24 DE MARÇO DE 2023

7ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Defende o cumprimento do piso nacional salarial da Educação e a data-base do funcionalismo público pelo Governo do Estado.

        

4 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Faz comentários sobre a forma de instauração de CPIs na Casa.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - RUI ALVES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

10 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

12 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Defere o pedido. Cumprimenta os alunos do Colégio Conte, presentes nas galerias. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 27/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início a lista de oradores do Pequeno Expediente, com a palavra a deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa... Sr. Presidente, a gente vêm acompanhando desde a semana passada o debate em relação à fila que foi instaurada aqui na Assembleia Legislativa em virtude do protocolo que começou a funcionar no dia do hoje, a partir do ato que foi feito pelo presidente André do Prado, que passa a vigorar a partir do dia de hoje.

Nós tínhamos discutido a importância de a oposição poder apresentar, também, os seus pedidos de CPIs, porque o importante em uma Casa de Leis, tanto a situação quanto a oposição, é fazer o seu papel legislativo.

Muito estranho que nós não conseguimos avançar no diálogo aqui entre os líderes da Casa, mas demonstra, mais uma vez, o desrespeito desta Casa em relação ao cumprimento das leis.

Hoje nós tivemos, pela manhã, inclusive, com o nobre deputado Eduardo Suplicy, justamente para garantir que a oposição pudesse ter uma das indicações da sua CPI para poder ser investigada nesta Casa.

O deputado Suplicy que, hoje, é o deputado mais velho desta Casa com 81 anos de idade e tem direito, inclusive, até pelo Estatuto do Idoso, a ter prioridade em qualquer estabelecimento público hoje no nosso Estado.

A lei do Estatuto do Idoso é clara. A Lei nº 14.423, de 22 de julho de 2022. A lei é precisa.

A lei fala no Artigo 3º: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura...”, e assim por diante.

Ainda fala, deputado Suplicy, também aqui no § 2º: “Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial aos maiores de 80 anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas.” 

E hoje nós tínhamos diversos deputados aqui da base do governo Tarcísio... Que já fizeram manobra aqui regimental que muito nos estranha. Você ter um ato que foi publicado na quarta e, na terça, quem estava na fila já sabia qual seria o critério e o que estaria escrito no ato.

Então nós já questionamos judicialmente essa medida que foi efetuada, esse ato que foi publicado aqui pelo presidente da Casa. Judicialmente já estamos cobrando, inclusive, para invalidar o processo do protocolo que foi feito no dia de hoje, mas também, hoje, mais uma vez, houve um desrespeito em relação ao Estatuto do Idoso, uma lei federal.

Um ato da Mesa aqui, ele não pode sobrepor - um ato do presidente, um ato da mesa, né? - esse ato, por mais que seja uma regulamentação interna, ele não sobrepõe a lei, e hoje, mais uma vez, nós vimos o descumprimento.

Conversamos com as pessoas responsáveis pela fila no dia de hoje e, mesmo apresentando o Estatuto do Idoso, apresentando a lei, as pessoas que assessoravam aqui o presidente da Casa mantiveram o rito do ato do presidente - que ele não sobrepõe a uma lei federal.

Então fomos também dialogar com o presidente da Casa, que não estava presente. Conversamos com o chefe de gabinete do André do Prado, cobrando justamente que ele garantisse a prevalência nesta Casa do Estatuto do Idoso, que é uma lei federal, em detrimento do ato que foi publicado na última quarta-feira.

Mesmo assim, não foi garantida a efetivação da nossa propositura em relação à CPI apresentada. Mesmo assim, nós apresentamos a CPI. A CPI está protocolada. Protocolamos junto com o deputado Donato, com o deputado Suplicy, com o deputado Jorge do Carmo e com o deputado Reis, que é um dos componentes também da CPI.

É uma CPI que faz justamente... Queria fazer uma investigação em relação ao período em que teve, nas eleições, o tiroteio, inclusive com mortes, na região de Paraisópolis.

Essa CPI, que a gente estava trabalhando para propor, no dia de hoje, está protocolada, e nós vamos cobrar do presidente aqui da Assembleia Legislativa o cumprimento do Estatuto do Idoso.

Nós queremos que a CPI que o deputado Suplicy estaria requerendo no dia de hoje, uma CPI que foi protocolada inicialmente pelo deputado Reis, pudesse ser, efetivamente, a primeira CPI discutida aqui na Assembleia Legislativa.

