8 DE MAIO DE 2025

59ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS, CAPITÃO TELHADA e DANILO CAMPETTI

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h04min. Cumprimenta os alunos da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV, presentes nas galerias.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - REIS

Assume a Presidência.

        

5 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - SIMÃO PEDRO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE REIS

Cumprimenta o vereador Tomate, de Ilha Solteira, presente nas galerias.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência.

        

12 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

15 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - DANILO CAMPETTI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - REIS

Assume a Presidência.

        

18 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - DANILO CAMPETTI

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Eduardo Suplicy).

        

20 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - DANILO CAMPETTI

Assume a Presidência.

        

22 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - CAPITÃO TELHADA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

24 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Defere o pedido. Cumprimenta os alunos da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV, presentes nas galerias. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 09/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 16h04min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. 

E, dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado André Bueno. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Enio Tatto. (Pausa.)

Com a palavra, o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Reis. Deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna. 

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, quero anunciar aqui a honrosa presença dos professores e alunos da Escola de Administração de São Paulo da GV. Sejam bem-vindos e bem-vindas ao Parlamento Paulista. 

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar o presidente deputado Carlos Giannazi, público presente, os funcionários da Alesp, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica e também cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Presidente Carlos Giannazi, nós estamos vivendo aí uma insatisfação dos servidores públicos com o anúncio de 5% de reajuste. O governador esqueceu que, no ano passado, ele não reajustou, ele não fez a recomposição inflacionária, que seria referente a 2023 - 4,62% -, não foi dada para os servidores.

Esse ano, nós temos 4,83 por cento. Somando esses dois índices, nós estaremos falando de 9,45%, que seria devido, então, aos servidores públicos. E, quando ele anuncia os 5%, obviamente que ele traz aí uma indignação, um sentimento de indignação por parte de todos os servidores públicos. Eu trouxe dois videozinhos bem curtinhos. Vou pedir para a assessoria técnica, para o Machado, poder passar esses dois videozinhos.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Nesse vídeo, nesse primeiro vídeo, o governador fala de 47% para os servidores da Segurança Pública, mas os 20% de 2022 não foi ele que deu. Foi o governador Doria, não foi o Tarcísio.

Então, ele está aí se vangloriando com o resultado do outro, para não falar outras coisas aqui. E o reajuste que ele deu em 2023 também foi um reajuste escalonado, variou de categoria, de carreira, de posto, de graduação.

Mesmo ele falando de 47%, o salário do soldado era tão baixo, mas tão baixo que, mesmo 47% ainda continua, com aprovação dos 5%, 2.140 reais, 2.150 reais. Quer dizer, 47% em cima de um salário de um coronel é muito dinheiro. Então, se o coronel ganha 20 mil reais, 25 mil, 30 mil reais e ele tem 40% de aumento, é um grande reajuste.

Mas, para quem ganhava R$ 1.200,00 ter 47% de reajuste, não é quase nada, porque um reajuste em cima de nada, é nada. Então, o salário do soldado continua muito lá embaixo. Depois tem outro videozinho.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

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É isso que os policiais não estão entendendo. Eles estão fazendo várias perguntas, porque não tem dinheiro para dar reajuste para os policiais, não tem dinheiro para dar reajuste para os servidores, mas tem um bilhão para colocar nos municípios.

E eles falam: “Vai fortalecer os municípios nessa questão tecnológica, porque isso daí é dinheiro para colocar em câmeras, em sistema tecnológico, e não tem dinheiro para pagar um salário digno”.

E ontem eles viram aqui a Assembleia, em tempo relâmpago, aprovar reajuste para o Tribunal de Contas. E tem categorias que terão até 98% de reajuste, que está repercutindo hoje na mídia, está repercutindo nos jornais, na “UOL”, na “Folha” e também votou ontem em tempo recorde um PAI - chama PAI, não é padrasto não, é um PAI - que vai para aquelas pessoas que queiram se aposentar. Poderão ganhar até 24 mil reais de incentivo à aposentadoria.

Então o soldado que está lá com um salário padrão de R$ 2.100,00 vê lá um negócio deles... É um escárnio para eles isso. Cria-se um PAI que vai beneficiar quem quiser se aposentar antes do tempo e a pessoa poderá ganhar no Tribunal de Contas até 247 mil reais.

Todas essas perguntas, presidente Carlos Giannazi, essas interrogações é que estão aí na mente dos servidores públicos. Não há dinheiro para pagar o reajuste, mas há dinheiro para investir em tecnologias nos municípios; não há dinheiro para pagar o reajuste, mas há dinheiro para pagar para quem quiser se aposentar antes da hora, ganhar um prêmio.

São essas interrogações que fazem com que os servidores públicos, e principalmente os servidores da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal, fiquem mais indignados com esse reajuste irrisório de cinco por cento. 

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) com a palavra o deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra Rodrigo Moraes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia Legislativa, alunos que nos acompanham aqui pelo plenário, que nos acompanham de casa.

Sr. Presidente, hoje começa aqui no parque da Água Branca, a Feira Nacional do MST, a 5ª Feira da Reforma Agrária, e nós tivemos na semana passada, aqui também no estado de São Paulo, a Agrishow, que é a feira do Agronegócio que acontece todos os anos também no estado de São Paulo.

Hoje eu trago aqui alguns dados para desmistificar, que a gente acompanhou e viu o governador Tarcísio, na semana passada, virando garoto propaganda do Agronegócio no estado de São Paulo.

Queria trazer algumas informações. Machado, se puder colocar aqui algumas informações mostrando quem, de fato, quem investe, na verdade, na Agricultura aqui no estado de São Paulo. Então tem aqui os dados do governo federal e os dados do governo do estado de São Paulo. Pode passar a próxima.

Aqui eu trouxe alguns dados mostrando que só no estado de São Paulo, de janeiro a março de 2025, este ano, o governo federal já liberou R$ 5,5 bilhões em crédito rural para o estado de São Paulo. Desses valores foram R$ 5,29 bilhões para o Agronegócio, um valor de mais de R$ 5 bilhões de reais, são 5.340 contratos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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E para a Agricultura Familiar também teve uma liberação de 207 milhões, 2.690 contratos. Em compensação, nobre deputado Reis, que assume a Presidência, o governador Tarcísio anunciou - não é que executou recurso - um valor de 600 milhões, que inclui crédito agrícola, crédito, logística e seguro, e essa previsão é de até 2026.

Então o governo federal já investiu, só no começo de janeiro a março de 2025, 5,29 bilhões para o Agronegócio e 207 milhões para a Agricultura Familiar no estado de São Paulo. Pode passar a próxima.

Aqui nós temos alguns dos exemplos de programas que estão sendo executados no estado de São Paulo pelas prefeituras, o PAA, que é o Programa de Aquisição de Alimentos, foram liberados 7,39 milhões para 1.290 agricultores.

No estado de São Paulo, nós temos hoje 20 bilhões de agricultores que têm já a DAP, que é a Declaração de Aptidão ao Pronaf, ao CAF, que é o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar. São os cadastros ativos que nós temos no estado de São Paulo.

E no Pronaf hoje, que também é um programa que tem para o estado de São Paulo, o governo libera até 35 mil reais com a taxa de juros de 0,5% e desconto de até 40% para recursos de mecanização. Dá um total, aqui, de uma previsão do programa “Mais Alimentos”, de 12 bilhões de reais para esse programa, para o estado de São Paulo, que é o programa “Mais Alimentos”.

Aí nós temos mais uma informação que é o apoio à agricultura familiar, também do governo federal. Então tem linhas para agromáquinas, que é o Pró-Trator, agora do Governo do Estado. Para mostrar a comparação, nobre deputado Carlos Giannazi, a gente olha aqui e começa a ver um pouco dos lados.

O que o Governo do Estado coloca à disposição do estado... Governador Tarcísio? Linha Agromáquinas e Pró-Trator de 100 milhões, linha para pequenos e médios produtores rurais, pessoas físicas e jurídicas, adquirirem máquinas por meio de financiamentos com a nova linha de agromáquinas do Desenvolve São Paulo, e a gente fomenta um montante de 50 milhões de reais.

Ainda do Plano Safra, da previsão que o governo federal também colocou, tem, de 2024 a 2025, 85,7 bilhões que são para o Brasil como um todo, sendo 9 bilhões para a mecanização.

Aí temos programas como “Ecoforte”, “Campo à Mesa”, “Mulheres Rurais”, “Florestas Produtivas”, entre outros. Aí a gente olha para o Governo de Estado aqui na comparação e mostra apenas 200 milhões, até 2026, para a logística e 215 milhões para financiamentos indiretos. Então a conclusão é que hoje o governo federal do presidente Lula investe em toda a cadeia que vai do solo até a comercialização da agricultura no estado de São Paulo. Pode passar mais a outra, que já estou acabando as informações.

O governo federal apresentou uma redução de juros nos alimentos, nos orgânicos, na sociobiodiversidade e apoio crescente às mulheres jovens quilombolas indígenas. Exemplo: o Pronaf Mulheres cresceu 25% e o Pronaf Jovem cresceu 76 por cento. Enquanto o Governo do Estado de São Paulo tem apenas um programa anunciado com foco nas mulheres, não tem nem o programa executado para a agricultura para as mulheres no estado de São Paulo.

Aqui, mais uma informação que demonstra um pouco a falta de investimento do governador Tarcísio no estado de São Paulo. Do Orçamento do ano passado, de 2024, o recurso era 1 bilhão e 120 milhões. Para este ano, o recurso é de 1 bilhão e 80 milhões de reais.

Enquanto o governo federal gasta 85 bilhões, mais de 5 bilhões já foram executados em apenas três meses, uma previsão para o ano inteiro do governador Tarcísio no estado de São Paulo é apenas de 180 milhões.

Para finalizar, os investimentos na reforma agrária já tiveram 15 mil novos lotes de assentamento no estado de São Paulo, que foi começado em 2023. Até 2025, tem a previsão de mais 30 mil famílias assentadas no estado de São Paulo e 60 mil até o final de 2026.

Então eu queria trazer aqui algumas informações, Sr. Presidente, porque o governador Tarcísio, na semana passada, na Agrishow, apresentou-se como garoto propaganda do agronegócio, mas investe pouco, inclusive, no agronegócio no estado de São Paulo.

O governador Tarcísio fez de tudo para impedir a 5ª Feira Nacional do MST, da reforma agrária, que está acontecendo a partir de hoje, no Parque da Água Branca. Hoje está tendo, inclusive, o show do Almir Sater na abertura. Vai até domingo essa feira da agricultura familiar no Parque da Água Branca.

Então quem está nos acompanhando agora e puder acompanhar, é muito importante. Nós vamos ter ali as agriculturas familiares, produtores rurais que hoje, de fato, colocam a mão na massa e garantem o sustento de muitas famílias no estado de São Paulo. Está lá no Parque da Água Branca, é muito importante que a população possa acompanhar.

