27 DE SETEMBRO DE 2022
105ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão. Discorre sobre o PDL
22/20, de sua autoria e pede apoio para revogação do Decreto 65.021/20. Exibe
vídeo de professora prestando apoio ao projeto. Comunica ação contra a
terceirização do setor de enfermagem no Iamspe. Comenta a irregularidade dos
contratos de professores categoria "O" e pede aprovação do PLC 24/15.
Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 28/09, à hora
regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
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- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Como não há oradores inscritos no dia
de hoje, - nós estamos com quórum, mas sem oradores inscritos - quero
aproveitar aqui a oportunidade, antes de levantar a sessão.
Primeiramente, dizer da nossa luta, da
mobilização para que seja colocado um fim no criminoso assalto e roubo às
aposentadorias e pensões dos aposentados do estado de São Paulo, que estão
sendo atacados na sua dignidade, na sua sobrevivência.
Nós temos duas lutas importantes: uma delas é
aqui dentro da Assembleia Legislativa,
pela aprovação do nosso PDL - do PDL que eu apresentei em 2020, o PDL 22 - que
revoga, que anula esse criminoso confisco editado no Decreto nº 65.021 de 2020,
no auge da pandemia. O ex-governador Doria/Rodrigo Garcia editou esse confisco,
penalizando mais de 600 mil aposentados e pensionistas, imediatamente eu
apresentei o PDL que o revoga.
O nosso PDL já está pronto para ser
votado: já passou por todas as comissões; já foi obstruído várias vezes, mas,
enfim, ele sobreviveu; já está em regime de urgência; e já tem o apoio de pelo
menos 53 deputados e deputadas, que assinaram o requerimento para que ele seja
pautado aqui no plenário e nós possamos derrubar, de fato, esse confisco.
Essa é uma luta importante aqui no
Parlamento Paulista, até porque foi a Assembleia
Legislativa que aprovou a reforma da Previdência, autorizando o
confisco. Então, nós queremos derrubar esse confisco, custe o que custar.
E tem uma outra mobilização importante
das entidades representativas do funcionalismo e com a ajuda, com a participação
muito especial e determinante também, das aposentadas e pensionistas que estão
organizadas em todo o estado através do Twitter, nas redes sociais.
Essas sim são as responsáveis pelo
posicionamento dos candidatos ao Governo do Estado, pois todos eles estão se
posicionando por conta dessa pressão e sendo obrigados, de uma forma ou de
outra, a se comprometer em pelo menos rever esse confisco. Nós defendemos a
revogação, a anulação - é isso que tem que ser feito imediatamente - não só de
uma parte, mas de todo o confisco, para todas as faixas salariais.
Então, quero saudar novamente as nossas
aposentadas e pensionistas que estão organizando o “tuitaço”, os famosos
“tuitaços”, que têm feito um movimento, um barulho num bom sentido, que até a
imprensa fala: “Elas são barulhentas, elas incomodam.” Incomodam; e vão
incomodar muito mais.
Eu queria dar voz a pelo menos uma
aposentada hoje aqui na tribuna da Assembleia
Legislativa, para ela representar exatamente tudo isso que estou
falando: como chega esse confisco lá na base, lá nos 600 mil aposentados e
pensionistas.
Nós estamos aqui com uma intervenção da
professora Marlene Luz Sabino de Freitas, de Ribeirão Preto, professora
aposentada da rede estadual, que está sendo duramente penalizada. E ela faz um apelo,
justamente para que se vote o PDL 22, que a Assembleia Legislativa cumpra o seu papel de fazer uma reparação,
de fazer justiça com os aposentados e pensionistas.
Vamos colocar aqui na tribuna a
Marlene.
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- É exibido o vídeo.
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Nós é que
agradecemos à Marlene Luz Sabino de Freitas, como eu disse, professora de
Ribeirão Preto, confiscada, assaltada, roubada pelo governo do PSDB, do
ex-governador Doria, pelo Decreto editado pelo governador Doria/Rodrigo Garcia.
E dizer também, tenho um informe muito
importante, que eu já dei, mas vou reforçar, que é em relação ao julgamento de
uma Adin no Supremo Tribunal Federal, que trata desse tema também, que coloca
em xeque, que questiona o confisco das aposentadorias para quem ganha abaixo do
teto do INSS.
