30 DE MAIO DE 2022
10ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 74 ANOS
DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL
Presidência: CASTELLO BRANCO
RESUMO
1 - CASTELLO BRANCO
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a composição da
Mesa. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene para
"Homenagem aos 74 Anos da Independência do Estado de Israel", por
solicitação do deputado Paulo Lula Fiorilo. Convida
o público a ouvir, de pé, o "Hino de Israel", seguido pelo "Hino
Nacional Brasileiro". Anuncia a apresentação do Quarteto de Cordas da
Escola de Música do Estado de São Paulo.
2 - FAGNER MOURA
Mestre de cerimônias, anuncia mais uma apresentação do Quarteto
de Cordas da Escola de Música do Estado de São Paulo. Anuncia a exibição do
vídeo oficial das comemorações dos 74 anos da independência do Estado de
Israel. Anuncia a exibição de vídeo sobre a guerra árabe-israelense, ocorrida
em 1948/1949.
3 - DOR LEON ATTAR
Rabino e fundador da Associação Judaísmo em Ação
(AJA), faz oração e pronunciamento.
4 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Disserta sobre a importância da data e do Estado de Israel.
Discorre acerca das suas origens semitas. Exibe imagens de seus ancestrais.
Aborda a trajetória histórica do povo judeu. Ressalta a contribuição da
comunidade judaica para o Estado de São Paulo e para o Brasil.
5 - FAGNER MOURA
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo da sessão
da Organização das Nações Unidas, em 1947, sobre a criação do Estado de
Israel. Faz a leitura de texto alusivo à independência do Estado de Israel.
6 - SANY SONNENREICH
Rabino, presidente do Instituto Rav Sany e diretor do Olami
Faria Lima, faz pronunciamento.
7 - JANAINA PASCHOAL
Deputada estadual, faz pronunciamento.
8 - GIL DINIZ
Deputado estadual, faz pronunciamento.
9 - TENENTE NASCIMENTO
Deputado estadual, faz pronunciamento.
10 - SÉRGIO DE AZEVEDO REDÓ
Presidente da Associação Paulista de Imprensa, faz
pronunciamento.
11 - MARCOS KNOBEL
Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, faz
pronunciamento.
12 - FERNANDO ROSENTHAL
Presidente do Clube A Hebraica de São Paulo, faz
pronunciamento.
13 - ABRAHAM GOLDSTEIN
Presidente da Associação Beneficente e Cultural B’nai B’rith
do Brasil, faz pronunciamento.
14 - RAFAEL ERDREICH
Cônsul geral de Israel em São Paulo, faz pronunciamento.
15 - FAGNER MOURA
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo sobre
inovações tecnológicas desenvolvidas por Israel.
16 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Realiza a entrega de placas de homenagem a membros da
comunidade judaica.
17 - FAGNER MOURA
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo do Hino de
Israel, produzido pela Israel Defense Forces. Anuncia interpretação musical da
cantora Patrícia Redó.
18 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
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- Assume a Presidência e
abre a sessão o Sr. Castello Branco.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Senhoras e
senhores, boa noite, Shalom. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do
Estado de Estado de São Paulo. Esta sessão solene é uma solenidade que tem por
finalidade homenagear os 74 anos da independência do Estado de Israel, ocorrido
em 14 de maio de 1948.
Comunicamos aos presentes
que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo
canal da Assembleia Legislativa no YouTube. Esta sessão também está ocorrendo em
formato presencial no Plenário Juscelino Kubitschek.
Convidamos para compor a
Mesa Diretora as seguintes autoridades: Exmo Sr. Deputado Estadual Castello
Branco, presidente dessa solenidade, acompanhado pela sua esposa Cláudia
Simonsen (Palmas.); Exmo. Sr. Deputado Estadual Tenente Nascimento (Palmas.);
Exmo. Sr. Deputado Estadual Gil Diniz (Palmas.); Exmo. Sr. Deputado Estadual
Heni Ozi Cukier. (Palmas.)
Exmo. Sr. Rafael
Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo, acompanhado pela sua esposa, a
consulesa Maya Erdreich (Palmas.); Exmo. Sr. vice-Almirante Guilherme da Silva
Costa, comandante do 8º Distrito Naval (Palmas.); Exmo. Sr. General de Divisão
Jorge Cardoso Martins, comandante da 2ª Região Militar (Palmas.); Exmo. Sr. Major
Brigadeiro do Ar Alan Elvis de Lima, comandante do 4º Comando Aéreo Regional
(Palmas.).
Revmo. Sr. Rabino Sany
Sonnenreich, presidente do Instituto Rav Sany e diretor do Olami Faria Lima
(Palmas.); Dr. Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de
São Paulo (Palmas.); Dr. Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita
Albert Einstein (Palmas.); Sr. Fernando Rosenthal, presidente do Clube A
Hebraica de São Paulo (Palmas.); Sr. Abraham Goldstein, presidente da
Associação Beneficente e Cultural B’Nai B’Rith do Brasil (Palmas.); Sr. Abrão
Lowenthal, presidente do Fundo Comunitário de São Paulo (Palmas.); Sra. Nava
Shalev Politi, presidente da Organização Feminina Wizo de São Paulo (Palmas.);
Sra. Leonor Szymonowicz, presidente da Na’Amat Pioneiras São Paulo (Palmas.);
Sr. Avi Gelberg, presidente do Beit Alochem e da Universidade de Heifa no
Brasil (Palmas.).
Convido a todos os
presentes para, de pé, em posição de respeito, ouvirmos o Hino de Israel.
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- É executado o Hino de
Israel.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Neste momento,
ainda em posição de respeito, vamos cantar o Hino Nacional Brasileiro, música
de Francisco Manuel da Silva e letra de Joaquim Osório Duque Estrada.
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- É entoado o Hino
Nacional Brasileiro.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Agradecemos à
Banda Sinfônica do Exército, sob a regência do maestro 1º sargento músico
Kleber Lopes, pela execução dos Hinos de Israel e do Brasil. Nosso
agradecimento ao Comando Militar do Sudeste e à Fundação Cultural do Exército.
Convidamos o Exmo. Sr.
Deputado Estadual Castello Branco para realizar a abertura oficial da presente
solenidade.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos legislativos desta sessão solene nos termos
regimentais.
Esta Presidência da
Assembleia Legislativa de São Paulo dispensa a leitura da ata da sessão
anterior e declara aberta esta sessão solene em homenagem aos 74 anos da
independência do Estado de Israel, solicitação da Comissão de Relações
Internacionais desta Casa, presidida pelo nobre colega, deputado Paulo Fiorilo,
e por iniciativa deste deputado que ora fala, e assim declaramos aberta esta
sessão solene.
Registramos e agradecemos
a presença das seguintes personalidades: eu começo agradecendo ao meu colega de
turma, general Cardoso Martins, que serviu em Israel como adido e que me dá a
honra e o privilégio da sua presença essa noite (Palmas.); major brigadeiro do ar,
comandante do Comando da Aeronáutica, Alan Elvis de Lima. Obrigado, brigadeiro
Elvis, pela sua ilustre presença que abrilhanta esse evento.
Ao almirante comandante
do 8º Distrito Naval, Guilherme da Silva Costa, que nos dá a honra da sua presença; aos queridos amigos, deputado
Tenente Nascimento e deputado Gil Diniz, que abrilhantam, sem dúvida, e
prestigiam esta Casa, declarando que estão a caminho o deputado Heni Cukier e o
deputado Frederico d'Avila, assim como o presidente da Comissão de Relações
Internacionais, deputado Paulo Floriano.
Gostaria de agradecer a
presença da comunidade judaica. Deputada Janaina Paschoal, muito obrigado pela
ilustre presença. (Palmas.)
Vamos colocar uma cadeira
para a deputada aqui?
Ao cônsul-geral de Israel
em São Paulo, Rafael Erdreich, e a sua esposa Maya, a nossa gratidão pelo
prestígio a essa cerimônia; ao vice-cônsul Aviel Avraham, e a sua esposa Averach;
ao presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcos Knobel.
Ao presidente do Hospital
Beneficente Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner; ao Sr. Presidente do
clube a Hebraica de São Paulo, Fernando Rosenthal; ao presidente da Associação
Beneficente Cultural B'nai Brith do Brasil, Abraham Goldstein; ao presidente do
Fundo Comunitário Israelita no Brasil, Abraão Lovental; ao presidente da
Organização Feminina Wizo de São Paulo, Nava Shalev Politi.
Ao presidente da Na'amat
Pioneiras de São Paulo, Leonor Szymonowicz; e ao presidente da Beit Alochem, da
Universidade de Haifa, Avi Gelberg; ao meu amigo Wolf Kos, do Instituto Olga
Kos, parceiro, amigo; ao Sérgio Redó, representando a Associação Paulista de
Imprensa; Academia William Shakespeare, aqui representada; ao Ministério
Evangélico Comunidade Rhema, Palavra de Deus, pela senhora Dora Fakhoury; ao
presidente da Associação Paulista de Imprensa - eu já falei; e ao meu amigo Dom
Galdino, presidente da Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística.
E ao longo da nossa
solenidade, irei agradecer a presença de demais membros ilustres que nos dão a
honra de estar aqui hoje.
Bom, acompanhamos agora a
apresentação especial do quarteto de cordas da Escola de Música do Estado de São
Paulo, sob a supervisão de Fátima de Almeida Leiria; os músicos Bianca de Souza,
no violoncelo; Luís Felipe de Oliveira, na viola; Matheus Antonio Fernandes e Yury
Souza Rodrigues dos Santos, nos violinos, apresentarão as músicas, Naomi Shemer
e Jerusalém de Ouro.
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- É feita a apresentação
musical.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA -
Agora, nós vamos ouvir as Bachianas Brasileiras nº 4, de Heitor Villa-Lobos.
