23 DE FEVEREIRO DE 2024

12ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Endossa o pronunciamento do deputado Reis.

        

4 - REIS

Assume a Presidência.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

8 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Endossa o pronunciamento do deputado Reis.

        

10 - REIS

Assume a Presidência.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

15 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 26/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

                    

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Entrando na lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra a deputada Edna Macedo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - Muito obrigado, presidente Carlos Giannazi. Quero cumprimentar os funcionários desta Casa, o público presente, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico Científica, da Polícia Penal, todos aqueles e aquelas que estão em suas residências e nos acompanham pela Rede Alesp, o deputado Paulo Fiorilo, que acaba de adentrar no plenário; e o deputado Suplicy, que também acaba de chegar ao plenário.

Presidente Carlos Giannazi, sei que V. Exa. é um defensor do funcionalismo público. Várias questões da educação e também sobre o Hospital dos Servidores Públicos, V. Exa. tem apresentado a esta Casa.

Eu trouxe aqui um manifesto dos aposentados e dos pensionistas do estado de São Paulo, com relação ao atendimento no Hospital do Servidor Público, porque mesmo após 14 meses de gestão - porque essa gestão costuma culpar o governo anterior e tudo o que você vai falar, respondem: “não, nós pegamos este negócio muito ruim”. Mas, em 14 meses não fizeram nada para melhorar.

“Em defesa da vida, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, IAMSPE, vive dias difíceis. Mantido basicamente com a contribuição do funcionalismo, vem sofrendo uma crise de atendimento nos últimos anos, agravada a partir de 2019.

É nítida a falta de trabalhadores, equipe de enfermagem e médicos dentro do Hospital do Servidor Público, o que provoca transtornos evidentes àqueles que procuram os serviços do pronto-socorro, ambulatórios ou o hospital. Nós, que usamos os serviços, sabemos o verdadeiro caos. O resultado desse quadro são as horas intermináveis de espera”.

E eu posso comprovar isso porque, algumas das vezes que precisei do Hospital do Servidor, realmente demora muito o atendimento. Demora muito.

“Horas intermináveis de espera. A gigantesca dificuldade em marcar uma consulta ou exame. E as cirurgias, que muitas vezes são desmarcadas na véspera da data agendada. Ou pior, nem marcadas são. Somos mais de 1.175.473 beneficiários.

O IAMSPE, Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, autarquia atual criada pelo Decreto-lei nº 257/70 e regulamentada pelo Decreto nº 52.474/70, tem por finalidade precípua prestar assistência médica e hospitalar, de elevado padrão, aos seus contribuintes - servidores públicos estaduais - e seus beneficiários e agregados. (Art. 2º do Decreto-lei nº 257/70). Observando-se uma grande população de idosos, no geral aposentados, idosos de baixa renda, portadores de doenças crônicas.

O servidor público, consumidor de um serviço de saúde, automaticamente sofre um desconto mensal em cumprimento à Lei nº 17.293, que fixa contribuições diferenciadas para contribuintes e beneficiários, incluindo os agregados - pai e mãe, padrasto e madrasta - sendo contribuinte de 2% a 3%, inclusive férias e 13º salário.

Para quem possui idade a partir de 59 anos, o percentual passou para 3% em sua folha de pagamento, valor destinado ao custeio desses serviços médicos prestados pelo IAMSPE.

Nós pagamos e precisamos com urgência que os credenciamentos sejam realizados com hospitais capacitados em toda a região do estado, com atendimento hospitalar geral, biópsia, oncologia, quimioterapia, radioterapia, cirurgias eletivas de pequena, média e alta complexidade; dias de internação ou de permanência em UTI suficientes para o tratamento necessário ao restabelecimento total do paciente; e fim das transferências hospitalares, com exceção, se comprovada pelos médicos, de que o hospital da internação inicial não tenha equipamentos necessários ou outro motivo que possa comprometer a continuidade do tratamento, credenciamento de laboratórios clínicos para todos os exames de sangue, de imagens, nas cidades do interior de São Paulo, evitando-se, assim, o deslocamento dos servidores para a Capital.

Credenciamentos esses com teto, cotas, recursos orçamentares suficientes para atender toda a demanda, dignamente, que cubram todos os procedimentos hospitalares, inclusive dias de internação e permanência em UTI, suficientes para o restabelecimento do paciente, autorização de todos os exames necessários para que o hospital credenciado tenha capacidade de realizar durante a internação”.

