2 DE SETEMBRO DE 2025
35ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO, CARLOS CEZAR, GILMACI SANTOS e ALEX MADUREIRA
Secretaria: ALEX MADUREIRA e CARLOS CEZAR
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 19h10min. Coloca em discussão requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias.
2 - DR. JORGE DO CARMO
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
3 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
4 - ENIO TATTO
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias, em nome da Minoria.
5 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias, em nome da Federação PSOL REDE.
6 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Encerra a discussão e coloca em votação requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias.
7 - MÁRCIA LIA
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
8 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência.
9 - BETH SAHÃO
Solicita verificação de presença.
10 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença.
11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência. Interrompe a chamada de verificação de presença quando observado quórum.
12 - EMÍDIO DE SOUZA
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias, em nome da Minoria.
13 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias, em nome da Federação PSOL REDE.
14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara rejeitado requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias.
15 - DONATO
Solicita verificação de votação.
16 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
17 - DANILO CAMPETTI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
18 - DONATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
19 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
20 - RICARDO FRANÇA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
21 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
22 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
23 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
24 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
25 - ROGÉRIO SANTOS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.
26 - RAFAEL SARAIVA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
27 - DELEGADO OLIM
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a rejeição do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por três dias.
29 - EDIANE MARIA
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
30 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Recebe a questão de ordem da deputada Ediane Maria, para respondê-la oportunamente. Coloca em discussão requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias.
31 - GUILHERME CORTEZ
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias, em nome da Federação PSOL REDE.
32 - BETH SAHÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
33 - BETH SAHÃO
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
34 - MÁRCIA LIA
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias, em nome da Minoria.
35 - DANILO CAMPETTI
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
36 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Dá resposta ao deputado Danilo Campetti. Encerra a discussão e coloca em votação requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias.
37 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
38 - EDIANE MARIA
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias, em nome da Federação PSOL REDE.
39 - TEONILIO BARBA
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
40 - ALEX MADUREIRA
Assume a Presidência.
41 - PROFESSORA BEBEL
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias, em nome da Minoria.
42 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência. Coloca em votação e declara rejeitado requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias.
43 - GUILHERME CORTEZ
Solicita verificação de votação.
44 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
45 - GUILHERME CORTEZ
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
46 - DANILO CAMPETTI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
47 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
48 - THAINARA FARIA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
49 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
50 - DELEGADO OLIM
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
51 - MARCELO AGUIAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
52 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
53 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
54 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
55 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a rejeição do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por dois dias. Convoca sessão extraordinária a realizar-se amanhã, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da sessão ordinária. Convoca uma segunda sessão extraordinária a ser realizada amanhã, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária. Coloca em discussão requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia.
56 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia, em nome da Federação PSOL REDE.
57 - ALEX MADUREIRA
Assume a Presidência.
58 - MARCELO AGUIAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
59 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia, em nome do Podemos.
60 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Solicita ao deputado que se atenha ao tema do projeto em discussão.
61 - GIL DINIZ
Discute requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia, em nome do PL.
62 - BARROS MUNHOZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
63 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Para comunicação, faz pronunciamento.
64 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Encerra a sessão às 21h40min.
*
* *
ÍNTEGRA
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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o
número regimental das Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem do dia.
*
* *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
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Requerimento proposto pelo deputado
Donato, que impede a suspensão desta sessão, seja adiada por três dias, do dia
2 ao dia 4. Está em discussão.
Com a palavra o deputado Dr. Jorge do
Carmo, para discutir pela Federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT
- Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp,
assessores aqui presentes, policiais.
Sr. Presidente,
nesta sessão, nós estamos aqui debatendo sobre o PDL, adiamento do PDL 27/25,
que trata da indicação do Sr. Governador, ao Sr. Wagner de Campos Rosário, para
o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Sr. Presidente,
eu, por serem cinco minutos, eu vou ser mais objetivo, mas pretendo depois
elencar diversos apontamentos que nós entendemos que são muito graves para que
nós possamos votar favorável à indicação do Sr. Wagner.
No que diz
respeito à conduta, como já foi falado aqui por outros colegas, na investigação
da CPI, ele foi acusado de prevaricação, omisso de irregularidade no Ministério
da Saúde, especialmente no caso de compra da vacina Covaxin, que já foi aqui
mencionado, indicado pela CPI. Embora o processo tenha sido arquivado, ele foi
acusado disso.
Atuação durante
a pandemia: blindou o governo Bolsonaro de investigações sobre controles,
contratos irregulares e atraso de compra de vacinas; ignorou documentos
falsificados e contratos assinados sem cumprir a exigência jurídica, e por aí
vai.
Na gestão da
CGE de São Paulo: apontado por omissão, em casos relevantes como leilão da
Sabesp, com conflitos de interesse e prejuízo ao patrimônio público; falta de
fiscalização sobre benefícios fiscais e denúncias de corrupção bilionária da
Sefaz; ausência de atuação frente ao escândalo revelado pela Operação Carbono
Oculto, envolvendo fundos e crimes organizados.
Sr. Presidente,
a gente diz que pretendemos indicar, o ideal aqui seria que indicássemos uma
pessoa que tivesse conduta ilibada, que não tivesse nenhum passado que pudesse
a gente estar aqui lendo ou falando daquilo que a gente acha que é lamentável.
E é por isso, Sr. Presidente... Cabe ao TCE: controle externo... Além de toda a
conduta ilibada que é necessária a todo cidadão, em especial aquele que vai
fiscalizar o recurso público.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Cezar.
* * *
Controle
externo: o TCE exerce controle externo das contas públicas, avaliando a
legalidade, a legitimidade, a economicidade e a aplicação dos recursos públicos
e bens e valores. Abrangência: a fiscalização abrange todos os órgãos do
governo estadual dos 644 municípios - com exceção da capital, que tem o
Tribunal de Contas do Município -, incluindo a administração direta e indireta,
fundações, autarquias e empresas públicas.
Por isso, Sr.
Presidente, eu quero dizer que o Tribunal de Contas não é apenas um órgão de
controle; é, acima de tudo, um órgão de orientação e prevenção, que atua para
garantir os recursos públicos, que os recursos públicos sejam aplicados com
responsabilidade, ética e transparência.
O controle
externo exercido pelo Tribunal de Contas do Estado é um instrumento de
cidadania para proteger o erário e protege, também, o direito da população dos
serviços públicos.
Toda vez que o
recurso público é utilizado de forma irresponsável, não é fiscalizado
corretamente ou a pessoa é omissa - como foi mencionado aqui -, faz-se
necessário a gente arguir e questionar como é que nós vamos votar favorável a
uma pessoa que vai fiscalizar o recurso público com esse comportamento.
Por isso, Sr.
Presidente, reafirmamos aqui, com todo o nosso respeito, a uma atuação técnica,
independente e constitucional dos tribunais de contas, que continuam exercendo
um papel com firmeza e equilíbrio, com o espírito público. A gente tem muita
dúvida. E é por isso que nós estamos questionando aqui a indicação do Sr.
Wagner do Rosário para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Dessa forma,
não há nenhuma condição da nossa bancada votar favorável a essa indicação e é
por isso que nós estamos obstruindo. Primeiro, por ser um papel legítimo da
oposição. Segundo, porque nós não concordamos, e é por isso que nós não
concordamos com a urgência, e queremos continuar essa discussão aqui nesse
plenário, Sr. Presidente.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem V. Exa.,
deputada Thainara, pela ordem.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Para indicar o nobre
deputado Enio Tatto para discutir pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental,
tem o deputado Enio Tatto o tempo regimental para o encaminhamento da votação
pela Minoria.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público
que nos assiste. Obrigado, deputada Thainara, líder da Minoria, por ceder esses
cinco minutos preciosos para a gente debater esse assunto.
Deputado Barba, que dia para o Wagner do Rosário, hein? Hoje ele foi pautado aqui na Assembleia Legislativa para discutir sua indicação ao Tribunal de Contas do Estado. E olha, o currículo dele impõe respeito, não é? Exerceu funções, tanto no governo federal quanto aqui no Estado de São Paulo.
No governo federal, à medida que as
discussões vão avançando aqui, as pessoas vão comentando... E a gente percebe
que o Wagner do Rosário prestou um grande serviço ao governo Bolsonaro lá em
Brasília. Tudo que está acontecendo nesse julgamento, a partir de hoje — pelo
menos uns cinco ou seis episódios — ele esteve presente, participou ativamente.
E aí já me chama atenção: por que
não deixaram passar esse tal vídeo? Acho que amanhã ele vai acabar sendo
exibido, não tem jeito. Talvez esse vídeo comece a revelar algumas coisas que
podem acontecer no julgamento do Bolsonaro — e aí ele entra na história,
aparece.
Porque é impressionante a
quantidade de espaços em que ele esteve presente no governo Bolsonaro — e com
influência. Atuou ao lado do Sidney na questão das vacinas, esteve envolvido na
Controladoria, e logicamente, participou de diversos outros assuntos. Agora,
está na Controladoria do Estado de São Paulo, também servindo ao governo
Tarcísio.
E na Controladoria, a gente percebe
que, no mínimo, houve omissão. E agora ele está sendo indicado pelo Tarcísio
para atuar em um órgão auxiliar da Assembleia Legislativa — justamente um órgão
que deveria ajudar os deputados na fiscalização da receita, do uso do dinheiro
público e dos bens do Estado de São Paulo.
Mas a gente já percebe que muita coisa está acontecendo aqui também, no Estado de São Paulo. Por exemplo, o desvio de um bilhão em créditos de ICMS era algo que ele poderia — e deveria — ter acompanhado de perto, junto com o secretário da Fazenda. Mas não observou nada disso.
O grande escândalo de São Bernardo,
também aqui no Estado de São Paulo, aconteceu enquanto ele estava na
Controladoria, ao lado do secretário da Fazenda — e, mais uma vez, não observou
nada. Agora, está sendo indicado para prestar um “belo” serviço no Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo.
E hoje ele esteve aqui, como já foi
mencionado, foi trazido para uma audiência pública. Mas é aquele negócio:
falaram dez, quinze deputados estaduais, e depois ele simplesmente não
respondeu nada — também, não havia tempo para isso.
Foi uma audiência em que a gente falava, questionava, sugeria, fazia perguntas. Mas, no final, ele não respondeu nada. Não teve tréplica, não houve espaço para debate. Eu mesmo questionei o comportamento dele em relação ao Orçamento do Estado de São Paulo, que estamos vivendo agora.
Os prefeitos estão reclamando em todos os cantos. Só não fazem isso abertamente porque têm receio de retaliações. Mas a insatisfação é generalizada diante do contingenciamento do orçamento estadual.
E o governo não está repassando
recursos para os prefeitos, entidades e convênios. Isso afeta diretamente o ser
humano, a família, lá na ponta. Estamos ouvindo essas reclamações em todas as
audiências públicas sobre o Orçamento do Estado de São Paulo.
E os deputados também estão ouvindo
— inclusive os da base. São R$ 10,4 bilhões contingenciados em pleno mês de
setembro, com dinheiro em caixa. E aí, no final, ele ainda disse: “O governo
tem que fazer isso, é responsável, porque a arrecadação não está aumentando.”
Mentira! A arrecadação do Estado de
São Paulo aumentou 6,5%. Não foi o crescimento esperado, mas está aumentando. E
esse dinheiro está parado, enquanto os prefeitos precisam de recursos, as
entidades estão carentes de apoio — especialmente nas áreas de Assistência
Social, Esporte e Cultura. Estão sobrevivendo graças às emendas parlamentares.
Pois bem, o Wagner do Rosário
estava lá. Fiz essa pergunta diretamente a ele — e não respondeu. Perguntei: “A
Secretaria da Mulher, que já tem um orçamento pífio, está com metade dos
recursos contingenciados. O senhor, indicado para o Tribunal de Contas, qual é
sua resposta? Qual é sua posição?” Ele simplesmente não respondeu.
Então, realmente, à medida que a gente vai discutindo aqui, vai ficando evidente o quanto o Wagner do Rosário trabalhou para o governo Bolsonaro — justamente no dia em que começa a apuração. Por isso a base está meio agitada. O Bove perdeu as estribeiras hoje, arrumou uma confusão danada, parecia até o Trump. E o deputado Gil Diniz? Nem sinal dele por aqui. Acabei conversando com um pessoal da base...
“Não, ele está lá no governo”.
Eu falei: “Foi falar com o Tarcísio?”
“Não, não, ele não consegue falar com o Tarcísio. Ele foi falar com o vice”.
Então é essa a situação da indicação do Wagner do Rosário, em um dia que não é muito feliz para ele, não.
É isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
deputada Paula.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Eu gostaria
de discutir pelo PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem V. Exa. o
tempo regimental de cinco minutos, para discutir pela bancada do Partido
Socialismo e Liberdade.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr.
Presidente. Bom, a deputada Ediane,
quando discutiu aqui um outro encaminhamento de um requerimento, para que todos
os deputados tenham ciência, nós discutimos e encaminhamos a votação do
adiamento dessa votação por cinco dias.
Depois,
discutimos, encaminhamos e votamos o adiamento do requerimento de adiamento
desta votação por quatro dias. E agora estamos discutindo, depois
encaminharemos, e depois votaremos, o requerimento de adiamento desta votação
por três dias. Enquanto discutíamos e encaminhávamos um requerimento anterior,
a deputada Ediane tentou passar um vídeo que eu considero de suma importância
para esse debate.
