25 DE ABRIL DE 2022

24ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, ADALBERTO FREITAS e JANAINA PASCHOAL

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

4 - ADALBERTO FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

5 - ADALBERTO FREITAS

Assume a Presidência.

 

6 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

7 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

8 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

10 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

12 - JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

13 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

14 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

15 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

16 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 26/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Boa tarde a todos. Pessoal da Rede Alesp, por gentileza, vamos ao plenário. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente na data de hoje, segunda-feira, dia 25 de abril de 2022.

Iniciamos a sessão abrindo o Pequeno Expediente com os seguintes deputados inscritos: deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, deputado Telhada, olha, quero fazer aqui uma grave denúncia em relação ao desmonte do sistema de proteção ambiental, que já está em curso no nosso estado há um  bom tempo, nas gestões do “tucanistão”, da “privataria tucana” no estado, mas isso se intensificou bastante, sem dúvida nenhuma, nessa gestão Doria/Rodrigo Garcia.

No último dia 3 de abril, foi aberta uma consulta pública, Consulta Pública nº 2/22, entregando cinco áreas de unidades de preservação ambiental, sendo que duas delas são estações ecológicas experimentais importantíssimas para a área da pesquisa, de Educação ambiental, e três florestas estaduais que também têm uma grande diversidade biológica e são essenciais para a pesquisa e para a educação ambiental.

Eu me refiro às duas estações experimentais, uma de Itirapina, que é um município do estado de São Paulo, e no município de Itapeva. São duas estações. E também às florestas que são do Estado, áreas de preservação ambiental, Águas de Santa Bárbara, Angatuba e Piraju, Sr. Presidente.

Essas concessões serão feitas a empresas privadas, que geram lucro, ou seja, áreas públicas de preservação ambiental serão entregues para grupos econômicos terem lucro em cima do nosso meio ambiente.

Pasmem V. Exas., na consulta pública, depois no edital, existe autorização para exploração comercial de madeira dessas áreas. Essas empresas vão explorar madeira, plantando eucaliptos e pinus nessas áreas ambientais.

Eu tenho aqui um caso de Itirapina, que é essa área belíssima. Olhem, deputados e deputadas, vejam V. Exas., essa área aberta ao público para todo o estado de São Paulo visitar, essa área que V. Exas. estão vendo aqui no telão da Assembleia Legislativa e que o telespectador está vendo também, uma área ecológica, com preservação, será toda destruída com plantação de eucalipto, de pinus. É disso que se trata, um processo em curso de destruição ambiental.

Se nós criticamos o governo Bolsonaro, que é um devastador, um destruidor da natureza, da Floresta Amazônica, do meio ambiente, que destruiu e enfraqueceu todos os instrumentos de fiscalização, aqui em São Paulo acontece a mesma coisa, é o “Bolsodoria” destruindo as nossas unidades de conservação ambiental.

Então todas essas áreas que estão sendo mostradas aqui, estações ecológicas, florestas estaduais, correm um sério risco de serem exterminadas pelo “tucanistão”, pela “privataria tucana”. É grave essa situação. Nós temos que tomar providências imediatas.

É isso que o governo Doria/Rodrigo Garcia está fazendo, destruindo todo o processo de preservação ambiental, acabando com os institutos de pesquisa, como o Instituto Florestal, Instituto Biológico e Butantan, que já foram extintos, inclusive, pelo PL 529, aprovado na Assembleia Legislativa.

Tem o caso do Petar também, que eles estão entregando para os empresários terem lucro - nós estamos contra. A questão fui judicializada, inclusive. É um escândalo o que eles querem fazer no Petar, destruindo toda uma economia local, um trabalho de educação ambiental, de preservação ambiental, que é feito já pela própria comunidade, mas, para enriquecer empresários ligados ao tucanato, ao “tucanistão”, eles vão entregando, aprovando e publicando essas consultas públicas.

Então essa é mais uma, Consulta Pública nº 2, que privatiza, entrega áreas ambientais, áreas de pesquisa. Empresário não vai fazer pesquisa, não vai fazer educação ambiental, porque ele não tem interesse nisso, ele tem interesse no lucro, ele quer um retorno.

Então eu quero denunciar esse fato, destruição, minha gente, de duas estações experimentais ecológicas, Itirapina e Itapeva, e mais cinco florestas serão destruídas pelo lucro desses empresários, que vão tomar conta dessas áreas ambientais, as florestas e Águas de Santa Bárbara, Angatuba e Piraju. Nós vamos tomar medidas contra essas concessões, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próxima deputada é a Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V. Exa. Sr. Presidente, os colegas deputados presentes, os que nos acompanham à distância, os funcionários da Casa.

Hoje pela manhã não houve Colégio de Líderes. Mas haverá Colégio de Líderes no final da tarde. Eu só vou conseguir fazer o relato do Colégio de Líderes amanhã. Isso se os próprios veículos de informação aqui na Casa já não se anteciparem no fim da tarde mesmo.

O presidente pediu para que cada líder indicasse os projetos de prioridade da bancada. Como hoje eu estou líder de mim mesma, tomei a liberdade de indicar três projetos de minha autoria para a deliberação dos senhores líderes. Em regra, cada deputado indica um, e o líder manda os projetos de prioridade da bancada. Então estou indicando três, como sou filha única na bancada.

O primeiro é o que garante às crianças que dependem da rede pública de Saúde serem atendidas por pediatras, tanto nas unidades básicas de Saúde, como nos prontos-socorros.

Que haja pediatras nas equipes de Saúde da Família, ainda que na coordenação, toda vez que crianças e adolescentes são atendidos. Que haja pediatras nas equipes que visitam as escolas. Existem programas de médicos, de profissionais de Saúde visitando as escolas.

Eu entendo e defendo que, se as crianças que têm condições de pagar particular uma consulta, ou de pagar convênio, têm direito de serem vistas por especialistas em crianças e adolescentes, aquelas crianças e adolescentes que dependem do SUS também têm.

Eu sei que o governo federal aumentou o recurso investido nesta questão. Sei também que, em alguns estados da Federação, faltam profissionais. Mas não é o que ocorre em São Paulo.

Então eu considero muito importante a Casa aprovar esse projeto. Que, uma vez aprovado, deixa de ser meu e passa a ser nosso. E o governador sancionar, para que, em todas as cidades do estado de São Paulo, as crianças tenham esse direito.

Eu sei que em algumas cidades - inclusive visitei várias - isso já funciona assim. Mas não em todas. Então tem que ser uma garantia prevista na legislação, à luz do que já está na Constituição Federal, que prevê que crianças e adolescentes são prioridades absoluta.

O segundo projeto que eu indiquei, eu sei que esse é polêmico. Talvez esse não tenha chance. Eu indiquei três para que os colegas deliberem e apoiem um, pelo menos.

O segundo projeto foi o que garante que nas creches e nas escolinhas infantis, os cuidados íntimos com as crianças sejam realizados por mulheres. Eu sei que muitos homens se ofenderam quando fiz essa proposta.

Porque os concursos públicos garantem acesso, tanto às mulheres como aos homens, no trabalho nas creches. Isso vai seguir sendo assim. Porque os homens são importantes nas mais diversas atividades dentro das escolas infantis.

Mas eu entendo que trocar fralda e dar banho em criança, seja menino ou seja menina, é uma atividade que fica mais segura quando praticada por mulheres. Sobretudo quando não estamos falando de familiares. O meu pai sempre cuidou da gente. Tenho um pai maravilhoso, incrível. A gente até gostava mais quando o meu pai dava banho, porque ele fazia que nem um pomponzinho.  A minha mãe esfregava a gente, só faltava pegar uma vassoura.

Então eu não estou colocando em dúvida o amor de pai por seus filhos e filhas. Eu não estou colocando em dúvida o avô cuidar dos seus netinhos. Mas não me parece adequado que homens que não são familiares possam cuidar dessas questões da intimidade de crianças. Fui muito criticada quando apresentei esse projeto.

Duas colegas apoiaram: a Valeria Bolsonaro e a Leticia Aguiar. Mas eu fui muito criticada: homens se sentindo discriminados. E mulheres que trabalham nas creches, dizendo que ficariam sobrecarregadas, porque somente elas cuidariam do banho e da troca dos bebês. Mas os homens ajudam na segurança, ajudam na manutenção, ajudam na recreação. Então é só uma questão de dividir trabalho.

