23 DE MAIO DE 2022

42ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CARLOS GIANNAZI, GIL DINIZ, MAJOR MECCA e JANAINA PASCHOAL

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se amanhã, às 16h30min; e uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se dez minutos após o término da primeira.

 

4 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

5 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

 

6 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

7 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

8 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

9 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

 

10 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

12 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

 

13 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

GRANDE EXPEDIENTE

14 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

15 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

 

16 - JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência.

 

17 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

18 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

19 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Endossa o pronunciamento do deputado Gil Diniz. Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 24/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Com a palavra a deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Castello Branco. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Carlos Giannazi, boa tarde, deputado Coronel Telhada, deputados presentes no Pequeno Expediente, boa tarde, nossos assessores, nossos policiais militares e civis, público que nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, venho a esta tribuna hoje falar um pouco, deputado Coronel Telhada, sobre a nossa política local, regional e nacional. As grandes movimentações, ou incipientes movimentações que nós estamos vendo do final de semana para cá, PP - Coronel Telhada faz parte do Partido Progressista - abandona Rodrigo Garcia, como já era esperado.

Acredito que até o final do início da campanha, deputado Carlos Giannazi, Rodrigo Garcia ficará isolado dentro do PSDB, assim como seu padrinho político no ninho tucano ficou isolado também e hoje anunciou o que todos nós já sabíamos: a desistência de uma candidatura à Presidência da República.

João Doria, que sofre agora um golpe dentro do PSDB, o mesmo golpe, Giannazi, que deu, em 2016, no Andrea Matarazzo aqui na cidade de São Paulo; que tentou dar em Alckmin, tentando a candidatura à Presidência em 2018, e implodiu o ninho tucano da parte de dentro.

Vi seu anúncio e, olha, quase que eu fiquei comovido, Coronel Telhada. Quase que eu fiquei comovido com aquelas palmas de pelegos ao final ali do discurso, do pronunciamento, de João Doria.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Isso aqui, esse primeiro vídeo, é de 13 dias, ele postou na rede social dia dez de maio, ele falando, Coronel Telhada, do início da sua pré-candidatura. E agora o vídeo de hoje.

 

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- É exibido vídeo.

 

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Um minuto de palmas agora. Olha a galera efusiva. Não dá para ver no vídeo, mas o Vinholi está ali, ao nosso lado esquerdo aqui, ao lado direito do João Doria. Marco Vinholi, olha que situação.

A esposa vai lá abraçá-lo, e os pelegos continuam lá a aplaudi-lo. Eu não sei o quê. O Bruno Araújo, olha o sorriso na cara do Bruno Araújo, feliz, contente, Telhada. Articulou a derrubada do João Doria, e agora vão tentar... Pode tirar. A flautinha aí foi uma homenagem ao João Doria.

A Globo está perdendo um ator, hein. Está perdendo um ator. Chorou sem derramar uma lágrima. É o que ele fez com o povo de São Paulo nesse período: massacrou o nosso povo, arrancou o coro da nossa população, aumentou impostos, acabou com a Educação, com as nossas forças de Segurança Pública, e agora nós temos o Rodrigo Garcia. Deve ser um alívio para o Garcia o Doria ter desistido, e um alívio também para os candidatos do PSDB nessa eleição.

Mas nós precisamos todos os dias falar: Rodrigo Garcia, Rodrigo Doria, como o deputado Carlos Giannazi o alcunhou aqui nesta tribuna, é o candidato do PSDB, é o apadrinhado de João Doria. E mesmo com essa desistência desse ator João Doria, nós não podemos esquecer isso e deixar que o Rodrigo Garcia descole aí da imagem de João Doria.

E hoje é interessante, Coronel Telhada. Hoje, para São Paulo, é uma data emblemática, 23 de maio. Vinte e três de maio de 1932 é a data que o MMDC, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram assassinados aqui na cidade de São Paulo e foi o estopim para a Revolução de 32.

São Paulo, mais uma vez, faz história, nós temos agora um rumo a tomar nesse ano, se Deus quiser o rumo certo. Nós temos um candidato ao governo do estado de São Paulo, nosso pré-candidato ministro Tarcísio de Freitas. Estarei com ele, hoje à noite, em Sorocaba.

Está sendo uma opção viável a essa política baixa, mesquinha que foi a política da Social Democracia no estado de São Paulo, que João Doria agora joga uma última pá de cal e agora, nas eleições nacionais, nós veremos aí a Social Democracia ser extinta do estado de São Paulo, quiçá da política nacional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, antes de chamar o deputado Coronel Telhada, gostaria aqui de fazer uma convocação: nos termos do Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se amanhã, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da sessão ordinária, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º do Art. 100 do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 14ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 24/05/2022.

 

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Ainda nos termos do Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se amanhã, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 15ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 24/05/2022.

 

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Com a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, presidente, deputado Carlos Giannazi; deputado Gil Diniz, a todos os assessores, funcionários aqui presentes, aos nossos policiais militares, senhores e senhoras aqui presentes, a todos os que nos assistem pela Rede Alesp.

Hoje é dia 23 de maio de 2022, e eu quero aqui celebrar, ou simplesmente comentar o que nós já havíamos dito, que o João Doria é tão ruim, mas tão ruim que nem o PSDB queria o João Doria.

Isso nós estamos dizendo há anos aqui todo dia, diariamente nessa tribuna. Ele desistiu, largou a campanha, porque ele sabia que estava fadado ao fracasso. E nós dissemos aqui: João Doria não será eleito nem para síndico de prédio quanto mais para o governo do Brasil.

Então o PSDB se livrou de um peso tirando o João Doria da parada, fizeram com que ele saísse, e agora ele vai ficar no ostracismo. No ostracismo, não, que eu espero que ele vá preso ainda, eu espero que ele pague todas as falcatruas que ele cometeu governando o estado de São Paulo.

Nós, deputados do PDO, Parlamentares em Defesa do Orçamento, fizemos várias denúncias ao Ministério Público sobre o governo João Doria. Estivemos em vários locais, constatamos inúmeras irregularidades e mandamos isso para o Ministério Público.

Então não basta o João Doria sair da campanha, o João Doria tem que ir preso, quero ver o João Doria preso, ainda, porque é isso que ele merece pelo que ele fez com o estado de São Paulo. Ele arrebentou o nosso comércio, a nossa indústria; ele tirou os direitos do PCD, das pessoas com deficiência física.

Ele aumentou o ICMS em plena pandemia, ele aumentou o ICMS da comida, de remédio, ele simplesmente fez um comércio com a pandemia no estado de São Paulo numa briga com o governo federal. O que ele fez foi um comércio nessa pandemia.

Vergonhosa a atuação do governo João Doria, e agora pior, vergonhosa também essa situação dele pedindo para sair. Graças a Deus, graças a Deus a verdade vem à tona, e o que nós estamos dizendo há anos aqui se revela na incompetência, na falsidade, na megalomania desse indivíduo, que agora não vai só para o ostracismo, que eu espero que um dia eu o veja preso ainda respondendo a todas as canalhices que aconteceram durante o seu governo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

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O SR. CORONEL TELHADA - PP - Eu quero aqui, também, fazer um... Trouxe um vídeo aqui, rapidamente, um vídeo de - pode colocar o vídeo, por favor, Machado - uma ocorrência que aconteceu neste final de semana, no litoral.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Vejam só essa pancada absurda que acontece. Foi em Boqueirão, lá em Santos, na ponta da praia. Criminosos roubaram um casal. Por coincidência, esse casal é um coronel do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, o coronel Gerson Daniel, e a sua esposa.

Eles estavam dentro do carro. Coloca novamente a imagem, por favor. Eles estavam dentro desse veículo. Eles estavam fugindo da polícia e esse veículo, durante a fuga, bateu em outros cinco veículos.

Vejam só, coloca em tela cheia, por favor. Coloca na tela cheia, por favor, Machado. Novamente, nessas cenas, vocês vão ver: olhem o absurdo da porrada, deem uma olhada nisso. Quatro pessoas dentro do veículo roubado mais cinco veículos atingidos.

