24 DE JUNHO DE 2022

17ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 50 ANOS DO POLO PETROQUÍMICO DE MAUÁ

 

RESUMO

 

1 - LUIZ FERNANDO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a composição da Mesa. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene para "Homenagem aos 50 Anos do Polo Petroquímico de Mauá", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia apresentação musical da Orquestra do Projeto Locomotiva. Comenta a importância da indústria química para um país. Destaca a dimensão do Polo Petroquímico do ABC. Aponta a relevância desse setor para aquela região e para o estado de São Paulo.

 

2 - MARCELO OLIVEIRA

Prefeito de Mauá, faz pronunciamento.

 

3 - ALEXANDRE PADILHA

Deputado federal, faz pronunciamento.

 

4 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO

Anuncia apresentação musical da Orquestra do Projeto Locomotiva.

 

5 - CIRO MARINO

Presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), faz pronunciamento.

 

6 - AROALDO OLIVEIRA DA SILVA

Presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, faz pronunciamento.

 

7 - RAIMUNDO SUZART

Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e secretário-geral da IndustriALL-Brasil, faz pronunciamento.

 

8 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO

Realiza a entrega de placa de homenagem a Geraldo Camelo da Cunha, trabalhador da indústria química.

 

9 - GERALDO CAMELO DA CUNHA

Trabalhador da indústria química, faz pronunciamento.

 

10 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO

Discorre sobre a Frente Parlamentar em Apoio à Indústria Química no Estado de São Paulo, da Alesp. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Fernando.

 

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  A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALINE HERRERA - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear os 50 anos do Polo de Indústrias Petroquímicas do ABC. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no YouTube.

  Convidamos para compor a Mesa diretora o deputado Estadual Luiz Fernando Teixeira, 1º secretário da Mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (Palmas.) O deputado federal Alexandre Padilha. (Palmas.)

Convidamos o Sr. Ciro Marino, presidente-executivo da Abiquim - Associação Brasileira da Indústria Química. (Palmas.) O Sr. Raimundo Suzart, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e secretário-geral da IndustriALL-Brasil. (Palmas.)

Chamamos também o Sr. Marcelo Oliveira, prefeito do município de Mauá. (Palmas.) O Sr. Sérgio Mastrorosa, vice-presidente do Sinproquim, Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos do Estado de São Paulo, representando a presidência da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. (Palmas.) O Sr. Fernando Santos Cunha, secretário adjunto de Desenvolvimento e Geração de Emprego de Santo André, representando o prefeito, o Sr. Paulo Serra. (Palmas.)

O Sr. Hélio Rodrigues de Andrade, presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo. (Palmas.) O Sr. Geralcino Santana Teixeira, presidente da CNQ, Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT. (Palmas.)

Chamamos também o Sr. Airton Cano, coordenador político da Fetquim, Federação do Ramo Químico da CUT. (Palmas.) Convidamos o Sr. Aroaldo Oliveira, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. (Palmas.)

Convido todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata da Polícia Militar, sob a regência do maestro 1º Sargento Ivan Bergue.

 

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALINE HERRERA - Agradecemos à Camerata da Polícia Militar. Nosso muito obrigada. Neste momento, com a palavra o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, que fará a abertura dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Boa noite a todas, boa noite a todos. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Senhores e senhoras, esta sessão solene tem a finalidade de celebrar os 50 anos do Polo das Indústrias Petroquímicas do ABC. Eu quero aqui agradecer a presença de todos e todas. Quero aqui saudar o deputado federal Alexandre Padilha, deputado esse muito relacionado à questão do ramo químico.

Quero saudar aqui o Ciro, presidente da Abiquim, da Associação Brasileira da Indústria Química, Ciro Marino; saudar o querido Raimundo Suzart, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e secretário-geral da indústria ao Brasil; saudar o prefeito do município de Mauá, o querido Marcelo de Oliveira.

Saudar o Sérgio Mastrorosa, vice-presidente do Sinproquim, Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos do Estado de São Paulo, representando neste ato o presidente da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; saudar o Fernando Santos Cunha, secretário adjunto de desenvolvimento e geração de emprego de Santo André, neste ato representando o prefeito, o Sr. Paulo Serra.

Saudar o querido Hélio Rodrigues de Andrade, presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo; saudar o querido Geralcino Santana Teixeira, presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT; saudar o querido Airton Cano, coordenador político da Fetquim, federação do ramo químico da CUT; quero saudar o querido Aroaldo de Oliveira, reeleito agora, eu fiquei sabendo ontem que o Aroaldo foi reeleito como coordenador da Agência de Desenvolvimento do ABC.

Quero aqui, já convidando, pedir desculpas, chamar aqui para fazer parte aqui da mesa também, na mesa extensora sentar ao lado da mesa, aqui em cima, o querido Jurandir Pedro de Souza, e pedir uma salva de palmas, representando a presidência da Fequimfar. (Palmas.)

Nós não podíamos esquecer, ele é o tesoureiro da Fequimfar. Como é que a gente esquece logo o tesoureiro, Deusdete? Saudar, pedir desculpas a você, pedir para você estar aqui na mesa extensora conosco, representando a Fequimfar.

Quero aqui saudar o Sr. José Alexandre Pena Devesa, diretor de esportes de Diadema; saudar a Vera Lúcia Scudeiro Santana, que é a secretária de Desenvolvimento Econômico do município de Mauá; saudar o Max Araújo, presidente do Cofip, Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC,

Saudar o Valdir Fernandes, vice-presidente da CUT; saudar o querido Deusdete José das Virgens, que é coordenador de administração e finanças da Fetquim; saudar o Marcos Gallo, diretor regional de matérias-primas da Cabot; saudar o Joel Fonseca, diretor de desenvolvimento do Consórcio do Grande ABC.

Saudar a Amabile de Oliveira Cordeiro, secretária de políticas sociais da Fetquim; saudar o Christian Corrêa, diretor de relações institucionais da Oxiteno; saudar o José de Adão, do Sindicato dos Químicos de Diadema; saudar o Sr. José Luís Ferrarezi, secretário de Esportes e Cultura e Juventude da Prefeitura de Mauá. Em nome deles quero saudar todos e todas que, conosco, estão presentes nesta data.

Quero, neste momento, convidar a todos para acompanharmos uma apresentação musical da Orquestra do Projeto Locomotiva. O Locomotiva é um projeto de inclusão sociocultural que tem contribuído significativamente nos últimos 14 anos com o desenvolvimento de centenas de crianças e adolescentes, por meio do ensino coletivo de música.

Atualmente, são mais de 500 alunos atendidos diariamente em três polos, nas cidades de Mauá, Santo André e São Paulo. Com o apoio de empresas do polo petroquímico do Grande ABC, o projeto é dotado de uma luthieria onde são confeccionados instrumentos musicais com PVC, ampliando ainda mais a capacidade de ação do programa. As apresentações, como a desta noite, fazem parte do aprendizado dessas crianças e jovens. Conosco a Orquestra do Projeto Locomotiva.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Quero agradecer à Orquestra do Projeto Locomotiva. Senhoras e senhores, dando continuidade a esta sessão, estamos aqui para comemorar o jubileu do polo petroquímico, polo das indústrias petroquímicas do ABC.

Para quem nos acompanha pela TV Alesp, todos os presentes aqui conhecem muito bem o polo, mas a todos os que nos acompanham pela TV Alesp, o polo foi criado em 1972 e é o responsável pelo fornecimento de insumos, matérias-primas e produtos estratégicos para todo o setor produtivo brasileiro.

Temos dito que a indústria química é a indústria das indústrias. A gente não consegue produzir em outras áreas sem a participação efetiva da indústria química. O polo petroquímico, das indústrias petroquímicas, do ABC gera mais de dez mil empregos.

Ali nós temos 20 empresas nacionais e multinacionais nas áreas químicas, petroquímica e de gás. Produtos de limpeza, tintas e vernizes, transformação de borrachas, fibras sintéticas e artificiais, higiene pessoal, perfumaria, cosmético, produtos farmacêuticos, enfim, é uma enormidade de produtos por que essa indústria é responsável.

Não existe um país desenvolvido sem que tenha uma indústria química forte. O polo petroquímico é o maior polo petroquímico no Brasil, e nós temos a sorte de tê-lo em São Paulo, e o ABC tem a sorte de tê-lo em Mauá e Santo André.

É um faturamento, de 2020, de nove e meio bilhões, que representou 66% da arrecadação de ICMS de Mauá e 36% da arrecadação de ICMS de Santo André. É extremamente importante este polo das indústrias petroquímicas do ABC para nós ali e para a indústria em São Paulo.

Eu, como coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química, fui instado a trazer para a Assembleia Legislativa essa homenagem. Não poderíamos deixar passar em branco o jubileu do nosso polo petroquímico. Tenho lutado aqui na Assembleia na defesa dessa indústria, que gera empregos de qualidade.

Temos brigado muito para que o Governo do Estado possa se sensibilizar da importância dessa indústria. Eu digo “possa”, Padilha, porque eu tenho certeza de que ainda não se sensibilizou. Muitas indústrias têm se instalado fora de São Paulo, outras têm se expandido por conta da nossa carga tributária, altíssima carga tributária.

Nós temos lutado muito para que nós possamos sensibilizar o Governo. Nós estamos inclusive, Padilha, neste momento, sentando com todos os nossos pré-candidatos... “Nossos” eu digo dos pré-candidatos de diversos partidos, para explicar para eles a importância de um Brasil que precisa de uma reindustrialização, e ele precisa investir e olhar com muita atenção à nossa indústria química e petroquímica.

