2 DE JUNHO DE 2023

53ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS e LUCAS BOVE

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Cumprimenta os alunos e professores do Centro Educacional Gama, presentes nas galerias.

        

5 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - REIS

Assume a Presidência.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE REIS

Comemora o Dia da Comunidade Italiana.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - LUCAS BOVE

Assume a Presidência.

        

11 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

14 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

16 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

18 - PRESIDENTE LUCAS BOVE

Endossa os pronunciamentos dos deputados Gil Diniz e Major Mecca.

        

19 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

21 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

22 - PRESIDENTE LUCAS BOVE

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 05/06, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra a deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Major Mecca, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputados presentes aqui no plenário, nossos irmãos policiais militares e policiais civis que aqui estão, permitindo que os nossos trabalhos aconteçam. Boa tarde a todos que nos acompanham pela TV Alesp e pelas redes sociais.

Eu acho que todos que nos ouvem falar neste momento concordam que o povo do estado de São Paulo e todos nós, policiais, queremos ver os criminosos deste Estado sendo monitorados.

E por que eu trago essa questão aqui à tribuna no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo? Por conta destes números que eu estou apresentando aos legisladores desta Casa.

Por favor, coloquem na tela o número de criminosos que saíram de março de 2022 a março de 2023, em um lapso de um ano, em saídas temporárias. Estes números de criminosos: em março de 2022, 34.713 saíram e 1.362 não voltaram.

Em junho, não voltaram 1.278; em setembro, 1.591; em dezembro, 1.663; em março de 2023, 1.562. Em um prazo de um ano, mais de 7.500 criminosos foram liberados para saída temporária e não retornaram para a cadeia.

Onde estão esses bandidos? Estão na rua, produzindo danos à polícia e à sociedade, como o que aconteceu ontem com o soldado Robert, da 2ª Companhia do 38º Batalhão, e o soldado Mateus. Esses dois policiais estão internados no Hospital das Clínicas, onde eu estive ontem à tarde prestando apoio aos patrulheiros e aos seus familiares.

Um policial com um tiro no rosto, o soldado Mateus, e o outro, o soldado Robert, com três tiros, um alojado no fêmur, outro na cabeça do fêmur e outro na pélvis. Os dois policiais em situação grave no Hospital das Clínicas, provocado por um criminoso procurado pela Justiça, liberado na saída temporária no final do ano, e não retornou.

Por que o governo não está monitorando os bandidos do estado de São Paulo? Porque monitorar os policiais não está dando resultado. Monitorar os policiais não demonstra confiança nesses homens e mulheres, que estão pagando com a sua vida, estão pagando com a sua saúde o esforço que estão fazendo para manter a ordem e a paz no estado de São Paulo, e estão caindo e derramando o seu sangue no solo do nosso Estado.

É o quinto ano consecutivo que eu trago esse problema a este Parlamento, que nós chamamos a atenção de todos os entes envolvidos na solução desse problema, seja o Poder Executivo, seja o Poder Judiciário, seja o Congresso Nacional.

Não é possível que o Poder Judiciário, através de decisão de juízes, permaneça e continue dando vereditos a favor de bandidos, deixando-os soltos, no meio da sociedade, para a prática criminosa, e tirar a vida de policiais e cidadãos de bem, como está acontecendo no estado de São Paulo.

Não é possível que o Congresso Nacional não se sensibilize na aprovação de leis, seja da lei de execuções penais, seja nas leis processuais penais, que mantenham o criminoso preso, sem benefícios, como saída temporária, visita íntima, o bandido tem que trabalhar dentro da cadeia.

Nós recebemos, na última quarta-feira, o secretário de Administração Penitenciária. Todos os finais de semana são mais de dez flagrantes de visitas levando drogas para dentro da cadeia, e outros materiais. Não é possível que isso aconteça. Não é possível.

O preso tem que permanecer isolado, trabalhando, pagando pela sua estadia, porque o cidadão paga aluguel para morar. O preso custa R$ 1.900,00 por mês para o Estado, salário que a maioria dos paulistas não tem. O salário mínimo paulista foi aumentado agora pelo Governador Tarcísio de Freitas para R$ 1.550,00, o preso custa mil e 900 reais.

 O povo de São Paulo, eu repito aqui aos parlamentares, quer ver os criminosos sendo monitorados. O povo já se cansou de ser vítima desses algozes, de criminosos que não respeitam.

Se não respeitaram dois patrulheiros com uma pistola .40 na cinta, imagina o que faz com você, cidadão, em qualquer movimento, num susto, por conta de um aparelho celular. Nós sabemos o que eles fazem. Exterminam e matam o nosso povo, como estão matando os nossos policiais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra a deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna por até cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento o presidente, Carlos Giannazi, cumprimento o deputado Major Mecca, o deputado Gil Diniz, o deputado Suplicy, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Técnico-Científica, os integrantes da Polícia Penal, todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente Carlos Giannazi, ontem, o deputado Tomé Abduch trouxe aqui essa temática da Segurança Pública e mostrou, apresentou aqui a ocorrência em que, durante uma abordagem, dois policiais acabaram sendo alvejados. É muito importante nós debatermos esse tema, o Major Mecca hoje traz também o debate sobre essa questão da violência, da violência contra os policiais.

No dia a dia, quem faz o policiamento corre todos esses riscos, não é? Não é uma coisa fácil fazer policiamento, ainda mais nas condições pelas quais nós estamos passando, falta de efetivo, falta de estrutura, e é um problema que não é de hoje, não é do governo Tarcísio, é de “n” governos que passaram e não deram as condições adequadas para que as polícias pudessem desenvolver o seu trabalho, seu trabalho preventivo, seu trabalho ostensivo/preventivo, o trabalho repressivo, o trabalho da persecução penal.

Mas é fato também que é importante que a polícia possa ter cursos de reciclagem, que possa preparar cada vez melhor os nossos policiais. Preparar melhor para que não sejam surpreendidos pelos bandidos e mortos.

Muitas vezes são vítimas, ficam deficientes por conta da ação dos marginais, mas é muito importante também que a polícia possa aplicar as técnicas que são adquiridas no seu trabalho, no seu aprendizado na academia.

Tem que se aplicar as técnicas da academia, porque quando se aplicam as técnicas acadêmicas, pode, sim, evitar que haja esse prejuízo, tanto do ponto de vista da vida como do ponto de vista da lesão, não é? A academia diz que nós, policiais, nunca devemos agir em inferioridade numérica. Ou seja, se eu vou abordar um, temos que estar pelo menos em dois. Isso é fundamental.

Então, se eu vou a uma comunidade, se eu vou a uma favela, chego lá, tenho que abordar uma pessoa e eu não estou em condições, chama-se um reforço, chama-se uma outra viatura para dar apoio. E, assim que chegar aquela outra viatura, vai se fazer o trabalho de polícia ali para prender os delinquentes.

E a gente tem que sempre primar pela vida do policial. O policial tem a obrigação de agir, mas ele tem que agir dentro das condições, não é? Eu sempre digo, entre morrer e matar, eu prefiro não morrer. Entre ser preso e viver, talvez seja melhor viver. Nós temos que escolher, o policial tem as opções para escolher ali, naquele momento. Ele tem que decidir, não é?

Então, abordou a pessoa, constatou alguma irregularidade, é uma pessoa procurada, algema ele. Não deixa ele ali de braços, porque ele vai aprontar, como aconteceu com aqueles policiais.

Então tem que chamar reforço, chamar outra viatura para dar apoio, em não se tendo as condições, é melhor esperar, porque vários colegas nossos já tiveram suas vidas ceifadas muitas vezes por conta de não se atentar para as questões que se aprende na academia, que se aprende lá no curso de formação de soldado, que se aprende lá na academia do Barro Branco, que se aprende lá na Academia da Polícia Civil.

