29 DE MAIO DE 2023

49ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY, REIS e CONTE LOPES

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

9 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

11 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 30/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Passamos à chamada dos deputados inscritos no Pequeno Expediente. Primeiro, Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Segundo, Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Paulo Reis. Tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente Eduardo Matarazzo Suplicy, saudar todos os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Técnico-Científica e os integrantes da Polícia Penal. Também saudar todos os professores, os educadores, os profissionais da Educação.

Sr. Presidente, eu quero dizer aos policiais civis, militares, técnico-científicos, para que ainda não façam dívidas, porque realmente nós aprovamos aqui o projeto que dá o aumento para eles. O governador já sancionou, mas só vai produzir resultado para agosto.

Então no mês de maio agora não tem nada a mais no pagamento, no mês de junho não vai ter nada no pagamento, no mês de julho não vai ter nada no pagamento. Só a partir de agosto. Então o primeiro pagamento: só para agosto.

Eu quero cobrar o governador Tarcísio de Freitas para que ele mande com urgência o projeto de lei também para a valorização das outras categorias, que ficaram de fora.

Então é preciso aprovar o projeto de lei que garante o reajuste para os profissionais da Educação, para os profissionais da Saúde.

Para os oficiais administrativos, que há uma promessa de um projeto para reorganizar a carreira, reestruturar a carreira, valorizar a carreira, mas esse projeto até agora não chegou nesta Casa. Se fala muito nos bastidores que esse projeto será enviado a esta Casa.

E os oficiais administrativos que trabalham na Polícia Civil, na Polícia Militar, na Polícia Penal... Em todas as repartições da Segurança Pública, nós vamos encontrar os oficiais administrativos com um salário de cerca de 690 reais por mês. Nem o salário mínimo regional eles recebem, o governo tem que dar um bônus para poder chegar a um salário mínimo.

Um bônus complementar, que também é um outro projeto de lei que o Sr. Tarcísio... Já conhecido como Thor, porque ele tem um martelo, não sei se V. Exa. sabe. Dizem que ele tem um martelo e ele bateu muito forte com aquele martelo lá quando se falou de privatização, então, Tarcísio Thor privatizador.

Que ele mande para essa Casa também o projeto que trata então desse bônus, porque o funcionário público que tem um salário inferior a um salário mínimo, ele tem que receber essa complementação, essa bonificação.

Então, é outra cobrança que tem chegado para mim por e-mail de várias categorias, inclusive dos oficiais administrativos, para que mande o projeto o quanto antes para tratar dessa questão da reorganização, da reestruturação dos oficiais administrativos da Segurança Pública e, obviamente, os demais profissionais.

Todos estão aguardando esse projeto aqui para dar o aumento que os funcionários públicos têm direito, eles têm direito. E a minha recomendação continua sendo essa porque muitas pessoas acham que a partir de junho, julho já vai ter aumento e não tem aumento, o aumento é só para agosto.

Então, aqui o que me trouxeram é a questão do projeto da reestruturação dos oficiais administrativos. Os oficiais administrativos que também tiveram grande prejuízo com a questão da insalubridade, que eles recebiam no grau máximo e numa canetada passaram a receber no grau mínimo.

E a questão das categorias que querem sim ser recebidas pelo governador de São Paulo, as categorias da Segurança Pública, as categorias representativas. O governador recebeu os delegados, o Sindicato dos Delegados, e recebeu a Associação dos Delegados. A associação já é um puxadinho do governo porque, inclusive, seus representantes fazem parte da gestão lá da Secretaria de Segurança Pública.

Mas, os sindicatos dos investigadores, dos escrivães de polícia, dos oficiais administrativos, dos peritos criminais, as associações elas também querem ser recebidas porque elas querem levar os seus pleitos.

Então, a polícia não é só de uma categoria, a Polícia Civil é formada por carreiras. Então, se o governador quis receber a carreira dos delegados, é de bom tom que ele receba as demais carreiras.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos ao deputado Paulo Reis. Agradeço se puder aqui vir a Presidência para que eu possa, então, também usar da palavra.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a Presidência e seguindo aqui a lista de oradores do Pequeno Expediente, o próximo orador deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente Paulo Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; venho a esta tribuna para tratar de um tema que acompanho há longa data e que está entre um assunto de fundamental importância para a economia do estado de São Paulo, a defesa da concorrência no setor de suco de laranja concentrado congelado, atingido pela verticalização da produção, pelas indústrias processadoras, resultando em baixos preços pagos por essas mesmas indústrias pela fruta dos pomares de pequenos e médios produtores rurais distribuídos pelo interior do Estado.

