24 DE MAIO DE 2023

46ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, PAULO FIORILO, VITÃO DO CACHORRÃO, GUILHERME CORTEZ, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e ENIO TATTO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PAULO FIORILO

Assume a Presidência.

        

4 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - VITÃO DO CACHORRÃO

Assume a Presidência.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Cumprimenta a deputada Andréa Werner por sua atuação em defesa das pessoas com deficiência.

        

9 - ANDRÉA WERNER

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Informa a presença do vereador Ítalo Moreira, de Sorocaba, em visita a esta Casa.

        

11 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término desta sessão.

        

13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - ALEX MADUREIRA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Comenta o pronunciamento do deputado Reis.

        

GRANDE EXPEDIENTE

18 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência. Cumprimenta alunos do Colégio Conde Domingos, de Tatuapé (SP), presentes nas galerias.

        

20 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

        

24 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

25 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

26 - GUILHERME CORTEZ

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

27 - EDIANE MARIA

Para comunicação, faz pronunciamento.     

        

28 - GUILHERME CORTEZ

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

29 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h11min.

        

30 - ENIO TATTO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min.

        

31 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

32 - PRESIDENTE ENIO TATTO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o término desta sessão. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra a deputada Solange Freitas, que fará uso regimental da tribuna.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Esta semana chegou a mim uma história bacana da menina Rafaela. É uma adolescente, moradora de São Vicente, que faz parte de um grupo de hip hop. No final do ano passado esse grupo participou de um campeonato brasileiro e elas foram campeãs, as meninas foram campeãs.

Isso dá direito a elas a participarem do campeonato mundial que vai acontecer agora em julho, lá no Arizona, nos Estados Unidos. Essa viagem tem um custo de 12 mil reais para cada menina. Elas se uniram, fecharam um pacote aéreo, só que essa menina Rafaela não conseguiu ainda a parte dela para custear essa viagem. O prazo de pagamento é até o dia cinco de junho. A corrida contra o tempo continua.

Essa história da Rafa é uma entre tantas outras pessoas, amigos que tentam viajar para participar de campeonatos tanto no Esporte quanto na Cultura, e, muitas vezes, não conseguem.

A gente fala tanto em incentivar a Cultura e o Esporte, mas é muito difícil para eles conseguirem patrocínio para incentivar essas crianças e esses jovens a estarem cada vez mais entretidos na Cultura e no Esporte.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Paulo Fiorilo.

 

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Aqui no estado de São Paulo a gente fez uma pesquisa e nós temos programas de incentivo ao Esporte e à Cultura, mas faltam recursos específicos, por exemplo, no caso desses atletas e desses artistas, que precisam participar de um campeonato fora do País, representar o nosso estado de São Paulo e não têm condições, infelizmente, como é o caso da Rafaela. Por isso hoje estou fazendo duas indicações ao governador.

A primeira é para que faça um programa de custeio de viagens, para que tenha uma verba de custeio específica para quem for representar o nosso estado de São Paulo, em outro estado ou fora do País.

A segunda indicação é para ampliar a divulgação, através de uma maior publicidade, do benefício fiscal do ICMS à programação cultural, que é o PAC, e o programa de incentivo ao esporte também, que é o PIE. Porque a gente precisa divulgar mais, para que esses jovens saibam que tem onde procurar.

Mesmo assim, ainda é muito pouco. A gente precisa ajudar mais, incentivar esses meninos e essas meninas a participar desses programas culturais e esportivos. Nós temos que fazer a nossa parte. Para a Rafaela, no caso, não dá tempo de esperar que essas indicações sejam colocadas em prática porque ela tem poucos dias para conseguir o dinheiro.

Então eu acho que a gente podia fazer a nossa parte. Eu faço um pedido direto, aos meus colegas parlamentares, para que eles participem da vaquinha da Rafaela. Porque, para conseguir participar desse campeonato, e nos representar lá fora, ela fez uma vaquinha. Muitas vezes, eles estão nos semáforos, pedindo dinheiro para poderem continuar no Esporte ou na Cultura.

Então hoje eu peco aos nobres deputados que, junto comigo, a gente faça uma vaquinha, e ajude também a Rafaela. A nossa equipe vai enviar um e-mail, para cada deputado, para ver se pode contribuir também, para que o sonho dessa menina seja realizado.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Obrigado, deputada.

Seguindo o Pequeno Expediente, próximo orador, deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. Com a palavra, o deputado Vitão do Cachorrão, pelo tempo regimental do Pequeno Expediente.

Tem a palavra o deputado Vitão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde Sr. Presidente. Boa tarde Suplicy, Giannazi, deputados e deputadas, todos os assessores, fotógrafos, meu amigo ali, o Cabelo e o pessoal da TV Alesp também.

 Quero cumprimentar todos os funcionários, em especial o pessoal da limpeza. E agradecer a Deus por mais um dia de vida, um dia de trabalho. Não esquecer de onde eu vim, de onde eu tive a honra.

Quero mandar um abraço a todos os policiais militares, policiais civis, de votar junto com os colegas, unânime, e dar os parabéns para a Polícia Militar e Polícia Civil do Estado de São Paulo, que merecem aumento. Foi um pontapé inicial, já com apenas quatro meses de governo, cinco meses.

Mas a Polícia Militar merece, todos os anos, todo começo de ano tem que ter um aumento, uma gratificação. Porque são verdadeiros heróis da nossa Segurança Pública. Então se sintam, todos aqui, cumprimentados, a Polícia Civil, todos aqui, pelo Vitão do Cachorrão e os demais colegas.

Hoje eu quero falar, mais uma vez, na questão de Saúde. Eu já tive muitas reclamações, e tenho também, em Sorocaba. Veio uma senhora, no meu gabinete, chorando. E também reclamações, no município de Suzano, do Iamspe.

Infelizmente, desconta da folha, do pagamento dos funcionários públicos, pessoas que pagaram a vida inteira e se aposentaram. As pessoas, queiram ou não queiram, desconta os seus três ou quatro por cento.

Na verdade, o que está acontecendo em Sorocaba? Vou dar um exemplo. Pessoas que têm o convênio do Iamspe, às vezes o Iamspe contrata um hospital para ter essa parceria. E chega lá, não tem todo o suporte.

A pessoa espera por uma consulta, três, quatro, cinco, por um exame, seis meses, e a pessoa pagando, descontando da sua folha salarial. Continua sem saúde. E a pessoa às vezes prefere pagar um particular, porque em muitos casos não dá para esperar: por exemplo, um mioma, uma suspeita de câncer. A pessoa que está com muita dor, precisa operar uma hérnia, não pode ficar esperando seis meses.

Então, saúde é para ontem. Tem muitas reclamações, infelizmente, do Iamspe no nosso estado de São Paulo. Desconta da folha salarial do trabalhador, queira ele ou não queira; ele já pagou a vida toda.

E essa senhora esperando aí, acho que ela está com um cisto que está crescendo cada vez mais; quase um ano esperando a cirurgia. Mesmo pagando o convênio, não está conseguindo operar. Tem que vir para São Paulo.

E se tem uma emergência ali, quando a pessoa enfarta? Tem que ir ao SUS em Sorocaba, porque não tem lugar. Os lugares que estão atendendo lá, com a Santa Casa - fica aquela briga. Tem muitos rumores de que deve uma grande quantia para a Santa Casa; falam que é uma quantia “x”, outros falam que é uma quantia “y”.

Mas quem está sofrendo é o povo. Por exemplo, tinha esse convênio com a Santa Casa, hoje não tem mais. Acho que tem mais de cinco ou oito mil conveniados, lá em Sorocaba, que está praticamente descontando da sua folha salarial, e sem o tratamento.

E também agora na cidade de Suzano: veio uma senhora, precisando fazer vários exames. Essa senhora está sentindo muita dor. Ela se sente, na verdade, para falar bem o português aqui, lesada, furtada, infelizmente, roubada. Porque você pagar, descontar da sua folha salarial, e você não ter o tratamento - isso é muito triste, ainda mais para uma pessoa que contribuiu a vida toda.

Outra coisa, também, sobre a qual tem muita reclamação, infelizmente, presidente, é a vaga Cross. Muita gente ali esperando cirurgia, esperando exames; e é no exame que dá para saber o tratamento, o diagnóstico do que a pessoa precisa tratar, operar.

Tem coisas, que eu já disse, como câncer, que não dá para esperar; cirurgia de hérnia. A pessoa trabalha por conta... Eu já conheci alguns amigos, da minha família, muita gente humilde, alguns amigos pedreiros, que têm que trabalhar ajoelhados, assentando piso, azulejo, amarrando ferragem. Trabalhar num serviço bruto, em cima de um prédio, num andaime: como é que vai trabalhar com uma hérnia na barriga?

E a vaga Cross, ela fica esperando ali, e não tem... Nem a gente, que é político, nem a gente, que é deputado, tem o direito de saber. A gente não quer que passe ninguém na frente, não é contra a lei. Mas quando é urgência e emergência, não pode esperar tanto tempo.

Fica aqui o que tem que melhorar no nosso Estado, na Saúde, urgentemente, para encerrar: é o Iamspe, o convênio do Iamspe, e também a vaga Cross.

Tenho a certeza... Já marquei reunião com o secretário de Saúde. E imploro aqui para o governador também: veja urgentemente esses dois casos na Saúde do estado de São Paulo.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Obrigado, deputado Vitão do Cachorrão. Seguindo aqui a ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Paulo Fiorilo, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, eu venho recebendo muitas reclamações, muitas denúncias aqui no meu gabinete em relação ao não financiamento dos jogos escolares do estado de São Paulo.

Esses jogos são organizados pelo governo estadual, através da Secretaria da Educação, em conjunto com outras secretarias. Inclusive, existe até uma portaria organizando esses jogos escolares, envolvendo escolas públicas da rede estadual, das redes municipais, escolas técnicas, escolas particulares. É um projeto importante do ponto de vista da integração das nossas escolas, dos nossos alunos, da descoberta de novos talentos e também do incentivo à prática de esportes em várias modalidades, como handebol, judô, natação, atletismo, basquetebol, futsal, ginástica artística, ginástica rítmica, vôlei de praia, xadrez, dama.

São várias as modalidades que são realizadas nesse projeto.

Acontece, Sr. Presidente, que em muitas diretorias de ensino não há o financiamento. As escolas não estão recebendo recursos para transportar os seus alunos para esses jogos, para esses eventos. Isso é um verdadeiro absurdo.

É deplorável que o governo crie um programa como este, que se chama “Jogos Escolares do Estado de São Paulo”, mas que ele não dê a infraestrutura mínima para que esses jogos ocorram, dando um básico, que é o transporte, para que esses alunos possam chegar e participar desses eventos.

São várias as diretorias de ensino reclamando que não estão tendo acesso ao transporte. Ou seja, o governo estadual abandonou as nossas crianças, os nossos adolescentes, os alunos aqui das escolas, sobretudo da sua própria rede, da própria rede estadual, Sr. Presidente.

Isso é grave, porque nós temos uma secretaria que tem um orçamento de quase 50 bilhões de reais. Então, não é falta de recursos, porque pretende alugar agora um prédio, ali na Faria Lima, por milhões de reais, com a desculpa que vai fazer uma reforma lá na sede da Secretaria da Educação, da Seduc, na Praça da República.

Então, não falta dinheiro na Secretaria da Educação, tanto é que o secretário até ameaça reduzir o orçamento da Educação, dizendo que tem recurso a mais, que ele nem consegue gastar, mas não investe em um programa do próprio Estado. É a portaria que foi publicada no “Diário Oficial” no dia 24.02.2023.

É um projeto do próprio governo estadual, com a participação da nossa Secretaria da Educação, da Secretaria de Esportes, da Secretaria da Pessoa com Deficiência. Enfim, têm várias secretarias envolvidas nesse projeto e, no entanto, o governo abandona as crianças, abandona os jovens, não financiando minimamente o transporte.