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- É feita a
apresentação musical.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA -
Agradecemos ao quarteto da Escola de Música do Estado de São Paulo, os músicos:
Bianca de Souza, no violoncelo; Luis Felipe de Oliveira, na viola; Matheus
Antonio Fernandes e Iury Souza Rodrigues dos Santos, nos violinos, sob a supervisão
de Fátima de Almeida Leiria. (Palmas.)
Agora,
assistiremos ao vídeo oficial das comemorações dos 74 anos de independência do
estado de Israel.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Enquanto
a técnica prepara o vídeo, eu gostaria de agradecer a presença do general de
divisão João Batista Leonel Filho, assessor de Relações Institucionais do
Comando Militar do Sudeste. (Palmas.) General Leonel, muito obrigado pela
presença ilustre, que nos abrilhanta.
Gostaria de
agradecer a presença do superintendente e inspetor da Guarda Civil
Metropolitana, meu amigo Agapito Marques - obrigado pela ilustre presença hoje;
ao capitão de mar e guerra Ramalho de Azevedo, aqui representando as Relações
Institucionais do 8º Distrito Naval; ao bispo Ivo Mariano e ao pastor Maurício
Soares, da Igreja de Deus em Cristo - Resgate para a Vida. Obrigado. (Palmas.).
Ao
vice-presidente da Ordem dos Templários, Wayne Dias; ao presidente do Conselho
Consultivo da Fundação Cultural Exército Brasileiro, meu amigo Miguel Ignatios; ao
cônsul-adjunto do Consulado da França no Brasil, Ian Balat; ao pastor
presidente do Ministério Evangélico Comunidade Rhema, pastor Juarez de Souza
Oliveira; e, finalmente, ao presidente da Associação dos Funcionários Públicos
do Estado de São Paulo, Sr. Artur Marques da Silva Filho. Obrigado, mais uma
vez. (Palmas.)
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- É exibido o vídeo.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA -
Vamos apresentar, agora, um vídeo produzido pelo canal Mundo Militar sobre a
guerra árabe-israelense, que ocorreu entre os dias 15 de maio de 1948 e 10 de
março de 1949.
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- É exibido o vídeo.
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Com a palavra o
Exmo. Sr. Deputado Estadual Castello Branco, presidente desta sessão solene.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL -
Antes de descer à tribuna, eu gostaria de agradecer a
presença do almirante Hildebrandt, mais uma vez conosco, do meu querido amigo rabino
Dor Leon Attar e demais amigos da comunidade judaica, entre eles Gabriel Milevsky,
que é o CEO da Hebraica, e ao longo desta nossa apresentação nós relataremos
outras pessoas importantes. Eu vou descer à tribuna.
É uma honra poder discursar desta
tribuna na solenidade em homenagem aos 74 anos da independência de Israel - 14
de maio de 1948 - 14 de maio de 2022. Antes, porém, de começar a minha palavra,
eu gostaria de convidar o rabino Leon Attar para que abrisse a fase das
oratórias com uma oração, que será o Salmo 130.
O SR. DOR LEON ATTAR - (Pronunciamento em língua
estrangeira.) Boa noite. Eu não preparei nada, mas já que o Castello pede,
estamos às ordens. É muito gratificante ver este evento aqui hoje, porque vocês
percebem que meu sotaque não é da Bahia. Eu sou de Israel também e ver esse
carinho, esse amor que nós recebemos aqui no Brasil, é incomparável.
Um povo que, durante milhares de
anos, além de ser perseguido, exilado, torturado, massacrado... Afinal de
contas, nós somos uma referência. Uma referência de perseverança, uma referência
de força, promessa divina. E o fato de nós estarmos aqui hoje é uma prova para
nossos irmãos brasileiros que o bem sempre vence. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - A tradução
do Salmo 130, que foi recitado em hebraico, é um cântico de ascensões.
“Das profundezas eu te clamei,
Senhor. Meu Deus, meu Senhor, ouve a minha voz. Que Teus ouvidos estejam
atentos ao som dos meus rogos. Se tu, oh Yahweh, preservares iniquidades, oh Meu
Senhor, quem poderia resistir?
Pois contigo está o perdão, para
que Tu possas ser temido. Eu coloquei confiança no Senhor, minha alma colocou confiança,
e eu esperei por Sua Palavra. Anseio por meu Senhor, dentre aqueles que aspiram
pela alvorada, aqueles que aspiram pela alvorada. Que Israel espere pelo Senhor,
pois com o Senhor está a benevolência. E com Ele está a redenção abundante. E Ele
redimirá Israel de todas as suas iniquidades”.
E com este salmo eu começo as
minhas palavras lembrando que defender Israel é defender o mundo inteiro. Trata-se
não apenas de uma solenidade que tem por objetivo exaltar a comemoração da independência,
mas acima de tudo um grito pela liberdade, um exemplo para o mundo. O grande
objetivo deste encontro é exaltar esta liberdade de um dos Estados mais
importantes da humanidade.
A duração deste nosso evento,
cônsul e autoridades, é não ter pressa. Esta é a nossa festa, por isso nos
perdoem se demorarmos um pouco mais. Hoje é Lua Nova e, segundo os estudiosos,
é nessa lua que se plasmam as boas energias.
Portanto, trazemos hoje a esta Casa
de Leis os auspícios de um novo momento de paz, de justiça e de fartura, de
felicidade, de saúde e de sucesso. Quando meus colegas perguntam por que a homenagem
a Israel, eu digo: eu tenho origens semitas que se perderam nos tempos de mãe e
de pai, mas foi meu pai, Dr. Clóvis Savério de Luca, que daqui a pouco vai ter a
imagem dele, como peregrino da vida. Está aí com a minha mãe.
Minha mãe, Castello Branco, de
origem portuguesa. E cidade de Castelo Branco foi fundada por judeus numa das
sinagogas mais antigas de Portugal, não é dom Galdino? A sinagoga de Belmonte,
que tivemos oportunidade de conhecer recentemente. E a família do meu pai, sem
dúvida nenhuma, mais ligada às tradições israelenses.
Fui criado pelo meu pai ouvindo
as histórias de Isaías, que trago aqui o livro como inspiração e que, sem
dúvida nenhuma, talvez seja um dos profetas que mais inspira a saga do povo judeu,
pois ora Deus os exalta, ora os humilha; ora os eleva, ora cai; ora os põe na grandeza
e ora os testa. É assim a história desse povo.
Ora para que seja uma provação, ora
para que paguem por algum erro. Seja como for, é essa história maravilhosa que
representa a própria história da humanidade que eu vi meu pai dizer. Meu pai
era um médico, neto e filho de médicos. Papai se formou na turma de 1948. Um
dos seus contemporâneos foi Manoel Tabacow Hidal, que alguns anos depois
fundaria o Albert Einstein.
Em setembro de 1955, funda-se a Sociedade
Brasileira Israelita e três anos depois, em setembro de 1958, o filho do Albert
Einstein, o Hans Albert Einstein, físico também na Universidade de Berkeley,
filho mais velho, com a sua primeira esposa, veio para o Brasil assentar a
pedra fundamental.
Papai foi convidado pelo Manoel
Tabacow Hidal, afinal de contas haviam estudado juntos. E lá o Tabacow diz
assim: “Clóvis, isso aqui um dia vai se tornar um grande hospital”. E nós
olhamos para o lado - papai contava - e não tinha absolutamente nada.
O Morumbi era um lugar longe que
ninguém queria morar, porque estava depois do rio, muito longe, e a ponte era
de madeira. A ponte de cimento tinha sido feita há pouco tempo. Não tinha supermercado,
não tinha farmácia, não tinha nada. Algumas pessoas começaram a se mudar e os
colegas médicos disseram: “Clóvis, compre um terreno aqui”.
Papai comprou o terreno do lado
do Hospital Albert Einstein. Em 1959, ele passou a escritura. Em 1961, ele
casou com a mamãe. Tabacow Hidal começou a construir o hospital, que foi
inaugurado em 1972, 13 anos depois. Tabacow Hidal morreu cedo, com 64 anos, em
1979. Eu já estava na Escola de Cadetes. E assume o Joseph Ferrer.
Os dois frequentaram muito a
minha casa, porque em 1974 papai constrói a casa no Morumbi, que ainda era
muito longe, mas o hospital já começava a ganhar forma. Não é preciso dizer que
grande parte da carreira médica do meu pai ocorreu dentro do Albert Einstein
como cirurgião-geral, como um clínico importante.
Ele fez uma série de cirurgias e
eu mesmo tive oportunidade de operar com meu pai várias vezes, porque papai
tinha o sonho que eu fosse ser médico, mas eu desmaiava em quase todas as
cirurgias. Eu tinha pendor para outras características. Enfim, papai, Tabacow Hidal
e o Einstein tiveram uma história conjunta muito bonita.
Mas o que mais me marca na
história do meu pai foi a sua interpretação da saga judaica e as conversas que
ele dizia ter com nada mais nada menos... Cadê o meu rabino? Pois é, papai
chegava assim: “Esta noite eu conversei com Moisés”; “Esta noite tive uma longa
preleção com Isaías ou com Davi”.
E se meu pai não fosse um médico
muito bem-sucedido e rico, eu acharia que meu pai não batia bem das suas
faculdades mentais, mas eram tantas as vezes que ele falava isso com tamanha
intensidade. Inclusive o Cláudio Lottenberg uma vez tirou sarro do meu pai e
falou assim: “Mas você gravou?”.
Meu pai falou: “Não precisa, eu
estou aqui com ele agora”. E foi nessa sensação que eu aprendi a respeitar e a
entender o povo judeu. (Palmas.) Portanto, quando estou aqui hoje eu estou
falando de uma tradição que para mim tem mais de 10 mil anos, embora o
calendário de vocês esteja em cinco mil, oitocentos e pouco, mas estou falando
das três diásporas, que eu entendo a diáspora egípcia, depois a diáspora da
Babilônia, depois a diáspora que foi a última, dos romanos.