Enquanto vira garoto propaganda do Agrishow, lá do agronegócio, tenta impedir a feira da agricultura familiar, a feira do MST, da reforma agrária, no Parque Água Branca.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Bem, seguindo a lista de oradores, chamo o deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Boa tarde, presidente, boa tarde a todos os deputados que nos acompanham nesta sessão, aqueles que também nos assistem e acompanham a Assembleia Legislativa pela TV Alesp, pelos canais do YouTube, a todos os funcionários civis e militares da Casa, uma excelente tarde à galeria.

Presidente, eu gostaria de trazer à tona uma ocorrência na data de ontem que se passou ali na zona leste de São Paulo, Jardim Iguatemi, área do 38 Batalhão, 38º BPM/M.

Uma viatura de radiopatrulha, viatura da Polícia Militar realizava um patrulhamento padrão, bem cedinho, por volta das seis horas da manhã, quando foi surpreendida por um veículo SUV, um veículo blindado, pelo menos três ou quatro indivíduos fortemente armados que passaram a efetuar disparos contra essa viatura da Polícia Militar. Está aqui ao meu lado a fotografia do resultado de como ficou essa viatura, que acabou se chocando contra uma parede, chocando-se contra uma esquina ali.

A viatura ficou toda cravada, toda furada de balas e, infelizmente, o cabo que dirigia essa viatura, que conduzia essa viatura, foi ferido no pescoço e na cabeça. Foram dois ferimentos.

Ele está internado, graças a Deus ele se encontra vivo, encontra-se estável, está sendo acompanhado pelo corpo médico, está sendo acompanhado, inclusive, por minha equipe, lá no que nos cabe, nos compete ou que nós temos de alcance para auxiliar, nesse momento, a família do cabo Felix.

O outro ocupante da viatura era o major, que, inclusive, ambos se encontravam em atividade extra, em atividade DEJEM, que é o serviço que o policial, no momento de folga, inscreve para trabalhar, para cumprir uma atividade extra, uma jornada extra, para complementar o seu soldo, o seu salário. E ambos foram atacados por criminosos.

Não houve, anterior a esse tiroteio, não houve roubo, não houve uma ação criminosa, os indivíduos não estavam fugindo de alguma coisa e se depararam com a viatura. Não, foi um atentado, foi um ataque contra uma equipe da Polícia Militar. Poderiam ser quaisquer policiais ali, tanto que era um major, que, via de regra, nem é tão comum estar em patrulhamento, mas acabou que estava nessa operação, foram alvejados.

O nosso policial encontra-se em recuperação e hoje eu subo à tribuna para falar desta ocorrência, por quê? Porque a nossa tropa é muito aguerrida. O nosso policial, em São Paulo e no Brasil, eu não falo só da Polícia Militar, quando eu falo policial, eu falo das nossas forças de segurança, os nossos policiais militares, os nossos policiais civis, os nossos guardas, os nossos policiais penais, os nossos policiais que andam pelas rodovias estaduais, rodoviários federais, esses homens e mulheres, quando escolheram ingressar numa carreira, não escolheram porque eram concurseiros.

Não é mais uma carreira onde passa um ano nessa, depois dois anos naquela, vai em busca de um salário melhor apenas para mudar de carreira. Os nossos homens e mulheres, eles se entregam nesse verdadeiro sacerdócio. Eles têm o perfil, eles têm o pendor para aquela atividade.

E hoje, em busca desses criminosos que atacaram o Major Paulo e o Cabo Felix na data de ontem, a nossa gloriosa Rota, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, há poucos instantes, inclusive, numa tentativa de capturar um dos indivíduos responsável por esse ataque, o vulgo “Paquito”, como é chamado lá na favela onde ele se homiziava, onde ele se escondia, utilizando a comunidade, utilizando o povo de bem para se esconder e para esconder as suas ações delituosas.

Esse indivíduo, de vulgo Paquito, com a Rota matutina, confrontou e a Rota 9-1-235, comandada pelo Sargento Almeida, acabou entrando numa grave intervenção, um tiroteio, os policiais, graças a Deus, estão bem. Mas esse indivíduo, Paquito, foi baleado e, pelo que me parece, pelo que chega de informação, já não está mais entre nós, já foi a óbito.

Eram três ou quatro indivíduos nesse carro. Um carro blindado, um carro preparado para realizar ataque. Eles estavam com fuzis calibre 5.56. Todas as cápsulas, todos os estores encontrados no local eram de fuzil 5.56.

Então, ainda, as diligências continuam. Resta encontrar os demais indivíduos responsáveis por esse ataque covarde contra dois policiais que realizavam o patrulhamento de rotina.

E resta encontrar, ainda, o armamento de grosso calibre, para que outros policiais, para que outros cidadãos não sejam vítimas desses indivíduos, desses delinquentes, desses facínoras, desses canalhas e desses armamentos que têm e que trazem um grave potencial lesivo e ofensivo à sociedade.

E para encerrar, presidente, eu gostaria de comunicar a todos os amigos que nos acompanham que hoje é dia oito de maio, é o dia da vitória na Segunda Guerra Mundial, o dia que o Brasil, junto com outros países aliados, venceram, derrotaram o nazifascismo lá na Alemanha, lá na Europa, e o dia oito de maio é comemorado no mundo todo como o Dia da Vitória.

Não obstante a isso, nós, às 19 horas de hoje, esta quinta-feira, oito de maio, estaremos também comemorando aqui na Assembleia Legislativa, realizando uma sessão solene no plenário Juscelino Kubitschek, aqui neste plenário aonde falamos nesse momento, e todos os amigos que nos acompanham estão convidados a participar conosco, às 19 horas, da sessão solene em comemoração ao Dia da Vitória, oito de maio.

Parabéns a todos os pracinhas, membros das Forças Armadas, Exército, Marinha, Aeronáutica, membros da Polícia Militar de São Paulo, que lutaram na Segunda Guerra Mundial e de lá, inclusive, foi fundada a Polícia do Exército, a PE.

A todos aqueles bravos homens, aquelas mulheres que se dedicaram no maior conflito que já se tem notícia, que foi a Segunda Guerra Mundial. Hoje nós homenagearemos a memória de cada um desses que construiu a liberdade da qual gozamos hoje em todo o ocidente do nosso planeta Terra.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso da palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente. Para fazer uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Guilherme Cortez. É regimental. Tem V. Exa. dois minutos, enquanto o deputado Carlos Giannazi caminha até a tribuna.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Bom, o deputado Giannazi caminha lentamente. Presidente, eu quero dizer e hoje estou com um boné aqui de um movimento que tantas vezes é ofendido, atacado, perseguido, desrespeitado, inclusive aqui nesta Casa, porque no dia de hoje começa a 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que vai até o domingo, e que é uma oportunidade para todo mundo que ainda não conhece o MST, ou que só conhece as mentiras que contam em relação ao MST e quem luta pela terra no nosso país, que possa conhecer.

O MST é um movimento social que existe há mais de 40 anos no nosso País, produzindo alimento saudável, orgânico, e conquistando terra para quem não tem. Porque o nosso País, um país tão desigual, que foi fundado em cima de uma desigualdade social tão profunda desde a colonização, o nosso País também tem uma profunda desigualdade das suas terras.

A gente tem poucas pessoas que têm imensas proporções de terra, que é essa turma do agronegócio, que para elas nunca falta nada. O governo, o crédito, a política, a imprensa, todo mundo apoia esse setor.

Agora, os nossos pequenos produtores, a agricultura familiar, ou quem não tem uma terra, uma propriedade sua para poder cultivar, esses são sempre esquecidos. É por isso que o MST existe. E tem tanta gente que quer acabar com o MST, e o MST só se acaba de uma maneira.

Muita gente já tentou criminalizar o movimento. O MST só vai acabar no dia em que não houver mais uma família neste País que não tem uma terra para poder plantar, para poder cultivar.

E hoje é um movimento muito importante, porque além dessa luta justíssima pela terra, também luta pela soberania alimentar, também luta por uma transição ecológica no nosso País, porque a gente sabe que a principal contribuição que o nosso país dá para a crise ambiental é através do péssimo uso que se faz na terra, com o desmatamento, com as queimadas.

O MST luta por uma outra política de agricultura, uma política baseada no equilíbrio ambiental, no alimento orgânico, na soberania alimentar, em alimentos que sejam produzidos não para ser commodities e exportar para a Europa, para a China, para os Estados Unidos, mas para alimentar o povo brasileiro, e quem alimenta o povo brasileiro é o pequeno produtor, são assentados, são camponeses, dentre outros, do MST e de movimentos que lutam pela terra.

Então, quero saudar o movimento dos trabalhadores rurais sem terra por mais uma edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que tenho certeza de que vai reunir milhares de pessoas no Parque da Água Branca.

Enquanto o governador Tarcísio quer reformar, quer beneficiar a churrascaria em que ele fez o evento de campanha dentro do Parque da Água Branca, e também no Parque da Água Branca, durante os próximos dias, vai acontecer a Feira da Reforma Agrária.

Então convidar todo mundo a participar e conhecer um pouco mais do que esse movimento tem a contribuir com o nosso País.

Viva MST e viva a Feira da Reforma Agrária.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para comunicação.

 

O SR - PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Vossa Excelência tem dois minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, deputado Reis. Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Só para anunciar aqui conosco visitando a Assembleia Legislativa, visitando o nosso mandato, o vereador Tomate, lá do Partido dos Trabalhadores da nossa querida Ilha Solteira.

Tomate é eletricitário, um grande militante. Está fazendo já um belo mandato naquele importante município do interior do nosso estado. Então, dar as boas-vindas e parabenizá-lo pela vitória.

Seja bem-vindo, vereador.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, seja bem-vindo, vereador Tomate, à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Parabéns pelo seu trabalho. Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -  Sr. Presidente, deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, quero, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, manifestar meu total apoio à luta dos servidores e servidoras de Guarulhos, que estão em estado de greve contra o ínfimo índice apresentado pelo prefeito da cidade de reajuste ou de reposição das perdas inflacionárias.

O prefeito de Guarulhos está oferecendo apenas dois por cento de reajuste salarial para os servidores que lá estão há muito tempo com os salários arrochados e defasados. Esse índice não repõe minimamente a inflação do período, sendo que talvez hoje, na data de hoje, quinta-feira, o projeto de lei seja aprovado na Câmara Municipal pelos vereadores.

Os vereadores, que são a maioria base do Governo, pelo que eu sei, tendem a votar nesse índice de apenas dois por cento, só que os vereadores já tiveram um aumento, eles votaram um aumento para a própria corporação de 48 por cento.

Então, eu faço um apelo aos vereadores que vão votar, talvez hoje, o projeto de lei para que apresentem emendas e aumentem esse percentual, atendendo à reivindicação da categoria, que é de 5,48, no mínimo. Mesmo assim, não repõe totalmente a defasagem salarial dos servidores.

