27 DE MARÇO DE 2025

35ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDIANE MARIA e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDIANE MARIA

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h07min.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE EDIANE MARIA

Dá os parabéns ao servidor da Casa, Caio Henrique Noia, por ocasião do seu aniversário.

        

5 - REIS

Assume a Presidência. Dá os parabéns ao servidor da Casa, Caio Henrique Noia, por ocasião do seu aniversário.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDIANE MARIA

Assume a Presidência.

        

9 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

11 - PRESIDENTE EDIANE MARIA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 28/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h44min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Ediane Maria.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Abertura da sessão ordinária, presente o número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Inscritos no Pequeno Expediente, Márcia Lia. (Pausa.) Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Rafael Saraiva. (Pausa.) Luiz Claudio Marcolino, com a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre deputada Ediane, que assume a Presidência neste momento, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa; hoje vou trazer um tema muito importante para os municípios do estado de São Paulo, que são as obras do PAC Seleções. Queria que o Machado pudesse colocar aqui a transparência.

Então, os últimos dias para inscrição do Novo PAC Seleções: O Governo Federal vai investir, em 2025, uma projeção de quase 50 bilhões de reais. E as inscrições para os municípios se cadastrarem no “Programa de Aceleração do Crescimento - PAC Seleções”, terminam agora no dia 31/03.

Esse Novo PAC Seleções, quem é que pode se credenciar para esse Novo PAC Seleções? Prefeituras, que podem inscrever projetos para as áreas de Educação, Saúde, Cidades e Esporte. E o portal para se inscrever é: portal.gov.br/novopac. Repetindo, portal.gov.br/novopac.

São projetos referentes às novas obras de Saúde, Educação, infraestrutura, abastecimento de água, do Esporte, além de unidades do “Minha Casa Minha Vida”. As 20 modalidades são executadas pelos ministérios da Saúde, Educação, Cidades e Esportes.

Tenho aqui um quadro mostrando: no Ministério da Saúde são 19.845 unidades, o recurso é de 5,79 bilhões de reais. Podem ser inscritos projetos para aquisição de equipamentos, de veículos e para construção de unidades de Saúde.

Tem o Novo PAC Seleções também na área de Educação, Ciência e Tecnologia, com a quantidade de 1.500 novas obras e o recurso de 2,25 bilhões de reais. Podem ser inscritas propostas para a construção de novas creches e para a aquisição de ônibus escolares.

Ainda no PAC Seleções, nós temos aqui, no Ministério das Cidades, o “Minha Casa Minha Vida” com 110 mil novas unidades, 18 bilhões de reais; ainda no Ministério das Cidades, abastecimento de água urbana, dois bilhões de reais; gestão de resíduos sólidos, mais 600 milhões de reais; refrota, 4,4 bilhões de reais; esgotamento sanitário, mais quatro milhões; tudo isso no Ministério das Cidades.

O investimento do governo federal tem como objetivo o alcance da meta de universalização do saneamento básico estipulado no Marco Legal de Saneamento para atender 99% da população brasileira, com acesso à água potável de qualidade até 2033, com a universalização do acesso à água no Brasil.

Ainda no PAC Seleções: cidade sustentáveis resilientes; prevenção de desastres e drenagem; prevenção de desastres em encostas; prevenção a desastres; abastecimento de água rural na região norte; em Cidades, também, a Periferia Viva. Ainda em Cidades, mobilidade grandes e médias cidades, quatro bilhões; 800 milhões; 400 milhões; 1,3 bilhões; e 5,5 bilhões.

Nas modalidades de cidades sustentáveis e resilientes, podem propor projetos dos estados, Distrito Federal, municípios, consórcios públicos ou prestadores públicos de serviço de saneamento, para que os municípios com domicílios sem o abastecimento de água adequado recebam a aplicação do programa. Além disso, o setor privado também pode se inscrever na categoria por via de empresas privadas, concessionárias ou subconcessionárias de serviços públicos de saneamento.

Para concluir, a infraestrutura social inclusiva, no Ministério do Esporte, 250 unidades, mais 240 milhões de reais. Uma construção de 260 novos Centros Esportivos Comunitários em diversas regiões do País. Os novos centros terão campo de futebol society, quadra de basquete 3x3, pista de caminhada, parquinho infantil e iluminação moderna.