São esses produtores que, reunidos na Associação Brasileira de Citricultores, a Associtrus, promove ações contra a existência de cartel na aquisição do mercado produtor de laranja por parte das empresas processadoras desde a década de 1990, década essa que justamente eu fui senador, pois fui eleito a primeira vez em 1990 e fiquei senador até 2015.

A investigação foi iniciada em 1999 com base em denúncia de citricultores, pois a Cargill, a Cutrale, a Citrosuco, a Coimbra, a Citrovita, a Montecitrus, além da própria Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos, Abecitrus, fizeram parte dessa ação.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, ao analisar o caso conclui que houve, sim, uma estratégia por parte das empresas, que podem ser classificadas como: primeiro, cartel dos processadores de suco de laranja concentrado congelado exercia forte pressão para que os produtores vendessem a laranja por preços abaixo do custo.

Segundo, as pequenas e médias empresas, por conseguinte, não conseguiram mais se manter no setor, sendo logo fechadas ou compradas pelas grandes indústrias do mesmo segmento.

E, terceiro, verticalização do setor com a aquisição por parte das grandes indústrias de fazendas para plantio próprio de laranja.

As práticas anticoncorrenciais incluíam ainda o atraso nas negociações, de forma que parte da produção de laranja apodrecesse, forçando a entrega da fruta por preços abaixo da importância que tinham.

Entre os anos 1999 e 2006 perderam-se 60 milhões de caixas de laranja no estado de São Paulo como resultado dessa prática, levando os mais de 27 mil produtores de laranja, em 1980, a encolherem para o número de sete mil produtores atualmente.

Em verdade, em função da verticalização do mercado, as próprias empresas interessadas no mercado internacional passaram a arrendar e comprar terras desses produtores, levando à concentração de mais de 50% das terras em que se produz laranja a pertencerem a uma única empresa, a Cutrale.

O Cade recomendou, por exemplo, a conformação do Conselho de Produtores de Laranja e Indústrias do Suco de Laranja, a Consecitrus, para atuar como arena de negociação entre as partes para reestabelecer o funcionamento adequado deste mercado tão importante, que diz respeito não apenas às exportações do suco produzido em São Paulo, como também à soberania e segurança alimentar e nutricional.

Além de medidas antitrustes, fortalecer a posição de produtores rurais efetivamente ligados à terra por gerações pode envolver, por exemplo, a incorporação de mais suco de laranja na merenda escolar e cestas básicas e a necessidade de maior proporção de suco e néctares.

Resta ainda uma medida legítima de reparação dos danos concorrenciais causados à ordem econômica a produtores e consumidores que foram patrimonial e moralmente afetados no período de vigência das agressivas práticas do cartel, nomeadamente entre janeiro de 1999 e janeiro de 2006.

Por essa razão, o presidente da Associtrus, Sr. Flávio Viegas, cujo trabalho à frente dos produtores de laranja tenho acompanhado desde quando senador, produtor rural de Bebedouro, ele tem estimulado a tramitação da ação civil pública, resultado do inquérito civil público instaurado pelo Ministério Público Federal de São Paulo, impetrado pela Procuradora da República, Karen Louise Janette Kahn.

Com base em laudo produzido pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise Centro-Nacional de Perícia, da Procuradoria-Geral da República, constatou-se que danos materiais decorrentes diretamente das condutas anticoncorrenciais de autoria comprovada das demandadas, os custos irrecuperáveis aos produtores e a estimação de spread, ou seja, a diferença do valor pago pela indústria aos produtores por caixa de fruto e o valor que, efetivamente, tinham, serviram para estimar um pedido de indenização de  8.494.057.973,69 reais, merecendo ainda revisão e correção desses valores no decorrer da ação.

Na mesma ACP o Ministério Público Federal pede, ainda, o reconhecimento de danos morais coletivos por injusta lesão causada às comunidades em que se encontram esses produtores. O valor pedido é de 4.250.000.000. Ao todo, portanto, o pedido de indenização é de mais de 13,75 bilhões de reais.