Já terminamos, Sr. Presidente. É importante registrar esse manifesto.

“Pagamos a vida inteira o Iamspe, não queremos viver os últimos momentos de vida aguardando vagas do SUS. A grande curiosidade do Hospital do Servidor é que foi sendo pulverizado.

Não houve nenhum interesse por parte dos governantes em melhorar a situação. Ao contrário, a ordem parece ser de economizar. Será que nenhum secretário de estado tem interesse no hospital?

A demora no atendimento por especialista é outro aspecto que choca, o encaminhamento de um paciente com um simples problema para uma consulta, o qual será atendido meses depois.

Assim, diante do exposto, solicitamos que esse caos no Hospital do Servidor Público seja averiguado com resultados positivos aos seus beneficiários. Atenciosamente, Movimento dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo”.

Como eles estão lutando, e nós aqui também temos cobrado muito o governo, e V. Exa. tem cobrado muito do governo, as melhorias, os investimentos necessários a prover a saúde do servidor público do estado de São Paulo, eu requeiro de V. Exa. que a cópia, as notas taquigráficas desse discurso, dessa minha fala, da leitura desse manifesto, seja encaminhado ao superintendente do Iamspe, seja encaminhado ao secretário de Gestão e Governo Digital, secretaria que tem o Iamspe sob o seu guarda-chuva e o Hospital do Servidor, para que o governo ponha a mão na consciência e entenda, entenda que tem que melhorar o atendimento aos nossos servidores. Os nossos servidores não podem ser tratados com descaso, como esse governo tem feito e tratado mal todos os nossos servidores que carregam o estado nas costas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado, deputado Reis. Esta presidência acata o pedido de V. Exa. e fará os encaminhamentos aos órgãos que V. Exa. pediu.

E é muito importante que V. Exa. tenha lido esse manifesto das aposentadas e pensionistas do estado de São Paulo, que chegou praticamente nos gabinetes de todos os deputados e deputadas da Assembleia Legislativa, trazendo... É um manifesto-denúncia, do abandono pelo governo estadual do Iamspe.

O governo lavou as mãos, o governo praticamente não financia mais o Iamspe. Quem financia o Iamspe é o próprio servidor público, o aposentado, que contribui com dois ou três por cento. Então, o governo tem se omitido historicamente, e agora ele abandonou de vez.

Então, não tem financiamento, não tem mais concurso público dentro do Iamspe, eles estão terceirizando tudo. Tem mais de 20 empresas terceirizadas, ou seja, o governo está sucateando e degradando o Iamspe, de propósito, talvez, para entregar o Iamspe para uma OS - uma organização social de caráter privado -, como ele tem feito com a Saúde em todo o estado.

Mas nós vamos continuar a luta e a resistência, denunciando o que está acontecendo. Eu chamo V. Exa. para continuar presidindo a sessão, deputado Reis.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a presidência dos trabalhos na data de hoje e seguindo aqui a lista de oradores escritos no Pequeno Expediente, chamo para fazer uso da palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -Senhor presidente, deputado Reis, deputado Suplicy, telespectador da TV Assembleia. Senhor presidente, nós tivemos o início do ano letivo das aulas da rede estadual, agora no último dia 15 de fevereiro.

Uma volta caótica, porque faltam professores, porque o governo organizou um processo de atribuição totalmente injusto, sem transparência, com várias irregularidades, com vários erros, deixando de fora boa parte dos professores categoria “O”. Sobretudo aqueles e aquelas com experiência.

E no meio de todo esse turbilhão, de toda essa desorganização, que é deliberada, contra o Magistério, contra os profissionais da Educação, o governo estadual não está cumprindo a legislação.

O governo Tarcísio, através da Secretaria da Educação, insiste em não cumprir a lei que nós aprovamos aqui na Assembleia Legislativa. Inclusive, lei que foi fruto de um projeto de lei que o próprio governo encaminhou por conta da nossa pressão. Me refiro à Lei nº 1.396, do dia 22 de dezembro do ano passado, de 2023.

Eu tenho dois tópicos importantes, que eu estou colocando aqui. Um trata da questão das APDs, que era uma antiga reivindicação que nós estávamos fazendo. Quando eu digo “nós”, o Magistério estadual. De que as APDs, atividades pedagógicas diversificadas, fossem realizadas em local de livre escolha do professor, da professora. Isso, nós conseguimos aprovar, apesar de toda a resistência do governo.