É muito importante estarmos atentos porque muitas vezes agente age e, naquele agir, açodadamente, acaba havendo esses resultados de lesão, resultados de morte.

Eu me lembro muito bem ali, na zona sul, na M'Boi Mirim, de um grande amigo meu, o cabo Terrinha. Ele saiu correndo atrás de dois delinquentes e na hora que ele passou pela igreja do Piraporinha, o cara estava escondido, Major Mecca, e ele acaba levando um tiro. Ou seja, correr atrás do bandido não é coisa fácil, e tem que ter todos os cuidados porque talvez, se ele tivesse pensado um pouco ali, ele teria recuado, e aquele bandido, que estava escondido atrás do muro, não o teria alvejado. Ele acabou perdendo a vida.

Então nós temos que ter, sim, ali, na preleção, toda vez que tem preleção, uma avaliação das ocorrências, avaliação dos fatos acontecidos, dos erros e dos acertos, porque isso pode, sim, além dos cursos de técnica e de reciclagem, fazer com que muitos colegas nossos não tenham as suas vidas ceifadas.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra a deputada Paula da Bancada Feministas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz, que fará o uso regimental da tribuna.

Aproveito para registrar a presença de uma escola; de alunos e de professores da escola Centro Educacional Gama. Sejam bem-vindos e bem-vindas à Assembleia Legislativa de São Paulo, alunos, alunas, professores e professoras.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente; boa tarde, deputados presentes aqui no Pequeno Expediente; boa tarde à escola que nos visita aqui, sejam muito bem-vindos; boa tarde aos nossos deputados, aos nossos assessores, aos policiais militares e civis e ao público que nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, subo aqui a esta tribuna, não participei dos debates esta semana, mas preciso deixar registrado, Mecca, as minhas condolências, a minha solidariedade à funcionária desta Casa, Dilma, que perdeu seu filho esta semana, Sr. Presidente; Lorenzo, 18 anos, jovem, que nos deixou.

Então, registro aqui as minhas mais sinceras condolências, que nosso Senhor o tenha em um bom lugar e conforte os corações, Mecca, desses familiares, da Dilma, do pai do Lorenzo, o Sr. Ricardo, da sua irmã Isa e de todos os amigos também.

 Estive presente no velório, no sepultamento. É uma ocasião muito triste, mas uma ocasião, Mecca, também para chorar junto com a família, para render as nossas homenagens, a nossa solidariedade e pensar também nas nossas vidas, nas nossas famílias e nesse dom que é a paternidade, a maternidade. Então deixo aqui meu abraço e os meus sentimentos para a Dilma, uma pessoa muito querida nesta Casa.

Presidente, vim aqui a esta tribuna também para falar de vários assuntos. Vou retornando aqui posteriormente, mas queria fazer essa discussão que o Mecca colocou, que o deputado Reis colocou também.

Concordo com tudo o que foi dito, o deputado Reis colocou a questão dessa preparação, Mecca, da preleção, da sala de aula da formação policial. Eu não tenho dúvida quanto a isso e eu não tenho dúvida de que nós temos a melhor Polícia Militar do Brasil, do país.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

Agora, o que não temos no Brasil: segurança jurídica para os nossos policiais. Não temos, Mecca. Hoje, o policial é monitorado, hoje, o policial... Vários dos nossos policiais que estão na rua para nos defender contra a criminalidade carregam uma câmera no peito, monitorados em todos os seus serviços, enquanto que quem devia ser monitorado é aquele delinquente, que não deveria nem estar na rua; progressão de regime, como V. Exa. bem colocou aqui, milhares de criminosos na rua barbarizando a nossa sociedade.

Quando nós vemos aquelas imagens ali, do policial, aí surgem vários especialistas: “Olha, não seguiu o POP, o Procedimento Operacional Padrão; olha, poderia ter feito aquilo, isso e tudo mais”. É o engenheiro de obra pronta, é quem não está ali na ocorrência, quem não vive o dia a dia desses homens e mulheres.

A gente precisa lembrar que uns dos culpados também por esse tipo de situação são aqueles que causam essa insegurança no policial, são os nossos políticos também, são aqueles que colocam as câmeras no peito dos policiais ou aqueles que deixam que essas câmeras ainda estejam lá.

O policial, Mecca, como V. Exa. sabe bem, hoje tem medo de apertar o gatilho. Tem uma arma, mas tem medo de apertar o gatilho, porque sabe que vai ser execrado pela grande mídia, sabe que vai ter um promotor querendo a sua condenação, que terão dezenas de advogados, de ONGs de Direitos Humanos - “Direitos Humanos”, entre aspas aqui -, para pedir a sua condenação. E ele vai sentar no banco dos réus.

Então, naquela fração de segundos em que ele pensa “faço isso ou faço aquilo, atiro ou não atiro”, ele pode perder a vida. E esses que causam essa insegurança jurídica aos nossos policiais, a esses homens e mulheres que estão, neste momento, nas ruas da cidade de São Paulo, do estado de São Paulo e do Brasil, são culpados também.

Não estou eximindo aquele marginal da culpa, não, porque ele é o responsável. Sou muito sincero. Não consigo entender por que aquele marginal ainda está respirando. É difícil. Ele vai voltar para a rua e vai cometer mais crimes ainda.

Se, à luz do dia, em uma luta corporal com dois policiais, ele pega a arma e atira sem dó nem piedade, em uma crueldade absoluta, V. Exa. colocou bem: o que ele não faz com um pai de família, o que ele não faz com uma mãe de família, o que ele não faz com um jovem por causa de um celular? Não há ressocialização para esse tipo. É a realidade. É a dura realidade.

Então, precisamos discutir, sim, o preparo dos nossos policiais. Precisamos preparar as praças, os oficiais, a Polícia Civil, mas precisamos pensar nas nossas leis, na segurança jurídica, na defesa desses homens e mulheres que estão nas ruas. A sociedade precisa decidir se quer ser protegida ou se quer ser barbarizada por esse tipo de marginal que, à luz do dia, atenta contra a vida de policiais.

E o marginal diz, provavelmente já orientado por aqueles advogados de porta de cadeia: “Olha, eu não queria matar, não, eu só queria causar uma lesão corporal”. Está muito nítido que um advogado de porta de cadeia...

Todo o meu respeito aos advogados, mas, para proteger aquele delinquente, aquele meliante, já orientou para quê? Para tirar da tentativa de homicídio e colocar em uma lesão corporal, e quiçá até, em uma famigerada audiência de custódia, colocar o marginal novamente nas ruas para barbarizar o nosso povo, presidente.

Era isso por enquanto.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O próximo orador é o deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, prezados deputados e deputadas, eu gostaria de informar que encaminhei uma carta ao presidente Lula assinada pela Terra Indígena Jaraguá, Povo Guarani, Thiago Henrique Karai Djekupe, onde diz que em nome do Povo Guarani Mbya rabisco algumas linhas de pensamento que são do nosso povo, um povo que caminha, reflete e dialoga através dos sonhos que pertencem a essas terras, a essas árvores, às águas e aos animais. Cada árvore tem sua própria forma.

Tem aquela que nasce, cresce gigante em direção ao sol. Outra toma a forma de arbusto; uma tem muita galhada; outra quase não tem folhas. Uma é florida; outra exibe sua exuberância nas folhagens, mas todas são árvores e fazem parte de nós. “Árvore” na língua natal do juruá nós chamamos de “yvyrá”. Nosso povo é natureza, tudo é natureza.