Esse é um dos projetos que eu estou indicando como prioritário também. Ao lado desses dois, estou pedindo para o Colégio de Líderes apoiar um projeto que eu considero muito importante, que é o de garantir, naquelas localidades em que não há escolas públicas, que crianças que dependem do ensino público tenham uma escola privada próxima, paga pelo poder público. Seria um “voucher” excepcional.

Vossa Excelência me concede dois minutos, só para eu terminar o raciocínio? Não é um “voucher” educacional como substituição da escola pública. Não tenho essa pretensão. Eu estudei em escola pública, entendo que ela pode ser sempre aprimorada, e não substituída.

Mas há locais longínquos, com poucas crianças e adolescentes, em que nem vale a pena investir dinheiro para construir uma escola pública, abrir concurso. Então, é muito mais econômico para o estado e - vamos dizer assim - saudável para a criança pagar uma escola particular para que ela estude perto da sua casa.

Saudável e seguro, porque eu recebi aqui comitivas de crianças que, quando não tem a van para transportá-las, andam por terrenos baldios por horas, de manhã, no fim do dia, se colocando a todo tipo de risco.

Então, são três projetos que priorizam crianças e adolescentes, que, apesar de serem os grupos mais vulneráveis entre os vulneráveis, não são os mais prestigiados pelos políticos brasileiros.

Eu respeito as pautas de todos os colegas. Mas estou propondo três projetos nessa seara para o Colégio de Líderes, para que escolha um, pelo menos, para nós votarmos agora como prioridade, porque em regra cada parlamentar tem uma fila para aprovar um projeto de sua autoria. Estou indicando três; o que receber apoio vai ser um apoio muito bem-vindo.

Ainda aguardo, aliás, a análise do Sr. Governador sobre o projeto que aprovamos nesta Casa para agilizar o processo de adoção, colocar crianças no seio de famílias e não as deixar pelas ruas ou institucionalizadas, como alguns especialistas defendem que sejam.

O PL 668, que é o que proíbe o passaporte da vacina para fins de trabalho, estudo e tratamento de saúde, é um projeto coletivo. Eu também sou autora desse projeto, mas ele foi eleito como prioridade do deputado Douglas.

Então, provavelmente debateremos também esse projeto na tarde de hoje. Amanhã, a depender, eu trago aqui maiores informações de como foi o Colégio, qual é a pauta da semana. Acho muito importante que esse Colégio efetivamente aconteça, para que a Casa trabalhe de maneira eficaz e profícua durante esta e as próximas semanas.

Muito obrigada, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. Próximo deputado é o Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. ADALBERTO FREITAS - PSDB - Boa tarde, presidente. Boa tarde a todos os assessores de ambos os lados, aos deputados que se encontram aqui e ao pessoal que está nos acompanhando pela Rede Alesp.

Quero aqui, presidente, no dia de hoje, pedir o apoio do.... A técnica, o Machado, que está sempre nos ajudando. Quero também saudar a gloriosa PM, que está nos guarnecendo aqui. A nossa gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Bom, pessoal, como eu sempre faço, alguns eventos que eu faço... Eu faço questão de estar aqui para dar a satisfação do meu mandato para as pessoas que me elegeram.

E quero hoje, aqui, colocar três eventos de que participamos, que acredito que sejam importantes. São eventos em que eu trabalho muito com questões da periferia do estado de São Paulo.

E gostaria de deixar registrado aqui um evento que fizemos: o primeiro foi no dia três de abril. Se puder, Machado, colocar o texto 1, por favor.

O dia três de abril foi um domingo. Nós fizemos o primeiro torneio de futebol feminino das comunidades, num lugar chamado Arena Ibrachina. O torneio foi idealizado por uma ONG que se chama Acissa, que já faz esse trabalho junto com a gente na periferia de São Paulo. Foi realizado esse torneio num campo que é homologado pela FIFA, onde 12 times de comunidades de várias regiões de São Paulo disputaram a competição.

Foi um domingo com muita alegria e confraternização entre todos os participantes: os familiares, comissão técnica, os organizadores do evento e todo o público presente na Arena Ibrachina.

Foi uma tarde memorável para o esporte de várzea, e conseguimos abrilhantar o futebol feminino e ajudar na inclusão e na interação social.

Vale ressaltar que é de minha autoria a Lei 17.464, que foi homologada no dia 4 de dezembro de 2021, que reconhece o dia 30 de junho como a data oficial a ser comemorado, no estado de São Paulo, o Dia do Futebol de Várzea.

Aproveito também a ocasião para agradecer e parabenizar os parceiros desse evento: o presidente do Instituto Ibrachina, Dr. Thomas Law; o presidente da Arena Ibrachina, Sr. Henrique Law; o responsável pela organização do evento, Sr. Luciano Loyola, Sr. Edmilson Bordon e Sr. Donizete Rodrigues.

Em especial, agradecer aos times que participaram: o time Da Perifa, que é do Jardim Turquesa; Lopes Futebol Clube, que é do Parque Santo Antônio; Associação Ela, do Jardim Ângela; Desportivo Ari, do BNH do Grajaú; Esporte Clube Flamengo, que é da cidade de Embu das Artes; o time Imperial, que é da cidade de Itapecerica da Serra; o time Arrastão, que é de Santo André; o time Real Atlético, do Capão Redondo; CDC Paulo Raimundo, do Capão Redondo; CDC Doroteia, da Pedreira; Favela do Iporanga, do Jardim Iporanga, e Jogadoras Caras, da cidade de Itupeva.

Meus parabéns a todos que participaram desse evento. Se puder passar o vídeo, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Vale ressaltar que tem meninas desses times aí que nunca tinham ganho nenhum uniforme de futebol, e todas as jogadoras foram agraciadas com um uniforme completo de futebol.

Agora vamos para o segundo texto, por gentileza. No dia 5 de abril, eu estive na 116ª Subseção da OAB de São Paulo, Jabaquara, da Saúde, se chama Jabaquara/Saúde, na cerimônia de posse dos novos presidentes, vice-presidentes e membros da comissão.

Na ocasião, pude parabenizar as novas comissões, grupos e núcleos, além de ressaltar a importância dos trabalhos realizados pelos advogados e a presidente da OAB São Paulo Subseção Jabaquara/Saúde, minha amiga, Dra. Terezinha Fernandes.

Também destaco as presenças da vice-presidente da OAB, Dra. Mariana Cappellano, e do presidente da Comissão do Direito Empresarial do Trabalho, que é o Dr. Leandro Freitas, que é meu muito.

Então tenho muito orgulho de meu filho estar participando da presidência dessa comissão. Agradeço ao convite e saúdo todos os empossados nessa solenidade. Aí a OAB Jabaquara. Obrigado, Machado.

Presidente, só tenho mais uma para finalizar, por favor, o texto três. No dia 8 de abril, em uma sexta-feira, foi realizada uma cerimônia de café da manhã de boas-vindas ao Dr. Guerdson Ferreira, que é o novo delegado seccional lá de Santo Amaro, da minha região.

Foi feito um café da manhã, oferecido também pela ONG Acissa, um evento que reuniu mais de 250 pessoas. Foi realizado no Clube da Eletropaulo e contou com apoio do nosso mandato, além da presença de várias autoridades, em especial representantes da zona sul de São Paulo.

Estavam presentes no evento o secretário adjunto municipal de Segurança Urbana, Sr. Dr. Dalmo Luiz Coelho, representando o prefeito Ricardo Nunes; o tenente coronel da PM Joel Rocha, representando o secretário de Segurança Pública, general Campos; e também o secretário executivo da Polícia de São Paulo, Dr. Youssef Abou Chahin e o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Dr. Ruy Ferraz Fontes.

O tenente coronel da PM Rodrigo Lima representou o comandante-geral da Polícia Militar; a delegada seccional da DDM de Santo Amaro, Dra. Thaís Marafanti; e o comandante operacional da Guarda Civil Metropolitana da Zona Sul, Sr. Jorge Roberto Paschoal. Delegados titulares de polícia das treze delegacias da região estiveram presentes; representante da subprefeitura da Capela do Socorro, Sr. Ricardo Casado; representante da subprefeitura também da Capela do Socorro, Juarez Maia; representante da prefeitura de Santo Amaro, Sra. Mara Solange, e da subprefeitura de Cidade Ademar, Sr. Sergio Higuti; presidente municipal do PSDB, Sr. Fernando Alfredo.