No ano 73,
quando cai a fortaleza de Massada, em um episódio histórico e militarmente
inigualável de resistência, onde eles vão literalmente até o último combate. Só
o episódio valeria uma aula aqui hoje para quem esteve lá, tanto que o exército
de Israel lá faz o seu juramento.
Assim sendo, do
ano 73 até 1948, passaram-se 1875 anos, onde esse povo esteve disperso pelo
mundo, mas mantendo a sua mesma identidade, a mesma língua, as mesmas tradições,
a mesma fé, o mesmo culto, a mesma vontade.
E quando eles
se reúnem novamente naquele momento histórico, o que valeria toda uma
explicação, mas que o tempo não nos permite, eles trazem consigo toda essa
história novamente, e dessa vez, para que se torne um país glorioso.
Em 74 anos de
história, foram incríveis as realizações que esse país conseguiu. A primeira
vez que estive em Israel foi em 1990, quando ainda tenente, Cardoso Martins,
servi na aviação.
Tive a
oportunidade, em uma missão na França, de ir a Israel e participar de um
determinado treinamento. Depois, voltei a Israel mais duas vezes - em 91 e 92
-, depois, pós-eleito em 2018 e depois em 2019 com o presidente Bolsonaro.
Em todas essas
ocasiões, era realmente inacreditável o que havia se feito naquele país. Esta
homenagem, portanto, não é uma homenagem apenas ao Estado de Israel, não é uma
homenagem apenas à saga do povo judeu, mas é, antes de tudo, uma homenagem ao
espírito humano de liberdade, de luta e de superação.
Não poderia
deixar de mencionar aqui a figura do ex-embaixador Yossi Shelley, que me
agraciou com a sua amizade pessoal, do cônsul de São Paulo que o precedeu,
Rafael, Alon Lavi, e de toda a equipe do Consulado de São Paulo, que sempre
exerceu um trabalho maravilhoso à toda a comunidade judaica de São Paulo, que é
responsável por grande parte do sucesso do estado de São Paulo financeiro,
cultural e social.
Muito
importante que essa comunidade contribuiu grandemente para o crescimento do
estado de São Paulo e, acima de tudo, para o crescimento do Brasil. Daqui a
pouco, vocês vão ter contato com a história, a geografia, os feitos militares,
como falamos há pouco.
A minha
contribuição, indo para o final da minha fala, é que a tradição judaico-cristã,
os nossos melhores valores devem prevalecer neste momento em que o mundo
caminha para a paz, para a justiça e para a fartura, e onde Israel dá um grande
exemplo para o mundo de que é possível vencer. Assim sendo, eu termino a minha
fala com a fala do querido professor Henrique José de Souza: “A esperança da
colheita reside na semente”.
Hoje aqui,
rabino Rav Sany, meu amigo e que me inspirou grandemente a fazer essa
atividade. Essa frase do querido Henrique José de Souza, que traz a vitória e
que mostrou que o Brasil é o berço de uma nova civilização, que o Brasil é a
pátria do Avatara, que o Brasil é a pátria onde vai se instalar um novo governo
mundial, e onde a civilização e a tradição judaica encontram também as suas
raízes muito antigas.
E aqui eu abro
um parêntese para lembrar que um grande antropólogo brasileiro, Bernardo
Augusto da Silva Ramos, escreveu um enorme livro mostrando a influência judaica
no Brasil, desde nada mais, nada menos do que 600 anos a. C. O Rio Solimões,
que é Salomão, Manaus, que é Manu, muitas palavras da língua tupi-guarani que
têm similaridade com o hebraico.
Um livro de 700
páginas que traz a grande influência do povo judeu e do povo brasileiro muito
antes do que a gente pudesse pensar nisso. Portanto, Brasil e Israel são duas
nações grandiosas hoje unidas e irmanadas em um mesmo ideal. Como disse o nosso
presidente Bolsonaro várias vezes, a nação de Israel e a nação de Brasil têm
muito a construir juntos como pátrias irmãs.
E assim a
esperança da colheita vive na semente. Hoje, nós aqui plantamos mais uma vez a
semente do bem, do bom, do belo e do verdadeiro.
Viva Israel,
viva o povo de Israel.
O povo de
Israel vive sempre.
Vitória,
vitória e vitória. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Hoje
é um dia muito especial, em que homenageamos os 74 anos da Independência do
Estado de Israel, ocorrida em 14 de maio de 1948. Vamos assistir agora a um
vídeo com o discurso de Osvaldo Aranha na sessão da Organização das Nações
Unidas ocorrida em 29 de novembro de 1957, onde naquele sábado foi criado o
Estado de Israel.
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- É exibido o
vídeo.
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Em 14 de maio
de 1948, Israel proclamou sua independência. Menos de 24 horas depois, os
exércitos normais do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país,
forçando Israel a defender a soberania que acabara de reconquistar em sua
pátria ancestral.
Na chamada
“Guerra de Independência de Israel”, as recém-formadas e pouco preparadas
forças de defesa de Israel expulsaram os invasores em ferozes batalhas
intermitentes, em um período que durou aproximadamente 15 meses e custou a vida
de 6 mil israelenses, quase 1% da população judaica do país na época.
Durante os
primeiros meses de 1949, negociações diretas foram realizadas sob os auspícios
da ONU entre Israel e cada um dos países invasores, exceto o Iraque, que se
recusou a negociar com Israel, resultando em acordos de armistício, que
refletiam a situação ao final das disputas.
Assim, a
planície costeira, a Galileia e toda a Neguev ficaram sob a soberania
israelense. A Judeia e a Samaria - Cisjordânia - ficaram sob o domínio da
Jordânia. A Faixa de Gaza ficou sob administração egípcia. E a cidade de
Jerusalém ficou dividida, com a Jordânia controlando a parte leste, incluindo a
cidade velha, e Israel, o setor ocidental.
Com o fim da
guerra, Israel concentrou-se na construção do Estado que o povo lutou tanto
para recuperar. Os primeiros 120 assentos do Knesset, do parlamento, entraram
em funcionamento após as eleições nacionais ocorridas em 25 de janeiro de 1959,
em que quase 85% de todos os eleitores votaram.
Duas das
pessoas que haviam conduzido Israel à independência tornaram-se líderes do
país. David Ben-Gurion, líder da agência judaica, foi escolhido como
primeiro-ministro, e Chaim Weizmann, presidente da Organização Sionista Mundial,
foi eleito pelo Knesset como primeiro presidente. Em 11 de maio de 1949, Israel
tornou-se o 59º membro das Nações Unidas.
De acordo com o
conceito de reunir os exilados, que está no cerne da razão de ser de Israel, os
portões foram abertos, afirmando o direito de cada judeu de vir para o país e,
ao entrar, adquirir cidadania. Nos primeiros quatro meses de independência,
aproximadamente 50 mil recém-chegados, principalmente sobreviventes do
Holocausto, chegaram às praias de Israel.
Até o final de
1951, um total de 187 mil homens, mulheres e crianças chegaram. Mais de 300 mil
deles refugiados de países árabes, duplicando assim a população judaica. A
crise econômica causada pela Guerra da Independência e a necessidade de
sustentar uma população em rápido crescimento exigiram austeridade no país e
ajuda financeira do exterior.
A assistência
prestada pelo governo dos Estados Unidos, empréstimos de bancos americanos, as
contribuições dos judeus na diáspora e reparações alemãs após a guerra foram
usados para construir casas, mecanizar a agricultura, estabelecer uma frota
mercante e uma companhia aérea nacional, explorar minerais disponíveis,
desenvolver indústrias, expandir rodovias, telecomunicações e rede elétrica.
No final da
primeira década, a produção da indústria dobrou, assim como o número de pessoas
empregadas com as exportações industriais, aumentando quatro vezes.
A vasta
expansão das áreas cultivadas trouxe autossuficiência no fornecimento de todos
os produtos alimentares básicos, exceto carne e grãos, enquanto aproximadamente
50 mil hectares de terra árida foram arborizados, e árvores plantadas ao longo
de quase 500 milhas, o que corresponde a 800 quilômetros de rodovias.
O sistema
educacional desenvolvido pela comunidade judaica no período pré-estatal, e que
agora incluiu o setor árabe, expandiu-se consideravelmente. Frequentar as
escolas tornou-se gratuito e obrigatório para todas as crianças com idades
entre cinco e 14 anos. Em 1978, tornou-se obrigatório até os 16 e gratuito até
os 18.
Atividades
culturais e artísticas floresceram, misturando elementos do Oriente Médio, do
norte africano e ocidentais, pois os judeus, chegando de todas as partes do
mundo, trouxeram consigo as tradições específicas de suas comunidades e
aspectos das culturas dominantes dos países onde tinham vivido por gerações.
Quando Israel comemorou seu décimo aniversário, a população ultrapassava dois
milhões.
Nesse momento,
ouviremos as palavras das seguintes pessoas: reverendíssimo senhor rabino Sany
Sonnenreich, presidente do Instituto Rav Sany e diretor do Olami Faria Lima,
para fazer uso da palavra. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Enquanto
o rabino se desloca, eu gostaria de agradecer à chanceler Carla Fabiana Melo,
da Academia William Shakespeare, neste momento representando o nosso presidente
Dom Antonio.
O SR. SANNY SONNENREICH - Boa noite.
Deputado Castello Branco, grande amigo, em seu nome cumprimento todos os
parlamentares aqui presentes, presidente da Fisesp, Marcos Knobel, presidente
da Hebraica, Fernando Rosenthal, presidente da B’nai B’rith, Dr. Abraham. Fico
muito feliz. (Pronunciamento em Língua Estrangeira). “Bendito sejas Tu eterno,
nosso Deus, que nos fizeste chegar até este dia”.
Hoje é um dia
feliz não só para os judeus que puderam retornar para o seu lar depois de
milênios no exílio, mas todos os povos e todas as pessoas de boa-fé do mundo,
amantes da democracia, da ética, da modernidade, da cultura, todas essas
pessoas devem se alegrar no dia de hoje. Israel representa para a humanidade
tudo isso e muito mais.