Então, os professores, sim, estão fazendo vaquinha para pagar o transporte em várias regiões. Isso é uma vergonha para o Estado mais rico da Federação. Não é obrigação do professor fazer isso. Eu vi, a deputada Solange Freitas veio aqui e fez um pronunciamento semelhante também, sobre falta de investimento nessa área. Não, não temos que fazer vaquinha. O governo tem dinheiro, tem recursos para investir. Se ele não está investindo, ele está se omitindo e deve ser cobrado, e é isso que eu estou fazendo aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente.

Gostaria que cópias do meu pronunciamento fossem encaminhadas ao secretário estadual de Educação e ao governador Tarcísio de Freitas, para que eles financiem, que eles encaminhem os recursos para todas as escolas envolvidas nesse projeto, que se chama “Jogos Escolares do Estado de São Paulo”, o famoso JEESP, Sr. Presidente.

Para finalizar, Sr. Presidente, quero manifestar, hoje é dia 24 de maio, e eu quero continuar manifestando nosso apoio aqui à luta dos servidores e servidoras da Fundação Casa, que estão em greve desde o dia três.

Estiveram aqui ontem, com um número muito grande, lutando para que fossem incluídos também no PLC 75, mas a Assembleia Legislativa virou as costas para os nossos servidores da Segurança Pública, rejeitando as emendas apresentadas, que eram várias, para que eles fossem incluídos no reajuste da Segurança Pública.

Como também a Polícia Penal, que ficou de fora, mas a Fundação Casa, Sr. Presidente, os servidores devem ser recebidos pelo governador, tem que abrir negociação, governador Tarcísio, superintendente, presidente da Fundação Casa, secretário de Justiça e Cidadania, e atender as reivindicações desses valorosos e importantes servidores e servidoras da Fundação Casa, que têm uma função importante Sr. Presidente, que é trabalhar com a reeducação e a reinserção de adolescentes na sociedade.

Então, todo o nosso apoio à greve dos servidores da Fundação Casa.

Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vitão do Cachorrão.

 

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O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Eu que agradeço, Giannazi. Segue a lista agora dos oradores do Pequeno Expediente.

Segue a lista agora dos oradores do Pequeno Expediente. Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. É regimental, tem o uso da palavra por cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Vitão do Cachorrão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, hoje está em pauta no Supremo Tribunal Federal o Recurso Extraordinário 635659, que trata da descriminalização do porte de drogas para consumo próprio.

Esse pode ser um passo importante em relação às pessoas que usam drogas, mas não resolve os problemas estruturantes de nossa política de drogas. O recurso extraordinário está sendo discutido desde 2011 no Supremo, quando uma pessoa foi condenada por portar 3 gramas de maconha.

Este recurso extraordinário começou a ser julgado em 2015 e já teve 3 votos. O ministro relator, Gilmar Mendes, votou pela descriminalização de todas as drogas, enquanto os ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso votaram para que a descriminalização valha apenas para a maconha. Diante deste cenário, o ministro Teori Zavascki pediu vista, mas infelizmente faleceu e o julgamento foi interrompido.

Somente em 2018, quando o ministro Alexandre de Moraes assumiu a vaga de Zavascki, o processo foi liberado para julgamento novamente. No entanto, apenas agora, em 2023, ele volta ao plenário, colocado em pauta pela ministra Rosa Weber.

A grande questão do recurso extraordinário é que o atual Art. 28 da lei de drogas nº 11.343, de 2006, seja entendido como inconstitucional. Esse artigo pune com medidas que não a prisão pessoas que são acusadas de comprar, armazenar e/ou transportar drogas para consumo pessoal. Ele se diferencia do Art. 33 da mesma lei, que pune, dessa vez com prisão, quem é acusado de traficar drogas.

Um dos argumentos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, responsável pelo recurso extraordinário para contestar a constitucionalidade do artigo, é que ele fere a privacidade do cidadão, inclusive o direito de pôr em risco a própria saúde de forma consciente.

A diferenciação entre lidar com o uso de drogas como uma questão de Saúde e com o tráfico como uma questão de Segurança Pública, foi um grande destaque em 2006, quando a lei de drogas foi alterada.

Entretanto, o que tem sido observado desde então foi um aumento vertiginoso do encarceramento, pois muitas pessoas que são usuárias são consideradas traficantes, principalmente pelo fato de que leva-se em conta questões subjetivas para se realizar a autuação, como local em que se encontra, a cor da pele, se a pessoa tem algum dinheiro trocado no bolso, entre outros.

Hoje o Brasil é o terceiro país que mais prende no mundo e as prisões estão superlotadas de pessoas negras e pobres. A descriminalização pode permitir uma abordagem mais centrada na Saúde Pública para o consumo de drogas em vez de uma abordagem baseada na punição criminal.

Em vez de prender e processar usuários de drogas, os recursos podem ser direcionados para programas de prevenção, tratamento e educação sobre drogas, isso pode ajudar a reduzir o estigma em torno do uso de drogas e fornecer apoio adequado aos usuários que enfrentam problemas de dependência.

Além disso, a descriminalização pode ajudar a diminuir o estigma em torno do uso de drogas e fornecer uma oportunidade para abordar, de forma mais justa e equitativa, as questões relacionadas ao consumo e às políticas de drogas.

No entanto, é importante ressaltar que a descriminalização por si só pode não resolver todos os problemas sistêmicos de desigualdade e exclusão presentes no sistema de justiça criminal; outras medidas e políticas também são necessárias para abordar de maneira abrangente essas questões complexas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Nós que agradecemos, Suplicy. Segue a lista do Pequeno Expediente: deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Andréa Werner, sempre lutando pelo povo, pelas crianças autistas... Parabéns, deputada. Tem o uso da palavra por cinco minutos, é regimental.

 

A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde a todos nesta Casa. Eu queria trazer um questionamento para esta Casa que é: qual o papel de uma agência reguladora? Eu sei que é uma pergunta que parece meio óbvia, não é?

O papel de uma agência reguladora é regular um mercado ou uma atividade, e para nós é muito claro, porque algumas atividades precisam ser reguladas, e o setor de saúde suplementar é uma delas quando a gente está falando de plano de saúde.

Ele precisa ser regulado, porque a gente está falando de garantir que o cidadão seja bem atendido, de forma adequada, com respeito, com responsabilidade, afinal de contas você pode até ficar um mês sem um carro que você comprou, Vitão, mas você não pode ficar um mês sem uma cirurgia que pode salvar sua vida.

Alguns de você acompanharam, no último mês, o trabalho que eu fiz com meu gabinete, junto ao Ministério Público, para denunciar as operadoras de planos de saúde, principalmente a Unimed Nacional, mas também várias outras como a NotreDame, a Bradesco Saúde, a Amil, a São Cristovão e a SulAmérica.

Isso a gente fez por casos de cancelamento unilateral de planos que aconteceram para pessoas que estão em fila de cirurgia de endometriose, fazendo tratamento oncológico, crianças autistas, pessoas com outros tipos de deficiências, pessoas em tratamento, mas também tem casos de planos que descredenciam clínicas - a gente teve várias denúncias nesse sentido.

Imagina que você tem um filho com deficiência e aí, do nada, o plano avisa assim, olha: “aquela clínica na qual seu filho faz a terapia há três anos... A gente não vai mais fazer nada com ela. Ela está descredenciada.

Agora você vai ter que ir para uma que fica a 40 minutos da sua casa, que nem tem aquela terapia que seu filho fazia, não. Agora inclusive não é mais 50 minutos, é só 15 minutos que ele vai fazer e se vira aí, mesmo não sendo a mesma terapia”. Eles não falam que, muitas vezes, esses lugares para onde eles mandam essas crianças não têm nem o alvará do corpo de bombeiros. É esse o nível de descaso das operadoras.

Eu fico triste, indignada em ver no meio de tudo isso, as pessoas que enviaram denúncias para o meu gabinete começaram a compartilhar o que a ANS disse quando elas tentaram denunciar isso que está acontecendo para a ANS.

A ANS simplesmente ignorou o fato de já existir uma decisão do STJ que afirma, inequivocamente, que uma pessoa em tratamento não pode ter o seu plano de saúde cancelado. “Ah, mas o plano coletivo por adesão pode ser cancelado.” Não, não pode. Pessoa em tratamento, independentemente do tipo de plano de saúde, não pode ter seu plano de saúde cancelado.

A ANS simplesmente replicou por e-mail para essas pessoas esse comunicado, que é muito parecido com o que os planos de saúde estão fazendo. Tipo, procura outro produto aí, outro plano para fazer a portabilidade, porque essa rescisão é prevista em contrato, desde que seja avisada com antecedência de 60 dias.

Ainda por cima, eles ignoram os relatos de que há exigência de carência quando a pessoa faz essa portabilidade, e que não tem, às vezes, as mesmas modalidades de seguros, ou que não tem os mesmos planos equivalentes, que a pessoa não vai ter a mesma cobertura que teria antes.

Mas isso não é nenhuma surpresa para mim, porque lidei muito com a ANS no ano passado. No ano passado, a ANS atuou quase como fazendo advocacia administrativa do setor de seguros durante aquela discussão do rol taxativo. Eu fui uma das mães que se acorrentaram na frente do STJ durante aquela batalha contra o rol taxativo.

Mesmo depois que a gente mostrou na Câmara e no Senado emails compartilhados pela comunicação interna da Unimed, comemorando que eles conseguiram na Justiça desligar ventilador mecânico de criança. “Que vitória para o nosso jurídico, tiramos o ventilador mecânico de criança, tiramos traqueostomia de criança. Nosso jurídico é demais!” Eles estavam comemorando isso, desligar aparelhos de pessoas. Uma vitória...

Eu e muitas mães nos mobilizamos em Brasília para tentar reverter aquela situação desastrosa do STJ de que os planos de saúde só teriam a obrigação de cobrir o que estava nesse rol da ANS, que é desatualizado, que leva em consideração muito mais o custo do que a efetividade do procedimento.

A gente esteve em Brasília e conseguiu aprovar um projeto de lei que nos trouxe de volta ao óbvio: se o seu médico te manda fazer uma cirurgia ou um procedimento que vai salvar a sua vida e que tem comprovação científica, o plano de saúde tem que cobrir, sim. Você está pagando o plano de saúde direitinho. É o óbvio e é a jurisprudência que a gente tinha nos 20 anos anteriores.

Com muita pressão, a gente conseguiu que esse PL fosse sancionado e a resposta das operadoras foi a seguinte, em entrevistas: “Olha, se esse rol não ficar taxativo, a nossa saída vai ser aumentar muito o preço ou eliminar consumidores que nos dão muita despesa”.

E elas estão cumprindo o que prometeram. A gente está vendo exatamente isso. Agora, eles estão simplesmente se limitando também a defender essa tese mentirosa de que esse procedimento é legal, de você simplesmente cancelar quem você acha que está te dando muita despesa. Isso não é legal. Isso é ilegal.

Na próxima segunda-feira, o deputado federal Duarte Junior vai estar aqui, a gente vai ter uma audiência pública aqui na Alesp às 14 horas, que organizei pelo meu gabinete, porque ele é o relator de um projeto de lei que está tramitando na Câmara desde 2006, ou seja, ele está contaminado por quase duas décadas de lobbies da indústria, das operadoras, que a gente sabe que é o lobby mais poderoso de Brasília, mas que agora pode ser restaurado para cumprir o seu papel, que é garantir que o cidadão tenha acesso à saúde e seja respeitado, que o direito ao lucro não possa estar acima do direito à vida.

Então, a gente vai trabalhar em conjunto para que esse setor não possa mais recorrer a subterfúgios e a status de costas quentes dentro de onde deveriam estar regulando esse setor, porque vidas estão em jogo. Então, conto com o apoio de todos os parlamentares desta Casa. Segunda-feira tem audiência pública.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, deputada Andréa Werner, sempre lutando pela Saúde.

Quero citar a presença muito importante do vereador Ítalo Moreira, de Sorocaba, lutando pela cidade, pelo São Guilherme, trazendo suas demandas à Alesp também. Sejam bem-vindo, vereador Ítalo Moreira.