Também foram prestigiar o evento o procurador da Afisa, Dr. Leandro Freitas; o presidente da Associação Comercial de São Paulo - Sessão Santo Amaro, Sr. Gilberto Coelho; representante da Associação Empresarial da Região Sul, Sr. Edivan Bezerra, e vários presidentes de Consegs da região sul. E o presidente da Associação Peixe Vivo, Sr. Paulo Marinheiro.

A 6ª Seccional de Santo Amaro é a maior geograficamente. Abrange treze delegacias, além da Delegacia do Idoso e da Delegacia da Mulher. Aproveito para agradecer a presença dos representantes das Polícias Civil e Militar, GCM, Corpo de Bombeiros, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, bancos da região, grupos de escoteiros, empresários e amigos da Capela do Socorro, da zona sul, além dos convidados que prestigiaram esse importante evento. Queria passar um pouco das fotos do evento.

Quero destacar que esse evento de posse de delegado seccional, nós já fazemos há mais de 15 anos na região.

Muito obrigado, Sr. Presidente e a todos que estão nos ouvindo.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado. Solicito que V. Exa. assuma a Presidência dos trabalhos para que eu possa fazer uso da palavra.

O próximo deputado é o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.)

Pela lista suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Adalberto Freitas.

 

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O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSDB - Boa tarde a todos. Assumindo a Presidência, continuamos o Pequeno Expediente chamando os seguintes oradores, na sequência, no caso, é o deputado Coronel Telhada. O senhor tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, presidente. Boa tarde a todos. Quero cumprimentar a Sra. Deputada, os Srs. Deputados, os assessores e funcionários presentes, a nossa Polícia Militar, na figura do tenente Aquino e da tenente Trombini, aqui presentes, e os demais policiais também.

Hoje, dia 25 de abril de 2022, segunda-feira, temos uma série, um rol de policiais a lamentar, mortes de policiais e de militares das Forças Armadas, infelizmente, a grande parte vítima de violência, da criminalidade que impera não só na cidade de São Paulo, mas em todos os estados brasileiros.

Eu imputo a responsabilidade dessa criminalidade, dessa falta de segurança, ao Governo de São Paulo, aqui no estado de São Paulo, pela fraqueza do Governo de São Paulo, pela conivência com o crime, pelo descrédito à polícia, principalmente à Polícia Militar, mas às polícias de modo geral.

Não só o desprezo na parte salarial, mas o desprezo humanitário também para os policiais. A situação da Segurança Pública em São Paulo está muito complicada. Para vocês terem uma ideia, a primeira que quero citar é uma morte que ocorreu sexta-feira, dia 20, de um jovem tenente do Exército Brasileiro, um menino de 23 anos, o tenente Giovanni Volpato Silvares que, nessa foto, está com o pai dele, que também é oficial do Exército. Vinte e três anos.

Ele foi morto após uma tentativa de roubo. Ele estava com seu veículo e foi abordado por criminosos, que o reconheceram como sendo militar. Ele não teve outra situação a não ser reagir ao roubo.

Nessa reação, ele trocou tiros com o indivíduo suspeito, mas, infelizmente, foi ferido, mas ele faleceu após ser socorrido ao Hospital João XXIII, onde faleceu. O criminoso também foi ferido.

Então, meus sentimentos à família do tenente do Exército Giovanni Volpato Silvares, de 23 anos, infelizmente morto em uma ocorrência, vítima de um roubo aqui na cidade de São Paulo.

Outro militar que temos a lamentar é a morte de uma sargento do Exército, a sargento Bruna Plomer. A sargento Bruna Plomer era atleta do Exército Brasileiro, fazia parte do trabalho de realizações de desportos do Exército; 33 anos de idade.

Ela faleceu no último domingo, pela manhã, quando ela treinava salto de paraquedas lá na cidade de Boituva. Após uma manobra ela acabou batendo fortemente no chão, teve múltiplas fraturas. Apesar de ser socorrida, infelizmente ela não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Bruna era integrante da equipe de salto livre do Exército Brasileiro. Ou seja, era uma paraquedista experiente, mas infelizmente foi vítima desse acidente. Nossos sentimentos à família da sargento Bruna Plomer, e também aos colegas do Exército Brasileiro.

Outra morte a lamentar. Eu estou parecendo obituário, eu venho aqui só para falar de mortes de militares e de policiais. Mas é a nossa triste realidade, é uma realidade que ninguém quer falar aqui.

A gente vem falar de salários, vem falar dos desmandos com o Governo em relação à Segurança Pública, mas os nossos policiais estão sendo trucidados, os nossos militares estão sendo trucidados: o que dizer da população?

Nós temos aqui o cabo da Polícia Militar do Paraná, que no último dia 23, num sábado, acabou falecendo, o cabo Ricieri Chagas. Ele morreu após ser baleado por criminosos durante uma tentativa de roubo.

Ele tinha 48 anos de idade, e 26 anos servindo à Polícia Militar do Paraná. Mais uma vítima da violência, da criminalidade. Como eu disse, é isso em todo o Brasil. Nossos sentimentos à família do cabo Ricieri Chagas, mais uma vítima da violência no Brasil.

Também, no dia 19, terça-feira passada, faleceu o suboficial da Marinha do Brasil Fábio Rafael Lima da Costa, de 42 anos, que também foi morto com seis tiros, que foram disparados contra ele por criminosos, que atingiram o pescoço e o abdômen do militar.

Ele acabou sendo vítima de uma tentativa de roubo da motocicleta dele, e durante o roubo os criminosos o reconheceram como militar, e acabaram baleando o suboficial da Marinha do Brasil Fábio Rafael Lima da Costa, de 42 anos, que faleceu.

Um outro militar morto aqui, morreu na quinta-feira, dia 21, uma ocorrência que, infelizmente, muitas pessoas não percebem.

Eu tenho um projeto de lei aqui, que é uma Lei, salvo engano é a 17.201, de 2019, salvo engano, que fala sobre a proibição de produção, confecção e venda de linhas cortantes.

Isso continua fazendo inúmeras vítimas no Brasil. Dessa vez foi um militar do Exército Brasileiro, esse jovem militar, Daniel da Silva, cabo do Exército Brasileiro, de 25 anos, que morreu depois de ter sido cortado por uma linha de pipa.

É ridículo falar que uma pessoa morre por causa de uma linha de pipa, e nós temos pessoas sendo degoladas, pegando perna, pegando femural. Pessoas estão morrendo por causa de linha de pipa, e nada é feito. Nós temos uma lei aqui proibindo a confecção e a venda, e o problema continua: é falta de fiscalização. É falta de fiscalização.

Ele passava pela Avenida Brasil quando foi atingido no pescoço.

 

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- É exibida imagem.

 

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Olha só, um menino, em plena flor da vida, 25 anos, cabo do Exército Brasileiro, Daniel da Silva, morto por uma linha de pipa. É triste isso, mas infelizmente é a triste realidade.

E hoje lamentamos a morte de mais um militar, de um policial militar do Rio de Janeiro hoje, o soldado Paulo Roberto da Costa Rangel.

 

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- É exibida imagem.

 

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É essa foto aí, o soldado Paulo Roberto da Costa Rangel, de 35 anos. Ele tinha saído de um centro de recreação, e foi reconhecido por bandidos nas proximidades do local. Houve troca de tiros, e ele foi atingido no tórax. Infelizmente, o policial deixou mulher e um filho de dois anos. Ele trabalhava no 39º Batalhão em Belford Roxo. Paulo Roberto da Costa Rangel, de 35 anos.

Vejam bem quantos militares e policiais nós citamos aqui na data de hoje, mortos pela violência, mortos pelo descaso. A triste realidade é essa aí.

Vocês são de onde? O pessoal que está aguardando, de 2014, é isso? Aqui está o pessoal da Polícia Penal, está aguardando, é o pessoal do concurso de 2014. Vocês devem estar sabendo que eu já conversei com o coronel Nivaldo a respeito.

Ele disse que a Secretaria tem todo o direito de chamar os senhores, e que com certeza serão chamados mais mil e poucos, que é o número de vagas que tem.

