22 DE MARÇO DE 2023

5ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, MILTON LEITE FILHO e GUTO ZACARIAS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Cumprimenta o padre Manuel Herrada e o irmão João Paulo, membros dos Arautos do Evangelho, que se encontram nas tribunas. Saúda a presença do ex-deputado estadual Wellington Moura, presente nesta Casa.

        

4 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Cumprimenta Douglas Garcia, ex-deputado estadual, presente nas tribunas.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Cumprimenta a deputada Beth Sahão pelo êxito no último pleito eleitoral.

        

9 - BETH SAHÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - LETÍCIA AGUIAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - MILTON LEITE FILHO

Assume a Presidência.

        

14 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

GRANDE EXPEDIENTE

18 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - GUTO ZACARIAS

Assume a Presidência.

        

21 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

22 - DR. JORGE DO CARMO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - ANA PERUGINI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

25 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

26 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

27 - GUTO ZACARIAS

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

28 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

29 - EDUARDO SUPLICY

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

30 - GUTO ZACARIAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

31 - EDIANE MARIA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

ORDEM DO DIA

32 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Coloca em discussão requerimento de comissão de representação, do deputado Gerson Pessoa, para participar da "Smart City Expo Curitiba", a realizar-se nos dias 23 e 24/03. Anuncia a presença do vereador de Araraquara, Emanoel Sponton.

        

33 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

34 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Discute o requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

35 - MILTON LEITE FILHO

Assume a Presidência.

        

36 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

37 - ITAMAR BORGES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

38 - THAINARA FARIA

Discute o requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

39 - DR. JORGE DO CARMO

Discute o requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

40 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Discute o requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

41 - REIS

Discute o requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

42 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

43 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Solicita uma verificação de votação.

        

44 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

        

45 - MILTON LEITE FILHO

Declara a obstrução da bancada do União Brasil à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa. Solicita a prorrogação da sessão por três, dois e um minuto.

        

46 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Anota o pedido.

        

47 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Declara a obstrução da bancada do PT à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

48 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Declara a obstrução da bancada do PSOL à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

49 - GIL DINIZ

Declara a obstrução da bancada do PL à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

50 - MILTON LEITE FILHO

Retira o pedido de prorrogação da sessão.

        

51 - ALTAIR MORAES

Declara a obstrução da bancada do Republicanos à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

52 - ANALICE FERNANDES

Declara a obstrução da bancada da federação PSDB CIDADANIA à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

53 - OSEIAS DE MADUREIRA

Declara a obstrução da bancada do PSD à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

54 - LEONARDO SIQUEIRA

Declara a obstrução da bancada do Novo à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

55 - DR. EDUARDO NÓBREGA

Declara a obstrução da bancada do Podemos à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

56 - ITAMAR BORGES

Declara a obstrução da bancada do MDB à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

57 - CAPITÃO TELHADA

Declara a obstrução da bancada do PP à votação do requerimento de comissão de representação do deputado Gerson Pessoa.

        

58 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para questão de ordem, pede esclarecimentos sobre o quórum para a votação do requerimento de comissão de representação.

        

59 - GIL DINIZ

Para questão de ordem, pede esclarecimentos sobre o quórum para a votação do requerimento de comissão de representação.

        

60 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Responde o questionamento dos deputados sobre o quórum de votação.

        

61 - ALTAIR MORAES

Para questão de ordem, pede esclarecimentos sobre o quórum para a votação do requerimento de comissão de representação.

        

62 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Responde o questionamento do deputado Altair Moraes.

        

63 - GIL DINIZ

Para questão de ordem, pede esclarecimentos sobre o quórum para a votação do requerimento de comissão de representação.

        

64 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que não alcança o quórum regimental para deliberação, restando adiada a votação. Suspende a sessão por dez minutos, por conveniência da ordem, às 18h40min; reabrindo-a às 19h. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com Ordem do Dia. Encerra a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Nesse momento e sem muita demora, iniciaremos os trabalhos no Pequeno Expediente.

Quero convidar para fazer uso da palavra o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem V. Exa. o tempo regimental.

Aproveitar e saudar todos os deputados através das nobres deputadas aqui na Mesa comigo hoje, Letícia Aguiar e Andréa Werner.

Vamos lá. Deputado Luiz Claudio Marcolino, tem, V. Exa., o tempo regimental no Pequeno Expediente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha pelo plenário, pela TV Assembleia.

Sr. Presidente, ontem fomos surpreendidos aqui com uma fila, mais uma vez... Que acontece, praticamente, em todas as legislaturas aqui no estado de São Paulo, aqui na Assembleia.

 Mas esse ano tinha, pelo menos, uma construção que vinha sendo feita e discutida com o conjunto dos deputados, com o conjunto dos líderes, que era para deixar para o dia 23 do mês de março o processo da iniciação...  Para iniciar o processo do relógio para a abertura das proposituras: CPI; projetos de lei; frentes parlamentares.

A fila que se formou ontem aqui... E muito estranha, nobre deputada Bebel, porque você olha quem está na frente da fila e tem três ou quatro pessoas de um gabinete do PL, depois mais três ou quatro de outro gabinete do PL, depois mais três ou quatro do Republicanos e aí repetidamente.

Percebe que a base do governo, aqui no estado de São Paulo, dos deputados, já tinha uma informação, inclusive, hoje conversando com a grande imprensa, alguns órgãos de comunicação, falaram: “ah, mas o pessoal na fila já falou que já tinham informações desde segunda-feira”.

Então, os partidos da base do governo Tarcísio, aqui no estado de São Paulo, já tinham informação, nobre deputada Beth, que iria iniciar um processo na fila já na segunda-feira e, pasmem, ainda tinham uma informação que, agora, a fila seria... Cada membro da fila, cada pessoa que estivesse na fila, no máximo, uma propositura.

Estranho que, até em relação ao Ato nº 13 publicado pelo deputado Carlão Pignatari, falava do dia 15 até o dia 23, mas não falava como seria regrado o ato. Nós estamos desde o dia de ontem, desde o início do Pequeno e do Grande Expediente, tentando conversar com o presidente da Casa, conversando com diversos líderes, para tentar construir um diálogo que, para a gente, é importante.

Esta Casa é uma Casa de Leis, é uma Casa de diálogos e nós partimos do princípio que, primeiro, você antecipa demais o processo da fila para o protocolo. Segundo que você deixa as pessoas em uma condição insalubre.

Ontem nós tivemos pessoas que foram ao banheiro e quando voltaram perderam o lugar na fila. Perdeu o lugar na fila porque foi ao banheiro. Você não tinha o direito sequer, né?

Fazendo a fila que só vai protocolar no dia 24. Só no dia 24 que vai abrir o relógio para o protocolo... A pessoa sequer podia ter o direito de ir ao banheiro.

A gente foi percebendo também que em relação aos partidos da base Tarcísio, aqui na Assembleia, todo mundo já estava preparado para fazer o revezamento a cada seis horas com água, com alimento. Então, percebe que não houve o mesmo direito, ou pelo menos a mesma informação de forma imparcial, em relação aos deputados ou aos líderes.

Ontem tivemos o primeiro Colégio de Líderes, questionamos inclusive a questão da fila e foi dito, “não, também fomos surpreendidos.” Demonstra claramente que o Ato, que foi publicado no dia de hoje, já tinha entre o governo o entendimento que ia tentar neutralizar qualquer possibilidade de apuração de CPIs pela oposição aqui na Assembleia.

E as CPIs que os nossos deputados estão apresentando: tem aqui a CPI para apurar e investigar os contratos firmados e executados pelo DER; apurar e investigar a gestão e utilização de recursos da Fundação Butantã; pelo apoio ao Instituto Butantã; contratos emergenciais do DER; concessões dos terminais do metrô; contratos de concessão da ViaMobilidade na zona sul; concessão da energia elétrica; as OSs da Saúde; concessão das rodovias com congelamento do pedágio; vício na contratação das OSs da Cultura; antecipação da renovação do contrato de concessão da Comgás; investigar denúncias da concessão das Linhas 8 e 9 da CPTM, para cessar problemas e paralizações; apurar o cumprimento e a especialidade do contrato de concessão do serviço prestado pela Enel em 24 municípios (Inaudível.) pela empresa; fiscalizar, apurar e investigar irregularidades na fase de operações das Linhas 15 - Prata do monotrilho; tiroteio em Paraisópolis; e o aumento do feminicídio e violência doméstica no estado de São Paulo.

São todas as CPIs que o estado de São Paulo quer ver investigado. Só que pela manobra hoje dos deputados, ou dos partidos da base do governo Tarcísio do estado de São Paulo, está tentando impedir que a bancada de oposição possa fazer uma investigação durante a legislatura.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. Próximo orador inscrito deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. Tem V. Exa. o tempo regimental.

Enquanto V. Exa. se dirige até a tribuna quero aqui anunciar e agradecer a presença do padre Manuel Herrada, do irmão João Paulo, acompanhados aqui de todos do Arautos do Evangelho, acompanhados do nobre deputado Gil Diniz. Obrigado pela presença dos senhores, sejam bem-vindos sempre a essa Casa. 

Também anunciar a presença aqui também entre nós nesta tarde do ex-deputado, sempre deputado, primeiro vice-presidente desta Casa na 19ª Legislatura, deputado Wellington Moura. Obrigado, deputado Wellington Moura.

Com a palavra, a deputada Bebel.

 

 A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento todos que estão na Mesa, a deputada Andréa e o Wellington Moura com quem convivi a legislatura passada, a Mesa Diretora de trabalhos, assessores à minha esquerda, à minha direta, Srs. e Sras. Deputadas, público presente e todas, e todas, que nos veem através da Rede Alesp.

É lamentável, deputado Marcolino, que em pleno século XXI, nós que somos eleitos pelo voto popular... questões como estas, referente ao direito de investigar. Porque é isto, ninguém está de antemão tomando posição, é isto ou aquilo.

É exatamente para dar transparência para os serviços públicos ou para a gestão pública do estado de São Paulo, que é a possibilidade de ter CPIs, que são Comissões Parlamentares de Inquéritos. Isso não é criminalização não, qualquer um de nós está sujeito. Somos pessoas públicas sujeitas a estarmos sob a supervisão da população, não haveria que ter medo disso aí.

Agora, quando toma uma posição dessa nos deixa mais em dúvida. Tem alguma coisa de muito errada mesmo? Deve ter. Porque não é possível fazer algo tão irracional como a questão tempo, a questão ficar numa fila de madrugada para emplacar uma CPI.

Não é possível. Isso deveria ser tranquilo no parlamento, num espaço democrático como esse, e diverso, composto por todos os partidos políticos. Então, eu quero aqui demonstrar a minha insatisfação com relação a essa postura, já, de início de governo, e sobretudo da Casa mesmo. Nós esperávamos que a Casa começasse de forma diferente; já está começando muito mal.

Então, claro, nós vamos ter nossa posição de oposição, nós não vamos votar projeto enquanto não resolver essa parafernália dessa bagunça que está no corredor. Ou desfaz e conversa conosco, como pensantes que somos, para podermos ter o direito de colocar as nossas posições, ou então não tem o que fazer na Casa. Porque nós não viemos aqui bater protocolo, bater martelo. Aliás, o martelo, quem bate, e muito mal, é o governador, que está aí com a pecha de privatizante.

Mas não bastasse isso, deputada Thainara, hoje, no dia internacional da água, nós participamos de um ato lá fora. Beleza? Bom, tem a privatização da Sabesp em curso. O nosso companheiro Emídio de Souza está puxando aí uma grande audiência, para que a gente... E nós vamos junto. Acho que deveria ser... E ele há de conseguir que a Casa chame essa audiência e o Executivo venha explicar para nós isso aqui.

E outra questão é a redução da alíquota daquilo que é constitucionalmente exigível para aplicar à Educação, que, no estado de São Paulo, nós conseguimos ampliar para 30%, e o Sr. Tarcísio quer ampliar para 25 por cento.

Porque disse que sobra dinheiro, Beth. Se sobra dinheiro, por que não paga, então, o piso salarial profissional dos professores? Está sobrando dinheiro? Reforma escola. Está sobrando dinheiro? Dá condições para os estudantes pelo menos estudarem num prédio de melhor qualidade, que são cadeiões - é assim que estão as escolas públicas no estado de São Paulo.

Então, eu quero dizer o seguinte: nós vamos ter luta. Hoje tem o ato lá na Avenida Paulista. Ele estará devidamente representativo: estarão lá professores, todos os profissionais da Educação, senador Suplicy, meu sempre querido senador. Eu quero convidar todos vocês a estarem lá. Mas estarão os estudantes, estarão as entidades de classe, estarão vocês, parlamentares.

Porque nós temos que barrar, nós temos que acabar e revogar esse ensino médio, porque, da forma como está, é a precarização da educação pública básica nesta etapa de ensino e em toda a educação básica.

Então, é com esse espírito que subi a esta tribuna para dizer: vamos à luta, de cabeça erguida sempre; de joelhos, jamais.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Professora Bebel. Com a palavra, o nobre deputado Paulo Mansur. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, nesta oportunidade quero cumprimentar os nobres deputados estaduais eleitos. Eu estou falando aqui pela primeira vez no púlpito. E quero te cumprimentar também, Gilmaci, que está liderando a Casa hoje, substituindo o nosso nobre deputado estadual André do Prado, que foi eleito presidente desta Casa. Também quero parabenizá-lo.

E falar que para mim é um momento de satisfação e orgulho ter um presidente da Casa do nosso partido, o PL, depois de tantos anos em que foi presidida a Casa pelo PSDB.

E falo a vocês, meus nobres deputados, que a direita conservadora, que a gente descobriu com o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro, foi muito importante para eu tomar a decisão de ir para a política.

Eu tinha um sonho de estar aqui, mas principalmente um sonho também dos meus telespectadores, porque eu apresento um programa no SBT há mais de 10 anos para mais de 300 cidades do estado de São Paulo. E esse programa nasceu porque o meu avô, em 1946, quando fundou a Rádio Cultura, criou um programa que chamava “Voz do Povo” e ele ajudava as pessoas mais carentes.

O que era isso, por que era a voz do povo? Porque o povo ia na rádio para falar no microfone do rádio, para pedir, e ele pedia para as outras pessoas ajudarem. Eu reabri este programa com o nome “A Voz da População” na mesma rádio, a Rádio Cultura, depois de muitos anos, e comecei a ajudar as pessoas.

Comecei a ir nas palafitas lá da Baixada Santista, comecei a ir nas favelas de Campinas e da região e comecei a ajudar as pessoas e vi o que elas precisavam. Começaram me pedindo cesta básica, depois passou a prótese de perna para a pessoa voltar a andar, depois passou a mobiliar as casas, mas aí as pessoas começaram a pedir asfalto nos bairros, saneamento básico, médico.

Foi a essa vontade que eu tomei a decisão que conjuminou também com o presidente Bolsonaro estar fazendo crescer essa direita conservadora com a decisão de eu ir para a política.

Então, hoje eu estou aqui representando também os meus telespectadores que querem essa luta minha aqui no plenário. É muito importante, presidente Gilmaci, que a gente faça esse bom trabalho aqui na Casa, que a gente consiga cumprir as nossas ideias, as nossas promessas. Porque eu não fui um candidato eleito para fazer projeto de lei, eu fui um candidato eleito para fiscalizar o estado de São Paulo.

E eu continuo a apresentar o programa no SBT. Acho que dessa maneira é importante, porque eu acabo recebendo as demandas da população. E a gente vai fiscalizar, como acabou de acontecer na cidade de Taubaté, onde o Ministério Público entrou pedindo para o prefeito nem falar “vai com Deus” na sala de aula, impedindo os professores.

Então a gente vai... Já mandei um ofício para saber tudo o que está acontecendo na cidade de Taubaté. Em cinco dias eles vão responder, não respondendo eu vou até a escola.

Essa vai ser a parte do meu mandato, fiscalização. E lógico que quando eu fizer um projeto de lei ele vai ser um projeto que realmente desburocratize o estado, ou seja, muito útil para a sociedade.

Eu quero agradecer a todos vocês, desejo um bom dia e vamos à luta.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado, seja bem-vindo a esta Casa. Com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

Também aqui anuncio e agradeço a presença do nosso sempre deputado Douglas Garcia. Obrigado, Douglas, seja bem-vindo. Você já faz parte desta história.

Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, ontem nós tivemos a notícia de que o governador Tarcísio de Freitas pretende encaminhar uma PEC aqui para a Assembleia Legislativa para criar a Medida Provisória Estadual.

Eu considero aqui que vai ser o AI-5, o Ato Institucional do governo contra a Assembleia Legislativa, para amordaçar e controlar de vez, definitivamente, a Assembleia Legislativa.

Se ela já é o puxadinho do Palácio dos Bandeirantes... Eu não entendo, Srs. Deputados e Deputadas, por que ele pretende fazer isso. Eu não entendia até hoje, porque ele já tem maioria, ele já controla tudo, controla aquela fila arcaica que tem ali das CPIs. Vai controlar todas as comissões, porque vai ter maioria em todas elas, vai controlar todas as CPIs, vai controlar a pauta de votação. Ele só não controla a nossa voz aqui na tribuna, porque aí também já seria demais. Enfim, mas ele disse que vai encaminhar um projeto.

Então, vamos ter aqui o AI-5 na Assembleia Legislativa.

Gente, para quem não sabe, durante a ditadura militar - ditadura empresarial-militar, na verdade - no Brasil, que foi de 64 a 85, tivemos vários atos institucionais, que era uma legislação supraconstitucional, que, na verdade, afrontava o Estado Democrático de Direito. O AI-5 foi o mais terrível deles. Então, vamos ter em São Paulo, minha gente, aqui na Assembleia Legislativa, um AI-5.

Mas agora eu entendi, porque hoje nós tivemos a notícia, também pela imprensa... Aí é que está, olha: o governador Tarcísio de Freitas vai apresentar também outra PEC tão perigosa quanto, reduzindo o Orçamento da Educação pública do estado de São Paulo, um crime perverso e sádico contra a escola pública, contra os profissionais da Educação. Ele vai reduzir de 30 para 25%, dizendo que não consegue gastar os 30 por cento.

Olha só que absurdo: o governador Tarcísio de Freitas vai inviabilizar a Educação no estado de São Paulo. A nossa luta é para que haja mais investimento em Educação pública.

Nossas escolas estão sucateadas, degradadas, arrebentadas. Temos mais de 100 escolas de lata no estado de São Paulo, escolas sem quadras para as aulas de educação física, sem laboratórios, sem oficinas, com o Magistério ganhando salários baixíssimos.

Ele nem paga o piso nacional salarial dos profissionais da Educação, do Magistério. Ele paga um salário mínimo para os agentes de organização escolar do estado de São Paulo. Não é gasto, é investimento, governador Tarcísio. Não se fala em gasto com Educação. Educação é investimento. Um absurdo, minha gente.

A Assembleia Legislativa não pode se calar diante de todas essas ameaças. Um AI-5 aqui dentro do Poder Legislativo. Eu duvido que os deputados mais fiéis ao Tarcísio, os mais bolsonaristas, mais da extrema-direita aqui da Assembleia Legislativa, vão concordar com esse AI-5.

Espero que haja uma rebelião da base do governo, porque se V. Exas. votarem a favor desse AI-5, dessa medida provisória, V. Exas. estarão manchando a história de vocês.

E sobretudo essa outra proposta, da Educação. Haverá resistência e luta dentro da Assembleia Legislativa e fora também. Gente, foi uma conquista histórica incluir na Constituição Estadual, em 1990, os 30% na Educação, que já é pouco. Temos que ampliar os 30% e não reduzir o Orçamento da Educação no estado de São Paulo.

Um absurdo, um retrocesso jamais visto. Haverá luta e resistência. Repito: dentro da Assembleia Legislativa e sobretudo fora, porque a sociedade civil não vai permitir redução do Orçamento da Educação.

Sobre a fila, é um absurdo. É arcaico, é anacrônico. Agora isso. Isso sempre aconteceu. É um museu de grandes novidades, como dizia o Cazuza, o que está acontecendo aqui nessa fila. É o governo “Bolsotucano” reproduzindo o “Tucanistão”.

O “Tucanistão” fazia isso em toda legislatura. Agora, eles estão pegando os métodos do “Tucanistão” e colocando em prática em tudo, para ter maioria na Assembleia Legislativa, só que eles estão indo mais longe ainda. O PSDB não conseguiu reduzir o Orçamento da Educação, mas o Tarcísio vai tentar. Mas não vai conseguir.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi.

Com a palavra, a nobre deputada Beth Sahão. Seja bem-vinda de volta a esta Casa. Hoje, trazendo esperança, de verde. Parabéns, Beth. Você tem história nesta Casa. Tenho certeza de que vai acrescentar muito mais ainda com a sua competência e qualidade como deputada. Seja bem-vinda.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, deputado Gilmaci. Estou de verde, mas sou corintiana, viu, deputado?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tenho certeza disso. Tenho certeza.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Meu time do coração. Quero cumprimentar a todos, cumprimentar V. Exa., deputados e deputadas que acompanham esta sessão, público que está nas galerias.

Quero fazer coro ao deputado Giannazi, agora que você trouxe uma informação aqui dessa redução. Nem nos mais ferrenhos governos tucanos tivemos a redução de 30 para 25% na Educação.

Eu espero que isso seja apenas uma intenção que não se concretize aqui nesta Casa, porque nós vamos envidar todos os nossos esforços no sentido de impedir que essa sanha de poder sobrar recursos para não sei o quê. Porque os recursos públicos têm que ter prioridade na hora dos seus investimentos e não tem nada mais prioritário do que a Educação. Sabe por quê?

Porque aí eles economizam, aí eles fazem que nem o governo do Rodrigo Garcia fez. Acumula 53 bilhões para chegar um ano antes das eleições e começar a distribuir esses recursos para os municípios paulistas para ver se se consegue arregimentar apoio para suas candidaturas.

E hoje, pasme, muitas dessas obras foram paralisadas por falta de pagamento, porque o governo que sucedeu ao anterior não quer pagar e quem sai prejudicado com isso é a população, que estava na esperança até de saírem algumas obras, como recuperação de estradas vicinais, e isso não aconteceu. Por quê?

Porque são práticas absolutamente eleitoreiras que funcionam no período que antecede às eleições. Nós estamos cansadas de ver isso aqui nesta Casa. O governo tucano fez isso e pelo visto o governo do Tarcísio quer ir para o mesmo caminho e pior.

E para voltar a falar da fila, porque todo mundo que vai passar aqui hoje tenho certeza - da minha bancada e mesmo da bancada de outros partidos mais progressistas da Casa - que vai trazer a sua indignação aqui.

 Porque não é possível passar ali e ver filas. Além da má intenção da base do governo e do governo aqui de impedir que as nossas CPIs sejam aprovadas, porque essa história a gente já viu várias vezes em mandatos anteriores. Quando a gente chegava aí... No mandato que se iniciou em 2019, nós chegamos para protocolar a CPI, o líder do governo já tinha colocado dezenas de CPIs na nossa frente. Que medo é esse?

Que medo é esse de fazer com que os nossos pedidos possam ser investigados? Aliás, tem áreas aqui que merecem ser investigadas e nunca foram porque os governos não deixam. Então a gente precisa se posicionar em relação a isso. Nós temos que ter direito sim.

A oposição aqui merece e tem direito a protocolar as suas CPIs. Não é possível que isso aconteça. Sinceramente, eu quero ser solidária aos assessores que estão ali. Tem gente que está passando a noite e eu disse inclusive à minha assessoria que eu não ia submetê-la a esse tipo de prática, porque, desculpe, é uma humilhação.