Os dois criminosos foram presos pela Polícia Militar com uma pistola 45, que foi roubada de um investigador de polícia no dia 14 de abril último. A mulher do coronel ainda disse o seguinte: que, dentro do carro, ele chegou a acionar a arma.

Quando ele viu o capacete de bombeiro do coronel dentro do carro, ele apontou a arma para o coronel, falou que ia matar o coronel e acionou o gatilho da arma, só que a arma não funcionou.

Então, esse é o tipo de criminoso que tem no estado de São Paulo: canalhas, malditos. Não merecem a cadeia; esses criminosos deveriam ter morrido, porque é isso o que eles merecem.

Não mataram o coronel, porque a arma não funcionou. Agora, amanhã ou depois, a Justiça coloca em liberdade, audiência de custódia, saidinha temporária, visita íntima.

Cadeia, aqui no Brasil, é quase um hotel. Porque na cadeia, aqui, você tem direito a saidinha de férias, você tem visitas íntimas. Então, a cadeia, aqui no Brasil, é praticamente um hotel de férias.

Então, é isso que nós precisamos mudar neste País, e foi isso que o governo João Doria fez: ele acabou com a nossa polícia. Graças a Deus, nós ainda temos policiais que, apesar do salário irrisório, do salário ridículo, da falta de apoio, ainda se arriscam para prender criminosos, como esses policiais do batalhão do litoral fizeram e prenderam esses criminosos, neste final de semana. Parabéns aos policiais.

Graças a Deus, o casal que estava como refém foi liberado e os dois criminosos estão presos. Gostaria que o final tivesse sido outro, mas, só de ter tido preso, já foi bem.

Só para terminar, Sr. Presidente, quero aqui comentar que nós estivemos, neste final de semana, na cidade de Araraquara, onde nós visitamos lá a Guarda Municipal. Estivemos com a inspetora Juliana Zaccaro, que é comandante da Guarda Municipal.

Eu estive lá com o meu filho, o capitão Telhada. Também visitamos o coronel João Alberto, secretário de Segurança municipal, e tivemos a oportunidade de estar com eles...

O coronel João Alberto é comandante da Segurança municipal, a segurança urbana municipal, e tivemos a oportunidade de estar com eles na Câmara Municipal de Araraquara.

No sábado, nós estivemos na cidade de Boa Esperança do Sul, participando de um mutirão de saúde. Então, nós estivemos lá com o nosso amigo, o prefeito Manoel do Vitorinho, e também com a vereadora Cristiana Thomazini. Parabéns.

O prefeito Manoel do Vitorinho tem feito um serviço excelente lá na cidade, apoiado pela Cristiana Thomazini. Parabéns a todos. Obrigada a todos que participaram do mutirão. Quero mandar aqui um abraço especial ao Dr. Cardillo, que tem sido um guerreiro na área de Saúde na área de Sorocaba. Parabéns.

Também, no domingo, ontem, nós estivemos em Itapecerica da Serra, onde participamos do 5º Encontro de Veteranos das Forças de Segurança. Estivemos lá com o nosso amigo, o cabo Adeval.

O cabo Adeval foi o realizador, o organizador desse evento, que tinha milhares de pessoas. Estivemos com outros deputados lá, também presentes. Foi um evento de sucesso. Parabéns ao cabo Adeval e a todos os organizadores do 5º Encontro de Veteranos das Forças de Segurança.

Para fechar, Sr. Presidente, hoje também, dia 23 de maio, é o Dia da Juventude Constitucionalista, dia em que Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo - MMDC - foram mortos, no dia 23 de maio de 1932. Nós estivemos, hoje, no evento lá onde foram entregues medalhas. Várias autoridades presentes, deputada federal; estive com o amigo Castello Branco lá, também.

Põe a próxima foto, por favor. Estivemos lá com o nosso amigo Carlos Romagnoli, que é o presidente do MMDC; nosso amigo Luiz Fernando; nosso amigo, o coronel Mendes; também junto conosco lá, o amigo Jantália.

Foi um evento de muito sucesso. Parabéns, parabéns a todos que organizaram esse evento, lembrando a todos: os meus heróis não morreram de overdose.

Para fechar, Sr. Presidente, o governador anunciou, neste final de semana, que estão sendo contratados 1.500 agentes de escolta de presos. Eu sei que a maioria dos deputados, inclusive o Giannazi, o Mecca, o Gil, todos aqui pedimos para que fosse feita essa contratação. E neste final de semana foram contratados agentes de escolta. Obrigado, governador.

Nós fizemos duas indicações, não só para o concurso de 2014, o concurso de 2017, as indicações de nº 615/21, 1.416/2019. Então a gente está sempre à disposição de todos os que nos pedem.

Para fechar, ontem foi aniversário de Bom Jesus dos Perdões, Fernandópolis - um abraço para o meu amigo Fábio -, Igarapava, Neves Paulista, Pederneiras, Sales Oliveira, Santa Branca, Santa Rita d’Oeste e Santa Rita do Passa Quatro.

Um abraço para a nossa amiga Claudia. Hoje, dia 23 de maio, é o aniversário da querida cidade de Bocaina. Um abraço a todos os amigos e amigas desses municípios.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Peço desculpas pelo tempo excedido.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Coronel Telhada. Seguindo a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, convido para fazer uso da tribuna o nobre deputado Sargento Neri. (Pausa.) Nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Nobre deputado Conte Lopes. (Pausa.)

Abrindo a lista suplementar de oradores, convido para fazer uso da tribuna o nobre deputado Castello Branco. (Pausa.) Nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, gostaria de fazer duas gravíssimas denúncias em relação ao governo estadual, sobretudo em relação à Secretaria Estadual de Educação.

A primeira delas é em relação à farra da imposição autoritária e excludente das escolas de tempo integral na rede estadual. Eu me refiro ao famoso PEI, Programa de Ensino Integral, que é uma verdadeira farsa, como eu já fundamentei aqui em vários momentos.

Essa imposição autoritária tem levado à exclusão de milhares de alunos das nossas escolas, acarretando, inclusive, não só na evasão escolar, mas também na falta de atendimento, na falta do acesso dos nossos alunos à rede pública de ensino.

E a situação só se agrava, porque o governo insiste em fazer propaganda eleitoral utilizando essa farsa da escola de tempo integral. Tanto é que tem uma propaganda institucional do governo, Sr. Presidente, que é o “Governo na Área”, da região de Presidente Prudente - depois vou falar sobre isso - “recorde de escolas em tempo integral”.

Governo fazendo propaganda, dizendo: “olha, nós tínhamos no início do governo 364 escolas, agora nós já ampliamos para 2.050”. É propaganda o tempo todo de um projeto extremamente, repito, autoritário e excludente.

Eu quero citar um caso importante que ilustra o que vem acontecendo em todo o estado, acontece lá na região de Assis, na Diretoria Regional de Ensino de Assis, que engloba várias cidades.

Eu quero, primeiro, fazer uma denúncia grave do que está acontecendo hoje na Escola Estadual Rachid Jabur, na cidade de Cândido da Mota. Lá eles querem, através de orientação da diretoria de ensino e da Seduc impor, na marra, esse projeto que está sendo rejeitado por vários setores da comunidade escolar, sobretudo pelos alunos.

Os alunos estão revoltados, estão mobilizados contra a implantação. Mesmo assim, a escola insiste na implantação desse projeto, repito, com ordens, com orientação autoritária da Seduq e da diretoria de ensino.

Eu hoje conversei com várias pessoas da comunidade escolar e elas me passaram, inclusive, um vídeo que eu quero mostrar aqui, do que está acontecendo lá, os alunos mobilizados e revoltados contra essa imposição.

 

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- É exibido vídeo.

 

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“Fora, PEI”. Os alunos contra o PEI. Ou seja, os próprios alunos mobilizados contra um programa que eles não aceitam porque sabem que é excludente, eles estão debatendo isso. Mesmo assim a Seduq insiste em implantar esse projeto, afrontando a gestão democrática da escola pública.

O mesmo já aconteceu na mesma diretoria de ensino, com a Escola Estadual Diva Figueiredo, também Paraguaçu Paulista. Lá já foi também um modelo que foi implantado na marra. Foram atropelados todos os processos democráticos e de gestão democrática.