Segue a lista de oradores do Pequeno Expediente. Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)

Agora a lista suplementar: deputado Sebastião Santos. (Pausa.). Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Novamente deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, que já falou. Deputado Eduardo Suplicy. É regimental.

Tem o tempo de cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Vitão do Cachorrão, presidente desta reunião da Assembleia Legislativa, prezadas deputadas, prezados deputados, prezado deputado Donato, em 2019, foi celebrado o Contrato de concessão nº 057/SVMA entre a prefeitura e a empresa Urbia Gestão de Parques.

São objeto dessa concessão o nosso querido e vizinho Parque Ibirapuera, também o parque Jacintho Alberto, Eucaliptos, Brigadeiro Faria Lima, Lajeado e Jardim Felicidade. A ideia do projeto de privatização do então prefeito João Doria era que o serviço melhorasse e que empresas pudessem lucrar com a exploração e gestão do espaço público.

A empresa Urbia, que se propõe a construir uma nova experiência de viver os parques urbanos, melhorando a qualidade do lazer, entretenimento e cultura, tem deixado a desejar sobre muitos aspectos.

O que se observa é que ao longo desses três anos de concessão muitos serviços que funcionavam bem, pioraram, a partir dos relatos dos trabalhadores ambulantes que integram as duas cooperativas do parque, a Coovap e a Coovasp, que possuem respectivamente 24 e 19 anos de história.

O que foi descrito na reunião ocorrida nesta segunda-feira, 22 de maio, aqui na Assembleia Legislativa, é que após a pandemia os ambulantes têm diminuído significativamente a sua arrecadação e são obrigados a comprar de um único fornecedor, a marca Ambev, contrariando a vontade da livre concorrência do mercado e tirando a autonomia dos ambulantes em fornecer uma diversidade de alimentos.

Os trabalhadores também relataram um aumento da insegurança, com diversos roubos de seus carrinhos em virtude da redução de fiscalização. Contam que com a gestão municipal havia muito mais segurança.

Além disso, relatam que os grandes eventos fechados focados em um público mais elitizado, com ingressos caríssimos, apesar de aumentarem o número bruto de frequentadores do parque, estes consomem única e exclusivamente dentro do show e os ambulantes prestam apenas um serviço de informação aos participantes e deixam de arrecadar, pois não são capazes de concorrer com o que se é oferecido nos shows.

Em suma, o Parque Ibirapuera, que já foi palco de inúmeros shows gratuitos com grandes estrelas nacionais e internacionais e abertos a toda a população, hoje vivencia uma elitização e privatização do espaço que é patrimônio cultural e ambiental municipal. Ao caminhar pelo parque, o que se nota é um verdadeiro estandarte de grandes marcas.

Destaco também que de acordo com a carta aberta realizada pelo Fórum Verde Permanente de Parques, Praças e Áreas Verdes a respeito dos shows de música eletrônica em áreas de preservação como o Ibirapuera e o Jardim Botânico, que possuem uma avifauna riquíssima, festivais de música eletrônica como os que têm ocorrido afetam e prejudicam a fauna local.

Apelo por meio deste que a empresa Urbia, que por meio do seu contrato de franquia, que regulamenta a relação trabalhista com as cooperativas, reconheça a autonomia e sabedoria com relação ao Parque Ibirapuera, que possui os cooperados antiquíssimos, e que trabalham no Parque e nos servem tão bem.

Apelo também pela redemocratização do espaço cultural de shows gratuitos abertos à população e, sobretudo, ao cuidado com a riquíssima fauna e flora que existem no nosso querido Parque do Ibirapuera.

Assim, muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado, Eduardo Suplicy. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para a sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no parágrafo 3.º do Art. 100 do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Item 1 - Projeto de lei Complementar n.º 81, de 2023, de autoria do Sr. Governador. Assina o presidente da Casa, André do Prado.

Segue a lista do Pequeno Expediente, da lista suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, quero ainda continuar tratando em relação ao projeto que nós aprovamos ontem com o apoio da Bancada do Partido dos Trabalhadores em relação ao projeto da Segurança Pública. Durante toda a tramitação desse projeto, várias emendas foram apresentadas ao projeto.

Primeiro, era para melhorar o projeto em relação à Polícia Militar, que entre os tenentes, sargentos, tinha uma diferenciação entre as carreiras apresentadas, tinha uma diferença entre o alto comando da Polícia Militar e da Polícia Civil, e nós defendemos desde o começo que não tinha que ter essa diferenciação entre a estrutura do comando da Polícia Civil e da Polícia Militar. Nós solicitamos na Comissão de Finanças e Orçamento que pudéssemos realizar uma audiência pública.

Inclusive, foi feita a sugestão um dia após o Projeto de lei começar a tramitar aqui na Assembleia Legislativa, inclusive com prazo de inclusão de emendas. Solicitamos ao presidente da Comissão de Finanças e Orçamento que pudesse fazer uma audiência pública conjunta entre a Comissão de Finanças e Orçamento e a Comissão de Segurança Pública na Assembleia, para que se pudesse ter um amplo debate aqui na Assembleia Legislativa em relação ao Projeto em andamento.

Audiência pública essa que acabou não acontecendo, até hoje não fizemos ainda uma reunião da Comissão de Finanças e Orçamento, mesmo com o pedido ao presidente para que fosse feita audiência pública. Acabou sendo feita uma audiência pública pelo nosso deputado Reis, a pedido de diversas associações e sindicatos vinculados à Polícia Civil. Acabou acontecendo a audiência pública, várias emendas foram protocoladas.

Mas nenhuma das 45 emendas que foram apresentadas ao Projeto de lei em relação à Segurança Pública para fazer a adequação, nenhuma delas acabou sendo aceita.

É importante a gente registrar um pouco esse posicionamento, que ontem após a votação desse projeto aqui na Assembleia Legislativa, nós ouvimos diversos deputados, nobre deputado Suplicy, que não se manifestaram durante essas duas semanas em que fizemos discussão aqui na Alesp, e ontem tentando colocar a responsabilidade da demora da votação à bancada de oposição, a bancada do povo, aqui na Assembleia Legislativa.

Então é um erro, é um erro. E várias pessoas, e nós fomos acompanhando durante todo o processo de votação que não houve por parte da bancada governista, na Assembleia Legislativa, nenhum gesto, nenhum movimento para fazer a adequação no projeto de lei, ora apresentado pelo governador.

Nós apresentamos também, entre as 45 emendas que nós apresentamos, que também não constava na estrutura do projeto de lei da Segurança Pública nem os servidores da Polícia Penal e nem os servidores da Fundação Casa.

Inclusive, os trabalhadores da Fundação Casa estão em greve desde o dia três do mês de maio, hoje estamos no dia 24, tempo suficiente para que o Governo do Estado de São Paulo pudesse ter feito um gesto, um movimento de retomar o processo de negociação, negociação essa que aconteceu apenas uma única vez durante esse período, e apresentando um índice de apenas 0.25% acima do que tinha sido apresentado antes do início da greve.

Ontem os servidores da Fundação Casa estiveram acompanhando toda a votação aqui na Assembleia Legislativa. Fomos solidários ao movimento de greve, que ocorreu a partir do dia três, mas solicitamos ao governador do estado de São Paulo, solicitamos ao presidente da Fundação Casa e à própria Secretária de Segurança Pública que faça a gestão para a solução da greve dos funcionários, dos servidores da Fundação Casa.

Então, ontem foi aprovado o projeto de lei em relação à Segurança Pública. Acho que é importante frisar novamente que todos os esforços foram feitos pela bancada de oposição, aqui a bancada do povo na Assembleia Legislativa, para tentar garantir uma alteração para melhorar o salário dos sargentos, o salário dos tenentes no estado de São Paulo.

Fizemos um movimento também para a adequação da Polícia Civil, da Fundação Casa, da Polícia Penal, mas não houve, por parte do Governo do Estado de São Paulo, nenhum movimento, nenhuma vontade de fazer adequação no projeto, ora apresentado.

Então, eu queria deixar aqui firmado, Sr. Presidente, todo o debate que foi feito aqui em relação ao projeto da Segurança Pública no estado de São Paulo.

E queria solicitar que essa minha fala seja encaminhada ao secretário de Segurança Pública, ao governador do estado de São Paulo, ao presidente da Fundação Casa para tentar resolver o mais rápido possível a greve dos servidores da Fundação Casa e também a inclusão da Polícia Penal num eventual projeto apresentado nesta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Será encaminhado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Segue a lista dos oradores do Pequeno Expediente, mulher guerreira que trabalha pelo povo, deputada Thainara Faria. É regimental, tem o uso da palavra por cinco minutos, deputada.

 

O SR. ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Pela ordem.

 

O SR. ALEX MADUREIRA - PL - Queria só fazer uma comunicação enquanto a deputada Thainara vai até o púlpito.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Está autorizado, pela ordem.

 

O SR. ALEX MADUREIRA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero usar esse expediente para dizer que na tarde de ontem eu recebi aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo a assessoria da Artesp. Artesp que é o órgão regulador das nossas rodovias no estado de São Paulo.

Eu tenho na minha cidade ali em Piracicaba uma grande concessão de rodovias que foi feita, que foi a Pipa, Piracicaba-Panorama, e um bom trecho dessas rodovias que foram concedidas passam dentro da minha cidade.

Inclusive, num trecho urbano, na SP-304, na rodovia Geraldo de Barros, nós temos um problema recorrente ali. É uma pista duplicada, porém ela tem dois acessos a bairros da cidade no mesmo nível da rodovia, então isso gera acidentes, mortes.

E nós temos solicitado, já desde que a rodovia foi concedida e que foi feita essa duplicação, que sejam antecipados, deputada Thainara, dois dispositivos, que estão no programa da concessionária Eixo, de travessias de nível que serão construídas ali, mas estão para frente, estão muito longe. Então, o nosso intuito é de que esses dispositivos sejam antecipados.

Nós conseguimos a autorização da Artesp para que isso ocorra numa readequação de contrato. Existem recursos da concessionária Eixo para que ela possa fazer esse dispositivo, mas nós precisamos da autorização de algumas secretarias, de trâmites, que ande esse projeto para que ele ocorra.

Então, é solicitar ao governo do Estado muita atenção, pessoas têm perdido a vida ali, é uma situação muito difícil, e é algo que é possível de se resolver.

Então, nós estamos pedindo a atenção de todos da Artesp, da Secretaria de Infraestrutura, da Secretaria de Parcerias Públicas, que andem esses dois dispositivos da SP-304.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Obrigado, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, deputado Alex Madureira.

Segue a lista dos oradores, deputada Thainara Faria. É regimental, tem o tempo de cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, deputado presidente, Vitão do Cachorrão, uma alegria poder usar a palavra, nessa tarde, sob a sua Presidência dessa sessão; agradecer e saudar muitíssimo todos os deputados, deputadas presentes, servidores, policiais, os estudantes que nos acompanham na galeria. Muito boa tarde, São Paulo.

Hoje eu vim trazer um tema aqui para que nós possamos refletir, como deputados e deputadas, fazendo um apelo a todas as pessoas do Poder Público, a todos aqueles investidos em cargos eletivos para que olhem com cuidado, com atenção e muito carinho para o interior do estado de São Paulo.

Por que eu estou pedindo essa atenção para o interior? Nós temos alguns municípios muito pequenos de nove mil, 15 mil habitantes, 20, 30 mil habitantes  que têm uma dificuldade gigantesca de fazer a arrecadação de impostos para poder gerir a cidade e que, infelizmente, nós vemos que a grande realidade é que muitos vereadores e prefeitos têm que passar o chapéu para os deputados estaduais e federais, pedindo emendas para ter condições de gerir seus municípios.

Eu sou muito grata a Deus porque até hoje nenhum prefeito, nenhum vereador entrou no nosso gabinete para fazer qualquer pedido que não fosse atenção aos interesses dos munícipes.