Então nós estamos aguardando, estamos acompanhando. Sei que vários deputados já estão apoiando os senhores e senhoras, mas contem com o nosso mandato também.

Com certeza a gente estará junto com o coronel Nivaldo para que os senhores sejam chamados, porque é uma necessidade muito grande, a Polícia Militar é que emprega o efetivo, não é capitão Conte? Um efetivo terrível do policiamento é desviado para que seja feita escolta de presos.

É um absurdo isso. Tem cidade do interior que fica sem escolta de preso, ou melhor, fica sem policiamento porque o policiamento é retirado da cidade para escoltar preso. Olha que coisa absurda, mas é a realidade de São Paulo.

Então, mais do que nunca é urgente a necessidade de a SAP chamar esses candidatos aprovados para que eles venham realmente fazer escola e possam trabalhar no Sistema de Administração Penitenciária, porque é mais do que necessário.

Já que não abrem outros concursos, aliás tem que abrir novos concursos não só para SAP, mas para a Polícia Militar, Polícia Civil, para as Guardas Civis Municipais, a Segurança Pública tem que ser vista com olhos de preciosidade, porque quando nós não temos homens e mulheres competentes na Segurança Pública nós temos a desgraça da sociedade.

Então, contem com nosso apoio, tenho certeza que logo os senhores e senhoras serão chamados também.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ADALBERTO FREITAS - PSDB - Muito obrigado, Coronel Telhada. Gostaria de convidá-lo para assumir aqui os trabalhos, que eu tenho que sair.

E na sequência eu gostaria de chamar para fazer uso da palavra o deputado Conte Lopes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado Conte Lopes, V.Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, agentes que prestaram concurso e aguardam serem chamados; eu queria falar hoje sobre um homem de coragem, um homem forte e de coragem, o presidente Bolsonaro.

Foi o único que teve coragem, porque o Senado Federal, nobre deputada Janaina Paschoal, provavelmente pré-candidata ao Senado, não teve coragem de mexer uma palha, os senadores, também devem estar todos com o rabo preso. Quando a gente chama o Renan Calheiros de senador, não precisa falar mais nada. A Câmara dos Deputados, uma coisa do outro mundo.

Eu acho que todos os deputados do PSOL, do PT, desta Casa e de Brasília deviam cumprimentar o presidente Bolsonaro, porque condenar um deputado, Daniel Silveira, pelas besteiras que ele falou, as idiotices não têm nem tamanho, um monte de gente fala idiotice aqui, agora, pelas bobagens que ele falou, ele pegou oito anos e nove meses de prisão, nobre deputada Janaina Paschoal.

Ouvi até uma colocação de V. Exa. na imprensa. Quer dizer, se numa briga de rua o Daniel Silveira tivesse matado um dos ministros do Supremo, ele ia pegar seis anos de cadeia, que é a pena de homicídio. E falar besteira, o cara pega nove.

E falo isso com conhecimento de causa, viu deputado Giannazi. Vossa Excelência, que é um grande defensor dos funcionários públicos, eu também sou e fui o tempo todo.

Um dia eu estava nesta Casa quando eu recebi alguns delegados de Polícia, acompanhados do capitão Nakaharada, da PM, infelizmente falecido.

E o que me relataram esses delegados? Que o delegado-geral, na época, do governo Fleury, havia feito concursos fajutos onde deputados desta Casa e da Câmara viraram delegados de Polícia, nobre deputado Carlos Giannazi, viraram delegados, um concurso fajuto. Deputados, e até hoje são vereadores, até hoje são. Até uma mulher que tinha uma casa de prostituição, na região de Campinas, tinha passado no concurso público.

Denunciaram falta de licitação de delegacias, construções errôneas. A compra de munição pelo delegado-geral, na época, de munição que a Polícia Civil não tinha o armamento. Eu era briguento, como é o deputado Carlos Giannazi, a deputada Janaina Paschoal; eu vim aqui e segurei. Denunciei, denunciei na imprensa.

Ah, fui chamado para o fórum. Eu estava, inclusive, com duas advogadas que ainda trabalham comigo até hoje. Quando o juiz me viu, me deu um abraço, me cumprimentou pela minha coragem: “Pô, parabéns. Eu queria conhecê-lo”.

O juiz não quis dar a causa. Eu fiquei todo feliz, só que aconteceu: o advogado, nobre deputada Janaina Paschoal, na época, acho que V. Exa. deve conhecer, que foi muito famoso aí, José Paulo da Costa, é isso? José Paulo da Costa?

Paulo José da Costa. Ele não entrou em cima de mim na criminal, ele entrou civilmente e aquele juiz que me abraçou, com muito entusiasmo, me condenou a pagar 500 mil reais para o delegado.

Simplesmente porque eu tinha falado do calibre, né? Eu não sabia da vida do cara, não sabia. Como um policial, ele devia entender de calibre. Coronel Telhada, todos nós entendemos de calibre, mas foi, isso aí... Então, veja como que é a situação, como funciona.

Então, meus cumprimentos aí ao presidente Bolsonaro, porque é o fim do mundo você condenar uma pessoa a quase nove anos de cadeia. Ouvi até as colocações da nobre deputada Janaina Paschoal, o Ministro do supremo foi a vítima, ele denunciou e ele mesmo julgou.

No julgamento, como falava a deputada Janaina Paschoal, ele dizia isso aí, que “ele me ofendeu, ele falou que iria me jogar dentro de uma lata de lixo”, o julgador, né?

Então, meus cumprimentos aí ao presidente da República, que pelo menos deu uma barrada numa situação dessa, porque outros podem estar no lugar do Daniel Silveira. Não estou falando que ele falou nada certo, não.

Falou besteira, podia ser responsabilizado aí, mas pegar nove anos de cadeia por falar asneira, falar besteira? Que isso, pô? Se no homicídio o cara pega seis anos, o cara, por falar... Deputado, ele é deputado. Ele pode falar o que ele bem entender e pode responder também, né?

Mas, então, meus cumprimentos ao presidente aí por ter tomando a atitude.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Próximo deputado, deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia. De volta à tribuna no dia de hoje, primeiro eu quero saudar e anunciar a presença dos servidores do sistema prisional que estão acampados na frente da Assembleia Legislativa, fazendo uma ocupação democrática, pacífica, em defesa da instalação da Polícia Penal, da aprovação das PECs 1 e 4, em defesa do abono penitenciário, em defesa da chamada imediata dos aprovados nos concursos públicos que foram realizados desde 2014.

Oito anos de espera, isso é um crime; um concurso de 2014. Inclusive, esse concurso foi aprovado em lei aqui pela Assembleia Legislativa, com previsão orçamentária, inclusive. O Governo vive na maior improbidade administrativa ao não respeitar a legislação, não chamando os aprovados nos concursos da SAP.

Agora, na verdade, o acampamento, a mobilização já tem algumas vitórias. Amanhã, haverá uma reunião na SAP. O Fórum Penitenciário será recebido pelo secretário da SAP, por conta dessa mobilização, dessa pressão, porque os servidores estão conversando com os deputados, conscientizando, sobretudo, a base do Governo para que haja a chamada dos aprovados, para que haja a aprovação das PECs 1 e 4, que vão regulamentar, em nível estadual, a Polícia Penal.

Então, parabéns pela mobilização de vocês e também, sobretudo, porque vocês colocaram na pauta o PDL 22, que é a nossa luta contra o confisco das aposentadorias e pensões, uma luta prioritária para nós, na Assembleia Legislativa.

Dito isso, Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que nós estamos lançando na Assembleia Legislativa a CPI para apurar o não cumprimento do piso nacional salarial, instituído pela Lei Federal 11.738, de 2008. Nem o estado de São Paulo está cumprindo o piso nacional salarial por 40 horas semanais, mais a jornada do piso.

Hoje o valor do piso, com o reajuste que houve, foi para 3.845 reais, por 40 horas semanais. No entanto, o estado de São Paulo, o estado mais rico da América Latina, que tem um orçamento de mais de 280 bilhões de reais, não cumpre esse piso, que é baixo, extremamente baixo, está muito aquém de atender às necessidades de sobrevivência do Magistério público do Brasil. Mas nem isso o governo estadual paga.

