28 DE ABRIL DE 2022
27ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência, abre a sessão e faz pronunciamento.
2 - RAFAEL SILVA
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Endossa o pronunciamento do deputado Rafael Silva.
4 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Endossa o pronunciamento do deputado Conte Lopes.
6 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Menciona a presença de alunos do Colégio Palmares,
acompanhados pelos professores Rodrigo e Júlio.
8 - RAFAEL SILVA
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - JANAINA PASCHOAL
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Anota o pedido.
12 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido da deputada Janaina Paschoal. Endossa o
discurso do deputado Conte Lopes. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 29/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente na data de hoje, quinta-feira, dia 28 de
abril de 2022.
Vamos iniciar a sessão com a relação
dos deputados inscritos no Pequeno Expediente. Primeiro deputado é o deputado
Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Janaina
Paschoal. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Sargento Neri.
(Pausa.)
Deputado Edson Giriboni. (Pausa.)
Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado
Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.)
Deputado Coronel Telhada. Farei uso
posteriormente. Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputada Analice
Fernandes. (Pausa.)
Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Rodrigo
Moraes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.)
Deputado Gil Diniz. (Pausa.)
Pela lista suplementar, deputado
Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada.
Como estou sozinho no plenário hoje, eu
farei uso da palavra aqui da Presidência mesmo, para não abandonar a
Presidência. Machado, está no ponto? (Pausa.) Eu falando para mim mesmo. Ainda
bem que a assessoria está aqui, assim eu não falo sozinho para a Casa, pelo
menos isso. E a PM também, vocês estão sempre aqui.
Eu quero, em primeiro lugar,
cumprimentar a todos os que nos assistem pela Rede Alesp, saudar os assessores
presentes, os policiais militares da assessoria policial militar,
cumprimentando a todos nesta data de quinta-feira, dia 28 de abril de 2022.
Eu quero iniciar a minha fala
comentando uma ocorrência da Polícia, um problema que nós tínhamos diariamente,
que é o problema de tráfico de entorpecentes. A Polícia Militar, apesar de bem
desacreditada pelo governo estadual, continua trabalhando, fazendo suas obrigações.
Nós tivemos uma ocorrência na noite de
ontem, dia 27 de abril, em que equipes da Força Tática do 4º Batalhão de
Polícia Militar Metropolitana, para quem não conhece o 4º Batalhão fica na
região da Lapa - quero saudá-lo, inclusive mandar um abraço para o coronel
comandante, tenente-coronel Cesar Rodrigues, que é meu amigo há muitos anos -,
os policiais da Força Tática do 4º Batalhão detiveram um traficante na Água
Branca.
Pode colocar a foto, Machado, por
favor. A equipe realizava um patrulhamento e, na Rua Capitão Teixeira Nogueira,
visualizou um indivíduo que, ao notar a presença da viatura, tentou empreender
fuga, dispensando uma sacola, ou seja, se desfazendo de uma sacola e uma
nécessaire contendo drogas. Nas fotos, estão as drogas que foram apreendidas.
O indivíduo confessou que realizava a
venda das drogas no local. O traficante foi conduzido ao 91 DP e permaneceu à
disposição da Justiça. As drogas foram apreendidas.
Então vocês vejam, todos os que nos
assistem, que a Polícia Militar trabalha, a Polícia Civil faz o seu serviço, as
drogas estão apreendidas, o traficante está preso, mas tenho certeza de que
hoje mesmo esse traficante estará sendo colocando em liberdade pela audiência
de custódia, porque é assim que funciona a Justiça no Brasil, a polícia prende,
e a Justiça coloca na rua. Infelizmente, é a triste realidade brasileira quanto
à parte judicial.
Outra ocorrência que eu queria citar
aqui - é só foto, não é vídeo, não é, Machado? - é uma ocorrência que
aconteceu, a Polícia Militar prendeu criminosos que torturaram um casal de
orientais. No dia 24 de abril, no bairro de Vila Mariana, zona sul de São
Paulo, um trio, ou seja, três criminosos, invadiu uma residência.
Olhe só, gente, eles entraram na casa
da pessoa, amarraram, torturaram e roubaram um casal de idosos. Vejam que
covardia. Entraram na casa da pessoa, são idosos, entraram na casa desses
idosos, amarraram essas pessoas, as torturaram. Isso é terrorismo, gente. Os
criminosos entraram na casa onde estava o casal, ambos foram feitos reféns e
tiveram a casa toda revirada.
Na segunda-feira, dia 26, nessa última
segunda-feira, dois dias depois, a equipe do 12º Batalhão de Polícia Militar
Metropolitana, aqui na zona sul, próximo à Assembleia - inclusive a Assembleia
faz parte do 12º Batalhão na área de patrulhamento - após analisarem as
imagens, intensificaram o patrulhamento pela região e obtiveram sucesso em
localizar um dos criminosos.
O criminoso foi levado ao 27º DP, onde
o casal o reconheceu. Ele permaneceu à disposição da Justiça. Eu pergunto a
vocês: vocês acham que vai acontecer alguma coisa com esse cara?
Não vai. É outro que vai ser colocado
em liberdade, vai responder em liberdade. Daqui a pouco, está fazendo a mesma
coisa. Essa é a triste realidade brasileira: as pessoas entrando na casa de
idosos, atacando idosos, amarrando e torturando. Mesmo preso, ele é colocado em
liberdade. Nós precisamos, urgentemente, mudar essa triste realidade.
Hoje, dia 28 de abril... Quero
cumprimentar o deputado Rafael Silva, que está entrando no plenário. Seja
bem-vindo, deputado. Hoje, no dia 28 de abril, para quem não sabe a história
militar brasileira, é comemorada a tomada, a conquista de Castelnuovo e
Fornuovo.