E tem um caso mais grave ainda que me chamou muito a atenção, Sr. Presidente, que é na cidade de Platina, onde nós temos a única escola estadual da cidade, que é a Escola Estadual Professora Clarisse Pelizone de Lima. Essa escola virou PEI. E agora, onde que os alunos vão estudar? Os outros alunos serão deslocados para outras cidades.

Os alunos que precisam trabalhar, os alunos que realizam cursos durante uma parte do dia, eles ficarão excluídos desse programa PEI. Então, eles serão deslocados para outros municípios e outras cidades.

Tudo isso não em nome da aprendizagem, do processo pedagógico, nada disso. Isso para beneficiar aqui a propaganda eleitoral do Rodrigo Doria, aqui fazendo propaganda o tempo todo da escola integral, da farsa do PEI.

Então, eu quero fazer o registro dessa denúncia e mais uma outra denúncia gravíssima também, Sr. Presidente, para terminar aqui o meu pronunciamento, o meu primeiro pronunciamento de hoje.

Refiro-me aqui ao assédio institucional que está ocorrendo na rede estadual, por parte também da Seduc, da Secretaria da Educação, para beneficiar a candidatura do ex-secretário Rossieli Soares.

Sr. Presidente, olha o que está acontecendo na Escola Estadual Américo Valentin Christianini, da diretoria de ensino de Itapevi. Isso tem acontecido também em várias escolas, mas aqui ilustra essa instrumentalização, esse assédio, essa perseguição, essa imposição também.

A Secretaria da Educação, a Seduc, a serviço de uma candidatura de um deputado federal, tem convocado alunos dos grêmios estudantis para palestras, como essa aqui que aconteceu no dia 13 de maio.

Assunto: perspectivas da educação pós-pandemia, encontro presencial. Eles levam os diretores e o grêmio estudantil. Quem está lá para fazer a palestra, Sr. Presidente? O Rossieli Soares.

Faz a palestra, tira foto com alunos - e alunos com 16 anos, que votam. Então, é uma instrumentalização aberta. Essa escola fez a resistência, a diretora é muito séria, não aceitou a instrumentalização. Ela está sendo perseguida e os seus assistentes também.

Há perseguição nessa escola, que eu quero denunciar aqui publicamente, Sr. Presidente, e dizer que nós vamos tomar providências. Eu vou aqui convocar a diretoria de ensino, a dirigente de ensino, para depor na Comissão de Educação e explicar esse assédio.

E a secretária da Educação também, por conta do assédio institucional, da pressão e da instrumentalização eleitoreira da rede estadual e sobretudo dos grêmios estudantis, que estão sendo deslocados para assistirem palestras do Rossieli Soares, ex-secretário, que hoje é pré-candidato a deputado federal. Isso é um absurdo. Onde está o Ministério Público para investigar isso? Mas nós vamos tomar todas as providências cabíveis.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Muito obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi. Convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos, Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nossos irmãos policiais, que se encontram aqui garantindo os nossos trabalhos, os policiais militares, os policiais civis, nossos irmãos que estão ali na galeria e a todos vocês que nos acompanham aqui pela TV Alesp e pelas redes sociais.

Hoje o senhor João Agripino Doria anunciou que não será candidato a presidente da República. É o resultado da prepotência, é o resultado da arrogância, é o resultado do descaso com o povo do estado de São Paulo.

Nós, que estamos diariamente nas ruas, acompanhando a situação da Segurança Pública, a situação da Saúde, a situação da Educação, a vida do nosso povo nas periferias da Capital, aqui nos grandes centros e nas cidades do interior, constatamos o abandono e a situação crítica que atravessa o estado de São Paulo e o nosso povo.

Eu havia dito isso em 2019, nesta tribuna: que o senhor Agripino nunca foi um líder, jamais seria, e também não seria presidente desta Nação. Quando a gente faz esse tipo de pronunciamento aqui...

Eu tenho 54 anos de vida, e 31 vividos na Polícia Militar do Estado de São Paulo, servindo ao nosso povo. Quando nós fazemos um pronunciamento, a gente o faz em nome de quem nos elegeu e em nome do povo que nós sempre lutamos nas ruas, arriscando a vida e salvando muitas vidas.

Ontem, em Itapecerica da Serra, houve o maior encontro de policiais veteranos do Brasil. Veteranos da Polícia Militar, veteranos da Polícia Civil, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal. Tinham mais de 3 mil pessoas. O deputado Gil Diniz estava com a gente, ontem, lá. Esses veteranos, com as suas famílias, quando nós conversamos, nós constatamos, o Gil viu isso, vários irmãos passando situação de extrema dificuldade.

Tudo isso, promovido pelo desgoverno do PSDB, no estado de São Paulo, ao longo dos 30 anos. São seres humanos, homens e mulheres, que atravessam por uma situação de extrema dificuldade.

Seja para sustentar a sua família, seja em termos de saúde, pois recebem o pior salário do Brasil. Quando nós levamos em consideração o custo de vida aqui em São Paulo, os nossos policiais têm o pior salário do País.

Olha que incoerência. O estado mais rico do País, o 24º estado mais rico do Planeta. É um mundo de dinheiro que esse Estado arrecada, e não devolve em prestação de serviços para a sociedade. Eu digo isso porque eu conheço todos os hospitais públicos da Capital, e quase todos os do interior.

O povo, quando chega num hospital, enfrenta filas de 60 a 70 pessoas, para ser atendido por um, quando muito, por dois médicos. Pacientes que ficam em cima de uma maca, esperando por três a quatro dias por uma vaga de enfermaria, por uma vaga de UTI.

As escolas, caindo aos pedaços, com os professores, abandonados, em extrema situação de dificuldade, assim como os policiais. Os aposentados, nem se fala. A gente vê a luta do deputado Giannazi para buscar pautar o PDL 22, para revogar o aumento da alíquota previdenciária, imposta por decreto pelo mesmo Agripino Doria, e mantido pelo Rodrigo Garcia. Nós não conseguimos. Deputado Giannazi, o senhor sabe que tem o nosso apoio, por essa injustiça praticada em cima dos aposentados.

Então, o povo do estado de São Paulo, hoje, levanta as mãos aos céus, porque os desígnios de Deus são maiores. E o povo do nosso estado de São Paulo há de se livrar desse mal.

E esse Estado será alavancado ao patamar da honra que todos os paulistas e paulistanos têm, levantando cedo, às seis horas da manhã, cinco horas da manhã, todos os dias, para trabalhar.

Sem transporte público, sem dignidade, sem respeito de um governo. Porque a própria cidade de São Paulo, que é a décima cidade mais rica do Planeta, também abandona o seu povo.

E nós continuaremos e permaneceremos nessa luta e nessa batalha. Muito obrigado, Sr. Presidente, e muito obrigado ao nosso povo de São Paulo. Nós seremos vencedores, com as bênçãos do Senhor Jesus.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Muito obrigado, nobre deputado Major Mecca. Convido a fazer uso da tribuna a nobre deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V. Exa., Sr. Presidente, os colegas deputados, os funcionários da Casa.

Primeiramente, eu queria externar preocupação, porque eu venho recebendo muitos emails, mas são muitos mesmo, de pessoas que estão com câncer e não conseguem fazer o seu tratamento no Sistema Público de Saúde no estado de São Paulo.

Algumas estão aguardando para fazer uma cirurgia que já está indicada, outras conseguiram fazer a cirurgia, mas não conseguem fazer as sessões ou de quimioterapia ou de radioterapia que são indicadas.

Outras precisaram fazer exames e estão aguardando há meses. Já houve casos, até, de mais de um ano de espera por uma consulta com oncologista.

Então, eu sei que por força da suspensão dos procedimentos eletivos durante a pandemia, houve, vamos dizer assim, um número grande de diagnósticos de câncer; um número grande ficou represado.

Quando esses cânceres passaram a ser diagnosticados, já foram diagnosticados numa fase mais avançada. Então, eu tenho conhecimento de que todos os problemas em torno da pandemia acabaram impactando.