Ele faz, na verdade, um malabarismo, lógico, um truque, na verdade, e ele paga através de um abono complementar, o que é proibido. A lei não permite isso, é o salário cheio, não vale com o abono complementar, que não incorpora no salário, que prejudica os aposentados e pensionistas, inclusive.

Então a nossa CPI vai investigar o governo estadual, que não cumpre nem o piso, o valor do piso de forma correta, ele utiliza o artifício, o truque do abono complementar e também não cumpre nem a jornada do piso. Então nós queremos investigar esse ponto, logicamente, que é a Secretaria Estadual da Educação, porque não está cumprindo o piso há anos.

E também os municípios do estado de São Paulo, nós temos diversos municípios que não estão cumprindo o piso nacional salarial. Ele é obrigatório para todos os entes federativos, para os governos estaduais e para todos os municípios do Brasil, e muitos municípios não estão pagando, com a alegação que não têm recursos.

Mas a própria Lei 11.738, que é a lei federal, diz no seu Art. 4º que o município que não tem condições de pagar recebe ajuda do MEC, do governo federal. É só fazer a requisição, está lá na lei, o governo federal tem que complementar esse valor para os municípios que têm dificuldades econômicas. A lei é muito clara em relação a isso, Sr. Presidente.

Então nós precisamos do apoio dos 94 deputados e deputadas para que nós possamos instalar a CPI do piso nacional salarial. Nós vamos investigar o governo estadual e os 645 municípios do estado de São Paulo. Muitos pagam o piso, mas muitos não pagam também, Sr. Presidente. Nós estamos recebendo centenas de reclamações de professores das redes municipais que ficaram fora do piso.

A Assembleia Legislativa tem que dar uma resposta. O que eu peço é o apoio para que os deputados assinem o nosso pedido de CPI para investigar o não cumprimento do piso nacional salarial pelas prefeituras do estado de São Paulo e pelo governo estadual.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Eu iria enfrentar questões nacionais, até na esteira da importante fala do meu colega Conte Lopes, mas ainda tem questões internas da Casa que precisam ser mencionadas.

Como eu disse na primeira intervenção, eu indiquei três projetos de minha autoria, todos voltados para a proteção de crianças e adolescentes, para serem debatidos no Colégio de Líderes desta tarde: o tratamento de saúde por meio de pediatras, os vouchers educacionais para as crianças carentes que residem muito longe das escolas estaduais e a proteção de crianças que estão nas creches, que, no meu entender, têm que ser cuidadas na parte de banho, de troca, por mulheres. Sei que é polêmico, aceito críticas, mas foram os três projetos que eu indiquei.

Eu disse também que o 668, muito embora eu seja autora ao lado de outros colegas que depois apoiaram o meu projeto, foi abraçado como prioridade do deputado Douglas, e acredito que será debatido também nesta tarde.

Um dos projetos que eu elaborei foi o projeto para manter fisioterapeuta nas UTIs, adulto e infantil, durante, - na verdade, eu propus 18 horas, porque havia uma proposta de reforma administrativa para derrubar até esse mínimo de 18 horas.

Depois que essa reforma foi revertida, dois colegas da Casa, deputado Carlos Cezar e deputado Edmir - se eu estiver esquecendo de algum colega, peço desculpas antecipadas - mas os dois apoiaram esse projeto. O deputado Edmir propôs elevar de 18 para 24 horas. E ele abraçou esse projeto como sua prioridade.

Para as pessoas que nos acompanham, é importante explicar. Nada impede que um deputado eleja, como prioridade, um projeto de autoria de outro colega, que esse deputado peça para ser coautor.

Aliás, isso é muito salutar no ambiente parlamentar: que os colegas apoiem as boas ideias, que os colegas dividam a coautoria. O fato de serem deputados até de visões de mundo diferentes enriquece o debate, enriquece a proposta.

Então o fato de eu escolher esses três projetos não significa abandonar os demais. Porque outros colegas muito me honraram abraçando ideias que, num primeiro momento, foram minhas, mas que hoje são nossas. Uma vez aprovadas, são da Casa, são do estado de São Paulo.

Eu queria fazer também uma crítica construtiva ao que está acontecendo na Casa. Eu não sei se os senhores perceberam. Mas os nossos vídeos não são mais recortados e encaminhados para o nosso contato particular.

O que nos ajudava, porque nós poderíamos, imediatamente, já aqui do plenário, colocar os vídeos recortados nas nossas redes. Isso já não é mais feito, muito embora o serviço seja pago. E muito bem pago.

Digo isso com respeito aos profissionais contratados, mas é um serviço muito bem pago. Inclusive, até questionada toda a parte de comunicação, feita na Assembleia, por todos os veículos, já foi questionada. Porque são muitos milhões investidos nisso. Então esse serviço já não é mais prestado.

Eu sei que não são os profissionais que não querem fazer, é ordem da Mesa. E agora, com a desculpa de ser ano eleitoral, os nossos trabalhos parlamentares, paralelos ao plenário, também não serão mais veiculados.

Eu estou indignada, Sr. Presidente. Porque eu estou organizando uma audiência pública para acontecer nesta sexta-feira, a partir das 10 da manhã, para ouvir secretários municipais, estaduais e nacionais, sobre a situação de crianças que estão vivendo nas ruas, em especial da Capital de São Paulo.

Sobre um projeto de lei, que tramita na Câmara Municipal, que prega que estas crianças têm o “direito”, entre aspas, de ficar nas ruas, é o direito de ser abandonado que a Câmara quer criar. Eu estou organizando esse seminário. Convidei todos os conselhos tutelares da Capital.

Abro o convite aos conselhos tutelares do estado como um todo. Eis que fui informada, pela Casa, que não haverá cobertura do evento. Quando eu digo cobertura, é a transmissão. Não haverá.

Os cidadãos não poderão acompanhar esse debate, que é um debate eminentemente técnico. Não precisa, para discutir criança que está vivendo na rua, falar de partido, falar de presidenciável, falar de candidato ao governo, falar de prefeito.

Precisa falar de ideias. Precisa falar de propostas. Precisa falar de mentalidade. A mentalidade que precisa ser modificada: colocar criança e adolescente como prioridade de verdade.

Me disseram que eu tinha que fazer uma solicitação para a Mesa. Eu fiz uma solicitação técnica, informando o tema, informando os convidados. Agora a assessora me chamou, na frente do plenário, para dizer que o meu pedido foi negado, que eles vão mandar uma equipe para fazer pequenos flashes e passar no jornal. Eu não estou atrás de holofote. Eu não estou atrás de aparecer.

Eu não estou atrás de holofote. Eu estou atrás de informação. Eu estou atrás de promover um debate necessário para a nossa sociedade. Eu estou atrás de transparência. Então eu fico pensando.

Nós estamos aqui, todo santo dia, fazendo plenário, nos revezando na Presidência, nas manifestações aqui na tribuna, e muitos dos poderosos que estão cerceando a nossa comunicação com o povo estão seguindo o governador. Com todo o respeito, eu aprendi desde pequena, presidente Telhada.

Meu pai falava assim: “Janaina, você nunca vai ser papagaio de pirata”. Eu falava: "pai o que é isso?". “É esse povo que fica atrás de alguém que está falando, para aparecer”. Com a graça de Deus, meu pai me deu esse ensinamento.

Agora, esse pessoal que trabalha de papagaio de pirata - o trabalho deles é ser papagaio de pirata - está impedindo que deputados que estão aqui todo santo dia... E quando eventualmente não estão, é para algum debate externo, alguma palestra, alguma visita institucional; não é para ficar posando atrás de autoridade... Esses deputados não podem promover um debate, não podem ouvir a população.

A Rede Alesp, com todo respeito, que é paga a peso de ouro, não pode transmitir... Inclusive, a Rede Alesp é paga para horas de transmissão. Como é isso aí? Quer dizer então que o tema que mais aflige a população, que é o aumento das pessoas em situação de rua e, dentro desse tema, o que aflige mais, que são crianças e adolescentes abandonados nas ruas, suscetíveis a estupradores, a traficantes, a todo tipo de crime - isso a gente não pode debater?