Então, esses vereadores que votaram a favor do aumento dos seus próprios salários podem agora também fazer justiça com os servidores, ficando do lado da população, porque quem defende o servidor público, a servidora pública, está defendendo a população, porque são os servidores da Educação, da Saúde, da Assistência Social, da Segurança, que estão atendendo o povo lá na ponta, nas escolas públicas, nos hospitais, nos postos de saúde, no caso de Guarulhos, da GCM, da Segurança Pública, as assistentes sociais, os psicólogos. São eles que estão lá na ponta atendendo o povo.

Então, quando o prefeito dá um reajuste justo e valoriza, do ponto de vista salarial e funcional, os servidores, ele está apoiando, na verdade, e defendendo a própria população, mas não é isso que está acontecendo em Guarulhos.

Por isso, quero manifestar apoio à luta dos servidores e servidoras, que estão em estado de greve, e fazer um apelo ao prefeito para que aumente esse reajuste, esse índice, e também um apelo à Câmara Municipal, para que fique ao lado dos servidores e não do prefeito.

Quero ainda, Sr. Presidente, manifestar também o nosso apoio à luta das professoras e dos professores da rede municipal do município de Cajobi, aqui do interior de São Paulo, que estão em luta pelo pagamento do piso nacional do Magistério, que é obrigatório pela Lei nº 11.738, lei que foi aprovada em 2008 pelo Congresso Nacional, sancionada pelo presidente da República e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal.

A lei está em vigência, está em vigor em todo território nacional. Todos os municípios e estados são obrigados a pagar o piso nacional do Magistério com seu respectivo reajuste anual, mas, no município de Cajobi, as professoras não estão recebendo o piso e não estão sendo atendidas pelo prefeito e nem pela Câmara Municipal, o que é um absurdo.

Então, também aqui da tribuna da Assembleia Legislativa faço um apelo ao prefeito: pague o piso, prefeito. A Lei nº 11.738 obriga V. Exa. a pagar o piso. Caso isso não ocorra, nós vamos acionar o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e o Ministério Público estadual. E receba as professoras para negociar, para ouvir as educadoras da cidade que estão atendendo as famílias, as crianças.

A Câmara Municipal também tem que defender as professoras e os professores, salários dignos para os servidores e servidoras da Educação. É um absurdo que a Câmara Municipal vire as costas para as professoras e o prefeito nem receba para um diálogo, mas nós vamos atuar, Sr. Presidente, caso as providências não sejam tomadas e não haja valorização.

Nós aqui, pela Assembleia Legislativa, vamos acionar o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para ver por que o prefeito não está pagando o piso nacional do Magistério, para que haja uma investigação, uma devassa nas contas da Prefeitura do município de Cajobi. Vamos acompanhar toda essa luta das nossas colegas educadoras, professoras do município.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso da palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary.

Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.  

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Paulo Reis, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, pelas redes sociais, funcionários que dão apoio ao nosso trabalho aqui na Assembleia, boa tarde.

Sr. Presidente, duas coisas. Primeiro, uma saudação a todo o povo católico, todo o povo cristão, pela eleição do novo papa. Hoje, agora à tarde, os cardeais escolheram o cardeal Robert Prevost, que é um cardeal de Chicago, norte-americano e peruano também.

Ele tem a nacionalidade peruana, agostiniano, um jovem cardeal que vai dirigir a Igreja Católica pelos próximos anos. A gente estava na expectativa de conhecer quem seria o novo papa, que sucederá o papa Francisco. Ele escolheu o nome de Leão XIV, em homenagem aos papas que o antecederam.

Então nós queremos desejar que o papa Leão XIV, cardeal Robert Prevost, consiga dar continuidade ao brilhante e importante trabalho que o papa Francisco fez nestes últimos anos, arejando a Igreja Católica, abrindo a Igreja Católica para os grandes problemas da humanidade, os problemas atuais, os grandes problemas sociais, por exemplo, a questão ambiental, a questão da pobreza. Então é uma alegria a gente conhecer o novo papa da Igreja Católica, anunciado agora, minutos atrás.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Capitão Telhada.

 

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Mas, Sr. Presidente, eu queria ler rapidamente, no tempo que me resta, um artigo que saiu ontem, na “Folha de S.Paulo”. Eu achei um artigo muito importante, que tem a ver com o fato que vem acontecendo sucessivamente no shopping Higienópolis.

Mais de cinco casos de racismo contra jovens, principalmente jovens negros que entram ali para frequentar, como qualquer outro cidadão, e sofrem ataques de racismo. Várias pessoas assinaram esse documento ontem, publicado na “Folha de S.Paulo”, e eu gostaria de rapidamente ler, porque achei um tema muito relevante, importante.

“O Pacto de Higienópolis. É porque pessoas como a mamãe existem que outras, que dormem nas ruas, existem também. O bairro de Higienópolis sonho de ascensão social de alguns paulistanos, incluindo esta cronista que não costuma se esquivar de assumir seus ridículos, foi palco, na última quarta-feira, de uma das mais emocionantes e urgentes manifestações contra o racismo.

Um protesto com cerca de 500 pessoas, entre elas estudantes, professores e pais, ocorreu após inúmeras denúncias de racismo dentro do Shopping Higienópolis, a mais recente contra dois estudantes do Colégio Equipe.

Se você é branco, caminhar pelo Shopping Higienópolis pode ser bastante agradável. ‘Tem um gostinho de sala de avó que gosta de livros e chazinhos’, costuma me dizer uma amiga, a Cida, frequentadora do espaço. Não me dá aquele ruim que sinto lá para os lados do Itaim. É menos metido, menos direitoso e mais aconchegante, ouvi outro dia de uma colega progressista e feminista.

Ali marco minhas reuniões na livraria, nos restaurantes, nos cafés. Aos finais de semana, levo minha filha ao teatro, ao cinema, ao parquinho, último andar da sorveteria. Vamos a pé, de mãos dadas, ela dando saltinhos feliz até começar a murchar e me perguntar insistentemente sobre as pessoas dormindo nas calçadas, e então frustrada com as minhas tentativas desajeitadas de explicar desigualdade social.

E uma criatura tão pequena, ela simplesmente me culpa por aquelas pessoas estarem tão desassistidas. Se você é mãe, deveria fazer alguma coisa, ou culpa Deus? Também errei em ter tantos santos pela casa.

Contudo, apesar de a vida real tentar nos tirar do nosso caminho de fé cega, tentamos, assim como nossos irmãos brancos caminhando com seus familiares até a entrada do boulevard, não perder o sorriso que antecipa nossas idas à papelaria e ao quiosque de maquiagem infantil. Tentamos não perder o corado de nossas bochechas, felizes porque vamos nos lambuzar de gastança em um ambiente em que somos tão celebrados e bem recebidos.

Não tem um segundo em meu dia em que não penso que está tudo errado. Moro errado, educo errado, vou a lugares errados, ando com gente errada e sou a pessoa errada com quem muitos andam. E faço o que a respeito disso? Uma crônica? Como uma mãe educa uma criança para que ela seja melhor do que a mãe? Fica aí a pergunta no ar perfumado do andar da loja Sephora.

Olha, Rita, a mamãe faz parte de um pacto escroto de branquitude. Está além de protegida, ocupadíssima em ter cada vez mais dinheiro e sucesso e reconhecimento. E porque pessoas como a mãe existem que as outras que dormem nas ruas, disse também, não assim de forma tão direta. Eu, enfim, só te peço uma coisa: seja melhor do que eu, saiba observar mais, indignar-se mais e se enojar mais.

Hoje, dia seguinte da manifestação no shopping, fico sabendo que a moradora do meu prédio chamou minha funcionária, ao vê-la no elevador social, de fedida. Aviso que vou chamar a polícia. O porteiro liga para a síndica, que liga para o filho da mulher e todos aparecem na minha porta.

Ela tem demência, não fala coisa com coisa, não fez por mau. Maria me implora para que eu não faça nada. Firme, mostra atestados, receitas médicas, exames. A mulher, de fato, é doente mental ou talvez sejamos, todos os brancos de Higienópolis, dementes que não falam coisa com coisa. Só não concordo que não seja por mal.”

Fiz questão de ler este artigo em protesto contra os contínuos atos de racismo que ocorrem naquele espaço da sociedade, frequentado pela sociedade paulistana, e exigindo que a direção daquele espaço tome providências para que esse tipo de manifestação racista que machuca, e tantas pessoas, principalmente jovens, adolescentes vão carregar esse sofrimento para o resto de suas vidas.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado.

Dando continuidade à lista de oradores, chamo à tribuna o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.)

Dando início à Lista Suplementar: deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

Vossa Excelência tem o tempo regimental do Pequeno Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente, Capitão Telhada, quero primeiro saudar a escolha do novo papa pelos cardiais da Igreja Católica em todo o mundo. Ainda não o conheço, mas Robert Prevost, de 69 anos, foi escolhido como novo papa, conforme Simão Pedro aqui mencionou, que escolheu o nome de Leão XIV, o primeiro papa norte-americano da História, mas que por 20 anos viveu no Peru. Então, uma pessoa que tem uma experiência internacional, e também era uma pessoa muito próxima do papa Francisco.

Eu espero que tenha um desempenho tão positivo quanto o papa Francisco, que foi um homem exemplar. Ele deixou tantas mensagens e proposições tão belas, como aquela que eu tenho mencionado sempre. Que é a de colocar em prática os instrumentos de política econômica que possam elevar o grau de justiça em cada sociedade, de tal maneira que possa haver a paz dentro de cada país e dentre os países. O que ainda é muito relevante. É importante que esse papa também esteja ajudando o fim das guerras, como a da Rússia conta a Ucrânia e de Israel contra a Palestina.

Ontem, dia 7 de maio, foi o Dia Internacional da Redução de Danos. A “Folha” trouxe alguns debates ocorridos, e projetos apresentados na Conferência Internacional de Redução de Danos, ocorrida em Bogotá, na Colômbia, no fim de abril. Alguns projetos brasileiros foram destaque. Como, por exemplo, a Escola Livre de Redução de Danos, do Recife.

“Na escola, mulheres cisgêneros, transgêneros e travestis, com os seus filhos, contam com atendimento exclusivo, em local onde podem tomar banho, descansar, lavar roupas, participar de oficinas, e serem encaminhadas a serviços de saúde, caso necessitem.

Priscila Gadelha, diretora de comunicação da escola, compartilhou. ‘A gente vê mulheres que antes não acessavam nenhum serviço público, por não se reconhecerem mais enquanto agentes de direito e cidadania, que voltaram a se reconhecer a partir de uma lógica de atendimento, de entender quais são as suas trajetórias familiares, suas facilidades e necessidades. E que mudaram de vida.’

Priscila ainda fez um desabafo sobre como a falta de financiamento público faz com que as ações de redução de danos permaneçam pontuais em alguns territórios, e dependentes de recursos internacionais.