É uma humilhação para nós que somos de oposição, que vemos que os nossos protocolos e os nossos pedidos de CPI são impedidos de serem votados, de serem apresentados e posteriormente votados, já que a Casa segue uma tradição cronológica, e ao mesmo tempo para trabalhadores, servidores e servidoras desta Casa que estão ali passando a noite.

E bem fez a nossa bancada de dizer o seguinte: “Nós não vamos mais deixar os nossos assessores ali”. Nós vamos retirar e vamos obstruir até que o presidente e os seus representantes sentem com a nossa bancada e com as outras bancadas que estão se sentindo igualmente lesadas para conversar e para poder fazer com que a gente chegue em um acordo no sentido de também fazer ser aprovado um pedido da CPI nossa.

É o mínimo que nós podemos solicitar desta Casa, Sr. Presidente; é o mínimo. Eu coloquei um pedido de CPI para investigar o aumento da violência contra a mulher. Vocês devem ter acompanhado que no ano de 2022 todas as formas de violência da mulher foram aumentadas, cresceram.

E aqui alguém pode falar: “Não, mas nós já tivemos uma CPI”. Inclusive foi pedido meu na legislatura passada, mas eu nunca vi uma CPI que vai investigar a violência sobre a mulher, deputada Solange, composta por homens. Na Presidência, era homem, o relator era homem, e como é que faz isso? Não é o lugar de fala deles; é o lugar de fala nosso.

E eu quero para finalizar, Sr. Presidente, cumprimentar o presidente Lula, porque ontem a gente teve um avanço na Lei Maria da Penha, já que as medidas protetivas não precisam mais passar por um boletim de ocorrência.

Apenas a ameaça já pode ensejar que haja medida protetiva, deputada Paula. Isso é muito importante para as mulheres que estão sob ameaça. Por enquanto é isso, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Beth Sahão. Tem a palavra o deputado Reis. (Pausa.) Tem a palavra a deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. Tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Boa tarde a todos os deputados e deputadas, uma excelente quarta-feira a todos os funcionários civis da Casa, a todos os policiais militares, policiais civis, meus irmãos de armas.

Venho à tribuna esta tarde para falar diretamente com os nossos agentes de segurança, com os nossos policiais militares. Eu, que tenho dentro da minha família a tradição de ser bisneto de um inspetor de quarteirão lá da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo.

Sou neto de policial militar. Meu avô foi soldado da Polícia Militar, aposentou como soldado e faleceu como terceiro-sargento após já aposentado. Sou filho de policial militar, sou primo, sobrinho, cunhado, de policiais militares. Quem sabe um dia serem pai de um policial ou uma policial militar, eu tenho um casal de filhos.

Mas é fato que eu escolhi essa profissão de policial militar aos meus 17 anos de idade, ingressei na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Dentro dessa instituição eu trabalhei por 19 anos. De verdade, eu me dediquei, dentro dessa profissão, a ser policial.

Pisei no chão de fábrica, estive ali amassando barro, puxando hora em guarita, passando fome e frio, fazendo curso, puxando hora em distrito policial. Enfrentando o crime na rua, combatendo de verdade, não somente por ideias, ou por estudo, ou por ouvir falar, não, nós estivemos diretamente combatendo o crime cara a cara.

E hoje, após 19 anos dentro dessa profissão que eu escolhi, honrando meus familiares, meus amigos, meus irmãos, eu cheguei a esta Casa legislativa e fui eleito não pelo azul dos meus olhos. Não. Eu fui eleito porque eu sou policial militar, porque eu sou capitão da Polícia Militar.

Então eu conheço essa profissão. Na Polícia Militar, na instituição, eu já fui transferido por “Diário Oficial”, já fui afastado das minhas atividades por causa de ocorrência. Já fui colocado interno no Copom, já fui colocado interno em seção administrativa porque estava trabalhando, eu já fui exposto em rede social, já fui exposto em mídia nacional, em programa de horário nobre.

Eu conheço muito bem as agruras da Polícia Militar, conheço os percalços que a profissão tem, que todo policial enfrenta, não só o policial militar: o policial civil, o policial penal, o policial municipal, o agente de segurança privada. Eu conheço o que a autoridade enfrenta no Brasil em relação a desrespeito.

Hoje eu estou eleito aqui para falar, para ser uma voz, para representar essa classe, com muito orgulho. Eu me orgulho muito da minha família e da profissão que escolhi.

Todos os dias que eu puder nesta Casa, em cada voto, em cada palavra, em cada voz, defender a minha instituição, defender o meu efetivo, a que eu pertenço e a que eu vou pertencer até morrer, porque eu sou capitão de polícia até morrer - hoje, da reserva. Não posso mais voltar para a minha profissão, infelizmente, mas eu honrarei minhas estrelas, o meu posto e os meus irmãos até os últimos dias, os meus últimos suspiros.

Por que eu digo isso? Porque não estou sozinho. Nós temos outros parlamentares nesta Casa, outros deputados, que também são policiais e conheceram de verdade a área operacional.

Temos oficiais e praças, temos delegados. Temos na Assembleia Legislativa uma bancada de segurança pública, uma bancada unida. Nós já estamos conversando muito, até antes de tomar posse na semana passada, mas temos um plano,  nós temos de verdade uma união de objetivos, uma união de ideias para fazer acontecer e tirar do papel conceitos antigos, demandas antigas de mais de 10, 20 anos atrás, de décadas, mas tirar do papel e trazer para a realidade do policial paulista.

Essa bancada de Segurança vai se reunir, já estamos conversando a todo vapor, e graças a Deus unidos e alinhados com a Secretaria de Segurança Pública, que também hoje tem um policial à frente, tem uma pessoa que também conhece o que é rua, o que é bandido, sabe do que está falando, e nós temos um governador também a fim de trabalhar, a fim de fazer diferente, de valorizar de verdade o nosso efetivo.

Não só marketing vazio, pintar viatura e pintar muro de quartel, mas o que nós precisamos é valorizar de verdade o nosso policial militar, com salário, com jornada de trabalho, com saúde física e mental.

Estamos cansados de suicídios e depressão na nossa tropa e nos nossos oficiais. Então valorizar com conceitos reais para que o policial sinta, ele tenha percepção dessa valorização desse novo governo.

E o recado que eu quero deixar aqui é bem claro: podem ter certeza, policiais de São Paulo, hoje vocês têm uma bancada de Segurança Pública ativa, atuante e unida na Assembleia Legislativa. Eu tenho certeza de que nesses quatro anos nós iremos trabalhar firme e iremos avançar pelo bem da nossa família policial.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. Tem V.Exa. o tempo regimental na tribuna.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde a todos, a todos os que estão aqui, a todos que nos acompanham pela Rede Alesp; eu vou ser bem rápida hoje, porque ontem nós falamos sobre Habitação, uma das causas que a gente quer lutar, e hoje eu estive acompanhando o anúncio do governador Tarcísio na construção de mais de 8.700 moradias num modelo diferente: são 85 empreendimentos em 30 municípios, numa parceria com a iniciativa privada, um modelo diferente de fazer essas construções.

A iniciativa privada entra com o terreno, vai fazer as construções, e o Estado vai facilitar a compra desses moradores, dessas famílias com até três salários mínimos, com renda de até três salários mínimos. O Estado vai dar tipo um cheque moradia que vai facilitar a compra.

E eu ressalto esse programa porque nos 30 municípios apenas Praia Grande está sendo contemplada na Baixada Santista. E eu conversei com o secretário de Habitação, Marcelo Branco, para entender por que na região apenas a Baixada Santista, e a gente vai conversar para que tenha um plano para o litoral também para que essas moradias sejam construídas no litoral e no Vale do Ribeira, que é uma das regiões mais carentes do estado de São Paulo e nenhuma cidade foi contemplada. Mas a ideia é expandir essas moradias, esse plano, para atingir outras cidades.

E eu falo isso porque a gente tem que lutar também por empreendimentos que já foram construídos, mas que estão apresentando muitos problemas para os moradores em várias áreas do Estado. E eu cito um exemplo: o Conjunto Primavera Penedo, em São Vicente.

Há cinco anos, as 90 moradias do térreo alagam, e no térreo moram principalmente os idosos, e há cinco anos eles vêm recebendo promessas e mais promessas de que vão sair de lá ou de que a prefeitura vai fazer a parte dela, que é a obra de drenagem para evitar esse sofrimento. Como isso não aconteceu, a gente está conversando com o secretário de Habitação para resolver esse problema e outros, porque há muitas reclamações em torno de conjuntos habitacionais na Baixada Santista.

Coloco-me à disposição aqui também da população, principalmente da Baixada, do Vale do Ribeira e do litoral norte para lutar por essas causas também.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputada Solange.

Com a palavra a nobre deputada Letícia Aguiar. Tem V. Exa., deputada Letícia Aguiar, a palavra na tribuna pelo tempo regimental de até cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., cumprimento todos os colegas e todos que nos assistem.

Venho hoje a esta tribuna para, mais uma vez, fazer uma prestação de contas do mandato do nosso governador Tarcísio, governador este que apoiei desde o início. O trabalho que ele vem fazendo tem sido muito sério.

Hoje ele nos deu uma excelente notícia, a construção de mais de 8.700 unidades habitacionais através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, um investimento de mais de 106 milhões de reais e 30 municípios que serão beneficiados.

Parabéns ao governador Tarcísio, ao secretário Marcelo Branco e a todos os envolvidos. É importantíssimo cuidar da habitação das pessoas, especialmente agora que passamos por uma situação tão dramática no Litoral Norte, especialmente em São Sebastião.

Então podemos ver a seriedade de um governo eficiente, humano e que se preocupa, de fato, em fazer história no estado de São Paulo. Eu fico muito feliz de saber que estou ao lado do governador Tarcísio nesse belo trabalho.

Quero também cumprimentar, nossos amigos de Cruzeiro que estão nos visitando hoje. Estive em Cruzeiro recentemente, no Vale Histórico, região do Vale do Paraíba, uma região onde sou mais atuante, porque vivo ali.

Visitei o Hospital Regional junto com o prefeito Thales e com o vereador Diego, que está na galeria conosco hoje. Ali pude acompanhar o andamento das obras do Hospital Regional, que é solicitado há muitos anos.

Para quem não sabe, o Vale Histórico é composto de 17 cidades, mais de meio milhão de habitantes que quando precisa de atendimento médico tem se deslocar para Taubaté ou para São José dos Campos para atendimento em outros hospitais regionais.

Agora, finalmente, esse hospital está saindo do papel, está sendo construído e muito em breve estará à disposição da população. Nós lutamos muito por essa conquista. Que bom que está dando certo, que está acontecendo.

Vocês sabem que sempre que posso utilizo esta tribuna para falar das guardas municipais, porque sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa e Valorização das Guardas Municipais do Estado de São Paulo, e a importância que eles têm no policiamento e na proteção.

E, especialmente, essa ocorrência aconteceu na madrugada de segunda-feira, GCM de São Caetano, que, rapidamente, conseguiu proteger uma mulher que estava sendo agredida pelo seu namorado, graças ao uso da tecnologia, mas também à rapidez e à eficiência dos nossos policiais municipais, que, rapidamente, em minutos, chegaram até a vítima.

Por favor, Machado.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

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Aí é o momento em que ela está sendo agredida e as câmeras conseguiram registrar. Constantemente agredida ali. Observe que ela estava em uma situação em que sendo inibida.

Ali a Guarda Municipal chega e já aborda o agressor. Logo depois também chega a patrulha Maria da Penha e a Romu de São Caetano, que faz todo o trabalho e leva o agressor até a delegacia e a vítima também, que recebe todo o acolhimento na delegacia e as orientações de como proceder.

Portanto, como sempre falo, quanto mais investimentos em Segurança Pública, mais qualificados serão os nossos homens de Segurança Pública. E aqui falo mais uma vez especialmente das Guardas Municipais do Estado de São Paulo, que estão ali como mostra o vídeo, rapidamente fazendo o seu trabalho em conjunto com as demais forças de segurança.

Protegeram uma mulher de uma injusta agressão. Que a gente possa sempre ter esse olhar pelas pessoas, esse olhar pela proteção da mulher, esse olhar pela proteção da população.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Milton Leite Filho.

 

* * *

 

Para finalizar, quero lembrar que estamos no mês das mulheres. Inclusive hoje me falaram “você está de rosa em homenagem ao mês da mulher, ao mês de março”.

Eu tenho muita honra de ser mulher, tenho muito alegria em ser vocacionada para estar nesta bela profissão como deputada, e quero agradecer a Deus pela oportunidade de estar aqui, de poder representar pessoas, com valores e princípios, de continuar o legado que aprendi em casa, com o meu pai e com a minha mãe, de continuar o meu trabalho neste segundo mandato e ser a única mulher deputada estadual eleita no Vale do Paraíba.

E que missão e que responsabilidade nós temos! Não apenas como parlamentares, mas a responsabilidade que temos como cidadãos. E a missão que nós acreditamos, de poder realizar um trabalho por pessoas. Eu agradeço muito a Deus, pela oportunidade que eu tenho aqui, de representar a cada um, a você e à sua família.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Obrigado, deputada. Dando sequência à lista de oradores inscritos, deputado Valdomiro Lopes. Ausente. Deputado Vitão do Cachorrão. Vossa Excelência tem o prazo regimental de até cinco minutos.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Leite. Boa tarde, que Deus abençoe todos os deputados e deputadas. Quero cumprimentar toda a Casa, toda a imprensa, novamente o pessoal da limpeza, da faxina, todos que trabalham aqui na Alesp. Em especial, a população que está aqui, e está acompanhando, pela TV Alesp, pela televisão.

Ontem eu falei muito sobre o tratamento de câncer. E isso, a gente precisa, na região de Sorocaba, como em vários municípios que vocês atuam também. Porque é muita gente morrendo com câncer. Muita gente, a cada segundo, sem tratamento. Por exemplo, na cidade de Sorocaba, as pessoas que têm um câncer, muitas vezes, elas procuram a gente.

Eu atendo na entrada da periferia. Eu tenho um escritório, faz seis anos, onde eu atendi mais de 25 mil pessoas. Eu atendia toda quarta-feira. Agora, como estou deputado, a equipe aumentou. Então eu estou atendendo de segunda a sexta. Sempre, algumas segundas-feiras e algumas sextas-feiras, estou pessoalmente. E o que eu atendo, às vezes, nos assusta, por mês.

De 30 a 40, às vezes até 60 pessoas diferentes com câncer, que precisam ser inseridas no Programa Hebe Camargo, que precisam de um transporte, porque estão fazendo um tratamento em outra cidade. Isso não pode acontecer.

Sorocaba, agora, na Santa Casa, começou a fazer o tratamento, de tanto a gente reivindicar, como orador, na tribuna. E agora, como deputado, eu vou continuar trabalhando e lutando pela Saúde.

E aí, eu, tendo uma reunião, com o gestor da Santa Casa de Sorocaba, na verdade, eles precisam de uma ressonância nuclear. Qual é a diferença da ressonância magnética para a nuclear? A ressonância nuclear, que a Santa Casa não tem, e precisa ter, já falei com o governador Tarcísio em campanha. Para quem não sabe, o governador Tarcísio já venceu o câncer também.

Quero dar os parabéns por ele trabalhar também nessa área da Habitação. De onde eu vim, na periferia, muita gente não tem a sua casa. E o sonho do trabalhador é ter a sua casa própria. Voltando a falar dessa ressonância magnética, que precisa ter na cidade de Sorocaba. Porque o mais importante de tudo, ontem eu falei aqui, e eu repito: você tem que ter um diagnóstico precoce.

Essa ressonância magnética fornece isso. Com o uso dessa substância nuclear, ressonância magnética nuclear, é capaz de diagnosticar diversas doenças, que incluem: embolia pulmonar, infecções agudas, infartos do miocárdio, câncer, obstruções renais, demências, entre outros. Então, todos os municípios, porque a Saúde, não pode economizar, é que nem a Educação, deputada.

Tem que ter essa ressonância magnética nuclear. Eu vou continuar lutando, pedindo para o governador ter uma reunião, amanhã, com o secretário de Saúde, para falar sobre isso. Porque a gente fala, muitas vezes, de uma cidade. Mas Sorocaba, o Regional atende mais 58 municípios. Sorocaba tem 800 mil habitantes. Somando tudo, atende mais de 1 milhão e 500 mil habitantes. E outra: atende o ser humano.

As pessoas, que, às vezes, trabalharam a vida toda, se aposentaram, não têm condições de pagar um convênio, deputado. Não têm condição nenhuma, deputado Reis, de pagar um convênio, não têm condição de pagar uma consulta médica.

E muitas vezes também crianças com câncer, crianças inocentes. Então, a gente tem que lutar por essa população. Então, vou continuar aqui lutando para que tenha um diagnóstico e um tratamento precoce.

Também vou ter uma reunião sobre trazer à região de Sorocaba, deputada... Muita gente passa fome. Eu moro na periferia há muitos anos e continuo morando na mesma casa, onde eu trabalhava no lanche.

Por isso que é Vitão do Cachorrão. Para alguns que não me conhecem, estou me apresentando aqui em São Paulo, na Alesp, porque Deus me colocou aqui, me deu condições. É “hot dog” aqui na cidade de São Paulo.

Mas eu vendo cachorrão até hoje. E isso é muito bom, porque eu não perco o contato com a população; não fica aquele deputado, aquele parlamentar, aquele vereador que só aparece de quatro em quatro anos. E eu vejo, quando saio para trabalhar - eu moro na periferia -, muitos pais que carregam aquela carroça de papelão - para concluir, presidente -, comendo, com criança, comida do lixo de supermercado.

Então, precisamos de mais unidades do Bom Prato para Sorocaba.

Deus abençoe, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Obrigado, deputado. Dando sequência à lista de oradores inscritos, deputada Ediane Maria. A senhora tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Primeiro, boa tarde, Sr. Presidente. Quero saudar a todos os deputados e todas as deputadas desta Casa. Me chamo Ediane Maria e vou, mais uma vez, insistir no lugar que eu venho, que é o nordeste, sertão do nordeste.

Para quem passou pela fome, por todos os “nãos” da vida, e sobreviveu, como diz o nosso presidente: sobreviveu e passou dos seis anos de idade, dá aula de sobrevivência. Porque todos os direitos foram negados.

Ontem, no dia internacional da luta contra a discriminação racial, mais uma vez, nesta Casa, nós sofremos uma violência, quando o deputado Guto Zacarias fez questão de colocar um vídeo de um homem que foi escorraçado - não vou nem citar o nome, porque não merece sair da minha boca o nome - desta Casa e retirado pelas mulheres.

Esta semana também tivemos, na segunda-feira, a volta do Bolsa Família, que, para muitos que colocam o Bolsa Família, que é um programa nacional de combate à fome...

Porque só sabe o que é o Bolsa Família quem procura trabalho, quem está lá no fundão e não tem nem sequer o direito à moradia, não tem nem sequer o direito a saneamento básico, isso que a gente está, inclusive...

Hoje, no Dia Internacional da Água, é importante entender que a privatização da água vai abalar, atingir diretamente as mulheres negras, as trabalhadoras domésticas, os pedreiros, os pintores, as babás, pois a gente sabe muito bem que está passando essa privatização sem ter um diálogo aberto com a sociedade, que são os que mais precisam de direitos, não da retirada de direitos.

Então, é importante, é fundamental que todos nós desta Casa nos unamos, até porque todos nós fomos às periferias, tivemos votos dos LGBTs, das mulheres negras, da juventude. É importante que a gente leve para a nossa base, é importante que a gente entenda o que de fato está para acontecer diante da privatização.

Olhar pela vida, olhar pela vida das mulheres, das mulheres negras, que estão, ainda, até hoje na base da sociedade, trabalhando no subemprego, sofrendo violência.

Quero parabenizar a deputada que me antecedeu aqui na fala, falando sobre a efetividade da Guarda Municipal, que está sendo fundamental para que a gente avance.

Esse final de semana, no sábado, estava em Santa Isabel, uma cidade que fui visitar. E é desolador: 57 mil habitantes, e as mulheres não têm direito a ter uma delegacia da mulher. Delegacia da Mulher, olha que absurdo. Para quem está na zona rural, para quem está nas áreas mais distantes, que a gente sabe que na grande maioria são aqueles mesmos que não têm o direito e o acesso à cidade.

São essas pessoas que procuram uma delegacia quando estão sofrendo algum tipo de violência, deputado, e não conseguem. Porque você imagine, você está em Santa Isabel, você vai ligar para a delegacia, vai cair sabem onde? Em Guarulhos, para depois passar.

A terceirização, nós queremos... As pessoas têm que ter o direito a viver, a se sentirem protegidas. Então a gente está falando de várias deficiências e que é importante que nós, trabalhadores desta Casa, lutemos para reverter esse processo de atraso, que a gente lute para que todos, de fato, tenham o direito à cidade.

Com muito orgulho até ano passado, agosto do ano passado, estava trabalhando. Hoje, estou como deputada estadual graças a mais de 175.617 pessoas que acreditaram que era possível eleger a primeira empregada doméstica para ocupar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e para que, de fato, a gente conseguisse avançar.

Lugar de mulher... até porque eu sou a primeira entre várias. Ocupei este espaço aqui. Sou filha de empregada doméstica, ex-caseira de fazenda, todo mundo aqui sabe. Quem trabalhou como ex-caseiro de fazenda não teve direito a patrimônio nenhum, muito pelo contrário, quando os patrões venderam as fazendas, foram morar na periferia, longe do centro, longe de tudo.

Cresci como muitas crianças que moram na periferia de São Paulo e do nosso País inteiro, sem direito a saneamento básico. Sou a sétima de oito irmãos. Via meus irmãos carregarem água por três bairros para conseguirmos, de fato, ter água dentro de casa.

Então a nossa luta é maior, a nossa defesa é para que as mulheres consigam, sim, ter direitos. Seria muito importante, inclusive, que a gente lutasse, os homens que estão em casa, os deputados, que conseguissem fazer uma frente de conscientização, para que a gente nem sequer precisasse da ronda, para que a gente nem precisasse, de fato, procurar a Delegacia da Mulher.

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Deputada, para concluir.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - A violência nos mata todos os dias. Ou de fome ou de bala ou por ter todos os nossos direitos negados.

Muito obrigada, Sr. Presidente. Desculpe.

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Imagine.

Dando sequência a lista de oradores inscritos, deputado Dr. Jorge do Carmo. Deputado, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp, policiais aqui presentes, assessores, eu quero falar hoje, primeiro, desse problema que estamos enfrentando aqui na Casa, que é expor a Casa, as pessoas, os assessores, os deputados, as deputadas por essa fila vergonhosa.

Nós estamos, deputado Rômulo, no século XXI, no tempo da tecnologia, da modernidade, e a Alesp ainda está 100 anos atrás. Aí você poderia me dizer, presidente, inclusive hoje tivemos uma reunião do Colégio de Líderes e o presidente falou: “O Regimento está posto, eu não posso mudar o Regimento, não posso mudar as regras”.

Quem está pedindo para mudar regra? Até porque a gente sabe que somos cumpridores das regras, somos defensores da legalidade. Agora, é possível melhorar, é possível resolver quando tem vontade política, quando tem disposição para isso, deputado Reis. Se tiver disposição, há possibilidade de a gente resolver.

Agora vejam bem, convoca de forma extraordinária um Colégio de Líderes, eu tive o prazer de participar junto com o líder da nossa bancada, do Partido dos Trabalhadores, Luiz Claudio Marcolino. A deputada Monica estava presente. Ele convocou um Colégio de Líderes de forma inócua, deputada Thainara, deputada Ana. Inócua.