Informou-me a procuradora Karen Kahn que tal processo corre em segredo de Justiça, o que, pela própria natureza da ação de prejuízo à ordem econômica, deveria ser revisto no sentido de dar transparência para toda a sociedade sobre o andamento dos processos que pretendem corrigir e compensar pela prática de cartel no setor da laranja, agentes que lesaram nossos produtores rurais, nossa economia e o alimento que vai à mesa do Brasil e do mundo.

Eu, que sou uma pessoa que gosta muito de tomar suco de laranja, considero essa matéria muito importante. Quero saudar o esforço dos produtores de laranja e de suco de laranja para resolverem logo este assunto.

Presidente Reis, se for possível ainda me inscrever novamente, aliás, já me inscrevi, posso... 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu vou só chamar os demais deputados e, assim que terminar, V. Exa. já entra novamente nos cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se V. Exa. quiser também usar a palavra eu posso voltar à Presidência.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O próximo orador, deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Seguindo a Lista Suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

Deputado Suplicy, vai falar? Eu já o chamei.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, aconteceu algo não usual, mas de enorme impacto para todos nós que amamos o futebol e observamos o que acontece no Brasil e no mundo.

Eu quero aqui manifestar o quanto fiquei emocionado com a atitude dos jogadores do Real Madrid na última quarta-feira, dia 24 de maio. Antes da partida contra o Rayo Vallecano, pelo campeonato espanhol, no estádio Santiago Bernabéu, todos os jogadores entraram em campo vestindo a camisa do colega de time, o extraordinário jogador brasileiro, Vinícius Júnior, que foi vítima de violência racista pela torcida do Valencia CF no estádio de Mestalla, em 21 de maio.

Os torcedores presentes também se manifestaram, erguendo bandeiras e cartazes escritos “Vinícius somos todos. Basta já”. Os dois times que se enfrentaram em campo, Real Madrid e Rayo Vallecano, também se uniram nesse momento, ambos segurando um banner com os dizeres “Racistas, fora do futebol”.

Sabemos que manifestações requerem práticas e um esforço conjunto de toda sociedade, no sentido de se educarem para a diversidade e tolerância com as diferenças que constituem a nossa humanidade, pois sem isso não temos como erradicar esse terrível problema que é o racismo.

Mas considero que a iniciativa serve, principalmente, como um posicionamento diante do mundo todo, sinalizando que não há tolerância com o racismo em nenhum lugar, incluindo nessa paixão universal que une milhares de pessoas, das mais variadas raças, credos, classes sociais, posicionamentos políticos, sexo, gênero etc.

O futebol é sinônimo de diversidade. Ao longo de minha vida, tenho defendido que o esporte é uma das principais ferramentas contra todo tipo de desigualdade, contra as violências, contra as guerras e pela defesa e união de todos os povos ao redor do mundo.

Deixo aqui registrado nesta tribuna, o meu compromisso de sempre lutar contra o racismo. Não só por ser um grande admirador do excelente jogador que é o Vinícius Júnior, mas também por ter como inspiração de vida a busca pela igualdade, fraternidade em todas as sociedades e a toda e qualquer pessoa, e tendo inclusive reafirmado esse princípio inegociável na formulação de meu projeto de vida, a renda básica incondicional e universal.

Assim, presidente Reis, eu gostaria de saber se foi possível solicitar que sejam transmitidas as imagens do jogador Vinícius Junior, para que todos nós venhamos a perceber a extraordinária qualidade e habilidade desse importante jogador brasileiro, que se tornou a capa de tantos órgãos de imprensa, nos últimos dias, e ganhou a solidariedade do povo brasileiro e de todo o mundo.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Ele não conseguiu.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Não conseguiu? Mas vamos ver se, em algum momento, é possível mostrar.

Muito obrigado, presidente Reis.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vossa Excelência terminou?

