10 DE AGOSTO DE 2022

75ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: LECI BRANDÃO, PAULO LULA FIORILO, ENIO LULA TATTO e CONTE LOPES

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - PAULO LULA FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - ENIO LULA TATTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

4 - PAULO LULA FIORILO

Assume a Presidência.

 

5 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - ENIO LULA TATTO

Assume a Presidência.

 

7 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

8 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

9 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

 

10 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

11 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

12 - TENENTE NASCIMENTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

13 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

14 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

15 - TENENTE NASCIMENTO

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

16 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

GRANDE EXPEDIENTE

17 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Tenente Nascimento).

 

18 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

19 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 11/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Leci Brandão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SR. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Oradores inscritos no Pequeno Expediente de 10 de agosto de 2022: deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo, tem V. Exa. o uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp ou que estão aqui na tribuna, volto aqui ao Pequeno Expediente com mais uma denúncia. Ontem eu aproveitei aqui para falar da Sabesp.

As terceirizadas estão atrasando o pagamento e benefícios e a Sabesp precisa tomar uma providência, porque são trabalhadores que necessitam dos seus salários e dos seus benefícios. Hoje trago uma outra denúncia da Cetesb. Impressionante esse Governo do Estado!

Os trabalhadores, Sra. Presidenta, conquistaram na Justiça o pagamento retroativo do reajuste de 2020 e 2021 e a Cetesb, com a anuência do Governo do Estado, recorreu. Natural, precisa recorrer, porque senão eles têm que responder na Justiça. Agora, o que não é natural?

Eles recorrem de uma decisão que poderia beneficiar trabalhadores e trabalhadoras, porque receberiam o retroativo de 2020 e 2021, mas pagam benefícios, bônus para a direção, altíssimos.

Então, eu vou aqui, Sra. Presidenta, aproveitar para fazer a leitura rápida do texto publicado pelo Sintaema, que é o sindicato da categoria, que traz essa denúncia ou essa indignação, porque me parece que pode ter e deve ter legalidade, mas tem uma imoralidade.

Na noite da última sexta-feira, dia 5, a direção da Cetesb, com anuência do governo do estado de São Paulo, recorreu da sentença que tinha sido favorável aos trabalhadores e trabalhadoras com relação ao pagamento dos retroativos dos reajustes de 2020 e 2021.

“Com esse governo são dois pesos e duas medidas. Com uma mão, ele se nega a pagar os retroativos para a categoria, e com a outra mão garante o pagamento de bônus elevadíssimos aos diretores da empresa”, denuncia a direção do Sintaema, ao lembrar que, a cerca de duas semanas, os trabalhadores e trabalhadoras da Cetesb foram surpreendidos quando tomaram conhecimento, através do Portal da Transparência, dos valores altíssimos recebidos pela maioria dos diretores da empresa, Sra. Presidente, valores brutos em torno de 130 mil.

Depois que esses valores vieram a público, várias versões circularam na categoria. Algumas diziam que foi um erro do Portal, outras que era um acúmulo de dividendos de vários anos, outras que era distribuição de dividendos, uma espécie de PPR, entre outras.

Esses altos valores recebidos por poucos causaram indignação em toda a categoria, uma vez que estamos tendo que brigar na Justiça para receber nossos atrasados referentes aos dissídios de 2020 e 2021, e a Cetesb, junto com o governo do estado de São Paulo, que recorreu da última decisão por considerar injusto os recebimentos desses valores, apesar de termos ganho em duas instâncias - afirmou a direção do sindicato.

Outra indignação é com relação ao pagamento da PPR, pois faz mais de três anos que nos foi tirado o direito de recebimento dessa participação, segundo a empresa, por falta de dinheiro para fazer essa distribuição, mas para distribuir mais de 130 mil para os diretores não faltou dinheiro.

Com relação ao plano de carreira, a direção do Sintaema destaca que a insatisfação é ainda maior, pois estávamos desde 2013 sem a aplicação do mesmo, e nesse ano de 2022, mesmo tendo sido aplicado, nem todos foram contemplados, pois cerca de 30% da categoria que tinha direito ficou de fora, e ainda aqueles que foram contemplados não receberam o retroativo do mês de outubro de 2021.

Outra ação que teremos que mover contra a Cetesb, sendo que a explicação da direção também é o caso da falta de dinheiro. Parece que falta dinheiro para os trabalhadores, mas não falta para pagar bônus para a direção.

O Sintaema considera que é imprescindível que os diretores e o governo do estado de São Paulo se manifestem e expliquem o porquê do recebimento desses valores tão altos, para uma empresa que, segundo informações dela própria, é dependente do governo.

Essa manifestação é uma forma de satisfação que deve ser dada tanto aos trabalhadores e trabalhadoras da Cetesb como para a população paulista em geral, que paga seus impostos e tem vivido tempos muito difíceis.

O sindicato ainda lamenta a decisão da Cetesb de entrar com recurso contra a decisão da Justiça, que decidiu em favor dos trabalhadores e trabalhadoras da Cetesb pelo pagamento dos direitos retroativos assegurados nos dissídios coletivos de 2020 e 2021. Mas a luta continua até que a categoria tenha todos os seus direitos atendidos.

Sra. Presidenta, eu aqui acho que há um problema grave, pode não ser ilegal, mas é imoral - e eu vou concluir - porque os trabalhadores e trabalhadoras, deputado Enio Tatto, não podem ficar sem os seus retroativos de 2020 e 2021, enquanto os diretores recebem bônus brutos de até 130 mil.

Então quero pedir aqui, Sra. Presidenta, que se encaminhe esse meu pronunciamento, a leitura do texto publicado pelo Sintaema, à direção da Cetesb solicitando informação e ao Sintaema.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada, deputado. É regimental. Seu pedido será encaminhado.

Seguindo a lista de oradores inscritos, deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)

Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)

Seguindo, agora, a Lista Suplementar, deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. Vossa Excelência tem o uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Obrigado, Sra. Presidente, deputada Leci Brandão. Gostaria de cumprimentar os funcionários da Casa e o deputado Paulo Fiorilo, que fez uso da palavra.

Sra. Presidente, eu subo à tribuna hoje para falar sobre uma secretaria muito importante no estado de São Paulo ou em qualquer local, prefeitura, União, que é a Secretaria da Assistência Social.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Paulo Lula Fiorilo.

 

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Quando uma pessoa se sente em dificuldade, com perda de emprego, está passando fome, perde a sua casa, é despejada, vem uma enchente e leva tudo o que possui, enfim, todos os problemas de uma família, do ser humano, quando ela procura a prefeitura, procura o Estado, procura a União, imediatamente é encaminhada para a Secretaria da Assistência Social.

