13 DE MARÇO DE 2023
26ª SESSÃO ORDINÁRIA
DO PERÍODO ADICIONAL
Presidência: JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - DR. RAUL
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Faz agradecimentos ao deputado Dr.
Jorge Lula do Carmo por seu pronunciamento.
6 - DR. RAUL
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Endossa o pronunciamento do deputado
Dr. Raul. Agradece aos pares pelas contribuições durante o mandato.
8 - FREDERICO D'AVILA
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Faz agradecimentos ao deputado Altair
Moraes pelo convívio durante o mandato. Faz votos de sucesso aos deputados que
tomarão posse no próximo dia 15 de março.
10 - ALTAIR MORAES
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Endossa o pronunciamento do deputado
Altair Moraes sobre o PL 346/19.
12 - ALTAIR MORAES
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - FREDERICO D'AVILA
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - FREDERICO D'AVILA
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - FREDERICO D'AVILA
Solicita o levantamento da sessão, por
acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Anota o pedido. Faz esclarecimentos em
relação ao término do presente mandato e sobre a posse dos deputados a
realizar-se no próximo dia 15 de março.
17 - FREDERICO D'AVILA
Para comunicação, faz pronunciamento.
18 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido do deputado Frederico
d'Avila. Tece comentários sobre o encerramento do mandato de deputada estadual.
Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do período adicional do dia 14/03, à hora regimental, com Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
a Sra. Janaina Paschoal.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa tarde a
todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Imediatamente dou por aberto o Pequeno
Expediente iniciando a leitura dos oradores inscritos, chamando à tribuna o
nobre deputado Dr. Jorge do Carmo, que terá o prazo regimental de cinco
minutos.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, deputada Dra. Janaina Paschoal, na
Presidência no Pequeno Expediente desta sessão, boa tarde nobre deputado Dr.
Raul, boa tarde, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, assessoria presente,
policiais militares, público da TV Alesp, volto a esta tribuna, Sra.
Presidenta, para falar de problemas do nosso Estado que criam angústia,
certamente, entre as deputadas e deputados desta Casa.
Tenho diversos
projetos de lei de minha autoria. No final do ano fizemos uma conversa no
Colégio de Líderes em que definimos, cada deputado e deputada definiu qual
projeto gostaria de colocar para votação.
Aqui, deputado
Dr. Raul, é assim: se você, ao longo dos quatro anos, ou de um ano, dois anos,
você conseguir aprovar um projeto, você já pode se considerar, porque não é
prioridade, não é prioridade projeto dos deputados. E quando a gente aprova, a
gente ganha uma aprovação ou um veto.
Por que digo
isso? Porque escolhe, dentre os projetos que reputo de muita importância, dos
projetos relevantes que apresentei, escolhi um projeto de minha autoria de
número 82, de 2022, que versa sobre o quê?
Versa sobre um
programa, a criação, autoriza o estado de São Paulo a criar um programa de
remoção protetiva humanizada e segura das famílias, das inúmeras famílias – que
a gente sabe que no nosso Estado nós temos – que perderam os seus pertences,
perderam sua moradia, e muitas, inclusive, perderam suas vidas.
O estado de São
Paulo, em que pese seja o Estado mais rico da federação, e nós estamos falando
de um estado com orçamento de 317 bilhões, então é um estado rico. O segundo
maior orçamento do nosso querido Brasil. No entanto, esse Estado não tem um
programa de remoção dessas famílias, não tem uma política pública voltada para
isso.
Todo ano a
gente vê o problema se repetindo: ora em Franco da Rocha, ora em Ubatuba, ora
em outros estados e recentemente, de fevereiro para março, a gente teve São
Sebastião com aquela catástrofe lamentável.
Imaginando que
infelizmente situações como essa poderiam se repetir, foi que apresentei esse
projeto no ano passado e escolhi ele para que pudesse ser aprovado aqui, e
quero agradecer o apoio de todos os pares que aprovaram esse projeto. Mas o
governador, insensível, não preocupado com essa política. Eu sei ele mudou,
inclusive, o gabinete lá para São Sebastião, mas a gente sabe que precisa
fazer.
Mas precisa
fazer a chamada advocacia preventiva. Não adianta a gente atacar o efeito, é
preciso atacar, mas é melhor atacar a causa. É melhor que tenhamos programas
para evitar que catástrofe como aquela de São Sebastião e de outros municípios
volte a acontecer.
Mas não sei por
que razão ou circunstância. Não sei se é porque eu sou da oposição, pode ser
que seja isso. Porque o projeto não importa se ele é bom ou é ruim para o
governador, é o que me parece. O que importa é se o deputado proponente é base
aliada, situação ou oposição.
Se é oposição
eu estou fadado ao insucesso aqui e os projetos que eu apresento parecem que
não têm o menor... para esse espírito. Tomara que não seja isso. Porque, se
for, é lamentável que o governador Tarcísio de Freitas, que acabou de assumir o
estado, pense de forma estreita assim.
O nosso
projeto, e não é porque é da minha autoria, é de bastante relevância. De
bastante importância para situações que o nosso Estado está vivenciando e vai
vivenciar ainda e vai acontecer, infelizmente.
Tomara que não
aconteçam situações catastróficas como aquela de São Sebastião, mas pode
acontecer. Porque nós temos milhares de famílias no estado de São
Paulo, na região
metropolitana e em outras regiões do estado que vivem, que foram empurradas
para situações como essa.
Por isso eu
quero lamentar, governador, V. Exa. ter vetado um projeto de lei com tamanha
importância para esse problema catastrófico que nós estamos vivenciando e que
aconteceu. Várias famílias perderam suas vidas, inclusive, mas infelizmente nós
tivemos o veto do governador.
Eu quero
lamentar e dizer que, mesmo vetando o meu projeto - e eu vou fazer um esforço aqui para a gente
derrubar esse veto, que também não é coisa fácil -, tomara que ele adote as
providências.
Porque eu estou
preocupado, e certamente os deputados e deputadas que aprovaram o meu projeto
estão preocupados com o problema que acontece no nosso Estado e para que esse
problema possa ser atacado.
Ou seja, ser,
de certa forma, verificado uma política pública com esse espírito para que a
gente não tenha mais famílias perdendo seus pertences, sua moradia e inclusive
sua vida.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos no
Pequeno Expediente, chamo à tribuna o nobre deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputada
Daniela Braga. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Douglas
Garcia. (Pausa.)
Janaina Paschoal, sigo na Presidência.
