25 DE NOVEMBRO DE 2022

140ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: JANAINA PASCHOAL

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência e abre a sessão. Cumprimenta o deputado estadual eleito, capitão Telhada, presente no plenário.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Lamenta ataques em escolas do Espírito Santo. Pede que as autoridades se atentem aos casos.

 

4 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

7 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 29/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Janaina Paschoal.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa tarde a todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Imediatamente, dou por aberto o Pequeno Expediente iniciando a leitura dos oradores inscritos e chamando à tribuna o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Janaina Paschoal.

Sigo na Presidência, não farei uso da palavra. Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

Vossa Excelência terá o prazo regimental de cinco minutos.

Aproveito para cumprimentar o deputado eleito capitão Telhada, que está nos dando a honra de sua presença.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, primeiramente cumprimento também o nosso colega agora, deputado Rafael Telhada, capitão, que vai assumir na próxima legislatura. Seja bem-vindo.

Sra. Presidente, eu quero informar a todos e a todas que estou ingressando com uma representação, com uma denúncia gravíssima no Ministério Público Estadual, e pretendo protocolar inclusive diretamente no gabinete do procurador-geral de Justiça, porque já fiz essa denúncia da tribuna uma vez, mas sou obrigado a retomar esse assunto, porque o que aconteceu em uma escola estadual de Ilha Comprida é muito grave.

Uma professora, uma colega nossa, professora da Rede Estadual de Ensino, uma professora concursada, que tem vários anos de serviços prestados à Educação Pública, foi novamente agredida na escola. É a segunda vez que essa professora, a professora Michele, é agredida por uma mãe de aluno que, por coincidência, é casada com um professor da mesma escola e que já ameaçou a professora.

Eu me refiro aqui à professora Michele de Sá Ramos Teixeira, que já tinha sido agredida fisicamente por essa mãe de aluno no mês de agosto. Eu fiz uma denúncia aqui pela tribuna da Assembleia Legislativa, entrei em contato com a diretoria de ensino de Miracatu, porque é a diretoria de ensino responsável por essa escola, que faz a supervisão da escola, e agora novamente essa professora, a professora Michele, que estava no seu trabalho, foi agredida fisicamente novamente pela mesma mãe de aluno.

E agora o que me deixou mais chocado é que a diretoria de ensino, através da Secretaria da Educação, ao invés de tomar uma atitude em relação à agressora, ao professor que está na escola, que é o marido, que já ameaçou também a professora Michele, a vítima foi punida.

A professora que foi agredida fisicamente duas vezes e ameaçada pelo professor esposo da pessoa que agrediu a professora Michele, a professora foi afastada da escola, foi transferida para uma outra escola em Iguape. Ela estava em Ilha Comprida.

Então transferiram a professora que foi vítima, agredida fisicamente. Foi fazer exame de corpo delito; nós temos fotos aqui mostrando a situação da professora. Essa professora foi punida porque ela foi agredida.

Olhe só a inversão dos valores. Isso é absurdo. É execrável uma atitude como essa. A diretoria de ensino tem que tomar providências imediatas e a Secretaria da Educação também. Primeiramente, em relação ao professor que ameaçou e é o marido, o esposo da mãe do aluno da escola que agrediu pela segunda vez. Gente, é demais.

Isso é inaceitável, é execrável, e nós exigimos providências imediatas em relação a isso, não punindo a professora com a transferência. A professora concursada, a professora que tem um trabalho sério na escola foi transferida para uma outra escola no município de Iguape. Olhe só a gravidade da situação.

Então, para a gente ver como que a violência contra a mulher é grave neste País e ninguém faz nada. A professora foi vítima de violência. Tudo bem, foi uma outra mulher que agrediu, mas me parece que com a complacência do professor, que não é investigado, não acontece nada com ele.

Ele já tinha ameaçado a professora. Não acontece nada com ele e a professora é transferida da sua escola. Então nós exigimos que a Secretaria da Educação tome providências imediatas e o Ministério Público também, porque aí já é caso de polícia. A polícia tem que investigar, tem boletim de ocorrência.

