16 DE MAIO DE 2022
38ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a
realizar-se amanhã, às 16h30min; e uma segunda sessão extraordinária, a
realizar-se dez minutos após o término da primeira.
3 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
9 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - JANAINA PASCHOAL
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Defere o pedido. Registra recebimento de carta dos sindicatos
dos jornalistas e radialistas, a respeito de possíveis atrasos nos pagamentos
dos funcionários da Rede Alesp. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 17/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
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* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
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- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Abrindo a lista de oradores inscritos
no Pequeno Expediente, com a palavra, o nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra, a
deputada Leci Brandão. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Castello
Branco. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra, o deputado
Sargento Neri. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Com a
palavra, o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Com a palavra, o deputado
Adalberto Freitas. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Janaina Paschoal.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
quero fazer aqui duas convocações. Nos termos do Art. 100, Inciso I, do
Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a
realizar-se amanhã, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da
sessão ordinária, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no parágrafo 3º
do Art. 100 do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte
Ordem do Dia:
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-
NR - A Ordem do Dia para a 12a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 18/05/2022.
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E mais uma outra sessão. Nos termos do
Art. 100, também Inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
segunda sessão extraordinária a realizar-se amanhã, dez minutos após o término
da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte
Ordem do Dia:
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-
NR - A Ordem do Dia para a 13a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 18/05/2022.
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Com a palavra, a nobre deputada Janaina
Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Cumprimento V. Exa. e todas as
pessoas que nos acompanham. Na verdade, vou me manifestar duas vezes na
tribuna: uma para tratar de assuntos mais ligados à Casa, outra para tratar do
cenário político nacional.
No que concerne
aos assuntos que são mais ligados à Casa, eu quero parabenizar a Câmara de
Vereadores de Irapuã, na pessoa do seu presidente, vereador Mauricio Palhari
Sanches Oliveira, e também a prefeita da cidade, por terem aprovado, e hoje é
lei.
Aprovaram o
projeto Escolhi Esperar. Hoje é a Lei Municipal nº 2.023, de 2022. Esse
projeto, que vem sendo replicado em várias câmaras municipais, no estado de São
Paulo e até no País, ele também tramita aqui na Casa.
É um projeto de
autoria da deputada Leticia Aguiar, um projeto que eu apoio. Porque ele
conscientiza os adolescentes, os jovens, sobre os riscos de uma atividade
sexual precoce. Ou seja, de iniciar uma vida sexual precocemente. E os
benefícios de retardar o início dessa vida sexual.
Não é um projeto
de cunho religioso. Não é um projeto que pregue, por exemplo, casar virgem, que
pregue abstinência antes do casamento. Não é isso. É apenas um projeto de
responsabilidade, em termos de saúde e social, que mostra aos jovens que, para
iniciar a vida sexual, tem que ter maturidade.
Porque a vida
sexual traz consequências. Não é só a gravidez, é o envolvimento emocional e
psicológico também. É a possibilidade de contrair doenças sexualmente
transmissíveis, doenças venéreas, HIV.
Então é um tema
muito importante. Eu cumprimento a colega Leticia Aguiar por ter apresentado o projeto na Casa, e
todos os vereadores que replicaram na Câmara Municipal de Irapuã, porque
transformou esse projeto em lei.
Muitas são as
demandas que chegam no gabinete. Em algumas delas, depois de fazer uma breve
apuração, eu apresento requerimentos de informação. Apresentar requerimentos de
informação é uma prerrogativa do deputado estadual.
Com relação a
aquelas autoridades para as quais nós podemos apresentar o requerimento de informações,
eu uso esse caminho. Para aquelas que nós não temos essa prerrogativa, eu envio
oficio. Hoje eu tive acesso à resposta de dois requerimentos. São muitos.
Mas eu quero
destacar a resposta referente ao requerimento de informações que elaboramos, relativamente
ao Hospital Pérola Byington, que vai sair da avenida Brigadeiro Luís Antônio e
vai passar a funcionar na região da Cracolândia.