A Secretaria da Assistência Social aqui em São Paulo é uma secretaria muito pouco valorizada, ou quase não valorizada. Ela é responsável por assuntos que mexem com a população como um todo. 

Por exemplo, o “Bom Prato” é de responsabilidade da Secretaria da Assistência Social, o “Leve Leite” também. Programas diversos relativos a todas as entidades, associações de bairro, prefeituras, todo o estado de São Paulo, todas as igrejas têm suas entidades e têm uma relação com a Secretaria da Assistência Social.

O que acontece no estado de São Paulo? Com o orçamento que está sendo executado neste ano, de mais de 286 bilhões, essa Secretaria tem apenas 0,46%, deputado Paulo Fiorilo, do orçamento. Não tem 0,5% do orçamento. 

E aí se reflete no atendimento à população mais carente, os moradores em situação de rua, isso se espalha principalmente na periferia, nos locais em que as pessoas mais recorrem à prefeitura.

Andando o estado de São Paulo, falando nas 30 audiências públicas que nós fizemos apareciam muitas reclamações. Aí a gente começa a debater que nós precisamos melhorar a participação da Secretaria da Assistência Social no orçamento.

Se você pegar aqui os deputados que mandam emendas para as entidades, para os municípios, de todos os partidos, da oposição e também da base do Governo, todos têm reclamação que as emendas que estão mais atrasadas são as da Assistência Social, assim como do Esporte e da Cultura, que é um problema enorme.

Então o estado de São Paulo tem um problema de gestão. A secretária foi trocada, mas continua com os mesmos problemas, deputada Leci Brandão. É uma dificuldade enorme em uma secretaria importante. É uma má-gestão, não funciona, está tudo atrasado, as emendas parlamentares. 

Você pede um convênio, você não tem respostas. Para você ter uma ideia, tiveram duas entidades de municípios diferentes que pediram para fazer um cadastro na Secretaria da Assistência Social para o “Leve Leite”. O litro de leite está oito, nove, dez reais, então, imagina, a população tem dificuldade para comprar um litro de leite.

Eu fiz dois pedidos, um de uma entidade de Embu das Artes. Eles falaram que não, porque lá já tinha cota máxima. Não entendi como que tem cota, se tem gente precisando do leite. Uma outra, aqui na Capital, eles atenderam, mas falaram que tinha apenas 50 litros de leite disponíveis, 25 litros para idosos e 25 litros para crianças.

Então a situação é essa. Uma população que faz um cadastro de 300, 400, às pessoas que precisam receber o “Leve Leite”, eles oferecem 50 litros, metade para idosos e metade para crianças. 

Então, é uma pasta que não funciona. Nós estamos em período eleitoral. Qualquer governador precisa corrigir esse erro, esse desmando do governo do PSDB no estado de São Paulo. 

Aumentar o orçamento na Secretaria da Assistência Social, tirar esses 0,46%; precisa elevar para 1%, 2 por cento. Porque é uma secretaria que mexe com a vida das pessoas. Num momento de desemprego, de tanta fome, da pandemia, essa secretaria é a mais procurada em todos os locais. 

Agora, se você não colocar dinheiro do orçamento, as entidades não fazem convênios, não vai ter Bom Prato, como a gente percebe. Tem um Bom Prato na zona sul... Na região do Grajaú e de Parelheiros tem apenas dois Bons Pratos. 

Agora vai inaugurar um, mas não inaugurou ainda, na região de Parelheiros. Na região do M’Boi Mirim, enorme, com tanta população, apenas um Bom Prato. E é um pedido que a gente ouve em todos os locais a que a gente vai. 

Então, candidatos nas eleições deste ano: aumentem, coloquem no seu plano de governo o orçamento para a Secretaria da Assistência Social, que é aquela secretaria que cuida do ser humano, das famílias, das pessoas que mais precisam aqui no estado de São Paulo. 

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Obrigado, deputado Enio Tatto. Próxima inscrita é a deputada Leci Brandão, que tem o tempo regimental no Pequeno Expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Exmo. Sr. Presidente, Paulo Fiorilo, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa TV Alesp.

Eu acho que todo mundo já sabe, já está cansado de saber que eu sou uma pessoa de religião de matriz africana. A minha fé está em Deus, nos orixás, nos santos e nos caboclos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Enio Lula Tatto.

 

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Eu sempre tive orgulho de professar essa religião, e digo isso em qualquer lugar a que eu vá. Está nas minhas músicas, nas minhas ações, como cidadã e como parlamentar. Eu nunca admiti que as religiões de matriz africana e as pessoas dessas religiões sofressem qualquer tipo de agressão, sem que eu me manifestasse diante disso.

Não será agora que ficarei calada, vendo a violência e o racismo que estão sendo praticados contra o candomblé, a umbanda e todas as religiões de tradições de matriz africana.

Ontem, aquela que ainda é chamada de primeira-dama compartilhou um vídeo contra o ex-presidente Lula, que associa as religiões africanas a trevas. Religião africana é treva. E diz o seguinte: “isso pode, né?”. O vídeo é de um encontro de Lula com ialorixás e babalorixás, que são pessoas ligadas às autoridades do candomblé.

Respondendo à pergunta da primeira-dama, eu quero dizer que sim, pode sim; que isso pode, porque isso é a nossa ancestralidade. É quem somos, é a cultura, é a expressão da religiosidade de quem construiu este país.

O que não pode é o oportunismo que vem sendo feito por aqueles que não respeitam as pessoas e praticam uma das maiores violências, uma das maiores violências contra o nosso povo, que é o racismo.

Mas o dia em que esse pesadelo vai acabar está próximo, se Deus quiser. Em breve, sairemos das trevas desse desgoverno genocida sob o qual estamos vivendo. Não posso admitir que as pessoas ofendam as religiões de matriz africana. Acho que tem que parar a perseguição, tem que acabar definitivamente com esse clima de ódio. A gente não aguenta mais.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO LULA TATTO - PT - Obrigado, nobre deputada Leci Brandão. Dando sequência aos oradores inscritos no Pequeno Expediente, nobre deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, assistindo ao último debate para os governadores em São Paulo, o primeiro debate, gozado, quando começa a campanha política, todo mundo vai apoiar a polícia.

Rodrigo Garcia, o que é Doria, usa as mesmas expressões que Doria: “Vai ser o melhor salário do Brasil, vai ter um departamento jurídico para proteger os policiais, os melhores escritórios de São Paulo farão a defesa dos policiais”.

É importante colocar, Sr. Presidente, que, quando eu era tenente da Rota, em 74, existiam advogados que nos defendiam em processos de enfrentamento com bandido. Hoje não tem mais, e o Rodrigo Garcia já veio prometendo isso de novo.

