4 DE AGOSTO DE 2022
71ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: RICARDO MELLÃO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - RICARDO MELLÃO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE RICARDO MELLÃO
Comenta o discurso do deputado Carlos Giannazi. Repudia a
aprovação do aumento de salário do prefeito de São Paulo.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - ADRIANA BORGO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - ADRIANA BORGO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE RICARDO MELLÃO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 05/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Ricardo Mellão.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Presente o número regimental de
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior, e
recebe o expediente.
Aberto aqui o Pequeno Expediente do dia
04 de agosto de 2022, chamarei os oradores inscritos aqui, começando com o
deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, sempre presente.
Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Ricardo Mellão,
telespectador da TV Assembleia, ontem eu acompanhei a aprovação, na Câmara
Municipal, do Projeto de lei 428.
Tinha
também acompanhado uma parte da audiência pública em torno desse projeto, as
intervenções feitas pelas entidades representativas do funcionalismo público
municipal, alguns vereadores, entre eles o vereador Celso Giannazi, que fez uma
intervenção importante, denunciando todas as contradições desse projeto de lei
encaminhado à Câmara Municipal pelo atual prefeito, Ricardo Nunes. E tem várias
contradições.
A
primeira delas é que o prefeito Ricardo Nunes se autoconcedeu um reajuste de
46% no seu salário e também um aumento salarial para os seus secretários,
subprefeitos e cargos de confiança do alto escalão.
E,
para os servidores públicos que estão atendendo à população, principalmente na
periferia, nas escolas públicas, nos hospitais, na Segurança, na Assistência
Social, nas casas de cultura, enfim, nos mais diversos equipamentos públicos,
para esses apenas, no máximo, 5% de reajuste linear.
Sr.
Presidente, a gente fica imaginando aqui o absurdo, porque São Paulo é uma
cidade rica, uma cidade que tem um orçamento bilionário. Depois do orçamento da
União o estado de São Paulo tem, talvez, o maior orçamento do Brasil.
Inclusive
com muito dinheiro em caixa, a própria prefeitura anuncia mais de 30 bilhões em
caixa, dinheiro investido no sistema financeiro, em bancos, mas a prefeitura
não é banco.
Enquanto
isso milhares de pessoas passam fome na cidade de São Paulo, pessoas morando em
situação de rua, falta de investimento nas políticas públicas, nas políticas
sociais e, sobretudo, esse arrocho salarial aos nossos servidores.
Então
é um projeto que tem várias contradições, uma delas é essa. O estado não dá
aumento nenhum, não dá reajuste, deu 10% pelo menos. Várias prefeituras que nem
têm o orçamento adequado deram 10, 15, até 20%, e a cidade de São Paulo dá um
aumento linear de apenas 5 por cento. Para o prefeito 46%, para os outros, no
máximo 5 por cento.
E
é um projeto, presidente, que, além disso, vai extinguir, vai colocar fim a
mais de três mil cargos efetivos de pessoas concursadas. Vai extinguir esses
cargos da Assistência Social, do Meio Ambiente, de várias secretarias,
sobretudo da área da Saúde. Como é que pode extinguir cargos no momento em que
a população mais precisa da prefeitura?
Nós
estamos vivendo uma situação de calamidade pública: fome, miséria, desemprego,
a carestia lá em cima e o prefeito vai extinguir cargos das áreas estratégicas
da Assistência Social.
O
projeto é extremamente nefasto nesse sentido e em outros também. É um projeto
que afronta a isonomia salarial dos servidores, quebra a paridade e a
integralidade dos vencimentos, enfim, é um projeto altamente contraditório, que
tem que ser alterado.
Haverá
ainda a próxima votação na semana que vem, nós vamos acompanhar junto com os
servidores, sobretudo os servidores da Educação, dos quais eu faço parte. Vamos
incentivar e mobilizar os servidores junto com as entidades representativas da
Educação e de todo o funcionalismo municipal, para que o projeto seja alterado
agora em uma segunda votação e incorpore as propostas apresentadas pelos
servidores, pelas entidades e pelos vereadores de oposição.
