16 DE MAIO DE 2025
65ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h09min. Anuncia a presença, nas galerias, de alunos da Universidade São Judas.
2 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
3 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Cumprimenta os alunos da Universidade São Judas, presentes nas galerias.
5 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência. Discorre sobre manifestação, nesta Casa, reivindicando maior investimento público na área da saúde mental.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
10 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 19/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h57min.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e recebe o Expediente.
Antes de entrar aqui na lista de
oradores inscritos, eu quero anunciar a honrosa presença de alunos e
professores da Universidade São Judas, aqui conhecendo o Parlamento Paulista.
Sejam bem-vindos, bem-vindas.
É muito importante a presença de
vocês aqui para conhecer como funciona o processo legislativo, porque aqui é a
Casa do povo. Na verdade, é a Casa de vocês. Os deputados aqui são inquilinos
da Casa. Todo poder emana do povo.
E dando sequência, então, à lista de
oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa) Com a palavra, o deputado Delegado Olim. (Pausa)
Com a palavra, o deputado Tenente Coimbra. (Pausa) Com a palavra, o deputado
Sebastião Santos (Pausa) Com a palavra, o deputado Luiz Cláudio Marcolino.
(Pausa)
Com a palavra, a deputada Fabiana
Bolsonaro. (Pausa) Com a palavra, o deputado Rafael Saraiva. (Pausa) Com a
palavra, o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa) Com a palavra, o deputado Edson
Giriboni. (Pausa) Com a palavra, a deputada Carla Morando. (Pausa)
Com a palavra, o deputado Marcelo
Aguiar. (Pausa) Com a palavra, o deputado Reis. (Pausa) Com a palavra, o
deputado Donato. (Pausa) Com a palavra, o deputado Caio França. (Pausa) Com a
palavra, o deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa) Com a palavra, o deputado
Valdomiro Lopes. (Pausa) Com a palavra, a deputada professora Bebel. (Pausa)
Com a palavra, o deputado Bruno Zambelli. (Pausa) Com a palavra, o deputado
Enio Tatto. (Pausa)
Com a palavra, a deputada Thainara
Faria. (Pausa) Com a palavra, o deputado Itamar Borges. (Pausa) Com a palavra,
o deputado Oseias de Madureira. (Pausa) Com a palavra, o deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa) Com a palavra, a deputada Leci Brandão. (Pausa)
E com a palavra, agora, o deputado
Carlos Giannazi, que sou eu, mas chamo aqui, vejo que o Suplicy está subindo
aqui para continuar presidindo esta sessão, de tal forma que eu possa utilizar
a tribuna para fazer o meu primeiro pronunciamento no dia de hoje.
Passo, então, a palavra para o deputado
Suplicy à Presidência.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito
obrigado por sua atenção para comigo, deputado Carlos Giannazi, a quem justamente
chamo, porque é o próximo orador inscrito no Pequeno Expediente.
Tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Suplicy, que preside esta
sessão. Quero saudar aqui todo o público presente, o telespectador da TV
Assembleia.
E mais uma vez
venho à tribuna para denunciar o que está acontecendo com a Educação do Estado
de São Paulo. Essa gestão Tarcísio/Feder está destruindo a rede estadual. Essa
gestão está destruindo a maior rede de ensino da América Latina. Todos os dias
tem um ataque contra os profissionais da Educação, contra os alunos, contra as
escolas. E eu já tinha denunciado um fato aqui, gravíssimo, mas vou reforçar,
porque a situação está fora de controle.
Eu quero,
inclusive, passar agora um vídeo que eu vou mostrar, da gravidade da situação.
Mas rapidamente eu quero dizer que o secretário de Educação, esse empresário
dono da Multilaser, que não entende nada de Educação, e não tem nenhum
compromisso com a Educação pública, ele agora está perseguindo os gestores, as
diretoras, os diretores. Está demitindo. Tem demissão em massa, transferência
em massa de diretoras e diretores que não atingirem as metas estabelecidas pela
Secretaria da Educação, metas inatingíveis na verdade.
Então, por
exemplo, uma diretora que não força, que não obriga os professores a utilizar
as famigeradas plataformas digitais - que os alunos são contra, todo mundo é
contra as plataformas digitais porque elas não contribuem em nada para a
aprendizagem dos alunos, só para enriquecer quem está vendendo essas
plataformas para a Secretaria da Educação.
Então, o
diretor ou a diretora que não obrigar, que não forçar, que não assediar os
professores para que eles usem as plataformas, essa diretora de escola, por
exemplo, já pode ser afastada da escola.
Se a escola não
tem um bom rendimento nas avaliações institucionais, como Saresp, Saeb, a
diretora vai ser criminalizada, vai ser culpada, vai ser afastada. Se a
professora não cumprir aquela famigerada Resolução nº 4, que eu cunhei a frase
de “vigiar e punir”, porque não tem nada de apoio presencial nela. Aquilo é
perseguição, é assédio para fiscalizar, para controlar as aulas do professor.
