3 DE MARÇO DE 2023
20ª SESSÃO ORDINÁRIA
DO PERÍODO ADICIONAL
Presidência: JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Tece comentários ao pronunciamento do
deputado Carlos Giannazi sobre a decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal
quanto à liberdade de cátedra.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por
acordo de lideranças.
6 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do período adicional do dia 06/03, à hora
regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a
Presidência e abre a sessão a Sra. Janaina Paschoal.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
A
SRA. - PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa tarde a
todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Imediatamente dou por aberto o Pequeno
Expediente. Iniciando a leitura da lista dos oradores inscritos, chamo à
tribuna a nobre deputada Daniela Braga. (Pausa.) Deputado Dr.
Jorge do Carmo (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Edson Giriboni. (Pausa.)
Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Leci
Brandão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Dr. Raul. (Pausa.)
Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V.
Exa. tem o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, quero aqui anunciar que nós estamos, nosso mandato
está acionando o Ministério Público Estadual e também nós enviaremos a cópia de
uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra a perseguição, o assédio que
foi imposto a uma professora da rede municipal de Guaratinguetá.
Essa
professora, que em 2021 estava fazendo um trabalho com os seus alunos, um
trabalho interdisciplinar, com outros professores também, foi vítima de
perseguição desse famigerado e já sepultado Movimento Escola sem Partido.
Inclusive esse
movimento já foi rejeitado pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que já julgou
várias leis municipais em relação a esse tema, e confirmando ainda... Ministros
confirmaram que a escola tem a obrigação de desenvolver o senso crítico dos
alunos, formar os alunos para o pleno exercício da cidadania.
As escolas são
obrigadas a trabalhar a questão do racismo estrutural, do combate à homofobia,
do combate ao machismo, à violência contra as mulheres... Isso já está
decidido, está na LDB inclusive.
No entanto, a
professora Carolina Aparecida Escobar Baesso foi
vítima desse tipo de perseguição, uma perseguição covarde, da própria
Secretaria da Educação Municipal.
A secretaria
abriu um processo contra essa professora porque um pai bolsonarista da cidade
reclamou do comportamento da professora e depois voltou atrás. Mesmo assim a
Secretaria Municipal de Educação, a secretária Elisabeth Sampaio abriu uma
sindicância contra a professora e a puniu.
A professora
Carolina Aparecida Escobar Baesso, que deveria agora
estar dando aula para os seus alunos, está suspensa de suas atividades do dia
primeiro até o dia sete de março - olha só o absurdo.
Ou seja, essa
secretária da Educação está afrontando a legislação, afrontando a decisão do
Supremo Tribunal Federal, que já julgou isso, já está pacificado, e nós vamos
encaminhar a cópia dessa denúncia ao Supremo, aos ministros do Supremo, ao
Ministério Público de São Paulo, ao Geduc, para que providências sejam tomadas.
Espero que o prefeito da cidade tome alguma atitude, suspendendo, cancelando
essa punição e fazendo uma homenagem à professora.
A professora
faz um trabalho crítico com seus alunos, um trabalho de uma educação
emancipadora, libertadora. Ninguém nunca teve uma reclamação contra a
professora Carolina; professora exemplar, nunca teve advertência. É
perseguição, é assédio. E sem dúvida com ligações a esse processo de extrema
direita, porque me parece que o pai é um bolsonarista na cidade. Isso aconteceu
lá atrás.
Mas olha, eu
queria dizer o seguinte: nós vamos tomar providências. Essa secretária da
Educação vai ter que responder ao Ministério Público por essa punição, por essa
perseguição covarde, nefasta, perversa e sádica contra a professora Carolina
Aparecida Escobar Baesso.
E peço, logicamente,
para que cópias do meu pronunciamento já sejam enviadas ao prefeito da cidade
de Guaratinguetá e também ao Ministério Público Estadual, ao Geduc. Para que o
Geduc tome as providências cabíveis em relação a esse caso e puna, com todo o
rigor da lei, as pessoas envolvidas nessa perseguição, nessa punição asquerosa
e covarde contra uma educadora, uma professora que estava cumprindo o seu
dever, estava cumprindo o projeto pedagógico da escola – olha só, um absurdo –
dentro dos parâmetros da LDB, que traz a garantia da liberdade de aprender e
ensinar.
Esse debate já
foi superado há muito tempo; esse movimento, essa ideia já está morta hoje no
Brasil, não prosperou. É da era do bolsonarismo, da extrema direita
nazifascista que se apoderou, por um tempo, da máquina estatal no Brasil.
Mas agora
perdeu força. Então, que as medidas sejam tomadas imediatamente contra essa
decisão da prefeitura de punir a professora Carolina Aparecida Escobar Baesso. E que ela seja homenageada, condecorada pela
cidade.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Solicito que a fala do deputado seja encaminhada ao
Sr. Prefeito de Guaratinguetá.
Acerca do tema, como desconheço o teor,
vamos dizer assim, da queixa do pai e da fala da professora, e até do próprio
procedimento, do processo – eu não sei exatamente o que foi que aconteceu no
âmbito da cidade – quero aqui dizer que sou uma defensora da liberdade dos
professores em sala de aula. Mas temos que tomar cuidado com generalizações.
O que o Supremo disse, com todo o
respeito ao Sr. Deputado, é que os professores não podem ser cerceados em sala
de aula, não podem ser vítimas de censura. E obviamente o ambiente acadêmico é,
e deve ser, plural em todas as esferas. Mas isso também não retira das famílias
o direito de eventualmente questionar.
