24 DE JUNHO DE 2022
17ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 50 ANOS
DO POLO PETROQUÍMICO DE MAUÁ
RESUMO
1 - LUIZ FERNANDO
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a composição da
Mesa. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene para
"Homenagem aos 50 Anos do Polo Petroquímico de Mauá", por solicitação
deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o
"Hino Nacional Brasileiro". Anuncia apresentação musical da Orquestra
do Projeto Locomotiva. Comenta a importância da indústria química para um país.
Destaca a dimensão do Polo Petroquímico do ABC. Aponta a relevância desse setor
para aquela região e para o estado de São Paulo.
2 - MARCELO OLIVEIRA
Prefeito de Mauá, faz pronunciamento.
3 - ALEXANDRE PADILHA
Deputado federal, faz pronunciamento.
4 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO
Anuncia apresentação musical da Orquestra do Projeto
Locomotiva.
5 - CIRO MARINO
Presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria
Química (Abiquim), faz pronunciamento.
Presidente da Agência de
Desenvolvimento Econômico Grande ABC, faz pronunciamento.
7 - RAIMUNDO SUZART
Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e secretário-geral
da IndustriALL-Brasil, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO
Realiza a entrega de placa de homenagem a Geraldo Camelo da
Cunha, trabalhador da indústria química.
9 - GERALDO CAMELO DA CUNHA
Trabalhador da indústria química, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO
Discorre sobre a Frente Parlamentar em Apoio
à Indústria Química no Estado de São Paulo, da Alesp. Faz agradecimentos
gerais. Encerra a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e
abre a sessão o Sr. Luiz Fernando.
*
* *
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALINE HERRERA - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a
finalidade de homenagear os 50 anos do Polo de Indústrias Petroquímicas do ABC.
Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo
pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no YouTube.
Convidamos
para compor a Mesa diretora o deputado Estadual Luiz Fernando Teixeira, 1º
secretário da Mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
(Palmas.) O deputado federal Alexandre Padilha. (Palmas.)
Convidamos o
Sr. Ciro Marino, presidente-executivo da Abiquim - Associação Brasileira da
Indústria Química. (Palmas.) O Sr. Raimundo Suzart, presidente do Sindicato dos
Químicos do ABC e secretário-geral da IndustriALL-Brasil. (Palmas.)
Chamamos
também o Sr. Marcelo Oliveira, prefeito do município de Mauá. (Palmas.) O Sr.
Sérgio Mastrorosa, vice-presidente do Sinproquim, Sindicato das Indústrias de
Produtos Químicos do Estado de São Paulo, representando a presidência da Fiesp,
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. (Palmas.) O Sr. Fernando
Santos Cunha, secretário adjunto de Desenvolvimento e Geração de Emprego de
Santo André, representando o prefeito, o Sr. Paulo Serra. (Palmas.)
O Sr. Hélio
Rodrigues de Andrade, presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo.
(Palmas.) O Sr. Geralcino Santana Teixeira, presidente da CNQ, Confederação
Nacional do Ramo Químico da CUT. (Palmas.)
Chamamos
também o Sr. Airton Cano, coordenador político da Fetquim, Federação do Ramo
Químico da CUT. (Palmas.) Convidamos o Sr. Aroaldo Oliveira, presidente da
Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. (Palmas.)
Convido
todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional
Brasileiro, executado pela Camerata da Polícia Militar, sob a regência do
maestro 1º Sargento Ivan Bergue.
* * *
- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALINE HERRERA - Agradecemos
à Camerata da Polícia Militar. Nosso muito obrigada. Neste momento, com a
palavra o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, que fará a abertura dos
trabalhos.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO
- PT - Boa noite a todas, boa noite a todos. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Senhores e
senhoras, esta sessão solene tem a finalidade de celebrar os 50 anos do Polo
das Indústrias Petroquímicas do ABC. Eu quero aqui agradecer a presença de
todos e todas. Quero aqui saudar o deputado federal
Alexandre Padilha, deputado esse muito relacionado à questão do ramo químico.
Quero
saudar aqui o Ciro, presidente da Abiquim, da Associação Brasileira da
Indústria Química, Ciro Marino; saudar o querido Raimundo Suzart, presidente do
Sindicato dos Químicos do ABC e secretário-geral da indústria ao Brasil; saudar
o prefeito do município de Mauá, o querido Marcelo de Oliveira.
Saudar
o Sérgio Mastrorosa, vice-presidente do Sinproquim, Sindicato das Indústrias de
Produtos Químicos do Estado de São Paulo, representando neste ato o presidente
da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; saudar o Fernando
Santos Cunha, secretário adjunto de desenvolvimento e geração de emprego de
Santo André, neste ato representando o prefeito, o Sr. Paulo Serra.
Saudar
o querido Hélio Rodrigues de Andrade, presidente do Sindicato dos Químicos de
São Paulo; saudar o querido Geralcino Santana Teixeira, presidente da
Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT; saudar o querido Airton Cano,
coordenador político da Fetquim, federação do ramo químico da CUT; quero saudar
o querido Aroaldo de Oliveira, reeleito agora, eu fiquei sabendo ontem que o
Aroaldo foi reeleito como coordenador da Agência de Desenvolvimento do ABC.
Quero aqui, já
convidando, pedir desculpas, chamar aqui para fazer parte aqui da mesa também,
na mesa extensora sentar ao lado da mesa, aqui em cima, o querido Jurandir
Pedro de Souza, e pedir uma salva de palmas, representando a presidência da
Fequimfar. (Palmas.)
Nós não
podíamos esquecer, ele é o tesoureiro da Fequimfar. Como é que a gente esquece
logo o tesoureiro, Deusdete? Saudar, pedir desculpas a você, pedir para você
estar aqui na mesa extensora conosco, representando a Fequimfar.
Quero aqui
saudar o Sr. José Alexandre Pena Devesa, diretor de esportes de Diadema; saudar
a Vera Lúcia Scudeiro Santana, que é a secretária de Desenvolvimento Econômico
do município de Mauá; saudar o Max Araújo, presidente do Cofip, Comitê de
Fomento Industrial do Polo do Grande ABC,
Saudar o Valdir
Fernandes, vice-presidente da CUT; saudar o querido Deusdete José das Virgens,
que é coordenador de administração e finanças da Fetquim; saudar o Marcos
Gallo, diretor regional de matérias-primas da Cabot; saudar o Joel Fonseca,
diretor de desenvolvimento do Consórcio do Grande ABC.
Saudar a
Amabile de Oliveira Cordeiro, secretária de políticas sociais da Fetquim;
saudar o Christian Corrêa, diretor de relações institucionais da Oxiteno;
saudar o José de Adão, do Sindicato dos Químicos de Diadema; saudar o Sr. José
Luís Ferrarezi, secretário de Esportes e Cultura e Juventude da Prefeitura de
Mauá. Em nome deles quero saudar todos e todas que, conosco, estão presentes
nesta data.
Quero, neste
momento, convidar a todos para acompanharmos uma apresentação musical da
Orquestra do Projeto Locomotiva. O Locomotiva é um projeto de inclusão
sociocultural que tem contribuído significativamente nos últimos 14 anos com o
desenvolvimento de centenas de crianças e adolescentes, por meio do ensino
coletivo de música.
Atualmente, são
mais de 500 alunos atendidos diariamente em três polos, nas cidades de Mauá,
Santo André e São Paulo. Com o apoio de empresas do polo petroquímico do Grande
ABC, o projeto é dotado de uma luthieria onde são confeccionados instrumentos
musicais com PVC, ampliando ainda mais a capacidade de ação do programa. As
apresentações, como a desta noite, fazem parte do aprendizado dessas crianças e
jovens. Conosco a Orquestra do Projeto Locomotiva.
*
* *
- É feita a
apresentação musical.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT
- Quero agradecer à Orquestra do Projeto Locomotiva. Senhoras e senhores, dando
continuidade a esta sessão, estamos aqui para comemorar o jubileu do polo
petroquímico, polo das indústrias petroquímicas do ABC.
Para quem nos
acompanha pela TV Alesp, todos os presentes aqui conhecem muito bem o polo, mas
a todos os que nos acompanham pela TV Alesp, o polo foi criado em 1972 e é o
responsável pelo fornecimento de insumos, matérias-primas e produtos
estratégicos para todo o setor produtivo brasileiro.
Temos dito que
a indústria química é a indústria das indústrias. A gente não consegue produzir
em outras áreas sem a participação efetiva da indústria química. O polo
petroquímico, das indústrias petroquímicas, do ABC gera mais de dez mil
empregos.
Ali nós temos
20 empresas nacionais e multinacionais nas áreas químicas, petroquímica e de
gás. Produtos de limpeza, tintas e vernizes, transformação de borrachas, fibras
sintéticas e artificiais, higiene pessoal, perfumaria, cosmético, produtos
farmacêuticos, enfim, é uma enormidade de produtos por que essa indústria é
responsável.
Não existe um
país desenvolvido sem que tenha uma indústria química forte. O polo
petroquímico é o maior polo petroquímico no Brasil, e nós temos a sorte de
tê-lo em São Paulo, e o ABC tem a sorte de tê-lo em Mauá e Santo André.
É um
faturamento, de 2020, de nove e meio bilhões, que representou 66% da
arrecadação de ICMS de Mauá e 36% da arrecadação de ICMS de Santo André. É
extremamente importante este polo das indústrias petroquímicas do ABC para nós
ali e para a indústria em São Paulo.
Eu, como
coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química, fui instado a
trazer para a Assembleia Legislativa essa homenagem. Não poderíamos deixar
passar em branco o jubileu do nosso polo petroquímico. Tenho lutado aqui na
Assembleia na defesa dessa indústria, que gera empregos de qualidade.
Temos brigado
muito para que o Governo do Estado possa se sensibilizar da importância dessa
indústria. Eu digo “possa”, Padilha, porque eu tenho certeza de que ainda não
se sensibilizou. Muitas indústrias têm se instalado fora de São Paulo, outras
têm se expandido por conta da nossa carga tributária, altíssima carga
tributária.