Se não tem disposição para conversar, se não tem possibilidade de flexibilizar para a gente chegar a um bom termo, para que serve o Colégio de Líderes? Para definir a pauta, para estabelecer regras, regras no sentido de combinar o que é possível, quais são os projetos e temas que vamos tratar na semana. É para isso que serve o Colégio de Líderes.

Aí convoca um Colégio de Líderes: “Olha, não vamos abrir mão de nada, não vai mudar nada”. Então para que serviu a reunião? Para nada, absolutamente. Foi uma reunião inócua, infelizmente. Eu estava lá, estive lá, a deputada líder do PSOL estava também, da federação. É por isso que estamos aqui lamentando, criticando e falando que esse modelo, essa forma...

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

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Eu falei para o presidente: “Vossa Excelência teve 89 dos 94 votos e hoje preside a Assembleia para os 93 deputados, 94 contigo”. Agora, começar desse jeito é muito ruim, é lamentável o que estamos acompanhando aqui logo no início dessa 20ª Legislatura, que teve bastante mudança, graças a Deus.

Alguns não disputaram, outros não se elegeram, mas vieram novas lideranças e outras voltaram até aqui. É por isso que estamos protestando contra essa forma de conduzir a Alesp.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Dr. Jorge do Carmo. Neste momento, estamos encerrando o Pequeno Expediente e abrindo o Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Convidamos para fazer uso da palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Por permuta com o deputado Dr. Jorge do Carmo, tem a palavra o deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, aqueles que nos acompanham nas galerias, nas redes sociais da Alesp, na TV Alesp, quero falar de dois assuntos aqui.

O primeiro diz respeito à lamentável situação do golpe, vamos dar o nome que tem que ser dado, do golpe na oposição em relação às CPIs. É muito estranho que o golpe é dado pelos deputados do PL, do PR, para impedir CPIs sobre o governo Doria. A grande maioria delas é sobre o governo Doria. Então, não estou entendendo essa coisa.

Hoje cedo, na padaria, um cidadão me abordou - eu nem o conhecia - e falou: “Donato...”. Não vou usar os termos que ele usou, vou usar termos mais amenos: “Coisa feia essa história na Assembleia, aquela bagunça”. Eu falei: “Mas como você está sabendo?” “Não, vi uma matéria na Globo.”

Fui procurar a matéria e eu queria que passasse aqui, porque me senti profundamente envergonhado. Quero talvez compartilhar essa vergonha com todos aqui, porque a Assembleia começa mal.

Quero dizer com todas as letras, Sr. Presidente: o deputado André do Prado, eu tinha as melhores referências. Eu não o conhecia, mas o ato que ele fez é lamentável, a forma como foi feito é lamentável e diminui essa Assembleia. Vamos ver o vídeo, por favor:

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Pois é, pois é. A primeira grande reportagem desta gestão é esta aqui. Os deputados, as deputadas - eu vejo aqui - se referem a esta Casa como “a maior Casa de Leis da América Latina”, “o maior número de deputados”, mármore para todo lado. O que faz a grandeza desta Casa é se a gente legislar decentemente para o povo, se a gente passar uma imagem positiva para o povo da nossa atividade.

E a nossa atividade compreende votar projetos e compreende fiscalizar, e o principal instrumento de fiscalização é a CPI. E o Supremo tem uma súmula que já consagrou que a CPI é prioritariamente um direito da Minoria, da oposição. Cercear esse direito dessa maneira ridícula, essa maneira que eu diria de quinta série...

Estamos aqui num joguinho de quem corre primeiro para o pique. Então é ridículo e a gente lamenta muito, porque a Presidência desta Casa esteve na nossa bancada, prometeu um relacionamento diferente, prometeu que as práticas das Presidências tucanas não se repetiriam, prometeu mais independência e a gente viu. Ele conseguiu piorar o que era ruim, porque antes a fila era dia 15 e todo mundo sabia que era dia quinze.

Agora se fez um ato para o dia 23, todo mundo esperando uma nova regra, uma composição política, uma coisa um pouco mais civilizada. E o que a gente tem? O vazamento de que a fila ia continuar e se vaza primeiro para o PL, para o Republicanos, que estão lá em primeiro, na fila, desde segunda-feira. A gente é surpreendido pela fila. Nós não vamos fazer esse jogo.

Nossos assessores não estão na fila. Agora a gente vai reagir. É o que nos resta, reagir. E esta Casa vai começar mal, vai começar num clima mais belicoso, Sr. Presidente.

Lamentavelmente mais belicoso, mas os senhores nos empurraram para isso. Ontem foi a última votação simbólica desta Casa até que a gente resolva o direito de a Minoria poder ter CPIs nesta Casa. Esse é um direito da Minoria e nós vamos exercer esse direito.

Nós não estamos aqui para brincar e para nos submeter a ser um “puxadinho” do Palácio dos Bandeirantes. Não esperem isso desta oposição. Então, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, lamentavelmente, a gente vai ter que obstruir, inclusive, projetos de deputados.

A gente vai ter que obstruir o funcionamento cotidiano desta Casa até que a gente possa sentar e ter uma relação civilizada e encontrar mecanismos para que a oposição não seja impedida de fazer o seu trabalho.

Porque quem nos colocou na oposição não é uma vontade nossa. Quem coloca na situação ou na oposição é o povo e faz parte da democracia ter a situação e ter a oposição.

Faz parte a oposição se esforçar mais na fiscalização e a gente não pode ter tolhido o nosso principal instrumento de fiscalização, que são as CPIs. CPIs que eu, repito, a grande maioria das que nós estamos colhendo assinaturas nem dizem respeito ao governo Tarcísio, dizem respeito à gestão anterior, do PSDB, mas irregulares que inclusive algumas ainda perduram por esta gestão.

Então eu não estou entendendo politicamente por que esse desgaste do governador, da Presidência da Casa, para proteger o governo de que eles falaram tão mal durante a campanha. Ou não falaram? Ou o PL aqui não brigou o tempo todo com o Doria? Ou o bolsonarismo não se opôs ao Doria? Então é inexplicável e inaceitável.

Então, Sr. Presidente, a gente queria lamentar demais esse tipo de postura da Presidência da Casa, e dizer que os instrumentos regimentais serão usados, todos eles, todos ele, cada um deles.

Temos uma oposição numerosa, não majoritária, mas numerosa, e que certamente fará com que pelo menos os deputados da base e o líder do Governo tenham que vir a este plenário, porque ontem votou um projeto aí de interesse de todo mundo, a gente foi a favor.

Mas sempre é de interesse do Governo. Nem o líder do Governo estava aqui. É um desrespeito total.

Então vão ter que suar um pouquinho, vão ter que sentar nessa cadeira, vão ter que discutir os projetos, vão ter que ficar horas aqui debatendo, porque essa vai ser a postura de resposta da oposição a essa tratoragem, a esse desrespeito, praticado pela Presidência da Casa e pelo conjunto da bancada governista.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Donato. Tem a palavra o deputado Conte Lopes, pelo tempo regimental de dez minutos no Grande Expediente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, sou obrigado aqui a fazer uma defesa do presidente da Casa, André do Prado, que, está na cara, assumiu há uma semana.

O nosso regulamento aqui está, acho que desde quando eu cheguei aqui há quase 36 anos - eu cheguei aqui em 86 - acho que o regulamento é o mesmo. Até quando voltei, quatro anos atrás, briguei até, no intuito de se mudar um pouco o regulamento, até tentando acompanhar um pouco o regulamento da Câmara, onde o Donato foi presidente.

A gente tentou, porque realmente é meio improdutivo. A gente começa o Pequeno Expediente aqui duas e meia e depois começa a votar às oito horas da noite. Quer dizer, fica seis horas sem realmente se trabalhar, simplesmente com discussões que não têm nada a ver com os projetos que vão ser votados, enquanto na Câmara Municipal às duas horas começam-se a votar os projetos.

Mas eu acho que o presidente assumindo agora pode analisar inclusive o regulamento. Inclusive, foi determinado a um deputado nesta Casa, quatro anos atrás, que ele fizesse um novo regulamento e apresentasse. Até agora não apresentaram nada.

Falando da Globo também. Ontem eu achei estranho a Globo sem querer lá, a gente é meio terceira idade, bati lá na Globo, começou o “Jornal Nacional”. O “Jornal Nacional” deixou até avisar o presidente, o Lula e o PT, para ficarem com a barba de molho, porque foi quase meia hora do crime organizado agindo no Rio de Janeiro e do crime organizado agindo no Rio Grande do Norte.

É bom dizer aqui que não foi o Bolsonaro e nem bolsonarista que impediu o Lula de ser candidato, não. Foi a pressão de cima, da Globo, na queda da Dilma, que, com 40 ministérios, que tinha, não conseguiu 37 votos para não cair, não conseguiu e, evidentemente, a pressão da imprensa e do Supremo Tribunal Federal. Não foram os bolsonarista que impediram o Lula de concorrer.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Guto Zacarias

 

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Agora, o estranho é isso, é essa pressão. Nós sabemos quem era o candidato da Globo: era o Huck, era o Huck com Fernando Henrique fazendo reunião. Quando não deu muito certo o Huck, passaram para o Doria, mas o calça-apertada também não conseguiu deslanchar, caiu.

Então, aí foi por opção. O ódio do Bolsonaro é que não ia dinheiro para a Globo, né, não ia dinheiro para a Globo. Eram os artistas todos revoltados, não é verdade? Audiência caindo, não tinha jogo de futebol de manhã, de vôlei, de basquete com o Banco do Brasil pagando, a Caixa Econômica Federal, mas só estou dizendo para o pessoal ficar meio alerta aí com relação a isso.

Quando eles começam assim, a abrir programas com o crime organizado... e até vi o Lula dando uma entrevista, dizendo que ele virou presidente da República para ver o Moro se ferrar.  Não vou falar o que ele falou, por uma questão de educação. Mas então está aí.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

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Agora, hoje de manhã, eu acordo que é o crime organizado, o PCC querendo matar o Moro, o PCC querendo matar o promotor público e querendo matar um monte de gente.

Meu Deus do céu! A primeira CPI feita nesta Casa sobre o PCC, o crime organizado, foi feita após a invasão do Carandiru, e foi feita aqui em noventa e três. Eu participei da CPI: eu, o Elói Pietá, o Afanasio Jazadji era o presidente, a Rosmary Corrêa, e já chegaram àquela época as denúncias de que o PCC queria matar a gente.

Eu era o primeiro da lista. Até me arrumaram uma equipe de segurança. Aí mandaram a Corregedoria fazer minha segurança, Reis, eu desisti. Aí ficou a segurança para o presidente da CPI, que era o Afanasio Jazadji. Mas veja bem, desde aquela época.

Então, eu queria aqui, em público, cumprimentar o PCC, que é o Marcola, que preso em 33 anos criou um grande partido do crime, o maior do mundo inteiro. Ele está preso.

Aliás, voltou para Brasília agora de novo. Roraima era muito longe, mandaram que fosse para Brasília, e o crime está aí, como falei ontem na Rede Globo, meia hora do crime organizado agindo no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte. Até a governadora foi se instalar dentro de um quartel do Exército.

Veja a que ponto nós chegamos, um terror total para todo lado, e agora aqui em São Paulo prenderam seis caras hoje, já estavam planejando. Minha gente, aqui entre nós, a gente é de Polícia, há 50 e tantos anos que estou na Polícia: se o PCC quiser matar alguém hoje, ele mata na hora.

É bom colocar aqui. Com as armas que eles têm, eles queriam fazer escritório do lado do escritório do Moro, queriam fazer levantamento não sei aonde. Com as armas que esses caras têm, eles matam quem eles quiserem: matam governador, matam presidente da República, matam quem eles quiserem, porque não tem defesa.

O nosso Exército aí, a maior cana que deu foram os tiozões, os tiozões igual a mim, que estavam cantando o Hino Nacional e com a bandeira do Brasil, tudo terrorista. O Exército foi lá e prendeu todo mundo, e estavam pedindo para o Exército ir para a rua. Não sou a favor nem contra. Ficaram três meses, e no fim entraram tudo em cana lá pelo próprio Exército.

Então, minha gente, o que eu quero dizer é o seguinte: o crime está aí. E eu cobrei do próprio secretário Derrite aqui. A gente é favorável, sim, à defesa da mulher, da Lei Maria da Penha, agora, o problema é o crime pesado. Cadê a Rota? Cadê? Cadê o Deic? Cadê o Baep?

Cadê o trabalho pesado em cima do crime organizado? Cadê?. Todo mundo fala isso, mas o tráfico está aí na nossa cara aqui na Cracolândia. Os traficantes estão aí na cara de todo mundo, traficando na nossa cara. Prendemos dois. E daí que prenderam dois, soltam os dois também na custódia.

Então, na verdade, acho que alguma coisa tem que ser feita de concreto com relação a isso. Agora, o bandido no Rio Grande do Norte está atacando tudo e todos. A gente fala porque eu vivi a vida inteira no combate ao crime, então conheço bandido.

Aliás, vim para cá por causa disso, porque eu trabalhava na Rota, da Rota me mandaram para a zona leste, porque queriam que eu combatesse o crime, o Michel Temer, na época, e de lá me mandaram para o Hospital Militar para não combater o crime.

Aí alguém do Maluf falou: “Precisamos sair candidatos.”. Falei: “Você está louco? Eu não fiz nenhuma reunião política.”. Até hoje, nunca fiz. Acabei vindo para cá, ganhei dez eleições.

O meu discurso é sempre o mesmo, é sempre o crime contra o bandido, contra os criminosos. Eu fiz 192.454 votos nessa última eleição. Eu acho que tem que se combater o crime. Não pode é deixar bandido fazer o que está fazendo em Rio Grande do Norte, está fazendo em São Paulo e prometendo matar quem bem entender.

E tudo bem, o cara entre em cana, os maiores traficantes do mundo, vai lá o Supremo e solta o cara em um domingo. É brincadeira um negócio desses. A gente não pode falar muito hoje em dia, mas é o fim da picada.

Então é só isso, o que me causou alerta é o que a Globo fez ontem. Foi meia hora. E quando a gente vê a Globo fazer, algum problema tem. Meia hora. E hoje também, de manhã, mesma coisa.

Agora também. Eles atacam quem eles bem entendem. Agora, querem matar o Moro? O PCC. Querem matar o Dr. Lincoln, o promotor? E quantos outros que eles querem matar?

Agora, se não puser a polícia na rua, criaram um sistema de câmeras, que a gente não é contra, porque no mundo inteiro tem. Só que a nossa câmera, quando criaram, era para ferrar o policial, para quando um policial atirar em um bandido e não conseguir pegar o bandido atirando nele, dizer que o policial está com a câmera e mandar para a Globo fazer matéria, a própria corregedoria da PM. Como nós fizemos em São José dos Campos.

Quer dizer, é para prejudicar o policial, tipo, não faça nada que você se ferra. Então o policial não faz nada. Salário baixo, estamos esperando aumento. Todo mundo está esperando esse aumento, policial militar, policial civil, policial penal. Então a gente está aguardando o que vai acontecer.

Agora, o crime agindo para todo quanto é lado, e nós assistindo, achando que está tudo bem. Vamos ver onde vai parar a situação de segurança do povo, porque é evidente que vai ser difícil matar o Moro, vai ser difícil matar.

Porque eles têm segurança, tem um monte de segurança para o pessoal. Coitado é o povo, que está na mão dos bandidos em todos os locais de São Paulo e do Brasil. Tomaram conta geral.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, é regimental, mas eu queria pedir a V. Exa., nós temos uma lista extensa, os deputados em plenário para falar.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Está bom, mas é regimental.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Estou pedindo a sua compreensão para ajudar os próprios deputados que estão inscritos para falar.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - O senhor quer mudar o Regimento, é isso o que o senhor quer.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não estou mudando o Regimento. É regimental também eu lhe dar o tempo ou não. Eu não mudo o Regimento. O Regimento me permite.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Mas eu peço para o orador.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Eu estou pedindo a V. Exa. compreensão para ajudar os deputados que estão aqui com uma lista extensa para falar. Era só isso. Mas tem V. Exa. o tempo.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Vou pedir para os deputados...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não, não é pedir para os deputados. Não há necessidade de V. Exa. pedir para os deputados. Eu pedi a compreensão.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Eu compreendo, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Agora V. Exa. tem o tempo regimental, que eu posso dar ou não.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Falarei em um minuto. Obrigado, presidente. Eu quero só falar rapidamente e pedir desculpas aos deputados e às deputadas que estão inscritos.

Dizer, Sr. Presidente, que hoje é o Dia Mundial da Água. E o Dia Mundial da Água é o dia em que a gente precisa fazer uma reflexão para entender que água é um bem da vida. Inclusive hoje em frente da Alesp tem os trabalhadores, as pessoas, a sociedade protestando contra a privatização da Sabesp.

E essa vai ser uma luta que nós vamos fazer nesta Casa muito forte, porque o governador do estado de São Paulo tem uma sanha muito grande para privatizar a Sabesp.

Por isso eu quero demonstrar o meu apoio, certamente o apoio da nossa bancada, da esquerda aqui contra a privatização da Sabesp e dizer que a água é um bem da vida, é saúde e, por isso, o governador não pode negociar, não pode querer vender para a Bolsa de Valores uma empresa que é saudável, que produz, que dá lucro e pode, muito bem, cada vez mais, ser investida no nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Chamamos, para fazer uso da palavra, o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Por permuta com a deputada Marta Costa, deputado Vitão do Cachorrão. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado. Quero agradecer à deputada Marta, pela permuta. E quero agradecer... Eu, que fui vereador em Sorocaba, praticamente até o mês passado. Eu recebi vários vereadores. Tenho a certeza que V. Exa., os colegas deputados, também recebem.

Quando a gente recebe um vereador, um líder de uma cidade, eles vêm pedir pela cidade. Não vêm pedir para eles. Quero citar os vereadores que eu recebi, de Buri. Os vereadores Ronaldo da Saúde, o Dito do Matão, e o Gabriel Comeron, do município de Buri, que trouxeram demandas. O que aconteceu com essas chuvas? Infelizmente, muitas pessoas que moram na beira de córrego, que moram em área de risco, perderam as suas moradias.

Na cidade de Buri, caiu uma ponte. Muita gente não está podendo ir na escola, não está podendo ir na creche, não está podendo ir até o hospital. Aconteceu de uma ambulância precisar ir pegar uma idosa, que passou mal por infarto. Teve que andar por mais 10 ou 15 quilômetros. Então essa ponte não pode esperar. Eles vieram aqui buscar a ajuda do Estado.

Estou passando a demanda também para o secretário de Obras do Estado. Mas falando também direto com o governador, Tarcísio. Porque isso não é para ontem, é para já.

Tem que ser feito, pode ser o município que for. Às vezes, não socorrer uma mulher, uma idosa ou uma criança, em Sorocaba, no Ipanema das Pedras, eu quero dar um exemplo.

Por isso que a gente tem que lutar, quando o vereador vem de uma cidadezinha pequena. Mas é a importância de a gente ajudar os municípios. Por isso que Deus colocou a gente aqui: além de fiscalizar, a gente ajudar.

Uma criança se engasgou numa área rural, no Ipanema das Pedras, e a ambulância não conseguiu porque estava num dia de chuva. A estrada estava horrível, não entrava nem o ônibus. Agora tem aquele ônibus rural, graças ao prefeito Manga, lá em Sorocaba.

A gente, como vereador, lutou para ter um ônibus, aquele ônibus com roda de trator. Só que a ambulância não tem esse recurso, e essa criança perdeu a vida. Então, quando um vereador vem no nosso gabinete, a gente tem que ajudar, fazer de coração, como se fosse pela família da gente.

Recebi também de Registro. Eu vou citar porque eu já fui vereador. Tenho certeza que alguns colegas, algumas deputadas também. Às vezes, de uma cidadezinha pequena do interior.

Eu, com muito orgulho, de Sorocaba. Vocês podem ver pelo sotaque do interior. Às vezes, nem atende um deputado. Quer falar com um secretário, porque o município é pequeno.

Mas, quando um vereador vem pedir, não é nada para o pessoal dele. É para ajudar a cidade, deputados. É para ajudar o município que ele ama, o município que ele atua.

Um município, que toda a autoridade é constituída por Deus, e colocou ele de vereador, como colocou aqui, nós, no estado de São Paulo, para lutar pela população, para lutar pelo nosso estado.

Recebi também o vereador de Registro, Dito Castro. Veio também para obras. Ele trabalha muito nos bairros rurais. E outra coisa que ele pediu, acreditem se quiser. A cidade de Registro tem um bairro com 3 mil moradores.

E não tem uma escola estadual. Eu não estou sozinho. Eu peço a ajuda dos colegas para aprovar. A gente entrou com um requerimento também, para que tenha uma escola nesse bairro, que é o Agrochá.

O que está acontecendo? Além da criança, que precisa estudar, o adolescente, a prefeitura tem que ceder, para uma escola estadual, no caso, ceder o transporte. Eles têm que andar, às vezes, sete a oito quilômetros.

São 3 mil moradores, muitos alunos. Fica muito mais barato construir a escola, colocar os professores, os concursados do Estado, para trabalhar, para ensinar, para que ele estude no seu bairro. E, às vezes, pega muita área rural; às vezes não consegue ir na escola por causa da chuva, e as chuvas estão fazendo, infelizmente, um estrago em todo o nosso país.

Também, aqui, recebi, com muito orgulho, fiquei muito contente de receber o vereador Diego Costa, que é líder de governo em São Roque. Esse pedido, junto com o prefeito Guto Issa... Eles vieram e eu já protocolei. Também tenho reunião com o secretário de Saúde amanhã.

A gente está aqui para trabalhar e vamos trabalhar com amor. Sei que muitos colegas fazem isso. A gente não é melhor do que ninguém. Eu estou aqui para aprender. Mas eu, quando saio de casa, peço a Deus para eu fazer o meu melhor. Alguns que sabem da minha história...

Eu que vendo lá o cachorro-quente, que o meu pai foi pedreiro, perdi o meu pai com Alzheimer. Mas filho de pedreiro, eu estou aqui hoje - olha o que Deus fez - no maior estado de São Paulo, junto com vocês e com as deputadas também.

Mas nunca vou esquecer a minha origem. Do meu pai, ali, com o joelho cheio de calo, de trabalhar ajoelhado, fazendo o serviço bruto. Mas quero homenagear aqui todos os pedreiros e eu fiz o Dia do Pedreiro na Câmara de Sorocaba, porque junto com os arquitetos, junto também com os engenheiros, se não fossem os pedreiros no nosso País... São verdadeiros artistas da massa.   

Então, até no meu gabinete... Ontem o deputado foi fazer uma visita para mim lá, o deputado do Republicanos, não o Gilmaci, o Altair, e viu lá uma colher de pedreiro lá na porta do meu gabinete e falou: “- Vitão do céu, mas não é para ter um cachorrão aqui?

O que que é essa colher de pedreiro, você é construtor?”. Eu falei: “- Deputado Altair, meu amigo, essa colher aqui eu coloquei na porta da minha entrada para quando eu chegar” - Suplicy - “aqui de terno e gravata, eu olhar aquela colher e eu não esquecer da minha família, do meu pai sendo pedreiro, ser honesto...

Eu não esquecer de onde eu vim. E eu representar essa população mesmo, junto com vocês da periferia. Representar também os empresários que geram emprego. Aprender aqui junto com vocês.

Mas quando eu chegar aqui na Alesp, nunca o terno, a gravata, subir na minha cabeça, porque eu não sou melhor do que ninguém. Junto com vocês, eu sou empregado do povo aqui.”.