Mas já tem um bom tempo que nós retomamos, e as pessoas seguem reclamando muito, sobretudo da falta de vagas com especialistas, oncologistas em especial. Mas, entre ontem e hoje, recebi também uma mensagem de um senhor que tem um problema oftalmológico, que precisa de uma consulta e também aguarda há muitos meses.

Uma senhora me ligou desesperada, pois a mãe precisa fazer tratamento. Então, eu estou preocupada... É óbvio: desde o início do mandato, todos nós recebemos reclamações, muitas vezes procedimentos mais avançados, mais diferenciados, dificuldade para conseguir que a fila do Cross ande.

Então, todos nós recebemos muitas reclamações. Mas eu estou preocupada, porque aumentou demais. E o procedimento que eu sempre adoto no gabinete é noticiar a ouvidoria, não identificando a pessoa que faz a reclamação, mas em regra explicando a situação, quanto tem um hospital em especial, um equipamento quebrado, identificando o que precisa ser solucionado.

Mas o número é tal que eu já não estou mais conseguindo, vamos dizer assim, dar conta de tantas notificações. E a Secretaria de Saúde - eu falo aqui com todo o respeito - não dá retorno.

Então, eu quero deixar bem claro aqui: nunca houve nenhum tipo de pedido para ajudar ou favorecer seja “a”, seja “b”. Eu estou falando de um coletivo; são muitas pessoas, no estado inteiro, com muita dificuldade até para mostrar os próprios exames realizados.

Então, algo precisa ser alterado. Eu, desde o início do mandato, promovi debates aqui, integrei a Comissão de Saúde, pedindo para que nós olhássemos o fluxo do andamento das várias consultas.

Claro que já tem um tempo, não sei se vão recordar, mas a minha sugestão era: quando a pessoa faz um exame, que haja uma equipe incumbida de olhar esse exame e já liberar a pessoa que não tem nada apontado nos exames, ou encaixar a pessoa que tem um problema diagnosticado.

Hoje, o que acontece? A pessoa faz o exame e fica esperando uma consulta para mostrar o exame, que muitas vezes vai levar aí coisa de quatro, cinco, seis meses. Se for uma questão envolvendo um tumor, o tumor cresce. Quando consegue ser encaixada no tratamento, depois da consulta para mostrar os exames, já cresceu mais ainda, e, em regra, o tratamento acaba ficando ineficaz.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

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Então, eu venho aqui trazer. Não sei se isso está acontecendo com todos os colegas mas como são muitas as queixas, eu torno essas queixas, de maneira coletiva, públicas, pedindo à Secretaria de Saúde que tome providências, em especial com relação às consultas com oncologistas. Eu peço, Sr. Presidente, para que esta manifestação seja encaminhada para Secretaria da Saúde, e aproveito para dizer que muitas são as queixas de falta de medicamentos também, que é algo que me parece inconcebível, em se tratando do estado mais rico da Federação.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputada. Peço à Mesa que encaminhe as notas taquigráficas da fala da deputada Janaina Paschoal à Secretaria de Saúde para conhecimento do Sr. Secretário. Dando sequência à lista suplementar de oradores inscritos no Pequeno Expediente, chamo o deputado Gil Diniz. Tem V. Exa. o tempo regimental para o uso da tribuna.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Major Mecca, cumprimento aqui a deputada Janaina Paschoal. Realmente, deputada Janaina, estou recebendo também vários e-mails, e pessoas também que vem até o gabinete com a mesma demanda, é incrível.

Recebi ontem, por exemplo, uma dessas mensagens, do pessoal do Vale do Ribeira. Lá, se eu não me engano, não tem nenhum hospital referência no tratamento oncológico. Se tem, é muito incipiente. As pessoas pedindo pelo amor de Deus para que a gente consiga pelo menos minimizar essas questões. Então, faço coro aqui às vossas palavras.

Presidente, volto aqui à tribuna, repercutindo mais uma vez a desistência do João Doria 1%, aquele pré-candidato que perdia até para a margem de erro, e hoje anunciou oficialmente que se retira da corrida presidencial.

É incrível, estava lendo os tweets aqui e vi o ex-presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, louvando os feitos de João Doria, que conduziu o país nos últimos meses, na crise sanitária que nós vivemos.

É o funcionário exonerado que perdeu emprego puxando o saco do patrão, do chefe. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, deputado pelo Rio de Janeiro, veio ser contratado, deputado Giannazi, em São Paulo. E agora chora mais uma viúva de João Doria. Olha que coisa interessante é a política.

Eu vi também este final de semana uma discussão entre um humorista - pelo menos ele diz que é humorista - e o Ciro Gomes. Foi uma discussão do Duvivier e do Ciro Gomes, que quase deu um “Charlie 04” ali, Mecca, na live. Gostaria de colocar aqui um trecho desse bate-papo entre... Não se enganem, pessoal, aqui todo mundo diz que é contra o PT, mas, no final das contas, todo mundo é Lula.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Olha, ele diz aqui: “Lula foi inocentado”. Aí o Ciro vai lá: “Não, não foi inocentado, está descondenado”. E continuou.

No trecho seguinte desse vídeo eles dizem o seguinte, o Ciro diz o seguinte, Giannazi: “E se o Bolsonaro vencer no primeiro turno?”, deputada Janaina Paschoal. Aí o Duvivier: “Claro que não, óbvio que não, as pesquisas dizem que o Lula está em primeiro”. Aí o Ciro fala: “Olha, quem entende de política aqui sou eu, desse negócio de política quem entende sou eu”.

Eles sabem da dificuldade que o descondenado vai ter nessa eleição. Olhem o PSDB aqui em São Paulo, transpirando sangue para ter um candidato viável depois de 30 anos no comando deste estado. Óbvio que dentro do PT eles têm essa leitura, dentro da esquerda como um todo.

A esquerda não se renovou politicamente, não tem quadros, tiveram que tirar o descondenado de dentro da cadeia, Janaina, para disputar uma eleição contra o Bolsonaro, essa é a realidade. Anularam os processos, ele não está... Olha, não é que ele é inocente não. Tiveram que anular esses processos para ele disputar uma eleição.

Vejam aí a união de tucanos com jacaré, agora a receita não é - o Márcio França estava ensinando - a receita é chuchu com lula, meu Deus do Céu, que coisa bizarra, todos ali se unindo.

Alckmin é o vice de Lula, Alckmin, o maior representante do PSDB no estado de São Paulo e no Brasil. Olhem só, daqui a pouco o Doria está declarando voto no Lula também. Márcio França, que era vice do Alckmin, já declara.

Outro dia trocaram o marqueteiro do Lula. Eu não consigo entender, pessoal. O Lula está em primeiro com 50, 60, 70, 99% nas pesquisas e, do nada, eles mudam o chefe da propaganda e marketing do Lula. Ué, em time que está ganhando não se mexe, mas estão mexendo, Mecca.

E o Ciro Gomes, nessa fala com o Duvivier, que defendia ali enfaticamente o descondenado, ele diz: “E se Bolsonaro vencer no primeiro turno?”. Olha, é a minha torcida.

Gasto a minha energia com isso e digo aqui a vocês, o mais próximo, se o Bolsonaro não vencer no primeiro turno, chegará bem próximo disso. O nosso candidato ao governo do estado de São Paulo, o ministro Tarcísio, está dando show no interior por onde ele passa. Estaremos com ele hoje, Mecca, em Sorocaba.

Vejam vocês, meus amigos - para finalizar, presidente, obrigado pela tolerância -, façam as contas, o presidente Bolsonaro, em 2018, sem estrutura nenhuma, sem partido, sem bancadas, Mecca, no primeiro turno fez 12 milhões de votos no estado de São Paulo.

O finado Major Olímpio, candidato ao senado, e foi eleito senador, foi eleito com mais de nove milhões de votos. Nove milhões de votos. Só a bancada estadual aqui fez quatro milhões de votos, dois milhões de votos da deputada Janaina Paschoal, um recorde na história política de São Paulo e do Brasil.