Não dá, tem que
incorporar os 46, tem que dar um reajuste de, no mínimo, 46% para repor as
perdas inflacionárias, lembrando que, durante a pandemia, todos esses
servidores trabalharam e trabalharam muito, se expondo. Muitos morreram,
principalmente o pessoal da Saúde, da Assistência, da Segurança.
Tiveram os seus
vencimentos congelados, tiveram benefícios importantes também congelados, como
quinquênio e sexta parte. A evolução por tempo de serviço foi totalmente
congelada e agora o prefeito vem com esse reajuste que afronta a dignidade dos
nossos servidores.
É um escárnio,
minha gente. O prefeito se autoconcede 46%, para ele e seus secretários, seus
cargos de confiança, e para os servidores, no máximo, cinco por cento e olhe
lá, de uma forma linear.
Então, queria
fazer essas considerações e dizer que estaremos junto com os servidores
municipais pressionando a Câmara Municipal e o prefeito, para que haja a
alteração desse projeto e haja um reajuste digno de, no mínimo, 46%, porque foi
o aumento, foi o reajuste do prefeito Ricardo Nunes.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Deputado
Giannazi, só um aparte. Esse reajuste, ele foi dado de 46% do salário do
prefeito e dos secretários. Não foi aprovado um projeto logo que o prefeito
Bruno Covas foi eleito para reajustar o salário do prefeito já, acho que de 30
e poucos por cento, se não me engano?
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - É o mesmo, na
verdade. Esse é o projeto. Depois ele aprovou um projeto aumentando os salários
também dos secretários, dos cargos de alto escalão.
O
SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Ah, tá. É o
mesmo projeto?
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - É, é esse reajuste.
O
SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - É, eu pensei...
Na época, inclusive, nós condenamos o reajuste. Quando o senhor falou, eu me
assustei, eu pensei: “Será que além daquele reajuste, ele apresentou outro
reajuste para o salário dele de novo?”. Falei: “Não é possível, ele acabou de
aumentar e vai aumentar de novo?”. Entendi. Está explicado, era só essa dúvida.
Eu já estava assustado aqui.
Bom, dando sequência à lista de
oradores inscritos no Pequeno Expediente, convido a deputada Janaina Paschoal
para fazer uso da palavra. (Pausa.) Deputado Jorge Lula do Carmo. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado
Rafael Silva. (Pausa.)
Deputado Maurici. (Pausa.) Deputado
Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar.
(Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.)
Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.)
Agora, seguindo com a lista
suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta à tribuna no dia de hoje, eu
queria saudar todos os servidores e servidoras da Defensoria Pública do Estado
de São Paulo, porque hoje é o dia comemorativo dessa importante categoria
profissional, que dá toda a sustentação para o funcionamento da Defensoria
Pública. Sem esses servidores e essas servidoras não existiria a Defensoria
Pública, ela não poderia funcionar.
Nós aprovamos a
lei. Eu tive a oportunidade de apresentar o Projeto de lei nº 570, de 2013, que
foi aprovado e sancionado pelo Executivo. Esse dia é comemorado exatamente
hoje, dia 4 de agosto, através da Lei nº 14.966, de 2013. Então, quero fazer
esta saudação.
Dizer que é um
dia de celebração da data, do trabalho, mas um dia de luta também, um dia de
resistência, porque os servidores da Defensoria Pública continuam com os
salários arrochados, defasados.
Nós,
anualmente, debatemos a questão orçamentária da Defensoria Pública e
apresentamos emendas para que haja o aumento do orçamento da Defensoria
Pública, que tem um orçamento pequeno, muito pequeno.
Um
orçamento insuficiente que está muito aquém de atender as necessidades da nossa
Defensoria, que defende a população, defende os mais pobres, as pessoas que não
têm acesso à Justiça, as pessoas que não têm condições financeiras.
Então
ela cumpre um papel importante, mas desde a sua fundação o governo tenta
marginalizar a Defensoria Pública do ponto de vista orçamentário, eu digo,
porque ela pode inclusive abrir ação civil pública contra o próprio governo
quando ele não cumpre a sua função social, quando ele não faz os investimentos
nas áreas sociais, na Educação, na Habitação popular, na Saúde.
Então
a população requisita o trabalho da Defensoria; agora tem que aumentar. E todo
ano eu apresento emendas para aumentar o orçamento da Defensoria e uma parte
desse orçamento tem que ser destinada à valorização dos profissionais da
Defensoria, dos servidores e das servidoras.
