21 DE MARÇO DE 2023
4ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Endossa o pronunciamento do deputado Dr. Jorge do Carmo.
5 - RÔMULO FERNANDES
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Dá boas-vindas ao deputado Rômulo Fernandes.
7 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Cumprimenta autoridades de Bananal, presentes em plenário.
11 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - GUTO ZACARIAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
15 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Endossa o pronunciamento da deputada Andréa Werner quanto ao
apoio das pessoas com deficiência e suas famílias. Parabeniza a deputada pelo
início de seu mandato nesta Casa.
17 - ATILA JACOMUSSI
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - ITAMAR BORGES
Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado
Carlos Giannazi e pela deputada Beth Sahão).
19 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - VALDOMIRO LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - ANA PERUGINI
Por inscrição, faz pronunciamento.
22 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento
23 - VITÃO DO CACHORRÃO
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
24 - BETH SAHÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
25 - CONTE LOPES
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
26 - THAINARA FARIA
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
27 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
28 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Tece comentários sobre o pronunciamento do deputado Eduardo
Suplicy acerca da inscrição de Comissões Parlamentares de Inquérito.
29 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
30 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
31 - DR. JORGE DO CARMO
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
32 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
33 - LETÍCIA AGUIAR
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
ORDEM DO DIA
34 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Coloca em votação o PDL 1/23.
35 - TEONILIO BARBA
Para comunicação, faz pronunciamento.
36 - GUILHERME CORTEZ
Encaminha a votação do PDL 1/23, em nome do PSOL.
37 - DONATO
Encaminha a votação do PDL 1/23, em nome do PT.
38 - CAIO FRANÇA
Encaminha a votação do PDL 1/23, em nome do PSB.
39 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Coloca em votação e declara aprovado o PDL 1/23.
40 - DR. JORGE DO CARMO
Para comunicação, faz pronunciamento.
41 - MILTON LEITE FILHO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
42 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 22/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci
Santos.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior e recebe o expediente.
Vamos iniciar já convidando os nobres
deputados para fazer o uso da tribuna no Pequeno Expediente. O primeiro orador
inscrito é o nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi.
Tem V. Exa. o tempo regimental no
Pequeno Expediente, nobre deputado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, nós estamos perplexos,
estarrecidos aqui na Assembleia Legislativa com as notícias que estão sendo
publicadas pela imprensa.
Está no Painel
da Folha, está no site Metrópoles, enfim, que o governador Tarcísio de Freitas,
não contente em já ter construído uma maioria absoluta aqui dentro da Assembleia
Legislativa, com quase 70 deputados na base de sustentação do governo, dando
continuidade ao que nós chamamos aqui de “puxadinho do Palácio dos
Bandeirantes” - porque a Assembleia Legislativa há muitos anos tem um
puxadinho, uma extensão, um cartório que apenas homologa as decisões dos
governos de plantão na época das gestões do PSDB, de Mário Covas, de Alckmin 1,
de Alckmin 2, de Serra, de Goldman, de Doria, de Rodrigo Garcia...
E o atual governador,
Tarcísio de Freitas, está dando continuidade porque ele já transformou a
Assembleia Legislativa em um verdadeiro puxadinho. Esse é um dado que é
importante, que já é grave.
Mas, não
contente com isso, ele agora está anunciando que enviará uma proposta, uma PEC
aqui para a Assembleia Legislativa instituindo, no estado de São Paulo, a
medida provisória, ou seja, um AI-5, um Ato Institucional nº 5 na Assembleia
Legislativa - um absurdo total.
Para quem não
sabe, refiro-me aqui ao AI-5, mas foram vários atos institucionais do regime
militar, da ditadura empresarial-militar, que foi de 1964 a 1985. Os militares
fizeram vários, foram 17 atos institucionais.
O mais grave
foi, sem dúvida, o AI-5, Sr. Presidente, é disso que se trata. O governador
Tarcísio de Freitas está plantando na Assembleia Legislativa de São Paulo um
AI-5 para calar, para colocar uma mordaça aqui na Assembleia Legislativa e
impedir qualquer tipo de obstrução, de movimentação.
Ele está
alijando a Assembleia Legislativa da sua função de legislar, de fiscalizar, de
representar de fato os interesses dos quase 45 milhões de habitantes do estado
de São Paulo.
Só que não vai
passar, Sr. Presidente, não há PEC, eu duvido. Vai ter muita resistência aqui
dentro e eu creio que ele esteja já preocupado em mandar essa PEC para a
Assembleia Legislativa porque ele está com péssimas intenções.
A primeira
delas é com a privataria bolsotucana, que ele já anunciou também que vai enviar
vários projetos aqui privatizando a Sabesp, a Emae, rodovias... Como ele fez
enquanto ministro do Bolsonaro, quando ele privatizou portos, aeroportos e
rodovias.
Então vem aí
uma verdadeira privataria bolsotucana que vai passar aqui - uma parte dela -
pela Assembleia Legislativa.
A outra medida
que ele já anunciou também, que é tão terrível quanto e nos preocupa bastante,
é a famosa reforma administrativa. Lembrando que o Doria já fez a reforma
administrativa; uma, inclusive, reforma devastadora, que destruiu o
funcionalismo público estadual, retirando até as faltas abonadas, com a
complacência aqui da base governista.
Mas não contente
com isso, ele vai enviar uma outra reforma, logicamente, para acabar com o
quinquênio, com a sexta-parte, com a licença-prêmio e liquidar de vez os
direitos dos nossos servidores. É por isso que ele vai baixar o AI-5 porque ele
não vai conseguir aprovar esses projetos. Vai ser difícil, porque vai ter muita
resistência dentro da Assembleia Legislativa e fora também, com muitas
manifestações contrárias.
Então, quero
repudiar, veementemente, Sr. Presidente, essa proposta que será encaminhada.
Espero que não venha à Assembleia Legislativa. Espero que o governo repense
essa proposta, até porque esse governo já tem maioria.
O governo já
amordaçou: já controla a Assembleia Legislativa, vai controlar as comissões,
vai controlar as CPIs e vai controlar a pauta de votação. Não há motivo para
que a gente retroceda dessa maneira, com a implantação no estado de São Paulo
da famigerada e autoritária medida provisória. Para nós, um AI-5.
Então, Sr.
Presidente, para concluir: haverá resistência aqui dentro da Assembleia
Legislativa e fora também, contra essa proposta autoritária e fascista, Sr.
Presidente, de acabar com o mínimo que temos aqui de movimentação dentro da
Assembleia Legislativa de São Paulo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Com a palavra o deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. Vossa Excelência tem o tempo regimental
no Pequeno Expediente.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público da TV Alesp, assessores aqui presentes, antes de iniciar a minha fala,
quero saudar meus colegas deputados: deputado Donato - Antonio Donato, um
grande vereador - que hoje é nosso deputado, junto com a nossa bancada, o nosso
sempre senador, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, Rômulo Fernandes, Marcolino
de volta a esta Casa...
Suplicy de
volta aqui depois de 40 anos, nosso deputado - um prazer, viu, professor
Suplicy? -, e a todos vocês. Em nome de quem eu quero saudar a bancada do PSOL,
as outras bancadas, todos os deputados e deputadas que estão de volta e os que
estão pela primeira vez aqui.
Dizer, Sr.
Presidente, que hoje participei do Colégio de Líderes e, um assunto que ao
longo da 19º Legislatura, insistimos e persistimos para que esta Casa
constituísse uma Comissão Permanente de Habitação.
Por que falo
isso? Porque o estado de São Paulo... Só a capital de São Paulo, por si só, já
tem tanta demanda, mas o estado de São Paulo tem tanta demanda, do ponto de
vista de regularização fundiária, produção de habitação, reforma urbana...
Tem tanta
demanda de habitação e, eu achava que, sinceramente, era absurdo um parlamento,
o maior Parlamento da América Latina, com a grandiosidade de demandas e
problemas que nós temos da habitação, haja vista o que aconteceu, recentemente,
e todos os anos se repete, que são as enchentes, as catástrofes aqui do nosso
Estado... E esta Casa não ter uma comissão que debata, discuta, encaminhe,
proponha, analise projetos sob essa questão de habitação, deputado Rômulo.
Por isso,
insistentemente, conversamos entre os líderes e, no final do ano acabou não
dando certo de aprovarmos um projeto de resolução. Mas, hoje, no Colégio de
Líderes, o presidente encaminhou isso e disse que vai pautar. Eu acho de suma
importância, porque tem o Projeto de Resolução nº 06, de 2023, que versa sobre
a criação da Comissão Permanente de Habitação e Reforma Urbana.
Por isso, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu faço muito, muito gosto que
essa comissão prospere. Quero muito participar dela porque nós temos muito o que
tratar, dialogar aqui sobre essa questão de habitação e desenvolvimento urbano
ou reforma urbana. E nesse sentido eu quero repudiar porque nós tivemos aqui, deputadas
e deputados, no governo anterior, a aprovação da extinção da CDHU.
Imagine
você, enquanto a gente vê déficit habitacional, a própria CDHU construindo
conjuntos habitacionais de forma irregular, porque ela mesma se autofiscaliza.
Procurem
diversos conjuntos habitacionais que têm no estado de São Paulo construídos
pela CDHU e perguntem para os mutuários: “Você tem escritura? Você tem
segurança jurídica?”.
A
resposta vai ser não. E mais que isso: “Você tem expectativa de que vai ter?”.
A resposta também será não. Por isso e por tantas outras demandas que nós temos
além do déficit habitacional, como já repeti, que se faz necessário esta Casa se
debruçar numa comissão permanente de Habitação e Desenvolvimento Urbano.
Por
isso, Sr. Presidente, quero reiterar a importância. Vamos votar esse Projeto de
resolução nº 6, de 2023, neste plenário. Esperamos que não haja obstrução, dada
a importância e a necessidade dessa pauta.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Jorge do Carmo. Dr. Jorge do Carmo, queria só compartilhar com V. Exa.
também a alegria de poder ouvir isso do Colégio de Líderes, do presidente, haja
vista que este deputado no último Colégio de Líderes da legislatura passada
defendeu a criação dessa comissão. Achamos sim importantíssimo. Tem o nosso
apoio para que isso aconteça, Dr. Jorge.
O próximo
orador inscrito é o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Edna Macedo.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Delegada Marta Costa. (Pausa.)
Deputado Lucas Bove. (Pausa.)
Deputado Rômulo
Fernandes, tem V. Exa. o tempo regimental de até cinco minutos na tribuna.
O SR. RÔMULO FERNANDES - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, queria agradecer a oportunidade.
Gilmaci, a gente está estreando aqui neste microfone, neste Parlamento. Então,
primeiro, o meu orgulho de estar na Assembleia Legislativa de São Paulo, o
maior Parlamento da América Latina.
Orgulho-me
muito disso, representando o Partido dos Trabalhadores com uma forte bancada. A
gente é da cidade de Mauá.
Fui vereador por
dois mandatos lá; a gente foi secretário de Planejamento Urbano, secretário do Meio
Ambiente.
Então, queria
primeiro agradecer imensamente a todos os eleitores que me propuseram a fazer
isso e principalmente ao Partido dos Trabalhadores, onde eu estou desde 1982.
Então para mim é um orgulho danado estar aqui e a gente tem alguns desafios neste
mandato.
E um dos desafios
que a bancada do Partido dos Trabalhadores tem muito claramente é que nós
seremos oposição a esse governo. E o deputado que me antecedeu, o Giannazi, já falou
algumas coisas aqui. É um governo que vai girar em torno da privatização. Já deu
sinais claros disso e a gente está dando sinais claros também com relação a
nossa posição e a nossa oposição a esse governo.
Ele já deu
sinais claros com relação à Sabesp. Já deu sinal claro com relação ao ensino
público. Já deu sinal claro com relação ao transporte público, à ineficiência
que tem.
Já deu sinais
claros de outras coisas com relação à reforma administrativa e à mudança do
estatuto que ele tem falado. Nós seremos oposição a esse governo e a gente não
vai permitir nenhum direito a menos.
A gente queria
deixar claro aqui. Eu sou da cidade de Mauá e queria fazer um pedido e um
alerta aqui para o secretário de Saúde, o Eleuses. A nossa cidade de Mauá tem
um hospital chamado Hospital Nardini, Donato, e a gente atende ali por ano mais
ou menos quase 400 mil pessoas.
No Governo do Estado
a Saúde é tripartite. Você tem o governo federal, o governo do estado e o município.
Até hoje o Governo do Estado de São Paulo não mandou um centavo para o nosso hospital,
nem um real.
Então eu queria
fazer um apelo aqui: a gente já mandou comunicação para o secretário Eleuses,
para a gente ter essa participação. O Governo do Estado antigamente contribuía
com essa repartição de custeio na faixa de um milhão e meio, e desde dezembro
não manda um centavo.
Quero fazer um
apelo ao nosso governador e ao nosso secretário para que olhem com muito
carinho. O Hospital Nardini hoje atende Mauá, Ribeirão, Rio Grande da Serra,
parte de todos os acidentes dos rodoanéis e a gente está com muita dificuldade.
Então, eu queria fazer esse apelo para vocês, para o Governo do Estado.
Por último, falar do segundo desafio,
que é a defesa do governo Lula. É um governo que encontrou, quando nós chegamos
no Governo Federal, a gente encontrou uma série de problemas, não é?
E aí, desde mais de 14 mil obras
paradas, uma situação vergonhosa com relação à questão ambiental, uma situação
vergonhosa quando a gente vê quase 39 mil vacinas vencidas. A gente tem esse
outro desafio. O Governo Federal agora já deu sinais claros de a que veio. A gente
já começou a resgatar o Minha Casa, Minha Vida, um projeto tão importante; a
questão do Bolsa Família.
Por incrível que pareça, Marcolino, a
gente saiu da fila do osso e voltou para a fila da picanha. Isso é uma coisa de
que a gente tem que se orgulhar muito. Este país vai voltar a sorrir, e esta
Bancada - eu tenho orgulho de estar presente - vai ser uma trincheira de
resistência e de luta. Por isso me orgulho de estar aqui e a gente ser
intransigente na democracia.
Muito obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado Rômulo Fernandes. Parabéns pela eleição, parabéns, seja
bem-vindo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O próximo orador
inscrito é o deputado Donato. Tem V. Exa. o tempo regimental, deputado.
O
SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, todos os que nos acompanham pela TV Alesp e pelas
redes sociais da Assembleia Legislativa, é a primeira vez que eu assomo a esta
tribuna, e minhas primeiras palavras só podem ser de agradecimento:
agradecimento aos eleitores, 88.022 votos, eleitores e eleitoras, todos aqueles
que acreditaram na nossa representação, que nos ajudaram, que participaram das
reuniões, que compartilharam posts, que de alguma forma colaboraram para essa
vitória para que a gente pudesse estar aqui nesta tribuna os representando.
Sr. Presidente, é evidente que na
eleição se define quem é situação e quem é oposição, não é uma escolha nossa. É
uma escolha do povo. Estamos aqui na Bancada de Oposição porque o povo escolheu
um outro projeto para comandar o Estado, que a gente tem profundas diferenças.
Mas a oposição tem um papel fundamental
na democracia, na fiscalização, em apresentar propostas, em fazer o debate. E
eu queria expressar uma preocupação, Sr. Presidente. Gostaria de fazê-la ao
presidente André do Prado também diretamente, mas eu sei que o senhor pode
levá-la a ele.
A Mesa anterior ainda teve uma decisão
madura de adiar o protocolo de CPIs e frentes parlamentares para o dia 23
próximo, permitindo que novos deputados e novas deputadas, como eu, como a
Thainara, como outros colegas que estão aqui, pudessem ter tempo de se
articular, de conversar com os colegas, de conhecer os colegas e apresentar as
razões para apresentarem as suas frentes parlamentares e as suas CPIs.
Fomos surpreendidos hoje com uma fila
já no relógio, uma tradição da Casa que é uma tradição ruim, na minha opinião.
É uma tradição muito ruim. Eu fui vereador 18 anos na cidade de São Paulo.
Passei pelo governo Serra, pelo governo Kassab, pelo governo Haddad, pelo
governo Doria, pelo governo Covas e pelo governo Ricardo Nunes.
Nesses 18 anos, como situação ou como
oposição, existia um entendimento sobre as CPIs, não era quem se abraçasse no
relógio, primeiro. Isso é fora da política esse tipo de prática, e aqui foi
usada para sufocar a oposição. A CPI, e o próprio Supremo Tribunal Federal já
consagrou isso, é um instrumento principalmente da minoria.
É o principal instrumento de
fiscalização sobre o Executivo. E, portanto, a gente não pode ser impedido de
exercer esse instrumento. E se confirmar esse método aqui, querido Conte Lopes,
que foi vereador comigo e que sabe do que eu estou falando, na Câmara Municipal
oposição tinha direito a CPIs, e a situação também. Era feito algum
balanceamento disso, isso numa negociação política, negociação no sentido
positivo da palavra, no sentido amplo, transparente no Colégio de Líderes.
E a gente acha que é possível caminhar
por esse instrumento aqui. Que a situação possa ter suas CPIs, natural, mas a
oposição não pode ser impedida de ter CPI, de ter seu principal instrumento de
fiscalização manietado.
Então, faço um apelo à Mesa Diretora,
às lideranças dessa Casa e a todos os deputados e deputadas que, em suma, é
quem decide. Aprendi sempre que o Plenário é soberano, para que a gente
encontre uma saída para que a gente possa de fato ter instrumento de CPI como
um instrumento também da oposição, não exclusivamente da oposição, mas também
da oposição.
Eu tenho duas CPIs, na verdade eu tinha
duas, uma eu já abri mão porque meu colega, Simão Pedro, vai apresentar uma CPI
da Via Mobilidade, que é uma tragédia a concessão dos trens da antiga CPTM em
São Paulo.
Hoje, mesmo quem é de Itapevi, para
chegar a Júlio Prestes, está demorando meia hora a mais. Demorava 45 minutos,
está demorando uma hora e 15 minutos. O número de acidentes que já ocorreu
desde que a Via Mobilidade assumiu há quase dois anos a Linha 8 e 9 é muito
superior ao que se tinha na época da CPTM. Então é uma concessão de péssima
qualidade, investigada pelo Ministério Público e precisa ser investigada por
esta Casa.
E eu vou ter oportunidade, no Grande
Expediente, também de apresentar um pedido de CPI da concessão dos terminais, e
no Grande Expediente vou explicar tintim por tintim como não é possível continuar
essa concessão da maneira que está no Metrô de São Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
nobre deputado Donato. Parabéns pela eleição de Vossa Excelência.
Convido agora, para fazer uso da palavra,
o nobre deputado Reis.