Então, emendas para a Saúde, para o Esporte, para o Desenvolvimento e Assistência Social, mas é muito complicado esse desprendimento de energia para conseguir emendas para gerir o município.

Por que isso acontece? Isso se dá porque nós temos um pacto federativo que estrangula os municípios. Os prefeitos têm muitas obrigações e poucos recursos para lidar com tais obrigações.

Então, por exemplo, manter as creches, manter as escolas de Ensino Fundamental, manter todas as preocupações sem recursos é muito difícil. Então, há um exercício dos prefeitos a todo momento, pedindo que o Governo do Estado pague seus convênios, pedindo emendas para os deputados estaduais e federais, e isso não é justo.

Nós precisamos dar condições para que os municípios caminhem sozinhos, até porque é de muita alegria de nossa parte conseguir destinar emendas para um e outro, mas são 645 municípios no estado de São Paulo, 645 cidades, entes que nós precisamos socorrer.

Então, nós queremos de fato fazer este apelo hoje para o olhar para cidades menores que não conseguem, através dos seus impostos, arrecadar o suficiente para conseguir gerir a Saúde, a Educação, o Esporte. Eu tenho certeza de que todos os deputados já receberam algum tipo de reclamação ou pedido para conseguir subsidiar as Santa Casas.

O que se fala deputado, presidente? Que a tabela SUS não consegue contemplar aquilo que é necessário para todos os leitos. As Santas Casas estão estranguladas, muitas não conseguem fazer atendimento.

Então, nós precisamos dar condições reais para que os municípios caminhem, para que eles consigam dar conta de suas obrigações para com seus munícipes, e nós vamos continuar, com muita alegria, destinando emendas para todo o estado de São Paulo.

Eu tenho um compromisso muito sério com o interior, mas nós precisamos, com certeza, do olhar do governo do Estado e da Presidência da República para que nós consigamos dar programas sociais, para que nós consigamos dar condições para os municípios menores darem a atenção devida e a qualidade de vida que todos os cidadãos merecem.

Então, essa é minha fala, eu agradeço muitíssimo a oportunidade. Estaremos aqui logo mais nas sessões extraordinárias para fazer o voto daquilo que o povo nos elegeu, uma mulher preta do interior do estado de São Paulo, com 28 anos, deputada estadual para trazer aqui as nossas ideias de como o estado de São Paulo tem que caminhar. E com certeza é atendendo as questões sociais, é atendendo as pessoas que mais precisam.

E aquele registro que a gente precisa fazer. Esta é a quarta sessão que eu estou aqui, e não recebi ainda resposta do prefeito Ricardo Nunes e nem do governador Tarcísio em relação a 50 mil pessoas que estão em situação de rua no estado de São Paulo e as 80 mil pessoas que estão em situação de rua em todo o nosso Estado.

Então, na cidade de São Paulo são 50 mil e no Estado 80 mil pessoas em situação de rua. É o retrato de um governo fracassado que não tem condições de andar de cabeça erguida do lado de milhares de pessoas que estão em situação de rua, sem ter o que comer, sem ter condições mínimas de tomar seu banho, de dormir; depois da pandemia, famílias inteiras nas ruas, com seus móveis, sem teto, então nós precisamos dar atenção primária e prioritária para resolver a questão daqueles que mais precisam de nós.

São as pessoas em situação de rua, neste momento, que precisam da assistência e do desenvolvimento social, que precisam da habitação, que precisam de alimento, precisam de esportes, precisam de tudo.

Então nós estamos cobrando mais uma vez. Na próxima sessão, então, vou passar um vídeo para vocês relatando toda a situação da pessoa em situação de rua no estado de São Paulo.

Muito obrigada, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, deputada Thainara. Seguindo a lista do Pequeno Expediente, meu amigo, deputado Reis, que foi a uma reunião muito importante sobre a vaga Cross. É regimental, Reis, tem o uso da palavra. 

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Quero saudar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Militar e todos aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp.

Sr. Presidente, deputado Vitão do Cachorrão, hoje eu estive na Cross e falei muito de V. Exa., de suas reclamações. Eu fui recebido lá, presidente Vitão, pela Dra. Aparecida Teruko Tominaga, diretora da Cross, que é a Central de Regulação do Serviço de Saúde; também a enfermeira Liliane Nascimento, representando a Dra. Raquel Zaicaner, diretora de regulação da Coordenadoria de Regiões da Saúde, CRS; e, também, o Dr. Domingos Napoli, gerente médico da Cross.

Obviamente, sentimos muito a falta de V. Exa., porque V. Exa. tem reclamado muito que tem as demandas, que as pessoas o procuram, muitas vezes enfermas, em hospitais, e não tem a vaga para poder internar aquela pessoa. Uma coisa que eu apurei, deputado Vitão do Cachorrão, é que a Cross é uma agência intermediadora de vagas, eles não são os donos das vagas. Isso ficou muito bem claro.

Quando um hospital pede uma vaga, essa vaga vai ser procurada no sistema, ou seja, se não houver os leitos, não haverá as vagas. E aí tem a responsabilidade dos três entes da Federação.

A responsabilidade dos municípios, e tem municípios, deputado Vitão, que empurram as demandas, isso ficou bem claro lá, para o Estado. O município mesmo de V. Exa., seria bom V. Exa. procurar lá com o prefeito, que tem problema na Santa Casa e só tem dois hospitais lá do Estado.

E fica esse jogo de empurra-empurra, porque se não tem a vaga, a Cross não é dona das vagas, ela não tem como criar vaga, então ela simplesmente faz a intermediação.

Aí, quando o caso é muito grave, segundo o que ficou apurado lá, eles buscam a vaga zero, que eles têm que arrumar de todo jeito, porque o hospital onde eles procurarem aquela vaga, eles têm que arrumar de todo jeito quando a situação é muito grave.

Mas as vagas são construídas, elas são, vamos dizer assim, estipuladas pelos entes, não é pela Cross. Então o município tem lá os seus leitos, o estado tem os seus hospitais e seus leitos e a União também tem seus hospitais e seus leitos. E quando surge, então, a demanda por vagas, a Cross simplesmente vai administrando e intermediando.

Há uma análise também, deputado Vitão, do risco, do grau de risco. Então a gente tem todo um sistema lá, em que mais de 118 médicos participam desse sistema, e eles vão analisando a gravidade, para ver quem realmente deve ser encaminhado, em primeiro lugar, em segundo lugar.

Então foi bastante explicativa, foi bastante proveitosa a reunião, porque a gente, que está de fora, tem uma visão. Mas a realidade é outra. Nós tínhamos uma visão que o Cross é o dono das vagas.

“Ah, por que o Cross não encaminha? Tem uma demanda aqui, a pessoa está morrendo, e o Cross não arruma vaga”.

Ela falou: “Mas nós, para arrumar vaga, ela tem que existir. A gente faz a intermediação. Ou seja, um hospital pede uma vaga, a gente vai ver onde tem, e faz o encaminhamento.”

Mas, quem produz as vagas são os entes. Quem vai produzir as vagas? Os hospitais municipais, os hospitais do Estado, hospital da União. Muitas vezes, a pressão fica muito em torno do Cross. E, às vezes, o sistema municipal, para ele não trazer a responsabilidade para cima dele, ele culpa o Cross. “É o Cross que não está arrumando a vaga. O problema é do Cross”.

E o problema às vezes não é do Cross. O problema às vezes é daquele prefeito que não está cuidando da Saúde dos seus munícipes. É o Estado que não está fazendo a lição de casa. É a União que não está fazendo a lição de casa. Aí você acha alguém para colocar a culpa. “Ó, a culpa é do Cross.” E aí cada um lava as suas mãos.

Então foi um prejuízo a V. Exa. não estar presente porque nós marcamos essa reunião, justamente, para apurar o que acontece, por que tem tantas reclamações e falta de atendimentos. Mas ficou bem claro, hoje, como funciona o sistema Cross.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Reis. Não vai faltar oportunidade. Eu estava em uma agenda que já estava marcada em Sorocaba. Mas é um prazer e uma satisfação muito grande estar trabalhando com Vossa Excelência.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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Encerrado o Pequeno Expediente, a lista de oradores do Grande Expediente. Por permuta da deputada Ana Perugini, deputado Eduardo Suplicy. É regimental, no Grande Expediente, tem o tempo de 10 minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

Eu avalio que é da maior importância que seja sempre registrado aqui como é que está a evolução em direção à renda básica de cidadania, até chegar a ser universal e incondicional no Brasil.

Recentemente, em 2 de março, foi publicada a medida provisória que reinstitui o programa Bolsa Família no Brasil, que foi instituído, pela primeira vez, em outubro de 2003, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo Jair Bolsonaro, numa lei que foi publicada em 29 de dezembro de 2022, eis que foi extinto, de uma maneira, avalio, inadequada, o programa Bolsa Família. Mas que agora foi restabelecido, reinstituído.

No parágrafo 1º do Art. 1º desta medida provisória, está escrito que o programa Bolsa Família é a aplicação, a forma segundo a qual será instituída por etapas, de maneira universal e incondicional, a renda básica de cidadania.

O que significa isso? Que, em breve, em algum momento que o Poder Executivo assim determinar, podendo ser inteiramente respaldado pelo Congresso Nacional, haverá, para toda e qualquer pessoa no Brasil, uma renda. Na medida do possível, com o progresso do País, suficiente para atender às necessidades vitais de cada pessoa. A ninguém será negada.

Mas como assim? Até a cada um dos deputados estaduais aqui, também aos mais bem-sucedidos empresários brasileiros? Ou cada uma dessas pessoas que hoje estão vivendo em situação de rua: receberão elas o suficiente para as suas necessidades vitais? Como explicar que os mais ricos e os mais pobres irão receber? Por que os mais ricos irão contribuir para que eles próprios e todos os demais venham a receber?

 

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- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

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E dessa maneira nós iremos então ter inúmeras vantagens. Quais são essas vantagens? Eliminamos inteiramente qualquer burocracia envolvida em se ter que saber quanto cada pessoa ganha no mercado formal ou mesmo informal; eliminamos qualquer sentimento de estigma ou de vergonha de a pessoa precisar dizer: “eu só recebo tanto, e por isso preciso de um complemento de renda”.

Eliminamos também o chamado fenômeno da dependência, que acontece quando há um sistema que diz que quem não recebe até certo patamar tem o direito de receber tal complemento, e a pessoa está por decidir: “vou ou não iniciar essa atividade, que vai me render este tanto.

Mas se eu a iniciar e receber este tanto, e aí vem o governo e me retira o que eu estava recebendo naquele programa, eu talvez desista. E entro na armadilha da pobreza e do desemprego”. Mas se todos iniciarmos da renda básica em diante, sempre haverá o estímulo ao progresso.

Mas qual é a principal vantagem da renda básica universal e incondicional? É do ponto de vista da dignidade, da liberdade do ser humano, de que nos fala o grande prêmio Nobel de economia Amartya Sen em “Desenvolvimento Como Liberdade”, quando ele explica que desenvolvimento, se for para valer, deve significar maior grau de liberdade e dignidade geral para todos. Ele ilustra isso com um acontecimento de quando ele era menino: seu pai era um ótimo professor, eles viviam em Dhaka, hoje capital de Bangladesh, mas era Índia.

Eis que certo dia, eles, morando numa boa casa, ele brincando no jardim de sua casa, de repente ingressou um homem gritando por socorro. Havia sido esfaqueado nas costas. Ele, então, chamou por seu pai, que logo veio. E acompanhou seu pai, levando aquele homem, Kader Mia, para o hospital.

No caminho, aquele homem disse: “bem que minha mulher tinha me avisado para não vir a este lugar tão perigoso, caracterizado por lutas étnicas. Mas eu não tive outra alternativa senão vir aqui neste lugar encontrar um trabalho que pudesse dar o sustento da minha família”.