Então, esse trabalho que nós temos feito aqui, na Assembleia Legislativa... E é interessante, eu sou deputado do Partido dos Trabalhadores, e aí se falarem: “e você defende a indústria?” Defendo a indústria, porque nós defendemos empregos de qualidade, e para termos temos que ter uma indústria de qualidade.

Eu quero dizer, e acho importante dizer a quem nos acompanha, na cidade de São Paulo estão cometendo, neste momento, eu quero deixar público que na minha opinião é um grande equívoco, um grande erro na Câmara Municipal de São Paulo, Raimundo, um vereador pediu a criação de uma CPI para discutir o quanto o polo importuna a cidade; mas é importante a gente salientar: o polo veio e se instalou há 50 anos atrás, a cidade não tinha chegado até o polo.

E por erro e desídia de gestores da Capital e do ABC, a cidade foi chegando ao lado de um polo de indústria petroquímica e, naturalmente tem barulho, naturalmente você tem claridade, naturalmente você tem fumaça.

Enfim, a cidade chegou em um lugar onde não devia, seria mais ou menos comparando, Padilha, como a gente fazer uma casa no meio do mato e começar a reclamar que tem grilo, que tem pernilongo, que tem cobra, né.

E nós precisamos trabalhar, e eu quero trabalhar muito na Assembleia Legislativa, para trabalhar a harmonia. Nós precisamos do polo petroquímico do ABC; nós precisamos desse polo das indústrias petroquímicas do ABC forte e nós precisamos...

Eu, recentemente, estive visitando o polo, e ali a gente vê que alguns empreendimentos imobiliários estão sendo aprovados ao lado do polo; quer dizer, um erro, um equívoco. A cidade na cidade e a indústria que gera emprego, que gera desenvolvimento econômico, gera desenvolvimento social precisa estar ali.

O que é que alguns políticos gostariam, deputado, que polo fosse embora para outro estado? Então, eu quero deixar público a todos que nos acompanham através da televisão, através das redes sociais da Assembleia Legislativa, o meu repúdio a essa atitude que a Câmara Municipal de São Paulo tomou, em abrir uma CPI sem finalidade alguma, em um momento equivocado. E assim, nós ainda, em algum dia, eu imagino que a gente possa entender os motivos que levaram à essa abertura.

Quero aqui dizer que, diferentemente daquela posição, da importância do polo petroquímico. Hoje, aqui na Casa, na Assembleia Legislativa de São Paulo, nós temos empresas, temos a Associação de Empresas, temos trabalhadores e as organizações de trabalhadores. São trabalhadores, empresários e políticos aqui.

 E eu quero agradecer o nosso deputado federal Alexandre Padilha, quero agradecer muito a presença do nosso prefeito Marcelo de Oliveira, de Mauá; que deixaram seus afazeres, deixaram as suas agendas - e olha que o Padilha está em campanha, deixou de ir atrás dos votos para vir dizer da relação dele com a indústria química.

Quero agradecer imensamente por tê-los aqui conosco, nessa importante homenagem que a Assembleia Legislativa presta ao nosso querido Polo das indústrias petroquímicas do ABC. Muito obrigado.

Eu quero pedir permissão ao deputado Alexandre Padilha, para pular a sua frente a fala do nosso prefeito Marcelo de Oliveira, que está tendo um evento hoje também, mas deixou esse evento e veio aqui. Quero te convidar, Marcelo, para ir até a tribuna à sua direita, e que se possa proferir as suas palavras.

 

O SR. MARCELO OLIVEIRA - Boa noite a todos os companheiros e companheiras aqui presentes. Eu começo saudando o nosso deputado estadual Luiz Fernando, no qual parabenizo pela iniciativa, não podia esperar diferente da sua pessoa, preocupado com as políticas públicas na região do ABC, do Estado de São Paulo. Então, agradeço a oportunidade de estar aqui hoje, e quando recebi o seu convite...

Nós temos hoje, o dia de São João, a música Asa Branca me fez lembrar que o meu finado pai que veio do Ceará, do Nordeste para arriscar a vida aqui em São Paulo, como muitos vieram.

E nós temos a festa junina na cidade de Mauá e eu preciso voltar para lá, mas fiz questão de estar presente, porque nós estamos dialogando - e muito - com o Sindicato dos Químicos, com os petroleiros, com a Cofip, as empresas e trabalhadores. Não só o aniversário de 50 anos do polo, mas sim a sua permanência por mais 50, assim Deus permita, pelo menos esse pouquinho (Inaudível.)

Quero saudar o nosso presidente do Sindicato dos Químicos, Raimundo, nós estávamos só esperando você companheiro, para poder começar, grande amigo; e todos os companheiros que estão aqui do Sindicato dos Químicos.

Saudar o deputado federal Alexandre Padilha, que tem andado bastante em nossa cidade e em nossa região. Foi ministro da Saúde, e na nossa cidade, quando foi ministro, chegaram quatro Upas, foi um grande trabalho e eu tenho certeza que terá um grande desafio para o nosso País no ano que vem. 

Saudar o Sr. Ciro Marino, presidente executivo da Abiquim, que está conosco aqui na mesa. Saudar o Fernando Cunha, secretário adjunto de desenvolvimento, representando o prefeito Paulo Serra, nosso amigo no consórcio intermunicipal, que vou dizer algumas coisas sobre lá também. O Sr. Sérgio, que está aqui do meu lado, é o vice-presidente do Sinproquim.

 E estou falando um pouco da cidade Mauá, e da importância do polo. O Sr. Hélio Rodrigues de Andrade, presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo; o Sr. Ailton (Inaudível) coordenador político da Fetiquim; o Aroaldo Oliveira, companheiro metalúrgico, que hoje está na tarefa de presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC - a agenda já está reservada lá, vamos te ligar para podermos conversar -; a Vera Lúcia Scudeiro, nossa secretária de Desenvolvimento Econômico de Mauá; José Luis Ferrarezi, secretário  de esportes de Mauá; o Emídio, que é o adjunto da secretaria de Desenvolvimento da nossa cidade; todos os secretários aqui presentes; trabalhadores e as empresas aqui representadas.

Eu começo dizendo que acredito que um sonho sonhado por um, ele continua sendo sonho e quando é sonhado juntos se torna realidade. E para nós do ABC, um grande parceiro para a realização desse sonho foi a chegada do polo petroquímico, um sonho onde... Atualmente, o polo petroquímico é formado por dezenas de empresas, por 14, e que alimenta centenas de indústrias na nossa região, no Estado de São Paulo, até no Brasil e exporta também.

Fomos escolhidos - a cidade de Mauá - para abrigar esse importante grupo de empresas, não apenas pela proximidade com as montadoras que necessitam do fornecimento desses insumos, sobretudo os setores metal, mecânico, plástico e também de borracha.

Mas, principalmente pela força do nosso povo trabalhador. Eu agradeço a Cofip Abc, temos dialogado bastante com o comitê de fomento da indústria do Polo do grande ABC, pelo desenvolvimento e apoio dos projetos também, esses projetos de produção e capacitação de profissionais.

Empoderamento feminino; e programas de qualidade de vida, voltados para os idosos, que impactam positivamente em quase 3 mil pessoas na nossa região. Quero agradecer o Sindicato dos Químicos, sua diretoria e todos os trabalhadores que lutam pelos seus direitos, e tem estado firmemente defendendo a classe trabalhadora. E que, como eu disse aqui, que o polo fique por muitos anos e nós possamos comemorar mais 50 anos aqui na nossa região.

E hoje, aqui na Assembleia Legislativa, para parabenizar os 50 anos eu trago o abraço de todo o nosso secretariado, de todos os funcionários da prefeitura, e de toda a população de Mauá, porque sabemos da importância.

 O companheiro vai falar de números, sobre a importância da nossa cidade. Digo que de ICMS e SS, beira 50% da nossa arrecadação. E também, assumir o compromisso, aqui na Assembleia Legislativa, de que nós, esse mês de julho, iremos juntamente no diálogo com o prefeito de Santo André, Paulo Serra, e a nossa cidade vai assinar o decreto instituindo o polo na cidade de Mauá.

Será para nós fundamental, e eu vi aqui já o sorriso da Silvia, para que nós possamos ter instituído em Mauá, em Santo André, e nós aguardamos muito, mas muito, e muito ansiosos para que São Paulo também faça. (Palmas.)

Temos que debater a questão da poluição? Sem dúvida alguma, como temos feito, da responsabilidade com as pessoas que moram ao redor, mas também temos que debater a importância.

Eu digo que nas minhas andanças na Oxiteno, na Cabot, na Braskem, eu tenho ido, nesses últimos períodos, e as empresas nos apresentando estarem abertas para atender as pessoas que querem ir até lá, conhecer realmente o que é o polo petroquímico e químico lá na nossa região. E eu tenho absoluta certeza que quem for conhecer vai saber do grande trabalho que faz social em nossa região.

Eu faço Orçamento participativo na nossa cidade, e essa semana eu estive numa escola onde tem um baú das artes, que tinham me apresentado antes lá na Oxiteno, e eu cheguei a uma escola infantil da nossa cidade e estava lá o baú das artes, que são vários livros e trabalhos que são feitos junto às crianças e aos professores daquela escola. Formação de jovens de qualificação profissional, que depois é feita a seleção para que possam entrar nessas empresas.

E a Prefeitura de Mauá de braços abertos para podermos continuar essa parceria, sem contar a construção de Centro de Referência de Assistência Social, os Cras, um espaço dos catadores, da nossa cidade, de reciclagem, tudo em parceria em outros governos com a prefeitura e também o polo petroquímico.