Inclusive o Rodrigo Garcia, que é Doria, que é PSDB, foi ao quartel da Rota e recebeu uma medalha junto com o presidente da Casa e o candidato a senador Márcio França. Ele recebeu uma medalha lá na Rota e falou o que o Doria falava: “Bandido comigo é no cemitério”. E o Garcia falou: “Apontou a arma para o polícia, é para atirar”.

Um tenente da Rota e dois cabos enfrentaram um bandido, um sequestrador armado com um fuzil, e esse sequestrador com um fuzil - não é com uma pistola - acabou morrendo em um entrevero com os policiais.

Só que a política de Segurança de Rodrigo Garcia, do general Campos, não conseguiu ver a hora em que o bandido foi baleado e alegou que os policiais taparam as câmeras quando atiraram no sequestrador com um fuzil.

Aí o Rodrigo Garcia, o general Campos e a política de Segurança pegaram um tenente e dois soldados e mandaram para a prisão. Não é preso no quartel para uma averiguação.

A gente não é contra averiguação. Não, pelo contrário, somos favoráveis, sempre respondemos processo. Se você está certo, se está errado, você vai responder. Não, mas mandaram os policiais para a cadeia.

Quer dizer, o Rodrigo Garcia nem esquentou a medalha que puseram no peito dele e já mandou um tenente e dois cabos para a cadeia, que enfrentaram um sequestrador, salvaram as pessoas sequestradas, e o sequestrador morreu com um fuzil na mão.

Como os policiais não são... Têm que filmar, eles são filmadores, sei lá o quê, cinegrafistas, como não filmaram, é simples: se não filmou, prende os policiais. Nem o princípio da dúvida existe na Segurança Pública.

Então é simplesmente discurso. O discurso do Rodrigo Garcia de hoje é o mesmo discurso do Doria, que depois foi embora e ninguém fala o nome dele. Ninguém fala que o Doria é PSDB e que o Doria criou o Rodrigo Garcia. Não é uma crítica. Iam pagar o maior salário, ia ter os melhores advogados, e foi lá na Rota receber uma medalha. Mudou, agora mudou.

“Bandido apontou a arma para o policial, o policial pode atirar”. O tenente e os dois cabos acreditaram e foram parar na cadeia. Cadeia. Foram para a cadeia, foram parar na cadeia. Não é preso no quartel para averiguação; foram para a cadeia, foram autuados em flagrante. Essa infelizmente é a situação.

 Nós não somos contrários ao uso de câmeras, essas coisas, mas isso aí teria que ser, como no mundo inteiro, para beneficiar o policial. Por exemplo, se uma diretora de escola, uma professora tem conhecimento de que um traficante está agindo próximo à escola dela, essa professora - ou essa diretora de escola, ou esse funcionário de escola - como vai falar para o policial, gravando, que o traficante está vendendo droga para os alunos na porta da escola, se ela vai ser gravada e vai ser morta depois, queimada viva? Então precisa ver a importância disso aí, né?

Agora a gente desconfia primeiro da polícia e depois vai desconfiar dos bandidos. Acabam ajudando os bandidos com essas próprias câmeras. Agora, as câmeras do jeito que são acabam só dificultando os bandidos. O coitado do cabo, um tenente e dois cabos  foram parar na cadeia. Dois dias depois que o Rodrigo Garcia foi lá e falou que, se levantou a arma, pode atirar. Eles acreditaram.

Eles acreditaram no Rodrigo Garcia, porque ele foi lá na Rota fazer uma pressão. Tipo: “mudou agora, o Doria morreu. O Doria está morto, agora é Rodrigo Garcia”. Não, não está morto. Doria está vivo, e Doria criou o Rodrigo Garcia, e Doria prometeu tudo para a Polícia, e não fez nada. Pelo contrário.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO LULA TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado Conte Lopes. Próxima oradora inscrita, nobre deputada Janaina Paschoal. Tem V. Exa. o tempo de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento as pessoas que nos acompanham, V. Exa., Sr. Presidente, colega Conte, aqui presente, os funcionários da Casa.

Queria primeiro trazer aqui o pleito de um cidadão, o Sr. Luciano Leins. Ele solicita, por e-mail, uma base permanente da Polícia Militar na região do complexo hospitalar do Hospital das Clínicas, ali na região do HC, do Icesp do Incor, do Emílio Ribas, devido, segundo as palavras dele, à periculosidade do local, seja para pacientes, seja para os profissionais de Saúde, dada a presença de muitos usuários de drogas.

Eu até não respondi essa mensagem, esse senhor mandou de novo, um pouco chateado, achando que eu teria desmerecido o pleito dele, mas a verdade é a seguinte. Hoje, no estado de São Paulo, nós vivemos uma realidade, sim, de mini-Cracolândias, em várias regiões. Já recebi reclamação ali da área da Mooca, da área do Brás, de outras áreas, da Capital, sobretudo, mas também algumas cidades do interior.

Tive a oportunidade de expedir ofícios em solenidades em que encontrei o Excelentíssimo Sr. Secretário da Segurança Pública. Disse a ele presencialmente que o problema que nós estamos vivenciando... e recebemos aqui na Casa, do nosso grupo interinstitucional, a presença do representante do policiamento ali da região do Centro, da Polícia Militar e da Polícia Civil.

Então, assim, nós estamos trabalhando. Não sou somente eu, têm outros colegas aqui na Casa preocupados com essa questão, mas, até em atendimento a essa solicitação, eu venho aqui a público pedir um olhar especial para a região ali do Hospital das Clínicas, que é uma região com passagem de inúmeras pessoas, para se tratarem, para trabalhar. Então, é realmente um pleito digno. Não que os demais pleitos de Segurança não sejam, mas, pela área específica ali, eu peço um olhar carinhoso.

Aliás, assim, o deputado Conte não me deixa mentir. Os e-mails que nós recebemos falando de insegurança têm se multiplicado nos últimos tempos. Eles têm se multiplicado, e eu espero que ninguém mais tenha em mente aquela ideia ultrapassada de que quem pede Segurança é a elite, porque durante muito tempo eu lutei dentro da Universidade de São Paulo contra a ideia de que a Segurança era algo contrário aos direitos, de que Segurança era pleito de elite.

Na verdade, eu nem digo que Segurança é um direito. Segurança é um pressuposto para o exercício dos demais direitos, direito à vida, direito à integridade física, direito à dignidade e liberdade sexual, direito ao patrimônio, por que não?

Na audiência pública que fizemos aqui na Casa alguns dias atrás, pessoas muito humildes, moradoras ali da região do Centro, noticiaram que com muito custo adquiriram um celular, o celular foi roubado. Depois, conseguiram adquirir outro celular, que foi furtado.