Logicamente a professora Michele fez um boletim de ocorrência. Agora, o que me chama a atenção é que é a segunda vez que isso está acontecendo na Escola Estadual Professora Judith Sant'Ana Diegues. Tem uma leniência; me parece que não querem investigar, não querem tomar uma atitude mais drástica.

Eu tenho informações que me foram passadas e que esse professor me parece que trabalha também na prefeitura, na administração; tem um cargo político lá do PSDB. Me parece que não querem mexer com o professor porque ele tem algum tipo de apoio. Não sei exatamente o que acontece.

O fato é que a escola não está tomando providências. A diretoria de ensino também toma... Eu falei com a dirigente hoje e ela nem foi prestar solidariedade à professora. É uma colega dela que foi agredida duas vezes. Não vi nenhum movimento da Secretaria da Educação em dar apoio à professora Michele.

Ao invés disso, eles puniram a professora Michele agredida: ela foi transferida da sua escola, do seu local de trabalho. Olhe só a gravidade da situação. Eu acho que lá em Ilha Comprida deve ser terra de ninguém. Não deve ter lei, não deve ter investigação. Alguma coisa muito grave está acontecendo nessa escola e nessa diretoria de ensino.

Então eu exijo que providências sejam tomadas imediatamente e gostaria, Sra. Presidente, que cópias do meu pronunciamento fossem encaminhadas primeiramente para o procurador-geral de Justiça, para o Ministério Público estadual, para que haja uma investigação séria.

Que cópias sejam endereçadas também à Secretaria Estadual da Educação, ao secretário estadual da Educação, e ao governador do estado de São Paulo para que as providências sejam tomadas imediatamente, para que a professora seja protegida e que ela volte ao seu local de trabalho.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Solicito à assessoria que faça os encaminhamentos conforme pleiteado pelo parlamentar da tribuna. E por falar em solidariedade, quero aqui em meu nome, em nome da Casa, externar solidariedade ao povo do Espírito Santo, às famílias.

Acabei de ver aqui que estranhamente escolas estão sendo atacadas no Espírito Santo no dia de hoje, já com três vítimas fatais, um aluno, duas professoras, onze pessoas, pelo menos, feridas.

Uma tristeza para todos nós, por um fato que, com a graça de Deus, não é comum em nosso País, mas um fato grave que precisa do olhar da sociedade e de todas as autoridades, não só do estado que está sofrendo com essa situação, mas de todos nós.

Sigo aqui com a lista dos oradores inscritos, chamando à tribuna o nobre deputado Coronel Telhada, que terá o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. Hoje, uma sexta-feira, dia 25 de novembro de 2022, quero saudar a deputada Janaina Paschoal, presidente dos trabalhos, deputado Carlos Giannazi aqui presente também.

Aliás, sempre estamos juntos aqui nesta missão de plenário. E hoje saudar o deputado eleito Capitão Telhada, meu filho, que também aqui está nos acompanhando vários dias da semana. Está estagiando, viu, Giannazi? Está estagiando com a gente aí, e vale a pena, porque nós somos oriundos de uma carreira, uma carreira militar, que difere muito da função política que ele vai exercer daqui para a frente. Ele está aqui comigo praticamente quase todos os dias conhecendo os deputados, conhecendo os trâmites da Casa. Capitão, seja bem-vindo, é um prazer receber o senhor aqui.

Não preciso dizer que desejo muito sucesso na missão como deputado estadual aqui por São Paulo. Pois bem, como disse, hoje é dia 25 de novembro, e hoje eu sou policial militar, todo mundo sabe disso, nunca neguei.

São 44 anos que se estarão completando agora em 29 de janeiro. E hoje, dia 25 de novembro, deputada Janaina, se completam 37 anos do meu primeiro tiroteio, e a senhora sabe que o primeiro tiroteio ninguém esquece, né? Pode por aí por favor, Vagner?

 

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- É exibida a imagem.

 

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Essa ocorrência, uma ocorrência que foi lá na região da Lapa, mais propriamente na antiga Rua Turiassu, hoje se chama Rua Palestra Itália, na Rua Turiassu antiga, dois mil e setenta e sete. Era um depósito, tem até a foto aí, onde quatro criminosos mantinham onze pessoas como reféns.