Eu acredito que eu não vou reverter, presidente, mas a população tem que saber o que está acontecendo aqui dentro. Ser papagaio de pirata, pegar milhões de emendas que a lei não prevê para ficar fazendo campanha durante o ano - na verdade, quase o mandato inteiro, mas este ano inteiro -, aí pode, aí não é autopromoção, aí não é propaganda antecipada. Mas querer debater um tema técnico, aí fere a lei eleitoral.

Eu não vou conseguir reverter, mas o povo tem que saber o que está acontecendo aqui.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputada. Tem meu apoio; também passei pelo mesmo problema. É um absurdo isso. Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental para encerrarmos o Pequeno Expediente.

Mais algum deputado falará depois? Então, eu vou pedir para algum deputado assumir aqui, porque eu tenho um compromisso externo. Por gentileza. Enquanto o deputado Carlos Giannazi se desloca para a tribuna, a deputada Janaina Paschoal assumirá os trabalhos. À vontade, deputado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Coronel Telhada, telespectador da TV Assembleia, servidores do sistema prisional, que estão num movimento importante aqui na Assembleia Legislativa.

Eu queria dizer que o último dia 22, Sr. Presidente, após o feriado do dia 21, exatamente na sexta-feira, foi o dia do desalento, o dia da revolta dos aposentados e pensionistas do estado de São Paulo, porque foram enganados, foram vítimas da farsa do reajuste.

Porque eles já tinham sido vítimas do adiamento do pagamento do reajuste, tanto dos 10% do reajuste que foi dado aos servidores da ativa, como também do piso nacional salarial, da diferença. 

Foi criada uma expectativa para que o pagamento fosse realizado no último dia 20. Aí não houve o pagamento no dia 20; aí o governo disse que estaria adiando para o dia 22.

Os aposentados e pensionistas ficaram esperando esse reajuste, esse aumento. É reajuste, não é aumento salarial; é reposição das perdas inflacionárias. E foi um desalento total, uma revolta generalizada em todo o estado de São Paulo.

Eu passei o dia inteiro recebendo reclamações; centenas e centenas de reclamações de todo o estado, do interior paulista, da Baixada Santista, da capital, da Grande São Paulo.

Foi um desalento total, porque os aposentados me ligavam e entravam em contato dizendo: “deputado Giannazi, eu só recebi 10 reais de reajuste salarial”; “eu recebi 30, 40 reais"; "eu não recebi nada". O outro falou que não recebeu porque não tem paridade; o outro, que tem paridade, não recebeu.

Foi um verdadeiro caos, um passa-moleque que o governo deu para os aposentados e pensionistas. Foi o dia da farsa do reajuste salarial. E não foi dada nenhuma explicação sobre critérios estabelecidos.

Um verdadeiro caos, um descaso, uma afronta à dignidade humana de aposentados e pensionistas, que já são vítimas do criminoso confisco colocado em prática no nosso estado pelo Doria em 2020. No auge da pandemia, ele publicou o Decreto 65.021, confiscando os proventos e as pensões de milhares de pessoas do estado, e até hoje o confisco existe.

Nós estamos com uma luta imensa aqui na Assembleia Legislativa para que esse confisco seja imediatamente derrubado, anulado. O nosso PDL 22 já está quase pronto para ser votado.

Eu quero fazer uma denúncia gravíssima aqui. A Comissão de Finanças, que está segurando a emenda ao PDL 22, não se reúne há quase dois meses. Há quase dois meses não há uma reunião da Comissão de Finanças, e essa reunião é online. Então não há uma justificativa para dizer: “Ah, os deputados não chegaram à Assembleia Legislativa, houve uma dificuldade física”. Não, é online.

O deputado pode participar de qualquer lugar, da casa dele, do carro, da rua. De qualquer lugar em que ele esteja ele pode sair dali meia hora, uma hora e se dedicar à reunião da comissão a que ele pertence, em que ele foi nomeado, mas não, há um boicote.

Não é chamada nenhuma reunião pelo presidente da Comissão de Finanças, que é o deputado Gilmaci Santos. Inclusive ele retirou do primeiro item da pauta a emenda do projeto, que já tem parecer favorável inclusive.

Por estar em regime de urgência o PDL nº 22, a emenda também está. Então ela será sempre o primeiro item da pauta, mas houve uma sabotagem, na verdade, porque na última reunião a emenda foi retirada da pauta e não ouve mais reunião até agora. Então há uma verdadeira sabotagem da Comissão de Finanças, que é organizada, que é direcionada, dirigida pelo governo.

Não é uma coisa que o deputado Gilmaci Santos faz porque ele quer, é porque ele é controlado, é um servo do governo, ele e a base governista que compõem essa comissão. Por isso é que há um controle da comissão.

Eu tenho dito que a Assembleia Legislativa sempre foi um puxadinho do governo, e nunca foi tanto como agora, neste exato momento. Nunca foi tão controlada. A pauta de votação é controlada, as CPIs, as comissões, todas as comissões são controladas pela base do governo.

Então o governo está controlando a obstrução na Comissão de Finanças do nosso PDL 22, porque, a partir do momento em que a Comissão de Finanças liberar a emenda, o projeto já fica livre para voltar ao plenário, porque ele já esteve no plenário. Todos se lembram do dia 16 de dezembro de 2020.

Para concluir, Sra. Presidente, eu quero concordar com V. Exa. em relação também a um boicote que está havendo sobre as atividades parlamentares de deputados e deputadas aqui na Assembleia Legislativa, deputado Conte Lopes, porque não há transmissão mais.

Então, se um deputado está organizando uma audiência pública importante num dos plenários, não há possibilidade de uma pessoa acompanhar pelo YouTube, nem pela TV Alesp, nem pelos canais, nem pelo site da TV Alesp.

Antes dessa imposição, da proibição pelo YouTube - antes da pandemia, inclusive - as atividades parlamentares, audiências públicas eram televisionadas pelo site. Então uma pessoa, da sua casa, acompanhava entrando no site e no plenário onde era realizada a audiência pública. Agora nem isso. Então o PSDB está controlando a TV Alesp.

A TV Assembleia está sob censura. Tem mordaça aqui na Assembleia Legislativa, e nós temos que tomar uma atitude em relação a isso, porque não é possível que as atividades parlamentares estejam escondidas e desaparecidas. A população está reclamando, dizendo “Eu quero acompanhar. Não posso ir, mas eu quero acompanhar pelo menos pelo site, de alguma forma”.

A população não tem mais acesso ao que acontece. É o PSDB implantando agora, tomando conta até da TV Assembleia. Eles controlam tudo aqui: as comissões, as CPIs, a pauta de votação, tudo, e tomaram conta também da TV Assembleia. Censura e mordaça na TV Assembleia para os deputados de oposição. Absurdo total nascendo altura.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Janaina Paschoal.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos e agradeço especificamente o apoio de V. Exa., porque além de um direito do parlamentar é um dever de transparência da Casa para com a população. Obrigada pelo apoio.

Neste momento, encerro o Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Imediatamente dou por aberto o Grande Expediente, iniciando a leitura da lista dos Srs. Deputados, oradores inscritos.

A primeira sou eu, Janaina Paschoal, que não farei uso da palavra. Na sequência, temos o nobre deputado Conte Lopes. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos. Perdão, errei aqui. Perdão. Dez minutos, deputado Conte Lopes. Agradeço a assessoria que me corrigiu imediatamente e corretamente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, nobre deputada Janaina Paschoal, pré-candidata a senadora pelo estado de São Paulo, torcemos por V. Exa., porque realmente o que tem em Brasília de senador fajuto é o fim da picada. Pelo amor de Deus. Eles não conseguem enfrentar o Supremo, que faz o que bem entender.

Um ministro do Supremo, o Barroso, falando que o Exército vai interferir nas eleições. Mas como ele sabe que vai interferir nas eleições? Eu posso falar porque comecei minha vida, aos 18 anos, como soldado da Aeronáutica.

Fui soldado da PM. Como é que alguém da Aeronáutica, do Exército, vai interferir na eleição? De que jeito? Você vai pegar e segurar o cara para ele votar? Tem umas colocações dos ministros do Supremo que são coisas de outro mundo.

Vossa Excelência deve ir para aquele Supremo mesmo, pelo conhecimento que V. Exa. tem do direito, pois acredito que os ministros deveriam ser escolhidos dentre os juízes de carreira.