Pessoas humildes, que trabalham muito para conseguir seus bens. Pessoas moradoras dessas áreas, que são, na verdade, utilizadas como verdadeira a Faixa de Gaza pelo tráfico, que é o único beneficiado com essa situação toda que se espalha pela Capital, e - por que não? - pelo estado de São Paulo.

Então, fica aqui um pleito objetivo. Solicito, Excelência, que esta fala seja encaminhada ao Sr. Secretário da Segurança Pública, para que coloque uma base permanente da Polícia Militar ali na região do Hospital das Clínicas.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO LULA TATTO - PT - Obrigado, nobre deputada Janaina. É regimental o vosso pedido e será encaminhado.

Próximo orador inscrito no Pequeno Expediente, nobre deputado Gil Diniz. Tem a V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Conte Lopes, boa tarde aos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente, boa tarde aos assessores, policiais militares e civis, público aqui na galeria e quem nos acompanha pela Rede Alesp.

Presidente, volto aqui a esta tribuna após o nosso recesso parlamentar. É a primeira vez que subo à tribuna após o retorno dos trabalhos para prestar minhas condolências aos familiares do assessor parlamentar Antonio Fonseca, o famoso Manga, assessor do deputado Coronel Telhada que faleceu agora, durante o recesso.

Um dia antes de ele falecer, presidente Conte Lopes, esteve conosco em Jaguariúna, na noite anterior, e ali pude o cumprimentar e saudar. Infelizmente no dia posterior nós recebemos a notícia do falecimento do Manga.

Então deixo aqui as minhas homenagens ao amigo Antonio Fonseca, à sua família, ao Coronel Telhada e a toda a sua assessoria. O Manga era um grande amigo, literalmente. No tamanho e no tamanho do seu coração, ajudou muito na minha trajetória e sempre me estendeu a mão.

Mas presidente, eu venho aqui a esta tribuna só para colocar alguns pingos nos is quanto à questão da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Desde ontem, está acontecendo um verdadeiro massacre à figura da primeira-dama, dizendo que ela, movida por intolerância religiosa, ataca religiões de matrizes africanas. Mentira. Não é verdade.

O que a primeira-dama fez ontem foi, no seu Instagram, e não no seu Twitter, como a imprensa mentirosa colocou e vários publicizaram isso, potencializaram isso. Disseram que ela posta no seu Twitter e que o Twitter derrubou a conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Mentira, ela postou um vídeo em seus “stories” dizendo ali... Tinha nesse vídeo, realmente, algumas lideranças ali dessa determinada religião com o ex-presidiário, descondenado, Luiz Inácio.

E o que a primeira-dama diz, presidente? Ela diz o seguinte - isso na própria reportagem aqui que fala da conta dela no Twitter, que ela não tem conta, como eu disse -, ela escreve isso: “Isso pode, né? Eu falar de Deus não”.

Vejam só, aonde está a intolerância religiosa nessa pergunta que ela faz? E por que a primeira-dama faz esse questionamento? “Isso aqui pode, mas eu falar de Deus não pode”.

Por que ela pergunta isso? Porque dias atrás, senhores, ela resolveu, deputado Conte Lopes, na sua casa, na residência oficial do presidente da República, Palácio da Alvorada, em Brasília, ela resolveu, olha que absurdo, fazer uma vigília, passar a noite orando, passar a noite dobrando os joelhos e rezando pela nossa Nação, clamando a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo futuro deste País. Olhem que absurdo!

Virou chacota, a imprensa acabou com ela, esses que hoje a criticam por intolerância religiosa não deram um pio, não prestaram solidariedade à primeira-dama quando essa mulher foi vilipendiada em sua fé. Mais uma vez, deputado Conte Lopes, mais uma vez.

Quem não lembra quando o ministro André Mendonça, aprovado o seu nome para o STF, a primeira-dama ali orando, vibrando, orando em línguas. A mesma chacota foi feita com ela. Os mesmos veículos de desinformação a vilipendiaram, a humilharam.

Por quê? Porque isso é um ataque não só à primeira-dama, uma mulher de Deus, uma mulher correta, uma mulher que tem um trabalho social maravilhoso... Poucos neste país conseguem chegar aos pés dessa mulher.

Quem não se lembra, no primeiro dia de mandato do presidente Bolsonaro, seu marido, ela quebrando o protocolo e fazendo o seu discurso em libras para dar o exemplo?

Estava conosco ontem em um evento da Caixa Econômica Federal protegendo justamente as mulheres em vulnerabilidade social, mulheres que foram agredidas por seus maridos, meninas estupradas.

Então, senhores, eu venho a esta tribuna não só defender a primeira-dama - ela não precisa de defesa nenhuma da minha parte -, mas esclarecer aos deputados que é mentira: o Twitter não derrubou nenhuma conta da primeira-dama porque ela nunca teve conta no Twitter.

A única coisa que ela fez foi questionar: “Isso aqui pode? Essa profissão de fé pode? Eu falar de Deus e professar a minha fé, não pode? Por quê?”. O nome disso é hipocrisia e cristofobia. Um ataque constante à nossa fé, um ataque constante aos cristãos.

Nesse caso, à primeira-dama Michelle Bolsonaro, a quem me solidarizo aqui desta tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, porque é uma mulher correta, é uma mulher de Deus, é uma mulher que tem...

Por mais que ela discorde de alguém, nunca a vi levantar a voz para absolutamente ninguém. Mesmo professando a sua fé em Jesus Cristo, como eu professo, ela nunca discriminou nenhuma religião.

Então, faço aqui o esclarecimento, porque desde ontem essa mulher tem sido atacada pela grande mídia e ninguém coloca a realidade dos fatos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Com a palavra, a nobre deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. O tema que eu abordaria seria outro, mas dada a fala do colega Gil, só queria fazer uma ponderação, sempre respeitosa.

A dona Michelle, primeira-dama, tem todo o direito de fazer suas orações, como fez no palácio. Quando ela comemorou a indicação do ministro, eu mesma me manifestei favoravelmente ao direito dela de expressar a sua alegria, a sua gratidão a Deus na ritualística da sua fé.

Mas eu entendo, Gil, com todo o respeito, que, pela importância que ela tem no país - hoje, ouso dizer que ela é uma figura mais carismática do que o próprio presidente da República -, eu entendo que ela tem que tomar mais cuidado, com todo o respeito, porque são religiões que são muito discriminadas. (Fala fora do microfone.) Eu respeito, mas eu gostaria de pedir, como pedi ontem: é necessário.

Sabe por quê? Porque a dona Michelle é uma mulher muito querida, muito carismática, muito ouvida. (Fala fora do microfone.) Sim, mas o que eu quero dizer é o seguinte: ninguém a está atacando aqui.