O
SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Cumprimentar todos os Srs. Deputados, Sras. Deputadas; cumprimentar o
presidente, deputado Gilmaci; cumprimentar o público presente, os integrantes
da Educação, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil
e todos aqueles que nos acompanham pelas redes sociais em suas residências pela
Rede Alesp.
Quero comunicar a todos os Srs.
Deputados, Sras. Deputadas que eu já tenho mais de 32 assinaturas, já consegui
as assinaturas para protocolar a CPI. Até que conseguir as assinaturas não foi
tão difícil, porque fiz o meu trabalho ali ombro a ombro e já tenho as
assinaturas.
O difícil agora é protocolar pelo que
está acontecendo aqui nesta Casa, por aquilo que o Donato inclusive já falou,
mas a gente ainda tem experiência, esperança de que haja um acordo e a gente
possa ter a CPI do Tiroteio do Paraisópolis protocolada.
Bom, eu quero repercutir, Sr.
Presidente, a pesquisa do Ipec que foi divulgada no último domingo. Essa foi a
primeira pesquisa feita no governo Lula, e havia uma expectativa geral no meio
político e na mídia em relação aos seus resultados. E o que a pesquisa revelou?
Revelou que 41% dos brasileiros
considera o governo ótimo ou bom. Outros 30, consideram o governo regular, e
24% consideram ruim ou péssimo. Para a pergunta sobre a maneira como o
presidente Lula governa o país, os números foram os seguintes: 57% aprovam a
maneira de como Lula governa o País, 35% desaprovam e 8% não souberam
responder.
A pesquisa também perguntou se os
brasileiros confiam no presidente Lula: 53% responderam que confiam no
presidente, 43% disseram que não confiam e 4% não sabem ou não responderam.
A meu ver, Sr. Presidente, são números
muito expressivos que aprovam o governo, as medidas que este governo vem
adotando e a forma como o presidente Lula tem agido para governar o País. Mais
importante ainda é que 57% dos brasileiros manifestam confiança no presidente.
Eles confiam em Lula e sabem que o
presidente fará o melhor pelo País. Conforme a mídia repercutiu, os números
mostram um governo melhor avaliado, com índices de aprovação mais altos que os
primeiros meses do governo anterior.
Quero concordar com a avaliação do
ministro Flávio Dino. De fato, se forem consideradas as péssimas condições em
que a equipe do presidente Lula encontrou o País e a máquina pública, os
números se tornam excelentes. Foram apenas três meses de governo.
Nesse curto período, muita coisa já
aconteceu, algumas negativas, como a tentativa de golpe e a baderna promovida
no dia oito de janeiro por autoridades oficiais do governo anterior. Não fosse
a firmeza do presidente e de algumas autoridades, não fosse o seu expressivo
apoio popular, o governo poderia ter ruído ali mesmo.
Quero lembrar, ao contrário do governo
anterior, Lula não recuou, não se escondeu, tampouco se omitiu diante de
situações extremas ocorridas no País. O presidente foi à Amazônia se solidarizar,
constatar os problemas e as dificuldades e determinar providências para debelar
a fome e a morte causadas pelo garimpo ilegal contra os ianomâmis. Lula
interrompeu o seu descanso no carnaval para atuar em conjunto com o adversário
político Tarcísio de Freitas na tragédia do Litoral Norte de São Paulo.
Então, não é à toa que esse início do
governo do PT tenha índices de aprovação melhores do que o início do governo
anterior. Não há omissão, não há palavras grosseiras e desrespeitosas em
relação às vítimas. É uma outra postura de solidariedade, de empatia, de
cuidado com as pessoas no momento em que elas mais precisam.
Por fim, quero destacar que desde o
início do governo o presidente vem denunciando o absurdo da manutenção das
altas taxas de juros no País. Aliás, a maior taxa de juros do mundo. E também
sobre a necessidade de o Brasil parar de fazer superávit primário.
Vou explicar de forma simples que taxas
de juros muito altas prejudicam o crescimento do País, entre outras razões,
porque não há investimentos nos setores produtivos capazes de criar novos
empregos, mas apenas no mercado financeiro.
Quanto ao superávit primário, em apenas
três meses o governo já foi capaz de construir uma alternativa que permita o
investimento em políticas sociais que ajudem a resolver os problemas crônicos
causados pela desigualdade.
Daqui para frente, é executar as
políticas que têm sido marcas do PT, agora reforçadas por aliados igualmente
comprometidos com a construção de um Brasil mais justo, democrático e
inclusivo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Reis. Com a palavra o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha pelo
plenário e pela TV Alesp.
Sr. Presidente, venho aqui fazer uma
reclamação ao nobre deputado a ser encaminhada à Presidência. Muito nos
estranha hoje ainda, no dia 21 do mês de março, sermos surpreendidos com uma
fila no relógio. Temos um ato aprovado, o Ato 13, de 2023, que disciplina o
processo de indicações de CPI, de frentes parlamentares, dos projetos de lei
dos deputados.
Foi muito nobre, por parte do
presidente anterior, abrir um prazo do dia 15, que é período que inicia a nossa
legislatura, até o dia 23, para que houvesse uma ambientação dos deputados que
ora chegam nesta Casa. São 40% de novos deputados na Assembleia Legislativa.
É importante essa ambientação no
processo legislativo da Assembleia. Mas hoje é dia 21, e nós, antes de ter
qualquer outro ato por parte da Mesa, ou ter outro ato por parte da Presidência
da Casa, simplesmente, a gente percebe uma fila gigantesca na Assembleia
Legislativa, para protocolar os documentos. Quando eu retomo, nesta Casa,
agora, nesta legislatura, em todos os cantos que a gente ouve falar, todo mundo
fala do Alesp sem Papel, nobres deputados.
Todo mundo fala do Alesp sem Papel.
Donato está chegando agora, Reis, Suplicy, Rômulo, Thainara. A Bebel, que já
está como deputada. Guilherme, Ediane. A gente percebe que todo mundo só fala
desse tal de Alesp sem Papel.
Agora a modernidade chegou à Assembleia
Legislativa. Eu fui deputado de 2011 a 2015. O debate das filas, para CPIs. O
pessoal dormia, às vezes, da noite do dia anterior para o dia 15, começava a
legislatura.
Nós já chegamos a ter funcionários
pulando muro da Assembleia, para ficar no estacionamento, para tentar ser o
primeiro a protocolar uma CPI ou uma documentação. Mas está errado. Imaginem um
assessor parlamentar ficar agora, hoje é uma terça-feira, quarta-feira,
quinta-feira, para poder protocolar um documento apenas no dia vinte e quatro.
Porque esse ato vale até o dia 23 de
março. O ato que foi aprovado na Assembleia Legislativa vale até o dia 23.
Então só pode ser protocolado um documento, agora, no dia vinte e quatro.
Será que o presidente da Casa e a
Assembleia Legislativa vão deixar que os nossos assessores, os funcionários dos
gabinetes, fiquem três dias, durante o dia e durante a noite, numa fila, para
protocolar um documento, onde todo mundo propaga o Alesp sem Papel?
Tem que ter, pelo menos, um regramento.
Nós temos projetos de deputados, nós temos frentes parlamentares. Tem uma série
de movimentos para fazer, dava para fazer pelo Alesp sem Papel.
Se o problema é em relação a CPI, vamos
criar um critério, entre os partidos, um debate entre os deputados, de qual vai
ser o critério para a apresentação das CPIs. Acho que esse é o mais justo, numa
construção.
Se nós queremos ter uma Assembleia mais
moderna, como propagam os que hoje estão coordenando a Mesa Diretora e o
presidente da Casa, o mínimo que nós temos que fazer, agora, é discutir, agora,
um novo ato, que regulamente essa questão do acesso à documentação.
Acho que o relógio, praticamente, quase
não vinha sendo usado. Era tudo pelo Alesp sem Papel. Agora retoma o relógio
novamente? Então fica aqui a nossa reclamação, do Partido dos Trabalhadores. Já
estamos em contato com o presidente da Casa. Queremos cobrar, hoje ainda, uma
satisfação. Espero que todos os líderes tenham o mesmo entendimento.
Porque vai ser um absurdo que os
líderes dos partidos e das federações, que hoje estão conduzindo esta Casa,
deixem os seus assessores passar dias e noites, três dias e três noites, para
protocolar um documento nesta Casa. É um absurdo o que está acontecendo no
início desta legislatura.
A gente queria que fosse de uma outra
forma, discutindo os projetos dos deputados, construindo a melhor forma do entendimento
entre as bancadas. Mas o primeiro ato, de o pessoal ficar dois dias e meio,
quase três dias, na fila do relógio, para protocolar um documento, seja CPI, um
projeto de deputado, ou uma frente parlamentar?
É um absurdo o que está acontecendo, no
dia de hoje, na Assembleia Legislativa.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Neste momento, convido a nobre
deputada Professora Bebel.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
eu queria anunciar a presença, visitando nessa tarde, as vereadoras da cidade
de Bananal, a Cristina Fontes, a Matilde Cury e a secretária de Governo, Aurea
Canela.
Pelo visto, Bananal está sendo
governada pelas mulheres. Sejam bem-vindas, obrigado. Acompanhadas pelo
deputado Vitão do Cachorrão. Obrigado pela presença de vocês.
Com a palavra, a deputada Professora
Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Eu cumprimento a Mesa
Diretora de trabalhos, também os assessores à minha esquerda e à minha direita,
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público presente, e todos que nos assistem
através da Rede Alesp. Toda vez que eu subo à tribuna, eu subo... Obviamente,
nós temos “n” pautas para tratar. Mas a Educação é algo fundamental.
Eu
costumo dizer que a Educação deveria estar na pauta o tempo todo, porque há um
desmonte da Educação no estado de São Paulo, razão pela qual o dia de amanhã
será o dia nacional de lutas para que se revogue essa farsa do ensino médio. Porque
este ensino médio está, na verdade, fazendo uma injustiça com os filhos e
filhas da classe trabalhadora.
Muitos
me criticam por esta afirmação, deputado Rômulo. E eu não tenho problema em ser
criticada. Eu faço de fato o corte de classe. É para todos, é verdade; mas não
são todos que têm as mesmas condições de todos, se eu assim não conceber como
diferentes, são. Nós chegaremos à igualdade se entendermos que tem diferenças
aqui no patamar, aqui embaixo. São pobres, são excluídos, são aqueles que
ajudam no sustento da casa.
E
aí inventam uma tal de escola de tempo integral, que é uma pauta positiva, e
vira negativa. Como é que é isso? Pela forma de implementação. Então, eu vou
bater nessa tecla o tempo todo, até que o governo entenda que na Educação tem
que ter diálogo.
Nós,
os estudantes, as estudantes, todos e todas são capazes de pensar a Educação,
como qualquer um, porque vivem no chão da escola e sabem exatamente como é que
está.
Eu
fui conselheira do Conselho Nacional de Educação. Eu tive a honra de, primeiro,
ter sido conduzida pelo presidente Lula, homologada pelo Fernando Haddad,
depois reconduzida pelo presidente Lula. Depois eu voltei, da outra vez fui
conduzida pela presidenta Dilma, que teve o golpe, e o golpe veio para mim
também. Eu acabei não assumindo; eu fui golpeada nesse ato.
Lá
no Conselho Nacional de Educação, eu deixei duas importantes diretrizes
nacionais de carreira: a dos profissionais da Educação, entendendo... Porque
naquele tempo não poderia tratar funcionário... Hoje, foi um avanço que nós
tivemos no Fundeb, entendendo desde o funcionário de escola até o professor, o
diretor, o supervisor. Então, eu tinha duas carreiras, mas elas dialogavam
entre si.
E
o Fernando Haddad homologou as duas diretrizes nacionais de carreira de
Magistério. Eu estou feliz, porque o dia de amanhã é pautado por quais temas
mesmo? A revogação do ensino médio.
Então,
eu estou convidando os Srs. Deputados e Sras. Deputadas: vamos para a Paulista,
porque lá vão estar estudantes, pais, professores, a comunidade escolar. É da
forma como a Educação tem que ser entendida - com a comunidade escolar.
E
ao mesmo tempo, pelo pagamento correto do piso salarial profissional nacional.
Não dá para ser essa vergonha que os governos, inclusive agora o governo
Tarcísio, fizeram, que é pagar na forma de gratificação.
Não!
Piso é ponto de partida, não é teto. Pelo fim das escolas PEIs, pela
possibilidade de os professores, deputada Thainara, poderem adoecer. Eles não
podem faltar, senão eles levam a falta o dia todo e não podem ir ao médico.
Como é que faz? É uma desumanidade.
Então,
é a tentativa de levar uma gestão empresarial para dentro da escola, muito
embora eu entenda que na empresa tem mais direito do que na escola. Então, nós
temos que, juntos, deputados e deputadas, pensar.
Nesta
Casa, já está pautado um Plano Estadual de Educação. Eu tive a honra, como
presidenta da Apeoesp, de vir aqui articular com os líderes. E a Casa, quase
por unanimidade, votou nesse Plano.
Então,
vamos partir do Plano Estadual de Educação construído pela sociedade paulista.
E amanhã todos no vão-livre do Masp, às 17 horas.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada Professora Bebel.
Com a palavra a nobre deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Guto Zacarias.
Tem Vossa Excelência o tempo regimental de até cinco minutos no Pequeno
Expediente.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa
tarde, Sr. Presidente; boa tarde a todos os deputados presentes e a todo mundo que
nos assiste via TV Assembleia.
Quero estrear
no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo primeiramente com
uma apresentação. Sou Guto Zacarias, tenho 23 anos e, com muito orgulho, sou o
deputado mais novo desta legislatura e um dos deputados mais jovens da história
do nosso País.
Apesar
de ser o mais novo, eu tenho certeza de que não sou o mais inexperiente deste
Parlamento. Trabalhei na Assembleia nos últimos quatro anos e milito no Movimento
Brasil Livre há aproximadamente sete anos.
O
Movimento Brasil Livre é algo que eu gostaria de falar inicialmente nesta fala.
O Movimento Brasil Livre, nos últimos meses, para algumas pessoas... Em um país
que tem a memória extremamente curta, algumas pessoas preferem lembrar as
polêmicas e esquecer as coisas boas que o MBL fez por este País.
O
Movimento Brasil Livre ainda é o movimento do belíssimo impeachment da Dilma
Rousseff, das belíssimas reformas feitas no governo Temer, como o início da
discussão da reforma da Previdência, a PEC do Teto e também o grandioso novo
ensino médio, que, apesar dos defeitos, tem muito mais qualidades.
Também
no governo Bolsonaro, o MBL, que foi oposição ao Bolsonaro, apoiou também as
boas reformas que o governo Bolsonaro pôde nos apresentar, como a reforma da
Previdência e também a MP da Liberdade Econômica.
Eu
chego à Assembleia Legislativa com 152.481 votos, votos que foram dados graças
ao apoio da minha família, dos meus amigos, da minha equipe e também,
obviamente, dos meus colegas de Movimento Brasil Livre. Eu, como disse, trabalhei
na Assembleia nos últimos quatro anos. Saí da Assembleia por conta de uma
cassação do deputado Arthur do Val, que eu julgo injusta.
Mas,
como eu gosto de sempre dizer, o meu mandato não é um mandato de vingança, o
meu mandato não é um mandato de revanche. Quero lutar aqui no estado de São
Paulo pelas boas propostas que esta Assembleia certamente irá discutir, como a
privatização da Sabesp, a melhora na educação básica do povo paulista, uma
discussão sobre educação financeira, sobre a melhoria da qualidade do Saneamento
Básico, da Segurança Pública e também da Habitação.
Mas,
mais do que eu dizer que eu quero fazer um mandato propositivo, um mandato das
boas ideias e um mandato que obviamente não vai focar em vingança ou revanche,
eu separei um vídeo de um ex-colega de vocês mandando uma mensagem de pacificação,
Professora Bebel, e de paz para a Assembleia Legislativa. Gostaria de colocar,
por favor.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Muito
obrigado, Arthur. Quero dizer também que isso não é apenas por mim, é pelo
Renato, pela Amanda e pelo Beraldo também. Muito obrigado a todos que nos
ouviram. Viva o estado de São Paulo e viva também o Movimento Brasil Livre.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Guto Zacarias.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada
Bebel, eu queria pedir uma coisa a Vossa Excelência. Nós temos aqui uma lista
extensa de pessoas para falar. Eu peço compreensão de Vossa Excelência.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu deixo, eu deixo. Já
tem a minha compreensão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputada. Sabia que não podia esperar outra coisa de Vossa
Excelência. Com a palavra o nobre deputado Eduardo Suplicy.
Você vai tomar a frente do deputado
Eduardo Suplicy, Bebel? Não dá, né, Bebel? Pois é, do nosso.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Obrigado, Sr. Presidente, por sua gentileza, queridas deputadas e queridos
deputados, o dia de hoje, 21 de março, é o Dia Internacional do Combate à
Discriminação Racial, instituído pela ONU como um dia de conscientização, tendo
como pano de fundo a lembrança do terrível Massacre de Shaperville, na África
do Sul, que ocorreu em 1960, em pleno apartheid e deixou 69 pessoas mortas e
mais de 180 feridas após um protesto contra uma lei que limitava os lugares
onde as pessoas negras podiam andar.
Esse episódio evidenciou diante do
mundo todo os horrores da discriminação e segregação que ali estavam ocorrendo
sob autorização institucional, através do apartheid.
Mas, infelizmente, não era só ali, na
África do Sul, que a discriminação ceifava vidas e oportunidades. Em todos os
lugares onde a raça determina as relações de poder e define uma hierarquia, a
discriminação é uma prática recorrente. A discriminação é o idioma principal do
racismo.
A Constituição de 1988 tornou a prática
do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.
Recentemente foi sancionada a Lei 14.532, de 2023, que equipara a injúria
racial ao crime de racismo. São avanços importantes, mas ainda temos um longo
caminho, pois como alerta o Dr. Adilson Moreira, autor do livro “O que é
discriminação?”, o termo possui uma pluralidade de significados que transcende
a sua definição tradicional de um tratamento arbitrário e intencional.
Temos como exemplo de um dos modos de
discriminação que ocorre no Brasil a intolerância religiosa, que é muito mais
intensa e violenta com as religiões de origem negra.
Tanto que o presidente Lula sancionou
recentemente o projeto de lei do deputado Vicentinho, que institui o Dia
Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé,
que também é hoje, 21 de março. E não é mera coincidência, e sim uma ação
proposta pelo Senado, que visa instalar uma rede intercontinental de
conscientização contra a discriminação.