Não farei uso da palavra. Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Tenente
Nascimento. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) E com isso encerro a
lista principal de oradores inscritos no Pequeno Expediente.
Imediatamente abro a Lista Suplementar
chamando à tribuna o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)
E o nobre deputado, Dr. Raul, que terá
o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. DR. RAUL - PODE -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre presidente Janaina Paschoal, colega deputado, eu
estava atento aqui ouvindo a sua fala sobre o projeto, e fiquei me imaginando
prefeito da cidade de Bauru e de repente eu me deparo com uma catástrofe desse
tipo.
E tenho que ficar preocupado legalmente
como que eu posso usar os recursos, que são sempre poucos nas secretarias, mas
que num momento desse a gente tem que lançar mão de recursos um pouco mais
vultuosos para você poder dar guarida para as famílias.
Não é só chuva, você tem incêndios bem
recente. Agora ficou lá uma senhora com toda a família desabrigada, porque a
casa dela pegou fogo. E junto mais dois vizinhos que tiveram as casas
parcialmente destruídas, aquelas casas de madeira. Então toca fogo num lugar,
pega fogo que nem rastilho de pólvora.
E fiquei olhando assim o seu projeto
aprovado como daria tranquilidade para o prefeito, já que é uma lei estadual,
de poder agir de forma mais tranquila, porque acho que tem uma máxima no
Direito que diz que aquilo que está escrito pode fazer, aquilo que não está
escrito não pode fazer. Então fica aqui o meu apoio ao que o senhor acabou de
dizer, meu apoio ao seu projeto.
Mas eu queria que a TV Alesp colocasse
para mim algumas fotos, que eu quero falar em cima das fotos. Eu andei
recebendo alguns recados malcriados no meu Facebook por causa da aprovação do
projeto, mas aí eu falei: deixe-me ver quem são esses elementos.
Está aí para passar? Na sequência; dá uma
olhada. Um dos elementos é essa ótica Estrela da Visão. Olha o que está escrito
lá: “Seu exame de vista totalmente gratuito na compra dos seus óculos, apenas
aqui. Corra, já garanta o seu”. As vendas casadas, as famosas vendas casadas.
Passe o próximo, olha outro, aqui piorou,
aqui ficou um negócio mais absurdo: “Ótica e optometria”. É aquilo que eu
sempre falei que a interpretação da lei está totalmente equivocada. O Conselho
de Ótica não está sabendo lidar com aquilo que é a profissão.
Se a optometria vai ser aprovada como
profissão, ela tem que ser regulamentada pelos deputados federais, e
provavelmente ela vai ter o seu conselho não ligado às óticas, e também não vai
ter que seguir os decretos federais de 32 e 34.
Mais um para vocês verem, a mesma coisa:
“Marque o seu exame de vista gratuito via WhatsApp”, Ótica Estrela. Pode passar
o próximo. De novo, sempre no mesmo assunto. Pode passar o próximo. Olha lá, o
próprio Conselho fazendo o mesmo tipo de propaganda. Próximo, a mesma coisa.
Próximo, novamente: “Venha fazer o seu exame de vista”. É tudo assim.
Então é tudo venda casada, você faz,
existe uma pseudo gratuidade, mas em cima disso vem a tijolada dos valores dos
óculos e a pessoa não pode procurar os seus preços.
Agora, mais uma, é descarado o negócio.
Próximo: “Exames gratuitos”, e assim vai, gente. É infindável. Todo mundo que
fez os comentários maldosos lá no meu Facebook, peguei um por um, tudo réu
confesso. Se você for ver é tudo réu confesso, que já é crime, já tem lei para
isso, somente leis que regem os Decretos 32 e 34, mas o pessoal insiste em
fazer. Já merecia até a cassação do alvará de funcionamento.
Agora, veja quando você tem as pessoas que
fazem a coisa certinha. Essa Ótica Vitória está em Rio Claro. Ela faz o mesmo
tipo de propaganda, mas ela coloca lá: “Uma consulta com o oftalmologista não é
apenas o grau que é avaliado, existem diversos exames que são feitos para certificar
que não existe mais nenhuma outra questão a ser tratada como doença e pressão
ocular, que é o glaucoma.
E isso pode ser feito por um médico.” Uma
ótica séria, ela sabe onde ela pode ir, ela tem ética. O que está faltando para
essas pessoas é falta de ética; só estão vendo a parte comercial dos fatos. Tem
mais um exemplo. Esse é o último? Parece que tinha mais um, mas era isso que eu
queria dizer em relação ao projeto.
Eu fico cada vez mais com a certeza de que
eu atingi o objetivo que eu deveria atingir. Só fiquei um pouco preocupado
porque tem um projeto nesta Casa que estava correndo para liberar a optometria
para fazer os seus consultórios, totalmente ilegal do ponto de vista técnico.
Agora, acredito que, com um projeto desse
aprovado, tenhamos as comissões, novamente, de Justiça e de Saúde que possam se
debruçar em cima daquilo que já existe.
Com esse
conceito todo técnico, que possa ser esclarecido de uma forma mais tranquila,
que esse projeto, realmente, que está aí tramitando, não pode vingar.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Seguindo com a lista dos oradores inscritos, chamo à
tribuna, novamente, o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo, pelo prazo regimental
de cinco minutos.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Obrigado, Sra. Presidenta. Hoje, penúltimo dia desta legislatura, quero dizer que V.
Exa. vai fazer falta aqui.
O estado de São
Paulo teve a honra – e eu acompanhei vosso mandato aqui, ainda que um pouco à
distância – mas todas as vezes que estivemos aqui neste plenário ou no Colégio
de Líderes, enfim, aqui nesta Casa, sempre vi a ética como V. Exa. me tratou,
me respeitou e, certamente, a recíproca foi verdadeira e é verdadeira.
Então vai fazer
falta à esta Casa, porque precisamos de grandes deputadas e deputados –
grandes, no sentido do pensamento, do compromisso, da responsabilidade.
Quero voltar à
esta tribuna, Sra. Presidenta, Srs. Deputados, Sras. Deputadas...O estado de
São Paulo – ainda no tema habitação – tem um déficit habitacional de um milhão
e 200 mil unidades que são necessárias para que a gente tenha as pessoas com as
suas moradias regulares.
Ademais, tem
também, um déficit de 3 milhões e 200 mil unidades habitacionais que são
irregulares ou inadequadas para moradia, que não são regularizadas. Por que
estou falando esses números?