Nós temos um momento muito delicado acontecendo, esse momento de eleição, um momento de polarização e um momento em que essas figuras de grandes lideranças...

Eu vejo na dona Michelle uma grande liderança. Muitas pessoas já estão falando na dona Michelle como sucessora do presidente em 2026, não sei se isso já chegou para você, mas eu já ouvi em vários grupos. Então, é uma liderança natural.

Nesse contexto, a responsabilidade é maior. Talvez ela não tenha consciência do tamanho da responsabilidade dela. Muitas das manifestações da primeira-dama em ambientes políticos são exageradamente religiosas. Então dentro de uma igreja, dentro de um culto, na sua casa, numa comemoração entre amigos, irmãos de fé, numa cerimônia, numa Assembleia, numa Câmara, tudo bem.

Mas em momento de lançamento de candidatura, em momento de quaisquer manifestações políticas, essa mistura não é adequada. E ontem a postagem da dona Michelle ofendeu muita gente, inclusive que apoia e vota no presidente. Não foi só a esquerda que se ofendeu.

Então eu quero aqui, com muito respeito e admiração que eu tenho pela primeira-dama como mulher, não como esposa do presidente, uma mulher de vanguarda que quebrou protocolos, fez discurso no dia da posse, tem causas que são delas, que não são emprestadas do presidente; são causas que são dela.

Então com esse respeito que eu tenho, eu já pedi aqui ontem e peço novamente: que tenha mais cuidado, porque o País é um país plural, entendeu? Eu sei, mas não pode misturar tanto política com religião, Gil. Não pode, desculpe. Hoje, na medida em que ela é a figura central da campanha do presidente da República, ela é uma figura política, ela é uma liderança.

Então quando ela coloca um vídeo... E eu não estou aqui criminalizando nem atacando; eu estou pedindo para ela ter mais cautela, porque com o tanto de admiradores, de seguidores que ela tem, quando ela põe um vídeo de certa forma conectando uma dada religião com algo demoníaco...

Ela disse: “Isso aqui pode”. Então eu entendo que haveria de ter mais cautela. É um pedido que eu faço, porque, por exemplo, eu fui a uma cerimônia na semana passada onde havia muitos militares. Um militar me chamou e falou: “Doutora, eu sou Bolsonaro, vou votar nele, mas às vezes eu fico um pouco assim porque eu também sou umbandista” - isso antes dessa polêmica.

Então o que eu estou querendo dizer aqui é que o presidente foi eleito por uma pluralidade e se ele vier a ser reeleito, será também por uma pluralidade. Então o País é um Estado laico.

Isso significa o quê? Que não é ateu, mas também não é confessional. Eles não podem ser o primeiro casal só do povo evangélico, que é muito nobre, que é muito respeitável, mas desculpe, está errado. Entendeu?

Então o que eu quero pedir é um pouco mais de cuidado e de consciência do tamanho que ela tem, entendeu? Ela é uma mulher hoje que tem mais liderança do que o próprio presidente da República.

É isso.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente. Eu gostaria de me reinscrever.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Com a palavra o nobre deputado Tenente Nascimento. O nobre deputado Gil Diniz está se reinscrevendo.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde a todos, presidente deputado Conte Lopes. Dirijo-me aqui ao plenário.

Gostaria aqui hoje de falar dos meus projetos, do que realmente continuamos apresentando, projetos importantes ainda, mesmo durante a questão aqui das eleições. Nós estamos em um momento importante, não delicado.

Nós estamos vivendo um momento importante da nossa Nação. Um momento democrático do Estado Democrático de Direito, que são as eleições. Acabamos de ouvir aqui a deputada Janaina, a qual faz a referência a nossa primeira-dama Michelle Bolsonaro, a qual... Cuidado. Cuidado de quê? Eu fico me indagando: cuidado de quê? Apenas ela fez uma frase: “Isso pode e isso não pode”, uma referência.

Não falou que aquela religião é imprópria ou que gosta ou que não gosta, porque o presidente da República é presidente de um País, de um Estado laico, dos cristãos; não está se referindo somente ao povo evangélico.

E toda vez que há uma referência da primeira-dama... Nós tivemos na última convenção um garoto de apenas 11 anos de idade que se dirigiu ao presidente. Aliás foi esse mesmo garoto que fez, cantou o Hino Nacional na convenção anterior de 2018, com sete anos.

Ele se dirigiu ao presidente pedindo permissão para cantar o Hino Nacional. E eu me espelho no presidente da República, e disse ao presidente da República: “Olha só, um versículo bíblico”... e foi, repercutiu por toda mídia social, e seguiu-se.

Então, o que é isso? “Ah, mas isso pode e isso não pode?” Então, mais uma vez a nossa primeira-dama está sendo pautada de uma situação em que não cometeu erro nenhum.

Pelo amor de Deus, gente, pelo amor de Deus! Vocês podem professar a sua religião, podem fazer o que vocês quiserem. O que não pode é você falar: “Estou aqui na religião, mas eu quero, eu sou a favor do aborto, eu sou contra a vida.”

Isso é que não pode acontecer. Ela apenas fez uma referência. Vamos respeitar. Quando você fala que ela hoje tem um destaque, tem um destaque, sim, porque nós temos um presidente da República e ao lado do presidente tem uma grande mulher.

Tem uma grande mulher, e a Bíblia é bem clara nisso. No Salmo 128, o verso 3 diz: “A tua mulher é como a videira frutífera ao lado da sua casa, nem na frente, nem atrás.”

Por que destacar, “ah, ela está mais importante que o presidente”. Não, o presidente da República, nosso presidente da República hoje tem a sua atuação porque tem uma grande mulher ao seu lado, uma mulher cristã que professa realmente a fé cristã para católicos, para todas as outras religiões.

Então, eu quero dizer a todos vocês que eu discordo plenamente. Cuidado com o que? Ela não pode se manifestar? Nós estamos num momento não delicado, mas num momento importante da nossa nação, que são as eleições, democracia.

Agora, apenas uma palavra é suficiente para fazerem chacotas, para fazerem indagações, para acusações. Então, eu quero dizer a todos vocês: “Michelle, o povo de Deus está ao seu lado.”

É cristão, é católico o nosso presidente, presidente Bolsonaro, o nosso povo está ao seu lado, e vamos, sim, para as eleições no Estado Democrático de Direito. Continuem fazendo as suas manifestações, manifestações que são de direito de todas as pessoas, mas não venham com a demagogia barata, porque “ah, é a Michelle”.

A Michelle tem um nome, não é só esposa do presidente. Ela se chama Michelle, uma grande mulher ao lado do presidente da República. Por isso chegamos até aqui, e vamos, com certeza, para as próximas eleições e vamos reeleger o presidente Bolsonaro e também Michelle.