Ora, para aquela mãe que, às vezes, não tendo condição de dar de comer em casa para suas crianças, resolve então se tornar uma prostituta, vendendo seu corpo; ou para aquele rapaz que, não tendo como auxiliar no orçamento da sua família, resolve se tornar o aviãozinho da quadrilha de narcotraficantes, o dia em que houver, para si e para cada membro da sua família, uma renda suficiente para atender às suas necessidades vitais, essa pessoa vai ganhar o direito de dizer: “não, agora eu não preciso aceitar essa única alternativa que vai ferir a minha dignidade, colocar minha saúde e vida em risco.

Eu agora vou poder aguardar um tempo, quem sabe fazer um curso na minha cidade, com uma ótima professora, até que surja uma oportunidade mais de acordo com a minha vocação, com a minha vontade”.

É nesse sentido, pois, que a renda básica de cidadania vai elevar o grau de dignidade e liberdade real para todos. Será que isso se transformou em realidade em alguma parte do mundo?

Em que lugar do mundo existe isso? É justamente no Alasca, que, há 40 anos, vem pagando a cada um dos seus residentes, que hoje são mais de 730 mil, uma renda, um dividendo pago igualmente a todos os seus habitantes.

Isso decorreu da visão do governador Jay Hammond, que, em 1976, observou a seus coabitantes, que eram cerca de 300 e poucos mil: “Nós precisamos pensar não apenas na geração presente, mas na vindoura”, porque o petróleo, como outros recursos naturais que eles haviam achado em um montante muito grande, não é renovável. “Então vamos separar pelo menos 25% dos royalties decorrentes da exploração dos recursos naturais para formar um fundo que a todos pertencerá”.

Ele quis que todos debatessem, votassem, e 76 mil disseram “sim”, 38 mil disseram “não”.  Desde então, aqueles recursos passaram a ser investidos no Fundo Permanente do Alasca, e o seu valor passou de um bilhão de dólares, no início dos anos 80, para mais de 80 bilhões de dólares hoje.

Cada pessoa residente no Alasca, desde 1982, vem recebendo um dividendo que foi crescendo de 300 para 500 e para mil. No ano passado, foram 3.284 dólares por pessoa.

Isso fez com que o Alasca passasse de o mais desigual dos 50 estados norte-americanos para hoje o mais igualitário de todos os estados, e constitui suicídio político para qualquer liderança do Alasca propor o fim desse sistema.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Assumi a Presidência dos trabalhos a convite do deputado Vitão do Cachorrão.

Quero cumprimentar os alunos do Colégio Conde Domingos, do bairro Tatuapé, aqui da capital de São Paulo, que estão acompanhando a sessão hoje. A Assembleia é de vocês. É sempre um prazer receber os estudantes aqui.

Passo agora a chamar a deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.

O senhor tem o tempo regimental de 10 minutos para o uso da tribuna.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, alunos que nos acompanham aqui no plenário da Assembleia, população que nos acompanha pela TV Alesp, ontem fizemos uma audiência pública aqui na Assembleia Legislativa.

Queria que colocassem aqui a apresentação sobre o Projeto de lei 610, de 2023, que trata sobre a política estadual para o pagamento de serviços ambientais. Se o Machado puder colocar para a gente...

Então ontem nós reunimos aqui diversas cooperativas, porque, no nosso mandato, para todos os projetos de lei que a gente colocar para tramitação na Assembleia, nós faremos audiências públicas aqui na Assembleia, e ontem foi uma delas.

Então, participaram aqui as cooperativas: “Cooperativa Amigos do Santa Teresa”, “ASCART”, “Catadores e Recicladores Autônomos - Cooperativa Central Tietê”, “Cooperpoba, Recicla”, “Cooperativa Caminho Certo”, “Cooper Vira Lata”, de reciclagem e “Ecophalt”. Então, com base nesse projeto de lei, como começou todo o processo aqui na Assembleia Legislativa?

Então, nós fizemos o resgate da situação do nosso mandato de 2011 a 2015 - foi um compromisso de campanha - e organizamos um grupo de trabalho. Como tem o grupo de moradia, de economia solidária, de desenvolvimento regional, temos um grupo também no nosso mandato que trata sobre o Meio Ambiente.

Então, esse grupo fez esse levantamento. Foram feitas visitas em diversas cooperativas na cidade e no estado de São Paulo. Pode passar a próxima. Visitas foram realizadas em diversas cooperativas.

Pode passar. Depois, com base nas visitas, nós buscamos aqui na Assembleia... Tem uma assessoria que cuida para organizar os projetos dos deputados. Então, com base na lei federal, nós solicitamos que fosse feita uma proposta sobre beneficiamento e por pagamentos ambientais do estado de São Paulo, que catadores e recicladores possam ter representatividade junto ao comitê consultivo do programa estadual por pagamentos ambientais.

Pode passar a próxima. A atuação hoje no estado de São Paulo, nobre deputada Ediane. O governador, em 2022, fez apenas um decreto. Tem uma lei federal, o governo apresentou apenas um decreto, e a lei federal é de 13.01.2021. No estado de São Paulo deveria ter uma lei, o que não foi feito. O governador fez um decreto. Então, praticamente, ele não devia ter feito decreto.

Então, os catadores, hoje, sejam os recicladores, os catadores, acabam não tendo direito a esse pagamento por serviço ambiental porque não foi feita uma lei, foi feito um decreto. Então, esse projeto que nós estamos apresentando é para adequar a uma lei federal, de 13.01.2021.

Então, nós estamos aqui instituindo a política estadual de pagamento por serviços ambientais, PEPSA, programa estadual de pagamento por serviços ambientais, PEPSA, e o cadastro estadual de projetos de pagamento de serviços ambientais.

Então, fizemos aqui um estudo técnico, levantamos que em 2022 - pode passar a próxima - o então governador João Doria expediu esse Decreto nº 66.549, para disciplinar a aplicação da lei federal, sendo que, a princípio, o decreto só deveria disciplinar a aplicação de uma lei estadual que não existe no estado de São Paulo.

Então, a lei que nós estamos apresentando passa a fazer uma correlação com a lei federal, e aí você disciplina o eventual pagamento. Pode seguir. Aqui é o trâmite do projeto - ele já entrou em circulação - que institui a política estadual de pagamento por serviços ambientais. Pode seguir a próxima.

A nossa intenção com esse projeto é a manutenção, recuperação ou melhoria dos serviços ecossistêmicos, em especial a captura de carbono, a redução de emissões de gases de efeito estufa e a conservação da biodiversidade dos recursos hídricos e do solo no estado de São Paulo.

Pode seguir. A proteção, conservação e restauração dos ecossistemas terrestres, fluviais, lacustres, de transmissão e marinhos e a promoção dos serviços ecossistêmicos dos associados às unidades de conservação natural, natureza e em terras privadas.

Proteção e conservação de remanescentes de vegetação nativa em áreas rurais, urbanas, periurbanas, e especialmente em áreas de elevada importância para a conservação da biodiversidade da água e do solo. Pode passar para a próxima.

Os serviços ambientais cuja provisão é compatível com os pagamentos previstos na lei são os seguintes: restauração da vegetação nativa, inclusive em áreas sob proteção legal; recuperação de áreas degradadas com espécies nativas ou sistemas agroflorestais; manejo sustentável de florestas multifuncionais e sistemas agrícolas, agroflorestais e agrossilvopastoris que contribuam para a captura de retenção de carbono e para proteção e conservação da biodiversidade dos recursos hídricos e do solo.

Os serviços ambientais cuja provisão é compatível com os pagamentos também previstos nessa lei. Primeiro, adotar práticas sustentáveis segundo os conceitos das “Soluções baseadas na Natureza - SbN”, da “União Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN”, em áreas rurais, urbanas e periurbanas para a conservação dos recursos hídricos e do solo, para preservação de desastres naturais.

Fixação de carbono em biomassa e no solo em áreas rurais, urbanas e periurbanas e a redução de emissão por desmatamento, degradação, captura e retenção do carbono da biomassa do solo.

Outro item também desse projeto é a formação ou melhoria de corredores ecológicos, conservação de paisagens naturais, de grande beleza cênica e relevância turística e cultural.

Conservação da fauna silvestre, manutenção de área de soltura e monitoramento para reintrodução de animais silvestres na natureza, conservação da variabilidade genética de espécies da flora nativa, conservação de espécies também ameaçadas de extinção, conservação de espécies nativas, provedores de serviços e ecossistemas relevantes, segurança alimentar, polinização, controle biológico de pragas e doenças, saúde pública também com controle de vetores patógenos.

Qual é a proposta em relação aos catadores do estado de São Paulo? Instituição de reservas particulares do patrimônio natural com a reserva ambiental em propriedades de até quatro módulos fiscais, excluídas áreas de reserva legal ou de preservação permanente, bem como aquelas sujeitas à servidão ambiental.

Delimitação de áreas de exclusão de pesca, notadamente as que têm potencial de extrair do ecossistema como decorrência da varredura feita em espécie, instrumentos, pesqueiros, espécies protegidas ou ameaçadas de extinção.

Controle e erradicação de espécies exóticas, potencial de invasão de ecossistemas naturais, preservação de incêndios de vegetação nativa, atividade de conservação e restauração dos ecossistemas urbanos e periurbanos, conservação de recursos hídricos utilizados para abastecimento público em área de proteção e recuperação dos mananciais, manejo de drenagem de áreas pluviais, coleta seletiva de resíduos sólidos para os fins de reciclagem. Aqui nós estamos incluindo os catadores avulsos, as cooperativas, as associações, dentre outros.

Aí, para a execução desse projeto, as atividades que tenham propósito de contribuir para a regulação do clima e a redução de emissões de carbono decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, a conservação da biodiversidade, a conservação dos recursos hídricos utilizados para abastecimento público, a recomposição vegetal em bacias hidrográficas, unidades, paisagem com deficiência de cobertura vegetal.

E também terão como prioridade para receber esses recursos da política estadual de pagamento e serviços ambientais, os serviços providos por comunidades tradicionais, povos indígenas, agricultores familiares, empreendedores familiares e rurais, cooperativas de catadores de materiais recicláveis e utilizáveis.

Então foi importante, nobre deputado Paulo Fiorilo, essa audiência pública no dia de ontem. Ouvimos não só as cooperativas que mencionei aqui no início dessa apresentação, mas vieram outras cooperativas que trouxeram diversas sugestões ao projeto que nós apresentamos.

E o nosso propósito é melhorar, aperfeiçoar, ter uma legislação atual sobre o programa de pagamentos ambientais, serviços ambientais. Hoje nós temos alguns agricultores rurais que recebem para preservar as nascentes nas suas propriedades, mas hoje uma pessoa que faz ali a coleta seletiva do reciclado, as cooperativas, os pescadores que conseguem fazer, hoje, no estado de São Paulo... É um trabalho muito importante, nobre deputada Ediane, em relação a um processo de coleta seletiva.

Hoje o estado de São Paulo preserva o meio ambiente, mas não recebe dentro do município, nem do estado, nenhuma remuneração em relação a esse serviço ambiental que é feito no estado de São Paulo. Então essa lei visa adequar a legislação federal.

Temos uma lei estadual. O decreto hoje não tem validade, como foi apresentado pelo governador Doria. E com esse projeto de lei, ele está sendo aperfeiçoado pelas entidades do meio ambiente no estado de São Paulo.

Esperamos ter um projeto que seja equiparado ao projeto do governo federal, que não seja simplesmente o pagamento para os agricultores familiares no estado de São Paulo, que hoje tem a sua proteção das nascentes, mas que possamos garantir que os catadores, seja das áreas urbanas, seja das áreas rurais, possam ter pagamento pelos serviços ambientais que eles fazem hoje, um belíssimo trabalho no estado de São Paulo, em diversos municípios.

E quem recebe esse pagamento pelos serviços ambientais são as empresas de lixo orgânico e esses trabalhadores, catadores, são mais de 50 mil no estado de São Paulo. São mais de 300 cooperativas e eles não têm o direito a receber esse pagamento.