Para quem não sabe, no dia 28 de abril
de 1945 foi o dia que a 148ª Divisão de Infantaria Alemã se rendeu às tropas da
Força Expedicionária Brasileira. Mais de 14 alemães, com viaturas, cavalos e
artilharia, se renderam às tropas brasileiras, ao final da Segunda Guerra
Mundial. A divisão brasileira foi um dos poucos exércitos que prendeu uma
divisão inteira.
Então é um motivo que deve ser lembrado
e glorificado pelos brasileiros. Mas, infelizmente, o Brasil não valoriza a sua
História e não valoriza os seus heróis. Eu sempre digo aqui que os meus heróis
morreram de idade, e não morreram de overdose. Infelizmente, para a cultura de
algumas pessoas, herói é aquele que aparece na televisão consumindo drogas. O
meu herói é diferente. O meu herói é aquele que luta pela sociedade.
Então o dia 28 de abril é dia da
conquista de Castelnuovo e Fornuovo. Hoje também, dia 28 de abril, é o dia do
aniversário de Lençóis Paulista. Ontem eu publiquei, na minha rede social, uma
informação onde havia sido colocada uma placa... Obrigado, põe na tela.
Havia sido colocada uma placa, através
de um funcionário do Carrefour de São Vicente, proibindo os policiais militares
de se alimentarem dentro do Carrefour, no refeitório do Carrefour. Isso é um
absurdo. Porque a Polícia Militar está sempre à disposição.
Os policiais militares, mal e
porcamente, têm tempo de se alimentarem. E ganham um salário que, infelizmente,
nem permite que eles se alimentem no modo adequado. Muitas empresas, sim,
fornecem alimentação para policiais militares em serviço.
É uma grande satisfação dizer que nós
temos esses parceiros. Pode voltar para mim. Porque o Estado não se preocupa
com o policial militar. Mas algumas empresas se preocupam. Só que,
infelizmente, o Carrefour, que sempre teve uma conduta muito boa com a Polícia
Militar, através de um funcionário mal-intencionado, acabou fazendo essa
besteira.
Eu fiz essa publicação. E hoje o
pessoal do Carrefour entrou em contato comigo, explicando que foram tomadas as
providências, que esse funcionário está sendo afastado, porque essa não é a
conduta do Carrefour. Inclusive, falei com o senhor Claudionor Alves.
O senhor Claudionor Alves, que é meu
colega há muitos anos, que pertence ao Carrefour, me informou que essa não é a
atitude que o Carrefour adota com a Polícia Militar.
E que existe uma parceria, sim, forte
com o Carrefour e com a Polícia Militar em todo o estado de São Paulo,
principalmente na cidade de São Vicente. E que essa situação já foi acertada e
que os laços de cordialidade entre a Polícia Militar e o Carrefour têm se
mantido frequentes.
Então eu quero agradecer ao senhor
Claudionor Alves e ao retorno do Carrefour. Porque isso me deixou muito
irritado. Porque a gente saber que o Estado desprestigia a Polícia Militar, a
gente já sabe.
Agora, quando veio dessa empresa, me
surpreendeu. Mas, graças a Deus, já foi resolvido. Então, obrigado ao
Carrefour, pela informação. E obrigado ao senhor Claudionor Alves, também pela
informação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito bem.
Enquanto eu falava, adentravam ao plenário dois deputados. Farão uso da
palavra? Então o primeiro deputado é o deputado Rafael Silva. Vossa Excelência
tem o tempo regimental. Fique à vontade. Em seguida, falará o deputado Conte
Lopes.
O
SR. RAFAEL SILVA - PSD
- Deputado Coronel Telhada, na Presidência, demais deputados presentes. O
deputado Coronel Telhada falava sobre a FEB - Força Expedicionária Brasileira.
Em termos de número, ela até que foi pequena, mas em termos de heroísmo e de
bravura, ela se destacou. Teve um papel muito bonito na Itália, lutando contra
a ditadura sanguinária, covarde, de Hitler e de Mussolini.
Inclusive,
Coronel Telhada, hoje, dia 28 de abril, é o dia da morte de Benito Mussolini e
da amante dele, Clara Petacci. Benito Mussolini, fugindo, no dia 27 ele foi
preso, ele e sua namorada. No dia 28, eles foram executados. Ele era tão
vaidoso que pediu para o pessoal não atirar no rosto dele, pois ele queria
morrer com uma boa figura.
Até apontava no
corpo o local onde ele queria ser atingido. Não sei se esse pedido foi aceito.
Mas ficou pendurado de cabeça para baixo, ele e a Clara Petacci, uma cena
terrível, triste, porque o sangue corria, manchando todo o chão.
Mas a mancha
maior que ficou foi do Hitler. O Hitler se matou dois dias depois, 30 de abril.
Ele e a Eva Braun, que era companheira dele. Joseph Goebbels também se matou;
ele, a esposa e filhos menores. Nós tivemos uma fase muito triste na história
do mundo.
A história
desses ditadores, principalmente do Hitler, um psicopata, que tinha problema
mental, sim; inclusive, tinha, com certeza, problema genético. A mãe dele, a
Klara Hitler, era casada com Alois Hitler, que era tio dele. Talvez um problema
de sangue tenha ocasionado o nascimento desse monstro chamado Adolf Hitler.
Mas eu quero
falar aqui também, Coronel: nós estamos às vésperas de uma eleição. Quem é que
disputa a eleição? O candidato. A palavra “candidato” tem uma origem muito
bonita: vêm de “cândido”, “limpo”, “sem manchas”. Sem mancha moral,
principalmente.
Mas ele usava
uma roupa clara para simbolizar a ausência dessa mancha moral, dessa mácula.
Era obrigação do indivíduo ter uma vida reta para almejar a um posto na
política. Roma Antiga tinha esse pensamento e esse costume. Hoje a história
mudou.