A Mãe Terra não cobra pelo ar, pela água, pelas matas nem por nossa sobrevivência, mas o mundo está se modernizando demais e no contexto da modernidade e do desenvolvimento, as relações com a Mãe Terra não têm valia. Fomos encurralados em perímetros traçados pelo juruá. Vivemos confinados e sob alerta da violência constante de nosso território.

Estamos sendo massacrados junto com a nossa mãe. O juruá não quer enxergar o sofrimento do Planeta. Há poucos dias fomos noticiados que Nova Iorque está afundando.

A cidade afunda um a dois milímetros por ano devido às estruturas colossais de arranha-céus construídas em proveito do avanço do capitalismo, do enriquecimento e da acumulação de bens, sempre concentrados em meia dúzia de donos do poder, permitindo viver da miséria o restante da população.

Os não indígenas precisam começar a refletir a violência em que vivem. Não é justo virmos pessoas morando nas ruas enquanto parques, tanto municipais quanto estaduais, casas abandonadas, poderiam ter projetos para acolherem em moradia coletiva e sustentável parte dessas pessoas, com práticas de atividades voltadas à educação ambiental, autonomia alimentar, medicina tradicional através das plantas, troncos, folhas e suas raízes.

Como por exemplo a maconha, que alguns povos da região do Maranhão, Pernambuco, Bahia, Pará e Acre utilizam como parte da sua cultura. É uma planta medicinal que também atua frente à redução de danos. Não se trata de droga como assim foi classificada.

Pesquisas apontam que dados usuários de substâncias entorpecentes reduziram e até eliminaram o uso através da aplicação dos canabinóides. Como podemos repensar a construção do amanhã? Como podemos evitar o fim do futuro? Lutamos em São Paulo por sua vitória nas urnas.

Lutamos porque acreditamos que o senhor pode transformar esse cenário catastrófico a que esse território foi sucumbido. Estamos vivendo num contexto de crise que tende a potencializar ainda mais, considerando as inúmeras desigualdades às quais as populações historicamente inviabilizadas e vulnerabilizadas são expostas.

O juruá está maltratando o Planeta e provocando eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. É previsto e apontado como dado irreversível um aumento da temperatura global em 1,5% até o ano 2030.

Estamos sobrevivendo a uma condição precária ambiental que está ligada a diferenças socioeconômicas, altos índice de analfabetismo, baixos níveis de renda e exclusão social.

O Planeta vivencia uma emergência climática sem precedentes na sua história, uma vez que as implicações ecológicas, sanitárias, socioeconômicas e políticas são e tendem a se tornar cada vez mais extensas e expostas.

Sr. Presidente, eu vou pedir que seja considerada como lida a carta inteira, mas os índios Guaranis fazem um apelo ao presidente da República para que venha a homologar as terras indígenas como única e espetacular solução para conter as desgraças do Planeta e homologar a terra indígena Morro dos Cavalos, em Santa Catarina, também do povo guarani, que sofre com o julgamento da repercussão da tese do marco temporal, junto com o povo Xokleng, é inadiável.

E há outras reivindicações. Juntamente com o líder Paulo Fiorilo, encaminhamos ao governador, ao secretário de Segurança e ao comandante da Polícia Militar uma carta para que possam, ainda no dia de hoje, os responsáveis pela Segurança terem um diálogo com os índios guaranis, que marcaram para domingo de manhã uma nova manifestação com respeito ao melhor tratamento dos índios.

Inclusive, eles fazem uma comparação aqui, que quando houve aquelas motosseatas patrocinadas pelo presidente Jair Bolsonaro, no ano passado, não houve qualquer interrupção da Rodovia dos Bandeirantes; mas para o protesto indígena, então, eu gostaria de assinalar que será importante que o governador Tarcísio de Freitas, o secretário da Segurança e o responsável pelo Comando da Polícia Militar possam ter um diálogo ainda hoje, se não, amanhã, para evitar que haja a violência que aconteceu nos protestos havidos poucos dias atrás.

Vou entregar para que a taquigrafia coloque na íntegra os três documentos que encaminho.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Está deferido o pedido de Vossa Excelência. Vossa Excelência pode passar para que sejam publicados.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - São dois documentos.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O próximo orador é o deputado Carlos Giannazi. Enquanto o deputado Carlos Giannazi se aproxima da tribuna, quero lembrar que hoje, dia 2 de junho, é o Dia da Comunidade Italiana.

Reconhecemos aqui o papel importante da comunidade italiana, da migração italiana para o Brasil, para a história do Brasil, para a história do nosso Estado, para o crescimento e para o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso País.

Então meus parabéns ao Dia da Comunidade Italiana. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputados e deputadas, telespectador da TV Assembleia, venho mais uma vez à tribuna da Assembleia Legislativa exigir que a Secretaria da Educação, que a Seduc, o secretário estadual Renato Feder, resolva imediatamente a situação da exigência das APDs, as atividades pedagógicas diversificadas nas escolas.

Ou seja, estamos reivindicando já há um bom tempo que essas APDs sejam realizadas de acordo com a livre escolha das professoras e dos professores da rede estadual, porque elas são inviáveis, na prática, dentro das escolas, que não têm internet, que não têm espaços pedagógicos, não têm espaço algum, que representa uma carga excessiva de trabalho.

A presença desnecessária dos professores dentro das escolas, aumentando de certa forma a carga horária e a carga de trabalho, estressando os professores do ponto de vista emocional, psicológico e físico.

Isso sem contar os prejuízos já causados, porque com a obrigatoriedade de que essas APDs sejam feitas dentro das unidades escolares, muitos professores e muitas professoras foram obrigados a exonerar cargos em outras redes de ensino ou na mesma rede estadual. É um absurdo o que aconteceu.

Já estamos denunciando isso, Sr. Presidente, desde a aprovação da famigerada Lei n.º 1.374, do ano passado, da farsa da nova carreira do Doria, do Rodrigo Garcia e do ex-secretário Rossieli, que, na verdade, essa Lei 1.374 na prática destrói, acaba com a carreira do Magistério Estadual.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Lucas Bove.

 

* * *

 

Não tem nada de nova carreira, é a destruição. Agora, estranhei que o governo Tarcísio mantém a mesma política educacional perversa e nefasta do governo Doria. O governo Doria continua presente na gestão do Tarcísio, porque não houve nenhuma alteração, e nós estamos exigindo o tempo todo.

Então, as APDs devem ser feitas de acordo com a livre escolha dos professores, o local de livre escolha dos professores e das professoras. É inviável. Essas APDs estão matando o Magistério estadual, estão arruinando a vida, sobretudo a saúde mental de milhares e milhares de professoras e professores da rede estadual.

Por isso que nós estamos exigindo que o secretário tome as providências, suspendendo essa obrigatoriedade, flexibilizando essa obrigatoriedade, e que ele envie, em caráter de extrema urgência, para a Assembleia Legislativa, e eu tenho certeza de que a Alesp aprova também em urgência um PLC alterando essa famigerada Lei 1.374, que impõe as APDs nas escolas, que impõe a falta/dia, não mais a falta parcial, a falta/aula, que traz seriíssimos prejuízos para a carreira do Magistério. Então, tem que enviar o projeto.

Agora, vários deputados estão reclamando desse secretário, até mesmo e sobretudo os deputados da base do governo já se manifestaram, muitos deles, nos microfones, na tribuna, dizendo que não são respeitados, não são recebidos por esse secretário Renato Feder, empresário, dono da Multilaser, que tem contratos milionários com o Estado, deputado Suplicy.

