3 DE SETEMBRO DE 2025
37ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e CARLOS CEZAR
Secretaria: AGENTE FEDERAL DANILO BALAS, PAULO MANSUR, CARLOS CEZAR e DANILO CAMPETTI
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 19h14min. Coloca em votação requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia.
2 - DONATO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
4 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia, em nome da Minoria.
5 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
6 - GUILHERME CORTEZ
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia, em nome da Federação PSOL REDE.
7 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - DR. JORGE DO CARMO
Encaminha a votação do requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
9 - DR. JORGE DO CARMO
Solicita verificação de presença.
10 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença.
11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência. Interrompe a chamada de verificação de presença quando observado quórum.
12 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - DR. JORGE DO CARMO
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara rejeitado requerimento, do deputado Donato, de adiamento da discussão do PDL 27/25, por um dia.
15 - DONATO
Solicita verificação de votação.
16 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
17 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
18 - DANILO CAMPETTI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
19 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
20 - DONATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
21 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
22 - DELEGADO OLIM
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
23 - MAURO BRAGATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
24 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
25 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
26 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação. Coloca em discussão o PDL 27/25.
28 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Recebe a questão de ordem da deputada Monica Seixas do Movimento Pretas, para respondê-la oportunamente. Tece comentários acerca da necessidade de atualização do Regimento Interno.
30 - DONATO
Discute o PDL 27/25.
31 - LUCAS BOVE
Para comunicação, faz pronunciamento.
32 - PAULO MANSUR
Discute o PDL 27/25 (aparteado pelos deputados Lucas Bove, Gil Diniz e Danilo Campetti).
33 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Solicita verificação de presença.
34 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
35 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
36 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita ao deputado que se atenha ao tema do projeto em discussão.
37 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
38 - GILMACI SANTOS
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
39 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Desconvoca as sessões extraordinárias anteriormente convocadas para o dia 04/09. Levanta a sessão às 21h02min.
*
* *
ÍNTEGRA
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* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Requerimento
nos termos regimentais da discussão do PDL 27/25, de autoria do nobre deputado
Donato, que pede o adiamento de um dia do PDL 27/25, que ficou adiado diante de
não ter tido quórum para rejeitar.
Então novamente nós estamos colocando
em discussão. Já foi finalizada a discussão. Agora está em votação esse
requerimento.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Antes do requerimento, eu gostaria
de pedir uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Então vamos pedir uma verificação de presença das
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados. Solicito ao deputado Agente Federal Danilo
Balas e ao deputado Paulo Mansur, que já está aqui ao nosso lado, para que
façam uma verificação de presença.
*
* *
-
Verificação de presença.
*
* *
Constatado
o quórum regimental, agradeço ao deputado Paulo Mansur e ao deputado Danilo
Balas. Em votação o requerimento...
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela
ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para
discutir pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para
encaminhar, deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Para encaminhar, então, pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - A fase de discussão
já passou, estamos em encaminhamento. É regimental o pedido de V. Exa., tem o
tempo regimental.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - O senhor me perdoe o erro, presidente. São situações inéditas na Assembleia
Legislativa. Muito requerimento de adiamento, sessão que não tem quórum, mas a
gente não sabe como vai ser votado, quando se encaminha, quando se discute,
extras que começam e que terminam.
Fiquei um pouco
confusa. Estou um pouco confusa, mas vou apresentar questões de ordem. Porque,
sempre que eu tenho oportunidade de aprender mais sobre o Regimento, eu agarro
a oportunidade. Vou apresentar por escrito uma série de dúvidas.
E também
aproveito o ensejo para dizer da necessidade que a gente tem de tornar o
Regimento Interno da Casa mais inteligível, mais acessível e mais condizente
com as necessidades deste Parlamento.
Já vou entrar
no tema. Mas, uma das coisas que me faz ficar tão apegada ao tema da indicação
dos conselheiros do Tribunal de Contas, é porque a gente tem esse órgão quase
como uma das únicas alternativas de fiscalização e controle, por ausência de
ferramentas aqui mesmo, no próprio Poder Legislativo.