Então
hoje é um dia também de luta, de cobrança. Nós queremos a melhoria das
condições salariais, das condições funcionais, a melhoria da qualidade de
trabalho, da jornada de todos os servidores da Defensoria Pública do Estado de
São Paulo. Então hoje é o Dia do Servidor e da Servidora da Defensoria Pública,
a Lei nº 14.966, de 2013, que eu tive o privilégio, a honra de ter aprovado
aqui na Assembleia Legislativa.
Quero,
ainda, Sr. Presidente, dizer que ontem nós tivemos uma vitória importante na
Câmara dos Deputados, em Brasília. Eu me refiro aqui à aprovação do Projeto de
lei nº 2.033, de 2022, que derrubou o rol taxativo da Agência Nacional de
Saúde, aquele rol que foi debatido recentemente no STJ que limitava e impedia o
tratamento das pessoas conveniadas aos planos de saúde.
Na
verdade, esse rol taxativo beneficia só os grandes mercadores empresários da
Saúde, que transformaram a Saúde no Brasil em mercadoria e esse julgamento do
STJ que eu citei recentemente beneficiou esse setor.
Mas
a Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto derrubando esse rol taxativo,
dizendo que não, os planos de saúde são obrigados a fazer os tratamentos também
complexos, de doenças graves, de doenças raras, de pessoas com deficiência, a
fazer os exames, a fornecer medicamentos caros, enfim, os tratamentos mais
complexos e cirurgias que muitos planos se negam a fazer.
Então
houve uma grande mobilização. Mesmo a pessoa pagando ali o seu convênio depois
a pessoa fica excluída do tratamento. Então a decisão do STJ foi uma decisão
que beneficiou os mercadores da Saúde, os planos de saúde.
O
projeto aprovado ontem no Congresso beneficia a população que paga convênio
médico, que é uma população ainda pequena em vista de quem usa o SUS, o Sistema
Único de Saúde, que é o que nós defendemos no Brasil.
Nós
queremos que o SUS, o Sistema Único de Saúde, seja financiado adequadamente e
não subfinanciado como é hoje, porque se nós tivermos um Sistema Único de Saúde
com recursos adequados muita gente vai sair desses planos de saúde, não vai
precisar mais.
Então
a nossa luta é em defesa do Sistema Único de Saúde, mas enquanto existe plano
de saúde ele tem que atender a população, atender as pessoas com doenças raras
e graves, atender com as cirurgias. Não tem que ter lista, rol taxativo. Isso é
um escárnio total; é uma aberração que não pode ser aceita no Brasil.
O
projeto segue agora, Sr. Presidente Ricardo Mellão, para o Senado Federal. E
nós vamos pressionar o Senado, aprovar o projeto em caráter de extrema urgência
para que as pessoas tenham acesso minimamente a esses tratamentos, que são, na
verdade, negados por muitos e muitos convênios. Repito, pelos mercadores da
Saúde pública.
Então,
queria fazer aqui esse registro, mas que nós vamos continuar a luta, que não terminou.
Agora nós temos que aprovar no Senado Federal, nós estamos mobilizados,
acompanhando e pressionando agora todos os senadores da República para que eles
aprovem imediatamente o Projeto de lei 2033, de 2022.
Sr.
Presidente, só antes do levantamento da sessão queria fazer mais um
pronunciamento.
O
SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Claro, deputado
Giannazi. Por favor.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Olha,
eu queria, Sr. Presidente, dizer que nós estamos perplexos com a falta de
autonomia e de independência da Assembleia Legislativa. Na verdade, eu sempre
estive, a população (Inaudível.), mas agora nós chegamos a um tal ponto de
gravidade da situação que chega a ser patética e bizarra, porque nós estamos
vivendo aqui uma situação talvez inusitada na Assembleia Legislativa em relação
ao PDL 22, ao Projeto de decreto legislativo nº 22, que anula, que revoga o
confisco das aposentadorias e pensões. Na prática revoga o Decreto 65.021.