Ele não recebe os deputados da base do governo, imagine nós da oposição, que não recebe as entidades representativas do Magistério. Manda um assessor, um secretário-executivo.

Ele mesmo não tem contato nem com os deputados, muito menos nós deputados da Educação, que temos várias contribuições para dar, para melhorar a educação, melhorar a vida dos profissionais da Educação, e não recebe as entidades representativas - ele não recebe. Manda lá um subsecretário, um secretário-executivo, mas parece-me que ele só tem uma preocupação, cuidar, talvez, da empresa dele Multilaser.

Mas é sério, Sr. Presidente, a situação já é de calamidade pública na rede estadual. Então, se esse governo tem algum compromisso com o Magistério estadual, se esse governo tem realmente intenção de melhorar minimamente a Educação do estado de São Paulo que mude, que altere drasticamente essa famigerada Lei 1.374. E nesse primeiro momento, que revogue essa medida nefasta, perversa e cruel contra o Magistério.

O Magistério quer fazer as APDs em local de livre escolha. Secretário Feder, esqueça um pouquinho a Multilaser, visite as escolas, converse com os professores e atenda as nossas reivindicações e, sobretudo, as nossas exigências, porque V.Exa., mantendo essa legislação, está matando o Magistério estadual.

Sr. Presidente, gostaria de que V.Exa. encaminhasse as cópias do meu pronunciamento para o secretário Renato Feder e para o governador Tarcísio de Freitas, para que as medidas sejam tomadas imediatamente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Serão encaminhadas conforme o solicitado, nobre deputado Giannazi.

Dando continuidade à lista de oradores inscritos, deputado Donato. (Pausa.) Nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, deputado Lucas Bove, que muito tem contribuído com nosso trabalho da bancada da Segurança Pública. Muito obrigado, deputado.

Dando continuidade à nossa fala na tribuna da Assembleia Legislativa, chamando a atenção desses parlamentares para a ocorrência ocorrida ontem em São Mateus, na área da 2ª Companhia, do 38º Batalhão, onde o soldado Matos e o soldado Robert foram alvejados.

Foi um criminoso que havia sido abordado em atitude suspeita. Foi verificado pelos patrulheiros que o celular que estava com esse criminoso era produto de roubo e, no momento da condução, esse criminoso foi para cima dos policiais, conseguiu retirar a arma de um desses policiais.

O soldado Robert, para que os deputados desta Casa, para que todos vocês que estão nos assistindo saibam o que é a vida de um policial, o soldado Robert tem três disparos, está com um tiro alojado no fêmur, outro tiro alojado na cabeça do fêmur e um tiro na pélvis.

O soldado Matos está com um tiro que entrou na lateral da face, saiu do outro lado. Triturou toda a mandíbula dele, arrancou todos os dentes e metade da língua. Isso praticado por um criminoso que saiu para as ruas na saída temporária do final do ano, e não retornou.

Como eu falei aqui na minha primeira fala, 7.500 presos por ano não retornam para as cadeias. Faz essa conta em cinco anos. Quantos criminosos, quantos bandidos nas ruas perturbando a vida do cidadão de bem, do trabalhador e dos policiais?

Diante desse fato, eu estou trabalhando a urgência do nosso Projeto de lei nº 120, que institui a indenização de auxílio à saúde para os policiais da Secretaria de Segurança Pública e da Secretaria de Administração Penitenciária e os agentes socioeducativos.

Sabe por que eu estou apresentando esse projeto de lei, que eu tenho nesta Casa desde 2021? É porque esses policiais que estão internados no Hospital das Clínicas, sabe Deus quando retornarão à atividade policial e se retornarão, a partir da data de hoje, o salário deles será descontado todos os meses em 1.207 reais.

Um policial que está numa viatura, fardado, defendendo a sociedade, ferido em serviço, vai ter descontado, a partir deste momento, 1.200 reais do seu salário. Olha o absurdo que nós vivemos neste Estado em relação ao tratamento aos nossos policiais.

Isso precisa mudar, esse cenário precisa ser revertido. Estou trabalhando na urgência desse projeto de lei, vou conversar com o presidente da Casa, deputado André do Prado, com o líder da nossa bancada, deputado Carlos Cezar, com o líder do Governo, com o governador e com todos os deputados e bancadas desta Casa, que eu tenho certeza de que apoiarão o Projeto de lei nº 120, de 2023, que institui a indenização de auxílio à saúde para os nossos patrulheiros.

Esse é um impacto imediato no orçamento dos policiais. Todo mundo aqui sabe que o policial tem que fazer bicos para complementar a renda. Esse dinheiro que entra, extra, também não entra mais, Sr. Presidente.

Muitas vezes, a esposa terá que sair do serviço, como já acontece, para tratar e cuidar do policial. Aí nós entramos naquela etapa em que nós policiais temos que fazer vaquinhas, para comprar cestas básicas e conseguir suprir as despesas da família do policial.

Isso precisa mudar. O momento da mudança é esse. O governador Tarcísio de Freitas, que tem uma atenção especial a nós policiais, compreende essa situação que nós atravessamos.

Nós trabalharemos pela urgência desse projeto e tenho certeza de que o governador sancionará essa indenização aos policias do estado de São Paulo - policiais militares, policiais civis, policiais penais, técnicos-científicos e agentes socioeducativos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Obrigado, deputado Major Mecca. Dando sequência à lista de oradores inscritos, deputado Gil Diniz. Tem, V. Exa., o tempo regimental de cinco minutos, nobre deputado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente deputado Lucas, que hoje esteve conosco na Academia do Barro Branco, deputado Mecca. Cento e oitenta policiais, agora aspirantes a oficial do nosso Estado, foram formados hoje.

O governador Tarcísio esteve lá. O nosso, sempre presidente, Bolsonaro, esteve lá conosco também. Vários parlamentares. Já tem o meu apoio, Mecca. Conte com meu apoio e da nossa... Tenho certeza de que da nossa bancada, deputado Lucas, para esse importante e urgente projeto.

O senhor falou aqui desse valor, mas tenho certeza de que vai ser um valor ainda maior. Sem sombras de dúvida, a família policial vai auxiliar. Mas a gente precisa mudar essa estrutura injusta que nós temos, principalmente nesse caso, que alguém, em combate, nesse combate urbano, foi vitimado.

Então, as nossas orações por esses policiais que estão nesse momento no Hospital das Clínicas ali. Espero que eles recuperem a saúde, que possam voltar a exercer a sua profissão e que nós, pelo menos, evitemos situações, Mecca, como essas. Tanto a questão operacional, quanto essa situação, muitas vezes... É até uma palavra dura, mas de penúria mesmo da nossa tropa, em uma situação tão difícil como essa.

Então é o momento em que o policial mais vai precisar, por exemplo, de recursos e o salário dele vai ser diminuído injustamente, porque ele foi ferido em combate.

Mas, presidente, venho aqui, mais uma vez à tribuna, para repudiar Luiz Inácio Lula da Silva, pela recepção que ele fez ao narcoditador Maduro. Nicolás Maduro chegou aqui no Brasil com pompa de chefe de Estado. Tapete vermelho, de vermelho eles gostam, nós sabemos. Mas é uma atitude extremamente condenável, deputado Lucas.

O Nicolás Maduro é procurado. Tem recompensa para ele. A OEA não reconheceu a eleição legislativa lá, porque sabe da fraude na Venezuela. Presos políticos. No Brasil, está virando moda preso político. Talvez estejam repetindo aqui o que está acontecendo na Venezuela.

Na Operação Acolhida, você que nos assiste em casa, lá em Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, milhares de venezuelanos, Mecca, andando centenas de quilômetros, fugindo dessa ditadura. Fugindo não só da repressão, do perigo de morte ali, mas fugindo da fome, deputado Lucas.