Porque se faz
necessário a gente, todo ano, aprovar o Orçamento e saber que a habitação tem
que ser prioridade. E não adianta aprovar o Orçamento e destinar recurso e
depois não utilizar o recurso, não executar o recurso que foi aprovado aqui
para os seus objetivos, para os seus fins.
Nesse sentido,
advogado que sou, milito nessa área, sei da quantidade de demandas, tanto de
produção de habitação de moradias, como também de regularização. A CDHU, que é
uma empresa que esta Casa – não com o meu voto – aprovou a extinção dela –mas
ainda bem que não foi extinta, porém foi aprovado aqui a extinção da CDHU –
produz conjuntos habitacionais, constrói e, a maioria deles, deputadas e
deputados, são irregulares.
As pessoas não
têm escritura, não têm documentos, não têm nada que lhes dê segurança jurídica.
Ou seja, nós temos um Estado
que produz moradia e que não são regularizadas.
Nós temos
déficit habitacional, um milhão e 200 mil famílias que não têm habitação. Por
isso, que eu, insistentemente, falei da importância, presidenta, desta Casa
criar a Comissão Permanente de Habitação e Desenvolvimento Urbano. Inclusive,
pedi para a minha assessoria escrever um projeto, dei uma olhada e vou
apresentar.
Mas como é
importante a gente construir consenso, é importante a gente dialogar isso no
Colégio de Líderes. Nós, depois de tanta insistência, persistência e
divergências, porque tem a Comissão de Infraestrutura, e eu orgulhosamente
presido ela, mas na Comissão de Infraestrutura não chega um requerimento, senão
aqueles que, eventualmente, eu apresentei. Mas não versa sobre habitação,
dificilmente ela versa sobre habitação aqui.
Então, a
sensação que eu tenho, é de que esta Casa não tem... – e não tem do ponto de
vista do Direito – não existe uma Comissão de Habitação para discutir os
problemas correlatos à habitação. Por isso, achei importante a criação desse projeto de resolução para
alterarmos o nosso Regimento Interno, e criar uma Comissão Permanente de
Habitação e Desenvolvimento Urbano.
E, o nosso até
então presidente, o deputado Carlão Pignatari ele, junto com a Mesa, ele compõe
a Mesa, eles apresentaram o Projeto de resolução nº 6, que foi publicado na
última quinta ou sexta-feira.
Então já está
tramitando, nesta Casa, o Projeto de resolução nº 6, de 2023, com o objetivo de
criar a Comissão Permanente da Habitação e Desenvolvimento Urbano. Certamente
será tratado na próxima legislatura. Vou continuar essa luta, nessa trincheira,
na defesa de que possamos, em breve, aprovar esse projeto de resolução,
Ele não é da
minha autoria, é da autoria da Mesa. Mas tenho bastante orgulho de ter contribuído,
de ter conversado, inclusive com o líder do Governo, que acabou de chegar aqui,
deputado Jorge Wilson... conversado com o presidente, para que possamos criar a
Comissão de Habitação e Desenvolvimento Urbano.
Por isso, tenho
certeza da missão cumprida, de que, durante esses quatro anos, tudo o que
estava ao meu alcance, na defesa de políticas públicas, foi feito, e vou
continuar fazendo.
Obrigado, Sra.
Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Eu que
agradeço, deputado. Agradeço as palavras, agradeço o convívio. Agradeço os
ensinamentos. Porque saio daqui um ser humano diferente. Eu brinco, com os meus
ex-alunos, que a passagem pela Assembleia é mais que um pós-doutoramento.
Porque nós temos contato com tantos temas!
O senhor também é advogado, como eu.
São tantos temas da área do Direito, são tantos desafios. Então eu agradeço o
convívio, agradeço a troca de ideias, sempre respeitosa, sempre amistosa. Sou
testemunha da luta de V. Exa. pela habitação.
Hoje e amanhã, na condição de deputada,
conte com o meu apoio para essa nova Comissão de Habitação na Casa. E depois,
como cidadã, siga contando com o meu apoio.
Porque a habitação é uma bandeira
importantíssima. É um direito que vem antes, “housing first”. Não são tantos os
programas que têm essa nomenclatura? Então cumprimento V. Exa. por essa
importante bandeira. E agradeço. E peço a Deus pela saúde e pela vida de V.
Exa., e de todos os deputados que tomarão posse no dia 15, e trabalharão por
todos nós, nos representarão. Obrigada!
Sigo com a lista dos oradores
inscritos, chamando novamente à tribuna o nobre deputado dr. Raul, que terá o
prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. DR. RAUL - PODE
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre presidenta, colega deputado, ontem eu tive o
prazer de comer um lanche, lá em Bauru, numa praça, que a gente chama de Praça
da Hípica. Eu sempre acreditei assim: as coisas vão mudando, mas as forças vêm
sempre de baixo.
Então, hoje em
dia, uma praça pública é pública de tal forma que você não pode fazer absolutamente
nada na praça. Então alguns vêm, fazem aqueles estilos franceses, que, quanto
menos planta, fica até mais bonito. Fazem aqueles desenhos que você só consegue
ver o desenho se você estiver com drone, para poder ver o desenho lá de cima.
Enquanto você está andando, você não vê nada.
E, o que é mais
importante, que seria, pelo menos, você estar produzindo o oxigênio que você
consome... Não sei se vocês sabem, mas duas árvores é o suficiente para cada
morador poder produzir o seu próprio oxigênio.
Então eu tenho
certeza que eu produzo o meu, e de um monte de gente, há muito tempo. Mas tem
gente que não produz. Então seria necessário que a pessoa tivesse essa meta. E
as praças públicas são locais em que você pode fazer isso.
Eu me lembro,
uma vez que eu estava na Califórnia. E, além das praças públicas, eu fiquei
apaixonado pelas sequoias gigantes. Achei um negócio daqueles fantásticos, você
poder chegar num tronco de uma árvore, e você pode pôr 10 ou 15 pessoas em
volta, e você não consegue abraçar um tronco daquele.
Tinha uma que
tinha um buraco. Tinha um buraco no tronco, que você olhava dentro, e parecia
que tinha três andares para cima do buraco. Então é um negócio fantástico.
Tem um parque
lá que chama Muir Woods. Lembrei o nome do indivíduo. Esse senhor, em 1908, ele
doou aquela área toda, das sequoias gigantes. E aquilo ficou. Um dia ele
escreveu: “Um dia, ainda vou ser lembrado por ter conservado esse parque.” E
ele conservou, em 1908.