Com esse projeto de lei, eles passarão a ter esse direito.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Marcolino. Chamo agora o deputado Paulo Fiorilo. O senhor tem o uso da tribuna pelo tempo regimental.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, público que nos acompanha na galeria, deputadas, deputados, assessorias, vou aproveitar este tempo no Grande Expediente para tratar de um assunto que considero muito grave e que o estado de São Paulo não conseguiu ainda dar respostas, o governo do estado: a questão da Saúde Pública.

Fiz, nos últimos dias, duas visitas: uma ao Hospital Cândido Fontoura, hospital na Mooca, naquela região do Alto da Mooca, quando tive a oportunidade de conversar com a direção do hospital; e hoje fui ao Hospital Geral de São Mateus. Aliás, aproveito para já fazer um convite a quem nos acompanha: na sexta-feira pela manhã haverá um ato, um abraço simbólico ao hospital.

Deputado Luiz Claudio Marcolino, tanto no hospital para crianças, que é o Cândido Fontoura, como no outro hospital, o Hospital Geral de São Mateus, eles vivem problemas semelhantes: ausência de profissionais de enfermagem, auxiliares de enfermagem e médicos.

No caso do Hospital Cândido Fontoura, a direção relatou que as mães, muitas vezes, ficam até cinco, seis horas esperando para que o filho ou a filha passe pelo atendimento, pela triagem, pelo médico.

Eles não conseguem contratar médicos pediatras. Essa é uma questão que devemos debater com profundidade, porque não é só o problema do profissional: é o profissional pediatra.

A impressão que tenho é de que houve uma redução no número de profissionais nessa área da Medicina, que buscaram outras. É preciso, talvez, pensar junto ao governo federal uma forma de trazer mais profissionais para essa área. Eu também não sei responder e disse isso a eles.

O Hospital Geral de São Mateus é mais grave: ele está na UTI e pode não sair da UTI. Só para ter uma ideia, faltam 450 profissionais de enfermagem e auxiliares de enfermagem. Quatrocentos e cinquenta. Faltam médicos, faltam funcionários na área administrativa.

Por que isso acontece? Porque ao longo dos últimos anos, infelizmente, o governo do estado não fez concursos públicos, não repôs seus quadros. No caso do Hospital de São Mateus, nem um contrato com uma terceirizada, que poderia mitigar, com uma empresa parceira, como eles usam o termo, não foi feito ainda.

Eu queria pedir para o pessoal da técnica, se puder, exibir esse vídeo, uma matéria produzida pelo jornal da Rede Globo sobre o Hospital de São Mateus, que foi ao ar ontem.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

           

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Está bom. Eu queria agradecer. Obrigado, acho que a matéria deu conta de mostrar a gravidade que vive o Hospital Geral de São Mateus. Agora o pior, deputado Luiz Claudio, deputada Ediane, deputado Suplicy: hoje nós vamos votar aqui a prorrogação de contratos temporários.

No caso do Hospital de São Mateus, ele só tem dois funcionários que serão beneficiados e eles precisam de 450 funcionários. Então eu quero deixar aqui um apelo ao secretário de Saúde do Estado: que pudesse acelerar o processo que já foi feito para a contratação de profissionais.

Mesmo que eles não contratem os 450 agora, mas eles precisam de profissionais para poder atender as pessoas. Vocês viram na matéria que as crianças que estão internadas não tomam o remédio na hora correta porque não tem um profissional para ir dar o antibiótico, que precisa ser tomado na hora que foi prescrita pelo médico.

A gente percebeu ali a ausência de funcionários para poder dar banho nas crianças, que vão ficar sem tomar banho às vezes um ou dois dias. Então é uma situação gravíssima, gravíssima. Eu queria pedir que este meu depoimento aqui fosse encaminhado ao secretário e que a secretaria pudesse ser ágil para fazer as contratações.

Mas para além das contratações - eu disse aqui no início - falta retomar concursos públicos. A bancada do PSOL e a bancada do PT apresentaram emendas nesse sentido de que é preciso ter concurso, que não adianta o Estado querer achar que está tudo certo.

No depoimento da diretora hoje, deputado Suplicy, que tem uma larga vivência, ela diz assim: “Hoje, os profissionais que eu tenho aqui têm mais de 50 anos, na média, e é muito difícil eu pedir para eles o esforço que um profissional de 30, de 25 anos tem condições de fazer. O de 50 já não tem mais a mesma disposição, a capacidade física para enfrentar plantões, para dobrar”.

E lá a situação é muito grave, muito grave. Então acho que é preciso para além dos contratos que precisam ser feitos, e que não são só esses, emergenciais, que a gente vai votar, e eu já concluo, Sr. Presidente.

É preciso que o Estado abra concursos públicos, e a gente precisa fazer um debate sobre a questão dos profissionais na área da pediatria. Isso é fundamental. Acho que a gente devia aproveitar a Comissão de Saúde para entender o que está acontecendo nessa área, que é vital para continuar atendendo as crianças do nosso Estado.

Sr. Presidente, eu agradeço, inclusive, pela possibilidade de exibir o vídeo, que é tão importante para que as pessoas saibam o que está acontecendo em um hospital aqui da nossa cidade, que é do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Paulo Fiorilo. A reivindicação de V. Exa. será encaminhada nos termos regimentais. Chamo agora a deputada Ediane Maria. A senhora tem o tempo regimental para uso da tribuna.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde, funcionários desta Casa, deputados e deputadas, boa tarde TV Alesp e todos os que estão assistindo neste momento o plenário, este Grande Expediente.

Eu quero falar e complementar a fala do deputado Fiorilo quando fala desse desespero, da Saúde em agonia, que está realmente em um leito ali abandonado, num corredor de um hospital de uma UPA, de uma AME, até porque é só a gente olhar, e hoje inclusive...é importante que a gente vá hoje, que saiamos daqui e passemos em uma UPA, em uma UBS, lotada, lotada.

Até o Dr. Consulta, que chegou como a salvação para a diminuição das filas, mas que você precisa pagar para ter uma consulta... pois é, pois bem, também está lotado, também está sem atendimento, porque a gente sabe muito bem a deficiência, o déficit.

Ou seja, esse PLC n.º 81, de 2023, que vai votar hoje nesta Casa, que contratou servidores temporários em regime de emergência. Aí você fala: “Qual emergência?” Nós estamos vivendo essa agonia, Sr. Presidente, há muito tempo.

Essa agonia só quem não olha é quem nunca precisou de uma UPA, de uma UBS, que nunca precisou marcar uma consulta, que sempre foi de seis meses a um ano. Várias de nós, as mulheres negras, as mães solo, a juventude está morrendo, morrendo na fila.

Nós precisamos, muito pelo contrário, de mais, que se abra concurso público. E outra: esses servidores que entraram em regime de emergência em 2020 continuam até hoje, em 2023.

Só que esses mesmos que ajudaram no processo de emergência, que foi na época da pandemia, foram contratados de qualquer jeito, e foram muito valorosos, porque foram quem salvaram, quem estava na alinha de frente do confronto, do combate à Covid-19, e que hoje se encontram ganhando menos, porque foram contratados ganhando salários abaixo do piso, abaixo do piso.

São pessoas que hoje se encontram inclusive sem ter a garantia, a garantia. Vamos olhar para todos nós aqui, servidores desta Casa, que estão fora hoje trabalhando, você imagina: você está no trabalho hoje, e aí seu patrão olha para você e fala assim: “Não sei, talvez você vá ser mandado embora, mas não sei quando”.

Então a nossa garantia, a nossa luta, que pelo menos, Marcolino, que pelo menos fiquem um ano esses servidores, que são muito úteis e que se abram vagas, que se abra concurso público, porque nós não temos que tirar, deputado Suplicy, os servidores que já estão atuando na Saúde, que a gente vê muito bem aqui na zona leste.

Mas não é só o caso da zona leste, são todos os casos, todos os hospitais, que até canto aqui de São Paulo que você vá, do País inteiro, que você vá hoje em uma UPA. Vá hoje.

Eu faço um desafio: hoje, é só ir lá, ver o tamanho das filas, o tamanho do tempo de espera que temos que ficar. Muitas vezes levamos de quatro a cinco horas para ser atendidos, para passar na triagem: triagem para medir a temperatura, para ver como está sua pressão, para ver se o paciente está com febre.

São essas coisas, a gente está falando do básico. Nós queremos viver, é essa a nossa luta. Quantas vezes eu estava ali como mãe solo de quatro filhos, virei a madrugada em uma UPA, em um pronto-socorro? Quantas vezes? É desesperador. Esta Casa, nós temos obrigação, a obrigação de lutar para que venham mais médicos para que os que estão contratados que não percam, e que muito pelo contrário, dê um reajuste salarial para eles também, porque eles fazem a mesma função, são servidores iguais a todos que estão lá ocupando.

Não é possível que um enfermeiro ganhe menos que um outro enfermeiro. Por quê? Qual é esse regime, qual é esse olhar, qual é de fato, qual é esse olhar que olha e fala assim: tudo bem, você vai ganhar menos, você vai ganhar mais, vai exercer a mesma função.

A gente está falando de paridade salarial. É necessário ter esse debate nesta Casa. É necessário lutar contra o retrocesso que a gente, infelizmente... é desesperador, mas infelizmente nós alcançamos em todas as camadas da sociedade, em todas.

E aí, quando a gente fala de tragédias programáticas, nós vamos falar de dois meses, faz mais de dois meses da tragédia de São Sebastião, que eu não escuto muita gente gritando mais, ninguém grita, ninguém fala, é impressionante.

Mas para as famílias, famílias que perderam seus entes queridos, denúncias gravíssimas do prefeito de São Sebastião, que nem sequer, nem sequer, Cortez, teve a capacidade, a solidariedade de receber as famílias que foram atingidas, que perderam seus entes queridos, que perderam sua casa. Não recebeu.

Sabe como foi a comissão que foi na prefeitura de São Sebastião, sabe como eles foram atendidos? De nenhuma forma, tiveram que entrar pelas portas dos fundos, como se tivessem invadindo a Prefeitura. Não escutaram, não pararam para ouvir ninguém.

É esse o tratamento que pessoas que vão à periferia pedir voto, é esse o tratamento que têm com o povo, é esse o olhar, é desesperador, é uma vergonha. A palavra se retrata numa só: vergonha, porque houve um grande..., houve pedidos, viu Cortez. Pediram, sabe aquela ajuda, contingência que eles vão lá para brigar, para pedir recursos para que a região, de fato, combata as pessoas que estão em vulnerabilidade?

Mas você imagina: não, pediram recurso, veio o investimento, foi para onde esse investimento? Com certeza as pessoas estão numa casa, com certeza as pessoas estão num abrigo seguro, de fato.

Não, dois meses se passaram, e sabe qual foi o pedido do prefeito? Sabe qual é o pedido do poder de quem manda na cidade? Que volte, volte para sua casa, a cara é essa. Volte para suas casas.

Agora, são casas que se der mais uma chuva forte vão desabar, serão as próximas vítimas. É esse o descaso e é esse o olhar que me atormenta, porque só sabe quem passa, só sabe o que é isso, o medo do barraco cair, o medo da casa cair, o medo do seu filho não chegar em casa só quem passa por isso. Não adianta a gente falar para quem nunca passou por isso.

Não sabe o que é uma enchente, não sabe o que é colocar uma sacola no pé para descer o morro para não sujar os pés de barro para chegar no emprego com sapato limpo, pelo menos. São esses os olhares, é esse o descaso, é esse o abandono que as vítimas...

E os números são gigantes, os números são gigantes, gente. Olha, a Justiça, inclusive, sobre esses dados e para onde foi o dinheiro, para onde foi o investimento, como foi de fato que o prefeito ajudou a organizar? Não tem, mas eu vou indicar.

Inclusive tem alguns links, Portal da Transparência, tem alguns links que eu vou colocar depois nesse vídeo para que se o prefeito, óbvio, que agora, sim, for notificado - e a Justiça deu 72 horas para que ele - dê respostas para a sociedade.

