12 DE AGOSTO DE 2025
101ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS, CARLOS GIANNAZI, REIS, PROFESSORA BEBEL e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 15 horas, em primeira convocação, e às 15 horas e 16 minutos, em segunda convocação. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência. Cumprimenta alunos da EMEF Engenheiro José Amadei, presentes nas galerias.
4 - REIS
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - THAINARA FARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - LETÍCIA AGUIAR
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - PAULO FIORILO
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - RÔMULO FERNANDES
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - RÔMULO FERNANDES
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - PROFESSORA BEBEL
Assume a Presidência.
16 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - CAIO FRANÇA
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL
Cumprimenta o deputado Caio França por sua atuação no tema da aprovação e da regulamentação da cannabis medicinal.
19 - MÁRCIA LIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL
Endossa o pronunciamento do deputado Reis.
22 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
23 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
24 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
25 - PROFESSORA BEBEL
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
26 - PROFESSORA BEBEL
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
27 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 13/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 30 minutos. Levanta a sessão às 16h10min.
* * *
ÍNTEGRA
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Gilmaci Santos.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Presente o número Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Convocação. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das
comissões de Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento e
Planejamento a realizar-se hoje, às 15 horas e, em segunda convocação, às 15
horas e 16 minutos, no Salão Nobre Campos Machado, com a finalidade de apreciar
o Projeto de lei Complementar nº 2025, de autoria da Defensoria Pública do
Estado.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez
minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo
previsto no § 3º do Art. 100 do Regimento Interno, com a finalidade de se
apreciar a seguinte Ordem do Dia:
* * *
-
NR - A Ordem do Dia para a 27º Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
13/08/2025.
* * *
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, neste
momento passaremos a chamar para fazer uso da palavra as Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados, fazer uso da palavra no Pequeno Expediente.
Deputado Reis. Deputado Reis, tem V.
Exa. o tempo.
O
SR. REIS - PT - Cumprimentar o presidente, que já está
querendo ir embora. O povo está com saudades de V. Exa., fique por aí.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
Cumprimentar o público presente, as Sras.
Deputadas e os Srs. Deputados, os funcionários desta Casa, os integrantes da
Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica e da Polícia
Penal. Também cumprimentar todos aqueles e aquelas que, aquelas pessoas que
estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Cumprimentar
todos os moradores da região de Santo Amaro, Várzea de Baixo, região do
Morumbi, Vila Olímpia, Pinheiros, e também os moradores da região de Osasco,
Barueri, Alphaville, que estão sofrendo muito, eles estão sofrendo muito com o
cheiro de fezes que a dona Sabesp, essa empresa que foi privatizada pelo
governador privatizador... Estão sentindo o cheiro de fezes nesta região.
Ninguém suporta
andar por esta região. Ontem fiquei circulando por ali. A grande quantidade de
esgoto que eles estão jogando no Rio Pinheiros, e olha que o governo anterior
gastou uma fortuna para despoluir o Rio Pinheiros.
Inclusive, fiz
um requerimento de informação, acho que até publicou hoje no “Diário Oficial”,
para saber quanto se gastou, quantos bilhões - porque foi a casa dos bilhões -
se gastou para despoluir o Rio Pinheiros. E agora esse governo que chegou, esse
governo privatizador, com a venda da Sabesp, está provocando esse desastre
ambiental.
É um desastre
ambiental que está prejudicando todos os moradores dessa região que eu falei
aqui. Todos os moradores da região de Santo Amaro, de Pinheiros, da região do
Morumbi, de Alphaville, de Osasco, de Barueri estão sofrendo com a grande
quantidade de esgoto que a Sabesp privatizada está jogando ali no Rio
Pinheiros. Diz aqui a matéria que a Sabesp já levou 57 multas ambientais desde
quando foi privatizada.
“A Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo foi multada em mais de 23 milhões
nesta semana, após um vazamento de esgoto atingir o Rio Pinheiros, na Capital
Paulista.
O incidente,
que causou uma mancha na água e mau cheiro na região, ocorreu devido a uma
falha na estação elevatória na última sexta-feira. No entanto, não se trata de
um caso isolado. As infrações da empresa são infrações recorrentes.
Segundo dados
obtidos exclusivamente pelo ‘Metrópoles’ via
Lei de Acesso à Informação, LAI, a Sabesp foi multada 57 vezes pela Companhia
Ambiental de São Paulo, a Cetesb, entre janeiro de 2024 e julho de 2025. A
partir dessa informação, a reportagem contabilizou o montante de mais de 11,4
milhões em punições no período analisado.
Entre as
penalidades aplicadas, estão infrações no estado que envolvem descumprimento de
normas ambientais relacionadas ao lançamento de poluentes, controle de resíduos
e proteção dos recursos hídricos, com base em legislações estaduais e federais.
As infrações da
Sabesp se referem, principalmente, à lançamento de esgoto ou aos efluentes sem
o devido tratamento; à operação sem licenciamento ou em desacordo com normas
ambientais; à falta de controle e prevenção da poluição; e ao descumprimento de
obrigações legais estabelecidas pelas autoridades ambientais.
As condutas
violam legislações que protegem a qualidade da água, o meio ambiente e a saúde
pública. Do total de multas aplicadas, conforme se apurou, apenas 1,9 já foi
quitado. Além disso, 10,2 das multas estão pendentes de quitação. A grande
maioria - 87,2 - está com recurso em análise.
Nesta
segunda-feira, dia 4 de agosto, a Agência Reguladora de Serviços Públicos de
São Paulo, a Arsesp, concluiu o processo de fiscalização e aplicou punição de
22,7 milhões à Sabesp.”
Então, colegas
deputados, é lamentável o que está acontecendo naquela região. Inclusive, o
governador, quando privatizou a Sabesp, desafiou o presidente da Sabesp dizendo
que, até 2029, poderia nadar no Rio Tietê e no Rio Pinheiros. Eu acho que vai
ser muito difícil da forma que está acontecendo, com a grande quantidade de
esgoto que a Sabesp está jogando no Rio Pinheiros e no Rio Tietê, poder
realmente nadar nesses dois rios.
É uma vergonha
o que está acontecendo em São Paulo. É uma vergonha o que foi a privatização da
Sabesp e nós temos que denunciar. Não podemos aceitar, de forma alguma, que
empresas, porque foram privatizadas, entendam que podem fazer o que bem querem
fazer. E a população está sofrendo muito com esse odor desagradável que está
tomando conta dos céus de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado,
deputado Reis.
Quero anunciar a presença, a honrosa
presença dos alunos e professores da EMEF Engenheiro José Amadei, uma escola da
rede municipal de ensino que fica lá no Jardim IV Centenário, ali na região da
Cidade Dutra.
Sejam bem-vindos e bem-vindas à
Assembleia Legislativa. Quero registrar que já lecionei nessa escola, na José
Amadei. Sou lá do Jardim Primavera. Já lecionei também na Escola Paulo Setúbal
e fui diretor da EMEF Miguel Vieira Ferreira, na Cidade Dutra. Então é uma
honra enorme receber vocês hoje aqui no Parlamento Paulista.
Passo então a palavra para que o
deputado Reis possa dar continuidade à chamada dos oradores inscritos.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores, chamo para fazer uso da palavra o Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público aqui presente, alunos e professores da Escola Municipal
Engenheiro José Amadei, telespectador da TV Assembleia, hoje levantamos pela
manhã, já com uma notícia de um verdadeiro escândalo de corrupção no governo
Tarcísio de Freitas, na Secretaria da Fazenda. Um dos maiores escândalos de
corrupção, talvez, no nosso estado.
Refiro-me aqui
às matérias já publicadas hoje, em toda a imprensa, dando conta do pagamento de
mais de um bilhão de reais em propina para a Secretaria da Fazenda, pela
Ultrafarma e também pela empresa Fast Shop.
Um verdadeiro
escândalo, Sr. Presidente, porque nós estamos imaginando o seguinte: se um
fiscal, um agente, um servidor da Secretaria da Fazenda, que estava em um cargo
de confiança, recebeu um bilhão de reais, eu fico imaginando o que essas
empresas ganharam.
Muito mais, Sr.
Presidente, na área da sonegação fiscal, do dinheiro que faz falta para a
educação pública do estado de São Paulo, para a Saúde, para a Assistência
Social, enfim, para todas as áreas sociais do nosso estado. É um escândalo sem
precedentes.
E fico
imaginando também que esse agente público, esse agente fiscal de renda, não
agiu sozinho. Deve ter muita gente envolvida nesse escândalo, Sr. Presidente,
que o MP, o Ministério Público, está investigando, acho que com a Polícia Civil
também.
Já há um
processo de investigação, as prisões já foram feitas. Pelo menos três pessoas
foram presas, o dono da Ultrafarma e também o dono dessa Fast Shop, os dois já
foram presos, e o auditor fiscal também, ou o agente fiscal de renda, também
foi já preso na data de hoje.
Mas o que nós
queremos, Sr. Presidente, primeiro, é que a Assembleia Legislativa... Tem que
dar sua contribuição nessa investigação. Por isso que estou pedindo já,
protocolando aqui um requerimento para que o secretário da Fazenda do governador
Tarcísio de Freitas venha à Assembleia Legislativa explicar esse escândalo,
como que isso aconteceu, como que isso está acontecendo.
Tem outras
pessoas envolvidas? Como que é possível o pagamento de um valor, de uma propina
com esse valor? O que essas empresas sonegaram até agora, tanto a Ultrafarma
como também a Fast Shop?
Então nós
queremos uma investigação profunda também aqui da Assembleia Legislativa, para
contribuir com a investigação que já está em curso pelo Ministério Público,
estadual, e que tem todo o nosso apoio.
Então essa é
uma iniciativa que nós estamos tomando, convocação urgente, emergencial, do
secretário da Fazenda, do secretário do Tarcísio de Freitas, para que ele
explique esse gravíssimo caso de corrupção.
Uma outra
iniciativa, Sr. Presidente, que eu estou tomando é para que haja o rompimento,
a revogação imediata do absurdo contrato do Metrô com a Ultrafarma. Todos sabem
que nós somos contra colocar nome de empresas em prédios públicos, em escolas,
em hospitais, em estações de metrô, em estações de trem. Nós sempre nos
colocamos contra. Inclusive, já judicializamos essa questão aqui na Capital,
quando foi aprovada uma lei na Câmara Municipal.
Nosso coletivo
Educação em Primeiro Lugar conseguiu uma vitória para impedir que esses equipamentos
municipais fossem nomeados com nomes de empresas. Aqui em São Paulo isso
acontece de uma forma escancarada e foi feito um contrato com o Metrô, que é
uma estatal do Governo do Estado de São Paulo, com a Ultrafarma.
Então a estação
da Linha Azul, a estação Saúde, virou estação Ultrafarma, Sr. Presidente. Tem
que revogar imediatamente esse nome. Então nós estamos tomando providências
aqui também pela Assembleia Legislativa, exigindo que o Metrô retire
imediatamente o nome da estação Ultrafarma, da estação Saúde do Metrô, da Linha
Azul.
Uma empresa
corrupta, Sr. Presidente, levando o nome de um bem público, de uma estação de
metrô pública, que nem está na mão da iniciativa privada. Acho que é uma das
poucas linhas que ainda não foi privatizada e entregue aqui para a Via
Imobilidade, que está detonando, sobretudo, as linhas da CPTM.
Então, Sr.
Presidente, é isso. Vamos pedir a convocação, já estou solicitando a convocação
urgente e emergencial do secretário da Fazenda, ele tem que depor aqui e
explicar esse gravíssimo caso de corrupção do governo na gestão agora da
Secretaria da Fazenda da gestão Tarcísio de Freitas.
Nós queremos
saber quais são os outros setores envolvidos, que outras pessoas estão
envolvidas, até onde vai essa teia de corrupção, não só talvez da Secretaria da
Fazenda, porque em outros casos, aqui mesmo em São Paulo, Sr. Presidente, nós
tínhamos até mesmo deputados envolvidos.
Eu me lembro da
famosa máfia da merenda escolar, que chegou aqui na Assembleia Legislativa.