Eu acabei indo
fazer uma visita lá, de um senhor que teve a gigante ideia de manter aquelas
sequoias, para a gente poder observar e adorar a natureza. E acontece assim: as
praças públicas lá, sabe o que eles fazem?
Precisa
homenagear uma pessoa, eles vão e plantam uma árvore. Naquela árvore, fica a
plaquinha ali, dizendo: “esta árvore foi plantada em homenagem a fulano de tal,
que foi um bom pai de família, foi isso, foi aquilo, foi aquilo, foi
aquilo...”.
E aquela árvore
vai crescer, e a família vai lá, ela faz questão de regar aquela planta, aquela
árvore, e vê-la crescer frondosa, porque ela representa, né... Principalmente
quando são essas árvores que duram bastante tempo; são gerações e gerações em
que aquela árvore vai ficar lá. Então, eu achei um negócio bonito plantarem uma
árvore para representar a lembrança de alguém.
E as praças
públicas, hoje... Os promotores públicos acabam agindo inibindo os prefeitos de
fazerem algumas coisas nas praças, porque consideram que elas são públicas, e
não pode fazer nada além daquilo.
Com a
dificuldade de emprego que nós estamos hoje, é muito importante que se pudesse
dar chance para os ambulantes, para as pessoas que fazem o lanche, aqueles
carrinhos de lanche, aqueles trailers de lanche poderem ter a sua profissão.
Eu lembro que
ontem eu perguntei: “quantos empregos você dá nesse carrinho de lanche aqui?”.
Ele estava com quatro pessoas, estava dando emprego para quatro. Olha que coisa
bonita: um informal está dando emprego para quatro. E os trailers estavam
alojados onde? Na rua. Aí tem aqueles que reclamam, porque depois não tem
passagem direito para os carros.
Por que não
podemos fazer um recuo nessas praças? Por que não recuar três metros? Qual é o
problema de recuar três metros? Qual é o problema de ter um ponto de água para
eles poderem ter uma higiene melhor para poder fazer isso? Qual é o problema de
ter aquela pessoa que quer instalar um brinquedo para você ir lá com seus
filhos no final de semana?
Então, as
praças públicas precisam ter um conceito novo. Eu fui dar uma estudada nisso.
Mas que dificuldade que é para você encontrar materiais, podendo dar
tranquilidade para os prefeitos. Ou mesmo que sejam os prefeitos ou os
governadores, se for área do governo: poder fazer as suas concessões, as suas
autorizações, porque ficaria um negócio mais simples.
Se você fosse
autorizar, a autorização é um meio bem precário: você autoriza, mas você pode
também desautorizar se a pessoa não estiver agindo bem. E você poderia muito
bem deixar esses espaços por CPF, por família.
Existem
critérios que você poderia criar para que essas pessoas pudessem estar
trabalhando. Tenho certeza de que iríamos criar muito mais emprego;
principalmente aquelas pessoas que estão desempregadas poderiam montar o seu
carrinho de lanche, seu trailer de lanche.
Eu estava ainda
sentado, comendo o meu lanchinho com a família, e uma senhora veio me vender o
quê? Pão de mel. Então, ela viu que juntou bastante gente, porque a população
da região faz o quê? “Em vez de descer lá na cidade, eu vou ficar aqui na
praça; está bonito, está gostoso”. E se pudesse, então, agir de forma mais
cultural, e você deixasse que os artistas da cidade pudessem se apresentar?
Seria melhor ainda os artistas poderem se apresentar.
Então, fica
aqui a minha ideia. Não vou poder estar apresentando isso, mas tenho certeza de
que eu vou fazer questão de influenciar a minha bancada do Podemos para que
isso se torne uma realidade.
Obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Cumprimento também V. Exa., agradeço o convívio aqui
neste plenário. Foi curto, porém profícuo, não é?
E até compartilho com V. Exa. que
cheguei a receber manifestações, emails, pedidos de trabalhadores autônomos,
inclusive com carrinho de lanche, com muita dificuldade de se estabelecer, por
força de uma burocracia injustificável.
Então, me uno a V. Exa. nesse pleito
por trabalho. As pessoas querem poder trabalhar, nada além disso. Obrigada.
E sigo aqui com a lista dos oradores
inscritos de forma suplementar no Pequeno Expediente, chamando à tribuna o
nobre deputado Frederico d'Avila, que terá o prazo regimental de cinco
minutos.
Já agradeço ao deputado Frederico,
também, por esse convívio. Deputado Frederico que, ao meu lado, integrou a
bancada do PSL, quando nós iniciamos aqui há quatro anos esta legislatura. A
palavra é de Vossa Excelência.
O
SR. FREDERICO D'AVILA
- PL - Obrigado,
professora Janaina. Eu me lembro de quando nós nos reunimos ali no escritório
do deputado Castello Branco, antes de iniciar a legislatura, e eu falei que
tinha sido seu aluno.
Você não
lembrava, mas depois você lembrou. Acho que fui bom aluno e bom colega.
Obrigado pelo convívio aqui nesses quatro anos. E parabéns à senhora pela
coerência, por sempre ser aguerrida, pelas aulas que nos deu aqui sobre essa
belíssima ciência misturada com arte que é o direito. E dizer que
foi um prazer conviver com a senhora.
Mas a melhor coisa do mundo, que eu aprendi com o meu
querido primo, ex-deputado federal Guilherme Coelho, é que o mais importante da
nossa vida política – assim como o Dr. Raul, que é médico; a senhora, que é
professora; e eu, que sou produtor rural – é a gente poder servir ao nosso
estado, nosso município, nosso país e poder voltar às nossas atividades.
A senhora vai voltar para cátedra, eu vou voltar para a
lavoura – nunca a deixei, mas agora com mais atenção – o Dr. Raul para o
consultório, com certeza, os hospitais, consultórios.
Voltar para a atividade é muito importante para a gente
servir bem à população. Nada contra aqueles que têm inúmeros mandatos, mas eu
conheço várias pessoas cujo mandato não é a legítima representação do povo, e
sim uma representação às vezes de um segmento ou de interesses não muito, como
diz o deputado Castello Branco, confessáveis.
Porém muitos colegas que nós conhecemos e que têm inúmeros
mandatos fazem aqui uma boa representação da sua região, das suas bandeiras,
das suas causas, e a gente tem que aplaudir isso, mas poder voltar para sua
atividade, como a senhora, eu o Dr. Raul e tantos outros aqui, é muito
gratificante.