Muitos
profissionais de Saúde, pacientes que se tratam no Pérola Byington, moradores
das duas áreas, escreveram com várias preocupações. Seja no que concerne à
segurança dos pacientes e funcionários, nas redondezas do novo endereço do
hospital, ao chegarem em meios de transporte, seja no que concerne à garantia
de emprego aos profissionais que hoje trabalham no Pérola Byington da
Brigadeiro.
Em alguns
momentos, a resposta foi evasiva, dizendo que somente a pasta competente, no
caso, a Segurança Pública, poderia falar se vai cuidar da segurança de
pacientes e profissionais de Saúde.
Mas houve uma
resposta que foi bem objetiva, o que é tanto quanto raro. A resposta ao meu
requerimento de informações foi no sentido de que todos os profissionais de
Saúde, que hoje trabalham no Pérola Byington da Brigadeiro, serão mantidos no
novo Pérola Byington, desde que queiram. Todos estão sendo convidados a
permanecer. Isso veio em resposta a um requerimento de informações que já está
no meu site. Agora eu vou publicar nas minhas redes.
Então é
importante que os funcionários tenham essa segurança. Porque muitos me
escreveram muito nervosos, temerosos. Porque tem uma licitação em andamento,
porque vão contratar uma OS.
Mas veio uma
resposta oficial do governo dizendo que eles vão ficar. Esse documento está
sendo disponibilizado e foi publicado no Diário Oficial também. Digo isso para que
os senhores possam cobrar. Cobrarei, mas é bom os senhores terem acesso a esse
documento.
Também fiz um
requerimento de informações ao Itesp. Fiz ao Incra, na forma de ofício, e ao
Itesp, para saber quando eles vão regulamentar a lei, que foi aprovada nesta
Casa, para a concessão dos títulos de domínio das pessoas que são assentadas.
Eu tinha
entrado em contato no Itesp, disseram que estavam aguardando uma
regulamentação. Essa regulamentação ainda não saiu. A resposta foi dada, o
Itesp foi muito atencioso, passou todo o trâmite que vai ter que ser seguido em
termos de regularização dos lotes, de procedimentos frente aos ofícios, aos
cartórios. Mas não consegui entender quando vai sair essa regulamentação.
E nós debatemos
muito esta lei aqui na Casa. Houve colegas concordando, colegas discordando,
mas é lei; e os assentados têm direito a rapidamente ter acesso ao seu título
de domínio.
Porque senão é
propaganda enganosa. Então, fica aqui também a resposta a esse requerimento. Já
está no meu site; vou colocar nas minhas redes. Tem lá todo um trâmite que vai
precisar ser seguido, mas fica aqui o meu pleito de que venha a necessária
regulamentação. E eu volto para tratar dos outros assuntos.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa. para presidir esta sessão. Continuo aqui a lista de oradores
inscritos. Com a palavra, o Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar.
(Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.)
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Janaina
Paschoal.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Assumindo
honrosamente a Presidência dos nossos trabalhos, chamo à tribuna o nobre
deputado Carlos Giannazi, que terá o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente,
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, amanhã, às 13
horas e 30 minutos, haverá a reunião da Comissão de Finanças da Assembleia
Legislativa. E o principal - o principal mesmo - e primeiro item da pauta é
justamente a Emenda no 01 ao PDL 22, de 2020, que eu apresentei para
revogar, anular o confisco das aposentadorias e pensões.
Já há quase
dois meses ou mais que não há reunião da Comissão de Finanças, porque não está
dando quórum ou porque elas não foram chamadas, ou porque o projeto, a emenda
tinha saído da pauta.
Mas agora eu
espero que amanhã, terça-feira, um dia normal de sessão, haja a reunião, haja
quórum; que os deputados que foram eleitos para essa comissão, de 11 membros,
estejam presentes na reunião. Infelizmente, é online porque nós sempre
defendemos que elas fossem presenciais.
E os deputados
e deputadas não terão desculpa para não estarem presentes nessa reunião e
deliberarem sobre a pauta, que é extensa, está se acumulando porque uma
comissão que está há mais de dois meses sem se reunir só acumula projetos para
serem debatidos e deliberados.