Ele é nomeado pelo presidente e quando quem o nomeou vai embora, como o ministro do Supremo que o Sarney nomeou ficou até agora. O Mello, que está falando agora também, foi nomeado pelo Fernando Collor de Mello. Era primo dele. Agora ele saiu. Então, sei lá, não sei se é certo isso. A pessoa não tem um voto e decide os problemas do Brasil, de aborto, de tudo.

Falando em PSDB, V. Exa. está certa, como o nobre deputado Carlos Giannazi. O PSDB manda em tudo. Na sessão aqui ficam dois ou três caras e eles estão todos no interior.

Quando o candidato a governador, Rodrigo Garcia, vai entregar um trator, vai um monte de gente atrás, aquele montão. Para entregar um trator no interior, vai todo mundo para entregar o trator. Realmente, ficam cerceando até as palavras do deputado.

Agora estão esperando que o grande governador João Doria vá crescer nas pesquisas porque vai aparecer na televisão, como o Rodrigo Garcia está aparecendo na televisão. Aliás, até a Sabesp. A Sabesp está fazendo propaganda da despoluição do Rio Pinheiros.

Inclusive, Rodrigo Garcia, Doria e deputados do PSDB, eu já comprei uma sunga para a gente nadar no Rio Pinheiros. Antigamente era o Tietê que eles iam despoluir. Também comprei a sunga, estragou a sunga e não consegui entrar, nem eu, nem eles.

Agora, mudaram para o Tietê. “Já tem vida no Rio Tietê.” Mergulha lá, poxa. Dá um pulo na água do Rio Tietê. Tem peixe lá? Pula no Rio Tietê, ué. Dá um pulinho na água, veja se é bom. É o fim da picada.

Estão esperando que o Doria venha a crescer nas pesquisas. Ele só apareceu na televisão o tempo todo. 

Durante dois anos, o Doria aparecia marcando horário para falar, como se fosse apresentador de televisão. Está aí com um por cento, dois por cento.

E é bom colocar aqui que o Rodrigo Garcia é o candidato do João Doria, do PSDB. Essa é a colocação. Foi amigo meu desde 94, foi deputado aqui. Não é novo na política, não. É bem antigo. Foi presidente da Casa. Foi secretário de dois governos, inclusive do Geraldo Alckmin. Foi secretário. E foi secretário do Doria também. Não é novo na política, não é isso, que vai chegar agora.

Quem está aparecendo como novo é o Tarcísio de Freitas, mas a gente está cobrando aqui.

Até falei que vi uma entrevista do candidato Rodrigo Garcia, que foi colega nosso aqui, dizendo que agora ele está sendo conhecido numa padaria, uma mulher o conheceu.

Só que nessa entrevista ele fala que vai tirar as câmeras da Polícia Militar, as câmeras da Rota, do Baep, do policial que está enfrentando o crime nas ruas, que realmente parou a Polícia de São Paulo.

Olha, general aí, Campos, o coronel que foi desta Casa aqui, a mesma coisa, Camilo, colocaram essas câmeras aí, vão continuar na Secretaria? E você falou, Rodrigo, que iria tirar as câmeras.

Pelo menos para a Rota você iria pensar. Você já desistiu? Já mudou? Em outras entrevistas, o senhor já mudou. O Tarcísio de Freitas falou que vai tirar, e você falou que iria, e depois não tirou mais nada.

Realmente, acabou a letalidade. Qual é o policial que vai enfrentar bandido nas ruas para ir parar na cadeia? Qual? Qual é o policial que vai estar estarrando bandido nas ruas? E os bandidos estão tomando conta.

Os bandidos estão atacando, põe uma câmera no peito dele, Rodrigo Garcia. Chama o Camilo lá, o general Campos, põe a câmera. Obriga o bandido a usar câmera também, para ver como está fazendo coisa errada. Põe lá, põe no peito deles.

Ou é só de um lado a câmera? Só o policial da Rota que não pode chegar junto com bandido, que não pode pegar o cara com força, usando da força necessária para dominá-lo, ou, até, atirando no bandido. Por quê? Porque a câmera pode pegar você atirando e pode não pegar o bandido que está aqui do meu lado atirando em mim.

Aí, vai encontrar o cara morto, ele pegou atirando. E às vezes você não acha mais arma na mão do bandido, quantas vezes aconteceu isso? Rua é rua. Aí para o promotor público, e para o juiz de direito, acabou, não precisa mais nada. Você está pegando um PM atirando, um cara morto, e não encontraram a arma. Não encontraram a arma. E dá para acreditar na Justiça brasileira?

Você aí, que vai entrar na guarda, como agente penitenciário, se você for perseguir um bandido, o cara der 50 tiros de fuzil em você, não acertar, e você trocar tiro com ele, ele foi encontrado morto lá na frente, e o outro colega dele levou o fuzil dele, vai tentar explicar para o juiz que ele deu 50 tiros de fuzil em você, vê se alguém acredita. Vai lá, explica.

Infelizmente, a gente tem que falar a verdade. É uma câmera que só faz prova contra o policial, e a sociedade está sofrendo. Há aumento de roubo, de assalto. Veja o que aconteceu no Paraná, Guarapuava.

Trinta bandidos. “Ah, mas foi no Paraná.” Não foi, não. Os caras são daqui. Os caras são daqui, de Araçoiaba, são daqui. São do PCC, são daqui, são eles mesmo. Os mesmos de sempre, que têm arma de qualquer calibre, e fazem o que bem entenderem.

E os policiais da Rota? Com uma câmera no peito. E todo mundo elogiando que a Rota não matou mais ninguém. Nem eu vou matar mesmo. Eu respondi cem processos na minha vida por tiroteio com bandidos. Nunca por corrupção, só por tiroteio com bandido. Graças a Deus fui absolvido.

Agora, eu pergunto: numa ocorrência em que você mata um bandido, ele aparece morto ali, e não tem mais a arma. Como é que você explica para o promotor que ele atirou em você? Fica a sua palavra? E cadê a arma do bandido? Não encontrou a arma, e aí, como é que você faz? Você está atirando, e ele não.

Ficou muito fácil comprovar o “crime”, entre aspas, do policial. Então o Rodrigo Garcia falou que iria tirar as câmeras, eu só estou cobrando. Só cobrando. Foi ele que falou. E a gente vai continuar cobrando. Só lembrando que Rodrigo Garcia é João Doria, é PSDB. Não vamos esconder isso de ninguém.

Pode o Doria aparecer na televisão, como aparecia, a partir de hoje, amanhã, não sei, para ver se ele aumenta. Bom, o cara está um ano como prefeito, quatro como governador; agora, aparecer na televisão duas vezes vai aumentar o cacife dele? Agora é que vai aumentar? Então o que ele fez por São Paulo? O que ele fez nesses quatro anos de bom?

Para a Segurança Pública, não fez nada. Prometeu e não fez nada, falou que a Polícia seria a mais bem paga do Brasil. Nada. Tudo que ele prometeu fazer, nada. Então realmente a gente vai aguardar o que vai acontecer. Vamos continuar cobrando, que é a nossa função aqui, é nossa função.

Volto a dizer:  eu não sou contra a câmera, não, só que foi muito mal aplicada e foi para parar a Polícia mesmo e parou, só que tem que parar o bandido também.

E quando eu falo disso, eu não estou defendendo, minha nobre presidente, não, estou defendendo policial, não. Se alguém acha que o policial sai na rua para matar os outros, está pensando erroneamente, o policial não precisa disso. 

Agora, também é para não fazer nada? Ele também sabe não fazer nada. É para não fazer nada? É simples, ele não faz, só que o bandido não para de fazer. O bandido não para de atacar a população porque não tem outro caminho: ou a Polícia ataca o bandido ou o bandido ataca a população. Não tem outro caminho, não resta a menor dúvida.

Se vocês estão pelo caminho melhor, eu estou falando para a população. Então ótimo. Vocês estão felizes? Realmente a letalidade caiu, bandido não morre; quem morre é criança que está com celular não mão, menina com celular na mão, dona de casa, pai de família, policiais, como o Coronel Telhada colocou aqui um monte de policial morto, é isso aí. E os bandidos estão à vontade.

Obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos o Sr. Deputado.

Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos no Grande Expediente, chamo à tribuna o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.)

Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) E deputado Carlos Giannazi, que terá o prazo regimental de 10 minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, Sras. Deputadas, mais uma vez saudar a importante presença dos servidores do Sistema Prisional, no acampamento, na luta em defesa do PDL 22, em defesa das PECs 1 e 4, Conselho da Polícia Penal, Labor Penitenciário, sobretudo do chamamento dos aprovados nos concursos públicos de 2014, 2017 e 2018.

Quero, Sra. Presidente, dizer, aqui falar da minha indignação com os efeitos nefastos do PL 529, que foi aprovado aqui pela maioria da Assembleia Legislativa. Logicamente, porque eu votei contra, a oposição votou contra o projeto que depois foi sancionado e virou a Lei 17.293. E os prejuízos para o estado de São Paulo são visíveis e nefastos em várias áreas, várias áreas.

Eu me deparei, no final de semana agora, com uma propaganda, uma publicidade do governo estadual sobre o combate à dengue, que é essa daqui, até trouxe um quadro que eu vi, que eles estão fazendo nos meios de comunicação, pela internet, que é : “Fique atento aos principais sintomas da dengue”, ou seja, voltou a dengue, veio e voltou em todo o estado de São Paulo.

E eu me lembrei, falei: poxa vida, quem vai combater a dengue agora? Ela voltou; ela nunca desapareceu, na verdade, mas e agora? Porque quem combatia a dengue, a zika, tantas outras endemias do estado de São Paulo era a Sucen, a Superintendência de Combate às Endemias do Estado de São Paulo. Ela foi extinta.

O ex-governador Doria/Rodrigo Garcia, agora, extinguiu a Sucen, que era um órgão do Sistema Único de Saúde da Secretaria Estadual da Saúde. Esse órgão foi extinto pelo ex-governador Doria, em 2020.

No auge da pandemia ele simplesmente acabou com um órgão importante, minha gente, do Sistema Único de Saúde aqui do estado de São Paulo, que é a Sucen, que combate exatamente todas essas endemias: febre amarela, dengue, zika e tantas outras endemias.

A Sucen desapareceu, ela não existe mais. Não tem nada no lugar dela, deputado Conte Lopes.

E agora? Quem vai combater o mosquito da Dengue? Ninguém. Não há mais combate, e o Governo faz essa propaganda aqui, olhe, que é só “febre alta...”. Ele fala dos sintomas, mas não fala que ele extinguiu a Sucen; que ele extinguiu a MTU, a CDHU; que ele prejudicou todos os servidores que utilizam o Iamspe quando ele aumentou a contribuição e retirou a responsabilidade, praticamente - isso, na prática -, do financiamento do Estado com a saúde dos seus próprios servidores.

O Iamspe está totalmente abandonado e em crise. O hospital do servidor público estadual está um verdadeiro caos, com terceirizações, privatizações, com falta de funcionários.

No interior paulista, a população está abandonada, sem convênios. Rompimentos de convênios com Santas Casas, com hospitais regionais, com clínicas, com laboratórios: em muitas regiões do estado, essa é a situação, tudo por conta desse famigerado PL 529, que agora virou lei, né? Lei nº 17.293/20, que aumentou os impostos no estado de São Paulo, o que trouxe enormes prejuízos para amplos setores da nossa sociedade.

Então, eu quero fazer mais essa denúncia, porque é grave: não existe mais a Sucen para combater as endemias no estado de São Paulo. O ex-governador Doria extinguiu a Sucen - é grave -, como ele tentou extinguir o Oncocentro, tentou extinguir a fábrica do remédio popular. Não conseguiu, porque teve mobilização, mas infelizmente nós perdemos a Sucen. Tentou acabar com o Ipesp - todos se lembram aqui, também, da ampla luta que houve.

Enfim, mas, olha, então é importante que a população saiba que o PSDB, que o Governo Doria/Rodrigo Garcia está deixando um rastro de destruição. Eles vão embora, com certeza, eu tenho certeza de que eles não serão mais reeleitos.

Acabou o ciclo do “tucanistão”, da “privataria tucana”, mas só que eles deixam um rastro de destruição no estado de São Paulo, em várias áreas, e nós temos que reconstruir, no ano que vem, o estado, trazendo de volta a Sucen. Ou seja, a gente vai ter que fazer várias reparações no nosso estado.

Mas, voltando a essa questão das privatizações, eu denunciei, no início aqui do meu Pequeno Expediente, a situação da ação... Ação não, da autorização pública, o chamamento público nº 2/22, que foi exatamente publicado no dia 3 de abril para privatizar, para entregar duas estações experimentais ecológicas do estado de São Paulo e três florestas para empresários terem lucro em cima do meio ambiente do estado de São Paulo, inclusive, com autorização para a exploração de madeira do plantio e venda de eucalipto e pinus. Olhe só o absurdo, Sr. Deputado Conte Lopes.

Então, eles estão privatizando, desmontando todo o nosso sistema de proteção ambiental, entregando, desmontando os institutos de pesquisa, o Instituto Florestal, que cuida dessas florestas e dessas estações.

Ao mesmo tempo, eles estão, também, privatizando os nossos parques - quase todos privatizados; o Petar está em processo, nós estamos numa luta para que isso não ocorra.

Tem, então, exatamente essas duas estações, mais as três florestas que eu citei, por conta dessa Consulta Pública nº 2. Eu me refiro aqui à área de Itirapina e de Itapeva, que são as duas estações experimentais, e às florestas de Águas de Santa Bárbara, Piraju e Angatuba, mas, além disso, outros parques já foram privatizados e os efeitos já estão ocorrendo no estado de São Paulo, Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Eu me refiro aqui, por exemplo, ao Parque da Cantareira.

Eu recebi, agora, uma reclamação de um professor da rede pública de ensino dizendo que ele não está mais conseguindo entrar no parque, porque, agora, um professor que tinha isenção...

Porque existe uma lei que nós aprovamos na Assembleia Legislativa, inclusive eu fui o autor dessa lei, Lei 14.729, de 2012, que garante a gratuidade para os professores dos equipamentos do estado de São Paulo de lazer, de Cultura, de Educação.

Até então, enquanto não era uma concessão o Parque da Cantareira, os professores não pagavam nada. Agora o professor vai ter que pagar, estão cobrando 30 reais dos professores. Então, para você entrar no parque, você pagava antes um valor, agora aumentou para 30 reais, depois da privatização e da concessão.

É por isso que nós denunciamos isso. É um absurdo. Essa empresa, Urbia, está tomando conta dos parques, ficou com o Ibirapuera, com o Parque da Cantareira e outros parques, e é ligada, parece, a uma empresa de celulose. Olha só, então isso prejudica a população.

É um absurdo e nós vamos tomar providências. Aqui da tribuna eu quero acionar já o Ministério Público, acionar a Secretaria de Infraestrutura e do Meio Ambiente contra essa decisão de não respeitar a Lei estadual 14.729, de 2012, que garante a gratuidade para professores da rede estadual e de todas as redes municipais.

E tem outra lei que eu aprovei aqui, de 2014, que garante essa mesma gratuidade para todos os servidores do quadro de apoio escolar, QAE, QSE, não só da rede estadual, mas de todas as redes municipais e, também, os gestores, coordenadores pedagógicos, orientadores, diretores e supervisores de ensino. Então, na Educação tem gratuidade em todas as áreas, para todos os profissionais da Educação.

Agora, com a privatização, além de eles aumentarem o ingresso para você ir a um parque, você tem que pagar 30 reais para ingressar no Parque da Cantareira. Inclusive eu liguei para lá agora para confirmar e me informaram, 30 reais, você tem que pagar para entrar no Parque da Cantareira, parque privatizado, com concessão.

Quem vai entrar? Vai elitizar, vai dificultar o acesso da população. E eles, além disso, que é grave já porque prejudica toda a população, eles não estão respeitando a nossa Lei 14.729. Mas eu vou acionar o Procon, o Ministério Público e a própria Secretaria de Infraestrutura e do Meio Ambiente.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não havendo mais nenhum orador inscrito e havendo também acordo entre lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental. Antes, porém, queria saudar os senhores representantes do Sistema Prisional, que têm sido bastante presentes aqui na plenária, trazendo pautas justas e nobres.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão de seis de abril.

Está levantada a presente sessão. Uma excelente tarde a todos.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 28 minutos.

 

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