Ou seja, o diretor tem que entrar na sala de aula e fiscalizar a aula do professor
e da professora. Então, se a direção não faz isso, ela também será punida, será
transferida.
E se a escola
também não for atrás dos alunos, se houver desistência, não por culpa da
escola, mas tem questões econômicas, sociais, familiares, culturais; enfim,
questões que são externas à escola, que provocam a evasão escolar. Então o
diretor também vai ser culpado de tudo isso.
Então, como o
professor não consegue alcançar essas metas todas... Eu sou diretor de escola,
Sr. Presidente, da rede pública. Trabalhei anos na rede estadual e na rede
municipal de São Paulo. Essas metas são inatingíveis.
Como há um
fracasso da política educacional da gestão Tarcísio/Feder, ele quer agora
colocar a culpa em alguém. Então ele pegou como bode expiatório, em primeiro
lugar, os gestores, por isso que ele está transferindo, está demitindo em massa
em várias diretorias de ensino. E também afastando dirigentes de ensino, que
são nomeados pelo próprio governo. Já pelo menos mais de 20 foram exonerados
dos seus cargos.
Então é isso
que está acontecendo. Só que, Sr. Presidente, essa situação está criando uma
revolta generalizada na rede. Isso porque eu não falei da perseguição em cima
dos professores, nesse caso específico aqui; já falei em outros momentos.
Professores também
são extremamente perseguidos pelo uso das plataformas digitais, ou pelo não
uso. O fato, Sr. Presidente, é que já há uma mobilização. A comunidade escolar
não aguenta mais; as escolas começam a fazer mobilizações espontâneas em cada
escola onde há transferência.
Eu quero citar
aqui uma delas. Eu tenho aqui um abaixo-assinado de uma escola, Sr. Presidente.
Eu vou ler aqui, Sr. Presidente, até pedir um pouco mais de tempo, porque eu
tenho que ler esse abaixo-assinado, que é ilustrativo, mostra o que está
acontecendo em toda a rede de ensino, mostrando a falência da Educação do nosso
estado e da política educacional.
Então, para
esconder esse fracasso, o secretário começa a penalizar, a criminalizar, a
satanizar as diretoras e diretores, fazendo transferência em massa. É isso que
está acontecendo, hoje, na rede estadual.
Na verdade,
quem tem que ser afastado é o Feder; é o secretário da Educação que tem que ser
afastado imediatamente, porque ele fracassou, Sr. Presidente. Mas rapidamente,
olha, eu falo aqui de uma escola PEI, Escola Estadual Prof. Pascoal Grecco, que
é uma escola que fica numa zona rural, Sr. Presidente. Ela pertence à diretoria
de ensino de Registro. O que diz lá a comunidade, já mobilizada? Ela diz o
seguinte:
“Acreditamos
que a liderança de Alcimar Roberto Klen é fundamental para o bem-estar e o
progresso da nossa escola. Durante sua gestão, o diretor demonstrou um
excelente convívio com os alunos, pais, professores e demais membros da equipe
escolar, construindo um ambiente de respeito, colaboração e confiança.
Sua dedicação e
proximidade com a comunidade são inegáveis e essenciais para o bom
funcionamento da escola, especialmente em um contexto com desafios
significativos, como o que enfrentamos em nossa localização rural.
Apesar dos
inúmeros desafios estruturais que a escola PEI Prof. Pascoal Grecco enfrenta
diariamente, incluindo a falta de energia elétrica, água, internet e recursos
tecnológicos adequados, a gestão do diretor Alcimar Roberto Klen tem sido
notável.
Sob a sua
liderança, a unidade escolar conseguiu aumentar significativamente o número de
alunos matriculados, demonstrando a confiança da comunidade no trabalho
realizado.
Além disso, a
escola alcançou uma classificação de nível diamante entre as 48 escolas da diretoria
de ensino de Registro, um feito expressivo, que reflete o comprometimento de
toda a equipe sob a direção do diretor.”
Então, Sr.
Presidente, aqui está muito claro: a comunidade está defendendo o diretor. Mas
o diretor foi afastado pela diretoria de ensino porque ele não alcançou alguma
dessas metas que eu citei; ele não forçou o professor a usar a plataforma
digital.
Então, mesmo
sendo um diretor querido pela comunidade, competente, que elevou os níveis de
aprendizagem, não interessa: a secretaria vai puni-lo, e ele foi afastado.
Então tem um abaixo-assinado aqui contra a transferência ou a demissão desse
diretor, Sr. Presidente, da Escola Estadual Prof. Pascoal Grecco, que é PEI, lá
da região de Registro. Então fica aqui o nosso protesto.