Então, é muito
importante a presença dos deputados amanhã, às 14 horas e 30 minutos. O
deputado pode entrar do carro, do escritório, da casa dele, daqui da
Assembleia, do seu gabinete, até mesmo da rua.
De qualquer
lugar, ele entra no aplicativo e participa ali, mesmo que minimamente, da
reunião da Comissão de Finanças. Fica aqui o nosso apelo, em nome de mais de
500.000 aposentados e pensionistas do estado de São Paulo, para que haja quórum
amanhã e a emenda seja aprovada e que o projeto possa ficar liberado, de fato,
para voltar ao plenário e ser votado.
Quero ainda,
Sra. Presidente, dizer que nós estamos acompanhando já há um bom tempo a
implantação autoritária do Programa de Ensino Integral, conhecido como PEI, na
rede estadual de ensino.
Esse programa
tem sido implantado com várias manobras; muitas escolas são forçadas a aderir
ao projeto, mesmo não querendo. As informações são negadas para a comunidade
escolar. Tem muita manobra, muita parcialidade nas informações que são dadas à
comunidade escolar.
Isso vem
acontecendo em várias regiões do Estado, porque esse projeto PEI é um projeto
que vem de cima para baixo, é um projeto altamente excludente, porque ele
exclui os alunos, exclui mais da metade da comunidade escolar da escola que
vira PEI, e é um projeto extremamente eleitoreiro.
Já aqui eu
falei exaustivamente sobre isso. Já organizamos lives, audiências públicas e
debates na Assembleia Legislativa sobre o tema, mas o governo continua
insistindo nessa implantação autoritária em várias escolas.
Quase que
diariamente nós recebemos informações e denúncias de escolas que estão sendo
forçadas, de diretoras e diretores que manobram as reuniões do conselho de
escola, ou que não deixam que haja o contato entre professores e pais, para que
haja um debate amplo, e que os pais tenham conhecimento do verdadeiro teor
desse programa PEI.
Acompanhei agora,
recentemente, a comunidade escolar da Escola Estadual Alexandre de Gusmão, que
fica aqui na região do Ipiranga, que passa pelo mesmo processo. Há várias denúncias
de manipulação, de autoritarismo, de impedimento de que a comunidade escolar
possa fazer um debate amplo e unificado. Há uma separação, uma fragmentação.
Primeiro, a
direção da escola faz um debate com os pais, depois com os alunos, depois com
os professores, evitando que haja, de fato, um debate democrático, e que a
gestão democrática da escola pública seja respeitada.
Até mesmo sobre
os membros do conselho de escola nós tivemos reclamações, porque a constituição,
na verdade, desse conselho, foi feita de uma forma extremamente duvidosa,
segundo a comunidade escolar.
Então, fica
aqui também a nossa denúncia e a nossa exigência para que a Secretaria Estadual
de Educação tome providências contra essa implantação autoritária. Nós não
somos contra a escola integral, de tempo integral.
Somos a favor,
mas não desse modelo eleitoreiro, que vai servir como uma vitrine para as
eleições do Doria, do Rodrigo Garcia e do ex-secretário Rossieli, que anunciaram
que até o final do ano o estado de São Paulo terá três mil escolas PEI.
Então, esse
projeto não passa de um projeto eleitoreiro, autoritário, na forma de
implantação, e excludente. Espero que a Diretoria de Ensino e a Seduc apurem as
graves denúncias de autoritarismo, de manobra, e de imposição da escola PEI nessa
Escola Escola Estadual Alexandre de Gusmão, aqui da região do Ipiranga.
São várias
denúncias, de professores, de alunos e de pais, dizendo que o processo lá não
está sendo nada democrático. Há perseguição, há assédio, há constrangimento,
sobretudo em cima dos professores e dos funcionários.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado, e eu queria... Muito embora tenhamos visões de mundo
diversas, eu queria acrescentar à fala de V. Exa. as muitas reclamações que eu
venho recebendo de falta de professores nessas escolas. Então, queremos escolas
integrais? Sim, mas com estrutura, com corpo docente para poder efetivamente
atender nossos alunos.