Então este aqui é o PAC Seleções. Os prefeitos, consórcios, o estado e o Distrito Federal têm agora até o dia 31 para que seja feita essa inscrição. As inscrições são realizadas no portal do governo federal, então é importante que os prefeitos façam esse credenciamento no portal “gov.br/novopac” para poder ter credenciamento de novas obras na sua cidade.

Então queria, Sra. Presidente, que fosse encaminhada essa minha fala aqui no plenário para todos os prefeitos, os 645 prefeitos e prefeitas do estado de São Paulo, e também para as 645 câmaras, para os presidentes das câmaras municipais do estado de São Paulo.

Até o dia 31 agora é a inscrição. Então é importante que todos os prefeitos tenham a informação referente a essas novas obras do PAC do governo federal, para que possam credenciar e ter acesso a obras novas no seu município.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Muito obrigada, deputado Marcolino. As suas falas serão encaminhadas nos termos regimentais. Próximo inscrito, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Reis.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar a presidenta, deputada Ediane Maria, também o público presente, os funcionários desta Casa, as assessorias, os deputados aqui presentes, o deputado Marcolino, o deputado Suplicy.

Também cumprimentar os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, os professores, diretores de escola, todos os funcionários públicos de modo geral, e também todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando em seus afazeres pela Rede Alesp.

Sra. Presidenta, eu quero reforçar aqui o convite para a audiência pública que nós vamos fazer nesta Casa, no plenário Franco Montoro, dia primeiro de abril, às 17 horas, para tratar dos pedágios implantados no estado de São Paulo pelo governador “Tarciságio”. O que é o “Tarciságio”?

É uma mistura de “Tarcísio” com “pedágio”. Ele já está ganhando esse título aí de “Tarciságio”, porque ele quer colocar esse pedágio modelo “passagem livre” em todo o estado de São Paulo. Nós temos 370 praças; ele quer colocar mais de 58 novos pontos de pedágio. Inclusive, eu estive lá na Tamoios, Sra. Presidente, e gravei um vídeo para fazer o convite. Gostaria que a nossa assessoria técnica, o Machado, pudesse colocar aqui um vídeo de dois minutos.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Então, para ficar registrado aqui na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Claudio Marcolino, porque o programa da Rede Alesp é reprisado e ele chega em várias casas no interior. Então, para deixar reprisado no dia a dia, até o dia da audiência, e contar que as pessoas possam vir aqui na Assembleia participar dessa audiência: caminhoneiros, vereadores, prefeitos.

Inclusive, os prefeitos estão muito insatisfeitos com o governador Tarcísio, porque o governador Tarcísio está naquela lógica de que ele tem 60% de aprovação na pesquisa, ele não precisa mais falar com ninguém. Aliás, eles estão sentindo saudades do governo anterior, do Rodrigo.

Estão sentindo falta, porque o governo anterior, mal ou bem, atendia as demandas: quando eles iam lá pedir uma patrol, eram atendidos. Agora eles remetem tudo para os deputados. Então os deputados fazem emendas, aí entrega a patrol; se não fizer emenda, não tem patrol.

Então há uma insatisfação muito grande, deputado Suplicy, deputado Marcolino, dos prefeitos e dos vereadores no interior com o governador que está se achando a última azeitona da empada, o governador “tase”. Já ouviu falar dessa palavra “tase”?

Está se achando, mas pelo que nós estamos conversando e observando, o governador anterior ao Rodrigo, que era o João Agripino Doria, ele também chegou num momento em que ele tinha 60% de aprovação e, na reta final da sua gestão, deu no que deu. Não conseguiu nem sequer ser candidato, como queria ser, a presidente da República.

Então, a gente espera que o governador reveja as suas posições. Nós estamos com o PDL. Inclusive os deputados que quiserem coautoria nesse PDL para sustar esses atos dessas praças de pedágio, protocolamos esse PDL.