Por exemplo, eu
adoraria que a gente conseguisse abrir uma CPI sobre o escândalo do propinão do
ICMS. Mas a gente não vai conseguir, porque as CPIs aqui são todas inscritas no
primeiro dia. A gente não tem nenhuma alternativa democrática para incidir
sobre a fila.
Eu adoraria de
poder dizer que a gente vai fazer uma CPI para analisar se as terras que serão
doadas, na região de Ribeirão Preto, não ficarão em posse do crime organizado.
Já que a gente
viu, no noticiário, que o crime organizado incendiou terras naquela região, no
ano passado, para tomar posse das terras, e a gente está com um projeto de
regularização fundiária daquela região sobre a nossa mesa. Mas eu não posso
colocar uma CPI no futuro.
Eu adoraria
colocar uma CPI aqui para ver a ausência de repasses, tão necessários, para a
Saúde. Os hospitais estaduais estão pela hora da morte, literalmente. E a gente
não consegue acompanhar porque eu não tenho o poder de fiscalizar aqui com uma
CPI. Eu queria uma CPI da venda da Sabesp, que está entregando barro na
torneira um ano depois da concessão feita pelo governador Tarcísio. Mas eu não
posso fazer uma CPI.
Por isso,
colegas, quero dizer que uma das propostas regimentais que o nosso mandato está
propondo é a alteração do protocolo para instalações de CPIs na Assembleia
Legislativa.
Para ficar mais
moderno e condizente com as outras casas, como a Câmara Municipal e o Congresso
federal. Que as pautas protocoladas legitimamente por todos os deputados passem
por aqui, e pela articulação dos Colégios de Líderes. Para que, no plenário, a
gente possa decidir se o que foi protocolado há dois ou três anos atrás ainda é
mais importante do que as pautas que se apresentam no presente momento.
Porque, há três
anos atrás, a gente não teria a capacidade de entender o resultado da
privatização da Sabesp, da venda de terras, ou até mesmo, que a gente ia
encontrar um esquema de propina bilionário na Secretaria da Fazenda do Governo
do Estado.
Se eu não posso
fazer CPI, eu convido a todos para assinar o nosso projeto de resolução, para
alteração regimental, para alterar a forma como a gente propõe CPIs na
Assembleia Legislativa. Mas se eu sei que não posso, agora, colocar uma CPI
nesta Casa para investigar, o Tribunal de Contas tem uma importância ainda
maior nessa conjuntura.
Porque é a esse
órgão que a gente vai recorrer no final. E, nesse momento, alguns colegas que me
antecederam disseram: “Governador Tarcísio não está no estado. Não está. Está
articulando ativamente o adiantamento da votação da anistia.”
Mas não é uma
anistia irrestrita, não. Líderes dão conta que ele quer que Bolsonaro permaneça
inelegível, só não vá para a cadeia, porque ele já está candidatíssimo, com
todo o casaco e o time para campo, para ser candidato.
Está ao lado de
pessoas que estavam no noticiário, essa semana, envolvidas com os esquemas das
fintech, do crime organizado, deputado federal que está saindo - já vai tarde -
do barco do governo federal, mas ombro a ombro com o Tarcísio, que deveria
estar aqui, no Estado, respondendo para a gente qual é a ligação dele com a sua
quinta maior doadora de campanha.
Respondendo
para mim, que estou muito na dúvida, quem é que está na posse das terras em
Ribeirão Preto. Qual é o plano para regularização fundiária do projeto que está
na pauta?
Eu gostaria
muitíssimo que o governador do estado de São Paulo estivesse aqui, com a gente,
para responder o que a gente vai fazer com o esquema de propina, porque não me
parece aceitável que apenas um auditor tenha operado sozinho um esquema desse
tamanho.