Nós temos
lutado muito para que nós possamos sensibilizar o Governo. Nós estamos
inclusive, Padilha, neste momento, sentando com todos os nossos
pré-candidatos... “Nossos” eu digo dos pré-candidatos de diversos partidos,
para explicar para eles a importância de um Brasil que precisa de uma
reindustrialização, e ele precisa investir e olhar com muita atenção à nossa
indústria química e petroquímica.
Então, esse
trabalho que nós temos feito aqui, na Assembleia Legislativa... E é
interessante, eu sou deputado do Partido dos Trabalhadores, e aí se falarem: “e
você defende a indústria?” Defendo a indústria, porque nós defendemos empregos
de qualidade, e para termos temos que ter uma indústria de qualidade.
Eu quero dizer,
e acho importante dizer a quem nos acompanha, na cidade de São Paulo estão
cometendo, neste momento, eu quero deixar público que na minha opinião é um
grande equívoco, um grande erro na Câmara Municipal de São Paulo, Raimundo, um
vereador pediu a criação de uma CPI para discutir o quanto o polo importuna a
cidade; mas é importante a gente salientar: o polo veio e se instalou há 50
anos atrás, a cidade não tinha chegado até o polo.
E por erro e
desídia de gestores da Capital e do ABC, a cidade foi chegando ao lado de um
polo de indústria petroquímica e, naturalmente tem barulho, naturalmente você
tem claridade, naturalmente você tem fumaça.
Enfim, a cidade
chegou em um lugar onde não devia, seria mais ou menos comparando, Padilha,
como a gente fazer uma casa no meio do mato e começar a reclamar que tem grilo,
que tem pernilongo, que tem cobra, né.
E nós
precisamos trabalhar, e eu quero trabalhar muito na Assembleia Legislativa,
para trabalhar a harmonia. Nós precisamos do polo petroquímico do ABC; nós
precisamos desse polo das indústrias petroquímicas do ABC forte e nós
precisamos...
Eu,
recentemente, estive visitando o polo, e ali a gente vê que alguns
empreendimentos imobiliários estão sendo aprovados ao lado do polo; quer dizer,
um erro, um equívoco. A cidade na cidade e a indústria que gera emprego, que
gera desenvolvimento econômico, gera desenvolvimento social precisa estar ali.
O que é que
alguns políticos gostariam, deputado, que polo fosse embora para outro estado?
Então, eu quero deixar público a todos que nos acompanham através da televisão,
através das redes sociais da Assembleia Legislativa, o meu repúdio a essa
atitude que a Câmara Municipal de São Paulo tomou, em abrir uma CPI sem
finalidade alguma, em um momento equivocado. E assim, nós ainda, em algum dia,
eu imagino que a gente possa entender os motivos que levaram à essa abertura.
Quero aqui
dizer que, diferentemente daquela posição, da importância do polo petroquímico.
Hoje, aqui na Casa, na Assembleia Legislativa de São Paulo, nós temos empresas,
temos a Associação de Empresas, temos trabalhadores e as organizações de
trabalhadores. São trabalhadores, empresários e políticos aqui.
E eu quero agradecer o nosso deputado federal
Alexandre Padilha, quero agradecer muito a presença do nosso prefeito Marcelo
de Oliveira, de Mauá; que deixaram seus afazeres, deixaram as suas agendas - e
olha que o Padilha está em campanha, deixou de ir atrás dos votos para vir
dizer da relação dele com a indústria química.
Quero agradecer
imensamente por tê-los aqui conosco, nessa importante homenagem que a
Assembleia Legislativa presta ao nosso querido Polo das indústrias
petroquímicas do ABC. Muito obrigado.
Eu quero pedir
permissão ao deputado Alexandre Padilha, para pular a sua frente a fala do
nosso prefeito Marcelo de Oliveira, que está tendo um evento hoje também, mas
deixou esse evento e veio aqui. Quero te convidar, Marcelo, para ir até a
tribuna à sua direita, e que se possa proferir as suas palavras.
O SR. MARCELO OLIVEIRA - Boa noite a
todos os companheiros e companheiras aqui presentes. Eu começo saudando o nosso
deputado estadual Luiz Fernando, no qual parabenizo pela iniciativa, não podia
esperar diferente da sua pessoa, preocupado com as políticas públicas na região
do ABC, do Estado de São Paulo. Então, agradeço a oportunidade de estar aqui
hoje, e quando recebi o seu convite...
Nós temos hoje,
o dia de São João, a música Asa Branca me fez lembrar que o meu finado pai que
veio do Ceará, do Nordeste para arriscar a vida aqui em São Paulo, como muitos
vieram.
E nós temos a
festa junina na cidade de Mauá e eu preciso voltar para lá, mas fiz questão de
estar presente, porque nós estamos dialogando - e muito - com o Sindicato dos
Químicos, com os petroleiros, com a Cofip, as empresas e trabalhadores. Não só
o aniversário de 50 anos do polo, mas sim a sua permanência por mais 50, assim
Deus permita, pelo menos esse pouquinho (Inaudível.)
Quero saudar o
nosso presidente do Sindicato dos Químicos, Raimundo, nós estávamos só
esperando você companheiro, para poder começar, grande amigo; e todos os
companheiros que estão aqui do Sindicato dos Químicos.
Saudar o
deputado federal Alexandre Padilha, que tem andado bastante em nossa cidade e
em nossa região. Foi ministro da Saúde, e na nossa cidade, quando foi ministro,
chegaram quatro Upas, foi um grande trabalho e eu tenho certeza que terá um
grande desafio para o nosso País no ano que vem.
Saudar o Sr.
Ciro Marino, presidente executivo da Abiquim, que está conosco aqui na mesa.
Saudar o Fernando Cunha, secretário adjunto de desenvolvimento, representando o
prefeito Paulo Serra, nosso amigo no consórcio intermunicipal, que vou dizer
algumas coisas sobre lá também. O Sr. Sérgio, que está aqui do meu lado, é o
vice-presidente do Sinproquim.
E estou falando um pouco da cidade Mauá, e da
importância do polo. O Sr. Hélio Rodrigues de Andrade, presidente do Sindicato
dos Químicos de São Paulo; o Sr. Ailton (Inaudível) coordenador político da
Fetiquim; o Aroaldo Oliveira, companheiro metalúrgico, que hoje está na tarefa
de presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC - a agenda já está
reservada lá, vamos te ligar para podermos conversar -; a Vera Lúcia Scudeiro,
nossa secretária de Desenvolvimento Econômico de Mauá; José Luis Ferrarezi,
secretário de esportes de Mauá; o
Emídio, que é o adjunto da secretaria de Desenvolvimento da nossa cidade; todos
os secretários aqui presentes; trabalhadores e as empresas aqui representadas.
Eu começo
dizendo que acredito que um sonho sonhado por um, ele continua sendo sonho e
quando é sonhado juntos se torna realidade. E para nós do ABC, um grande
parceiro para a realização desse sonho foi a chegada do polo petroquímico, um
sonho onde... Atualmente, o polo petroquímico é formado por dezenas de
empresas, por 14, e que alimenta centenas de indústrias na nossa região, no
Estado de São Paulo, até no Brasil e exporta também.
Fomos
escolhidos - a cidade de Mauá - para abrigar esse importante grupo de empresas,
não apenas pela proximidade com as montadoras que necessitam do fornecimento
desses insumos, sobretudo os setores metal, mecânico, plástico e também de
borracha.
Mas,
principalmente pela força do nosso povo trabalhador. Eu agradeço a Cofip Abc,
temos dialogado bastante com o comitê de fomento da indústria do Polo do grande
ABC, pelo desenvolvimento e apoio dos projetos também, esses projetos de
produção e capacitação de profissionais.
Empoderamento
feminino; e programas de qualidade de vida, voltados para os idosos, que
impactam positivamente em quase 3 mil pessoas na nossa região. Quero agradecer
o Sindicato dos Químicos, sua diretoria e todos os trabalhadores que lutam
pelos seus direitos, e tem estado firmemente defendendo a classe trabalhadora.
E que, como eu disse aqui, que o polo fique por muitos anos e nós possamos
comemorar mais 50 anos aqui na nossa região.
E hoje, aqui na
Assembleia Legislativa, para parabenizar os 50 anos eu trago o abraço de todo o
nosso secretariado, de todos os funcionários da prefeitura, e de toda a população
de Mauá, porque sabemos da importância.
O companheiro vai falar de números, sobre a
importância da nossa cidade. Digo que de ICMS e SS, beira 50% da nossa
arrecadação. E também, assumir o compromisso, aqui na Assembleia Legislativa,
de que nós, esse mês de julho, iremos juntamente no diálogo com o prefeito de
Santo André, Paulo Serra, e a nossa cidade vai assinar o decreto instituindo o
polo na cidade de Mauá.
Será para nós
fundamental, e eu vi aqui já o sorriso da Silvia, para que nós possamos ter
instituído em Mauá, em Santo André, e nós aguardamos muito, mas muito, e muito
ansiosos para que São Paulo também faça. (Palmas.)
Temos que
debater a questão da poluição? Sem dúvida alguma, como temos feito, da
responsabilidade com as pessoas que moram ao redor, mas também temos que
debater a importância.
Eu digo que nas
minhas andanças na Oxiteno, na Cabot, na Braskem, eu tenho ido, nesses últimos
períodos, e as empresas nos apresentando estarem abertas para atender as
pessoas que querem ir até lá, conhecer realmente o que é o polo petroquímico e
químico lá na nossa região. E eu tenho absoluta certeza que quem for conhecer
vai saber do grande trabalho que faz social em nossa região.
Eu faço
Orçamento participativo na nossa cidade, e essa semana eu estive numa escola
onde tem um baú das artes, que tinham me apresentado antes lá na Oxiteno, e eu
cheguei a uma escola infantil da nossa cidade e estava lá o baú das artes, que
são vários livros e trabalhos que são feitos junto às crianças e aos
professores daquela escola. Formação de jovens de qualificação profissional,
que depois é feita a seleção para que possam entrar nessas empresas.