No projeto original, ele dizia que era o secretário que ia dizer onde o professor ia realizar essas APDs. Mas isso, nós conseguimos tirar do texto original. E está lá, o texto é muito claro.

A Lei nº 1.396, Art. 1º, §1º, esse que nos interessa, bem claro: “O tempo de trabalho destinado às atividades pedagógicas sem interação com os educandos será cumprido em local de livre escolha do docente.”

Não tem como interpretar diferente: é livre escolha do docente. As APDs, atividades pedagógicas que não são feitas com o aluno, é aquele momento em que o professor prepara as suas aulas, faz a pesquisa. É o momento em que o professor prepara as avaliações, corrige as avaliações.

Então não há necessidade de que, nesse momento, ele fique dentro da escola. Ele vai fazer no momento em que ele puder, no momento em que ele organizar o seu tempo para isso, como era antes.

Agora está aí a lei. E a outra conquista foi a volta da falta-aula, que antes era a falta-dia. Eu me refiro aqui - vamos colocar o próximo quadro - que, na mesma lei, nós temos o Art. 69, no inciso II, que diz o seguinte: “II - quando a ausência for parcial, o desconto será proporcional à quantidade das aulas ou horas impactadas.” É óbvio que tem que ser assim. Então a falta-aula está de volta. Porque, até então, era falta-dia.

Se o professor faltava uma aula, ele perdia o dia todo, mesmo que ele tivesse lecionado as outras aulas. Isso era inconstitucional, era uma agressão, uma violação ao direito trabalhista. Então tinha que cair mesmo, e caiu, e está ali. Acontece que a Secretaria da Educação não está orientando as diretorias de ensino e nem as escolas, para que as gestões escolares procedam de acordo com a lei.

Não tem que regulamentar nada, a lei é clara aqui. Ela é autoaplicável. Tanto as APDs em local de livre escolha, não é o diretor que vai decidir, nem a Seduc, nem o dirigente de ensino. A lei é muito clara. E também a volta da falta-aula.

Se o professor faltou uma aula, ele vai ter o desconto de uma aula, é proporcional. O inciso II é muito claro, o inciso II do Art. 69, da lei aprovada - repito - aqui na Assembleia Legislativa.

Então a Secretaria da Educação tem que orientar corretamente o cumprimento da lei. As diretorias de ensino também têm que orientar todas as suas escolas. Todas as escolas devem ter essa orientação da Seduc e das diretorias de ensino. É uma orientação básica, elementar, que está aqui na Lei nº 1.396, aprovada e sancionada pelo governador.

Essa lei está em vigor. As APDs devem ser feitas de acordo com a vontade, com a indicação de livre escolha do docente. E a falta-aula está de volta, se o professor faltou uma aula, ele vai descontar uma aula e não o dia todo.

Então, está aqui a lei e ela tem que ser respeitada, Sr. Presidente. Nós exigimos que a Secretaria da Educação tome as providências objetivas para que todas as escolas cumpram essa legislação.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer o uso da palavra o deputado Donato. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Carlos Giannazi, que agora substitui o deputado Reis. Eu estive nesta manhã em Diadema, onde participei e assisti a cerimônia em que o presidente do IBGE, professor Márcio Pochmann, anunciou ao lado do prefeito de Diadema, José de Filippi Junior, os resultados do diagnóstico sobre as características das habitações no Brasil.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

Então, eu quero ressaltar que a escolha de se fazer hoje no Teatro Clara Nunes em Diadema decorre do fato de Diadema apresentar alguns indicadores muito positivos, sobretudo na área do saneamento básico e do sistema de esgoto na cidade.

É um dos municípios que está proporcionando índices superiores a 98% e a população está tendo a água encanada adequada e sistema de esgoto adequado. Estava simplesmente lotado o auditório do Teatro Clara Nunes e esses resultados são muito importantes, vou aqui citar alguns.

“O Brasil tem o equivalente a 49 milhões de habitantes sem atendimento adequado de esgotamento sanitário e 4,8 milhões de pessoas sem água encanada, apesar do crescimento desse serviço nas últimas décadas. É o que apontam os novos dados do Censo Demográfico de 2022 divulgados hoje pelo IBGE.