Então, não poderia deixar de estar aqui hoje para dizer que tem o meu apoio, tem o apoio da Prefeitura de Mauá, para que nós possamos não só comemorar os 50 anos hoje, mas podermos estar juntos nesse grande desafio que nós vivemos da Covid, desemprego e de desesperança das pessoas. Nós temos que voltar a resgatar a autoestima e também a credibilidade do nosso país para que possamos ver crescer, possamos ver as pessoas felizes.

E eu termino com algo que eu falei esses dias, estou falando demais e depois ir embora é duro. Eu não sei se vocês perceberam, num período não tão longe nós víamos, eu acho que a maioria das pessoas, carros vendendo ovos na rua, e era cartela de 30 ovos por 10 reais.

Hoje, nem o carro do ovo está passando nas ruas. Não sei se vocês perceberam, nem o carro do ovo, porque não é mais 10 reais e não são mais 30 ovos. É um exemplo do que nós estamos vivendo e o que nós precisamos mudar neste país.

Um forte abraço e parabéns ao Polo Petroquímico pelos 50 anos. (Palmas.)

E ao nosso deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Agradecer ao nosso querido prefeito Marcelo Oliveira. E já pedindo licença a todos, o Marcelo vai ter que se ausentar. Quero agradecer muito a você, Marcelo, pela sua participação.

Sem mais delongas, quero convidar para fazer uso da tribuna meu querido amigo, ex-ministro, deputado federal, foi secretário da Saúde aqui de São Paulo também, ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

O SR. ALEXANDRE PADILHA - Boa noite a todas, boa noite a todos, quero começar saudando meu amigo, companheiro, deputado estadual Luiz Fernando, parabenizá-lo pela iniciativa de uma sessão como essa, de um debate como esse, 50 anos...

Eu tenho 50 anos de idade, gente, nasci em 71. Cinquenta anos é motivo para comemorar, para celebrar, para compreender o papel e a importância na história, e sobretudo para a gente refletir o que a gente quer fazer com o Polo, com a indústria petroquímica, com a indústria química no país nos próximos 50 anos.

E eu tenho muito orgulho, querido deputado Luiz Fernando, de ser seu amigo, companheiro, mas sobretudo de ser do mesmo partido e ver um companheiro do Partido dos Trabalhadores e das trabalhadoras aqui na Assembleia Legislativa liderar esse debate, tanto à frente em defesa da indústria química quanto à frente em defesa da indústria farmacêutica, que mostra que os trabalhadores, quando se organizam, quando se dedicam sobre os temas, num diálogo em conjunto com a sociedade, colocam na decisão das políticas em relação à indústria algo que só os trabalhadores e as trabalhadoras podem colocar, que é a vivência da experiência concreta de acordar às cinco horas da manhã, pegar o ônibus, a van, ou às vezes o carro, se juntar aos demais operários e ver no dia a dia o que é a transformação daquilo que é a matéria prima num produto para ser vendido, algo que só os músicos sabem.

Eu estava olhando daqui o pessoal do Projeto Locomotiva, eu fico imaginando o que é tocar aí num violino, num violoncelo de PVC. É uma experiência que só vocês têm, só vocês podem contar e falar o que pode ser o potencial em tocar num instrumento como esse.

E só os trabalhadores e trabalhadoras em conjunto com a sociedade podem colocar aquilo que tem de mais importante para a gente pensar os rumos dos próximos 50 anos do Polo Petroquímico e da Indústria Química no nosso país.

Então quero saudar, dizer do orgulho do deputado estadual Luiz Fernando. Quero saudar aqui o nosso prefeito Marcelo, sei que ele teve que sair, porque, gente, quem não foi ainda quero convidar para ir ver o São João, a festa junina em Mauá.

Está um sucesso total. Parabéns, prefeito Marcelo Oliveira, pelo que está fazendo em Mauá. Sei que ele teve que sair daqui porque o evento, o show está forte, tem outros dias ainda nesse mês de junho.

Quero saudar o conjunto de companheiros que representam aqui os trabalhadores e trabalhadoras, conjunto do movimento sindical, o Raimundo, presidente do sindicato. Saudar, viu, Raimundo, quero fazer saudação a dois companheiros do Sindicato Químico do ABC, o companheiro Emídio, que hoje também é adjunto, faz parte lá do governo de Mauá, mas Emídio é uma figura histórica para todos nós, e eu quando fui ministro da Saúde tive a honra de ter o Emídio como membro do Conselho Nacional de Saúde. Ele representava ali o Ministério da Previdência.

E saudar o companheiro Joel, que esta semana tive a alegria de estar junto com o Joel na porta da Braskem conversando com os trabalhadores e trabalhadoras. Ele ali, naquele dia, falou: “Padilha, faz 50 anos o Polo Petroquímico”. Nós estamos comemorando, discutindo aqui e fico feliz da possibilidade de estar aqui junto nessa Assembleia, nessa sessão solene.

Saudar o Aroaldo, que é um companheiro que tem feito um debate muito importante sobre a política industrial no nosso país. O companheiro Cano, da Federação dos Químicos, o companheiro Hélio, o companheiro Geralcino, o companheiro Jurandir. Saudar todos os companheiros que representam aqui o movimento sindical. Saudar o Ciro, que representa aqui a Associação Brasileira de Indústria Química.

E vou falar rapidamente, primeiro da sensação que eu sempre tenho quando vejo o Polo Petroquímico do ABC. Tive novamente essa sensação esta semana, falei para vários companheiros que estavam lá.

Quando a gente olha para aquela imagem a gente o que é a indústria. E como a gente de São Paulo, ou quem nasceu em São Paulo como eu, quem veio para São Paulo e foi acolhido aqui neste estado, a gente vê o estado de São Paulo como um estado da indústria, apesar daquilo que está acontecendo hoje, como disse o Luiz Fernando, infelizmente as políticas do governo do Estado estão deixando a desindustrialização do estado de São Paulo, a gente se sente ainda mais paulista quando vê aquele Polo Petroquímico.

E tem ali uma contradição, sabe gente? Vou falar qual é a contradição, não ali, mas a gente vive uma contradição. Primeiro porque ele foi construído num período da ditadura no país, que teve muitas coisas negativas.

Eu, particularmente, sofri com várias das coisas negativas da ditadura, os trabalhadores e trabalhadoras sofreram, nosso Estado, nosso país sofreu, meu pai foi torturado por 11 meses.

Só pude conhecer meu pai e abraçá-lo quando eu tinha oito anos de idade, por conta da perseguição da ditadura, mas a gente sabe que por vários motivos, naquele período, tinha alguém pensando num projeto de país. A iniciativa de um polo petroquímico como aquele era iniciativa de alguém que pensava um projeto de país.

E por que eu estou falando uma grande contradição? Porque, infelizmente, a gente tem um presidente da República que enaltece a ditadura, mas que desde o primeiro dia do seu governo vem tendo uma postura de não pensar um projeto para o País.

O que o governo federal faz hoje desde o começo com o setor petroquímico no País, o que faz com a Petrobras, o que faz ao tomar a decisão de que de um lado a definição de preço do País tem que ser a ideia do preço de paridade internacional e decisões recorrentes de diminuir a capacidade de produção das nossas refinarias.

Eu fui ministro da Coordenação Política do presidente Lula e a gente tinha ali ano a ano metas de aumento da capacidade de produção das nossas refinarias. A gente estabeleceu como meta que o Brasil tinha que ser soberano na produção dos derivados de petróleo.

A gente vê as nossas refinarias terem chegado a 98%, 97%, 93% das suas capacidades produtivas e vê-las hoje sendo reduzidas a 70%, 65%; ou a entrega de várias dessas refinarias; ou um estímulo para que a gente importasse mais gasolina, importasse mais diesel do que produzir aqui no Brasil.

É de alguém que pode até enaltecer a época da ditadura, mas não teve o mínimo de pensar um projeto de País como aqueles que criaram o polo petroquímico há 50 anos.

E eu acho que nós temos um grande desafio quando a gente olha aquela imagem, quando a gente vê o compromisso que foi dito aqui pelo deputado estadual Luiz Fernando, compromisso de todos e todas vocês, compromisso do prefeito Marcelo de falar que vai fazer o decreto, assinar o decreto para permitir a possibilidade de crescer cada vez mais, que é um desafio que nós temos para os próximos 50 anos, que é reindustrializar o País.

E eu tenho aprendido muito no diálogo com o Aroaldo, com o movimento sindical. Eu coordeno lá na Câmara dos Deputados a Comissão do Complexo Econômico e Industrial em Saúde.

Aprendi muito com o que eu li do Douglas, que fez um trabalho, uma pesquisa inclusive que a gente apoiou o Dieese, que a grande oportunidade do País se reindustrializar é ele assumir missões socioambientais como motores dessa reindustrialização.

E todas essas missões principais que o Brasil tem, têm uma relação direta com a indústria química, Ciro. O Brasil é o maior produtor de alimentos e mesmo assim a gente vive a contradição, como disse aqui o prefeito Marcelo Oliveira, da gente ter hoje 33 milhões de brasileiros passando fome e 60% da população brasileira em insegurança alimentar, segundo a pesquisa publicada na semana passada do Inquérito Nacional Alimentar, coordenado pela Oxfam, que é uma entidade internacional que avalia a desigualdade no mundo.

É o povo brasileiro passando uma situação... Hoje eu estava em Heliópolis o dia inteiro. Fiquei o dia inteiro em Heliópolis. Hoje é o Dia da Caminhada da Paz de Heliópolis, que é a maior favela da cidade de São Paulo, Cano, Geralcino, Enio.