Voltando aqui no Diego Costa de São Roque, deputado. Você acredita que em São Roque tem um aeroporto muito chique agora? A cidade está crescendo - é conhecida como a cidade do vinho. Mas não tem um AME na cidade para fazer os exames, para ter os diagnósticos.

 Então, ele trouxe essa demanda, o prefeito pediu também, eu tive a oportunidade de ir lá no aniversário da Santa Casa. Cento e cinquenta anos da Santa Casa. Eu fui lá mesmo antes de tomar posse, que é o nosso papel aqui. Tenho a certeza de que os colegas que foram reeleitos aqui, ontem eu dei parabéns a todos.

A minha amiga deputada aqui, mais de quase 100 mil votos... Ontem eu falei até para o Altair: “- Quase 100 mil votos é muito. Imagine quantas pessoas não votaram na gente” - ou em você, deputada, - “por minuto. Cem mil votos em oito horas. Quantas pessoas que Deus tocou no coração e não votou na gente? Então a gente tem que fazer o nosso melhor.”.

Antes mesmo de tomar posse, eu fui lá no aniversário da Santa Casa de São Roque, pastor... Guto, deputado Guto. E a Santa Casa, em todos os munícipios é referência, inclusive, em Sorocaba que, quando um bom gestor assume, um homem de Deus, uma pessoa que pensa, de verdade, na população, o melhor acontece.

Eu fui no aniversário lá e o prefeito solicitou o AME. Eu não tinha tomado posse ainda. Hoje está aqui protocolado na Casa. Eu protocolei para que tenha um AME ali em São Roque. Conto com a ajuda de todos os colegas.

Falando em Santa Casa eu agradeço, também, o gestor da Santa Casa de Sorocaba que, de tanto a gente falar e lutar na tribuna... Às vezes a gente pensa que está falando e ninguém está ouvindo, mas a população através da TV Alesp, agora, está vendo. E eles têm que cobrar, têm que mandar sugestões. É aí que a gente aprende.

Em Sorocaba não tinha o tratamento de câncer que eu tanto falo aqui. De tanto eu falar na tribuna que tem que ter, que eu atendi às pessoas, que as pessoas estavam viajando 400 km, que tinha que alugar casa, fazendo quimioterapia, fazendo radioterapia, que isso era desumano, começou a ter o tratamento de câncer em Sorocaba.

Agora a gente precisa de mais recursos e a gente vai buscar aqui através do governo federal. Vou atrás dos meus amigos deputados federais, já estou falando com o Marcos Pereira, Gilmaci.

Tenho a certeza de que V. Exa. vai ajudar também, porque para mim não importa quem é o deputado “a” ou “b”; o importante é o ser humano ser atendido, a pessoa que paga imposto, a pessoa que precisa de tratamento.

E o gestor da Santa Casa já está finalizando. Quando ele chegou lá, o padre Flávio... Independentemente da religião, eu fui uma vez fazer uma fiscalização, deputada.

Só vou encerrar aqui. Você acredita que eles estavam servindo comida para os pacientes no copo descartável? Aí o padre Flávio aumentou a cozinha; não tinha nem panela. E aumentou leito de UTI. E hoje a Santa Casa parece um hospital particular.

Muito obrigado, presidente Gilmaci.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI  SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Vitão do Cachorrão. Com a palavra, o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)

Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. Abrindo mão da palavra. Por permuta com o deputado Teonilio Barba, tem a palavra a nobre deputada Ana Perugini.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Presidente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionárias e funcionários desta Casa, está em nosso gabinete agora a vereadora Duda, a vereadora mais jovem do Parlamento de que nós temos notícias hoje, com 23 aninhos de idade.

E que foi muito bem votada na eleição passada, como deputada, e que goza do respeito não só de Ribeirão Preto, como de todos nós que a conhecemos. Obrigada pela presença, vereadora Duda. E obrigada a todos os que estão acompanhando a nossa vereadora.

 Mas o que me traz aqui - e eu agradeço a permuta com o nosso querido companheiro, deputado e primeiro-secretário desta Casa, deputado Barba - é justamente o dia mundial da água, mencionado pelo nosso querido Dr. Jorge no microfone de aparte. Me preocupa...

E nessa data é relevante a nossa manifestação aqui. E acredito que todos os deputados que entendem o que é a Sabesp hoje, não só para o estado de São Paulo, mas o que ela representa em termos de Brasil, já que o saneamento básico no estado de São Paulo causa uma meta a ser atingida pelos demais estados da federação...

De longe, nós estamos à frente no ranking de saneamento e de oferta de água potável a toda a população, com todas as deficiências que nós temos. Foi por isso que nós lançamos, no ano de 2007, aqui nesta Casa, a Frente Parlamentar de Acompanhamento das Ações da Sabesp.

Lembrando que no ano de 2007 nós tivemos a Lei de Saneamento, muito custosa a todo o nosso país, lá na União, e que passou a regulamentar e a conceituar, inclusive inserindo o homem no conceito de meio ambiente. Passou a ser um bem maior o saneamento básico, a oferta de água e o tratamento de esgoto, com normativas federais - a Lei no 11.445, de 2007.

Depois, nós tivemos um marco regulatório, em 2020, que levantou que ainda 50% de nossa população não tem acesso a água potável - mais de 13 milhões de brasileiros. E me preocupa como profissional do direito, porque se nós pensarmos que sem água é impossível a vida, como a vida sem ar é impossível... E nós precisamos trazer, para o bem público, um conceito de que o conhecimento também é algo que não pode ser aprisionado.

Então, quando nós falamos no Dia Mundial da Água e fazemos uma relação da saga privatista em relação à Sabesp, aqui no estado de São Paulo, nós estamos falando em aprisionar e tornar mercadoria aquilo que é essencialmente necessário à vida humana.

Lembrando que há muito o que se fazer aqui no estado de São Paulo. Mas de longe, em razão da Sabesp, em razão da Bacia do PCJ, que nasceu lá em Piracicaba, ainda com o nosso querido Machado, que foi prefeito dessa cidade, que depois gerou a Agência Nacional de Águas, ainda há muito o que se fazer.

E nós temos um papel estratégico enquanto empresa pública. E a Sabesp é uma empresa de economia mista, e infelizmente o Estado vem perdendo o seu poder de ação nessa empresa. E aqui pasmem, empresa lucrativa. Muito lucrativa, que nos últimos anos vem somando investimentos.

E eu penso que nós não podemos, esta Casa não pode deixar que aconteça aqui uma nova Vale do Rio Doce, que é uma vergonha para a história do nosso País até hoje. A Vale do Rio Doce marcou nossas vidas e a Sabesp precisa marcar as nossas vidas com um ato de responsabilidade do Parlamento agora.

Eu quero trazer alguns dados importantes, já falando da questão do bem maior, que não pode ser aprendido e nem deveria ser tratado como mercadoria, a bel prazer do lucro, que é o conhecimento, a água e o ar.

Precisamos parar com essa saga lucrativa e de responsabilidade, muitas vezes, do estado. Nós queremos copiar muitas coisas dos Estados Unidos, lembrando que aquilo que é estratégico, e a água e o saneamento são estratégicos na defesa da nossa nação e não podem ser aprisionados.

Aqui nós temos um dado. Eu lembro que à época, quando saí desta Casa, a Sabesp estava em 368 municípios aqui no estado de São Paulo. Hoje ela já atinge 80% dos nossos municípios. A Sabesp cresceu. Hoje ela está em 375 municípios.

Agora, de acordo com os dados da 14ª edição do saneamento, que é do dia 25 de março de 2022, publicado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com AGO Associados, nos 100 maiores municípios do nosso País, quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgotos. Então, apesar do marco regulatório, apesar da Lei 11.445, de 2007, nós temos muito ainda a crescer.

Mas tem uma coisa que nos incomoda e deveria nos alertar bastante aqui, a todos nós, deputadas e deputados, porque temos a responsabilidade de frear a privatização da Sabesp.

E não é por... Eu sou a favor de que, cada vez mais, o estado seja público, agora, é impossível não se ter a inteligência administrativa de manter sob sua ordem aquilo que rende lucro. Aquilo que é lucrativo para o Estado.

De acordo com o Observatório Nacional dos Direitos da Água e do Saneamento (Ondas), para justificar a drástica intervenção para privatizar o saneamento, o déficit de atendimento em água e em esgotos aqui está sendo superestimado.

Contra desinformações de documentos oficiais, como o Plano Nacional de Saneamento, o Plansab, e os levantamentos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, o PNAD do IBGE.

Então não podemos, de novo volto a insistir, transformar a história da Sabesp no conto que nós já sabemos, já foi documentado, lido e relido, da Vale do Rio Doce. E os transtornos, aliás, nós vemos ainda a irresponsabilidade social do que acontece ainda nos garimpos no nosso Brasil afora.

E a Sabesp mesmo apresentou o lucro da Sabesp no terceiro bimestre de 2022. É o último levantamento do lucro da Sabesp. Houve um crescimento de nada mais, nada menos, de 130% no trimestre apresentado em relação ao trimestre de 2021, 130%, 1 bilhão - estou falando de trimestre - líquido em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

E se houvesse tempo aqui, ainda tenho dois minutos, a Sabesp também apresentou como foi a aplicação e como se chegou a esse lucro. Vejam os investimentos que foram feitos pela Sabesp aqui, como ela cresceu, o papel estratégico do saneamento no nosso Estado, nós temos um sistema que abastece aqui e que foi criado em 1974, que é o Sistema Cantareira, 1974!

Se qualquer um dos senhores e senhoras forem visitar o Sistema Cantareira vão ficar assombrados. É uma construção que salta aos olhos. Se tiverem a oportunidade de, em um voo rasante, observarem o sistema, que é obra da natureza, obra do homem, para que São Paulo, a Capital, tivesse água.

Então nada justifica a privatização de uma empresa com o know-how, com os funcionários que a Sabesp tem hoje, com o conhecimento que se tem hoje.

Por ocasião da formatação da agência reguladora de saneamento aqui do estado de São Paulo, a Arsesp, tivemos, antes da apresentação, o cuidado - para não falar bobagem, porque não podemos cair em achismos - de nos debruçar em cursos, cursos de especialização, para saber se a melhor agência reguladora seria do município, seria do estado, o que deveríamos defender.

Justamente a mesma empresa que proporcionou o curso durante dois finais de semana intensos - eu e mais uma advogada participamos juntas desse curso - enviou um anteprojeto de lei para esta Casa, da Arsesp, agência reguladora de saneamento do estado de São Paulo.

Então, eu acredito que a privatização, nos moldes como está sendo colocada, “vamos privatizar e ponto”, jogando o martelo e acabou a conversa, “vai ser feito isso”, não pode acontecer, não importa se nós sejamos do partido “A”, “B” ou “C” ou “D”.

O que importa é que a população mais vulnerável precisa ser abastecida. Para isso, precisamos de tarifas solidárias. A Sabesp precisa cumprir esse papel social. O importante é que mais empresas estão se servindo dessa água. Daí o porquê do aumento lucrativo da empresa.

Vale a pena os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas se debruçarem sobre a prestação de contas da Sabesp no terceiro trimestre do ano de 2022, para entenderem a importância da luta para que a Sabesp continue cada vez mais pública e possa ainda pensar em lucro.

O que não podemos deixar que aconteça é que haja a privatização da água como mera mercadoria, como se estivéssemos falando de uma coisa de pouco valor. A água, o saneamento básico é estratégico para o crescimento da nossa nação e é hoje o fator de honra e de renome para o estado de São Paulo.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada. Com a palavra, o nobre deputado Guilherme Cortez. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Pela vice-liderança do União Brasil, invoco o Art. 82 para a palavra do deputado Guto Zacarias.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, temos um orador na tribuna que vai falar agora ainda no Grande Expediente. Assim que encerrarmos o Pequeno Expediente, V. Exa. pode então requerer o Art. 82 para o deputado Guto.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, todos os trabalhadores desta Casa, população que nos assiste online ou pela televisão, esta é a primeira oportunidade em que posso falar no Grande Expediente. Queria aproveitar esta oportunidade para me apresentar aqui.

Chego a esta Casa como um dos deputados mais jovens da história da Assembleia Legislativa e, apesar de saber da grande responsabilidade, sei que não faço isso sozinho.

Chego a esta Assembleia e subo a esta tribuna sabendo que represento, pelo menos, as 45.094 pessoas que, no dia 2 de outubro do ano passado, deram um voto de confiança na minha candidatura, mas, acima de tudo, em um projeto político alternativo ao que é vigente hoje.

É uma imensa reponsabilidade ocupar este espaço, ainda mais em um dia tão simbólico quanto é o dia de hoje, Sr. Presidente. Hoje é dia 22 de março, que é considerado o Dia Mundial da Água. Mais do que uma data que, às vezes, as pessoas não levam em grande consideração, acho que o Dia Mundial da Água traz a gente para uma reflexão muito importante, ainda mais em um contexto de crise ambiental, ainda mais em um contexto de crise climática, e ainda mais em um estado onde o principal projeto do governador é privatizar a Sabesp, a empresa pública que é responsável pelo serviço de acesso à água e de saneamento básico.

Chego a esta Assembleia como um dos poucos deputados assumidamente e orgulhosamente LGBTs e faço isso com muito orgulho. Felizmente, hoje a gente tem aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo a maior bancada de parlamentares LGBTs do Brasil, com a deputada Thainara, a Bancada Feminista, o Movimento das Pretas, a Ediane e tantos outros mandatos.

Tenho certeza de que essa ocupação política que a gente faz aqui, Sr. Presidente, não seria possível sem o legado da Isa Penna, sem o legado da Erica Malunguinho, sem o legado de Erika Hilton, que agora está na Câmara dos Deputados.

Acho que o Legislativo Paulista se fortalece muito com mais diversidade, com vozes diferentes ocupando este espaço. E dizer que nós não vamos permitir que o estado de São Paulo aqui seja feito pelo governo Tarcísio, pela secretária Sonaira o que o governo Bolsonaro, o que a ministra Damares fizeram de retrocesso contra os direitos humanos. A gente vai ser resistência aqui na Assembleia Legislativa.

A gente não vai permitir que nenhum projeto que queira retroceder nos direitos da população mais oprimida, mais marginalizada, avance nesta Casa. Eu venho aqui também, com muito orgulho como um deputado estadual, que apesar de muito jovem, com 25 anos, tem pelo menos dez anos de militância e ativismo político desde o Movimento Estudantil Secundarista.

Em 2015, eu participei ainda aqui em São Paulo das ocupações de escola que derrotaram o Governo do Estado de São Paulo à época e impediram um enorme retrocesso, que seria a chamada Reorganização da Rede Estadual de Ensino.

Eu me mudei para Franca para cursar Direito na Unesp e nesses últimos anos, através da Universidade Estadual Paulista, tive a oportunidade de conhecer todas as regiões do estado de São Paulo.

Porque a Unesp é a única universidade de São Paulo que está presente em 24 cidades, Sr. Presidente, e que leva para 24 regiões diferentes do estado de São Paulo a possibilidade de desenvolvimento, pesquisa e educação.

A Unesp, para muitos jovens e estudantes do interior, é a única possibilidade de ter acesso a uma universidade pública. É por isso que eu tenho muito orgulho de vir da Unesp, mas mais do que isso, eu tenho muito orgulho de ser um militante em defesa da Unesp, em defesa do ensino público e das universidades.

Por isso a gente está coletando as assinaturas e eu vou ter muita alegria em protocolar e apresentar aqui a Frente Parlamentar em Defesa da Unesp, porque a gente defende todas as universidades estaduais paulistas, mas a gente precisa olhar com atenção a situação da Unesp, que é chamada de prima pobre das nossas universidades e que está numa situação especial de precarização.

E neste dia tão importante em que a Assembleia Legislativa está tomada pelos movimentos sociais, pelo Sindicato dos Trabalhadores da Sabesp, pelo Movimento dos Atingidos por Barragens e, portanto, pelos ativistas que estão aqui lutando pelo direito da água, eu não posso deixar de fazer uma fala em relação a isso. A água é um bem essencial para a nossa sobrevivência, para a manutenção da vida humana e de todas as espécies no nosso Planeta.

O saneamento básico é um serviço essencial para que a gente possa viver com saúde e com o mínimo de dignidade. Infelizmente, a nossa população no estado de São Paulo e no Brasil ainda não tem garantido o pleno saneamento básico, principalmente no interior e principalmente nas regiões mais pobres.

A gente não pode conceber aqui de maneira racional que esses dois direitos, que são direitos fundamentais para que a vida humana possa existir e se manter sejam tirados do controle público.

Pelo contrário, o que cada vez mais países, cada vez mais governos no mundo estão fazendo é reestatizando os seus sistemas de acesso à água, os seus sistemas de saneamento básico, porque têm entendido que o controle público é o mais adequado, é o único possível para a gente lidar com algo que é um direito essencial para a vida.

E na contramão disso, infelizmente, o que a gente vê é o governo Tarcísio apresentar aqui uma intenção de privatizar a Sabesp, que já tem hoje mais de 49% do seu capital aberto.

E na contramão da gente discutir aqui sobre como fortalecer a Sabesp, como ter uma Sabesp mais sob o controle público, como ter uma Sabesp mais eficiente, que desperdice menos e que possa universalizar o acesso à água e ao saneamento básico, a proposta do governo Tarcísio é liquidar o nosso patrimônio público.

Na contramão do que a gente precisava discutir de fortalecer o transporte público para a gente reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, para a gente reduzir a poluição do ar e a dependência do automóvel, o que a gente vê é o governo Tarcísio pautar a privatização de mais linhas do Metrô e de mais linhas da CPTM.

Isso também é um projeto antiambiental, porque isso aprofunda a tragédia ambiental que a gente está vivendo e que as cenas trágicas que a gente viu em São Sebastião um mês atrás não deixam a gente se esquecer. A Sabesp é responsável pelo abastecimento de 375 cidades do estado de São Paulo. A cidade de São Paulo, a capital, é uma delas.

A cidade de São Paulo, a maior cidade do País, é abastecida pela Sabesp, mas eu não quero falar só da capital. Dentre essas 375 cidades que a Sabesp oferece água e oferece tratamento de esgoto, estão pequenas cidades do interior que não teriam qualquer condição de desenvolver esses serviços, de oferecer esses direitos se não fosse por uma empresa estadual que nem a Sabesp.

Saiu essa semana o levantamento das cidades do Brasil que têm melhores redes de saneamento básico, e oito das 15 cidades com melhores redes de saneamento básico estão no estado de São Paulo, e dessas oito, quatro são atendidas pela Sabesp.

Outras três são atendidas por autarquias municipais de tratamento de esgoto e de oferecimento de água. Apenas uma é privatizada, se não me engano é a cidade de Limeira.

Então tudo isso mostra o quanto é irracional e quanto em um dia como hoje, em um dia em que a gente fala sobre a importância do direito à água, a gente precisa que esta Assembleia mantenha a sua independência do governo do Tarcísio.

São lamentáveis as cenas que a gente está vendo, e tanta gente aqui comentou, foi motivo até de matéria na imprensa hoje, e é o tipo de cena que envergonha o que se diz o maior Poder Legislativo, a maior Assembleia do País, que é aquela cena lamentável de assessores de deputados da base do Governo tendo que ficar plantados, varar a noite, esperando por um protocolo físico, em pleno 2023, de uma CPI, sendo que a gente poderia estar fazendo isso, primeiro, por meio digital e, segundo, essa é uma tentativa de muito mau gosto, muito tacanha, que diminui o Legislativo paulista, de tentar de uma maneira porca impedir que o governo seja investigado.

Daí eu me pergunto: se o governo só está no poder há três meses, de que tanto tem medo de CPI? Se o governo Tarcísio chega aqui dizendo que é um governo de renovação, é um governo que vai mudar o que era o tradicional modus operandi do PSDB, por que se utiliza de um expediente que os governos do PSDB utilizavam aqui para barrar a instalação de CPIs que eram importantes?

Quem tem medo de CPI é só quem não quer ser investigado, é quem tem medo da verdade, é quem tem medo da transparência, é quem tem rabo preso.

O papel do Poder Legislativo também é um papel fiscalizador. Então, acho lamentável que qualquer parlamentar aqui, seja da oposição, sejam parlamentares da base do governo, acho que qualquer parlamentar aqui se apequena quando se submete a essa humilhação para o Poder Legislativo, porque assina embaixo de um governo que tem medo de ser investigado e que, portanto, deve ter rabo preso por conta disso.

Quero dizer que este mandato que a gente inaugura na Assembleia vai ser um mandato de muita luta, de muita resistência e, felizmente, eu não faço sozinho, faço isso com tantas pessoas que acreditaram nesse projeto, que me colocaram aqui, faço isso com uma combativa bancada de oposição, especialmente com a nossa Bancada de parlamentares do PSOL.

O nosso compromisso vai ser barrar essa agenda de retrocessos do governo Tarcísio, defender os direitos do povo do estado de São Paulo, impedir essa sanha privatizadora irracional. Os trabalhadores todos do estado de São Paulo podem contar com a gente.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Temos aqui agora mais uma permuta. A nobre deputada Leci Brandão permuta o seu tempo com a deputada Thainara Faria, que tem o tempo remanescente no Grande Expediente, tem dois minutos.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Para fazer uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nós temos dois minutos só, deputado. Pode ser depois, deputado, que a deputada tem apenas dois minutos para falar no Grande Expediente? Obrigado.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu vou utilizar então a capacidade de síntese do povo, que agora usa a internet para se comunicar em 15 segundos para falar do que nós estamos passando nesta Casa.

Primeiro, saudar as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, todos os servidores e servidoras que aqui estão, os funcionários e as funcionárias, mas dizer que é impossível o que nós estamos vivendo nesta Casa neste momento.

Imaginem vocês que ontem, eu, ao lado do nosso nobre deputado Suplicy, fomos caminhando até a sala do presidente André do Prado para entender essa fila, deputado Donato.

Imagine você: eu, com meus humildes 91 mil votos, juntando com os 800 mil do deputado Suplicy, fomos um milhão de pessoas até a sala do deputado André do Prado para tentar garantir o direito a fazer oposição, porque o povo que em nós votou queria que nós pudéssemos nos posicionar contra um governo, já que muito provavelmente votaram junto conosco no Haddad para governar o estado, então votaram na gente para ser oposição, caso o Haddad não fosse eleito, e agora estão obstruindo milhares e milhares de pessoas que querem que a gente investigue, que querem que a gente questione, que querem garantir o poder do contraditório nesta Casa.

Impedir que possamos protocolar nossas CPIs fazendo uma fila arcaica, como colocou o “Bom Dia São Paulo”, hoje pela manhã, é impedir que milhares e milhares de pessoas do estado de São Paulo tenham direito ao contraditório. Eles elegeram nós, da oposição, exatamente para conseguir dialogar com aquilo que a necessidade do povo que mais precisa.

Infelizmente, pelo tempo remanescente, eu não vou conseguir falar sobre a Sabesp hoje, mas eu quero dizer que nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, não compactuamos com essa fila que aí está.

É tudo digital, é tudo no QR Code, mas na hora de fazer oposição a gente tem que ficar colhendo assinatura e pegando fila e deixando as pessoas em condições desumanas para poder defender a voz do povo do estado de São Paulo, Sr. Presidente? Isso é um grande absurdo.