Tudo isso, meus caros, sem nenhuma estrutura, sem partido, sem fundo partidário, sem tempo de tv. O João Doria venceu no segundo turno, senhores, com cerca de 11 milhões de votos, Mecca. Onze milhões de votos, transpirando sangue, e só venceu porque inventou o “BolsoDoria”, se não tivesse inventado o “BolsoDoria” não tinha vencido.

Imaginem agora, senhores, o presidente Bolsonaro guiando o País, gostem vocês ou não, durante uma crise sanitária mundial. Sai da crise sanitária, vem uma guerra. A imprensa batendo nele o dia inteiro e ele se mantém. É o antifrágil, só que agora está chegando a campanha eleitoral.

Olhem vocês aqui, olhem o painel, o partido do candidato a presidente, Jair Messias Bolsonaro, mais do que dobrou. O PSDB se manteve ali escorregando, o PT se manteve também, o PSB, meu Deus do Céu, só ficou o filho do ex-governador. Isso aqui são sinais e a população vai dar a resposta agora na urna.

Nós precisamos de 50% mais um para vencer o governo de São Paulo e o governo federal. E a população, Mecca, clama por isso. Pede por isso. Nós, hoje, apresentamos propostas concretas, quadros políticos renovados, e não nos misturamos com a escória da política brasileira, que é a social-democracia, que é o PSDB.

Então, senhores, nós temos uma opção para o Brasil com o presidente Bolsonaro continuando a guiar a nossa Nação e temos mais que uma opção para o estado de São Paulo, que é o ex-ministro Tarcísio de Freitas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Gil Diniz. Dando sequência, chamo o deputado Carlos Giannazi para uso da tribuna. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, de volta a tribuna no dia de hoje eu quero, em primeiro lugar, manifestar o meu total apoio e solidariedade à luta dos servidores do município de Diadema, que estão reivindicando dentro da lei, dentro do Art. 37 da Constituição Federal, a reposição das perdas inflacionárias.

Estão em luta, mobilizados, se reunindo, fazendo assembleias, repito, dentro da lei. Porém, quem não está respeitando a legislação é o prefeito da cidade, é a prefeitura, que não está oferecendo nenhum tipo de reposição salarial, sobretudo as perdas inflacionárias, o que é um verdadeiro absurdo.

No dia 19, houve uma assembleia importante dos trabalhadores e das trabalhadoras e eles entram em greve a partir do dia 25, quarta-feira que vem, porque há uma intransigência.

A prefeitura não está negociando, não está abrindo negociação com os seus próprios servidores da área da Saúde, da Educação, da Segurança Pública, de vários setores que estão na prática exercendo e colocando em prática as políticas públicas da cidade nessas áreas, atendendo a população.

Eu não entendo um prefeito que não valoriza os seus servidores, os servidores que são os responsáveis pelo atendimento da população: as professoras, as enfermeiras, a GCM, enfim. E o prefeito ataca os servidores, mantendo os salários arrochados e defasados. Então todo o nosso apoio a vocês, servidores, da Prefeitura de Diadema.

Quero ainda, Sr. Presidente, dizer que amanhã, às 13 horas e 30 minutos, haverá mais uma reunião da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa e o primeiro item da pauta continua sendo a Emenda nº 1 ao PDL 22, porque o PDL 22 está em regime de urgência.

Então, logo, a emenda é o primeiro item da pauta, porque uma nova reunião foi chamada. Nas reuniões anteriores houve uma sabotagem dos membros do governo. Os deputados ligados ao governo estão sabotando a reunião, não dando quórum, inclusive fazendo revezamento nessa sabotagem.

Se um determinado deputado da base não veio hoje, na outra ele vai participar, mas daí há um revezamento. O deputado ou deputada que participou na reunião anterior não participa dessa.

Enfim, eles revezam, eles combinam para que não haja quórum. É um boicote, uma sabotagem jamais vista numa comissão permanente da Assembleia Legislativa para sabotar um projeto que acaba com o confisco das aposentadorias e pensões.

O que me chama mais atenção e me deixa indignado - não só a mim, mas a todos aposentados e pensionistas e também vários deputados estão com esse sentimento aqui na Assembleia Legislativa - é que essa reunião, essa sessão, é online.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

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Os deputados não precisam estar presentes fisicamente. Então o deputado pode entrar da sua casa, do seu escritório, do carro, do restaurante, de onde ele estiver, do gabinete, aqui do plenário se ele estiver, de qualquer lugar. É muito simples. Ele pode entrar pelo celular, pelo computador, dar quórum e participar minimamente ali. A comissão é rápida, não demora muito.

Então não há nenhum empecilho hoje para que um deputado ou deputada falte a uma reunião online da Comissão de Finanças. Então isso caracteriza uma sabotagem, um boicote aos aposentados e pensionistas, Sr. Presidente.

Então faço aqui um apelo a esses deputados que estão sabotando, que estão boicotando, para que compareçam, deem quórum e liberem o nosso PDL nº 22, para que ele possa vir ao plenário e ser votado definitivamente, pondo fim ao criminoso, cruel e perverso confisco das aposentadorias e pensões, que tem literalmente matado os nossos aposentados, que estão passando fome, não estão mais conseguindo fazer o tratamento médico, comprar o remédio, estão entrando em depressão, porque o desconto é muito alto, Sr. Presidente.

Doze por cento, 14%, 16% em aposentadorias, sendo que a maioria das aposentadorias gira em torno de dois mil ou três mil reais. E as pessoas, que são muitas, mais de 500 mil em todo o Estado, elas já contribuíram.

Elas são credoras do Estado, e não devedoras da Previdência. Nesse sentido, faço um apelo, um novo apelo, aos deputados para que participem, porque estarão sendo observados e fiscalizados pela população.

E aqueles que boicotarem e continuarem sabotando terão os seus nomes inscritos juntamente com o nome do Doria, que foi o responsável pela aprovação da reforma da Previdência e pela edição do decreto confiscador, o Decreto nº 65.021, de 2020, editado em plena pandemia.

Então olha o destino do Doria, que já foi tarde, Sr. Presidente. Associo-me ao que disse V. Exa., o traidor está provando do seu próprio veneno. O confiscador que extinguiu os institutos de pesquisa, a Sucen, que atacou os servidores o tempo todo, que privatizou, que destruiu o estado de São Paulo e intensificou a política de ódio contra os servidores aposentados, idosos, pessoas com deficiência, e está pagando o preço dele. Vai voltar para as águas da sua insignificância.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi. Convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Está aí, Sr. Presidente. O povo hoje acompanha a política e acompanha o comportamento dos políticos.

Está a resposta aí, Sr. João Agripino Doria, que chamou policial aposentado de “vagabundo”. Está aí a resposta: a rejeição do seu nome, a rejeição desse governo do PSDB, que há mais de 30 anos abandonou os policiais do estado de São Paulo com falsas promessas, com mentiras. Aonde está a segunda polícia mais bem paga do Brasil, Sr. Rodrigo Garcia? Porque o senhor é coautor.

O senhor sempre esteve de mãos dadas com o Sr. Agripino Doria. Aonde está a segunda polícia mais bem paga do Brasil, Sr. Rodrigo Garcia, Sr. Agripino Doria? Onde está? Onde está a assistência jurídica gratuita aos policiais, que não existe até hoje?

Onde estão os fuzis que estariam nas radiopatrulhas para potencializar a ação dos policiais? Onde estão as licenças-prêmios que os senhores pagariam, todas em pecúnia?

Onde estão as substituições dos cabos e dos sargentos da Polícia do Estado? Vocês não cumpriram a promessa e o compromisso com os policiais do estado de São Paulo, muito menos com o povo.

Os senhores deixaram o povo de São Paulo nas mãos de criminosos. É só ver o povo morrendo nas ruas por conta de um aparelho celular, com uma polícia sucateada, delegacia fechando no período da noite e nos finais de semana por falta de efetivo.

Não tem viatura patrulhando as ruas de São Paulo para defender o cidadão de bem. Os comerciantes, vocês faliram, fecharam as pequenas e microempresas, levando-as à falência.