É nesse
sentido, e nesses dias em que o governador não está aqui para responder sobre o
seu Estado, que está pegando fogo literalmente, sem água na torneira, porque a
falta de água é generalizada no estado de São Paulo, a população do estado de
São Paulo está recebendo, com sorte, barro, que a gente não pode ser inocente
de acreditar que a indicação de um ex-ministro do governo Bolsonaro, que
durante a sua atuação atuou como advogado de ensejos golpistas, quando o ensejo
de golpe continua à solta nos discursos nessas tribunas, no ânimo animado,
raivoso de muitos que assistem, contrariados, a alguns golpistas sentados no
banco dos réus, nesse sentido não nos cabe aceitar essa indicação sem discutir,
sem tempo.
Aliás, ontem,
durante uma cena triste que a gente presenciou de debate aqui, de machismo, de
violência contra algumas das parlamentares, inclusive eu, a deputada Marina Helou
fez uma provocação, que a gente não tem mulheres no Tribunal de Contas.
E a gente vai
ter, logo ali na frente, além dessa janela que não se apresenta, e eu acho que
não à toa, ninguém que a gente possa se orgulhar, que possa apresentar alguma
diversidade e paridade de gênero, a gente tem mais uma janela ali na frente de
indicação da Assembleia Legislativa ao Tribunal de Contas, que eu repito, é
caro, é caríssimo, é importante para a gente, vai continuar sendo importante.
Inclusive o
Tribunal de Contas que fez um alerta este ano importante para esta Casa, que se
os benefícios fiscais e a irresponsabilidade fiscal do governador Tarcísio
continuarem desse tamanho, o Estado vai ficar sem recursos para operações
básicas, como Saúde e Educação, ano que vem. E aí não vai adiantar chorar,
porque as nossas emendas parlamentares não vão salvar os hospitais regionais,
não vão salvar a Saúde.
Nesse cenário,
a gente também precisa discutir qual é a indicação que a Assembleia Legislativa
vai fazer. Eu tenho feito um chamado à sociedade civil organizada, ao mundo
jurídico, à Academia, à economia. Vou dialogar com a deputada Marina Helou, mas
tenho colocado também o debate aqui aos colegas.
De novo, nós
vamos deixar passar batida a indicação do governador para esse cargo que é
vitalício e que muitos dos senhores e das senhoras, se prefeitos forem um dia,
vão ficar na mão de pessoas que a gente sabe que é altamente ideologizada,
ligado a um setor da política que eu espero que vocês não queiram permanecer
por muito tempo?
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.
* * *
É momento
também de a gente pensar não só nessa indicação, mas na janela que se abrirá em
novembro. Em novembro, eu não quero ter como única alternativa o deputado
Carlos Cezar - com todo respeito, colega, a gente não se dá muito bem, acho que
o senhor não espera outra posição de mim, senão não querer votar no senhor. A
gente já teve...
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputada, não tenho nada contra
você.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Está tudo bem. Está tudo bem. A
gente tem posições de mundo diferentes.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Aí sim.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O senhor espera isso de mim. Eu
tenho certeza de que é justa e honesta essa posição de nós dois. Mas eu acho
que a Casa podia se preocupar e deveria se preocupar com essas indicações.
E é por isso
que, mais uma vez, a gente sobe na tribuna para dizer que não é possível que o
Sr. Rosário seja a única alternativa que o senhor enxergue para um Tribunal de
Contas que é tão caro, tão necessário, que no passado a gente fez um debate
incrível aqui na Casa, e que eu quero continuar, para essa janela e para a
janela de novembro.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Em votação.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
deputado.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para encaminhar pela
bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental.
Deputado Guilherme Cortez, para encaminhar pela bancada do PSOL.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde. Boa noite já, Sr. Presidente, estamos aqui
desde a tarde, meus colegas deputados, servidores desta Casa e quem nos
acompanha na galeria ou através da Rede Alesp.
Seguimos aqui
por mais um dia tentando ganhar tempo para que a população do estado de São
Paulo conheça o indicado a conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo pelo governador Tarcísio.
Desde o dia de
ontem, nós estamos nos revezando aqui na tribuna para pedir uma coisa muito
simples: o adiamento da discussão, para que a gente possa refletir, para que os
deputados da base do Governo, que eu não sei se tiveram tempo de se inteirar
sobre o currículo do hoje corregedor e futuro conselheiro do Tribunal de
Contas, se depender do Tarcísio, o currículo que ele teve, que ele carrega.