Então, nós vamos continuar cobrando e reafirmando aqui o desrespeito de alguns líderes partidários, inclusive, que no dia de hoje não cumpriram a Constituição, que é a Lei 14.423 de 22 de julho de 2022 aqui, já com as suas alterações, que é o cumprimento e a garantia de que a pessoa idosa... E aqui tem o deputado Suplicy não pela sua idade, mas pela sua história e pela sua votação, que nós tivemos no dia de hoje.

Os deputados que ali estavam, os líderes de partido que ali estavam deveriam ter aceitado e cumprido a lei, uma lei federal não se submete a um ato da Casa. Então, o ato da Casa não pode se sobrepor a uma lei federal.

E essa reclamação que nós estamos fazendo aqui, no dia de hoje, Sr. Presidente, gostaríamos que fosse encaminhada ao presidente da Casa. A CPI já está protocolada, e nós esperamos que o presidente da Casa cumpra a lei.

Nós somos aqui autores proponentes de lei, mas também temos que ser os guardiões da legislação do nosso País. Então quero fazer a solicitação, que seja remetida ao presidente aqui, pelo líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, cobrando o cumprimento da legislação, do Estatuto do Idoso, que a CPI protocolada no dia de hoje seja a primeira CPI a ser tramitada por esta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta Presidência acolhe a solicitação de V. Exa. e fará o encaminhamento ao presidente da Assembleia Legislativa, o deputado André do Prado.

Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna.

Enquanto V. Exa. se aproxima, dirige-se à tribuna, eu gostaria de comunicar a todos e a todas que, na última terça-feira, eu tive uma reunião com o procurador-geral de Justiça e em seguida, no mesmo dia, protocolei duas representações: uma em relação ao não cumprimento do piso nacional salarial.

O governo Tarcísio de Freitas está afrontando a Lei Federal 11.738/2008, lei inclusive confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Então o governo estadual está burlando a legislação, pagando o pagamento fake do piso nacional, que está sendo feito no estado de São Paulo através de abono complementar. Isso afronta a legislação. Nós defendemos, como está na lei, que o reajuste do piso tem que ser feito com repercussão em toda a carreira, em todos os níveis.

Também protocolamos uma segunda representação contra o cumprimento aqui no estado de São Paulo, pelo governo estadual, da Lei da Data-Base Salarial dos servidores públicos, do funcionalismo. Refiro-me à Lei nº 12.391, que aprovamos neste plenário em 2006. Até agora os servidores não tiveram nenhum tipo de reposição da inflação, muito menos reajuste salarial.

Então, são dois ataques que estamos vivendo no estado de São Paulo, ao Magistério e aos servidores em geral, e nós tomamos já as providências necessárias acionando o Ministério Público para que ele obrigue o estado a cumprir a legislação.

Com a palavra, o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento o Sr. Presidente Carlos Giannazi, que conduz os trabalhos na data de hoje, cumprimento os Srs. Deputados presentes, aqueles que estão em seus gabinetes e nos acompanham pela Rede Alesp, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil e todos os funcionários desta Casa.

Conforme V. Exa. já disse, deputado Carlos Giannazi, sobre os golpes... Golpes na Educação, golpe na Segurança Pública, golpe na Saúde e golpe na oposição. Hoje, estive aqui juntamente com o deputado Suplicy, alegando o direito, o direito legal, o direito que têm as pessoas idosas de terem o seu atendimento preferencial.

Esta Casa, que é uma Casa de Leis, simplesmente passa por cima dos direitos das pessoas e, principalmente, dos direitos da pessoa idosa. Foi um absurdo o que eu vi aqui hoje.

E a base do governo saltitante, cantando freneticamente e gritando que não teria golpe, se eles é que estão golpeando a oposição, da forma que eles conduziram o trabalho.

Então, a lógica golpista de muitos anos, que está acontecendo em nosso país, também está encorpada nesta Casa de Leis, também está presente aqui nesta Assembleia Legislativa para não permitir que a oposição possa investigar, cumprir o seu papel investigativo, o seu papel de buscar, de mostrar a verdade real.