Nomes de deputados foram envolvidos naquela máfia da merenda escolar da
Secretaria da Educação. Deputados federais foram envolvidos e outros
secretários.
Então, nós
queremos uma apuração rigorosa e a Assembleia Legislativa tem que participar
dessa apuração.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores, chamo para fazer uso da palavra o deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputada
Marina Helou. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.)
Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas,
funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos
acompanha aqui no plenário.
Sr. Presidente,
nós começamos as audiências públicas do orçamento nesta semana. Estivemos em
Rosana na quinta-feira. Em Álvares. Depois, na sequência, estivemos em
Presidente Bernardes. E concluímos na sexta-feira, em Cândido Mota, dialogando
com vereadores, prefeitos, com a população organizada pelo estado de São Paulo,
discutindo o orçamento do ano que vem, que está em torno de 388 bilhões.
E nós vamos
trazer algumas informações, se puder colocar aqui. A apresentação. Então, é um
pouco do que fazemos em cada cidade que a gente acompanha. Temos alguns dados
socioeconômicos, mas pode seguir, pegar mais o final.
Pode passar.
Pode passar. Eu quero pegar os dados de retorno... Pode passar. Mais uma. Aqui
a gente levantou... Pode seguir. Os dados socioeconômicos de emprego. Mais uma.
Aqui. Porque o município hoje, para fazer a gestão da sua cidade, precisa tanto
transferir recurso do governo federal como também de recursos do Governo do
Estado.
E aqui são
algumas das informações de Rosana. Nós temos de BPC 440 pessoas que recebem, 7
milhões de reais que entraram ano passado para a cidade. Temos ali os valores
do “Bolsa Família”, mais 11 milhões de recursos que entraram para a cidade de
Rosana.
E nós temos,
também, ali na sequência um valor de Seguro Defeso, que garante mais 1 milhão
só de transferência de benefícios sociais, que o governo federal repassou para
Rosana no ano passado. Chegou a quase 20 milhões, são 19.507.000.
Então, é
importante, a gente olha aqui para Rosana. Rosana é praticamente o primeiro
município - ou último, depende como se olha -, que é uma divisa entre Paraná,
Mato Grosso do Sul e São Paulo. Ali passa o rio Paraná, o rio Paranapanema,
então tem ali um número considerável, também, de pescadores. Então, impacta na
economia local. Pode seguir.
Esses são os
dados que foram investidos pelo governo federal no ano passado, na cidade de
Rosana. Então, transferências do governo federal para o município de 35
milhões. Do “Bolsa Família”, que (Inaudível.) 1.500 famílias. O Piso Nacional
da Enfermagem, foram transferidos 378 mil para a cidade. Farmácia Popular, tem
3.700 pessoas que são beneficiadas pela Farmácia Popular. Foi garantido para a
cidade um “Mais Médicos”.
Na Lei Paulo
Gustavo e na Lei Aldir Blanc, que investem na área da Cultura, entraram 321
mil. No crédito do Agronegócio, 46 milhões de reais com 54 contratos.
Agricultura familiar, 4 milhões e 77 contratos. Prouni, 12 estudantes do
Prouni. E do “Minha Casa, Minha Vida”, 22 famílias beneficiadas.
Pode seguir. Do
Governo do Estado, de repasse para a cidade, 50 milhões, que é a cota parte do
ICMS e IPVA, e do IPI. De obras, 1,13 milhão. Auxílio de capital, 588 mil. E
equipamento e material, mais 219 mil. Pode seguir. Hoje o Orçamento do
município é de 136 milhões, sendo 7.700 per capita. Pode seguir.
Mas eu queria
trazer uma informação. Hoje a população acompanhou a prisão do Sidney, da
Ultrafarma. Nós já marcamos uma reunião com o secretário da Fazenda para
discutir a fraude tributária no banco Santander. Mas eu queria mostrar uma
informação, que já tenho cobrado o governo há dois anos.
São as
desonerações tributárias, que o Estado deixa de receber de alguns setores da
economia, e isso impacta no exercício do município. A cidade de Rosana vai
deixar de receber, no ano que vem, 23 milhões. Em 2027, 25 milhões. Em 2028, 26
milhões, totalizando 75 milhões que deixa de receber.
Pode passar, a
próxima. Aqui é o impacto quando a gente compara o Orçamento do município, com
a desoneração tributária, que o município deixa de receber. O impacto no
município de Rosana, ele perde quase 17,5% do seu Orçamento com recursos que
deixa de receber do ICMS, do IPVA, e parte do IPI.
Concluindo, Sr.
Presidente. Presidente Prudente é 8,75. Pode seguir. Aqui é a parte das
desonerações. Todos os setores que têm desonerações, o único que impacta, na
cidade de Rosana, é eletricidade, gás e outros.
Ali são 78
bilhões de desoneração que o Governo do Estado deixou de receber no ano
passado. Isso impacta diretamente nos municípios. E Rosana, por ser uma região
de produção de energia, o impacto do ICMS é alto.
Para a gente
concluir. Por isso que, na cidade de Rosana, o impacto no Orçamento, a cidade
deixa de receber quase 20%, é 17,47. Porque o ICMS em Rosana é alto. Então, um
dos motivos de irmos hoje, com o dono da Ultrafarma sendo preso no dia de hoje,
está vinculado à questão do ICMS, de alguns setores da economia do estado de
São Paulo, que estão tendo desoneração tributária.
E o setor de
remédios, o setor da indústria química, está estruturado dentro desse processo.
Então alguns setores deixam de pagar imposto, impacta negativamente nos
municípios. E alguns setores da economia acabam se beneficiando.
Então nós
estamos fazendo essa denúncia em todos os lugares, nós estamos indo em cada
município, e cobrando o Governo do Estado do Estado de São Paulo. Não dá para
abrir mão de 78 bilhões do Orçamento.
Esse dinheiro
faz falta no município, para a Educação, para a Saúde, para o Desenvolvimento e
Mobilidade. Então nós queremos que o governo volte atrás na questão da
desoneração tributária, e esse dinheiro chegue nos municípios, como é seu de
direito.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores, chamo para fazer uso da palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar. Chamo
para fazer uso da palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Thainara
Faria. Tem Vossa Excelência o tempo regimental de 5 minutos.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Saúdo todos os presentes
no plenário, em nome da infectologista Mafê, do Emilio Ribas. É um prazer tê-la
conosco.
Mas,
infelizmente, hoje, eu não sei se tenho condições de fazer essa fala. Cristão,
pai, marido e patriota. Era o que estava escrito nas redes sociais daquele que
assassinou o gari, durante o trabalho, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Aconteceu por
volta das 9 horas da manhã. Ele, que se achou impedido de passar na rua, por
conta do caminhão do lixo dos garis, das pessoas que estavam fazendo o seu
trabalho de limpeza da cidade, incomodado com o caminhão parado, ele saca a
arma da esposa, delegada. E o Laudemir foi defender a motorista do caminhão, e
foi assassinado à queima roupa.
A polícia
prendeu o cristão, marido, cristão, pai e patriota, porque, em seu perfil nas
redes sociais, tudo isso está escrito em inglês, o que remete aos lambe-botas
dos Estados Unidos, na academia, porque ele assassinou o gari, um homem negro,
e foi malhar.
Mas eu não
quero falar sobre o racismo e esse falso patriotismo. Eu quero mostrar para
vocês, cidadãos e cidadãs do estado de São Paulo, o que o dinheiro de vocês
está financiando na Assembleia Legislativa. Eu quero que passem os três vídeos,
por favor, começando pelo Léo Lins.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Esse, meu
senhor, é condenado a mais de oito anos por fazer piadas capacitistas,
racistas, LGBTfóbicas, misóginas. Agora eu quero mostrar para vocês que este
cidadão e tantos outros foram chamados a esta Casa, que é sustentada pelo
dinheiro público, para, sob a falsa alegação da defesa da liberdade de
expressão, do humorismo, deflagrar ódio nos plenários desta Casa. Por favor, os
próximos dois vídeos.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Com o dinheiro
do povo de São Paulo. Alguém acha normal o povo do estado de São Paulo pagar
impostos para sustentar uma Casa deste tamanho para deputados financiarem
eventos racistas, misóginos e machistas? E o pessoal sobe aqui, como se fosse
normal. Isso é crime.
Racismo no
Brasil é crime com pena de dois a cinco anos. Eu quero saber qual será o
posicionamento nesta Casa. Como o povo do estado de São Paulo aceita que um
deputado receba mais de 30 mil reais de subsídios por mês para deflagrar ódio
usando estes microfones, usando esta estrutura. O que está acontecendo no
estado de São Paulo?
São deputados
como estes, que se dizem Deus, Pátria e Família, que concordam e defendem
pessoas como este René, que assassinou o Laudemir em Minas Gerais. Isso não é
liberdade de expressão. Isso é intolerância religiosa, isso é racismo, é
capacitismo, é misoginia. Agora um condenado ser convidado ao plenário desta
Casa, ele, Léo Lins, que fez piada contra o câncer da Preta Gil, que faleceu
recentemente. É revoltante. Não tem condições de ficar na neutralidade numa
situação como essa.
Agradeço,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer
uso da tribuna o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. Tem V.
Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde, presidente, a todos que nos assistem
na TV Alesp.
Nós não podemos
generalizar quando se tem uma pessoa na rede social que se coloca como patriota
ou uma pessoa que se coloca como petista na rede social, se ela comete um crime
ou se ela vota no presidente Lula ou presidente Bolsonaro, se ela cometeu um
crime, esse crime não pode ser transformado pelo voto que ela tem, porque
existem petistas que comemoraram dentro da prisão, e a maioria dos petistas, a
gente viu quando o presidente Lula ganhou a eleição, que os presidiários
comemoraram a vitória dele.
Então a gente
não pode generalizar isso. Cada um tem o livre-arbítrio de votar em quem
quiser, e não é por isso que, se aquela pessoa é bandida e ela escreve que é
patriota na sua rede social, que ela é bolsonarista por isso.
Agora, saiu uma
notícia hoje que a Janja defende a regulação das redes sociais depois do Felca.
O Felca fez um vídeo certeiro nas redes sociais, falando sobre pedofilia. Expôs
diversas coisas que estão acontecendo no Brasil e no mundo, e aí a esquerda,
ela, já se aproveitando disso, porque é um papel da esquerda, para querer
empurrar um projeto de lei que estava parado na Casa, que regularia as redes
sociais e também tem trechos de combate à pedofilia.
Mas é um
projeto de lei direcionado para regular as redes sociais, as big techs. Então,
o que o Lula fez? Ele já se movimentou. Ele vai mandar um PL, um projeto de lei
de regulamentação às redes sociais pelo fato de todo mundo estar comentando o
vídeo do Felca. É isso que temos no nosso Brasil.
É exatamente
esse truque da velha cartilha revolucionária, pegar o caso isolado, explorar
emocionalmente das pessoas, e em vez de punir os culpados, punir todo mundo.
Essa é a artimanha da esquerda. Deu para sacar? E agora, nós temos o Haddad,
que aconteceu também uma notícia hoje, indo para os Estados Unidos, querendo
fazer uma reunião com o secretário do Tesouro Nacional, e passando vergonha,
passando vergonha. Foi cancelada a reunião entre o secretário do Tesouro
Nacional com o Haddad.
Por quê? Aí ele
coloca a culpa na direita, ele coloca a interferência política. Chamavam o
Eduardo Bolsonaro de bananinha, que ele não sabia de nada, que ele não
conseguiria chegar, que ele não falaria com a cúpula de Trump, e agora ele não
consegue fazer uma reunião com o secretário do Tesouro e colocam a culpa no
Eduardo Bolsonaro. É aquela incompetência realmente do governo de não conseguir
articular, não conseguir demonstrar o que eles fazem pelo país, porque só fazem
coisas erradas.
A gente tem,
por exemplo, o ministro Barroso agora pensando em sair do STF. Ele fez uma
declaração que quando acabar a presidência, até o final de setembro, pode ser
que ele saia do STF.