E também entramos com uma representação no Ministério Público, para buscar que o Ministério Público faça a sua parte, não deixe o governador fazer o que ele bem entende, porque ele acha que é o dono de tudo. Ele não é, o dono é o povo. O governador pode muito, mas não pode tudo.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Muito obrigada, deputado Reis. E hoje esta Casa está em festa, gente. Hoje é aniversário do nosso assessor técnico, inclusive o Caio, que está aqui do nosso lado. Então uma salva de palmas para o nosso Caio, que ajuda a gente aqui a coordenar esta Mesa, a presidir aqui este espaço. Então muito obrigada pela sua existência.

E agora eu vou chamar o próximo orador, que é o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Nossa deputada Leci Brandão. (Pausa.) Dani Alonso. (Pausa.) Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)

E agora eu passo a Presidência desta Casa para o meu companheiro, deputado Reis.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumo esta Presidência e, antes de continuar na lista de oradores, eu quero dar os parabéns ao Caio, nosso assessor aqui, que faz um trabalho extraordinário na Assembleia Legislativa. Parabéns, feliz aniversário.

Chamo para fazer uso da palavra o deputado Donato. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero também cumprimentar o Caio, que tem sido tão atencioso com cada um de nós, deputados estaduais aqui. Muito obrigado pela sua atenção para conosco e para os bons trabalhos da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Eu gostaria de falar hoje sobre a falta de contato familiar com presos estrangeiros e também expressar a solidariedade minha à vereadora Luna Zarattini. Na data de ontem, o portal “UOL” publicou matéria intitulada “São Paulo deixa presos estrangeiros sem contato familiar por anos”, denunciando o descaso da Secretaria de Administração Penitenciária em relação a viabilizar aos presos estrangeiros contatos com seus familiares.

A matéria menciona as condições desumanas da Penitenciária de Itaí, onde estrangeiros estão há mais de quatro anos sem qualquer contato com as suas famílias.

O caso veio à tona após o Consulado das Filipinas relatar que os familiares de dois presos estavam há nove meses sem saber do seu paradeiro, tendo chegado a cogitar que poderiam estar mortos.

 Novamente, este não é um caso isolado em relação a presos estrangeiros. É importante que se diga que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo está descumprindo o prazo que o Poder Judiciário lhe concedeu em ação civil pública, movida pela Defensoria Pública da União.

A Justiça determinou, em novembro de 2024, que a Secretaria de Administração Penitenciária apresentasse em 30 dias um plano para viabilizar permanentemente visitas virtuais e correspondências para os detentos estrangeiros. A Secretaria de Administração Penitenciária recorreu, e o prazo foi ampliado para 90 dias. Mas ainda assim não houve qualquer cumprimento da decisão, cujo prazo encerrou-se no último dia 19 de março.

Além da privação do contato familiar, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo verificou que detentos frequentam também a falta de atendimento médico, remédios vencidos, condições degradantes dentro do presidio.

De acordo com Bruno Shimizu, coordenador do Núcleo da Situação Carcerária, Nesc, da Defensoria Pública de São Paulo, o contato familiar é uma peça importante para a reinserção social, além de ser um direito assegurado pela Lei de Execução Penal Brasileira.

O Governo do Estado de São Paulo não pode seguir ignorando uma decisão judicial e normalizando essa violação dos direitos humanos. É imperativo que a Secretaria de Administração Penitenciária cumpra imediatamente a determinação da Justiça e que garanta aos presos estrangeiros o direito ao contato familiar.

Antes de finalizar, registro aqui a minha solidariedade à vereadora Luna Zarattini, pois na Câmara Municipal de São Paulo a vereadora Sonaira Fernandes comparou a anistia concedida ao avô da Luna, Ricardo Zarattini, e a tantos outros perseguidos políticos pela ditadura militar, com a tentativa de golpe de 8 de janeiro.

Em sua fala, a vereadora Luna fez um desabafo emocionante, sobre o fato de que seu pai, Ricardo Zarattini, que foi colega meu no Congresso Nacional - foi deputado federal, e eu era senador -, por ele ter sido perseguido e torturado pela ditadura ao lutar pela democracia.

A vereadora ainda complementa que seu avô foi injustamente acusado por um crime que não cometeu e teve a sua inocência reconhecida. Durante a comovente fala de Luna no plenário, a vereadora Sonaira ficou de costas a sua colega em um ato extremamente desrespeitoso.