Parece que hoje
esse tipo de gente, com uma vida limpa, pura, não tem muita vez ou muito
sucesso na política. Não. Estamos numa fase terrível, em que aquele que se
comporta como um verdadeiro bandido, desrespeitando a tudo e todos,
desrespeitando as instituições...
A instituição é
um ente que representa o indivíduo somado com outro indivíduo; e essa somatória
forma uma sociedade.
Essa sociedade,
Coronel Telhada, parece-me que o Conte Lopes também está presente... Essa sociedade,
o que ela é? É a somatória das pessoas. René Descartes, que nasceu em 1596 e
morreu em 1650, um filósofo maravilhoso, falou que quando uma nação tem um
indivíduo desenvolvido, outro e outro indivíduo desenvolvido e consciente, aí
nós temos uma sociedade consciente, que não aceita ser enganada nem
escravizada.
Estamos longe
disso, muito longe. Inclusive, Nicolau Maquiavel, que nasceu no 3
de maio de 1469 e morreu em 21 de junho de 1527. Ele falava que o político - na
época era o príncipe -, o homem público deveria ter cinco virtudes, mas que não
as tivesse. Devia ser piedoso, fiel, humanitário, íntegro e religioso. Ele
falou: “Só que, se as tiver, não governa”.
Isso foi muito tempo atrás, perto de 1500, e a realidade
nossa é aquela realidade que foi comentada e pregada por Maquiavel. Talvez, com
esse ensinamento para os políticos, ele tivesse vontade de mostrar para as
pessoas como é que o homem público pode enganar, e quem sabe como é que se pode
enganar pode evitar ser enganado.
Então nós vivemos essa triste realidade na política
brasileira, onde “candidato” não tem o significado que deveria ter. É como
Maquiavel falou: “Se tivesse, talvez não chegasse a um ponto mais elevado”.
Só isso, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP
- Obrigado, deputado
Rafael Silva, sempre com seu discurso tocante. Eu nunca falei para o deputado,
mas eu admiro muito o deputado pela cultura que ele tem, os conhecimentos.
Ele falou agora de Mussolini. Mussolini foi
pendurado de ponta cabeça em um posto de gasolina, na Praça Loreto, lá em
Milão. Quando pediu para não tomar tiro na cara, para não desfigurar a cara
dele, os caras não só não respeitaram como arrebentaram a cara dele. Ele teve o
rosto totalmente esfacelado não só com tiro, mas com coronhadas e pedradas. Ele
teve o corpo violentamente atacado, tanto ele quanto Clara Petacci.
São
partes da nossa história que nós devemos conhecer para que não se repitam
novamente, mas, infelizmente, as pessoas não estudam.
Muito
obrigado, deputado Rafael Silva.
O
próximo deputado é o deputado capitão Conte Lopes. Vossa Excelência tem o tempo
regimental.
O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente Coronel
Telhada, ex-comandante da Rota, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ontem eu
cobrava aqui desta tribuna, testemunha até da nossa pré-candidata a senadora, a
respeito do problema das câmeras.
Realmente, ontem, assistindo ao Jornal Nacional, o Jornal
Nacional com uma matéria... É bom colocar aqui que o presidente da República,
presidente Bolsonaro, lançou para governador de São Paulo Tarcísio de Freitas,
o ministro.
E o ministro, em uma intervenção dele, ao ser ouvido, se
colocou contrário a essas câmeras que puseram na Polícia Militar, inclusive nas
Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a que eu tive a honra de pertencer. Fiquei
lá até capitão, com duas promoções por bravura.
O Tarcísio criticou. Logo em seguida, o Rodrigo Garcia,
Janaina Paschoal, veio a público e falou que iria tirar as câmeras também, deu
uma entrevista à “Vejinha”. Não sou eu que estou falando não, ele deu uma
entrevista à “Vejinha”. Aí dizem que ele foi ao batalhão da Rota e, falando com
os coronéis, mudou de ideia.
Agora o “Estadão” também mudou de ideia com a matéria, e até
a Globo já está, no Jornal Nacional, falando de câmera na Polícia Militar. É
contrária ao Bolsonaro, é contrária ao Tarcísio de Freitas? É isso, deputada
Janaina Paschoal?
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Civil morto
em ocorrência policial é bandido, viu!
Então, olha a
rua de São Paulo. Esse garoto morreu, 20 anos de idade, olha como ele é
assassinado. Cinco tiros no peito. Isso aí é direto. O que aconteceu? Vou
repetir aqui: o PSDB de Rodrigo Garcia e João Doria parece que fez um acordo
com o crime, do tipo “eu deixo a câmera no peito dos policiais da Rota, da
Força Tática, do Baep, e não vai ter mais tiroteio com bandido”.
Não tem mais
tiroteio. Bandido não morre mais. Diminuiu 85 por cento. Vai diminuir 100 por
cento. O policial está proibido de caçar bandido. Policial da Rota é caçador de
bandido.
Eu fui caçador
de bandido, Coronel Telhada foi caçador de bandido, os nossos comandados,
nossos homens eram caçadores de bandidos. Morriam e matavam também em tiroteio
para proteger a sociedade.
Agora, é bom colocar
aqui para a Rede Globo de Televisão, para o governador que se instalou, Rodrigo
Garcia, para o Doria, que o problema não é a polícia, como falam os caras “sou
da paz”, não. A polícia matar ou morrer, esse não é o problema. A polícia é
paga pela sociedade, que tem direito à segurança.
Veja o terror
que está em São Paulo, Rodrigo Garcia. Veja o terror por que o povo está
passando nas mãos de bandidos, sendo assaltados, os bandidos fazendo arrastão,
matando moças, rapazes, na praia, no interior, em qualquer lugar. Então, está
aí.