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se ainda for possível, falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vossa Excelência pode falar pelo Art. 82 após a fala do deputado Conte Lopes.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Com prazer, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Então, seguindo a Lista Suplementar, próximo orador, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

Queria falar nessa tribuna a respeito de alguns órgãos de imprensa que ficam fazendo matérias a respeito do governo do Tarcísio de Freitas, que está sendo muito bem aceito pela população e por essa Assembleia Legislativa. Ora, eu acho que os projetos que o Tarcísio de Freitas mandou para a Assembleia, foram aprovados até com o voto da oposição.

Então eu não sei onde que estão achando essa dificuldade, que o governador estaria sentindo com esta Casa. Eu não vejo onde. O governador está há quatro meses governando o maior estado da Nação. Está muito bem quisto junto à população, inclusive nas pesquisas. Mas criam-se imagens de que alguma coisa estaria errada no governo Tarcísio de Freitas.

Ora, ele mandou um projeto do aumento do salário mínimo, maior até que o federal, lá do Lula. Foi aprovado nesta Casa. Mandou o reajuste das polícias Civil e Militar, Polícia Técnico-Científica. Foi aprovado nesta Casa. Há alguns descontentes. O menor aumento que houve, a pessoa ganhou três vezes a inflação.

Então, direito de reclamar, todo mundo tem. Não resta a menor dúvida. Mas o projeto veio, foi aprovado. Não tinha nada a ver o projeto com a Fundação Casa. Não tinha nada a ver o projeto com a Polícia Penal, que é outra secretaria. E outros projetos virão posteriormente. Então não dá para entender essa cobrança de alguns órgãos da imprensa. Não dá para entender.

Vamos deixar o Tarcísio governar? Porque, até agora, o que ele mandou para a Casa foi aprovado. Os projetos que aqui chegaram foram aprovados. Agora, volto a repetir. O homem está no governo há quatro meses, cento e poucos dias e fazendo um bom governo. O que ele prometeu, ele está cumprindo.

Então, o que a gente solicita, é que o governador realmente continue trabalhando. Um projeto que ele mandar para esta Casa obviamente vai ser discutido, vai ser analisado pela situação, pela oposição. Agora, a situação é essa. “A bancada da bala...” O que tem a bancada da bala?

Nós aprovamos o projeto. Fomos lá, discutimos, ele ouviu todo mundo. Ele ouve as pessoas, conversa com as pessoas. Conversa até com a oposição. Está até pagando emendas da oposição. Não está se colocando contra ninguém. Pelo contrário, pelo contrário.

Está muito bem quisto na opinião pública, muito bem quisto nas pesquisas. Então, a gente não vê o motivo desse ataque ao governo Tarcísio de Freitas, que tem trabalhado e tem cumprido as promessas de campanha. E espero que continue dessa maneira. E a gente está aqui para apoiá-lo.

Eu, pelo menos, não tenho nada contra o governador. A escolha de secretários é escolha dele; ele é o governador, ele foi eleito. Como o Lula escolhe quem ele quer em Brasília, Tarcísio de Freitas escolhe quem ele quer aqui. Não resta a menor dúvida. Quem ele põe para ser secretário - é direito dele. Assim como o Lula, lá em Brasília, escolhe quem ele quiser para ser seus ministros. Então, da mesma forma acontece aqui em São Paulo.

Vamos continuar apoiando o governador. E volto a repetir: está cumprindo as promessas de campanha. O que ele prometeu, ele está cumprindo, inclusive a valorização dos policiais. Mandou para esta Casa, foi debatido, foi discutido e foi aprovado, com voto, inclusive, da oposição, Sr. Presidente.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador, o deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, antes de que esteja pronta para apreciarmos o jogador extraordinário lá da Espanha, eu queria ainda dizer uma palavra sobre a pauta do marco temporal, que está causando grande mobilização indígena em todo o País.

Nesta semana, inicia-se uma ampla mobilização pelo Brasil contra o Projeto de lei no 490, de 2007, que pretende impor a tese do marco temporal às demarcações de terras indígenas.

E eu faço minhas as palavras da jovem ativista indígena Samela Sateré Mawé: “o Brasil é terra indígena, mas o futuro dos povos indígenas está em jogo com o marco temporal”.