O julgamento seria do dia 16 ao dia 23
agora, de setembro, e ele começou. Nós tivemos dois votos: um voto a favor e um
voto contra, um voto contra nós, contra os aposentados, contra os pensionistas,
autorizando o confisco, infelizmente, do Barroso, do ministro Barroso.
Mas um a favor, voto muito
interessante, do Edson Fachin, do ministro Edson Fachin. Só que no dia
seguinte, ou no mesmo dia, um ministro pediu vista do processo, e aí ele foi
suspenso. Ele estava sendo feito de forma online, então inclusive foi um
ministro aqui de São Paulo, o Lewandowski.
Ricardo Lewandowski pediu vista, então
foi interrompida a votação, o julgamento foi interrompido; então nós estamos
aguardando ele devolver para acompanhar novamente.
Eu estou tentando conversar com os
ministros. Conversei já, tive uma audiência com o ministro Toffoli, também aqui
de São Paulo, e uma outra audiência com o chefe de gabinete do ministro André
Mendonça, colocando a realidade para eles aqui do estado de São Paulo, o
sofrimento dos nossos aposentados.
Então esse é um informe importante para
que depois as pessoas acompanhem esse julgamento, que pode nos ajudar aqui em
São Paulo e ajudar os aposentados de todo o Brasil.
Por fim, eu queria também comunicar a
todos e a todas que eu entrei hoje no Ministério Público estadual com uma nova
representação contra o processo de terceirização da enfermagem no Iamspe. O
Iamspe, que está totalmente abandonado pelo Governo, sem financiamento.
O Governo não faz mais convênios com
clínicas, com Santas Casas, com hospitais regionais no interior, com
laboratórios, abandonando os servidores em todo o estado de São Paulo. Dos 645
municípios, só 173 têm algum tipo de atendimento. No mais, o servidor precisa
vir até São Paulo, no HSPE, aqui no Ibirapuera, que está superlotado também.
E eles estão terceirizando. O Governo
terceiriza tudo o que ele encontra pela frente. Então agora é a enfermagem que
já está terceirizada, que está sendo vítima de mais uma terceirização, e com
indícios de irregularidades, que nós estamos questionando e levantando na nossa
representação, sobretudo com essa empresa, que ganhou, é uma licitação.
Aliás, não teve; teve dispensa de
licitação, teve um pregão eletrônico. É muito confuso tudo isso. Essa empresa
Oscar, de serviço de saúde, que mudou de nome, ela tinha um outro nome, era
Assistenza Cuidados de Enfermagem Ltda.
Então tem alguma coisa no ar, que nós
estamos querendo investigar. O Ministério Público vai fazer isso, porque a
nossa representação está bem fundamentada, tem fortes indícios de
irregularidades, porque infelizmente o governo Doria e o governo Rodrigo
Garcia, que é a mesma coisa, João Doria e Rodrigo Garcia não têm diferença
nenhuma.
Eles estão destruindo, literalmente, o
Iamspe. As pessoas têm dificuldades de marcar uma consulta, de fazer um exame,
de pegar até um remédio, é difícil no Iamspe.
Estive lá hoje pela manhã, as pessoas
estavam reclamando que não conseguem marcar uma consulta. Uma senhora tentando
marcar uma consulta na ginecologia falou que está desde janeiro tentando e não
consegue. É porque não há mais financiamento, não há mais investimento do
governo estadual. O governo abandonou o financiamento do Iamspe.
Então,
nós vamos debater o Orçamento e nós vamos apresentar emendas obrigando o Estado
a exatamente investir no Iamspe. O Iamspe é do servidor público e tem que ter
investimento. Mas fica aqui o informe.
Nós
protocolamos hoje uma representação muito bem fundamentada com fortes indícios
de irregularidades nesse processo de destruição do Iamspe, de terceirização.
Depois eu vou dispor a nossa representação para todos os deputados e deputadas
para que eles leiam e possam acompanhar as investigações.
E
eu queria ainda aqui comentar, eu estou acompanhando aqui com muito cuidado a
situação dos professores categoria “O” do estado de São Paulo que estão sendo
vítimas aí de um terrorismo psicológico jamais visto, sendo ameaçados de
perderam os seus empregos.
São
90 mil professores categoria “O” contratados no estado de São Paulo, sendo que
40 mil podem ser prejudicados caso não haja a tomada de providências, porque os
contratos de 2018 e 2019 que vencem agora no dia 31 de dezembro devem ser
prorrogados.