Eu vou lançar
um desafio. Faça uma enquete, faça uma pesquisa para a sociedade, se a
sociedade quer a Rota com câmera ou sem câmera. Ponha a Rota, que o pessoal já
sabe o que quer dizer o nome “Rota”. Querem a Rota com câmera caçando bandido
ou querem uma Rota sem câmera só passeando em São Paulo?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputado. É absurdo, né? Parece que... É absurdo. A gente ouve essas notícias e
parece que o pessoal está brincando com a gente.
Policial militar com câmera no peito
não produz nada, porque ele não vai ter a atitude que ele teria normalmente,
porque ele não vai produzir prova contra si mesmo, nem vai ficar fazendo a
imagem dele ser exposta.
Ninguém é obrigado a expor a sua própria
imagem. Então, não tem morrido polícia também porque não tem tido entrevero. O
pessoal não está indo para cima. Simples assim, como o capitão Conte falou.
Eu fui baleado duas vezes em serviço,
em 1990 e em 1995, como tenente e como capitão. Infelizmente, perdi homens ao
longo da vida? Perdemos. Eu perdi, o Conte perdeu muitos companheiros.
Carregamos muitas alças de caixão, mas é a resposta que temos que dar para o
crime.
O que está acontecendo? Não tem bandido
morrendo, que bom, parabéns. Por não ter tiroteio. Graças a Deus, a gente nunca
é favorável à morte de policial, que nunca ocorra, mas o que está morrendo de
pai de família, o que está tendo de roubo e furto e crime em São Paulo é um
absurdo.
É incrível a gente ouvir dizer que a
situação da criminalidade melhorou. Mentira. Isso é politicagem, é mentira. A
Polícia Militar - repito, o capitão Conte está aqui e é prova disso também -
está totalmente engessada. A Polícia Militar está proibida.
Ouvi o Conte falando ontem, a gente até
fica preocupado se não está tendo um acordo entre o governo e o PCC, porque não
é possível o governo proibir a Polícia de trabalhar.
O policial militar que troca tiro com
bandido e mata o bandido simplesmente é transferido. É arrebentado, acaba com a
carreira do policial: promoção, medalha, tudo a que teria direito ele começa a
perder porque ele é considerado um policial problemático.
Quem morre? A população, o pai de
família. Essa é a triste realidade do estado de São Paulo, herança de um
cidadão chamado Agripino Doria, que quer ser presidente. Oxalá ele não seja
eleito nem para síndico, ele não mora em prédio, ele mora na mansão ali nos
Jardins; mas que não seja eleito nem para síndico da mansão dele.
Deputada Janaina Paschoal, nossa
candidata. Nossa pré-candidata. Se eu falar assim, os caras falam que eu estou
fazendo propaganda antecipada. Vossa Excelência, deputada Janaina Paschoal, tem
o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa.,
cumprimento também o deputado Rafael Silva, que é o nosso filósofo aqui, sua
esposa. Sempre que ele fala, realmente, é muito emocionante. Cumprimento o
colega Conte também.
É até bom ter
colegas da Segurança Pública aqui, que eu queria não só falar desse tema, hoje,
mas pedir para que os senhores refletissem comigo se não é curioso que, em todo
ano eleitoral, crimes com visibilidade passem a acontecer com maior frequência.
Eu observo isso há muitos anos. Há muitos anos. Todo mundo lembra de 2006. São
sempre crimes com muita visibilidade.
Eu não vou
fazer daqui nenhum tipo de ilação, eu não vou tirar nenhuma conclusão. Mas é
fato. Ou são arrastões em restaurantes, ou são invasões em condomínios, ou os
ataques a bases.
Infelizmente,
aparentemente, neste ano eleitoral, nós temos muitos assaltos com visibilidade,
infelizmente, até com morte - esse jovem que padeceu - perpetrados por supostos
entregadores. São situações que geram muito temor, que geram, assim, indignação
com razão.
Mas tem que ter
alguma explicação lógica para isso. São muitos anos que eu observo, muito antes
de eu pensar em estar deputada, essa coincidência. Não necessariamente, porque
eu já tive a curiosidade, na condição de professora de Direito, de levantar os dados
dos anos eleitorais.
Não
necessariamente os números evidenciam, assim, um significativo aumento. Mas são
casos momentosos, com muita visibilidade, em regra, em bairros de maior
potencial aquisitivo porque, aí, também tem uma reação, aparece na imprensa.
Eu queria
convidar os senhores a refletirem comigo sobre essa coincidência. Estou vendo
que tem alunos aqui nos visitando hoje, sejam bem-vindos. É muito importante
que estudantes participem da vida política, visitem essa Assembleia, conheçam.
É o Alan que
está capitaneando aí, sempre o Alan. É muito importante, nós precisamos de que
vocês se apaixonem pela política, pelo País, pelo Estado, para se prepararem
para ocupar os espaços.
Em regra, as
pessoas que acabam dizendo: “Vou para a política” porque não dão para mais
nada: nós não podemos continuar com esse raciocínio. Quando um filho diz para
um pai ou para uma mãe: “Quero ser deputado, quero ser presidente, quero ser
governador”, em regra, as famílias rejeitam, dizem que não é para isso que
estão criando.
Então vocês têm
que estudar, se preparar e entender para que serve cada Casa Legislativa, cada
cargo, para virem ocupar esses espaços com propriedade. Nós precisamos de mais
gente nos espaços de poder.
E ainda no
âmbito da Segurança Pública: eu estive, nesta manhã, em Guarulhos, onde fui
muito bem recebida pelo secretário de Segurança, pelo comandante da Guarda
Civil e toda a equipe da Guarda Civil. Pude conhecer vários programas.
Inclusive, Coronel Telhada, eles agradeceram, por meio da minha pessoa, a
V.Exa. a emenda que o senhor encaminhou.