E o governador Tarcísio, com medo, o Tarcísio “Privatizador”, com medo, organizou a sua base logo cedo aqui na entrada deste plenário, barrando as pessoas, barrando o deputado Suplicy, que tinha o pleno direito de ser um dos primeiros a entrar naquela sala onde estava o relógio do protocolo.

Desde ontem que nossa federação está indo à Justiça. Entramos com um mandado de segurança para garantir o direito da oposição de protocolar sua CPI.

Vamos ajuizar também esse desrespeito que se deu na data de hoje no momento em que o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy foi protocolar, então, a CPI, com as suas assinaturas regimentais.

A CPI que trata daquela agressão que aconteceu na campanha do então candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, onde uma pessoa foi vítima de tiros, foi morta, e até hoje não tem a explicação real do que aconteceu ali.

Os fatos foram encobertos. Cabe a nós, sim, investigar, Sr. Presidente. Cabe, sim, instalar uma CPI e apurar a verdade real.

E se o governo proíbe a nós, se o governo dificulta a oposição de fazer o seu papel, é porque o governo está devendo. A minha mãe já dizia quando eu era muito jovem, deputado Marcolino: “Quem não deve não teme”. Se não deve, por que que vai temer. Se você não deve, qual o problema de protocolar a CPI? Qual o problema?

Qual o problema de instalar aqui uma CPI, esse procedimento investigativo para apurar a verdade? Não há problema. Então eu fiquei muito estarrecido na minha primeira experiência nesta Casa para protocolar uma CPI, porque eu vejo que a Câmara está bem mais democrática do que a Assembleia Legislativa.

Lá não há esse problema, nunca aconteceu isso. Eu vejo que o governo, a base governista, os empregados do governador, os serviçais de plantão do governador - porque assim o são - estão aqui para dificultar a apuração da verdade real, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará o uso regimental da tribuna.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, deputado Suplicy, eu quero aqui só fazer a divulgação de um comentário do grande jurista Marcelo Semer, desembargador aqui de São Paulo.

Sobre esse tema, sobre as CPIs, ele diz o seguinte: “O Supremo Tribunal Federal tem forte jurisprudência de que a CPI é um direito da Minoria e se houver um terço de assinaturas tem que instalar”, etc.

“No estado de São Paulo as coisas se resolvem assim: o governo cria as próprias CPIs e não sobra espaço para a oposição criar”. Aqui o nosso grande jurista Marcelo Semer. Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, eu quero aqui reforçar os argumentos dos deputados Marcolino e Reis, porque a oposição foi surpreendida com o ato da Mesa Diretora, a forma como foi feita, aqui colocando bem claro.

Para aceitar os requerimentos de CPIs preparados por cada bancada, cada deputado estadual, na quarta-feira foi publicado um ato do presidente da Mesa de nº 14, de 2023, que dizia que os parlamentares ou seus respectivos funcionários poderiam protocolar participando de uma fila que vigoraria até esta sexta-feira e precisaria que as pessoas ficassem na fila até de noite ou de madrugada.

E aí se formou essa grande fila aqui. Só que nós, parlamentares da oposição, só soubemos disso no dia da publicação - não é isso, Marcolino? - tendo os parlamentares da base do governo tido consciência deste ato da Presidência da Mesa na véspera. Então eles tomaram todos os lugares na fila, impossibilitando que nós tivéssemos a mesma oportunidade.

Então, obviamente, trata-se de uma manobra para impedir que a oposição pudesse apresentar qualquer requerimento de CPI. Ora, nós pensamos em diversas alternativas.

Chegamos a considerar propor à Presidência e aos partidos da base de governo que levassem em conta aquilo que nos parece de bom senso, que pudesse a ordem dos requerimentos protocolados aceitos levaram em conta a proporcionalidade dos partidos, pois, por exemplo, para a eleição da Mesa Diretora, o presidente é eleito por ser do partido de maior número de deputados aqui eleitos.

Nós, do PT e do PCdoB, que formamos uma federação com 19 deputados estaduais, nós temos o direito, tivemos o direito, a designar a 1.º Secretaria, e os deputados, em geral, quase todos acordaram com tal proporcionalidade.

Seria de bom senso, portanto, que para a apresentação, protocolo e aceitação das CPIs, também fosse levado um critério de equidade que fosse de bom senso e de respeito para com todos.