Ainda ontem meu amigo Paulo Paim,
senador, proferiu um formidável discurso durante a sessão especial do Senado em
celebração ao Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial e um
dos destaques dizia: “O racismo, o preconceito e a discriminação continuam a
impregnar de ódio, de violência, de intolerância a sociedade e as instituições.
Estão enraizados, presos às cotidianas estruturas políticas, sociais e
econômicas, agridem, reprimem, verbalizam iras e sentimentos viscerais de
repulsa e aversão contra negros e negras, quilombolas, indígenas, LGBTQI+,
mulheres, pessoas com deficiência, idosos, pobres, asiáticos, judeus,
palestinos, migrantes e refugiados, as chamadas minorias étnicas.”.
Isso me faz lembrar do Relatório
Mundial da Felicidade, que considera as avaliações das próprias pessoas sobre
sua situação, bem-estar econômico e indicadores sociais. Neste ano, em uma
lista de 137 posições, o Brasil ficou em 49º lugar.
Em 2022, o País ocupava o 38º posto.
Desde 2016, quando ocupava o 16º lugar, o Brasil vem perdendo posições no
ranking. A Finlândia permanece no topo da lista pelo sexto ano consecutivo.
Novamente destaco que não são meras
coincidências, o relatório enfatiza que todos os países onde o índice de
felicidade é alto têm investido na garantia do cumprimento dos Direitos Humanos
fundamentais, sem discriminação, incluindo o direito à vida e à liberdade, de
estar livre da tortura e da escravidão, à liberdade de opinião e à expressão
com respeito às diferenças e o direito ao trabalho e à educação.
Não há possibilidade de bem-estar e até
de ter saúde mental em um país como o nosso, onde estar inserido nas chamadas
minorias sociais é um risco constante. A promoção dos direitos iguais para
todas as pessoas, sem nenhum tipo de discriminação, é uma das maiores
urgências, um dos maiores desafios do Brasil.
A mudança passa por resolver as falhas
e omissões cometidas ao longo da nossa história e, a partir daí, aprofundar-se
com coragem e energia nos desafios do enfrentamento ao racismo, da
responsabilização por todos os danos provocados a toda população negra e pela
promoção dos direitos que efetivamente garantam uma vida com dignidade a todos.
Evidentemente, a instituição da renda
básica de cidadania universal e incondicional está, inevitavelmente, inserida
nessa lista de ações necessárias, como instrumento de autonomia que é
fundamental para quem sempre esteve às margens da sociedade.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Para a conclusão, nobre deputado. Por favor.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Permita-me apenas
citar Martin Luther King Jr., que, em “Caos ou Fraternidade: Para Onde Nós
Vamos Daqui para Frente” disse que “chegou a hora de nos civilizarmos pela
abolição total, direta e imediata da pobreza”.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Por gentileza, deputado. Para a conclusão.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - E assim peço, Sr.
Presidente, que seja transcrito na íntegra o meu pronunciamento, agradecendo
muito a sua atenção.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Será feito, nobre deputado Eduardo Suplicy.
Com a palavra, o deputado Capitão Telhada.
(Pausa.) Nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra, o nobre deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra, o nobre deputado Eduardo Nóbrega. (Pausa.)
Com a palavra, a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra, a
nobre deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra, o nobre deputado Tomé
Abduch. (Pausa.)
Vamos entrar agora na Lista
Suplementar. Com a palavra, o nobre deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a
palavra, o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Emidio de Souza. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.)
Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Carlos
Cezar. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputada Solange Freitas. Tem V. Exa. o tempo regimental na tribuna de até
cinco minutos, nobre deputada.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Boa tarde, Sr. Presidente; boa tarde, nobres deputados; boa tarde a todos os
funcionários desta Casa, a minha equipe e a todos que nos acompanham nesta
tarde.
Primeiramente, é a primeira vez que
estou falando nos microfones da Alesp, então, preciso agradecer. Agradecer por
estar aqui. É uma honra estar aqui junto com os nobres deputados representando
o estado de São Paulo, representando os interesses da população.
Então, tenho que agradecer os 81.870
votos que tive e a todas as pessoas que, de alguma maneira, conseguiram fazer
com que eu chegasse até aqui. Vocês sabem muito bem que não é fácil chegar
aqui. Para uma mulher é ainda mais difícil, mas eu só tenho a agradecer neste
momento.
Eu gostaria de me apresentar também.
Para quem não me conhece, sou a Solange Freitas, jornalista, professora,
bacharel em direito e, durante 30 anos de minha vida, trabalhei nas ruas como
repórter de emissoras de televisão. Nos últimos 15 anos, foi na TV Tribuna,
afiliada da Rede Globo na Baixada Santista.
Então sempre
estive ao lado da população. Sempre gostava de fazer as reportagens que
ajudavam as pessoas e eu tinha um preconceito danado em relação aos políticos,
porque quando a gente ouve a população, vai cobrar das autoridades, a gente vê
o quanto a população é enganada.
Então durante
toda essa minha trajetória como jornalista eu sempre dizia que nunca iria
entrar na política, até que a minha indignação de tantos e tantos anos
trabalhando nas ruas me trouxe para a política em 2020 e eu fui candidata à
prefeita de São Vicente.
E aí eu sofri
todo tipo de violência política, todo tipo de violência por ser mulher, coisa
que eu nunca tinha sofrido na minha vida inteira. Eu sofri violência
psicológica e violência física também. Sofri um atentado quatro dias antes do
primeiro turno, deram cinco tiros no meu carro.
Eles queriam que
eu desistisse de qualquer jeito. Era um atentado quatro dias antes, e um dia
antes do primeiro turno ainda tentaram incriminar a minha equipe do próprio
atentado. Então jogaram sujo demais.
A justiça veio.
Uma parte da justiça veio dois anos depois com um dos envolvidos que foi
condenado por tentativa de homicídio contra mim e contra a minha equipe, mas
ainda tem um mandante também que até hoje a gente sabe quem é, mas não tem
provas do meu atentado.
A justiça
demora para chegar. Todos os dias eu sofria ataques, fake news, para que eu
desistisse e eu não desisti. Fui para o segundo turno e dois meses depois do
atentado, dois meses depois que eu sofri tudo isso na política, eu descobri um
câncer de mama. Só que eu consegui fazer o tratamento e cheguei à cura.
Então essa é
uma das minhas bandeiras. Eu quero lutar para que outras mulheres também tenham
a mesma sorte, digamos assim, que eu de conseguir fazer o tratamento, de ter
acesso ao tratamento e de conseguir chegar à cura como eu cheguei. Essa é uma das
minhas bandeiras, sim.
Outra das
minhas bandeiras, os PCDs, as famílias que têm dificuldades para tratar as
crianças, as famílias. As causas autistas são causas que eu vou lutar e já
venho lutando há um tempo desde a minha jornada como jornalista.
Então eu quero
colocar o meu mandato à disposição da população. Eu digo que eu vou ser a
deputada das ruas porque como jornalista sempre estive nas ruas ao lado da
população e é isso que eu quero fazer.
Se a gente
tivesse um programa ambiental como nós tivemos em Cubatão há alguns anos, o
Programa Socioambiental Serra do Mar, que foi um programa maravilhoso do Governo
do Estado de retirada das famílias das áreas de risco, reflorestamento e fazer
com que essas famílias não voltassem mais para essas áreas, esse programa tinha
continuidade.
Era o Programa
Litoral Sustentável, só que não deram continuidade. E quem sabe se esse
programa não tivesse saído do papel muitas vidas não teriam sido salvas como
nessa tragédia que nós tivemos em São Sebastião ou na tragédia que nós tivemos
na Baixada Santista, em março de 2020.
Então essa é
uma das minhas lutas também para que esse Programa Litoral Sustentável volte a
funcionar e para salvar vidas, para prevenir. Então eu quero me colocar à
disposição da população. Estarei junto ao governo quando os interesses da
população estiverem em jogo e estarei junto da população sempre.
Meu muito
obrigada.
Obrigada por
estarem me ouvindo.
Obrigada por
este espaço hoje.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputada Solange, e parabéns pelo mandato. Seja bem-vinda a esta Casa. Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, neste momento, estamos encerrando o Pequeno
Expediente e vamos iniciar então o Grande Expediente convidando os Srs.
Deputados para fazerem uso da palavra por até dez minutos.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Aqui
por permuta com o nobre deputado Eduardo Nóbrega, convidamos a nobre deputada
Andréa Werner. Tem V. Exa. até dez minutos no Grande Expediente.
A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos e a todas. É a minha primeira palavra
aqui na tribuna. Eu queria começar cumprimentando o deputado Gilmaci, o
deputado Alex Madureira e todos deputados e deputadas colegas aqui da Casa.
Meu nome é
Andréa Werner. Eu sou jornalista, sou escritora, sou fundadora do Instituto
Lagarta Vira Pupa, que dá apoio para famílias de pessoas com deficiência.
E eu cheguei
aqui na Casa através de 88.820 votos e eu queria começar esta fala agradecendo
a todos os eleitores que me trouxeram aqui, que propiciaram que eu estivesse
aqui para defender essa causa, que é a causa da minha vida.
Tenho 47 anos,
sou a mãe do Theo, de 15 anos, que é autista grau dois de suporte não
oralizado, quer dizer, ele não fala e ele tem deficiência intelectual. Eu sou
também uma mulher neurodivergente, eu vou falar muito sobre isso aqui, eu tenho
esse brochezinho aqui da neurodivergência.
Depois, em
outra oportunidade, eu falo mais sobre isso. Como diz uma amiga minha, pé de
jaca não dá manga, então o fato de eu ser uma mulher neurodivergente explica
muito o fato de eu ter tido um filho autista. O Theo nasceu em 2008 e, quando a
gente recebeu o diagnóstico, o Theo era um bebê, ele mal tinha completado dois
anos de idade.
Naquela época eu comecei a compartilhar
na internet as minhas experiências sobre a maternidade atípica, como a gente
fala. Descobri uma imensa quantidade de mães que careciam de muita coisa, desde
acesso à informação até serviços básicos a qualquer tipo de apoio, e estou
falando aqui de necessidades urgentes mesmo, do diagnóstico, do acolhimento, do
acesso à saúde, de suporte, todo tipo de suporte.
Isso mudou completamente a minha visão
de mundo e a minha responsabilidade enquanto cidadã. O meu caminho até aqui foi
de ativismo e de acolhimento dessas famílias, de pessoas com deficiência que,
como eu, se viram desamparadas pelo Estado. Olha que eu estou falando de um
lugar de privilégios, mesmo sendo mulher. Mas eu tenho privilégios de classe e
de cor.
Eu também não entrei para a
estatística, deputado Gilmaci, que diz que 78% das mães de crianças com
deficiência são abandonadas pelos maridos quando chega o diagnóstico do filho.
Elas viram mães solo.
Aqui estão incluídas mães de crianças
com doenças raras também. Os companheiros simplesmente vão embora quando chega
o diagnóstico pela porta, o marido sai pela janela, é uma coisa que a gente
costuma dizer.
Eu li, ouvi e presenciei milhares de
histórias de pessoas, a maioria mães, levadas ao extremo, sem saber se teriam o
que comer ou se teriam o que dar para os filhos comerem, considerando o
suicídio como uma alternativa real, tamanho o desamparo em que elas se veem. Eu
acho isso inaceitável em qualquer lugar do mundo, e a gente está falando do Estado
mais rico da nossa Federação.
As dificuldades que eu tive foram
muitas e foram reais, mas elas não se comparam às pessoas pretas e periféricas
que têm filhos com deficiência. Muitas dessas pessoas confiaram em mim, e eu
vou cumprir as minhas promessas. A pauta da pessoa com deficiência, com doenças
raras, é uma pauta urgente, ampla e essencial para a construção de uma
sociedade mais justa e mais digna.
Para mim, é a luta da minha vida, não é
um rótulo conveniente e não é uma forma de conseguir mais votos. Eu queria
pedir para a Casa colocar no telão uma foto que eu trouxe no pendrive, que é do
Super Chico, e eu já vou explicar por quê.
Hoje, dia 21 de março, é o Dia
Internacional da Síndrome de Down e, colegas parlamentares, a gente não se
lembra da Síndrome de Down, no dia de hoje, por acaso. A gente está falando do
dia 21 do mês três, a gente está falando da trissomia do cromossomo vinte e um.
A trissomia do 21, ou síndrome de Down,
é uma condição genética que não vem sozinha geralmente. Ela pode trazer com ela
também cardiopatia congênita, resposta imunológica reduzida, hipertensão
arterial, baixo tônus muscular, questões hormonais, enfim, várias questões que
também afetam a saúde. A Síndrome de Down é detectável no pré-natal, e isso é
essencial para que a família possa se preparar de forma adequada para receber
esse bebê, essa criança que vai virar um adulto.
A intervenção precoce é importantíssima
aqui e ela garante alcançar um patamar de qualidade de vida que não pode ser
ignorado e não é negociável. Em 1980, a expectativa de vida de uma pessoa com
Síndrome de Down, gente, era de 25 anos. Hoje em dia, supera os 60 anos. A
gente está falando de algo entre 50 e 60 anos. A gente tem dados empíricos que
mostram de fato o impacto que esse tratamento adequado pode trazer para a vida
dessas pessoas.
Agora, presta atenção aqui. Hoje, a
expectativa de vida de uma pessoa com s Síndrome de Down preta ou parda é 50%
menor do que os seus pares brancos. Quando a gente fala em recorte racial no
Brasil, é impossível a gente não falar de classe, porque, gente, no Brasil a
pobreza tem cor. A população que mais depende dos serviços públicos de Saúde e
que não pode arcar com os custos da rede privada é essa.
Nos últimos dias eu tenho conversado
muito com representantes de um instituto chamado Invisibilidown. Eles se
dedicam a dar visibilidade a pessoas com Síndrome de Down pretas. Eles compartilharam
comigo as suas histórias e são coisas de arrepiar os cabelos, deputado Gilmaci.
O que deveria ser um tratamento precoce só começa depois de dois anos na fila.
Quando falamos
de uma condição que traz cardiopatia congênita em mais de 50% dos casos - que
muitas vezes requer cirurgia muito urgente, logo que o bebê nasce - esse atraso
pode significar a vida do bebê, ele pode ser fatal.
E mesmo quando
não é, ele impõe um prejuízo a essa pessoa que poderia alcançar um outro
patamar no seu desenvolvimento se ela fosse socorrida a tempo. Unidades de
saúde em periferias, que atendem famílias de pessoas pretas e pardas com
Síndrome de Down, descobriram 15 dias depois
do parto que aquela criança precisava ter tido um atendimento urgente de um
pediatra de desenvolvimento de risco.
Há casos de
crianças com falta de tônus muscular que não conseguem comer, que não conseguem
sentar, sendo dispensadas por médicos sob a alegação de que é impossível uma
pessoa preta ter um filho com Síndrome de Down. Isso é um mito que ainda é
divulgado entre os médicos.
Eu tenho uma
amiga do Invisibilidown que ouviu de um médico, que a filha dela não poderia
ter Síndrome de Down porque pessoas pretas não podem ter filhos com Síndrome de
Down.
Ir para a rede
particular, em busca de profissionais especializados, é uma alternativa para
pouquíssimas famílias, porque isso sempre vem com um impacto severo no
orçamento doméstico, na vida financeira.
Então, eu
queria aproveitar a data de hoje aqui, e a foto está no telão, para lembrar com
muito carinho do Super Chico - e eu vou tentar não chorar - que nos deixou no
dia seis de fevereiro. Em seus seis anos o chico passou por sete cirurgias,
ficou 13 dias internado na UTI com Covid, ele teve Covid duas vezes, e a sua
alegria conquistou o coração de milhões de brasileiros, ele tinha milhões de
seguidores na internet.
O Chico nos
mostrou como é possível para uma criança com Síndrome de Down e com a saúde
extremamente debilitada, porque ele tinha muitas comorbidades, ter uma boa
qualidade de vida e ser feliz. porque ele tinha pleno direito a atendimento
médico.
O Chico era um
pouquinho de todo mundo, ele tinha milhões de seguidores, mas ele tinha mãe,
tinha pai, tinha irmãs. Então, aqui da Alesp eu queria mandar o meu beijo para
a Dani Bombini que está nos vendo lá em Bauru, e para a família do Chico que
sente diariamente essa perda. Beijinho Chico.
Precisamos
falar sobre inclusão escolar, sobre garantir a essas pessoas o direito à
educação. Em 2019, o Movimento Down divulgou um estudo em que descobriram
apenas 74 pessoas com Síndrome de Down no ensino superior no Brasil inteiro.
Inteiro, gente, 74 pessoas.
Acessibilidade
e inclusão é muito mais do que só vaga preferencial e cota. A gente precisa
ampliar essas ideias, a gente precisa complementar com outros elementos para
garantir que todos os cidadãos tenham, de fato, acesso à educação e sejam, de
fato, iguais perante a lei.
Esta Casa tem o
dever de garantir que as famílias de pessoas com deficiências e suas redes de
apoio tenham segurança e qualidade de vida. Esta Casa tem que garantir acesso a
tratamentos adequados. Esta Casa tem o dever de trabalhar com os adultos com
deficiências e doenças raras, porque essas crianças crescem e têm direito à
educação, ao mercado de trabalho, à uma vida adulta digna.
E por fim, esta
Casa tem o dever de garantir que as leis que já existem, e que são
maravilhosas, e as que são aprovadas nesta Casa sejam cumpridas. É isso que eu
queria deixar hoje.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputada Andréa Werner. Parabéns pelas suas palavras, pelo seu mandato. Tenho
certeza que vai ajudar muito essas pessoas com doenças, com problemas que nós
temos que acompanhar e, infelizmente, o Poder Público não tem dado a atenção
que deveria dar.
Agora para o
seu uso da palavra no Grande Expediente, por sessão de uso de tempo, o nobre
deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) O deputado Atila Jacomussi. Tem V. Exa.
o tempo regimental.
O SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente deputado Gilmaci, quero parabenizá-lo,
hoje brilhantemente aqui liderando esta Casa neste momento como presidente
desta Casa. Quero aqui agradecer os nobres deputados, os nobres pares, nobre
deputadas.
Em nome da
deputada Andréa, eu quero parabenizar, deputada, pela sua fala. Uma fala que
emocionou e que nos engrandece. Eu sei muito disso, porque quando fui prefeito
da cidade de Mauá, sempre procurei cuidar das pessoas portadoras de
deficiência.
E agora acabei
de propor uma frente parlamentar, e gostaria de que os novos deputados e
deputadas assinassem a nossa Frente Parlamentar pelo Fortalecimento e Amparo às
Mães Atípicas. Nós sabemos o quanto é importante, deputado Cachorrão, essa
questão na sociedade.