O povo de Deus está ao seu lado, e não aceitamos, e não vamos aceitar, em hipótese alguma, essa questão, essas indagações, essas referências. Cuidado com o que, eu fico me perguntando, cuidado com o que? Ela tem, sim, que se manifestar e o direito importante de falar à nossa nação como primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não só apenas como primeira-dama.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Eu posso fazer uma comunicação, Sr. Presidente? Só para estabelecer um diálogo com o colega. É possível?

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Pode, é possível.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Deputado, eu faço a comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - No Pequeno Expediente não tem aparte.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - PARA COMUNICAÇÃO - Só comunicação então. Pode ser?

O que eu queria é que o senhor fizesse um exercício de reflexão. Vamos imaginar que nestas vindouras eleições um casal candomblecista ganhe a eleição. E amanhã a primeira-dama candomblecista faça uma postagem comparando religiões, e de alguma maneira colocando a sua religião do Candomblé como superior a, por exemplo, à religião Evangélica ou à religião Católica ou à religião Hinduísta. Qual seria o sentimento de Vossa Excelência?

Então, é nesse sentido. Ninguém aqui, eu jamais fiz chacota da dona Michelle.

Eu já defendi dona Michelle em várias situações, inclusive envolvendo a profissão de sua fé. Agora, como professora de Direito eu não posso deixar de observar que uma pessoa que tem liderança precisa ter mais cuidado do que outra que não tem.

Amanhã nós poderemos ter um casal de outra religião, e isso é da democracia, fazendo postagens comparativas, ou fazendo comícios completamente vinculando à religião própria deles e de um grupo significativo, talvez não majoritário, mas de um grupo, e quem não professa aquela fé vai se sentir excluído.

Então até quando o senhor fala “o povo de Deus”?

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Povo de Deus no geral, todo o povo de Deus, cristão, católico, aquelas que professam outras religiões.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Então, povo de Deus somos todos nós, entendeu? Acho que tem que ter cautela, não é a pessoa ficar cerceada de exercer a sua fé, de praticar a sua ritualística.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - No meu gabinete eu não posso, em algum momento, fazer uma oração?

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Não só pode como deve. Eu já convidei colegas pastores para orar no meu gabinete.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Exatamente. É a isso que nós estamos nos referindo.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Mas é nesse sentido. Veja bem, deputado...

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Agora, quando fala que no Palácio ela não pode em algum momento fazer oração.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Não, mas o senhor me ouviu falar isso? Deputado, o senhor me ouviu falar isso? Eu jamais falaria isso.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Não, estou falando só da questão de como se cometeu algum erro.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Só acho que tem que ter cautela porque nós somos plurais, entendeu? É nesse sentido. Não é com a reza, não é com oração, não é nada disso, é com comparações sinalizando que um é superior a outro. É nesse sentido que eu digo.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - São as indagações, não é? Obrigado, deputada. Realmente, este momento é importante para que a gente venha aqui para o diálogo, mas é importante sabermos que no Palácio, ou na Casa, nós já fomos lá, levamos pastores, recebeu outras autoridades religiosas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Michelle Bolsonaro, o povo de Deus está contigo.

Deus abençoe. Obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Próximo orador inscrito é o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV Assembleia, eu gostaria de repercutir pela tribuna da Assembleia Legislativa o resultado de uma pesquisa que foi feita em 28 países sobre as profissões mais confiáveis pela população, logicamente, desses 28 países, sobretudo do Brasil. O Brasil também entrou na pesquisa.

A pesquisa é a pesquisa global do Instituto Ipsos. Inclusive, essa pesquisa foi anunciada ontem nos jornais, na grande imprensa. Olhe só, Sr. Presidente, os professores, os profissionais da Educação foram os mais bem avaliados. Inclusive, o título é o seguinte: “Os professores são os trabalhadores nos quais os brasileiros mais confiam”.

Os professores disparados em primeiro lugar, profissionais da Educação, sobretudo quem exerce a carreira docente, mas todos os trabalhadores da área da Educação, Sr. Presidente. Então esse é um dado importante.

O segundo segmento que aparece também como extremamente confiável, isso no Brasil, são cientistas. Depois, em terceiro lugar, os médicos e, em quarto, os pesquisadores.

Então professores, cientistas, médicos e pesquisadores são os mais bem avaliados, mais confiáveis pelo povo brasileiro, pesquisa global do Instituto Ipsos feita em 28 países, Sr. Presidente.

Isso mostra, claramente, ao mesmo tempo, um abismo entre o que vem acontecendo no Brasil, principalmente neste governo do Bolsonaro, porque esses foram os setores mais atacados pelas hordas bolsonaristas, por esse governo protofascista brasileiro, que já iniciou o seu governo atacando os professores com o famigerado e já finado movimento “Escola sem Partido”, perseguindo professores, tentando impor a mordaça e a censura nas escolas públicas e privadas do Brasil, como fizeram os militares quando teve o sangrento e sanguinário golpe empresarial-militar de 1964.

Eles atacaram bastante também a Educação. Todas as áreas, mas a Educação foi uma área muito atingida pela política sanguinária do regime militar.

Depois tem aqui os cientistas. A ciência foi duramente atacada também, ao ponto de que o governo Bolsonaro defendia cloroquina, minha gente, para curar a Covid. Ele fez propaganda da cloroquina. Até hoje tem gente que faz ainda. É um governo anticiência o governo Bolsonaro. O governo aqui de São Paulo também, ele disfarça também, mas o governo Doria, por exemplo, extinguiu o Instituto Florestal, o Instituto Geológico, o Instituto de Botânica, foi um governo também contra a ciência.

Depois nós temos os médicos. Eu quero acreditar que eles estejam se referindo aqui também a todos os profissionais da Saúde, inclusive os profissionais da enfermagem, que agora tiveram uma vitória importante no Congresso Nacional, conseguiram aprovar o piso nacional da enfermagem. E depois os pesquisadores.

Então todas essas áreas, todos esses segmentos foram duramente atacados durante todo esse período pelo governo Bolsonaro, governo protofascista, que perseguiu e continua perseguindo no Orçamento, reduzindo os investimentos. As nossas universidades federais estão à míngua, quase fechando em todo o Brasil, os nossos institutos federais de Educação.

Vejam só os escândalos do MEC, o ministro foi demitido, o ministro envolvido em casos de corrupção. Teve negociação com barras de ouro, com lingotes de ouro no Ministério da Educação, pastor que andava armado no aeroporto, um absurdo, teve o ladrão da vacina, enfim.

Mas eu queria dizer que esse governo não representa aqui o povo brasileiro, porque o povo brasileiro gosta mesmo é de professores, de cientistas, de médicos e de pesquisadores. É o que diz a pesquisa, foram os mais bem avaliados. O povo brasileiro não acredita na cloroquina, o povo brasileiro acredita na vacina, na ciência, na medicina.