‘A principal dificuldade é enfrentar a violência causada por esse estigma sobre as pessoas que usam drogas e sobre quem faz a redução de danos. Tentam colocar a gente sempre em um lugar de apologia ao uso de drogas. Quando o que fazemos é promover educação, saúde, e garantir direitos de cidadania.’

Outra iniciativa brasileira elogiada na conferencia é o Superbot, robô desenvolvido pelo instituto Multiverso. Ele oferece orientação sobre saúde mental e sexual, e redução de danos no contexto do “chemsex”, ou sexo aditivado, como é mais conhecido pelos praticantes, que envolve drogas para ampliar o prazer sexual.

No projeto, chamado Colocação da Periferia ao Centro (colocação é o termo usado quando a pessoa está sob efeito de drogas), voluntários vão até as festas e entregam preservativos e testes rápidos, por exemplo, e apresentam o robô, que pode ser acessado por meio de QR code.

Outra experiência brasileira citada no congresso foi o Espaço Normal, da Redes da Maré. Inaugurado em 2018, no Rio de Janeiro. É referência sobre drogas e saúde mental em território de favela, e fruto de três anos de pesquisa em locais de uso de crack, álcool e outras drogas.

Segundo Vanda Canuto, coordenadora do espaço, no local os usuários podem descansar, fazer a higiene pessoal, assistir TV, trocar ideias entre eles e com os profissionais presentes. Também são oferecidas oficinas, atendimento sociojurídico, encaminhamento a serviços de saúde, entre outros.”

Ela afirma que as atividades trabalham diretamente a vinculação do sujeito, deixando o usuário livre para conhecer os malefícios que as drogas podem produzir em suas vidas.

A reportagem da “Folha” diz que uma das respostas do governo federal em relação aos cuidados com usuários de drogas, apresentada na Conferência de Redução de Danos, é uma rede chamada Cais, Centros de Acesso a Direitos e Inclusão Social, desenvolvida pelo Ministério da Justiça e que fará uma articulação entre as políticas públicas já existentes voltadas a usuários de drogas.

Maria Angélica Comis, consultora da Secretaria Nacional de Política de Drogas e Ativos, falou sobre o projeto “Bogotá”, afirmou que o serviço vai atender quem tem demandas relacionadas a uso de drogas e garantir que elas consigam ter acesso à Saúde, à Assistência Social e à Justiça, com o intuito de diminuir as vulnerabilidades das pessoas mais afetadas.

Finalizo, Sr. Presidente, relembrando dois projetos de lei importantes, de minha autoria, o PL 98, que institui a Política Estadual de Redução de Riscos e Danos, e o PL 176, que autoriza o Poder Executivo a criar e implementar os espaços de uso seguro de substâncias psicoativas no Estado.

Ambos são extremamente importantes, focam principalmente na saúde de pessoas com uso problemático de substâncias psicoativas. Conforme venho relatando com frequência, há muitas experiências de relação de danos exitosas e conto com o apoio de minhas colegas e meus colegas desta Casa para aprovarmos esses projetos fundamentais.

Muito obrigado, Sr. Presidente, agradeço a sua tolerância.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado. Com o uso da palavra, no Pequeno Expediente, o deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, queria primeiramente mandar um abraço aos amigos de Avaré, Rafael Cardoso e Reginaldo, que estão aqui nos acompanhando.

Eu queria abrir as nossas colocações hoje. Enquanto o mundo está vendo a escolha do novo papa, que agora é um papa americano, aqui no Brasil varonil continua tudo igual: o rato correndo atrás do gato. Aqui no Brasil, o rato está correndo atrás do gato. E a gente prova por isso.

Ontem nós ouvimos até o senador Suplicy falando do movimento que houve na PUC contra a violência policial, mas era importante também que a PUC visse isso. Faça o favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Então, só para colocação, o policial foi atingido com tiros de fuzil. Foi atingido com fuzil. O major chegou a reagir. E acho que impediu de os dois morrerem, né. Estavam num carro blindado.

Então para a gente ver as colocações dos dois lados da história. Bandido não é coitado; bandido não é infeliz, não. Eles estão atacando a polícia. É o rato correndo atrás do gato. Nós temos que fazer alguma coisa.

Quando eu falo que não adianta ficar com a PEC lá em Brasília, e um monte de deputado e senador sentado em cima da PEC, enquanto não houver combate ao crime e o cara ir para a cadeia e cumprir pena, não tem jeito. Não adianta. Agora, graças ao bom Deus do céu - viva o novo papa que está entrando e tal -, quem cruzou com os bandidos? A Rota. Um deles, pelo menos. Está sendo socorrido por um pronto-socorro. Está indo para o pronto-socorro.

Então sempre é a Rota, né. No final, os pepinos são da Rota. Por isso que a gente bate sempre que tem que deixar a Rota trabalhar e colocar a Rota nas ruas, combatendo o crime, que é um pessoal preparado, treinado para isso, para esse tipo de combate.

São homens que - eu cheguei lá em 74 - fazem uma hora de educação física todos os dias, têm uma aula de instrução todos os dias, têm comando de tenente, de capitão nas ruas. É um pessoal superpreparado. Mas infelizmente acabam travando o trabalho da própria Rota. E a gente vê isso.

Deputado Reis, honestamente, são coisas que eu nunca tinha visto na minha vida. Cada vez mais velho eu estou ficando, mas eu estou vendo. Os bandidos caçando os policiais. O policial está de bobeira lá, patrulhando, o cara vem tentar tiro de fuzil nele.

Qual é a mentalidade de um policial nas ruas de São Paulo hoje? Que qualquer carro que vier atrás dele pode enchê-lo de bala e matá-lo? É isso? Agora, tem solução? Tem. Não pode ter pena de morte, então que ponha prisão perpétua para quem ataca policial dessa maneira. O cara vai para a cadeia e não sai mais.

Ele tem que sentir o peso da lei. Ele não pode fazer isso e depois receber um salário mínimo na cadeia. Não pode ter visita íntima, ter mulher na cadeia. Não pode ser elogiado pelo PCC. Não pode.

Enquanto a gente tiver isso aí, vamos de mal a pior. É uma total inversão de valores. E quando eu falo aqui, eu não estou falando como policial não, hein; estou falando em termos de sociedade.

Acabou meu tempo, Sr. Presidente? Porque eu acho que a polícia tem que proteger a sociedade. Já falei aqui mil vezes: eu acho que a esquerda, direito, centro têm que falar que polícia elas querem para proteger a sociedade. Não é para proteger a gente, é principalmente a sociedade.

Obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Convido o deputado Reis. Abre mão. O deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente. 

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Primeiramente, Sr. Presidente, em relação aqui ao tempo remanescente, quero só também saudar a Igreja Católica do estado de São Paulo e de todo o País pela nomeação do novo papa, que foi nascido em Chicago, em 14 de setembro de 1955, o Robert Prevost, primeiro papa norte-americano indicado, que também atuou na área do Peru.

Mas acho que uma informação importante aqui é que em 2023 ele foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos, função que o colocou diretamente ligado às nomeações episcopais em todo o mundo, além de participar das reformas da cúria romana promovidas pelo papa Francisco.

Esperamos que o papa, até pela sua experiência internacional, por ser um papa que tem uma preocupação também com o diálogo, um forte senso de ordem (Inaudível.) e que também trabalhou diretamente com o papa Francisco, possa dar os mesmos rumos que a Igreja Católica vinha dando nesse período.

Mas, Sr. Presidente, queria trazer aqui rapidamente uma denúncia: a população da cidade de São Paulo, ali da zona sul, região do Graúna, Jardim Edite, Jardim Primavera, tem colocado uma preocupação em relação à ponte que vai ligar o bairro do Cantinho do Céu, no extremo da zona sul, com o parque da Capela do Socorro, ali no Grajaú, pegando parte do Grajaú, mas pegando, principalmente, o Jardim Graúna, o Jardim Orion, o Jardim Primavera, com a ponte que ligará essas duas regiões.

Nós estamos dialogando com o prefeito, cobrando que essa ponte deveria sair diretamente na região da Pedreira, onde está a balsa hoje que liga o Cantinho do Céu até a região da Pedreira, ali próximo do Campo Grande, no início da Marginal Pinheiros, que essa ponte seja repensada, porque ela vai estar jogando todo o fluxo que vem do Cantinho do Céu, que é importante essa ponte para a região, mas ela vai sufocar praticamente o Jardim Edith, o Jardim Primavera, que já tem hoje um trânsito caótico.

Vai tirar ali da região do Grajaú, mas vai jogar também para a região da Capela do Socorro. Então, a população tem colocado preocupações com as desapropriações, mas, principalmente, com as linhas de tráfego viário, que vai acontecer um impacto muito ruim para a população que mora nessa região.

Então, eu queria, Sr. Presidente, pedir que fosse encaminhado ao prefeito de São Paulo, ao subprefeito da Capela do Socorro, colocando esse questionamento que a população dessa região vem colocando em relação à nova ponte.

Ela vai ser importante para desafogar o fluxo viário da região do Grajaú, mas vai jogar todo esse fluxo também para a região da Capela do Socorro, na região da Primavera, Jardim Edith. Então é uma preocupação da população. Então, eu quero que seja encaminhado ao prefeito e ao subprefeito da Capela do Socorro.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado. É regimental. Está feito o registro, o encaminhamento de vossas palavras.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Dando início, neste momento, ao Grande Expediente, inicio a lista de oradoras inscritas, a iniciar pela Exma. Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Reis, em permuta com a Deputada Ana Perugini.

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar o deputado Capitão Telhada, que preside os trabalhos, o deputado Suplicy. Eu quero deixar registrado aqui, no Grande Expediente, Sr. Presidente, a respeito do Projeto de lei Complementar nº 6 que hoje é objeto de críticas na imprensa, na grande imprensa, que criou o PAI, um PAI para os servidores do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Também a Assembleia criou um PAI.

No ano passado, foi aprovado aqui um programa de aposentadoria, um plano de aposentadoria incentivada para aqueles servidores que já estão no abono permanência, já têm as condições para se aposentar, e continuam trabalhando. Então, a Assembleia fez esse projeto e o Tribunal de Contas agora também fez esse plágio: “Se a Assembleia fez, também vamos fazer”.

E, obviamente, lá no Tribunal de Contas, os salários são bons. Quem trabalha no Tribunal de Contas ganha um salário razoável, bem melhor do que quem trabalha no Executivo. Então, quem trabalha no Executivo, os salários são baixos, mas quem trabalha no Tribunal de Contas, no Ministério Público, tem um salário melhor.

E o secretário da Segurança Pública, o professor, tenente, capitão, major, coronel, Guilherme Derrite, esteve aqui o ano passado, e eu, inclusive, falei ontem no congresso de comissões, sobre essa questão de que a Secretaria de Segurança Pública, na fala, então, do secretário, disse que mandaria para esta Casa um PAI, mas é um PAI diferente desse.