Repito aqui nessa tribuna: o povo acompanha o que os políticos fazem hoje, o que vocês fizeram com os policiais na reforma da Previdência aqui nesta Casa; o que vocês fizeram derrubando o teto dos precatórios de 31 para 11 mil, prejudicando todos os aposentados; o confisco da aposentadoria; tiraram a insalubridade da licença-prêmio dos nossos soldados.

Agiram com extrema covardia, mentiram para os policiais, mentiram para os cidadãos de bem. Deram amparo ao crime organizado para que promovesse, e promove até hoje pancadões, sem deixar os cidadãos de bem, trabalhadores, terem seu merecido descanso.

Está aí a resposta do povo, a rejeição, o povo rejeita políticos mentirosos, políticos corruptos. O povo de São Paulo não os aceita.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Major Mecca.

Encerrado o Pequeno Expediente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Abro agora a lista de oradores inscritos no Grande Expediente.

Convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Nobre deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Nobre deputada Janaina Paschoal.

Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente.

Em regra, antes de apresentar um projeto de lei, eu falo do tema nas minhas redes, falo do tema aqui no plenário, tenho adotado a prática de fazer audiência pública, e já, acredito que há dois meses, eu venho trabalhando o tema das crianças em situação de rua, as crianças que vivem sozinhas nas ruas.

Todos sabem que estive na Secretaria de Assistência Social aqui do município, fiz uma audiência pública com os senhores conselheiros tutelares, visitamos conselhos tutelares e serviços de acolhimento.

Conforme essas reuniões, essas visitas iam acontecendo, eu vinha e noticiava o resultado aqui no plenário. Eu solicitei uma reunião com a secretária, a nova secretária de Direitos Humanos, a Sra. Soninha, ainda estou aguardando o agendamento. Hoje tenho uma reunião com representantes do Ministério Público que tratam da matéria.

Então continuo ouvindo, continuo me aprofundando sobre o tema, e paralelamente já estou elaborando um projeto de lei para determinar que nenhum agente público se omita diante de uma criança ou de um adolescente, sobretudo no início da adolescência residindo sozinho nas ruas.

Eu acredito que eu já tenha dito isso aqui, se não disse direi agora, mas participando de um debate sobre a cracolândia, que é outro problema que precisa ser enfrentado, pude ouvir o relato de um médico psiquiatra, que disse o seguinte: era um garoto de 10 anos sozinho na região da cracolândia.

O médico chamou o conselheiro tutelar, chamou a assistência social, chamou a Guarda Municipal, chamou Polícia Militar. Em resumo: nenhuma dessas autoridades, nenhum desses agentes públicos se sentia, vamos dizer assim, competente para pegar aquela criança e levar para um serviço de acolhimento.

Os assistentes sociais diziam que era incumbência do conselho. O conselho dizia - e diz, porque eu tenho participado de vários eventos, acompanhado várias audiências - que não é competência do conselheiro levar a criança para o acolhimento, que ele tem que notificar o serviço.

Os guardas municipais e o policial militar disseram que não podiam colocar a criança dentro do carro, porque poderia parecer uma apreensão por força de prática de ato infracional, o que não era o caso, era uma criança que estava totalmente desassistida. Não podiam conduzir aquela criança, nem para procurar a família e nem para levar para o serviço.

Por mais incrível que possa parecer, a criança ficou sozinha na Cracolândia, porque o médico falou: “O que é que eu vou fazer? Eu vou internar uma criança que não tem nada? A minha competência é psiquiátrica”. Então, esse jogo de empurra, aqui na justificativa do projeto, eu coloco como um conflito de competência.

No Direito, existem dois tipos de conflitos de competência: o conflito positivo e o conflito negativo. No conflito positivo, todo mundo se diz competente; no conflito negativo, todo mundo se diz incompetente.

Então, nós estamos diante, reiteradamente, de um conflito negativo de competências: a assistente social diz que não são eles; o conselheiro tutelar diz que não são eles; a polícia diz que não é; guarda, que não é, e a criança fica ao “Deus dará”.

Então, eu estou preparando um projeto de lei dizendo o seguinte: “No estado de São Paulo, sempre que crianças ou adolescentes se encontrarem em situação de rua sem a companhia de, pelo menos, um dos pais ou responsáveis, serão abordados, preferencialmente por profissionais do serviço social, a fim de se avaliarem as razões pelas quais não estão no seio da própria família”.

Aí, tem várias situações passíveis de acontecerem nessa abordagem e as suas consequências, mas, lá embaixo, no Art. 4º, eu digo o seguinte: “Conselheiros tutelares, policiais, guardas municipais e demais agentes públicos, quando encontrarem crianças ou adolescentes em situação de rua sem a companhia de, pelos menos, um dos pais ou responsáveis, acionarão o serviço social com o fim de que seja realizada a devida abordagem”.

Então, por tudo o que eu levantei, eu estou colocando aqui que a incumbência é, primeiramente, do serviço social, mas, se outro agente público se deparar com a situação, vai acionar esse serviço social para devida abordagem. Vamos supor: acionou, o serviço social não veio, ou é num município do estado de São Paulo que não tem.

“Na ausência de serviço social estruturado ou na falta de atendimento por parte do serviço social acionado, o agente público que tiver encontrado crianças ou adolescentes em situação de rua sem a companhia de, pelo menos, um dos pais ou responsáveis fará a abordagem de que trata o caput, buscando, primeiro, levá-los de volta para o seio da sua família e, em não sendo possível, por qualquer razão, encaminhá-los para o Serviço de Acolhimento”.

Apresentando este projeto, conseguindo o apoio dos pares, a aprovação da Casa e, quiçá, a sanção, ninguém vai poder alegar que não tem competência para socorrer essa criança ou adolescente, porque é disso que nós estamos falando, porque a criança ou o adolescente que é deixado na rua sem um pai, sem uma mãe, sem um responsável está ali para morrer, está ali para ser estuprado, está ali para ser utilizado pelo crime.

Então, é questão de falta de socorro, mas digo mais: “Em nenhuma hipótese crianças e adolescentes sem a companhia de, pelo menos, um dos seus pais passarão a noite na rua, sob pena de responsabilização do agente público que se omitir em tomar as providências para seu retorno à família ou o seu encaminhamento para o acolhimento”.

Eu ainda estou pensando, e por isso que é sempre bom comentar quando a gente está escrevendo um projeto, em que tipo de punição prever, não é? Poderemos pensar em remeter para a legislação já vigente, em termos de omissão de agentes públicos. Agora, do jeito que está não pode ficar, porque ninguém tem culpa, ninguém tem responsabilidade.

A Constituição Federal coloca crianças e adolescentes como prioridade absoluta. Diante de um texto desse e de tudo que está escrito no ECA - e o ECA fala em acolhimento emergencial, apesar de os especialistas dizerem que não podem acolher, porque a criança teria o direito de ficar largada - mas diante da legislação vigente seria necessário ter um serviço 25 horas por dia, porque 24 seria pouco, para identificar essas crianças e imediatamente identificar as famílias e levar essas crianças de volta para casa.

Não tem que chamar o pai e a mãe para vir buscar onde a criança está, tem que levar. Chegou na casa, entrou, tem alguma coisa estranha? Tem que tomar providência. Não tem condição de devolver - está tudo escrito aqui, não estou lendo tudo - porque tem indícios de maus tratos? Aí vai notificar para poder fazer o acolhimento.

Outra coisa que nós identificamos nessas visitas todas, tem adolescente aí, pelo menos os relatos não falam de crianças, que querem sair de casa, querem beber, querem fumar, querem ir para a balada, querem ir para o funk e não querem ter hora para voltar. Querem fugir da fiscalização dos pais ou dos responsáveis, que podem ser os avós ou os tios.

Aí eles, os próprios adolescentes, ligam para o serviço de acolhimento, para fugir à fiscalização dos pais. Então está escrito aqui que em nenhuma hipótese o serviço de acolhimento vai ser utilizado como uma maneira de os adolescentes subtraírem a vigilância da família.

Outra coisa, muitas vezes entram com facas, entram com bebida, entram com drogas. “Ah, mas não tem o que fazer”. Como assim não tem o que fazer? Que serviço é esse de orientação e de acolhimento que pode tudo e qualquer coisa?