Um vídeo de uma
reunião interministerial, à época do presidente inelegível, futuro preso na
Papuda, Jair Bolsonaro. Quando todos os ministros se reuniram em uma reunião
que ficou famosa porque foi vazado um vídeo de articulação do golpe, de
questionamento das urnas eletrônicas. A deputada Ediane tentou passar um vídeo
aqui, para conhecimento de todos os deputados.
Eu não sei se
todos os deputados têm ciência desse vídeo. É muito importante que se vote o
conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo tendo ciência de quem
ele é. Não só do currículo, não só do que ele vem aqui e diz.
Mas também do
que ele disse em um passado não tão distante, em um passado recente, em uma
reunião em que se discutia e se questionava a fidelidade das urnas eletrônicas.
Naquele momento, a deputada Ediane tentou passar um vídeo aqui, e não
conseguiu.
Como diz minha
filha, “não conseguiu”. Não conseguiu porque o presidente em exercício no
momento disse que não cabia.
Mas então,
deputada Ediane, como ainda é possível falar nesta tribuna, eu vou ler a
transcrição da fala do então ministro da CGU, agora candidato a uma vaga de
conselheiro no TCE. Ele disse o seguinte: “Um ponto importante, eu vou
concordar com o que ele falou ali.
Eu recebi um
relatório da última fiscalização da CGU, e não tive coragem de mandar. O
relatório estava horrível. Uma merda. Fala nada com nada. Eu chamei: ‘Por que
esse relatório não fala nada com nada? Não entendi nada do relatório’. [trecho
ininteligível] E aí eu falei assim: ‘Por que você não olha nada?’. A forma como
foi montada não permite uma fiscalização propriamente dita.
Vou dar um
exemplo: o sistema que faz a segurança da urna está numa linguagem que, na CGU,
não tenho nenhum especialista, então, assim, mesmo que eu queira auditar, eu
não vou conseguir. Ele tem 20 milhões de linhas de programação. São 20 milhões
de linhas. Então, imagina aí o tempo que a gente precisaria para ver se no meio
dessas linhas tem algum tipo de problema.”
Agora vem a principal
parte: “Então, assim, eu acho que essa junção Polícia Federal, Forças Armadas e
CGU, a gente tem que fazer urgente, urgente! Botar as equipes, chegar ao
consenso e dizer: ‘Isso aqui tem que ser porque não temos garantia disso’, e aí
já não é mais a instituição, são três instituições.
A gente tem que
se preparar para atuar em uma força-tarefa neste negócio. Eu vou falar assim… O
Bento falou do TCU. A reunião está sendo gravada?” Gosto desse trecho.
Aí o Bolsonaro
respondeu: “Não. Eu mandei gravar a minha fala.” Spoiler, estava sendo gravada.
Aí o Wagner Rosário disse: “Beleza”. Aí ele revela: “O TCU já soltou o
relatório dizendo que as urnas são seguras.” E o Bolsonaro fala: “Como é que
é?”
E o Wagner
Rosário: “O TCU já soltou relatório dizendo que as urnas são seguras.”
Bolsonaro: “Qual é o ministro encarregado deste relatório?” Wagner Rosário:
“Bruno Dantas.” Bolsonaro: “Olhe para a minha cara, por favor. Todo mundo olhou
na minha cara? Eu acho que não tem bobo aqui. Pô, mais claro do que está aí?
Mais claro? Impossível!”
E eu digo para
V. Exas.: mais claro do que está aí, mais claro, impossível. A gente sabe
exatamente a quem serve esse debate, a gente sabe exatamente, infelizmente, o
que está em jogo.
Em um dia tão
marcante para a história da democracia do nosso País, eu pergunto: mais claro
do que está aí? Vejam bem, V. Exas., tenhamos muito cuidado com as nossas
indicações nesta Casa e a nossa responsabilidade para indicar um conselheiro do
TCE.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL -
Deputada Paula. Em votação o requerimento.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem. Para discutir, a
deputada Márcia Lia... Para encaminhar pela bancada da Federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental.
Tem V. Exa., deputada Márcia Lia, o tempo regimental para o encaminhamento pela
Federação PT/PCdoB/PV.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa noite a todos e a todas. O que nos traz aqui
hoje é a gente conversar um pouquinho sobre a nomeação do Sr. Wagner de Campos
Rosário, que foi ministro-chefe da Controladoria-Geral da União de 2017 a 2022,
durante os governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro. Atualmente, ele é
secretário da Controladoria-Geral do Estado de São Paulo, servidor de carreira
da Controladoria-Geral da União desde 2009, mas ele tem uma história ampla.
Iniciou a
carreira no Exército Brasileiro, foi formado pela Aman, é um militar de
carreira e tem algumas, infelizmente, passagens, eu diria, na sua história que
são passagens um tanto quanto complicadas, na medida em que ele nos
representará junto ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo como aquele que
vai fiscalizar os atos, aquele que vai apoiar o Legislativo, aquele que vai
caminhar junto com esta Casa de Leis, com as prefeituras do estado de São
Paulo, já que o cargo pleiteado pelo Wagner Rosário é de conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Dito isso,
apresentado o Sr. Wagner Rosário, eu gostaria de dizer que algumas coisas pesam
muito na decisão que nós temos que tomar nesta Casa. Uma das questões que eu
acho que são fundamentais é: o Sr. Wagner Rosário, enquanto controlador-geral
da União, se omitiu diante da não compra das vacinas para a Covid, quando o
Brasil passava pela maior situação de pandemia já ocorrida no mundo e no
Brasil, que foi a Covid-19. Nós estudamos um pouco aqui a situação do ministro,
que, durante vários anos, de 2017 a 2022, esteve num órgão cujo objetivo
principal, cujo escopo originário é controlar, é fiscalizar os atos da União.
E, como controlador da União, muita coisa passou.
Portanto, eu
não me sinto segura, na condição de parlamentar que vai escolher alguém para
exercer o cargo de conselheiro, de responder... Porque tem um histórico de
omissão. Inclusive, foi convocado pela CPI da Covid; teve um desentendimento
com a ministra Tebet e, como é muito comum aos homens machistas, mencionou que
a nossa ministra, então senadora, Simone Tebet, era uma mulher descontrolada.
Eu acho que,
para uma pessoa que tem um cargo tão importante como é ser ministro da
Controladoria Geral da União, ele teria que ter, no mínimo, respeito por uma
senadora da República. Isso dito, já, na minha opinião, enquanto legisladora,
enquanto alguém que foi escolhida pelo povo de São Paulo para representar o
povo de São Paulo nesta Casa, eu fico bastante preocupada.
Outra questão é
que, no momento, ele atua como controlador-geral do estado de São Paulo. E,
nessa função de controlador-geral do estado de São Paulo, o seu curriculum
também não é um curriculum que nos faz sentir segurança para escolhê-lo como
conselheiro do Tribunal de Contas.
E eu digo por
quê. Nós estamos vivendo, no estado de São Paulo, o maior episódio trágico,
triste e muito dramático, que é a questão da corrupção. E a corrupção tem se
materializado no estado de São Paulo através das isenções fiscais, através de
conluios de auditores fiscais com a Fazenda, e o que nós observamos é que o
controlador-geral do estado de São Paulo deixou passar, não teve acesso a essa
informação.
Oras bolas, que
controlador-geral é esse que não sabe o que está acontecendo? Bebel, foi um
bilhão de reais para um único auditor; ele conseguiu desviar para si próprio,
para a sua entidade, um bilhão.
Agora imagina o
tamanho da corrupção, imagina o tamanho do que aconteceu, porque o que ele
fazia, ele maquiava o ICMS, ele fazia com que aquilo que a empresa Ultrafarma,
Fast Shop e outras tantas, tem outras que estão sendo investigadas também, ele
fazia, esse auditor fiscal fazia com que as coisas fossem maquiadas, fossem
disfarçadas, para que o devedor do ICMS pagasse infinitamente menos.
A gente quer
sim a apuração de quanto é o rombo efetivo que houve do não recolhimento do
ICMS para os cofres, porque isso significa, não tenham dúvida, menos saúde,
menos educação, mais pessoas passando necessidade, menos mobilidade urbana,
menos meio ambiente cuidado, menos crianças sendo atendidas. É o que significa
o que está acontecendo, esse boom de corrupção no estado de São Paulo.
Nós estamos
vendo que as políticas públicas poderiam estar sendo financiadas por esse
recurso que não chega nos cofres do governo de São Paulo, e a tarefa, sim,
desta Casa, de cada um dos deputados que aqui se encontram, fazer com que tudo
isso venha para a transparência, para que a gente tenha conhecimento exatamente
do que significa essa corrupção que aconteceu na Secretaria da Fazenda do
Estado de São Paulo.
Portanto,
controlador, fiscalizador, secretário da transparência e controladoria que não
vê transparência, que não controla, que não cuida, que não zela, que não faz
com que, de fato, o recurso tão precioso para atender a população do estado de
São Paulo chegue efetivamente nos cofres públicos para se transformar, para se
materializar, em política pública.
Deputado
Emídio, é muito grave o que está acontecendo no estado de São Paulo. E aí nós
vamos escolher uma pessoa que ficou silente, foi omissa, talvez até tenha
prevaricado, não sei, mas nós temos que nos ater efetivamente a essa condição
para que a gente possa decidir quais serão os nossos representantes junto ao
Tribunal de Contas do Estado.
Nós queremos,
sim, conhecer a pessoa, conhecer o seu currículo, mas nós queremos que essa
pessoa não tenha mácula na sua história, que essa pessoa não tenha omissão no
tratamento com a coisa pública.
A coisa pública
é muito séria, é muito importante que nós escolhamos alguém que, de fato, possa
nos representar, para que esta Casa possa ser bem assessorada, para que esta
Casa tenha conselheiros no Tribunal de Contas que a gente não tenha que se
arrepender no dia seguinte da escolha.
Portanto, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores está atenta a essa situação, e nós
queremos debater efetivamente quem serão e quais serão os nossos conselheiros
do Tribunal de Contas. Portanto, vamos com muita calma nessa hora.
Muito obrigada.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci
Santos.
*
* *
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para indicar o nobre deputado Emídio para encaminhar pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Tem o deputado Emídio o tempo regimental, para encaminhar.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convidar o deputado Alex Madureira
e o deputado Carlos Cezar, que já está aqui.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o
quórum regimental, passo a palavra para fazer o encaminhamento ao nobre
deputado Emídio de Souza, que fará sua fala pela Minoria. Obrigado, deputado
Carlos Cezar e deputado Alex Madureira, pela verificação de presença.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André do
Prado, prazer em vê-lo na Presidência. Sua presença na Presidência é sempre uma
garantia de que a Assembleia, e o plenário e os deputados, terão confiança no
Regimento, confiança na sua condução.
Eu queria
cumprimentar todos os deputados e deputadas, todos os que nos acompanham aqui
pela TV Alesp, e dizer que esse pedido de adiamento da discussão, ele se dá em
função do absurdo que é a indicação desse cidadão chamado Wagner Rosário.
Na verdade,
para além do que já foi dito aqui, meu líder, deputado Donato, para além do que
já foi dito aqui acerca da falta de qualidade, da falta de absoluto compromisso
com a transparência, que deveria ser quesito fundamental para quem vai ocupar o
Tribunal de Contas do Estado, para além disso, a indicação desse cidadão, ela
diz muito sobre quem é o governador Tarcísio de Freitas e como ele se comporta.
Porque o
Wagner, a indicação dele, não surge do nada. Ele surge de uma ideia do Tarcísio
de como ele vê o Estado, de como ele gosta de governar sem transparência, de
como ele está preocupado com o que vai acontecer com escândalos futuros,
escândalos presentes com repercussão no futuro, como é o escândalo agora do
desvio de um bilhão de reais do ICMS por apenas um, um auditor do ICMS.
Isso acontecido
debaixo, a gente fala debaixo do nariz do governador Tarcísio, mas debaixo do
nariz do Sr. Wagner Rosário, que é atual controlador-geral do estado de São
Paulo.
E o fato dele
ser controlador e não ter percebido nada e nem agido nada, mostra que ele, no
Governo do Estado, ele deu sequência em absoluto ao que ele não fazia no
governo Bolsonaro, quando comandou a CGU.
Debaixo do
nariz dele, pela CGU, passaram escândalos importantes, que marcaram a história
do Brasil, como o escândalo das vacinas. E eu não estou falando apenas da falta
de vacinas, que foi marca registrada do governo Bolsonaro, sob o qual 700 mil
brasileiros e brasileiras perderam a vida.
Perderam a vida
por falta de vacina, por falta de oxigênio, por propaganda em contrário, por
incentivar que as pessoas não precisassem de vacina. Esse foi o Wagner Rosário.
Esse foi aquele que deveria zelar pela conduta transparente do governo nas suas
ações.
Absolutamente
nada. Veio escândalo. Não é só da falta de vacina, não. Houve o famoso
escândalo do valor das vacinas, onde cada vacina tinha que pagar um dólar. Cada
vacina que o governo comprava era um dólar de propina para o Ministério da
Saúde. Esse foi o Wagner Rosário, indicado agora para ser membro do Tribunal de
Contas do Estado.