No caso do esgotamento sanitário, 62,5% da população vivia em domicílios conectados à rede de coleta em 2022. Outros 13,2% estavam em endereços que usavam fossa séptica ou fossa-filtro como solução individual. De acordo com o IBGE, as duas categorias são consideradas adequadas pelo Plansab, o Plano Nacional de Saneamento Básico.

Assim, a população atendida por rede de esgoto ou fossa séptica chegou a 75,7%, na soma, em 2022 – o equivalente a 153,1 milhões de pessoas. O percentual subiu em relação aos recenseamentos anteriores, que era de 64,5% em 2010 e de 59,2% em 2000.

Apesar da alta, o país ainda registrou, em 2022, o equivalente a 24,3% da população em domicílios com opções de esgotamento sanitário ‘mais precárias’, incluindo a fossa rudimentar ou o buraco, vala, rio, lago, córrego ou mar, aponta o IBGE. Essa porcentagem equivale ao número - citado no início deste texto - de 49 milhões de pessoas sem atendimento adequado de esgoto, conforme os critérios da pesquisa.

De 2010 a 2022, a proporção de moradores com soluções consideradas adequadas de esgotamento (rede e fossa séptica) cresceu em cinco grandes regiões brasileiras, mas as desigualdades permaneceram, conforme Bruno Perez, analista do IBGE, ressalta.

No norte, essa proporção foi de apenas 46,4%, a menor do País e abaixo do dado nacional (75,7 por cento). Em outras palavras, menos da metade da população local convivia com opções consideradas adequadas de esgotamento sanitário. O sudeste, por sua vez, registrou o maior percentual do País nesse quesito: 90,7 por cento.”

Quero aqui ressaltar e vou pedir que seja transcrito na íntegra esse documento que aponta as características das habitações, mas quero ressaltar quando o prefeito José de Filippi Júnior foi aplaudido, porque Diadema tem uma proporção de residências com o fornecimento de água e sistema de esgoto adequados numa proporção próxima de 100 por cento.

O próprio prefeito José de Filippi Júnior ressaltou o quão considera importante que a Sabesp, os serviços de água, de abastecimento de esgoto, permaneçam sob controle do estado. Ele registrou um movimento muito positivo ao longo de seu mandato e considerando que ele é prefeito mais uma vez ali em Diadema.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.)

Na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, público presente, eu volto à tribuna porque eu quero repercutir matérias da grande mídia sobre o andamento das investigações dos atos golpistas de 8 de janeiro e do envolvimento do principal chefe dessa operação, que é o Sr. Jair Messias Bolsonaro. Inclusive ele ontem ficou em silêncio - ele e alguns generais - o que causou estranheza ao Alto Comando das Forças Armadas, segundo o noticiário, do silêncio em que eles ficaram.

O Bolsonaro ficar em silêncio, mas os generais deveriam ter falado alguma coisa. E na realidade, Sr. Presidente, você pode se defender no inquérito. Então, quando a Polícia Federal chama alguém para ser ouvido no inquérito, aquela peça administrativa, a pessoa pode fazer a sua defesa ali também.

Assim, o Bolsonaro poderia, sim, ter se defendido, mas ele preferiu permanecer calado. Isso, dependendo do que tem de apuração na investigação, daqui a pouco ele pode ser preso, sim.

O Valdemar da Costa Neto cortou o salário de Braga Netto e do Marcelo Câmara. O ex-ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, tiveram salários cortados pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

Segundo o blog da Andréia Sadi, o presidente do partido suspendeu os pagamentos, desde que foi proibido de se comunicar com ambos, uma vez que estão sendo investigados pela Polícia Federal, no inquérito da suposta tentativa de golpe de Estado.

Atualmente, o ex-ministro ocupava o cargo de secretário nacional de relações institucionais, com o salário de cerca de 40 mil reais. Já Marcelo Câmara recebia 20 mil reais do partido, de acordo com as informações do ‘G1’. No depoimento à Polícia Federal, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto desistiu da estratégia de ficar em silêncio. Então, Valdemar foi lá e falou.

Os advogados de Costa Neto assinalaram: “A defesa de Valdemar Costa Neto informa que o presidente nacional do PL compareceu à Polícia Federal na data de hoje - no caso, ontem - e respondeu todas as perguntas que lhe foram feitas. A defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações”.

Costa Neto foi alvo de busca e apreensão em oito de fevereiro, no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe e acabou sendo preso, por posse irregular de arma de fogo.