Israel é o
único país do mundo cujo direito de existir e se defender é continuamente
questionado. Temos vizinhos que ainda sonham em nos jogar no mar. Enfrentamos
um tsunami global contínuo de antissemitismo viral.
O mundo nos
julga por padrões duplos. Israel é um oásis numa região na qual reina a
barbárie primitiva, enquanto centenas de milhares de pessoas são massacradas
por rotina. E a intolerância, infelizmente, reina. Mas, apesar disso, por
qualquer referência, Israel representa, sem dúvida, a maior história de sucesso
nacional de todos os tempos.
Exilados e
espalhados por todo o mundo, por dois mil anos, e sofrendo ciclos intermináveis
de perseguição e assassinato em massa, que culminou com o Holocausto nazista.
Os judeus,
milagrosamente, ressuscitaram, e criaram o seu estado, um estado-nação. Em
1947, o mundo ficou surpreso. Por incrível que pareça, por um breve momento,
tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética concordaram em endossar a
criação de um tão sonhado estado judeu.
Eu sou
eternamente grato ao Brasil e a Oswaldo Aranha que, particularmente, salvou a
minha família. Enviou os vistos por debaixo dos selos das cartas. O meu bisavô,
na Alemanha, achava que com os judeus alemães não iria acontecer nada. Mal
sabia ele: foram os primeiros a morrer.
Meu tio-avô
decidiu fugir, e a atravessou a fronteira a pé. Quando ele atravessa a
fronteira, ele vê, numa banca de jornais, uma revista como uma bela paisagem.
Ele falou: “É para lá que eu vou”.
Eram as praias
do Brasil. Chegando aqui sem falar o idioma, vendia gravatas nas casas de jogo.
“Sua gravata está suja, compra a minha.” Lavava a suja, e vendia no dia
seguinte.
O espírito
empreendedor judaico, de sobrevivência, a linguagem do coração, fez com que ele
fosse até a sede do palácio do governo, e implorasse pelos vistos. Oswaldo
Aranha falou: “Dê os vistos para o rapaz”. Assim ele trouxe o meu bisavô, minha
bisavó, minhas tias-avós e meu avô.
Mas esse
Oswaldo Aranha, como bem citado no vídeo, presidiu a sessão. Ele era o
embaixador brasileiro. E, nessa sessão, foi decidido que a região seria
dividida, e que formariam um estado árabe e outro judaico. Os países da Liga
Árabe e os árabes palestinos foram abertamente contrários à proposta.
Ainda assim, o
plano foi aprovado por 33 dos 56 países membros presentes. Apenas 13 delegações
votaram contra a sua adoção, e outras 10 se abstiveram. Somos eternamente
gratos ao Brasil e a Oswaldo Aranha.
A vitória não
foi alcançada sem sacrifício. Como tudo na vida, de valor, exige luta, esforço.
Sendo que, 24 horas antes de nos alegrarmos, no Dia da Independência, nós
prestamos homenagem a mais de 20 mil judeus que tombaram e que deram suas vidas
para defender nosso estado. Nós nunca esqueceremos de um sequer. Tanto nos momentos
de dor, como nos momentos de alegria.
Israel tem uma
luz muito forte para o mundo. O estudo da Torá, hoje, na terra de Israel, o
maior polo de estudo de Torá do mundo, hoje, se encontra na terra de Israel.
Yeshiva, academias talmúdicas, casas de estudo, e toda essa influência
espiritual, toda essa energia positiva, que faz com que o país seja a fonte de
revoluções tecnológicas que vêm salvando milhares de vidas no mundo todo.
A existência do
estado de Israel é benéfica para toda a humanidade. Eu sou apaixonado por
Israel. Morei lá oito anos. Lá que eu enchi o meu copo, para ele transbordar, e
poder encher outros copos. Tive contato com grandes líderes cabalistas, anjos
com pernas, os meus mestres.
Nada disso
seria possível... A minha preparação e a preparação de outros líderes, que hoje
se encontram no Brasil, disseminando os valores judaicos para o nosso Brasil,
nada disso seria possível sem os milagres revelados que ocorreram há 74 anos
atrás, quando Israel se tornou independente. As chances de sobrevivência eram
nulas. Cinco exércitos poderosíssimos. Mas, mesmo assim, novamente,
sobrevivemos.
Porque o Patrão
está conosco, o Boss, o Eterno, Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó.
Prometeu, e a sua promessa hoje é realidade. Nós estamos celebrando isso. A
nossa geração tem o privilégio de vivenciar essa promessa. (Pronunciamento em
língua estrangeira.) está escrito no Tanakh. Eu darei a vocês a missão de
compartilhar a luz para os povos da Terra.
Essa é a missão
do povo judeu. Essa é a missão do povo de Israel. Por intermédio desse estado,
essa missão pode ser concretizada com êxito, com parcerias de sucesso. Essa luz
é primordial em todas as áreas das nossas vidas, senhoras e senhores.
Certa vez, um
grande sábio estava andando pelas ruas da Europa. Ele viu que uma luz saía da
casa do sapateiro. De madrugada, ele se aproximou. O nome dele era rabino
Israel de Salanter. Ele viu que a vela estava quase apagando. Era tarde, e o
sapateiro continuava trabalhando, trabalhando e trabalhando.
O sábio disse:
“Vai dormir. Já é tarde, e sua vela está quase apagando”.
O sapateiro
respondeu. (Pronunciamento em língua estrangeira.) “Enquanto a vela está acesa,
ainda é possível consertar.”
O sábio extraiu
a grande lição espiritual por detrás das palavras do humilde sapateiro.
(Pronunciamento em língua estrangeira.) A vela de Deus é a alma do ser humano.
Enquanto a
nossa vela estiver acesa é possível consertar. Enquanto a vela do estado de
Israel estiver acesa, é possível contribuir muito. É possível disseminar muitos
valores, muita cultura, o sonho pela paz. Enquanto a vela está acesa, ainda é
possível consertar.
Deputado
Castello Branco, te agradeço por esse ato solene. Te agradeço pelo seu apoio a
Israel aqui dentro da Alesp. Você é um grande entusiasta da cultura judaica, eu
sei. E sempre luta pelas causas judaicas e pelo bem da nossa comunidade. Que Deus
te abençoe grandiosamente. Como já disse o primeiro primeiro-ministro, David
Ben-Gurion: “Quando se trata de Israel, quem não acredita em milagres não é
realista”.
Capitão, o
senhor bem citou: “A esperança da colheita reside na semente”. O estado de Israel
é uma semente plantada, que está sendo cultivada, e que merece o seu direito de
existir. Merece sobreviver. Tentaram nos enterrar, mas esqueceram que éramos
sementes. (Pronunciamento em língua estrangeira.) O povo de Israel está vivo.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Convidamos a Exma. Sra. Deputada Estadual Janaina Paschoal para fazer uso da
palavra.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
Boa noite a todos. Meus parabéns por essa data tão especial. Depois de falas tão
inspiradas, não é fácil fazer uso da palavra.
Mas eu gostaria
de lembrar não só essa importância histórica e espiritual, mas a importância em
termos de democracia, que é a conquista do estado de Israel, essa fundação,
essa libertação... Esse reconhecimento, acho que é a palavra.
Porque, sob o
ponto de vista da existência, já estava lá. Mas houve um reconhecimento
jurídico, político, histórico. Esse reconhecimento vem depois de um intenso
sofrimento. Um intenso sofrimento para o povo judeu, mas para a humanidade.
Então o simbolismo, o significado desta conquista, em termos de humanidade, é
muito grande. Porque houve a tentativa de estabelecer diferenças entre os seres
humanos.
Houve a
tentativa de nos dividir entre superiores e inferiores, entre puros e impuros.
E, em resposta a esta tentativa, surgem vários frutos. As convenções
internacionais de direitos humanos, ou de direitos fundamentais; o
reconhecimento das liberdades individuais, as garantias, sobretudo a garantia
de sermos respeitados exclusivamente pelo fato de sermos humanos.
A própria concepção de dignidade humana é
oriunda do intenso sofrimento a que foi submetido o povo judeu e toda a
humanidade. Então a importância de Israel não se circunscreve, não se limita à
comunidade judaica. A importância de Israel tem a ver com a própria humanidade.
Então esta data é muito importante pelo que simboliza.
Significa que
nós não queremos, que nós não admitimos que fatos como aqueles, da Segunda
Guerra, se repitam. Significa que nós estamos unidos no desejo de que todos os
povos sejam respeitados em sua autodeterminação, em sua livre determinação.
Então é importante, sim, comemorar essa data, resgatar essa história: história
de luta, história de vitória, história de reconhecimento.
É assim que eu
vejo a fundação do estado de Israel. Como reconhecimento. E, nesta data, hoje,
nesta noite, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo homenageia esta
história. Homenageia toda esta simbologia. Nós nos unimos como seres humanos
para dar o recado do que é o respeito ao outro, do que é enxergar o outro como
digno por ser um ser humano.
Então recebam o
meu abraço, todo o meu amor, todo o meu reconhecimento. E que essa história
seja sempre resgatada, para que nós não permitamos que fatos como aqueles se
repitam.
Muitíssimo
obrigada. Muitos parabéns. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Convidamos o Exmo. Sr. Deputado Estadual Gil Diniz para fazer uso da palavra.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Enquanto o colega Gil Diniz se desloca,
eu gostaria de agradecer o Sr. Jorge Luiz, simbolicamente, comandante em chefe
do Estado-Maior do Exército, da Revolução Constitucionalista de 1932. Senhor
Jorge, muito obrigado. O senhor é um exemplo a nós. Bem-vindo a bordo.