E eles também não acreditam nas milícias, eles - o povo brasileiro, eu digo - acreditam nos professores que estão nas escolas públicas e privadas no nosso Brasil, sobretudo aqueles que colocam em prática uma educação libertária, libertadora e emancipadora. Então queria fazer esse registro, Sr. Presidente. Esse é o Brasil que nós acreditamos, esse é o Brasil real.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, nobre deputado Tenente Nascimento.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental de dois minutos.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, o presidente, no Estado Democrático de Direito, Jair Messias Bolsonaro representa, sim, o povo brasileiro, porque foi eleito com 57 milhões de votos.

Aquele que se quer fazer representar, que vá às urnas, busque os 57 milhões de votos ou mais e aí seja eleito para que aí possa dizer que ele representa sim o povo brasileiro.

Eu queria pedir também, aproveitando a oportunidade, para que a última fala minha seja encaminhada, as notas taquigráficas, ao Palácio do Planalto, à senhora Michele Bolsonaro.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Será providenciado, nobre deputado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para uma breve comunicação, com a anuência do deputado Gil Diniz, que é o próximo orador.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Para o Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, não, é rápido, deputado. Vossa Excelência depois pode falar por meia hora aqui, que não tem ninguém para falar mais. É rápido, Sr. Presidente, só para comunicar que amanhã nós estaremos, às 10 horas da manhã, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP.

Nós estaremos em um grande evento cívico em defesa do Estado Democrático de Direito, em defesa, Sr. Presidente, da urna eletrônica, das eleições livres no Brasil, eleições que estão sendo ameaçadas pelo Bolsonaro e pelas suas hordas protofascistas. Há um chamamento aí para um discurso golpista, todos estão acompanhando isso, sobretudo para o dia 7 de setembro.

Mas a sociedade civil está organizada, e amanhã nós daremos uma verdadeira aula de cidadania, de mobilização e de organização em defesa do Estado Democrático de Direito. Nós estaremos com estudantes, professores, juristas. Os grandes juristas do Brasil estão assinando o manifesto; artistas, os vários setores da sociedade.

Sr. Presidente, a situação do Brasil é tão grave e a democracia está tão ameaçada no nosso país, que até mesmo a Fiesp está assinando um documento defendendo o Estado Democrático de Direito.

A Febraban, vários setores do próprio capital estão preocupados com o caos que o Brasil está vivendo na economia, na área social, na área ambiental, na área educacional. O Brasil está destruído. Então, até mesmo setores do capital, que davam sustentação ao Bolsonaro, abandonaram, falaram: “opa, não dá”.

Todos estão assinando ou esse manifesto ou manifestos semelhantes. E amanhã vai ser um ato cívico, um ato importante em defesa do Estado Democrático de Direito. E nós estaremos todos lá, no centro da cidade, no Largo de São Francisco, da USP; depois haverá, às 17 horas, uma grande manifestação na frente do MASP, na Avenida Paulista, também com esse teor.

Então, amanhã será um dia de grande mobilização, um marco histórico no Brasil, em defesa da democracia, da liberdade, Sr. Presidente. E sobretudo, só para concluir, não há Estado Democrático de Direito se não houver combate às injustiças e às desigualdades sociais e econômicas do nosso país.

Enquanto os aposentados continuarem confiscados, enquanto 33 milhões de pessoas continuarem passando fome no Brasil, não haverá Estado Democrático de Direito.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Encerrado o Pequeno Expediente, passamos ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Primeiro orador inscrito, nobre deputado Gil Diniz, no lugar do nobre deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o prazo regimental de 10 minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Mas só para também esclarecer aqui... O deputado Giannazi sai do plenário neste momento.

O deputado Giannazi vai amanhã a um ato pró-Lula. Sempre que o PT precisa, lá está o PSOL. Amanhã, lá no Largo de São Francisco, na Faculdade de Direito da USP, teremos não um ato pró-democracia.

Democracia, na boca dessa galera aí, é complicado. É um ato pró-Lula. E sempre que o PT precisa, lá está a sua costela, o PSOL. Nós sabemos aqui: o PSOL é uma costela do PT, ossos dos ossos, carne da carne do PT. Então, estarão lá.

E amanhã vai ser interessante: petistas e psolistas, tucanos também, com toda certeza, no Largo de São Francisco, defendendo um “descondenado”, defendendo um ex-presidiário que tiveram, Nascimento, que tirar de dentro de uma cela para disputar a eleição. Porque eles não têm mais quadros; acabaram os quadros da esquerda.

Então, tiraram o Lula de dentro da cadeia para disputar uma eleição. E obviamente colocaram o poste do PT aqui em São Paulo para disputar o governo, o Haddad, o Jaiminho, preguiçoso, que não gosta de trabalhar.

E presidente, volto aqui a esta tribuna só para continuar falando sobre a questão da intolerância religiosa. A deputada Janaina Paschoal, infelizmente, não está mais aqui. Entendo a posição dela, mas discordo veementemente da figura da primeira-dama, quando ela pede esse cuidado.

A primeira-dama sempre respeitou todas as religiões, toda e qualquer religião. Estão acusando a primeira-dama, neste momento, de racismo, deputado Nascimento. Estão criminalizando-a.

É interessante, deputado Conte Lopes, que o poste do Lula, o Haddad, pior prefeito da cidade de São Paulo, nosso futuro governador, pediu, no debate, para que você digitasse no Google: “pior prefeito da cidade de São Paulo”.

Procurem aí: vai sair o resultado “Fernando Haddad”. O poste do Lula vem a público, hoje, se referindo à primeira-dama, dizendo o seguinte: que jamais vai cometer intolerância religiosa contra ninguém.

É justamente esse cidadão, esse canalha... Canalha, Nascimento, sabe por quê? Porque ele se referiu, por exemplo, ao Edir Macedo, líder da Igreja Universal, como charlatão, como líder religioso charlatão.

E fez outras ofensas ao Edir Macedo, e foi condenado, na Justiça, a indenizar essa liderança religiosa. Sabe quando ele fez isso?  Quando ele era prefeito da cidade de São Paulo.

Um líder do Partido dos Trabalhadores. Sabia dessa, Nascimento? Você sabia dessa aqui, Conte? Olha a notícia, 01.07.2016, “Haddad veta projeto de lei que cria o Dia do Combate à Cristofobia em São Paulo”. Os vereadores em São Paulo criaram um Dia de Combate à Cristofobia, à fobia aos cristãos, os ataques aos cristãos.