Eu peço que então meu tempo remanescente seja colocado amanhã.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Vossa Excelência tem o tempo remanescente de oito minutos e poderá ser usado amanhã.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Pela vice-liderança do União Brasil, invoco o Art. 82 para a fala do deputado Guto Zacarias para falar.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. O deputado Guto Zacarias tem o tempo regimental de cinco minutos para usar a tribuna, se assim desejar, para falar pelo Art. 82 pela liderança do União Brasil.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Também gostaria, Sr. Presidente, de pedir, como vice-líder da Minoria, para usar da palavra, pela ordem, pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nobre deputado, assim que o nobre deputado Guto Zacarias terminar sua fala, V.Exa. requeira, novamente, que eu darei o tempo a Vossa Excelência.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PELO ART. 82 - Boa tarde, presidente, boa tarde a todos os deputados presentes, a todo mundo que nos assiste seja na galeria, seja na TV Assembleia; primeiro fazer um breve comunicado à deputada Ediane Maria, que me citou recentemente aqui.

Eu não entendo o motivo de ela ficar incomodada com a fala de um ex-deputado estadual falando para a atual legislatura de deputados estaduais para terem um bom mandato.

Não entendo, mas assim, não quero me alongar nesse tema, nós estamos terminando a coleta de assinaturas para a CPI das Invasões de Propriedade aqui no estado de São Paulo. E a deputada Ediane, que é do PSOL e é também do movimento que participa de algumas invasões de propriedades, em breve nós teremos os nossos encontros.

Bom, eu queria aqui, Sr. Presidente, dar dois recados: primeiro uma lembrança, e segundo uma denúncia, começando com a denúncia. Recentemente a “Folha de S. Paulo” fez uma matéria, inclusive uma matéria muito honesta, muito investigativa com o seguinte título: “Jovem eleito deputado reforça o fato de ser preto, de periferia e de direita”.

E aí eu gostaria de citar o deputado Guilherme, que é o segundo deputado mais jovem aqui dessa Casa, deputado a quem tenho admiração pelo trabalho, pela sua briga inclusive na campanha, ele disse que lugar de gay, ele disse que era homossexual e disse que se honrava disso.

Com certeza merece honrar, porque eu acho que lugar de homossexual é onde ele quiser. Outra deputada, não lembro se do PT ou do PSOL também disse que lugar de mulher é onde ela quiser, e eu como liberal concordo com isso. Lugar de preto, ao meu ver, também é onde ele quiser, inclusive num partido de direita, inclusive no movimento de direita.

Aqui vamos a uma lembrança, que eu gostaria de citar a deputada Monica Seixas. Em certo momento das nossas campanhas eu, alguns de vocês devem saber, provavelmente quem está nos assistindo deve lembrar, eu faço o famoso “Change My Mind” que acontece todo domingo na Av. Paulista, no mesmo horário, no mesmo dia com temas muito parecidos, criticando seja Lula, seja Bolsonaro.

Bom, e um certo dia da campanha eu cheguei para fazer a gravação e estava lá: “Vote em preto”. Eu falei para o meu coordenador de campanha, o vereador de Santo André, Márcio, “essas pessoas estão fazendo campanha para a gente?”

Porque eu, vocês já devem ter reparado, sou preto, estava disputando a eleição, deve ser para mim. Aí fui perguntar para uma moça que estava lá com a camiseta da campanha da Monica: “Eu estou entre as pessoas aí do Vote em preto”?

Ela disse: “Não sei, você tem que olhar no site do Vote em preto.” Entrei no site do Vote em preto, tinha vários candidatos a deputado estadual e federal que eram pretos, alguns que ganharam a eleição e estão aqui, alguns que perderam, e eu não estava lá.

Então, eu voltei para fazer essa pergunta, eu falei: “Eu não estou lá, sou preto, sou candidato.” “Então tem o seguinte: só pode ser preto se ele defender as pautas que a gente defende.” Eu falei: “Que curioso, que coisa curiosa”, está tudo gravado, deputada Monica, está na internet, inclusive.

Bom, vamos lá. Aí beleza, tudo bem. Cheguei lá e perguntei: “Pode ser preto de direita ou tem que ser preto de esquerda?” A primeira moça falou, tudo gravado, “Tem que ser preto de esquerda.”

Cheguei à segunda moça e perguntei: “Pode ser preto do MBL ou tem que ser preto de esquerda?” “Não, tem que ser preto que defende a cota racial.” Eu sou contra a cota racial, acho que é uma política pública errada, mas tudo bem quem defende a cota racial.

Agora, se é isso, tem que mudar: “Vote em pretos que defendem cota racial”. Bom, cheguei ao terceiro, tudo gravado, está tudo na internet: “Pode ser preto do MBL ou tem que ser preto de esquerda?”

Nesse momento eu fui agredido com aquelas famosas... aqueles pirulitos da campanha da deputada Monica Seixas, e aí eu comecei a ser agredido. Saí, foi outro candidato do MBL, o Cristiano Beraldo, para me defender, foi agredido também, teve seu celular arremessado.

E aí o curioso é que, depois que eu cheguei do nosso escritório, tinha uma denúncia da campanha da deputada Monica Seixas, se eu não me engano até criminal, em que ela colocava um vídeo dessas agressões em que o MBL teria agredido a campanha dela. E o vídeo da agressão é justamente o vídeo da minha campanha, com o logo do MBL, que mostra o Beraldo sendo agredido.

Vamos lá. Tudo gravado, está tudo documentado, inclusive está no site do “G1”, da jornalista Vera Guimarães. Vamos até a denúncia. No site da “Folha”, após essa reportagem que ressalta o fato de eu ser preto, de periferia e de direita, nós achamos os seguintes comentários de pessoas de esquerda.

“Escravo vendido por migalhas para o posto de capitão de mato”, “até negros silenciados pela esquerda” e que era “só mais um animal domesticado a capim”, “a hora em que ele for chutado para fora da casa grande ele cai na realidade”. Tudo pessoas de esquerda, a gente entrou no perfil deles, defensores de partidos de esquerda.

“Galera ali do Sul não perdoa não, coloca logo para trabalhar em uma vinícola”. Alusão clara, ali, à escravidão. “Vocês já assistiram a Django Livre, do Tarantino? Tem um personagem que é o típico Guto.” “O Guto é o melhor exemplo da charge da barata botando inseticida”, “olha o capataz da senzala”.

Eu acho que essas frases são racistas e essa denúncia que vou fazer é uma notícia-crime com mais de 150 ataques raciais à matéria em que um preto de direita ganhou uma eleição. E dizer a todos esses racistas, deputada Monica, que eu sou, de fato, o negro da casa, sou sim o negro da casa grande, mas essa casa grande é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e não a escravidão ideológica que a esquerda tenta colocar em todos nós.

Muito obrigado, presidente.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para usar o Art. 82 pela Federação Rede-PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Em seguida, se eu puder fazer pelo Art. 82, em nome da liderança. Mas a deputada Monica tem que merecer o direito de resposta.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PELO ART. 82 - Eu quero dividir a minha fala em dois pontos, eu ia falar do dia 22, Dia da Água, mas não posso me privar de responder.

Primeiro, para começar, que o deputado Guto já chega muito mal recomendado. Recomendado por aqueles que vieram à tribuna ofender, distorcer, mentir, agredir mulheres e que foram expulsos e saíram pela porta do fundo, cassados.

Depois, ele reivindica o método, que é chegar, ofender, distorcer, causar polêmica, reivindicando coisas que eu espero que a gente enterre na legislatura passada.

Para começar, só para dizer para o senhor que a gente não vai viver o que a gente viveu na legislatura passada aqui, a gente tem um povo de São Paulo para defender, então esse tipo de picuinha não vai ocupar o nosso tempo. Mas para quem te segue e quer saber a verdade, primeiro, a minha campanha não usa camiseta, o senhor atacou outra campanha, que estava no meio da minha campanha e da sua.

As pessoas que vocês estavam xingando como se fossem pessoas da minha equipe não são da minha equipe, era outra equipe, que estava no meio da minha campanha e da sua.

E quando eu finalmente chego é porque uma pessoa, mulher, inclusive minha assessora, se queixou que os socos que vocês estavam tocando entre as duas campanhas a atingiu. E é isso que a gente retrata.

Quando a gente coloca o vídeo da sua campanha se embolando com outra campanha é justamente para dizer que a campanha de vocês atingiu uma campanha só de mulheres, que era uma terceira campanha.

Aliás, o senhor passou boa parte da sua campanha usando mais o meu nome do que as suas propostas, porque a sua proposta é ser contra mim. Essa é a plataforma do Guto.

Se você for ver a campanha dele, tinha mais a minha cara. Ele chegou à Assembleia Legislativa para ser contra a Monica. E agora ele vai ser contra a Ediane por causa da força do movimento social MTST.

Desculpa, a gente veio aqui para discutir o estado de São Paulo. Vou te dizer uma triste notícia. O senhor é um homem negro, a gente não é cego e está vendo. O senhor vai sofrer racismo, porque o racismo vai atingi-lo em todas as esferas, não importa onde o senhor esteja, o racismo me atinge aqui, tão deputada quanto o senhor.

O primeiro homem a cair da extrema-direita e sair daqui endividado com mais de um milhão, viraram as costas para ele, foi um homem negro. Siga o caminho que você quiser. É por isso que a gente sempre lutou, para que as pessoas negras, as mulheres, as LGBTs possam, como o senhor diz, estar onde o senhor quiser.

Afira direito a informação antes de divulgar. O senhor brigou com a campanha do candidato Dyego Sérvolo. Era um candidato a deputado federal.

A nossa campanha estava um pouco mais à frente, e a briga dos senhores atingiu mulheres da minha. Foi isso que aconteceu aquele dia. A gente apresentou um boletim de ocorrência.

Aliás, nós temos que tomar cuidado. Porque a gente não pode permitir que mandatos de mulheres sejam atingidos, fisicamente, por causa de homens que só sabem se expressar a partir da força bruta.

Aqui a gente discute política no campo das ideias. Eu vou reafirmar: Arthur, que te recomendou, saiu daqui pela porta do fundo. Eu tenho certeza de que esta Casa não vai mais admitir violência. Vamos ao campo das ideias.

Hoje, dia 22, é o Dia Mundial da Água. Lá fora, nós estamos com servidores da Sabesp, em ato para continuar com a manutenção da Sabesp pública. Ao mesmo tempo que, aqui na Casa, nós estamos numa grande fila por protocolos de CPI. É uma vergonha para este Parlamento. Nos envergonha, é um duro golpe na oposição. É um golpe, pode chamar pelo nome que for.

Aliás, gente, pessoal da Mesa, o ponto está aqui já? O relógio, o ponto, a impressorinha. Está, presidente, a impressorinha? Porque é uma máquina que poderia ser colocada em qualquer lugar da Assembleia Legislativa. O Ato da Mesa ratifica a fila, no momento que ratifica que o ponto vai ser aqui. Poderia ser na sala do antigo ponto, que era aqui no meio do corredor, antes.

Mas, ao mesmo tempo que a gente está vivendo isso, uma briga que tem mais a ver com o campo do Governo, que está brigando pelo primeiro lugar da fila, do que a gente, que já não tem mais ninguém nessa fila, a gente continua ratificando: é um golpe. Com pitadas de violação dos direitos humanos das pessoas que estão na fila.

Porque a gente fez todo o esforço, na madruga de ontem, para fechar um consenso de reconhecimento da fila, de pré-cadastro, para que as pessoas fiquem no lugar que estão. Que sejam chamadas por senha no dia do protocolo.

Não estou brigando com Thiago Auricchio, com Gil, com Altair e com todas as pessoas que estão na fila, oposição. Tudo bem, faz um pré-cadastro, reconhece, manda as pessoas. Mas acontece que não existe um consenso entre vocês. E vão ficar expondo o trabalho de vocês a uma situação degradante.

Só quero terminar dizendo que, se a briga é pelo primeiro protocolo da fila, fecho com o Thiago Auricchio. Vou ter o prazer de estar na CPI da Enel. Para provar que a privatização do serviço público no mais básico, como a energia, afeta a população preta, pobre, periférica, que está pagando o dobro da energia.

É o mesmo destino que vai ter a Sabesp, se privatizada. Imagino que seja essa a briga de vocês, porque um deputado do campo de vocês quer provar o que a gente está falando faz tempo: a privatização não faz bem para o povo pobre.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Eduardo Suplicy, tem V. Exa., para falar pela Minoria, pelo Art. 82. 

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Guto Zacarias.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Fazer uma breve comunicação, antes da fala do deputado Suplicy?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Suplicy, há anuência de V. Exa. para que o deputado faça uma comunicação?

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Posso falar antes? Porque eu tenho que estar na Avenida Paulista, às 5 horas, para a manifestação contra a privatização da Sabesp.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PELO ART. 82 - Então, eu queria informar que, na última sexta-feira, dia 17 de março, eu tive uma audiência, por mais de uma hora, com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. Onde colocamos a importância de ser respeitado o que está, inclusive, na medida provisória que recriou o Bolsa Família.

Mas que diz que será uma etapa do processo gradual e progressivo de implementação da universalização da renda básica de cidadania, na forma estabelecida pela Lei nº 10.835, de 2004, que, justamente, foi aprovada por todos os partidos no Congresso Nacional, e apresentada por mim.

Eu gostaria de convidar todos os deputados estaduais. Estou conversando com cada um de vocês para assinarem, aqui também, uma Frente Parlamentar em Defesa da Renda Básica de Cidadania.

Nesse diálogo, do qual participaram a professora Aldaíza Sposati, o Leandro Ferreira, presidente da Rede Brasileira da Renda Básica, uma representante da Fundação Tide Setúbal, nós chegamos à conclusão de que será importante que o Congresso Nacional e o Poder Executivo venham a formar um grupo de trabalho para estudar as etapas em direção à renda básica de cidadania.

Então, eu quero agradecer, porque grande parte dos vereadores já assinaram a sua participação ou pelo menos o apoio à Frente Parlamentar em Defesa da Renda Básica. E quero ver se é possível, ainda durante o governo do presidente Lula e de Tarcísio de Freitas, em São Paulo e no Brasil, termos a implantação da renda básica, até se tornar universal e incondicional para todos os brasileiros e brasileiras e, diz a lei, até para os estrangeiros aqui residentes há cinco anos ou mais.

E gostaria, Sr. Presidente, de aqui fazer uma sugestão ao presidente André, no sentido de que venhamos a tomar uma decisão de bom senso: ao invés dessa fila que está causando tanta preocupação...

A maior parte dos vereadores que aqui falaram se manifestaram preocupados com essa fila. Muito melhor será respeitar a proporcionalidade dos partidos aqui, de tal maneira que cada partido, proporcionalmente ao número de deputados estaduais eleitos, venha a ter o direito à respectiva CPI, assim como também às frentes parlamentares, se isto for objeto de inserção na fila.

Muito obrigado, presidente.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Sr. Presidente, direito de resposta. Acho que meu nome... Direito de comunicação. Eu fui citada aqui algumas vezes, eu preciso...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sim, o deputado Zacarias havia pedido comunicação. Logo em seguida, eu passo a Vossa Excelência.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Obrigada.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente, pela fala. Rapidinho, eu tenho um minutinho aqui. Primeiro dizer o papelão que é ter uma bancada da oposição aqui, presidente - PT, PSOL, PCdoB -, que diz defender as pessoas mais pobres, e está aqui defendendo o saneamento básico de maneira estatal.

Nos últimos séculos, no nosso País, o saneamento básico foi estatal, e o resultado está aí: 100 milhões de brasileiros sem acesso ao saneamento básico, 50 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada. Essa água, né, que é o direito à água, essa coisa maravilhosa, sendo estatal. Então, eu defendo, sim, a privatização da Sabesp.

E o que o Tarcísio anunciou até agora é que ele vai contratar um estudo de um banco com muita legitimidade internacional para ver se realmente merece a privatização da Sabesp. Eu, como liberal, defendo, sim, a privatização da Sabesp. E acho que o dinheiro público tem que ser gasto com prioridade e não com um gargalo histórico do nosso País, que é o saneamento básico.

Sobre a deputada Monica Seixas, que me citou, eu acho muito curioso, presidente, que quando é a advogada dela que se diz agredida, é uma agressão. Quando é um candidato do MBL sendo agredido, com gravação, com provas, aí as duas campanhas se embolaram.

A matéria do “G1” - e aí, se tem fake news, é fake news da Globo - é o seguinte: “deputada do PSOL presta queixa na polícia contra membros do MBL após briga entre campanhas na Avenida Paulista”, com fala da deputada Monica ipsis litteris. Se a Globo mentiu, aí é um problema da deputada com a Globo, não tenho nada a ver com isso. Se a Globo mentiu, a culpa é disso. E ela fala que tinha, sim, membros da campanha dela lá no embolo.

Então, a minha campanha não estava... Só tinha gente da minha campanha e eu - acho muito curioso. É aquela famosa frase, que minha mãe já me dizia: “quem bate esquece, mas quem apanha lembra”.

Eu tenho tantas provas de que eu fui agredido pela campanha da deputada e de que membros do MBL foram agredidos pela campanha da deputada, que a própria notícia-crime da deputada é usando o meu vídeo sendo agredido.

Então, acho muito curioso tudo isso. E dizer que de fato eu sou um homem negro e eu vou sofrer racismo, independentemente de ser de direita ou de esquerda. Mas que o racismo contra negros de direita é legitimado, sim, pela esquerda que vocês defendem.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Ediane. Tem V. Exa. o tempo regimental para uma comunicação.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu quero, como o meu nome foi citado aqui pelo deputado Guto Zacarias, inclusive incitando... E mais uma vez a gente vê, nesta Casa... Inclusive, quero saudar o nosso presidente, André do Prado, e todos os deputados, porque finalmente, nesta Casa, nós teremos uma comissão de habitação que vai discutir regularização fundiária.

Até porque, Sr. Guto, ninguém quer morar debaixo de um barraco de lona, ninguém deseja viver totalmente distante de tudo, vou te convidar inclusive para ir a uma ocupação nossa. Seria muito interessante você ir.

São terrenos abandonados e as ruas já deram a resposta: elegeram nosso companheiro Guilherme Boulos com mais de um milhão de votos, o deputado mais bem votado do estado de São Paulo, liderança dos Sem Teto, e elegeu a primeira empregada doméstica a deputada estadual nesta Casa.

Então peço respeito, até porque quem está lá são pessoas pretas e muito me admira você, um homem negro, negro retinto, que sofre na pele, tenho certeza, toda a discriminação. Até porque, por mais que a gente avance, a gente sempre vai sentir as correntes que nos prendem.

Não temos que ter divergências, muito pelo contrário, vamos nos unir, vamos estar juntos. Em nenhum momento ontem, com aquela ofensa que houve nesta Casa, em nenhum momento...

Te encontrei nos corredores, te cumprimentei, até porque aqui é defender os direitos. Lá fora a gente vai se cumprimentar, até porque eu exijo respeito e eu também respeito as pessoas como seres humanos.

Vamos juntos, a política é feita desse jeito. Quero, inclusive, também fazer uma crítica aqui a essa fila da CPI, dos protocolos. Qual será o direito? Vamos traduzir para quem está em casa. É igual imaginar que quem está em casa está em uma fila lá, como se estivesse em uma fila do leite do governo do estado. Você vai ficar lá esperando.

São cinco CPIs que rolam nesta Casa, ou seja, a bancada, a base do Governo, do PL, já ocupou há dois dias a fila da CPI para que a gente não consiga protocolar nada, inclusive para que a gente não abra nenhuma CPI de investigação do Governo do Estado. Nós exigimos que essa fila acabe e que seja, de fato, uma Casa democrática, que atenda a todos nós.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Há sobre a mesa o requerimento de licença do nobre deputado Gerson Pessoa, nos termos do Art. 84, inciso I do Regimento Interno para participar da Smart City Expo, em Curitiba, 2023, a realizar-se nos dias 23 e 24 de março do corrente ano, em Curitiba, sem ônus para este Poder.

Em discussão. Está inscrito para falar a favor o deputado Luiz Claudio Marcolino, que tem 15 minutos regimentais para discutir.

Antes do nobre deputado Luiz Claudio Marcolino iniciar a sua fala, eu queria aqui anunciar e agradecer a presença do vereador Emanoel Sponton, da cidade de Araraquara, aqui acompanhado da nobre deputada Thainara Faria. Seja bem-vindo, deputado. É uma alegria, um prazer, recebê-lo nesta Casa.

Tem a palavra V. Exa., deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas. O nosso partido, o Partido dos Trabalhadores, está em processo de obstrução. Deixamos aqui já registrado ao nobre deputado Gerson Pessoa, do Podemos, que inclusive a nossa bancada está encaminhando e discutindo a favor do pedido de licença do deputado para os dias 23 e 24 de março, em Curitiba.

Inclusive primeiro seria um requerimento da Comissão de Habitação, transformado em de licença porque, inclusive, nenhum documento pode ser protocolado pelo relógio.

Como nós não podemos sequer protocolar qualquer pedido no relógio, estamos transformando, inclusive, uma comissão de representação em uma licença, visto que nós tentamos, por diversas vezes, desde ontem, em diversos momentos, construir um acordo com o presidente da Casa, um acordo com os líderes aqui de todos os partidos em relação ao relógio, que inicialmente começaria dia 24 a fazer os protocolos.

Criou-se uma fila sobre a qual estamos conversando desde ontem. Estranho, nobre deputado Reis, que, inclusive V. Exa. acompanhou essa fila no dia de ontem também.

As pessoas, os assessores da Assembleia Legislativa, não podiam ter o direito sequer de ir ao banheiro. Iam ao banheiro e perdiam o lugar na fila, mesmo com uma senha, uma senha que não foi discutida com ninguém. Não foi discutida com os líderes, não foi discutida com os deputados. Simplesmente determinou-se que iria ter uma senha. Aí o presidente, tentando regular essa fila...

Nós tentamos, diversas vezes, deputada Monica, conversar. Ficamos até as dez e meia de ontem tentando fazer tratativas para que o pessoal não dormisse aqui na Assembleia, inclusive garantindo o direito, mesmo não concordando com o método, garantindo o direito de que quem já estava na fila desde o primeiro momento do dia de ontem, no dia de hoje, pela manhã, permanecesse com o mesmo número. Nem assim, por parte do governo, por parte dos partidos ligados à base governista, aceitaram a nossa sugestão.

A ideia era, no dia de hoje, fazer um diálogo com os líderes, para que a gente pudesse fazer um critério, uma metodologia para bem de a Casa funcionar. A gente não queria estar hoje em um processo de obstrução.

A gente queria que esta Casa pudesse debater projetos de deputados, derrubada de vetos, fazendo uma boa reflexão sobre quais investigações esta Casa apresentaria e aprovaria nos próximos meses.

A gente queria dar agilidade a esta Casa. Inclusive, nós dissemos ontem ao presidente da Casa, ao líder do Governo, que a gente não queria, inclusive, que a Assembleia Legislativa tivesse novamente uma pauta negativa. E qual é a pauta negativa? É a fila.

Nós sabemos que os 94 deputados que foram eleitos em 2 de outubro de 2022 têm muito a colaborar com o desenvolvimento do estado de São Paulo. Os deputados que hoje estão nesta Assembleia Legislativa, com muitos projetos, muitos temas que já acumularam e que vão acumular nos próximos quatro anos, têm muito a engrandecer o estado de São Paulo.

Mas nós temos que estar aqui na Assembleia Legislativa discutindo sobre uma fila que foi estruturada pela base do Governo para que a oposição não pudesse estruturar um processo de investigação no estado de São Paulo.