Além disso, foi encontrada com ele uma pepita de ouro. O presidente do PL ficou detido por duas noites na carceragem da Polícia Federal. Já Braga Netto continua com a estratégia de silêncio. 

No “247”, tem uma matéria que diz: “Se falar um ‘ai’ do Supremo, vai ser preso”, diz ministro sobre ato convocado por Bolsonaro para o domingo. Então, nesse ato do Bolsonaro, ele tem que ter muito cuidado, porque ele não pode atacar as instituições. 

“Há no STF um consenso de que, se Bolsonaro partir para o ataque contra o Tribunal ou algum de seus ministros, poderá ser preso imediatamente. Após o avanço das investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro se viu acuado e convocou uma manifestação, supostamente, em defesa da democracia”.

Veja, ele é uma coisa hilária. Ele queria dar um golpe. Ele, que planejou todo um golpe, agora está fazendo um ato em defesa da democracia, do Estado Democrático de Direito. 

“No dia 25, na Avenida Paulista, será uma tentativa de demonstrar apoio popular para evitar uma prisão. No entanto, o ato poderá se converter em um tiro no pé. Segundo Lauro Jardim, do jornal ‘O Globo’. No Supremo Tribunal Federal há um consenso de que se Bolsonaro criticar asperamente a Corte ou alguns de seus ministros, poderá ser preso imediatamente. ‘Se ele falar um ‘ai’ do Supremo, vai ser preso’, afirmou o ministro ao jornalista Lauro Jardim. 

O ato pró-Bolsonaro terá oração de Michelle Bolsonaro e trios, o Demolidor e o Katrina. O principal organizador do evento é o pastor Silas Malafaia e afirma que a manifestação na Avenida Paulista era de paz e em prol de Bolsonaro.

‘Não vai ter 30 políticos discursando para xaropar o povo’, dispara o pastor Silas Malafaia ao comentar a quantidade de pessoas que farão pronunciamento durante a manifestação em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro, prevista para domingo, dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Segundo ele, que aparece como principal organizador do evento - então, o Silas Malafaia é o principal organizador do evento -, uma hora e trinta será o suficiente para passar o recado.

Serão dois trios elétricos: o Demolidor e o Katrina. No primeiro, estarão o ex-presidente, Malafaia e no máximo mais 68 pessoas. ‘Poderia ter mais gente, mas aí fica intransitável’, diz o pastor.

No segundo, cem pessoas acompanharão o evento. Então, por volta das 15 horas, Michelle Bolsonaro fará uma oração e, se for da vontade dela, também poderá discursar. Em seguida, toma a palavra o deputado federal Gustavo Gayer, do PL de Goiás, o deputado federal Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, o senador Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, e o senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo.

“Se quiserem, os governadores Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Jorginho Mello serão liberados para discursar, assim como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também poderá discursar, porque ele estará lá no... É Demolidor o nome do trio aqui? Demolidor. Ele estará no Demolidor”. Enfim, Malafaia e o ex-presidente terminam o evento.

Os objetivos da manifestação: os organizadores esperam que a população compareça em massa para apoiar os objetivos da manifestação, olha só, aquele que queria dar o golpe. “A luta pelo Estado Democrático de Direito e a possibilidade de defesa do ex-presidente”.

Ele teve essa possibilidade ontem na oitiva. Ele poderia ter se defendido nos autos do processo, porque a defesa se faz nos autos do processo, mas ele prefere se defender, com os seus argumentos, lá na Avenida Paulista.

Vamos aguardar os desdobramentos, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quero me associar ao que disse V. Exa., porque esse ato, deputado Reis, não é em defesa da democracia, é contra a democracia, contra a Justiça, contra as investigações da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal. É uma continuação, na verdade, do dia oito de janeiro de 2023. Essa é a grande verdade.

Vossa Excelência foi preciso dizendo que, na verdade, se o ex-presidente, já inelegível, quisesse se defender, ele faria isso nos autos ontem na Polícia Federal, mas ele, de forma covarde, se calou.

Amanhã ele vai tentar regimentar o que resta da sua base popular de apoio para tirar uma fotografia, mostrando alguma base de sustentação, mas isso não vai adiantar porque o processo penal vai continuar, o processo criminal vai continuar. É um ato de desespero.