No projeto eu estou evidenciando que não se trata de privação de liberdade, porque vão sair para estudar, vão sair para fazer atividade cultural, vão sair para fazer atividade esportiva, vão sair para fazer tratamento de saúde.

Agora, quem cuida do serviço tem que ter controle de onde esses jovens estão, porque senão é fácil. Recebe pelo trabalho, recebe e, se o jovem está, está; se não está, não está. Se saiu não se sabe para onde foi e ninguém é responsabilizado.

Então eu quero dizer que estou já nos finalmentes da redação desse projeto e, caso alguém queira dialogar, caso alguém queira mandar sugestões, estamos, como sempre, abertos à colaboração e a críticas, mas, se todos estão se omitindo, eu não vou me omitir.

E digo mais, lei não é carta de intenção, não é texto bonito com blá, blá, blá. Lei é o seguinte: faça isso, faça aquilo; não faça isso, não faça aquilo; funciona assim, funciona assado. Eu vou apresentar nos próximos dias esse projeto, quero dar “sim”, seja para dizer “não”, mas para ter esse tempo de maturação.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputada Janaina Paschoal. Convido-a a assumir os trabalhos da Presidência para este orador fazer uso da tribuna.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu queria só fazer a utilização da tribuna pelo Art. 82, que eu vou para uma reunião agora.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Pela ordem, deputado Giannazi. É regimental, V. Exa. tem o tempo de cinco minutos para falar pela liderança do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, na última sexta-feira eu não estive presente no plenário porque participei de um ato em Presidente Prudente, em frente ao Centro Cultural Matarazzo.

Participei de um ato junto com aposentados, aposentadas, pensionistas, servidores em geral, servidores do sistema prisional que estavam lá. Era um ato para pressionar o governo Rodrigo/Doria a acabar com o confisco, a revogar, a anular o confisco das aposentadorias e pensões, porque ele estaria no ato.

Sra. Presidente, fiquei chocado com o evento que eu presenciei. Eu já sabia que esses eventos estavam acontecendo, mas eu ali, in loco, empiricamente constatei algo tenebroso, jamais visto no nosso estado.

O governo Rodrigo/Doria utilizando a máquina pública. Ele criou ali uma verdadeira farra eleitoreira com a máquina pública e com o erário público, Sr. Presidente, distribuindo centenas de veículos, tratores, máquinas, caminhões, viaturas, que a gente perdia de vista.

Eu trouxe aqui algumas fotos para que V. Exas. vejam. Olha só. Era um evento monstruoso, muito grande. E ele distribuiu aqui o material promocional do governo, dizendo que a região administrativa de Presidente Prudente é composta por 53 municípios. Ele levou 53 prefeitos, câmaras municipais e população fazendo a maior propaganda, Sr. Presidente, eleitoral. Olha só as faixas nos equipamentos públicos.

Não só dele, mas também dos deputados da base do governo, sobretudo os deputados que aprovaram as maldades do governo Rodrigo/Doria aqui em São Paulo. Vejam só as fotos, olha, do Rodrigo Garcia, dos deputados da região fazendo propaganda eleitoral, olhem, caminhões. Sr. Presidente, eu nunca vi algo nesse nível. Fiquei chocado com a instrumentalização dos recursos públicos.

Vamos mostrar mais. Olhem só, eram centenas. Segundo o governo, segundo o material promocional, foram 240 grandes veículos, o próprio governo assume aqui. Eu fotografei, participei do ato junto com os servidores, que foram humilhados pelo governador, porque a assessoria disse que o governador só receberia por 30 segundos esses servidores, de pé e na saída. Uma humilhação total.

O fato é que eu também conversei com vereadores presentes e prefeitos que estavam constrangidos, dizendo: “Olha, deputado Giannazi, eu estou aqui porque eu preciso da máquina, eu preciso do equipamento. Não vou votar nesse governo e nem vou fazer campanha. Agora, eu preciso desse material”.

E eu quero registrar aqui que, na verdade, eu não sou contra a distribuição desses equipamentos, eles são importantes para a população, mas fica clara aqui a instrumentalização eleitoral desses equipamentos.

A questão é essa. Lógico que as cidades precisam de viaturas, de ambulâncias, de caminhões, enfim, de toda a maquinaria. Mas ele não precisava colocar todos no mesmo lugar e fazer uma distribuição com grande ato.

É um absurdo. Isso a 19 semanas da eleição, deputado Gil Diniz. Olha só, com faixas, era uma propaganda ostensiva aberta. E eu pergunto: onde está o Ministério Público Estadual, onde, para fazer uma fiscalização e abrir um processo? Porque isso é propaganda eleitoral antecipada.

Agora ficou muito claro para todos nós que isso foi deliberado já há um bom tempo, pensado, organizado, e eles confiscaram, arrocharam aqui os salários dos servidores públicos, colocaram em curso confisco das aposentadorias, aumentaram os impostos, aumentou a contribuição do Iamspe.

O governo fez um verdadeiro confisco em várias áreas durante toda a sua gestão para depois fazer a farra eleitoreira. Eu tenho certeza de que o dinheiro das aposentadorias e pensões, o dinheiro confiscado, está exatamente ali, naqueles equipamentos, que são necessários, mas não havia necessidade de o governo organizar um evento.

E ele está organizando esses eventos em várias regiões administrativas do Estado. Outro dia ele estava em Itapetininga, parece-me que hoje, em Araraquara. Então, cada semana é em um lugar, é uma propaganda em cada lugar.

Agora nós estamos, logicamente, tomando as providências em relação a isso, porque isso é proibido por lei. Ele está distribuindo equipamentos na véspera da eleição praticamente.

Nós estamos a 19 semanas da eleição, praticamente a quatro meses do processo eleitoral. E isso caracteriza sim utilização da máquina pública para fins eleitoreiros. E eu fiquei chocado também, deputado Gil Diniz - só para terminar aqui a minha intervenção no dia de hoje - com os deputados da base do governo.

Aqueles que se associaram ao governo Rodrigo/Doria, aqueles que votaram no PL 529, que votaram na Reforma da Previdência, aqueles deputados que votaram na lei dos precatórios, nas leis e nos projetos de lei do governo que prejudicaram imensamente a população do estado. E eles estão, agora, se beneficiando.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Janaina Paschoal.

 

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Estavam lá, entregando os tratores, entregando as ambulâncias, e faturando em cima do confisco das aposentadorias, do arrocho salarial, e de tantos outros confiscos que foram colocados em curso durante essa gestão Rodrigo-Doria.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado.

Assumindo honrosamente a Presidência dos nossos trabalhos, sigo com a lista dos oradores inscritos no Grande Expediente, chamando à tribuna o nobre deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)

Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o prazo regimental de 10 minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente deputada Janaina Paschoal. Retorno a esta tribuna para repercutir um pouco sobre as questões da Segurança Pública.

Estive... o Mecca anunciou, ontem, em Itapecerica da Serra, no maior encontro de veteranos das nossas forças de segurança do Brasil, em Itapecerica da Serra. Agradeço ao Adeval, toda a organização do evento. Grandes amigos lá: coronel Mello Araújo; o Mecca estava lá também; o Renato Bolsonaro; o prefeito de Miracatu, Vinícius. Uma série de amigos que defendem a Segurança Pública.

Conversamos lá, entre outras coisas, sobre o uso das câmeras no uniforme dos nossos policiais e do nosso compromisso de acabar com isso. Ou, pelo menos, regulamentar o que está acontecendo no Estado de São Paulo. É um desestímulo tremendo aos nossos policiais.

Eu lembro vocês: o PSDB, João Doria/Rodrigo Garcia, que prometeu que teríamos as Polícias mais bem pagas do País, que prometeu uma série de coisas aos nossos policiais, não cumpriu absolutamente nada. O que ele conseguiu cumprir, o João Doria/Rodrigo Garcia, foi colocar chuveiro quente para os prisioneiros condenados nos presídios de São Paulo.