Por quê? Porque
se for aplicada a Lei Magnitsky em Barroso, os filhos dele podem ser
sancionados, e o Bernardo Barroso tem empresa nos Estados Unidos, é diretor do
banco BTG, em Miami, e isso afetaria a vida da família de Barroso.
E por que os
Estados Unidos estão fazendo isso? Porque essas sanções estão acontecendo?
Porque taxaram o Brasil em 50%, sendo que a relação americana sempre foi
alinhada com a do Brasil, pelo fato da censura, pelo fato do Lula implementar o
que ele sempre falou, o socialismo no Brasil, que é o que ele quer fazer, regulamentação
das Big Techs, aproveitando-se agora do depoimento do Felca.
Também com o
Judiciário na mão dele, mas as coisas vão mudar nesse País. Lei Magnitsky vai
ser aplicada em quem merece.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem.
Chamamos, para fazer uso da palavra, o
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Andréa Werner.
(Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Ah, deputada Andréa Werner. Tem V. Exa.
o tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos e a todas, colegas deputados,
funcionários desta Casa. No dia 13 de março deste ano eu enviei um ofício, que
foi o de número 101, para a Prefeitura de Itaquaquecetuba, questionando a
prestação de serviços na área de Saúde, principalmente os serviços prestados
para a reabilitação de pessoas com deficiência no município, depois de receber
denúncias no meu gabinete.
No dia 29 de
maio eu mandei outro ofício, esse foi de número 298, e era sobre, de novo,
problemas no atendimento de Saúde, problemas no transporte e também problemas
graves no fornecimento de insumos para o atendimento de pessoas com deficiência
na cidade. Aí, no dia 24 de julho, foi quase um por mês, depois de mais
denúncias, eu mandei mais um ofício, que foi o 398, e os assuntos continuavam
os mesmos. E eles vieram de sete denúncias diferentes, sete pessoas diferentes.
Além desses
três ofícios terem sido enviados para a cidade de Itaquaquecetuba, no e-mail
oficial da Secretaria da Saúde, com imagens, vídeos que ilustravam tudo,
questionando por que aquilo havia acontecido, eles têm mais algo em comum, que
é: nenhum deles foi respondido.
Depois de cinco
meses - isso mesmo, cinco meses sem que a cidade desse nenhuma satisfação sobre
as denúncias dos cidadãos e um documento de uma deputada estadual cumprindo sua
função de fiscalizar os serviços públicos de São Paulo -, no sábado, eu
publiquei um vídeo nas minhas redes sociais mostrando o que eu recebi aqui no
gabinete de denúncias e pedindo uma resposta educadamente ao prefeito, que se
posicionasse com relação àquelas denúncias. O secretário da Saúde respondeu,
foi educado, só que ele poderia também ter respondido meus ofícios.
Enfim,
respondeu sobre coisas que não cobriam o tema dos ofícios, mas, pelo menos,
mostrava que ele reconhecia que a cidade tinha problemas. Por outro lado, o
prefeito de Itaquaquecetuba comentou: “Para aparecer, a senhora vem pegar
carona em vídeos antigos para deturpar a verdadeira realidade do que éramos e
de como hoje estamos, que é bem diferente do que a senhora está transmitindo.
Aliás, se está realmente preocupada, por que não nos envia ambulâncias novas ou
emendas para ajudar? Falar até papagaio fala.” Esse foi o comentário do
prefeito nas minhas redes.
Uma das mães
que sofreu com esses serviços inadequados comentou lá no post, aí eu queria
pedir para colocar aqui no telão a imagem que eu... Não abriu? Bom, uma pena.
Eu estou aqui com o print do comentário do prefeito ao comentário da pessoa que
sofreu com o problema. Ele respondeu: “Morrendo de medo de você” e uma carinha
de palhaço. Isso é o prefeito de Itaquaquecetuba.
Depois de cinco
meses sem dar nenhum tipo de retorno, sem prestar conta sobre as denúncias que
eu encaminhei formalmente, o prefeito mostrou que é plenamente capaz de
mobilizar o seu time, só que para brigar em rede social. Porque foram lá várias
pessoas que trabalham na UBS, lá no gabinete dele, me acusar de usar imagens
antigas, de mentir sobre a realidade do município.
Foi a Andreia,
a Cinthia, o Dinho, a Erika, a gente tinha aqui os prints dos comentários, a
Patrícia, que é funcionária da prefeitura, o Jonata, a Kelly, todo mundo muito
mobilizado para falar que eu estava mentindo sobre a realidade do município.
Teve gente comentando de dois perfis diferentes e até perfis com cara de perfil
falso. As respostas também muito consistentes.
Dá para mostrar
que a gestão municipal, de fato, sabe coordenar os esforços direitinho.
Infelizmente, não mobilizaram nem para me responder os ofícios, nem para
resolver o problema. Muitas respostas muito parecidas com o que o prefeito
tinha me mandado.
Eu comento
sobre a questão de ele falar que eu não mandei ambulância, eu não mandei
emenda. Por que ele não me mandou nenhum ofício falando dos problemas, pedindo
que eu tentasse mobilizar para que fosse uma ambulância lá para a cidade, ou
pedindo emenda? Porque é assim que o gabinete funciona.
Os prefeitos
enviam seus ofícios, a gente identifica a necessidade que está sendo pedida
ali, se faz sentido para aquele município e, se a gente tiver recurso, a gente
mobiliza. É óbvio que mobiliza para poder ajudar o município.
Agora, tem
outra questão, que é o prefeito ter falado, e funcionários dele também falaram,
que a gente estava enganando as pessoas, que o vídeo era antigo, o vídeo da
ambulância velha que eu postei.
Todos os
artigos que a gente faz, do celular, de uma câmera, tudo, fica o registro nele,
que a gente chama de metadados, que é de quando ele foi feito. Isso eu
mostraria aqui no telão também - infelizmente não vai aparecer -, mas a gente
puxou os metadados desse vídeo que eu exibi, com a ambulância caindo aos
pedaços, e a data era seis de agosto; quer dizer, bem recente.
Não faz sentido
ele ficar falando que as imagens eram antigas. Faz sentido dizer que uma
deputada não tem interesse em um assunto, porque o problema foi resolvido, mas
não mostrar nenhuma evidência disso?
Enfim, gente,
só para ir encerrando: prefeito Delegado Boigues, eu não sou papagaio, eu sou
deputada estadual e estou cumprindo meu papel constitucional de fiscalização,
inclusive através de denúncias que vieram da sua cidade.
As denúncias
não são antigas; algumas das que a gente recebeu, tem menos de um mês que os
registros foram feitos. E a prefeitura se omitiu, sim, em iniciar um diálogo e
apresentar as demandas, porque é assim que a gente destina emendas. Eu não vou
adivinhar que o município está precisando de uma ambulância se ninguém me
falar, se ninguém procurar.
Por fim, eu
ainda estou esperando que os ofícios sejam respondidos, com dados e com provas
de que as denúncias são mesmo antigas, são falsas, já foram resolvidas. O
gabinete continua de portas abertas para quando o senhor quiser conversar como
autoridades que nós dois somos, e não “tretando” em rede social como
adolescentes. E por fim, as mães de Itaquá não vão ser silenciadas, e eu também
não serei. Vou continuar fazendo meu papel de fiscalizar.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo, para fazer uso
da palavra, o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Marina Helou.
(Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)
Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas.
(Pausa.) Deputada Letícia Aguiar.
A
SRA. LETÍCIA AGUIAR - PL -
Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., meus colegas e todos os que nos
acompanham. O influenciador Felca trouxe à tona uma grande e difícil realidade:
a pornografia infantil, a adultização de crianças, a erotização de crianças e
adolescentes no ambiente digital.
Foi um ato de
coragem, de bravura, de responsabilidade, que é o que a gente espera daqueles
que se colocam à disposição em influenciar pessoas. A gente não quer ver
influenciadores influenciando para o mal, para o crime, como a gente vê
acontecendo, como foi o caso desse outro influenciador, denunciado pelo Felca,
o Hytalo, que utilizou e utilizava de crianças e adolescentes, menores de
idade, para fazer vídeos em suas redes sociais para monetizar e ganhar dinheiro
em cima de erotização de criança e adolescente.
Não é de hoje
que a gente traz esse assunto aqui à Assembleia Legislativa, não é de hoje que
a gente defende a proteção das crianças, não é de hoje que a gente traz aqui
denúncias a público do que acontece dentro de espaços culturais, de ambientes
educacionais, trazendo à tona também uma realidade perigosa, onde as nossas
crianças estão enfrentando, estão expostas a riscos da adultização, da
erotização, da sexualização dessas crianças.
E, claro, nós
temos que alertar os pais, a família, os tutores, que são os responsáveis por
essas crianças, mas nós temos órgãos e leis suficientes para que a gente possa
inibir e coibir esse tipo de crime absurdo, inaceitável.
Nós temos o
Ministério Público, que pode e deve agir na proteção da criança; nós temos a
Polícia Civil, que faz um trabalho investigativo extremamente importante; nós
temos os conselhos tutelares, que são essenciais; nós temos o ECA, o Estatuto
da Criança e do Adolescente, que fala justamente da importância da proteção, da
dignidade, da integridade, da segurança da criança.
Aquele que
expuser e deixar a criança vulnerável vai ter que ser penalizado; é crime. E,
se cometeu crime, tem que estar preso, simples assim. E claro que nós, como
parlamentares aqui, devemos falar disso, mas nós também devemos propor uma
legislação ainda mais eficiente. E trazer essa discussão para que a Casa seja
100% favorável à proteção da criança.
Isso é
importantíssimo, o Felca fez isso, ele furou uma bolha gigantesca e fez com que
isso alcançasse o mundo diante dessa realidade da sexualização das crianças e
dos adolescentes. Ocorre que, em dezembro de 2024, a Antonia Fontenelle, uma
atriz brasileira, posicionada de direita, conservadora, fez uma denúncia justamente
sobre esse influenciador, o Hytalo, que o Felca está denunciando agora.
Eu peço que
coloque na tela, por gentileza, uma notícia do “G1”: “Justiça pede remoção de
vídeo de Antonia Fontenelle sobre influenciador Hytalo Santos. A Fontenelle fez
acusações ao influenciador insinuando que ele sexualiza crianças e afirmando
que acionaria o Ministério Público”. Então o conteúdo dela foi suspenso e foi
removido das redes sociais. Não é sobre o que se fala, mas quem fala e qual
narrativa interessa para quem está no poder.
Por favor, a
próxima tela. “Regulação já: A repercussão gigantesca do vídeo-denúncia do
influenciador Felipe Bressanim, conhecido como Felca, trouxe de volta ao
Congresso a pauta da regulação digital. O presidente da câmara afirmou que pode
pautar votação de urgência do PL sobre essa regulação”.
Exatamente isso
que eu falei. Por que quando foi a Fontenelle não houve interesse de remover ou
de banir o influenciador Hytalo das redes sociais? Por que agora há o
interesse? Então a gente precisa trazer isso à tona, e eu preciso trazer,
também, à tona uma realidade aqui desta Casa.
Deputada, você
como... Eu, como presidente da Frente Parlamentar de Proteção da Criança e de
Combate à Pedofilia, uma das minhas ações aqui, além de denunciar, fiscalizar
ambientes, inclusive escolares e culturais, que utilizam desses ambientes com
um falso pretexto cultural, de inclusão, um falso pretexto de trazer abordagens
para crianças e adolescentes. Recentemente a gente viu aí, em uma universidade,
uma cantora travesti, seminua, em cima da mesa rebolando e sendo aplaudida
dentro de uma universidade.
Então qual é o
posicionamento? Veja, eu apresentei nesta Casa o Projeto nº 96, de 2023 - está
aqui na minha mão -, que diz: “Proíbe a utilização de verba pública em eventos
e serviços que promovam a sexualização de crianças e adolescentes”.
É o “Projeto
Infância Protegida”, de minha autoria. Esse projeto está sendo barrado,
impedido, sendo pedido vistas nas comissões em que ele está passando por
deputados do PT e do PSOL.