Eu
tenho aqui o PLC nº 24, de 2015, que garante o fim das interrupções desses
contratos. É um projeto que foi construído em 2015 pelos professores categoria
“O”. E ele foi aprovado em todas as comissões e já está aqui em Regime de
Urgência para ser aprovado. Ele resolve essa situação, uma situação que expõe
todos os anos os professores categoria “O.
Era
para ter sido aprovado já há muito tempo, mas o governo boicota, o governo não
deixa aprovar esse projeto, porque ele quer precarizar. É um governo que não
realiza concurso público, por isso que tem 90 mil professores contratados de
forma precarizada.
Então,
nosso PLC está aqui exatamente pronto para ser votado a qualquer momento, basta
ser pautado. Está em regime de urgência, inclusive.
Queria
levantar esse aspecto da nossa luta, e ao mesmo tempo nós estamos exigindo que
o governo, se não vai aprovar o nosso, que encaminhe um projeto de lei para a
Assembleia Legislativa, prorrogando os contratos em caráter de extrema
urgência.
O
governo pode fazer isso a qualquer momento, como já foi obrigado a fazer em
outros momentos, porque senão nós vamos entrar no ano de 2023 sem pelo menos 40
mil professores na Rede Estadual. Isso seria um crime contra a educação, contra
os alunos e contra os professores também.
E
abertura imediata de concurso público. Mas não essa fake news que o governo
publicou no Diário Oficial, esse despacho autorizando ainda a abertura de um
edital. Mas no despacho disse que é para 2024 a chamada desses professores, não
é para 2023. Olha só o absurdo, para 2022 nada, para 2023 também nada, só 2024.
Então isso é fake news.
Então,
o governo tem que tomar as providências. Nós estamos preocupados com as
orientações dadas, que não são claras, que orienta os professores categoria “O”
a encerrarem os seus contratos antes do tempo, dizendo que essa é a solução.
Muitas
críticas, e com razão, ao famoso banco de talentos, que muitos professores
chamam do banco dos lamentos, quando os professores perdem a sua pontuação.
Então está tudo meio obscuro em relação a essas orientações.
Só
promessas, por enquanto, promessas antes da eleição, do ex-secretário que se
comporta muitas vezes como secretário, fazendo inclusive lives. Ontem eu vi –
passaram - eu fiquei chocado com uma live fake que ele fez totalmente fake,
dizendo coisas absurdas, porque ele foi secretário durante tanto tempo e agora
começa a criticar os ataques todos contra os servidores que ele ajudou a criar.
Um absurdo aquilo, não sei se alguém acredita no que ele disse.
Eu
fiquei chocado, porque ele nada fez. Ele disse que foi o que mais ajudou os
professores categoria “O”, que autorizou professor da categoria “O” a dar aulas
nas escolas PEI. É lógico, eles criaram duas mil escolas PEI totalmente
sucateadas, sem infraestrutura. Como? Tinha que ter mesmo professor da categoria
“O”, senão essas escolas não poderiam funcionar. Não é que ele foi bonzinho,
ele foi obrigado a autorizar o professor da categoria “O” na escola PEI, não
foi bondade.
Disse coisas absurdas, eu anotei. Disse
que vai lutar para o professor almoçar na escola, ter acesso à merenda. Eles
proibiram que o professor fizesse isso. Eu tenho aqui um projeto que autoriza,
o professor tem sim o direito de se alimentar junto com os alunos, na hora da
merenda, inclusive almoçando a merenda dos alunos. Isso é importante, muitas
redes permitem, isso é pedagógico. Ele nunca moveu uma palha para resolver essa
questão.
E tantas outras, falando que valoriza o
QAE, o QSE. Enfim, gente, são várias as incoerências que eu ouvi, assisti sobre
tudo isso. Mas é isso, o nosso projeto está pronto para ser votado, nós estamos
exigindo que o governo faça a prorrogação dos contratos de 2018 e 2019.
Nós não vamos deixar que nenhum
professor seja prejudicado, categoria “O”, precarizados pela Lei 1.093. Nós
defendemos a estabilidade desses professores, concurso de acesso, prorrogação
dos contratos e concurso público para efetivar os nossos professores. Muito
obrigado.
Não havendo mais oradores presentes,
antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 31
minutos.
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