O governador foi visitar alguma unidade prisional e notou que os presos condenados tomavam banho de chuveiro frio. Ficou com pena desses bandidos, desses facínoras. E determinou que eles tivessem, nas unidades prisionais, banho quente. Olha que coisa fofa, João Doria, Rodrigo Garcia. Que situação!

O mesmo Rodrigo Garcia que disse, dias atrás - e aí já não tem nada a ver com o tema de Segurança Pública, mas com uma pauta moral -, que fechou o Museu da Diversidade porque eu entrei com uma ação popular, o juiz deu a liminar favorável a mim, e tirou 30 milhões de reais do Museu da Diversidade. Olha que coisa! Mentira, estão mentindo para vocês.

A bancada do PSOL, na Câmara Municipal, entrou com uma ação popular para reabrir o Museu da Diversidade. Entre outras coisas, me acusam de homofóbico, de transfóbico, e as fobias que vocês entendem. Veja só você, que está em casa. Defender o erário público, defender o teu imposto, o teu suor, que vai para o cofre público, agora é uma fobia.

Para essa galera, é uma fobia. Entrou com uma ação popular e o MP, de oficio, disse que não é com ação popular que eles podem pleitear isso. Já pediu que o juiz negue essa solicitação.

Mas deixo claro, mais uma vez: se Rodrigo Garcia e sua trupe do PSDB quiserem esse museu aberto, eles podem abrir a qualquer momento, não necessitam desse contrato com a Fundação Odeon, com essa OS, de 30 milhões de reais para abrir esse museu.

Mas voltando aqui ao tema da Segurança Pública, já que o Garcia gosta de chuveiro quentinho para bandido no estado de São Paulo, e o PSDB também. Li, gosto de ler, deputada Janaina, o Diário Oficial. E da semana passada para cá, eu tenho visto em pauta um projeto que me chama a atenção. A gente está construindo um substitutivo, algumas emendas para inviabilizar esse projeto.

Mas eu gostaria que você que está em casa entrasse no site da Alesp, jogasse no Google: PL 296, de 2022. Isso aqui é um culto à “bandidolatria”; é a aquela galera que ama bandido e que hoje tem uma caneta no Parlamento.

 Olhem vocês o caput, ali, do Projeto de lei no 296, de 2022: “Dispõe sobre a reserva de 10% (dez por cento) das vagas às pessoas egressas do sistema prisional e egressas ou internas da Fundação Casa, oferecidas em processos seletivos, no âmbito das Escolas Técnicas - Etecs e Faculdades de Tecnologia - Fatecs do Estado.”

E continua ali, no Ar. 1o: “Fica assegurada às pessoas egressas do sistema prisional e egressas ou internas da Fundação Casa, a reserva de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos técnicos e de graduação, no âmbito das Escolas Técnicas - Etecs e Faculdades de Tecnologia - Fatecs, do Estado.”

Art. 2o: “Deverá constar nos editais dos concursos seletivos a previsão de:

I - 5% (cinco por cento), das vagas oferecidas, para pessoas egressas do sistema prisional;

II - 5% (cinco por cento), das vagas oferecidas, para pessoas egressas ou internas da Fundação Casa.”

E continua. A justificativa, não vou... Eu vou poupá-los. Sabe, é incrível. É de... De não dormir. Eu ia falar um ditado popular aqui, mas é de não dormir. Imagina você, dona Maria, que tem um filho na escola pública em São Paulo, que mora lá na favela da Vila Flávia, onde eu morei por vários anos. Sei lá, filho da Dona Nena aqui, que estudou em escola pública, deputada Janaina, e se esforçou para fazer um vestibulinho, entrar numa Etec.

Nunca vendi crack na biqueira, nunca furtei absolutamente nada de supermercado, muito embora quisesse levar às vezes uma bola ali. Minha mãe dava um tapa na orelha e falava: “hoje, não; quando a mãe tiver dinheiro, a mãe compra, e você leva”. Nunca prejudiquei ninguém, coloquei uma arma, uma faca no pescoço de ninguém. Aí o Gil Diniz vai lá e faz uma prova na Etec.

Eu lembro disso porque eu fiz uma prova para o Senai, primeiro para o Senai Morvan Dias de Figueiredo, na Mooca, na Rua do Oratório, e passei; fiz dois anos de Senai lá. Morador da periferia de São Paulo. Só muda Senai para Etec. Aí vem um vagabundo da idade do Gil Diniz, que cursou a mesma escola sucateada, que teve a mesma professora no ensino básico, a professora Edilene.

Só que esse coleguinha do Gil Diniz na sala de aula resolveu ir pelo caminho mais fácil; ele resolveu furtar, roubar, traficar. De repente, ele resolveu até estuprar. Porque o projeto não fala que crime que é; só fala de egresso. Parece que é um prêmio, uma medalha de mérito, um troféu.

Vagabundo agora tem troféu no estado de São Paulo. Aí o Gil Diniz ou seu filho vai lá, faz a provinha, tira oito ou tira nove e meio, gabarita a prova, deputada Janaina, mas não está dentro das vagas suficientes para cursar uma Escola Técnica Estadual ou uma Faculdade Técnica, a Fatec.

Vai o bandido, canalha, estuprador, assassino, conseguir essa vaga. É isso, dona Maria, que você quer para o seu filho? Ao lado, numa sala de aula de uma Etec, de jovens de 14, 15, 16 anos aqui em São Paulo.

É isso que você quer para o seu filho? Não é o que eu quero para o meu. Meu filho Natan tem 13 anos, passou num vestibulinho muito concorrido. E passou, deputada Janaina, graças às professoras da escola estadual que ele tinha. Mérito delas, e dele também.

O meu filho Davi fez 11 anos ontem. Parabéns, Davi. Feliz aniversário. No mesmo dia em que o Mecca. O Mecca também fez aniversário ontem. Logo mais, vai disputar também o vestibulinho. Eu não quero o meu filho ao lado de um criminoso, maior de idade ou menor de idade, ali em uma sala de aula.

Então, já deixo consignado aqui ao proponente do projeto que eu vou fazer de tudo para sepultar esse projeto, para sepultar esse culto à bandidolatria aqui em São Paulo.

Porque não é, senhores, 10% aos policiais que me ouvem, não é 10% para os filhos de vossas senhorias, não é 10% para os funcionários aqui da Assembleia Legislativa da faxina, pessoas que ganham 900, 1000 reais para limparem aqui os nossos banheiros, as nossas privadas.

Minha mãe foi diarista, deputada Janaina, faxineira. Me sustentou lavando muita privada. Eu ia com ela ao trabalho dela e ajudava quando podia, e eu tenho orgulho disso.

Não há demérito nenhum. Agora, senhores, prestigiar, promover, premiar ladrão, bandido, estuprador, canalha, a gente não pode aceitar algo como isso. A gente tem que repudiar todos os dias nesta tribuna, novamente, esse culto aos bandidos no estado de São Paulo. Um projeto como esse só promove a violência no estado de São Paulo, só promove a marginalidade no estado de São Paulo.

Porque hoje marginal em São Paulo tem prêmio, deputada Janaina, assinado por legislador, assinado por deputado. É prerrogativa dele, obviamente, fazer esse tipo de excrescência aqui na Assembleia de São Paulo, mas é prerrogativa nossa também limpar essa excrescência do Parlamento Paulista, e você, povo de São Paulo, povo de bem, tem neste deputado aqui um aliado no combate à bandidolatria em São Paulo.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

Presidente, se houver acordo aqui entre as lideranças, levantar a presente sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental. Eu sempre dizia em sala de aula, deputado Gil, que nós temos que tomar cuidado para não premiar o erro.

Às vezes a pessoa até tem uma boa intenção de trabalhar em prol de uma recuperação, de uma reinserção, mas tem que tomar muito cuidado para não dar as mensagens erradas para a sociedade. Não premiar o erro.

E essa situação que V. Exa. identifica se verifica em muitos outros programas. Nós poderíamos até promover uma audiência pública aqui. Como o estado vem errando ao premiar o erro e, ao punir quem se esforça, quem faz o certo? Então, é uma reflexão bem importante essa que V. Exa. traz ao plenário na data de hoje.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 33 minutos.

 

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