E a Prefeitura
de Mauá de braços abertos para podermos continuar essa parceria, sem contar a
construção de Centro de Referência de Assistência Social, os Cras, um espaço
dos catadores, da nossa cidade, de reciclagem, tudo em parceria em outros
governos com a prefeitura e também o polo petroquímico.
Então, não
poderia deixar de estar aqui hoje para dizer que tem o meu apoio, tem o apoio
da Prefeitura de Mauá, para que nós possamos não só comemorar os 50 anos hoje,
mas podermos estar juntos nesse grande desafio que nós vivemos da Covid,
desemprego e de desesperança das pessoas. Nós temos que voltar a resgatar a
autoestima e também a credibilidade do nosso país para que possamos ver
crescer, possamos ver as pessoas felizes.
E eu termino
com algo que eu falei esses dias, estou falando demais e depois ir embora é duro.
Eu não sei se vocês perceberam, num período não tão longe nós víamos, eu acho
que a maioria das pessoas, carros vendendo ovos na rua, e era cartela de 30
ovos por 10 reais.
Hoje, nem o
carro do ovo está passando nas ruas. Não sei se vocês perceberam, nem o carro
do ovo, porque não é mais 10 reais e não são mais 30 ovos. É um exemplo do que
nós estamos vivendo e o que nós precisamos mudar neste país.
Um forte abraço
e parabéns ao Polo Petroquímico pelos 50 anos. (Palmas.)
E ao nosso
deputado.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Agradecer
ao nosso querido prefeito Marcelo Oliveira. E já pedindo licença a todos, o
Marcelo vai ter que se ausentar. Quero agradecer muito a você, Marcelo, pela
sua participação.
Sem mais
delongas, quero convidar para fazer uso da tribuna meu querido amigo,
ex-ministro, deputado federal, foi secretário da Saúde aqui de São Paulo
também, ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O SR. ALEXANDRE PADILHA - Boa noite a
todas, boa noite a todos, quero começar saudando meu amigo, companheiro,
deputado estadual Luiz Fernando, parabenizá-lo pela iniciativa de uma sessão
como essa, de um debate como esse, 50 anos...
Eu tenho 50
anos de idade, gente, nasci em 71. Cinquenta anos é motivo para comemorar, para
celebrar, para compreender o papel e a importância na história, e sobretudo
para a gente refletir o que a gente quer fazer com o Polo, com a indústria
petroquímica, com a indústria química no país nos próximos 50 anos.
E eu tenho
muito orgulho, querido deputado Luiz Fernando, de ser seu amigo, companheiro,
mas sobretudo de ser do mesmo partido e ver um companheiro do Partido dos
Trabalhadores e das trabalhadoras aqui na Assembleia Legislativa liderar esse
debate, tanto à frente em defesa da indústria química quanto à frente em defesa
da indústria farmacêutica, que mostra que os trabalhadores, quando se
organizam, quando se dedicam sobre os temas, num diálogo em conjunto com a
sociedade, colocam na decisão das políticas em relação à indústria algo que só
os trabalhadores e as trabalhadoras podem colocar, que é a vivência da
experiência concreta de acordar às cinco horas da manhã, pegar o ônibus, a van,
ou às vezes o carro, se juntar aos demais operários e ver no dia a dia o que é
a transformação daquilo que é a matéria prima num produto para ser vendido,
algo que só os músicos sabem.
Eu estava
olhando daqui o pessoal do Projeto Locomotiva, eu fico imaginando o que é tocar
aí num violino, num violoncelo de PVC. É uma experiência que só vocês têm, só
vocês podem contar e falar o que pode ser o potencial em tocar num instrumento
como esse.
E só os
trabalhadores e trabalhadoras em conjunto com a sociedade podem colocar aquilo
que tem de mais importante para a gente pensar os rumos dos próximos 50 anos do
Polo Petroquímico e da Indústria Química no nosso país.
Então quero
saudar, dizer do orgulho do deputado estadual Luiz Fernando. Quero saudar aqui
o nosso prefeito Marcelo, sei que ele teve que sair, porque, gente, quem não
foi ainda quero convidar para ir ver o São João, a festa junina em Mauá.
Está um sucesso
total. Parabéns, prefeito Marcelo Oliveira, pelo que está fazendo em Mauá. Sei
que ele teve que sair daqui porque o evento, o show está forte, tem outros dias
ainda nesse mês de junho.
Quero saudar o
conjunto de companheiros que representam aqui os trabalhadores e trabalhadoras,
conjunto do movimento sindical, o Raimundo, presidente do sindicato. Saudar,
viu, Raimundo, quero fazer saudação a dois companheiros do Sindicato Químico do
ABC, o companheiro Emídio, que hoje também é adjunto, faz parte lá do governo
de Mauá, mas Emídio é uma figura histórica para todos nós, e eu quando fui
ministro da Saúde tive a honra de ter o Emídio como membro do Conselho Nacional
de Saúde. Ele representava ali o Ministério da Previdência.
E saudar o companheiro
Joel, que esta semana tive a alegria de estar junto com o Joel na porta da
Braskem conversando com os trabalhadores e trabalhadoras. Ele ali, naquele dia,
falou: “Padilha, faz 50 anos o Polo Petroquímico”. Nós estamos comemorando,
discutindo aqui e fico feliz da possibilidade de estar aqui junto nessa
Assembleia, nessa sessão solene.
Saudar o
Aroaldo, que é um companheiro que tem feito um debate muito importante sobre a
política industrial no nosso país. O companheiro Cano, da Federação dos Químicos,
o companheiro Hélio, o companheiro Geralcino, o companheiro Jurandir. Saudar
todos os companheiros que representam aqui o movimento sindical. Saudar o Ciro,
que representa aqui a Associação Brasileira de Indústria Química.
E vou falar
rapidamente, primeiro da sensação que eu sempre tenho quando vejo o Polo
Petroquímico do ABC. Tive novamente essa sensação esta semana, falei para
vários companheiros que estavam lá.
Quando a gente
olha para aquela imagem a gente o que é a indústria. E como a gente de São
Paulo, ou quem nasceu em São Paulo como eu, quem veio para São Paulo e foi
acolhido aqui neste estado, a gente vê o estado de São Paulo como um estado da
indústria, apesar daquilo que está acontecendo hoje, como disse o Luiz
Fernando, infelizmente as políticas do governo do Estado estão deixando a
desindustrialização do estado de São Paulo, a gente se sente ainda mais
paulista quando vê aquele Polo Petroquímico.
E tem ali uma
contradição, sabe gente? Vou falar qual é a contradição, não ali, mas a gente vive
uma contradição. Primeiro porque ele foi construído num período da ditadura no
país, que teve muitas coisas negativas.
Eu,
particularmente, sofri com várias das coisas negativas da ditadura, os
trabalhadores e trabalhadoras sofreram, nosso Estado, nosso país sofreu, meu
pai foi torturado por 11 meses.
Só pude
conhecer meu pai e abraçá-lo quando eu tinha oito anos de idade, por conta da
perseguição da ditadura, mas a gente sabe que por vários motivos, naquele
período, tinha alguém pensando num projeto de país. A iniciativa de um polo
petroquímico como aquele era iniciativa de alguém que pensava um projeto de
país.
E por que eu
estou falando uma grande contradição? Porque, infelizmente, a gente tem um
presidente da República que enaltece a ditadura, mas que desde o primeiro dia do
seu governo vem tendo uma postura de não pensar um projeto para o País.
O que o governo federal faz hoje
desde o começo com o setor petroquímico no País, o que faz com a Petrobras, o
que faz ao tomar a decisão de que de um lado a definição de preço do País tem
que ser a ideia do preço de paridade internacional e decisões recorrentes de
diminuir a capacidade de produção das nossas refinarias.
Eu fui ministro da Coordenação
Política do presidente Lula e a gente tinha ali ano a ano metas de aumento da
capacidade de produção das nossas refinarias. A gente estabeleceu como meta que
o Brasil tinha que ser soberano na produção dos derivados de petróleo.
A gente vê as nossas refinarias
terem chegado a 98%, 97%, 93% das suas capacidades produtivas e vê-las hoje
sendo reduzidas a 70%, 65%; ou a entrega de várias dessas refinarias; ou um
estímulo para que a gente importasse mais gasolina, importasse mais diesel do
que produzir aqui no Brasil.
É de alguém que pode até
enaltecer a época da ditadura, mas não teve o mínimo de pensar um projeto de
País como aqueles que criaram o polo petroquímico há 50 anos.
E eu acho que nós temos um grande
desafio quando a gente olha aquela imagem, quando a gente vê o compromisso que
foi dito aqui pelo deputado estadual Luiz Fernando, compromisso de todos e
todas vocês, compromisso do prefeito Marcelo de falar que vai fazer o decreto,
assinar o decreto para permitir a possibilidade de crescer cada vez mais, que é
um desafio que nós temos para os próximos 50 anos, que é reindustrializar o
País.
E eu tenho aprendido muito no
diálogo com o Aroaldo, com o movimento sindical. Eu coordeno lá na Câmara dos
Deputados a Comissão do Complexo Econômico e Industrial em Saúde.
Aprendi muito com o que eu li do
Douglas, que fez um trabalho, uma pesquisa inclusive que a gente apoiou o
Dieese, que a grande oportunidade do País se reindustrializar é ele assumir
missões socioambientais como motores dessa reindustrialização.
E todas essas missões principais
que o Brasil tem, têm uma relação direta com a indústria química, Ciro. O
Brasil é o maior produtor de alimentos e mesmo assim a gente vive a
contradição, como disse aqui o prefeito Marcelo Oliveira, da gente ter hoje 33
milhões de brasileiros passando fome e 60% da população brasileira em
insegurança alimentar, segundo a pesquisa publicada na semana passada do
Inquérito Nacional Alimentar, coordenado pela Oxfam, que é uma entidade internacional
que avalia a desigualdade no mundo.