O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado,
nobre deputado Castello Branco. O meu boa noite a todos. Que noite, Castello,
que noite! Rav Sany falava agora aqui e eu prestava atenção em vossas palavras.
Depois do
brilhante discurso, brigadeiro Elvis, do Castello Branco, eu já ficava ali tremendo
todo, Janaina. O que eu vou falar depois do Castello? Aí veio o Sany, e pronto.
Ficou ainda mais difícil.
Mas eu pensava
nas palavras, rabino, porque hoje não foi um dia fácil para mim. Hoje foi
daqueles dias em que você fala: era melhor não ter saído de casa. Parecia que
ia dar tudo errado. Deus não quis.
Estava no meu
gabinete, Castello, e lembrei do seu convite para essa homenagem aos nossos
irmãos de Israel. E que bom que eu vim aqui ouvir essa aula, ouvir essas
palavras. Enquanto há luz, há vida, há o que ser feito, há muito trabalho.
Eu sou
pernambucano, eu sou de uma cidade chamada Serra Talhada. E dizem que ali para
cima, na região de Pernambuco, brigadeiro, tem um pessoal que é descendente do
povo de Israel.
Meu sobrenome é
Diniz. Dizem que provavelmente nós somos descendentes de alguns da comunidade
que foram para o nordeste há muito tempo. Eu me lembrava aqui, nas palavras do
rabino, dos nomes, Victor Metta, dos meus filhos: Natan e Davi. Fiz questão,
Janaina, de batizá-los.
Sou cristão
católico, mas fiz questão de colocar o nome, no meu primeiro filho, de Natan; e
o nome, no meu segundo filho, de Davi. Um rei de Israel e um profeta de Israel.
Para mostrar,
todo dia, para mim mesmo, na minha vida, a importância do Deus de Abraão, o
Deus de Isaac, o Deus de Jacó, e a importância que essa força divina tem na
minha vida, num processo de conversão.
O Castello
falou aqui de levantar, de cair, de dobrar o joelho, de pedir perdão a Deus e
tentar ser melhor. Hoje nós celebramos aqui os 74 anos da independência de
Israel, como foi bem dito.
Um país, um
povo, uma pátria que precisa, muitas vezes, se justificar, precisa muitas vezes
lutar pela sua sobrevivência. Neste ano, nós completamos 200 anos da nossa
independência, independência do povo brasileiro. E o preço da liberdade, como
já foi dito, é a eterna vigilância.
E nós
precisamos, também, lutar - lutar mesmo, com todas as nossas forças - pela
nossa liberdade. A comunidade tem, no Castello Branco, um grande representante
aqui neste Parlamento, mas tem também na deputada Janaina Paschoal, no Tenente
Nascimento e em outros deputados também, o d'Avila, o Heni, e vários
outros amigos que se importam com a comunidade, que tentam se fazer presentes e
que usam este espaço, esta trincheira, Castello, para defender o povo de
Israel.
Não se enganem,
senhores: neste Parlamento - e aqui eu não quero ficar fazendo política,
principalmente a pior das políticas -, há pessoas que relativizam o Estado de
Israel.
Mas nós, sempre
que pudermos, vamos aqui estar lado a lado com todos vocês, defendendo não só o
direito à existência do povo de Israel, mas celebrando juntos a nossa
liberdade, a nossa pátria, a nossa família, a dignidade, Janaina, como V. Exa.
disse, da pessoa humana. Não relativizamos, senhores, a chaga que foi o
holocausto.
Vocês devem
acompanhar, em algumas posições que nós colocamos aqui, muitas vezes de embate,
o rótulo que nos colocam, uma falta de respeito, muitas vezes, com a
comunidade.
Mas enquanto
estivermos aqui, vamos usar, Castello, essas datas para celebrar esse povo
irmão, miscigenado. O Brasil de portas abertas sempre. São Paulo de portas
abertas. Eu, como disse, sou pernambucano. Mas este estado me recebeu em 95,
recebeu os meus pais, recebeu a minha família, e aqui nós trabalhamos e
prosperamos também.
Então,
senhores, parabéns. Celebrem, e celebrem muito. Esta Casa está de portas
abertas, sempre, à comunidade. Nesta trincheira legislativa, vocês têm muitos
amigos, e contem sempre conosco.
Viva o Brasil,
viva Israel.
Meus parabéns.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA -
Convidamos o Exmo. Sr. Deputado Estadual Tenente Nascimento para fazer uso da
palavra.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Enquanto
se dirige à tribuna, minha gratidão ao amigo Victor Metta, ativista e idealista
deste país. Victor Metta, obrigado pela sua presença.
O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS -
Uma boa noite a todos. Estamos aqui na Assembleia Legislativa, onde hoje está
instalado o Estado de Israel, neste Parlamento.
Eu quero aqui
cumprimentar o presidente, meu amigo deputado capitão Castello Branco, ao qual
eu presto minha continência por tão importante evento que é esta celebração de
74 anos de independência de Israel.
Como disse o
deputado Gil Diniz, depois dessas falas todas, o que vou falar? Então, eu
observei também o Rav Sany. Cadê ele? Que coisa maravilhosa. Como é bom...
E se nós não
tivéssemos uma história, como iam saber os nossos filhos, nossos netos? Ao meu
quarto neto, que está chegando, já foi dado o nome de Davi. E cumprimentar meu
amigo, o cônsul Rafael, que ali está, que já se tornou uma amizade.
Israel e
Brasil, povos de uma amizade, de uma união. Eu tive o privilégio de conhecer um
embaixador que aqui chegou com muita simplicidade. E eu acabei por aumentar uma
amizade, que é o embaixador Yossi Shelley.
Nós aqui
homenageamos Yossi Shelley com a maior honraria desta Casa, o Colar de Honra ao
Mérito Legislativo. Aqui nesta Casa, ele foi homenageado. Foi um evento solene,
uma celebração muito bonita.
E, conversando
com o embaixador Yossi Shelley, ele me confidenciou que tinha uma data muito
especial para o povo judeu, que era o dia do Yom Kipur, o dia do perdão, mas
que tinha uma dificuldade dessa celebração.
Porque nós
temos aqui mais de 60 mil judeus, só aqui na capital; e trabalham, têm as suas
atividades, e nesse dia essa celebração não poderia deixar de acontecer.
Então,
apresentamos aqui um projeto de lei, o no 11.035, de 2019, que
inclui no calendário oficial do estado de São Paulo o Dia do Perdão, Yom Kipur,
a ser realizado no décimo dia a partir do Rosh Hashaná, primeiro dia do ano
novo no calendário judaico.
Dia da
expiação, Yom Kipur, dia do perdão, celebrado entre o pôr-do-sol de nove
tishrei e o pôr-do-sol de 10 tishrei, entre setembro e outubro, com o propósito
de oferecer sacrifícios pelos pecados dos sacerdotes e do povo, e purificar o
santuário. Era um dia de descanso e jejum, em que sacrifícios eram oferecidos.
No Brasil, os
cristãos consideram esse período de 10 dias entre o Rosh Hashaná e o Yom Kipur
como o tempo de arrependimento e de consagração a Deus, tempo de buscar a paz
com todos, tempo de reconciliação com Deus e com o próximo. O décimo dia, o Yom
Kipur, é o dia de jejum e o final da celebração e alegria.
Como assim
fazer? Foi apresentado nesta Casa esse projeto de lei. E foi aprovada a Lei no
17.361, de 13 de abril de 2021. Agora, no estado de São Paulo, é lei. Uma das
maiores datas a serem celebradas pelo povo judeu agora é lei aqui no estado de
São Paulo.
“Fica incluído
no calendário oficial do estado o Dia do Perdão, Yom Kipur, a ser realizado no
décimo dia a partir do Rosh Hashaná, primeiro dia do ano novo do calendário
judaico. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação”.
Para concluir,
quero fazer aqui essa celebração de uns salmos. E quero dizer a vocês que
Osvaldo Aranha, um brasileiro que também tinha o coração do povo judeu... Não
somente o seu voto, mas como ele conseguiu transferir mais de 12 votos para que
pudesse, sim, Israel... Hoje nós estarmos aqui comemorando 74 anos.
Em Gênesis,
capítulo 12, versículo três, diz-se: “Abençoarei aos que te abençoarem, e
amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias
da terra.”
E o salmo 122,
seis, a seguir, diz: “Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te
amam. Haja paz dentro dos teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios.
Por causa dos meus irmãos e amigos”, como o Brasil, “direi: haja paz em ti”.
Deus abençoe
Israel. Deus abençoe o Brasil.
E aqui recebo o
abraço desse brasileiro que ama Israel.
Deus abençoe a
todos vocês. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Convidamos
o Sr. Sérgio de Azevedo Redó, presidente da Associação Paulista de Imprensa,
para fazer uso da palavra.
O SR. PRESIDENTE -
CASTELLO BRANCO - PL - Enquanto se dirige à
tribuna, o nosso agradecimento ao presidente do Grupo Beplan, Sr. Belo Catz,
grande empresário de Santa Catarina, que veio especialmente para esta
celebração.
Queria
agradecer também ao Michel Belo. Michel está aí? Michel, muito obrigado. Do
Grupo Belo, de Igaratá. Um grande empresário, com uma agenda muito apertada,
que também nos dá a honra da sua presença, veio nos prestigiar.
E o Sr. Alberto
Danon. Muito obrigado, Danon, um ativista e uma liderança na comunidade
judaica, e um grande jornalista.
Com a palavra,
a Associação Paulista de Imprensa.
O SR. SÉRGIO DE AZEVEDO REDÓ -
Excelentíssimo Senhor Deputado Estadual, meu querido amigo capitão Castello
Branco. Fui pego de surpresa para falar aqui. Vou ser extremamente breve.
E confesso que
depois de ter ouvido atentamente essa exposição maravilhosa em que você,
através de uma digressão histórica - desde os idos, inclusive, de Moisés, da
formação do povo judeu -, teve a oportunidade de fazer com que cada um de nós
conhecesse um pouco mais da história de Israel e do povo judaico...