Ora, não são
eles que estão utilizando a rede social, agora, falando que precisa
regulamentar a rede social diante da denúncia do Felca? Por que não aprova esse
projeto, “Infância Protegida”, aqui na Casa? “Proíbe a utilização de verba
pública em eventos e serviços que promovam a sexualização de crianças e
adolescentes”, mas, não, estão aqui impedindo o andamento desse projeto.
Projeto esse
que já foi aprovado em 80 municípios, que eu disponibilizei a vereadores que
tiveram o cuidado e a coragem de aprovar e sancionar uma lei de proteção da
criança nas suas cidades.
O vereador Tom,
de Ipaussu, aprovou essa lei; o vereador Renato, de Potirendaba, aprovou essa
lei; o vereador Alexandre Japa, de Valinhos, aprovou essa lei. Em São José dos
Campos essa lei foi aprovada, sancionada, e nós temos o vereador Senna, que
protege a infância, também, no município.
Agora eu
convoco esta Casa e os deputados de esquerda, que pediram vistas no meu
“Projeto Infância Protegida”, que se posicionem. Vamos aprovar e vamos fazer
esse projeto, desta Casa, uma infância protegida.
Chega da gente
ver crianças sendo erotizadas, sexualizadas. Chega de a gente ver deputados,
políticos, artistas aplaudindo arte, com muitas aspas, que na verdade estão lá
para erotizar e sexualizar as nossas crianças. Nós temos que combater isso no
mundo digital, mas, acima de tudo, a gente tem que ter palavra e honra naquilo
que a gente faz.
Eu sigo aqui
fazendo a minha parte como parlamentar de direita, conservadora, bolsonarista,
sim, mas acima de tudo uma mulher que entende que cidadania, acima de tudo, é
proteger aquele que é mais vulnerável, que é a nossa criança e o nosso
adolescente.
E ainda mais,
dar lisura e transparência ao uso do dinheiro público, dinheiro público tem que
ser investido em cultura e arte de verdade, não em arte que sexualiza crianças
e adolescentes.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso
da palavra o deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público que nos acompanha aqui pelas galerias, as assessorias tanto militares
como das bancadas e quem nos acompanha pela TV ou pela Rede Alesp, hoje pela
manhã, o estado de São Paulo e o País foram surpreendidos com uma notícia da
prisão do dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e também de um executivo de uma
outra empresa, também famosa aqui na nossa cidade, no nosso estado, Fast Shop.
Mas também foi preso um auditor da Secretaria da Fazenda.
Gostaria de
retomar aqui o discurso que fiz semana passada com relação à Sefaz. Primeiro
que, em 2023, houve uma acusação contra o secretário da Fazenda de misoginia,
de humilhação pública de funcionários, de ironias recorrentes, etc. Funcionários
que ficaram, inclusive, isolados em uma sala de vidro, uma coisa um pouco
absurda nos dias de hoje e em uma secretaria tão importante.
Depois, uma
outra denúncia, em 2024, permitindo que um funcionário mais graduado, o auditor
fiscal, que hoje é subsecretário da Receita Estadual, que, entre 2021 e 2024,
permanecesse cerca de 270 dias no exterior, em Milão, onde tem apartamento,
fazendo trabalho remoto, que estava proibido.
Aí o que fez o
governador? Optou por editar um decreto, um decreto que autorizou o TAC para
que os servidores pudessem cumprir jornada presencial, mas aqueles que não
cumpriram não tiveram nenhuma sanção, não tiveram dinheiro devolvido para o
erário público.
E agora a gente
tem um esquema em que o auditor citado na matéria, o Sr. Artur Gomes da Silva
Neto, teria movimentado um bilhão em propinas desde 2021. Por coincidência é o
mesmo ano em que o Sr. Marcelo Bergamasco Silva foi fazer trabalho virtual em
Milão.
Queria colocar
a matéria que foi vinculada hoje pela imprensa sobre esse caso, porque acho que
é um caso gravíssimo, e a gente precisa que a secretaria se manifeste o mais
rápido possível. E vou falar isso logo em seguida, depois da matéria.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Primeiro que, é
assim, a secretaria não pode repudiar, a secretaria tem que dizer o que está
fazendo e o que vai fazer, quais são os mecanismos de controle, a gente está
falando aqui de um bilhão.
Alguém aqui
acha que só tem um auditor envolvido? Alguém acha que esse auditor faria um
esquema para poder desviar tanto dinheiro sozinho? Ou o secretário, ou o
governador toma providência, ou essa secretaria vai para o buraco. Aliás, é o
que está aparecendo, não é? Secretário assediando o funcionário, permitindo que
o funcionário trabalhe online recebendo. E agora, uma denúncia gravíssima.
Para além dos
empresários - porque a CNN trouxe uma informação que tem mais quatro empresas -
é preciso apurar, apurar com rigor e dizer para esta Casa quais são os
mecanismos de controle que a secretaria implementou, porque, assim, a
corrupção, segundo os dados, desde 2021 até 2024, um bilhão de reais.
Secretário, o
senhor precisa se manifestar, não basta escrever uma nota dizendo: “Ah,
repudiamos qualquer tipo de corrupção”, porque repudiar faz parte, agora eu
quero saber o que vocês estão fazendo.
Aliás,
governador, ao contrário de ficar fazendo política, o senhor devia governar
esse estado, o senhor devia dar exemplo e apurar com profundidade qual é o
tamanho desse esquema que desviou um bilhão. Um bilhão é o que a gente sabe, o
que o Ministério Público está apontando. Pode ser muito mais.
Então deixo
aqui, Sr. Presidente, a informação de que nós vamos pedir esclarecimentos para
a secretaria para que se manifeste dizendo quais são os mecanismos que estão
sendo apurados, se mais gente está envolvida. E o Ministério Público deve
apurar com rigor as denúncias que foram apresentadas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso
da palavra o deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes, pelo
tempo remanescente do Pequeno Expediente.
O
SR. RÔMULO FERNANDES - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários, meu
querido presidente Reis, que está presidindo esta Casa. Hoje eu vim aqui falar
diretamente com o governador - o Paulo Fiorilo falou aqui -, eu queria fazer um
apelo para ele, em vez de pedir para visitar em Brasília o ex-presidente, ir
visitar o Grande ABC Paulista.
Hoje o
importante jornal da região, o “Diário do Grande ABC”, fez uma matéria bastante
importante, que eu quero aqui dar eco a essa reportagem e fazer um apelo ao
governador. Vá conhecer o Grande ABC Paulista.
Eu sei que o
senhor chegou do Rio de Janeiro, não sabia onde votar, a gente sabe de tudo,
confundiu o Campos Elísios com o Campo dos Elísios, mas há tempo ainda de o
senhor recuperar, de o senhor conhecer o estado de São Paulo.
O Grande ABC é
composto por sete cidades. Eu estou falando aqui didaticamente, talvez para o
senhor ter a sensibilidade de entender as nossas preocupações. Tem uma
representação muito forte aqui na Assembleia Legislativa, tem uma representação
forte na Câmara Federal.
São sete
cidades. Eu faço questão de ler. Talvez o senhor possa anotar aí: Mauá, Santo
André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Rio Grande da Serra e Ribeirão
Pires. A região do Grande ABC, se fosse uma cidade, seria o quarto PIB
nacional.
O quarto PIB nacional.
Talvez, por esse argumento, o senhor consiga olhar um pouco para o ABC
Paulista. A gente estaria lá em quarto, perdendo só para São Paulo, Rio de
Janeiro e Brasília, com, aproximadamente, 150 bilhões.
Eu estou
fazendo questão de ser professoral para o governador, para ele que tenha
sensibilidade em visitar a nossa cidade e cumprir com os compromissos que fez.
A manchete do jornal “Diário do Grande ABC” é exatamente essa: “Grande ABC
sente ausência do Estado em políticas públicas”. E cita aqui uma série de ações
que o governador Tarcísio prometeu e não está cumprindo.
E eu queria
relatar aqui, item a item, que essa reportagem foi feita hoje e a gente tem que
fazer isso. Entre as promessas atrasadas são projetos de Lazer, Habitação,
mobilização, drenagem e Saúde. Governador, a gente precisa de ajuda, a gente
precisa que o senhor seja responsável, que olhe para a nossa região.
E eu vou dar
alguns exemplos aqui para o senhor, para o senhor, de repente, chamar um
assessor e dar uma olhada nisso. A Praça da Cidadania, em Diadema, é um dos
símbolos que está afetado, que está parado.
A estrutura
está abandonada, cerca, mato alto, tapumes, não há previsão de abertura,
governador. Então a gente está pedindo aqui para o senhor dar uma olhada lá. Se
o senhor não puder ir, peça para alguém lá. Uma obra parada há muito tempo.
Em Santo André
são mais de 480 apartamentos que foram prometidos e não aconteceu. Em Diadema
novamente, os conjuntos habitacionais N e O deveriam ter sido entregues em
novembro de 2024. Nada. Absolutamente nada.
Área de
mobilidade, vamos falar, o BRT, que desde 2023 a gente está pedindo e não se
completa a obra. A gente está aqui para exatamente fazer, vamos falar da Linha
Rosa do metrô, que apresenta problemas e não há uma solução para isso. Lá em
Mauá, a gente tem um problema de drenagem...
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Rômulo, eu
vou encerrar com V. Exa. o primeiro orador do Grande Expediente. Eu vou
encerrar o Pequeno Expediente e entrar no Grande Expediente.
Então, está encerrado o Pequeno
Expediente.
* * *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Entrando no Grande
Expediente, chamo para fazer uso da palavra o deputado Rômulo Fernandes, em
permuta com a deputada Márcia Lia.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem,
deputado.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Se o orador
conceder, porque como eu já passei a palavra para ele... Ele está pedindo uma
comunicação.
O
SR. RÔMULO FERNANDES - PT - Por favor.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Vossa
Excelência tem dois minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, rapidamente, no dia de amanhã, às 14
horas, faremos aqui uma audiência pública. Hoje, coordeno a Frente Parlamentar
em Defesa da Pesca Artesanal e Aquicultura.
Convidamos
representantes do governo federal e do Governo do Estado de São Paulo, que
estarão presentes amanhã para discutir o Preps e o Propesq, que são duas ações
necessárias para melhorar a organização do trabalho dos pescadores no estado de
São Paulo, que será amanhã, às 14 horas, aqui no Franco Montoro. Então, queria
deixar aqui já o convite para as colônias dos pescadores no estado de São
Paulo, tanto do litoral quanto do interior.
Então amanhã,
às 14 horas, Preps e Propesq. São dois temas importantes que mexem no dia a dia
do pescador, e amanhã teremos uma audiência pública para tentar dar uma
adequada entre o governo federal e o Governo do Estado de São Paulo, as
legislações pertinentes para garantir que o pescado no estado de São Paulo
continue e continue a todo vigor.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Obrigado, nobre
deputado Rômulo, pela anuência dessa minha fala.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Só corrigindo: o
deputado Rômulo Fernandes, a permuta é com a deputada Thainara Faria.
O
SR. RÔMULO FERNANDES - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputada Thainara Faria. Mas eu estou
terminando aqui, e continuando o meu raciocínio, a gente veio fazer um apelo
aqui ao governador.
Um último
exemplo que eu dou aqui é uma passagem que a gente tem ali na cidade de Mauá,
na Linha Turquesa, que é a abertura de um túnel para aumentar a vazão de água e
o governador prometeu dez milhões lá e está criando muita dificuldade no
repasse dos recursos. Então, essa série de obras que eu coloquei aqui no Grande
ABC, não é só Mauá, nós estamos falando de toda a Grande ABC, e os prefeitos,
conforme essa reportagem diz, meio que estão desistindo, inclusive.
Então, Sr.
Governador, por favor, em vez de o senhor ir lá para visitar o ex-presidente,
dá um pulinho até o Grande ABC. Eu acho que é mais importante, como eu disse
para o senhor, são três milhões de pessoas que estão passando dificuldades, que
o senhor começou uma série de obras lá e não está cumprindo o que o senhor
prometeu.
O senhor veio
do Rio de Janeiro, a gente sabe disso, o senhor não sabia onde votar, a gente
compreende isso, mas governe. Governe. Fique em São Paulo, conheça as regiões.