E por fim, Sr.
Presidente, agora, só para finalizar, eu quero passar um vídeo de um minutinho
para mostrar a mobilização que a comunidade escolar está fazendo, já, em todo o
estado de São Paulo. Aqui é um exemplo só.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Então, Sr.
Presidente, para concluir, essa situação é generalizada em todo o estado de São
Paulo. É aquela frase do Darcy Ribeiro que diz que a crise da Educação não é
uma crise, é um projeto, se casa totalmente com o que está acontecendo em São
Paulo.
Então, a crise
da Educação do estado de São Paulo não é uma crise, Sr. Presidente. É uma
política deliberada da gestão Tarcísio e Feder de destruição da rede estadual
de ensino, de destruição da maior rede de ensino.
Estão acabando
com tudo, com o Magistério, com os gestores, com os nossos alunos, com a
infraestrutura das escolas, estão reduzindo o Orçamento da Educação,
militarizando escolas, vendendo escolas, Sr. Presidente.
Então, com a
palavra o Ministério Público, com a palavra o Tribunal de Contas, porque nós já
acionamos várias vezes, inclusive até o Tribunal de Justiça também; nós já
ingressamos com uma ação popular, com várias outras medidas. E a Assembleia
Legislativa tem que se posicionar também, Sr. Presidente.
Então, nós
vamos continuar denunciando e cobrando aqui o fim das perseguições, do assédio
aos gestores, aos professores, aos agentes de organização escolar da rede
estadual.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, deputado Carlos Giannazi, do PSOL, que aqui, invariavelmente,
quase todos os dias está defendendo a melhor educação para o povo paulista e
brasileiro.
Eu quero também saudar a visita dos
alunos, professores da Universidade São Judas, me colocar à disposição de
vocês, se quiserem fazer uma visita ao meu gabinete, mas um pouco além, depois
desta sessão, no andar M, mezanino, gabinete nº 6.
Peço agora a gentileza do deputado
Carlos Giannazi presidir a sessão para que eu possa também usar da palavra.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra agora o deputado Eduardo
Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.
Lembrando que nós estávamos, deputado
Suplicy e eu, agora, num ato aqui, na frente da Assembleia Legislativa, em
defesa do Capes, em defesa do investimento na saúde mental.
Nós estamos com vários profissionais da
Educação e usuários do Capes, exatamente aqui na Alesp. Eles estão se dirigindo
agora ao Parque do Ibirapuera, para chamar a atenção da opinião pública sobre
esse importante tema, que é o investimento na saúde mental.
Com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputadas,
Srs. Deputados, eu quero aqui hoje falar sobre o Dia Nacional da Luta
Antimanicomial, que será no dia 18 de maio, no domingo, que é o dia que marca a
resistência de pessoas em sofrimento mental pelo cuidado em liberdade.
Inspirados pela
reforma psiquiátrica, os movimentos sociais que lutam pelo fim dos manicômios
vêm apontando que o tratamento em saúde mental não é cárcere, nem trabalho
forçado, tampouco imposição ou discriminação religiosa, racial ou de orientação
sexual.
Exigem o fim de
instituições que viciam a dignidade e os direitos humanos. Instituições essas
que segregam as pessoas do convívio social, dos seus territórios, são incapazes
de tratar condições de saúde complexas, como é o caso dos transtornos mentais.
É simbólico que
o movimento da Frente Estadual de Luta Antimanicomial venha a ocupar a Alesp,
na perspectiva de denunciar projetos de lei que buscam autorizar internações
compulsórias e também de disputar o orçamento estadual para que se fortaleça,
cada vez mais, a rede de atenção psicossocial e seus equipamentos públicos do
SUS em detrimento de instituições violadoras de direitos.
É inadmissível,
por exemplo, que o Estado de São Paulo destine mais recursos às comunidades
terapêuticas do que aos equipamentos públicos de cuidado à saúde mental, que
respeitam essas diretrizes.
Como deputado
saúdo o movimento Ocupa Alesp. Estávamos lá há pouco, o deputado Carlos
Giannazi e eu próprio na manifestação que acontece agora na Assembleia
Legislativa. Como deputado saúdo este movimento Ocupa Alesp. Novamente reforço
a minha preocupação com o acesso ao cuidado digno e à cidadania aos mais
vulneráveis.
Quando pessoas
em vulnerabilidade são protegidas, toda a sociedade se protege e se fortalece.
Me alinho às demandas do movimento Antimanicomial de tratamento sem estigma de
acolhimento não a zelar as crianças; adolescentes; a pessoas negras; mulheres;
LGBTQIAPN+; pessoas em vulnerabilidade econômica; em situação de rua; povos originários;
quilombolas; ribeirinhos; caiçaras; pessoas do campo e da cidade; como os garis
- hoje também é um dia dedicado aos garis, que enfrentam condições de trabalhos
precárias.