É a situação de uma senhora que eu encontrei hoje lá num equipamento social que há três meses eu tinha conversado com ela e falou o seguinte: “Dr. Padilha - eu sou médico e o pessoal me chama de doutor -, nós tomamos uma decisão aqui.

Em casa o leite só pode ser para as crianças, porque a gente não consegue mais comprar o leite para dar para os três filhos que eu tenho, para o meu marido e para a minha mãe que mora com a gente”.

Isso há três meses atrás. Hoje quando eu a encontrei, Remígio, sabe o que ela me falou? Ela falou o seguinte: “Padilha, está pior. Eu não tenho mais dinheiro para comprar o litro de leite para dar para as minhas três crianças e como eu quero que as crianças continuem com a sensação de que estão tomando leite, porque elas me pedem todo dia, eu estou diluindo o litro de leite com água para elas pelo menos terem um gostinho de que estão tomando leite”.

Não é possível que o maior produtor de alimentos do mundo, que é o Brasil, possa dormir em paz enquanto nós temos 120 milhões de brasileiros em insegurança alimentar.

E para enfrentar a fome no Brasil a gente vai precisar voltar a ter política de transferência de renda, voltar a aumentar o salário mínimo, voltar a ter políticas que investem nos equipamentos sociais, mas nós vamos ter que impulsionar no Brasil a reindustrialização da indústria que pode ajudar a combater a fome.

O Brasil precisa ter indústria de fertilizante de novo. Precisa ter indústria de equipamento e maquinário que envolve a produção agrícola. Precisa ter indústria de biotecnologia que aumente a produtividade dos alimentos. E todos esses segmentos dependem da indústria química na sua participação.

O Brasil é produtor de petróleo. Por isso que é um absurdo uma política de preço de paridade internacional. Eu desafio... Já desafiei o governo há três meses. Tenho dialogado, Ciro, com o setor econômico, até a pedido do presidente Lula. Desafio: qual país do mundo que é produtor de petróleo que assume como política de preço a de paridade internacional?

Não existe nenhum. Uma coisa é um país que não produz petróleo estabelecer como política de preço o mercado internacional. Outra coisa é o Brasil como qualquer outro país que é produtor de petróleo - nenhum. Nem os Estados Unidos, que é a Meca do capitalismo, não fica com o seu preço de combustível vinculado ao mercado internacional.

Constrói uma grande reserva estratégica de petróleo que a qualquer momento quando oscila o mercado internacional eles colocam no mercado para reduzir o preço, como fizeram na semana passada. Nós, o Brasil, tem que assumir como meta ser soberano na produção de todos os derivados de petróleo.

E mais: tem que assumir como meta essa riqueza que nós descobrimos lá há sete quilômetros do nível do mar, do pré-sal, essa riqueza mineral e transformá-la numa grande riqueza de inovação tecnológica, riqueza humana e riqueza que abra a porta para o Brasil, para a Petrobras, para entrar nas outras matrizes energéticas mais sustentáveis.

E a gente só pode fazer isso com a indústria química participando, porque a indústria química está no centro dessa situação. O Brasil tem um compromisso na sua Constituição de buscar oferecer saúde para toda a população. Está na Constituição; eu fui ministro da Saúde.

E a gente não consegue fazer com que esse compromisso seja sustentável sem aumentar a nossa capacidade nacional de produção, sem fazer com que as vacinas, os medicamentos, os equipamentos, os sistemas de informação que a gente precisa aqui no Brasil para garantir o acesso à saúde sejam produzidos aqui no Brasil, gerando tecnologias e empregos aqui no Brasil.

No final da minha gestão no Ministério da Saúde a gente introduziu a única vacina que não tinha ainda à disposição no SUS, que era a vacina do HPV, que é uma vacina que faz a prevenção do câncer de colo de útero de mulheres. Você tem que vacinar as crianças com nove, dez anos de idade, pré-adolescentes; e os meninos para o câncer de pênis também vacinar com nove, dez anos.

Da noite para o dia, quando a gente decidiu introduzir essa vacina, que antes só podia ser comprada por R$ 1.200,00 para uma família - ou seja, era proibitivo para a grande maioria das famílias - a gente criou o maior programa público de vacinação. Esse é o tamanho do Brasil, um País de 200 milhões de habitantes.

E não fazia sentido a gente ter o maior programa público de vacinação do HPV sem produzir essa vacina aqui no Brasil. E por isso a gente usou esse poder de compra para chegar para a única empresa internacional que tinha a patente dessa vacina e dizer o seguinte: “Nós vamos introduzir aqui no Brasil. Você vai ter da noite para o dia a maior compra pública de uma vacina no mundo inteiro, mas para isso a gente exige que você transfira a sua tecnologia para um laboratório público brasileiro e para uma empresa privada nacional brasileira”.

E essa transferência foi feita para o Butantan. Aquela planta industrial da vacina do HPV foi o que permitiu que o Instituto Butantan pudesse hoje produzir a vacina da Covid-19.

A planta industrial da Fundação Oswaldo Cruz, que produziu a vacina junto com a AstraZeneca, é fruto de uma transferência tecnologia de uma empresa britânica que produzia vacinas, a Glaxo, e um componente, um medicamento produzido pelo Ministério da Saúde de Cuba.

Foi essa transferência de tecnologia que permitiu que a Fiocruz pudesse produzir a vacina hoje. Então nós vamos precisar reindustrializar o País a partir de missões socioambientais. E eu estou convencido, Ciro, de que poucos segmentos industriais têm um papel e um potencial tão grande de participar dessa reindustrialização do que o setor químico no nosso País.

Indústria significa inovação tecnológica, conhecimento e empregos mais qualificados. E o setor químico tem tido um grande compromisso, que também o seu desenvolvimento seja um desenvolvimento sustentável com novas soluções para proteger o Meio Ambiente. Então, parabéns, Luiz Fernando. Parabéns a todos que estão aqui.

A gente comemora os 50 anos, mas a gente está construindo, Luiz Fernando. E eu tenho esperança que este Brasil vai mudar. Nós estamos construindo aqui os próximos 50 anos da indústria petroquímica no País, da indústria química no País e da reindustrialização do nosso País.

Boa noite.

Parabéns, deputado Luiz Fernando.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Agradecer ao nosso querido deputado federal Alexandre Padilha. Eu queria neste momento pedir uma pausa aos oradores para acompanhar mais uma apresentação musical do Projeto Locomotiva, que apresentará a canção “Aquarela”, dos compositores Toquinho, Vinícius de Moraes e Maurizio Fabrizio, e também a “Nona Sinfonia” de Beethoven.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Quero agradecer ao maestro Ademir Sorato e aos jovens músicos do projeto “Locomotiva”, que vão sair agora e retornar para sua cidade. Muito obrigado a essa orquestra. Que Deus possa continuar abençoando esse trabalho e que possamos lotar de jovens, meninos e meninas, aqui com a gente. Muito obrigado.

Quero convidar para fazer uso da palavra o Sr. Ciro Marino, que é presidente executivo da Abiquim, Associação Brasileira da Indústria Química, que vai estar aqui trazendo a sua saudação.

 

O SR. CIRO MARINO - Vocês ouviram a fala de dois grandes políticos aqui, com uma série de saudações etc. Vou pedir permissão a vocês apenas para desejar boa noite para vocês e pular um pouco essa parte, que eu queria complementar um pouco a fala deles.

Vocês perceberam que os políticos têm o dom de falar um pouco sobre as questões sociais, as questões macro, as questões de interesse do País, então coube a mim falar um pouquinho sobre algumas questões técnicas.

Primeiramente, até antes de começar a colocar as minhas palavras, eu queria agradecer o convite do deputado Luiz Fernando, que aceitou coliderar a Frente Parlamentar da Química em São Paulo.

Logicamente, é uma frente suprapartidária, mas que é uma missão de muita responsabilidade e com também enorme potencial de entregas em pouco tempo. Eu já vou falar um pouquinho quais são esses potenciais de entrega.

Mas eu também fico muito honrado pessoalmente. Eu posso contar um pouquinho a história para vocês, bem breve. Meu pai trabalhava na refinaria de Capuava em 64 e foi convidado na década de 70, ainda durante a construção da PQU, então ele é a pessoa que participou junto com o homenageado da noite aqui na construção desse polo.

Eles foram empregados ou contratados anteriormente ao início da produção, então, do ponto de vista pessoal, eu estou muito orgulhoso de estar aqui hoje e ter sido convidado pelo nosso deputado Luiz Fernando.

Logicamente, também é muita honra para a Abiquim estar participando deste evento. A Abiquim, como Associação Brasileira da Indústria Química, que é um setor que representa uma venda anual da ordem de 190 bilhões de dólares, é um segmento muito grande, é o terceiro PIB industrial no Brasil - a gente fica atrás de petróleo, fica atrás de alimentos e, logo na sequência, o setor químico.

Esse setor químico que realmente vem sofrendo muito nesses últimos 30 anos, com esses ataques de globalização e perda de competividade do setor. Foi mencionado aqui pelo Padilha essa falta de competividade e as dificuldades que a indústria vem sentindo. Mas isso eu quero crer que seja passado, a gente viveu isso nos últimos 30 anos, e a minha missão hoje é trazer uma mensagem positiva, falar um pouquinho de futuro.

E, ao terminar de falar do futuro, eu vou voltar para o presente, falar de outros temas, que acho que é de interesse da comunidade. Vamos lá. Falando de futuro, o que a indústria química faz?