Não é bem um PAI, é um padrasto. Esse do TCE é um PAI de verdade, porque as pessoas que aderirem a esse pai poderão receber até 267 mil reais para poder se aposentar. Isso é uma coisa de pai para filho. Mas o que ele falou naquela reunião da Comissão de Segurança Pública é que ele não poderia exigir de um policial civil com mais de 65 anos vigor físico - ele falou com essas palavras.

Inclusive tem um projeto tramitando lá em Brasília, de autoria dele, com o Delegado Palumbo, para que os policiais civis possam se aposentar aos 65 anos, que já aconteceu no passado.

No passado, foi aprovado um projeto em Brasília, sancionado na época pela presidente Dilma, e que os policiais foram dormir na ativa e acordaram na inatividade, vários policiais se aposentaram compulsoriamente, por conta daquele projeto, aos 65 anos.

Aí nós tivemos, em um dado momento, que os ministros do Supremo Tribunal Federal não queriam se aposentar aos 70 anos. Eles se achavam jovens para se aposentar aos 70 anos, então foi mandada uma nova proposta, a conhecida PEC da Bengala, uma proposta de emenda da Constituição Federal, alterando de 70 para 75 anos a idade para que o servidor público possa se aposentar.

E foi aprovada a PEC da Bengala e se revogaram as disposições em contrário. Então aquele projeto que tinha sido aprovado, que trazia ali no seu bojo a aposentadoria compulsória aos 65 anos, foi revogado por conta da PEC da Bengala. E agora, então, o Delegado Palumbo, junto com o capitão Derrite, quer trazer de volta essa aposentadoria compulsória aos 65 anos de idade.

Mas a ideia do PAI não é ruim, a ideia de constituir um PAI para a Polícia Civil seria boa, mas um PAI que realmente fosse PAI, porque o PAI que ele trouxe na reunião, que disse que a secretária, o governo mandaria um projeto para esta Casa, era de pagar as férias não usufruídas.

Então está lá o escrivão de polícia, pediu férias e o delegado fala: “Eu não tenho funcionário para ficar no seu lugar. Indefiro”. Aí ele indefere o pedido de férias. Então tem vários policiais que têm cinco meses de férias para tirar, dez meses de férias para tirar.

Aí ele propõe que essas férias seriam pagas à vista, então você soma todo esse tempo e se paga as férias como um incentivo à aposentadoria e às licenças-prêmio não tiradas, não usufruídas. Mas isso não é um incentivo, porque tanto a licença-prêmio, que você não tirou, como as férias não usufruídas, são um direito.

Então eu construí um PAI, claro, vão falar: “Não, mas tem vício de iniciativa, isso daí é iniciativa do governador, deputado não pode apresentar.” A gente pode apresentar, claro, o governador vai vetar, porque ele veta tudo, independente disso.

Na última matéria que saiu do vetador geral do estado, foram contabilizados cerca de 238 projetos que foram vetados nessa gestão, nesta legislatura. Mas isso não impede o legislador de propor, de fazer o seu projeto, protocolar e tramitar aqui nas comissões.

Então o ideal seria que realmente houvesse um incentivo. O policial vai ficar dos 65 anos até os 75 anos, mais dez anos trabalhando, e ele não se aposenta porque perde um terço, perde a GAT, perde insalubridade, perde auxílio-alimentação, perde o abono permanência, então prefere ficar trabalhando, porque esse dinheiro, muitas das vezes, paga a escola do filho, a faculdade, o aluguel. Então ele prefere continuar trabalhando.

Mas se o governo somasse todo esse abono permanência que vai ter que pagar duramente dez anos, e falasse: “Olha, eu vou te pagar à vista, como um incentivo para você se aposentar”, criasse, instituísse uma classe imediata, uma promoção, assim como na Polícia Militar tem o posto imediato. A pessoa está lá, é major, vai se aposentar, se aposenta como tenente-coronel. É tenente-coronel, se aposenta como coronel. Então ele tem um posto imediato.

Então para as polícias, que é uma categoria diferenciada de servidores públicos, é uma categoria que enfrenta o dia a dia, que corre risco de vida, que sai de casa sem saber se vai voltar, teria que ter um tratamento diferenciado para essa categoria.

Então uma classe imediata para todos os policias, não só os policiais militares, mas os policiais civis, os policiais técnicos-científicos, os policiais penais, na passagem para a inatividade, têm acesso a essa classe imediata, esse nível imediato, esse posto imediato, como também o incentivo para se requerer a aposentadoria.

Aí talvez um PAI como esse, esse Programa de Aposentadoria Incentivada, poderia, sim, incentivar que os policiais aos 65 anos de idade requeressem a sua aposentadoria. Mas só prometer pagar as férias não tiradas, pagar licença-prêmio não tirada - férias não usufruídas, licença-prêmio não usufruída -, não é o suficiente. Não é suficiente, olha aqui o exemplo do Tribunal de Contas.

Quer dizer, a pessoa já ganha bem, já tem um salário bom e aí ela fala: “Vou continuar aqui, porque eu estou recebendo o abono permanência”, porque o abono permanência foi instituído lá no governo Lula 1. Quem criou isso aí foi o governo Lula, em 2003, em dezembro de 2003, para incentivar o servidor a continuar trabalhando por conta da sua expertise, do seu conhecimento.

Então ele já tinha contribuído o suficiente para poder se aposentar, mas a administração tem interesse que ele continue, então é por isso que se paga esse abono permanência, esse incentivo.

Agora o Governo do Estado de São Paulo quer que essas pessoas se aposentem, então agora ele falou: “Olha, vocês podem ficar até os 65 anos, mas eu gostaria de que vocês saíssem antes, por isso que eu quero propor um PAI, uma aposentadoria incentivada”.

Então que realmente houvesse esse incentivo, assim como o Tribunal de Contas criou, que é um bom incentivo, e assim como a própria Alesp criou para os seus funcionários, no ano passado, o PAI que foi aprovado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado. Dando continuidade à lista do Grande Expediente, convido o deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, em permuta com o deputado Emídio de Souza.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, deputado Danilo Campetti.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para uma breve comunicação, enquanto o deputado Suplicy se dirige...

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - É regimental.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só para externar a minha alegria e me aliar aqui ao 1 bilhão e 400 milhões de católicos pelo mundo, porque hoje foi escolhido o papa Leão XIV, o cardeal Robert Francis Prevost.

Que Deus e que o Espírito Santo o abençoem muito nessa missão, agora, de conduzir toda a nação católica.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O novo papa teve uma atuação muito próxima da América do Sul, ele esteve por muito tempo no Peru. Então fica a nossa felicidade a toda a nação católica do mundo, desejando muito sucesso ao novo chefe de Estado do Vaticano, que conduzirá agora a nossa Igreja Católica e toda a nação católica pelo mundo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero aqui comentar sobre a notícia de ontem no “Brasil de Fato”, que traz um relato completo do que foi o assassinato da trabalhadora ambulante Edineide Rodrigues, ocorrido na última semana.

Edineide foi morta com um tiro na cabeça, em frente de casa, meses depois de testemunhar em denúncias sobre um esquema de milícias e extorsões no Brás. Ela era testemunha protegida pelo Estado, ou seja, o estado falhou com Edineide, falhou em diversos momentos. Não podemos esquecer que, 16 dias atrás, o ambulante senegalês Ngagne Mbaye foi assassinado pela PM justamente no Brás.

Vejo com preocupação extrema a atuação da PM em ações de zeladoria urbana de combate ao trabalho ambulante. Essas ações de responsabilidade municipal são fruto de um convênio entre a Prefeitura e o Estado, a chamada Operação Delegada, em que PMs trabalham para o município enquanto estão de folga do serviço do serviço para o governo estadual.

A reportagem do “Brasil de Fato” acompanhou um dia de ação da Operação Delegada no Brás. O relato traz que é formada uma fila com dezenas de policiais que atravessam a Praça da Concórdia com as mãos apoiadas nas armas. Os trabalhadores vão desmontando na correria suas barracas.

Uma mulher senta no chão e chora, diz que não aguenta mais, que não podem trabalhar e que o amigo africano foi morto na sua frente. Trago alguns relatos dos trabalhadores ao jornal: “Olha como o Ricardo Nunes mais o governador estão fazendo”, continuando a expressão, “Que política suja, tirando mercadoria de pobre para levar para revender”, “Piorou depois que atirou no cara. Eles estão correndo atrás de nós, mas ainda spray de pimenta, arma na mão. A polícia está cada vez pior”, denuncia.

Rita Silva, camelô há 20 anos: “Como é que um policial chega aqui segurando arma para trabalhador?” Também, outro depoimento: “O Brás é essa panela de pressão. Corre muita grana e faz com que todo mundo trabalhe sempre temendo alguma coisa”, define José Pedro Neto, vendedor de água e membro do Fórum dos Ambulantes de São Paulo, ligado ao Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos. “É um território dominado por muitas forças e muita gente ganha em função do trabalho dos outros, percebe?”, ele lhe explica.

Ao “Brasil de Fato”, vendedores alegam que a pressão piorou, a despeito da repercussão do assassinato de Ngagne. O cotidiano, resume Pedro Neto, é de um campo minado entre a violência policial e o achaque de milícias. Às vezes a polícia não recebe dinheiro nosso, mas recebe dos lojistas para não deixar a gente trabalhar, ilustra.

Toda hora que tem alguém se dizendo dono do território, sintetiza. Edneide foi uma das 25 testemunhas, cujos depoimentos embasaram a denúncia que prendeu e tornou réus, em janeiro, três sargentos e um cabo da PM por formação de milícia. São eles o cabo José Renato Silva de Oliveira, os sargentos Wellington Stefani, Humberto de Almeida Batista e Lúcia Ferreira de Oliveira.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, feirantes tinham que pagar 300 reais ao grupo por semana, além da luva, uma taxa de cerca de 15 mil reais, para usar o ponto. Quem não tinha como pagar era obrigado a pegar emprestado de agiotas. Se o pagamento atrasasse, a cobrança era feita por policiais.

Segundo a investigação, as principais vítimas eram imigrantes. De acordo com Neto, a violência praticada por policiais da Operação Delegada se acirra desde 2023. Certo dia, Pedro foi abordado por policiais que abriram todas as suas garrafas e despejaram a água no chão, na sua frente. Resolveu não ter ponto fixo e se deslocar carregando a mercadoria na sacola. Antes de eu voltar com uma diária média de 200 reais, hoje volto com 50 e 70, é muito incerto, expõe.

Aqui na parte do Largo da Concórdia, conseguimos combater para não pagar milícia, mas nas ruas para baixo o pessoal paga. Aqui a gente trabalha mais na correria e tem policial que se não vai com a tua cara, te marca e não te deixa trabalhar. Conta Laís, e sobrenome omitido a pedido, que vende cuecas, meias e guarda-chuvas.