A todos esses
grupos, a saúde mental é um bem caro e frágil, devem ser tratados por nós,
parlamentares, com muita atenção e cuidado, no sentido de ampliar a capacidade
de acesso à saúde, justiça, habitação, transporte, renda e melhoria de
condições de vida a essas pessoas e seus familiares.
Nesta semana,
ações coordenadas do Governo do Estado de São Paulo ampliaram a vulnerabilidade
socioeconômica e agravos a saúde mental de populações marginalizadas do centro
da cidade. Na Favela do Moinho, famílias foram sitiadas, crianças revistadas
como criminosas, lares destruídos sob a justificativa falaciosa de combate ao
crime, quando a luta era por moradia digna.
Na Cracolândia,
testemunhamos desaparecimentos forçados, revistas vexatórias, internações
ilegais, políticas que criminalizam a pobreza e negam o direito à vida. Essas
ações não só perpetuam a exclusão, mas também aprofundam traumas e adoecimento
mental entre quem já sofre com a desigualdade.
É urgente,
pois, substituir essa repressão por políticas públicas humanizadas, como o
projeto de lei que apresentei, de espaços de uso seguro e da renda básica de
cidadanias, políticas que garantem saúde, acolhimento, justiça social e a
reparação.
Enquanto o
Estado optar pela violência não descansarei, pois a dignidade de todas as
pessoas, sobretudo as menos favorecidas, não é negociável. Devemos reconhecer a
importância, o protagonismo e os direitos de pessoas usuárias do serviço
psicossocial e dos trabalhadores que, nos territórios, muitas vezes em
condições precárias, conseguem ofertar dignidade e protagonismo às pessoas que
precisam de cuidados. Todos nós temos direito de cuidar de nossa saúde mental
dentro do sistema público de Saúde.
Hoje renovamos
o nosso compromisso de lutar por uma sociedade mais justa, inclusiva, mais
igualitária, solidária e acolhedora para todos. Vamos seguir juntos em busca de
um futuro onde o cuidado em liberdade seja uma realidade para cada pessoa no
estado de São Paulo e no Brasil.
Quero
assinalar, Sr. Presidente, que eu assinei dois projetos de lei juntamente com
todos os deputados da Federação PT/PCdoB, 19 deputados. O Projeto de lei nº
468, de 2025, proíbe o custeio, o investimento ou a contratação de serviço de
tratamento em saúde mental, com características asilares no âmbito do estado de
São Paulo e direciona os recursos para a rede de atenção psicossocial.
O outro é o
Projeto de lei nº 469, de 2025, que estabelece a obrigatoriedade do
financiamento da rede de atenção psicossocial por parte do Governo do Estado de
São Paulo.
Sr. Presidente,
me coloco à disposição de presidir, novamente, a sessão para que possa realizar
um novo pronunciamento.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência...
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - E em seguida, se...
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa
Excelência não quer já fazer o seu pronunciamento? Daí eu desço em seguida,
faço o meu e nós levantamos a sessão. Só vou correr a lista aqui, então, só
para cumprir aqui o Regimento.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
a deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Major Mecca.
(Pausa.) Com a palavra, o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra, o
deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Thiago Auricchio.
(Pausa.) Com a palavra, a deputada Andréa Werner. (Pausa.)
Com a palavra, a deputada Dani Alonso.
(Pausa.) Com, a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra, o
deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Alex Madureira.
(Pausa.) Com a palavra, o deputado Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra, o
deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Conte Lopes.
(Pausa.)
Com a palavra, o deputado Capitão
Telhada. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Com a
palavra, o deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Com a
palavra, a deputada Marina Helou.
Na lista
suplementar, com a palavra, o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra, o deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Paula da Bancada
Feminista.
Vai
falar? Então, com a palavra, a deputada Paula da Bancada Feminista, em seguida
o deputado Suplicy, e depois eu encerro aqui.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde,
Sr. Presidente Carlos Giannazi, deputados aqui presentes, pessoas que nos
acompanham pela Rede Alesp, pela galeria da Casa, funcionários desta Casa.
Sr. Presidente, não é fácil vir aqui comemorar vitórias, mas
hoje eu venho aqui registrar uma vitória muito importante, a vitória dos moradores da Favela
do Moinho, no centro de São Paulo.
São guerreiros, lutadores, que viveram dia horríveis, de
intensa repressão policial, de intenso terror provocado pela CDHU, como eu já
me manifestei aqui neste plenário sobre, mas que, ontem, tiveram uma vitória
importante: a conquista de suas casas, da moradia que lutam por décadas lá na
região.