Por isso esse apelo que a gente está fazendo aqui para o governador; e elogiar
a importante matéria que esse jornal, o “Diário do Grande ABC”, publicou na
data de hoje.
Governador, por
favor, governe.
Muito obrigado,
presidente.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra.
Professora Bebel.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Seguindo,
primeiro, boa tarde a todos que estão aqui no plenário, boa tarde, deputados,
deputadas, os assessores da minha esquerda, da minha direita, eu assumo agora a
Presidência da Mesa da Assembleia Legislativa, do Grande Expediente, e vou
seguir a lista de inscrições.
A próxima oradora é a deputada Carla
Morando. (Pausa.) Edson Giriboni, deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado
Conte Lopes. Se eu estou percebendo, V. Exa. quer dar uma informação?
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Eu estou. Só para
informar que tenho uma permuta depois com a deputada Andréa Werner. Apenas
isso, presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Muito
obrigada, querido.
Passo então a palavra. Tem V. Exa.,
neste Grande Expediente, deputado, dez minutos.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que acompanha da tribuna
da Assembleia, a gente assiste a muitas críticas desta tribuna ao governador
Tarcísio de Freitas, que está fazendo um bom governo aqui no estado de São
Paulo.
Tanto é que tem
um apoio de quase 70% da população e até é cotado para o ano que vem - se o que
ele quer é ser candidato à reeleição, mas até ser candidato a presidente da
República -, para enfrentar o presidente Lula, enfrentar o PT. Então, a gente
observa os aumentos das críticas.
É bom ressaltar
que no último aniversário de José Dirceu, que é o mago do PT, o José Dirceu já
dizia: “Não se preocupe com a direita, não. Bolsonaro vai estar inelegível, mas
comece a se preocupar com o Tarcísio de Freitas. Este é o nosso adversário.”
Então, a gente
percebe que muita gente está criticando aqui o Tarcísio de Freitas. Às vezes
até companheiros nossos, que acham que o Tarcísio de Freitas deve atacar
Alexandre de Moraes.
Ele não pode
atacar Alexandre de Moraes, porque se você atacar o Supremo hoje você vai se
tornar inelegível. Simples assim. Simples assim. Até o candidato a prefeito
aqui se tornou inelegível.
Então aqui
precisa tomar muito cuidado, no modo de ver. Se ele vai participar de alguns
eventos também, contrários ao Supremo. Porque o Supremo, aqui entre nós, virou
uma delegacia de polícia.
A gente, como
policial, sabe o que é uma delegacia. O cara entra lá, vai sair com o pepino
nas costas, não tem jeito. O cara não consegue escapar. Está aí senador de
tornozeleira, ex-presidente de tornozeleira.
O presidente
Lula ficou 580 dias preso. Hoje é presidente da República. Ele estava errado ou
ele estava certo? E eu pergunto: como é que a gente acredita numa Justiça,
deputado Reis, que a pessoa, hoje o maior bandido do mundo, é o presidente da
República? A Justiça está certa aí? Ela está julgando certo?
O mundo não
consegue entender. O mundo não consegue entender como ex-advogados de Lula vão
julgar o Bolsonaro. Não sei o que estou falando. É o mundo. É o mundo, ué. A
mesma coisa é falar que o corintiano tem que torcer para o Palmeiras, ou
vice-versa. O cara não vai ter julgamento justo nunca.
E a gente fala
até com o conhecimento de causa. A gente, como policial, respondeu a alguns
processos aí em confronto com bandidos. Cheguei neta Casa, mandaram meus
processos para o pleno, não sei por quê.
Eu era capitão
da Rota, tenente da Rota, minhas ocorrências eram na Justiça comum, não tinham
nada a ver com Justiça Especial. E eu venho para ser julgado por 25
desembargadores.
Até o caso que
eu já contei aqui - volto a dizer, o próprio deputado Reis assistiu, acompanhou
- o cara que baleou o investigador tinha matado uma pessoa chamada Jesus. O
DHPP foi para lá, na zona sul.
Ele baleou o
tal de Oseias, baleou o policial do DHPP, Roberto, com um tiro no peito, quando
o Roberto foi lá perguntando se ele morava naquela casa. Depois chegou o tático
móvel, ele matou um tenente do tático móvel, o tenente Paulo Rage. Baleou o Dr.
Celso Vendramini, que era soldado da Rota, hoje é advogado.
E - não como
falou o Caco Barcelos, que eu ia nas ocorrências para aparecer - eu fui para lá
porque era o comandante da companhia dos policiais baleados. Quando cheguei lá,
na minha frente, esse Oseias, segurando uma mulher e quatro crianças, ainda
conseguiu balear um... baleou um tenente da Rota, o tenente Gilson Lopes, que
perdeu o baço e uma parte do intestino.
E gritou lá de
dentro: “Acertei mais um!” Falei assim: “É, você acertou. Por isso é bom você
soltar a mulher e as crianças, senão você vai...” “Não, aqui ninguém entra.”
“Então, solta a mulher e as crianças, que eu entro para te buscar.” “Quem
quiser me buscar, vou acertar”, ele falava.
Até ele falou
assim: “é o seguinte, a Rota já chegou?”. Eu falei: “não, a Rota não chegou,
porque quando a Rota chegar, você vai morrer, não vai ter acordo”. Falou: “não,
eu quero matar dez caras da Rota, depois eu posso morrer”.
Bom, conclusão,
consegui livrar a mulher e as quatro crianças e acertei a cabeça dele. Fui
processado até pelo Greenhalgh, deputado do PT, pela Cúria Metropolitana. Fui
processado durante vinte e um anos, e fui julgado pelo pleno.
E por que eu
estou contando isso aqui? Porque nos desembargadores do pleno, os 25
desembargadores, havia um chamado Álvaro Lazzarini. O desembargador Álvaro
Lazzarini, em uma hora do meu julgamento, ele se julgou suspeito, porque ele
havia dado aula para mim na Academia do Barro Branco, de Direito.
Se ele é
suspeito, o Zanin não é suspeito de julgar o Bolsonaro? O próprio Alexandre de
Moraes que fala, toda hora ele está falando. Teve o golpe, eles fizeram mesmo,
e ele está dando declaração do julgamento que ele vai fazer. Eu não estou
falando se está certo ou errado, estou falando da parte do Direito, só isso. Só
isso.
O ex-ministro
da Justiça, Flávio Dino, vai julgar? É um julgamento justo? Ele vai absolver?
Então, é um jogo de cartas marcadas, e o mundo inteiro agora vai estar vendo
isso. Não é? Eu não estou falando que está certo, não estou dizendo que está
certo. É certo esse tipo de procedimento?
Quer dizer,
para alguns ministros do Supremo o Lula era o maior bandido, ladrão, condenado
do mundo, ficou 580 dias preso. Por que 580 dias? Porque ele mandava uma carta
para a Janja e a Janja mandava uma carta para ele. Ele que falou, não fui eu.
Então a gente
fica meio perdido. O que a gente pode falar aqui? Eu só estou dizendo que as
pessoas não conseguem entender, e agora acho que muito menos, não conseguem
entender nada.
Então como é
que o Tarcísio de Freitas pode falar contra o ministro Alexandre de Moraes?
Podem manifestações? Se alguém achar que ele.... Da oposição do PT, do PSOL,
pedir para ele se tornar inelegível, julga quatro caras lá e está inelegível
por oito anos, dez anos. Está certo isso? A Justiça que escolhe quem é elegível
e inelegível? É uma pergunta minha.
Então está
muito certo o Tarcísio até de colocar a barba de molho, porque talvez ele não
consiga nem ser candidato à reeleição aqui. E eu não sei por que os nossos
amigos ficam criticando. O Silas Malafaia: “não, não veio aqui, são covardes”.
Bom, eu acho que não é por aí o caminho. Não é? O caminho não é por aí. E
também a Justiça deve ter... Independência de Poderes tem que existir.
Escolhe-se quem vai disputar a eleição o ano que vem?
Então fica aí a
nossa colocação. E, realmente, esses que estão criticando, que é do nosso... Eu
acho que não é o momento. Ou querem ver ele se tornar inelegível? Porque, se
virar inelegível, você recorre para quem? Se o Bolsonaro tem condição de
recorrer, recorre para quem? Para o Alexandre de Moraes? É só uma pergunta.
Eu posso até
estar burlando a lei, porque agora estou falando da tribuna da Assembleia, que
nos dá condição de falar o que bem entender. Nós podemos falar o que nós
quisermos aqui, pela Constituição, mas estão mudando isso também.
E estou dizendo
isso porque eu briguei muito aqui pelo Frederico d’Avila, que andou xingando o
Papa aí, quando foi assaltado. E eu falei isso. Ele tem direito de falar. Ele
tem. Qualquer deputado tem direito de falar aqui. Tem direito de falar.
Então, a gente
fala da tribuna da Assembleia. E, na verdade, é isso. O governador está fazendo
o seu trabalho. É um dos candidatos à reeleição, como ele sempre fala. E também
pode ser candidato à Presidência da República, como outros candidatos.
Então, fica a nossa
colocação. Se realmente o prumo está certo com relação ao Poder Legislativo, ao
Judiciário e ao Executivo, quando um senador está lá sem salário e de
tornozeleira. E a força do Congresso Nacional, não fala nada? Os senadores não
falam nada? Os deputados?
Aliás,
parece-me agora que o Eduardo Bolsonaro está tendo mais força., estão falando
que ele está conseguindo fazer tudo isso aí. Ele está conseguindo fazer tudo
isso agora, ver a agenda do Trump... ele e outro jornalista. Se o ministro da
Fazenda pode reunir ou não reunir, se a Lei Magnitsky vai ser implantada para
ministro ou não. Então, alguma coisa deve estar errada, no meu modo de ver.
Só para
terminar, Sra. Presidente: Collor de Mello em cana. Temer foi preso. Temer,
depois dos 90 anos, foi cercado aqui na Marginal pela Polícia Federal, os caras
de fuzil, um homem de 90 anos. Foi preso. Lula foi preso. E agora está o
Bolsonaro preso. Quem será o próximo preso agora? O próximo presidente da
República?
Obrigado, Sra.
Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Muito
obrigada, deputado Conte Lopes.
Passo então a palavra para a Márcia
Lia, em permuta com a deputada Thainara. Desculpe, houve um lapso aqui, Márcia.
É o deputado Caio França, que fez permuta com a deputada Andréa Werner. Depois
é você. Desculpe, minha querida.
Por favor, V. Exa. tem dez minutos
regimentais.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Acredito que não vá precisar usar
todo esse tempo.
Presidente,
todos sabem que uma das lutas do nosso mandato é a democratização do acesso aos
produtos à base de cannabis. A gente conseguiu emplacar uma lei importante aqui
em 2019, que garante o fornecimento pelo SUS Paulista de produtos à base de
cannabis, e a gente tem uma luta ampla para que as pessoas possam acessá-los
sem a burocracia que era exigida antigamente: advogado, Defensoria, autorização
judicial.
O estado tinha
que fazer uma compra específica para aquele produto, sendo que já existem
evidências robustas de que esses produtos fazem bem para muitas condições. Eu
poderia citar aqui as epilepsias, dor crônica, Alzheimer, autistas de nível de
suporte mais elevado, dentre outras condições, mas o que me traz aqui hoje é
uma pauta que é paralela a essa.
No ano passado,
o STJ exigiu que o governo federal apresentasse uma regulamentação sobre o
plantio do cânhamo aqui no Brasil. O cânhamo, para quem não conhece, é uma
subespécie da cannabis com baixo teor de THC. O governo federal acabou
empurrando o prazo para que eles apresentassem essa regulamentação. Era em maio
deste ano e eles apresentaram um pedido de ampliação de prazo para setembro
deste ano, ou seja, daqui a algumas semanas.