E se ele não tem as respostas, então nós vamos mandar para eles os links, nós vamos ajudar o prefeito de São Sebastião a buscar, sim, dar resposta para o povo, porque se ele não der resposta, nós vamos dar. É esse o olhar e essa a justiça e a reparação que nós queremos para todos os que sofrem violência.

E falando de coisas boas, porque a gente olha, Cortez, é só tragédia, é só tragédia. Muitas vezes, como ontem, saímos machucados, porque mesmo num projeto, o PLC 75/2003, que garante o reajuste salarial, reajuste esse que nem as classes que vão ser contempladas estão felizes.

Sabe por que não estão felizes? Porque não atendeu a todos. Eu, enquanto mãe solo de quatro filhos, jamais iria dar dinheiro para um, e não dar para todos. Por que eu iria fazer a distinção? Por que eu iria fazer isso? São esses os olhares que são necessários na sociedade.

Ontem fomos brutalmente atacados neste plenário por defender que a Fundação Casa, que está há 21 dias em greve lutando por um reajuste salarial, para que se abra mais concurso público, para que eles tenham uma saúde, tenham um acompanhamento com a saúde mental, para que esses trabalhadores, esses servidores consigam, de fato, ter uma dignidade.

São pessoas que estão cometendo suicídio, são pessoas que estão sofrendo ameaças, são pessoas que moram na periferia porque não se garante um salário justo, digno para que essas pessoas garantam sua própria segurança, já que têm que fazer a segurança do Estado.

Então por quê? Qual é o olhar? Qual é a decisão? Mudam tudo o tempo inteiro e colocam sempre a esquerda, que defende os trabalhadores, nós, sim, somos protagonistas por defender os trabalhadores porque estamos junto com o sindicato, com as associações, com os movimentos sociais, nós estamos juntos sempre.

Então não adianta pegar uma pauta que é nossa e tentar o tempo inteiro nos descaracterizar porque o povo, no final do dia, sabe muito bem quem o defende. Quem vai lutar por moradia digna, quem vai lutar por melhores condições de salário, quem vai lutar por melhores condições de trabalho somos nós.

É bom quando esta Casa se coloca, mostra que está favorável, que está lutando pelos trabalhadores. Isso é ótimo. Isso é fantástico, ficamos muito felizes. Só que não pega a pauta da gente, que nós colocamos em debate, para falar: “Olha, está vendo como eles são malvados, como eles são maldosos? Olha como eles estão querendo distorcer.”.

Nós estamos cansados. A palavra é que nós estamos cansados e, por isso, cada vez mais, estou aqui no meu primeiro mandato, cada vez mais eu vejo a necessidade de mais mulheres negras ocuparem esses espaços, porque só assim nós, de fato, iremos reverter este processo de atraso no qual o nosso País foi jogado, no qual o nosso Estado foi jogado.

Sou a única mulher negra membro da Comissão de Segurança Pública. Eu fui uma das que não foi convidada para fazer nem uma fala. Inclusive, semana passada, iria ter uma fala, iria ter uma reunião, que não houve. Então, se houve reuniões, que chamem os membros, que todos nós participemos por igual.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

Boa tarde a todos. 

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, nobre deputada Ediane. Dando sequência aos oradores do Grande Expediente, com a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Thainara Faria. (Pausa.) Nobre deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Com a palavra o nobre deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Donato. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente. Para fazer uma breve comunicação. 

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Com a anuência do orador. 

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, amanhã, 25 de maio, é o Dia do Trabalhador Rural. Eu queria muito destacar essa data, porque quando a gente fala na produção agrícola, na produção rural do nosso País, geralmente a gente pensa nos grandes nomes do agronegócio, nos grandes fazendeiros, mas a realidade da agricultura e da produção rural brasileira é construída por pequenos produtores, pela agricultura familiar, pela produção familiar, inclusive, deputado Marcolino, pela produção que é realizada em acampamentos e assentamentos que lutam pela reforma agrária.

Então nessa data eu queria reivindicar e queria homenagear todos os trabalhadores rurais do estado de São Paulo e do Brasil, que são aquelas pessoas que garantem que o alimento chegue até a nossa mesa. É muito importante dizer isso, deputado Donato, porque hoje existe, no Congresso Nacional, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para tentar criminalizar um desses movimentos que reúne milhares de trabalhadores rurais sem terra no nosso País, que é o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST.

Neste momento é muito importante valorizar a contribuição que o MST tem no nosso Estado, no nosso País, produzindo alimento orgânico, saudável, de qualidade, livre de agrotóxico e de veneno, que chega até a população.

Portanto, nesse Dia do Trabalhador Rural, que a gente possa dar o devido valor, que a gente possa dar o devido reconhecimento e valorização para quem realmente garante a agricultura no nosso Estado, no nosso País. E para quem garante que a comida, o alimento, a verdura, possa chegar até a mesa do brasileiro, da brasileira.

No Brasil, majoritariamente, é o pequeno produtor, é o agricultor rural, é a produção familiar e não as grandes propriedades de terra que, majoritariamente, historicamente, no nosso País, são voltadas para abastecer o mercado externo. Elas são voltadas para a exportação e não para alimentar o nosso povo.

Quem faz isso é o pequeno produtor, o trabalhador rural. Muitas vezes, ele próprio não tem acesso à terra para ele poder cultivar. Por isso, ele tem que trabalhar em propriedades maiores.

Portanto, nesse dia, só deixar toda a nossa gratidão, todo o nosso reconhecimento a esses trabalhadores, sobretudo, aqueles que lutam pela terra no Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, deputado Guilherme. Com a palavra, deputado Donato. Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aqueles que nos acompanham nas galerias, aqueles que nos acompanham pelas redes sociais da Alesp, pela TV Alesp.

Eu queria primeiro cumprimentar o pronunciamento do deputado Guilherme Cortez. E juntar às felicitações que ele faz por esse dia e nesse momento tão importante. E convidar, para todos aqueles que ainda não conhecem a produção do MST: eles têm o Armazém do Campo, aqui na Barra Funda, com produtos de primeira qualidade, produtos de uma agricultura sem agrotóxicos, produtos de reconhecida qualidade.

Que todos possam, de alguma forma, se solidarizar com o MST, tanto politicamente, tanto se manifestando, mas também fortalecendo a produção e a comercialização dos seus produtos no Armazém do Campo.

Sr. Presidente, eu queria fazer um mosaico de assuntos que dizem respeito à zona sul de São Paulo e da Grande São Paulo. O primeiro assunto que eu gostaria de falar é a questão do Hospital Municipal do Campo Limpo. Eu moro do lado. Estive lá recentemente, e tenho outra visita marcada.

Mas nada explica que o equipamento de ressonância magnética, conquistado depois de muita luta pelo movimento de Saúde local, que brigou para que fosse comprado, para que uma sala especial fosse construída... Isso foi uma luta de anos. O equipamento está quebrado há 10 meses.

A gestão de Ricardo Nunes, completamente inerte, sem iniciativa. Só explicações no gerúndio. “Estamos preparando, estamos fazendo, estamos visitando, estamos consertando”. Mas o fato é que são 10 meses. São mil procedimentos por mês, feitos por esse equipamento. E que atendem toda a zona sul, não só o Hospital Municipal do Campo Limpo.

Hoje as pessoas estão indo para Parelheiros. Para quem conhece a região, sabe que é do outro lado da represa. Você tem que dar a volta toda. De carro, dá mais de uma hora para o Hospital de Parelheiros. Muitas vezes, vão para o Hospital da Cachoeirinha, que é na zona norte, tem que atravessar a cidade. Muitas vezes, uma população sem recursos até para a condução.

E a gente maltratando a nossa população, com recursos transbordando no caixa da Prefeitura. Como o senhor sabe, fui vereador até março desse ano. Quando eu saí de lá, eles tinham mais de 30 bilhões em caixa.

Cerca de 15 bilhões eram recursos livres, sem comprometimento nenhum. O que, para a Prefeitura de São Paulo, é um número estrondoso. Nunca aconteceu isso. Acontece muito pela inépcia, pela incapacidade do governo de fazer as coisas. Na Saúde, é muito grave essa questão.

Eu também acompanhei uma série de reportagens, ontem e hoje, no “Bom Dia São Paulo”, logo cedo, que diz respeito ao fornecimento de fraldas geriátricas, de péssima qualidade, para a população idosa ou para a população acamada, que precisa desse insumo.

No ano passado, não tinha as fraldas nas UBS, como não tem vários medicamentos, mesmo com tanto dinheiro em caixa. Ou seja, é um problema de incapacidade de gestão. Ou de, enfim, não ligar para o problema.

Mas a questão das fraldas geriátricas é chocante. Idosas, tendo que usar seis fraldas. Porque ela é de tão má qualidade que ela não retém a urina das pessoas. São pessoas que precisam de todo o cuidado.

Em geral, acamadas, sem condição de movimentação própria, precisando do auxílio de familiares. E a gente tem essa situação de descaso no estado de São Paulo. Então, duas questões na Saúde que afetam muito a nossa população.

A gente também tem a questão sobre a qual essa semana o governador Tarcísio deu entrevista: o novo presidente do Metrô, que veio lá do Espírito Santo. Que eu saiba, lá não tem metrô, mas veio um presidente do Espírito Santo para gerir o Metrô de São Paulo.

A única qualificação dele é que ele fez a concessão do porto de Vitória. Ou seja, ele veio para vender. É mais um para tentar vender o patrimônio, tentar passar para terceiros. Esses são os bons gestores - aqueles que não querem gerir nada, só querem vender ou passar para um terceiro gerir.

E eles anunciaram que a Linha 17-Ouro do monotrilho, que é uma novela sem fim, que era planejada para vir do aeroporto de Congonhas, cruzar a Marginal Pinheiros ali pela Roberto Marinho, penetrar pela região do Paraisópolis e terminar na estação Vila Sônia.... Era esse o planejado dessa linha. Lá em 2010, eu acho que foi planejada essa linha. Acho que o deputado Marcolino estava aqui, né; deve ter acompanhado.

Primeiro que a tecnologia do monotrilho, que o Serra e outros aqui inventaram... É só no Brasil para ter um monotrilho como transporte de massa. Isso gera situações do monotrilho da Vila Prudente, superlotado, com muitos problemas de manutenção, e que aqui nem superlotado é, porque ele não foi terminado.

E a empresa que estava construindo a obra - acho que já é a terceira que está na obra - largou a obra. A Coesa, que acho que é uma empresa espanhola, se não me engano.

E a solução que o governador Tarcísio está apontando é a pior possível, que é passar para a ViaMobilidade, a famosa ViaMobilidade, que tantos transtornos causa para a população da zona sul, com a Linha 5 do metrô, que vive quebrando, parada.

A estação Capão Redondo - o senhor não queira ir lá às seis horas da manhã, sete horas da manhã. É triste, é triste. Aquele povo tentando entrar, não conseguindo e não sendo atendido.

Além da Linha 5 do metrô, a Linha 8 e a Linha 9 da CPTM, que são linhas que, infelizmente, depois de concessionadas, já há mais de um ano, só dão problemas. E a gente vai poder discuti-las aqui dia 31, na Comissão de Transportes.

A gente convidou o secretário de Transportes Metropolitanos, o secretário Assalve, que já era secretário na gestão passada, ele continuou; o secretário Benini, que é o secretário da desestatização, que cuida das concessões; além da própria ViaMobilidade, para que eles possam explicar o cronograma de investimentos deles, que não está sendo cumprido.

Eles já deveriam ter comprado... No contrato, eles tinham que comprar 34 trens ao longo do tempo. Acho que eles já deveriam ter entregado sete ou oito. Eles estão com o primeiro trem em teste. Eles já teriam que ter devolvido dois trens para a CPTM, porque eles estão usando a frota da CPTM. E deveriam ter devolvido dois trens para a CPTM; não devolveram.