Eu sigo aqui com a lista dos oradores
inscritos chamando à tribuna o nobre deputado Caio França. (Pausa.) Deputada
Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputada
Marta Costa. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.
(Pausa.)
Encerro a lista oficial de oradores
inscritos no Pequeno Expediente e imediatamente abro a lista suplementar
chamando à tribuna o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.
(Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) E, mais uma vez, deputado
Carlos Giannazi que terá o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, de volta à tribuna no dia de
hoje. Nós estamos organizando um movimento aqui em São
Paulo, para que haja
o pagamento do Piso Nacional Salarial, que haja o respeito à Lei de 11.738, de 2008,
que determina que todos os municípios paguem o piso nacional salarial.
E, caso eles
não tenham os recursos, o MEC é obrigado a suplementar esses recursos. A
própria lei determina isso, então nós estamos monitorando, acompanhando em todo
o estado de São Paulo os municípios que não estão pagando, os municípios que
estão pagando.
Já denunciamos
inclusive o governo estadual, que paga de uma forma irregular, utilizando um
abono complementar, que é proibido por lei. Já acionamos, inclusive, o
Ministério Público em relação a esse fato.
Aí eu me reuni
no sábado, no último sábado agora, com o magistério municipal da cidade de
Carapicuíba, aqui da grande São Paulo. Lá também o prefeito não está pagando o
piso nacional salarial, o prefeito Marcos Neves, que foi inclusive deputado
estadual aqui na Assembleia Legislativa, tivemos uma legislatura com ele.
Ele não está
pagando o piso nacional salarial e, segundo informações do próprio Magistério,
ele disse que existia uma portaria que o livrava do pagamento, o isentava do
pagamento do piso nacional salarial.
Quero dizer que
isso não procede, não há portaria, não há nenhum tipo de liberação para o
pagamento do piso nacional salarial para os prefeitos de todo o Brasil e para
os governadores.
É uma lei
federal, aprovada no Congresso Nacional, sancionada pelo presidente da época,
que era o Lula, em 2008, e depois confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Na
época, eu me lembro, acompanhei de perto esse debate, cinco estados entraram
com uma Adin para revogar, para não cumprir a legislação, e o Supremo julgou,
confirmou tanto o valor do piso como também a jornada do piso, que tem que
representar um terço fora, que é o trabalho que o professor faz fora da sala de
aula. Ele tem que ser remunerado por isso. No entanto, Carapicuíba não está
pagando.
Mas o que mais
me chamou a atenção na reunião com o magistério municipal, com as professoras
de educação infantil e do ensino fundamental, e com os professores também, foi
uma espécie de autoritarismo que existe ali. Os professores não conseguem ter o
espaço para fazer as suas reuniões, são ameaçados, assediados, não conseguiram
nem utilizar a Câmara Municipal de Carapicuíba.
Nós fizemos a
reunião aqui em São Paulo e me foi informado também que uma associação que está
sendo constituída pelo magistério municipal foi impedida, não conseguiu um
único espaço na cidade, teve que fazer uma reunião para sua constituição na
cidade de Cotia, uma cidade ao lado. Isso é um absurdo total.
Então nós
queremos, aqui, exigir que a prefeitura de Carapicuíba cumpra o piso nacional
salarial. Se o prefeito não tem os recursos ele tem que cobrar do presidente
Bolsonaro, do Ministério da Educação, do ministro da Educação.
Tem muito
dinheiro lá no MEC, tanto é que lá tem muita roubalheira, corrupção, as
denúncias estão todas aí, tem corrupção com lingotes de ouro, com bíblias, com
propinas de 15, 20 mil reais. Todo mundo acompanhou o que aconteceu e o que
está acontecendo no Ministério da Educação, então dinheiro é o que não falta lá
no Ministério da Educação.
Então o
prefeito, em vez de permitir que haja perseguição ao magistério municipal, ele
tem que mobilizar a sua procuradoria, os seus advogados e a Câmara Municipal
também, para pressionar lá em cima, o MEC, o ministro, para que ele dê os
recursos para o pagamento do piso nacional salarial, e não perseguir, tentar
impedir a mobilização e a organização do magistério municipal.