Eu vou dar um exemplo, aqui, que
aconteceu no meu gabinete: eu recebi uma família que entendeu que houve um
excesso em sala de aula quando os professores, por exemplo, deram uma aula
enaltecendo, ou discutindo com muito detalhe, a masturbação. Então, nós temos
que defender a liberdade dos professores, obviamente, mas as famílias também
têm direito e, ouso dizer, até o dever de participar da elaboração, da
construção do processo de educação dos seus filhos.
Então, quero só fazer esse registro
aqui. Como não conheço o caso, nem o que foi dito pela Sra. Professora nem o
que foi reclamado pelo Sr. Pai – eu não sei nem o teor do procedimento – então
reitero aqui que a liberdade de cátedra é importante numa democracia, mas as
famílias também têm que ter o direito à manifestação preservado.
Seguindo aqui com a lista dos oradores
inscritos, chamo à tribuna o nobre deputado Conte Lopes. (Pausa.) Nobre
deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Nobre deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.)
Nobre deputada Professora Bebel. (Pausa.) Nobre deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Com isso encerro a lista principal de oradores inscritos no
Pequeno Expediente, abrindo imediatamente a Lista Suplementar e chamando à
tribuna o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) E novamente deputado Carlos
Giannazi, pelo prazo regimental de cinco minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, hoje saiu uma
publicação no site do “Estadão”, que quero mostrar aqui. Trata-se de uma
denúncia que eu tenho feito aqui exaustivamente desde praticamente 2019, quando
foi apresentado o famigerado projeto de lei do Doria, o 529, que colocou em
extinção, que extinguiu, na prática, a Sucen e os institutos Florestal, de
Botânica e Geológico.
Essa matéria está falando de um caso
gravíssimo que é o da Sucen, vou mostrar aqui a capa. “Extinção em São Paulo
trava estudos e atrapalha ações de combate a epidemias”, o que eu disse desde
2019. Para quem não sabe, a Sucen é a Superintendência de Controle de Endemias
no estado de São Paulo.
Ela sempre teve um papel importante no
combate, dando suporte sobretudo para os municípios que não têm condições de
fazer esse controle, que é uma boa parte dos nossos municípios do estado de São
Paulo.
No entanto, aquele famigerado
projeto... Eu votei contra, militei contra, então não tenho minha digital na
aprovação da extinção da Sucen, mas olhem o que está acontecendo agora. Nós
estamos tendo o aumento de malária no estado de São Paulo, o aumento da dengue,
da Zika, de várias endemias que estavam controladas no nosso Estado.
Olhem só o retrocesso dessa decisão da
Assembleia Legislativa de aprovar aquele Projeto 529, que era um projeto cheio
de maldades, cheio de ataques. Queria extinguir até mesmo o Oncocentro, um
absurdo total.
Houve resistência, algumas coisas foram
retiradas, mas boa parte ficou, e uma delas foi a Sucen. Eu dizia, na época,
que era uma insensatez, era um crime acabar com a Sucen, com uma
superintendência, um órgão do SUS, do Sistema Único de Saúde, em plena
pandemia.
Nós estávamos na pandemia, as pessoas
morrendo, e o Doria fez toda a pressão. A Assembleia Legislativa aprovou o projeto,
e nós perdemos praticamente a Sucen, ela foi totalmente diluída.
Agora, a repercussão: “Extinção de
órgão em São Paulo trava estudos e atrapalha ações de combate às epidemias” no
estado de São Paulo. É o povo que está pagando por essa ação do governo, do
ex-governador Doria e da Assembleia Legislativa de São Paulo. E também eu
registro sempre aqui a extinção dos institutos de pesquisa em plena crise
ambiental, emergência climática.
O Doria foi tão criminoso quanto o
Bolsonaro no ataque ao meio ambiente, porque ele extinguiu, nesse mesmo
projeto, o Instituto Florestal, o Instituto Geológico - que cumpre um papel,
cumpriria um papel importante agora no litoral norte, fazendo a prevenção,
orientando os prefeitos, mas ele foi desmontado - e o Instituto de Botânica
também.
Três institutos importantes mais a
Sucen, foram extintos. Por isso, a Assembleia Legislativa tem que ter um
compromisso com a recriação da Sucen – já disse isso há muito tempo – e dos
três institutos.
Esta é uma das prioridades para nós
aqui na Assembleia Legislativa: a recriação dos institutos Florestal, Geológico
e de Botânica também. Essa é a nossa luta, além de outras pautas fundamentais
para todos nós, como a revogação da farsa da nova carreira do Magistério, que
está destruindo a Educação do estado de São Paulo e torturando os nossos
professores através das APDs, através do caos que foi
a escolha da atribuição de aulas, do fim da falta-aula.
Enfim, são várias lutas, mas eu queria
destacar isso, porque é tão latente isso, e era tão latente, mas mesmo assim a
Sucen foi extinta. Repito: a Sucen era um órgão público da Secretaria da Saúde,
do SUS, do Sistema Único de Saúde, e a gestão do PSDB acabou com ela. É por
isso que nós estamos vivendo agora esse drama, a volta das endemias e epidemias
no Estado mais rico da Federação. Então, recriação já da Sucen e dos institutos
Florestal, de Botânica e do Geológico.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado, e eu indago a V. Exa. se V. Exa. vai fazer uso da
palavra novamente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então, havendo
acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V. Exas, para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Eu desejo um excelente final de semana
a todos.
Está levantada a presente sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 15 minutos.
* * *