A preocupação
que trago aqui é a seguinte: todos falam muito, quando falam de produtos à base
de cannabis, do canabidiol, que é um fitocanabinoide, é um dos fitocanabinoides
da planta, da cannabis sativa. O canabidiol é aquele mais popular, aquele que
as pessoas mais conhecem e que normalmente as pessoas endeusam muito, o
canabidiol, que é, de fato, um fitocanabinoide importante. Muitas patologias
podem ser tratadas com o canabidiol, apenas ele, inclusive algumas com ele
isolado.
Agora, eu chamo
atenção aqui porque amanhã a Anvisa apresentará uma parte da regulamentação que
vem do governo federal. Eles estão tentando limitar ao máximo o fitocanabinoide
THC, que é o tetrahidrocanabinol, que é um fitocanabinoide também muito potente
e muito importante para patologias mais severas, com mais dificuldades.
Por exemplo,
quem tem dor crônica muito elevada normalmente utiliza o produto à base de
cannabis que tem o THC também. As pessoas que têm crises convulsivas mais
severas, por várias vezes ao dia, acabam utilizando da mesma forma. Quem tem
dor oncológica, por exemplo, acaba utilizando também o THC.
E qual é a
grande preocupação que nós temos? Que a regulamentação que o governo federal
vai apresentar não exagere demais na restrição do THC e a gente tenha um
produto que acabe não sendo eficiente e efetivo para muitas patologias. É por
esse motivo que eu chamo a atenção aqui.
E peço que a
Anvisa possa se debruçar sobre esse tema, com empatia, principalmente. Que é o
que falta, por vezes, no poder público, para algumas pautas. Para algumas, eles
acabam avançando muito. Mas, para outras, acaba faltando empatia.
E eu falo empatia
por quê? Porque, normalmente, o ser humano, infelizmente, espera alguém da sua
família precisar de um medicamento como esse para passar a defender. E, da
nossa parte, enquanto agentes públicos, eleitos pelo povo, nós temos que ter
empatia pelas pessoas.
Independentemente
de ter alguém, no seu círculo de amizade ou na sua família, precisando daquele
produto, daquele medicamento. Quero lembrar que os produtos à base de cannabis,
os medicamentos, já são autorizados aqui no Brasil desde 2015.
Só que eles são
inacessíveis para a esmagadora maioria dos brasileiros. Eles não têm condição
alguma de pagar R$ 1.000,00 ou R$ 1.500,00 por um frasco de um produto que vai
durar, normalmente, um mês - ou talvez nem isso, dependendo da dosagem que você
precise usar.
É claro que,
como tudo, se o produto, se aquele medicamento for mais forte, você
provavelmente vai usar menos aquele produto. Porque os efeitos serão mais
intensos para aquela pessoa.
Então eu quero
chamar a atenção, quero pedir a esta Casa que possa me ajudar nesta missão. E
pedir que o governo brasileiro aproveite esta oportunidade, que a Justiça
brasileira deu. Porque quem obrigou que o governo pudesse apresentar uma
regulamentação foi o STJ, não foi o Congresso Nacional, não foi um órgão
federal. Não, foi a Justiça brasileira que obrigou que o governo federal
apresente uma regulamentação.
E eu considero
extremamente importante que a gente possa apresentar. Porque não faz sentido
algum que um país como o nosso, que tem um agronegócio forte, que tem solo, que
tem clima, que tem a dimensão do Brasil, tenha que importar produtos à base de cannabis.
Sendo que, eventualmente, pode ser uma commodity brasileira nova a ser
explorada, gerar emprego, gerar renda. Enquanto isso, a gente fica tendo que
importar produto que poderia ser produzido aqui.
A gente tem
aqui no Brasil uma vertente única das associações canábicas que têm o direito
garantido pela Justiça de produzir o seu próprio medicamento, que hoje já
fornecem os produtos para mais de 200 mil famílias, com um preço um pouco mais
acessível do que na farmácia.
Creio eu que
tem espaço para todos aqui no Brasil. Tem espaço para um produto artesanal das
associações. Tem espaço para quem pretende um produto com um grau farmacêutico
mais elevado.
Ou seja, da
indústria. Tem espaço, inclusive, para um auto cultivo para as pessoas que têm
mais habilidade e podem cultivar na sua própria casa, para tratar o seu parente
querido. Às vezes, um filho ou um idoso, um pai, um avô, que precisa, que passa
por algum trauma pessoal.
Então eu peço
que a minha fala possa ser encaminhada para a Anvisa, já que amanhã pode ser um
dia decisivo para o Brasil, sobre esse tema tão importante. A gente fará, na
Assembleia, ainda este mês, mais uma reunião da Frente Parlamentar da cannabis
e do Cânhamo, que eu presido. O nosso vice-presidente é o deputado Suplicy.
Este ano, nós
vamos financiar, em um milhão e meio de reais, um edital de emendas, eu e o
Suplicy, para projetos sem fins lucrativos sobre este tema. A gente segue na
luta, do ponto de vista estadual, para que a Secretaria Estadual da Saúde possa
ampliar o rol de patologias contempladas. Até esse momento, tem, em média, 400
famílias acessando os produtos à base de cannabis pelo SUS paulista. O que, ao
nosso ver, é muito pouco ainda, pela dimensão que tem o estado de São Paulo.
Peço que a
minha fala possa ser encaminhada para a Anvisa e também para a Secretaria
Estadual da Saúde.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Eu agradeço,
deputado Caio França.
Assim como acompanhei, o tempo todo, a
luta de V. Exa. para que a cannabis fosse aprovada aqui e sancionada pelo
governador, e foi. Foi uma luta de V. Exa., junto com todos que participaram
com o senhor. Mas, sobretudo, V. Exa. puxou essa luta.
Por óbvio, todos nós temos interesse.
Porque já vimos o resultado da cannabis nessas doenças que precisam desse remédio.
E também, tirar uma nota, para a Anvisa. Não sei se é nota, ou ofício da Casa,
já que é pedido de um deputado, de uma comissão que ele preside, para que a
Anvisa não coloque tantas restrições, como costuma colocar, para liberar os
remédios que vêm aí, acho que atender a população que precisa.
Muito obrigada, deputado, pela luta e
parabéns.
Eu passo, então, já, a palavra à
próxima, à deputada Márcia Lia, em permuta com a deputada Thainara Faria. Muito
obrigada, deputada. Tem V. Exa. dez minutos regimentais.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde a todos, a todas, ao pessoal que nos
acompanha aqui nesta sessão. Muito obrigada pela presença do pessoal de
Palmeira D’Oeste, que está aqui na Casa.
O que me traz
aqui, Sra. Presidenta, é um assunto que tem deixado o Brasil muito preocupado,
que é a questão do tarifaço. Nós estamos vivendo um momento de muita
conturbação na economia brasileira, porque o governo precisou correr atrás de
resolver problemas que foram ocasionados pela irresponsabilidade, pela falta de
compromisso daqueles que se dizem patriotas e que, efetivamente, de patriotas
eles não têm nada.
Nós estamos
assistindo a esse tarifaço que foi imposto pelo presidente dos Estados Unidos,
o Trump, que é da ordem de 50% dos produtos que estão sendo exportados para os
Estados Unidos. Essa ofensiva, essa grave ofensiva contra o Brasil, contra os
brasileiros, tem uma implicação muito séria na economia, e a gente precisa
falar sobre essa situação, porque as consequências serão desastrosas se o
governo do presidente Lula...
E o Lula está,
sim, tomando as providências para evitar que 906 cidades do Brasil, que têm
exportações para os Estados Unidos, sofram consequências dessa situação.
Portanto quero fazer menção aqui.
Em março de
2025, nós tivemos a licença do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que foi para
os Estados Unidos com a intenção, na perspectiva, de fazer com que nós,
brasileiros, sofrêssemos essas sanções que estão sendo infligidas às nossas
empresas, aos nossos empresários, aos nossos ministros do Supremo Tribunal
Federal e a tantas outras pessoas que têm cuidado de preservar a nossa
soberania, a nossa democracia e fazer com que aqueles, que a Procuradoria-Geral
da República inclui como sendo pessoas que têm que responder pelos seus crimes,
como aqueles, que no dia 8 de janeiro de 2023, tentaram um golpe de estado
neste país.
Essas pessoas
têm que responder. Várias delas já estão respondendo, e as que ainda estão com
processo judicial em curso terão, sim, que responder pelas suas
irresponsabilidades, pelo quebra-quebra, pela destruição que fizeram com o
patrimônio da Nação.
Nós não podemos
aceitar. Eles estão muito nervosos, muito irritados, porque o senhor
ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que é um dos que responde a processo
judicial e que, provavelmente, será, sim, criminalizado, vai ter que pagar uma
pena pelo que cometeu, foi, no dia 18 de julho próximo passado, foi a ele
infligida uma pena por descumprimento de medidas cautelares.
Havia, sim, uma
determinação de que ele cumprisse algumas determinações do Supremo Tribunal
Federal, que eram as tais medidas cautelares; ele as descumpriu e, em as
descumprindo, foi obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica. E aí aqueles que
não aceitam, que não se conformam, querem prejudicar o País, querem prejudicar
os nossos empresários, as nossas empresas, querem prejudicar a economia do
Brasil.
E eu não estou
falando nada além daquilo que o próprio Eduardo Bolsonaro, nas suas lives, nas
suas redes sociais tem dito. Ele tem dito que ele está, sim, buscando
prejudicar as pessoas, prejudicar o Supremo Tribunal Federal, prejudicar o
governo brasileiro, prejudicar os nossos exportadores, prejudicar todas as
pessoas que não aceitam que o Supremo Tribunal Federal desista da penalização
que deve ser infligida àqueles que cometeram os crimes no dia 8 de janeiro.
Eles querem, a despeito de se dizerem patriotas, que de patriotas eles
absolutamente não têm nada, mas, a despeito disso, eles estão fazendo com que o
Brasil sofra aí várias penalizações.
Nessa semana,
mais exatamente amanhã, havia uma agenda programada com o ministro da Economia,
do Tesouro Norte-Americano, onde o nosso ministro da Fazenda, o nosso Fernando
Haddad, deveria estar negociando essas taxações para que a gente pudesse
minimizar os efeitos, os efeitos nefastos que, com certeza, atingirão a nossa
economia.
Porém, por
interferência, sim, do Sr. Eduardo Bolsonaro, sim, porque ele disse nas redes
sociais que ele estaria se deslocando para a cidade de Washington, onde ele
faria tudo o que fosse possível para que o país fosse prejudicado até que o seu
pai seja anistiado, e os golpistas do dia 8 de janeiro também. Então, nós não
concordamos, porque nós temos aí 906 cidades que, de alguma forma, sofrerão com
essa penalização.
O governo
brasileiro tem tomado todas as providências no sentido de minimizar, de mitigar
os impactos dessas medidas, incluindo linhas de crédito, prorrogação de
tributos e negociação com outros países que possam adquirir os produtos
brasileiros, como a laranja, o café, a madeira, os minérios. Enfim, nós estamos
sabendo que a cidade de Piracicaba é uma das cidades que mais será afetada,
deputada Bebel, a sua cidade, Piracicaba.
A cidade de
Matão também, que exporta muitos produtos. Também a cidade de Colina, a cidade
de Pederneiras e tantas outras cidades do estado de São Paulo, empresários do
agronegócio, que estão aí se debruçando sobre como sairemos dessa situação para
que nós tenhamos o mínimo possível de problemas em relação à nossa economia.
E o governo
federal tem atuado, tem buscado soluções, tem conversado com os empresários. O
conselhão do governo federal tem se reunido com os empresários do agronegócio,
tem se reunido com aqueles que serão diretamente afetados por esse tarifaço.
Então, senhoras
e senhores, nós somos defensoras do nosso país, defendemos a nossa soberania,
entendemos que o Brasil não está à venda, que o Brasil precisa, sim, ter o
compromisso com o nosso povo, o compromisso com o trabalho dos nossos
trabalhadores, o compromisso com o sustento das famílias brasileiras, e nós não
podemos permitir que, por conta de uma família, uma única família, nós tenhamos
que sofrer todas essas agruras, todas essas aflições que nós estamos sofrendo.
Essas medidas
desses falsos pseudopatriotas afrontam a soberania nacional, elas dão um
exemplo claro da irresponsabilidade daqueles que estão tomando medidas
antidemocráticas e contra o Brasil.