Então, isso tudo nós vamos perguntar aqui no dia 31 de maio para a ViaMobilidade e para os secretários. E poder aprofundar essa solução que não tem pé nem cabeça. Você pega uma concessionária que não funciona e fala: “não, além de você operar a Linha 17-Ouro” - que eles já ganharam para operar - “vocês também vão construir a linha”.

E isso só é permitido porque a gente tem uma lei inconstitucional aqui, que foi votada nesta Assembleia, se não me engano em 2019, que permite que as concessões sejam renovadas, ampliadas; e incorporados os novos serviços nas concessões, sem licitação. Então, acabou licitação no Estado. E nós vamos discutir daqui a pouco os incentivos fiscais, nós vamos ver que acabaram outras coisas, mas isso fica para o próximo capítulo.

Então, eu queria dizer aos senhores e senhoras que a gente está atento. Na Comissão de Transportes, no dia 31 de maio, nós queremos aprofundar esse debate, porque não tem cabimento a ViaMobilidade, com o péssimo serviço que está prestando, em que o Ministério Público de São Paulo já propôs o encerramento do contrato e a devolução das linhas para a CPTM, que ela seja premiada com uma extensão da sua concessão e com mais recursos públicos, naturalmente, para alimentar essa voracidade que a CCR e o Grupo Ruas, que compõem a ViaMobilidade...

Porque a ViaMobilidade parece um ente que surgiu do nada. Ele é formado pela CCR, que todo mundo conhece pelos altos pedágios das rodovias, e pelo Grupo Ruas, que tem metade da frota de ônibus em São Paulo, e presta um péssimo serviço há décadas para a população paulistana, e são esses que estão gerindo o nosso transporte sobre trilhos concessionado pelo Governo do Estado.

Então, não dá para aceitar esse tipo de coisa. É necessária uma nova licitação, e fazer bem feito aquilo que não foi feito até agora. Se fizer uma licitação decente, se apertar no contrato, é possível que a gente possa ter, de fato, esse monotrilho operando de forma decente para a população de São Paulo.

Do contrário, esses arranjos que fogem à legalidade só vão piorar a situação do povo trabalhador, que tanto precisa de transporte coletivo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Sr. Presidente, pelo Art. 82, eu indico o Cortez para fazer uma fala.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - É regimental. Deputado Cortez, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos, pelo Art. 82.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PELO ART. 82 - Boa tarde. Obrigado, Sr. Presidente, todos os deputados e servidores aqui presentes, e o público que assiste a gente através da Rede Alesp. Em primeiro lugar, presidente, eu quero cumprimentar aqui a vereadora Gizelle Freitas, do mandato coletivo da Bancada das Mulheres Amazônidas de Belém do Pará.

Eu tive a oportunidade de acompanhar o trabalho da Gizelle, que é uma lutadora feminista, uma lutadora ambiental, e conhecer aquele estado maravilhoso que é o Pará, a Amazônia, deputada Ediane, que respira tanta luta, e que, ao mesmo tempo, é a chave para a gente combater a crise ambiental que a gente vive hoje.

A vereadora Gizelle está acompanhando a gente aqui, está na tribuna de honra, e queria agradecer, parabenizar muito a participação dela aqui. Seja sempre muito bem-vinda, vereadora.

Além disso, presidente, eu quero lamentar o que aconteceu ontem, deputada Ediane, que até quando era pra gente ter um dia de festa, a gente ter um dia de vitória, um dia que o governo pudesse dizer que a gente aprovou aqui algo muito importante, de fato, que era o reajuste salarial da Segurança Pública, ainda assim esse governo tem a capacidade de errar, e tem a capacidade de excluir.

Então, a importante votação que a gente teve ontem, que concedeu um reajuste mais do que adequado, mais do que necessário, mais do que importante para os policiais civis e militares de São Paulo, lamentavelmente foi com um gosto amargo, porque foi um reajuste que excluiu outras categorias.

Primeiro, manteve uma desigualdade que já é histórica entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, apesar de todo o protesto que nós da oposição fizemos aqui pela valorização também da Polícia Civil, mas, mais do que isso, os servidores da Fundação Casa, que estão há semanas em greve por conta da sua condição de trabalho, porque estão trabalhando em condição de grande vulnerabilidade, e não foram incluídos na proposta de reajuste do governo, assim como os policiais penais do estado de São Paulo.

Duas categorias que eu tenho certeza de que nenhum deputado ou deputada aqui teria coragem de dizer que não prestam um serviço essencial aqui no Estado, sobretudo para a Segurança Pública, mas, inexplicavelmente, são duas categorias que o governo, e a sua base de deputados que o apoiam aqui nesta Assembleia decidiram excluir dessa proposta.

Mas é uma batalha que a gente perdeu ontem, deputado Marcolino, para que esse projeto de reajuste pudesse englobar todas as categorias da Segurança Pública, mas que a gente ainda vai seguir aqui lutando muito junto com as categorias, para que servidores do sistema socioeducativo e policiais penais do estado de São Paulo tenham um reajuste adequado e, mais do que isso, tenham as suas condições de trabalho respeitadas.

Em segundo lugar, eu quero comentar uma notícia aqui, de que o Governo Estado de São Paulo, depois de rescindir o contrato com a empresa que estava responsável pelas obras do monotrilho, a linha 17-Ouro, o governador Tarcísio anunciou que pretende, que tem preferência que a ViaMobilidade, que é a empresa que tem a concessão da linha Diamante e da linha Esmeralda do transporte sobre trilhos ferroviário...

O governador Tarcísio quer que essa mesma empresa, que a gente está há semanas discutindo aqui, meses discutindo aqui, desde a nossa posse, como essa empresa tem sido nociva para os usuários dos transportes sobre trilhos, do transporte público no estado de São Paulo. Saiu até uma matéria no “Fantástico”, mostrando como que, desde que essa empresa assumiu a concessão da CPTM, ela tem protagonizado inúmeros atrasos, acidentes, falhas, colocando a população em risco e prejudicando um direito que é tão essencial, que é o direito ao transporte público.

Por isso parece uma piada, parece um escracho, e é um grande desrespeito com a população que essa empresa seja cogitada para assumir a concessão das obras do monotrilho, é um enorme desrespeito com o cidadão do estado de São Paulo, que anda, que depende do transporte sobre trilhos.

A gente vai fiscalizar e tomar todas as medidas para que o governo Tarcísio não tenha sucesso nessa sua medida de transferir para uma empresa irresponsável, uma empresa que não consegue cumprir adequadamente com suas responsabilidades quando gerencia o transporte da linha Diamante, da linha Esmeralda, para que essa empresa não passe a ser responsável também pelas obras do monotrilho, colocando mais pessoas em risco.

A gente tem dito aqui que o governador Tarcísio quer expandir o padrão de não qualidade da ViaMobilidade para todo o nosso sistema de transporte sobre trilhos, o metrô, a CPTM, as demais linhas que ainda não foram concedidas pela iniciativa privada, mas nós seremos resistência aqui nesta Casa contra qualquer tentativa.

E por último, deputado Marcolino, mesmo sendo um tema de abrangência federal, acho que é muito importante que se reflita esse debate aqui sobre o Projeto de lei 490, de 2007, que está sendo discutido no Congresso Nacional, que basicamente tenta legalizar o marco temporal, que é uma das maiores violências que foram inventadas para retroceder nos direitos dos povos indígenas do Brasil.

Existe um julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal, deputado Rômulo, sobre a tese do marco temporal e nós nos manifestamos contra essa tese do marco temporal, porque ela diz uma coisa que é impensável sob qualquer perspectiva histórica, de que os povos indígenas só passarão a ter direito à demarcação das suas terras se, comprovadamente, estivessem nesses espaços desde o dia que foi promulgada a Constituição Brasileira, a Constituição Federal.

Isso é um absurdo e a gente espera que o Supremo Tribunal Federal faça justiça e decrete a inconstitucionalidade dessa tese do marco temporal, porque a história dos povos indígenas brasileiros não pode ser restrita só ao período de 1988 para cá. Ela é uma história de vários séculos, é uma história de resistência contra diversas tentativas de apagamento e de genocídio. E até hoje os povos indígenas são a linha de frente da defesa da floresta, da defesa da cultura brasileira e dos seus próprios territórios.

Portanto, essa tentativa de se legislar e de se instituir na lei o marco temporal é mais uma tentativa de atacar os direitos dos povos originários brasileiros, com a qual a gente não pode consentir.

A gente precisa respeitar os povos originários do nosso território e a demarcação dos territórios indígenas é fundamental não só para a preservação da memória desses povos, que também é a memória do nosso País, mas, sobretudo, para a preservação do meio ambiente e do nosso futuro, deputado, porque comprovadamente são os territórios indígenas demarcados aqueles que mais protegem contra o desmatamento, contra as queimadas, contra o avanço da destruição no nosso meio ambiente.

Então deixo o nosso repúdio a esse projeto e o nosso apoio à luta secular dos povos indígenas pela demarcação e pelo reconhecimento dos seus territórios.

Obrigado, presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, deputado Guilherme Cortez.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - É regimental, tem V. Exa. o tempo regimental. 

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada.

Bom, é muito importante que a gente tenha visto e também são assuntos que vão se silenciando e vão se diluindo diante das várias vulnerabilidades às quais o estado de São Paulo se encontra hoje.

É importante falar do Bom Prato, que foi fechado parcialmente lá em Campos Elíseos. Ele servia mais de três mil refeições e hoje as pessoas se encontram totalmente vulneráveis.

Eu quero falar também aqui das cozinhas solidárias, que são um projeto do MTST, que está lançando várias cozinhas solidárias em todo o País, já são quarenta. Quarentou fazendo coisas boas, dando dignidade, porque não é só um prato de comida, é a solidariedade, porque só sabe o que é a fome, só sabe o que é o fracasso quem abre sua geladeira e não tem uma alimentação, não tem comida pra dar para os seus filhos.

Então nós inauguramos na sexta-feira, lá em Guarulhos, inauguramos no Jardim Vermelhão uma cozinha solidária. Também quero falar da vitória, da conquista muito grande da Terra Prometida, uma comunidade que está lutando contra o despejo e conseguiu, graças a nossa luta e também dos movimentos sociais, do MTST junto com a comunidade, barrar o despejo e garantir que as famílias tenham mais 180 dias sem se assombrar com o trator. A luta continua. Essa comunidade é em Guarulhos, Terra Prometida, estão resistindo lá há mais de cinco anos. Essa luta é nossa.

Também quero falar da Terra Prometida que é na zona sul de São Paulo, lá no M’Boi Mirim, também inauguramos uma cozinha solidária dentro de uma comunidade que ainda é de madeira, de madeirite os barracos, e quero falar da Cláudia, uma liderança maravilhosa que entrou na comunidade com seus filhos pequenos e que faz essa resistência.

Por isso que ela colocou esse nome - “Terra prometida” -, que ela falou que vai ser nossa casa. A gente conseguiu, no sábado, inaugurar uma cozinha solidária dentro da comunidade, no combate à fome e à vulnerabilidade.

Quero falar também da cidade de Madeira, que é no fundão da zona sul, no M'Boi Mirim, um lugar pelo qual vários passaram e se esqueceram da comunidade, vão muitas vezes na época de campanha.

Quando nós colocamos os pés lá dentro, falamos assim: não vamos prometer nada, vamos prometer a luta e a resistência e falar que o nosso mandato vai estar junto, e vamos acompanhar vocês.

Graças a Deus, o despejo já foi barrado, e a gente está lutando para que essa comunidade de fato tenha dignidade, e para que o povo possa sonhar com sua moradia, com comida na mesa, e é isso que nós queremos.

Viva a luta dos trabalhadores.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente, peço a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Havendo acordo de líderes, está suspensa esta sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 16 horas e 11 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. Enio Tatto.

 

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O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Reaberta a presente sessão.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Pela ordem, nobre deputado Xerife do Consumidor.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS -Havendo acordo entre as lideranças aqui, a gente pede o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - É regimental. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Lembramos ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje dez minutos após o término desta sessão. Esta levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 30 minutos.

 

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