíços, com a Swisscontact, uma escola Senai de mecânica de precisão, a gente foi mais ou menos como a Embraer, não é?

A Embraer, a tentativa de fabricar avião no Brasil quando o Brasil não fabricava nem bicicleta. Era uma ousadia. Então, nós aqui montamos uma escola de mecânica fina, de mecânica de precisão, quando a gente ainda não tinha essa fabricação de instrumentos, essas coisas todas que o nosso presidente quer retomar com a indústria de transformação, incentivando, e com mão de obra de qualidade.

E o pessoal me dizia: “Por que mecânica de precisão? Qual a diferença da mecânica de precisão da outra mecânica? Afinal, tudo se mede com paquímetro, a questão de uma medida de precisão...”.

E a resposta dos suíços, que eu aprendi com eles, era: “Não, mecânica de precisão é estado de espírito”. Foi lá que eu ouvi essa expressão “Almost right is wrong”. “Quase certo é errado”.

Então, é fazer bem feito. Isso que é mecânica de precisão, porque o relógio tem menos precisão do que o eixo de um caminhão, mas o conjunto do relógio é mais preciso que o conjunto de marcha, de troca de... Então, é estado de espírito, é fazer bem. O Senai sabe isso. O Senai é mecânica de precisão, é mecânica fina.

Aí eu queria falar sobre o Paulo Tolle, que foi uma pessoa que ficou 20 anos na administração do Senai, fez muita coisa e ele dizia o seguinte, presidente Josué:

“Reconhecemos no Senai que a Educação não é panaceia para os males que crescentemente abalam a estrutura da sociedade brasileira. Sabemos que a escola, no torvelino das mudanças sociais a que não pode ser infensa, não está imune às agitações extraclasse e às discussões de todos os matizes sobre o trabalho do homem em uma civilização técnica.

Nesse contexto amplo, sem fugir à reflexão sobre os problemas e as opções propostas a sua solução, a presença do Senai se nota não pela oratória vazia, mas pela construção sem alarde.

Constrói o Senai educando para o trabalho. Este, por sua vez, considerado meio de construção da sociedade humana. É pelo trabalho. Educa procurando estimular o aluno à curiosidade que leva à vontade de aprender e à posição de compreender.

O aprendizado há de ser contínuo para permitir a adaptação às mutáveis condições do mercado de trabalho. Assim, bem servindo ao educando, está o Senai bem servindo à indústria e à sociedade, que não ignora ser a Educação um dos fatores preponderantes do equilíbrio social e do crescimento do país.”

Então, Sr. Presidente, é com muito orgulho que fiz essa proposição para a entidade Senai e, como o senhor bem disse, é o reconhecimento da sociedade paulista e brasileira.

Muito obrigado por ter aceitado esse convite. Nós esperamos realmente que o senhor nos ajude a construir no estado de São Paulo e no Brasil o amanhã, porque temos direito de ser felizes, acreditando que a melhor educação para alguns é a melhor educação para todos. Eu tenho certeza de que o Senai e o Sesi, na sua gestão, farão grande diferença.

O mestre de cerimônias iria anunciar que eu deveria encerrar a reunião.

Então, meus amigos, muito obrigado.

Estou muito feliz de ter encontrado vocês e quero dizer que, esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, a minha equipe, aos funcionários do serviço de Som, de Taquigrafia, da fotografia, do serviço de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Alesp e das assessorias Policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito dessa entidade.

Está encerrada esta solenidade. Vai ter um café, um coquetel para os que quiserem.

Muito obrigado, presidente. (Palmas.)

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 20 horas e 31 minutos.

 

* * *