Não sei qual é o medo do governo Tarcísio, porque as CPIs que a bancada do PT está propondo discutir nos próximos quatro anos são: investigar contratos firmados e executados pela DER - estamos falando de contratos que foram firmados, inclusive, em legislaturas anteriores -; apurar e investigar a gestão e utilização dos recursos da Fundação Butantan, responsável pelo apoio ao Instituto Butantan; contratos emergenciais no DRE; concessões dos terminais de metrô; contratos de concessão da Via Mobilidade na zona sul; concessão da energia elétrica; as OSs da Saúde; a concessão das rodovias, o congelamento do valor dos pedágios; o vício na contratação das OSs da Cultura; a antecipação da renovação do contrato de concessão da Congás; investigar denúncias de concessão das Linhas 8 e 9 da CPTM para a CCR e problemas de paralizações; apurar o cumprimento e a especificidade do contrato de concessão de serviços prestados pela Enel em 24 municípios atendidos por essa empresa; fiscalizar, apurar e investigar irregularidades e falhas no sistema de operação da Linha 15 - Prata do monotrilho; o tiroteio em Paraisópolis; e o aumento do feminicídio e da violência doméstica.

Essas são as CPIs que a bancada do Partido dos Trabalhadores está propondo.  Está coletando assinaturas para que, a partir do dia 24 do mês de março, a gente possa fazer bons debates, boas discussões. Esses bons debates, essas boas discussões vão ajudar o povo do estado de São Paulo a ter uma melhoria no atendimento a partir das empresas de serviço público. Esse é o nosso objetivo. Essa é a nossa discussão.

Aí a gente estranha muito, tendo aqui no Assembleia Legislativa mudança da forma inclusive do protocolo a partir do dia 24, que é o novo ato apresentado aqui pelo presidente da Casa.

E o que nos estranha, nobre deputado Rômulo e deputada Thainara, olhem o que diz aqui no Art. 2º, inciso III: “A cada parlamentar, servidor ou estagiário será permitido o protocolo de apenas um documento por vez”.

E eu vou repetir o que eu falei aqui no Pequeno Expediente: como é que os deputados que colocaram quatro assessores no início da fila, outros quatro assessores, outros três assessores, já sabiam que ia mudar o critério da fila nesta nova legislatura? Eu gostaria que os nobres deputados pensassem um pouco sobre isso.

Quando nós falamos que não há aqui uma transparência no debate do protocolo, que não há aqui o mesmo direito de informação em relação às bancadas, o que nós sabemos é que temos os deputados e os partidos que defendem o governador Tarcísio e nós temos a bancada de oposição.

Mas nós temos que entender quais são as regras, porque a regra estabelecida até a legislatura passada era no dia 15 de março. Mudaram as regras. Se mudaram as regras todos os deputados, todos os partidos tinham que ter informação ou detalhamento de como é que seriam as novas regras. Agora não dá para alguns partidos terem acesso à informação e os outros partidos não.

Então nós esperamos que a partir deste debate que nós estamos começando a fazer hoje aqui e o Partido dos Trabalhadores está em obstrução e estará em obstrução em todas as matérias que forem apresentadas pelo presidente da Casa, seja em matérias em relação ao governo do estado de São Paulo, seja em matérias apresentadas no Colégio de Líderes ou encaminhadas pelo presidente da Casa.

Repetindo, o Partido dos Trabalhadores é a favor à licença do deputado Gerson Pessoa, do Podemos, para no dia 23 e 24 de março ir até Curitiba para o evento que vai ter lá sobre Sustentabilidade na área de Transporte, Infraestrutura, Espaços Públicos.

 Somos favoráveis, mas nós vamos obstruir qualquer proposição, qualquer projeto ou qualquer resolução que for encaminhada pelo governador ou pelo presidente da Assembleia Legislativa até que comece a tratar a oposição da forma que a oposição merece. Todos nós aqui fomos eleitos pelo voto. Nós estamos falando de uma bancada de 19 deputados do PT e do PCdoB pela federação; temos mais cinco deputados e deputadas do PSOL.

Temos deputados e deputadas de outras frentes que também se opõem ao governo Tarcísio. Então nós exigimos respeito. Todos nós fomos eleitos nas urnas; todos nós merecemos o respeito de poder debater, divergir e legislar de acordo com o que a Constituição e o Regimento desta Casa permitem. E nós sabemos que até para o cumprimento do Regimento é importante que as regras estabelecidas de fato valham para todos.

Não para alguns partidos como nós vimos no dia de ontem, que alguns partidos tiveram informação privilegiada para simplesmente poder a partir do ato que foi apresentado hoje pelo presidente, apresentar e mostrar que eles já sabiam da informação, que agora é um protocolo por deputado, por assessor ou por estagiário. Eu queria inclusive demonstrar aqui também na nossa fala que quando a gente discute a importância dessa condução e dessa discussão do Parlamento...

Nós estamos acompanhando hoje o Dia Mundial da Água e vários deputados e deputadas já vieram aqui falar da importância da água, uns favoráveis à Sabesp, outros contrários à Sabesp, mas é importante - nós vamos ter muito tempo aqui nos próximos quatro anos - falarmos da importância de uma empresa pública.

Uma empresa pública, além de toda arrecadação que o Governo do Estado com o ICMS, com o IPI, com o retorno do valor do IPVA, o retorno que tem do Imposto de Renda, todos os impostos que hoje tem do governo do estado de São Paulo, há uma arrecadação que tem que ser executada depois e durante o exercício.

Daqui a pouco vão estar debatendo o Plano Plurianual, vão estar discutindo o Orçamento. Tudo isso vai ser fruto de muito debate aqui na Assembleia Legislativa, mas é importante que todos os deputados saibam - e é importante que eu sei que todos sabem -, mas é importante reforçar que o lucro de uma empresa pública ela retorna aos cofres do estado ou por investimento da própria empresa, ou ela retorna para os cofres públicos estaduais para ajudar no desenvolvimento das políticas públicas do estado de São Paulo.

Então uma empresa pública é importante, e nós vamos ter espaço aqui de fazer o debate de cada empresa pública do estado de São Paulo, das que ainda não foram privatizadas. E das que foram privatizadas, o prejuízo que trouxe ao Governo do Estado de São Paulo e o prejuízo que trouxe à população.

Porque durante o governo do presidente Lula, nobre deputado Donato, nós tivemos investimento em algumas empresas importantes, como os Correios, a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal.

Em todas as empresas públicas, nós tivemos investimento durante os governos Lula e Dilma, em Brasília, essas empresas devolveram os seus lucros para políticas públicas, e também no estado de São Paulo. Esses dias a gente estava conversando com o pessoal lá da região do Vale do Paraíba, principalmente o pessoal do Vale Histórico, e vendo inclusive o que aconteceu na área do litoral norte, a cidade de Caraguá hoje tem um retorno de royalties no estado de São Paulo um dos maiores que tem das cidades pela Petrobras.

Foi um investimento muito grande da Petrobras em todo o litoral norte, em toda a região do Vale do Paraíba e no Brasil como um todo.

Todo esse investimento que foi feito pela Petrobras Brasil afora e que gerou muitos empregos, foi fruto do reinvestimento que foi feito na Petrobras durante o governo Lula, esse reinvestimento voltou para o investimento na empresa Petrobras, que melhorou muito a velocidade de produção e aumentou o lucro da empresa.

O lucro da empresa Petrobras não foi para o acionista, ele voltou para os cofres do Estado para fazer políticas públicas no nosso País, como o Minha Casa, Minha Vida, como o ProUni, como o Fies, como as UPAs, praticamente em quase todos os estados, em quase todos os municípios do estado de São Paulo.

É importante, nobre deputado Rômulo, que tem muitas cidades hoje que são governadas pelos partidos que hoje são da base do Tarcísio aqui no estado de São Paulo, e que tenha UPA na sua cidade.

A UPA foi a partir de um projeto que foi investido nas cidades. A partir do investimento e do fortalecimento da Petrobras que houve recurso para fazer investimento em algo que não era feito na Saúde em muito tempo nos governos anteriores. Isso vale para UPA, isso vale para o Samu, isso vale para o Minha Casa, Minha Vida.

Quantas cidades hoje que quem governa lá é a base aliada do Tarcísio, tinham o Minha Casa, Minha Vida, vai voltar agora de novo. O Samu que tinha foi desmontado, vai voltar o Samu agora de novo.

A UPA, que começou no nosso governo, muitas cidades pararam a UPA depois que o PT deixou de governar o Brasil, e vão voltar as UPAs de novo. São as empresas públicas, o retorno, o lucro delas, que cria condição de ter recurso no governo para fazer investimento.

Então nós defendemos, sim, empresas públicas no estado de São Paulo, e o recurso do lucro de uma empresa pública tem que voltar para o estado de São Paulo para gerar melhorias e benefícios para a população do nosso Estado.

Então, Sr. Presidente, estamos em obstrução no pedido, deixando claro: somos favoráveis ao pedido de licença do Gerson Pessoa, do Podemos, mas faremos obstrução em virtude de não ter tido um acordo com os líderes desta Casa e com o presidente da Casa em virtude do bom funcionamento da Casa em relação à oposição ter a possibilidade e a oportunidade de apresentar pedidos de CPI, para que haja a operação correta nesta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. Para falar contra, deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos e a todas novamente, agora de forma mais tranquila, quero começar me dirigindo ao colega Gerson Pessoa, seja muito bem-vindo à Casa. Sinto muitíssimo que seja recepcionado dessa forma.

Quero dizer que é legítimo e justo que o deputado use a sua ferramenta parlamentar de representar esta Casa em outros espaços para debate político. Faço votos de que todos possam usar as ferramentas parlamentares que foram eleitos para ter.

E ai eu quero dizer que, infelizmente, nem todos a podem usar, e é por isso que a gente está aqui gastando a tribuna hoje, obstruindo uma matéria, infelizmente, porque a gente gostaria também de ser considerado tão parlamentar quanto os demais e poder usar a ferramenta parlamentar de protocolo.

 

* * *

 

 

- Assume a Presidência o Sr. Milton Leite Filho.

 

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A gente está discutindo a ferramenta parlamentar de protocolo. Atualmente, o protocolo da Casa está suspenso. É verdade que no passado sempre houve filas para o protocolo da CPI, mas há dois anos a Casa instituiu uma ferramenta que funciona, Alesp Sem Papel de protocolo virtual.

É verdade que a gente ia ter um problema de adaptação dos novos, que chegariam sem acesso, sem assinatura e que precisaria suspender o protocolo, isso inédito, para a adequação dos novos. Tanto é que a gente não recebeu com estranheza a suspensão do protocolo.

É verdade que cabe à Mesa Diretora regulamentar, portanto, como vai ser o protocolo. É verdade que o ponto instituído de maneira física, extinguindo o sistema que nós estávamos acostumados, foi colocado num lugar e a Presidência poderia colocar em qualquer outro lugar.

Quero lembrar aqui que quando eu cheguei nesta Casa, o protocolo ficava no meio do corredor e no final ficava ali com o colega que cuida das nossas assinaturas. E durante algum período foi online.

Então, a partir do momento que uma fila começa em um canto e a informação, no dia seguinte, diz que o protocolo vai ser feito nesse canto, não me resta dúvidas de dizer que foi ratificação de informação privilegiada.

Mas, quero dizer, colega Gerson, sinto muito por estar aqui obstruindo a sua comissão de representação. E que eu também sinto muito pelos trabalhadores e trabalhadoras assalariados com o dinheiro da Assembleia Legislativa, que eu não vi nenhum liberal vir aqui falar de economicidade, que estão na fila em situação degradante. Sinto muito, por eles.

Quero falar aos demais colegas que, ontem dez horas da noite quando eu passei por aqui, uma situação híbrida, da dificuldade de acordo entre as lideranças, colocou as pessoas em situação ainda mais degradante.

Porque a Casa ao mesmo tempo que diz “eu não me responsabilizo pela fila”, tentou mediar o conflito, distribuiu senhas, colocou gente para fazer chamada, ratificou que quem saísse ia perder o lugar para o outro.

E teve um período na noite que as pessoas ficaram sem fazer xixi e sem comer por medo de perder o lugar na senha, e sem coragem de dizer para o seu patrão que estava em situação degradante.

Mas falavam para mim: “Deputada, fala com o André do Prado, pelo amor de Deus, para eu poder fazer xixi e voltar.” E eu falo: “Claro, funcionário do gabinete ‘X’, que não é meu. Claro, funcionário do gabinete ‘Y’, que não é meu. Eu vou interceder por você, porque a gente tem uma situação humanitária degradante aqui.”

Desde ontem a gente está tentando construir um acordo. Então, já que a Casa não regulamentou a coisa, que a gente, entre líderes partidários, faça um acordo. A gente reconhece o lugar que as pessoas estão na fila agora, mas dispensa as pessoas.

Faz um pré-cadastro. Pessoa “A”, que está no lugar “A”, vai continuar no lugar “A” e no dia 24 a gente faz uma chamada. “Senha ‘A’, o seu protocolo. Senha ‘B’, o seu protocolo.” A gente reconhece. Mas não houve acordo.

Mesmo que a gente tenha tomado um golpe, mesmo que a gente tenha cerceado, mesmo que a gente tenha tido uma ferramenta parlamentar obstruída aqui, a oposição - não por conta do PSOL, diga-se de passagem, mas o PSOL também - topou começar essa legislatura com espírito de colaboração. Nosso espírito era de colaboração.

Então, vamos fazer um pré-cadastro da fila, aceitar a fila como ela está e diminuir a barbárie que está lá fora. Não, não houve acordo, por conta dos líderes partidários dos primeiros lugares da fila.

E, ainda no primeiro lugar da fila, a gente verifica uma confusão entre a base do Governo: É PL, PR querendo um ocupar a fila do outro, porque se você saiu ocupam o seu lugar e etc. Eles ficaram chateados de eu dizer isso no Colégio de Líderes, mas a verdade é que uma briga na base do Governo está imobilizando o André do Prado de dar cabo aqui.

Porque se nós da oposição estamos dizendo que a contragosto reconheceríamos a fila que está instalada, essa fila só continua nessa situação de barbárie porque o PL e o Republicanos, perdão, não querem deixar a fila ser extinguida porque eles estão no espírito que, se o coleguinha da frente não resistir, eles vão tomar o lugar do coleguinha.

Então, Gerson, eu sinto muito por a gente estar obstruindo uma ferramenta parlamente que é direito seu. Essa Casa precisa sair daqui; a gente precisa se relacionar, precisa ter contato com outros debates.

Eu sinto muito que o seu pedido tenha batido no dia de hoje, mas eu também sinto muito que nós, tão eleito quanto o senhor, não tenhamos o direito parlamentar de usar o protocolo, que não tenhamos o direito parlamentar de protocolar uma CPI e que ainda tenhamos que conviver com uma situação que a gente julga degradante.

Hoje de manhã, no Colégio de Líderes, quando eu fiz o apelo pela situação dos servidores mesmo, “distribui a ficha, deixe-os irem embora”. Aí ouvi alguns parlamentares falarem: “Ah, quando você quer ir ao show você fica na fila, quando você vai ao show vai você mesma, por sua vontade, pelo seu esforço. Você não coloca empregada da sua casa, e se colocar eu vou questionar na Justiça por explorar assalariado, colocar em situação degradante.”

Eu não vi deputado virar a noite aqui. Ah, eu acho que o André virou ali, cheio de pressão que ele estava, e o Rodrigo, sinto muito, pessoal da SGP também virou aqui, expostos a situação degradante. Minha solidariedade.

Então, Gerson, não dá para a gente começar uma legislatura falando de ferramentas institucionais legítimas e justas quando elas só valem para um bloco de parlamentares ou um grupo. Se existia, da nossa parte, uma disposição de diálogo, de calmaria, de mesmo que tomando duros golpes tentar estabelecer uma convivência menos violenta do que foi a passada, e hoje aqui diversos gatilhos, eu olhando assim, falo: “Nossa, que ano é hoje, quem é essa pessoa, Douglas Garcia ou é o Arthur Mamãe Falei?” É meio confuso. Eu já vivi isso hoje, uma mistura do atraso com o que há de pior.

Se existia uma expectativa de a gente ter uma convivência menos violenta, eu acho que o sinal que a gente recebe do outro lado não foi esse, e eu sinto muito, colega. Gostaria que você fosse recepcionado de uma forma melhor, que a gente pudesse estabelecer nessa legislatura que a preocupação dos deputados estaduais e das deputadas estaduais seja garantir o bom uso da ferramenta Assembleia Legislativa para debater o que é de interesse público e defender o interesse da diversa, diversa população do estado de São Paulo.

Por isso, a gente não vai votar hoje o pedido do colega.

A segunda questão que me traz à tribuna de novo: a defesa da Sabesp. Nossos colegas, trabalhadores do Sintaema, nossos colegas lutadores do MAB, do Movimento dos Atingidos por Barragem, muitos lutadores da pauta ambiental, populares que usam o serviço de água e esgoto de São Paulo estão aqui na Casa hoje numa ocupação, pedindo para a gente atenção na possível votação sobre a privatização da Sabesp, que Tarcísio desde a campanha vem dizendo que é uma das suas possíveis prioridades.

A Sabesp é a última grande empresa pública do estado de São Paulo. Vou repetir isso: a última grande empresa pública, porque na legislatura passada essa Casa se dedicou à extinção de muitos órgãos e entidades públicas, e eu tenho certeza que a legislatura se arrependeu no final do saldo que fez. A Sabesp, hoje, é responsável por quase 60% da população do estado de São Paulo, não atinge a minha região, infelizmente.

Aliás, a minha região, a minha cidade, especificamente, é uma das muitas cidades no mundo que estão reestatizando o serviço de água e esgoto. No mundo, na Europa, na América Latina, a gente está assistindo que a concessão, ou a privatização de um serviço tão essencial à vida, que é a água, e que não pode ser produzida pelo mercado, a água é produzida pela chuva, pelas florestas, já está aqui - no estado de São Paulo inclusive está em escassez -, a iniciativa privada não pode produzir. A gente tem que cuidar com coleta e tratamento de esgoto e a gente tem que distribuir para o bem humano.

A água, no estado de São Paulo, já é um assunto de interesse de desenvolvimento econômico, assim como é de desenvolvimento social, porque a gente está em um estado de escassez.

São muitas as decisões políticas que têm que ser tomadas sobre a Cantareira, de valor imensurável, sobre o PCJ, de valor imensurável, sobre cada corpo d’água que está sob responsabilidade do Governo do Estado, que tem que garantir hospital funcionando, escola funcionando, lava jato funcionando e as pessoas com a dignidade humana do banho e da cozinha.

Pois bem, eu sou de Itu. Itu privatizou o serviço de água e esgoto em 2007. Sete anos depois, em 2014, a gente não tinha uma gota de água na torneira. Culpa da chuva, alterações climáticas etc. E para você conseguir encher uma caixa d’água de mil litros o valor era 500 reais.

Veja bem, qualquer empresário aqui vai saber que é o básico. No momento de escassez, o valor do produto sobe. E não há garantia de divisão humana de uma coisa que é mercadoria e fruto de trabalho de uma empresa privada, que não é de gestão pública.

No mundo estão reestatizando porque a qualidade caiu. Vou contar um segredo aqui, se vocês não sabem: tratamento de esgoto é caro. Nenhuma iniciativa privada vai querer assumir tamanho passivo. Quem faz isso com responsabilidade humana sobre os rios, isso despoluiria o Rio Tietê, isso é para as pessoas, é iniciativa pública, que investiu bilhões de reais em infraestrutura nas adutoras, nas represas etc.

O resultado da privatização no mundo foi serviço de péssima qualidade, preço alto e desabastecimento da população vulnerável. Deixe-me explicar de novo. Quem está acompanhando de novo a fila das privatizações, Thiago Auricchio de novo dizer que conta comigo para a CPI da Enel.

A Enel cobra caro e presta um péssimo serviço. E a gente talvez vá ter que fazer uma CPI daqui para fiscalizar e tentar fazer essa empresa privada de energia garantir o básico para as favelas e periferias, que pagam o dobro da energia que as regiões centrais.

Então, neste momento, privatizar a Sabesp, além de desumano, é uma ação negacionista. Nesse Dia da Água é preciso lembrar que água é direito humano que o estado de São Paulo ainda não cumpre. Nenhuma iniciativa privada vai resolver o problema da crise climática que alterou o regime de chuvas no estado de São Paulo, que faz com que pessoas morram nas chuvas de verão e fiquem completamente sem água na torneira durante a estiagem no inverno.

Essa é a realidade do estado de São Paulo. E essa é uma realidade que a gente tem que se debruçar sobre a política. E a pouca água que a gente tem, a gente tem que discutir pela política, para garantir o direito humano e inviolável a lavar, cozinhar e exercer a atividade doméstica mínima.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos

 

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Sabe quem vai ser mais atingida, já é, pela falta de água no estado de São Paulo, Andréa? As mães, que administram o serviço doméstico. São elas que sentem, que não podem cozinhar, que não podem fazer a manutenção, são elas que são atingidas pelas escolas que estão sem aula pela falta de água nesse momento, são elas que têm que levar seus filhos para casa e cuidar quando os hospitais...

Essa é uma realidade no Interior de São Paulo. Não conseguem cuidar de seus pacientes que não estão em estado grave porque o pronto-socorro não pode atender por falta de água e condições mínimas de higiene.

Por isso, a falta de água é uma questão política que a gente vai precisar discutir com um conjunto de regras políticas. No Dia Mundial da Água eu quero lembrar que água é um direito humano, não é uma mercadoria. Por isso, viva a Sabesp pública! Contem com a nossa luta aqui no parlamento em defesa dessa importante empresa.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Só um minutinho, por favor. Para falar a favor, deputada Thainara Faria. Enquanto a deputada se dirige à tribuna, com anuência de V. Exa., uma comunicação. Tem V. Exa. o tempo regimental para uma comunicação, deputado.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, deputada, pela concessão. Apenas, no máximo, meus dois minutos. Eu não podia deixar de vir aqui, presidente, para trazer um comunicado muito importante.

Ontem eu usei a tribuna desta Casa falando do orgulho da cidade em que moro, da cidade que represento, São José do Rio Preto, ter sido eleita a primeira cidade do Brasil em saneamento básico.

É um orgulho de todos nós. Hoje, o que nós pudemos constatar - e é isso que fiz questão de retornar aqui - é que nada acontece por acaso. As coisas acontecem quando você cuida, quando tem planejamento, quando tem investimento.

O que aconteceu foi isso. O atual prefeito, Edinho Araújo, no início dos anos 2000, assumiu a cidade onde faltava água todos os dias, em todos os bairros, onde não tinha nada de esgoto tratado.

Ele decidiu por criar o Semae. De lá para cá, o Semae, com a prefeitura, parcerias com o governo federal e com o Governo do Estado, vem avançando e trazendo grandes conquistas, chegando no patamar de hoje, com todo esse mérito de ser o primeiro lugar, no Brasil, em saneamento básico. E aí, por que nada acontece por acaso?

Porque todos os investimentos que foram feitos, lagoa de tratamento de esgoto, estação de tratamento de água, todas as redes adutoras, etc., só agora, no aniversário da cidade, foi anunciado um investimento de 12 milhões, que vai beneficiar 30 mil moradores da região leste da cidade.

Também foi inaugurada a reforma e ampliação da estação de tratamento de água, que dobrou a sua capacidade. De 450, quase dobrou para 750 litros por segundo, aumentando em 60% a produção de água para o município.

E hoje, exatamente hoje, a inauguração do sistema de coleta, afastamento e recalque do esgoto do distrito de Talhado. Essa obra levou 24 quilômetros de rede, e teve 22 milhões de investimento. Rio Preto tem 100% do esgoto coletado tratado.

Obrigado, presidente. Parabéns, São José do Rio Preto.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, a deputada Thainara Faria.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Deputado. Inclusive, parabenizá-lo pela forma democrática com a qual conduz as sessões, ouvindo a todos os deputados. Agora, com mais tempo para explanar sobre aquilo que é importante.