Porque a
Corregedoria, seja a Controladoria do Estado, da União, cumpre um papel
importantíssimo no combate a casos de corrupção, na fiscalização e em zelar
pela probidade administrativa.
Apesar disso,
durante as suas gestões na CGU e na Controladoria-Geral do Estado, o que nós
mais vimos foram escândalos de corrupção: o escândalo do INSS, que os deputados
bolsonaristas gostam de vir aqui dizer, acusar o governo do Lula, começou no
governo do Bolsonaro, e deveria ter sido fiscalizado pelo Sr. Wagner enquanto
era controlador-geral da União.
O caso da
propina na Educação, agora o propinão do Tarcísio, bilhões de reais que o
governo de São Paulo deixa de arrecadar cobrando impostos de empresários. O
povão nunca tem isenção fiscal. Na hora de cobrar o IPTU, o IPVA, os impostos
dos trabalhadores, daí nunca tem isenção. Agora, para os amigos do governador,
para os doadores da sua campanha, daí é isenção fiscal a rodo.
Só para o ano
que vem, são 85 bilhões de reais que o governo vai deixar de arrecadar, dando
de presente essa não cobrança para grandes empresários. Só para ter noção, isso
é mais do que o estado de São Paulo vai investir em Saúde e Educação somados -
somados.
A gente poderia
estar duplicando o investimento em Saúde e Educação se a gente fizesse uma
coisa muito simples: cobrar imposto de grande empresário, mas aqui no Governo
do Estado de São Paulo isso não é regra.
E agora o
Brasil está vendo esse escândalo que, apesar da farra das isenções fiscais,
ainda tem empresário que quer ganhar mais nessa e encontra terreno fértil no
governo Tarcísio pagando propina, pagando um bilhão de reais de propina para
que não se cobre o que esses empresários deveriam pagar de imposto.
Agora, se eles
têm um bilhão de reais para pagar só de propina para uma pessoa, vocês imaginam
o quanto que eles estão se beneficiando desse esquema. É basicamente isso: uma
pessoa que deveria ter impedido essa recorrência de escândalos, de atos de corrupção
e que não foi capaz de fazê-lo como controlador-geral do estado e da União não
tem competência para ser conselheiro do Tribunal de Contas.
A gente tem que
levar a sério o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que é uma
instituição muito importante para zelar pelas contas públicas, pelo bom uso do
dinheiro público do estado de São Paulo.
Por exemplo,
hoje nós estamos representando contra o governador Tarcísio, que não trabalhou
no dia de hoje, não esteve no estado de São Paulo no dia de hoje, está desde
ontem em Brasília, deputado Barba, mas não pense que está em Brasília
procurando investimento para São Paulo, procurando apoio para investigar o
propinão que aconteceu no governo dele, procurando apoio para resolver o
problema que ele fez aqui com a Sabesp.
Não, ele está
há dois dias em Brasília sem trabalhar fazendo lobby pela aprovação da anistia
daqueles vagabundos que foram lá em Brasília no 8 de janeiro quebrar tudo. E
que os deputados que dizem que são tolerância zero com o crime agora pedem a
anistia. Anistia não, impunidade.
Eles não querem
que quem cometeu o crime pague pelos seus crimes. Para eles, a lei não é para
todos; para eles, são dois pesos e duas medidas. Para os bandidos de estimação
deles, aí pode perdoar, pode anistiar, eles não querem que o Bolsonaro, não
querem que a turma que foi lá ser feita de massa de manobra, quebrar tudo em
Brasília, quebrar o patrimônio público da população brasileira e que agora tem
que responder pelos seus crimes, eles querem que as pessoas saiam impunes.
E o governador
Tarcísio, utilizando do seu cargo, gastando dinheiro público do estado de São
Paulo, está há dois dias em Brasília fazendo lobby pela anistia ao invés de
trabalhar pela população do estado de São Paulo. Esse é um belo caso de péssimo
uso do dinheiro público.