Mas eu estou dizendo isso porque nós estamos hoje, deputado Reis, deputado Suplicy, acionando o Ministério Público Estadual, não contra o ato - que é um direito das pessoas se manifestarem -, nós não somos contra o ato, mas nós somos contra, aí, sim, o governador Tarcísio de Freitas hospedar, no Palácio dos Bandeirantes, que é um espaço público, sustentado pelo nosso dinheiro, pelos recursos do povo paulista, o ex-presidente, inelegível, golpista, investigado pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal, o Bolsonaro. É um absurdo usar dinheiro público para abrigar, para hospedar um golpista.

Então, isso é grave. O Ministério Público tem que agir. Nós estamos acionando hoje o Ministério Público, não só eu, mas a deputada federal Luciene Cavalcante e o vereador Celso Giannazi. Espero que o Ministério Público tome as devidas providências.

Muito obrigado.

Passo a Presidência à Vossa Excelência.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando na Lista Suplementar, chamo para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, de volta à tribuna no dia de hoje. Eu quero continuar reverberando uma denúncia que eu já fiz ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, sobre a redução dos recursos da Educação do estado de São Paulo.

Eu me refiro sobretudo ao Orçamento de uma parte da Educação, da Secretaria de Educação, que trata das intervenções nas infraestruturas das nossas escolas, das reformas, construções e manutenção das escolas estaduais.

Eu tenho aqui, Sr. Presidente, até trouxe um gráfico - gostaria de mostrar Machado. É um gráfico que eu enviei agora aqui para a gente mostrar para ficar mais claro. Eu acabei de enviar um gráfico mostrando que o Governo não investiu no ano passado nem 29... Que ele investiu apenas, na verdade, 29,3%, Sr. Presidente, do que ele deveria investir.

Eu tenho aqui os valores. A nossa assessoria econômica levantou os dados. Nós tínhamos um valor empenhado de 1 bilhão 175 milhões de reais, aproximadamente esse era o valor que o Governo deveria investir na manutenção, construção, nas reformas escolares, na melhoria da infraestrutura, adaptando, sobretudo as nossas escolas, para que elas pudessem se adequar também às mudanças climáticas, eu digo aqui, com mais arejamento, com mais ventilação, com a substituição das escolas de lata por escolas de alvenaria.

Está aqui o mapa, eu já vou mostrar. Então esse era o valor, a dotação era de um bilhão, cento e setenta e cinco bilhões aproximadamente. O governo só liquidou, só utilizou 29,3%, ou seja, 344 milhões de reais.

Isso é grave, Sr. Presidente, porque as nossas escolas estão sucateadas, degradadas há muito tempo e o governo não investiu. Mas, para piorar a situação, para 2024 ele só vai investir muito menos que esses 344 milhões de reais, apenas 187 milhões para 2024.

Essa é a dotação orçamentária para isso, para esse item que eu disse, de infraestrutura das escolas, reformas, construções, manutenção, ou seja, o governo está reduzindo drasticamente o recurso da Educação para essa área, mantendo então a degradação e o sucateamento da estrutura física das nossas escolas.

Eu acionei o Ministério Público, o Tribunal de Contas, porque isso é uma omissão. Isso prejudica a Educação, prejudica o acesso, a permanência e a qualidade de ensino. É um atentado contra o direito à Educação, direito fundamental à Educação, garantido pela Constituição federal, pela LDB, pelo Plano Nacional de Educação, pela nossa Constituição estadual, pelo nosso Plano Estadual de Educação.

E, no meio de tudo isso, dessa redução, o governo ainda apresenta a PEC 9, que tenta reduzir o orçamento da Educação de 30 para 25 por cento. Não conseguiu ainda aprovar, porque nós estamos resistindo ainda na Comissão de Constituição e Justiça, mas a PEC está aqui na Assembleia Legislativa. O governo pretende retirar 10 bilhões de reais do orçamento da Educação.

Isso vai prejudicar toda a Educação básica e vai prejudicar também o ensino universitário. O ensino superior público será afetado, as nossas universidades, a USP, a Unicamp e a Unesp, que são universidades importantes no Brasil, na América Latina e que não têm um financiamento adequado. E haverá redução para toda a Educação do estado de São Paulo.

Então, esse é um governo que não tem nenhum compromisso com a Educação, porque vai reduzindo drasticamente o orçamento da Educação nessas áreas que eu citei e pretende reduzir de uma forma geral, cortando aproximadamente 10 bilhões, mudando a Constituição estadual. Sem contar, Sr. Presidente, os ataques aos servidores da Educação, aos agentes de organização escolar, ao QAE, ao QSE, ao Magistério, aos gestores, ataques sistemáticos.