Mais de 100 mil desses venezuelanos já foram interiorizados, inclusive aqui no estado de São Paulo. São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, e outros estados também.

Mais de 100 mil mulheres venezuelanas se prostituindo, ali na fronteira, para levar um pedaço de alimento para os seus filhos. Culpa desse ditador, amigo de Luiz Inácio.

Nós, na campanha eleitoral do ano passado, fomos proibidos, pelo TSE, de falar das relações de Lula com Maduro. Tivemos que tirar o material das nossas redes sociais. Não podíamos fazer associação entre uma figura e outra.

Esse enredo é tão bizarro que um segurança de Maduro agrediu uma jornalista, porque ela ousou fazer uma pergunta ao ditador. E agrediu dentro do Itamaraty, dentro do Palácio do Itamaraty, a jornalista da rede Globo, Delis Ortiz, a quem me solidarizo também.

A Globo é cúmplice desses dois. Mas, a nossa solidariedade a essa jornalista. Essa sim, realmente agredida. Porque, para eles, a agressão era quando o presidente Bolsonaro respondia à altura às provocações que essa mídia fazia.

Agora eles sentem na pele. São agredidos dentro de um palácio, o nosso Palácio do Itamaraty, por um segurança de Maduro, sob a responsabilidade do GSI, Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Então, o meu repúdio a Luiz Inácio, a Maduro, a esses criminosos que estão matando de fome o povo venezuelano. E que, se vem ao Brasil, e agride uma jornalista, à luz do dia, o que eles não fazem com o seu povo nas ruas de Caracas?

Os vídeos estão aí: população pegando comida no lixo, não tem mais vira-lata na rua. Estão matando pombo para comer. E é verdade, não é narrativa, não é ficção. É realidade.

Famélicos, enquanto o narcoditador, procurado, vem aqui para o País, humilhar o nosso povo brasileiro, humilhar a mídia, a imprensa brasileira, que ousou questioná-lo.

A pergunta dela foi a dívida que a Venezuela, o governo de Maduro, tem com o Brasil. Uma dívida bilionária. E a resposta foi uma agressão, um soco no peito da jornalista Delis Ortiz.

Provou um pouco do que é uma verdadeira ditadura, não uma ditadura fictícia, que eles inventavam diariamente nas telas da Rede Globo, tentando imputar, ao presidente Bolsonaro, aquilo que ele não é. Mas o amigo de Lula é sim, e provou dentro do Palácio do Itamaraty.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Obrigado, nobre deputado Gil Diniz. Dando sequência à lista de oradores inscritos, nobre deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, gostaria de dar o meu testemunho sobre a maneira tão alegre e feliz, contente, como a comunidade do ABC recebeu hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele inaugurou, no campus da Universidade Federal do ABC, um novo prédio de laboratórios da instituição.

Esse laboratório representa um investimento de 28 milhões de reais. A construção abriga o bloco Zeta de laboratórios, que vai beneficiar quase 5.000 alunos, mobilizando uma força de trabalho de 195 servidores.

Compõe um rol de estruturas prediais previstas para a consolidação do campus de São Bernardo da Universidade Federal do ABC, abriga 12 novos laboratórios didáticos, possibilitando que os estudantes, desde o início da sua formação, tenham contato com a pesquisa, a prática científica e o desenvolvimento tecnológico. E possui 22 laboratórios de pesquisa científica e inovação tecnológica.

Trata-se de uma trajetória de excelência acadêmica da instituição, reforçando sua importância no desenvolvimento regional. Quero aqui dar o meu testemunho de como o Lula, o ministro da Educação e tantos outros ministros foram também recebidos pelo presidente, que, em seguida, também fez a inauguração das instalações da empresa Eletra Industrial, que havia sido inaugurada oficialmente em 22 de agosto de 2000 e começou a operar numa das garagens da Auto Viação ABC, empresa de transporte coletivo fundada em 1956.

Mas é uma empresa de tecnologia que conhece o seu mercado, tem olhos voltados para o século XXI. E foi um momento de excelente receptividade para o presidente Lula.

Eu gostaria de registrar aqui, Sr. Presidente, que eu recebi a visita, ontem, do vereador Professor Orivaldo, da Câmara Municipal da Estância de Bragança Paulista, que me encaminhou um requerimento aprovado por consenso na Câmara Municipal de Bragança Paulista, em que transmite ao governador Tarcísio de Freitas a sua desaprovação com respeito à intenção de privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.

E esse documento foi encaminhado a todos nós, deputados estaduais, assim como também a moção encaminhada ao presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado, em que mostram o seu desacordo com o Projeto de lei no 752, de autoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que dispõe sobre a majoração do valor de taxas judiciárias e criação de novas taxas.

Eu solicito, assim, Sr. Presidente, que possa a taquigrafia considerar como lidos os dois documentos citados.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Obrigado, nobre deputado Eduardo Suplicy. Tendo em vista o horário, encerramos o Pequeno Expediente e vamos imediatamente dar início ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - O primeiro orador inscrito, por cessão deste deputado, é o nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, prometo tentar não ocupar os 10 minutos aqui da tribuna, mas eu julgo que são temas relevantes para a nossa Casa, para quem nos assiste e, principalmente, para o meu eleitor, aquelas pessoas que confiaram o seu voto e confiança no nosso mandato. Então, eu preciso aqui dar essa resposta aos nossos eleitores.

Primeiro, deputado Lucas Bove, queria comunicar à Casa e a esses eleitores que na semana que vem, nós teremos a primeira sessão, Mecca, da nossa CPI que vai investigar os procedimentos de transição de gênero no Hospital das Clínicas.

Para quem não sabe, o Hospital das Clínicas tem um setor lá que faz o acompanhamento de transição de gênero, um setor chamado Amtigos, com “m”, não é com “n”. É com “m” de macaco, não “n” de navio.

Para a minha surpresa, deputado Lucas, eu tinha ouvido falar sobre esse grupo há um tempo e fui pesquisar sobre. Descobri, via requerimento de informação, que há, deputado Eduardo Suplicy - que eu respeito muito, nosso sempre senador -, crianças a partir de três anos fazendo acompanhamento para transição de gênero. Crianças, deputado Lucas Bove, crianças.

Aí eu fui procurar, deputado Mecca, deputado Giannazi, os pareceres, as normas técnicas, os conselhos - Conselho Federal de Medicina, por exemplo - para saber desde quando esse tipo de procedimento é regulamentado e fui verificar desde quando que esse grupo existe e atua dentro do Hospital das Clínicas. A meu ver, não bate.

Então nós vamos averiguar, sem querer polemizar ou criminalizar ninguém a priori, mas eu julgo que é necessário o povo de São Paulo saber o que acontece dentro do Hospital das Clínicas, saber que existem, neste momento, dezenas, centenas de crianças e adolescentes sendo acompanhados.

Repito: crianças e adolescentes, e crianças a partir de três anos de idade, sendo acompanhados para fazer transição de gênero - os mais antigos vão falar mudança de sexo.

Então nós vamos iniciar essa CPI, essa comissão parlamentar de inquérito, que eu julgo, pelos membros que a compõem, fará um trabalho sério. Eu conto com a colaboração de todos os membros da CPI, mas de todos os parlamentares e de toda a comunidade médica, de todos os profissionais que estão interessados nesse tema, independente se concordam, se não concordam, se são de esquerda, se são de centro, se são de direita.