Eles vão
comprar motocicletas e até apresentaram uma situação que eu não conhecia,
confesso: que a Polícia Militar e a Polícia Civil, por serem consideradas
Polícias na Constituição, conseguem fazer aquisições com menos recursos do que
a Guarda.
A Guarda não
dispõe de determinados incentivos fiscais, de certos descontos. Eles disseram
que às vezes recebem uma emenda e com essa emenda poderiam comprar tantos
coletes, tantas armas, mas se fossem as Polícias comprariam muito mais.
Então foi uma visita técnica bastante
interessante. Eles apresentaram também uma conquista, vamos dizer assim,
pioneira, até exemplar para o resto do País, pois conseguiram a aprovação de um
projeto de investimento na Segurança Pública junto ao BNDES, inclusive disseram
que são...
Vossa Excelência me concede dois minutos?
- que são precursores, e eu, que infelizmente conheci bem o que governos
passados fizeram do BNDES, tive essa alegria de receber a notícia de que no
governo atual o BNDES está sendo utilizado para finalidade para que existe, que
é assim financiar bons projetos, projetos que são voltados aqui para o nosso
País e não empresários escolhidos a dedo, ou obras, não se sabe bem para qual
finalidade, construídas no exterior.
Um outro ponto que eles apresentaram nessa
visita - e que eu queria dividir com os senhores, sobretudo os que são da área
de Segurança - é o aumento do roubo, do furto de fios em Guarulhos.
E há cerca de uns 20 dias eu fui para
Santos e tive também essa informação, um aumento assim exponencial do furto e
roubo de fios. E eles mostraram uma dificuldade muito grande de enquadrar
criminalmente quem compra esses fios. Não conseguem identificar, não conseguem
prender, não conseguem manter.
Então, o que eles pediram para esta Casa?
Que nós pensássemos - e eu faço convite aqui para que façamos isso em conjunto,
porque o que é feito em conjunto é sempre melhor, num projeto de lei para
responsabilizar civilmente quem compra esses fios - porque eles trouxeram informações
que eu confesso que não tinha.
Por força desses furtos e roubos, escolas
muitas vezes ficam sem funcionar porque falta energia, hospitais são
prejudicados, e eles relataram um fato recente da perda de um lote
significativo de vacinas porque roubaram os fios da UBS, a geladeira desligou,
estragaram-se todas as vacinas.
Então, é um problema que está, vamos dizer
assim, incomodando o estado de São Paulo, que não é uma, não são duas cidades,
não. Estou recebendo esse relato de várias, e são vários os profissionais de
segurança pública que estão relatando: as Guardas, PM, Civil. Então eu queria
convidá-los para isso.
Pude conhecer também os resultados da
Patrulha Maria da Penha que eles têm lá. É a Guarda, a Guarda da Patrulha Maria
da Penha. Eles apresentaram as Guardas também, profissionais femininas que
estavam presentes, que elas monitoram as vítimas que estão com medidas
protetivas e já tem medição para evidenciar que esse monitoramento evita que
essas mulheres venham a ser mortas, venham a ser vítimas de feminicídio.
Então elas visitam as casas dessas
mulheres que estão sob a proteção, sob as medidas protetivas. Então é muito
importante que a gente não só faça as visitas mas traga aqui para o Plenário,
para o público, porque sempre uma outra cidade ouve e muito a gente evolui
conhecendo essas experiências.
Visitei o 1º DP, onde fui recepcionada
pelo delegado titular que me apresentou... já não é um projeto, é um programa.
Eles fazem as audiências de custódia na delegacia. Eu já vi muito debate, até
quando eu era conselheira da Ordem, sobre a audiência de custódia ser no
presídio, não ser no presídio, ser virtual, ser à distância...
Mas eu confesso que foi a primeira vez - e
ele me apresentou inclusive a sala onde o preso fica e faz por vídeo
conferência - foi a primeira vez que eu vi uma situação da audiência de
custódia feita na delegacia, o 1º DP, em frente o IML.
Então, de certa forma, eles se organizaram
ali para ter um fluxo, uma dinâmica para diminuir os riscos do transporte do
preso, levar para o Fórum, levar para o CDP, e também para proteger e garantir
o acesso a advogado, à participação na audiência, à agilidade na realização da
perícia.
Eu achei
interessante porque, quando fui a Santos, uma das dificuldades do pessoal do
IML de Santos é que os médicos têm que ir ao Fórum fazer a perícia, e já são
poucos os médicos. Até já fiz requerimento de informações, ofícios.
Precisa
contratar mais gente. Já são poucos, se o médico tiver que sair para ir ao
Fórum para fazer a perícia da audiência de custódia, ficam prejudicados os
casos que estão lá esperando para serem analisados.
Então é
importante esse intercâmbio de informações. Tem outras tantas informações
interessantes dessas visitas que eu venho fazendo, mas, aos pouquinhos, nós
vamos conversando com os colegas.
Eu agradeço a
receptividade nas várias cidades, nas várias instituições. Acho que já comentei
aqui também que esta semana fui à Polícia Rodoviária Federal. Acho que quando
falei estava presidindo até. Destaco novamente a importância de as Forças de
Segurança trabalharem em conjunto, para que a eficácia, a produção seja maior
para todos nós.
Com relação aos
especialistas em Segurança Pública, Sr. Presidente, não é que eu não os
respeite, mas eu convivi muito com eles, até porque no Largo São Francisco
desenvolvia a disciplina Segurança Pública.
Entendo que é
possível conciliar Segurança Pública com os direitos fundamentais de todos os
envolvidos, mas defendo, já defendia na faculdade, tive muito problema com os
tais especialistas, que os direitos fundamentais são sim dos investigados, dos
acusados, dos presos, mas também são daqueles que trabalham na área de
Segurança e das vítimas.