A anistia de presos políticos da ditadura militar é uma reparação histórica aos importantes defensores da democracia. É inaceitável a comparação com o pedido de anistia à tentativa de golpe ocorrida no ano passado. E ressalto a importância de todas e todos os parlamentares se tratarem com o respeito mútuo.

Muito obrigada, Sra. Presidente.

 

  O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na lista de oradores, eu chamo para fazer uso da palavra o deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.)  A deputada Andréa Werner. (Pausa.) O deputado Paulo Mansur. (Pausa.) O deputado Tomé Abduch. (Pausa.) O deputado Marcos Damasio. (Pausa.) A deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) O deputado Conte Lopes. (Pausa.) O Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) A deputada Ana Perugini. (Pausa.) A deputada Ediane Maria.

Deputada Ediane Maria tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Antes de começar, eu quero saudar todo mundo, os trabalhadores desta Casa, quem está acompanhando pela TV Alesp. Eu queria abrir com esse áudio aqui.

 

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- É reproduzido o áudio.

 

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Esse barulho gente, anuncia a hora. Está chegando a hora. É Bolsonaro na cadeia, até porque ontem foi um dia que finalmente nós fizemos história. Quero parabenizar o STF que julgou plenamente com todos os argumentos, todas as provas necessárias para colocar o Bolsonaro no banco dos réus.

Ontem nós olhamos mais uma vez a justiça sendo feita. É importante trazer esse áudio também em uma demonstração do avanço, tanto da nossa Justiça, mas também lembrar e rememorar tudo o que aconteceu desde 2018 neste País.

O Bolsonaro entrou em uma perspectiva de, primeiro, um homem que era antissistema, antipolítica - mas que estava na política há 28 anos, mas não só ele na política, a sua família também estava na política.

Um homem que entrou e com aquela caneta azul - que todo mundo lembra muito bem - aquela caneta Bic que ele usava e mostrava ali toda uma humildade, mas que  cada canetada era a retirada do direito dos trabalhadores que lutaram há tanto tempo para garantir um “Bolsa Família”, um “Minha Casa Minha Vida” e tantos outros direitos.

Nós vimos a covardia do Bolsonaro na pandemia, onde várias de nós viram e sofreram muito. Tivemos acesso a crises de ansiedade, à violência doméstica; nós vimos os nossos serem mortos. Quantas pessoas viram serem retiradas essas 700 mil famílias que perderam o seu ente querido?

Mas eu também tive acesso na minha rua a uma senhora que tinha diabetes e que, por medo da tal vacina que o Bolsonaro tanto criminalizou falando que se tomasse iria virar jacaré, essa mulher, por medo, acabou perdendo a sua vida, e que depois de alguns dias foi retirada da sua casa sem vida.

Bom, a gente viu todos, mas todos os direitos nossos serem arrancados. Então estar aqui hoje de cabeça erguida é para honrar todas as famílias que perderam seus entes queridos. É para honrar todos os movimentos sociais que não saíram da rua e dizer que se nós sobrevivemos à pandemia, vários de nós, foi porque várias lideranças comunitárias se levantaram naquele momento para dizer que nós precisávamos continuar lutando e resistindo.

Foram várias lideranças que fizeram um mutirão do combate à fome nas periferias e é ali que surge o maior programa que, até então, invisibilizado por alguns, porque não era reconhecido pelo próprio governo... Mas somos nós que nos levantamos, vários de nós que esperaram ansiosamente o auxílio emergencial, que demorou muito e que o Bolsonaro queria dar 200 reais.

Acho que todo mundo lembra que ele queria dar 200 reais, mas que foram os movimentos sociais e os partidos de esquerda que foram lá, tencionaram e conseguiram chegar a 600 reais, garantindo que várias de nós não fôssemos para o subemprego, não fôssemos mais uma vez para a rua, para um vírus, inclusive, que ninguém sabia até aquele momento o que poderia acontecer com vários de nós.

Então hoje estar aqui de cabeça erguida é para dizer que, Bolsonaro, você é tão covarde como você sempre foi. Ontem não apareceu. Apareceu no primeiro dia, mas no segundo dia de julgamento ele não teve coragem de aparecer, porque mostrou ali uma fraqueza, mostrou mais uma vez a covardia e que não iria aceitar.