É o povo brasileiro passando uma
situação... Hoje eu estava em Heliópolis o dia inteiro. Fiquei o dia inteiro em
Heliópolis. Hoje é o Dia da Caminhada da Paz de Heliópolis, que é a maior
favela da cidade de São Paulo, Cano, Geralcino, Enio.
É a situação de uma senhora que
eu encontrei hoje lá num equipamento social que há três meses eu tinha
conversado com ela e falou o seguinte: “Dr. Padilha - eu sou médico e o pessoal
me chama de doutor -, nós tomamos uma decisão aqui.
Em casa o leite só pode ser para
as crianças, porque a gente não consegue mais comprar o leite para dar para os
três filhos que eu tenho, para o meu marido e para a minha mãe que mora com a
gente”.
Isso há três meses atrás. Hoje
quando eu a encontrei, Remígio, sabe o que ela me falou? Ela falou o seguinte:
“Padilha, está pior. Eu não tenho mais dinheiro para comprar o litro de leite
para dar para as minhas três crianças e como eu quero que as crianças continuem
com a sensação de que estão tomando leite, porque elas me pedem todo dia, eu
estou diluindo o litro de leite com água para elas pelo menos terem um gostinho
de que estão tomando leite”.
Não é possível que o maior
produtor de alimentos do mundo, que é o Brasil, possa dormir em paz enquanto nós
temos 120 milhões de brasileiros em insegurança alimentar.
E para enfrentar a fome no Brasil
a gente vai precisar voltar a ter política de transferência de renda, voltar a
aumentar o salário mínimo, voltar a ter políticas que investem nos equipamentos
sociais, mas nós vamos ter que impulsionar no Brasil a reindustrialização da
indústria que pode ajudar a combater a fome.
O Brasil precisa ter indústria de
fertilizante de novo. Precisa ter indústria de equipamento e maquinário que
envolve a produção agrícola. Precisa ter indústria de biotecnologia que aumente
a produtividade dos alimentos. E todos esses segmentos dependem da indústria
química na sua participação.
O Brasil é produtor de petróleo.
Por isso que é um absurdo uma política de preço de paridade internacional. Eu
desafio... Já desafiei o governo há três meses. Tenho dialogado, Ciro, com o
setor econômico, até a pedido do presidente Lula. Desafio: qual país do mundo
que é produtor de petróleo que assume como política de preço a de paridade
internacional?
Não existe nenhum. Uma coisa é um
país que não produz petróleo estabelecer como política de preço o mercado
internacional. Outra coisa é o Brasil como qualquer outro país que é produtor
de petróleo - nenhum. Nem os Estados Unidos, que é a Meca do capitalismo, não
fica com o seu preço de combustível vinculado ao mercado internacional.
Constrói uma grande reserva estratégica
de petróleo que a qualquer momento quando oscila o mercado internacional eles
colocam no mercado para reduzir o preço, como fizeram na semana passada. Nós, o
Brasil, tem que assumir como meta ser soberano na produção de todos os
derivados de petróleo.
E mais: tem que assumir como meta
essa riqueza que nós descobrimos lá há sete quilômetros do nível do mar, do
pré-sal, essa riqueza mineral e transformá-la numa grande riqueza de inovação
tecnológica, riqueza humana e riqueza que abra a porta para o Brasil, para a
Petrobras, para entrar nas outras matrizes energéticas mais sustentáveis.
E a gente só pode fazer isso com
a indústria química participando, porque a indústria química está no centro
dessa situação. O Brasil tem um compromisso na sua Constituição de buscar
oferecer saúde para toda a população. Está na Constituição; eu fui ministro da
Saúde.
E a gente não consegue fazer com
que esse compromisso seja sustentável sem aumentar a nossa capacidade nacional
de produção, sem fazer com que as vacinas, os medicamentos, os equipamentos, os
sistemas de informação que a gente precisa aqui no Brasil para garantir o
acesso à saúde sejam produzidos aqui no Brasil, gerando tecnologias e empregos
aqui no Brasil.
No final da minha gestão no
Ministério da Saúde a gente introduziu a única vacina que não tinha ainda à
disposição no SUS, que era a vacina do HPV, que é uma vacina que faz a
prevenção do câncer de colo de útero de mulheres. Você tem que vacinar as
crianças com nove, dez anos de idade, pré-adolescentes; e os meninos para o
câncer de pênis também vacinar com nove, dez anos.
Da noite para o dia, quando a
gente decidiu introduzir essa vacina, que antes só podia ser comprada por R$
1.200,00 para uma família - ou seja, era proibitivo para a grande maioria das
famílias - a gente criou o maior programa público de vacinação. Esse é o
tamanho do Brasil, um País de 200 milhões de habitantes.
E não fazia sentido a gente ter o
maior programa público de vacinação do HPV sem produzir essa vacina aqui no
Brasil. E por isso a gente usou esse poder de compra para chegar para a única
empresa internacional que tinha a patente dessa vacina e dizer o seguinte: “Nós
vamos introduzir aqui no Brasil. Você vai ter da noite para o dia a maior
compra pública de uma vacina no mundo inteiro, mas para isso a gente exige que
você transfira a sua tecnologia para um laboratório público brasileiro e para
uma empresa privada nacional brasileira”.
E essa transferência foi feita
para o Butantan. Aquela planta industrial da vacina do HPV foi o que permitiu
que o Instituto Butantan pudesse hoje produzir a vacina da Covid-19.
A planta industrial da Fundação
Oswaldo Cruz, que produziu a vacina junto com a AstraZeneca, é fruto de uma
transferência tecnologia de uma empresa britânica que produzia vacinas, a
Glaxo, e um componente, um medicamento produzido pelo Ministério da Saúde de
Cuba.
Foi essa transferência de
tecnologia que permitiu que a Fiocruz pudesse produzir a vacina hoje. Então nós
vamos precisar reindustrializar o País a partir de missões socioambientais. E
eu estou convencido, Ciro, de que poucos segmentos industriais têm um papel e
um potencial tão grande de participar dessa reindustrialização do que o setor
químico no nosso País.
Indústria significa inovação
tecnológica, conhecimento e empregos mais qualificados. E o setor químico tem
tido um grande compromisso, que também o seu desenvolvimento seja um
desenvolvimento sustentável com novas soluções para proteger o Meio Ambiente.
Então, parabéns, Luiz Fernando. Parabéns a todos que estão aqui.
A gente comemora os 50 anos, mas
a gente está construindo, Luiz Fernando. E eu tenho esperança que este Brasil
vai mudar. Nós estamos construindo aqui os próximos 50 anos da indústria
petroquímica no País, da indústria química no País e da reindustrialização do
nosso País.
Boa noite.
Parabéns, deputado Luiz Fernando.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Agradecer
ao nosso querido deputado federal Alexandre Padilha. Eu queria neste momento
pedir uma pausa aos oradores para acompanhar mais uma apresentação musical do
Projeto Locomotiva, que apresentará a canção “Aquarela”, dos compositores
Toquinho, Vinícius de Moraes e Maurizio Fabrizio, e também a “Nona Sinfonia” de
Beethoven.
* * *
- É feita a apresentação musical.
* * *
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT -
Quero agradecer ao maestro Ademir Sorato e aos jovens músicos do projeto
“Locomotiva”, que vão sair agora e retornar para sua cidade. Muito obrigado a
essa orquestra. Que Deus possa continuar abençoando esse trabalho e que
possamos lotar de jovens, meninos e meninas, aqui com a gente. Muito obrigado.
Quero convidar
para fazer uso da palavra o Sr. Ciro Marino, que é presidente executivo da
Abiquim, Associação Brasileira da Indústria Química, que vai estar aqui
trazendo a sua saudação.
O SR. CIRO MARINO - Vocês ouviram
a fala de dois grandes políticos aqui, com uma série de saudações etc. Vou pedir
permissão a vocês apenas para desejar boa noite para vocês e pular um pouco
essa parte, que eu queria complementar um pouco a fala deles.
Vocês
perceberam que os políticos têm o dom de falar um pouco sobre as questões
sociais, as questões macro, as questões de interesse do País, então coube a mim
falar um pouquinho sobre algumas questões técnicas.
Primeiramente,
até antes de começar a colocar as minhas palavras, eu queria agradecer o
convite do deputado Luiz Fernando, que aceitou coliderar a Frente Parlamentar
da Química em São Paulo.
Logicamente, é
uma frente suprapartidária, mas que é uma missão de muita responsabilidade e
com também enorme potencial de entregas em pouco tempo. Eu já vou falar um
pouquinho quais são esses potenciais de entrega.
Mas eu também
fico muito honrado pessoalmente. Eu posso contar um pouquinho a história para
vocês, bem breve. Meu pai trabalhava na refinaria de Capuava em 64 e foi
convidado na década de 70, ainda durante a construção da PQU, então ele é a
pessoa que participou junto com o homenageado da noite aqui na construção desse
polo.
Eles foram
empregados ou contratados anteriormente ao início da produção, então, do ponto
de vista pessoal, eu estou muito orgulhoso de estar aqui hoje e ter sido
convidado pelo nosso deputado Luiz Fernando.
Logicamente,
também é muita honra para a Abiquim estar participando deste evento. A Abiquim,
como Associação Brasileira da Indústria Química, que é um setor que representa
uma venda anual da ordem de 190 bilhões de dólares, é um segmento muito grande,
é o terceiro PIB industrial no Brasil - a gente fica atrás de petróleo, fica
atrás de alimentos e, logo na sequência, o setor químico.
Esse setor
químico que realmente vem sofrendo muito nesses últimos 30 anos, com esses
ataques de globalização e perda de competividade do setor. Foi mencionado aqui
pelo Padilha essa falta de competividade e as dificuldades que a indústria vem
sentindo. Mas isso eu quero crer que seja passado, a gente viveu isso nos
últimos 30 anos, e a minha missão hoje é trazer uma mensagem positiva, falar um
pouquinho de futuro.
E, ao terminar
de falar do futuro, eu vou voltar para o presente, falar de outros temas, que
acho que é de interesse da comunidade. Vamos lá. Falando de futuro, o que a
indústria química faz?