Eu quero dizer,
meu querido amigo Castello Branco, que, em seguida, a palavra do rabino Rav
Sany, a quem eu já admiro há muitos anos, tocou o meu coração, em virtude de ter
feito esse entrelaçamento entre a cultura judaica e a brasileira, e a nossa fé
judaico-cristã.
Confesso que,
num momento como esse, ouvir a deputada Janaina Paschoal, uma deputada de dois
milhões de votos, professora da Universidade de São Paulo, e os ilustres
deputados que aqui falaram também, o deputado Tenente Nascimento e também o
deputado Gil Diniz... Enfim, eu acho que fica difícil.
Eu quero aqui,
neste momento, aproveitar este amigo que está aqui na frente, com essa câmera,
que é um grande lutador, com quase 20 anos de Rede Globo de Televisão, e
conduzindo agora os destinos da nossa TV aberta.
Eu quero
cumprimentá-lo, meu querido Marcel Hollender, em nome da comunidade árabe, onde
há um dos mais importantes programas de TV do Brasil, que é o Shalom Brasil.
(Palmas.) Enaltecendo a comunidade árabe. E é esse o trabalho que a nossa
Associação Paulista de Imprensa presta.
E já vou
encerrar. Mas não poderia deixá-lo... Porque a minha esposa ficou, realmente,
extremamente emocionada quando soube que o presidente do Hospital Israelita
Albert Einstein encontra-se aqui presente.
E em seu nome
eu quero cumprimentar a todas as autoridades israelitas da sociedade civil e do
empresariado que aqui se fazem presentes. Ela recentemente teve a oportunidade
de, durante 30 dias...
Ela é uma
formanda ainda em Biomedicina, e com a honra de ter sido convidada por um
grande amigo médico, ela esteve lá, e ela ficou surpresa com a organização, com
a forma humana, e extremamente profissional com que trata todos os profissionais.
Então, a
virtude, o êxito e a grandeza de um país estão nos seus pequenos atos, e,
através do Hospital Israelita, ela teve oportunidade, a ponto de o seguinte.
Ela teve um pequeno problema lá e imediatamente foi atendida no departamento
médico, e depois ela ficou sabendo que tem um médico, uma psicóloga para
atender os funcionários.
Quer dizer, com todo o respeito, eu advogo há
40 anos, e me dedico também à área de recursos humanos, e a gente vê que não é
comum as empresas terem toda essa atenção para com seus empregados, e eu acho
que por aí que a gente pode ver a grandeza de tudo que foi falado aqui, meu
querido Rav Sany, e deputado Castello Branco.
Neste momento,
eu acho que eu poderia encerrar as minhas palavras pedindo que todos, de pé,
possamos dar um minuto de silêncio, em razão de mais de seis milhões de vidas
que foram ceifadas pela brutalidade da ideologia, dos valores mesquinhos, do
poder, e que, infelizmente, nós, aqui neste país, que somos extremamente
cristãos, pensamos em Deus, e temos aqui as Forças Armadas representadas,
através do Almirante Guilherme, dos generais, meu querido amigo, general
Leonel, e o general também que acabei de conhecer, Cardoso Martins. Muito
obrigado, general, e o nosso brigadeiro que aqui se encontra presente...
Nós não podemos
nos dividir. Nós podemos sempre continuar unidos. O Brasil sempre foi um país
de paz, um país de amor, onde em momento nenhum... Eu tenho 40 anos de
profissão e 64 anos de idade.
Meu pai foi um
humilde sargento da Aeronáutica, que acabou saindo de lá porque o soldo era
muito baixo, e ele queria casar-se com a minha mãe, e minha mãe era uma
aristocrata dos Jardins, e ele não quis perder a oportunidade, e acabou saindo
para a atividade comercial.
E a grande
verdade é que neste momento eu peço que, em um minuto de silêncio, possamos
homenagear todas as almas que foram ceifadas na segunda grande guerra mundial,
e tiradas de muitos judeus, que alguns de seus descendentes possam até estar
aqui, ou em algum outro lugar, para comemorarmos esses 74 anos de independência
do estado de Israel.
*
* *
- É respeitado um minuto de
silêncio.
*
* *
Encerro dizendo
que a esperança da colheita reside na semente, e ai de nós, se, por desídia, falta
de espírito público, de interesse pela família e pelos valores, deixarmos a
semente morrer semente.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Convidamos
o Sr. Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo,
para fazer uso da palavra.
O SR. MARCOS KNOBEL - Boa noite,
senhoras e senhores, autoridades militares, meu querido deputado Castello
Branco, a quem eu saúdo a todos os parlamentares desta Casa. Cônsul Rafael
Erdreich, cônsul de Israel em São Paulo.
Prezado e
querido Rav Sany, a quem também eu saúdo todas as autoridades religiosas
presentes aqui. Abraham Goldstein, e meu querido amigo Fernando Rosenthal,
presidente da Hebraica, maior clube judaico do mundo.
Há 74 anos um
sonho milenar se tornou realidade. O estado de Israel ganhou sua independência,
o que permitiu ao povo judeu voltar a ter seu lar nacional, depois de séculos
de um exílio forçado.
Há um mês atrás
relembramos o “Yom HaShoá”, o dia do holocausto, um terrível marco na história
da humanidade, onde mais de seis milhões, não só de judeus, mas também
deficientes e homossexuais, entre outros, foram brutalmente mortos pelo regime
nazista.
E hoje, podemos
comemorar mais um aniversário da independência de Israel. Duas datas com
significados distintos, porém, que mostram a necessidade do povo judeu de ter
uma pátria, um porto seguro, para que nunca mais algo similar aconteça.
Israel se
transforma a cada ano que passa. Em uma recente missão de líderes da comunidade
judaica de São Paulo a Israel, pudemos ver não apenas o Israel turístico, com
suas maravilhosas praias na região de Tel Aviv, o Israel tecnológico, com
crescimento exponencial das start-ups, a Start-up Nation, o Israel com o maior
número de construções civis por metro quadrado, mas sim vimos o Israel da
diversidade.
Judeus
liberais, religiosos, muçulmanos, negros e orientais, andando juntos e livres
pelas ruas. Uma praia designada para a comunidade LGBTQIA+, e do outro lado uma
praia designada para judeus ortodoxos.
Vimos o Israel que,
ao primeiro sinal de catástrofe, onde quer que seja, é o primeiro país a enviar
a mais completa equipe de resgate, com ajuda humanitária e médica. Vide casos
como Brumadinho, e recentemente a Ucrânia.
O Israel da
liberdade, da justiça social e da igualdade, onde todos os cidadãos são iguais
perante a lei. No setor infantil do maior hospital de Israel, o “Tel HaShomer”,
considerado o 8º melhor hospital do mundo, senhores, 40% das crianças tratadas
são árabes e palestinas, vindas de todas as partes de Israel, inclusive de
Gaza.
Porém,
infelizmente, grande parte da nossa mídia não traz essas notícias de Israel, e,
quando o fazem, fazem de maneira distorcida, colocando muitas vezes Israel como
vilão do contexto. Israel é um exemplo de democracia, a única democracia
existente no Oriente Médio, e é esse Israel que tanto nos orgulha, e que todo
mundo tem que conhecer.
Eu faço parte
da segunda geração de minha família aqui em São Paulo, descendente de
imigrantes poloneses e lituanos fugidos do holocausto, enquanto minha esposa
vem da primeira geração de imigrantes sírios e libaneses.
Essa é a São
Paulo que nos acolheu e abraçou de forma tão carinhosa. Pessoas de todos os
lugares do mundo, raça e crenças diferentes. Nosso amor pela nossa cidade, e
pelo Brasil é incontestável, mas nós, como os judeus, temos muito orgulho, e
mantemos fortes vínculos afetivos, culturais e religiosos com Israel.
Lutaremos e
combateremos imediatamente toda e qualquer forma de deslegitimação do estado de
Israel. Um dos pilares da cultura judaica é a “tzedaká”, a justiça social, e
isso podemos ver claramente aplicado em Israel, no mundo como um todo, e em
nossas entidades judaicas locais.
Como forma de
retribuir o carinho com que nossos antepassados foram recebidos em São Paulo,
nossas instituições não só atuam em prol dos necessitados dentro da comunidade
judaica, mas também para toda a sociedade maior, quer seja por atuação própria,
como também em parceria com os órgãos públicos.
Essa é a
cultura da nossa comunidade, e que fazemos questão de passar para as nossas
futuras gerações, “ledor vador”, para que esse espírito filantrópico continue
por muitos anos ajudando necessitados e promovendo uma sociedade mais justa e
igualitária, e aos nossos governantes, querido deputado Castello Branco, Srs.
Deputados, e a toda a sociedade maior, em meu nome, em nome da Federação
Israelita do Estado de São Paulo, contem com a nossa comunidade judaica.
Afinal, como
diz o lema da nossa Federação Israelita, juntos fazemos mais.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Convidamos o Sr. Fernando Rosenthal, presidente
do Clube Hebraica, de São Paulo, para fazer uso da palavra.
O SR. FERNANDO ROSENTHAL - Boa
noite a todos. Deputados, eu fico imaginando se os senhores se preocuparam em
falar após as falas do rabino Sany e do deputado Castello Branco. Qual é a
minha situação agora, neste momento, não é?
Eu gostaria de
começar dizendo, deputado, que meus pais moram em Higienópolis, e eu moro no
Morumbi, e minha mãe até hoje acha que é longe, não era só naquela época.
Exmo. Sr.
Deputado Castello Branco, em nome de quem cumprimento a todos aqui presentes.
Deputada Janaina, deputado Tenente Nascimento, deputado Gil Diniz, cônsul geral
de Israel, Rafael Erdreich, em nome de quem cumprimento a todas as autoridades
consulares aqui presentes.