Uma ocupação em um terreno do governo federal, que há décadas
se transformou em um bairro na beira da linha do trem, ontem conquistou
moradias graças ao programa “Minha Casa, Minha Vida”. O governo federal, o
governo do presidente Lula, se comprometeu em financiar a maior parte,
subsidiar a maior parte da moradia dessas pessoas.
Eu subi aqui nesta tribuna recentemente, esta semana, para
manifestar a minha indignação quando eu e a deputada Ediane fomos recebidas com
bomba pela Tropa de Choque na Favela do Moinho, enquanto a gente se manifestava
com os moradores. Enquanto eu perguntava quem era o comandante daquela ação no
momento que, provavelmente, um nível de truculência aconteceria e nós fomos recebidas com bomba,
com bala de borracha.
Mas hoje venho
aqui dizer que aquilo não foi em vão. Ao contrário de deputados que vieram aqui
dizer que nós estávamos defendendo bandido, na verdade, nós estávamos nos
alinhando a uma luta pela moradia digna na cidade de São Paulo. E essa luta
trouxe uma vitória: a vitória dos moradores da Favela do Moinho.
Eu não poderia
deixar de registrar, aqui, os meus parabéns a esses lutadores de décadas, que
estão lá nessa região e que agora vão sair com casa integralmente subsidiada,
graças ao governo federal, ao governo do presidente Lula, ao “Minha Casa, Minha
Vida” e à luta popular.
Não posso
deixar, também, Sr. Presidente, de manifestar a minha preocupação com o caso
que o deputado Eduardo Suplicy, nosso sempre senador, está acompanhando muito
de perto, que é a situação da região da Cracolândia no centro de São Paulo. É
muito grave o que está acontecendo.
A prefeitura
lavar as mãos e manifestar que não sabe o que aconteceu com pessoas que viviam
na região do fluxo, que essas pessoas desapareceram, que essas pessoas foram
abduzidas, na verdade é uma grave violação.
Hoje houve uma
plenária popular, com a presença do deputado Eduardo Suplicy e de vereadores da
cidade de São Paulo, em que pessoas manifestam sua indignação com relação a
isso, cobram explicações da prefeitura, cobram explicações do governo do
estado.
Eu quero, aqui,
trazer também a nossa preocupação, reiterar essa preocupação e colocar de forma
pública um questionamento à Prefeitura da Cidade de São Paulo e ao Governo do
Estado de São Paulo, para que tratem pessoas como devem ser tratadas, para que
questões de saúde pública sejam tratadas como questões de saúde pública, para
que questões de moradia sejam tratadas como questões de moradia, para que
questões de assistência social sejam tratadas como questões de assistência
social.
O que nós não
podemos fingir é que não existe nada acontecendo no centro de São Paulo e que
pessoas foram abduzidas, desapareceram, como se isso fosse possível, na região
do fluxo do que se conhece como Cracolândia.
Então venho
aqui manifestar a nossa indignação. Nós tivemos, nessa semana, uma vitória da
luta popular com a Favela do Moinho, mas, também, seguimos muito preocupados
com esse projeto de limpeza que o governo do estado quer fazer no centro de São
Paulo.
Um projeto que
quer transformar tudo em terra arrasada, vender o centro de São Paulo para
empresas, transferir a sede do governo do estado para o centro de São Paulo,
mas não sem truculência. Não sem truculência, como fez na Favela do Moinho. Não
sem truculência, como faz com as pessoas que vivem no fluxo da região conhecida
como Cracolândia.
E nós subimos
aqui, mais uma vez, para manifestar indignação, mas também para cobrar
explicações sobre onde estão essas pessoas, em que condições estão sendo
tratadas e como nós podemos pensar soluções de verdade para um problema grave
de saúde pública que nós temos aqui no estado de São Paulo, na capital da
cidade de São Paulo.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputada Paula da Bancada Feminista. Parabéns pela sua intervenção. A sua luta
lá na Favela do Moinho foi fundamental para que nós pudéssemos ter essa vitória
aqui na cidade de São Paulo.
E agora, dando prosseguimento à lista
de oradores inscritos no Pequeno Expediente, já na lista suplementar, deputado
Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Também como a deputada Paula da Bancada Feminista, que
esteve presente tanto nos atos relativos à Favela do Moinho como na Cracolândia,
estivemos lá juntos. E eu venho mais uma vez falar desse tema, pois fiquei
indignado diante da truculência institucionalizada e da violência do Estado
contra o seu próprio povo.
Mas eu tenho
esperança porque, mesmo diante da opressão, a comunidade do Moinho venceu, e
venceu com dignidade. Foram dias bem difíceis, em que famílias inteiras,
pobres, negros e trabalhadores foram sitiados em sua própria comunidade.
O Moinho, com
mais de 40 anos de história, foi tratado como inimigo: crianças sendo revistadas
como se fossem criminosas; transportes escolares impedidos de entrar na
comunidade; casas sendo demolidas a despeito de acordos firmados.