A indústria
química nada mais faz do que pegar os insumos naturais, que é óleo, gás, água,
minérios e produtos de origem agrícola, para a indústria química de renováveis,
e transformá-los em produtos de primeira, segunda geração, terceira geração e
os transformadores até chegar no mercado de consumo.
Por isso que,
muitas vezes, quando conversamos com jornalistas, eles não entendem muito a
química, porque a indústria química não está tão próxima do consumidor final.
É mais fácil
falar da automobilística, mas tem muito químico embarcado dentro de um
automóvel. Na construção civil, tem muita química na construção civil.
Medicamentos, fertilizantes, como foi falado aqui, agro produtos, alimentos
etc., a indústria química está presente em absolutamente todos os demais
segmentos industriais.
Tudo começa
nesses recursos naturais, transformados em primeira geração, justamente por
isso a importância do polo petroquímico. O Brasil tem basicamente os quatro
principais polos, do Rio Grande do Sul e os de São Paulo, que são dois, na
verdade, Rio de Janeiro e Bahia. Mas, a partir desses polos, é onde nós
iniciamos essa transformação da química para entregar para todos os demais
setores.
Então eu
gostaria que todos que estão aqui comemorando os 50 anos batessem no peito e tivessem
orgulho do que estão fazendo, construindo toda uma cadeia muito importante.
E essa
indústria química, que até hoje sofreu um pouco, tem um prognóstico muito bom
para o futuro, porque se considerarmos as premissas que comentei, transformação
de insumos naturais, não tem nenhum país no mundo, absolutamente, com a mesma
posição do Brasil.
Ou seja, hoje,
com 190 bilhões, aproximadamente, de faturamento, 180, 190, nós somos a sexta
indústria química no mundo. Nós temos um forte potencial para saltar para uma
quarta posição. É essa a mensagem que nós temos levado.
Eu conversava
nos bastidores com o Padilha, também endossa essa posição, vocês ouviram-no
mencionando aqui, o prefeito de Mauá nos disse que o polo petroquímico deve
ficar nos próximos 50, acho que o polo petroquímico deve ficar nos próximos 300
anos, porque não vai haver substituto para muitos dos produtos em que nós
trabalhamos fornecendo insumos para a indústria de alimentos, para a indústria
de medicamentos etc.
Então, é uma
indústria permanente. Pode mudar a tecnologia, pode mudar uma série de matérias
primas, inclusive já estamos caminhando para matérias primas renováveis, de
origem oleoquímica, alcoolquímica, e isso vai mudando um pouco o perfil da
indústria e vai mudar a tecnologia ao longo dos anos etc, mas ela nunca perderá
a sua importância. As moléculas disponíveis na natureza não chegam a um produto
terminado se não tiver uma transformação química. Ponto.
Essa é a
mensagem que eu queria trazer para vocês e um pouco de otimismo. A indústria
sofreu, se estabilizou e espero que volte a crescer fortemente no futuro.
Apresentamos ainda ontem, em Brasília, para um grupo seleto de técnicos do
governo, um projeto em que o Brasil pode, através de algumas missões, vou
enumerar rapidamente, acho que é muito detalhe técnico, mas, trabalhando com
gás natural, trabalhando com energias renováveis, trabalhando com bioprodutos e
na área de saneamento, a gente pode dirigir esse crescimento que eu comentei
logo no início da minha fala.
Então o
prognóstico é bom. Não dá para fazer na iniciativa privada sozinha, os
trabalhadores sozinhos, não dá para o governo federal fazer sozinho, nem o
Executivo, nem o Legislativo.
E nem o
estadual, viu, Luiz Fernando? Nós precisamos estar todos de braços dados. E,
para a química crescer assim, como um indutor de crescimento do País, outras
áreas têm que vir. Eu vou dar exemplos de duas áreas, que é uma que nós temos
conversado muito na agência do ABC, porque é um polo educacional, que é
exatamente a Educação.
Se nós não tivermos
técnicos, nós não tivermos engenheiros bem formados ou atraídos para o setor, a
gente não vai decolar na velocidade que a gente quer. Se nós não tivermos
logística definida de forma adequada para dar suporte a todo esse crescimento,
nós precisaremos de mais portos, ou porto mais eficiente ou mais barato,
ferrovias, tubovias, hidrovias, todo esse trabalho de logística também precisa
ser desenvolvido em paralelo. Dei dois exemplos só, para fazer um discurso
curto.
Agora, o que eu
queria colocar, que é uma coisa muito específica do polo por justamente estar
inserido em um centro urbano, eu gostaria de compartilhar com os senhores.
A Abiquim, que
é a Associação Brasileira da Indústria Química, faz parte de uma associação
chamada ACCA, em português seria ICCA, que nada mais é do que uma associação
das associações químicas do mundo.
Então nós temos
o Brasil, representado nessa associação global, nós temos o Cefic, que é o
europeu, nós temos a ACC americana, nós temos a Cingapura, nós temos Japão, nós
temos praticamente todos os países principais do mundo com representação nessa
associação. Tudo, absolutamente tudo que está sendo feito no mundo de primeira
linha em termos do que chamamos de ESG...
O que seria? A
gente fala de assuntos relativos ao meio ambiente, assuntos relativos à
sociedade e também falamos a respeito de governança, que é como cuidar de todos
esses processos. Todos os temas relativos a ESG, que ocorrem nesses debates
internacionais, o Brasil está na ponta trabalhando exatamente na mesma linha.
Existe uma
outra linha, que são dos ODSs. Não sei quantos de vocês já ouviram falar, que
são os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentado. Esses objetivos são
compostos basicamente de 17 grandes linhas de atuação, que vão desde educação,
energia e etc. Desses 17, a indústria química provavelmente tem um impacto em
uns 15, mais fundamentalmente em 12 ou 13. Ou seja, a indústria química está
por trás de todos esses objetos de desenvolvimento sustentável para a
humanidade.
Então,
considerando a ESG e considerando esses Objetivos de Desenvolvimento
Sustentado, não resta dúvida de que o que nós estamos fazendo no Brasil está
perfeitamente alinhado com o que acontece lá fora. A Abiquim particularmente
trouxe há 30 anos...
Neste ano,
estamos fazendo 30 anos do nosso programa de atuação responsável. Esse programa
de atuação responsável está alinhado também com essas demais associações pelo
mundo.
Então o que nós
estamos fazendo hoje é buscar seguir no desenvolvimento com uma outra
consciência, quer seja em termos de ambiente, quer seja de saúde e segurança do
trabalhador. Se nós não executarmos bem a nossa missão, nós não iremos a lugar
nenhum.
Para o polo de
Santo André, eu vou citar apenas três exemplos, eu creio. Um deles é: vejam o
trabalho que foi feito desde a sua criação nesses 50 anos ao trazer a
tecnologia e reduzir simultaneamente - apesar do aumento de volume - as
emissões de SOX. Muito técnico para os senhores, não é? Mas são poluentes que
normalmente causam danos à saúde da população. Então houve uma redução
gigantesca nessa área.
Vejam o
trabalho que foi feito no polo do ABC - Mauá, Santo André - relativo à água, o
consumo de água. O polo consome água suficiente para abastecer uma cidade de
quase 300 mil habitantes, meia Santo André ou um terço de Santo André,
aproximadamente, dentro de um único polo ali. E esse trabalho foi espetacular.
Tanto da emissão de SOX como de água são trabalhos relativos a ESG.
E por último,
para encerrar a minha conversa aqui, muito trabalho tem sido feito e encampado
pelo programa de atuação responsável em torno das comunidades. Nós temos
conselhos consultivos que foram criados que compõem os interesses sociais no
entorno dos polos e de outros sites, cidades pelo Brasil como um todo, onde têm
plantas petroquímicas de importância.
Esses conselhos
consultivos têm a representação popular de habitantes que estão nesse entorno e
que dialogam permanentemente conosco. Nós temos uma comissão dentro da Abiquim
para recebê-los.
Podemos
dialogar, ouvir os problemas, devolver com respostas concretas, sérias. Então
existe uma interação muito grande que eu queria comentar com os senhores da
responsabilidade do capital junto com o trabalho e com a sociedade onde nós
estamos inseridos, ok?
Bom, com essas
palavras aqui, eu complemento o que eu acho que ficou muito bem transmitido
pelo Padilha, até senti uma dificuldade, porque ele cobriu muito desses temas
também, e também previamente pelo prefeito de Mauá. Mas eu acho que dessa
forma, com as três falas, vocês têm uma visão completa de como é que está o
desenvolvimento da química e principalmente do polo.
Parabéns aqui
pelos 50 anos do polo do ABC. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Quero
agradecer ao querido Ciro, que falou em nome da indústria química. Quero neste
momento convidar para fazer uso da palavra o presidente da Agência de
Desenvolvimento Econômico do ABC, querido Aroaldo Oliveira.
O SR. AROALDO OLIVEIRA DA SILVA - Primeiro,
boa noite a todas e todos. Agradecer o convite para estar nesta atividade tão
importante, que é essa celebração dos 50 anos do polo petroquímico no ABC.
Grande importância ter um polo para a região e para o desenvolvimento, não só
da região do ABC, mas para São Paulo, para o estado e para o Brasil.
Cumprimentar
todo mundo aqui da Mesa. Padilha, o Marcelo teve que sair, o Ciro, que a gente
vem conversando muito no último período sobre a indústria química. O senhor
Sérgio, o Raimundo, presentes os químicos do ABC. O Raimundo está comigo também
lá na Industrial Brasil.
A Industrial
Brasil é uma organização que compreende os químicos, os metalúrgicos, o pessoal
do setor de energia, construção civil, alimentação, têxtil-vestuário. E a nossa
tarefa, o Raimundo vem discutindo muito... Está aqui o Jurandir. A (Inaudível.)
faz parte da Industrial Brasil. Hoje inclusive eu falei com o Serginho, que é o
presidente.