Dr. Marcos
Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, entidade
maior da comunidade neste estado, em nome de quem cumprimento todas as outras
entidades. Rabino Rav Sany, aqui presente, em nome de quem cumprimento as
autoridades religiosas também aqui presentes. Henri Esses, Abraham Goldstein,
da nossa querida B’nai B’rith, demais autoridades e convidados presentes,
senhoras e senhores.
Agradeço, em
nome dos sócios da Hebraica de São Paulo, a iniciativa da Comissão de Relações
Internacionais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por intermédio
do deputado Castello Branco, por este solene ato em homenagem aos 74 anos de
Israel. A Hebraica tem papel fundamental na comunidade judaica de São Paulo e
do Brasil, tendo sido fundada em 19.01.1953.
Ocupa uma área
de 60 mil metros quadrados, contando com aproximadamente 20 mil sócios.
Destacam-se ali como atividades as áreas sociais e culturais, com mais de
quatro mil eventos por ano, bem como na área esportiva, bem conhecida pelo
deputado Castello Branco.
Em nossas
piscinas e quadras treinaram delegações olímpicas e paraolímpicas, e de lá
saíram grandes campeões, e cidadãos formados por completo. Testemunha disso,
nosso CEO Gaby Milevsky.
“Ledor vador”,
de geração em geração, preservamos a estreita relação com Israel e seus
representantes diplomáticos. Há duas semanas atrás, estivemos em um grupo,
jantando na embaixada, na residência oficial do embaixador do Brasil em Israel,
que tão bem nos recebeu. O Brasil, amado país, que tão bem acolheu nossos avós
e bisavós, e fez com que gerações futuras aqui fizessem suas vidas e famílias.
Temos a honra
de sermos judeus, o orgulho de sermos paulistanos, e o privilégio de sermos
brasileiros, e manter nossos laços com Israel. Nosso clube, assim como nossa comunidade,
é plural e heterogêneo, com correntes políticas de direita e de esquerda. Somos
judeus ortodoxos, seculares e reformistas, sendo as nossas lideranças
acostumadas a lidar com tais diferenças.
Nossas
campanhas de arrecadação para a população em geral, e a abertura e a manutenção
do primeiro posto de vacinação de Covid em área privada do Brasil demonstram o
compromisso do nosso clube com São Paulo e com o nosso país.
Somos extremamente
gratos com o estado de São Paulo, no qual vivem aproximadamente 60 mil judeus
integrados e felizes, com a pungência e potência do nosso estado, através de
nossa cultura e dedicação.
Muito obrigado.
Shalom! (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Convidamos
o Sr. Abraham Goldstein, presidente da associação beneficente cultural “B’nai
B’rith” do Brasil para fazer uso da palavra.
O SR. ABRAHAM GOLDSTEIN - É uma honra
estar aqui com vocês. Eu queria, certamente, primeiramente agradecer ao nosso
deputado estadual Castello Branco, pela realização deste encontro, deste
evento, em comemoração, a todos os presentes, aos 74 anos da independência do
estado de Israel, um estado que, na realidade, tem mais de três mil anos, mas
teve momentos em que não pode ser independente.
Mas,
por tudo aquilo que foi mostrado, tudo que foi colocado, as filmagens e a
história que muitos de vocês certamente devem conhecer, o sacrifício para
chegar aonde conseguimos chegar, com todos aqueles que se dedicaram, perderam
suas vidas, perderam parte de suas famílias, efetivamente nos mostra que valeu
a pena.
Valeu a pena pelo resultado. Valeu a
pena não só pela capacidade de o Estado de Israel se construir, se montar,
se desenvolver, mas principalmente a grande contribuição que o Estado de Israel
traz para a humanidade.
No judaísmo temos dois grandes
elementos de ação, que são (Pronunciamento em língua estrangeira.), justiça
social, e (Pronunciamento em língua estrangeira.), que é uma ação para o
desenvolvimento de um mundo melhor para todos, e Israel está fazendo isso.
A comunidade judaica brasileira em São
Paulo e no Brasil está fazendo isso, e só pode fazer isso quando estamos juntos,
quando somos irmãos. Irmãos não só irmãos humanos, irmãos que se respeitam,
irmãos que se conhecem, irmãos e irmãs que efetivamente se dão a oportunidade de
primeiro se conhecer para logo em seguida se respeitar.
O respeito humano é algo que todos nós
devemos desenvolver, educar e formar pessoas, para que os desastres que a
humanidade passou notadamente no século passado nunca mais se repitam com mais
ninguém.
Parabéns mais uma vez por este evento.
Muito obrigado pela oportunidade. (Pronunciamento
em língua estrangeira.) (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Convidamos o Exmo. Sr. Rafael Erdreich, cônsul geral de
Israel em São Paulo, para fazer uso da palavra.
O SR. RAFAEL ERDREICH - Prezados senhores, shalom. Neste mês de maio, marcamos os 74
anos da Independência de Israel, em hebraico (Pronunciamento em língua
estrangeira.). O Estado de Israel nasceu em 14 de maio de 1948 por meio da
aprovação da Resolução 181 da Assembleia das Nações Unidas.
A aprovação dessa resolução foi
sucedida por uma guerra que requereu do povo de Israel, à época não mais do que
850 mil cidadãos, o manejo de muitos desafios, como possibilitar que o
território viesse a abrigar e dar de comer aos milhares de judeus fugidos do
holocausto ou refugiados de países árabes que dominavam Israel. Em outras
palavras, o Estado de Israel, em seus primórdios, logrou sobreviver e superar
os desafios impostos como se fosse um milagre.
Dali em diante, o Estado de Israel
apenas engrandeceu, alcançando a proporção atual de 9,5 milhões de cidadãos e
se consolidando como uma democracia vibrante no Oriente Médio, estabelecendo a
paz com países árabes.
Tudo isso, claro, sem falar dos
esforços empreendidos para se tornar este centro de inovação que é Israel, como
inclusive sugeriu o grande Albert Einstein.
Israel vencerá a batalha pela
sobrevivência apenas desenvolvendo conhecimento especializado em tecnologia. Nesse
sentido, celebrar os nossos 74 anos de independência é lembrar das lutas de
nosso povo e de seus contributos ao mundo, inclusive ao Brasil.
Com felicidade, Brasil e Israel são
amigos e nutrem positivos laços históricos, políticos, acadêmicos e culturais.
Não por menos, no ato de aprovação da Resolução 181, que criou Israel, estava à
frente das Nações Unidas o grande diplomata brasileiro Osvaldo Aranha.
Em memória desses laços, nós, aqui,
celebramos as parcerias que temos desenvolvido com o Brasil, em especial com o estado
de São Paulo. Pretendemos colaborar em soluções inovadoras nas áreas de
agricultura, manejo de reciclagem de água, cidades inteligentes e segurança
física e cibernética.
Por isso, gostaria de
cumprimentar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo por esta
bela cerimônia em homenagem à Independência de Israel e, de modo estendido,
ao Dia de Jerusalém, celebrado ontem, 29 de maio, como o dia em que Jerusalém
foi unificada e aberta para a livre prática religiosa de todos os povos.
Tenho certeza de que muitas outras
celebrações de Israel passarão por esta Casa, como indicativo do frutífero
caminho que Brasil e Israel têm a trilhar. Feliz Independência de Israel. Em
hebraico, (Pronunciamento em língua estrangeira.).
Muito obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - FAGNER
MOURA - Assistiremos
agora a um vídeo sobre as inovações tecnológicas desenvolvidas por Israel. O
vídeo foi produzido pelo programa Mosaico na TV.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Neste momento, iniciaremos as homenagens desta solenidade. A
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo homenageia os 74 anos da Independência
do Estado de Israel e reconhece as seguintes personalidades: Exmo. Sr. Rafael Erdreich,
cônsul geral de Israel em São Paulo. (Palmas.)
Rafael Erdreich é cônsul geral de Israel em São Paulo desde
agosto de 2021. Anteriormente foi diretor do Departamento de Planejamento,
desenvolvimento e projetos da Divisão de Diplomacia Pública em Jerusalém desde
o ano de 2018. De 2014 a 2018, foi chefe de Diplomacia Pública na Embaixada de
Israel em Roma, na Itália.
Entre 2008 e 2014, Rafael foi diretor do Departamento de
Contas do Exterior em Jerusalém e, entre 2006 e 2008, cônsul administrativo e
chefe do Departamento Econômico da Embaixada de Israel em Lisboa, Portugal.
Há 30 anos no Ministério das Relações Exteriores de Israel,
também serviu como ministro-conselheiro e cônsul da Embaixada de Israel em
Santo Domingo, na República Dominicana.
Rafael Erdreich é bacharel em estudos latino-americanos pela
Universidade Hebraica de Jerusalém e mestre em políticas públicas pela
Universidade de Tel Aviv. Possui 54 anos de idade, é casado com Maya Erdreich e
tem quatro filhos.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO
BRANCO - PL -
Eu fui homenageado no Knesset, parlamento israelense, em 2018, em uma grande
solenidade que muito me emocionou, com a presença de Benjamin Netanyahu também
naquela ocasião.
Na sequência, nós fomos visitar o mais antigo kibutz de
Israel, onde eu fui recebido com tanta emoção, tanto carinho, que eu fui capa
do jornal naquela época.
Em reconhecimento às homenagens que nós recebemos, que aquela
comitiva brasileira recebeu em 2018, é que nós vamos homenagear os membros da comunidade
judaica no Brasil.
Todos os certificados vêm com a seguinte inscrição: “Por
ocasião das comemorações dos 74 anos da Independência de Israel - 14 de maio de
1948 a 14 de maio de 2022, conferimos esta placa” - no caso, a Rafael Erdreich,
cônsul de Israel em de São Paulo - “pelos relevantes serviços prestados ao
estado de São Paulo e ao Estado de Israel, pela prática de sua fé, do seu
dedicado trabalho pelo crescimento do Brasil e pela defesa dos valores e princípios
basilares judaicos. (Pronunciamento em língua estrangeira.) São Paulo, 30 de
maio de 2022.”