Dias atrás,
presidente, sob a Presidência e alguns deputados presentes - inclusive eu
estava presente - houve aqui neste plenário uma homenagem a um homem que,
durante provavelmente uns 40 anos, ocupou e ainda ocupa até esses dias o cargo
de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Presente o
deputado Barros Munhoz, que acho que foi o proponente, se não me engano, o
conselheiro Roque Citadini. E ali nós discutíamos aqui, eu também, como deve
ser a conduta de um conselheiro, como um conselheiro é importante.
Às vezes a ação
de um único conselheiro, deputado Barba, é capaz de preservar recursos que
significam a diferença na vida das pessoas, na política de Saúde do Governo do
Estado, na política de Educação do Governo do Estado, na política de Segurança
Pública do Governo do Estado, porque ele retém recursos que poderiam ser
escoados pelos canais da corrupção no Estado.
Então o
conselheiro é algo muito importante. E eu fico lembrando, na memória, quantos
conselheiros notáveis nós já tivemos e temos neste Estado. Renato Martins
Costa, o próprio Roque Citadini, Dimas Ramalho, agora mais recentemente o
Maxwell.
Quantos e
quantas! A conselheira, a Dra. Cristiana, o Sidney Beraldo, saído desta Casa,
que presidiu esta Casa e eu tive o orgulho de ser 1º secretário quando ele
presidiu a Assembleia, de conduta absolutamente ilibada.
Para cair hoje,
para ver a ameaça de sentar numa daquelas cadeiras um conselheiro que, toda vez
que teve a chance de fazer algo pela transparência do recurso público não fez,
deixou a oportunidade passar batida.
Quem sabe, se
ele tivesse sido um pouco apenas aplicado, tantos brasileiros não teriam
morrido por conta da Covid, porque ele tinha poder naquele momento para fazer
isso. Veja, deputada Paula, Dra. Paula, o quanto um corregedor é importante.
Agora, sob o
governo do presidente Lula, a CGU foi fundamental para descobrir o roubo que
acontecia no INSS contra os aposentados e vigorava desde o governo Bolsonaro,
mas foi no governo Lula que o controlador geral da União, em conjunto com
Polícia Federal, com Procuradoria Federal, com Tribunal de Contas da União,
descobriu o imenso roubo que tinha ali e passou a restituir os aposentados que
foram furtados.
Isso é apenas
um exemplo de como alguém que, vamos dizer, se conduz com compromisso, com a
transparência, é capaz de fazer pela sociedade. Por isso me preocupa tanto,
porque eu fico vendo o comportamento do governador Tarcísio de Freitas, é cada
vez mais um comportamento errático, um comportamento de quem não tem
compromisso com São Paulo, nem com a coisa pública.
Ele é capaz a
um só tempo, de gastar o seu tempo, que eu imagino que seja um tempo exíguo de
quem governa um estado como São Paulo. Ao invés de cuidar dos interesses de São
Paulo, a atividade número um do Tarcísio, ultimamente, tem sido cuidar da
família Bolsonaro. Preocupado, é capaz de desafiar um poder constitucional como
o Poder Judiciário brasileiro e dizer, como disse ontem, que não confia na
Justiça brasileira.
Ora, ora, ora,
deputada Bebel, se ele não confia na Justiça brasileira, ele confia em quem?
Nos bandidos? Nos que surrupiam recursos da União, do Estado e dos municípios?
Ele confia em quem? Organiza uma milícia para tentar golpe de Estado? É nesse
que ele confia? Será que é a mesma Justiça que ele não confia? No momento em
que declarou a vitória dele como governador do Estado, ele também não confiava?
Ele trata com
dois pesos e duas medidas? Quer dizer, a Justiça quando decide a meu favor, ela
merece crédito. A Justiça, quando decide contra mim, ela não merece crédito. Me
parece que o governador Tarcísio, ele está fazendo valer aquela máxima que
basta dar o poder para uma pessoa para você ver qual é o caráter dela.
Veio a público
ontem, além de ofender a Justiça, para dizer que, se for eleito presidente, a
primeira medida dele será anistiar o Bolsonaro. Você sabe que, das prioridades
que este País tem: combate à desigualdade social, geração de emprego, respeito
internacional, crise na área de Segurança Pública, falta de financiamento para
vários setores, necessidade de enfrentar o boicote americano que é feito a este
País - de todas essas prioridades, para o Tarcísio, nenhuma delas diz nada.
A que diz é o
seguinte: eu preciso proteger essa família. Essa família, que um dos seus
membros, deputado federal dos mais votados, o mais votado do estado de São
Paulo, está nos Estados Unidos, trabalhando contra os interesses nacionais. Eu,
como sou uma pessoa educada, eu buscaria outra palavra, mas não encontro a não
ser: um traidor da Pátria.
É com essa
turma que o Tarcísio gosta de andar. É com eles que ele gosta de se juntar. É
com eles que ele gosta de ajudar a conspirar contra o Brasil. Em vez de
homenagear o Poder Judiciário brasileiro, fiel garantidor da nossa
Constituição, ele procura desgastar a ideia.
Esse negócio de
articular pela anistia é um problema dele, é um problema político, não tem nada
a ver. Agora, dizer que a primeira medida é essa que ele vai tomar mostra o
quanto ele não está preparado nem para ser governador de São Paulo, muito menos
presidente da República.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Dra. Paula.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Gostaria de
indicar a deputada Monica Seixas para encaminhar pela Federação PSOL REDE.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o período de Vossa Excelência. Tem a palavra a deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, a
gente está pedindo o adiamento da sessão porque é uma oportunidade para a gente
avaliar o candidato, mas também para o governo reavaliar a indicação e para a
gente fazer uma auditoria coletiva da atuação e da responsabilidade do Sr.
Wagner de Campos Rosário até aqui.
Já estive aqui
algumas vezes hoje dizendo que me surpreendo com a ofensiva travada pelo
governador Tarcísio pelas barbáries do governo do Jair Bolsonaro, tentando
articular anistia no Congresso, de ontem para hoje - coisa que ele deve
responder a nós aqui publicamente -, e a indicação descarada do Sr. Wagner de
Campos Rosário, que é o atual controlador-geral do estado de São Paulo, e que
foi controlador-geral da União.
Um dos
caráteres para a gente avaliar o candidato é moral ilibada. Moral ilibada não
pode ser subjetivo. A gente tem que ver como a pessoa se comporta, se já
respondeu por algum crime, como se comportou na sua carreira prévia até aqui.
Alguns dos
colegas quiseram trazer aqui o que pensa e o que fez o então controlador-geral
da União, que hoje é candidato ao Tribunal de Contas do Estado, diante de uma
das principais ofensivas ao Estado Democrático de Direito, que é a
inviabilidade das urnas eletrônicas, que nos trouxe a todos até aqui.
Em 2022, isso
aqui apareceu em muitas falas. Numa reunião ministerial, quando ministro do
Jair Bolsonaro, o Sr. Wagner de Campos Rosário disse essas coisas sobre as
urnas eletrônicas. E eu insisto que ouvi-lo é importante, porque nós estamos
discutindo o passado e a moral, se é ilibada ou não, do candidato ao Tribunal
de Contas.
Então, eu
insisto e vou insistir que a gente possa ouvir o nosso candidato ao Tribunal de
Contas. Vou pedir para a técnica, novamente, que a gente possa tentar, desta
vez, ouvir o nosso candidato. Por favor.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Acabou?
Está bem. Esse é o vídeo que a deputada Ediane Maria tentou exibir mais cedo.
Pedi licença à colega, o arquivo que ela preparou junto à equipe para exibir.
Tem mais um trecho em que ele olha e questiona se está sendo filmado. E ele
chama o relatório do Tribunal de Contas da União sobre a seguridade da urna de
“uma merda”. Palavras do candidato.
Hoje de manhã,
quando ele esteve por aqui, uma das perguntas que eu direcionei a ele foi o que
ele pensa das urnas eletrônicas e ele, como auditor federal de carreira, que
passou por diversos órgãos, que tem prática em auditoria, se ele mantém as
dúvidas sobre a urna eletrônica e sobre o trabalho do Tribunal de Contas da
União, que naquela época apresentou um relatório dizendo que as urnas são
seguras.
Ele não
respondeu se ele acredita que as urnas que nos trouxeram até aqui são seguras.
Não respondeu, porque atacou e municiou o então presidente Bolsonaro a seguir
atacando as urnas, apesar do relatório que ele tinha do Tribunal de Contas da
União, que atestava a segurança das urnas.
Feito aqui a
devida recomposição de fala da deputada Ediane, que não pôde exibir a fala do
nosso candidato ao Tribunal de Contas mais cedo, eu quero seguir falando do
histórico do candidato.
Acho que outro
histórico também relevante, eu já disse mais cedo, que eu espero que não seja
pela identificação e por isso, mas durante a CPI da Covid, no Congresso, ao ser
inquirido pelo que ele mesmo falou aqui, ele falou que fiscalizava os contratos
do governo, que ele era muito, muito explícito, muito dedicado a isso, mas o da
Covaxin não, só o da Covaxin passou.
E aí eu poderia
dizer que ou foi distração ou foi incompetência, mas é uma falha grave ter
deixado passar a fiscalização de um contrato. Mas se, ao ser questionado pela
então senadora Simone Tebet, ele a chamou de “descontrolada”. Um tema que, para
a gente, mexe muito.
Hoje, eu tive
que visitar, muitas vezes, a cartilha que a gente escreveu no começo do ano.
Sabe? Contra a violência contra a mulher, resultado daquele compliance que a
gente fez. Uma das coisas que a gente colocou na cartilha era não tocar sem
permissão, e aí a gente já teve que pedir para afastar, para não ter intimidade
com quem não tem.
E a outra fala
de violência política de gênero. Tem um trecho grandão na cartilha que está
escrito assim: a intimidação, a ofensa, gestos que coloquem a mulher em
situação de intimidação é violência política de gênero. Eu acho que vale a
gente revisitar a cartilha, mas no nosso candidato ao Tribunal de Contas tem
essa triste passagem, de chamar a mulher de louca, de descontrolada, de dizer
que ela é menor, ou que ela não pode exercer a atribuição dela.
É uma coisa,
infelizmente, tão comum no Parlamento. Acho que a gente assistiu isso aqui
hoje. Mas que também faz parte do currículo do nosso candidato. E a gente não
pode permitir que isso aconteça.
Afinal, o
Tribunal de Contas também sofre muita pressão, da opinião pública e de nós
mesmos. Quantos de nós estão com representações no Tribunal de Contas, pedindo
parecer ao Tribunal de Contas, pedindo que o Tribunal de Contas se posicione
sobre questões urgentes e importantes para o povo de São Paulo?
Já falei aqui
também das vezes que ele se comportou como advogado de Bolsonaro, e não como
controlador-geral. Mas eu acho que vale falar também da passagem que ele tem
até aqui como controlador-geral do Estado de São Paulo. O estado de São Paulo
está mergulhado em esquemas complexos.
A gente pode
falar do um bilhão de desvio do ICMS, que apareceu nos jornais, e que a gente
gostaria de respostas. Não é possível que só um auditor fiscal esteja envolvido
em um escândalo desse tamanho. A gente precisa de auditoria dos auditores da
Secretaria da Fazenda e do ICMS, para ver qual é o tamanho. Eu não vi o
controlador-geral do Estado se pronunciar a respeito.
Outra questão
que nós estamos debruçados, é o saldão de terras do governador Tarcísio, que
ele vai parar lá. Os valores, muito abaixo do mercado, para doadores de
campanhas do senhor Guilherme Piai, que aparece na lista, e que a gente vai ter
que questionar.
Portanto, a
gente precisa ganhar alguns dias, respirar, ver o Bolsonaro pagar pelos seus
crimes. Para concluir, para ver se o governador revê a indicação, e a gente
possa votar com tranquilidade em um cargo que é muito importante para todos
nós.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o
requerimento. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem contrários,
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitado. Pela ordem, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma
verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder
à verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A partir desse momento, estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e
Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação
que se realizará.
Pela ordem, deputado Danilo Campetti.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para colocar
o Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos
em obstrução. Pela ordem, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Federação PT/PCdoB/PV em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução. Pela ordem, deputada Paula.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Para colocar
a bancada da Federação PSOL REDE em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PSOL REDE em obstrução. Pela ordem, deputado Ricardo França.
O
SR. RICARDO FRANÇA - PODE - Para colocar o
Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em
obstrução. Pela ordem, deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Para colocar o
Partido Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido
Liberal em obstrução. Pela ordem, deputado Rogério Nogueira.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - PSDB e Cidadania em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSDB e
Cidadania em obstrução.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem, presidente.
PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em
obstrução.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD também em
obstrução.
O
SR. ROGÉRIO SANTOS - MDB - Pela ordem,
presidente. Colocar o MDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - MDB em
obstrução.
O
SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Pela ordem,
presidente. União Brasil em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil
em obstrução.
O
SR. MARCELO AGUIAR - PODE - Pela ordem,
presidente. Colocar o partido Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos já
estava em obstrução, pelo vice-líder Ricardo França.
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Progressistas
em obstrução.
Tendo transcorridos os quatro minutos,
o sistema eletrônico agora ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos
em suas mesas.
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Não havendo mais deputados interessados em fazer o seu voto, pergunto às Sras.
Deputadas e aos Srs. Deputados se gostariam de alterar os seus votos. (Pausa.)