Nossa tarefa é
discutir um pouco sobre política industrial. Então tem tudo a ver com a existência
do polo petroquímico em Mauá, aqui na região do ABC. Cumprimentar o Hélio aqui,
presidente dos Químicos de São Paulo, Gera, companheiro de longa data, sempre
junto em diversas construções. O Cano aqui também, coordenador da Fetquim.
O Fernando,
também a gente discutindo muito a região do ABC, através do G3 de
Desenvolvimento Econômico e Inovação, todo o debate que a gente vem fazendo.
Pessoas aqui que já foram citadas. Muito importante para o debate da indústria.
Todos citaram o
Remi, grande referência para o debate da indústria, mas grande liderança dos
trabalhadores também. Sempre foi espelho nosso nessas construções, em toda
discussão nessa luta.
Cumprimentar o
Joel, que também está ali, hoje diretor do desenvolvimento econômico do
consórcio, mas vice-prefeito de Diadema, secretário do Desenvolvimento
Econômico de Diadema, grande liderança também dos trabalhadores.
Então, diversas
pessoas importantes aqui para a gente debater a questão aqui do polo. E como
foi falado, discutir o polo petroquímico tem tudo a ver para a gente discutir
política industrial.
E por que
discutir a indústria ou a política industrial? E já foi falado, acho que o Luiz
Fernando foi perfeito: não existe nenhum país do mundo do tamanho do Brasil e
com a população que o Brasil tem. Para ele chegar a ser desenvolvido, ele
precisa ter uma indústria. Então não existe país do mundo deste tamanho sem
indústria.
A indústria não
é só um debate técnico do que vai ser produzido ou só chegar o produto na mesa
da pessoa, ou chegar um insumo, que vai ser construído uma outra coisa.
A indústria, em
primeiro lugar... E esse debate da política industrial e da importância da
indústria tem que estar no centro do debate, porque neste momento a gente não
vive apenas uma desindustrialização apenas.
Se a gente
olhar para o Brasil, existe uma política anti-indústria no Brasil. Tem uma
política clara de desmonte da indústria. Então a importância da indústria é a
gente discutir que a indústria tem um potencial de erradicar a miséria no
Brasil, diminuir a desigualdade social, criar emprego com renda, então emprego
de qualidade.
Discutir a
indústria - e o Ciro falou aqui, e o Padilha lembrou muito bem - é discutir:
para que a gente vai constituir a indústria no Brasil se não for através de
missões? E isso que se citou do estudo do Dieese, o Douglas está aqui. A gente
precisa organizar a indústria para atender as demandas sociais.
E como a gente
discute as demandas sociais? E foi muito bem falado aqui a questão da
habitação, temos um déficit enorme, do saneamento, da saúde - estamos saindo da
pandemia -, da alimentação.
Então é
possível a gente discutir a reindustrialização brasileira a partir de alguns
pilares que a gente precisa atender, porque são demandas sociais, são as
lacunas sociais que a gente tem no Brasil.
E de novo, o
Ciro, o Padilha e o Luiz Fernando falaram muito bem, está ligado diretamente à
indústria química e mostra mais uma vez a importância do polo petroquímico na
região do ABC. Além do debate da inovação, da participação das cadeias globais
de valor, da discussão da sustentabilidade.
A gente não
consegue discutir a questão ambiental, a sustentabilidade, sem a conexão com a
indústria química, que vai fazer com que as outras indústrias consigam alcançar
esses patamares ambientais exigidos hoje. Porque a gente precisa pensar no
futuro do planeta.
Então, o debate
que está colocado, até neste momento, e foi lembrado... O Fernando vem
acompanhando muito bem isso; o Marcelo lembrou que a concretização, com o
decreto do polo, da instituição do polo, num primeiro momento...
A discussão das
cidades, como Santo André e Mauá. Mas efetivamente, Luiz, nós precisamos aqui
conversar mais próximo com o governo do estado, apesar de que já tem toda uma
conversa organizada com o governo do estado.
É de extrema
importância. Ter o decreto para institucionalizar o polo petroquímico na região
do Grande ABC é de extrema importância. Então, a comemoração hoje, essa
celebração, não é só a celebração das empresas que estão dentro do polo; é de
todos os trabalhadores que estão aqui, lideranças sindicais que estão aqui,
porque isso é um processo de construção conjunta.
E celebração de
toda a região do ABC e de toda a sociedade, porque é isso, como foi falado, e
eu reforço aqui: a gente tem que pensar o que vai ser o processo de
reindustrialização do Brasil, mas nós temos que pensar esse processo para o
Brasil poder dar um salto de qualidade para a sua população.
Então, por isso
eu agradeço novamente a todas as lideranças que estão aqui. E vamos pensar, de
fato, esse polo petroquímico não só mais para 50; é para mais 100, 200, 300
anos.
Obrigado. Boa
noite a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT -
Agradeço, querido Aroaldo, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico
do ABC. Quero citar aqui algumas pessoas que estão conosco: Sr. José Evandro
Alves Silva, coordenador da regional de Diadema do Sindicato dos Trabalhadores
Químicos do ABC; Sr. Joel Santana de Souza, coordenador regional de Santo André
do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sr. Deusdete José das Virgens,
coordenador de administração e finanças da Fetquim; Sr. Jansen Nunes,
secretário de políticas sociais do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC;
Sra. Danielle de Cassia Franco Moura, secretária de formação do Sindicato dos
Trabalhadores Químicos do ABC; Sr. Lucas Alves de Melo, secretário regional de
Diadema do Sindicato dos Trabalhadores Químicos; Sr. Paulo Sérgio da Silva
Lima, secretário de saúde do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC; Sra.
Sílvia Ribeiro da Silva, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do
ABC; Sr. Paulo José dos Santos, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores
Químicos do ABC; Sr. José Anselmo Mendes, da Associação dos Trabalhadores
Químicos Aposentados do ABC.
E vou citar a
pessoa talvez mais citada aqui hoje, que é o Sr. Remígio Todeschini,
secretário-adjunto do Desenvolvimento de Mauá e ex-presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Químicos do ABC. Eu quero pedir uma salva de palmas a todas essas
pessoas que a gente está citando. (Palmas.)
Sem mais
delongas, falou, em nome das indústrias, o querido Ciro; falou, em nome das
prefeituras e da Agência de Desenvolvimento do ABC, o Aroaldo. E eu queria
convidar o querido Raimundo Suzart para falar em nome dos trabalhadores da indústria
química; Raimundo que é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos do
ABC e secretário-geral da IndustriALL-Brasil. Ele falou que não vai demorar
mais do que 40 minutos.
O SR. RAIMUNDO SUZART - Boa noite aos
companheiros, às companheiras, à direção do Sindicato dos Químicos, que está
aqui conosco hoje, à Associação dos Aposentados Químicos, a todos os que estão
presentes nesta sessão solene.
O Nilton
Freitas, que acabou não se apresentando, representa a ICM, a Confederação
Mundial da Madeira e da Construção Civil, à qual nós também somos filiados.
Queria cumprimentar a todos, cumprimentar o Ciro e a todos os representantes
das empresas aqui.
E agradecer a
você, Luiz; queria te cumprimentar. Quando a gente te colocou esse desafio, não
só de fazer a sessão solene, mas de assumir a defesa da indústria e dos
trabalhadores...
Porque a frente
parlamentar não é feita pura e simplesmente para defender as empresas. A frente
parlamentar é um espaço para discutir a política industrial no estado de São
Paulo, que a gente tem discutido, e a política industrial no Brasil.
Então, quando a
gente fala da frente, se a gente não colocar aqui, fica parecendo que a frente
foi feita pura e simplesmente para defender as empresas. É o contrário: a gente
tem debatido muito, tem discutido; em alguns momentos, a gente tem dificuldade.
Mas a gente tem dialogado. A gente já colocou aqui os números das indústrias. E
eu vou falar com o olhar dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Cumprimentar
aqui os companheiros da mesa: o coordenador, nosso presidente da Confederação
Nacional do Ramo Químico, Geralcino; o Cano, presidente da nossa federação; o
Hélio; o Jurandir, representando aqui a Fequimfar; o Serginho, que justificou.
É importante a
gente discutir o polo petroquímico. Eu tenho conversado muito com o Joel, que
ajudou na terraplanagem, depois virou funcionário, né Joel. O Joel tem tanto
tempo lá; ele ajudou muito no polo petroquímico. O Barone, que está aqui
também, que é diretor do nosso sindicato e é funcionário de uma empresa do polo
petroquímico.
A gente está
num momento muito difícil. A gente tem a Covid, a gente tem a fome, a gente tem
o desemprego, a gente tem a violência. E a cada dia que passa, a gente fica
abismado, né Luiz Fernando.
É promotor que
agride promotora, é a situação que está colocada, são os dois indigenistas que
foram mortos. Em tempo relâmpago, a Polícia Federal disse que não tinha
mandante, que foram duas pessoas que decidiram e mataram. São casos muito
fáceis de ser elucidados.
Então, a gente
está num momento muito difícil, de violência, de desemprego, de fome, de
desespero das famílias. Todos. E aí a gente fala do polo petroquímico, uma
indústria que tem um emprego de grande qualidade. Todos na região, né Aroaldo:
o sonho das pessoas era ou trabalhar numa montadora ou numa indústria
petroquímica, que é na nossa região do Grande ABC.
É lógico que
tem as suas dificuldades, tem os seus momentos; como o Luiz colocou, tem o
problema da CPI, tem denúncia, tem debate que a gente faz. Mas aí eu quero
dizer da importância da indústria: falamos de 10 mil trabalhadores, diretos e
indiretos.
Mas no estado
de São Paulo nós somos mais de 300 mil trabalhadores. E muito provocado pelo
polo petroquímico que se instalou no ABC em 72. É lógico que a indústria
química no Brasil antecede, e muito, o polo.
Nosso sindicato
é de 1938, oriundo dos trabalhadores da Rhodia. Então, a indústria química, nos
anos 30, já estava no Brasil, instalada no ABC paulista. A Rhodia, nos anos 30,
já tinha se instalado.