Mas eu quero parabenizar e dizer que é
uma alegria estar aqui hoje. Para mim, é um reinício. Passei por esta Casa
alguns anos atrás; fui eleito deputado em 2014, passei por esta Casa em 2015,
2016, e essa Casa me deu um grande aprendizado para que eu pudesse chegar à
minha cidade para que eu pudesse realizar um grande sonho de me tornar prefeito
da cidade de Mauá.
E agora retorno novamente para esta
Casa com um grande dever de cuidar do estado de São Paulo, mas principalmente
de cuidar da cidade de Mauá, de cuidar do Grande ABC.
Nós sabemos que temos pautas
importantes na cidade de Mauá, no ABC. O ABC Paulista e a cidade de Mauá são o
grande pulmão do estado de São Paulo, mas nós sabemos que o Governo do Estado
pouco fez nos últimos anos para a região do Grande ABC, e agora o Grande ABC
tem hoje uma grande bancada.
Depois de muitos anos, nós temos oito
deputados nesta Casa, e nós temos o dever de trabalharmos unidos pelo fortalecimento
do ABC Paulista e das nossas cidades.
E como filho de Mauá, não posso deixar
de falar da cidade de Mauá, uma cidade que sofre, uma cidade feita por
trabalhadores e trabalhadoras, uma cidade que é vista como cidade-dormitório
onde mais de 100 mil pessoas saem da cidade de Mauá e vêm trabalhar ou na
capital paulista ou na grande região metropolitana.
Então nós temos pautas necessárias a
serem debatidas. E agora, como deputado da cidade de Mauá, deputado aqui do
estado de São Paulo, vou defender que essas pautas sejam introduzidas no
Estado, para que o compromisso que o nosso governador teve quando passou pela
nossa cidade seja executado, começando pela questão do transporte público.
Nós temos que ter a introdução do
Bilhete Metropolitano, a integração trem/ônibus. Muitos deputados, Suplicy, não
lembram, mas Mauá já teve a integração trem/ônibus e foi retirada. Nós temos
que lutar para que a integração trem/ônibus volte para a cidade de Mauá, mas
não só a integração na cidade de Mauá, o Bilhete Metropolitano.
O Expresso ABC, que foi uma luta de
muitos anos, e é uma pauta que nós vamos debater no próximo dia 4 de abril,
junto ao presidente da CPTM, para que a nossa região tenha o Expresso ABC, para
que o trabalhador fique menos tempo no transporte público, e com menos tempo,
vai ficar muito mais com a sua família.
Outro tema importantíssimo - e nós não
podemos nunca esquecer - é a Saúde, é o Hospital Nardini, um hospital
municipal, mas que atende Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e parte da
zona leste e pessoas que se acidentam no Rodoanel, no trecho sul.
Hoje, nós temos que trabalhar para que
o Hospital Nardini seja estadualizado, para que vá para o Estado. Mas enquanto
isso não acontece, o aumento do repasse para o Hospital Nardini...
Hoje, nós temos aí apenas um milhão
repassado para o Hospital Nardini. No período em que fui prefeito, nós
conseguimos o aumento do repasse para três milhões, e agora temos a notícia de
que voltou a ser um milhão de reais. Trabalhar junto aos deputados da região e
toda esta Casa para que o Hospital Nardini volte a ter o aumento de repasse
para três milhões, e no futuro ele seja estadualizado para que ele seja do
Estado.
A pauta do AME Oncológico, quero dizer
aqui para os nobres pares, principalmente para as deputadas, que eu perdi minha
primeira esposa vítima de câncer de mama, aos 36 anos de idade. Meu filho ficou
órfão com 12 anos, e nós sabemos o quanto essa doença aterroriza as mulheres,
mas também aterroriza as famílias. Nós temos que lutar para que o AME da cidade
de Mauá, que atende Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, seja um AME
Oncológico.
Outra pauta importante, que eu não
poderia deixar de falar, é a questão da chegada do IML na nossa cidade, na
nossa região. Deputado Suplicy, que conhece muito bem a região de Mauá, sabe o
que vou falar. Hoje, a microrregião é atendida pela Fundação ABC, na cidade de
Santo André, há muito tempo.
Nós temos que ter um IML na cidade de
Mauá, um Serviço de Verificação de Óbito e, com isso, nós podemos ter também um
serviço muito importante na luta contra a violência contra a mulher, porque as
mulheres que são agredidas em Mauá têm que se dirigir lá para a Fundação ABC,
na cidade de Santo André, para fazer o exame de corpo de delito.
Muitas não têm nem o dinheiro para ir,
fora a agressão que ela sofre psicologicamente. Nós temos que ter um IML na
cidade de Mauá, na região, para ter o serviço de verificação de óbito e ter o
exame de corpo de delito realizado, como o governo federal já fez. As
delegacias de defesa e proteção da mulher em todo o Estado e em Mauá, claro,
tem que se tornar 24 horas.
A maioria das mulheres são atendidas
durante a madrugada, no período noturno. É um absurdo hoje nós não termos a
delegacia de defesa e proteção da mulher funcionando no período noturno e nos
finais de semana. O governo federal já sinalizou, nós vamos trabalhar para que
o Governo do Estado coloque isso em prática. Tenho certeza de que o governador
Tarcísio vai ter essa sensibilidade.
Outras questões muito importantes, e
muitos não sabem, é a causa animal. Minha mulher é ativista animal. A primeira
cidade que conquistou uma UPA Animal no estado de São Paulo foi a cidade de
Mauá, enquanto eu fui prefeito. Nós temos hoje programas importantes, deputado
Cachorrão - ia falar em defesa animal, olhei para você - porque eu sei o quanto
você também gosta da causa. O ponto é muito importante.
Nós temos alguns programas do container
animal, mas nenhum programa do container animal chegou no ABC. A minha luta é a
implantação de container animal na região do ABC paulista e na cidade de Mauá e
a luta pela instalação do hospital veterinário regional. A luta tem que ser
coletiva, de todos os deputados, para nós instalarmos um hospital veterinário
e, realmente, não só falar que é da causa, praticar a causa de verdade, fazer a
diferença. Esse é o grande ponto.
Outra questão importantíssima que eu
quero deliberar com cada um de vocês, são pontos importantes. Quando a Andréa
estava falando, logo no início da minha fala eu disse: “Andréa, quando eu fui
prefeito, a nossa cidade não tinha transporte para as crianças autistas”.
A Apae atendia até determinada idade.
Nós tínhamos que depender da Apaesp na cidade de Ribeirão Pires. Eu fiz o
convênio, entreguei o transporte. Então nós temos que garantir o transporte
para as crianças autistas e, principalmente, olhar isso com olhar sensível, se
arrepiar, se colocar no lugar do próximo.
Outra questão é a questão dos moradores
de rua. Hoje, nós temos uma questão muito delicada na cidade de São Paulo, na
região do ABC. Nós temos que lutar para que o Governo do Estado, o mais rápido
possível, instale o programa de aluguel social.
Porque hoje não temos só moradores de
rua dependentes químicos ou alcoólatras, nós temos famílias na rua. Famílias na
rua, inteiras, que lutam desesperadamente para se recuperar, terem nova
oportunidade no mercado de trabalho. Mas, para isso, precisa ter um olhar
caridoso, um olhar com carinho. Essa é a nossa missão hoje aqui.
E eu não poderia nunca deixar de
agradecer aqui esses minutos que eu tenho hoje, de retornar hoje, meu primeiro
pronunciamento de volta nesta tribuna. Dizer que o meu coração está cheio de
alegria, cheio de esperança, assim como o povo da cidade de Mauá, que tem esperança
no nosso mandato, de ter uma cidade com dias melhores.
Porque cuidar bem de uma cidade, ser
deputado estadual, ser governador, tem que gostar de gente, tem que estar
próximo do povo, tem que lembrar que o trabalhador sai de manhã cedo e tem que
ter um transporte digno, que a mulher não pode mais ser assediada no transporte
público ou agredida, tem que ter uma delegacia 24 horas, que a saúde é
prioridade, a saúde da mulher é muito mais ainda.
Muitas mulheres sofrem hoje com câncer
de mama e colo do útero. Os AMEs oncológicos têm que ser ampliados no Governo
do Estado. Nós temos que estar aqui para fazer a diferença na vida das pessoas.
É para isso que eu fui eleito deputado.
Eleito deputado com a maior votação da
história da cidade de Mauá, foram mais de 42 mil votos só na cidade de Mauá, a
cidade que eu amo e que me trouxe de volta à Assembleia Legislativa, para que
eu possa fazer a diferença.
Meu muito obrigado a todos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Nobre deputado Carlos Giannazi, vou pedir a V. Exa., assim como vou pedir à
Professora Bebel, nós temos uma lista extensa de deputados prontos para falar.
Vossa Excelência já falou hoje, então me perdoe, nós vamos continuar a lista de
chamada.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - É para uma rápida
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Desculpa. Vamos respeitar os deputados, V. Exa. já falou hoje. Pode ser
deputado? Muito obrigado pela compreensão.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. Tem V. Exa. o
tempo regimental de até dez minutos no Grande Expediente.
O
SR. ITAMAR BORGES - MDB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, colegas deputadas e deputados, eu
quero... Pois não, deputado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Deputado Itamar Borges, eu
posso fazer uma pequena intervenção na sua fala?
O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Fique à vontade, deputado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Muito obrigado, deputado Itamar Borges. Só queria registrar, V. Exa., que
sempre defendeu as ETECs e FATECs, eu queria registrar que nós estamos com dois
alunos de uma ETEC do estado de São Paulo, do Centro Paula Souza.
Me refiro ao
aluno João Fernando e ao Lucas Peloia, que são alunos da ETEC Basilides de
Godoy. Eles vieram trazer um dossiê mostrando sucateamento e degradação das
ETECs e FATECs. Sobretudo, da própria ETEC em que eles estudam, que está
alagando com as chuvas. Às vezes, não tem eletricidade. Porque as nossas ETECs
e FATECs carecem de reformas estruturais, que nunca foram feitas.
Não há
investimento nos nossos equipamentos, que oferecem a educação técnica e
tecnológica. Eu queria dizer que esse dossiê, que vocês trouxeram, será
entregue, não só à superintendente, à presidente da Fundação Centro Paula
Souza. Mas nós vamos encaminhar, também, cópias desse material, desse dossiê
importante.
Porque aqui
mostra o sucateamento geral da rede de ETECs e FATECs. Mas nós vamos encaminhar
esse material para o governador Tarcísio de Freitas, para que ele tome
providências e invista pesadamente nas nossas ETECs e FATECs.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Muito obrigado, deputado Itamar Borges.
O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pois não, deputado colega Carlos
Giannazi. Eu quero dizer, da minha satisfação, hoje, de ter participado, logo
de manhã, com o governador Tarcísio, com 44 entidades do setor econômico, e
alguns colegas parlamentares que lá puderam estar, acompanhando também.
Na condição de
presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, lá estivemos
apresentando, ao governador, a Carta pelo Empreendedorismo, ao governo de São
Paulo. É resultado de um trabalho feito com as entidades da contabilidade, da
indústria, do comércio, do serviço, com as universidades.
E aqui
trouxemos os temas e as bandeiras a serem trabalhadas, e as propostas para
serem desenvolvidas políticas públicas em cada uma delas. O governador foi
muito receptivo. Lá estavam seis secretários de Estado, acompanhando, que têm
afinidade com os assuntos.
Eu estou muito
feliz com o respeito que o governador Tarcísio dedicou a este Parlamento e a
todos os parlamentares, e à consideração, no protagonismo que a Assembleia pode
ter, e a importância no papel do dia a dia, para propor, não só iniciativas
parlamentares. Mas também aquelas que não são da nossa competência, que é
competência exclusiva do Executivo, e que ele assumiu o compromisso de criar
grupos de trabalho para acolher todas elas.
Eu queria falar
da minha satisfação de ver aqui o deputado Luiz Claudio Marcolino. Luiz Claudio
me ajudou muito, quando esteve aqui na Casa. É um deputado do Empreendedorismo.
Tem muitos avanços de apoio à micro e pequena empresa. Eu estou muito otimista
com esses próximos passos.
Presidente, eu
quero falar de um tema que me orgulha muito. A minha cidade, cidade que eu
moro, São José do Rio Preto, recebeu ontem o reconhecimento de melhor
saneamento público do Brasil. Primeiro lugar em saneamento público do País.
Eu queria pedir
que passasse rapidamente aí. Não é vídeo, é só uma apresentação? Tinha um vídeo
anteriormente. Samara, cadê o vídeo? Estão dizendo que não tem o vídeo.
É o vídeo de
uma reportagem do “Jornal Nacional”, ontem, na Rede Globo, que fala desse
ranking, e anuncia São José do Rio Preto como a cidade em primeiro lugar do
ranking de água e esgoto do País.
Rio Preto já é,
hoje, no último ranking de cidades melhores para se viver, a terceira melhor
cidade do Brasil para se viver. Então é motivo de muita alegria. E esse é o
resultado, subiu oito posições.
Essa é a
estação de tratamento de água. Nós temos, na sequência - próxima, por favor -,
a estação de tratamento de esgoto. Próxima. Esse foi o ranking; nós temos aí. É
importante dizer que, das 20 primeiras cidades, 16 são do estado de São Paulo.
Portanto, parabéns aos gestores e a essa inciativa.
Ah,
o vídeo chegou? Eu vi o vídeo aí, eu vi a capa do vídeo. Não? E eu quero,
então, parabenizar o prefeito Edinho Araújo, parabenizar o nosso Nicanor, lá do
SeMAE. Quero cumprimentar e parabenizar a todos que ajudaram a construir essa
história. O SeMAE foi criado na primeira gestão do prefeito Edinho Araújo, e de
lá para cá vem evoluindo e avançando, por todo esse tempo.
Passou
lá o colega Valdomiro...
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
Esses
são índices médios. São José do Rio Preto tem esses números importantes.
Destacar aqui o colega Valdomiro, que passou por lá e com certeza deu sequência
a esse trabalho que o Edinho criou, do SeMAE.
E
o Edinho, no seu retorno, retoma e faz com que Rio Preto possa ter esse
reconhecimento. Quero aqui dizer que o SeMAE atua numa das bandeiras mais
importantes, deputada Beth Sahão, que é a bandeira da sustentabilidade, que é
cuidar da água e do esgoto.
Em
Rio Preto, faltava água e não se tratava esgoto. Na gestão do prefeito Edinho,
e com a criação do SeMAE, passou-se a tratar o esgoto, tratar a água,
preservando assim o saneamento e a saúde da população.
Dizer
também que, na criação do SeMAE, lá nos anos 2000, nós tivemos... E eu
destacaria, nos números que ali passaram, quando fala de 80% da média, nós
temos ali 99% da cidade abastecida por água e quase totalmente, também, coleta
de esgoto e tratamento de uma grande parte nesse sentido.
E
eu queria aproveitar esse tema aqui, presidente e colegas deputados, para dizer
do próximo desafio que a Região Metropolitana de Rio Preto lançou. O prefeito
Edinho colocou na pauta - e eu abracei - essa causa, que é uma causa de todos
nós. E eu peço aqui o apoio desta Casa.
Já
estivemos em Brasília, inclusive, no Ministério da Cidade, buscando uma linha
de financiamento, que é pensar Rio Preto para o futuro, que é buscar captar
água lá do Rio Grande. Nós temos aí uma distância em torno de 50 quilômetros
para buscar essa água.
E
essa água servirá não só para abastecer Rio Preto para o futuro, mas servirá
para toda a região metropolitana. Um investimento estimado em um bilhão de
reais. Que a cidade de São José do Rio Preto, através do SeMAE, se prontifique.
Então,
quero mais uma vez parabenizar a cidade de Rio Preto, parabenizar a população
de Rio Preto, o prefeito Edinho e toda a equipe, que cuida, com tanta presteza
e com tanto refinamento, da nossa água e do esgoto de Rio Preto, proporcionando
água...
A SRA. BETH SAHÃO - PT
- Me concede um
aparte?
O SR. ITAMAR BORGES -
MDB -
Concedo, sim, deputada. Só para concluir o raciocínio: proporcionando uma água
de qualidade, esgoto tratado e uma saúde pública de primeiro mundo. Parabéns,
Rio Preto, primeiro lugar no Brasil em saneamento básico. Por favor, deputada.
A SRA. BETH SAHÃO - PT
- COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigada, deputado Itamar Borges. Eu quero apenas
lembrar... Cumprimentar Rio Preto, evidentemente, da vizinha Catanduva; é um
orgulho para todos nós da nossa região. Mas lembrando-lhe de que esses recursos
também foram obtidos durante os governos do presidente Lula e da presidenta
Dilma, que destinaram a São José do Rio Preto.
O SR. ITAMAR BORGES -
MDB - É
verdade.
A SRA. BETH SAHÃO - PT
- Inclusive, na
gestão do Valdomiro, que também contribuiu com isso, para que pudesse chegar a
esses índices fantásticos que hoje a cidade obtém. E mais do que isso, o SeMAE
é uma autarquia municipal, salvo engano...
O SR. ITAMAR BORGES -
MDB - É
uma autarquia.
A SRA. BETH SAHÃO - PT
- É uma autarquia
municipal. Então, com isso, dá para saber como uma autarquia municipal pode
obter resultados importantíssimos, pode tornar a gestão da água, que é um bem
de todos nós, perfeita, como demonstrou aí não só na distribuição da rede, mas
também no tratamento de esgoto. Isso demonstra e vai contra aquilo que é uma
intenção do governador Tarcísio de querer privatizar a Sabesp.
A gente sabe
que a Sabesp é uma empresa pública rentável, importante, e é de toda a
população paulista. E o Semae é um exemplo de que uma autarquia municipal ou
uma empresa pública que administra a água e trata do esgoto pode muito bem dar
certo.
Obrigada,
deputado Itamar, pelo seu aparte.
O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Eu que agradeço, muito obrigado,
presidente.
Obrigado,
colegas deputados.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Itamar.
Com a apalavra o nobre deputado Paulo
Fiorilo. (Pausa.) Por permuta com o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino,
nobre deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos que nos acompanham pelas
redes sociais da Assembleia e pela TV Alesp, eu, no Pequeno Expediente, pude
falar um pouquinho sobre a importância das CPIs e como elas são importantes
como instrumento, principalmente da oposição, da Minoria. Instrumento de
fiscalização.
E eu queria apresentar aqui aos nobres
colegas as razões que me fazem apresentar e coletar assinaturas para uma CPI
sobre as concessões de terminais de ônibus urbanos no Metrô, na cidade de São
Paulo.