Primeiro, dizer que estamos em obstrução, assim como disse o nosso vice-líder, Marcolino, nós não temos nenhum tipo de objeção ao deputado Gerson Pessoa, do Podemos, ir buscar conhecimento, trazer tecnologia para o estado de São Paulo. Mas nós temos alguns temas para conversar aqui. E eu vou falar da fila.

A fila precisa incomodar a quem não resolve ela. Não a nós, que estamos dando soluções. Eu quero ler um trecho para vocês. Todos nós conhecemos as atribuições dos deputados e deputadas: legislar e participar das sessões. Eu quero ler um trecho. Quero saber se alguém sabe de onde que é esse trecho que eu vou ler.

“Outra atribuição do deputado é a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado. No exercício do mandato, ele tem livre acesso às repartições públicas. Pode fazer diligências, pessoalmente, nos órgãos de Administração Direta ou Indireta.”

Deputado Reis, você sabe de onde é esse trecho que diz que os deputados estaduais e as deputadas estaduais têm, como atribuição, fiscalizar a questão contábil do Estado? É do site da Alesp. É só você entrar no www.alesp.sp.gov.br , que você vai ter acesso às atribuições do deputado. Isso, o site desta Casa está dizendo. Que a gente tem que fiscalizar.

Por que a Presidência está obstruindo o nosso direito a protocolar uma CPI? Por que há situações degradantes e desumanas, em pleno 2023, para que nós possamos pautar aquilo que o povo do estado de São Paulo está pedindo para que os seus representantes públicos e políticos pautem?

Nós precisamos que esta Casa, urgentemente, atenda o apelo para que seja protocolada uma CPI de cada lado, seja da oposição, seja da situação. E que respeite as condições de trabalho dos servidores desta Casa e dos assessores parlamentares. Há solução a uma fila. Ser notícia no Bom Dia São Paulo, não é possível!

Nós deveríamos ser notícia pelos belos projetos que nós estamos aprovando, pelos belos temas que estamos debatendo, pelas emendas que estamos destinando para as cidades, por aquilo que estamos construindo para o povo.

E não, por fazer, em 2023, filas para conseguir legislar. O que é a nossa posição, o que é a nossa obrigação, segundo o que consta no site desta Casa, segundo o que consta na Constituição Estadual e na Constituição Federal.

Nesse sentido, apesar de sermos a favor de que Gerson Pessoa possa trazer conhecimento a esta Casa, possa viajar para Curitiba, sem prejuízo ao erário, nós queremos conversar sobre a Sabesp. Nós vamos falar sobre a Sabesp.

Hoje, dia 22, é o Dia Mundial da Água. Hoje, a Sabesp atende cerca de 375... Vou voltar a falar. Trezentos e setenta e cinco munícipios. São mais de 28 milhões de habitantes no estado de São Paulo atendidos com a água pela Sabesp, e mais de 25 milhões atendidos através do tratamento de esgoto pelo saneamento básico.

 Vai privatizar para dar lucro? Em 2022 a Sabesp deu lucro de mais de 1 bilhão ao estado de São Paulo. Água é bem público, não tem que ser mercadoria. As pessoas precisam ter acesso à água de qualidade, ao saneamento básico, sem que venham um conjunto de pessoas e queiram transformar isso em dinheiro.

Nós deveríamos estar debatendo como mais proteger o meio ambiente, como mais conseguir garantir água de qualidade, saneamento básico para mais pessoas.  Agora, dar uma solução a algo que não é problema... Isso é, demasiadamente, sério.

Nós não podemos debater se o deputado vai para Curitiba ou não, para ir no encontro da tecnologia enquanto nós não tivermos o direito nesta Casa de debater as questões do estado de São Paulo. É urgente que a gente possa proteger a Sabesp. Não tem outro tema mais urgente do que esse nesse momento, nesta Casa.

Se nós não pudermos protocolar uma CPI, se nós não pudermos bater na porta do gabinete do presidente e conseguir falar com ele sobre a urgência de respeitar a dignidade dos assessores, se nós não pudermos garantir que a oposição se posicione e que esses deputados que foram eleitos para ser a voz daqueles que estão ali, que têm uma dificuldade gigante para entra nesta Casa, que têm que passar por detector de metais, que têm que fazer uma série de coisas... Nós estamos aqui para dar voz aos pedidos de vocês e, hoje, a bandeira está dizendo: “privatização da Sabesp, não.”  Privatização da Sabesp, não.

Se eu, com os meios que a Constituição me garante, que o site da Alesp diz que eu tenho, de fiscalizar, de protocolar CPI, não posso atuar nesta Casa, o que irei fazer aqui, deputado Marcolino? O PT está obstruindo a sessão e estará em estado permanente de obstrução enquanto nós não resolvermos a questão das filas.

E nós vamos ser o pesadelo daqueles que querem privatizar o bem público. Nós seremos o pesadelo daqueles que querem privatizar a água. Se quiser garantir saneamento básico para as famílias que estão às margens, conte conosco. Se quiser garantir água de qualidade às famílias na cidade que precisam, conte conosco.

Mas não mexam com os 375 munícipios que estão sendo bem atendidos pela Sabesp e pelas mais de 28 milhões de pessoas que têm água de qualidade na torneira, porque há um serviço de qualidade sendo prestado. Aí, não. Aí o incômodo vai ter que ser de quem está tentando impedir que nós sejamos a voz da população.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada. Para falar contra, o nobre deputado Guilherme Cortez. (Ausente.) Para falar a favor, o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo. Tem, V. Exa., o tempo regimental.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, volto à esta tribuna para, primeiro, dizer para o deputado Gerson Pessoa que todas as pessoas que me antecederam aqui, quero reafirmar isso... Nenhum de nós somos contrários a licença do deputado Gerson Pessoa do Podemos para ir ao encontro da tecnologia em Curitiba. Muito pelo contrário.

 Mesmo porque alguém citou aqui, um deputado citou aqui, acho que foi o deputado presidente que falou assim: “- A semana passada nós votamos a licença do deputado Paulo Fiorilo para ir em uma atividade representativa para o Japão”.

E ele lá está, e nós autorizamos, nós votamos a favor, com certeza. Em nenhum momento, deputado do PT, do PSOL, do PCdoB, acredito - e de qualquer outro partido, pois todos são muito importantes nesta Casa -, vai votar contrário à licença de uma deputada ou um deputado para fazer uma viagem de representação.

Então, deputado Gerson Pessoa, fique tranquilo que nós, do Partido dos Trabalhadores... E está aqui o nosso líder em exercício, deputado Luiz Claudio Marcolino, que já falou isso aqui; deputada Thainara já falou isso aqui.

Todos os deputados que me antecederam falaram. Fique tranquilo, que nós votaremos a favor. A gente se inscreve contra, mas nós estamos dizendo aqui, afirmando: nós não somos contra a viagem de V. Exa. para Curitiba, numa viagem de representação.

Mas, Sr. Presidente, o que nos traz aqui é exatamente o que aconteceu hoje: nós participamos de uma reunião do Colégio de Líderes, que o presidente convocou meio que extraordinariamente. E a gente imaginava que, ao fazer uma reunião do Colégio de Líderes, a expectativa era de que tivéssemos a possibilidade de conversar sobre isso e podermos chegar a um bom termo. É para isso que se reúne o Colégio de Líderes - para definir a pauta, estabelecer o que vai se votar na semana.

Mas pasmem: não havia nem a disposição dos líderes que defendem o Governo neste estado e nesta Casa para fazer qualquer tipo de composição para que nós pudéssemos evitar o vexame que a Casa e que os deputados e deputadas estão passando, expostos à mídia, por conta dessa fila vergonhosa. E que pena que as pessoas, a pedido de deputados, têm que ficar dias e noites aí nessa fila que lamentavelmente não é legal.

É por isso que nós estamos obstruindo. E por isso é que também gostaria de aproveitar esta oportunidade, Sr. Presidente, para falar da luta desses trabalhadores da Sabesp aqui no estado de São Paulo, especialmente hoje, que é o dia mundial da água. E água é um bem da vida. Água não é negócio, água não é para a gente aproveitar para ganhar dinheiro.

A tarifa tem que ser a mais módica possível, a mais acessível possível. A tarifa não pode ser para que a Sabesp enriqueça, para que o governo do estado de São Paulo enriqueça às custas de muitas pessoas que sequer têm água tratada na sua casa.

E por isso eu quero saudar os trabalhadores da Sabesp, os membros da direção e as pessoas que compõem o Sintaema, Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, aqui presentes. (Manifestação nas galerias.)

Eu quero saudar também os membros da Fenatema, Federação Nacional dos Trabalhadores de Água, Energia e Meio Ambiente. E também a FNU, Federação e Confederação Nacional dos Urbanitários.

E dizer, Sr. Presidente, que quando falamos de água, de tratamento de esgoto e de saneamento básico, eu já escutei alguns políticos falarem - prefeitos, o governador ainda não escutei, mas certamente alguns pensam assim - que saneamento básico é obra cara, como disse a deputada que me antecedeu, deputada Thainara. É muito cara.

E tem político que pensa, e assim se comporta, que rede de esgoto não dá visibilidade, porque é feita por baixo da terra. Não é um viaduto, não é uma ponte que dá visibilidade para o prefeito ou para o governador. E por isso que eles não querem, muitas vezes, investir.

Mas a Sabesp de São Paulo tem feito isso com maestria. E é por isso, pelos investimentos e pela importância que tem essa empresa para o nosso estado e para o povo paulista, que nós somos contrários à sua privatização.

Porque nós temos também o exemplo de uma outra concessionária que era pública, a Eletropaulo. E quem aqui é da minha faixa etária lembra, que foi também aprovada a sua privatização nesta Casa e hoje nós temos a Enel, a EDP e outras tantas concessionárias que prestam um mal serviço, infelizmente.

Eu tenho visto, a gente tem aprovado aqui, na Comissão de Infraestrutura, da qual eu até então era o presidente, a gente convoca a direção da Enel para vir aqui falar do serviço ruim e péssimo que eles prestam, mas a tarifa sempre aumentando. O preço da energia elétrica sempre aumentando.

E é isso que não queremos, que a Sabesp seja vendida para beneficiar o mercado, beneficiar a bolsa de valores, beneficiar os interessados em ganhar dinheiro em detrimento da população, da periferia, das cidades que precisam de uma empresa pública com esse espírito.

Nós somos radicalmente contra a privatização da Sabesp e esse debate vamos fazer aqui. Vamos fazê-lo aqui. Obstruindo, fazendo tudo o que a gente puder nesta tribuna, neste plenário, para defender um patrimônio que é do povo paulista, para defender um patrimônio que não é do Sr. Governador, que acabou de chegar em São Paulo.

O povo paulista acabou, de certa forma, querendo mudanças, mas elegeu um governador que nem conhece o nosso Estado, mas que chega com a sanha de vender aquilo que é patrimônio do povo paulista.

Esse debate nós vamos fazer aqui e pode ter certeza, o PT, as bancadas de esquerda, nós vamos, aqui, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para a gente não deixar que o patrimônio do povo paulista seja entregue para negócios, porque água é vida, água não é negócio, não é para alguns ganharem dinheiro. É a defesa do povo paulista, é a defesa da vida e da saúde pública.

E aí, Sr. Presidente, nós também temos aqui, no estado de São Paulo, várias mazelas que não são do governo atual, é bem verdade. O governo atual não tem nem três meses que assumiu o Governo do Estado, mas os problemas continuam.

Existe uma frase: “Quem sucede, sucede em tudo”. Não sucede só nas coisas boas, assume ônus e bônus, não é só bônus. E quero falar da CPTM, da Linha 15 - Prata, da imobilidade. Eu não chamo de mobilidade. Se a gente concede para uma empresa e em vez de mobilidade é imobilidade... Então a Linha 15 - Prata, começaremos por essa.

A Linha 15 - Prata foi projetada da Vila Prudente até a Cidade Tiradentes. Isso faz anos. Demorou por demais para iniciar o primeiro trecho. O ano passado inteiro foi batida, pneu que voa, problemas, todo ano, várias vezes ao ano, temos problemas com a Linha 15 - Prata.

Inclusive estou propondo, deputada, uma CPI para investigar as mazelas do governo anterior e do governo atual, que assumiu. Por que não resolve o problema do funcionamento da Linha 15 - Prata.

Eu moro na Cidade Tiradentes, no extremo da zona leste, e lá a gente sempre defendeu que o povo de Cidade Tiradentes merecia, e merece, o Metrô. Por que mandaram - ou estão mandando, nem chegou ainda - um tal de “enganotrilho”. Eu costumo dizer que não é monotrilho, é “enganotrilho”, porque engana a população. E muita gente acha bonito.

Deus nos livre, Deus livre as pessoas que usam esse modal de um dia acontecer uma tragédia, porque não tem nem por onde as pessoas saírem, não tem por onde as pessoas descerem, são 15 metros de altura.

É uma situação tão insegura, um modal que não dá conta e que só dá problema toda semana. Por isso queremos investigar, por isso esta Casa tem a obrigação de investigar por que as coisas não se resolvem, o que está acontecendo, por que não punem a empresa que é a responsável.

Não obstante, também tem a Linha 8 - Diamante e a 9 - Esmeralda. Acabei de falar que foi concedida para uma empresa chamada Via Mobilidade, mas eu costumo chama-la de “Via Imobilidade”, porque, também, é um serviço público que foi entregue para o particular, que também não dá conta.

Existe uma frase que diz: “Quem não pode, não se estabelece”. Quem não pode dar conta, por que quer tomar conta? Então, sou também a favor de que tenhamos que investigar por que foi concedido e por que essa empresa “Via Imobilidade” não dá conta de prestar um serviço de qualidade.

Também, Sr. Presidente, temos em São Paulo problemas gravíssimos de enchentes. São enchentes em todo o estado, mas vou falar da zona leste, do Alto Tietê, que é a região de que estou mais próximo e que vejo quase todos os dias. Região do Itaim Paulista, região de São Miguel Paulista, Jardim Helena, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba.

O prefeito de Itaquaquecetuba, esses dias, falou: “O asfalto foi todo embora. O governador não olhou para mim, eu não pude fazer nada”. Pediu socorro para que eu intercedesse, intermediasse uma agenda com o presidente Lula ou com um ministro, o ministro que fosse responsável, da Integração Nacional ou outro ministro, para ajudar a prefeitura, o prefeito e a região, a cidade de Itaquaquecetuba, vítima das enchentes que acontecem todo ano. Todo ano!

Aprovamos um projeto aqui, o Projeto nº 82, de 2022, que versava sobre um programa para atender as famílias que foram ou serão vítimas de enchentes em áreas de risco, que poderiam ser removidas de forma humanizada, de forma segura, de forma decente. Sabe o que o governador fez? Vetou. É insensibilidade.

Esse é o governador que temos. Quando fala de um projeto que é de um deputado de oposição, pode ser legal como for, mas é de deputado de oposição, então vamos vetar, vamos achar um meio de vetar por razões que ele encontre. A gente condena e não pode concordar com isso. Então, o problema das enchentes é um problema gravíssimo no estado de São Paulo e tem que ser enfrentado.

Por fim, mas não menos importante, ainda na área da CPTM, somos contrários à privatização da CPTM, porque o serviço tem que ser prestado de forma pública, com tarifa e com condições para que as pessoas possam acessar e ter um transporte decente.

Eu sou coordenador de melhorias, reforma, segurança e acessibilidade das Linhas 11 - Coral e 12 - Safira, mas não são só essas linhas que têm problemas. Tem estações na região de Itaquaquecetuba, que se chamam Engenheiro Manoel Feio, Aracaré, ou a própria estação Itaquaquecetuba, que fazem vergonha você ver que aquilo é uma estação do estado de São Paulo.

Outro dia, falei com o ex-deputado, lá de Suzano, Estevam Galvão. Eu falei para ele: “Deputado, quando eu passo por Suzano, dá vontade de descer do carro oficial e pegar o trem. É tão bonita a estação de Suzano!”. Até o parabenizei e sei que foi fruto de uma luta, mas vá a Aracaré, vá a Itaquaquecetuba, vá a Engenheiro Manoel Feio, vá à Estação Antônio Gianetti, em Ferraz de Vasconcelos, vá a outras tantas que tem no estado. Então, não queremos privatizar. Queremos que cuidem do patrimônio do povo paulista.

Para encerrar, Sr. Presidente, com muita luta, nós defendemos que esta Casa tenha uma comissão permanente de habitação e reforma urbana. Vamos aprovar aqui. Acho que foi muito bom...

Acho, não, tenho certeza de que foi muito bom podermos aprovar essa comissão aqui para que tratemos dessas questões de áreas de risco, tratemos da regularização fundiária, tratemos dos conjuntos habitacionais que o estado faz, da CDHU, que faz de forma irregular e que ela mesmo se autofiscaliza.

Essa comissão vai tratar dessas questões, vai discutir, vai dialogar, vai apresentar propostas a essas questões do estado de São Paulo.

Por isso, para concluir, Sr. Presidente, quero reafirmar ao deputado Gerson Pessoa que nós, do Partido dos Trabalhadores, não somos contrários a que ele faça a viagem de representação para Curitiba.

Um forte abraço a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Antes de chamar a nobre deputada para falar contra, a nobre deputada Paula da Bancada Feminista, quero me desculpar com ela e com a bancada do PSOL, porque, na sequência, quando não estava presente o deputado Guilherme Cortez, eu teria que seguir a sequência chamando o próximo deputado para falar contra, que seria ela. Eu acabei chamando para falar a favor.

Queria me desculpar por esse equívoco. E agora com a palavra a deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde. Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde aos colegas deputados, pessoas que nos acompanham aqui no plenário.

A bancada do PSOL hoje se coloca contrária ao requerimento do deputado Gerson Pessoa para a sua viagem de representação, ainda que nós consideremos muito importante tal viagem, ainda que nós consideremos muito importante a possibilidade que os deputados desta Casa estejam em eventos em outros estados, em outros países, como vários deputados fazem.

Porque é muito importante que esta Casa Legislativa também mantenha um contato, mantenha um diálogo, mantenha uma troca com outros espaços de representação.

Mas hoje, Sr. Presidente, como outros deputados se colocaram aqui, a nossa bancada está em obstrução e está em obstrução porque, infelizmente, nós vivemos um problema democrático muito sério nesta Casa Legislativa.

Coloco isso aqui como bancada do PSOL, que como todas pessoas sabem, não fez parte do acordo que elegeu o presidente desta Casa, André do Prado, mas que também não foi procurada para nenhuma das negociações que poderiam ter sido feitas.

 Não foi procurada para falar das CPIs; não foi procurada para falar das comissões; não foi procurada para tratar sobre temas que são tão importantes para que nós, uma bancada formada na nossa federação por seis parlamentares - cinco do PSOL e um parlamentar da Rede - pudessem então exercer o seu mandato como deveriam exercer.

Eu quero lembrar inclusive que dentre os três deputados mais bem votados desta Casa Legislativa estão o nosso querido deputado Suplicy, depois o deputado Carlos Giannazi, do PSOL, e depois o nosso mandato, a bancada feminista. Isso coloca então os nossos mandatos com bastante legitimidade para poder atuar nesta Casa Legislativa, para poder tocar os seus trabalhos assim como todos os colegas deputados que tiveram os seus votos e que por isso hoje compõem esta Casa Legislativa, uma Casa que deve servir a que todos possamos exercer o nosso trabalho.

Eu tenho feito falas neste plenário falando bastante sobre o nosso interesse, o interesse do nosso mandato em instalar uma CPI que investigue o trabalho análogo ao escravo aqui no estado de São Paulo.

E pergunto então ao Governo do Estado, pergunto então à Presidência desta Casa qual é o medo que o governo Tarcísio tem em instalar uma CPI que investigue o trabalho análogo ao escravo aqui no estado de São Paulo.

 Qual é o problema que nós temos em tentar erradicar de uma vez toda essa herança tão triste, tão traumática da escravidão no nosso País e também no estado de São Paulo? Eu não vejo nenhuma razão para que uma CPI como essa não seja tocada.

Inclusive uma coisa que me faz ter certeza de que esse é um argumento político, um argumento que nos retira da fila, um argumento que não nos fala sobre os acordos que têm que ser feitos.

Eu tenho certeza disso porque em outra legislatura, em outra oportunidade, vejam os senhores que essa mesma CPI foi tocada por um deputado do PSDB durante um governo do PSDB.

Eu não vejo então qual é o problema do governador Tarcísio, qual é o medo do Governo do Estado de São Paulo em ver instalada nesta Casa uma comissão parlamentar de inquérito que investigue o trabalho análogo ao escravo, quando nós vemos tantas denúncias, tantos resgates sendo feitos.

Quando o nosso papel como parlamentares é não só fiscalizar as políticas públicas, não só fiscalizar os casos, mas também ver qual é a contribuição que a nossa Casa Legislativa pode dar para acabar de uma vez por todas com o trabalho análogo ao escravo no estado de São Paulo.

Infelizmente, nobres deputados, outras CPIs provavelmente serão instaladas, como nós vimos a imprensa nos dizer. Provavelmente uma CPI de invasão de terras, que inclusive a imprensa colocou como antagonista a nossa CPI do trabalho análogo ao escravo e pergunto: por quê?

Por que nós não podemos investigar o trabalho escravo no estado de São Paulo? Por que o Governo do Estado dá aval para investigação de supostas invasões de terras quando as pessoas lutam por direito à moradia, e não dá aval para erradicar de uma vez por todas condições degradantes, jornadas exaustivas de trabalho, como nós queremos ver?

Bom, não poderia ser diferente, não poderia ser diferente, porque infelizmente a gente sabe a que esse governo veio. Quando, desde o primeiro momento, eu assomei a esta tribuna para colocar o nosso mandato como oposição ao Governo do Estado, o fiz não só pelas questões democráticas desta Casa.

Eu o fiz também porque hoje, como os trabalhadores da Sabesp vieram aqui dizer, é o Dia da Água. Água é, ou melhor, deveria ser um direito de todos. A água é e deveria ser um direito, uma fonte de vida, e não uma fonte de lucro, Srs. Deputados.

Qual é, então, o interesse do Governo do Estado em não garantir a ampliação do direito à água e ao saneamento básico de forma pública, remunerando bem os seus trabalhadores, garantindo o acesso em todos os lugares.

Ora, a experiência urbanística que temos ao redor do mundo é de cidades que privatizaram a água em outros momentos e que voltaram atrás, voltaram atrás porque não funcionou, voltaram atrás porque encareceu o serviço, voltaram atrás porque infelizmente o que a gente viu nesses lugares é que a água e o saneamento não chegaram para todo mundo, e essas cidades tiveram que voltar atrás depois da pressão popular.

Foi assim em Berlim, quando a população organizou um referendo, foi assim em Paris, quando a privatização aumentou em 20% as tarifas, tarifas que ficaram mais baratas depois da remunicipalização, foi assim em Setúbal, onde também houve a redução da tarifa depois da remunicipalização, foi assim em Buenos Aires, quando dez anos após a privatização, 800 mil pessoas não tinham acesso à água na cidade, à água potável. Isso era cerca de 87% da tarifa mais cara na cidade.