A indústria química nada mais faz do que pegar os insumos naturais, que é óleo, gás, água, minérios e produtos de origem agrícola, para a indústria química de renováveis, e transformá-los em produtos de primeira, segunda geração, terceira geração e os transformadores até chegar no mercado de consumo.

Por isso que, muitas vezes, quando conversamos com jornalistas, eles não entendem muito a química, porque a indústria química não está tão próxima do consumidor final.

É mais fácil falar da automobilística, mas tem muito químico embarcado dentro de um automóvel. Na construção civil, tem muita química na construção civil. Medicamentos, fertilizantes, como foi falado aqui, agro produtos, alimentos etc., a indústria química está presente em absolutamente todos os demais segmentos industriais.

Tudo começa nesses recursos naturais, transformados em primeira geração, justamente por isso a importância do polo petroquímico. O Brasil tem basicamente os quatro principais polos, do Rio Grande do Sul e os de São Paulo, que são dois, na verdade, Rio de Janeiro e Bahia. Mas, a partir desses polos, é onde nós iniciamos essa transformação da química para entregar para todos os demais setores.

Então eu gostaria que todos que estão aqui comemorando os 50 anos batessem no peito e tivessem orgulho do que estão fazendo, construindo toda uma cadeia muito importante.

E essa indústria química, que até hoje sofreu um pouco, tem um prognóstico muito bom para o futuro, porque se considerarmos as premissas que comentei, transformação de insumos naturais, não tem nenhum país no mundo, absolutamente, com a mesma posição do Brasil.

Ou seja, hoje, com 190 bilhões, aproximadamente, de faturamento, 180, 190, nós somos a sexta indústria química no mundo. Nós temos um forte potencial para saltar para uma quarta posição. É essa a mensagem que nós temos levado.

Eu conversava nos bastidores com o Padilha, também endossa essa posição, vocês ouviram-no mencionando aqui, o prefeito de Mauá nos disse que o polo petroquímico deve ficar nos próximos 50, acho que o polo petroquímico deve ficar nos próximos 300 anos, porque não vai haver substituto para muitos dos produtos em que nós trabalhamos fornecendo insumos para a indústria de alimentos, para a indústria de medicamentos etc.

Então, é uma indústria permanente. Pode mudar a tecnologia, pode mudar uma série de matérias primas, inclusive já estamos caminhando para matérias primas renováveis, de origem oleoquímica, alcoolquímica, e isso vai mudando um pouco o perfil da indústria e vai mudar a tecnologia ao longo dos anos etc, mas ela nunca perderá a sua importância. As moléculas disponíveis na natureza não chegam a um produto terminado se não tiver uma transformação química. Ponto.

Essa é a mensagem que eu queria trazer para vocês e um pouco de otimismo. A indústria sofreu, se estabilizou e espero que volte a crescer fortemente no futuro. Apresentamos ainda ontem, em Brasília, para um grupo seleto de técnicos do governo, um projeto em que o Brasil pode, através de algumas missões, vou enumerar rapidamente, acho que é muito detalhe técnico, mas, trabalhando com gás natural, trabalhando com energias renováveis, trabalhando com bioprodutos e na área de saneamento, a gente pode dirigir esse crescimento que eu comentei logo no início da minha fala.

Então o prognóstico é bom. Não dá para fazer na iniciativa privada sozinha, os trabalhadores sozinhos, não dá para o governo federal fazer sozinho, nem o Executivo, nem o Legislativo.

E nem o estadual, viu, Luiz Fernando? Nós precisamos estar todos de braços dados. E, para a química crescer assim, como um indutor de crescimento do País, outras áreas têm que vir. Eu vou dar exemplos de duas áreas, que é uma que nós temos conversado muito na agência do ABC, porque é um polo educacional, que é exatamente a Educação.

Se nós não tivermos técnicos, nós não tivermos engenheiros bem formados ou atraídos para o setor, a gente não vai decolar na velocidade que a gente quer. Se nós não tivermos logística definida de forma adequada para dar suporte a todo esse crescimento, nós precisaremos de mais portos, ou porto mais eficiente ou mais barato, ferrovias, tubovias, hidrovias, todo esse trabalho de logística também precisa ser desenvolvido em paralelo. Dei dois exemplos só, para fazer um discurso curto.

Agora, o que eu queria colocar, que é uma coisa muito específica do polo por justamente estar inserido em um centro urbano, eu gostaria de compartilhar com os senhores.

A Abiquim, que é a Associação Brasileira da Indústria Química, faz parte de uma associação chamada ACCA, em português seria ICCA, que nada mais é do que uma associação das associações químicas do mundo.

Então nós temos o Brasil, representado nessa associação global, nós temos o Cefic, que é o europeu, nós temos a ACC americana, nós temos a Cingapura, nós temos Japão, nós temos praticamente todos os países principais do mundo com representação nessa associação. Tudo, absolutamente tudo que está sendo feito no mundo de primeira linha em termos do que chamamos de ESG...

O que seria? A gente fala de assuntos relativos ao meio ambiente, assuntos relativos à sociedade e também falamos a respeito de governança, que é como cuidar de todos esses processos. Todos os temas relativos a ESG, que ocorrem nesses debates internacionais, o Brasil está na ponta trabalhando exatamente na mesma linha.

Existe uma outra linha, que são dos ODSs. Não sei quantos de vocês já ouviram falar, que são os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentado. Esses objetivos são compostos basicamente de 17 grandes linhas de atuação, que vão desde educação, energia e etc. Desses 17, a indústria química provavelmente tem um impacto em uns 15, mais fundamentalmente em 12 ou 13. Ou seja, a indústria química está por trás de todos esses objetos de desenvolvimento sustentável para a humanidade.

Então, considerando a ESG e considerando esses Objetivos de Desenvolvimento Sustentado, não resta dúvida de que o que nós estamos fazendo no Brasil está perfeitamente alinhado com o que acontece lá fora. A Abiquim particularmente trouxe há 30 anos...

Neste ano, estamos fazendo 30 anos do nosso programa de atuação responsável. Esse programa de atuação responsável está alinhado também com essas demais associações pelo mundo.

Então o que nós estamos fazendo hoje é buscar seguir no desenvolvimento com uma outra consciência, quer seja em termos de ambiente, quer seja de saúde e segurança do trabalhador. Se nós não executarmos bem a nossa missão, nós não iremos a lugar nenhum.

Para o polo de Santo André, eu vou citar apenas três exemplos, eu creio. Um deles é: vejam o trabalho que foi feito desde a sua criação nesses 50 anos ao trazer a tecnologia e reduzir simultaneamente - apesar do aumento de volume - as emissões de SOX. Muito técnico para os senhores, não é? Mas são poluentes que normalmente causam danos à saúde da população. Então houve uma redução gigantesca nessa área.

Vejam o trabalho que foi feito no polo do ABC - Mauá, Santo André - relativo à água, o consumo de água. O polo consome água suficiente para abastecer uma cidade de quase 300 mil habitantes, meia Santo André ou um terço de Santo André, aproximadamente, dentro de um único polo ali. E esse trabalho foi espetacular. Tanto da emissão de SOX como de água são trabalhos relativos a ESG.

E por último, para encerrar a minha conversa aqui, muito trabalho tem sido feito e encampado pelo programa de atuação responsável em torno das comunidades. Nós temos conselhos consultivos que foram criados que compõem os interesses sociais no entorno dos polos e de outros sites, cidades pelo Brasil como um todo, onde têm plantas petroquímicas de importância.

Esses conselhos consultivos têm a representação popular de habitantes que estão nesse entorno e que dialogam permanentemente conosco. Nós temos uma comissão dentro da Abiquim para recebê-los.

Podemos dialogar, ouvir os problemas, devolver com respostas concretas, sérias. Então existe uma interação muito grande que eu queria comentar com os senhores da responsabilidade do capital junto com o trabalho e com a sociedade onde nós estamos inseridos, ok?

Bom, com essas palavras aqui, eu complemento o que eu acho que ficou muito bem transmitido pelo Padilha, até senti uma dificuldade, porque ele cobriu muito desses temas também, e também previamente pelo prefeito de Mauá. Mas eu acho que dessa forma, com as três falas, vocês têm uma visão completa de como é que está o desenvolvimento da química e principalmente do polo.

Parabéns aqui pelos 50 anos do polo do ABC. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Quero agradecer ao querido Ciro, que falou em nome da indústria química. Quero neste momento convidar para fazer uso da palavra o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC, querido Aroaldo Oliveira.

 

O SR. AROALDO OLIVEIRA DA SILVA - Primeiro, boa noite a todas e todos. Agradecer o convite para estar nesta atividade tão importante, que é essa celebração dos 50 anos do polo petroquímico no ABC. Grande importância ter um polo para a região e para o desenvolvimento, não só da região do ABC, mas para São Paulo, para o estado e para o Brasil.

Cumprimentar todo mundo aqui da Mesa. Padilha, o Marcelo teve que sair, o Ciro, que a gente vem conversando muito no último período sobre a indústria química. O senhor Sérgio, o Raimundo, presentes os químicos do ABC. O Raimundo está comigo também lá na Industrial Brasil.

A Industrial Brasil é uma organização que compreende os químicos, os metalúrgicos, o pessoal do setor de energia, construção civil, alimentação, têxtil-vestuário. E a nossa tarefa, o Raimundo vem discutindo muito... Está aqui o Jurandir. A (Inaudível.) faz parte da Industrial Brasil. Hoje inclusive eu falei com o Serginho, que é o presidente.