Porque os
direitos fundamentais das vítimas, em regra, são esquecidos, são sonegados por
esses tais especialistas em Segurança Pública. Quero que sejam ouvidos? Quero.
Mas eles também precisam ouvir.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputada.
Qual o nome da escola que está aqui?
Colégio Palmares, é isso? Sejam bem-vindos, é um prazer recebê-los. Quem é o
professor responsável? (Pausa.) Como é o nome do senhor? (Pausa.) Rodrigo e Júlio.
Então os professores Rodrigo e Júlio
estão aqui acompanhando os alunos do Colégio Palmares. Muito obrigado pela
presença. Sejam bem-vindos. É um prazer recebê-los aqui.
Novamente, com a palavra o deputado
Rafael Silva. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. RAFAEL SILVA - PSD -
Sr. Presidente, mais uma vez, nobres colegas, professores Rodrigo e Júlio.
Professor
deveria ser mais valorizado, não para que ele fosse realmente uma figura de
destaque, favorecido. Não, não é para isso não. É para que ele pudesse, com
mais condições, levar o conhecimento para os alunos.
A palavra
“aluno”, é bom a gente pensar, “a” é negação, “luno” é luz, significa aquele
que não tem luz e vai buscar a luz na escola, com professor, vai procurar se
desenvolver.
Muita gente
fala “o Rafael é da área que não interessa muito”, mas interessa sim. Eu quero
dizer para os alunos que eu tenho formação na área de filosofia, tenho
pós-graduação na área de sociologia, estudei psicologia por conta própria
durante, no mínimo, uns 50 anos para conhecer um pouco da mente humana.
Mas eu
trabalhei também, lecionei português, matemática, contabilidade em cursinhos,
porque cursinho paga mais. Interessante. E nós buscamos também ganhar dinheiro
para sobrevivência.
A gente tem
família, entendeu? Então, ser professor é um sacerdócio, eu sei disso. Mas, e
daí? Como é que a gente vive? Se nós dermos condições para o professor, com
certeza o aluno vai sair ganhando.
É aquilo que eu
falei antes: aluno, a, negação, luno, luz. O esclarecimento, olha o tema,
esclarecimento, vem de clarear, de colocar a luz ali. E em sociologia, a França
e a Alemanha se destacavam. De uns anos para cá, os Estados Unidos passaram a
produzir mais matérias nessa área.
Um sociólogo
americano falou: em uma nação onde as pessoas não têm a oportunidade de
alcançar o desenvolvimento que deveriam alcançar - ele fala uma série de coisas
lá -, as pessoas poluem, não respeitam o direito dos semelhantes, não sabem
escolher seus representantes na vida pública... Esse sociólogo - é importante a
gente pensar - termina falando: entretanto, não podemos e não devemos criticar
essas pessoas. Devemos levar luz a elas.
Luz, aquilo que
eu falei: luz, esclarecimento, porque, na medida em que as pessoas tiverem mais
e mais esclarecimento, elas saberão determinar o seu futuro e o futuro da
nação. Sócrates nasceu no ano 470 a. C. e morreu no ano 399 - a contagem é ao
contrário, né? Ele falava que não ensinava respondendo perguntas, ele ensinava
fazendo perguntas.
Era a aporia.
Ele tinha um discurso aporético, inconclusivo, o que levava a pessoa a pensar.
A mãe dele era parteira, e ele falava que ele também era parteiro. Parteiro de
ideias: fazia nascer de dentro da cabeça das pessoas a ideia.
Aí a pessoa
realmente passa a ter um conhecimento da sua realidade e da realidade que o
envolve, e a pessoa passa a entender as coisas, passa a ter a capacidade de
reflexão.
E o homem - eu
digo o homem ser humano -, segundo David Hume, escocês que nasceu em 1711 e
morreu em 1776, falava que o eu, a consciência, é um feixe de percepções. Umas
vêm, ficam, e outras desaparecem. E o John Locke, também, outro britânico, que
para mim foi muito importante nessa área da reflexão, do pensamento, do
empirismo, ele nasceu lá atrás, em 1632 e morreu em 1704.
Eu faço questão
de falar as datas, porque passamos a entender que, mesmo lá no passado,
existiram pessoas que, talvez por falta de outra ocupação, pensavam muito além
do que poderiam e do que deveriam pensar. Na medida em que nós tivermos uma
nação esclarecida, um povo esclarecido, a nossa realidade será muito melhor.
A minha esposa,
Maria Clara - eu não enxergo, fiquei cego há trinta e tantos anos -, me falou
até de uns estudantes aí, acompanhados por professores. Então, fiz questão de
vir aqui e falar para vocês: busquem realmente esse crescimento, e vocês vão
ver a realidade de outra forma. Aquilo que o sociólogo americano falou: não
podemos criticar as pessoas, devemos levar luz a essas pessoas.
Existe um
pensamento, Sr. Presidente - já estou terminando também -, é um teorema.
Thomas, se chama, teorema Thomas, de William Isaac Thomas, um sociólogo
americano.
Ele falou que
aquilo que as pessoas entendem como real, reais serão as suas consequências e a
sua forma de consciência, ou subconsciente. Freud, fantástico. Freud é de 1856 e
Jung, de 1875.
Eles falavam do
subconsciente e do inconsciente, que é mais importante que o consciente. O
inconsciente vai acumulando as informações. E essas informações formam a nossa
capacidade de entendimento e reflexão.
Então eu quero
parabenizá-los, estudantes. Vocês representam esperança. Professores,
acreditem: na medida que um país se desenvolve, ele se desenvolve porque
valoriza a Educação, e valoriza os profissionais desse setor. Então, para
vocês, a minha homenagem e o meu respeito.
Só isso,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr.