Tem aquele trabalhador que é perseguido por não concordar com os abusos de autoridade da polícia. Tem racismo, xenofobia. Quando você encontraria tudo isso, você é violentado, ou psicológica, ou fisicamente, diz a vendedora de 27 anos.

“Sai lixo, volta para seu país”, é assim que Keitele Charles, haitiana que vende roupas masculinas pelas ruas do Brás, desde 2019, diz como é tratada cotidianamente pela Polícia. Em cada peça que vende tem um lucro de cerca de R$ 3,00, e assim que dá um jeito de com o marido sustentar dois filhos no Brasil e outros dois que seguem no Haiti.

O ‘Brasil de Fato’, ainda fez um resgate da Operação Delegada que foi criada em 2012 na gestão Gilberto Kassab, e que cresceu na gestão Ricardo Nunes. Em 2022, o convênio entre prefeitura e governo estadual ofertava 1.234 vagas por dia para policiais militares. Atualmente são 2.400, o dobro. Só nesses primeiros meses de 2025, 210.320 vagas foram preenchidas, segundo a Prefeitura.

Para praças, a remuneração é de R$ 355,36, por oito horas de jornada. Para oficiais, R$ 426,40; o foco da Operação Delegada é coibir o comércio ambulante na região central da cidade. Só ali, o efetivo de 1.500 PMs é diário. A Prefeitura informou ao ‘Brasil de Fato’ que todos os pertences apreendidos são liberados mediante a comprovação de situação regular da mercadoria, com a apresentação do lacre e da nota fiscal.

Entretanto, não foi o que aconteceu com Laís. Diz ela: ‘Prenderam o meu carrinho aqui e a Polícia chegou batendo. Então a gente correu. Quando a gente foi pegar a mercadoria no galpão, se negaram a dar. Tinham documentos pessoais e até abri denúncia na Ouvidoria, para ir lá pegar minhas coisas.

Quando fui ver, a mercadoria estava incompleta, blusa de marca roubada, maquininha de cartão roubada’, conta. ‘No momento da apreensão, eles têm que lacrar ali na sua frente e te dar um lacre para que você possa retirar, mas na maioria das vezes isso não acontece’, descreve Laís.

Aí agora a maioria das pessoas trabalha correndo. ‘A gente corre do rapa 24 horas por dia’, resume Laís. Segundo ela, os ambulantes têm dificuldade para adquirir o termo de permissão de uso e acessar o programa ‘Tô Legal’, destinado à regularização do comércio ambulante na capital paulista. ‘Todo trabalhador ambulante quer se legalizar, mas isto não é oferecido’, ela critica.

Laís estava presente quando no último 11 de abril, Ngange foi agredido por oito policiais que queriam apreender seus produtos fechados em cima de um carrinho. ‘Ele revidou com um cabo de guarda-chuva, tentou fugir e tomou um tiro fatal no abdômen.

Naquela rua tem um posto de saúde, vieram enfermeiros prestar primeiros-socorros. A Polícia não permitiu. Ele morreu ali tratado como lixo, desde o começo e no final. Foi agredido, sofreu racismo, xenofobia e foi morto’, denuncia.

Para Laís e Pedro, a morte de Ngange estava anunciada. ‘A gente já visitou o Ministério Público, Ouvidoria, subprefeitura e a prefeitura, e dizia que ia acontecer o pior. Não porque a gente tem bola de cristal, mas porque todo dia a gente passa por esse tipo de situação. Há uma opressão, e as pessoas têm necessidade de trabalhar’, ressalta Pedrinho, como é conhecido. ‘A qualquer momento isso pode acontecer novamente’.

Finalizo pedindo o fim da Operação Delegada. Policial Militar não é treinado para atuar em combate ao trabalho ambulante e em ações de zeladoria, culminando em ações desastrosas, e em alguns casos fatais, como ocorreu em abril.

Além disso, não é aceitável que isso seja um bico oficializado para os momentos de folga dos policiais. Os agentes já têm uma atuação pesada em crimes e Segurança Pública. Os horários de folga precisam ser utilizados para descanso físico e mental.

Então, defendo o fim da Operação Delegada, mas também a valorização do policial militar, para que não tenha que se submeter a bicos para complementar a renda e que trazem prejuízo a si próprios e à população. Faço um apelo à prefeitura para que permita a regularização dos trabalhadores ambulantes que querem, sobretudo, trabalhar.

Caro presidente Reis, permita-me assinalar que estive hoje de manhã, primeiro, na 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária. Ali estava uma verdadeira multidão, um sucesso formidável de agricultores em geral, agricultores familiares, que são resultado da reforma agrária.

Cada um dos estados brasileiros está lá representado com extraordinário sucesso. Acompanhei hoje o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, que visitou a feira, e muitos outros companheiros.

Também gostaria de registrar que estive presente na celebração do acordo de demarcação da terra indígena do Jaraguá, aldeia Tekoa Pyau, na Vila Clarice, que foi um momento de muita alegria, inclusive com a presença da ministra Sônia Guajajara.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso da palavra o deputado Danilo Campetti, tempo cedido pelo deputado Tomé Abduch.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR – Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Reis. Quero cumprimentar também as Sras. e Srs. Deputados, cumprimentar as assessorias, os servidores da Casa, os policiais militares, policiais civis, policias penais, os amigos que nos acompanham nas galerias e pela Rede Alesp, senhoras e senhores.

Sr. Presidente, novamente para externar minha alegria ao 267º sucessor de Pedro, da Igreja Católica, papa Leão XIV, que vai conduzir a nação de um bilhão e 400 milhões de católicos pelo mundo. Desejo muito sucesso. Que Deus abençoe e que ele tenha uma profícua gestão como chefe de estado do Vaticano.

Sr. Presidente, eu não posso me furtar a trazer as atualizações de um que pode ser um dos maiores, senão o maior escândalo de corrupção, de roubo, que está acontecendo diante do INSS, e que tem como alvo os nossos aposentados, aqueles que contribuíram a vida inteira, aqueles que, de 12 meses trabalhados, entregam cinco meses em impostos, e hoje são vilipendiados por esse governo federal que está aí, que é inerte, que é omisso.

Precisamos trazer uma análise mais profunda, porque as reclamações remontam de 2016, do governo Dilma. Passam por 2017, passam por 2018. Em 2019, o presidente Bolsonaro emite uma medida provisória, a 871/19, que pressupõe uma revalidação dos usuários do sistema de Previdência e que assim dava o primeiro passo para que se impedisse o roubo contra os aposentados. Essa medida provisória teve sua vigência até 2022, recebeu 17 emendas da então oposição ao governo Bolsonaro e perdeu seu efeito em 2022.

O Machado tem a arte. Nós podemos verificar nessa arte que, de 2022 até os tempos atuais, cresceu exponencialmente o roubo aos aposentados. Tivemos números iniciais de 6,3 bilhões de reais, só que se referiam a descontos não autorizados. Mais recentemente alcançamos, tivemos notícia de que os números alcançaram o valor surpreendente, deputado Gil, de 90 bilhões de reais em empréstimos de consignados que não foram autorizados; 35 mil reclamações. E esses empréstimos só agora, no ano de 2025, de 2023 até 2025. Nós estamos diante, senhoras e senhores, de um escândalo sem precedentes.

Para as senhoras e os senhores terem uma ideia, a maior operação de combate à corrupção no Brasil, a Operação Lava Jato, que teve vigência de março de 2014 até fevereiro de 2021, conseguiu repatriar e recolocar nos caixas do governo algo em torno de 30 bilhões de reais.

Sem contar os fatos que nós temos que constatar deste atual governo, que está agora na Rússia participando de eventos ao lado de diversos ditadores do mundo. Esse é o perfil do atual governo federal. Um governo que, além de institucionalizar, de ser omisso com relação à corrupção, passou também a importar essa corrupção.

Temos que a Lava Jato está em andamento ainda em vários países, e também importar, aliás, exportou essa corrupção e está importando a primeira-dama Nadine Heredia, que agora está aqui, asilada no País, foi trazida por um avião da FAB. Então são absurdos, são escárnios atrás de escárnios, deputados, e nós não podemos nos furtar aqui, no estado de São Paulo.

Rogamos aos deputados federais e aos senadores que, por favor, votem pelo requerimento da CPMI para apurar essas fraudes no âmbito federal. Mas nós aqui também, no estado de São Paulo.

Eu assinei o requerimento ontem para que seja instalada também, deputado Capitão Telhada, deputado Gil, uma CPI aqui, no âmbito do estado de São Paulo, para apurar também os desvios que vitimaram aposentados no estado de São Paulo e empresas, na realidade, organizações, sindicatos, organizações sociais que se diziam protetoras dos aposentados, mas que, na realidade, eram elas que fraudavam a Previdência, eram elas que faziam esses desvios não autorizados.

Então, para apurar as empresas que têm sede no estado de São Paulo, nós vamos acompanhar, solicitar que os deputados subscrevam essa CPI aqui em São Paulo e também rogar para que a Polícia Federal tenha autonomia para investigar essa fraude gigantesca, esse crime perpetrado contra os aposentados.

Inclusive já temos notícia, já há uma matéria de ontem, de um periódico que diz que já foram coletadas provas, inclusive uma agenda, que tem indicativos que podem levar a uma vinculação ao antigo presidente do INSS, e a um procurador federal que atuava no INSS, com indicativo de 5%, que estão apurando ainda se isso se refere a algum tipo de propina.

Então, Sr. Presidente...

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Permite um breve aparte?

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Permito, permito. O senhor pode falar.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Primeiro, acho importante que esteja preocupado com toda essa problemática que aconteceu no INSS. Mas pode ter a convicção de que, com a colaboração da Polícia Federal, de todas as autoridades, o governo do presidente Lula está aprofundando a investigação.

Também já garantiu a todos aqueles que tiveram recursos desviados por pessoas que se enriqueceram indevidamente, todos serão ressarcidos. Está bem? Então, mas acho importante a sua preocupação para que este caso seja inteiramente desvendado.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - A questão, deputado Suplicy, é a seguinte: realmente as pessoas devem ser indenizadas. Mas, ao que parece, as indenizações vêm daquelas que foram lesadas. Ou seja, nós, as pessoas lesadas, vão ter que pagar pelo crime, vão ter que pagar pelo crime que não cometeram. Quem teria que pagar? As instituições, as organizações que efetivaram os desvios. Socializar o prejuízo, eu vejo que não é a solução para o problema.

Seria como eu ter meu celular roubado, furtado, e eu ir até o ladrão do celular, e dizer: “Olha, eu preciso que aqueles que o senhor também roubou ajudem a pagar o celular que eu tive roubado”.