Mas nós não
tínhamos um polo petroquímico. E aí, para que vocês possam entender, hoje nós
somos em torno de 32, 33 mil trabalhadores da base dos trabalhadores químicos.
Mas aí também a gente tem o setor metalúrgico. As fresas, hoje, viraram tudo
injetoras, né Aroaldo.
Então, quando a
gente fala, hoje, de um carro, 50% ou mais é de plástico. Ou oriundo de
produtos da indústria química. Nós estamos falando de borracha, de tapete, de
tudo. Só para que a gente possa entender: o ABC produz 70% da tinta imobiliária
produzida no Brasil; 70% da tinta produzida no Brasil está no ABC paulista,
Luiz.
Nós temos -
talvez no ABC já tenha tido mais - o maior número de empresas de cosmético
instaladas numa única região. Inclusive, Diadema tem um polo de cosméticos, e
Mauá... É o Remi que está lá, está responsável, mais uma vez citando o Remi. A
gente vai também apresentar, e é uma proposta nossa, de nascer um polo de
cosmético na cidade de Mauá.
Então, nós
estamos falando do setor de plástico, em que não são só 10 mil, como nós
estamos falando. Só na nossa categoria, são 33, 35 mil trabalhadores e
trabalhadoras. Diretos; porque se a gente for colocar os indiretos...
Cada
trabalhador direto de uma grande indústria gera de três a cinco postos de
trabalho. A gente está falando que só nós respondemos, pelo ABC, por quase 150
mil postos de trabalho ligados diretamente à indústria química.
Então, dizer da
importância do polo petroquímico neste momento dos 50 anos, com as dificuldades
que estão colocadas. É lógico que a gente tem que pensar; tem que buscar
soluções, e o polo...
O Ciro citou
aqui: o petróleo é finito. Mas a indústria química, não; ela tem que
desenvolver, e tem desenvolvido nossos produtos. Petróleo, carvão, que são à
base de energia, e outros derivados, são finitos.
Mas nós temos
que ter uma indústria forte, a fim de que possa desenvolver e buscar uma nova
forma para que a gente possa gerar energia, para que a gente possa ter produto.
Não tem nada
que esteja dentro deste plenário que não tenha produto químico, oriundo da
indústria química e petroquímica. Na pandemia, enquanto todos estavam em casa,
30% da nossa categoria continuava trabalhando firmemente, inclusive o polo
petroquímico, porque é base de produto para embalagem de produto farmacêutico.
Se a gente não
lembra, tudo o que a gente comprava vinha embalado, porque não poderia vender
solto; era entregue. Esses trabalhadores e essas trabalhadoras, mesmo na
pandemia, continuaram trabalhando firmemente, porque a indústria química tinha
que abastecer.
A indústria
farmacêutica precisava produzir medicamento. Não só vacina, mas medicamento,
que é um outro debate que a gente tem feito: como a gente vai discutir as
sequelas da Covid? Então, nós vamos discutir.
Então, para
nós, os trabalhadores e as trabalhadoras, são muito importantes os 50 anos do
polo petroquímico. Nós queremos muito mais 50, nós queremos debater, nós queremos
discutir, como nós temos discutido.
Trazer a
população, abrir o debate como foi feito. O Luiz foi perfeito, a gente dialogou
muito essa questão da CPI. O polo se colocou a disposição de elucidar todas as
dúvidas.
Lógico que, da
minha sala, eu vejo a chaminé do polo petroquímico e quando ela ascende, está
aquela fumaceira, eu falo “se prepara que hoje vai ter ligação e eu, já já, vou
ter que ligar para a Silvia para perguntar o que aconteceu.”.
Como foi nesse
dia que teve que ligar todos os “flare” e aí avisou a população e teve
problema. É natural que vai ter. É uma indústria que tem muito menos acidentes
do que as outras indústrias.
Agora, é uma
indústria com potencial de risco altíssimo. Isso nós não podemos negar. Mas
também é uma indústria que faz necessária, porque um país que não tem uma
indústria forte, não tem, principalmente, uma indústria química para
desenvolver produto, você não vai conseguir desenvolver.
E olha o que a
gente está falando dos fertilizantes. Teve uma guerra na Ucrânia com a Rússia
que ninguém imaginava que nós teríamos nenhum problema. Só que aí todo mundo
descobriu que uma boa parte dos fertilizantes que se importa, se importa desses
dois países.
E aí, uma
guerra que a gente fala “não tem nada a ver conosco” tem, sim. Por que? Porque
desmontou a indústria química e petroquímica do Brasil. Então... Faltou
oxigênio. Mas faltou oxigênio por que? Porque desligaram as unidades de
produzir oxigênio da Petrobras. E tudo está ligado diretamente à indústria
química, ao polo petroquímico, ao desenvolvimento.
Então, para
nós, parabenizar o polo, parabenizar os trabalhadores, as trabalhadoras, por
terem construído. Porque o polo só é forte e é uma grande indústria hoje porque
teve trabalhadores e trabalhadoras que se comprometeram, trabalharam e ajudaram
a desenvolver o polo petroquímico. Inclusive, nós vamos ter uma homenagem aqui.
Portanto, não
existe nenhuma indústria forte e preparada se não tiver trabalhadores e
trabalhadoras capacitados, preparados e bem remunerados. Porque, sem isso, não
vai haver. E o polo remunera os trabalhadores.
E nós temos os
trabalhadores capacitados, Ciro, como bem você colocou, se a gente não tiver
formação e educação nesse país, aí sai correndo como foi... Eu lembro o boom da
construção civil. Faltava engenheiro, não é, Nilton? Aí todo mundo foi se
formar engenheiro.
Os engenheiros
estão hoje fazendo o que? A construção civil parou. Estão sendo motorista de
Uber, de aplicativo. Então, a gente tem que pesar na indústria como um conjunto
e não simplesmente resolver um problema - formar todos os trabalhadores e
trabalhadoras naquele momento com uma única profissão e depois, quando você tem
um problema, você tem uma demanda muito grande de trabalhadores e trabalhadoras
desempregados.
Portanto, é
muito importante a gente pensar no futuro do polo, discutir - que é o que a
gente tem discutido -, preparar, dar oportunidades para os jovens. A gente viu
aqui os jovens, mas a gente não quer só os jovens na banda.
A gente quer
discutir o primeiro emprego, quer que o polo, que as indústrias – que todas as
indústrias – se comprometam com os trabalhadores e com as trabalhadoras e que
gerem oportunidade para o jovem.
Porque esses
dias a gente apresentou um jovem em uma empresa, aí disse que ele não tinha
experiência. Mas como que a pessoa vai ter experiência se a gente não der a
primeira oportunidade? Tem que ter.
Então, é
importante. A gente tem dialogado, tem discutido. Por isso, em nome dos
trabalhadores e das trabalhadoras, eu parabenizo os trabalhadores do polo
petroquímico aqui na pessoa do Joel que está muitos anos lá, por ter se
empenhado e se tornado, como polo, uma referência no Brasil.
O polo é uma referência, o polo petroquímico
do ABC. De lá nasceram os outros polos. Porque, sem o ABC, talvez não teria a
quantidade de polos que a gente tem hoje no Brasil.
E parabenizar
todas as industrias do polo, a nós, por desenvolver o polo petroquímico e
esperar que as prefeituras e o governo do estado realmente façam o decreto e
que a gente se preocupe com o polo para que ele possa aumentar sua capacidade
de produção e não que tenha problema.
E é lógico, a
gente fala “tem moradia.”. Tem. As pessoas moram onde acham e onde conseguem
construir uma casa. A gente tem deficit de milhões e milhões de lares nesse
país e se a pessoa tem a possibilidade de adquirir uma casa, ela vai morar. Não
importa se é perto do polo.
É a mesma coisa
quando tem enchente que a pessoa fala “ah, mas mora do lado de um córrego.”.
Ninguém quer morar naquele lugar, mas é a opção... Ele não teve. É a única
oportunidade que teve.
Portanto, a
gente tem que debater. Tem uns problemas de empreendimento lá e eu tenho
certeza de que vai ser bem resolvido e nós, trabalhadores e trabalhadoras,
contamos com o polo e espero que o polo também conte com os trabalhadores por
mais 100 anos, 200 anos e que a gente possa fazer uma indústria cada dia mais
forte.
A gente viu a
importância do polo para Mauá, a importância do polo, diretamente, para Santo
André, mais a importância do polo petroquímico para o ABC. Nós temos, só no
ABC, mais de duas mil indústrias de transformação, gente. Juntando metalúrgico
e químico.
Basicamente
oriunda de que? Comprando matéria prima do polo petroquímico. É logico que a
gente tem um problema e a gente não pode deixar de falar aqui, Ciro, porque a
matéria prima, Luiz Fernando, ela tem o mesmo problema que a gente está
discutindo hoje, aqui, do petróleo, da gasolina.
Ela é,
praticamente, tabelada. Não importa se você compra no ABC, se você compra de
Paulina, se você compra do Rio Grande do Sul ou compra da Bahia. Poderia, quem
comprasse no ABC, ter uma matéria prima com um preço menor, mas não importa.
Aí o frete
desaparece e ela tem o mesmo problema, que é um debate que a gente faz e nós
vamos voltar a fazer esse debate na Agencia de Desenvolvimento, não é
(Inaudível.)?
Por isso,
parabéns a todos nós por essa sessão aqui, por dizer e parabenizar o polo
petroquímico, a cidade e agradecer ao Luiz Fernando, um grande parceiro dos
trabalhadores e das trabalhadoras químicos.
Então,
felicidade a todos nós e uma grande salva de palmas aos trabalhadores e as
industrias do polo petroquímico.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Agradecer ao querido Raimundo Suzart, presidente do sindicato
dos trabalhadores químicos do ABC. Neste momento, nós vamos fazer uma
homenagem.
O trabalho é
uma etapa essencial na vida do ser humano. É por meio dele que o homem
constitui a sua existência e cria vínculos sociais e afetivos.