Quero dizer também que espero que o nosso partido, o Partido
Liberal, nas próximas eleições, faça vários prefeitos, porque aí eu subo na
suplência e poderei servir ao meu país lá no Congresso Nacional.
Mas, neste Pequeno Expediente, professora Janaina, queria
dizer que estive semana passada com a secretária Natália Resende, que é, na
verdade, uma supersecretária do governo Tarcísio, e fiquei muito bem
impressionado.
Ele mesmo já tinha me falado dela, que ela era muito
competente, e realmente é. Está tomando corpo daquilo que é aquela enorme
Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e tantas outras atividades que
estão escoradas nos pilares da secretaria que ela ocupa hoje.
Quero dizer que estive lá com integrantes da Aspip, que é a
Associação Sudoeste dos Irrigantes do Plantio Direto na Palha. Fomos muito bem
atendidos.
Também, aproveitando aqui o penúltimo dia do nosso mandato,
dizer que eu oficiei a secretária Natália sobre a duplicação da SP-258 entre
Itararé e Capão Bonito, que é muito importante para a nossa região sudoeste.
Vai trazer desenvolvimento e acabar com os acidentes,
principalmente nos trevos da Capal, Areia Branca, Bom Sucesso de Itararé, que
têm inúmeros acidentes ali na Rodovia SP-258, infelizmente uma promessa de mais
de 20 anos que não é cumprida.
Também oficiei a secretária Natália sobre a duplicação da
SP-270, a nossa Raposo Tavares, entre Ipaussu e Itapetininga, que também merece
uma duplicação. Faz muito tempo que essa demanda existe, e nós precisamos dessa
duplicação.
Também - aí não é da secretária Natália, mas do próprio
governador Tarcísio – foi um compromisso dele conosco, na nossa região - a
construção do Hospital Regional de Itapetininga.
Eu quero dizer claramente nesta tribuna que alguns entes
políticos estão se apropriando desse discurso. Entes políticos lá da região
então se apropriando desse discurso quando, na verdade, eram contrários à
construção do Hospital Regional de Itapetininga.
Fizeram campanha contra, falaram contra, apoiaram o
governador da época – que não vou dizer o nome aqui porque, como diz o deputado
Altair, não é bom nunca falar o nome de coisa ruim.
Dizer que o Hospital Regional de Itapetininga é uma
idealização. Não é minha, é das pessoas que nos apoiaram, das pessoas que deram
suporte ao nosso mandato e que sabem que Itapetininga é uma cidade de 170 mil
habitantes e precisa de um hospital regional.
Não é possível uma cidade de 170 mil habitantes tenha que
ficar recorrendo a Jaú, Sorocaba, até Itapeva, que é menor, para poder ter um
serviço de Saúde de qualidade.
Então queria deixar bem claro aqui que nós sabemos muito bem
quem está se apropriando desse discurso. Não é uma pessoa, é um grupo de
pessoas. E dizer que é compromisso do governador Tarcísio. Então, não adianta querer agora
dizer que a ideia é sua, que sempre lutou por essa bandeira, porque, na
verdade, lutou contra.
Então, fico
aqui muito feliz de ter sido recebido não só pela secretária Natália, mas
também pelo secretário Eleuses Paiva, e dizer que tive uma excelente impressão
de ambos. Dr. Eleuses, conheço faz muito tempo, mas com a secretária Natália
fiquei bastante impressionado.
Por enquanto, é
só. Mais uma vez, agradeço o convívio aqui com o deputado Altair, com a senhora
e com os nossos funcionários aqui da Casa. Eu serei visita frequente aqui.
Obrigado,
deputado Altair.
Um abraço.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado, desejando todo o sucesso aí no seu retorno, nos
próximos passos. É uma alegria mesmo poder ter participado de tudo isso.
Aqui, seguindo com a lista dos oradores
inscritos de forma suplementar, chamo à tribuna o nobre deputado Altair Moraes,
a quem também agradeço pelos ensinamentos, pelos debates, pela parceria
defendendo causas tão próximas.
Tantas causas próximas, tantas
bandeiras comuns e, em especial, as orações. É bom ter colega aqui que também é
pastor, que, na hora em que a situação aperta, ajuda a gente inclusive nas
orações.
Então, eu quero agradecer e pedir a
Deus aqui por todos os deputados que vão assumir no dia 15 e vão trabalhar por
todos nós. Peço a Deus, mesmo, pelo sucesso, pela saúde. Conhecendo a Casa, eu
sei da importância da Casa e eu sei da importância de cada deputado aqui
dentro.
Então, agradeço V. Exa. por esses
quatro anos, viu? De coração. Vossa Excelência tem a palavra.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Deputada Janaina Paschoal, nossa presidente hoje, a senhora
sabe muito bem do carinho e do respeito que eu tenho pela senhora.
Vamos sentir
muita falta da senhora aqui, dos embates, da parceria, da ponderação, do
equilíbrio de que esta legislatura que, posso dizer, está passando, precisou
muito.
Teve muita
coisa que não foi legal, mas a senhora foi um ponto muito importante para
ponderar tudo aqui. Então, de coração, obrigado pela amizade, pelo carinho,
pelo respeito e pela capacidade que a senhora tem. Aprendi muito com a senhora
aqui, muito. Grande professora - não só na faculdade, professora aqui também.
Nosso amigo
Frederico d’Avila, grande irmão, que aprendi a amar, a respeitar. Você vai
fazer muita falta aqui, Frederico, muita falta. Gosto muito de você. Mas, hoje,
venho falar... Já que você falou de embate, vamos lá, vamos tocar fogo em uma
coisinha aqui, em um assunto.
O deputado
Nikolas Ferreira, o deputado mais votado do Brasil, fez uma fala, deputada
Janaina, que a senhora acompanhou: colocou uma peruca, disse que se sentia uma
mulher e que as mulheres estavam perdendo espaço. Alguns dizem que ele acertou
e errou.
A minha opinião
é a seguinte: este lugar é um lugar de fala e de expressão de um deputado, que
representa um povo. Ele tem o direito de falar o que ele bem entender; a gente
não pode cercear ninguém na sua fala, muito menos um parlamentar. Quem vai
julgar isso, que seja o povo, que sejam as pessoas.
Agora, eu vou
dar a minha opinião em relação às mulheres perderem espaço. Ele citou uma coisa
que eu já venho falando desde 2018. Eu fui o primeiro deputado a protocolar o
Projeto nº 346 do Brasil e do mundo. Eu fui o primeiro deputado a protocolar o
Projeto nº 346, que define o sexo biológico para as competições esportivas. Fui
o primeiro do mundo a fazer isso, graças a Deus.