Olha lá em Curitiba agora. Um vereador do PT invadindo uma igreja católica à luz do dia. Foi cassado duas vezes. A primeira recorreu, a juíza anulou a cassação. Foi cassado mais uma vez pela Câmara Municipal de Curitiba.

E vejam a explicação para o veto do Fernando Haddad, esse mesmo que veio hoje atacar a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ele diz o seguinte: “O projeto em questão, na verdade, estimula a separação entre religiões cristãs e outras religiões, além da população LGBT, prestando desserviço aos esforços que o conjunto do Município de São Paulo têm feito em prol da convivência pacífica com a pluralidade democrática”, justifica o poste do Lula, Fernando Haddad.

Continua: “É papel do Poder Público adotar providências de conscientização quanto ao combate à intolerância religiosa. Tanto é assim que consta no referido calendário de 2019 o “Dia de Combate à Intolerância Religiosa”, anualmente realizado em 21 de janeiro. Dessa forma, a proposta aprovada não contribui para o avanço do diálogo mais fraterno entre cristãos, população LGBT e demais religiões”, e continua aqui...

Ou seja, deputado Conte Lopes, sempre que é pró-cristão, lembro aqui, a maior parte do povo brasileiro. A primeira-dama é evangélica. Eu não sou evangélico. Eu não tenho procuração para falar por nenhum evangélico aqui, Tenente Nascimento, V. Exa. que é evangélico. Eu sou católico, mas é todo dia, todo dia esse ataque ao povo cristão.

Aí nós falamos “ao povo de Deus”: “ah, você não pode falar povo de Deus”. Ao povo de Deus. Eu reconheço Jesus Cristo como o meu senhor e o meu salvador. Eu tenho a Bíblia como regra de fé para minha vida. Eu tenho que falar isso dentro da minha casa? Não, eu falo publicamente, enquanto Deus me permitir.

Mas voltando aqui para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que está sendo covardemente atacada, sem defesa, por esses covardes. Olha aqui um tweet: “a dona Michelle Bolsonaro precisa ser lembrada que todos os brasileiros devem ter o direito de viver e expressar suas crenças religiosas livremente, sem medo de violência ou discriminação”. Ué, não vale para ela?

“Conduta da primeira-dama configura intolerância e crime de racismo”. Já querem colocar, Conte, crime de racismo na primeira-dama. Senhores, talvez vocês não saibam, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, nesse período que está nessa posição, desenvolveu uma doença autoimune.

Talvez vocês não saibam que a filha da primeira-dama Michelle Bolsonaro desenvolveu síndrome do pânico, deputado Conte Lopes. Síndrome do pânico. É uma família que diuturnamente é atacada, é ameaçada, deputado Nascimento, ameaçada de morte.

As pessoas fazem a cabeça do marido dela e colocam em uma bandeja. Isso é o quê? Isso é o quê? Aí ela vem na sua rede social, novamente, no seu Instagram, e posta: “Isso aqui pode, e eu falar de Deus não pode”, e configuram aí como ataque.

Digo aqui ao povo cristão, ao povo de Deus, que é eleitor também, e nessa eleição, senhores, lembrem-se, povo cristão, povo de Deus, que é maioria no Brasil, e, principalmente, no estado de São Paulo.

Lembrem-se desses que sobem aqui, a esta tribuna, para falar: “Primeira-dama, cuidado. Primeira-dama, não misture as coisas. Primeira-dama, não fale de Deus. Primeira-dama, olhe a sua posição”.

Eu digo aqui: primeira-dama, fale de Deus, dobre os joelhos, nos convide para dobrar os joelhos com a sua família, no Palácio, que nós iremos, como já fomos. Continue abençoando este País, continue pregando o evangelho.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Um aparte.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Aqueles que se posicionam contra a senhora, que sejam banidos da política nesta próxima eleição. Um aparte, deputado Nascimento.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Dentro da sua... Da sua... Podemos dizer assim, eu, como católico, se está apresentando, realmente, ao povo de Deus, respeitando as minorias.

Então, eu quero chamar aqui e dizer à nossa primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que não devemos nos calar. A senhora não deve se calar só porque alguns querem.

Eu quero ler um versículo aqui, Romanos 1:16, que diz: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, também do grego” e todos os outros. Então, dando referência, referendando a sua fala: Michelle, primeira-dama, você, continue nos abençoando, sim, porque, através do Planalto, abençoará a Nação.

A Bíblia é bem clara quando fala de abençoar a nação. Diz Abraão: “Abençoarei os que te abençoarem” e, aqueles que amaldiçoares, esses estão fora do projeto de Deus. Então, sim, continue falando, continue nos representando, continue falando a favor do povo de Deus.

Fora contra essa cristofobia. É muito fácil falar, mas ela não só fala como também age como uma verdadeira cristã, como uma verdadeira representante do povo de Deus, do povo cristão.

Muito obrigado, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado pelo aparte, Tenente Nascimento. Para finalizar, deputado Conte Lopes, esta minha fala, eu peço aqui à Bancada Evangélica, principalmente, mas a todos os cristãos desta Casa que assinem comigo aqui uma nota de apoio à primeira-dama, por essa mulher de fé, por essa mulher de Deus, por esse exemplo que ela nos dá com a sua vida, diariamente.

Nós não podemos nos calar. Os cristãos, católicos, evangélicos, os espíritas não podem se calar neste momento em que nossas igrejas estão sendo invadidas por políticos aí do Partido dos Trabalhadores. Nós não podemos.

Para finalizar, presidente, só lembro aqui que uma das nossas igrejas católicas aqui na cidade de São Paulo foi, há alguns anos, multada, Nascimento, em mais de... Se eu não me engano, mais de 20 mil reais.

Sabe por que essa igreja foi multada em mais de 20 mil reais? Porque os petistas aqui em São Paulo aprovaram uma lei de que o sino da igreja, Conte, só podia tocar por 60 segundos. Essa igreja foi multada em milhares de reais, porque o sino da igreja badalou por 75 segundos.

É isso que a gente está vivendo em São Paulo, neste momento. É isso que nós estamos vivendo no Brasil, neste momento. Então, a gente não pode maquiar esse tipo de coisa.

Você olha para a Parada LGBT, estão colocando ali um Jesus Cristo homossexual crucificado nessas paradas, deputado Nascimento. Dia a dia, quebrando as imagens católicas, colocando crucifixos no ânus desses militantes, e fazem isso ao arrepio da lei e com muitos aqui calados.

Enquanto Deus me permitir, estarei aqui, nesta tribuna, denunciando o que tem que ser denunciado e defendendo aquilo que tem que ser defendido. Não abro mão de arredar um só pé na defesa da minha fé, na defesa daquilo em que eu acredito.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Se houver acordo entre as lideranças, levantar a presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 14 minutos.

           

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