Nós estamos acompanhando o drama, a tragédia criminosa organizada pelo governo, por esse governo, pelo Renato Feder, do processo de atribuição de aulas. O ano começou, porém não começou direito, porque tem muitas escolas sem professores e muitos professores sem aulas, professores desempregados, porque o governo sabotou os professores.

O governo arruinou a vida de milhares e milhares de professoras e professores em todo o estado de São Paulo, deixando esses professores sem emprego, Sr. Presidente.

 E, do outro lado, alunos sem aulas. E esses professores não são qualquer professor, é o professor que tem experiência, é o professor que está há 10, 15, 20, 30 anos na rede estadual. Esses professores foram alijados, foram afastados e são milhares e milhares em todo o estado.

Então, com a palavra, agora, o Ministério Público, para investigar todas essas denúncias, Sr. Presidente, que eu acabei de fazer aqui.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a Lista Suplementar, chamamos o deputado Eduardo Suplicy para fazer uso da palavra.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; eu gostaria aqui de elogiar a decisão da ministra Daniela Teixeira, recém-empossada no Superior Tribunal de Justiça, a respeito de um documento em que ela determinou a soltura de um acusado e solicitou o acolhimento dele num abrigo enquanto se desenrola a ação penal.

Trata-se da emissão de um habeas corpus em favor de um morador de rua que teve a prisão preventiva decretada em São Paulo por roubar uma mochila numa estação de metrô, o que chamou a atenção do meio jurídico nos últimos dias. O habeas corpus foi concedido em 9 de fevereiro, mas só foi tornado público na última segunda-feira, 19.

Na decisão, a ministra diverge da Justiça de primeira instância do Tribunal de Justiça de São Paulo, que converteu a prisão do suspeito em preventiva sem adotar as medidas cautelares que são previstas em lei para casos semelhantes.

No entendimento da ministra Daniela Teixeira, o homem foi mantido preso apenas por se enquadrar no que ela chama de estereótipo do morador de rua. Segundo as suas palavras, não há nos autos o que sugira que o paciente viva de atividades ilícitas, apenas conclusões peremptórias a partir de um estereótipo de morador de rua: sem endereço fixo, sem trabalho, logo só pode viver do crime.

“A vida não é tão simples. Definitivamente não no Brasil, não em São Paulo. Os miseráveis estão às portas, sim, 54 mil em São Paulo em agosto de 2023, mas medo não é, nem pode ser princípio de política pública no Estado de Direito”, declarou a ministra Daniela Teixeira.

Segundo as leis atuais, o caso nem deveria ter chegado ao STJ, uma vez que se trata de um problema de acolhimento social que precisa ser resolvido pelo Poder Público.

Diz ela: “É preciso buscar outra solução para o caso. A prisão preventiva não faz sentido. O paciente precisa de mais atenção e não de segregação. É para isso que existe a assistência social, as políticas de renda básica, os abrigos, o olhar acolhedor do Poder Público”, disse.

Ela ainda ressaltou: “O Poder Público precisa estar pronto e articulado para responder às consequências desse fenômeno, e não é o encarceramento que resolverá. A Constituição Federal, em seu Art. 3º, estabelece que o Brasil existe como uma unidade política para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Não é livre a sociedade que impõe o cárcere como solução para a miséria”, completou Daniela Teixeira.

O morador de rua E.F.F., de 36 anos, foi detido na noite de 21 de janeiro por seguranças na estação Oscar Freire da Linha 4-Amarela do Metrô. No boletim de ocorrência, consta que ele andava descalço e sujo na estação - que fica numa das ruas mais nobres da capital paulista - quando foi abordado por seguranças, que questionaram se precisava de ajuda ou informação.

Como o homem negou a necessidade de ajuda, passou a ser vigiado pelos seguranças da estação, o que durou cerca de 40 minutos. Na sequência, o homem pegou a mochila de um usuário distraído que estava sentado no chão e saiu correndo.

Na mala havia pertences como telefone celular, óculos escuros, fone e kit de ferramentas de trabalho. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima correu atrás do morador de rua para recuperar a mochila e desviou de um soco no rosto dado pelo suspeito.