Não havendo deputados interessados em
alterar o voto, passaremos à proclamação do resultado: votaram “sim” 14
deputados; “não”, 51 deputados; mais este presidente, total de 66 votos, quórum
que rejeita o requerimento para adiamento.
Próximo...
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Não, foi Ediane.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Ediane
Maria.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - É o cansaço, Sr. Presidente.
A gente sabe que não é fácil, né. Bom...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tudo
gente boa igual.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Eu peço aqui uma
questão de ordem, Sr. Presidente, para primeiro colocar a minha indignação
sobre o que aconteceu aqui, na apresentação da minha fala, onde eu segui
totalmente o Regimento, não saí do Regimento Interno desta Casa e coloquei um
vídeo que dialogava exatamente com o tema que a gente estava debatendo, do Sr.
Wagner Rosário.
Mas causou um
grande silenciamento, um “cala-a-boca”, “tira isso”. Parecia que não podia
rolar esse vídeo. A deputada Monica também subiu aqui no plenário, e também o
vídeo foi retirado.
Ou seja, não
sei qual é o medo que está existindo, não sei por que não podemos falar.
Inclusive, eu ouvi uma vozinha de fundo falando “ah, foi o Bolsonaro que
derrubou o vídeo”. Ou seja, não foi o Bolsonaro que derrubou o vídeo, mas sim
essa tentativa de calar a esquerda, porque o que está em jogo, hoje, além dessa
votação horrorosa, que a gente está aqui debatendo e obstruindo...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para uma questão de ordem,
deputada...
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - ... É toda essa vergonha que está
acontecendo neste plenário. Bom, eu vou só
ler o finalzinho da questão de ordem:
“Ante todo o
exposto, Sr. Presidente, tem a presente questão de ordem o fito de requerer de
V. Exa. a revisão do indeferimento da apresentação do vídeo, com base no Art.
13 do Ato de Mesa nº 11, de 2019, visto vício formal, para reverter a censura
imposta e permitir o exercício integral do direito parlamentar, com as razões
legais amparadas nas fundamentações arguidas na presente peça regimental”.
Então, vou
apresentar, vou protocolar aqui o requerimento, está bom?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está recebido o
requerimento de Vossa Excelência.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para discutir.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes, porém,
deixe-me só convocar. É um requerimento, agora, que nós estaremos discutindo. É
um requerimento, também, do deputado Donato, pedindo que seja adiada por dois
dias a discussão do PDL 27, de 2025.
Deputado Guilherme Cortez tem o tempo
regimental para discutir.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite mais uma vez, meus colegas deputados da base do
Governo, cansados, aqui, de estar ouvindo a nós, deputados da oposição,
denunciar essa tentativa do governador de colocar o seu amigo de conselheiro do
Tribunal de Contas de São Paulo, apesar do péssimo currículo que ele tem como
controlador-geral do Estado e da União.
Pergunto para
quem está nos ouvindo que trabalha na iniciativa privada ou que trabalha como
servidor público: se tivesse um currículo como o do Sr. Wagner, que,
responsável que era de combater a corrupção no Estado e na União, permitiu
propinão aqui em São Paulo, permitiu compra de vacina superfaturada, permitiu o
começo do escândalo do INSS, se esse servidor estaria sendo promovido para um
cargo vitalício para ganhar 46 mil base por mês, fora todos os penduricalhos.
Isso é um
escárnio com a população do estado de São Paulo, que está vendo o governador premiar
um amigo seu, apesar do péssimo balanço que ele tem durante a sua gestão na
Controladoria.
Por isso, nós,
da bancada da Oposição, estamos aqui propondo o adiamento, mais uma vez, dessa
discussão, para que a população do estado de São Paulo, que elegeu todos os
deputados que estão aqui, tenha tempo de conhecer o conselheiro do Tribunal de
Contas que vocês querem empurrar goela abaixo da população.
Se vocês acham
que o Sr. Wagner é tão qualificado assim, não deveriam ter tempo de que a
população possa conhecer melhor o indicado do governador Tarcísio, o governador
Tarcísio, que, aliás, passou o dia de hoje inteiro em Brasília fazendo lobby
pela anistia.
É uma vergonha,
Sr. Presidente. Deve ser a primeira vez que o governador do estado de São
Paulo, do maior estado do País, coloca a sua autoridade política para tentar
fazer a impunidade valer neste País, para tentar anistiar os vagabundos do 8 de
janeiro e todos aqueles que atentaram contra a nossa democracia.
O governador
Tarcísio poderia ir lá para Brasília tentar resolver o problema da Sabesp, que
ele privatizou; poderia ir lá para Brasília buscar investimento para São Paulo,
podia ir lá para Brasília buscar investigação sobre o propinão que aconteceu no
governo dele, debaixo dos olhos dele. Mas, não.
A prioridade
dele: passou o dia inteiro em Brasília hoje fazendo lobby pela aprovação da
anistia, para que aquelas pessoas que cometeram crimes contra o Brasil, contra
o patrimônio público, contra a democracia que elegeu cada um de nós, não paguem
pelos seus crimes.
Mas hoje é um
dia histórico para o Brasil, em que pela primeira vez um presidente e militares
da alta patente das Forças Armadas que tramaram, urdiram, contra a democracia
brasileira estão sentados no banco dos réus, acertando as suas contas com a
Justiça. Então, o Tarcísio querendo ou não, os bolsonaristas querendo ou não, a
Justiça vai chegar, porque a Justiça tarda, mas não falha.
E os deputados
que tanto dizem que não toleram a impunidade, que são linha dura contra o
crime, o governador que diz que combate o crime, passou o dia inteiro em
Brasília tentando anistiar criminosos, depredadores do patrimônio público,
pessoas que utilizaram o seu posto para tentar fraudar a democracia brasileira,
como, aliás, o Sr. Wagner, que está sendo indicado agora para uma vaga de
conselheiro do Tribunal de Contas do nosso Estado, enquanto era controlador
participou de uma reunião para tentar descredibilizar o sistema eleitoral
brasileiro.
O sistema
eleitoral brasileiro é um dos mais seguros do mundo, que elegeu cada um dos 94
deputados aqui. Esse senhor, que deveria estar utilizando do seu cargo para
combater a corrupção, estava aparelhando a CGU para ser conta, descredibilizar,
tentar desacreditar, as urnas eletrônicas do nosso País.
Isso não é
decoro, isso não é probidade, isso não é postura de quem quer ser conselheiro
do Tribunal de Contas do nosso Estado. Volto a perguntar para quem nos assiste.
Se tivesse um
balanço como o do Sr. Wagner, com escândalo atrás de escândalo na sua carreira,
que ele não conseguiu fiscalizar, não conseguiu impedir, tanto no governo
Temer, quanto no governo Bolsonaro, quanto agora no governo Tarcísio, se alguém
receberia esse presentão, essa bolada, que é a indicação do governador para um
cargo vitalício, em que ele vai ficar até o fim da vida dele ganhando como base
46 mil reais, fora os seus penduricalhos. Isso é um escárnio, deputada Ediane,
com a população do estado de São Paulo.
Agora, o
governador Tarcísio só faz política para os seus amigos. Está lá em Brasília,
ao invés de estar aqui em São Paulo defendendo o povo que o elegeu, está lá em
Brasília defendendo o padrinho político dele, está indicando o seu amigo para
virar conselheiro do Tribunal de Contas e, por isso, nós, da bancada da
Oposição, estamos contra esse absurdo.
Esperamos ter
mais tempo para que a população de São Paulo possa tomar conhecimento.
Obrigado,
presidente.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Para uma
comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos V. Exa., deputada Beth Sahão.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para trazer aqui os nossos
carinhos e sentimentos à família do jornalista Mino Carta, que faleceu hoje. Um
jornalista de 91 anos, mas que fez uma história no jornalismo, defendendo a
verdade, defendendo os valores democráticos.
Foi responsável pela criação da revista
“Veja”, da revista “Isto é”, da revista “Quatro Rodas”, e nas últimas décadas
estava à frente da revista “Carta Capital”. De modo que é uma perda grande para
o jornalismo brasileiro, um jornalista pelo qual eu, particularmente, tinha uma
identidade muito grande, e aqui não poderia deixar de trazer aqui os
sentimentos a todos os seus familiares, seus pares, seus amigos, e todos
aqueles que valorizam o bom jornalismo, o jornalismo verdadeiro.
Obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Beth Sahão. Está registrado o sentimento de Vossa Excelência.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para discutir pela
nossa bancada, deputada Beth Sahão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Donato. Deputada Beth Sahão fará a discussão pela Federação PT/PCdoB/PV.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Eu queria, antes
de começar a falar mais uma vez do candidato, trazer aqui uma frase que foi
muito simbólica e emblemática no dia de hoje. Aliás, um dia histórico, onde os
golpistas estão sendo julgados, aqueles que conseguiram montar uma trama
golpista sem precedentes na história recente do nosso País.
Mas eu queria
trazer aqui uma fala do procurador-geral da República, o Paulo Gonet, que ele
fala o seguinte: “Não é preciso esforço intelectual extraordinário para
reconhecer que quando o presidente da República, e depois o ministro da Defesa,
convocam a cúpula militar para apresentar documento de golpe de Estado, o
processo criminoso já está em curso”.
Isso significa
que muitos daqueles que defendem a trama golpista dizem que era preciso, mas
não foi efetivado, não foi concretizado. Não precisa ser efetivado e nem
concretizado. Bastam aqueles atos que antecederam aquela balbúrdia, do oito de
junho de 2023.
Portanto, hoje
é um dia glorioso para a nossa democracia, um dia onde tanto o relatório do
ministro Alexandre de Moraes, quanto as acusações do procurador-geral da
República, Paulo Gonet, foram impecáveis, foram irretocáveis. De modo que
trazer aqui esta importância da data de hoje é fundamental para esta Casa, para
aqueles que valorizam e defendem a democracia como o nosso bem maior, que tem
que ser preservada.
E, como disse
aqui o deputado que me antecedeu, o Guilherme Cortez, o governador do Estado,
ao invés de estar aqui discutindo e resolvendo os graves problemas que tem o
estado de São Paulo, foi para lá articular uma anistia, uma anistia que é uma
verdadeira excrescência para a nossa democracia. Uma anistia para perdoar
aqueles que dilapidaram, vilipendiaram o patrimônio público, que dilapidaram o
patrimônio público, e aqueles que armaram de forma desavergonhada um golpe de
Estado.
Portanto, esse
ato, essas atitudes do governador Tarcísio precisam ser cobradas, inclusive,
por esta Casa, como bem colocou a deputada Monica Seixas. É preciso cobrá-lo,
sim, da falta de compromisso que esse governo dele está tendo com a população
paulista. Muito pelo contrário, ele está mais interessado em obter essa anistia
para ver se se viabiliza eleitoralmente para poder disputar com o presidente
Lula.
É uma lástima
esse governo. É uma lástima. O deputado Enio já colocou aqui, há poucas horas,
sobre a condição das prefeituras e dos prefeitos deste Estado, que estão com o
pires na mão, que não conseguem receber um repasse adicional daquilo que são os
repasses constitucionais, que não conseguem ter o investimento nas suas
respectivas cidades.
Mas eu quero
dizer para eles que o modus operandi desse governo não difere muito de alguns
que passaram, como, por exemplo, o governador Doria. Eles vão fazer os
contingenciamentos de recursos que, segundo alguns aqui, passaram, também é
obrigatório? Não, não é, não é.
Recurso público
é feito para investir. Recurso público é feito para atender as principais
demandas da população. Recurso público é feito para resolver os problemas da
população, e não para ficar guardado para depois ser destinado em ano eleitoral,
como já disse hoje, no período da manhã.
E isso é
lastimável. Mas, voltando aqui ao Sr. Wagner de Campos Rosário, essa já é a
terceira vez que a gente sobe aqui para falar dele. E eu espero que, quem sabe,
a gente sensibilize os deputados que querem votar nessa indicação e a gente
possa mudar o curso dessa história.
Nós já tivemos
aqui nomes incríveis que foram para o Tribunal de Contas do Estado. Nomes que
honram o trabalho do Tribunal de Contas e a gente pode citar alguns, como o
deputado Emídio citou.
O deputado
Sidney Beraldo, que foi presidente aqui desta Casa, no meu primeiro mandato,
inclusive, que fez uma Presidência importante, correta, lisa, é um dos
indicados, foi indicado para o Tribunal de Contas e está lá, exercendo sua
atividade com muita responsabilidade. Eu diria o mesmo do deputado federal
Dimas Ramalho, que também passou por esta Casa, que é um outro conselheiro...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Pelo qual a gente tem o maior
respeito. E tem outros, como o próprio Maxwell, que foi aqui recentemente,
passou, conversou conosco, foi na nossa bancada várias vezes, se expôs, colocou
as suas principais preocupações e as suas principais plataformas.
E a gente
referendou esse nome porque entendíamos naquele momento que era importante.
Agora, quero dizer uma coisa. Um deputado como este...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Beth.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Já vou concluir. Um deputado não,
uma pessoa como essa que está sendo
indicada, Sr. Presidente, sinceramente, merece o nosso não, a nossa não
aprovação à condução do Sr. Wagner Rosário para o Tribunal de Contas do Estado.
Obrigada, Sr.