Esse
PDL que eu apresentei em 2020, logo quando foi publicado o decreto, dois, três
dias após, foi o primeiro PDL apresentado e foi o que prosperou. Passou, foi
aprovado pelas comissões, inclusive ele passou duas vezes praticamente pelas
comissões. Foi aprovado, foi espancado, torturado esse PDL 22 até chegar à sua
votação final.
Esse
projeto agora está em processo praticamente já quase de votação, porque ele já
tem aprovação de todas as comissões, com pareceres favoráveis, inclusive a
emenda que foi apresentada, Sr. Presidente, pelo ex-líder do Governo, deputado
Carlão Pignatari, que ele apresentou para obstruir o projeto no dia 16 de
dezembro de 2020, quando o projeto entrou em votação, naquela noite.
A
emenda foi também depois aprovada pelas comissões. Ela serviu como um
instrumento de obstrução, mas ela depois tramitou pelas comissões, foi aprovada
e incorporada ao PDL 22. Na verdade essa emenda do ex-deputado, do ex-deputado
não, do ex-líder do Governo, Carlão Pignatari, hoje presidente da Assembleia
Legislativa, ela legitimou o PDL 22.
O
PDL está legitimado, porque até o líder do Governo apresentou emenda e que foi
incorporada, foi aprovada, está dentro do PDL 22. Então, o projeto tem todas as
condições jurídicas de ser aprovado, está em regime de urgência com aprovação,
com os pareceres favoráveis.
Agora,
Sr. Presidente, tem mais, não é só isso, porque tem outros projetos também em
regime de urgência que podem ser votados. Tem alguns outros aqui.
Eu
tenho aqui também, não é meu, mas é do Tribunal de Justiça, o PLC nº 30, que
nós fizemos uma luta para que ele..., de 2013 ainda, para que ele fosse
aprovado. Ele foi já aprovado em todas as comissões, e eu aprovei depois o
regime de urgência, o projeto do reajuste dos salários do Tribunal de Justiça,
aquela dívida que o TJ não pagou até agora de 10 por cento. Era um pagamento
parcelado em quatro ou cinco anos.
O
projeto está pronto também, mas qual o diferencial agora, Sr. Presidente? É que
nós temos já 53 deputados assinando um requerimento para que o PDL nº 22 seja
pautado.
Nós
já temos mais da maioria da Assembleia Legislativa. São 94 deputados, deputado
Conte Lopes, nós já temos 53 deputados querendo pautar o projeto e que ele seja
votado em regime de urgência.
Então,
olha só, o projeto pronto para ser votado com pareceres favoráveis, inclusive a
emenda proposta pelo líder do Governo foi incorporada, aprovada. O projeto tem
todas as condições de ser votado, tem o apoio da maioria da Assembleia
Legislativa, até mesmo de deputados da base do Governo, que já assinaram o
requerimento para que ele seja pautado imediatamente.
Tem ainda o
plus, mais de 300 moções de apoio de Câmaras Municipais que foram debatidas e
aprovadas em várias cidades. Tem mais do que isso, chegaram aqui 300, mas tem
mais chegando. Nós já temos mais da metade do estado de São Paulo defendendo a
aprovação do PDL 22 e o fim do confisco das aposentadorias e pensões.
O governador
Rodrigo/Doria não quer, falou que não vai, porque ele está a serviço do ajuste
fiscal, dos bancos, do mercado, ele sinaliza para lá, não sinaliza para o povo.
Ele tem que manter a fama dele de mau e dizer que ele está com o mercado, está
com o ajuste fiscal, a sua política neoliberal, tucana inclusive, de ódio aos
servidores, aos aposentados e de ódio aos pensionistas também.
Agora, o Poder
Legislativo é independente. Sr. Presidente, só para concluir. A Assembleia
Legislativa tem que manter o que determina a Constituição Federal, a Estadual,
autonomia, independência, não pode ser um puxadinho, ou um puxadão, ou um
departamento, ou um cartório do Palácio dos Bandeirantes, ela tem que romper
historicamente com isso, ela tem que colocar o PDL para ser votado.
É só isso o que
nós estamos pedindo ao presidente da Assembleia Legislativa, que ele
desvincule. Ele não é o governo, deputado Conte Lopes. O deputado Carlão
Pignatari não é o governo, ele é o presidente da Assembleia Legislativa, do
Poder Legislativo, do Parlamento Paulista. Ele tem que colocar porque a
Assembleia quer. São 53 deputados.