Na sequência, E.F.F. foi rendido pelos vigilantes da Linha 4 e, exaltado, tentou agredir um deles. Ele foi preso em flagrante, acusado de roubo com emprego de violência, Art. 157 do Código Penal.

A vítima teve uma luxação no pulso e um corte no joelho devido a uma queda na perseguição do criminoso.

No registro policial e na denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo, não consta que o suspeito tenha antecedentes criminais. A Defensoria Pública paulista, que cuida da defesa do morador de rua, alegou que ele é réu primário e cometeu um furto simples.

Disse a ministra Daniela Teixeira: “Não é justa a sociedade que não sabe o que fazer quando um morador de rua, desarmado e despossuído, desorientado e desvalido, ao se ver observado por quarenta minutos por seguranças num espaço público limpo e organizado como o metrô de São Paulo, se enfurece e acaba por ir às vias de fato com outro transeunte e causa grande tumulto até ser contido num dia de fúria”, ao acolher o pedido de habeas corpus e decretar a liberdade do morador de rua.

Disse ainda a ministra: “Não é solidária a sociedade que não enxerga em todos a mesma condição humana de quem assina um decreto prisional, de quem volta do trabalho no metrô, de quem faz a segurança de uma estação, de quem a economia, a desigualdade e o fracasso do poder público jogou na rua, descalço, irritadiço, irascível, miserável, preso por falta de instrumental do Estado para melhor encaminhar a situação”, declarou a ministra.

Na decisão, a ministra pediu para que, após ser libertado, o morador de rua seja encaminhado “ao órgão de Assistência Social do município, em busca de abrigo e que ele aceite oportunidades de empregabilidade e renda”.

Ela também determinou que se verifique se o réu está com sua documentação de identidade em dia, se tem carteira de trabalho e cartão de vacinação em dia. Em caso negativo, o réu deve ser encaminhado ao Serviço Social e de Saúde para tirar a documentação e atualizar a caderneta de vacinação.

Cumprimento a ministra Daniela Teixeira por sua reflexão e decisão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Nós estávamos, há pouco, debatendo a questão do Iamspe, a carta encaminhada a todos os deputados, das aposentadas e pensionistas que V. Exa. leu aqui, na tribuna.

Eu fiz uma intervenção falando do financiamento do Iamspe, que, sem dúvida nenhuma, é a principal causa do abandono do Iamspe e de todo esse contexto de degradação, de falta de atendimento, enfim, da falta de convênios pelo Interior, de laboratórios, de hospitais, nos hospitais regionais, nas clínicas. É um caos generalizado.

Sem contar o Hospital do Servidor Público Estadual também, que não abre concurso público para contratar médicos, profissionais da Saúde, profissionais da enfermagem. O hospital vai sendo abandonado.

No entanto, Sr. Presidente, nós aprovamos aqui o orçamento no ano passado. Eu tinha feito esse debate exaustivamente, alertado a Assembleia Legislativa. O que aconteceu? O orçamento aprovado para o Iamspe, para o ano de 2024, foi, e é, de aproximadamente 2 bilhões e 600 milhões de reais.

Praticamente, esse orçamento é produzido, é formado pela contribuição dos aposentados, dos pensionistas, dos servidores da ativa. O governo estadual só entrou com 3,95%, nem 4%, ou seja, com aproximadamente apenas 100 milhões. Dos 2 bilhões e 600 milhões, o governo só deu uma pequena gorjeta de 100 milhões, que quase não faz nenhuma diferença num orçamento como esse.

Ou seja, o governo deveria investir o equivalente, porque a nossa grande luta histórica no Iamspe é que o governo também contribua por servidor público. Se um servidor contribuir com 2%, o governo contribui com 2% também. É a quota-parte, é a quota patronal do governo. Se ele contribui com 3%, o governo contribui com três por cento. É assim que tem que ser feito.

Por isso que o Iamspe está estrangulado dessa maneira. Por isso que é muito difícil marcar uma consulta no Iamspe, marcar uma cirurgia, um exame; porque o governo, repito, lavou as mãos aqui, e os números não mentem.

Sr. Presidente, só para concluir: dos dois bilhões e 600 milhões de reais do Iamspe para 2024, o governo só contribuiu com 3,95%, apenas aproximadamente 100 milhões. Então, vamos continuar pressionando o governo estadual a financiar a Saúde dos servidores e dos aposentados.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

Tenham todos uma excelente tarde.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 14 horas e 56 minutos.

 

* * *