Mas não havendo a suspensão do critério inadequado, dessa forma, então, nós, da oposição, resolvemos apresentar hoje o Estatuto do Idoso, que com muita clareza define o direito da pessoa idosa com oitenta anos ou mais de poder ter acesso às mais diversas formas no que diz respeito a educação, a saúde, a todos os critérios, e obviamente a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa precisa, sim, levar em conta o que diz o Estatuto do Idoso, conforme o deputado Marcolino aqui ressaltou.

Então gostaria de ressaltar a proposição, o requerimento formulado pelo deputado Reis, que nós gostaríamos que fosse levado em conta, referente ao episódio em que um cidadão foi morto ali no bairro de Paraisópolis, onde estava presente Tarcísio de Freitas durante o período das eleições, da campanha eleitoral, este requerimento sobre a formação da CPI tem hoje mais de 35 assinaturas e está devidamente protocolado.

Trinta e cinco assinaturas: corresponde a mais de um terço dos 94 deputados estaduais. Então são argumentos de grande força para que possa, o presidente André do Prado, examinar com bom senso e espírito de clarividência, o bom espírito que ele nos apresentou no dia em que ele nos visitou, a Bancada da Oposição, dizendo que ele queria sempre ter um diálogo respeitoso com todos nós.

Então eu venho reiterar o apelo ao deputado André do Prado para que leve em consideração esses argumentos e que nem seja preciso que a oposição leve este caso ao Tribunal de Justiça para assegurar o nosso direito.

Muito obrigado, deputado presidente desta sessão, Carlos Giannazi.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, tem a palavrar a deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Rui Alves, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. RUI ALVES - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, nobre colega presidente Carlos Giannazi, a todos os deputados presentes, a todos os servidores aqui desta Casa e a todos que nos acompanham pela TV Alesp.

Esse é o nosso primeiro pronunciamento nesta Casa de Leis e eu venho me apresentar. E nessa apresentação nada melhor do que falar da minha vida, para que todos possam ter ciência deste deputado estadual.

A minha vida pessoal tem sido pautada dentro do conservadorismo e no equilíbrio, e tais características se estenderão também para o meu primeiro mandato legislativo. Da minha parte haverá o respeito independente do credo religioso, sexual ou social, afinal, irei trabalhar e lutar pela causa de todos os paulistas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Ressalto aqui as minhas experiências adquiridas durante a minha vida em todos os estados que trabalhei desse nosso imenso Brasil, do norte, do nordeste, do centro-oeste.

E hoje estamos aqui no estado de São Paulo, onde colocaremos todos os princípios que aprendemos e vivenciamos nessas experiências adquiridas em todo o nosso Brasil.

Sempre me coloquei com toda minha força para ajudar o próximo, me empenhando em cuidar daquelas pessoas que estão vivendo em situações de riscos. Tanto que um dos maiores lemas que a gente trabalhou na nossa campanha é “cuidando de pessoas”. A gente tem que colocar os pés lá no chão da fábrica para entender de fato, de verdade o que as pessoas passam no seu dia a dia.

Garanto que serei a voz que clama no deserto em favor dos oprimidos, dos rejeitados e injustiçados que atualmente vivem no estado de São Paulo, que são muitos, pois já lidei em muitos momentos com a desigualdade social, racial e política, e entendo que a melhor forma de derrotar tudo isso é com luta e disposição.

Agradeço aos 91.717 votos de confiança depositados em mim e garanto que honrarei a cada um. Como também agradeço a todos os nobres pares desta Casa, que juntos contribuiremos no estado de São Paulo por um estado justo e forte.

Onde apoiarei políticas públicas criadas na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, claro que observando todos os meus princípios que forem beneficiar toda a população do estado de São Paulo.

Por fim, lutarei para um debate claro e respeitoso neste plenário, defendendo a ética e o decoro parlamentar, com o objetivo de observar os interesses dos cidadãos paulistas.

Que Deus nos dê força e que a gente siga firme nesse propósito.

Agradeço, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, nobre deputado Rui Alves.

Dando sequência ao Pequeno Expediente, com a palavra o nobre deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Concluindo aqui os oradores inscritos no Pequeno Expediente.

Dando início à Lista Suplementar, com a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Com a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente - estou vendo aqui alunos, professores -, telespectador da TV Assembleia.