O que vimos foi
um Estado que falhou. Falhou com a sua missão constitucional de garantir
direitos. Enquanto os moradores clamavam por dignidade, por respeito, por um
teto, foram recebidos com bombas e humilhações. E o que mais me revolta: houve
quem justificasse essa violência dizendo que era combate ao tráfico, combate ao
crime. Não. O que vimos ali não foram bandidos, foram cidadãs e cidadãos
brasileiros lutando por moradia, por cidadania.
O que vimos
foram pessoas defendendo seus lares, construídas com décadas de suor, com
histórias, com raízes. Após dias duros, estive ontem novamente no território
para acompanhar a situação. Foi impressionante o que ocorreu. A união dos
moradores, dos movimentos coletivos e organizações da sociedade civil, mais de
dez parlamentares e representantes dos governos estadual e federal para
chegarmos a um acordo.
No início da
tarde, ocorreu uma coletiva de imprensa com a participação do ministro das
Cidades, Jader Barbalho Filho; secretária executiva do Ministério da Gestão e
da Inovação e Serviços Públicos, a senhora Cristina Kiomi Mori; a secretária do
Patrimônio da União, Carolina Stuchi; o secretário de Desenvolvimento Urbano e
Habitação, Marcelo Cardinale; e o presidente da Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano, Reinaldo Iapequino.
O ministro
Jader abriu a coletiva garantindo que os moradores receberão moradias 100%
subsidiadas. O governo federal arcará com R$ 180 mil por moradia via “Minha
Casa, Minha Vida” e o governo estadual com R$ 70 mil por moradia via “Casa
Paulista”. Enquanto os imóveis não estiverem definidos ou prontos, as famílias
serão atendidas com um aluguel social de R$ 1.200 por mês.
Também houve
garantia de que o processo de saída das famílias será feito de maneira
pacífica, atendendo especialmente as crianças e idosos. Não foi um favor, não
foi um presente, foi justiça. Justiça para quem resistiu. Justiça para quem
nunca teve privilégio algum, mas jamais deixou de lutar.
Eu tenho
dedicado a minha vida, por exemplo, por uma renda básica de cidadania
universal. Por quê? Porque acredito que é a partir dela que começaremos a
desfazer séculos de desigualdade estrutural, de exclusão racial e econômica,
que tem suas raízes em quase 400 anos de escravidão.
O Brasil é um
dos países mais ricos do mundo e, paradoxalmente, um dos mais desiguais. E essa
equação só será desfeita com justiça social e, sobretudo, justiça racial. A
comunidade do Moinho nos deu uma lição. Mostrou que a mobilização popular, que
a resistência pacífica e a luta coletiva transformam realidades. O que se
conquistou ali foi mais que moradia, foi cidadania. O Moinho venceu.
Me orgulho
profundamente de ter estado ao lado dessa luta com a deputada Paula e outros
parlamentares. Que essa vitória inspire políticas públicas mais humanas, mais
justas, mais enraizadas na dignidade que cada brasileiro e brasileira merece.
Viva a
comunidade do Moinho.
Vive a luta do
povo, especialmente por dignidade e liberdade real para todos.
Muito obrigado,
deputado Carlos Giannazi.
Eu posso agora
presidir mais uma vez para que tenha, outra vez, o direito à palavra.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy. Convido a V. Exa. para continuar presidindo esta
sessão plenária, no Pequeno Expediente, já na lista suplementar.
A Excelência vai continuar presidindo
esta sessão e parabenizá-lo também pela vitória da conquista de um terreno de
casa para os moradores da Favela do Moinho, V. Exa., que esteve presente lá
fazendo todos os enfrentamentos junto com as nossas deputadas, Paula da Bancada
Feminista, deputada Ediane e outros parlamentares.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Então, pelo
tempo regimental, tem a palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, volto à
tribuna no dia de hoje para fazer mais uma denúncia contra a Secretaria da
Educação, a Seduc, contra a gestão Tarcísio/Feder. Sr. Presidente, o secretário
da Educação, através da Seduc, está inovando no sentido de perseguir
professores e gestores efetivos concursados.
Algo novo,
nessa linha, está acontecendo, e é de uma perversidade, de uma desumanidade
jamais vistas aqui no estado de São Paulo. Eu tenho aqui dois casos que
ilustram, que vão mostrar um exemplo do que vem acontecendo com vários
profissionais da Educação, seja uma professora, seja uma diretora, seja um
agente de organização escolar, Sr. Presidente.