Para um PDL,
nós só precisamos de 48 deputados presentes aqui. Não vamos precisar, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, dos 94, nós vamos precisar apenas de 48 presentes
e 25 votos a favor desses quarenta e oito. Então nós já temos mais que o dobro
desses votos, com certeza, não tenho dúvidas.
Inclusive, na
hora em que pautar, todo mundo vai votar a favor. Nós vamos ter mais de 90
votos a favor do fim do confisco das aposentadorias. Então o que eu quero
deixar claro aqui, Sr. Presidente, e fazendo um apelo para que os deputados
cobrem da Presidência da Assembleia Legislativa, do Colégio de Líderes, que nós
possamos realmente ter, de fato, a independência e a autonomia do Poder Legislativo.
O Poder
Legislativo tem que atuar diferentemente do Palácio dos Bandeirantes. Chega de
ser um puxadinho, um puxadão, um departamento, um cartório. Nós podemos votar
sim o PDL 22 a qualquer momento, basta ser pautado. Eu estou aqui todos os dias,
de segunda à sexta-feira, preparado para essa votação. Vários deputados também.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado,
deputado Carlos Giannazi. Dando sequência à lista de oradores inscritos,
convido o deputado Conte Lopes para fazer uso da palavra pelo tempo regimental
de cinco minutos.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, também somos favoráveis ao PDL
22 do deputado Carlos Giannazi, porque sempre votamos favoráveis aos
funcionários públicos, nunca votamos contra.
Sempre votamos
contra o Doria nesta Casa inclusive, em defesa do funcionalismo público, dos
aposentados e pensionistas, então acho sim que deve ser colocado o PDL para
votação.
Eu queria
falar, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, sobre o projeto
aprovado ontem lá na Câmara Federal. O relator do projeto foi o Capitão
Derrite, do PL, do meu partido, que acaba com as saidinhas temporárias. Até que
enfim alguém fez alguma coisa. Até que enfim a Câmara dos Deputados está se
manifestando.
Por que tem que
ter saída temporária para criminoso, para bandido? Por que saída temporária?
Bandidos que matam o pai e a mãe, como aquela Suzanne qualquer negócio lá, todo
dia do pai e da mãe tem uma festa para ela, com a imprensa na hora em que ela
está saindo da cadeia. No dia dos pais e das mães, ela é beneficiada.
Então,
realmente, parabéns ao Capitão Derrite e aos demais deputados por este
trabalho: acabar com essa colher de chá para vagabundo. São sete saídas, 35 mil
bandidos que vão para a rua e 10% não voltam - 10% são 3.500, é bom colocar.
E os piores não
voltam. Realmente, isso é importante. O próprio governo Bolsonaro - que nós
temos que colocar aqui -, que já caiu e muito o auxílio-reclusão, que é um
outro salário.
O cara mata a gente, mata o parente da gente,
mata os amigos da gente em um assalto, em um roubo, e depois ele recebe um
salário por mês. Quer dizer, a família da vítima não recebe nada. Mas a do
ladrão... Veja que inversão de valores no Brasil.
Então, parabéns
ao Capitão Derrite e aos demais deputados que votaram favoravelmente a esse
projeto. Está na hora de acabar com essa colher de chá. Ladrão é ladrão. Ladrão tem que ficar na
cadeia. Ladrão é ladrão, não é para disputar eleição. Ladrão é ladrão, não é
para forçar a ir para a rua.
De vez em
quando eu vejo: “Ah, tem um candidato a deputado, deu a mão para o cara, o cara
era prefeito de Embu - sei lá de onde - Ah, já foi condenado, foi do...”.
Peraí, o cara é do PCC, foi condenado e está fazendo o quê? Agora, coitado do
outro candidato a governador, sei lá o que, se o cara vai dar a mão para ele,
não vai pedir o DVC do cara, né? Ninguém faz campanha na rua.
E a gente às
vezes vê nas redes sociais os policiais: “Como é que pode? Deu a mão para
o...”. Vai fazer o quê? Vai pedir o DVC para alguém? Se eu estiver em uma
feira, em uma rua, alguém vem me dar a mão, eu vou: “Peraí, deixa eu puxar o
seu DVC lá no Copom para ver se você não deve nada”. Aí é o fim da picada, né?