Depois que a
gente protocolou esse projeto, alguns deputados de todo o Brasil e de fora
copiaram o projeto e levaram adiante. Nos Estados Unidos, dos 50 estados que
existem, 30 não aceitam competição de homem contra mulher, porque nós estamos
falando de sexo biológico, nós não estamos falando de ideologia.
Ideologia é
pensamento, é ideia. Ninguém compete com a ideia, eu nunca vi ninguém competir
com a ideia. O que se compete é corpo, o que se compete é o biológico, é o
físico, é o anatômico, é o genético. Isso é competição. Então, eu não posso
entender que um homem, porque se sente mulher, pode competir com uma mulher em
igualdade.
Equidade no
esporte é extremamente importante, por isso que é feito por idade, por peso,
por tamanho e, lógico, por sexo, porque o fato de uma pessoa se sentir algo não
quer dizer que ela é esse algo.
Ela pode se
sentir, agora, quando se trata de esporte de alto rendimento, de competição,
nós estamos falando da parte biológica, genética. Estamos falando da parte
anatômica. E isso não tem como dizer que um RG vai competir, RG não compete.
Eu não vou
competir com ideologia, com pensamento. As mulheres estão perdendo espaço sim.
E, se as mulheres e homens que defendem a causa das mulheres não tomarem
posição, a cada dia que passa elas vão perder mais espaço.
Para você que
está nos assistindo e para as pessoas que estão aqui entenderem muito bem, as
mulheres não podiam assistir a uma competição esportiva. Elas eram proibidas de
assistir a uma Olimpíada.
As mulheres se
travestiam de homens para assistir a um jogo olímpico, porque elas eram
proibidas de assistir. E algumas foram presas, porque não tinham o direito de
assistir a uma competição.
Depois de algum
tempo, as mulheres tiveram o direito de competir. Na era moderna dos jogos
olímpicos, 1896, primeira era moderna dos jogos olímpicos, nenhuma mulher
competiu. Uma mulher, depois das corridas, fez uma corrida sozinha e mostrou
que tinha condições de correr.
No ano de 1900
as mulheres começaram a competir oficialmente, elas foram liberadas para
competir, mas sabe o que aconteceu, deputada Janaina? Elas não ganhavam prêmio
nenhum. Elas não ganhavam medalha nenhuma, elas ganhavam um certificado de
participação.
Discriminação
com as mulheres. As mulheres hoje têm o direito de competir, elas têm o direito
de ir competir em qualquer modalidade. Aí vem esse pessoal ideológico e diz:
“Ah não, eu sou homem, mas eu me sinto mulher e eu vou competir com mulher.”.
Não.
Você pode se
sentir mulher, você pode se sentir o que você bem entender, nós respeitamos a
sua opinião, a sua opção de você sentir o que você quiser, agora, quando se
trata de esporte, está se tratando do biológico, do genético, do anatômico.
Existem
competições que homens não podem e existem competições que mulheres também não
podem. A trave é uma trave reta que eles chamam “trave de equilíbrio”, nenhum
homem compete na trave. É o quê? Discriminação? Eu nunca vi, e não existe isso,
nos jogos olímpicos quem compete em trave é mulher. Sabe por quê? Por causa da
anatomia.
Nós estamos
aqui com um médico, se eu estiver falando besteira o senhor pode me corrigir,
por favor. Nós estamos falando de anatomia, a anatomia do corpo de um homem é
totalmente diferente da de uma mulher.
O homem tem as
pernas mais longas do que o tronco, ou seja, o homem não tem o mesmo equilíbrio
que uma mulher tem. Uma mulher, quando sobe em uma barra para fazer o salto lá,
ela consegue se equilibrar porque o centro de gravidade da mulher é para baixo,
ela tem quadris maiores.
Outra coisa, o
homem pode competir nas argolas. Você nunca viu uma mulher competir na argola.
Sabe por quê? Porque a mulher não tem força suficiente para isso, porque o
homem tem um tronco menor, então ele consegue fazer argola, ou seja, é
discriminação? Então vamos dizer que todo mundo está errado porque o homem não
pode competir na barra fixa e a mulher não pode competir na argola? Está tudo
errado?
Então, pelo
amor de Deus, vamos parar com essa palhaçada de dizer que homem, porque se
sente mulher, vai competir com mulher. Eu vou defender sim o meu Projeto 346,
que diz que o sexo biológico é predominante para as partidas esportivas. Isso é
essencial, nós não podemos perder o direito que as mulheres estão perdendo a
cada dia. As mulheres não podiam nem competir, hoje têm o direito de competir e
têm que competir com homem.
Nos Estados
Unidos, deputada Janaina, para concluir, nove estados já passaram a lei que nós
fizemos aqui. Nove estados. E 30 estados não aceitam homens biológicos
competindo com mulher.
Então, o
Nikolas Ferreira está certíssimo na sua colocação, tem todo o meu apoio, eu vou
lutar para passar o Projeto 346, porque já passou em todas as comissões e está
só para votação.
Nós temos que
fazer justiça no esporte. É inaceitável que um homem biológico venha a competir
com mulher e que venha a acontecer o que está acontecendo no mundo todo.
Muito obrigado,
senhores.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado.
Eu apoiei desde o início o projeto de
V. Exa. e quando ele ficou ali, pautado para ser votado, nós recebemos vários
estudos - não sei se V. Exa. vai concordar - em que os opositores ao projeto de
V. Exa. diziam o seguinte: “Não, não tem essa concorrência injusta porque esses
esportistas vão tomar os hormônios”.
E esse argumento que foi trazido para
tirar a legitimidade do projeto de V. Exa. me preocupa ainda mais, porque são
esportistas muito jovens, meninos e meninas muito jovens.
Esses hormônios, em regra, começam a
ser ministrados ali na casa dos nove, dez anos para impedir, vamos dizer assim,
a atuação dos hormônios inerentes ao sexo biológico e, depois desse bloqueio,
começam os hormônios do sexo contrário com todo o impacto que tem a
administração de hormônios em um corpo de uma pessoa de tenra idade.
Então, a complexidade do tema é muito
grande. É muito grande. Até para proteger esses grupos, temos que fazer esse
debate. Independentemente de qual seja a opinião, é necessário ter a liberdade
para fazer esse debate.