Eu tenho uma rápida apresentação,
porque evidentemente eu já tive a solidariedade de muitos colegas e muitas
colegas, mas alguns deputados não têm a segurança, porque não conhecem o tema,
e eu gostaria de fazer uma rápida apresentação aqui das razões que me fazem
apresentar essa CPI. Vamos lá, próxima tela.
Para falar dessa CPI, eu preciso falar
de um grupo do agronegócio, chama-se Grupo RZK. Isso está no site deles, não
tem nenhum segredo aí, em 85 eles adquiriram uma fazenda em Goiás e depois
vocês podem ver toda essa primeira parte aqui são empreendimentos do
agronegócio, são bons no agronegócio, milho, algodão, gado, disso eles entendem
bastante.
Pois eles diversificam a atuação deles
e aqui em São Paulo, é onde eu trombo com eles, eles lançam um
megaempreendimento na Raposo Tavares, que é o Reserva Raposo. Para quem conhece
ali a Raposo, altura do 18.5, perto da Cohab Raposo Tavares, estão subindo
torres, são 18 mil apartamentos, ou seja, 70 mil pessoas. É uma cidade nascendo
ali.
E aí que eu tropecei nesse grupo, nesse
empreendimento, e a partir daí fui me aprofundando sobre problemas dessas
questões. O empreendimento tem uma série de problemas, eu vou tratar em outro
momento porque diz respeito também à CDHU e a própria prefeitura de São Paulo,
mas a gente foi verificando os empreendimentos do grupo, quando ele
diversifica, deixa de ser um grupo de agronegócio.
Primeiro, empreendimentos imobiliários
e depois ali, 2019, fundação da Unità Empreendimentos, que é a empresa que ganha
uma concessão dos terminais do Metrô. Mas aí a história começa a ficar
complicada, querido Conte Lopes. Aí a história começa a ficar interessante.
Vamos para o próximo slide.
Essa concessão se iniciou em 2016, na
Linha 1 Azul e na 3 Vermelha, são 7 terminais edificáveis, 8 não edificáveis. O
que isso quer dizer? Pelo Plano Diretor de São Paulo você pode edificar em cima
do terminal, você pode fazer um prédio, um shopping, então não é uma coisa
pequena, não está administrando lojinha de terminal, são grandes
empreendimentos.
E é feita uma licitação pelo Governo do
Estado, que se conclui em 2018. Ela é concluída e a empresa é seleciona em
agosto de 2018, governo Márcio França. E ganha uma empresa chamada Fran
Capital. Ela ganha, é homologada, mas na data da ordem de início fica
congelada. Fim de governo, a gente até pode entender isso.
Bom, em março de 2019, como está ali no
“Diário Oficial”, é revogada essa licitação sem nenhuma justificativa,
revoga-se a licitação e aí começam os problemas.
Vamos para o próximo slide. Nós vimos
que, em março, é revogada a licitação, uma licitação que começou em 2016 e
terminou em 2018. Dois anos, e com uma vencedora.
Aí revoga-se em março e, em abril, tem
uma nova licitação na rua. Em maio, tem um ganhador. O ganhador como único
participante, que se associa ao segundo colocado, que era a Planova. E quem é
esse ganhador? Grupo Rezek. Grupo Rezek ganha associado ao segundo colocado:
Resek e Planova, que depois formam a Unitah Empreendimentos.
Vamos para o próximo. Depois, tem uma
outra licitação na Linha Verde, de 14 estações, e ganha outra empresa também do
Grupo Rezek, que é a Ductus, como está naquela linha do tempo inicial. Depois,
ela faz uma parceria com a Socicam na Estação Brás, mas vamos para o próximo.
Aqui são as empresas, rapidamente:
Grupo Rezek, Unitah, Praça Unitah, Ductus e a Socicam como parceira. A Socicam
acho que vários conhecem aqui, é tradicional no estado de São Paulo.
Vamos agora à história política desse
processo. A gente contou a história comercial pelo “Diário Oficial”, o que
aconteceu. O que acontece em janeiro de 2019? Assume, como secretário de
Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy.
Na estratégia do Doria de se tornar um
nome nacional, ele traz um deputado de Goiás que foi ministro das Cidades no
governo Temer para dar peso ao seu secretariado e, provavelmente, à sua
campanha para presidente.
Ele nomeia o Sr. Silvani Alves Pereira,
também de Goiás, como presidente do Metrô. Vamos lembrar: o Grupo Rezek se
inicia onde? Em Goiás. O agronegócio é forte onde? Em Goiás, no Mato Grosso,
onde estão as fazendas do Grupo Rezek.
O atual presidente do Metrô, que está
como interino... É só entrar no site do Metrô. Quem está como presidente do
Metrô é Paulo Menezes. Ele foi o presidente do Metrô que fez a licitação
inicial no governo Márcio França. Depois ele vira diretor financeiro e agora é
presidente interino. Bom, como nós dissemos, a Rezek se associa à segunda
colocada e ganha uma licitação de um único competidor.
Aí vamos ver uma notícia na “Crusoé”,
em dezembro de 2022. O Sr. José Ricardo Rezek, fundador do Grupo Imobiliário
Rezek, repassou 500 mil reais a título de doação para manutenção do partido -
no caso, o PSDB -, logo depois das prévias que consagraram o Doria como
candidato a presidente.
Então, a história tem todo um fio
condutor que mostra uma relação política desse Grupo Rezek com o secretário
Baldy e com o ex-governador Doria, cancelando uma licitação que demorou dois
anos para ser realizada e que agora foi feita em apenas um mês.
Então, a gente está aqui hoje para
apresentar esses primeiros dados, para mostrar que existe o fato determinado,
como determina a nossa Constituição Federal para ter um pedido de CPI.
Existem elementos, existem indícios. A
gente só precisa de uma CPI para ir a fundo porque, inclusive, o próprio
presidente do Metrô, que participou disso tudo, continua como presidente do
Metrô no governo Tarcísio.
Então, o Metrô precisa explicar por
qual razão cancelou a concessão e por qual razão fez um outro contrato com um
único participante no meio da pandemia, em sala fechada. A gente pode depois
ter mais informações, mas a CPI é fundamental para isso.
Por isso, queria pedir aos colegas, aos
deputados e deputadas, que pudessem nos ajudar a completar a lista de assinaturas
para poder investigar, para evitar que o governo Tarcísio incorra em erro, um erro
cometido no governo anterior. Foi no governo Doria que foi feito, na minha
opinião, esse ilícito, mas o governo Tarcísio não pode dar continuidade a ele.
É um processo que já está
maculado desde o início, se está maculado desde o início, ele precisa ser
revertido, e é isso que a gente quer. A gente quer aqui, como oposição, alertar
o governo Tarcísio sobre ele ter um contrato maculado e que precisa ser
revogado, feita uma nova licitação ou... Enfim, aí o governo decide, mas o fato
é que ele não pode continuar dessa forma, mantendo um contrato que nasceu dessa
maneira irregular.
Depois eu vou poder falar aqui do
empreendimento Reserva Raposo, porque aí é outra história complicada que
envolve a CDHU e a Prefeitura de São Paulo com o chamado Programa Pode Entrar.
Como eu disse, eu tropecei nesses casos a partir da minha atuação como vereador
na cidade de São Paulo, mas quis o destino que eu fosse eleito deputado, e os
problemas estão aqui como tarefa nossa, para enfrentá-los.
Então, eu queria agradecer essa
oportunidade aqui, presidente, e dizer como é importante a CPI, a oposição ter
direito à CPI e não ser tratorada e atropelada por essa metodologia fora da
política que impede o debate político, da fila no relógio, que já está lá; e a
gente aqui, passando as assinaturas; e o pessoal lá na fila, agarrado ao
relógio. Vamos conversar politicamente e construir uma solução política para a
gente ter CPIs da oposição também.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Donato. Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes, para falar no Grande
Expediente, por até dez minutos.
O
SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente Gilmaci, é uma alegria estar aqui. Sabe que estou
feliz, Gilmaci, de ver como é que está a Assembleia de São Paulo hoje? Eu, que
já fui deputado aqui três mandatos lá atrás, via sempre o Pequeno Expediente e
o Grande Expediente esvaziados, e agora, não, agora começa essa legislatura.
Quero cumprimentar as companheiras e os
companheiros deputados de uma forma forte. Estou contente de vê-los discutindo
as... Parece que esses discursos aqui não valem nada; valem muito, porque
colocam as verdades nos seus devidos lugares, e é por isso que eu estou dando
um tempo aqui para a minha companheira Beth Sahão, é ela que está verificando
ali uma grande “pisada no tomatelo”, como a gente diz lá no interior, mas eu
fico feliz de ver o Pequeno Expediente e o Grande Expediente disputados pelos
oradores, e todos felizes aqui comentando as coisas.
Bom, eu quero começar meu
pronunciamento aqui lembrando esse dia importante de hoje - rapidamente, antes
de entrar no assunto principal - que é o Dia Mundial da Síndrome de Down.
A gente sabe que as Apaes -
cumprimentar minha colega Andréa Werner, que fez um grande pronunciamento aqui,
colega de bancada - têm uma função importantíssima no acolhimento dessas
pessoas. Eu que sou médico e médico especialista em reabilitação, médico
fisiatra... Na verdade, tem uma preocupação toda especial com a reabilitação
dos portadores de deficiências, e a Síndrome de Down, que é a trissomia do
cromossomo 21, é uma delas.
Hoje as pessoas vivem mais... Dá os
parabéns à Apae de Rio Preto, ao presidente e ao ex-presidente Valdir Nonato e
Chafic Balura, pela grande gestão que fizeram. Na época em que eu fui prefeito,
ajudei muitas Apaes; mas, gente, é importante a gente colocar as coisas nos
devidos lugares, não é?
Até fiquei ali fazendo um sinal para o
pessoal que põe os vídeos lá, porque o deputado Itamar Borges ocupou essa
tribuna, e é impressionante como a política faz as transgressões das verdades e
das coisas, não é?
Uma pena que ele não esteja aqui para
eu falar na frente dele, mas quando a deputada Beth Sahão fez um aparte aqui,
eu vi o rubor facial, a vermelhidão que ele ficou no rosto em defesa, na
verdade, lá do seu partido, dos seus apoiadores.
Não dizer que as pessoas fazem tudo
sozinhas, mas as pessoas fazem em conjunto. Os partidos atuam em conjunto. Eu
vou dar um exemplo aqui, a Beth é minha colega, vizinha, lá de Catanduva, e ela
sabe como o PT de Rio Preto foi oposição a mim todas as vezes que eu disputei as
eleições lá. Oposição ferrenha.
Mas isso não impediu, deputada Beth,
você sabe bem disso... vou te chamar de “você”, pela nossa proximidade... O
quanto eu consegui de aportes do governo federal quando eu fui prefeito de Rio
Preto.
Então, vou pedir esse vídeo agora, que
você coloque aí... E a “Folha de São Paulo” ... Primeiro, põe o recorte da
Folha de São... Bom, pode pôr o vídeo. Pronto. Esse vídeo era meu, viu, gente?
Não era do deputado que me antecedeu aqui não. Põe aí.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
Bom, é lógico que não foi só o nosso
governo que fez isso. Isso começou no governo anterior, quando assumi a
prefeitura de Rio Preto. A primeira estação de tratamento de esgoto foi feita
pelo prefeito que está hoje lá, que é o prefeito Edinho Araújo, mas ele não
dimensionou direito a estação de tratamento de esgoto. Na verdade, quando eu
assumi a prefeitura, nós conseguimos uma ampliação disso para que ela pudesse
atender todo esse cabedal de percentual que vocês viram aqui.
A “Folha de São Paulo”. Pedi que
mostrem também a “Folha de São Paulo”, mostrando o ranking... Uma pena que está
pequeno, mas Rio Preto é a primeira cidade do ranking em saneamento e... Eu
disse da oposição que o PT fazia ao meu governo municipal lá, porque isso é uma
questão de convivência política, local.
Mas nada disso impediu que, quando eu
fosse prefeito, eu conseguisse a fundo perdido da presidenta Dilma Rousseff - e
vou dizer o nome dela aqui. Isso é importante que se diga, porque o PT de Rio
Preto local, deputado Suplicy, podia fazer o que quisesse, não impedia a ação
federal de que mandassem os recursos para a cidade porque eles eram legítimos.
Nós dobramos a capacidade da estação de
tratamento de esgoto. Nós dobramos a capacidade da Estação de Tratamento de
Água, que é a ETA, também a fundo perdido, que veio também de recursos do
governo federal que, inclusive, estava sendo inaugurada agora, apesar de eu já
ter deixado o governo municipal há bastante tempo.
Mas é preciso recordar e dizer a
verdade. Não é porque você é de um partido e quer ser candidato por aquele
partido, que você precisa manchar a história e esconder as coisas como elas
aconteceram.
Então, eu quero dizer o seguinte: é um
orgulho, para mim, já ter sido duas vezes prefeito de Rio Preto. É um orgulho,
para mim, ter conseguido mais de 1 bilhão e 300 milhões de reais em recursos
federais na época em que eu fui prefeito de Rio Preto, uma parte a fundo
perdido, outra parte de financiamento, mas era financiamento do PAC. Isso que
vocês estão vendo é obra do PAC Saneamento, que foi destinado à nossa cidade.
E é importante que se diga que tem que
ter gratidão na política. Eu pedi à Beth que me ajudasse na história, a
recordar... O prefeito Edinho Araújo, que hoje é o prefeito de Rio Preto, foi
“n” vezes citado aqui pelo nosso deputado Itamar, companheiro da cidade, que
mudou para lá agora há pouco tempo... Ele foi ministro da presidenta Dilma
Rousseff e olhe a gratidão. Ele está anunciando isso como se fosse uma obra só
do governo dele; não foi.
Ele começou, é
verdade. Não vamos esconder isso, mas isso foi ampliado pelo nosso governo e a
gratidão dele com a presidenta Dilma foi tão grande que ele deixou o Ministério
dos Portos e votou a favor da cassação da presidenta Dilma. Então mostra o grau
de gratidão de certos políticos.
Então nós somos
de partidos diferentes. Nós temos embates como eu disse aqui. Meu embate com o
PT na minha cidade era mortal, era difícil e ainda é até hoje, apesar da
convivência racional que a gente tem. Mas quando a gente vem para a vida pública
ninguém consegue governar sozinho, ninguém consegue fazer as coisas sozinho. Tem
que dar o mérito a quem tem.
E o mérito e a
verdade é, exatamente, essa que eu estou aqui dizendo. E eu fico feliz de estar
aqui hoje neste momento podendo recuperar a verdade, podendo trazer para cá as
coisas nos seus devidos lugares.
Até porque o
tempo passa e as pessoas acabam se esquecendo daquilo que tem feito, daquilo
que foi construído. E uma cidade, um país, ninguém faz sozinho; um estado
ninguém faz sozinho.
A obra é
conjunta e cada agente público, cada um deles, tem o seu mérito e esse mérito tem
que ser reconhecido. Aconteceram erros no governo federal? Nós sabemos que
aconteceram e merecem punição quem os fez.
Nos governos
dos estados também, nos governos municipais também, mas temos que reconhecer
aquilo que foi feito de bom, aquilo que foi feito de verdadeiro, a convivência
que foi feita.
Deixar de citar
que esses recursos vieram lá do governo federal, na época da presidenta Dilma
Rousseff, e que estão sendo inaugurados, inclusive agora. E você ser ingrato,
inclusive aquela ingratidão daquele que foi o seu ministro de estado dos
Portos, e que depois deixou o seu cargo e foi para o plenário da Câmara Federal
votar a favor do impeachment daquela que lhe deu casa e resguardo no momento
que ele precisava.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Valeu a pena hoje.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Valdomiro Lopes, bem-vindo de volta à esta Casa. Agora por
permuta com a nobre deputada Marina Helou, com a palavra a deputada Ana
Perugini, outra também que está voltando à esta Casa.
Seja bem-vinda
à esta Casa, à esta tribuna, nobre deputada Ana Perugini. Pelo tempo
remanescente aqui do Grande Expediente nós temos ainda sete minutos, nobre
deputada.
A SRA. ANA PERUGINI - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, presidente, que nos honra nesta Casa,
neste expediente, funcionárias e funcionários, e todo povo que está nos
ouvindo, nos assistindo, até porque falar depois de Valdomiro Lopes, com quem
eu tive a honra de partilhar também este plenário em legislatura passada, ouvir
do teu discurso nos traz a grandeza daquilo que já foi o Parlamento e que
precisa voltar a ser, da grandeza que é a política e que precisa voltar a ser.
Esta semana eu
ainda escutava, ouvia um estudioso sobre as relações políticas que têm que ser
travadas nos plenários. Não só nas assembleias legislativas, mas principalmente
no cenário federal com o vexame muitas vezes - até no Dia Internacional da
Mulher - da ridicularização de mulheres.
E a análise que
é feita é que muitas pessoas, muitos deputados, deputadas, vereadores, enfim,
muitos chegam a um poder por voto através da internet, das redes sociais e se
prendem a isso para continuar o mandato. Então muitas vezes aquilo que traz
riso, aquilo que provoca dor, tem sido utilizado no espaço onde nós precisamos
saber o que nós viemos fazer.
E aquilo que
provoca dor tem sido utilizado no espaço onde nós precisamos saber o que nós
viemos fazer e qual é a nossa competência. Então, estar de volta à Casa
juntamente com Valdomiro Lopes, depois desse discurso, só me traz mais alegria,
uma alegria provavelmente tão grande como chegar a esta Casa e encontrar 25
mulheres também aqui, e ver que hoje nós já somos um universo considerável.
Eu vi o que as mulheres fizeram de
diferente no mesmo momento em 2016, um momento de muito retrocesso, em um
momento inclusive de golpe - não há outro nome a se dar - porque hoje já é
sabido, já é propagado, nunca houve pedaladas fiscais.
O que houve foi um movimento muito
grande para destituir uma mulher de sua cadeira, uma mulher que trabalhava
muito, uma mulher íntegra, que foi a presidenta Dilma, e que se negou - se
negou naquele momento - a fazer qualquer coisa que não fosse correta em relação
à Presidência da República. Aí foi tachada, inclusive, de uma pessoa
intransigente e que não havia cometido pedaladas fiscais, e nós sabemos que
isso não aconteceu.
Isso já é sabido por todos nós, pela
grande imprensa, pelo mundo jurídico, enfim. Nós precisamos retomar a dignidade
dos parlamentos, a dignidade da vida pública. Eu acredito que este Parlamento
colabora, com toda a certeza, para que isso venha a ocorrer.