Mas é isso, vocês dão colher de chá para os vagabundos, eles ficam mandando.
Então,
felizmente estão fazendo alguma coisa. E como eu disse, no governo Bolsonaro,
já caiu em 50% esse salário-reclusão. E espero que acabe também. Se os parentes
da vítima não recebem nada, por que o parente do bandido tem que receber? É uma
baita de uma inversão de valores, né?
E agora vejo
também com tristeza que o ministro Barroso não aceitou os recursos dos
advogados dos policiais no caso Carandiru e manteve a punição e a pena. Veja
que absurdo. Depois de trinta e tantos anos, isso foi em 92. E outra, os
policiais cumpriam ordem do governador Fleury. Eles estavam em serviço, foram
mandados para a cadeia.
E depois eu fui
aqui participar de uma CPI, a que eu participei, quase que eu morro lá na
cadeia, que eu fui lá no pavilhão 9, fui cercado por dois mil presos - é, dois
mil, só naquele pavilhão onde morreram 111, tinham dois mil - gritando que iam
me matar. Me matar, não mataram, não sei por que também, né? Não me mataram,
porque não quiseram.
Mas eu fui lá
também como membro da CPI, não fui lá para desafiar ninguém, até acreditando
que os presos estavam todos presos lá no xadrez, até me xingarem. Mas não que
tivessem todos soltos como eu encontrei lá, que o diretor do presídio na época
liberou os presos todos, quase matou todos os deputados que estavam lá, alguns
que eu lembro até, o Elói Pietá, do PT, que estava junto com a gente lá. Então,
é o atual problema. É uma baita de inversão. Agora vão punir?
De toda forma,
ficam aqui meus cumprimentos ao Capitão Derrite e aos demais deputados. Pelo
menos estão fazendo alguma coisa contra o crime. E também ao presidente
Bolsonaro, que vai apoiar, sancionar esse projeto, que já veio do Senado, então
acredito que vai ser aprovado no Senado também, porque foi aprovado no Senado a
priori, então automaticamente deve ser aprovado. E ele deve sancionar, o
presidente.
Como eu disse,
já cortou em 50% aí esse salário-reclusão. Ladrão tem direito a salário? O cara
mata gente e tem um salário, recebe um salário de prêmio? Então, vamos ver se a
gente consegue mudar isso aí.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado,
deputado Conte Lopes. Continuando aqui na sequência da nossa lista suplementar
dos oradores inscrito para o Pequeno Expediente hoje, convido a deputada
Adriana Borgo para fazer uso da palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
A SRA. ADRIANA BORGO -
AGIR - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, muito feliz por estar novamente de
volta do recesso a esta Casa de Leis.
A
todos os meus amigos policiais militares, civis, a todos os funcionários da
Casa: muito obrigada por vocês existirem, por fazerem o nosso trabalho
acontecer dentro da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. E a todos os
meus colegas parlamentares, ao Conte Lopes; sempre uma honra encontrá-los.
Primeiro,
estou muito feliz pela aprovação do PR 11, que versa exatamente sobre os
funcionários desta Assembleia Legislativa. Parabéns a todos os deputados que
tiveram o bom senso de votar favorável à indenização das férias proporcionais.
Aliás,
funcionários desta Casa que dão o seu sangue, que passam de seus horários de
trabalho, que estão sempre prontos a servir a nós, parlamentares, e a fazer
esse sistema da Casa funcionar.
E
devem, sim, ser valorizados. E nós esperamos que em breve, com o novo governo,
nós possamos ter uma nova diretriz de valorização, não só para os funcionários,
mas também para os funcionários aqui da Alesp, que são quem faz a máquina
perfeita daqui funcionar. Então, parabéns pelo PR 11.
Eu
quero, hoje, mostrar aqui um pedido nosso que foi atendido na cidade de
Campinas, no Parque das Águas, um parque muito importante que estava
abandonado. E aí, através do nosso pedido, do nosso apoio, nós conseguimos que
começassem as obras de conserto, de revitalização de uma área tão nobre. E
agradeço ao prefeito Dário Saadi por ter sido sensível, e à Secretaria de Urbanismo,
também, por ter nos ouvido e nos atendido no nosso pedido.