É necessário que as pessoas possam
falar sem correr o risco de serem acusadas inclusive de crimes, porque,
infelizmente, é o que está acontecendo.
E nem estou falando do parlamentar, mas
uma pessoa pode ter uma opinião divergente e ela não pode falar no momento
vivido porque ela pode ser acusada de um crime.
Então, existem vários pontos a serem
abordados. Entendo que o projeto de V. Exa. é um projeto justo, mas, para além
do projeto em si, é necessário, em uma democracia, que as pessoas possam falar,
sejam contrárias, sejam favoráveis. O que não pode acontecer é o diálogo, é o
debate ficar inviabilizado. Senão, não é democracia.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Me permite,
rapidamente, presidente?
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Só para pontuar duas coisas muito sérias
em relação a isso: um corpo não é feito só de hormônio. A densidade óssea de um
homem é muito maior do que a de uma mulher. Se é para ter equidade, equiparação
no esporte, tem que trocar todos os ossos. Não é só hormônio.
O homem tem o
Vo2 maior que o da mulher; o pulmão do homem é maior que o da mulher; o coração
do homem é maior do que o da mulher. O homem tem mais glóbulos vermelhos do que
uma mulher. Estou falando alguma bobagem, doutor? Ou seja, o transporte de
oxigênio na célula daquele homem é maior que o da mulher. É por isso que o
homem corre mais, nada mais, tem mais força.
Ou seja, não é
só a testosterona. Não podemos dizer que um corpo é composto só de
testosterona, meu Deus do céu. Se pegar um fragmento de osso de 10 mil anos
atrás e levar para estudo, eles vão saber se aquele fragmento de osso é de um
homem ou de uma mulher.
Então, pelo
amor de Deus, é muito injusto a gente dizer: “Ah, não, mas fez uma transposição
hormonal, baixou os nanomols para 10 por cada litro de sangue, um nanomol para
cada litro de sangue”.
Para a senhora
ter uma noção, deputada, conversando com vários médicos, se baixar um pouco
mais, porque teria que baixar para oito nanomols, sabe o que acontece? O camarada
tem câncer de sangue, ele tem leucemia. Ele não consegue se equiparar. Ou seja,
um corpo não é feito só de testosterona. Isso tem que ficar muito claro.
Ou seja, quando
se diz que o projeto é polêmico, perdão, me desculpe, não tem nada de polêmico
nisso. Nada de polêmico. Isso é biológico, é anatômico, é fisiológico, é
genético e isso não deveria nem ser discutido. A verdade é essa. Nós vamos ter
que fazer agora um projeto para dizer que a água é molhada? Que o círculo é
redondo? Que o sol queima?
Não tem
sentido, não tem lógica, não tem fundamento nenhum para que um homem biológico
venha a competir com uma mulher, a não ser que troque tudo.
Então, vai
trocar o sangue, porque ele tem mais glóbulos vermelhos que a mulher, vai
trocar os ossos, porque a densidade óssea do homem é maior, vai trocar também a
anatomia? Pelo amor de Deus, não tem nada de discussão nisso. É a verdade. Nós
temos que, hoje em dia, fazer projeto para aquilo que é lógico.
Obrigado,
presidente.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PL - Para uma comunicação,
Sra. Presidente?
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não, é
regimental.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Dentro do que disse o deputado Altair e a senhora, queria
dizer que o projeto do deputado Altair encontrou o meu apoio desde o início.
Como ele bem
disse, não deveria nem estar sendo discutido esse tipo de assunto aqui. E mais
ainda: nos EUA, que é a maior democracia do mundo, onde as assembleias
legislativas são muito fortes, como disse o deputado Altair, nos EUA, cada
assembleia legislativa dos 31 estados - acho que o mais recente foi a Flórida -
discutiu esse tema e ratificou o que disse aqui o deputado Altair.
Então,
diferentemente do Brasil, onde a federação só existe no papel e não na prática,
isso não deveria estar sendo discutido, mas tem que ser colocado a fim de que
seja respeitada uma lei da natureza. Tem gente que não acredita em Deus, mas
Deus disse, quando criou... Deus criou o homem e a mulher. Não tem nada no meio
do caminho.
Então, esse projeto
do deputado Altair é a mesma coisa que dizer que fogo queima, que gelo esfria,
que a água é molhada, mas, infelizmente, a gente tem que pontuar isso hoje
porque senão cometem esses tipos de barbaridade que nós estamos vendo aí
principalmente contra crianças.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Seguindo aqui
com a lista dos oradores inscritos de forma suplementar, chamo novamente à
tribuna o nobre deputado Frederico d'Avila pelo prazo regimental de cinco
minutos.
O
SR. FREDERICO D'AVILA - PL -
Sra. Presidente, voltando a esta tribuna no dia de hoje, amanhã é o nosso
último dia como deputados nesta Casa. Queria aproveitar este espaço que tenho
aqui neste momento para agradecer a equipe do meu gabinete; vou nominar aqui
várias pessoas. Alguns já estiveram conosco, outros ainda estão conosco.
Queria
agradecer a cada um deles pontuando, iniciando com o meu chefe de gabinete,
coronel PM Alberto Sardilli, meu amigo, irmão, leal, fiel escudeiro, por quem
sempre tive o maior apreço desde que o conheci nos tempos de capitão; a Célia
Carneiro, minha secretária particular, que me suportou todo esse tempo com
minhas idiossincrasias e características mais peculiares; a Dr. Érica, chefe do
meu jurídico; ao Alexandre; a Andressa.
Ao Nicolas; aos
sargentos Júnior; Santos; ao subtenente Carvalho; sargento Delson; sargento
Borges; a Márcia Moraes, que ajudou muitas pessoas na área da Saúde; ao Dr.
Arthur Coelho, que não está mais conosco, mas que está tendo uma belíssima
carreira no universo jurídico, parabéns.
Ao Fabiano e a
Carla Oliveira, que cuidaram muito bem da nossa Comunicação; a Ione, que
prestou contas de forma espetacular aqui na Casa e cuidou muito bem do nosso
gabinete; ao Rico Leite e ao Edu Eltink, que também não estão mais conosco, mas
têm aí uma belíssima carreira; a Dra. Naiara.
Enfim, a todos
aqueles que colaboraram conosco durante o mandato a fim de apoiar o nosso Agro
no Estado todo, no nosso sudoeste paulista, e as pautas que nós defendemos
desde o início aqui sem sucumbir a encantos do poder, como nós fomos encantados
em determinados momentos aqui do nosso mandato.