Portanto,
também têm essas pessoas que responder, que responder criminalmente, têm que
responder por seus atos, porque não são pessoas ignorantes, não são pessoas que
não conhecem a lei, e ninguém pode se furtar à aplicação da lei quando comete
crime. Portanto, nós defendemos soberania nacional, defendemos que o Brasil
continue sendo uma nação democrática e sem taxação pelos países que querem
usurpar a nossa economia.
Muito obrigada,
Sra. Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada,
deputada Márcia Lia.
Passo, então, a seguir a lista de
oradores inscritos. Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Atila
Jacomussi. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura.
(Pausa.)
Deputada Monica Seixas do Movimento
Pretas. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado
Reis, por permuta com deputado Teonilio Barba.
Tem V. Exa. dez minutos regimentais.
O SR. REIS - PT - Deputada Professora Bebel, eu quero deixar registrado neste Grande Expediente a cobrança ao governador Tarcísio de Freitas para que proceda o quanto antes à nomeação dos policiais civis que prestaram concurso, e estão aguardando a nomeação. É fato que, até agora, nós temos bastantes reclamações de falta de funcionários.
O sistema de governo nosso não é um sistema inteligente. Pelas informações que me chegaram, mais de mil policiais, entre policiais civis, policiais militares, técnico-científicos, penais, ou foram exonerados, ou pediram exoneração.
O Estado investe na formação, e, de repente, em tão pouco tempo, acaba perdendo esses policiais que passaram pelo concurso, que é um processo demorado, um processo dificultoso, e acabam sendo exonerados, ou pedem exoneração, porque o salário é muito ruim, o salário é baixo e acabam não ficando na carreira.
Então, no último concurso, que é um concurso para 3.500 novos policiais civis, o governador nomeou 35 peritos criminais, de um total de vagas de 249. Então ele está fazendo por partes.
É uma operação Frankenstein, vai nomeando por partes: 35 peritos, do montante de 249. Nomeou bastantes escrivães, mais de mil escrivães, praticamente quase que a integralidade, porque o concurso prevê 1.333 vagas; 115 médicos legistas nomeados, de um total de 116; e até agora não se nomeou nenhum investigador, de um total de 1.250. E delegados de polícia, o edital prevê 552 vagas, mas até agora o concurso não foi finalizado para delegados de polícia.
Então quero deixar registrado aqui para que o governador seja mais ágil, mais eficiente, para que o sistema de admissão seja mais eficiente e possa, o quanto antes, nomear esses concursados para delegados de polícia, para investigadores de polícia e também os peritos criminais, porque faz falta não ter esses funcionários trabalhando no dia a dia. É preciso cobrar o salário, cobrar a valorização, mas é preciso cobrar a recomposição desse efetivo, que o governador possa pôr um novo edital na praça.
Um novo edital, porque, somando os 3.500 desse concurso, mais os 4.000 do concurso anterior, do governo anterior, que foram nomeados nessa gestão, nós ainda estamos falando de cerca de 7.500 funcionários, que não resolvem as mais de 15.000 vagas em aberto.
E sem contar essa grande saída, essa grande evasão que tem no estado, no setor da Segurança Pública. Forma-se, gasta-se dinheiro para formar o servidor, para preparar o servidor; daqui a pouco, ele pede exoneração, porque o salário, deputada Professora Bebel, não é compensador, o salário é baixo.
E o governador prometeu que a polícia de São Paulo seria o décimo melhor salário do País. Isso foi uma promessa antes de ganhar as eleições, uma promessa que ele fez em um programa da Jovem Pan; está gravado.
Então eu quero deixar registrada, nessa primeira parte da minha fala, a cobrança para que haja um novo concurso, um novo certame, um novo edital na praça, para complementar as vagas que estão em aberto, para que o governador realmente resolva essa questão da valorização dos servidores da Segurança Pública, que ele cumpra a promessa de campanha que ele fez. E, quanto ao concurso que está em andamento, que ele possa o quanto antes nomear esses profissionais que estão aguardando a nomeação.
Depois, eu quero também deixar registrado, deputado Donato, sobre a questão dos pedágios. Isso não é um fato, não é um caso resolvido. A população está se rebelando em várias regiões do estado de São Paulo.
Inclusive, agora, recentemente, nós tivemos uma grande manifestação na Raposo Tavares, por conta dos pedágios. Eu, no sábado, fui inaugurar uma praça de esportes e lazer lá em Pilar do Sul; no caminho, deparei com vários pórticos na Raposo Tavares sendo montados.
Tem pórticos que distam cerca de oito quilômetros um do outro. Isso aí mostra que realmente a população vai ser muito prejudicada. E o governo não está ouvindo, o governo não está ouvindo o que a população está falando. Por isso que a gente tem que usar a tribuna, porque aqui fica registrado, aqui a nossa fala vai ser publicada no “Diário Oficial”, para que chegue aos ouvidos do governador, porque ele está mouco; ele faz de conta que não é com ele.
Eu até o vi, esses dias, numa rede social, comendo lá no Vitão do Cachorrão, comendo um cachorro-quente lá. Foi lá comer cachorro-quente para tentar apaziguar a briga que o Vitão fez lá em Sorocaba. Mas o fato de ele ir lá comer cachorro-quente, e manter os pórticos, não vai resolver nada.
Então, nós temos reclamações na Baixada Santista, pela grande quantidade de pórticos que serão instalados lá: nós temos as reclamações da Rota Sorocabana, da Nova Raposo, da Rota Mogiana, da Paranapanema. E o governador tem que ouvir, ele não está ouvindo.
Ele tem que ouvir: as pessoas não querem pagar para sair de casa, não querem pagar para voltar para casa. Porque o que se está colocando, principalmente quando eu estava indo lá para Pilar, passando por Alumínio, dá para você ver a distância: as cidades são todas próximas umas das outras. E muitas pessoas trabalham em uma cidade e residem em outra cidade, na cidade próxima.
Trabalha em Pilar, mora lá em Alumínio, mora lá em Salto de Pirapora. Todas essas pessoas serão penalizadas com essa grande quantidade de pedágios “Free Flow”. Além de, claro, deixar registrado que onde se colocaram esses pedágios “Free Flow” as pessoas que muitas vezes desconhecem, porque não tem uma campanha educativa, uma campanha informativa, elas muitas vezes são surpreendidas e multadas por evasão de pedágio, porque ela nem sequer conhece aquilo como pedágio, aquela armação de ferro ali, aquela estrutura metálica. Ela passa por ali e nem sabe que aquilo é um pedágio e acaba, também, pagando a multa de R$ 195,23 e mais os cinco pontos na sua carteira.
Então acho que o governador olha para a sua popularidade nas pesquisas: “estou com 60%, eu posso fazer tudo”, e eu entendo que ele não pode fazer tudo. Governador pode muito, mas não pode tudo.
Eu tenho dito que ele tem que recuar nessas questões desses pedágios “Free Flow”, a população não está satisfeita, não está aceitando e a população não quer pagar passagem de casa e pagar para voltar para casa. Então o que eu posso dizer, governador, mais conhecido como “Tarciságio”, é: recue. Recue, Tarcísio.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Bom, eu
agradeço o deputado Reis. A primeira parte da fala de V. Exa. também combina
com a nossa, que é a chamada dos concursados, e passo a chamar... E, claro,
concordo com a segunda parte também.
Passo a chamar os próximos oradores,
deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Donato, em permuta com o deputado Luiz
Fernando, deputado Donato é o nosso líder na bancada do Partido dos
Trabalhadores.
Tem V. Exa. os dez minutos regimentais.
O SR. DONATO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que nos acompanham
pelas redes sociais e pela TV Alesp, Sra. Presidente deputada Bebel presidindo
a sessão neste momento.
Sra.
Presidenta, eu gostaria de tratar alguns assuntos aqui e o primeiro deles diz
respeito a um debate que teve hoje no Colégio de Líderes, bastante importante,
promovido pelo presidente André do Prado sobre os municípios de interesse
turístico.
Esses
municípios... Existem vários projetos de lei para que esses municípios possam
ser classificados como municípios de interesse turístico, e o presidente propôs
ao Colégio de Líderes, e foi aceito, que esses projetos, que são 70, sejam
assinados por todos os deputados e a gente possa aprová-los ainda em agosto.
Isso é muito importante e eu acho que isso é significativo, é um passo
importante da Assembleia Legislativa.
Mas presidenta
Bebel, veja só, eu fui olhar o orçamento destinado a instâncias turísticas e
aos municípios de interesse turístico. Eu gostaria que fosse projetado, por
favor. Vejamos o que está acontecendo, porque a gente pode aprovar uma lei que
não tem efeitos práticos, nós promoveremos 70 novos municípios, já são 140
municípios de interesse turístico, 70 instâncias.
Por que esses
municípios batalham para ser? Batalham porque existe um recurso orçamentário
votado por este parlamento todos os anos para que seja distribuído entre os
municípios para ter o apoio à atividade turística de cada município.
A gente pode
ver aí na tabela que em 2021 e 2022 foi cumprido o orçamento, às vezes com
alguma limitação, mas a partir de 2023, quando o governador Tarcísio assume, já
começam os cortes em 2023. Em 2024 e 2025 não foi pago nada.
O governador
está sequestrando um dinheiro que é do direito dos municípios classificados
como instâncias turísticas, 70, e os municípios de interesse turístico, cento e
quarenta. Duzentos e dez municípios dos mais de 650 do estado de São Paulo tem
o dinheiro sequestrado. Um governador que fala sobre responsabilidade fiscal,
fala que teve superávit, mas o Tribunal de Contas mostrou que o superávit do
ano passado não era superávit, era déficit, só virou superávit com o dinheiro
da privatização da Sabesp. Mas é um dinheiro que só acontece uma vez na vida,
ou seja, não é sustentável. Então não existe superávit, existe déficit.
Olha só, quanto
o governador Tarcísio deixou de pagar, surrupiou dos municípios estâncias
turísticas e municípios de interesses turísticos. Fiz uma pequena conta dos
três anos dele, 2023, 2024 e 2025. Em 2023, tinha que pagar 450, pagou só 283
para as estâncias, e dos 112 dos municípios de interesse turísticos pagou só
66.
Mas este ano
ele ainda pagou alguma coisa de 2023. Em 2024, presidenta Bebel, dos 475
milhões orçados para as estâncias turísticas, não foi pago nada. Dos 118 para
os MITs, também não foram pagos nada. Em 2025, a mesma toada, já estamos em
julho, 492 milhões orçados para as estâncias e 123 para os MITs, nada pago.
Fazendo uma
conta simples aqui, ele deixou de pagar para esses municípios um bilhão e 400
milhões de reais. Um bilhão e 400 milhões de reais. Que falta faz esse dinheiro
para os municípios.
A senhora, que
é uma deputada, tem uma atuação forte no interior, maior que a minha, a senhora
sabe que os prefeitos estão todos insatisfeitos com o governador. Não falam
publicamente porque têm medo de retaliação. Mas não existe um prefeito que eu
converse que não esteja insatisfeito.
Aliás, quem me
alertou sobre esse problema foi um prefeito de uma estância turística, que não
posso falar para ele não ser punido, mas falou: “Veja lá, porque nós não
estamos recebendo o dinheiro a que a gente tem direito”. E fui olhar, e de fato
é criminoso isso aqui.
Então nós vamos
representar no Tribunal de Contas do Estado, se for necessário ir até o
Ministério Público. Ele está descumprindo uma lei aprovada nesta Casa, que é
uma lei de 2015, Lei n° 1.261, de 29 abril de 2015, e desrespeitando o
Orçamento votado por esta Assembleia mais de uma vez. Dois anos seguidos e no
ano de 2023, também executou muito pouco.
Então vamos
cobrar firmemente, porque não adianta a gente aprovar mais 70 MITs aqui e não
ter dinheiro. Só está no papel, não vale de nada para a gente estimular a
atividade turística, que é uma indústria importante, gera emprego, gera
atividade econômica, gera renda e que precisa ser estimulada no estado de São
Paulo. O primeiro aspecto que gostaria de falar é esse.