Nossa tarefa é discutir um pouco sobre política industrial. Então tem tudo a ver com a existência do polo petroquímico em Mauá, aqui na região do ABC. Cumprimentar o Hélio aqui, presidente dos Químicos de São Paulo, Gera, companheiro de longa data, sempre junto em diversas construções. O Cano aqui também, coordenador da Fetquim.

O Fernando, também a gente discutindo muito a região do ABC, através do G3 de Desenvolvimento Econômico e Inovação, todo o debate que a gente vem fazendo. Pessoas aqui que já foram citadas. Muito importante para o debate da indústria.

Todos citaram o Remi, grande referência para o debate da indústria, mas grande liderança dos trabalhadores também. Sempre foi espelho nosso nessas construções, em toda discussão nessa luta.

Cumprimentar o Joel, que também está ali, hoje diretor do desenvolvimento econômico do consórcio, mas vice-prefeito de Diadema, secretário do Desenvolvimento Econômico de Diadema, grande liderança também dos trabalhadores.

Então, diversas pessoas importantes aqui para a gente debater a questão aqui do polo. E como foi falado, discutir o polo petroquímico tem tudo a ver para a gente discutir política industrial.

E por que discutir a indústria ou a política industrial? E já foi falado, acho que o Luiz Fernando foi perfeito: não existe nenhum país do mundo do tamanho do Brasil e com a população que o Brasil tem. Para ele chegar a ser desenvolvido, ele precisa ter uma indústria. Então não existe país do mundo deste tamanho sem indústria.

A indústria não é só um debate técnico do que vai ser produzido ou só chegar o produto na mesa da pessoa, ou chegar um insumo, que vai ser construído uma outra coisa.

A indústria, em primeiro lugar... E esse debate da política industrial e da importância da indústria tem que estar no centro do debate, porque neste momento a gente não vive apenas uma desindustrialização apenas.

Se a gente olhar para o Brasil, existe uma política anti-indústria no Brasil. Tem uma política clara de desmonte da indústria. Então a importância da indústria é a gente discutir que a indústria tem um potencial de erradicar a miséria no Brasil, diminuir a desigualdade social, criar emprego com renda, então emprego de qualidade.

Discutir a indústria - e o Ciro falou aqui, e o Padilha lembrou muito bem - é discutir: para que a gente vai constituir a indústria no Brasil se não for através de missões? E isso que se citou do estudo do Dieese, o Douglas está aqui. A gente precisa organizar a indústria para atender as demandas sociais.

E como a gente discute as demandas sociais? E foi muito bem falado aqui a questão da habitação, temos um déficit enorme, do saneamento, da saúde - estamos saindo da pandemia -, da alimentação.

Então é possível a gente discutir a reindustrialização brasileira a partir de alguns pilares que a gente precisa atender, porque são demandas sociais, são as lacunas sociais que a gente tem no Brasil.

E de novo, o Ciro, o Padilha e o Luiz Fernando falaram muito bem, está ligado diretamente à indústria química e mostra mais uma vez a importância do polo petroquímico na região do ABC. Além do debate da inovação, da participação das cadeias globais de valor, da discussão da sustentabilidade.

A gente não consegue discutir a questão ambiental, a sustentabilidade, sem a conexão com a indústria química, que vai fazer com que as outras indústrias consigam alcançar esses patamares ambientais exigidos hoje. Porque a gente precisa pensar no futuro do planeta.

Então, o debate que está colocado, até neste momento, e foi lembrado... O Fernando vem acompanhando muito bem isso; o Marcelo lembrou que a concretização, com o decreto do polo, da instituição do polo, num primeiro momento...

A discussão das cidades, como Santo André e Mauá. Mas efetivamente, Luiz, nós precisamos aqui conversar mais próximo com o governo do estado, apesar de que já tem toda uma conversa organizada com o governo do estado.

É de extrema importância. Ter o decreto para institucionalizar o polo petroquímico na região do Grande ABC é de extrema importância. Então, a comemoração hoje, essa celebração, não é só a celebração das empresas que estão dentro do polo; é de todos os trabalhadores que estão aqui, lideranças sindicais que estão aqui, porque isso é um processo de construção conjunta.

E celebração de toda a região do ABC e de toda a sociedade, porque é isso, como foi falado, e eu reforço aqui: a gente tem que pensar o que vai ser o processo de reindustrialização do Brasil, mas nós temos que pensar esse processo para o Brasil poder dar um salto de qualidade para a sua população.

Então, por isso eu agradeço novamente a todas as lideranças que estão aqui. E vamos pensar, de fato, esse polo petroquímico não só mais para 50; é para mais 100, 200, 300 anos.

Obrigado. Boa noite a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Agradeço, querido Aroaldo, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC. Quero citar aqui algumas pessoas que estão conosco: Sr. José Evandro Alves Silva, coordenador da regional de Diadema do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sr. Joel Santana de Souza, coordenador regional de Santo André do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sr. Deusdete José das Virgens, coordenador de administração e finanças da Fetquim; Sr. Jansen Nunes, secretário de políticas sociais do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sra. Danielle de Cassia Franco Moura, secretária de formação do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sr. Lucas Alves de Melo, secretário regional de Diadema do Sindicato dos Trabalhadores Químicos; Sr. Paulo Sérgio da Silva Lima, secretário de saúde do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sra. Sílvia Ribeiro da Silva, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sr. Paulo José dos Santos, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sr. José Anselmo Mendes, da Associação dos Trabalhadores Químicos Aposentados do ABC.

E vou citar a pessoa talvez mais citada aqui hoje, que é o Sr. Remígio Todeschini, secretário-adjunto do Desenvolvimento de Mauá e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC. Eu quero pedir uma salva de palmas a todas essas pessoas que a gente está citando. (Palmas.)

Sem mais delongas, falou, em nome das indústrias, o querido Ciro; falou, em nome das prefeituras e da Agência de Desenvolvimento do ABC, o Aroaldo. E eu queria convidar o querido Raimundo Suzart para falar em nome dos trabalhadores da indústria química; Raimundo que é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC e secretário-geral da IndustriALL-Brasil. Ele falou que não vai demorar mais do que 40 minutos.

 

O SR. RAIMUNDO SUZART - Boa noite aos companheiros, às companheiras, à direção do Sindicato dos Químicos, que está aqui conosco hoje, à Associação dos Aposentados Químicos, a todos os que estão presentes nesta sessão solene.

O Nilton Freitas, que acabou não se apresentando, representa a ICM, a Confederação Mundial da Madeira e da Construção Civil, à qual nós também somos filiados. Queria cumprimentar a todos, cumprimentar o Ciro e a todos os representantes das empresas aqui.

E agradecer a você, Luiz; queria te cumprimentar. Quando a gente te colocou esse desafio, não só de fazer a sessão solene, mas de assumir a defesa da indústria e dos trabalhadores...

Porque a frente parlamentar não é feita pura e simplesmente para defender as empresas. A frente parlamentar é um espaço para discutir a política industrial no estado de São Paulo, que a gente tem discutido, e a política industrial no Brasil.

Então, quando a gente fala da frente, se a gente não colocar aqui, fica parecendo que a frente foi feita pura e simplesmente para defender as empresas. É o contrário: a gente tem debatido muito, tem discutido; em alguns momentos, a gente tem dificuldade. Mas a gente tem dialogado. A gente já colocou aqui os números das indústrias. E eu vou falar com o olhar dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Cumprimentar aqui os companheiros da mesa: o coordenador, nosso presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico, Geralcino; o Cano, presidente da nossa federação; o Hélio; o Jurandir, representando aqui a Fequimfar; o Serginho, que justificou.

É importante a gente discutir o polo petroquímico. Eu tenho conversado muito com o Joel, que ajudou na terraplanagem, depois virou funcionário, né Joel. O Joel tem tanto tempo lá; ele ajudou muito no polo petroquímico. O Barone, que está aqui também, que é diretor do nosso sindicato e é funcionário de uma empresa do polo petroquímico.

A gente está num momento muito difícil. A gente tem a Covid, a gente tem a fome, a gente tem o desemprego, a gente tem a violência. E a cada dia que passa, a gente fica abismado, né Luiz Fernando.

É promotor que agride promotora, é a situação que está colocada, são os dois indigenistas que foram mortos. Em tempo relâmpago, a Polícia Federal disse que não tinha mandante, que foram duas pessoas que decidiram e mataram. São casos muito fáceis de ser elucidados.

Então, a gente está num momento muito difícil, de violência, de desemprego, de fome, de desespero das famílias. Todos. E aí a gente fala do polo petroquímico, uma indústria que tem um emprego de grande qualidade. Todos na região, né Aroaldo: o sonho das pessoas era ou trabalhar numa montadora ou numa indústria petroquímica, que é na nossa região do Grande ABC.

É lógico que tem as suas dificuldades, tem os seus momentos; como o Luiz colocou, tem o problema da CPI, tem denúncia, tem debate que a gente faz. Mas aí eu quero dizer da importância da indústria: falamos de 10 mil trabalhadores, diretos e indiretos.

Mas no estado de São Paulo nós somos mais de 300 mil trabalhadores. E muito provocado pelo polo petroquímico que se instalou no ABC em 72. É lógico que a indústria química no Brasil antecede, e muito, o polo.

Nosso sindicato é de 1938, oriundo dos trabalhadores da Rhodia. Então, a indústria química, nos anos 30, já estava no Brasil, instalada no ABC paulista. A Rhodia, nos anos 30, já tinha se instalado.