Mas graças a
Deus a senhora, eu e mais outros colegas aqui nos mantivemos firmes e fortes ao
longo deste mandato. Algumas vezes fomos felizes, outras nem tanto, mas pelo
menos temos a tranquilidade de poder circular nas ruas com tranquilidade, sem
ter qualquer tipo de cobrança sobre nós ou mudança de postura, como nós vemos
alguns colegas que foram cobrados ao longo do mandato sobre a coerência das suas
ideias.
Mas agradeço
aqui a todos. Agradeço - não está aqui conosco - ao Rodrigo, o Rodriguinho,
nosso querido secretário parlamentar aqui da Casa; ao Machado, que tão bem
comandou a nossa mesa de som todo esse tempo, nos ajudando aqui no mandato; às
lideranças dos nossos dois partidos - do PSL primeiro, depois do PL.
E agradecer
também a todos os funcionários da Casa que fizeram de uma maneira ou de outra
com que o nosso mandato fosse profícuo e atendendo as necessidades daqueles que
nós representamos aqui nesta Casa.
Então, mais uma
vez, muito obrigado.
Amanhã farei
aqui o meu último discurso nesta tribuna deste mandato, falando sobre os nossos
queridos colegas e o quanto foi boa - apesar dos embates, tivemos muitas
alegrias também aqui nesta Casa - esta experiência aqui ao longo desses quatro
anos.
Quatro anos que
eu acho que não se repetirão tão cedo, não é, Janaina? Com um ano ou dois de
pandemia, onde tivemos aqui trabalhos remotos.
Eu acho que
desde a gripe espanhola não existia algo parecido. Ou seja, há mais de 100 anos
não existia algo parecido aqui nesta Casa, mas foi um mandato “sui generis” mas
que também nós aprendemos muito ao longo desta experiência.
Muito obrigado
a todos. Amanhã retornamos aqui a esta tribuna para agradecer aos nossos
queridos colegas que também deram suporte ao nosso mandato.
Obrigado.
O
SR. FREDERICO D'AVILA - PL - Aproveitando,
professora Janaina, eu queria pedir o levantamento da sessão, havendo o acordo
de lideranças.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É
regimental. Realmente o nosso penúltimo, não é isso? Penúltimo plenário, um
momento emocionante. Com a graça de Deus, quatro anos de muito aprendizado, de
muito sucesso, acredito, penso dessa forma. É um momento emocionante.
Amanhã será o nosso último plenário. É
interessante, colegas, porque como a eleição acontece em outubro, então as
pessoas acreditam que passou a eleição e aí terminou.
Então todo santo dia alguém entra nas
minhas redes e diz assim: “O que essa mulher está fazendo aí? Ela perdeu. Tirem
essa mulher daí.” Já teve gente que escreveu: “Ela subiu indevidamente na
tribuna”.
Então, para quem não compreendeu ainda,
quem foi eleito em 18 e tomou posse em 15 de março de 19 encerra, com a graça
de Deus, o mandato amanhã, dia 14 de março. E os deputados eleitos agora em 22
tomam posse no dia 15 de março.
Então é uma explicação que eu tenho
dado para as pessoas compreenderem, porque chega a ser pitoresco lermos os
comentários. Eu entendo que é uma unanimidade aqui entre os colegas o carinho
por todos os funcionários, por todos os que colaboraram e por todos os que nos
ajudaram a bem servir nesta Casa.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Professora
Janaina, só para esclarecer também o público, que essa é a última legislatura
que os deputados estaduais assumirão no dia 15 de março.
Na próxima
legislatura, já será no dia primeiro de fevereiro, assim como ocorre com os
deputados federais e as outras casas legislativas do nosso Brasil.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Isso mesmo.
E é importante, não sei se os colegas que estão saindo fizeram isso, mas eu fiz
uma solicitação para poder acessar, por exemplo, meu email institucional por
pelo menos mais 30 dias, até para entender, porque nós recebemos muitas
demandas, muitas reclamações, muitas dúvidas.
Então é importante, se os colegas ainda
não solicitaram, avaliar solicitar ou não. Então houve uma autorização para
esse acesso ao email pelo prazo de 30 dias. Por óbvio, vai ser um acesso de uma
cidadã que teve a honra de cumprir um mandato, não é mais uma deputada. Então é
importante compreender.
Nós todos fizemos ao longo desse
mandato indicações de emendas. Eu, pelo menos, só trabalhei com as impositivas,
não posso falar pelos demais colegas. Mas essas emendas vão sendo liberadas
paulatinamente.
Então tem emendas de 2019 que ainda não
foram pagas. Algumas estão sendo liberadas. Então é muito importante que as
cidades que foram contempladas, as instituições que foram contempladas por
indicações de emendas impositivas de deputados que encerram os seus mandatos
amanhã, que acompanhem de maneira mais próxima o tramitar dessas emendas.
Porque infelizmente muitas entidades,
apesar de notificadas, não apresentam a documentação necessária, e existe uma
burocracia grande para conseguir a liberação dessas emendas.
Então, por óbvio, se o deputado está no
mandato com a sua equipe, ele costuma fazer um acompanhamento; e mesmo assim,
existem perdas, porque as entidades não apresentam os documentos.
Quando o deputado está fora do mandato,
é muito importante que as entidades contempladas, as cidades contempladas, as
Santas Casas, todas as entidades que tiveram uma emenda impositiva indicada,
que acompanhe de maneira mais próxima, porque o deputado já não terá mais a
estrutura do gabinete e acesso a muitas redes de informação – porque no curso
do mandato o deputado tem acesso a várias redes de informação, vamos dizer
assim, links diretos com as secretarias. Existe um ambiente para informação que
o deputado vai deixar de ter.
Então é importante que os contemplados
estejam cientes disso para poderem fazer esse acompanhamento junto às
secretarias, para que esses recursos sejam liberados e utilizados em prol da
população, porque a maior parte dos recursos indicados costuma ser e foi para a
Saúde.
Eu mesma briguei muito para que nós
pudéssemos mandar mais do que 50% e conseguimos essa vitória para a Saúde.
Então, é necessário agora que haja um acompanhamento mais próximo, porque
amanhã é o último dia de vários colegas aqui na Casa.
Dito isso, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a
Ordem do Dia com o Projeto de lei nº 675, de 2022, de autoria do Sr.
Governador, que tramita com Regime de Urgência. Convocando ainda V. Exas. para
a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com Ordem do Dia.
Uma excelente tarde a todos, está
levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas.
*
* *