Tenho certeza
de que o pagador de impostos de São Paulo não paga imposto todo mês para que
esse dinheiro seja usado para o governador montar numa aeronave e ir até
Brasília defender os interesses dos amigos deles, livrar os amigos deles da
Justiça.
Quem comete
crime tem que ser punido, tem que ser responsabilizado, não importa se é
presidente da República, se é general, quem quer que seja, tem que lidar com o
mesmo fervor da lei.
E vocês que
dizem que defendem a lei, a ordem, a tolerância zero, combatem a impunidade,
também são aqueles que querem ver a impunidade dos seus amigos, do Bolsonaro,
dos generais, de todos aqueles que colaboraram, que tentaram dar um golpe de
estado no nosso País.
E,
lamentavelmente, o senhor Wagner, enquanto era controlador-geral da União, ele
próprio participou de uma reunião para tentar descredibilizar o sistema
eleitoral brasileiro, que por isso só já devia ser motivo para que ele fosse
rejeitado como conselheiro, porque os 94 deputados desta Casa foram eleitos no
mesmo sistema eleitoral que atestou os votos que cada um daqui teve.
O sistema
eleitoral brasileiro, a urna eletrônica, é um dos sistemas mais eficientes,
auditáveis e seguros do mundo inteiro, e elegeu cada um de nós que estamos
aqui. Então é absurdo presentear uma pessoa que quando esteve num cargo tão
importante como o de controlador-geral da União, onde propôs uma força-tarefa,
junto com a polícia militar, com as forças armadas, para tentar desacreditar o
sistema eleitoral brasileiro.
Isso é uma
vergonha, assim como é uma vergonha que, debaixo do nariz do Sr. Wagner, a
gente tenha visto serem desviados bilhões de reais de dinheiro que deveriam ter
sido arrecadados nos impostos desses grandes empresários, do Seu Sidney
Oliveira, dono da Ultrafarma, do dono da Fast Shop e de várias empresas que
pagam propina para não ter os seus impostos pagos, para não ter os seus
impostos cobrados aqui no estado de São Paulo.
Agora, existem
órgãos que deveriam fiscalizar, coibir essas práticas. Um deles é a
Controladoria-Geral do Estado, que hoje é ocupada pelo Sr. Wagner Rosário, que
tinha o poder de fiscalizar, de investigar, de coibir, de impedir esses casos
de corrupção e não o fez. Se não o fez como controlador do Estado e da União,
por que fará agora como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo?
Então acredito
que essa indicação é um desrespeito com o Tribunal de Contas, uma instituição
muito importante para zelar pelo bom uso dos recursos públicos do nosso Estado,
é um desrespeito com a população do estado de São Paulo.
A gente está
colocando a raposa para cuidar do galinheiro, uma pessoa que ela própria já
esteve envolvida com escândalos, que não foi capaz de impedir uma série de
escândalos, que foi indiciado e que foi acusado pela própria CPI da Covid por
prevaricação, e agora essa pessoa vai ser presenteada com um cargo vitalício em
que o salário base é de 46 mil reais por mês, fora os penduricalhos.
Isso é um
presentão que o governador Tarcísio dá para os seus amigos, dá para os seus
aliados, dá para quem colabora com ele, sem se importar com a importância
dessas funções, de um cargo como esse, para a população do estado de São Paulo.
Então, deputado
Donato, nós hoje protocolamos um Requerimento de Informação para que o governador
Tarcísio explique quais foram os compromissos que motivaram ele a passar dois
dias em Brasília sem agendas oficiais declaradas e quanto que ele gastou nessa
brincadeira, porque o que a imprensa está noticiando é que ele está desde ontem
em Brasília negociando a anistia. Isso não é função de governador, se ele
quiser, ele monte um escritório de advocacia de lobby e vá fazer campanha pela
anistia.
Agora o
governador do estado de São Paulo, o maior estado do País, não pode utilizar do
recurso público da população do nosso Estado para ir lá defender uma pauta
ideológica, uma pauta partidária, uma pauta que representa a impunidade de
pessoas que cometeram crimes no nosso País.