O fato é que,
quando há algum tipo de procedimento administrativo, algum processo
administrativo que chega da PGE, da Procuradoria Geral do Estado, para dar o
parecer se haverá ou não algum tipo de punição para o servidor - isso já
acontece há anos no estado de São Paulo, e normalmente a Secretaria da Educação
acata o parecer, a orientação da PGE, que é extremamente rígida e, normalmente,
imparcial, porque ela está um pouco distante da realidade das escolas onde
aconteceu a denúncia.
Mas, agora,
isso está mudando, porque a Secretaria da Educação, Sr. Presidente, talvez, eu
acho que como ela pretende privatizar as escolas, entregar a gestão das escolas
para a iniciativa privada, como fez agora, leiloando 33 escolas na Bolsa de
Valores, como anunciou recentemente a privatização de mais 143 escolas para a iniciativa
privada, para explorar serviços de limpeza, de jardinagem, de vigilância e
outros serviços mais, para ter lucro, então ela, me parece, quer se livrar de
um passivo, que é um passivo para ela e para as empresas, que são os
professores, os servidores efetivos, concursados.
Lembrando que a
Rede Estadual de Ensino já tem 60% do seu quadro de professores precarizados,
não efetivos, admitidos pela Lei 1.093. Mas o que está acontecendo, Sr.
Presidente? Eu quero falar de dois casos aqui, um que eu acompanhei muito de
perto, porque eu já havia denunciado, inclusive, aqui, fiz pelo menos dois
pronunciamentos nesta tribuna, alguns anos atrás, inclusive.
Eu me refiro,
Sr. Presidente, a um caso lá da região de Ilha Comprida. Eu me refiro aqui ao
caso da professora Michele de Sá Ramos Teixeira, de Iguape, que é da Escola
Estadual Judith Sant’Ana Diegues, que pertence à Diretoria de Ensino de
Miracatu.
A professora
Michele foi duramente perseguida, vítima de violência; ela foi agredida duas
vezes dentro da sua própria escola. Então, de vítima, ela virou ré. Ela foi
punida, Sr. Presidente. Foi afastada, num primeiro momento, da escola. Ficou em
outra escola, em atividade burocrática, durante um bom tempo, sendo já
prejudicada. O processo correu, sobre o que aconteceu na escola, e ela, que foi
vítima, acabou sendo, Sr. Presidente, demitida pela Secretaria da Educação.
O processo foi
para a PGE, a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Os procuradores, que
são especialistas nesse tipo de julgamento, de investigação, dois procuradores
opinaram pela suspensão, pela suspensão dela, que eu acho que já é um exagero,
porque a nossa companheira foi vítima de perseguição política na região, e eles
optaram por uma suspensão de 60 dias.
Esse parecer
voltou para a Secretaria da Educação, e a Secretaria da Educação, sendo mais
realista do que o rei, e com a sua crueldade, com a sua perversidade, Sr.
Presidente, não acatou a pena de demissão da professora, que trabalha há anos,
que sobrevive, que cria sua família através da sua profissão.
Ela é
professora, ela é uma integrante da carreira do magistério e ela foi demitida
agora, por conta de uma decisão da Secretaria da Educação, que não tem
respaldo, no parecer da Procuradoria Geral do Estado, Sr. Presidente, que tem
os procuradores, as pessoas especializadas em tese mais distantes, em tese mais
imparciais, para fazer esse tipo de julgamento, de investigação e de decisão,
que ouviu todas as partes.
Então, esse é
um caso, Sr. Presidente, gravíssimo, que é o caso da professora Michele de Sá
Ramos Teixeira, lá da Diretoria de Ensino de Miracatu. Aqui, é um exemplo
clássico de perseguição, de desumanidade, de perversidade contra uma professora
da rede estadual.
E tem outro
caso também, agora, de uma diretora, de uma gestora, Sr. Presidente, da Escola
Estadual Waldemar Rodrigues da Silva, aqui de São Paulo, da Diretoria de Ensino
Sul 1. Me refiro aqui a Edna Genésio da Silva e Amada.
Professora Edna
também, Sr. Presidente, foi vítima de uma denúncia anônima, e nada foi provado
contra ela. Ela foi absolvida pela PGE, o processo dela foi lá na Procuradoria
Geral do Estado, passou pelas instâncias, ela foi absolvida, o parecer da PGE
pela absolvição, o processo dela voltou para a Seduc e a Seduc deu demissão.
Então, Sr.
Presidente, esses casos estão acontecendo no estado de São Paulo. Primeiro que
eu quero, aqui, na tribuna da Assembleia Legislativa, denunciar esse gravíssimo
fato, Sr. Presidente, em relação à professora Michele e em relação à professora
Edna, e exigir que a Secretaria da Educação atenda o recurso, porque elas
recorreram, logicamente, e que essas demissões sejam suspensas, sejam revogadas
imediatamente, porque Sr. Presidente, isso é um absurdo, é uma perseguição, é
uma crueldade contra educadoras.