A tese está em tramitação no Supremo Tribunal Federal, e seu julgamento está previsto para retornar no dia sete de junho. O marco temporal estabelece que os povos só têm direito à demarcação das terras que estivessem sob sua posse no dia cinco de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que, naquela data, estivesse sob disputa física ou judicial comprovada.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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As terras indígenas demarcadas e as unidades de conservação são as regiões com maior preservação dos biomas brasileiros e, consequentemente, de nossa rica biodiversidade, pois os povos indígenas são os principais guardiões desta. É a saúde do nosso País e de nosso Planeta que está em jogo.

Passamos por uma semana com diversos ataques à agenda indígena, com a aprovação de um requerimento de urgência, na Câmara, para a votação do PL 490, de 2007, e a posterior aprovação da Medida Provisória no 1.154, que esvazia o Ministério dos Povos Indígenas.

E agora a articulação dos povos indígenas do Brasil anuncia a agenda e mobilização das diversas etnias indígenas do Brasil para esta semana, contra o marco temporal. Julgo importantíssimo debatermos esta questão aqui e darmos visibilidade para esta fundamental agenda.

E que se valorizem os eventos que também discutem aqui na Casa, como o lançamento da Frente Parlamentar de Combate às Mudanças Climáticas, que ocorrerá hoje, e também o seminário “Mudanças Climáticas sob Diversos Olhares”, que ocorrerá amanhã, com a presença do Márcio Bogarim, cacique guarani da Tekoa Yvy Porã, e os nossos deputados Marina Helou e Guilherme Cortez. Gostaria de aqui concluir com o grito indígena: “O marco temporal é inconstitucional. Nosso território é ancestral”. Também gostaria de expressar a minha solidariedade e respeito à querida ministra Marina Silva. 

Eu pergunto, presidente Conte, se já é possível mostrar...

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Perfeito, senador.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Presidente Conte, vamos assistir a algumas jogadas excepcionais do jogador brasileiro Vinícius Júnior, para compreender melhor por que ele hoje é objeto de tamanha atenção. Podem passar, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Que coisa linda, não é, Reis?

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Não é o Pelé, mas é um grande jogador.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - É um discípulo de Pelé que nos dá tanta alegria. Merece toda a nossa solidariedade por ter sido vítima de uma situação inadequada na Espanha.

Muito obrigado, presidente Conte.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço ao sempre senador Suplicy. Passamos a palavra ao nobre deputado Reis, pelo prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - É um craque, e o Suplicy também é um craque, porque tem os craques que jogam futebol e tem os craques na política também. Então o Suplicy também é um craque na política, assim como o Conte Lopes é um craque na defesa do governo, não é?

Então tem pessoas que têm o dom para ser craques, não é? Vieram ao mundo... Assim como temos policiais militares aqui que são craques na Segurança Pública, policiais civis que são craques, cada um com o seu dom.

Alguns nasceram para jogar bola e são muito bons, alguns nasceram para ser políticos e são bons, alguns nasceram para ser pastores, para ser líderes. As pessoas têm que buscar ser como o Vini: craques naquilo que elas fazem.

Como o nosso presidente Lula é um craque, não é? É uma pessoa que, já pensou... Vamos analisar o nosso presidente, Suplicy. Ele praticamente ganhou cinco eleições, porque se elegeu em 2002 presidente da República, se elegeu em 2006 presidente da República, elegeu a Dilma em 2010, reelegeu a Dilma em 2014 e agora, depois de tudo o que fizeram com ele, se elegeu novamente presidente da República. Não tem nada igual na história do mundo, é um fenômeno.

Não existe, analisando todos os líderes que nós tivemos na história, a história do Lula, e dentro de um princípio básico que é democrático, é a democracia. Ele se elegeu pelo voto popular, não foi golpe não.

Nós tivemos governantes que já permaneceram muitos anos aqui no Brasil, mas não foi pelo voto do povo, se elegeu e foi buscando formas de se perpetuar no poder. O Lula não. Ele se elege pelo voto popular, ele é perseguido e agora está tendo dificuldades lá em Brasília. Não está fácil porque aquele Congresso lá, a composição do Congresso em Brasília não é uma coisa fácil, Suplicy. Não é uma coisa fácil.

O Lula não tem mesmo a facilidade que tem aqui o governador Tarcísio de Freitas, que tem cerca de 60 deputados em torno dele e governa, conforme disse aqui o deputado Conte Lopes, com muita tranquilidade.