Então não faz sentido. Mas eu espero sim que, de alguma forma, esses, que são os mais afetados, que são os aposentados, que trabalharam a vida toda, sejam sim ressarcidos de alguma maneira. De preferência, sequestrando os bens daqueles que cometeram o crime.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, deputado Gil Diniz, no tempo cedido pelo deputado Marcos Damasio.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Cumprimentar meus pares aqui no Grande Expediente. Deputado Capitão Telhada, deputado Reis que está aqui, deputado Campetti. O Eduardo Suplicy, que acabou de sair aqui do plenário. Cumprimentar os assessores, policiais, militares e civis, público aqui na galeria, quem nos assiste pela Rede Alesp.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Danilo Campetti.

 

* * *

 

Presidente, agora há pouco ouvimos aquela frase que o mundo inteiro estava esperando: “Habemus Papam”. Temos o novo sumo pontífice na Igreja Católica, sucessor do apóstolo Pedro. Temos agora Leão XIV, que foi eleito pelo Colégio Cardinalício, nosso Papa. Anteriormente a ele, papa Francisco, que Deus o tenha, rezamos pela sua alma. E agora, papa Leão XIV, cardeal Robert Prevost, eleito pelos cardeais.

Muitas manifestações nas redes sociais dizendo sobre a beleza dos ritos católicos, como funciona, como é a eleição do papa, quem que pode ser eleito, quem pode votar. Você nem precisa ser católico para admirar ou criticar, não há problema nenhum também nisso.

Mas, nesse tempo de redes sociais, da notícia, da matéria sair em um instante, fumaça branca saindo ali pela chaminé da Sistina, e nós aqui no Brasil já vendo em “real time”, tudo fica ainda mais - na minha opinião, obviamente - ainda mais sublime, nos aproxima de Roma. Cardeal Prevost, já eleito, sai para a sacada, deputado Capitão Telhada, e dá a sua mensagem, a sua bênção para Roma e para o mundo. Que o Espírito Santo o guie nessa missão de guiar a Igreja Católica.

O deputado Danilo Campetti colocou aqui, mais de um bilhão de católicos espalhados pelo mundo, e não só católicos, todos aqueles que têm na figura do santo padre uma referência de líder, alguém que busca a paz. Escolheu o nome de Leão XIV, lembrando talvez, homenageando Leão XIII.

Para quem não conhece, Leão XIII, o seu pontificado foi marcado pelo trabalho social, deputado Danilo Campetti. Várias ações sociais no seio da igreja, e ele é assim lembrado. Talvez o cardeal Prevost, Leão XIV, assuma o pontífice agora e siga por essa linha.

Diz, na sua primeira fala, que o seu intuito é construir essas pontes. Talvez sejam essas pontes que nós precisamos, não só dentro da igreja, mas na nossa sociedade também. Que Deus assim o conserve, que o Espírito Santo o guie para conduzir esse rebanho de mais de um bilhão de católicos, para que sigam verdadeiramente nosso Senhor Jesus Cristo.

Deputado Danilo Campetti, subo aqui nesta tribuna para fazer coro com V. Exa., falando aqui também do social, por que não? Assaltaram, deputado Capitão Telhada, idosos.

O Estado brasileiro, ou quem assim o representa, o, digamos, poder coercitivo, a força do Estado, roubando, surrupiando, aposentado, em sua grande maioria aposentados em regiões rurais do nosso País. Começaram dizendo que eram cerca de seis bilhões. Seis bilhões. Não consigo fazer ideia, não consigo imaginar o que seria isso. Depois, 90 bilhões. Depois, 200 bilhões, e não para.

É o maior programa de transferência de renda que Luiz Inácio e o seu partido conseguiram fazer na história do Brasil e na história mundial. É o Robin Hood às avessas, tira dos pobres e dá para os ricos. Só que, nesse caso, deputado Danilo Campetti, são aposentados.

Eu vi vídeos de senhoras, de idosas, de pessoas com deficiência, pessoas que já estão no momento final da sua vida, que têm aquele aposento para comprar remédio, e tiveram esses descontos indevidos. Não só descontos, empréstimos consignados sem a prévia autorização. É simplesmente absurdo o que nós estamos vendo.

Mas a gente precisa aqui relembrar de Geraldo Alckmin, o homem da merenda do estado de São Paulo. Lula quer voltar para a cena do crime. Ele tinha razão. E ele voltou junto para a cena do crime. Senhoras e senhores, aposentados neste momento sendo assaltados.

Com certeza não pararam, continuam, porque é tanto desconto, o volume é tão grande, que eles não conseguem... Demitiram o Carlos Lupi. “Ah, agora vai resolver”. Colocaram o 02, colocaram o substituto, colocaram o cara também que sabia, deputado Capitão Telhada, e não tomou providência nenhuma. E o Lupi, antes de ser demitido - dizem que ele pediu para sair, mas a gente sabe que é mentira, foi demitido -, deixou o seu sucessor ali, que também foi avisado, e não fez absolutamente nada.

Esse talvez seja o novo normal depois do presidente Bolsonaro, porque antes eles roubavam também, eles roubavam o fundo de pensão daqueles que iam se aposentar.

Eu era carteiro, e nos Correios eu vi muitos carteiros, muitos funcionários que iam se aposentar e foram roubados, também, pelo Partido dos Trabalhadores; que tiveram que acrescentar outro desconto na sua folha de pagamento para cobrir o rombo.

Só que agora eles aperfeiçoaram a atividade criminosa: agora eles descontam em folha. Inclusive, parece-me que um desses sindicatos é ligado ao irmão de Luiz Inácio. Diz que é frei; não sei em que missa que ele vai. Difícil, horrível. Todos os dias. E nem vou entrar aqui na questão da taxa Selic também; aumentaram ontem, Galípolo, 14 vírgula...

Daqui a pouco dá 15% - 14,75 por cento. Eles culpavam o ex-presidente Roberto Campos, eles diziam que era culpa do Roberto Campos, que era bolsonarista, que estava aumentando a taxa de juros para sabotar o governo. Roberto Campos saiu. Deu prazo, saiu. Galípolo foi eleito, e a taxa de juros não para de subir.

Eles não têm mais desculpas. A verdade dos fatos é a seguinte: é um governo de incompetentes, é um governo de corruptos, bandidos que roubam a todo momento, inclusive aposentados, deficientes, pessoas que estão no estágio final de vida, que depois de trabalharem muito para sustentar o Estado brasileiro, para sustentar aqueles que estão roubando...

E dizem que está tudo normal. Está tudo normal, deputado Danilo Campetti; está tudo normal, Capitão Telhada. Nós aqui somos radicais. Ora, claro que nós somos radicais. Como que você escuta o ex-procurador-geral do estado de São Paulo, Sarrubo, dizer que PCC - Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho - não são grupos terroristas?

Ontem, traficantes, narcoterroristas do Rio de Janeiro dando tiro em jogadores do Flamengo. Se não estivessem de blindado, estariam mortos agora. Aí comoção nacional.

Mas todo dia o Seu José, a Dona Maria são esculachados aqui em São Paulo, no Rio de Janeiro, em todos os lugares do Brasil. E o Sarrubbo, repito, ex-procurador-geral do estado de São Paulo, que é o zero dois do Lewandowski - ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, ministro da Justiça hoje -, dizendo “não, negativo; o PCC e o Comando Vermelho, o Trump quer fazer deles grupos terroristas, mas não são; eles só pensam em roubar, em assaltar, só no lucro que eles vão ter”. É mais ou menos o que estão fazendo com os aposentados, né: só pensam em roubar, assaltar, tirar. São grupos terroristas.

Só que a galera do diálogo cabuloso, a galera que entra em favela no Rio de Janeiro sem escolta, sem nenhuma proteção, sem arma, anda na... A Anielle, a irmã da Marielle, anda lá na garupa da moto, sem capacete, sem nada. Esse pessoal aí: “não, não, não pode”.

Eu ia falar “PT e PCC”, né. Talvez... Ia ser um ato falho, mas que é verdadeiro. CV e PCC são, sim, grupos terroristas e deviam ser tratados como. E quando nós vemos estes que acusam senhoras idosas, mulheres, mães de crianças, que estavam lá no Oito de Janeiro - elas são terroristas.

Aí eles dizem, todo dia, deputado Capitão Telhada: “ah, o grupo de terroristas que queria dar um golpe de Estado, que queria...”. Desarmados, sem nada. Não tinha um estilingue naquela praça. Aí podem ser tachados de terroristas a todo momento.

Mas aqueles que cortam cabeça, braço, perna; aqueles que incendeiam, aqueles que matam os jornalistas da “Globo”, o Tim Lopes. Ah não, esses não são terroristas, porque esses só pensam em lucrar.

Talvez deixar uma dica aqui para o Comando Vermelho e para o Primeiro Comando da Capital: talvez vocês possam se aliar a certos partidos políticos no Brasil e começar a roubar idosos. Vocês vão matá-los, mas de outra maneira. São sócios já na política, nós sabemos. Mas é isso que nós, dia a dia, combatemos aqui desta tribuna.

E, enquanto o povo de São Paulo nos der esse voto de confiança, a gente vai estar aqui, dizendo à população, denunciando à população e procurando a justiça. A divina vai vir em algum momento, mas procurando a justiça humana.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputado Gil Diniz. Seguindo a lista de oradores, convido o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Convido o deputado Capitão Telhada, em cessão de tempo do deputado Bruno Zambelli. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, presidente. Os senhores sabem, deputado Danilo Campetti, deputado Gil Diniz, que minha sogra foi assaltada terça-feira, lá na Freguesia do Ó, o bairro que eu nasci e cresci; era do 18º Batalhão.

Ela tinha acabado de sacar a aposentadoria dela lá, perto de dois mil reais, aquela coisa de idoso, que a gente orienta, orienta, orienta, mas, infelizmente, acabam cometendo esse deslize.

Ela sacou perto de dois mil reais, foi para o ponto de ônibus, sem a companhia do marido, de ninguém, e um indivíduo chegou, apontou uma arma para ela, mandou ela entrar no carro e subtraiu os dois mil reais dela, esse vagabundo.

Até com um carro, simulando um carro de serviço, com escada em cima e a gente está levantando as câmeras para pegar esse delinquente, esse canalha. E o que esse cara merece, esse bandido que roubou a aposentadoria da minha sogra deste mês?

Para mim, merece, no mínimo, cadeia, no mínimo, no mínimo. Quem rouba um tostão, rouba um milhão. Imagine aqueles que meteram a mão na aposentadoria e os valores não param de crescer, pelo menos aí já comunicados 90 bilhões de reais.

Esses merecem o quê? É masmorra, né? Merecem ir para a cadeia, mas de maneira perpétua, no mínimo. Nunca mais sair da cadeia, roubar velhinho, roubar pessoa que não tem outra maneira de subsistência. É uma vergonha, uma vergonha para o Brasil, uma vergonha nacional.

E, infelizmente, é a institucionalização da corrupção, como já foi lá atrás, em outros governos do PT, e voltou a ser, infelizmente, no Brasil. Mas se Deus quiser, por pouco tempo, porque o ano que vem a história vai ser outra, em 2026, eu tenho certeza disso.