Mas nós não tínhamos um polo petroquímico. E aí, para que vocês possam entender, hoje nós somos em torno de 32, 33 mil trabalhadores da base dos trabalhadores químicos. Mas aí também a gente tem o setor metalúrgico. As fresas, hoje, viraram tudo injetoras, né Aroaldo.

Então, quando a gente fala, hoje, de um carro, 50% ou mais é de plástico. Ou oriundo de produtos da indústria química. Nós estamos falando de borracha, de tapete, de tudo. Só para que a gente possa entender: o ABC produz 70% da tinta imobiliária produzida no Brasil; 70% da tinta produzida no Brasil está no ABC paulista, Luiz.

Nós temos - talvez no ABC já tenha tido mais - o maior número de empresas de cosmético instaladas numa única região. Inclusive, Diadema tem um polo de cosméticos, e Mauá... É o Remi que está lá, está responsável, mais uma vez citando o Remi. A gente vai também apresentar, e é uma proposta nossa, de nascer um polo de cosmético na cidade de Mauá.

Então, nós estamos falando do setor de plástico, em que não são só 10 mil, como nós estamos falando. Só na nossa categoria, são 33, 35 mil trabalhadores e trabalhadoras. Diretos; porque se a gente for colocar os indiretos...

Cada trabalhador direto de uma grande indústria gera de três a cinco postos de trabalho. A gente está falando que só nós respondemos, pelo ABC, por quase 150 mil postos de trabalho ligados diretamente à indústria química.

Então, dizer da importância do polo petroquímico neste momento dos 50 anos, com as dificuldades que estão colocadas. É lógico que a gente tem que pensar; tem que buscar soluções, e o polo...

O Ciro citou aqui: o petróleo é finito. Mas a indústria química, não; ela tem que desenvolver, e tem desenvolvido nossos produtos. Petróleo, carvão, que são à base de energia, e outros derivados, são finitos.

Mas nós temos que ter uma indústria forte, a fim de que possa desenvolver e buscar uma nova forma para que a gente possa gerar energia, para que a gente possa ter produto.

Não tem nada que esteja dentro deste plenário que não tenha produto químico, oriundo da indústria química e petroquímica. Na pandemia, enquanto todos estavam em casa, 30% da nossa categoria continuava trabalhando firmemente, inclusive o polo petroquímico, porque é base de produto para embalagem de produto farmacêutico.

Se a gente não lembra, tudo o que a gente comprava vinha embalado, porque não poderia vender solto; era entregue. Esses trabalhadores e essas trabalhadoras, mesmo na pandemia, continuaram trabalhando firmemente, porque a indústria química tinha que abastecer.

A indústria farmacêutica precisava produzir medicamento. Não só vacina, mas medicamento, que é um outro debate que a gente tem feito: como a gente vai discutir as sequelas da Covid? Então, nós vamos discutir.

Então, para nós, os trabalhadores e as trabalhadoras, são muito importantes os 50 anos do polo petroquímico. Nós queremos muito mais 50, nós queremos debater, nós queremos discutir, como nós temos discutido.

Trazer a população, abrir o debate como foi feito. O Luiz foi perfeito, a gente dialogou muito essa questão da CPI. O polo se colocou a disposição de elucidar todas as dúvidas.

Lógico que, da minha sala, eu vejo a chaminé do polo petroquímico e quando ela ascende, está aquela fumaceira, eu falo “se prepara que hoje vai ter ligação e eu, já já, vou ter que ligar para a Silvia para perguntar o que aconteceu.”.

Como foi nesse dia que teve que ligar todos os “flare” e aí avisou a população e teve problema. É natural que vai ter. É uma indústria que tem muito menos acidentes do que as outras indústrias.

Agora, é uma indústria com potencial de risco altíssimo. Isso nós não podemos negar. Mas também é uma indústria que faz necessária, porque um país que não tem uma indústria forte, não tem, principalmente, uma indústria química para desenvolver produto, você não vai conseguir desenvolver.

E olha o que a gente está falando dos fertilizantes. Teve uma guerra na Ucrânia com a Rússia que ninguém imaginava que nós teríamos nenhum problema. Só que aí todo mundo descobriu que uma boa parte dos fertilizantes que se importa, se importa desses dois países.

E aí, uma guerra que a gente fala “não tem nada a ver conosco” tem, sim. Por que? Porque desmontou a indústria química e petroquímica do Brasil. Então... Faltou oxigênio. Mas faltou oxigênio por que? Porque desligaram as unidades de produzir oxigênio da Petrobras. E tudo está ligado diretamente à indústria química, ao polo petroquímico, ao desenvolvimento.

Então, para nós, parabenizar o polo, parabenizar os trabalhadores, as trabalhadoras, por terem construído. Porque o polo só é forte e é uma grande indústria hoje porque teve trabalhadores e trabalhadoras que se comprometeram, trabalharam e ajudaram a desenvolver o polo petroquímico. Inclusive, nós vamos ter uma homenagem aqui.

Portanto, não existe nenhuma indústria forte e preparada se não tiver trabalhadores e trabalhadoras capacitados, preparados e bem remunerados. Porque, sem isso, não vai haver. E o polo remunera os trabalhadores.

E nós temos os trabalhadores capacitados, Ciro, como bem você colocou, se a gente não tiver formação e educação nesse país, aí sai correndo como foi... Eu lembro o boom da construção civil. Faltava engenheiro, não é, Nilton? Aí todo mundo foi se formar engenheiro.

Os engenheiros estão hoje fazendo o que? A construção civil parou. Estão sendo motorista de Uber, de aplicativo. Então, a gente tem que pesar na indústria como um conjunto e não simplesmente resolver um problema - formar todos os trabalhadores e trabalhadoras naquele momento com uma única profissão e depois, quando você tem um problema, você tem uma demanda muito grande de trabalhadores e trabalhadoras desempregados.

Portanto, é muito importante a gente pensar no futuro do polo, discutir - que é o que a gente tem discutido -, preparar, dar oportunidades para os jovens. A gente viu aqui os jovens, mas a gente não quer só os jovens na banda.

A gente quer discutir o primeiro emprego, quer que o polo, que as indústrias – que todas as indústrias – se comprometam com os trabalhadores e com as trabalhadoras e que gerem oportunidade para o jovem.

Porque esses dias a gente apresentou um jovem em uma empresa, aí disse que ele não tinha experiência. Mas como que a pessoa vai ter experiência se a gente não der a primeira oportunidade? Tem que ter.

Então, é importante. A gente tem dialogado, tem discutido. Por isso, em nome dos trabalhadores e das trabalhadoras, eu parabenizo os trabalhadores do polo petroquímico aqui na pessoa do Joel que está muitos anos lá, por ter se empenhado e se tornado, como polo, uma referência no Brasil.

 O polo é uma referência, o polo petroquímico do ABC. De lá nasceram os outros polos. Porque, sem o ABC, talvez não teria a quantidade de polos que a gente tem hoje no Brasil.

E parabenizar todas as industrias do polo, a nós, por desenvolver o polo petroquímico e esperar que as prefeituras e o governo do estado realmente façam o decreto e que a gente se preocupe com o polo para que ele possa aumentar sua capacidade de produção e não que tenha problema.

E é lógico, a gente fala “tem moradia.”. Tem. As pessoas moram onde acham e onde conseguem construir uma casa. A gente tem deficit de milhões e milhões de lares nesse país e se a pessoa tem a possibilidade de adquirir uma casa, ela vai morar. Não importa se é perto do polo.

É a mesma coisa quando tem enchente que a pessoa fala “ah, mas mora do lado de um córrego.”. Ninguém quer morar naquele lugar, mas é a opção... Ele não teve. É a única oportunidade que teve.

Portanto, a gente tem que debater. Tem uns problemas de empreendimento lá e eu tenho certeza de que vai ser bem resolvido e nós, trabalhadores e trabalhadoras, contamos com o polo e espero que o polo também conte com os trabalhadores por mais 100 anos, 200 anos e que a gente possa fazer uma indústria cada dia mais forte.

A gente viu a importância do polo para Mauá, a importância do polo, diretamente, para Santo André, mais a importância do polo petroquímico para o ABC. Nós temos, só no ABC, mais de duas mil indústrias de transformação, gente. Juntando metalúrgico e químico.

Basicamente oriunda de que? Comprando matéria prima do polo petroquímico. É logico que a gente tem um problema e a gente não pode deixar de falar aqui, Ciro, porque a matéria prima, Luiz Fernando, ela tem o mesmo problema que a gente está discutindo hoje, aqui, do petróleo, da gasolina.

Ela é, praticamente, tabelada. Não importa se você compra no ABC, se você compra de Paulina, se você compra do Rio Grande do Sul ou compra da Bahia. Poderia, quem comprasse no ABC, ter uma matéria prima com um preço menor, mas não importa.

Aí o frete desaparece e ela tem o mesmo problema, que é um debate que a gente faz e nós vamos voltar a fazer esse debate na Agencia de Desenvolvimento, não é (Inaudível.)?

Por isso, parabéns a todos nós por essa sessão aqui, por dizer e parabenizar o polo petroquímico, a cidade e agradecer ao Luiz Fernando, um grande parceiro dos trabalhadores e das trabalhadoras químicos.

Então, felicidade a todos nós e uma grande salva de palmas aos trabalhadores e as industrias do polo petroquímico.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Agradecer ao querido Raimundo Suzart, presidente do sindicato dos trabalhadores químicos do ABC. Neste momento, nós vamos fazer uma homenagem.

O trabalho é uma etapa essencial na vida do ser humano. É por meio dele que o homem constitui a sua existência e cria vínculos sociais e afetivos.