Assim como você nunca olhou para o povo, porque naquele 8 de janeiro, Bolsonaro, você atentou contra a nossa democracia. Inclusive usando o povo com Bíblias, com batom, riscando patrimônio público, riscando e tentando, mais uma vez, nos colocar em um regime da ditadura.

Acho que todo mundo sabe. Os presos políticos, as famílias que lutam até hoje pelos reconhecimentos sabem muito bem o que foi a ditadura neste País. Eu não vivi isso. Eu nasci em 1983. Em 1985, a ditadura tinha acabado, mas deixando várias famílias órfãs.

Então estou aqui hoje para dizer que não voltaremos e que é Bolsonaro na cadeia. A nossa luta agora é pela prisão do Bolsonaro e de todos os seus comparsas, que estavam juntos organizando. Inclusive ele teve a cara de pau de estar ali acompanhando o seu julgamento.

Mas, assim, olha só que coisa interessante. Ele que sempre foi um homem que, enquanto o povo estava morrendo na pandemia, estava andando de jet ski, enquanto o povo estava na fila do osso, estava zombando do povo, ficava de cabeça baixa, ali, fingindo.

Ou seja, Bolsonaro, não adianta chorar. Não adianta, hoje, você dar entrevista, mostrando a sua fragilidade, mostrando que o povo está ao seu lado. Na verdade, você nunca olhou para o povo. Você nunca se preocupou com o povo.

Inclusive queria retirar a vida do nosso presidente eleito e o vice-presidente, inclusive o Alexandre de Moraes. Ou seja, esse atentado estava nas suas mãos. Inclusive teve até um discurso, não é? Um discurso. Quando tudo isso acontecesse, você iria aparecer nesse discurso. Olha, a covardia é tanta. Mas que bom que temos a Justiça brasileira atuando firmemente. Então sem anistia para golpista.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista, chamo para fazer uso da palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, aguardando a deputada Ediane Maria assumir a Presidência.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Ediane Maria.

 

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A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Dando continuidade, próximo orador deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Reis, tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - Deputada Ediane Maria, eu volto à tribuna porque, como aqui a gente pode falar apenas por cinco minutos, então, a gente acaba tendo que falar à prestação. Não dá para falar tudo de uma vez. Então você tem que se inscrever, reinscrever, falando à prestação.

Mas eu quero retomar o tema, que são os pedágios. Os pedágios. Aqui tenho algumas matérias falando sobre essa questão dos pedágios na SP-304. “Vereadores de Americana e Santa Bárbara d’Oeste endureceram as críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nas sessões desta terça-feira, por conta do projeto de implantação de pedágio na Rodovia Luiz de Queiroz, SP-304.

Em Santa Bárbara, Paulo Monaro, do PSD, disse que Tarcísio faltou com respeito ao não falar com a imprensa ou com os vereadores na entrada de uma reunião realizada na cidade nesta segunda-feira, no Centro de Estudo e Cultura Ambiental. ‘Quando ele entrou na reunião, ele não parou para ninguém’”.

É aquilo que eu falei. A arrogância, a prepotência. É um governador arrogante. É um governador prepotente. Por isso que ele não para pra ninguém. Ele está achando que é o dono de São Paulo. Ele não é o dono de São Paulo. Quem é o dono de São Paulo é o povo.

Quem é dona do estado de São Paulo é a população de São Paulo, não é o governador, que veio migrante do Rio de Janeiro para tentar vender, desmontar o nosso estado, vender a Sabesp, vender o Metrô, vender a Emae e, agora, vender as rodovias. O que ele está fazendo? Venda das rodovias.

“Vereadores reclamaram que foram impedidos de entrar no local do evento, no qual autoridades apresentaram programas destinados ao saneamento básico e à gestão de resíduos sólidos. Para Felipe Corá, do PL, o Poder Legislativo foi ‘apequenado’. ‘O mais engraçado é que o governador veio para Santa Bárbara, mas não veio pela SP-304. Ele veio de helicóptero.

Então ele não passou pela SP-304, ele não viu a situação em que está a rodovia. Então, se ele vier para cá no futuro, ele vai vir de helicóptero. Nem pedágio ele vai pagar. Quem paga é o povo’, declarou o vereador.