Hoje é um dia muito importante porque, após muito tempo, nós conseguimos uma vitória importante, do ponto de vista de desmascarar, impondo uma derrota ao ex-presidente Jair Bolsonaro, responsável pela destruição do Brasil nos últimos quatro anos, na área da Educação, da Cultura, do Meio Ambiente, da democracia.

Eu me refiro aqui às notícias que estão sendo hoje divulgadas pela grande imprensa onde, até que enfim, o ex-presidente, fugitivo, fujão do Brasil, foi obrigado a devolver o estojo de joias que ele pegou de uma forma irregular - não era dele. Essas joias pertencem ao povo brasileiro, à nação brasileira. E também teve que devolver na data de hoje as armas que ele ganhou.

Não sei, parece-me que de algum país do Oriente Médio; ganhou armas que são de uso exclusivo das Forças Aramadas. Então, devolveu hoje. As joias, teve que devolver para a Caixa Econômica Federal, e as armas para a Polícia Federal. Hoje é um dia importante.

Agora, isso aconteceu graças federal profa. Luciene Cavalcante à deputada, aqui de São Paulo. Foi ela que provocou, através de representações no Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal.

E é uma parlamentar combativa aqui de São Paulo, do PSOL, da nossa bancada, que ingressou com várias representações contra tudo o que aconteceu nesse país nos últimos quatro anos.

Então, nós já estamos aqui colhendo algumas vitórias, porque o Tribunal de Contas foi então obrigado a acionar o presidente e obrigá-lo a devolver o estojo de joias.

Eu estava lendo aqui, deputado Marcolino, uma matéria da Uol mostrando que tem um relógio nesse estojo que vale 800 mil reais, que é banhado, parece-me, a ouro, e foi um presente dado para o Brasil, para o patrimônio que fica lá na Presidência do nosso país, e não para o presidente, que se apoderou. E ele está sendo, logicamente, acusado de peculato. Vai responder ainda por peculato, por tráfico internacional de armas, porque não houve registro de nada disso.

Então eu quero, na verdade, celebrar, que é uma vitória da Justiça, sobretudo, isso que tem que ficar claro, e parabenizar a nossa deputada federal aqui por São Paulo, profa. Luciene Cavalcante, que é da rede municipal de São Paulo, supervisora de ensino.

Uma professora conseguiu a primeira vitória para o povo brasileiro e obriga esse ex-presidente genocida, responsável por uma boa parte das mortes que ocorreram durante a pandemia, responsável pelo genocídio que houve nas comunidades indígenas do Brasil, sobretudo os yanomamis, e tantas outras áreas, pelo desmatamento, pela crise na Educação, pelos gravíssimos casos de corrupção na área da Educação, no MEC, onde aqueles pastores negociavam propina com dinheiro da Educação com barras de ouro. Por isso que a Educação está nessa crise, Sr. Presidente.

Então, parabéns, deputada Luciene Cavalcante, porque V.Exa. está nos brindando aqui com uma grande vitória, a primeira grande vitória contra essa extrema-direita nazifascista do Brasil.

Quero aproveitar, Sr. Presidente, antes de encerrar o meu pronunciamento, para dizer que nós participamos recentemente já de várias manifestações contra a farsa do Novo Ensino Médio, que nós defendemos a revogação imediata, Sr. Presidente.

Essa reforma do Novo Ensino Médio foi imposta para os nossos estudantes e os nossos professores através de uma medida provisória do governo Temer, uma espécie de um AI-5, sem que houvesse a concordância e o apoio de quem está dentro das escolas, que são os alunos, as professoras e os professores.

Sr. Presidente, eu queria só estender o meu tempo, pedindo aqui pelo Art. 82, como vice-líder da bancada do PSOL, mais cinco minutos só para terminar esse... Depois a gente pede o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Vamos só encerrar aqui o Pequeno Expediente, não tem mais oradores inscritos, então darei a V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então me inscrevo de novo aqui pela tribuna, uma nova inscrição. Já encerrou, então pelo 82.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Então queria dizer o seguinte: que nós estamos com a posição bem firme pela revogação, porque tem um debate, tem um setor empresarial, as fundações empresariais, como a Fundação Lemann e seus apoiadores, que estão defendendo essa proposta, porque eles que a elaboraram.

Tem um setor defendendo uma revisão, “vamos fazer alguns ajustes”, mas nós não queremos ajustes, porque não há como fazer um ajuste nessa farsa do Novo Ensino Médio, que está destruindo o ensino médio no Brasil.