Então aqui todo
o nosso apoio ao magistério municipal, às professoras e professores da educação
infantil, do ensino fundamental, e o nosso repúdio a esse comportamento de não
pagar o piso e ainda permitir que haja perseguição, ameaças às pessoas que
estão fazendo a mobilização, que não têm o direito nem de se organizar na sua
própria cidade, tiveram que fazer reuniões em outras cidades, em Cotia e aqui
na Capital.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos. Peço a V. Exa. por favor que assuma a Presidência dos trabalhos.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, na lista
suplementar, com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a palavra, a
deputada Janaina Paschoal, que fará uso da tribuna pelo tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Eu já esclareci pelas minhas
redes, esclareci agora em uma entrevista que acabei de dar para o UOL, porque o
UOL teve o cuidado...
Já vão começar
a me xingar só de falar o nome do UOL, mas o UOL teve o cuidado de entrar em
contato comigo para confirmar, então quero fazer aqui um esclarecimento. Eu não
consigo ver boa-fé no que fizeram, mas vamos partir do pressuposto de que houve
boa-fé.
Eu fiz uma
postagem neste fim de semana falando da necessidade de montarmos uma
resistência no Senado Federal na hipótese de o ex-presidente Lula ser eleito
presidente da República. No contexto, eu estava falando que era necessário
eleger candidatos efetivamente defensores das pautas que eu e as pessoas que
comungam do mesmo pensamento que eu defendemos: a vida, ou seja, não permitir a
legalização do aborto; a infância, ou seja, trabalhar para que haja...
Vamos dizer
assim: não é um atraso, mas para que seja postergado o início da vida sexual,
que a educação sexual não tenha um viés tão aberto como muitos defendem que
ocorra já no início da vida educacional. Tenho um posicionamento contrário à
legalização de drogas.
Então, eu penso
que precisamos montar essa resistência elegendo parlamentares que, na hipótese
da vitória do ex-presidente Lula, poderão fazer uma oposição com consistência.
Eu não consigo
entender como, mas um site muito alinhado com o PT... Inclusive, quando fiz
parte da CPI das Fake News, nós oficiamos e vieram documentos oficiais
mostrando que esse site recebeu muito dinheiro dos governos petistas, mas eles
entrevistaram um professor de direito que me acusou de estar, vamos dizer
assim, sugerindo, instigando as pessoas a não permitirem que o ex-presidente,
se eleito, tomasse posse.
Então, eu quero
aqui, muito embora eu não veja boa-fé nessa interpretação, eu quero aqui, uma
vez mais, explicar que o que eu sugeri e sugiro a todos aqueles que têm
alinhamento com as pautas direitistas é que procurem candidatos - hoje são
todos pré-candidatos, mas daqui a alguns meses serão candidatos -, tanto à
Câmara como ao Senado Federal, que efetivamente compartilhem desses
entendimentos.
Por que estou
dizendo isso? E digo com muito respeito, porque não apanho só da esquerda,
apanho também da direita. Porque, infelizmente, eu estou sentindo um movimento
de que, em todos os estados da federação, essa direita mais alinhada com o
presidente Bolsonaro vai votar em quem ele indicar para ser votado.
Pelas
composições partidárias que o presidente ou quis ou foi obrigado a fazer - não
vou entrar no mérito - em muitos estados da federação, ele está apoiando
pessoas que não têm nenhum alinhamento com as nossas pautas.
Eu vou dar um
exemplo para que não fique parecendo bairrismo: na Paraíba, existe um
pré-candidato que foi secretário do governo dele, Dr. Sérgio Queiroz, que é um
homem inquestionavelmente conservador - professor de Direito, doutor em Direito
-, que não só não contará com o apoio do presidente, mas terá que enfrentar um
jovem apoiado pelo presidente.