Deputado. Próximo deputado é a deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem
o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, até essa questão das câmeras é
interessante. Porque, na visita de hoje de manhã, os guardas civis que me
receberam disseram que houve um caso que teve uma troca de tiros entre um
policial militar e uma pessoa que estava praticando um crime.
Esse policial
militar foi acusado na imprensa, e até formalmente, num primeiro momento, de
ter matado um cidadão desarmado. E, por força deles terem um sistema de
câmeras, não de câmeras na pessoa mas - olha que interessante - câmeras nas
ruas, a guarda tem todo o sistema de monitoramento das ruas.
A imagem da
situação, que foi captada de maneira global, e não circunscrita, evidenciou que
quem pegou a arma primeiro, quem disparou primeiro, contra o policial, foi a
pessoa que foi alvejada e morta. Então o policial militar foi absolvido. Não
teve nenhum tipo de questão em torno dele, graças à imagem de uma câmera
ambiente.
Então, o que a
gente tem que discutir, até tecnicamente, é até que ponto uma câmera
posicionada no corpo do indivíduo consegue dar dimensão da realidade dos fatos.
Isso é uma questão técnica importante. Até que ponto uma câmera que é voltada
no corpo de alguém consegue dar visão tridimensional? Porque a Criminalística,
hoje em dia, é, no mínimo, tridimensional.
Então uma
pessoa foi absolvida, com justiça, porque havia uma câmera que foi posicionada
de forma que pegou a totalidade da cena do fato. Não vou falar de “cena do
crime” porque, no caso, não era um crime. Tanto é que houve a absolvição. Mas
esse é um tema para discussão, e acredito que nós enfrentaremos por muito
tempo.
Eu queria fazer
um comentário aqui. Obviamente que, quando a gente está dando uma entrevista,
se emociona, e faz um comentário de memória, eu compreendo. E, muitas vezes,
também o jornalista pega uma frase que a gente fala, põe num contexto que não
foi bem o que nós gostaríamos.
Então não vou
brigar com colega nenhum. Mas estou intrigada porque têm havido algumas
entrevistas, de colegas, dizendo que eu teria ficado em cima do muro no caso do
processo do deputado Cury.
O deputado Cury
já recebeu a sua punição, a punição que a Casa aplicou, cumpriu. Então não acho
que nós tenhamos que ficar olhando para o passado. Mas eu preciso resgatar a
verdade no que concerne à minha participação. Primeiro eu queria deixar muito
claro que eu venho da área jurídica. E eu preciso, muito embora eu esteja na
política, olhar as situações de forma jurídica, e com técnica.
Eu não vejo
lógica de ficar, vamos dizer, relativamente a um caso que vou julgar, ficar dando
entrevistas, e fazendo altas publicações, e querer holofotes, flashes, “likes”
e seguidores.
Então, tanto no
caso do deputado Cury, como no caso do deputado Arthur, como em eventuais
outros casos que venham a surgir, eu vou analisar a situação. Vou ouvir quem
representou. Vou ler as peças. Vou ouvir a defesa. E vou manifestar no
plenário. Se eu fosse membro do Conselho de Ética, também lá. Mas não sou. Como
foi que eu me manifestei no plenário quando do julgamento do caso do deputado
Cury? Eu pedi a cassação.
Ouso dizer que
fui a única que fez o pedido de cassação. Muitos até fizeram uso da palavra
dizendo que aqueles 100 e poucos dias que, num primeiro momento, foram
aplicados, seria pouco; precisaria ser mais. Mas a verdade é que pedir mesmo a
cassação, fui somente eu que pedi.
Se acertei, se
errei, não é isso que estou discutindo. Mas foi a minha manifestação formal no
processo. Então, não procede, não compactua com a verdade quem está por aí
querendo “like”, querendo seguidores, querendo lacração, querendo fazer bonito
com o público feminino dizendo que eu fiquei em cima do muro. “A Janaina, no
caso do Arthur, está em cima do muro”. Eu sou autora de uma das representações,
ouso dizer, mais técnicas.
Agora, existe
um sigilo, existem critérios. Eu não peguei a minha representação, coloquei nas
minhas redes sociais e fiquei pedindo holofote com isso. Muitos dos
parlamentares que se manifestaram no plenário - se alguém vier aqui me
desafiar, eu vou resgatar as falas - disseram assim: “não, porque não poderia
ter tido acordo, mas já que teve...”. Entendeu? Eu não fiz parte do acordo, só
descobri o tal acordo depois. Me manifestei conforme a minha consciência,
pedindo a cassação.
E agora pessoas
que fizeram acordo, que não desafiaram o tal acordo, querem dizer que são
defensoras das mulheres e eu não. Então, a verdade é esta: se eu tenho um
estilo diferente, se eu não fico jogando para a torcida...
Aliás, muita
gente falava para fora que queria cassação, e aqui dentro fez acordo. É um
direito? É. Tem ilicitude? Não. Mas é teatro com o público, é teatro com os
seguidores, é teatro com os eleitores. E isso eu não faço. Seja qual for o caso
que cair aqui, eu vou analisar, vou me manifestar aqui, nas redes e na imprensa
da mesma fora.
E uma Casa
Legislativa é mais política quando ela está exercendo o papel legislativo;
quando está exercendo o papel de tribunal, tem que prevalecer o jurídico. Eu
procuro acompanhar o processo de maneira minimamente distanciada, para dar um
voto justo, ou pelo menos buscar que seja justo. Eu não tenho culpa se tem
gente que joga para a torcida - e ponto.
Obrigada, Sr.
Presidente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem,
deputada.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Havendo acordo de
lideranças, após a manifestação do Exmo. Sr. Deputado Conte, eu já solicito a
V. Exa. o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra.
Deputada. É regimental. Antes de darmos por levantada a sessão, eu pedirei a
palavra do deputado Conte Lopes, que tem o tempo de dois minutos. Mas fique à
vontade.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Eu agradeço, nobre presidente Coronel Telhada. Tive que voltar aqui a esta
tribuna, inclusive pelas colocações de V. Exa., presidindo os trabalhos. Vossa
Excelência coloca o trabalho de um policial com uma câmera.