Já
estamos em obra adiantada. Um parque que congrega não só o lazer da população,
mas que também tem o Museu Histórico da Água ali, da Sanasa. Fui criada nesse
lugar, onde cresci a minha infância toda. Então, para mim é uma honra poder
ajudar o meu bairro e a minha região.
E
também muito feliz, porque, das emendas - sabe, Conte Lopes - que o
“desgovernador” não paga para os deputados que não fazem parte da corriola,
saiu uma ambulância para o Lar dos Idosos São Vicente de Paulo, lá em Barra
Bonita.
Um
lar de idosos que cuida com muito carinho de todos os idosos que são
abandonados por familiares, que têm baixa renda, que não podem ter um lugar,
que não têm familiares ou cujos familiares jogam, né...
Isso
é muito comum, infelizmente. Então, nós tivemos o privilégio de poder
contemplar Barra Bonita, o Lar São Vicente de Paulo, com essa ambulância. É
muito pouco, perto do que um parlamentar pede e coloca aqui na Casa, mesmo
sendo leis importantes, projetos que iriam mudar não só a história do
funcionalismo público, mas também do estado de São Paulo, da Saúde, da
Educação.
E
também a gente fica aqui muito triste, porque são emendas que não são para mim,
que sou de um partido, não são para o Conte, que é de outro, não são para
nenhum outro deputado. Isso é para o povo.
Quando
você nega o pedido de um vereador, que está na ponta da linha; quando você nega
o pedido de um prefeito, que sabe a realidade de sua cidade, só porque eu sou
de um partido opositor ou porque eu não estou na máquina, não sou amiguinha,
ideologicamente falando, e defendo aqui a verdade, fica complicado, porque quem
sofre é o povo.
Então,
estou muito feliz. Tão pouquinho, Conte Lopes; uma ambulância. Mas é muito
significante para quem recebeu. Não posso deixar de dizer do meu apoio ao PDL
22, sobre essa aberração que é o desconto duplo da Previdência do aposentado.
E
aí hoje, eu estava lendo lá, pensando que ia ter alguma coisa, já que é época
eleitoral, que ia sinalizar algum aumento para a polícia, algum aumento para os
professores... Sei lá, a gente sempre acorda na esperança. E aí, Conte Lopes,
eu vi que o governo vai investir um milhão de reais em compra de 200 celulares
para os oficiais da Polícia Militar.
Que
legal; funcional para caramba. Eu acho que tem mesmo que comprar os celulares.
Mas por que não dar um aumento, um reajuste salarial digno? Por que não rever
um regulamento arcaico, o que não custa nada?
Por
que não se empenhar num plano de transferência, para voltar para próximo dos
seus lares os policiais que estão à distância, a quilômetros dos seus
familiares, de suas residências?
Por
que não pensar na Saúde? Nós estamos com problema com o repasse agora do Cruz
Azul para a Apas. Para quem não sabe, são as associações assistenciais de
Saúde, que precisam e sobrevivem para poder manter, mesmo com o familiar do
policial, o policial contribuindo, uma Saúde digna, e aí todos abandonados, sem
recurso. Está um caos total.
Então,
é triste. Acho que deve comprar celular mesmo, mas deve, primeiramente, buscar
a dignidade de todo profissional de Segurança
Pública e de todo funcionário público do estado de São
Paulo,
principalmente os aposentados, que pagam duas vezes pela Previdência, que é no
período que ele mais precisa, para comprar o seu remédio, para sobreviver, ele
tem ainda que ter esse desconto.
É
inaceitável. O PDL 22 já e PEC 06, por uma questão de justiça, pela
reintegração dos nossos profissionais de Segurança Pública, que foram demitidos e expulsos injustamente
pelo regulamento disciplinar, pelo administrativo das instituições, e
absolvidos em todas as esferas.
Muito
obrigada.
O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito
obrigado, deputada Adriana Borgo.
A SRA. ADRIANA BORGO - AGIR - Pela
ordem, Sr. Presidente. Peço o
levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - É
regimental o seu pedido. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de
lideranças, a Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.
Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 51 minutos.
* * *