A esperança da colheita reside na semente. Professor
Henrique José de Souza. (Pronunciamento em língua estrangeira.) O povo de
Israel vive. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - FAGNER
MOURA - Convidamos a Sra. Claudia Simonsen, esposa do deputado
estadual Castello Branco, presidente desta sessão solene, para realizar a entrega
das flores à Exma. Consulesa Sra. Maya Erdreich, esposa do cônsul Geral de
Israel em São Paulo, Rafael Erdreich. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
O SR. RAFAEL ERDREICH
- Muito
obrigado, deputado Castello Branco, por esta homenagem, por este evento solene
pelos 74 anos do Estado de Israel. Estou muito agradecido em nome do Estado de
Israel, do Consulado de Israel e do povo de Israel. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO
BRANCO - PL -
Parabéns,
Maya. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - FAGNER
MOURA - Convidamos
também a Exma. Sra. Vice-Consulesa Averash Avraham, acompanhada pelo seu esposo,
Aviel Avraham, vice-cônsul geral de Israel em São Paulo, para receber as flores
das mãos da senhora Claudia Simonsen. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO
BRANCO - PL -
Aproveitando, gostaria de lembrar que a primeira sinagoga das Américas é brasileira.
Em Recife, de 1630 a 1657, a Kahar Zur Israel funcionou na época em que o
Brasil estava sob influência holandesa.
Uma grande comitiva judaica se instalou e trouxe prosperidade
ao estado de Pernambuco. Por questões políticas, deputado Gil Diniz - o senhor
é descendente desta tribo aqui -, a coisa não andou bem, e aí eles foram para
um lugarzinho sem graça chamado Nova Iorque.
E o resto da história a gente já sabe.
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - FAGNER
MOURA - Prosseguindo
com as nossas homenagens, convidamos o Revmo. Sr. Rabino Sany Sonnenreich, presidente
do Instituto Rav Sany e diretor do Olami Faria Lima, para recebimento da placa
de homenagem.
O rabino Sany Sonnenreich, mais conhecido como Rav Sany, é
neto de sobreviventes do holocausto. Começou sua preparação para o rabinato em
Israel, logo após terminar o colegial na renomada Or Israel College.
Estudou a Torá por oito anos ao lado de grandes cabalistas,
rabinos e mestres da Torá da nossa geração, e por fim especializou-se no
trabalho comunitário voltado para os jovens. Recebeu seu diploma de rabino pelo
Instituto Ner le Élef, em Jerusalém.
Atualmente mora
em São Paulo, ex-diretor do Olami Faria Lima, projeto de aproximação e
direcionamento de jovens às suas raízes na cidade. Faz parte da rede mundial
Olami, com 320 centros pelo mundo.
Rabino Sany
também é presidente do Instituto Rav Sany, que tem como objetivo transmitir os
valores milenares judaicos por meio de uma linguagem acessível, moderna,
atrativa e irreverente, mas sem perder suas raízes tradicionais, ambicionando
ir além dos muros da comunidade e impactar toda a sociedade maior.
Ainda é
apresentador do Rav Sany Live Show, programa de entretenimento e entrevistas
exibido na cidade de São Paulo pela TV aberta SP e é consultor fixo do
vespertino Mulheres, da Rede Gazeta de Televisão, onde colabora como consultor
e disseminador da cultura judaica.
Como escritor,
assina a obra “Já Pensou Nisso?”, lançada recentemente, e que já é um sucesso.
(Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
O SR. SANY SONNENREICH - Deputado,
continue brilhando e apoiando as causas judaicas aqui nesta Casa. Que Deus te
abençoe sempre. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL
- Como curiosidade histórica... Você quer chamar o próximo?
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Doutor Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São
Paulo.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL
- Enquanto o Knobel vem para cá, o nome Wall Street, é uma curiosidade, a rua
do muro é porque as primeiras comunidades judaicas que foram para Nova Iorque
usavam esse muro como parte das suas orações, lembrando o muro oeste de
Jerusalém, a potência que eles viraram.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- O Dr. Marcos Knobel é graduado em medicina pela Escola Paulista de Medicina,
da Universidade Federal de São Paulo, no ano de 1992.
Possui
residência e clínica médica em cardiologia pela Escola Paulista de Medicina da
Universidade Federal de São Paulo. É especialista em cardiologia, pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia, e sócio fundador da Sociedade Brasileira
de Clínica Médica. Em janeiro deste ano, assumiu a presidência da Federação
Israelita do Estado de São Paulo, Fisesp. (Palmas.)
*
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- É entregue a homenagem.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Doutor Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein.
(Palmas.) Sr. Fernando Rosenthal, presidente do clube A Hebraica, de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL
- Olha, neste momento eu preciso lembrar que eu nadei pela A Hebraica, joguei
polo aquático, nadei bastante pelo clube, trouxe algumas medalhas, lá nos anos
80, quando eu era atleta da comissão de desportos do Exército, e A Hebraica me
recebeu muito bem.
Rosenthal, um
abraço para o maior clube da colônia e da comunidade judaica do mundo.
Parabéns.
(Palmas.)
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- É entregue a homenagem.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Sr. Abraham Goldstein, presidente da Associação Beneficente e Cultural B’nai
B’rith do Brasil.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL
- Abraham Goldstein, que é uma lenda viva, um mito aí das relações ecléticas,
das relações multilaterais de Israel pela liberdade religiosa, pelo mundo
ecumênico e pela integração e a paz entre todas as religiões. Obrigado.
(Palmas.)
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- É entregue a homenagem.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Sr. Abrão Lowenthal, presidente do Fundo Comunitário de São Paulo. Sra. Nava
Shalev Politi, presidente da Organização Feminina Wizo de São Paulo. Também não
se encontra. Sr. Avi Gelberg, presidente do Beit Halochem e da Universidade de
Haifa. Está viajando, ok. Será representado neste momento pelo Gabi. (Palmas.)
*
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- É entregue a homenagem.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Revmo. Sr. Rabino Dor Leon Attar, fundador da Associação Judaísmo em Ação.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL
- Aqui uma história especial. Em 2018, nós nos conhecemos, nós oramos,
recordamos bons tempos do passado, nos reencontramos, na verdade, e ele
profetizou que eu iria ganhar a eleição. Parabéns. (Palmas.)
O SR. DOR LEON ATTAR - Eu queria
corrigir uma coisa, pessoal. Aparece que eu sou (Inaudível.), mas eu tenho
pavor de falar em público, mas eu falei para ele uma coisa: eu o vi uma
primeira vez numa conferência do partido, bendita memória, e ele falou...
Foi a primeira
pessoa que chegou para mim, mancando, depois da cirurgia, eu não vou esquecer,
e falou: “Eu sou a favor de Israel. Eu quero. Tudo o que precisa Israel, eu
estou do lado, eu sou sionista.” Falei para ele assim: “Se você está do lado de
Israel, você vai ganhar a eleição”, porque essa é a promessa divina. Presta
atenção.
O primeiro,
porque eu ajudei várias pessoas, conhecidos. O primeiro, depois das eleições,
que me deu um toque: “Ganhei a eleição, vamos começar a trabalhar”. E parabéns,
porque você não parou até agora, e eu tenho certeza de que não vai parar.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL
- E o rabino escreveu dois livros maravilhosos, “O Segredo da Prosperidade e da
Riqueza Judaica”, tem que ser lido, e “O Segredo da Mentalidade Judaica”.
O SR. DOR LEON ATTAR - E o terceiro
chegando em agosto.
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- É entregue a homenagem.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Assistiremos agora a um vídeo do Hino de Israel, produzido pela Israel
Defense Forces.
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- É exibido o
vídeo.
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Estamos nos
encaminhando para o final deste ato solene na Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo. Gostaríamos de agradecer a audiência dos internautas e a todos os
que estão acompanhando em casa pela TV aberta.
Lembrando que
também poderão acompanhar a reprise desta sessão solene pelo canal 8.2 da
Capital paulista, a Rede Legislativa, em todo o estado de São Paulo e também a
programação da TV Alesp pelo canal 7 pela Claro Net, e canal 9 pelo Vivo Play.
A íntegra desta
solenidade também ficará disponível no canal no Youtube da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo e os melhores momentos em nossas redes
sociais, Castello Branco SP, Castello com dois “Ls”.
Convidamos a
cantora Patrícia Redó para interpretar a música “Você Estava Ali”, em homenagem
aos 74 anos da Independência do Estado de Israel.
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- É feita a
apresentação musical.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA
- Convidamos o deputado estadual Castello Branco para realizar o encerramento
desta sessão solene.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL
- Esgotado o objeto da presente sessão solene em homenagem aos 74 anos da
Independência de Israel, eu agradeço, em nome da Assembleia Legislativa de São
Paulo, a todas as autoridades que abrilhantaram esse evento, em especial hoje
aos representantes das Forças Armadas brasileiras, que nos honraram com as suas
ilustres presenças, à minha equipe parlamentar, aos colaboradores do serviço de
Som – obrigado, Machado, mais uma vez, pela competência.
À Taquigrafia,
ao serviço de fotografia e imagens, ao serviço de atas e ao secretariado do
Cerimonial Parlamentar, da Imprensa desta Casa, em especial, à rede de
comunicação Alesp, que nos deu visibilidade, hoje, para mais de 500 mil
pessoas, que assistiram a este ato, esta sessão solene.
Às Assessorias
Policiais Militar e Civil, bem como a todos vocês que hoje fizeram história ao
estarem sentados aqui nesta Casa Legislativa. Pleno êxito desta solenidade, a
nossa gratidão a Deus, ao eterno, ao supremo arquiteto do universo, e à nossa
gloriosa missão no Brasil.
*
* *
- Encerra-se a
sessão às 22 horas e 40 minutos.
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* *