Naquela época, o armamento pesado eram escopetas, calibre 12, calibre vinte e oito. Nós estivemos lá. Eu era do tático móvel do 4º Batalhão aquela época, a minha equipe, o sargento Cláudio, o falecido e saudoso cabo Cláudio, o soldado Bosco. Estariam todos hoje aposentados, mas infelizmente já faleceram. E o sargento Júnior, também, que faz tempo que eu não vejo. Foi uma bela ocorrência.

Inclusive, fui condecorado na ocorrência com os demais policiais. Eu faço questão de trazê-la aqui para dizer que apesar da idade, apesar de já estarmos com mais de 60 anos, ainda estamos prontos para o combate aí, para a missão de defender a população.

Se a pátria nos chamar, nós saberemos honrar o nome do soldado brasileiro, como diz a canção da Escola de Oficiais. Falando em Polícia Militar, tenho aqui a lamentar a morte de um policial militar. Tem uma foto aí, Vagner?

 

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- É exibida a imagem.

 

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No Rio de Janeiro, na zona oeste, o Luis Carlos da Silva foi morto a tiros, na quarta-feira, na Comunidade Cavalo de Aço, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele entrou por engano na favela por causa do maldigo GPS, Waze, que acabou confundindo o caminho e esse cidadão, esse policial militar, acabou entrando no meio de uma favela e foi morto.

Luis Carlos da Silva, de 52 anos, deixou esposa e dois filhos órfãos devido ao seu falecimento, muito triste. Deixou um neto também, dois filhos, a mulher e um neto. Então meus sentimentos à família do subtenente da Polícia Militar Luis Carlos da Silva, de 52 anos, e a todos os colegas da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Faleceu também outro policial militar no estado do Rio de Janeiro, lá em Vigário Geral, Maycon Borges da Silva, de 38 anos. Ele estava na Polícia Militar desde 2011. Ele estava à paisana dentro de uma viatura descaracterizada. Acabou sendo abordado por criminosos e foi atacado a tiros, chegou a ser socorrido, mas infelizmente faleceu.

Então, os nossos sentimentos à família do cabo da Polícia Militar, Maycon Borges da Silva, de 38 anos. Deixou mulher. Sentimentos nossos à família dele e a todos os amigos e amigas da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Eu não posso aqui também me furtar de comentar a ocorrência - que a Janaina falou há pouco - no Espírito Santo. Ataque em escola deixa três mortos e 11 feridos em Aracruz, no Espírito Santo. Os disparos ocorreram na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e, também, em uma escola particular na mesma avenida.

Dois professores e um aluno foram mortos. Os disparos aconteceram por volta das 9 horas e 30 minutos, nessa escola Primo Bitti e numa escola particular, que ficam em Praia de Coqueiral, a 22km do centro da cidade.

A informação preliminar - segundo um policial militar que está no local – é de que um jovem seria o autor dos disparos, mas a identidade ainda não foi divulgada até essa notícia que chegou para nós.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o autor - ou seja, o criminoso - invadiu a escola estadual com uma pistola e fez vários disparos assim que entrou no estabelecimento de ensino. Depois, foi até a sala dos professores e fez novos disparos na unidade; dois professores foram mortos.

Na sequência, o atirador deixou o local em um carro e seguiu para uma escola particular, Centro Educacional Praia de Coqueiral, que fica na região. Nessa unidade, mais uma pessoa foi morta, que é um aluno. Após o segundo ataque, o atirador fugiu em um carro, e a polícia faz buscas na região.

Pelo que eu entendi, ele não foi ainda localizado, não foi preso. Dois professores e um aluno foram mortos, 11 pessoas baleadas e uma delas teve que ser resgatada de helicóptero ao hospital.

Pois bem, o que eu posso comentar dessa ocorrência. Primeiro, como policial: absurdo, criminoso, triste, imaginável uma situação dessa. Aqui vai um alerta: muita gente vai falar contra as armas. “Está vendo? Se não tivesse arma de fogo, isso não teria acontecido.” Isso é relativo.