Nós queremos saber aqui o que acontece lá, se o Estatuto da Criança e do Adolescente, deputado Lucas, está sendo respeitado, se a dignidade, se a integridade dessas crianças está sendo respeitada. Se, por alguma razão, por algum acaso, algum ato ilícito foi cometido, vão responder, ah, mas vão responder. Vai ser o mote do meu mandato.

Se alguém cometeu alguma irregularidade lá, alguém violou algum direito de alguma criança lá, principalmente essas de três anos, vai responder. Serão investigados e, se por acaso nós identificamos ali algum ato ilícito, serão processados com o rigor da lei.

Presidente, para finalizar aqui o meu tempo, o Brasil vive hoje tempos difíceis. Hoje nós temos, nas páginas da grande mídia, não só a cassação de Dallagnol, deputado mais votado no Paraná e procurador-chefe da Lava Jato. Vou falar para vocês, tenho, politicamente falando, uma lista aqui de discordâncias, mas ele foi eleito pelo povo do Paraná.

Por uma manobra jurídica de políticos de hoje que vestem toga, políticos de hoje que estão em tribunais, políticos que hoje julgam, fazem política, Mecca, com a toga, fizeram uma manobra e o cassaram.

A Câmara Federal vai se debruçar, mas não é nem sobre isso que eu ia falar. O que eu que ia abordar é sobre o Zanin, deputado Lucas, o advogado que conseguiu descondenar Luiz Inácio, no STF. O Zanin, advogado de Lula, que agora foi indicado para o STF.

Aí eu pergunto para você que está em casa, dona Maria. Cadê o princípio da impessoalidade? Cadê o princípio da moralidade? Você imagina? O presidente Bolsonaro indicou, à época, o Mendonça. Foi AGU, aí tinha uma carreira jurídica ali, mas pelo fato de o presidente dizer, Mecca: “olha eu quero indicar uma pessoa terrivelmente evangélica para o STF”, pronto. Caiu o mundo em cima do presidente. Caiu o mundo em cima do presidente Bolsonaro, e agora Luiz Inácio indica Zanin.

Salvo engano aqui, o escritório dele recebeu milhares de reais, ou mais de milhão na campanha, na última campanha, de 2022. Dado o histórico do Partido dos Trabalhadores, Zanin tem uma imparcialidade para julgar, Mecca, algum adversário do PT, alguns adversários de Luiz Inácio?

Pergunto aqui. Por enquanto, acho que nós podemos perguntar, né? Ainda temos o mandato. Se bem que membros aí dessa corte, né, são donos da vida e da morte, são donos da liberdade e da prisão.

Vejam vocês que há centenas de brasileiros presos aqui pelo golpe fictício que vendem aqui. Senhoras, idosos, desarmados, sem armas, que não tinham condições nenhuma de perpetrar um golpe. É um crime que não poderia acontecer. Eles estão presos.

Vejam vocês, outros presos, como Max Guilherme, como o capitão Cordeiro, que estão presos, Mecca. Aquele vagabundo que atirou no policial em uma saidinha, pegou agora a arma do policial, cometeu mais um crime na sua lista de crimes. O Cordeiro e o Max estão presos porque supostamente fraudaram uma carteira de vacinação.

Crime terrível para Alexandre de Moraes. Busca e apreensão, deputado Lucas. É incrível o Brasil. O que eles conseguem fazer. O herói, da noite para o dia, vira bandido, o bandido, da noite para o dia, vira presidente da República, e o advogado amigo do amigo do amigo do amigo é indicado para a Suprema Corte. É um enredo que é difícil de explicar lá fora para qualquer um que tente entender a política nacional.

Mas seguimos aqui. Me perguntaram, Mecca: “deputado, você não tem medo de ser privado da sua liberdade?”. Porque hoje um despacho ali, uma canetada faz uma pessoa como o delegado de Polícia Federal Anderson Torres ficar meses penando em uma cadeia.

Um pai de família, um homem honrado, trabalhador ficar meses em uma cadeia. Você não teme pela sua liberdade? Claro que eu temo. Eu tenho uma família, eu tenho filhos, eu tenho pessoas que dependem de mim, mas se eu for privado da minha liberdade, por falar o que eu falo, pensar o que eu penso, defender as minhas ideias, isso já não é justiça. Isso é uma injustiça.

Eu acredito nos meus valores. Eu acredito naquilo que eu defendo. Eu acredito, presidente, para finalizar, e defendo isso, que é o meu princípio, o princípio cristão que eu defendo, e sempre digo aqui nesta tribuna, sou católico apostólico romano, acredito no transcendente, na ressurreição. Então, se me prenderem por esses valores, a culpa não é minha, é deles.

Mas se te matarem, deputado? E olha que já mandei aqui para a Polícia Militar, Civil, aqui para a Casa a enxurrada de ameaças que nós recebemos semanalmente.

Você não teme pela sua vida? Claro que eu temo pela minha vida, obviamente eu temo pela minha vida. Repito, tenho filhos, tenho esposa, tenho pais, pai e mãe que dependem de mim, mas abreviariam, Mecca, o meu encontro com o meu Criador. Eu veria, face a face, Jesus Cristo mais rápido ainda.

Então, se quiserem cumprir a ameaça, que façam. Se quiserem me privar de liberdade por eu defender o que eu defendo, que me prendam, mas nós continuaremos a defender aqui, Mecca, aquilo que nós aprendemos no seio da nossa família, nos bancos escolares com as nossas professoras, dentro das nossas igrejas, onde nós cultuamos o nosso Deus, doa a quem doer, doa a qualquer ditador. Ele tendo toga ou não, ele sendo um descondenado ou não.

Muito obrigado, presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Obrigado, nobre deputado Gil Diniz. Dando sequência à lista de oradores inscritos, deputado...

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela Ordem, Sr. Presidente, eu gostaria de utilizar a tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - É regimental, tem V. Exa. a palavra, deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, primeiro, eu quero discordar veementemente de tudo o que disse o deputado Gil Diniz aqui.

A distorção que ele faz da realidade é monstruosa, são vários temas distorcidos, mas eu não posso perder tempo com isso, porque tem uma pauta aqui muito importante, Sr. Presidente, para pedir o apoio dos deputados e das deputadas, ela se refere a nossa luta contra o confisco das aposentadorias e pensões.

Nós tivemos uma vitória importante no ano passado, derrubando o confisco do Doria, do PSDB, do Tucanistão, imposto a mais de 600 mil servidores e servidoras aposentados e pensionistas do estado de São Paulo.

Porém, agora tem a segunda fase da luta, que é pela devolução desse confisco. Foram dois anos de assalto e de roubo do governo Doria em cima dos nossos aposentados e pensionistas e o governo tem recursos para isso.

Nós temos, hoje, o maior Orçamento de toda a história do estado de São Paulo, mais de 317 bilhões de reais, então a nossa luta agora é pela devolução do que foi confiscado durante esse período.

Por isso, nós apresentamos propostas. Eu apresentei, Sr. Presidente, duas propostas importantes, concretas, para devolver os recursos dentro da lei. Primeiramente, um PLC, um projeto de lei complementar, o Projeto de lei Complementar nº 9/23, que cria as condições para que o governo devolva esses recursos assaltados e roubados dos nossos aposentados e pensionistas.

Então, essa é a primeira proposta concreta. A Assembleia Legislativa tem que aprovar o nosso PLC nº 9 e assim nós vamos poder fazer justiça com os aposentados e pensionistas.

A outra proposta concreta foi a apresentação, agora, que eu fiz na LDO, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, de uma emenda, que, aliás, é a primeira emenda, não tem como esquecer. A primeira emenda apresentada à LDO do ano de 2023 é a nº1, que versa exatamente sobre a devolução do confisco das aposentadorias e pensões.