Jovem este ligado
ao PL, filho de um deputado federal, que fez uma festa quando o ex-presidente
Lula foi colocado em liberdade, gritando “Lula livre”. Então o que eu estou
tentando fazer é demonstrar para a população que a população está muito iludida
com essa história de seguir cegamente o presidente Jair Bolsonaro.
Desde que eu
comecei a destacar esses posicionamentos, eu venho recebendo emails dizendo o
seguinte: “Janaina, não é assim que se faz política”. Vossa Excelência me
permite?
Posso me
inscrever uma vez mais? “Janaina, não é assim que se faz política. Você precisa
enaltecer os bons feitos do governo, dizer que o outro lado não tem chance.
Como assim você está dizendo que o outro lado tem chance? Você está fazendo contramarketing,
contrapropaganda”.
Desculpe, eu não
sou uma profissional do Marketing. Eu sou uma professora de Direito, uma
advogada afastada de suas funções para me dedicar aqui integralmente ao mandato,
mas sou uma analista de longa data do cenário político nacional, estudiosa da
História. Então eu não sou o tipo de pessoa que se engana e que engana.
O presidente Bolsonaro
é muito bem recebido onde vai. As pessoas gostam de fazer ali manifestações de
apoio a ele, homenagens; ele é uma pessoa popular. Eu não tenho dúvidas disso;
já o acompanhei em algumas oportunidades. Realmente isso é fato, não é
artificial; não são situações armadas. A população gosta dele porque ele tem
espontaneidade.
O presidente
Lula está com dificuldade de andar, não tem as mesmas manifestações? É verdade,
mas existe o voto disfarçado, existe o voto envergonhado, existe o voto não
declarado.
E o que se precisa
parar para refletir é o seguinte: nós estamos... Vejam bem, o presidente
governou por quatro anos, já vai finalizar o seu primeiro mandato. Todo mundo
que governa uma vez tem desgaste.
É raro o caso
de alguém que depois de um governo inteiro sai com a mesma popularidade, com o
mesmo apoio daquele que tinha quando entrou. O presidente Bolsonaro ganhou com
57 milhões de votos no segundo turno - é verdade - mas no primeiro turno ele
teve 49 milhões de votos; ele teve menos de 50 milhões.
Nós estávamos no
auge da Lava Jato; nós estávamos ainda saindo daquele movimento popular que fez
o impeachment - e eu fui uma das líderes no campo jurídico. Então ele tinha
sido vítima de um atentado ou de um crime comum, conforme se queira, mas ele
tinha sofrido uma facada. Então houve toda uma sensibilização - não é possível
negar.
Eu mesma
abracei a campanha dele e fiz mais campanha para ele do que para mim. Já estava
eleita no primeiro turno, estava na rua pedindo voto para ele. Então era um
momento e o opositor do presidente era o ex-prefeito Fernando Haddad, que não
quero ofender ninguém aqui, mas que não se reelegeu aqui na capital, que é o
ambiente dele.
Em 2022, depois
de pandemia, de guerra, com inflação... Não estou dizendo que seja culpa do
presidente; eu tenho até defendido o presidente de acusações injustas. Todo
mundo é testemunha, mas depois de todo esse desgaste, o presidente vai
enfrentar o Lula; não é o Haddad. “Janaina, as pesquisas são fraudadas, as
pesquisas são compradas, as pesquisas são...”.
Eu não vou
dizer nem que sim nem que não, mas são várias pesquisas, hein? “Janaina, o voto
impresso não passou”. Todo mundo sabe que eu sou favorável ao voto impresso, mas
as nossas eleições vêm acontecendo há quanto tempo por este sistema?
Todos nós que
estamos hoje em algum cargo fomos eleitos por esse sistema. Então o que eu
estou tentando fazer é chamar não os políticos, mas o povo, à realidade. Esse
embate de 2022 não será fácil. Nenhum dos lados pode cantar vitória. Aliás, só
se sabe quem ganhou quando termina a contagem do último voto, a apuração do
último voto.
Mas o que eu
quero que os senhores compreendam é o seguinte: estou aqui sendo presidida por
um deputado do PSOL que não vai me deixar mentir. Guilherme Boulos vai sair
candidato a deputado federal, independentemente de a pessoa gostar ou não.