Eu sou favorável ao porte de arma das pessoas, que as pessoas tenham o direito de defender. Existe uma máxima, deputada Janaina e deputado Capitão Telhada, que fala o seguinte: para parar um homem mau, armado, somente um homem bom, armado. Talvez se algum desses professores estivesse armado, se a escola tivesse uma guarda armada, ele nem tivesse tentado isso, ou teria sido abatido no seu intento.

“Vamos proibir armamento”, se ele estivesse com uma faca, ele teria feito a mesma desgraça, com uma barra de ferro. Enfim, armamento você pode escolher vários tipos de arma para praticar... com um caco de vidro, vários tipos de armas que você pode perpetrar um crime. Mas, realmente, é uma fatalidade. Eu deixo bem claro aqui que isso não depõe contra o uso de armas, mas sim pela necessidade de as pessoas poderem se defender.

Em contrapartida, vai aqui também uma crítica à Segurança; tanto municipal, estadual: falta de policiamento nas escolas; falta de apoio para os policiais poderem desempenhar os seus serviços; salários dignos. Tudo isso vem à tona agora. Três pessoas mortas, 11 pessoas feridas, um aluno morto - não fala a idade - mas infelizmente, uma fatalidade, uma coisa horrível de se acontecer, inadmissível.

Eu tenho um projeto nesta Casa, deputada Janaina, o Projeto de lei nº 507, de 2019, que falava justamente isso. Autorizava o Poder Executivo a proceder a instalação de câmeras com circuito interno de TV nas escolas públicas em todo o Estado.

Uma necessidade, ajuda na segurança. Talvez tivesse identificado o criminoso; talvez com as câmeras, se as escolas estivessem com a porta fechada, esse criminoso não tivesse ingressado ou tivesse evitado de praticar tal ato.

Enfim, quando nós fazemos um projeto - que todos os deputados fazem um projeto - é justamente com a intenção de ajudar da melhor maneira para que evite problemas, evite crimes em todas as áreas, no nosso caso específico, a área de Segurança Pública.

É uma fatalidade, uma tristeza. Três pessoas - dois professores e um aluno - perderem a vida dessa maneira estúpida, triste, mas é a realidade, existe pessoa louca, existe pessoa sem juízo, existem pessoas de mau caráter e precisamos estar atentos a isso.

E a Segurança é isso: acreditar que vai acontecer. Porque aquelas pessoas... “Isso é impossível, imagina isso nunca vai acontecer”, acontece. E quando acontece, vidas são perdidas, e nada consegue fazer com que essas vidas perdidas sejam retomadas.

É uma fatalidade, infelizmente, mas serve de alerta para todo o Brasil, para todo o mundo. Nós temos que estar atentos às nossas crianças, aos nossos jovens, aos nossos adultos, temos que estar atentos à segurança dos locais.

Aqui, por exemplo, temos os nossos policiais militares, policiais civis, que eu nem saudei hoje, mas fica a saudação agora, que cuidam desta Casa, mas seriam necessários nas escolas, nos prédios públicos, nas ruas, nas creches. Enfim, segurança é uma coisa primordial. E, quando ela falha, vidas são perdidas.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Importantíssima participação na tarde de hoje, com uma situação tão triste para todos nós.

Eu sigo com a lista dos oradores inscritos, chamando à tribuna o nobre deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.)

Encerrando a lista principal de oradores inscritos, abro a lista suplementar chamando à tribuna o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, de volta à tribuna hoje quero fazer mais uma denúncia em relação à não abertura de salas, ao não atendimento da demanda escolar. Esse não atendimento está sendo imposto pela Diretoria de Ensino Centro Sul aqui de São Paulo.

Eu me refiro à Escola Estadual Teruko Ueda Yamaguti, uma escola que fica na região do Sacomã. Essa escola tem demanda escolar, a escola está pedindo para que sejam abertas novas salas para atender a demanda, tanto no período diurno como no noturno, salas de Educação de Jovens e Adultos, sobretudo. Durante o dia, vagas no curso regular.