Então, Sr. Presidente, nós estamos aqui hoje em obstrução porque entendemos que infelizmente não é possível votar neste momento o requerimento do nobre deputado Gerson, mas mais do que isso, também porque nós queremos dizer que esta Casa legislativa não vai  aprovar a toque de caixa todo e qualquer projeto do governo do estado de São Paulo que tenta nos empurrar goela abaixo a retirada de direitos, e mais, que tenta calar a voz da oposição nesta Casa legislativa, impedindo que nós nos utilizemos de um instrumento básico, que é o instrumento do Protocolo; de um instrumento básico, que é a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Esse método, infelizmente, nós vimos também no Governo Federal anterior. Infelizmente, nós sabemos que o método de tentar calar a oposição é um método bolsonarista, e aqui, como eu disse na minha primeira fala no plenário, e repito, esta Casa legislativa, este Estado, não vai fazer sair daqui o sucessor do governo Bolsonaro.

Se depender de nós, não vai, seja no método, seja na truculência, seja na sua sanha privatista, porque a Sabesp é um dos patrimônios públicos que o Governo do Estado quer privatizar, mas infelizmente não é o único deles.

Eu gostaria muito que todos os deputados hoje estivessem aqui no plenário. Eu gostaria muito que todos os deputados hoje se manifestassem para dizer se eles estão vendo o que está acontecendo nas linhas 8 e 9 CPTM, se eles estão vendo o que a privatização pela Via Mobilidade está causando para as pessoas que vivem na cidade de São Paulo, se eles estão vendo as pessoas caminhando no trilho, as pessoas passando mal, uma superlotação sem nenhuma explicação, se eles estão vendo transformador pegando fogo, colisão de trem, morte de trabalhador haitiano.

Eles estão vendo a mesma coisa que nós estamos vendo? É verdade, Srs. Deputados, que a privatização é a melhor solução? Para quê? Para quem? Para o lucro de determinados empresários?

Porque para nós isso não serve. Nós não faremos política que priorize o lucro em detrimento à vida. Isso para falar de água e saneamento, que é um direito básico. A água é um direito básico reconhecido pela Organização das Nações Unidas, pela ONU.

Infelizmente, pode deixar de ser um direito básico aqui no estado de São Paulo, porque o transporte é fundamental para que as pessoas possam se locomover, chegar até seus trabalhos, chegar até seu espaço de lazer.

E todos os dias os usuários das Linhas 8 e 9 são humilhados ao tentar pegar o transporte público. E nós sabemos que a tentativa de privatização dos trens da CPTM e do Metrô não vai parar por aí, e nós seremos ferrenhamente contra esse projeto de privatização nessa Casa Legislativa.

Então, hoje é um dia, dia 22, o Dia Mundial da Água, em que nós viemos aqui dizer que água é direito, que água é direito humano, que água é um direito fundamental e que nós lutaremos nessa Casa Legislativa pelo direito do acesso à água, mas também pelos trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp.

Mas que nós também lutaremos para barrar todo e qualquer tipo de privatização, porque infelizmente alguns políticos tentam se vender como menos políticos, como mais gestores e que na verdade só querer gerir uma coisa, que é o lucro, que é o lucro no bolso deles, e não é o direito da nossa população.

Eu espero que as pessoas que estão aqui nos acompanhando também sejam parte dessa discussão, porque a luta que nós travaremos aqui nessa Casa é uma luta incansável para não ver mais nenhum patrimônio público ser vendido.

Os 30 anos de gestão do PSDB tentaram, sim, privatizar e vender muito dos nossos patrimônios. Até agora a gente não sabe direito o que aconteceu com empresas, como a CDHU, por exemplo, que deveriam estar garantindo a moradia das pessoas que perderam as suas casas no Litoral Norte. Até agora a gente não tem resposta.

Vai ter casa definitiva para quem perdeu a casa no Litoral Norte? E as pessoas que voltaram para suas casas em área de risco e não têm nenhuma solução e não sabem para onde vão?

Ouvi uma história de vila de passagem, não consigo entender direito se essa vila de passagem vai acontecer, onde vai, mas vai ter moradia definitiva ou as pessoas vão seguir morando em encosta? Ou as pessoas vão seguir morando na ribanceira, na beira de rio porque não têm condições de morar noutro lugar? Só uma empresa pública poderia dar conta de garantir a plenitude do direito à moradia.

Felizmente, nacionalmente o programa Minha Casa Minha Vida voltou. Felizmente o programa Minha Casa Minha Vida voltou com aluguel social. Isso é ótimo para o nosso País, mas o estado de São Paulo tem uma responsabilidade na garantia da moradia adequada e nós cobraremos que o estado de São Paulo também cumpra o seu papel em termos de política pública.

Então, mais uma vez eu peço desculpas ao nobre deputado Gerson Pessoa, porque não vai ser hoje que nós poderemos votar o seu requerimento, deputado. Eu espero que o senhor, em outro momento, possa fazer essa viagem, mas nós não o faremos porque, infelizmente, a voz que nos é dada nessa Casa é a voz que nós precisamos arrancar vindo aqui ao plenário, falar.

Todos os dias eu estou aqui, todos os dias eu tento conversar com as pessoas sobre os problemas do nosso Estado. Todos os dias eu tento fazer propostas de melhoria.

Eu gostaria muito que os deputados aqui fizessem a mesma coisa. Infelizmente, poucos são os deputados que usam desse direito, o direito de falar no plenário. Mas muitos são os deputados, em detrimento da oposição, que têm o seu direito garantido, o direito de ter instalado CPI, o direito de ter ocupação em comissões, o direito de presidir comissões.

E nós, a nossa bancada, que desde o começo se coloca como uma bancada de oposição, também quer ver garantido o seu direito de ter assento nas comissões, de poder instalar sua CPIs, de ver as suas frentes parlamentares funcionando também. E nós lutaremos, aqui nessa Casa, para que o nosso direito seja ouvido.

A bancada da federação PT e PCdoB, que hoje se também em obstrução, tem um total de 19 parlamentares. Isso os coloca ao lado do PL, bancada do presidente desta Casa, como as maiores bancadas. Nós temos na nossa federação seis deputados. E eu vou dizer para vocês que 25 deputados fazem muito barulho. Nós seguiremos fazendo.

Infelizmente, deputado Gerson, hoje nós estamos contra e seguiremos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para falar a favor, nobre deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente Gilmaci, cumprimentar o deputado Milton Leite, o deputado Nóbrega, o deputado Emídio, a deputada Ana Perugini, o deputado Marcolino, a deputada Paula da Bancada Feminista, a deputada Monica Seixas.

Sr. Presidente, quando o presidente André do Prado esteve na bancada do PT conversando sobre a sua eleição para presidir esta Casa, eu confesso que vi nele um democrata, uma pessoa que realmente estaria disposta a mudar as condições de funcionamento desta Casa.

Surpreendeu-me a forma como se deu essa questão para registrar CPI. Eu tenho aqui um pedido de CPI. Não estou dizendo que essa CPI vai ser instalada, mas eu tenho um pedido já com as assinaturas, com 34 assinaturas, duas a mais que as 32 exigidas. Ontem, quando eu cheguei, cheguei cedo, venho todo dia a esta Casa, Sr. Presidente, e eu até acho, quando eu vejo este plenário vazio, estranho, porque na Câmara eu brigava muito para que os vereadores estivessem no plenário.

Lá ainda tem o plenário virtual e muita gente fica do seu gabinete, de sua casa, de Dubai, da praia, e eu cobrava muito a presença dos vereadores na Câmara. E eu cobro muito a presença dos Srs. Deputados, das Sras. Deputadas aqui no plenário.

E acho até bom a obstrução, acho muito bom a obstrução. Debater é muito bom, que as pessoas possam se posicionar, possam se colocar, porque esta Casa é para isso.

Então quando o Donato, junto com o líder Marcolino, se colocou em obstrução, porque nós estamos em obstrução a partir de hoje, isso quer dizer que seria muito bom que essa obstrução pudesse durar os quatro anos.

Ou seja, todos os dias, sem trégua, todos os dias, porque esta Casa passaria a ter a presença de todos os parlamentares aqui e a obstrução pode atrapalhar a vida de muita gente.

Quando eu cheguei ontem e vi essa fila, já tinham logo cedo mais de 15 pessoas na fila, a gente percebe a esperteza, a gente percebe a rasteira, o sorrateirismo, de tal forma que somente aqueles representantes da bancada governista é que estavam ali na fila. Não tinha ninguém da oposição. Ou seja, a oposição não foi avisada.

Poderia o presidente da Casa falar “vai ter a fila, vai abrir a fila, estou avisando a liderança da oposição e os governistas”, aí, quem chegar primeiro, chegou. Mas não, a fila estava lá formada somente por integrantes ligados ao PL, ao Republicanos e assim por diante.

Aí é que está o golpe, a forma antidemocrática. Nós, da bancada do PT, não reconhecemos a fila, nós não concordamos com ela e nós pedimos que os nossos assessores não ficassem nessa fila. Não há pessoas do nosso partido nessa fila porque nós pedimos para que elas fossem retiradas.

Nós não vamos homologar essa fraude. Nós não vamos concordar com o jogo da esperteza, com o golpe baixo.

O Governo, obstruindo a oposição. O Governo, impedindo que a oposição possa desenvolver o que é o seu papel. O nobre deputado Gerson Pessoa faz seu requerimento, nós não somos contra.

Se tiver votação, nós vamos votar a favor. Mas nós estamos usando a obstrução para demonstrar, para esta Casa, que nós não vamos compactuar com os golpes baixos. Que nós não vamos aceitar o “rasteirismo”.

Por isso o deputado pode ficar tranquilo, que o nosso voto é a favor de que ele possa, sim, empreender a sua viagem, participar desse evento, o qual ele pede para que esta Casa vote, para que esta Casa aprove.

Mas, com relação aos fatos ocorridos, com relação à fila da vergonha, que aí está, e que repercute na mídia contra esta Casa, repercute na mídia contra a Mesa Diretora, da qual V. Exa. faz parte, é que nós temos que vir aqui e obstruir. E que essa obstrução seja eterna.

A questão da CPI, você instalar uma CPI não quer dizer que vai punir o governador, que é uma ferramenta contra o governador. Porque a CPI não faz as vezes do Poder Judiciário.

Ela não julga. Ela não tem poder punitivo. Ela não vai punir. Ela não profere sentença. Apenas, o que se pede, é o direito da oposição de investigar. E a CPI é o instrumento da Minoria. Não é instrumento do Governo.

Então, o Governo se organizar para que a Casa tenha apenas CPI de seu interesse, para que não venha expor ou divulgar questões relacionadas com fatos anteriores, isso é um absurdo.

Mesmo a CPI que eu quero protocolar nesta Casa, ela fala de fatos anteriores ao mandato. Ela não atinge o mandato do atual governador. Ela não atinge em nada. São fatos anteriores, fatos que aconteceram na eleição, e que não atingem o mandato do governador.

Apenas se quer investigar porque ainda não está claro. Se a Polícia tivesse feito o seu trabalho adequadamente, se a Polícia tivesse tido todas as condições para cumprir o seu papel, e se não tivesse sido obstruída também... Porque essa obstrução já aconteceu lá na investigação.

Se a investigação não tivesse sido dificultada, se a investigação acontecesse com transparência e lisura, também nós não teríamos motivo nenhum para protocolar um pedido de CPI. Se protocola, é porque há um fato determinado.

Há um fato determinado, que foi a morte de um inocente, a morte de um pai de família, que se encontrava desarmado. E que tentou se colocar como um atentado ao senhor candidato na época, Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de São Paulo.

Então é por isso que a gente está tentando instalar aqui. Mas, mesmo eu colhendo as assinaturas e protocolando ela, até garantir que essa CPI se instale e funcione adequadamente, ainda tem uma longa estrada.

Então é uma bobagem o que o Governo faz. É uma bobagem o que a Mesa Diretora desta Casa fez. Para que isso? Para que expor esta Casa da forma que ela está sendo exposta? Desnecessário!

Qual é o medo? Cadê as gravações das câmeras dos senhores policiais que se encontravam no dia? Cadê a gravação do cinegrafista da Jovem Pan que se encontrava lá no dia? Cadê o representante da Abin que acompanhava o governador naquele dia, naquele fatídico dia? São essas questões que se põem a apurar.

O governador não atirou em ninguém, o governador nem estava na cena do crime; ele estava em um evento. O que nós queremos apurar é a cena do delito, é onde aconteceu o delito, de que forma aconteceu o delito, porque não ficou claro.

E por que esse inquérito tão rapidamente já foi relatado e arquivado? Em casos de homicídios na periferia, que levam dois, três, quatro, cinco anos? Mas por que esse, envolvendo o então candidato, foi tão rapidamente relatado?

Por que a delegada que dirigia o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa foi transferida para uma divisão lá na Academia de Polícia? Uma pessoa que já dirigiu vários departamentos, várias seccionais, uma pessoa muito competente, muito conhecida.

Qual o motivo? É porque ela divergiu na investigação? Houve divergências na investigação, e por isso se preferiu que ela fosse afastada, que ela fosse retirada, que ela fosse colocada em um cantinho, escanteada? É isso que a gente quer apurar.

Mas isso não vai prejudicar o mandato do atual governador. Não vão prejudicar em nada fatos anteriores ao seu mandato. O que se busca é a verdade real; é isto que se busca.

O fato determinado foi o homicídio, foi tentar imputar ali um atentado. Esse é o fato determinado, e a gente pede aqui que esta Casa de Leis possa fazer o seu papel, o papel investigativo. É papel do deputado, da deputada, investigar, através das CPIs, da comissão parlamentar de inquérito.

Isso está previsto na nossa Constituição Federal. E diz ainda que é um instrumento da minoria. Então, não cabe a esta Casa, não cabe à Mesa Diretora dificultar que sejam protocolados os pedidos de CPI.

Ora, abre-se o protocolo. “Olha, oposição, situação: o protocolo vai abrir amanhã”. Agora, não dá para, antes de avisar para a oposição, você já ter uma fila com 15, 16, 20 pessoas, e todas elas, na hora em que você vai entrevistá-las, estão ligadas aos parlamentares governistas.

Isso foi muito desleal; eu jamais poderia esperar que esta Mesa pudesse ter esse comportamento, pudesse agir dessa forma. Jamais. Inclusive, alguns parlamentares, quando eu falei que eu tinha conseguido as assinaturas, ainda riram, falaram: “até conseguir as assinaturas não é tão difícil; o difícil mesmo vai ser você protocolar”. E aí nós fomos pegos, isso já na terça-feira, deputado Nóbrega... Terça, quarta, quinta - e só na sexta que se vai poder protocolar.

E uma fila onde as pessoas não podem ir ao banheiro, porque senão perdem o lugar. E tanto é uma ação desta Casa e da Mesa que as pessoas receberam uma senha. Ora, se tem senha, é porque o governo é que está organizando.

E mesmo com a senha, a pessoa não pode sair da fila? Então, o governo está se blindando, está se protegendo? O governo tem medo do quê? Do que o governo tem medo? A CPI não vai prendê-lo, a CPI não vai “impichá-lo”, os fatos não vão atingir o seu governo.

Qual é o medo de que se traga a verdade real? Qual é o medo que se tem da verdade? É essa pergunta que a gente precisa fazer o tempo todo. A senha é a prova da operação da bancada governista, da operação da Mesa Diretora para obstruir o direito da oposição.

Quando se entregou aquela senha, está ali a digital da gestão desta Casa, porque uma coisa é “Ah, não avisamos e teve uma fila”. Não, distribuiu-se senha, colocaram até cadeira para as pessoas sentarem. Nada contra, mas isso mostra a forma rasteira, a forma golpista do Sr. Presidente André do Prado, desta Casa.

Vamos dar nomes. A forma como ele agiu, como ele está agindo. A gente até pode dizer, como dizem aí, no ditado: “Muda-se a mosca, mas a meleca está a mesma”. A meleca está a mesma. Não podia esperar, de forma alguma, Sr. Presidente Gilmaci, que esta Mesa teria esse comportamento. O governo, a situação obstruindo o direito da oposição.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para falar contra, o nobre deputado Guilherme Cortez. Ausente.

Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Verificação de votação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. União Brasil em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - União Brasil está em obstrução.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Sr. Presidente, queria solicitar a prorrogação dos trabalhos por três minutos, dois minutos e um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental, colocaremos em votação assim que...

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Partido dos Trabalhadores em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Partido dos Trabalhadores em obstrução.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PSOL em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Coloco a bancada do PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Bancada do PL em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, o senhor me permite uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Estamos no processo de votação, então a sessão está parada. Depois V. Exa. faz a comunicação.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Poderia uma questão de ordem, mas eu espero.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Depois V. Exa. faz a comunicação. Obrigado.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, presidente. Para retirar os pedidos de prorrogação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental, nobre deputado.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Republicanos está em obstrução.

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem. Para colocar a federação PSDB e Cidadania em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - A federação PSDB e Cidadania está em obstrução.

 

O SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSD está em obstrução.

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - Pela ordem, Sr. Presidente. Partido Novo está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Novo está em obstrução.

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem, presidente. Para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Podemos em obstrução.

Lembrando as senhoras e os senhores que estamos votando o requerimento de licença do nobre deputado Gerson Pessoa. A votação que estamos realizando é do requerimento de licença para uma viagem de trabalho do nobre deputado Gerson Pessoa.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o MDB em obstrução, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O MDB está em obstrução.

Tendo transcorridos os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas. Aquelas Sras. Deputadas ou Srs. Deputados novos que ainda não têm o registro poderão fazê-lo no momento oportuno, nos microfones de apartes.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Sr. Presidente, para fazer um apelo à deputada Monica para tirar essa verificação de votação, porque não é justo com um colega que está chegando aqui agora, em uma comissão de representação. As bancadas de esquerda vão precisar durante este mandato. É um sinal horrível para o início dos trabalhos.

Então, faço um apelo para que a deputada tire a verificação. Eu nem conheço o deputado, não sei quem é e não tenho procuração para defendê-lo, mas deixo aqui o meu voto “sim” e o apelo para que se tire essa verificação a esse requerimento de comissão de representação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. No momento oportuno, V. Exa. pode registrar o seu voto.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, só para fazer um apelo à deputada Monica e a todos do PSOL: não é justo, Sr. Presidente. Não é justo. Uma comissão de representação de um deputado? Será possível que a gente vai começar isso desse jeito? Eles vão precisar também. Todos!

Não é costume da Casa, o senhor sabe muito bem disso, todos os parlamentares sabem disso: não é costume da Casa não permitir que um parlamentar do estado de São Paulo venha a ter uma comissão de representação em outro estado. Isso é uma injustiça com o deputado. Isso não é justo.

Então, eu peço, mais um apelo, porque isso não pode acontecer, gente. Pelo amor de Deus. É questão de justiça.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Neste momento, vamos abrir os microfones de apartes para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não conseguiram fazer a votação eletrônica possam fazê-lo nos respectivos microfones de apartes.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Sr. Presidente, coloco o Progressistas em obstrução como vice-líder.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Apenas para uma questão de ordem também. Quantos votos nós precisamos para aprovar?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nobre deputado, nós precisamos nesse requerimento maioria simples, 48 deputados votando.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Quarenta e oito deputados votando nós temos aprovada a licença do deputado?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Exatamente, Sr. Deputado.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Deputado Gerson, o senhor pode justificar a ausência sem prejuízo, está bom? Não queria atrapalhá-lo. Também acho constrangedora a forma como a gente foi atrapalhado. O senhor pode representar este projeto amanhã, tem várias alternativas. A gente te ajuda.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É sobre a votação?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - É sobre a votação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pois não.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Nós precisamos de 48 votantes, metade mais um, votando sim ou nós aprovamos esse projeto com a deputada Monica Seixas retirando a solicitação de verificação dessa matéria, correto, presidente?

Presidente, mais uma vez, só para apelar à deputada Monica, porque o nobre deputado vai representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O Requerimento de Representação é para o parlamentar representar o Parlamento paulista nessa missão. Então o que ela diz aqui, presidente. “Ah, ele pode verificar”. Só solicitar para a deputada Monica tirar a verificação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Gil Diniz, a Questão de Ordem de V. Exa. eu vou responder. Vou responder a Questão de Ordem de Vossa Excelência. São necessários 47 deputados votando, mais este presidente.

Daria quórum 48 deputados participando da votação e da sessão. Então o quórum para se aprovar o Requerimento é maioria simples deste plenário, desta Assembleia Legislativa. Mais algum deputado deseja registrar o seu voto? Que faça agora, eu vou encerrar a votação. Sr. Deputado Tomé Abduch.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, o senhor pode explicar só qual seria o período em que ele estaria ausente?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nobre deputado, ele estaria ausente no período de 23 e 24, sem ônus para esta Casa. Não tem ônus para esta Casa, apenas para justificar a sua falta. É regimental e não haverá ônus algum para esta Casa.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Muito obrigado. O deputado Tomé Abduch vota “sim”.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Questão de Ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pois não. A Questão de Ordem é sobre a votação?

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - É sobre a votação, exatamente, Sr. Presidente. Eu fiquei com uma certa dúvida, presidente. Essa votação simples dos 48, não precisa ser “sim”, é isso? Precisam ser 48 votantes, tanto “sim”, quanto “não”. No contexto geral, é isso? Eu estou meio em dúvida, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nobre deputado, 47 votando, mais este presidente, daria 48. Não há necessidade de que sejam todos “sim”, apenas que registrem o voto nos terminais ou no microfone de apartes. A maioria simples.

Vamos aqui imaginar que nós teríamos 48, que 25 votem “não” e 23 votem “sim”, seria rejeitado. Então é 48, maioria simples. A Questão de Ordem encerrou ou continua a Questão de Ordem, nobre deputado?

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Questão de Ordem ainda. Mesmo o pessoal que é contra, o pessoal do PSOL, tal, se eles votarem “não”, então vale. É isso?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Acabei de explicar para Vossa Excelência.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Deputado Altair, a gente já votou. O senhor esqueceu o Regimento e esqueceu de olhar o placar.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada Monica, eu gostaria, deputada Monica, eu gostaria, quando a senhora fosse falar, quando um deputado estiver falando, a senhora não interrompesse, como ninguém interrompe Vossa Excelência, para a gente manter aqui um bom diálogo, um bom relacionamento.

Quando terminar de falar, a senhora pede e fala. Então, deputado Altair, é dessa forma que funciona.

Mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada deseja fazer...

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, Questão de Ordem relacionada à votação? Eu preciso encerrar a votação, Questão de Ordem da votação.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Relacionada à votação. Nós vamos encerrar essa votação, presidente, porque nós não conseguimos o quórum regimental de votantes.

Eu pergunto ao senhor: nós conseguimos votar novamente ainda hoje via uma sessão extraordinária, uma convocação de uma sessão extraordinária para que nós consigamos o quórum regimental para fazer essa votação e aprovar esse Requerimento, Sr. Presidente, que eu repito, é um requerimento simples de representação.

A obstrução aqui da bancada de esquerda é horrível, Sr. Presidente, para este Parlamento, depõe contra este Parlamento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto? Passamos à alteração de voto. Algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada quer alterar o seu voto? (Pausa.)

Passamos, então, a proclamar o resultado. Participaram dessa votação 44 Srs. Deputados, 43 votaram “sim”, mais este presidente, no total 44, quórum insuficiente para a aprovação do Requerimento. Srs. Deputados e Sras. Deputadas, fica com votação adiada.

Neste momento, havendo acordo, eu vou suspender a sessão por dez minutos para que possamos conversar um pouco, pode ser? Então estão suspensos os nossos trabalhos por dez minutos.

 

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- Suspensa às 18 horas e 39 minutos, a sessão é reaberta às 19 horas, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta a sessão. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esgotado o tempo da presente sessão, esta Presidência, antes de dar por encerrados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.

Está encerrada a sessão. Uma boa noite a todos.

 

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- Encerra-se a sessão às 19 horas.

 

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