Tarcísio conversou com pessoas do lado de fora, apenas na saída, após ser abordado pelo vereador barbarense Celso Ávila, do Solidariedade, que manifestou sua insatisfação com a futura instalação de pedágio.

‘As palavras do Tarcísio ontem não me convenceram. O governador tentou imputar que não tem como fazer investimento na rodovia 304 se não criar pedágio. Já se paga o IPVA, a gente paga caro por isso. Existem outros mecanismos para você fazer a conservação da via’, ressaltou.

Ele também criticou a ausência de vereadores de Americana. ‘A gente não viu os vereadores de Americana, que tanto bradam, sobre ou ‘não ao pedágio’. Eu praticamente não vi vereador de Americana aqui em Santa Bárbara, tentando falar diretamente para o governador Tarcísio de Freitas. Eles não vieram. Desta Câmara Municipal, de Santa Bárbara, todos os vereadores estavam presentes.’

Carlos Fontes, do União, foi outro que atacou o governador. ‘Tanta coisa que está parada na Saúde no estado de São Paulo e ele vem com essa história de pedágio. E ontem, ainda, os vereadores de Santa Bárbara d’Oeste foram proibidos de entrar na reunião. É um absurdo. Ano que vem, tem eleição, e aí o governador vai se lembrar de vereadores.”

Outra matéria, deputada Ediane Maria, também, que diz: “O Estado projeta receita de ao menos 200 milhões por ano com pedágio na SP-304”. Onde teve essa reunião na segunda-feira.

“O Governo de São Paulo espera uma receita de ao menos 200 milhões por ano na cobrança de pedágio, na Rodovia Luiz de Queiroz, SP-304. A projeção consta em documento disponibilizado pela Secretaria de Parcerias e Investimentos. Os valores serão arrecadados pela empresa que ficará responsável pela via.

O Estado prevê instalar três pontos de cobrança na SP-304: nos quilômetros 122, em Americana, 144 em Santa Bárbara d’Oeste e 154 em Piracicaba. A medida está prevista no plano de concessão das rodovias da Rota Mogiana, que inclui a Luiz de Queiroz.

A cobrança se dará no formato Sistema Automático Livre, o chamado free flow”, ou passagem livre, como queiram.  “Um modelo sem barreiras, cujo pagamento ocorre por meio de tags nos veículos, sem necessidade de parar numa cabine. As estruturas devem começar a funcionar em meados de maio de 2027.

Os motoristas de automóveis simples deverão pagar R$ 3,48 em Americana, R$ 1,83 em Santa Bárbara e R$ 2,78 em Piracicaba. Os valores são multiplicados conforme o tipo de veículo e passarão por reajuste anual. Nessa via espera-se uma receita de nove milhões no primeiro ano e um aumento gradual nos anos seguintes.”

Então, deputada Ediane Maria, para deixar registrada a insatisfação dessas cidades onde teve essa reunião, para tratar desses pedágios que o governador quer espalhar em todo o território, porque não é só na rota mogiana, é também aqui na Raposo Tavares, no Circuito das Águas, na região de Pilar do Sul. Inclusive ontem, na Câmara de Pilar do Sul, teve reunião dos vereadores para tratar desse assunto, porque as pessoas vão pagar pedágio no seu quintal.

Elas vão sair de sua casa para ir para o serviço, vão pagar pedágio. Vão voltar para suas casas, vão pagar pedágio. Vão sair para ir à faculdade, vão pagar pedágio. Isso é uma situação insustentável. A população não está nada satisfeita com as atitudes do governador Tarciságio e, por isso, essa audiência pública no dia 1º será de suma importância para nós debatermos, tirar um documento.

Convidamos o Ministério Público para fazer parte, convidamos a Artesp a fazer parte, para participar dessa audiência, e a gente espera que eles se façam presentes. Presentes para ouvir a população da insatisfação com essa multiplicação dos pedágios que o senhor governador Tarciságio quer implantar em São Paulo.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

O SR. REIS - PT - Havendo acordo de lideranças, requeiro o levantamento da presente sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Muito obrigada, deputado Reis. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 44 minutos.

 

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