Tem demanda na escola, no entanto, mesmo com o pedido já feito pela direção da escola, mesmo com os apelos da comunidade escolar, eu fui acionado por pais de alunos dizendo que a Diretoria de Ensino Centro Sul não vai permitir a abertura de salas na Escola Estadual Teruko, uma escola na Capital. A escola tem salas ociosas, salas que podem acomodar a demanda escolar no ensino fundamental e no ensino médio.

É inconcebível que essa diretoria de ensino não autorize a abertura de salas havendo demanda escolar. Isso é um crime, porque o direito à Educação Básica é um direito fundamental, garantido pela nossa Constituição Federal, pela LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, a Lei 9.394/96, pela nossa Constituição Estadual, pelos planos de Educação, Plano Nacional da Educação, Plano Estadual da Educação.

Enfim, toda a legislação brasileira, sobretudo a legislação de ensino, garante o acesso, a permanência e a oferta da qualidade de ensino em escolas públicas para todas as crianças, para os jovens, inclusive para aos adultos que não tiveram a oportunidade de estudar na idade própria. Está tudo na lei, é um direito consagrado, um direito fundamental.

No entanto, a diretoria de ensino, que é um braço, uma representante da Seduc, da Secretaria da Educação do governo estadual, que tem a obrigação de ofertar as vagas, está boicotando, sabotando a abertura de salas na Escola Professora Teruko Ueda Yamaguti, uma escola que fica aqui perto, no Sacomã.

Um absurdo, na cidade de São Paulo, que tem várias crianças e adolescentes que não conseguem acessar uma vaga, nós sabemos disso. Agora, com a introdução desse programa PEI, a situação piorou ainda mais. Porque as escolas estão limitando o número de atendimentos de crianças.

Então eu quero, da tribuna da Assembleia Legislativa, acionar a Secretaria da Educação e o governador do Estado, no sentido de que as salas sejam abertas. Que toda a demanda apresentada pela direção da escola, pela comunidade escolar, seja atendida nessa escola, que tem salas ociosas, inclusive, que podem recepcionar essa demanda escolar.

Então aqui não é um pedido. É uma exigência. Porque, se o governo não atender a demanda, nós vamos tomar outras providências junto ao Ministério Público e junto ao Tribunal de Contas.

Ainda na área da Educação, eu quero trazer um assunto que eu já tinha debatido na tribuna da Assembleia Legislativa, de uma escola que eu já visitei. Eu falo da Escola Alarico Silveira, que é uma escola que fica na região da Barra Funda.

É uma escola que estava com problema estrutural. Uma parte da escola estava praticamente afundando. Eu visitei essa escola pouco antes da pandemia. E havia um encaminhamento de uma obra de uma reforma, para que a escola pudesse funcionar oferecendo segurança para os alunos.

Conversei com a comunidade escolar na ocasião. E tinha o encaminhamento de uma reforma. Acontece que até hoje a reforma não foi finalizada. Já estamos em 2022, e nada. É uma escola PEI, é uma escola do Programa de Ensino Integral, que o governo gosta de fazer propaganda. Mas, o que acontece?

Por conta dessa demora, passou toda a pandemia, e a reforma não foi feita. A escola não foi feita ainda. Então não está tendo aula presencial já há um bom tempo nessa escola. E o que acontece? As aulas continuam, online, mesmo depois da pandemia, porque a Secretaria da Educação, através da FDE, ainda não finalizou, ainda não realizou a obra.

Ao invés de, pelo menos, o governo alugar prédios naquela região, para acomodar essas crianças com aulas presenciais, buscar uma alternativa na proximidade. No próprio bairro e naquela região, tem muitas salas comerciais ociosas, que poderiam, provisoriamente, abrigar as aulas presenciais.

Não. O Estado está dando aulas online para esses alunos que já sofreram bastante na pandemia, com essas aulas online. E agora a proposta da Secretaria da Educação é transferir todos esses alunos, para o ano que vem, para uma escola na Casa Verde, num bairro distante, numa escola distante, que já é PEI também. Ou seja, eles querem fundir duas escolas PEI numa única escola. Aí não vai funcionar, nem uma, nem a outra.