O segundo
aspecto diz respeito ao PLC nº 09, que reestrutura a carreira de pesquisador
cientifico e que tem uma forte resistência dos quase dois mil pesquisadores
científicos do estado, mais de mil na ativa e quase mil como inativos.
E dizem que
esse PLC vai desestruturar carreiras, vai desestimular atividade cientifica nos
institutos de pesquisas em que eles trabalham e que produzem tanto para o
estado de São Paulo, que geram tanto conhecimento e conhecimento aplicado na
Agricultura, na Medicina, nas várias áreas, no Butantan, nos vários institutos
que existem aí.
E a gente pediu
que fosse retirado da pauta, que estava na pauta para hoje ser votado, temos
uma reunião com o secretário da Casa Civil, Arthur Lima, na terça-feira que
vem, e esperamos que o governo possa se sensibilizar, que não seja um governo
negacionista, como quem o inspira, e destrua as atividades, a carreira de
pesquisadores científicos no estado de São Paulo.
E por último,
deputado Reis, amanhã na Comissão de Transportes virá o secretário Benini, o
pai do pedágio “Free Flow”, pai não, talvez o filho, o pai é o Tarcísio, o pai
é o Tarcísio, mas ele é o que executa lá, é o empregado do pai.
E lá vai ser um
momento importante da gente fazer esse debate, deputado Reis. Então, convido-o
a participar. Amanhã às duas horas estaremos lá com um monte de perguntas,
porque o que o deputado Reis falou é a pura verdade. Na Manoel da Nóbrega, em
60 quilômetros, são 12 pedágios, um pedágio a cada cinco quilômetros. E virará
um pedágio urbano.
As pessoas,
para irem trabalhar, para ir no posto de saúde, no hospital, para ir na escola,
e os turistas pagarão muito mais de pedágio com esse pedágio “Free Flow”. Isso
está acontecendo na Rota Sorocabana, com grande resistência.
Na Mogiana, o
leilão ainda não foi feito, e ele disse que recuou, mas no papel não assinou
nada para recuar. Então nós vamos cobrar amanhã o secretário para ver se ele
recuou mesmo ou não, mas a gente vê que o Tarciso, na verdade, quer entregar
para a iniciativa privada a exploração de rodovias que eram administradas pelo
DER, que tem recursos para isso.
A Bunjiro
Nakao, que liga Vargem Grande a Ibiúna e Piedade, por exemplo. Foi anunciada a
conclusão da duplicação, que ficou paralisada há anos, pelo DER, com mais de
150 milhões. Depois de três anos, ele falou: “Não, não vai ser pelo DER, vai
ser pela concessionária”. Então o dinheiro que era do orçamento do estado vai
vir de quem? Da concessionária? Lógico que não, vai vir de quem paga pedágio,
porque a concessionária não põe dinheiro.
Aliás, os
investimentos só vêm depois da implantação dos pedágios. Na Manoel da Nóbrega,
por exemplo, a gente tem os investimentos previstos para 2031, 2032. Agora, o
que eles puseram? Põem uma ambulância, pinta uma faixa lá e diz: “Eu estou
investindo”. Está nada.
O investimento
pesado só vem depois da arrecadação de muito pedágio. Então quem paga o
investimento na rodovia não é a iniciativa privada, quem paga são todos aqueles
que passam pelo pedágio.
E esse pedágio
vai punir a população moradora ao longo dessas estradas, porque - como ele é de
trechos pequenos em trechos pequenos - ele vira um pedágio urbano. E isso é um
absurdo, o que o governador está fazendo. Vai ter a nossa resistência e está
tendo a resistência, principalmente, da população que mora nessas regiões.
Muito obrigado,
presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada,
deputado Donato.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sra.
Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Pois não,
deputado Giannazi?
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de
utilizar a tribuna pelo Art. 82 do
Regimento Interno, pela liderança do PSOL.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PELO ART. 82 - Sra. Presidenta, deputada Bebel, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, de volta à
tribuna no dia de hoje. Eu queria aqui dizer que o UOL, a “Folha de S. Paulo”
estão fazendo matérias sobre os cartórios extrajudiciais do Brasil, revelando
as contradições desses cartórios.
Sobretudo, algo
que me chamou muita atenção foram os salários que ganham os delegatários,
praticamente os donos desses cartórios. A matéria publicada dá conta de que
existem donos de cartórios ganhando até 530 mil reais por mês, mas a média
mensal desses cartórios, segundo a matéria do UOL, é de aproximadamente 156 mil
reais por mês que ganha o dono de um cartório.
Mas o que me
chama mais atenção é que, nessas matérias - são três ou quatro matérias
publicadas no UOL e nenhuma delas existe uma menção, uma preocupação com a
situação dos trabalhadores cartorários, com as pessoas que trabalham nesses
cartórios, onde a situação lá é muito grave -, algo surreal acontece, porque,
em pleno século XXI, em 2025, esses cartorários, esses trabalhadores e essas
trabalhadoras dos cartórios extrajudiciais não têm direito aos direitos
trabalhistas básicos, como fundo de garantia, aviso prévio, embora eles sejam
contratados pela CLT.
Existe um
vácuo, um vazio nessa questão que nós estamos tentando resolver aqui pela
Assembleia Legislativa e pela Câmara dos Deputados. Eu já realizei audiências
públicas aqui na Assembleia Legislativa, nós realizamos uma outra audiência
importante em Brasília, na Câmara dos Deputados, através do mandato da deputada
federal Luciene Cavalcante, que apresentou um projeto de lei que foi construído
coletivamente pelos cartorários e cartorárias.
Eu apresentei
um outro aqui na Assembleia Legislativa para resolver essa gravíssima situação
de injustiça trabalhista com os trabalhadores dos cartórios do estado de São
Paulo e, no caso aqui em tela, que eu citei o projeto federal, que vai resolver
a situação em todo o território nacional.
Eu me refiro
aqui ao Projeto de lei, da deputada federal Luciene Cavalcante, nº 1.030, de
2024, e o meu, que é o PL 477/24, que cria aqui um fundo para pagar os direitos
trabalhistas quando há a vacância da delegação, ou seja, quando existe a
renúncia ou a morte de um delegatário, de um dono do cartório.
Então, nessa
vacância, antes de assumir um novo delegatário, que agora é feito através de
concurso público - que é realizado pelo Tribunal de Justiça, que, na verdade,
faz a fiscalização dos cartórios -, esses trabalhadores ficam desamparados
quando chega o novo delegatário.
Ele não tem
nenhum compromisso trabalhista com os servidores que ali estão, nem o antigo
que saiu, nem o estado, ou seja, os cartorários ficam ao Deus dará. Não tem a
quem recorrer: nem ao antigo delegatário, ou que morreu, ou que renunciou, ou
que foi afastado; nem ao novo, que assumiu no novo concurso; nem o estado se
responsabiliza pelos direitos trabalhistas.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
* * *
Normalmente
esses cartorários são demitidos, são afastados, porque o novo delegatário, que
foi aprovado no concurso, ele traz o pessoal dele, os trabalhadores que ele tem
interesse, mantém alguns poucos. E aí esses trabalhadores que estão há 20, 30
anos trabalhando nesses cartórios ficam abandonados, praticamente, sem poder
acessar fundo de garantia e todos os outros direitos trabalhistas.
Então, isso é
muito grave, por isso que nós já fizemos audiências públicas na Alesp, na
Câmara dos Deputados, nós já tivemos audiência pública, audiência e reuniões
com o corregedor aqui do Tribunal de Justiça, e continuamos aqui insistindo
nessa luta para que essa situação seja resolvida imediatamente e que os
direitos trabalhistas dos cartorários e cartorárias sejam respeitados, que eles
sejam tratados com dignidade, porque, eu repito, é inconcebível e surreal que
isso esteja acontecendo.
Eles são
contratados pela CLT, mas não têm os direitos da CLT. Então, nós apresentamos
aqui propostas que foram construídas coletivamente pelos próprios trabalhadores
dos cartórios.
O projeto de
lei tramita aqui na Assembleia Legislativa e o projeto de lei tramita em
Brasília, e fora as reuniões que nós estamos fazendo aqui no Tribunal de
Justiça e agora também que nós estamos já organizando junto ao Conselho
Nacional de Justiça. Era isso.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem,
nobre deputada Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Para fazer uso do
Art. 82 pela bancada do Partido dos Trabalhadores.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem V. Exa.
o tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT
- PELO ART. 82 - Muito obrigada, Sr. Presidente.
Bem, sobre esta
tribuna começo cumprimentando o presidente e deputado Marcolino, enfim, toda a
Mesa Diretora de trabalhos, assessores à minha esquerda e à minha direita,
público presente e todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.
Eu não poderia
deixar de fazer uma fala sobre novamente o tarifaço do presidente dos Estados
Unidos da América, o Donald Trump, que criou, sim, eu acredito, uma guerra. Eu
não vou falar nem guerra comercial, mas uma guerra entre países que
lamentavelmente estão sendo afetados. Até pouco tempo o Brasil era o mais
tarifado. Hoje é a Índia, com 52% sobre os produtos.
Então, me
parece um ataque frontal deste presidente aos países que têm riquezas,
sobretudo os minerais, porque é do minério que tem produção de tecnologias e a
gente tem que entender que o Brasil é rico em minérios, e que por isso nós
estamos sendo o alvo.
O caso do
ex-presidente tem um peso sobre isto? Eu acredito que, digamos que ele está
indo na vibe disso aí, mas eu acredito que o central para os Estados Unidos da
América é o que representa o Brasil no cenário internacional, no que diz
respeito ao aspecto econômico.
E, por óbvio,
sempre engordaram os olhos aqui, desde quando o Brasil era colônia, foi
explorado por Portugal, depois, enfim, nós tivemos aí, por óbvio, um povo que
primeiro chegou aqui, mas estavam os indígenas, e a gente sabe perfeitamente
toda a história do Brasil. Ela se encontra agora com esse olhar ganancioso do
presidente Donald Trump. Dos municípios que sofreram, (Inaudível.) 646 itens
foram retirados.
Mesmo assim,
nós temos Piracicaba, que é o município de onde eu sou oriunda, que vai ter aí
um comprometimento de mais de um bilhão. Mais de um bilhão. Não é isso,
deputado Marcolino? E isso, a gente tem sido procurado pelos industriários,
sobretudo das máquinas, a Caterpillar do Brasil, que está aqui. O maior parque
industrial da Caterpillar está lá em Piracicaba. Eu fui visitar.
Então, vejam
bem vocês. E a gente, nós poderíamos sofrer muito, como em Matão, eu
conversando com Cido Ferrari, que é prefeito de Matão, ele disse: “gente, nós
vamos ter uma perda de arrecadação muito intensa, o que implica, não tendo
arrecadação, há ataques na Saúde, na Educação, em todas as políticas públicas
que o município venha a sofrer, venha a sentir”.
Então, por
isso, nós temos que, sim, fazer essa luta pela soberania nacional, pela
democracia e pela garantia dos produtos brasileiros. E, por óbvio, tanto o
presidente Lula como o vice-presidente Alckmin, que é o presidente, inclusive,
aliás, ministro das indústrias e comércio, estão agindo pesadamente nessa
questão.
Eu também não
posso deixar de comentar o meu desdém e o meu lamento, como lamentou aqui o
deputado Reis, com relação ao concurso público. Veja bem, foram chamados 15
mil.
Agora, na
verdade, está fazendo chamada, mas para completar somente 15 mil vagas, quando
a gente tem mais de 100 mil professores temporários - nós debatemos isso no
Geduc - para tomarem posse, e foram aprovados 174 mil no concurso. Por que é
que não faz um programa paulatino de efetivação desses professores para tirar
desse limbo de contratação que é o chamado categoria “O”?
Então, nossa
luta deve continuar nesse sentido. Eu terei mais tempo depois para falar, e
agradeço a presença.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Sr. Presidente, peço o levantamento da
sessão.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de
hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se às 16 horas e
30 minutos.
Está levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 10
minutos.
*
* *