Vocês têm ideia
do tanto de deputado que ele vai levar para dentro do Congresso? Já pararam
para pensar? Goste-se do PSOL ou não, goste-se de Boulos ou não, goste-se dos
deputados que ele vai puxar ou não: vocês têm dúvida de que vão defender a
legalização do aborto? Eles têm uma ação no Supremo com essa pauta.
Então o que eu
quero é que se coloque um pouquinho o pé no chão, se tenha um pouquinho de
humildade para entender que nós precisamos, sim, montar uma resistência, porque
toda a mentalidade que está norteando a atuação do presidente e seus apoiadores
é uma mentalidade de busca de pessoas subservientes ao presidente, contando que
ele será o presidente nos próximos quatro anos.
Temos que ter
em mente a necessidade de montar um Congresso Nacional para fazer a
resistência, nos termos da lei e da Constituição Federal, para a possibilidade
de ter como presidente da República o ex-presidente Lula.
Obrigada, Sr.
Presidente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, eu postulo o levantamento da presente sessão,
excelência.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputada Janaina Paschoal. Antes de dar por encerrada a sessão, quero
aqui registrar o recebimento, acho que todos os deputados receberam, de uma
carta assinada e um ofício assinado por dois sindicatos, o dos radialistas e
também o dos jornalistas, que dizem o seguinte: radialistas e jornalistas da TV
Alesp estão passando por grandes dificuldades nos últimos tempos.
Contratados pela Fundac, Fundação para
o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação, os trabalhadores e as
trabalhadoras vêm sofrendo com atrasos constantes no pagamento de salários e
demais benefícios, como vale-refeição e vale-transporte. Em maio, os
profissionais receberam salários apenas no último dia 11, quando deveriam ser
pagos no quinto dia útil de cada mês.
Diante dessa grave situação, o
Sindicato dos Jornalistas e o Sindicato dos Radialistas realizaram uma
discussão com a categoria, que aprovou o estado de greve. Caso novos atrasos de
salários venham a acontecer, uma nova assembleia será convocada para que os
trabalhadores discutam a paralisação das atividades na TV Assembleia.
O atraso nos salários seria uma questão
grave por si só, mas infelizmente a Fundac acumula outros problemas em sua
gestão. Nossos sindicatos constataram que os trabalhadores estão submetidos a desvios
de funções, acordos de bancos de horas que extrapolam a legislação vigente,
salários abaixo do piso e ausência de apoio do RH da empresa para tirar dúvidas
básicas de seus funcionários.
No caso dos radialistas, a categoria
está há cinco anos sem reajuste salarial, por conta de o sindicato não renovar
a convenção coletiva do trabalho com o sindicato patronal.
A Fundac se nega a fazer um acordo
coletivo individual, como várias empresas, incluindo fundações, já o fizeram.
Diante de tudo isso, nossas entidades se dirigem aos deputados da Assembleia
Legislativa de São Paulo para que os parlamentares prestem todo o apoio aos
trabalhadores da TV Alesp, além de cobrar soluções definitivas para todos os
problemas que a Fundac vem acumulando nos últimos anos.
Nesse sentido, também é necessário
reforçar que o próximo edital de contratação para a gestão da TV Alesp garanta
que os seus trabalhadores tenham salários dignos e direitos preservados, e que
a empresa gestora conte com condições mínimas para desenvolver o trabalho,
garantindo dignidade aos seus funcionários.
Quem assina aqui é o Sérgio Ipoldo,
coordenador do Sindicato dos Radialistas, e o Thiago Tanji, presidente do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.
Todo
nosso apoio aos radialistas, aos jornalistas e aos funcionários que trabalham
na TV Alesp.
Então
essa Presidência adita à Ordem do Dia o Projeto de lei 148, de 2022, e o
Projeto de lei Complementar nº 14, de 2022.
Havendo
acordo de lideranças, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V.Exas.
para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está
levantada a sessão.
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Levanta-se a sessão às 14 horas e 50 minutos.
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