Porque a escola que vai recepcionar esses alunos será prejudicada. E esses alunos que estarão, da Escola Alarico, também serão prejudicados. Eu conheço bem essa história. Eu acompanho várias escolas que passaram por isso, e estão passando, aqui no estado de São Paulo.

O transtorno é grande, há uma queda na aprendizagem, porque é impossível você ter duas escolas em apenas um prédio. Então você precariza ainda mais o que já está precarizado. Então nós exigimos que a secretaria agilize a reforma da Escola Alarico, na Barra Funda.

E, ao mesmo tempo, enquanto isso não for feito, que a Secretaria da Educação, através da Diretoria de Ensino, busque alternativas no próprio bairro, porque não tem sentido transferir alunos para uma região distante, para a Casa Verde. É muito longe. Então a exigência da comunidade é de que os alunos sejam acomodados, nesse período, com aulas presenciais na própria região.

O Estado tem recursos para isso. Tem todas as condições de atender os alunos na própria região da Barra Funda, no Centro. Mas, não transferir para um bairro distante. Talvez, até usar a estrutura da Secretaria da Educação, aquele prédio enorme que tem na Praça da República, levando os alunos através do transporte escolar. Lá dentro tem alguns espaços que poderiam abrigar. Porque lá, inclusive, já foi uma escola.

Então fica aqui a nossa sugestão. Mas que seja dada aula presencial para o aluno da Escola Alarico. E que ele não seja transferido para uma escola que já tem dificuldades de funcionamento, de infraestrutura, na verdade. Essa escola não pode recepcionar uma outra escola, ainda mais distante, uma outra comunidade escolar.

Por fim, Sra. Presidente, para terminar a minha intervenção no dia de hoje, eu quero aqui manifestar o meu total repúdio a duas notícias que nós recebemos agora pela imprensa. A primeira delas é em relação ao grupo de transição que o governador eleito, Tarcísio de Freitas, montou na área da Educação.

Como se já não bastasse ele trazer esse Renato Feder do Paraná, esse empresário que, segundo a revista “Isto É”, vende tudo, um milionário, um empresário que não tem nada a ver com Educação... Ele é secretário do estado do Paraná, onde militarizou escolas. Está privatizando 27 escolas agora, entregando para os empresários da Educação naquela região. Acabou com o quadro de apoio escolar das escolas, colocou todos os cargos em processo de extinção, não realiza concurso público, mas só contratações emergenciais, provisórias, temporárias, e ainda exige prova do professor.

Nós já fizemos várias denúncias em relação ao anúncio da sua nomeação, que infelizmente ele aceitou, e me parece que ele vem aqui para o Estado, para a Secretaria da Educação.

Ele já teve contratos aqui; com a sua empresa Multilaser, já teve contratos com o Governo do Estado. Essa Multilaser está numa ata de registro de preços aqui do estado de São Paulo, uma ata de aproximadamente 450 milhões de reais. Ele tem contrato com a União. Enfim, é um empresário.

O que ele vai fazer na Secretaria da Educação? Talvez esteja interessado em investir, gastar, ver como é que funciona o Orçamento de quase 50 bilhões de reais, que é o Orçamento previsto para o ano que vem, que nós estamos debatendo aqui na Assembleia Legislativa.

Mas, como se não bastasse isso, que já é muito grave, o grupo de transição - do qual, inclusive, ele faz parte - é constituído por privatistas, pessoas da iniciativa privada e que defendem a privatização da Educação e os convênios com essas fundações todas, e também por negacionistas.

Negacionistas ligados à mesma ideologia, à mesma vertente do Bolsonaro estão vindo para São Paulo. Eu fico imaginando na Segurança Pública, se ele não vai colocar um miliciano do Rio de Janeiro para ser o secretário de Segurança Pública aqui de São Paulo.

Mas ele está trazendo todo mundo de fora. Está trazendo um do Paraná, e agora ele montou uma equipe de transição na área da Educação só com pessoas privatistas e negacionistas. Inclusive, uma das pessoas pertence a esse grupo Escolas Abertas, que defendeu a volta às aulas no auge da pandemia.