Então dois instrumentos importantes, o PLC nº 9, de 2023 e mais a LDO já fazendo a previsão orçamentária para que o estado se organize e devolva os valores. Eu digo que não foi nem um confisco, foi um assalto, foi um verdadeiro roubo aos aposentados e pensionistas do estado de São Paulo.

E esse dinheiro tem que ser devolvido imediatamente, então essa é a nossa luta imediata aqui na Assembleia Legislativa. Os dois instrumentos legislativos já estão dados, o PLC nº 9, que eu apresentei, e a emenda nº 1 à LDO, que será debatida e discutida agora, até o final do mês de junho, depois tem o recesso de julho, mas até o final de junho a LDO será votada.

Eu peço o apoio de todos os deputados e deputadas que têm compromisso com os 600 mil aposentados e pensionistas que foram roubados e assaltados pelo governo Doria e pelo governo Rodrigo Garcia. Devolução já do confisco das aposentadorias e pensões.

Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, nós estamos lutando também para mudar o Art. nº 149 da Emenda Constitucional nº 103 da reforma da previdência do Bolsonaro, da extrema direita.

Foi o Bolsonaro que pôs esse famigerado confisco das aposentadorias em todo o Brasil, porque ele aprovou, em nível federal, uma reforma autorizando os municípios e os estados a confiscarem aposentados e pensionistas.

Nós já estamos com a elaboração de uma PEC, pela deputada federal aqui de São Paulo, a Luciene Cavalcante, que é professora e milita nessa área. Ela já está apresentando uma PEC e fazendo um movimento em nível nacional para revogar essa Emenda nº 149...

Emenda, não, o Art. nº 149 da Emenda nº 103, a Emenda Constitucional. Aqui na Prefeitura de São Paulo nós estamos em luta contra o SPPREV para também revogar o confisco das aposentadorias e pensões de 100 mil aposentados, pensionistas e servidores da Prefeitura de São Paulo, que estão sendo confiscados também por conta dessa famigerada reforma previdenciária.

 Lá nós temos um PDL - PDL nº 92, do vereador Celso Giannazi -, que segue a mesma linha do nosso PDL nº 22, que foi um instrumento importante de mobilização e de pressão para que nós pudéssemos derrubar o confisco aqui, na Assembleia Legislativa, Sr. Presidente.

Então essa é nossa luta aqui em São Paulo, no governo estadual: nós queremos a devolução, e eu tenho a certeza de que muitos deputados vão ajudar na aprovação do nosso PLC nº 09, de 2023, e também na nossa Emenda nº 1, a primeira emenda aqui, da Assembleia Legislativa, apresentada na LDO.

Então peço o apoio de todos os 94 deputados e deputadas para que a gente faça justiça novamente com os aposentados e pensionistas.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, eu posso fazer uma comunicação antes de... Para eu encerrar minha parte hoje. Eu sei que o deputado Mecca também vai fazer.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - É regimental. Tem V. Exa. o tempo de dois minutos para uma breve comunicação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero aqui, da tribuna da Assembleia Legislativa, exigir à Seduc, à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que faça a nomeação dos aprovados no concurso de supervisão da rede estadual.

Olha só, já houve a chamada e a escolha de aproximadamente 85 pessoas, que foram aprovadas, que investiram recursos, que se mobilizaram, que estudaram e que conseguiram a aprovação nesse importante concurso de supervisão da rede estadual.

Só que essa escolha aconteceu aproximadamente em novembro do ano passado, nós já estamos encerrando o primeiro semestre e até agora não houve a nomeação.

Eles até já escolheram, já fizeram inclusive o exame médico exigido, porém a Seduc - não sei por quê, acho que a Seduc não gosta de servidores concursados, aprovados; parece que o governo tem medo de servidor concursado - está protelando a nomeação desses servidores, para que eles possam ingressar nos cargos nos quais foram aprovados.

 Eu faço aqui essa exigência. Lembrando que o exame médico que todos eles já fizeram vence em seis meses - olha só o transtorno, a crueldade da Seduc para com esses servidores.

Todos eles já estão na rede estadual, muitos deles são diretores que vão assumir esses cargos, que serão ocupados através dos concursos públicos, de provas e de títulos. Então fica aqui o nosso pedido, e que isso seja feito em caráter de extrema urgência. A Secretaria da Educação... O que vocês estão fazendo? Não é possível que há mais de seis meses ainda não tenha ocorrido a nomeação desses servidores.

Então, Sr. Presidente, para encerrar, gostaria de que cópia do meu pronunciamento fosse entregue, encaminhada à Seduc, ao secretário estadual de Educação.

E que ele faça a nomeação, em caráter de extrema urgência, dos servidores aprovados nesse concurso, e também que faça mais chamadas, porque tem muitos cargos vagos de supervisor de ensino. De diretor, nem se fala; tem que abrir concurso para direção de escola. Tem mais de duas mil vagas.

Então, tem que aumentar o número de vagas para o concurso de professores. Quinze mil vagas, como saiu no edital, são insuficientes. Nós precisamos de, no mínimo, 100 mil vagas no edital para os professores da rede estadual. E também que haja concurso de PEB I, para as séries iniciais do ensino fundamental.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Ok. Será encaminhado conforme solicitação de Vossa Excelência.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - É regimental. Tem V. Exa., deputado Major Mecca, o tempo de dois minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria aqui prestar um apoio à exposição que fez o deputado Gil Diniz em relação a esse programa que é levado a efeito dentro do Hospital das Clínicas, um hospital pelo qual temos imenso respeito, um hospital que sempre tratou e recepcionou os nossos policiais de forma bastante acolhedora, bastante técnica, e que salva vidas diariamente.

No entanto, esse programa que trata de crianças de três anos, como falou o deputado Gil Diniz, para mudança de sexo é uma aberração que testemunhamos no seio da nossa sociedade.

Precisamos combater iniciativas e medidas como essa, que buscam descontruir a família, que é a célula mater da sociedade, que é o que nós sempre aprendemos: o respeito aos nossos pais, o respeito aos nossos irmãos, aos nossos amigos, o respeito ao próximo, independentemente da cor da pele, independente da opção sexual, da opção religiosa ou da classe social a que pertence. Temos que respeitar a todos.

Esse repúdio nosso a esse tipo de programa, deputado Gil Diniz, é porque essa é somente mais uma das violações dos valores da sociedade brasileira. Como foi falado hoje aqui, o deputado Gil Diniz citou a recepção feita a um líder autoritário venezuelano, acusado na Organização das Nações Unidas por sérios crimes contra os Direitos Humanos, desde tortura até a manutenção de presos sem prova alguma em centros de detenção provisória.

Um autoritário, um líder que joga tanques de guerra em cima de pessoas que estão exercendo a liberdade de expressão e se manifestando contra os absurdos que acontecem naquele país.

Quando fazemos um repúdio aqui do plenário desta Casa Legislativa, é porque temos preocupação com o futuro da nossa nação, porque não aceitamos um presidente da República receber uma pessoa como essa, Nicolás Maduro, com honras militares.

É algo que nós também não aceitamos. Eu, como militar que sou, servi por mais de 35 anos ao povo do nosso estado e do nosso país. Eu nunca prestaria continência a um líder autoritário como aquele.

Ele nunca receberia uma continência minha em solo brasileiro ou em qualquer lugar do planeta, porque não compactuamos desses valores que desrespeitam a dignidade da pessoa humana.