Nós não somos
contra câmera, não somos contra a tecnologia. Nós somos contra você colocar uma
câmera que é justamente para o policial parar de trabalhar. É somente isso.
Colocaram no
peito dos policiais da Rota, do Baep, da Força Tática, para o cara não fazer
nada, é isso aí. Para ele não enfrentar o bandido. Como dizia o Machado ali,
cobrando de mim que teve um irmão morto por bandido num latrocínio. Prenderam
quem matou o seu irmão, Machado? Não, ninguém prende ninguém. É mais ou menos
por aí. O povo está sofrendo nas mãos dos bandidos.
Não posso
aceitar, também, que o Lula, ex-presidente da República, presidente e reeleito
presidente, vá a público e faça a seguinte expressão: “A polícia não pode bater
e não pode matar o menor só porque ele rouba um celular”.
Põe, Machado, o
menor de novo matando o outro, matando crianças, como se mata todos os dias.
Não é um caso, não, hein? Qualquer um de nós pode ser vítima e vai chorar
depois. Olha direitinho quem representa vocês, para vocês não chorarem depois.
Põe o garoto morto mais uma vez, seis tiros no peito.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Olha lá. É que
não pode, não sei porque não pode pôr matando. Eu não sei. Proíbem de pôr a
imagem de um cara matando o outro. É a imprensa brasileira. Olha lá. Está com a
namorada, o bandido chega para assaltar, ele ajoelha, pede pelo amor de Deus,
que ele não tem nada, mas aí ele vai em cima da menina e mata o menino.
Esse é um PM
sendo morto. Esse é um PM que estava com a namorada e foi morto. Está gravado,
bonitinho. Está aí, pedindo para não morrer e não adianta, né, gente?
Vocês são
católicos, evangélicos, protestantes, espíritas, não adianta pedir arrego para
bandido, que morre. Não adianta. Pode ajoelhar e pedir, vai morrer mesmo.
Então, a gente não pode aceitar que venha um presidente da República falar uma
besteira dessa aí, que menor mata para brincar, para tomar uma cervejinha,
matando do jeito que eles matam.
Quando a grande
jurista Janaina Paschoal, pré-candidata a senadora, coloca, é realmente isso. É
a imagem que a gente fala, que colocaram só para ferrar o policial, não
colocaram no geral.
O que pega a
câmera? Eu sou um policial de Rota, como o Telhada é e outros policiais são.
Estou entrando em um matagal para procurar bandido, certo? O cara está aqui,
como está este policial, com a arma na mão.
Eu “pum” nele.
E aí? A minha câmera só pega o meu tiro mas não pega ele apontando a arma para
mim. Ele não morreu, ele saiu correndo e perdeu a arma no caminho, alguém levou
a arma dele. E aí como é que fica? O meu tiro está lá. O dele em mim, a ameaça
contra mim, não está.
Quer dizer, é
só para me ferrar mesmo, caso contrário não precisa dessa câmera, porque vou
falar para o juiz que o cara atirou em mim e tudo bem. Vai valer a minha
palavra ou então ele vai ter que condenar contra a minha palavra.
Agora, eu estou
atirando e não está pegando o bandido atirando em mim, como é que eu escapo?
Coronel Telhada, pode se apresentar ao Romão Gomes e ficar preso lá. Não tem
saída. É contra isso que estamos falando.
Não é problema
de esquerda, de direita, de centro. O próprio Márcio França, que é candidato, também
está falando que tira as câmeras. E vou mais: vá aos Estados Unidos e veja como
é que funciona isso.
Não sei, são 24
horas com uma câmera ligada. As moças policiais militares, quando vão ao
banheiro, como elas fazem? Fica filmando? Fica filmando. Então, está o
comandante olhando ela fazendo xixi lá? São 24 horas ligada, é igual Big
Brother. Não pode falar um palavrão, não pode falar nada.
E vou repetir,
Coronel Telhada: grandes ocorrências que V. Exa. pegou e a polícia pega - todo
mundo aqui é policial - são de pessoas que nos procuram. Agora, eu pergunto:
qual é a diretora de escola que vai pegar o PM que vai fazer uma ronda escolar
e vai falar: “Olha, Sr. Policial, o João está traficando droga, está vendendo
cocaína para as crianças”. Ela vai falar isso sendo filmada?
Só para
terminar, Coronel Telhada: quem vai parar uma viatura na rua e falar que tem um
cativeiro em uma favela, como a gente já recebeu várias informações? Quem é que
vai falar? Para depois o advogado do bandido falar: “Apresenta a prova de quem
falou isso”. E apresenta. O juiz vai lá e tem que apresentar.
A partir daí,
parece que houve um acordo do Doria com o crime, e colocou as câmeras. O
Rodrigo Garcia, que é do PSDB do Doria, continua com o mesmo acordo.
E nós temos a
obrigação de cobrar, porque quem está morrendo é o povo, quem está perdendo a
vida é o povo, quem está sendo sequestrado é o povo. Pai de família, mãe de
família, criança. Os bandidos estão com a arma na mão e dominando todo mundo.
Não podemos aceitar isso.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputado Conte Lopes. Uma coisa que o deputado falou que é importante e que
fique gravada: nós não somos contra as câmeras.
Nós somos contra a maneira como essas
câmeras estão sendo usadas: ligadas 24 horas, e contra o policial militar. Nós
somos frontalmente contra isso. O governo tome vergonha na cara, e deixe a
Polícia trabalhar.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia. Obrigado a todos.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 10
minutos.
*
* *