A professora
Edna, por exemplo, que é diretora da Escola Waldemar Rodrigues, já estava com
abono de permanência, já ia se aposentar, ela vai perder tudo, os quase 40 anos
de trabalho na rede estadual serão todos perdidos. Ela já tem direito à
aposentadoria porque ela já está com abono de permanência, e a professora
Michele, lá da Escola Estadual Judith Sant'ana Diegues, também há anos
trabalhando, uma boa professora, vai ser prejudicada por conta dessa política
perversa e cruel da Secretaria da Educação.
E isso está
acontecendo, Sr. Presidente, com várias pessoas, sobretudo efetivas,
concursadas. Então, eu quero, Sr. Presidente, que cópias do meu pronunciamento
sejam encaminhadas imediatamente à Secretaria Estadual de Educação, ao
governador e também ao Ministério Público Estadual, para que haja uma profunda
investigação sobre essas denúncias que nós estamos recebendo aqui na Assembleia
Legislativa.
Quero, antes,
Sr. Presidente, está terminando a sessão, quero me reinscrever para falar sobre
mais um assunto muito importante, se V. Exa. me permitir, quero me inscrever
aqui mesmo da tribuna, ao invés de pedir pelo artigo 82.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Vossa Excelência
tem mais cinco minutos, regimentalmente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Eduardo Suplicy, que preside
esta sessão.
Sr. Presidente,
eu recebi, estou recebendo aqui denúncias gravíssimas de maus-tratos com
animais, que estão ocorrendo esses maus-tratos lá na Hípica de Santo Amaro,
Clube Hípica de Santo Amaro, que eu conheço, eu sou da região de Santo Amaro.
Então, são
várias denúncias gravíssimas de maus-tratos aos cavalos, inclusive já foram
feitas denúncias ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Segurança
Pública também, mas eu quero aqui repercutir essas denúncias, aqui na
Assembleia Legislativa, e fazer aqui um apelo para que tanto a polícia como
também o Ministério Público façam investigações rápidas em relação ao que está
acontecendo. Talvez até uma intervenção nessa Hípica, Sr. Presidente.
Olha, tem
fotos, inclusive, que foram encaminhadas aqui ao nosso gabinete, à nossa
assessoria. Essas fotos aqui, elas representam o seguinte, olha aqui, um
profissional quebrou um chicote de tanto bater no cavalo. O chicote quebrou e
ficou enfiado na barriga do cavalo. Tem aqui uma foto exatamente com esse
chicote dentro da barriga de um cavalo. Aqui na Hípica, Sr. Presidente, de
Santo Amaro. É uma vergonha. O cavalo machucado de tanto apanhar dentro dessa
hípica. Essas são as fotos.
Tem uma outra
denúncia aqui de que eles colocam tachinhas nas patas dos cavalos. Isso é
proibido, não pode, o cavalo fica totalmente machucado. Tem uma foto aqui dando
conta dessa situação. Tem uma outra prática que é proibida e que lá me parece
que é normal, porque não há fiscalização: a prática de “barrar”, que significa
bater com um pedaço de madeira na pata do cavalo quando ele salta. Então, tem
também fotos mostrando todas essas denúncias aqui e outras.
Isso é grave,
Sr. Presidente. É inconcebível que os animais... Aqui ao lado, a três ou quatro
quilômetros da Assembleia Legislativa, que esteja acontecendo aqui. Temos que
tomar providências.
Vou acionar
aqui a nossa Comissão do Meio Ambiente, vou reforçar a denúncia no Ministério
Público estadual. Queremos também que a Federação Paulista de Hipismo tome
providências com relação a isso, porque as informações que tenho é de que
várias denúncias já foram feitas, tanto à direção desse clube como também à
própria federação, e nada foi feito, não houve fiscalização, não houve
intervenção.
Mas agora
haverá, Sr. Presidente, porque vamos intensificar essa luta, vamos acompanhar
com lupa o que está acontecendo lá dentro. As pessoas vão nos informar.
mundo está
filmando, está gravando, está fotografando. Nós queremos uma intervenção nessa
hípica.
Inclusive, Sr.
Presidente, lembrando que há um projeto na Câmara Municipal de São Paulo para
transformar esse clube, para que ele seja desapropriado e transformado em um
parque municipal, um parque público. Com essas denúncias todas contra o clube,
isso só tem que se intensificar mesmo.
Mas nós
queremos agora, neste momento, que haja uma intervenção, uma fiscalização
rigorosa e uma apuração também rigorosa de todas essas denúncias de maus-tratos
contra os cavalos dentro da Hípica de Santo Amaro.
É por isso que
apelamos ao Ministério Público, vamos oficializar o MP e também a Secretaria de
Segurança Pública para que as providências sejam tomadas imediatamente.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Havendo esse
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 57
minutos.
*
* *