Presidente.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Thainara Faria.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Para indicar a nobre
deputada Márcia Lia para discutir pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - A deputada
Márcia Lia tem o tempo regimental para discutir pela Minoria.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, voltei porque tenho mais informações a serem
disponibilizadas para as pessoas, para que haja compreensão do porquê nós
entendemos que, com todo respeito, o Sr. Wagner Rosário não nos motiva a fazer
a indicação e a votar pela sua inclusão como conselheiro do Tribunal de Contas
do Estado.
Quero lembrar
que nós estamos discutindo e votando já o Projeto de lei nº 410, que é um
projeto de lei absurdo, inconstitucional, como eu já havia dito neste plenário,
e que será, sim, submetido ao crivo da Justiça, porque o Governo do Estado de
São Paulo está entregando, está fazendo o feirão das terras públicas, das
terras devolutas do estado de São Paulo para os grileiros e os grandes
latifundiários lá do Pontal do Paranapanema e de outras regiões do Estado
também.
E nós, como já
dissemos aqui, somos terminantemente contra, porque entendemos que terras
devolutas, terras da União, terras do Estado, têm uma finalidade que é definida
pela Constituição Federal, que é servir à reforma agrária e servir aos
trabalhadores e às trabalhadoras que precisam cultivar alimentos para que nós
tenhamos o alimento chegando em quantidade para que o preço possa ser
acessível.
E não é isso
que nós estamos vendo com esse Projeto de lei nº 410. Mas por que eu estou
tocando nesse assunto? Porque o Projeto de lei nº 410, que já foi inclusive
aprovado, faltam poucos detalhes para que seja referendado definitivamente
neste plenário da Assembleia.
Esses questionamentos
que nós vamos fazer ao Ministério Público, ao Ministério Público Federal, que
nós vamos fazer à Advocacia-Geral da União, que nós vamos fazer também ao
Supremo Tribunal Federal, nós também faremos as mesmas questões, as mesmas
dissertações sobre a inconstitucionalidade, a ilegalidade do PL 410 para o
Tribunal de Contas do Estado.
E, vejam só.
Sr. Presidente, lá nós nos encontraremos com o Sr. Wagner Rosário, que é
defensor das políticas de entrega de terras para os grileiros, de entrega de terras,
deputado Guilherme Cortez, para os grandes latifundiários...
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, uma questão de
ordem, acho que é só...
A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Não, eu não permito.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Não, mas é questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado Danilo
Campetti.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - O 410
não está em discussão agora, salvo engano.
A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Mas eu não estou falando do
410, eu estou falando de quem vai estar sentado na cadeira para verificar os
questionamentos que eu farei ao projeto de lei aprovado nesta Casa, de número
410. Tenho todo o direito de falar, o senhor não vai cercear a minha fala.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Danilo, está correlata.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Não é cercear, eu só fiz uma
questão de ordem que tem a ver.
A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Desculpe-me, o senhor não vai.
Eu estou dizendo que o Sr. Wagner Rosário estará sentado lá para referendar...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem correlação, deputado Danilo.
A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Para referendar os
questionamentos que eu apresentarei, e que, com certeza, outros deputados
também o farão. Então, o senhor me permita discordar terminantemente do senhor,
porque o que está em discussão aqui não é o Projeto 410, é quem vai estar
analisando os questionamentos ao Projeto 410 no Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo. Esclareci? Ok.
Dito isso, eu
continuo. Não adianta dar risadinha. É isso, meu querido...
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Mas a senhora não tinha falado,
depois eu vou falar uma comunicação. Não tem problema.
A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Desculpe-me. Nós estamos
decidindo aqui sobre se indicamos ou não o senhor Wagner Rosário ao Tribunal de
Contas do Estado. O meu posicionamento, pelo fato de ele ter agredido uma
senadora de Estado, chamando-a de descontrolada, pelo fato de ele ter questionado
as urnas, quando a eleição foi legítima, atestada pelo TSE e atestado pelo STF.
Ele questionou
isso e disse que o relatório apresentado, desculpe-me a palavra, mas foi a
palavra que ele disse, era uma “merda”. Nós vimos isso no vídeo. Nós ouvimos dizer
isso.
Então, eu penso
que a gente tem que ter critérios. A gente tem que saber quem a gente indica
para o Tribunal de Contas do Estado, que são pessoas que vão estar dando
assessoria para esta Casa de Leis.
Então,
terminantemente contra.
O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez.
O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para
indicar a deputada Ediane Maria para encaminhar pela bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem o tempo
regimental a deputada Ediane Maria.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Uma breve
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos Vossa Excelência.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Eu reforço a observação, presidente,
porque já foi falado aqui do 410, já foi falado aqui da prisão do presidente,
já foi falado do dia de hoje, que o Bolsonaro está sendo julgado e vai ser
condenado.
Eu acho assim,
se for para a gente entrar em outros assuntos, existem outros momentos para a
gente tratar desses assuntos. Nós estamos tratando da nomeação do Sr. Wagner do Rosário, e o Regimento diz que nós
temos que nos ater a esse tema. Então, fica aqui a minha solicitação, mesmo
porque eu também posso contribuir muito com essa questão do julgamento. Temos pensamentos
opostos em relação a essa questão.
Inclusive, se
for falar de prisão de presidente, eu posso contribuir ainda mais. Mas fica aí
a ressalva, Sr. Presidente, que nós devemos nos ater, conforme o Regimento
Interno diz, a essa discussão.
Eu, por
exemplo, falei hoje, em contraponto ao que foi dito pela oposição sobre o
julgamento, mas falei no Pequeno Expediente, falei no Grande Expediente, que eu
acredito que tenham sido os locais pertinentes para tratar desse assunto.
Então, fica
aqui o registro e a nossa solicitação para que o Regimento seja seguido e que
os assuntos debatidos aqui tenham pertinência temática com o que está sendo
discutido, que é a nomeação do Sr. Wagner do Rosário para o Tribunal de Contas
do Estado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
a deputada Ediane Maria.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu sei que parece que
para alguns homens é difícil ouvir a voz de uma mulher quando está nesse
microfone. Bom, a dificuldade é muito grande, mas nós fomos eleitas para fazer
esse debate.
E não estamos
saindo, Sr. Presidente, em nenhum momento do debate aqui do PDL, até porque,
olha esse Wagner do Rosário, a lista dele, a lista suja dele está bem gigante.
E olha, caiu no dia, senhores, excelente para a gente debater, porque hoje o
Bolsonaro está no banco dos réus.
Olha, se
acovardou, não foi. Aquele homem que gritava, que esbravejava, que soltava
palavras de efeito, que ia lá e que brigava. Na pandemia, quem se lembra dele
andando de jet-ski? Bom, ele fez isso. Então estamos aqui hoje falando do Sr.
Wagner, que vai ser, além disso tudo, de estar...
Um dos que
foram investigados, interrogados, lá na CPI do Covid, agora ele quer ainda
ganhar um salário de mais de 46 mil reais, que vai sair do bolso de quem? De
quem está em casa agora sentado e que não está participando desse debate. É
isso que está em jogo.
Então o que
estamos colocando aqui hoje, gente, eu cheguei aqui, não cheguei aqui como uma
privilegiada, não. Eu cheguei aqui trabalhando de empregada doméstica, ganhando
600 reais por mês, não era nem um salário mínimo.
Eu sei, se
alguém aqui perdeu a memória, na época da pandemia, eu não perdi. E vários aqui
de nós que subiram nesse plenário, que intervieram, pediram a questão de ordem,
não se esqueceram.
Nós não
esquecemos o que aconteceu e a negligência, a covardia do Bolsonaro na época da
pandemia. Quem aqui não perdeu um parente, ou perdeu um vizinho, ou perdeu
alguém? Então, desculpa, não estava vivendo no Brasil. Ou estava tão bem
protegido com seus supersalários, que não perceberam a pandemia, não percebeu a
fome.
O povo estava
morrendo de fome, de fome. Mulheres sendo mortas dentro de casa pela violência
doméstica. Eu já ouvi aqui dentro muitas coisas, nesta Casa. Eu já ouvi muitas
coisas, que parece até que é uma insanidade. Mas olha, eu estou ouvindo. Eu
estou ouvindo.
Eu sempre olho
para o estado de São Paulo e agradeço a todos que me colocaram aqui. Não foi
pouca gente, não. Foram quase 176 mil paulistanos que me colocaram aqui dentro.
Colocaram-me, porque sabiam que eu ia fazer esse debate e esse contraponto. Não
estou aqui à toa.
Eu estou aqui
porque sou um sobrevivente desse estado também. Então, está aqui hoje. Por mais
que o nosso vídeo tenha sido derrubado, nós somos aqui silenciadas com a Monica
Seixas, sem poder se posicionar. Nós, mulheres, encontramos aqui no estado de
São Paulo dificuldade para concluir os nossos mandatos.
É isso que está
em jogo. Então, falar do Sr. Wagner do Rosário e pedir para que prorrogue, que
prolongue, para que o estado de São Paulo saiba o que está acontecendo, é
porque o Seu Wagner, inclusive, é cupincha do Bolsonaro. O Tarcísio de Freitas, com tanta coisa para
fazer no estado de São Paulo, está pensando ainda, gente. Segundo o Tarcísio.
Segundo o Tarcísio, ele falou que ele vai dar um indulto. Um indulto se ele for
presidente.
Agora, olha só.
Se o Bolsonaro não deve, que vá para o banco dos réus, que vá lá ouvir a sua
condenação, o seu julgamento. É um processo legal. É um processo legal que está
acontecendo com o Bolsonaro.
Agora, o que
não dá, gente, eu entendo uma dificuldade muito grande da base bolsonarista,
porque o que está em jogo agora é que essa sucessão desses votos do Bolsonaro,
é isso que está em jogo.
É por isso que
o Tarcísio está lá em Brasília, porque nós já vimos, inclusive, o Malafaia
falar do Tarcísio, que está em cima do muro, que está indeciso, não sabe para
onde vai.
Então, ele foi
lá para mostrar esse gesto. É isso que eles querem. Mas o clã bolsonarista, os
filhos, número um, dois, três, quatro, está aí nessa disputa também, dessa
sucessão dos votos. É isso que está dado. É isso que está em jogo.
Então, eu
entendo, Srs. Deputados, o incômodo, a pressa, a agonia. Só que para nós, que
passamos por tanta dificuldade, que chegamos aqui, e que vimos, sim, o nosso
presidente Lula foi preso. Foi preso, dignamente, de cabeça erguida. Nós vimos
a presidenta Dilma aguentar aquela sabatina, os seus algozes. Não arredou o pé,
foi covarde. Caiu em pé, dizendo que ia voltar, e voltamos.
Então é sobre
isso. O que está em jogo, para quem está em casa, indeciso: “olha, gente,
imagina que esse homem, procurador-geral da República”. Bom, a gente vai
escutando cada loucura que, para nós, que fomos colocados para longe da
política, até fica mais fácil para alguém vir aqui e falar “ai, eu não quero
ouvir politicagem”, sendo que todos aqui foram eleitos pelas urnas eletrônicas,
que foram atentadas o tempo inteiro.
Só que, na hora
que se elegeram, não fizeram questionamento. O questionamento seria se o
Bolsonaro seria eleito. Eu lembro da minha mãe, dona Raimunda. Inclusive,
gente, o Nordeste deu exemplo. Tenho orgulho de ser nordestina por causa disso.
Fomos para
cima! Deveriam ter medo do estado de São Paulo, que é construído também por
nordestinos. O Bolsonaro atentou o tempo inteiro. Ele não está ali como
inocente, não. Tentam vender que ele é a vítima, um coitado, está doente, não
aguenta nem sequer acompanhar o seu julgamento.
Só que, quando
Bolsonaro estava em sua casa, ele estava duvidando do resultado das urnas.
Inclusive, lá no Nordeste, nos vimos vários de nós que tiveram dificuldade para
ir votar. Dificuldade para ir votar. Eu lembro quando ele queria, inclusive,
dividir o Nordeste.
Queria dividir
o Nordeste, tirar, como se o Nordeste não existisse mais no mapa do Brasil. Nós
resistimos e existimos aqui neste País, e lutamos, todos os dias, sim, pela
democracia.
Falar de
soberania e querer entregar o Brasil? Isso mostra que os patriotas somos nós,
que sempre fomos para as ruas. Sempre estivemos nas bases dos movimentos
sociais, dialogando com quem está, de fato, preocupado com aqueles que mais
sofrem. Obviamente, a gente não deixa ninguém de fora, a gente vai lutar junto
com vocês.
Agora, não dá,
Srs. Deputados, não dá, repito mais uma vez, não dá para a gente engolir esse
senhor Wagner. Não dá. O senhor Wagner, inclusive, já está bem demais. O senhor
Wagner não deveria sequer ter exercido um cargo. Não deveria. Machista ao
extremo. Quando ele falou isso para a Simone Tebet, machista.
É sobre isso:
não tolerar as vozes, não tolerar nós mulheres falando nesse plenário. Porque,
para alguns, a nossa missão, quando vê uma mulher subir neste plenário, é sabe
o quê?
É limpando a
casa, cuidando dos filhos, exercendo a função do cuidado. E não é aqui, falando
e debatendo política. Nós fomos eleitos para falar, sim, sobre política, sobre
o que está rolando no cenário nacional, estadual e municipal.
Agora imaginem
esse homem, o senhor Wagner, esse senhor, recebendo, olha só, conselheiro do
Tribunal de Contas! Olha, gente. Chega até a ser uma zombaria, uma chacota, uma
zoeira com a cara de nós, contribuintes. Imagina, se ele, que se sentou naquela
reunião com Bolsonaro, para questionar, reunião interministerial, se ele se
sentou para questionar as urnas eletrônicas, todo o processo.