Com muita tranquilidade, não é? Se não fizer um bom governo é porque é ruim de serviço, porque, deputado Conte Lopes, não são quatro meses, já são cinco, porque maio já acabou. 

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Não acabou, acaba quinta-feira. 

 

O SR. REIS - PT - É, então, acaba quinta-feira. Então vamos dizer, são quatro meses e 29 dias, vai. Estão faltando 3 dias para dar os cinco meses, mas ele tem tudo para fazer um bom governo, para realmente resolver uma série de questões que o estado tem e a gente espera...

Nós, da oposição, não estamos torcendo para o quanto pior melhor, a gente torce por uma política de resultados, que o governo realmente melhore a Educação, que reestruture a Educação, que dê uma condição melhor para os nossos adolescentes, para as nossas crianças que estão nas escolas, porque tem escolas aí, deputado Conte Lopes, deputado Suplicy, caindo aos pedaços, com problemas estruturais antigos, que não têm uma quadra coberta.

A gente quer que o governo faça um inventário, levante as escolas que não têm quadra coberta, levante as escolas que vão ser reformadas. Não pode ficar só esperando, ele não pode ficar no campo da inércia aguardando a provocação. O governo tem que sair a campo, ele tem que sair a campo e ir corrigindo todas essas questões que precisam ser corrigidas.

Então o governo Tarcísio tem tudo para fazer um bom governo, porque ele tem a maioria nesta Casa e isso foi muito bem representado nos processos de votação que aconteceram aqui, não é? Então ele tem maioria, ele tem sustentação, ele tem uma sustentação política forte. Depende agora dele os resultados, e nós queremos resultados.

Esse pequeno aumento que ele deu agora, porque, na realidade, deputado Conte Lopes, não é questão de dar aumento de duas, três vezes a inflação, é porque os salários dos nossos policiais estão muito aquém daquilo do que o estado mais rico da federação tem que pagar, não é? Então, se ele der 100% de aumento, ainda não está resolvendo o nosso problema, porque durante muitos anos nós fomos deixados às traças, abandonados.

Então veio esse pequeno reajuste, mas a gente espera que no ano que vem tenha novamente reajuste, que no outro ano tenha reajuste e no último ano também, porque muitas vezes o governo dá um reajuste e depois esquece, como aconteceu nos governos anteriores. Deram um reajuste e depois ficaram três, quatro, cinco anos sem reajustar o salário dos policiais e dos demais servidores.

Por isso que eu fiz a cobrança aqui, hoje, para que o governo mande o projeto para tratar da questão da recomposição salarial dos profissionais da Educação, dos profissionais da Saúde, da Fundação Casa, da Polícia Penal.

Que reestruture. Ele entendeu, eu estive lá com o secretário, Sultani, e eles estão entendendo essa baderna administrativa que é o governo de São Paulo, com mais de 100 carreiras sem funções, mais de 100 funções.

Então precisa fazer uma reestruturação, reorganizar toda a máquina administrativa, e o governo tem todas as condições para isso. Ele está no momento de fazer isso. Porque você sabe, o governo, no início, tem um capital político.

Se ele não usar bem esse capital político logo no início e produzir resultados, esse capital vai acabando, vai se desgastando, então tem que aproveitar bem esse momento, mandar os projetos que precisam ser mandados para esta Casa, e com certeza tudo aquilo que for de interesse.

Por que a oposição votou o projeto do salário mínimo regional, votou o salário dos policiais, a recomposição salarial? Porque a oposição não está aqui para atrapalhar: ela está aqui para garantir aquilo que seja de interesse da nossa população... Votará sempre a favor, sempre estará a favor, e por isso que V. Exa. falou: “até a oposição votou a favor”.

Claro, nós não estamos aqui para votar contra reajustes, inclusive estamos cobrando, deputado Suplicy, cobrando também que a Casa aqui, a Assembleia Legislativa, o quanto antes, apresente também o projeto de valorização dos nossos profissionais que trabalham aqui.

Então a gente cobra do governo, mas estamos cobrando também que a Assembleia Legislativa possa, o quanto antes, fazer a recomposição dos nossos funcionários, que garantem o funcionamento pleno desta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, aproveito o momento, havendo acordo de lideranças, para pedir o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia da última quarta-feira.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 51 minutos.

 

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