No ano que enaltecemos a história do cinquentenário do polo petroquímico, temos a honra de dividir essa marca com um trabalhador que também comemora 50 anos de dedicação e comprometimento para esse complexo petroquímico tão importante.

Nesta noite, representando a classe dos profissionais da indústria química e petroquímica, homenageamos o senhor Geraldo Camelo da Cunha. Natural da cidade de Itapipoca, no Ceará, o senhor Geraldo migrou para o estado de São Paulo na década de 70, quando tinha 18 anos para trabalhar na Poliolefinas.

De lá para cá, desempenhou diversas atividades, desde auxiliar de almoxarifado e operador de empilhadeira a operador petroquímico, cargo que pode atuar em todas as categorias, inclusive de supervisor de turno, até se tornar especialista petroquímico – função que desempenha até os dias atuais, mesmo estando aposentado desde 1995.

Cinquenta anos representam uma vida. Residente do bairro de São Matheus desde que chegou a São Paulo, ao passo que o senhor Geraldo constituía família com os filhos e netos, também adquiriu o seu diploma de operador técnico em química e viu de perto a tecnologia surgir no chão de fábrica.

É preciso agradecer e também aprender com o seu legado, pois toda a história do polo celebrada hoje, esse trabalhador teve a oportunidade e determinação de vivenciar. E como o próprio senhor Geraldo diz “foi uma evolução tecnológica que jamais poderia imaginar que aconteceria.”.

Uma salva de palmas ao senhor Geraldo Camelo da Cunha, que hoje simboliza toda a classe de trabalhadores e trabalhadoras do polo petroquímico. Quero convidar neste momento ao Ciro, ao Raimundo, que possam ir até lá embaixo recepcionar o senhor Geraldo Camelo.

E eu quero convidar neste momento o senhor Geraldo Camelo da Cunha, acompanhado da sua esposa, senhora Marcia Maria Fittipaldi de Barros para subirem à tribuna e receberem uma placa para o senhor Geraldo e também flores para a senhora Marcia. Por favor.

Quero convidar, também, o Geralcino, o Hélio, e o Airton Cano, representando a classe trabalhadora, que pudessem juntamente entregar essa homenagem ao senhor Geraldo.

Depois nós queremos saber se o senhor Geraldo tem plaquinha de patrimônio também nele, né? Cinquenta anos é uma vida.

Neste momento, queria pedir a todos representantes que entregassem primeiro as flores a senhora Marcia Maria Fittipaldi de Barros e agora queria pedir que entregassem ao senhor Geraldo uma placa de agradecimento.

Todo mundo posando para a foto. O senhor Geraldo ficou grande agora, senhor Geraldo. Ficaram mandando virar, virou.

Quero convidar agora todos que acompanharam o senhor Geraldo que pudessem tomar os seus lugares e convidar o senhor Geraldo, que pudesse usar a palavra, senhor Geraldo.

 

O SR. GERLADO CAMELO DA CUNHA - Bom, boa noite a todos e a todas que estão presentes aqui neste recinto. Eu não vou mais falar da minha carreira na empresa, porque o deputado já fez um resumo ali muito bem feito, e falou um pouco dos meus 50 anos dentro da empresa. O que eu queria fazer aqui era só fazer uns agradecimentos.

Primeiro, a Deus, que nos dá a vida, e, segundo, aos meus pais, porque devido à sua criação, seus ensinamentos, me transformaram na pessoa que eu sou hoje. Em terceiro, a companhia, o Polo Petroquímico, em nome da Poliolefinas, que foi onde foi tudo iniciado, depois a OPP, em seguida a Quattro Participações, e, em 2002, a Braskem, onde hoje nós estamos fazendo essa homenagem dos 50 anos.

Por que eu quero fazer essa homenagem ao Polo Petroquímico e à Braskem? Primeiro porque em função delas eu fiz o meu maior patrimônio. Com a ajuda da empresa eu consegui formar, criar o meu maior patrimônio, que são as minhas quatro filhas.

E, em seguida, vamos falar só um pouquinho a respeito da Braskem. Após a instalação da Braskem, em 2002, ocorreu uma grande evolução no Polo Petroquímico do Grande ABC.

O investimento em pessoas aumentou absurdamente, porque a gestão da Braskem preza muito pelas pessoas, porque sem as pessoas nada existe, e muito investimento, como falou o deputado, em tecnologia.

Outra coisa muito importante também, a sinergia com a população vizinha, com a vizinhança do Polo, aumentou, foi elevada à décima potência, de tão grande que foi.   Hoje, a sinergia entre ambos é um negócio muito bonito. Às vezes somem até as palavras, mas é normal, porque... (Palmas.)

Eu queria agradecer a presença de todos aqui.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - O senhor pode continuar com a palavra.

 

O SR. GERALDO CAMELO DA CUNHA - Pode continuar?

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Pode. O senhor estava falando. Eu só aplaudi porque o senhor esqueceu.

 

O SR. GERALDO CAMELO DA CUNHA - A Braskem é uma empresa que tem uma visão futurística, muito futurística. Na realidade, para dizer, ela é visionária. Ela prevê o que vai acontecer, a sua evolução daqui a dez anos, e, para você ter sucesso na sua vida, você tem que pensar no futuro, é não só enxergar o presente, e essa é uma das grandes evoluções que nós temos na nossa empresa.

Podemos chamar de nossa, porque eu faço parte há 50 anos. Na realidade, não são 50 anos, são 51 anos e meio, porque eu participei, como falou o deputado, da construção da empresa.

Na realidade, era só isso que eu tinha para falar para vocês.

Muito obrigado pela atenção dispensada.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Quero agradecer ao Sr. Geraldo Camelo da Cunha, e também a Márcia. A gente sabe aquele ao lado de todo grande homem sempre tem uma grande mulher. Parabéns, Márcia. Parabéns ao Geraldo Camelo da Cunha.

Com essa homenagem eu acho que a gente encerra esta sessão solene. Eu quero dizer a todos os trabalhadores que estão aqui, eu quero dizer ao Poder Público, eu quero dizer às indústrias que nesta Casa nós temos voz. Essa frente parlamentar, que não é uma frente parlamentar do partido “x”, “y” ou “z”, é uma frente parlamentar que nós temos deputados de todos os partidos.

Quero aqui justificar neste momento a ausência de outros deputados. A deputada Carla Morando pediu mil escusas, porque já tinha um outro compromisso agendado. O deputado Thiago Auricchio, que chegou a coordenar a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química, também já tinha um outro compromisso. O deputado Teonilio Barba também pediu que nós nos justificássemos.

São deputados que estão comprometidos com a indústria química. São deputados que estão comprometidos com o Polo das Indústrias Petroquímicas do ABC. Esse polo é nosso, esse polo é dos trabalhadores, esse polo é das prefeituras, esse polo é do nosso estado, esse polo é necessário ao nosso país.

Quero dizer, Ciro, que nós estamos aqui no front, na defesa da indústria e na defesa do polo. Eu insisto nisso por conta do momento triste que nós estamos passando. Eu acho que foi uma ação política, eu diria, indevida, fora de hora, que está acontecendo na Câmara de São Paulo, mas eu tenho certeza que logo a gente passa isso, até porque é importante que se diga, e eu quero que os telespectadores da TV Alesp que estão nos assistindo, que vão nos acompanhar depois, no YouTube, sobretudo depois da minha fala... Muitos vão querer ver essa fala.

O Polo Petroquímico sempre se colocou à disposição para receber quem quisesse ali, para esclarecer qualquer dúvida a respeito. Eu tenho clareza de uma coisa. O polo trabalha dentro de regras rígidas, e está a cada momento buscando se aprimorar cada vez mais.

Eu que já estive ali visitando o polo, já estive na Braskem, já estive em outras indústrias ali. Conheço de perto. Até porque a Saúde é algo que nos preocupa, e é importante que se diga, é algo que se preocupa sobretudo da classe trabalhadora, que aqui hoje está representada em massa.

É algo que preocupa cada cidadão. Agora, é fato, como bem disse o Raimundo, ali se instalou, há 50 anos atrás, esse Polo Petroquímico, e não existia cidade ali. A cidade avançou.

Não deveriam ter permitido que a cidade avançasse, porque ali existe um polo industrial, um polo necessário ao nosso país. Porém, deixaram, descuidaram, e a cidade foi avançando.

Eu quero dizer, Ciro, eu não sei se você está acompanhando, mas a Prefeitura de São Paulo aprovou um empreendimento residencial ao lado do polo agora, um prédio. Ora, não é lugar de prédio ali.

Então - sabe? -, é complicado, e nós, estamos aqui para ajudar essa convivência. Estaremos aqui defendendo a indústria química, o Polo Petroquímico, e eu acho que essa junção ficou clara hoje aqui, sobretudo para vocês que nos assistem.

A indústria, o Poder Público e a classe trabalhadora, juntos, para fazer daquele polo um polo muito mais forte, fazer dessa indústria química uma indústria muito melhor, muito mais forte, e, sobretudo, continuar gerando empregos de qualidade, que é o que é indústria química tem feito no nosso país.

Então, quero agradecer a todos e todas que participaram conosco. Quero agradecer a todos que acompanharam esta audiência, esta sessão solene, e, esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço as autoridades. Eu quero agradecer muito a minha equipe, sobretudo na figura da Suzana, que ajudou a organizar esta sessão.

Quero agradecer os funcionários serviço de som da Assembleia, da Taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar. Quero agradecer a imprensa da Casa, a TV Alesp e as assessorias policiais, Militar e Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Está encerrada esta sessão.

Muito obrigado.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 43 minutos.

 

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