E não viu aqui,
gente, mesmo ele sendo o senhor Wagner Rosário, sendo corregedor-geral do
Estado de São Paulo. Se ele não viu, eu peço até para que a gente coloque um
slide depois. Agora não vai dar para colocar, porque estamos sendo censurados.
Mas, que coloque depois.
Porque, se ele
não viu mais de um bilhão que passou, você imagina que ele vai ver alguma outra
coisa? Ou seja, por isso que somos contrários e queremos, sim, prorrogar,
debater. É isso que nós estamos fazendo aqui a tarde inteira. Inclusive,
estamos dispostos a virar a noite, debatendo, questionando. Porque é só assim
que a gente avança: com questionamentos.
Por muitas
vezes, passaram para nós, que falam que não gostam da política, mas vivem dela.
Falaram “não se envolve em política, não vai não, isso é ruim”. Ainda bem que
nós estamos aqui, vendo, e podendo questionar, sim, essa dinâmica.
Porque, para
quem está em casa: fala bonita não enche barriga, o que enche barriga é o
enfrentamento, o questionamento. E deixar para que vocês pesquisem. Que bom que
a gente lutou muito, que bom que a gente resistiu.
Nós estamos
aqui. Mesmo feridos, estamos aqui de pé, erguidos, para lutar por um Brasil
melhor.
Quando
eu subi aqui mais cedo no plenário, falaram que eu estava instigando,
estimulando e aplaudindo que o Bolsonaro vai ser preso. Olha só. Só que eu olho
e repito, a justiça está sendo feita. Que bom que o nosso presidente não baixou
a guarda, não foi lá pedir, como o Tarcísio falou - que ele é um menino mimado,
tem que ir lá para tirar aquela foto, lá com golfe, Donald Trump jogando seu
golfe...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Ediane
Maria.
A SRA. EDIANE MARIA -
PSOL - E
falando com as lideranças mundiais. Pelo amor de Deus. Então é isso, gente.
Somos contrários aqui.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
Continuamos
aqui, firmes, fortes e de pé.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Para
encaminhar pela bancada do PT/PCdoB/PV, deputado Teonilio Barba.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Teonilio Barba, pela Federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente André do Prado, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, esse debate de hoje sobre o nome do Wagner Rosário, não existe a
mínima possibilidade de discutir o nome dele sem relacionar o que ele foi, por
onde ele passou. Primeiro, pelo governo golpista do Temer, depois pelo governo
do genocida chamado Jair Messias Bolsonaro. Não existe.
E vou chamar a
atenção aqui. Alguns deputados estavam aqui comigo na Legislatura de 19 a 23, e
eu dizia o seguinte: alguns deputados novos, que chegaram nesta Casa, não
voltarão a esta Casa.
E lá, em 2022,
algo em torno de 35 deputados não voltaram, porque disputaram a reeleição e não
foram reeleitos, porque só diziam “sim” ao governo do João Doria. E vários
aqui, que estão fazendo a mesma coisa no governo Tarcísio, não voltarão. Alguns
arriscaram ser deputado federal, não saíram na foto; outros se elegeram, mas os
outros que disputaram a cadeira aqui não voltaram.
E não voltaram
por essa submissão de dizer a tudo “sim” ao governo imperativo do Tarcísio de
Freitas. A única relação dele com o estado de São Paulo é com os empresários do
estado de São Paulo, para entregar tudo aquilo que ele puder do patrimônio
político.
Se vocês, se a
gente topasse aqui botar o fatídico vídeo do dia cinco de julho de 2022, são
uma hora e dez minutos de vídeo, que tem uma parte da fala do Sr. Wagner
Rosário, em que ele fica escandalizado, porque o trabalho que a CGU fez em cima
das urnas eletrônicas, com mais de 20 milhões de linhas cercadas num sistema
fechado, e ele não conseguiu montar um esquema para poder mudar a avaliação dos
técnicos da CGU. É por isso que ele xinga, deputada Dra. Paula, é por isso que
ele xinga, que ele não entendeu o relatório, que aquele relatório é uma merda.
É dessa maneira que ele faz.
E dessa base
tarcisista, e dessa base aqui bolsonarista, com certeza, alguns não voltarão.
Alguns não voltarão. Talvez nem eu volte também, estou no meu terceiro mandato,
faz parte. Mas vários desses aqui, que só vieram dizer “sim” com a digital,
porque não têm coragem de dizer “sim” no microfone, não voltarão. E alguns
aqui, no passado, eu dava o nome. Falava assim, “Fulano de tal, você não vai
voltar”. E estão por aí hoje, alguns.
Muito bem, qual
é o debate do momento? Nós estamos discutindo uma vaga para o Tribunal de
Contas do Estado, que é um órgão que tem que ser um órgão auxiliar do
Parlamento paulista, como é o Tribunal de Contas da União - ele é um órgão
auxiliar ao Parlamento brasileiro.
E nós estamos
discutindo o nome do cara que deixou passar o escândalo da vacina, o escândalo
que aquele ministro, o Pazuello, fez com a questão da vacina, com os usos de
máscara, com a propina de um dólar, já citada aqui pelo deputado Emídio, coisa
que era papel da Controladoria-Geral da União.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Alex Madureira.
* * *
Eu trabalhei,
Delegado Olim, 41 anos na indústria. As pequenas indústrias não têm, mas as
indústrias grandes têm uma coisa chamada “controller”. E o “controller” é que
tem que olhar toda a operação financeira, de logística, produtiva, de toda uma
empresa.
É a mesma coisa
o controlador-geral da União, com a sua Controladoria; a mesma coisa é o
controlador-geral do Estado, com a sua Controladoria do Estado. E é a mesma
coisa que vai fazer, sentado na cadeira do Tribunal de Contas, onde tem a PEC
da Bengala, se a pessoa quiser ir até os 75 anos. Se tiver condições e saúde
para isso.
Então, nós
estamos assistindo, aqui, a essa pressa de votar e de colocar logo o Wagner na
cadeira. Ela não me estranha, sabe por quê? Porque nós temos período temporário
esses dias agora, que vai de hoje até o dia 12 de setembro.
E daqui até o
dia 12 de setembro, ainda pode aparecer algum problema relacionado ao Wagner Rosário,
em relação ao julgamento do Bolsonaro. Por esse motivo, é a pressa do governo
Tarcísio: é para proteger aquele que fez malfeito na Controladoria-Geral da
União. É isso que nós estamos debatendo aqui.
E essa pressa
do Tarcísio, Gil... E eu estou vendo aqui o seu sorriso, mas você vê que ele
está com tanta pressa que ele já rifou o Bolsonaro, já considera que o
Bolsonaro será culpado e será preso, e ele tem que ganhar as eleições para
tentar dar o indulto, ou para dar o perdão ou a graça para o Bolsonaro.
Não, é a graça;
aquilo que o Bolsonaro deu para o Daniel Silveira. E olha que o Daniel Silveira
nem transportou joias, nem canetas, nem relógios, nem abotoaduras. Ele só foi
um cara que usava de violência contra o gênero, quando rasgou e quebrou o quadro
da Marielle Franco.
Então, nós
estamos falando de um cara que pode se sentar em cima disso, aqui, ao ser
nomeado. Olha aqui, nós aqui apoiamos o Maxwell, votamos junto com vocês, não
tivemos problema nenhum. Aliás, nós aprovamos o Maxwell primeiro do que vocês;
nós o indicamos no primeiro lugar. Eu sou pardo, eu sou de origem negra, eu sou
descendente de escravizado. Tenho muita tranquilidade, é só você olhar a minha
ficha registrada aqui nesta Casa, meu currículo.
Está lá, no
primeiro dia em que eu vim ser registrado nesta Casa e tomei posse, quem é o
deputado Barba, de origem negra, sabe? Neto de escravizado. Aqueles que votaram
aqui a favor do 410, a favor dos herdeiros da chibata, ajudaram a escravizar
meu avô, ajudaram a capturar minha avó, que era bugre.
Então, não
tenho problema com esse debate, estou muito tranquilo. É a mesma coisa as
nossas deputadas aqui, independentemente de qualquer partido: vocês são
mulheres em lugar de poder, que têm lugar de poder e lugar de fala. E tem
homens que acham que o lugar de vocês é só na cozinha ou no tanque.
Nós não podemos
admitir isso. Por isso que deputados aqui, alguns, levantam, gritam, levantam a
voz com as mulheres, como o Wagner Rosário fez com a ministra, com a senadora
Simone Tebet, na CPI da Covid-19, chamando-a de “louca” e de “descontrolada”.
Esse é o debate
que nós estamos fazendo aqui. Então tem uma pressa de querer aprovar o nome do
Wagner do Rosário, e quando a gente vai discutir aqui não querem que façam
inter-relação com o Bolsonaro. Tem.
Ele foi
ministro do Bolsonaro. Eu dizia aqui também no outro mandato, passado, o
seguinte: nós temos coragem de colocar o nome do presidente Lula no nosso
sobrenome, toda a nossa bancada fez isso. E aqui, e eu desafiava, com exceção
da deputada Valeria Bolsonaro, falava assim: “Nenhum dos deputados vai ter
coragem de colocar o Bolsonaro no sobrenome”.
Tem uma
deputada aqui que tem...
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para concluir, deputado.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Então parabéns à deputada
Flávia Bolsonaro, entendeu? Mas é a única, porque os outros não tiveram coragem
de colocar. Não têm coragem de colocar.
Então, Sr.
Presidente, é por isso que nós estamos pedindo para adiar, para segurar, para
fazer essa nomeação só depois do dia 12 de setembro, para ver o que acontece
até o dia 12 de setembro com o Wagner Rosário.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Gostaria de indicar a nobre deputada Professora Bebel para
encaminhar pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputada
Bebel, indicada pela Minoria, tem o tempo regimental.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente, cumprimento a Mesa
Diretora de trabalhos, assessores à minha esquerda, assessores e assessoras à
minha direita, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente e todos os que
nos ouvem e assistem por meio da Rede Alesp.
Primeiro quero
me dirigir ao líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que brilhantemente
viu uma falha no encaminhamento desta votação, no sentido de que poderiam ser
apresentados vários requerimentos, indicando diferentes períodos para votação.
Agora estamos na parte P2 ainda. Agora, depois, tem a P1. Então, isso, eu diria
assim, é um trabalho a que a Minoria tem direito. É da Minoria.
Cadê a deputada
Ediane? Mas eu quero me solidarizar com a deputada Ediane, porque quando ela
tenta passar um vídeo e esse vídeo é retirado, com todo o respeito que eu tenho
ao deputado e ao líder do Governo, Gilmaci, isso é um ataque frontal à
democracia, porque é uma forma também de você, não só falando, mas por meio de
imagens, e com ele falando, demonstrar como é o comportamento do Sr. Wagner de
Campos Rosário, enfim, no seu papel de ministro de Bolsonaro naquela fatídica
reunião, que foi um marco, inclusive, para o governo Bolsonaro.
Ora, hoje é um
dia inédito para nós. É um dia em que é triste a gente dizer, olha, Bolsonaro
está sendo, como é que eu diria, eu não sei o termo correto, mas está sendo
acusado e também poderá ser condenado.
Vocês acham
que, para nós, que somos uma população de brasileiros e brasileiras, nós
gostamos disso? A gente aplaude? Para a gente é ruim. Mas é porque ele fez
coisas ruins também. Tem esse detalhe. Eu não gostaria disso, deputada.
Aí você fala:
“mas o Lula fez”. O Lula ficou mais de 500 dias na prisão, sem direito à
segunda instância, a ter defesa, livre e ampla defesa. Quando foram dar para
ele tornozeleira eletrônica, ele falou: “não sou pombo, eu quero de fato, está
certo, sair com as minhas pernas, e daqui sairei”.
Então,
companheiros e companheiras, eu acho que nós estamos diante de duas lideranças
diferentes. O presidente Lula, que é uma liderança da esquerda, mas que tem um
papel de, sim, da forma como atuou, da forma como ele foi preso, solto e volta,
e é reeleito presidente da República Federativa do Brasil, e a postura de Jair
Bolsonaro.
Ah, mas e o
Wagner? O que tem Bolsonaro a ver com o Wagner Rosário? Tudo a ver. Ele era
ministro, e, sendo ministro do ex-presidente, ele chegou a sugerir a formação
de uma força-tarefa urgente, com a participação da Polícia Federal, das Forças
Armadas. Para questionar o quê? As urnas eletrônicas.
Então, nós
estamos diante de um fato que é muito relevante nesta indicação. Como eu
gostaria de estar aqui debatendo não o comportamento que teve o Wagner Rosário.
Talvez o que ele venha a poder fazer no Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo, qual é o compromisso com a transparência, com a segurança de apresentar
as contas sem ter aquele compromisso de esconder, mas eu não sinto essa
segurança. Sinceramente, não.
Eu estou aqui
desde 2019. A vida para mim nesta Casa nunca foi fácil. Professora, funcionária
pública, somos da minoria, ela nunca foi fácil. Mas eu sempre compreendi o lado
de quem foi da maioria, em que pese eu lamentar o desmonte que aconteceu e está
acontecendo na Educação no estado de São Paulo.
Então, quer
dizer, por estar aqui desde 2019, eu posso dizer para vocês, com toda certeza.