Mas o que me traz à tribuna hoje é
porque há uma solicitação muito grande dos meus companheiros, das minhas
companheiras, das pessoas que fizeram a nossa campanha, e também há uma
necessidade de se dizer que esse mandato não tem somente um deputado. Faz parte
desse mandato o deputado Tito, conhecido por muitos nesta Casa. Nós nos
dividimos no trabalho.
Eu o conheço, ele fez uma conta e me
falou que me conhece há 44 anos. Eu pensava em 30, mas ele me conhece há 44,
ainda quando nós estávamos nas comunidades eclesiais de base, lutando para que
juventude tivesse acesso a educação, que o nosso povo tivesse acesso a água,
que nós tivéssemos acesso a transporte público, a moradia, nós já estávamos
juntos.
Ele hoje compõe o nosso mandato. Quero
dizer a você, deputado Tito, que está em Mirante hoje, que nós vamos estar
juntos e que há solidariedade, sim, na política, e que a ótica de ocupação de
espaço para se ter poder não será a ótica desse nosso mandato.
Então, muito obrigada por ter aceito o
convite. Hoje nós temos na verdade aqui a cidade Nova Independência, a cidade
de Várzea Paulista, Coronel Macedo e Teodoro Sampaio, que estão completando
hoje simultaneamente 58 anos. Há uma singularidade em relação à cidade Nova Independência,
que é uma cidade bem pequenininha onde tivemos uma votação expressiva.
Temos hoje ali em uma situação de
penúria, deputado Valdomiro Lopes, deputado Jarbas, um acampamento que se viu
inclusive sem água. Estranhamente, há um acampamento pela reforma agrária nesta
cidade porque havia ali uma fazenda, a Fazenda Santa Terezinha, que foi
colocada para reforma agrária.
Já foi feito todo o processo de
desapropriação para reforma agrária. No governo Bolsonaro, foi dito que não se
tinha interesse nessa fazenda para reforma agrária. O povo continua ali em Nova
Independência lutando para que a fazenda volte a ser terra para reforma
agrária, e que nós consigamos, além dos 109 assentados, termos mais os 50
assentados que estão acampados hoje na cidade Nova Independência.
Quero aqui agradecer à Rose e à
liderança Cleber, desse acampamento, que estão de frente em uma luta bastante
difícil. Asseguro a cada um dos senhores e das senhoras aqui, que ninguém faz
acampamento para reforma agrária se tiver uma outra oportunidade de fazer outra
coisa. É absolutamente penoso ficar sob lona, sob caixas de leite, dia e noite,
fazendo algum bico para sobreviver.
Quero ainda continuar falando de
Teodoro Sampaio, que é uma terra de muitos e muitos e muitos assentamentos e nós
tivemos a oportunidade de conhecer o José Carlos, que é nosso companheiro.
E que nós vamos lutar muito aqui,
reafirmando o nosso compromisso, deputada Bebel, para que as mulheres
assentadas - isso é um compromisso que eu tenho com cada assentamento por onde
nós passamos - elas tenham condição de ter uma vida digna nesses assentamentos,
elas não sejam pedintes, pedintes de cesta básica em momentos de pandemia, nem
pedintes aqueles homens e mulheres que não participam dos movimentos das
mulheres ali no assentamento para que tenham essa dignidade.
Então é um compromisso nosso. O
deputado Tito vem para o nosso mandato, nessa perspectiva de fortalecer muito o
interior, mas principalmente as mulheres, empoderando essas mulheres que
conhecem da sua luta e sabem o que devem fazer, mas dando a condição para que a
reforma agrária aconteça.
E eu quero aqui abrir um parênteses,
porque durante a campanha eu tive a oportunidade de ouvir um certo candidato a
governador que falou que assentamento não dá certo. Assentamento não deu certo
porque todas as linhas de crédito para esses assentamentos foram cortadas, tudo
foi feito para que houvesse a impossibilidade de permanência nesses
assentamentos.
E nós precisamos retomar essa luta
para que a reforma agrária, a reforma agrária aconteça nesse país, porque se há
alguém que traz alimento as nossas mesas é o pequeno e a pequena produtora,
isso se faz necessário.
Mas fica aqui o meu agradecimento às
cidades que estão fazendo aniversário hoje: Nova Independência, Várzea Paulista,
Coronel Macedo e Teodoro Sampaio, que são nossas parceiras e com certeza terão o
retorno do nosso mandato e, com certeza, de toda essa Casa.
Muito obrigada.
O
SR. RUI ALVES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Só
um minuto, deputado.
Nobre deputada Ana Perugini,
V.Exa. tem três minutos restantes do seu tempo que poderão ser usados na
próxima sessão, se assim V.Exa. desejar.
Pela ordem nobre deputado...
O
SR. RUI ALVES - REPUBLICANOS - Para indicar pelo Art.
82 o deputado Vitão do Cachorrão.
Por favor, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental, tem o Vitão do Cachorrão cinco minutos regimentais pelo Art. 82,
pela liderança do Republicanos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Com a anuência do
orador, eu queria fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
V.Exa. o tempo para fazer a comunicação.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada,
presidente. Obrigada, Vitão.
Hoje
eu estou assim muito... não vou dizer que estou feliz ainda, que não aconteceu
na prática. Mas eu tive oportunidade de, na semana passada, estar junto com o
presidente Lula e também o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Educação para tratar da reforma do Ensino Médio. E hoje ele deu uma entrevista já no 247 que
vai abrir o que eu pedi.
Não
dá para fazer coisa peremptória de tal maneira que você faz um rompimento e
como é que fica quem está, como é que fica, mas que abrisse um entendimento nacional
com todos os sindicatos de Educação, com os estudantes, com a comunidade
escolar.
Porque
este novo ensino médio é, com todo respeito ao deputado Lucas, eu não consigo
ver, deputado Gilmaci, em que avançou para a juventude. Não, tirou o direito da
juventude a ir para uma universidade. Às vezes nem precisa ir para uma universidade,
mas ter uma melhor formação básica. Eu sou daquelas, deputado Vitor Cachorrão,
que...
O SR. VITÃO DO
CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Pode
falar que é Cachorrão.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL - PT - É
carinhoso. Falar de cachorro é carinhoso.
Eu
sou daquelas que entende o seguinte: que não precisa ser doutor se eu não quero,
mas eu quero ter uma sólida formação básica. Se a gente tiver, a gente desbrava
esse mundo e esse Brasil.
É
isso, Sr. Presidente.
Muito
obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com
a palavra o deputado Vitão do Cachorrão.
Só para explicar, com licença,
Vitão, porque o Vitão do Cachorrão não é porque ele cuide de animais. É porque
ele é vendedor de cachorro-quente na cidade dele, de Sorocaba. Cachorrão, não é
Vitão? Um dos melhores cachorros-quentes da região.
Muito bem, com a palavra o Vitão
do Cachorrão, para falar pelo Art. 82.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PELO ART. 82 - Obrigado,
presidente.
Quero agradecer aqui à liderança
do partido, Rui, que cedeu esse tempo para mim tão precioso, primeiro discurso
que faço aqui na nessa Casa.
Primeiramente, acima de tudo,
independente da religião, Barba, deputado Barba, eu quero agradecer a Deus,
porque sem Deus a gente não é nada. Não adianta o terno, não adianta a gravata.
Hoje eu estou de deputado, se eu
ficar doente, se parar uma veia da minha cabeça ali, vou precisar de alguém que
me limpe ali na cama. Então eu estou aqui porque Deus permitiu.
Quero dar os parabéns a todos
vocês que foram eleitos e reeleitos. Quem foi reeleito é que passou na prova,
foi aprovado pelo povo. Quero também aqui que Deus abençoe todas as mulheres aqui
que foram eleitas.
É importante isso, deputado Rui. Em
casa eu tenho três mulheres. Quero mandar um abraço para minha esposa Camila,
que sempre esteve comigo, também para as minhas duas filhas, Ana Júlia e Paola.
Mas eu quero também cumprimentar - faço
questão - além de toda a imprensa que está aqui, todos que trabalham na Alesp.
Como eu vim de uma família humilde, o Gilmaci falou, vendedor de Cachorrão até
hoje, eu trabalhei sábado e domingo na chapa, atendendo o Cachorrão e atendendo
o povo, porque as melhores demandas do município vêm atendendo à população.
Então eu cumprimento toda a imprensa,
todos que trabalham na Alesp, mas também o pessoal da faxina, que limpa o nosso
gabinete, que talvez nunca tenha sido lembrado aqui.
E a gente tem que lembrar, Barba,
dessas pessoas que limpam banheiro. Eu tenho muitas tias, muitos da minha
família que fazem isso até hoje, que trabalham como faxineiras. Então eu
cumprimento aqui o pessoal da limpeza.
Cumprimento também, com muito respeito,
a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Tenho a certeza de que o governador
Tarcísio vai fazer o que deve ser feito. Há mais de 20 anos a Polícia Militar
não tem aumento digno e eles são verdadeiros heróis. Em Sorocaba eu já vi
muitos policiais militares fazendo até parto nas viaturas. Então eles merecem
um aumento digno. Cumprimento aqui a Polícia Militar.
Muitas pessoas mandando mensagens antes
de eu usar a tribuna, presidente. Eu não posso deixar de cumprimentar o
prefeito Manga, que é do Republicanos, que tem mais de 80% de aprovação. Em
nome do prefeito Manga, cumprimento todos os secretários, que têm feito um belo
trabalho em Sorocaba.
Quero cumprimentar também... gostei
muito da fala do deputado Atila, de Mauá. Complementando a fala dele, tem que
ter delegacia da mulher em Mauá 24 horas, mas não só em Mauá, em todo o Estado
porque a mulher sofre, infelizmente, violência dentro da casa, à noite, de
madrugada. Então todo o Estado tem que ter delegacia 24 horas.
Sobre Sorocaba, eu quero agradecer a
todos os eleitores. Eu tive 48 mil votos em Sorocaba e mais 8 mil fora de
Sorocaba. Sem ter mandato, eu fui votado em mais de 250 cidades. Então eu quero
agradecer a todos que votaram em mim. Vou trabalhar por aqueles que não votaram
também, vou lutar, muitas mulheres aqui, por um hospital do câncer.
Quando eu falo Sorocaba, são mais 56
cidades da região. Tem aqui o deputado, parceiro meu, Danilo Balas, a Maria
Lúcia também, mas eu entrei aqui e quando eu saí de casa eu já fiz uma oração
como todos os dias, porque a gente precisa ter em Sorocaba um hospital do
câncer ou a Santa Casa de Sorocaba tem que ter um diagnóstico precoce para ter
o tratamento de câncer em Sorocaba.
É injusto as pessoas de Sorocaba,
Votorantim, de outros municípios terem que ir para Barretos, ter que alugar uma
casa para fazer o tratamento de câncer. A pessoa já está com dor, meu Deus do
céu, a pessoa já está fazendo ali o tratamento, que é muito difícil, ter que
alugar uma casa!
Sorocaba, com 850 mil habitantes, tem
que ter o diagnóstico precoce. As pessoas, deputada, não podem ficar em um PA,
em um pronto atendimento, tomando um remedinho. Vai fazendo isso por um ano,
quando a pessoa vê o câncer já se alastrou. Então tem que ter o diagnóstico
precoce e o tratamento precoce para o câncer.
Eu agradeço a todos aqui. Já está
acabando o tempo. Só para encerrar, nas próximas posses... eu tive o apoio dos
colegas e falei aqui, ficaram mais de três mil pessoas fora da Alesp, muitos
prefeitos que viajaram 700 quilômetros, Barba, V. Exa. também complementou,
ficaram no sol.
Muitos cadeirantes ficaram sem
banheiro, muita gente ficou fora na Alesp. E se der uma dor de barriga? Não é
porque eu uso terno, eu uso gravata, eu sou deputado que eu não posso ter dor
de barriga.
Então eu quero que façam uma posse, uma
inscrição em que todos entrem, porque aqui é a Casa do povo.
Deus o abençoe, presidente.
Deus abençoe o estado de São Paulo.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Como aqui hoje eu vi vários deputados falarem sobre a questão das
delegacias de defesa da mulher, eu queria lembrar a esta Casa que nós
apresentamos um projeto há algumas legislaturas para que as delegacias de defesa
da mulher tivessem um funcionamento ininterrupto, inclusive sábados, domingos,
feriados e período noturno.
Quando foi
dezembro de 2018, nós aprovamos aqui, por unanimidade, esse projeto de minha
autoria para que as delegacias do Estado, as mais de 130 delegacias, pudessem
ter esse funcionamento de forma ininterrupta. Uma vez que é exatamente nesses
períodos onde há um aumento expressivo sobre a violência em relação à mulher.
E foi aprovado.
Mas, de forma lamentável, o governador, na época, João Doria, logo que assumiu,
foi o primeiro projeto que ele vetou. E ele vetou o funcionamento das
delegacias de defesa da mulher 24 horas, dizendo que não havia recursos
financeiros para isso. Alguns meses depois, ele foi e botou duas ou três
delegacias para funcionarem 24 horas.
Não importava a
autoria de quem o fizesse desde que as delegacias passassem, de fato, a
acontecer. Mas ele só fez isso para jogar para a plateia, como era das suas
características e da sua personalidade, e parou por aí.
Eu quero também
lembrar e saudar uma iniciativa do Senado Federal que, há poucos dias, aprovou,
em todo o País, o funcionamento das delegacias de defesa da mulher 24 horas.
Isso, para as
mulheres que são vitimizadas, que sofrem violência, é um equipamento
fundamental. Porque ele permite o acolhimento, ele permite a proteção, ele dá
mais segurança e as mulheres se sentem muito mais à vontade para levarem as
suas denúncias, para falarem para outras mulheres, do que numa delegacia
convencional, numa delegacia comum.
Então eu queria
saudar o Senado Federal, que foi ao encontro de um projeto que nós já aprovamos
nesta Casa, de minha autoria.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Pela ordem, deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Como vice-líder do
PL, falar pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental. Vossa Excelência tem o tempo regimental para falar pelo Art. 82,
na tribuna.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu queria
falar, na tribuna, a respeito do que está acontecendo no Rio Grande do Norte, a
inversão de valores, onde bandidos estão levando terror à população do Rio
Grande do Norte.
E também, fazer
uma colocação de que, desde quando eu era criança - faz tempo que eu era
criança - não havia internet. Nem televisão havia. Mas havia gibis. A gente lia
o gibi. E já dizia, lá no gibi: “Não existe honra entre bandidos”. Então eu só queria
mandar um conselho para o ministro Flávio Dino, que aparece em todos os
lugares.
Não adianta dar
100 milhões, se esses 100 milhões não forem dados para a Polícia combater os
bandidos aí no Rio Grande do Norte. Porque, se for para o bandido ter colher de
chá na cadeia, não vai adiantar.
Eles vão
continuar cometendo barbaridades. Podem até dar uma aliviada. Mas, em seguida,
eles voltam com tudo. Nós tivemos isso aqui em São Paulo, na época do Alckmin,
na época do Lembo, quando ele assumiu e se afastou.
A mesma coisa:
o PSDB teve que fazer acordo com o PCC. Teve que ir lá na cadeia, se reunirem,
o secretário de Segurança, o comandante da PM, o delegado-geral, para fazer um
acordo com o Marcola, para diminuir os ataques.
Só que não
adiantou nada diminuir os ataques porque a Polícia também reagia e morreu um
monte de gente. Morreram bandidos, morreram policiais, e até familiares de
policiais, e até pessoas inocentes. Porque era uma guerra.
No Rio Grande
do Norte, é da mesma forma. Então, simplesmente, um conselho. Não adianta fazer
acordo com o crime. Se esses 100 milhões forem para valorizar a Polícia,
valorizar os policiais da região, obviamente, a gente está torcendo.
Até ouvindo o
Lula, quando era candidato a primeira vez, à Presidência da República, na Rádio
Atual, quando ele dava entrevista, ele sempre falava que o governo dele ia ser
implacável contra o crime.
Então fica a
minha colocação: não adianta dar colher de chá para bandido. É melhor valorizar
a Polícia, pagar bem para os policiais e ordenar que eles combatam o crime.
Porque, essa inversão de valores, não adianta.
Eu vejo
inversão em todos os lugares. O Corinthians estava fazendo um treinamento no
campo de futebol, quando uma torcida organizada, agindo como uma quadrilha
organizada, invade o estádio. Invade o treinamento. E faz uma reunião com...
Eles querem o quê, que eles obriguem o jogador a ganhar o jogo? É a torcida que
obriga?
E
estava até assistindo ao Duílio Alves, cujo pai é o Adilson Monteiro Alves, que
foi deputado comigo em 86 e foi presidente do Corinthians também, dizendo que
ele não queria afastar um dos diretores que a torcida exigiu, só que o diretor
pediu para sair, para ir embora.
Então,
veja que inversão de valores: a gente aceita pressão de qualquer lado, de
pessoas mal-intencionadas, de criminosos, de bandidos.
Então,
a gente torce para que São Paulo não chegue a isso. Eu estou torcendo muito,
investigador Maurício, porque aqui em São Paulo, pelo menos, o governador
Tarcísio de Freitas pôs a polícia na mão da polícia.
Nós
temos um secretário que é policial militar, o Derrite; nós temos o
secretário-adjunto, que é o Dr. Nico, que todo mundo conhece, é um homem
experiente da polícia; o Dr. Arthur, comandando a Polícia Civil; e também o
coronel Cássio, comandando a Polícia Militar.
Acho
que nós aqui em São Paulo - todos os policiais, investigadores, cabos,
soldados, a Polícia Penal - temos que valorizar esses homens que estão à frente
da Secretaria de Segurança Pública, inclusive nessa batalha de melhores
salários.
A
gente está aguardando que se pague um salário digno para a polícia de São
Paulo, pois os policiais estão trabalhando bem, e não pode, realmente, a
polícia de São Paulo ter um dos piores salários da União.
Obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado
Luiz Claudio Marcolino.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para
indicar a Thainara para falar pelo Art. 82, pelo Partido dos Trabalhadores.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
a deputada Thainara o tempo regimental de cinco minutos para falar pelo Art.
82. Pode usar a tribuna.
A SRA. THAINARA FARIA - PT -
PELO ART. 82 - Muito obrigada, Sr. Presidente. Em seu nome, saudar a todos os
deputados e deputadas presentes nesta Casa. Também saudar os servidores,
funcionários, todos aqueles que fazem com que este seja sempre o maior
Parlamento Estadual da América Latina.