As pessoas morrendo a granel, e esse movimento defendendo que tinha que abrir a escola, para que as pessoas morressem ainda mais, com mais contaminação. São os negacionistas, as pessoas que sabotaram o isolamento social.

E nós perdemos muitos professores; muitos profissionais da Educação morreram. Na rede pública de ensino e na rede particular também, nós ficamos de luto um tempão, porque nós perdemos muitos colegas.

Isso porque as aulas estavam suspensas. Eu fico imaginando se nós estivéssemos em aula; a situação seria muito mais grave. Mas esses negacionistas e esses privatistas... Não tem um representante da escola pública, não tem um professor da rede estadual de ensino participando do grupo de transição do Tarcísio. Nós temos a maior rede de ensino da América Latina, que é a rede estadual de ensino, com quase cinco mil escolas, quase quatro milhões de alunos, quase 300 mil servidores.

E essa rede, que é uma das maiores do mundo, do planeta, não foi contemplada. Não tem um único professor, um único representante da rede; só empresários, privatistas e negacionistas da vacina. Essa é a equipe de transição do Tarcísio.

Então, nós queremos repudiar, porque coisa boa não vem. Se essa gestão do “tucanistão”, do Rossieli, do Doria e do Rodrigo Garcia já foi um desastre total - eles arrebentaram a rede estadual de ensino -, eu fico imaginando o que vem pela frente.

Porque além de eles também privatizarem, que foi a prática do PSDB aqui - privatizar, terceirizar -, eles vão manter isso, talvez aprofundar essas privatizações, e ainda vão trazer a pauta negacionista.

As pessoas que defendem a cloroquina, que são contra vacina, são essas pessoas que estarão aqui no governo do Tarcísio de Freitas, então essa situação vai piorar ainda mais.

E também repudiar essa decisão que ele anunciou agora de fundir várias secretarias em uma supersecretaria. Isso é um absurdo, porque o PSDB já fez isso com uma secretaria importante e estratégica para a defesa do meio ambiente, que foi a própria Secretaria do Meio Ambiente, secretaria estadual.

O que fez o Doria? O Doria, que é um negacionista também do meio ambiente - disfarçado, porque tem um verniz de civilizado, mas não é -, fundiu a secretaria. Ele colocou, na verdade, a Secretaria do Meio Ambiente como uma secretaria subalterna à Secretaria de Infraestrutura, que é uma secretaria que tem mais recursos, que cuida das obras, enfim.

Então hoje como é que funciona? Hoje nós temos a Secretaria de Infraestrutura e do Meio Ambiente. A Secretaria do Meio Ambiente não passa, hoje, de uma “subsubsubsecretaria” dentro de uma secretaria maior, que é a Secretaria de Infraestrutura, justamente para diluir, para marginalizar a Secretaria do Meio Ambiente, o que já é grave. Nós denunciamos, acionamos a Justiça contra essa fusão.

Inclusive foi também nessa fusão que foram extintos o Instituto Florestal, o Instituto Geológico, o Instituto de Botânica, um dos maiores ataques ao meio ambiente. Nós estamos vivendo a privatização dos parques, das florestas, das cavernas, a tentativa de privatizar o Petar, os parques, as nossas estações ecológicas, todas sendo privatizadas e entregues para a iniciativa privada explorar comercialmente, inclusive plantando pinus e eucalipto para alimentar as empresas de celulose.

Inclusive eu fiz uma denúncia recentemente dizendo que o ex-governador Doria agora virou um representante, um lobista de uma dessas empresas, uma empresa asiática.

Ele é representante aqui no estado de São Paulo, e é muita coincidência esse processo de privatização para beneficiar a entrega das nossas florestas e estações ecológicas para essas empresas privadas que vão administrar esses espaços públicos ambientais.

Mas o que vai acontecer agora? O governador eleito, Tarcísio de Freitas, vai fundir essas duas secretarias que eu citei, Meio Ambiente e Infraestrutura, na Secretaria de Transporte e Logística, ou seja, vai ser uma supersecretaria - Logística, Infraestrutura, Transporte e Meio Ambiente. O que o meio ambiente vai fazer no meio dessas três secretarias? Nada, é justamente para desmontar.