Nós sempre trabalhamos, sempre lutamos para dar o melhor de nós, para mostrar
os melhores dos projetos que nós tínhamos, fazer as audiências públicas. Enfim.
Por exemplo, a
sabatina de hoje. Eu não estava, lamentavelmente, mas soube que ela foi uma faz
de conta, uma coisa para inglês ver. Você faz pergunta, faz bloco de resposta,
ou apanhado, e responde sobre aquela questão.
Eu quero dizer
o seguinte. É difícil votar em um perfil de um conselheiro, de um futuro
conselheiro de Tribunal de Contas. Eu não falo com ódio, estou falando com base
em fatos, e quero dizer para vocês que para nós é difícil.
Não é à toa que
a gente está dizendo o seguinte. “Olha, como pode um ex-ministro de Bolsonaro
ser diferente, por exemplo, atendendo aqui o governo Tarcísio?”. Sobretudo como
já... Gil, já deram bola nas costas suas. O Tarcísio já deu, bicho. Ele já é
candidato. Tudo bem? Tudo bem para vocês? Não está.
Você vê que
topada que você levou, cara? É, levou. Por quê? Porque, na verdade, ele está
fazendo um jogo e depois ele vai fazer outro jogo. Essa coisa do indulto é o
diálogo com vocês. O indulto dá conta para você? Viu? Hein, Gil? O indulto dá
conta para vocês ou você queria que o Tarcísio estivesse na rua lutando? O que
você acha? Entendeu? Não é isso que a gente está vendo.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. André do Prado.
* * *
(Vozes fora do
microfone.) Não, eu não vou chamar. A nossa é a nossa, a de vocês é a de vocês.
Mas você vê, já tomaram bola nas costas aí. Então, quer dizer, por tomar bola
nas costas deviam estar até do nosso lado, não é, deputado Donato? Até por
conta, nós estamos dizendo o seguinte: vocês estão sendo trapaceados pelo
Tarcísio.
Pô, que diabo é
isso? Não são vocês aí que são os bolsonaristas raiz? Que você é, viu, Gil?
Gil, você é o bolsonarista raiz da Casa. Então, faça valer o seu princípio. Em
2019, nós tínhamos, eu quero ter a honra de dizer, deputada Paula, nós éramos
em dez deputados, duas mulheres e oito homens.
A gente voltou
agora em 2022 com a mesma bancada que tínhamos e aumentamos mais nove. Então,
me parece que a gente, como Minoria, a gente pode não conseguir virar o voto
deles. Mas a gente, quando apresenta o que não está certo aqui, a gente já faz
um grande serviço para a população paulista.
Porque a
população paulista precisa parar de ser enganada, quando sofreu com várias das
políticas que foram impostas aqui no estado de São Paulo. Então, hoje eu
gostaria muito de estar falando em Educação, mas como o tema está atinente aí
ao Wagner Rosário, então eu estou me atendo ao tema para não ter falação. Mas
no período de amanhã, no Pequeno Expediente, pretendo falar da nossa pauta, que
é a Educação.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o
requerimento. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem contrários,
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitado.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para pedir verificação
de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à
verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A partir deste momento estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e Srs.
Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se
realizará.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente.
Para botar PSOL REDE em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSOL REDE em
obstrução.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente. Colocar a bancada do Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos em
obstrução.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Para colocar a
bancada do Partido Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido Liberal
em obstrução.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar a Federação PT/PCdoB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar a Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSDB
Cidadania em obstrução.
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Progressistas
em obstrução.
O
SR. MARCELO AGUIAR - PODE - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar do partido Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em
obstrução, Marcelo Aguiar.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem,
presidente. União Brasil em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil em
obstrução.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem,
presidente. PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Andréa Werner. PSB em obstrução. Tendo transcorrido os quatro minutos,
o sistema eletrônico está aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos
em suas mesas.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Oseias de Madureira. PSD em obstrução.
Não havendo mais deputados interessados
em fazer o seu voto pelo sistema eletrônico, abriremos agora então os
microfones de aparte para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados possam
fazer os seus votos.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL -
Pela ordem, Sr. Presidente. Voto “sim”, pelo adiamento de dois dias.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dra. Paula vota
“sim”.
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais algum dos
Srs. Deputados e Sras. Deputadas gostariam de realizar o seu voto? Não havendo
deputados interessados... Não havendo mais deputados interessados em fazer o
seu voto, pergunto as senhoras e senhores deputados se algum dos senhores
deputados gostaria de alterar o seu voto? Deputado Dr. Eduardo, altera o voto
de “sim” para “não”.
Passaremos, então, agora à proclamação
do resultado. Votaram “sim” 11 deputados. “Não”, 48 deputados. Mais esse
presidente, quórum de 60 votos. Quórum que rejeita o pedido de adiamento feito
por três dias. Dois dias.
Agora, antes de passar ao último
requerimento, convoco as Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art.
100, inciso I, do Regimento Interno, para uma sessão extraordinária, a
realizar-se amanhã, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da
sessão ordinária, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no §3º, do Art.
100 do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do
Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 36ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
03/09/2025.
*
* *
Também, convoco as Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, para
uma segunda sessão extraordinária a realizar-se amanhã, dez minutos após o
termo da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a
seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 37ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
03/09/2025.
*
* *
Estamos também com o último pedido de
requerimento aqui, de adiamento da discussão do PDL nº 27, de 2025, para adiar
por um dia, que foi assinado pelo deputado Donato.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para indicar a
deputada Paula para discutir.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. A deputada Dra. Paula tem o tempo regimental para
discussão.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente.
Retomando o debate agora, para deixar nítido para os nossos nobres colegas
deputados, que agora nós discutiremos e encaminharemos o requerimento de
adiamento da votação por um dia.
Depois de
discutir e de encaminhar o requerimento de adiamento de votação por cinco dias,
depois por quatro dias, por três dias, por dois dias, agora nós clamamos a V.
Exas. o adiamento da votação por um dia.
Nesse momento,
nós, mais uma vez, debatemos qual é a importância de que se amplie o debate
acerca da indicação, preocupação de um cargo de conselheiro no Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo, cargo que é sabido por todos nós, é um cargo
vitalício, é um cargo importantíssimo, é um cargo que diz respeito, como outros
deputados que me antecederam já disseram, que diz respeito a controle,
discussão e aprovação de contas relacionadas aos municípios. Isso é um ponto.
Também cabe ao
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo analisar algo que está nítido, algo
que nós temos debatido com tanta veemência, que são os escândalos de corrupção
que existem no Governo do Estado de São Paulo. Está nítido o quanto é
escandaloso que existem contratos superfaturados na educação em nome de uma
suposta modernização.
Contratos
diretamente vinculados ao atual secretário de Educação que, vejam só, é
secretário, é empresário. E que, na hora discussão sobre a existência de
contratos vinculados à própria Secretaria, beneficia empresas às quais já foi
ligado, já foi sócio, já teve relação muito profunda.
A gente também
pode falar sobre um recente escândalo, que é o debate sobre o aumento de
patrimônio do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que é
altamente incompatível com o salário que ele ganha à frente da Secretaria de
Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Nós podemos
falar, porque não, de um escândalo que também chocou a todos nós, que é o
escândalo relacionado à cobrança de impostos e ao pagamento de propina, que
ficou muito nítido também recentemente, no estado de São Paulo. Todos esses
temas precisam ser tratados com rigor pelo Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.
E nós,
parlamentares que insistimos, eu repito, no adiamento dessa discussão por
cinco, quatro, três, dois, e agora um dia, fazemos isso porque queremos que
exista debate, nesta Casa, como deve ser feito.
Não o debate
que protagonizamos aqui. Poucos deputados estavam aqui no plenário na arguição
do então candidato. Mas os que estavam viram o que foi: questionamentos
elaborados pelos parlamentares, e respondidos de forma completamente
superficial pelo candidato.
Mas já que,
infelizmente, o assunto dessa sessão, dessa e da anterior, virou o machismo,
virou a violência política de gênero, eu também quero relembrar o que foi o papel
que o candidato, agora candidato à vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, protagonizou na CPI da Covid. Eu quero ler exatamente o
que ele disse.
Ele disse: “A
senadora está falando uma serie de inverdades”, para a então senadora Simone
Tebet. “Eu sugiro que a senhora leia todo o processo”. Quando a Tebet insistiu
nas críticas, ele disse: “A senhora está totalmente descontrolada”.
Hoje, quando
questionado por mais de um deputado, mais de uma deputada, sobre esse momento,
a resposta do agora candidato foi de que, quando ele soube que “descontrolada”
era uma palavra que não poderia ser utilizada, ele utilizou porque ele não
encontrou outra melhor, no calor do momento da pandemia.
Quando ele
soube disso, ele pediu desculpas à então senadora, de forma presencial e de
forma virtual. Eu digo a vocês que, infelizmente, nós sabemos que o machismo e
a violência política de gênero são uma prática da extrema direita.
Extrema direita
essa, à que o agora candidato ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é
altamente vinculado. Então, a pedido das mulheres, em nome das mulheres da
oposição, que sobem aqui para fazer oposição a essa indicação, nós pedimos,
mais uma vez, o adiamento dessa discussão, para o aprofundamento do debate.
Obrigada, Sr.
Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Alex
Madureira.
*
* *
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para discutir pelo Podemos.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem,
deputado Eduardo Nóbrega. Tem o senhor o tempo regimental. Pela ordem, deputado
Marcelo Aguiar. Tem dois minutos.
O SR. MARCELO AGUIAR - PODE
- PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, é uma pena a forma que as discussões estão
tomando nesta Casa. É uma finalidade totalmente desviada daquilo que é o objeto
desta sessão. Entrando em desvio de vida de secretário, totalmente fugindo
daquilo que é a pauta do objeto que nós estamos discutindo nesta Casa.
Eu sei que a esquerda tem a sua
legitimidade para poder discutir. Mas ninguém está falando da vida do
presidente, da vida do irmão do presidente, da vida da comissão de INSS.
Ninguém está entrando nestas pautas.
Porque eu acho que aqui a gente tem
mais o que fazer. Todo mundo aqui tem família para cuidar. Estamos discutindo a
pauta de que vamos mandar uma pessoa para o Tribunal de Contas. Eu acho que a
gente podia ser mais produtivo. E a gente faz um apelo para a esquerda, para
ficar focado naquilo que é o objeto que estamos discutindo nesta Casa.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputado Marcelo Aguiar. Deputado Eduardo Nóbrega tem a palavra.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
venho aqui, como líder do Podemos, também participar dessa discussão.
E,
inicialmente, parabenizar a oposição, que utilizou-se do instrumento que é da
Minoria, que está obstruindo, mas, mais que obstruindo, fez com que nós, do
Podemos, prestássemos atenção no objeto desta discussão, que é a nomeação de um
membro para o conselho do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo,
substituição a um, talvez, dos maiores conselheiros que aquele órgão colegiado
já teve, que é o querido Citadini, pessoa com quem tenho um ótimo
relacionamento. Acompanhei por muitos anos o seu trabalho à frente do Tribunal
de Contas, principalmente quando fui vereador e presidente da Câmara Municipal
de Taboão da Serra.
Acompanhei toda
a discussão, em especial quando o nobre deputado Barba citou aqui alguns
deputados que apertavam “sim” sistematicamente com o governo. E, como disse
aqui o nobre deputado, a maioria não teve sucesso nas eleições seguintes, não
voltando a esta Casa.
Eu posso falar
com muita cátedra, porque sou tarcisista roxo, estarei com o Tarcísio para governador
do estado de São Paulo ou para presidente da República. Entendo que ele é um
homem preparado, que tem todas as condições objetivas e subjetivas para
representar o estado de São Paulo e o País.
Mas podemos
falar com tranquilidade, Barba, porque não tenho um cargo no governo, não temos
participação em nenhuma secretaria do governo. O Podemos é um partido
independente, que não participou da administração em nenhum espaço do Governo
do Estado de São Paulo.
Estamos indo
para o terceiro ano. Não sei se a presidente do partido foi chamada em algum
momento para fazer essa discussão, mas nós, a bancada do Podemos, os cinco
deputados, quatro homens e uma mulher aqui na Alesp, não temos participação
nenhuma.
Por isso, todas
as minhas votações a favor do governo que se deram, e foram todas, Barba,
apertei “sim” aqui de maneira sistemática, mas com consciência. De um
governador que olhou para a região Conisud, que olhou para Taboão, Embu,
Itapecerica, São Lourenço, Embu-Guaçu, Juquitiba, Vargem Grande e Cotia.
Que tirou do
papel o sonho do nosso povo de levar, Alex, o metrô para a região e para a
cidade de Taboão da Serra. Um governador que está fazendo duas alças de acesso
no Rodoanel, nas cidades de Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra. São mais de
cinco bilhões investidos na minha região. E é por isso que eu voto “sim” e
acompanho todos os projetos encaminhados.
E fiz a defesa
dos mais polêmicos, desde a Sabesp até a flexibilização da Constituição dos 30%
para 25% da Educação. Agora, isso não significa, Gilmaci, que eu concorde com
tudo. Por exemplo, a nossa questão da Saúde. Nós fizemos a votação aqui,
aprovamos o SUS paulista, isso salvou as Santas Casas e é uma verdade.