É um prazer
imenso poder, pela primeira vez, falar aqui enquanto deputada estadual
empossada, agradecendo a todos os 91.388 votos que tive no estado de São Paulo
afora, em mais de 500 cidades. Isso também devo ao Partido dos Trabalhadores e
das trabalhadoras e ao meu histórico como sacoleira, vendedora de
cachorro-quente também, faxineira, vendedora de trufas, ovos de páscoa. Fiz
tudo aquilo que podia para poder ajudar minha família no seu sustento.
E tive a
oportunidade de estudar graças ao Programa Universidade para Todos, o “Prouni”.
Também, a minha mãe deixou de ser vítima de violência doméstica graças ao
“Minha Casa, Minha Vida”, e nós tivemos acesso a uma comida decente graças ao
“Bolsa Família”. Por isso, é importante que eu diga a vocês de onde vim, para
não me esquecer para onde vou e quem eu defendo: são as pessoas que estão
expostas à extrema vulnerabilidade social.
Por isso,
também faço coro a todos os deputados que levantaram suas vozes aqui para falar
sobre a nossa posse. A nossa posse foi um episódio muito triste, em que todos
aqueles e aquelas que se locomoveram de distâncias gigantes para estar aqui
conosco não puderam adentrar nesta Casa, com espaços vazios, com plenários
vazios, com saguão vazio; e as pessoas no sol, sem água, sem banheiro.
Eu tive,
inclusive, a oportunidade de acompanhar o próprio deputado estadual, o sempre
senador Suplicy, que teve que ir até a porta buscar seus filhos, que estavam
credenciados e mesmo assim não conseguiram adentrar.
É importante que,
para daqui a quatro anos, nós organizemos esta Casa, que é do povo, para que
receba o povo da melhor maneira possível. E aí também falar de todos aqueles
deputados federais, prefeitos, vereadores e vereadoras que se locomoveram e, de
igual forma, não puderam adentrar este espaço.
Tendo dito
isso, e registrado o nosso inconformismo com a situação, eu quero também saudar
a todos vocês que fazem a segurança deste espaço, agradecer imensamente pelo
respeito e por cuidar de todos nós, para que possamos trabalhar sempre bem
aqui.
Mas dizer
também que hoje, para além da brilhante fala da deputada que me antecedeu, a
Andréa Werner, que falou muito bem sobre o dia da Síndrome de Down, eu preciso
registrar, bem como nosso nobre deputado Suplicy, que hoje é o dia
internacional da luta contra a discriminação racial.
Nós vivemos no
país que foi o último da América Latina a abolir a escravização do povo preto.
Aqui, depois da abolição, acabou o pacto de sesmarias, e nós não pudemos ter
terras para cultivar, nem para fazer o nosso sustento. Dessa forma, nunca fomos
impedidos de votar, mas éramos impedidos de estudar e, para votar, tínhamos que
ter estudo, o
que significa que as leis que regem as nossas vidas não foram feitas por nós,
pretos e pretas, mulheres, LGBTQIA+.
Quando, neste Parlamento, nós chegamos ao número histórico
de 25 deputadas eleitas, mais pretos e pretas - graças, inclusive, às nossas bancadas
coletivas do PSOL -, nós começamos a pautar com muita seriedade a questão
racial.
É muito triste quando a gente ouve aqueles que vão coordenar
esta Casa - inclusive com o meu voto - dizerem e se pronunciarem publicamente
de que terão que ter paciência de Jó para lidar conosco nesta Casa. Paciência
de Jó tivemos nós, que, por mais de 300 anos, fomos escravizados e não tivemos
acesso aos nossos direitos.
Nós precisamos pontuar isso sempre nesta Casa para entender qual
sociedade do estado de São Paulo nós queremos. Estou discutindo aqui por 645
municípios, por mais de 44 milhões de pessoas, pessoas que muitas vezes
transitam nesta Casa e são invisíveis porque estão na faxina, porque estão na
limpeza, porque estão nos serviços gerais.
Nós precisamos inverter a lógica do que realmente é
importante, trabalhar primeiro por uma sociedade equânime e depois por uma
sociedade igual, tendo sempre em vista o princípio da discriminação positiva
previsto na Constituição Federal: tratar desigualmente os desiguais, na medida
de suas desigualdades; dar um pouquinho mais para quem tem menos e menos para
quem tem mais.
Dessa forma, a gente vai lutar para que a nossa sociedade
realmente atenda a todas as pessoas, em todas as idades, independentemente do
gênero, da classe social ou da raça.
Tendo dito isso, quero chamar a atenção de vocês. Tive a
oportunidade de presidir a Frente Parlamentar Antirracista na cidade de
Araraquara, onde consegui ter acesso a cinco livros de compra e venda de
escravizados, deputado Vitão.
Lá constava, por exemplo, deputada Monica, que, se uma
família tivesse três escravizados e viesse a falecer o proprietário daquela
pessoa, podia dividir essa pessoa entre os filhos. Esses registros são até novembro
de 1987.
Então, no dia 24, sexta-feira, nós lançaremos esse livro
para dar luz a esse tema e para que a sociedade discuta de fato que nós não
teremos uma sociedade equânime enquanto não discutirmos o racismo estrutural neste
País.
Muito obrigada.
A SRA. MONICA SEIXAS
DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Monica.
A SRA. MONICA SEIXAS
DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para indicar para usar o Art. 82, pela bancada do PSOL, a
deputada Paula.
O SR. EDUARDO SUPLICY
- PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente,
permita uma solicitação de esclarecimento. Está havendo um comentário relativo a
uma diretriz que a direção da Assembleia Legislativa tomou para que fosse
realizada uma fila para as diversas proposições de CPIs, e é preciso que
funcionários fiquem nessa fila interminavelmente até a próxima sexta-feira, um
após o outro.
Não seria melhor chegar a um entendimento para que seja
feita uma CPI levando em conta a proposição da base do governo, depois se dando
direito a um dos partidos da oposição, depois outro direito à CPI e assim por
diante, para os diversos partidos, de maneira a ver um bom entendimento entre
os partidos desta Casa? Eu sugiro a V. Exa., presidente dessa sessão, que possa
estar dialogando como os diversos partidos para chegarmos a um entendimento de
bom senso.
Hoje, nesta tarde, nós vimos como os mais diversos partidos
se entendem e estão com o propósito de agir com respeito e construção, mesmo
com aquelas pessoas que são de outros partidos e pensamentos. Então é nesse
sentido que eu peço a oportunidade de ter esclarecimento.
Muito obrigado.
A SRA. MONICA SEIXAS
DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Nós vamos levar isso ao
presidente André do Prado. Tenho certeza de que ele irá fazer um entendimento
com os líderes, com as bancadas para que isso venha a acontecer. Deputada Monica,
vamos fazer o seguinte, já tivemos uma comunicação, a
deputada fala e depois V. Exa. faz uma comunicação. Pode ser? Com a palavra a
deputada.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - PELO ART. 82 -
Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde aos colegas deputados, boa tarde às
pessoas que nos acompanham, aos trabalhadores desta Casa.
Como a deputada Thainara já disse, não
posso deixar de dizer que hoje é um dia muito importante para nós, pessoas
negras. Dia 21 de março é o dia internacional de combate à discriminação racial
ou ao racismo por uma razão, Sr. Presidente, porque em 1960 aconteceu na África
do Sul o Massacre de Sharpeville, que vitimou muitas pessoas que lutavam contra
uma lei que impunha a segregação racial no país.
E aí os senhores deputados podem me
perguntar, mas deputada, por que isso importa ao Brasil? Por que algo que
aconteceu na África do Sul importa ao Brasil se nós não tivermos, pós-abolição,
uma lei que impunha a segregação racial no nosso País?
E eu digo que, ainda que o nosso País
não tenha tido esse tipo de legislação, infelizmente aqui o racismo existe com
muita força e é nossa obrigação fazer dessa data uma data de combate sério ao
racismo.
Digo isso porque, ainda que aqui vigore
uma falsa ideia de democracia racial, como se as raças convivessem
harmonicamente, a verdade é que os negros e negras ainda ocupam os piores
postos de trabalho, que os negros e negras ainda são as maiores vítimas da
violência e que, infelizmente, nós somos sub-representados em espaços como esta
Casa Legislativa.
Então, é fundamental que esta Casa
tenha uma postura ativamente antirracista. De que forma? Primeiro, a garantia
do funcionamento do SOS Racismo, que é uma forma de denúncia e de fiscalização
do racismo no estado de São Paulo. Para além disso, é fundamental a aprovação
de projetos de lei que garantam também que o racismo seja extinto no nosso
País, extinto no nosso Estado.
Por exemplo, por que não a aplicação
correta da Lei 10.639, já aprovada em âmbito federal, que garante o ensino da
história afro-brasileira, africana e indígena no nosso País? É fundamental que
as escolas estaduais também apliquem isso aqui.
Ou então, nobres deputados, por que não
garantir e ampliar a existência das cotas raciais nas universidades estaduais
paulistas? É fundamental que as cotas existam. E as cotas garantiram, como nós
podemos ver em amplas pesquisas, a igualdade de oportunidades entre estudantes
brancos e negros, lembrando que os estudantes negros nunca abaixaram o nível
das universidades por conta do seu acesso, muito pelo contrário.
Isso garante uma mínima, muito pequena,
reparação histórica que nunca existiu entre pessoas negras escravizadas pós
abolição da escravidão e o momento que nós vivemos na atualidade.
Digo isso também, como já falaram os
nobres deputados aqui, sobre as CPIs, sobre os protocolos das CPIs, que nós
inclusive propusemos. Nós inclusive propusemos uma Comissão Parlamentar de
Inquérito, proporemos uma Comissão Parlamentar de Inquérito nesta Casa que
investigue uma das formas mais cruéis da escravidão brasileira, que é o
resquício da escravidão que ainda existe: o trabalho análogo à escravidão,
denunciado amplamente na imprensa nos últimos anos, inclusive aqui no estado de
São Paulo também.
Nós esperamos, Sr. Presidente, como
disseram os outros parlamentares aqui, que nós possamos protocolar e ver
instalada nesta Casa uma CPI que investigue esse resquício tão triste da
escravidão brasileira no estado de São Paulo.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Se eu puder colaborar, deputada. Hoje é um dia muito importante, faço votos
pela instalação da...
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Deputada Monica, desculpe, não cabe aparte. No Art. 82 não cabe aparte.
Continue, deputada.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Ela não pode
vir aqui e terminar o tempo?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Não, não pode.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Bom, então eu
faço votos, como a deputada Monica com certeza diria, esse é outro dia
importante também, porque nacionalmente ele é um dia nacional das religiões de
matrizes africanas e vários eventos acontecerão nesta Casa, inclusive um evento
presidido pelo mandato da deputada Monica, para pensar na necessidade de
valorização, não só dessa adversidade, mas também dessa herança tão importante
para o povo negro que é a herança das religiões de matriz africana.
Então deixo também o nosso convite para
todos que nos acompanham para que participem e integrem os eventos que
acontecerão hoje nesta Casa, inclusive o evento da deputada Monica.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputada.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Pela ordem, deputado Jorge.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Líder da Minoria que
ainda estou, invoco o Art. 82 para falar da tribuna.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. a tribuna para falar pelo Art. 82, pela liderança da Minoria.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente. Enquanto o orador se dirige à tribuna, posso fazer uma
breve comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Claro, tem V. Exa. o tempo para fazer sua comunicação.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada. Minha comunicação colabora com o sentido da
fala do Suplicy, nos pegou de surpresa a fila, havia uma expectativa da Casa de
que a gente ia organizar isso pelo Alesp sem Papel. É temeroso que a gente
extinga o Alesp Sem Papel por dois dias; fica feio para a gente extinguir um
sistema só para privilegiar.
E dois: hoje é Dia do Combate à
Discriminação Racial, uma luta muito cara para nós. Hoje à noite, o nosso
mandato tem um evento na Câmara Municipal de São Paulo e gostaria de chamar a
todos e todas. A gente está ocupando diversas casas com a luta antirracista.
Amanhã é Dia Mundial da Água e a gente
também leva o debate antirracista para o uso da água e da divisão ambiental.
Negros e negras são a maioria entre as pessoas que não têm acesso à água
tratada e a esgoto.
É por isso que a gente quer a Sabesp
pública, com recursos públicos investidos no bem-estar da população e não para
lucro dos empresários.
Obrigada, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada. Com a palavra o deputado Jorge.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
PELO ART. 82 - Obrigado, Sr. Presidente. Aproveitando a oportunidade, que a
deputada Monica falou do Dia da Água, eu queria falar que domingo agora, dia
19, além de Dia de São José, foi também o Dia do Cuscuz.
Nordestino que
sou, com muita honra, eu gosto muito de cuscuz. Cuscuz com carne, com ovo e com
sustância. Adoro. O nordestino, não o cuscuz paulista, mas o cuscuz nordestino.
Só para dizer o quanto é bom. Imagino que as deputadas e os deputados também
apreciem. Quem não comeu ainda, faça isso. Certamente não vão se arrepender e
vão repetir.
Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero dizer da minha alegria de estar aqui na
tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Venho aqui, Sr.
Presidente, colegas, para dizer que, durante o ano de 2022 até o dia de hoje,
ocupei com muita honra, com muito orgulho, a liderança da Minoria, também
conhecida como liderança da oposição. Líder da oposição nesta Casa. Compõem os
partidos, o meu partido, Partido dos Trabalhadores...
Quero
aproveitar a oportunidade para agradecer imensamente às deputadas e deputados
que me conduziram a essa condição de líder da Minoria e quero também aproveitar
a oportunidade para agradecer aos deputados e deputadas do PSOL, que também
deram anuência para que eu pudesse exercer, durante este ano, a liderança da
Minoria, além, evidentemente, da nossa querida deputada Leci Brandão, do PCdoB,
que também concedeu anuência para que eu pudesse ocupar a liderança da Minoria.
E olha só:
estou saindo da liderança da Minoria, presidente, mas está assumindo a
liderança da oposição e da Minoria o nobre deputado Enio Tatto. Olha só que
honra para mim, deputado Enio Tatto, poder ser substituído por Vossa Excelência.
Tenho certeza de que aprendi muito.
Foi para mim
uma experiência muito importante e tenho certeza, mais ainda, de que o deputado
Enio Tatto, que tem tanta experiência nesta Casa - está no sexto mandato -, tem
competência, tem habilidade para conduzir a oposição aqui, junto com o PSOL,
junto com o PCdoB, junto com o PDT, junto com toda a oposição que vamos fazer
nesta Casa.
Então, muito
obrigado aos colegas deputados e deputadas do meu partido, muito obrigado às
colegas e aos colegas deputados do PSOL e do PCdoB. Parabenizo o deputado Enio
Tatto por assumir esse posto, com a importância que tem a liderança da oposição
nesta Casa.
Muito obrigado
a todas e a todos.
Estou sempre à
disposição.
Abraços.
A
SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para falar pelo Art. 82, pelo Progressistas?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. o tempo regimental.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma pequena comunicação, novamente?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. uma pequena comunicação.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Olha, eu tenho que fazer o meu papel de petista e tenho que
dizer o que o meu governo está fazendo. O nosso, de toda a Federação.
Neste momento,
no momento de quem escreveu isso, o presidente Lula assinou a titulação de
terra dos quilombolas, dando início a um importante passo para a comunidade
quilombola. Isso é muito importante. A gente sabe perfeitamente a luta que os
quilombolas fazem, a população originária.
Eu acredito
sinceramente que, com toda a dificuldade, as eleições já se passaram, deputada
Letícia, mas agora vamos tocar o Brasil. É verdade que vem aí a âncora fiscal,
que vai entrar em andamento e eu acredito sinceramente que também o presidente
Lula dará conta de presidir o País.
Mais
importante também é dizer que ele não só deu início, mas deu continuidade a mil
creches para as crianças neste País. Então acho que isso é importante. De tudo
que eu ouvi neste período da tarde, a primeira infância tem um papel
fundamental na vida egressa dos estudantes.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada. Com a palavra a deputada Letícia Aguiar.
A SRA. LETÍCIA AGUIAR
- PP - PELO ART. 82 -
Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., cumprimento todos os meus
colegas aqui presentes e todos que nos acompanham pela Rede Alesp.
É
fato que nós torcemos pelo Brasil. É fato que nós queremos que o Brasil dê
certo. É fato que eu não votei no presidente Lula e jamais votaria. É fato que
eu apoio o presidente Jair Bolsonaro desde sempre.
Foi
ele, inclusive, que me motivou a estar na política e é fato que outros assuntos
relacionados ao crescimento do Brasil nos assustam bastante. Por quê? Porque a
situação que nós estamos enxergando nesses primeiros dias de governo Lula, nos
preocupa.
Eu
me preocupo como brasileira, como parlamentar, como filha de comerciantes que
sempre fui, a respeito da reforma tributária.
As
notícias são realmente assustadoras, porque quando falamos de geração de
emprego, estamos falando que o emprego, o trabalho para qualquer pessoa, é o
que há de mais digno. Inclusive o melhor trabalho social que a gente pode fazer
por um cidadão é dar a ele emprego, dar a dignidade dele poder sustentar a si e
a sua família. Nós precisamos falar também de como podemos gerar mais empregos.
E
como que a gente gera mais empregos? Reduzindo carga tributária, dando
oportunidade para quem quer empreender no Brasil, para quem quer gerar
empregos.
Agora,
quando a gente vê o suposto pai dos pobres aumentando taxa tributária,
aumentando carga tributária em cima daqueles que empreendem e que geram riqueza
para este País, é inacreditável.
O
comunismo sendo implementado aos poucos, a conta-gotas. Se a gente realmente
não combater isso e não trouxer às claras a verdade de um “destrabalho” feito
por um desgoverno que, na verdade, não ama o seu País, mas ama sim a sua sigla
partidária, a gente precisa trazer isso para a população. E o meu papel aqui é
este.
Quando
a gente vê uma notícia que as escolas, através dessa reforma tributária do
governo Lula, podem ter um aumento de 210% nos tributos, que a carga tributária
sobre o transporte pode ter um aumento de 33%, que os bares, restaurantes podem
ter um aumento de imposto de 60%, é assustador. E a gente não pode achar que:
“Nossa, é assim. É o que a gente já esperava”.
Não,
os deputados, o Congresso Nacional, a população, têm que se mobilizar porque
quando a gente elege um representante, a gente o elege para isso, para que a
gente possa ter políticas públicas em prol das pessoas. Então, eu aqui como uma
apoiadora sempre do presidente Jair Bolsonaro, não abro mão disso.
Inclusive
hoje é aniversário do presidente Jair Bolsonaro. Parabéns, presidente. Vida
longa ao senhor. Muita saúde e bênçãos para você e a sua família.