Eu quero aproveitar esse tempo do Grande Expediente com o primeiro assunto, que foi esta semana. Participei aqui em São Paulo, na zona norte, de uma inauguração, o primeiro heliponto de resgate.

É um heliponto para urgências e emergências, construído pela Prefeitura de São Paulo. Estive lá na terça-feira cedo, com o meu amigo, Major Palumbo, vereador por São Paulo, com o prefeito Ricardo Nunes, o secretário de Saúde, com a responsável pela coordenação do serviço de Samu aqui de São Paulo, Dra. Nádia, e com todos os nossos guerreiros lá, todos os motociclistas que pertencem ao Samu e realizam as operações do dia a dia, o atendimento médico nas ruas de São Paulo, através da motolância - seria uma ambulância-motocicleta.

Neste mês de maio, que é um maio amarelo - é o mês de prevenção a mortos e feridos em acidentes de trânsito - o nosso prefeito Ricardo Nunes entregou 60 motocicletas. Saiu de um número de 26 motocicletas do Samu para 86 motocicletas, um grande salto.

Além disso, inaugurou esse heliponto que vai servir de interface para os atendimentos através do Águia, o Águia da Polícia Militar, em atendimentos na Marginal Tietê.

Agora tem essa alternativa de pouso, porque antes era uma operação complexa parar a Marginal com as viaturas da Polícia Militar e do CET, arriscado inclusive a ter novos acidentes, mas para realizar um pouso de aeronave para que fosse feito um resgate médico.

Então, agora, com esse heliponto, que é bem na chegada ali da Rodovia Dutra, na Marginal Tietê, perto da ponte da Vila Maria, de fato, muito estratégico e é só o primeiro. Conforme planejamento da Prefeitura, serão dez helipontos ao longo da Marginal Tietê e da Marginal Pinheiros.

Eu tive a honra de acompanhar essa grande entrega, que foi obra, foi idealização do vereador Major Palumbo, com financiamento, claro, por parte de emendas da Câmara dos Vereadores, mas também por Orçamento próprio da Prefeitura de São Paulo.

E eu, como cidadão paulistano, que resido aqui na zona norte de São Paulo, minha família, meus amigos, minha vida toda aqui entre a zona norte e a zona oeste, mas também como deputado estadual fiz questão de acompanhar essa entrega, levar os meus parabéns e colocar a nossa Casa, a nossa Assembleia Legislativa à disposição de boas realizações e de iniciativas positivas como essa.

O segundo assunto que eu quero, na verdade, repetir e acrescentar algumas informações. Nós falamos aqui, já hoje, sobre o ataque que uma viatura da Polícia Militar sofreu ontem na zona leste de São Paulo, área do 38º Batalhão, Avenida Bento Guelfi, Jardim Iguatemi, durante um patrulhamento de rotina, perto das 6 horas da manhã.

O cabo Felix e o major Paulo, no patrulhamento de rotina, foram surpreendidos com um ataque covarde. Pelo menos três ou quatro indivíduos, em um veículo SUV blindado, armados de fuzil, calibre 5.56, atacaram de maneira repentina aquela equipe policial, que não teve nem chance de reação, acabou acontecendo um acidente, inclusive, com a viatura, que se chocou contra um muro.

Infelizmente, o motorista da viatura, o cabo Felix, foi alvejado. Foram dois ferimentos no pescoço e na cabeça, encontra-se internado no Hospital Santa Marcelina da zona leste e os indivíduos fugiram, abandonaram o veículo. Está aqui a fotografia, mais uma vez, da viatura, que restou ali inteiramente alvejada, furada, cravada de balas.

Por Deus, que nenhum dos dois policiais militares foram mortos, as motivações ainda estão sendo levantadas pela polícia.

Mas hoje, em operação para averiguar denúncia dos malfeitores, dos canalhas, dos bandidos assassinos que atacaram os nossos policiais, a equipe de Rota Matutina nº 91235, também lá na zona leste, ao se aproximar do endereço denunciado, identificou um bandido que era acusado, que era indicado como o atirador dessa ocorrência. Ele saiu pulando pelos telhados, resistiu à prisão, atirou contra a equipe de Rota e acabou sendo morto lá na zona leste de São Paulo.

E por que eu volto para falar desse assunto? Porque eu tentei levantar aqui a capivara, a ficha criminal desse indivíduo que foi morto pela Rota ontem, esse indivíduo que atirou nos nossos policiais lá do 38º BPM/M. E, pasmem, o que a gente sempre vem falar aqui, que a gente procura representar o nosso agente de segurança pública, o nosso policial e o cidadão de bem.

E nenhum desses, nem o policial e nem o cidadão de bem, ninguém hoje aceita mais esses absurdos que a gente ainda assiste diante da impunidade e diante da inércia que a nossa legislação criminal ainda sofre. Esse bandido, nada mais nada menos, ele foi preso já por apologia ao crime, ele ficou procurado e foi capturado em 2010, ele foi preso quatro vezes pelo Art. 157, por roubo. Então já são cinco cadeias aí, inclusive uma das vezes que ele foi preso lá na zona sul, na Cidade Ademar, foi pela Rota.

Ele foi preso por tráfico de entorpecentes, ou seja, seis vezes. Ele foi preso por porte de arma, sete vezes. E ele também é acusado, ainda não foi condenado - não vai mais ser condenado, porque agora está morto, foi pro saco -, mas ele respondia um inquérito, ele estava sendo investigado já por uma morte de policial em 2015.

Então ele já respondia a um homicídio contra um policial e mais uma vez atacou um policial. Oito vezes, oito ocorrências, oito envolvimentos, inquéritos e processos. E vocês acham, cidadão paulista que me assiste aqui, você acha que ele estava na rua agora, procurado? Você acha que ele tinha fugido da cadeia e estava evadido, procurado?

Não, não, ele estava solto pela justiça, apesar de responder a homicídio de polícia, apesar de ter sido preso quatro, cinco vezes por roubo, apesar de ter sido preso no tráfico, no porte de arma, em apologia ao crime, de ser um indivíduo provavelmente faccionado. Não posso afirmar, mas com certeza essa informação logo vem à tona.

Mesmo assim, ele se encontrava livre, leve e solto nas ruas de São Paulo, cometendo novos crimes. Quantos outros crimes ele cometeu e não foi preso? As oito vezes aqui foi a que ele foi detido pela polícia, que fez o seu trabalho.

As polícias fizeram o seu trabalho, prenderam, instauraram inquérito, processaram, o juiz condenou e a nossa lei fraca absolveu, ou melhor, livrou, mais uma vez, uma liberdade com condições, com regras, mas está na rua fazendo o que bem entende.

E está aí, quase matou o nosso policial ontem. Quantas pessoas ele já não matou que a gente nem sabe que foi mais um homicídio não identificado por aí, estado afora?

Então é o que digo, essa é a nossa briga. A valorização policial é, sim, a valorização do salário; é, sim, a valorização da assistência à saúde; é, sim, a valorização com a dignidade de morar bem, de morar em um bairro seguro, em uma casa decente, em ter educação para os nossos filhos. A valorização policial envolve o reconhecimento e o respeito às nossas forças policiais e aos nossos homens e mulheres.

Nestes dois anos e um mês em que eu estou como deputado estadual aqui, com a nossa bancada de Segurança Pública aqui na Assembleia, trabalhando dia a dia junto com o secretário Derrite, junto com o governador Tarcísio, o que a gente busca, dia após dia, é, sim, a valorização policial como um todo. E nós estamos agora, inclusive, neste mês de maio, tramitando, mais uma vez, projetos que buscam essa valorização de diversos funcionários públicos.

A gente sabe que os 5% que foram indicados pelo nosso governador atingem 935 mil funcionários públicos do estado de São Paulo, mas é por esses motivos que eu apresentei aqui que o policial é aquele funcionário público diferenciado.

Os policiais são aqueles servidores que saem para trabalhar e não sabem se retornarão, que não tem dia, não tem hora, não tem chuva ou não tem sol que os segure ou que os impeça de cumprir sua missão.

Apesar de todas as dificuldades, apesar da câmera no peito, apesar de ganharmos mal, um irmão nosso foi atacado ontem e hoje já foi dada a resposta, foi levado um indivíduo à prisão. Só não foi preso porque não se entregou, se tivesse se entregado, teria sido preso, mas preferiu reagir e está lá o resultado, e ainda tem outros indivíduos para se buscar.

São esses motivos que nos levam a convencer, conversar, sentar junto com o governador, porque nós somos base, sim, e nós temos acesso aos nossos governadores, aos nossos secretários.

Nós temos que levar a cada dia mais e mais as dores, as demandas, as necessidades do nosso efetivo para buscar até o fim do mandato a verdadeira valorização, que seja real, que ajude não só no salário, mas que o policial tenha condição de colocar o seu filho em uma escola digna.

Está aí o Colégio da Polícia Militar prestes a ser uma realidade. Assim como existe o Colégio Militar das Forças Armadas do Exército, a Polícia Militar de São Paulo também terá o seu colégio para colocarmos os nossos filhos em um local digno para estudar, um local decente, que garanta um futuro para as nossas crianças.

Também teremos em breve a entrega das primeiras cartas de crédito, projeto aprovado por nós, deputados, aqui na Assembleia Legislativa, que nunca antes foi feito. Nesta legislatura, nós conseguimos tirar essa ideia do papel e tornar uma realidade.

Além de bônus que vai ser pago este ano, além de outras demandas que nós temos levado à Fazenda, ao secretário de Segurança. O aumento da diária de alimentação, o aumento do vale-alimentação, que é o auxílio-alimentação pago aos servidores, que é muito baixo em São Paulo.

Todas essas dificuldades e essas questões nós temos conhecimento e, podem ter certeza, nós levamos com responsabilidade, seriedade e nunca deixamos um dia sequer de cumprir com a nossa palavra, com o nosso compromisso e com a nossa responsabilidade como representantes das forças policiais. Enquanto tivermos voz, enquanto tivermos oportunidade, assim o faremos.

Temos convicção de que, ao término do projeto do nosso governador, junto com o apoio das nossas bancadas, nós conseguiremos demonstrar, sim, uma valorização real a todos os nossos homens e mulheres das Forças de Segurança, da Segurança Pública do Estado de São Paulo, as nossas polícias, que são aqueles que se entregam na defesa do cidadão de bem.

Então, no mais, muito obrigado, presidente, desculpe pelo tempo ultrapassado.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputado Capitão Telhada. Agradecendo a todos que nos acompanham pela Rede Alesp e aos alunos da Fundação Getúlio Vargas, do curso de Administração. Muito obrigado pela presença a todos que nos acompanham pelas galerias, assessorias, servidores da Casa, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

É regimental pedir de V. Exa., Capitão Telhada. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

Fiquem todos com Deus.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 04 minutos.

 

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