Agora, o nosso
secretário Eleuses precisa sair do Interior e vir para a Grande São Paulo
também. Os hospitais regionais estão pedindo socorro. E não é por falta de
empenho e capacidade, Marcelo, dos profissionais da Saúde, que fazem milagre no
dia a dia para socorrer e prestar o serviço de Saúde à nossa população. O
Hospital Geral de Pirajussara precisa da visita do secretário. Três anos. Será
que não é possível o secretário Eleuses se dirigir a Taboão da Serra, ou fica
muito longe da secretaria o Hospital de Itapecerica?
Hoje tentei
contato com o Hospital do Guarapiranga. A diretora simplesmente disse que
estava em hora de almoço.
O SR. MARCELO AGUIAR - PODE - Deputado Eduardo, o senhor me dá
um aparte?
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Eu não sei se neste momento pode
aparte.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Não cabe aparte.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Acho que não cabe aparte, Marcelo.
O SR. MARCELO AGUIAR - PODE - Desculpa. Mas o secretário
Eleuses está preocupado com a campanha do filho dele, o senhor me desculpe.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pode
ser isso, então. Pode ser isso. Mas a bancada do Podemos vem aqui hoje...
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado Eduardo, está terminando
o tempo, mas eu queria pedir a V. Exa. que se atenha ao tema... Obrigado.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Então o tema, são escolhas de
pessoas importantes para ocupar cargos importantes. O cargo de secretário de
Saúde é um cargo importante e precisa ser ocupado por pessoas que pensam na
saúde do povo. Então o Podemos vota “sim” sistematicamente, mas não apoia o que
estiver errado.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem,
deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Para fazer a
discussão, presidente, por gentileza.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Ele pediu
primeiro, deputada Thainara.
O SR. GIL DINIZ - PL - Se quiser, eu
posso deixar a senhora discutir primeiro.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Fique à vontade,
deputado Gil Diniz.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Tem que correr,
que vai dar tempo os dois. Deputado Gil Diniz tem o tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Boa noite aqui aos deputados
presentes nesta sessão extraordinária. Os deputados estão vibrando aqui, isso é
muito bom, Sr. Presidente. A essa hora do adiantar dessa noite, deputado Conte
Lopes, a bancada de esquerda aqui presente, a bancada do Governo aqui presente;
isso é muito bom.
Senhoras e
senhores, esta noite nós estamos para votar essa indicação, ao Tribunal de
Contas do Estado, de Wagner Rosário, uma pessoa, deputado Major Mecca, ilibada.
Um servidor público correto, coerente naquilo que defende. A trajetória de vida
dele fala por si só.
E quando nós
vemos aqui o questionamento - deputado Alex, que preside os trabalhos -, mais
uma vez, à honra do sempre ministro Wagner Rosário, imputando condutas até
criminosas, eu fico me perguntando aqui, deputado Gilmaci, o porquê de tanto
ódio visceral a ele.
Aí eu pergunto
aqui à bancada de esquerda, porque o deputado federal Bertaiolli foi aprovado
neste plenário com uma facilidade gigantesca. Um homem branco, deputado Paulo
Mansur.
O Maxwell foi
aprovado com uma extrema facilidade - um homem branco também. E talvez V. Exas.
aqui não se lembrem: nós tivemos um problema muito grande na primeira
indicação, deputada Fabiana, porque alguns queriam o Bertaiolli, outros queriam
o Maxwell.
Inclusive, este
deputado sequer votou no Bertaiolli. Não assinei a lista dele; assinei a lista
do deputado Madalena. Tive o ônus e o bônus. Mais ônus, obviamente, de ter
opinião. Quando se tem opinião aqui neste plenário, é muito complicado, é muito
difícil.
Mas, deputado
Tomé, foi aprovado com uma extrema facilidade. Agora, senhoras e senhores, nós
temos a oportunidade de colocar um homem pardo no Tribunal de Contas do Estado,
e a esquerda sorri, a esquerda debocha. Eu gostaria que tivesse um close aqui
na cara dos deputados, porque eles debocham.
Já questionaram
a honra da defensora pública-geral, a Luciana Jordão, uma mulher que chegou ao
topo da carreira na Defensoria Pública, deputado Gilmaci; questionaram a
vereadora de São Paulo, então secretária da Mulher, Sonaira Fernandes,
protagonista neste estado, nordestina.
Falaram aqui,
agora, uma denúncia gravíssima contra o Bolsonaro, deputado Olim, de que ele
queria dividir o Brasil, queria dividir o nordeste do Brasil. Eu nunca tinha
ouvido isso; para mim, foi muito novo.
Então, a
secretária nordestina, negra, deputado Barros Munhoz, chegou à Secretaria, a
primeira secretária da Mulher, e foi considerada um token do Tarcísio, uma
marionete do Tarcísio.
E isso é o que
a esquerda faz todos os dias: eles dizem defender uma coisa, e fazem justamente
o contrário. E nos acusam, deputado Campetti, daquilo que eles são, daquilo que
eles fazem o tempo todo.
Então, senhoras
e senhores, a hipocrisia é tão grande que criticaram e humilharam, daqui desta
tribuna, a Luciana Jordão, defensora pública-geral. Agora, eles têm a chance de
dar protagonismo a um homem pardo, deputado Major Mecca, e olha aqui o que está
acontecendo: sorrisinho de deboche aqui.
É sempre isso.
Já votaram contra os mais pobres aqui, no projeto “SuperAção”. A esquerda
brasileira, a esquerda paulista é a vanguarda do atraso. E mais uma vez está
provado aqui, porque dois homens brancos, que tinham padrinhos poderosos, que
chegaram ao mesmo cargo que o Wagner Rosário pleiteia neste momento, foram
aprovados com uma extrema facilidade. E agora um homem pardo tem essa
dificuldade.
E
presidente, para encerrar aqui, se o PT e o PSOL defendem, sim, o protagonismo
feminino em suas bancadas, por que os dois líderes são homens? A bancada do
PSOL tem cinco deputados, três mulheres e dois homens, ou seja, as mulheres são
maioria.
Por
que não escolher uma deputada mulher? Será que ela não é qualificada o
suficiente para ser líder da bancada do PSOL? A bancada do PT, por que não é a
mulher? Por que não tem uma mulher na liderança da bancada? Então, senhoras e
senhores, é uma defesa de gogó. Eles nos acusam daquilo que eles fazem
diariamente, hipócritas que são.
Então o nosso
apoio aqui ao Wagner Rosário, que vai, sim, ser aprovado por maioria neste
plenário, um homem pardo que venceu na vida e será conselheiro no Tribunal de
Contas do Estado, mesmo com a vanguarda do atraso, os deputados do PT e do
PSOL, sendo contra o protagonismo, repito, de um homem pardo. E podem sorrir
com deboche, porque é isso que resta a vocês no estado de São Paulo.
Muito obrigado,
presidente.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para indicar a nobre deputada Ana Perugini para encaminhar para
discutir pela Minoria.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Tem o tempo
regimental, deputada Ana Perugini. Pela ordem, deputado Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB
- PARA COMUNICAÇÃO - Rapidamente, Sr. Presidente, uma nota de falecimento muito
triste para mim. O Sr. Fernando Barison, pai do prefeito de Mococa. Cidadão
exemplar, uma pessoa maravilhosa. A família Barison se dividiu entre Itapira e
Mococa.
Eu conheci
muitos deles, todos corretos, todos idôneos. Um exemplo de cidadão. Eu quero
aqui externar o meu sentimento ao grande prefeito de Mococa. Está sendo um
prefeito extraordinário, fazendo o que nunca se fez na história de Mococa.
Eduardo, força, coragem, ânimo. Deus está já com o senhor seu pai.
Eu só queria
fazer mais um comentário. Nóbrega, desculpe, mas eu vou dizer a vocês o
seguinte. Eu conheço o Eleuses há bastante tempo, há bastante tempo. Fizemos
uma dobrada em Santo Amaro, uma ocasião, fantástica. Ele teve 23 mil votos, eu
tive 22 e novecentos.
Uma dobrada
realmente para valer. Mas eu queria dizer o seguinte, ele trouxe cinco por
cento que a Educação já não precisava para fortalecer a Saúde. E ele agora está
beneficiando cem hospitais municipais com o SUS Paulista.
Então, ele está
dando o máximo dele. Eu conheço bem o Edilson. Então, eu quero pedir a sua
compreensão, porque gente que não está atendendo deputado tem bastante no
governo, tem bastante.
Ele, eu faço
uma exceção, ele está se matando, ele está se matando. Ele merece a nossa
compreensão. Está fazendo coisas que jamais eu vi um secretário da Saúde fazer
isso. É indiscutivelmente o melhor secretário de Saúde do estado de São Paulo
em todos os tempos.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputada Ana
Perugini.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
Sr. Presidente. Posso fazer uma breve comunicação?
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL
- Olha, nós não temos tempo, temos dois minutos para terminar a sessão.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - É,
justamente. Não tem tempo nem para a deputada Ana falar.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Se a
deputada Ana Perugini, está terminando a sessão, e a palavra está com ela.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Mas a
deputada Ana nem tem tempo de encerrar o raciocínio dela, então se eu puder
fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - A senhora
tem uma comunicação.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. É que
eu acho que os ânimos estão um pouco exaltados aqui e na verdade os debates
estão até curiosos.
O deputado Gil
Diniz virou um grande defensor do movimento negro, e eu estou gostando de ver,
porque na verdade eu até convido o deputado Gil, já que essa é a nova pauta do
mandato dele, que se aproprie também dos debates que são formulados
historicamente pelo movimento negro, que conseguiu inserir na política pública
a ideia de que negros são um resultado de pardos e pretos da nossa sociedade. É
isso que é estabelecido pelo IBGE como fruto de uma luta do movimento negro que
conseguiu reconhecer a totalidade do povo negro no Brasil.
É por isso que
nós somos a maioria da população brasileira. Eu também estou achando muito
curioso ver que tem deputados da base do governo que estão colaborando para o
adiamento e a votação desse projeto.
Que bom que
esses deputados estão falando
sobre a sua indignação, com políticas públicas tão ineficientes, como é o caso
da Saúde para o estado de São Paulo. Então, que bom que a gente tem
conseguido caminhar para esses debates avançarem, por mais turbulento que
esteja o momento por aqui.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputada Paula,
nós não temos mais sessão. Esgotado o tempo da segunda sessão extraordinária,
lembrando os nobres deputados que amanhã nós temos duas sessões extraordinárias
convocadas.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 21 horas e 40 minutos.
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* *
- É inserida questão de ordem, não lida em plenário.
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QUESTÃO DE ORDEM
Com fundamento no Art. 260, e seguintes, do Regimento Interno desta
Casa; com fulcro no Art. 58, § 3º, da Constituição Federal; do Art. 13º, § 2º,
da Constituição Estadual; na Lei Federal nº 1.579, de 18 de março de 1952; no
Art. 34, § 2º, do Regimento Interno, formulo a V. Exa. a seguinte questão de
ordem.
No decorrer da 1ª Sessão Extraordinária do dia de hoje, em minha fala de
encaminhamento da votação do primeiro requerimento para adiamento da votação
para aprovação do Sr. Wagner Rosário, nome indicado pelo Governador Tarcísio
para o cargo vago de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo,
requeri a exibição de um vídeo contendo um momento importante da vida política
do indicado, como parte de minha defesa pela necessidade de que sua aprovação
para o cargo seja feita com mais cautela por esta casa.
Segundo o art. 13 do ATO DA MESA N° 11, DE 16 DE ABRIL DE 2019, estão os
deputados autorizados a utilizar recursos multimídia caso as solicitações sejam
feitas com, ao menos, 1 hora antes de sua utilização:
Artigo 13 - As solicitações para uso de recurso multimídia deverão ser
remetidas, por meio de formulário próprio, à Divisão de Apoio ao Plenário,
respeitados os seguintes prazos mínimos:
I - 1 (uma) hora antes da utilização dos recursos durante as Sessões;
II - 1 (uma) hora antes do início das Sessões Solenes e Audiências
Públicas.
Parágrafo único - Não serão considerados os pedidos que não observem os
prazos mínimos estabelecidos neste artigo.
No presente caso, a solicitação foi feita em tempo hábil, permitindo que
a equipe técnica fizesse sua exibição no momento de sua fala. Infelizmente,
despeito de ter cumprido o regimento interno desta casa, a exibição do vídeo
foi censurada pelo Senhor presidente da sessão, sob a alegação de que se
tratava de assunto alheio ao encaminhamento em curso.
Contudo, reitera-se, trata-se de vídeo extremamente pertinente ao caso,
retratando a participação do Sr. Wagner Rosário na deplorável reunião
ministerial de 05 de julho de 2022, na qual Bolsonaro convoca seus ministros a
atacar e espalhar desinformação sobre o sistema eletrônico de votação.
Nesse vídeo, peça fundamental para comprovação da participação de Jair
Bolsonaro no crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o Sr.
Wagner Rosário, então Controlador-Geral da União, endossa o discurso
antidemocrático e deslegitima o sistema eleitoral brasileiro.
Ante todo o exposto, Senhor Presidente, tem a presente questão de
ordem o fito de requerer de V. Exa. a revisão do indeferimento da apresentação
do vídeo, com base no art. 13 do Ato de Mesa n° 11 de 2019, visto vício formal,
para reverter a censura imposta e permitir o exercício integral do direito
parlamentar, com as razões legais amparadas nas fundamentações arguidas na
presente peça regimental.
DEP . EDIANE MARIA DO NASCIMENTO – PSOL
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