Voltando
ao assunto da carga tributária do brasileiro que já é pesadíssima:
Eu
posso falar porque desde menina eu vi os meus pais, eu vi a minha mãe
comerciante atrás de um balcão de uma loja com muita dificuldade de pagar seus
impostos.
Toda
vez que um contador chegava era aquele medo do que estava vindo de tanto
imposto. E ver um governo que diz se preocupar com a população aumentando
taxação sobre aquele que gera emprego, riqueza, o empreendedor, o comerciante,
é realmente uma vergonha.
Faça
o “L”, faça o “L”. É uma pena.
Que
a gente possa aos poucos, pelo menos no estado de São Paulo com o governador
Tarcísio, construir iniciativas para o empreendedorismo, iniciativas para
trazer para os empreendedores simplificação, menos burocracia, facilitação,
acesso a créditos e a juros baixos.
Esse
é o tipo de visão de um governo sério que eu acredito, não de um governo que
entende que tem que taxar os mais ricos, que tem que aumentar imposto e com
isso, obviamente, prejudicar toda a população.
Por
fim, Sr. Presidente, quero também hoje enaltecer, que se ele estivesse vivo, o
nosso querido Ayrton Senna, estaria comemorando hoje 63 anos.
Ele
que foi um grande ícone brasileiro, um representante do Brasil no mundo. Um
homem sério, um grande atleta, o melhor piloto de todos os tempos. Fica aqui
também a minha saudação a toda a família Senna pelo grande homem que foi o
nosso piloto, que deixa muita saudade e um grande legado para o Brasil, Ayrton
Senna do Brasil.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputada.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Ordem do Dia.
Item 1 - Votação do Projeto de decreto
legislativo n.º 1, de 23.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem,
presidente. Para indicar...
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Um minuto. Em votação o Projeto de decreto legislativo n.º 1, de 2023.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem.
Para indicar para encaminhar pela Bancada do PSOL o deputado Guilherme Cortez.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- É regimental. Tem o deputado Guilherme Cortez o tempo para indicar. Deputado
Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Para uma comunicação a V. Exa. com anuência do orador. Sr.
Presidente, só uma resposta muito rápida para a deputada Letícia Aguiar, que eu
respeito muito.
Deputada, você
pode ter certeza de que eu estarei junto nessa luta contra o aumento de
impostos, que eu tenho certeza de que essas notícias, que eu não sei de onde é
a sua fonte, foram veiculadas aí agora, deve ter alguma coisa de errado nela.
É bom checar a
fonte direitinho, porque até agora não foi apresentado nenhum arcabouço fiscal,
e não foram... as reformas que têm sido hoje debatidas lá na Câmara dos
Deputados são reformas que vêm sendo discutidas há mais de 20 anos.
Então, eu, aqui
nesta Casa, no meu primeiro mandato, eu falei em dois dias 130 minutos porque o
PSDB queria aumentar naquela época - o deputado Gilmaci se lembra disso - era o
imposto da bebida e do cigarro, e eu não sou, eu não tenho nada com tabacaria,
eu não tenho nada com fábrica de bebida, além dos meus consumos.
Então eu aqui
debati porque eu era contra, porque o PSDB era contra aumentar imposto aí em
Brasília. Tinha vídeo, tinha tudo, então aqui eu lutei muito dessa tribuna e o
PSDB teve que colocar seus melhores quadros para debater comigo aqui durante
dois dias. Eu debati na Bancada porque nós somos contra aumento de carga
tributária.
Nós queremos,
sim, fazer a simplificação, desburocratizar e fazer uma reforma tributária com
justiça social e tributar a renda. O tributo tem que ser em renda, você não
pode tributar consumo.
É injusto eu
pagar o mesmo preço em um quilo de arroz que paga o Faustão. Você imagine um
operário que ganha um salário mínimo de 1.230 reais, que paga o mesmo imposto
que paga um deputado ou que o mesmo imposto que paga o Faustão ou o Silvio
Santos ou os caras que ganham muito dinheiro. Então, é só para dizer isso para
a senhora, tá bom? A senhora sabe como eu trato sempre com muito respeito.
A outra coisa,
presidente, muito rapidamente... o pessoal falou da questão do Dia
Internacional do Combate ao Racismo, e eu sou uma pessoa, presidente, desde o
meu primeiro mandato, eu me assumo como negro, porque eu sou neto de
escravizado e sou neto, por parte de pai.
Para se ter uma
ideia, meu avô paterno nasceu em 1866, nasceu na senzala. Então sou neto de
escravizado e neto de bugre, porque minha mãe era filha de bugre. Então eu sou
um mestiço na verdade.
E a CBN veio e
colou um dia desses, além de trocar o meu nome, me chamou de Teonilio Braga,
falou que eu sou um dos homens brancos que vai dirigir esta Mesa.
Desde meu
primeiro mandato está lá, quem quiser ler a minha história está escrito que eu
fui catador de lixo, eu fui lavador de carro, trabalhei 11 anos na indústria de
móveis, 30 anos na indústria metalúrgica, para depois virar deputado. Sou
sindicalista, tenho honra e orgulho em dizer que eu participei disso.
Inclusive, vou
fazer uma nota para a CBN para poder corrigir porque eu não estou usando a
questão do negro por conta de fundo eleitoral, é porque eu me declaro negro. No
meu documento está “pardo” porque a ditadura olhava para nós e falava: “Você é
pardo”. Naquela época era assim.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Com a palavra o deputado Guilherme.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, deputados, esta é a primeira oportunidade em que eu
posso me dirigir a todos, ao público que nos assiste nesta tribuna, e faço isso
para encaminhar o posicionamento favorável da Bancada do PSOL à matéria.
Essa é uma medida humanitária em
relação às populações do Litoral Norte, ainda mais depois da tragédia que essa
população viveu há pouco mais de um mês, em pleno feriado de Carnaval e a gente
assistiu às cenas da tragédia socioambiental que aconteceu no Litoral Norte,
especialmente na cidade de São Sebastião, mas não apenas.
Agora, além da ampliação do pagamento
do ICMS nesses municípios, o que é muito importante - por isso a gente apoia -
eu acho que a situação que São Sebastião e todo o Litoral Norte passaram,
evidenciam para a gente um fenômeno que os cientistas já nos despertam a
atenção há muito tempo, que é a emergência climática, Sr. Presidente.
E eu venho para
esta Casa, e toda a bancada do PSOL, trazendo a necessidade de a gente tratar o
aquecimento global, tratar pautas das mudanças climáticas como o que ela é; que
é apenas uma emergência. Essa semana está sendo divulgado o novo relatório do IPCC,
o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas, das Nações Unidas.
E mais esse
novo relatório traz uma afirmação contundente: de que a humanidade, e
especialmente o avanço econômico, a industrialização desenfreada e o modelo
econômico que não leva em consideração a finitude dos nossos recursos naturais,
está colocando em risco a sobrevivência de toda a nossa espécie e de que a
gente tem pouquíssimo tempo, Sr.
Presidente, para poder dar meia volta nesse
caminho.
Se não, cenas
como as que a gente viu em São Sebastião, cenas como as que acontecem no
período de seca e de estiagem nas cidades do interior de São Paulo - que sofrem
com a falta d’água, que têm que racionar o seu sistema de abastecimento de água
- vão voltar a se repetir de maneira cada vez mais recorrente, de maneira cada
vez mais grave, atingindo, sobretudo, a população mais pobre, a população
negra, a população caiçara.
A população que
vive nas periferias é a população que é mais atingida por conta dos efeitos
desastrosos dessa crise climática. Então, enquanto a gente não passar a tratar
as mudanças climáticas como a urgência e como a emergência que elas são, a
gente vai ver essas cenas se repetirem cada vez mais.
Hoje, essa Assembleia Legislativa vai aprovar
essa matéria, que eu considero muito importante, que é uma matéria, como eu já
disse, humanitária. Mas, mais do que isso, a gente quer que nenhuma pessoa mais
no estado São
Paulo sofra perdendo a sua casa, sofra perdendo a sua moradia,
sofra perdendo um familiar por conta de uma enxurrada, por conta de uma
enchente, por conta de um alagamento.
Por isso a
gente está propondo aqui nessa Assembleia uma CPI para investigar as enchentes
e os alagamentos no estado de São
Paulo, a negligência do Governo do Estado em relação a esse fenômeno.
Ninguém deveria
ter medo da chuva, ninguém deveria ter medo quando chove, ninguém deveria ter
medo quando se aproxima uma tempestade. Mas hoje isso é uma realidade porque a
população mais pobre sabe que quando chove, quando córrego vai subir, ela pode
perder tudo, por isso a gente quer propor essa CPI.
E por isso a
gente também está recolhendo assinaturas para propor aqui nesta Casa uma frente
parlamentar de combate às mudanças climáticas. Para que aqui na Assembleia Legislativa a gente também
possa ter um espaço de debate para tratar as mudanças climáticas como a
emergência que elas são. E essa, sem sombra de dúvida, é uma das grandes
prioridades políticas que a gente deveria estar discutindo aqui.
Então, quero
mais uma vez reforçar o posicionamento favorável da bancada do PSOL a essa
matéria e o nosso compromisso, Sr.
Presidente, em trazer a todo momento para a Assembleia
a luta ambiental, a luta climática, a luta contra as mudanças climáticas.
E aproveitar
esse momento para dizer aqui: é lastimável, é uma pena que na contramão do
mundo - que diante desse cenário de intensificação da crise ambiental, está
discutindo como aumentar o controle público sobre os nossos recursos naturais -
aqui no estado de São
Paulo, o governador do estado de São Paulo está encaminhando uma
agenda que pretende privatizar a Sabesp.
Que é uma
empresa pública fundamental para o povo do estado de São Paulo, que fornece
dois serviços fundamentais para a vida no estado, que é o serviço de saneamento
básico e o acesso à água, que são dois direitos fundamentais da população do
estado de São
Paulo.
Para a gente
combater a crise climática e a emergência climática, a gente precisa de mais
controle público sobre os nossos recursos naturais, inclusive em relação à
água.
A gente precisa
estar discutindo aqui uma Sabesp 100% pública, uma Sabesp mais eficiente, uma
Sabesp que reduz o desperdício e uma Sabesp que possa garantir universalidade
no acesso à água e no direito ao saneamento básico.
Na contramão do
que a gente deveria estar discutindo de fortalecer os serviços públicos, o
transporte público aqui no estado de São Paulo, para a gente poder
reduzir a dependência dos automóveis e a poluição nas nossas ruas, avenidas e
estradas, o projeto do governador Tarcísio é avançar na privatização da CPTM,
do metrô.
Esse é o
caminho oposto do que a gente deveria estar seguindo para a gente ter uma
política ambiental consequente com o tamanho e com a gravidade da crise
climática que a gente vive.
Então,
aproveito essa oportunidade aqui para reforçar o posicionamento da bancada do
PSOL, de toda a bancada de oposição, para que a gente possa de fato tratar
emergência climática com a gravidade, com a seriedade que exige.
E isso vai
passar por a gente defender aqui na Assembleia
Legislativa os nossos serviços públicos, a Sabesp
pública, a CPTM e o metrô e todos os serviços que prestam, que atendem aos
direitos essenciais do povo do estado de São Paulo.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado.
Em votação...
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para indicar o
deputado Donato para encaminhar pelo Partido dos Trabalhadores.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental.
Tem o deputado Donato o tempo para
encaminhar o Projeto de decreto legislativo nº 1, de 2023, pela bancada do
Partido dos Trabalhadores.
O
SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos os que nos acompanham aqui
na galeria, pelas redes sociais da Alesp e pela TV Alesp; evidentemente a
bancada do PT é a favor do projeto. Todas as medidas que possam colaborar para
diminuir o sofrimento daquela população vítima daquela tragédia terão nosso
apoio.
Eu estive lá em São Sebastião uma
semana depois do ocorrido, mais ou menos. Estive na Vila Açaí, estive em
Boiçucanga, lá em Tropicanga, Topolândia, toda aquela região, e pude ver a
dramaticidade da situação.
Escutei depoimentos também das
pessoas em relação à presença do governador Tarcísio. De fato, ele esteve
presente, foi às regiões, mas também tenho notícia por companheiros que são de
São Sebastião, companheiro Fernando Puga, que é o presidente do PT de São
Sebastião, o companheiro Melhado, que a população infelizmente não se sente
assistida ainda.
Alguns dias atrás teve uma
manifestação em São Sebastião dessa população, cobrando providências da
prefeitura e do governo do Estado, principalmente, que são os executores na
ponta dessa política.
Se falou em aluguel de pousadas,
se falou em políticas emergenciais de abrigamento e boa parte da população não
foi sequer informada. É só olhar as matérias na televisão, nos jornais, uma
parte grande da população continua desassistida.
Então, eu queria fazer esse
registro aqui. Evidente que a gente encaminha a favor do projeto, mas a gente
continua atento porque é importante o governador ter ido, ter pisado no barro,
e ele pisou no barro, eu sou testemunha porque eu fui nos mesmos lugares que
ele foi e as pessoas testemunharam isso.
Mas ação do governo não é só na
hora da tragédia e de estar presente. Ela tem que se desdobrar ao longo do
tempo e a gente não vê resultados efetivos emergenciais, pelo menos.
A gente sabe que algumas coisas
são estruturais: construir as moradias demora, ter uma política em relação às
áreas de risco... Já se tem até um pedido de CPI de área de risco do deputado
Edmir Chedid, que é adequado, eu acho, porque a gente viu que a Defesa Civil está
totalmente desaparelhada. E não é uma responsabilidade do governo atual, ele
está chegando, mas o fato é que ela está desaparelhada.
Ela recebeu alertas sobre as
fortes chuvas, e não tinha nada montado para avisar aquela população. Eu, com experiência
própria, minha primeira função no Executivo foi ser chefe de gabinete na
Regional do Campo Limpo, aqui em São Paulo.
Para quem conhece a Regional do
Campo Limpo, o bairro do Campo Limpo, sabe que área de risco é o que não
faltava e a gente aprendeu um pouco a lidar com isso, a ter geólogos, a ter
relação com a população, a ter líderes comunitários que são acionados no
momento do risco para que eles possam avisar a população a ter abrigos
pré-selecionados, que a pessoa possa sair de madrugada no meio de uma tempestade,
ela tem que saber para onde vai, vai para tal escola, para tal igreja.
Isso tudo é possível de se
desenvolver se tiver uma diretriz, e essa diretriz tem que ser da Defesa Civil
do Estado, além do que o IPT já desenvolveu tecnologia para medir os graus de
risco. Quando eu fui secretário de subprefeituras no governo da Marta, a gente
contratou o IPT e desenvolveu a tecnologia que estipula risco 1, risco 2, risco
3, risco 4, aqueles que têm que ser retirados imediatamente, aqueles que uma
obra de contenção pode resolver. Isso tudo precisa ser reestruturado.
E então a gente queria fazer esse
registro aqui. Essa medida tem nosso apoio, mas são necessárias muitas outras
medidas do governo do Estado para que aquela população possa ser de fato acolhida
nesse momento de tragédia que ela viveu.
Então é isso, Sr. Presidente.
Muito obrigado pela oportunidade.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para encaminhar pela bancada do PSB.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. o tempo regimental, deputado.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, rapidamente, para encaminhar esse projeto
de decreto legislativo em nome da bancada do PSB.
Orientar,
obviamente, para votar favoravelmente ao texto. Entendo que é importante você
criar condições para que as pessoas que têm que pagar ICMS possam pagar, em
decorrência de tudo o que aconteceu no Litoral Norte, um pouco mais à frente,
mas entendo que temos que ter mais coisas.
O Litoral
Norte, assim como todo o litoral do Estado, ainda é muito dependente da
sazonalidade. O setor de serviços é o principal setor de São Sebastião. Eu vi,
recentemente, o prefeito tentando de todas as formas pedir que as pessoas
voltem a frequentar o Litoral Norte, mas eu imagino, obviamente, o receio das
pessoas que frequentavam o Litoral Norte de poderem retornar a frequentar a
cidade, diante de tudo o que aconteceu.
Então eu
entendo que o Governo do Estado tem que encontrar outras maneiras que não só
prorrogar o pagamento de tributos. Nós temos que pensar em alternativas para
fazer com que o Litoral Norte possa garantir segurança às pessoas, aí a gente
pode passar por processos envolvendo a questão da habitação, mas não só isso.
O governo tem
outros formatos, inclusive institucionais, de poder colaborar com isso. Tem as
propagandas, por exemplo, que podem voltar a circular, o governo pode ajudar a
bancar tudo isso. Eu vi o prefeito Felipe Augusto e o vice Reinaldinho falando,
pedindo para as pessoas voltarem porque os quiosques estão parados, as pousadas
estão paradas, os ambulantes estão parados.
Então, com
razão há uma preocupação muito grande em todo o Litoral, que é uma região que
ainda depende muito do setor de serviços. Portanto, nós vamos votar favorável,
vamos ajudar para que o governo possa estender a mão, ainda que de forma
bastante limitada.
Mas eu peço que
possamos ter outras alternativas, incluindo também empréstimos, por exemplo,
com juros subsidiados para aqueles que empreendem e perderam as suas coisas e
não tiveram ainda nenhuma condição de retornar à sua normalidade.
Peço, também,
presidente, que esta minha fala possa ser encaminhada à Câmara Municipal de
Vereadores de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Em
votação o Projeto de decreto legislativo nº 1, de 2023. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Esse
assunto da tragédia das enchentes, principalmente em São Sebastião, que
aconteceu no ano passado em Franco da Rocha, que aconteceu no Brasil inteiro,
pasmem, nós somos a favor, evidentemente, acabou de ser aprovado, mas vejam só,
Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nós discutimos aqui o Projeto
nº 82, de 2022, de minha autoria, que autoriza o Poder Executivo a criar um
programa de remoção protetiva segura e humanizada para famílias que são
atingidas por catástrofes como essa que aconteceu em São Sebastião.
Pois bem, o
projeto foi aprovado aqui por unanimidade. Eu aproveito a oportunidade para
agradecer. Mas o governador, insensível, que não tem compromisso com causas
importantes como essa, simplesmente vetou.
Por isso que eu
falei aqui: o que adianta a gente discutir, é importante, os deputados
concordam, mas quando chega no governo ele não acha importante. Talvez a
importância seja se o deputado é da situação ou não. Se ele for da oposição,
ele está fadado ao insucesso, porque não importa se o projeto é importante ou
não é, o que importa é se o deputado apoia ou não apoia o governador.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem,
Sr. Presidente. Havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário,
solicito o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o
remanescente da Ordem do Dia de hoje.
Está levantada a sessão. Obrigado a
todos, boa tarde.
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- Levanta-se a sessão às 17
horas e 30 minutos.
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