Esse projeto foi do governo Temer, teve prosseguimento no governo Bolsonaro e está destruindo a nossa Educação, está rebaixando o nível de aprendizagem dos nossos alunos, porque trocou as matérias, disciplinas importantes e fundamentais por disciplinas fake news.

Hoje eles retiram a carga horária de matemática, diminuem a carga horária de matemática, de português, às vezes tiram inclusive disciplinas importantes, como filosofia, sociologia, história e geografia, e no lugar colocam disciplinas bizarras e patéticas.

Tem escola oferecendo no lugar dessas disciplinas, disciplinas de como fazer um brigadeiro, como cuidar de um pet, como trabalhar com telemarketing. É isso o que está acontecendo, são mais de 1.500 disciplinas que foram criadas para ocupar esses espaços da grade curricular.

É um absurdo, Sr. Presidente. Então nós exigimos a revogação imediata, nós queremos uma educação crítica, uma educação libertária, emancipadora, e, para isso, nós precisamos ter história, geografia, filosofia, sociologia, nós temos que ter artes, nós temos que ter uma carga maior de português, de matemática.

Nós temos que voltar ao ensino médio e, talvez, fazer ajustes no que já existia, mas não usar esse modelo que piora ainda mais a situação.

Então é por isso que os estudantes estão indo às ruas, os professores, por isso é que há um amplo movimento para que haja a revogação desse modelo de Educação. Nós já conhecemos esse filme.

Na ditadura militar os militares fizeram a mesma coisa, não só com o ensino médio, mas com o ensino fundamental e com o ensino superior. É um velho filme, é uma velha novela que se reproduz novamente.

Nós não queremos mais Paulo Lemann, nós queremos é Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes. Esses são os grandes educadores do Brasil, que produziram nessa área, que pesquisaram. Essa é a educação que nós queremos para os nossos alunos, nós queremos uma educação que prepare o aluno, de fato, para o pleno exercício da cidadania ativa e crítica.

Esse modelo que está hoje em vigor no Brasil forma o contrário, alunos passivos, alunos para serem mão-de-obra barata e precarizada, tanto é que essa reforma foi aprovada justamente quando foi aprovada a reforma trabalhista, quando foi encaminhada a proposta para o Congresso Nacional da reforma da Previdência, da PEC do teto de gastos, da lei das terceirizações, que precarizavam sobretudo o mundo do trabalho e retiravam direitos trabalhistas, sociais e previdenciários.

Então foi nesse bojo, nesse momento que foi apresentada, via medida provisória, essa proposta de Novo Ensino Médio. Nós somos pela revogação do Novo Ensino Médio e, também, da Base Nacional Comum Curricular, Sr. Presidente.

Estamos nas ruas, estamos debatendo nas escolas, nas universidades, no Congresso Nacional, conversando com o governo, porque não dá para esperar mais.

Enquanto existir esse modelo de Educação nós vamos ter perdas, nós estamos sacrificando mais uma geração, porque tem uma proposta de debate, de 90 dias, mas serão 90 dias perdidos. Nossos alunos estão perdendo com esse modelo de Educação. É por isso que a revogação tem que ser imediata, não temos que debater nada, isso já foi debatido exaustivamente.

Lembro que quando foi aprovada essa proposta, em 2016, os alunos foram às ruas, ocuparam as escolas, os alunos do ensino médio. Nós fizemos manifestações em defesa da educação pública porque já não aceitávamos, porque foi um modelo imposto.

Então é muito importante a revogação imediata, que o governo federal encaminhe ao Congresso Nacional um projeto em caráter de extrema urgência, pedindo a revogação e alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - É regimental, nobre deputado Carlos Giannazi. Mas, antes de encerrar a sessão, eu queria saudar as alunas, os alunos, os professores e educadores do Colégio Nova Terra, daqui da Vila da Saúde, aqui em São Paulo.

Então sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa. Então, saudar as alunas e os alunos que nos acompanham no dia de hoje. (Voz fora do microfone.) Colégio Conte? Então, Colégio Conte! É que passaram Colégio Nova Terra. Então, muito obrigado pela presença dos educadores, dos alunos, das alunas. Muito obrigado por acompanhar a nossa sessão.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão. Muito obrigado a todos e a todas.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 11 minutos.

           

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