No ano que
enaltecemos a história do cinquentenário do polo petroquímico, temos a honra de
dividir essa marca com um trabalhador que também comemora 50 anos de dedicação
e comprometimento para esse complexo petroquímico tão importante.
Nesta noite,
representando a classe dos profissionais da indústria química e petroquímica,
homenageamos o senhor Geraldo Camelo da Cunha. Natural da cidade de Itapipoca,
no Ceará, o senhor Geraldo migrou para o estado de São Paulo na década de 70,
quando tinha 18 anos para trabalhar na Poliolefinas.
De lá para cá,
desempenhou diversas atividades, desde auxiliar de almoxarifado e operador de
empilhadeira a operador petroquímico, cargo que pode atuar em todas as
categorias, inclusive de supervisor de turno, até se tornar especialista
petroquímico – função que desempenha até os dias atuais, mesmo estando
aposentado desde 1995.
Cinquenta anos
representam uma vida. Residente do bairro de São Matheus desde que chegou a São
Paulo, ao passo que o senhor Geraldo constituía família com os filhos e netos,
também adquiriu o seu diploma de operador técnico em química e viu de perto a
tecnologia surgir no chão de fábrica.
É preciso
agradecer e também aprender com o seu legado, pois toda a história do polo
celebrada hoje, esse trabalhador teve a oportunidade e determinação de
vivenciar. E como o próprio senhor Geraldo diz “foi uma evolução tecnológica
que jamais poderia imaginar que aconteceria.”.
Uma salva de
palmas ao senhor Geraldo Camelo da Cunha, que hoje simboliza toda a classe de
trabalhadores e trabalhadoras do polo petroquímico. Quero convidar neste
momento ao Ciro, ao Raimundo, que possam ir até lá embaixo recepcionar o senhor
Geraldo Camelo.
E eu quero
convidar neste momento o senhor Geraldo Camelo da Cunha, acompanhado da sua
esposa, senhora Marcia Maria Fittipaldi de Barros para subirem à tribuna e
receberem uma placa para o senhor Geraldo e também flores para a senhora
Marcia. Por favor.
Quero convidar,
também, o Geralcino, o Hélio, e o Airton Cano, representando a classe
trabalhadora, que pudessem juntamente entregar essa homenagem ao senhor
Geraldo.
Depois nós
queremos saber se o senhor Geraldo tem plaquinha de patrimônio também nele, né?
Cinquenta anos é uma vida.
Neste momento,
queria pedir a todos representantes que entregassem primeiro as flores a
senhora Marcia Maria Fittipaldi de Barros e agora queria pedir que entregassem
ao senhor Geraldo uma placa de agradecimento.
Todo mundo
posando para a foto. O senhor Geraldo ficou grande agora, senhor Geraldo.
Ficaram mandando virar, virou.
Quero convidar
agora todos que acompanharam o senhor Geraldo que pudessem tomar os seus
lugares e convidar o senhor Geraldo, que pudesse usar a palavra, senhor
Geraldo.
O SR. GERLADO CAMELO DA CUNHA
- Bom, boa noite a todos e a todas que estão presentes aqui neste recinto. Eu
não vou mais falar da minha carreira na empresa, porque o deputado já fez um
resumo ali muito bem feito, e falou um pouco dos meus 50 anos dentro da
empresa. O que eu queria fazer aqui era só fazer uns agradecimentos.
Primeiro, a
Deus, que nos dá a vida, e, segundo, aos meus pais, porque devido à sua
criação, seus ensinamentos, me transformaram na pessoa que eu sou hoje. Em
terceiro, a companhia, o Polo Petroquímico, em nome da Poliolefinas, que foi
onde foi tudo iniciado, depois a OPP, em seguida a Quattro Participações, e, em
2002, a Braskem, onde hoje nós estamos fazendo essa homenagem dos 50 anos.
Por que eu
quero fazer essa homenagem ao Polo Petroquímico e à Braskem? Primeiro porque em
função delas eu fiz o meu maior patrimônio. Com a ajuda da empresa eu consegui
formar, criar o meu maior patrimônio, que são as minhas quatro filhas.
E, em seguida,
vamos falar só um pouquinho a respeito da Braskem. Após a instalação da
Braskem, em 2002, ocorreu uma grande evolução no Polo Petroquímico do Grande
ABC.
O investimento
em pessoas aumentou absurdamente, porque a gestão da Braskem preza muito pelas
pessoas, porque sem as pessoas nada existe, e muito investimento, como falou o
deputado, em tecnologia.
Outra coisa
muito importante também, a sinergia com a população vizinha, com a vizinhança
do Polo, aumentou, foi elevada à décima potência, de tão grande que foi. Hoje, a sinergia entre ambos é um negócio
muito bonito. Às vezes somem até as palavras, mas é normal, porque... (Palmas.)
Eu queria
agradecer a presença de todos aqui.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - O
senhor pode continuar com a palavra.
O SR. GERALDO CAMELO DA CUNHA - Pode
continuar?
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Pode.
O senhor estava falando. Eu só aplaudi porque o senhor esqueceu.
O SR. GERALDO CAMELO DA CUNHA - A
Braskem é uma empresa que tem uma visão futurística, muito futurística. Na
realidade, para dizer, ela é visionária. Ela prevê o que vai acontecer, a sua
evolução daqui a dez anos, e, para você ter sucesso na sua vida, você tem que
pensar no futuro, é não só enxergar o presente, e essa é uma das grandes
evoluções que nós temos na nossa empresa.
Podemos chamar
de nossa, porque eu faço parte há 50 anos. Na realidade, não são 50 anos, são
51 anos e meio, porque eu participei, como falou o deputado, da construção da
empresa.
Na realidade,
era só isso que eu tinha para falar para vocês.
Muito obrigado
pela atenção dispensada.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Quero
agradecer ao Sr. Geraldo Camelo da Cunha, e também a Márcia. A gente sabe
aquele ao lado de todo grande homem sempre tem uma grande mulher. Parabéns,
Márcia. Parabéns ao Geraldo Camelo da Cunha.
Com essa homenagem
eu acho que a gente encerra esta sessão solene. Eu quero dizer a todos os
trabalhadores que estão aqui, eu quero dizer ao Poder Público, eu quero dizer
às indústrias que nesta Casa nós temos voz. Essa frente parlamentar, que não é
uma frente parlamentar do partido “x”, “y” ou “z”, é uma frente parlamentar que
nós temos deputados de todos os partidos.
Quero aqui
justificar neste momento a ausência de outros deputados. A deputada Carla
Morando pediu mil escusas, porque já tinha um outro compromisso agendado. O
deputado Thiago Auricchio, que chegou a coordenar a Frente Parlamentar em
Defesa da Indústria Química, também já tinha um outro compromisso. O deputado
Teonilio Barba também pediu que nós nos justificássemos.
São deputados
que estão comprometidos com a indústria química. São deputados que estão
comprometidos com o Polo das Indústrias Petroquímicas do ABC. Esse polo é
nosso, esse polo é dos trabalhadores, esse polo é das prefeituras, esse polo é
do nosso estado, esse polo é necessário ao nosso país.
Quero dizer,
Ciro, que nós estamos aqui no front, na defesa da indústria e na defesa do
polo. Eu insisto nisso por conta do momento triste que nós estamos passando. Eu
acho que foi uma ação política, eu diria, indevida, fora de hora, que está
acontecendo na Câmara de São Paulo, mas eu tenho certeza que logo a gente passa
isso, até porque é importante que se diga, e eu quero que os telespectadores da
TV Alesp que estão nos assistindo, que vão nos acompanhar depois, no YouTube,
sobretudo depois da minha fala... Muitos vão querer ver essa fala.
O Polo
Petroquímico sempre se colocou à disposição para receber quem quisesse ali,
para esclarecer qualquer dúvida a respeito. Eu tenho clareza de uma coisa. O
polo trabalha dentro de regras rígidas, e está a cada momento buscando se
aprimorar cada vez mais.
Eu que já
estive ali visitando o polo, já estive na Braskem, já estive em outras
indústrias ali. Conheço de perto. Até porque a Saúde é algo que nos preocupa, e
é importante que se diga, é algo que se preocupa sobretudo da classe
trabalhadora, que aqui hoje está representada em massa.
É algo que
preocupa cada cidadão. Agora, é fato, como bem disse o Raimundo, ali se
instalou, há 50 anos atrás, esse Polo Petroquímico, e não existia cidade ali. A
cidade avançou.
Não deveriam
ter permitido que a cidade avançasse, porque ali existe um polo industrial, um
polo necessário ao nosso país. Porém, deixaram, descuidaram, e a cidade foi
avançando.
Eu quero dizer,
Ciro, eu não sei se você está acompanhando, mas a Prefeitura de São Paulo
aprovou um empreendimento residencial ao lado do polo agora, um prédio. Ora,
não é lugar de prédio ali.
Então - sabe?
-, é complicado, e nós, estamos aqui para ajudar essa convivência. Estaremos
aqui defendendo a indústria química, o Polo Petroquímico, e eu acho que essa
junção ficou clara hoje aqui, sobretudo para vocês que nos assistem.
A indústria, o
Poder Público e a classe trabalhadora, juntos, para fazer daquele polo um polo
muito mais forte, fazer dessa indústria química uma indústria muito melhor,
muito mais forte, e, sobretudo, continuar gerando empregos de qualidade, que é
o que é indústria química tem feito no nosso país.
Então, quero
agradecer a todos e todas que participaram conosco. Quero agradecer a todos que
acompanharam esta audiência, esta sessão solene, e, esgotado o objeto da
presente sessão, eu agradeço as autoridades. Eu quero agradecer muito a minha
equipe, sobretudo na figura da Suzana, que ajudou a organizar esta sessão.
Quero agradecer
os funcionários serviço de som da Assembleia, da Taquigrafia, da fotografia, do
serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar. Quero
agradecer a imprensa da Casa, a TV Alesp e as assessorias policiais, Militar e
Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno
êxito desta solenidade.
Está encerrada
esta sessão.
Muito obrigado.
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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 43 minutos.
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