Então fica aqui o nosso repúdio a esse trabalho que é feito dentro do Hospital das Clínicas e fica aqui o nosso repúdio ao comportamento do atual presidente da República, que desrespeitou a Nação brasileira, assim como já o fez em inúmeras outras oportunidades e o faz diariamente.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Obrigado, nobre deputado Major Mecca. Eu peço vênia aqui para corroborar com suas palavras e as palavras do deputado Gil Diniz não só em relação ao objeto da CPI do HC, como também à questão da recepção do presidente da Venezuela, mas principalmente em relação à defesa dos nossos policiais que sofreram e continuam sofrendo diariamente.

Então o senhor conta também com a assinatura deste deputado no seu projeto e parabenizo o senhor pelo brilhante trabalho que o senhor vem fazendo - eu acompanho já desde a legislatura passada - em defesa das polícias paulistas.

Dando sequência à lista de oradores inscritos, deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.)

Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, por permuta com o deputado Paulo Mansur. Tem V. Exa., nobre deputado Eduardo Suplicy, o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Lucas Bove, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu gostaria de assinalar que ontem o Senado aprovou o novo Bolsa Família com o benefício médio mensal que deve ir para 714 reais para a família. Então a medida provisória foi aprovada de forma simbólica, sem contagem de votos.

O texto antes aprovado na Câmara, na terça-feira, agora vai seguir para a sanção do presidente. Uma das principais mudanças é a inclusão de lactantes no público-alvo do benefício adicional de 50 reais por mês.

O texto enviado pelo governo Lula ao Congresso Nacional estendia o bônus apenas para crianças e adolescentes de sete a 18 anos. Esse texto aprovado também prevê a continuidade do pagamento do extra de 50% do valor do botijão de gás para beneficiários do programa Auxílio Gás.

O vale gás foi instituído, inicialmente, por uma medida provisória própria. Após o impasse entre as duas Casas, no início do ano, houve o acerto para tramitação desse texto, incluindo o vale gás na medida provisória do Bolsa Família.

Como o programa de Auxílio Gás perderia validade nesta sexta-feira, o Congresso acelerou a votação da proposta do Bolsa Família, que é válida até o fim de junho, para evitar o fim do benefício. Este benefício é pago hoje para cerca de 5,7 milhões de famílias.

E o texto também autorizou que beneficiários do Programa Bolsa de Prestação Continuada venham a contratar empréstimos consignados, podendo empenhar até 35% do valor mensal do auxílio no pagamento de prestações, ante 45% para beneficiários do INSS. Desse percentual, 30% podem ser destinados somente para empréstimos e financiamentos e 5% para despesas do cartão de crédito consignado.

A versão aprovada também estabelece que o Executivo edite regras para que uma família possa acumular Bolsa Família e o benefício da prestação continuada, pagar idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

A ideia é que, no futuro, os valores recebidos pelo benefício da prestação continuada não sejam considerados na hora de avaliar se uma família tem a renda exigida para ser beneficiária do Bolsa Família.

O dispositivo foi incluído pelo Governo durante a votação na comissão mista. Diante da possibilidade de que os parlamentares aprovassem o acúmulo dos benefícios imediatamente, o impacto foi estimado pelo Governo em 19 bilhões.

Então, em abril, o presidente Lula cumpriu a promessa de campanha, relançando o Bolsa Família. Podem receber o benefício as famílias com renda mensal de até 218 reais por pessoa.

O novo formato do Bolsa Família prevê o valor adicional de 50 reais para famílias com gestantes, crianças e jovens entre sete e 13 anos. Esse benefício ainda não entrou em vigor.

Técnicos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social dizem que o sistema da Caixa responsável pelos pagamentos do Bolsa Família está sendo atualizado e, em junho, esse complemento passa a ser depositado.

Com isso, o valor médio por família, no programa social, chegará a 714 reais esperados pelo Governo. A renda mensal atualmente é estimada em 670 reais por família. No fim de 2021, quando o então presidente Bolsonaro trocou o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, o benefício médio era de 242 reais por mês.

O Programa Auxílio Brasil foi, portanto, por essa medida provisória e decisão agora, já, das duas casas do Congresso Nacional, foi extinto, voltando a existir com sua plenitude o Programa Bolsa Família.

É importante assinalar que no parágrafo 1º do Art. 1º da Medida Provisória que agora comento, está que o Programa Bolsa Família constitui uma etapa do processo de implementação da universalização da renda básica de cidadania, que, portanto, será um dia universal e incondicional para todos os seres humanos no Brasil, inclusive os estrangeiros aqui residentes há cinco anos ou mais, a ninguém será negada, até para os deputados estaduais aqui presentes, sim, para o mais bem sucedido empresário brasileiro, para mim próprio, para todos os moradores em situação de rua presentemente, sim: todos vamos receber.

Obviamente, os que temos mais, vamos colaborar para que nós próprios e todos os demais venham a receber. Aqueles que quiserem saber bem mais detalhes a respeito, poderão ler a oitava edição do meu livro, Renda de Cidadania - A Saída é pela Porta, onde estão publicados também 21 páginas, que correspondem aos 70 minutos de diálogo que eu mantive com o presidente Lula no dia em que eu completei 80 anos de idade, 21 de junho de 2021, no qual eu digo a ele que me empenharei de toda maneira para que ele venha a ser eleito presidente da República, como aconteceu em outubro do ano passado.

E da parte dele, ele, então, ressalta como a renda básica de cidadania universal e incondicional é agora algo que pensadores destacados em todo o planeta Terra têm defendido e que poderá ser algo muito importante, sobretudo para aqueles objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, assinalados no Art. 3º de nossa Constituição: erradicar a pobreza e promover maior igualdade, e, não importando qualquer origem da pessoa, todos terem o direito de viver com dignidade e de maneira que possa lhes proporcionar o maior grau de liberdade possível.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Obrigado, nobre deputado sempre senador Eduardo Suplicy. Obrigado pelas palavras.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Vossa Excelência me permite uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - É regimental. Tem V.Exa. o tempo de dois minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só para manifestar aqui o meu lamento em relação à Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto na data de ontem não ter cassado o mandato da vereadora Perla Muller.

A vereadora, deputado Major Mecca, disse numa entrevista, ao se referir à dona Olinda Bonturi Bolsonaro, mãe do nosso presidente, que faleceu aos 94 anos, rindo, deputado Lucas, disse que dona Olinda deveria ter morrido há 66 anos.

É o ódio do bem, está liberado. Para eles, está tudo liberado, inclusive desejar a morte de uma mulher. E falar, deputado Mecca, com a maior naturalidade possível.

Olha, a dona Olinda, que eu conheci, uma pessoa doce, Mecca, uma pessoa simples, humilde, uma pessoa feliz que veio a falecer há pouco tempo. Eu fico pensando aqui: qual é o limite dessas pessoas? Vocês imaginam se um deputado nosso, desse lado aqui, disser algo semelhante a isso, referindo-se ao descondenado, o escândalo que iria ser?

O deputado Lucas tem uma nota de repúdio que protocolou aqui e vai para as comissões. Eu espero que a Comissão de Direitos Humanos aprove essa nota de repúdio a essa vereadora, ao menos isso, porque por covardia aqui, esses vereadores resolveram, com seu voto, dar a chancela que ela pode falar tudo, inclusive desejar a morte de uma mulher, numa entrevista sorrindo, ironizando.

Então, espero que ao menos a nossa Comissão, que representa também o nosso Parlamento, possa ao menos censurar um tipo de fala como essa da vereadora Perla Muller, que desejou, entre outros absurdos, a morte de dona Olinda Bonturi, 66 anos atrás, ironizando.

Então, é o ódio do amor. Então, para a esquerda, está liberado desejar, entre outras coisas, a morte de mulheres.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Se houver acordo aqui entre os líderes, peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 39 minutos.

 

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