Aquilo que o Bolsonaro fez com o Ibama, com o Instituto Chico Mendes, com os órgãos fiscalizadores, com a Funai, nessa área ambiental, e com a questão indígena - e fez abertamente, porque ele é um negacionista convicto, um destruidor convicto da natureza -, aqui o Tarcísio está fazendo de uma forma disfarçada.

O Doria já tinha começado, começou isso, e agora o Tarcísio vai intensificar ainda mais, escanteando e marginalizando ainda mais a Secretaria do Meio Ambiente, responsável pela defesa ambiental.

E ele vai fazer isso em plena crise climática mundial, do Brasil e do estado de São Paulo, um estado que está sendo assolado por queimadas, por incêndios florestais, por tempestades de areia no interior paulista.

A todo momento nós estamos assistindo a essas tempestades em várias regiões do Estado, que têm a ver com a crise climática do nosso Estado. A secretaria, que tem como função básica combater essa crise climática - aqui nós temos a crise hídrica do estado de São Paulo -, vai ficar mais marginalizada ainda do que é.

Isso mostra que esse governo do Tarcísio não tem nenhum compromisso com o meio ambiente. Só falta ele nomear o Ricardo Salles para ser o secretário dessa supersecretaria, ele que já foi condenado aqui em São Paulo.

Ele já foi secretário e foi condenado, responde processo também, é investigado por ligação com o tráfico ilegal de madeiras. Ele é acusado por ajudar a destruir a floresta amazônica, tanto é que teve que sair do ministério porque estava sendo investigado e comprometendo o governo.

Então eu queria repudiar veementemente também a criação dessa supersecretaria, que vai, literalmente, acabar com a importância e neutralizar o trabalho da Secretaria do Meio Ambiente. Era isso, Sra. Presidente.

Havendo acordo entre as lideranças, e não havendo mais nenhum orador na tribuna, eu solicito o levantamento desta sessão, sem antes, Sra. Deputada Janaina Paschoal, presidente desta sessão, fazer mais um pedido à Assembleia Legislativa, não posso me esquecer disso, porque isso é fundamental.

É uma das nossas principais lutas hoje aqui na Alesp. É a aprovação da nossa Emenda nº 1. Apresentei a Emenda nº 1 ao Orçamento de 2023, que vai ser debatido. Ainda não tem o relator. Haverá um debate até meados de dezembro, para que o Orçamento de 2003 seja aprovado, mas eu apresentei a primeira emenda desse Orçamento.

A minha, é a nº 1, que reserva recursos para a devolução dos valores confiscados durante o período do confisco, que foi de 2020 até... Vai ter confisco até o final do ano, porque nós aprovamos a lei acabando com o confisco de janeiro de 2023 em diante.

Mas tem que devolver esse dinheiro porque esse confisco é ilegal. Então, nós queremos a devolução. Então, a Emenda nº 1 que eu apresentei ao Orçamento, ao projeto de lei do Orçamento, ela reserva uma dotação orçamentária para a devolução, e também o PLC que eu apresentei já em 2021, lá atrás, bem no começo da nossa luta contra o confisco, o PLC nº 1, de 2021, ele também autoriza, obriga o Estado a devolver esses recursos.

Então, é um apelo que eu faço à Assembleia Legislativa, para que nós possamos aqui fazer justiça, e uma reparação aos aposentados e pensionistas que foram confiscados durante todo esse tempo, de 2020 até...

E que continuarão sendo confiscados até o final do ano. Inclusive, até o próprio 13º será confiscado dos aposentados e pensionistas, o que é um absurdo. Mas, enfim, tem que devolver esse dinheiro. Então, a Emenda nº 1, eu peço apoio, à Lei Orçamentária, e o nosso PLC nº 1, de 2001.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de terça-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão ordinária da última quarta-feira.

Esclareço a quem nos acompanha, que na segunda-feira não teremos expediente, em virtude do jogo do Brasil, às 13 horas. Então, houve uma decisão, que foi votada aqui no plenário, no sentido de não termos trabalhos nos dias de jogos do Brasil.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, um excelente final de semana a todos.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 48 minutos.

 

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