Isso é um
desrespeito com a população do estado de São Paulo, que paga os seus impostos
em dia. Com os empresários tem todo tipo de isenção e de renúncia fiscal que o
governo pode dar para elas.
Na hora de
investir em política pública para o povo é corte de gastos, é dinheiro
faltando, é “privatiza porque não tem dinheiro para isso, para aquilo”, é “entrega
a escola para iniciativa privada”, “entrega a Sabesp para a iniciativa privada,
o trem para a iniciativa privada”, porque para o povo, para o pobre está sempre
faltando dinheiro, nunca tem dinheiro suficiente.
E agora, na
hora de beneficiar os seus amigos, ele anistia a multa do Bolsonaro e deixa de
cobrar um milhão de reais de quando o Bolsonaro desrespeitava as regras da
pandemia, e ele dá 85 bilhões de reais para os seus amigos de isenções fiscais.
Quem acha pouco
ainda vai lá, paga propina e paga ainda menos de imposto. É o governo da
vergonha, e por isso espero que tenhamos mais tempo para que a população do
estado de São Paulo possa conhecer quem é o Sr. Wagner.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado,
deputado Guilherme Cortez.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem. Para encaminhar pela
bancada da Federação PT/PCdoB/PV, deputado Jorge do Carmo.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental. Tem
o deputado Jorge do Carmo dez minutos para fazer o encaminhamento, pela
Federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, enquanto
o orador se dirige à tribuna. Tem V. Exa. dois minutos para uma comunicação, deputado
Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só gostaria de deixar registrado no plenário
desta Casa Legislativa que a Sra. Maria de Fátima Mendonça Souza, de 68 anos de
idade, condenada a 17 anos, não é uma bandida, não é uma criminosa. É uma
brasileira patriota, que acredita em pessoas honestas, em homens honestos. A Sra.
Vildete Guardia, de 74 anos, não é uma bandida e não é uma criminosa, e foi
igualmente condenada.
Nós temos hoje
no Brasil mais de 40 mil pessoas e famílias anistiadas de situações que
aconteceram décadas atrás. Nós temos um ex-capitão do Exército Brasileiro,
desertor, assassino.
Assassinou o
capitão Alberto Mendes Júnior, e declarou isso em um filme, que o assassinou a
coronhadas, e hoje a família recebe como general de brigada. E quando se fala
em anistia hoje, para pessoas honestas, querem construir uma narrativa que são
bandidos.
Eu sou sim
tolerância zero contra bandido, contra estuprador. Sou tolerância zero. Servi
32 anos. Derrubei muito bandido em trocas de tiro, todas reconhecidas com a
legalidade da lei, mas com pessoas honestas, pessoas que única e exclusivamente
não aguentam mais um país ser comandado por corruptos, isso é uma grande
injustiça.
O capitão do
Exército Brasileiro, Jair Messias Bolsonaro, todos nós que temos o mínimo de
discernimento e conhecimento do Direito no Brasil, sabemos que não houve uma
tentativa de golpe.
Então fica aqui
registrada a nossa indignação em relação a esses homens e mulheres honestos do
Brasil que precisam, sim, ser anistiados. E a nossa gratidão ao governador
Tarcísio de Freitas, por participar dessa articulação em benefício de homens e
mulheres de bem.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem a palavra o
deputado Dr. Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu fiquei até emocionado
aqui com o discurso do deputado Major Mecca. Quase que eu mudei de ideia.
Queria dizer,
deputadas e deputados, que nós defendemos o Estado Democrático de Direito, e que
a lei vale para todos. Então agora é a hora da gente que respeita a justiça,
que acha que é importante ter o Estado Democrático de Direito, sem golpe, que a
gente tenha agora a hora de realmente, com toda a possibilidade de defesa, com
todo contraditório, com toda ampla defesa garantida pelo Estado Democrático de
Direito, agora é a hora de...
Se for
inocente, certamente será declarado inocente, o que eu acho improvável. Mas, Sr.
Presidente, eu vim à tribuna para encaminhar pelo adiamento da votação do PDL,
da discussão e votação do PDL 27, de 2025, que versa sobre a indicação do Sr. Governador
do nome do Sr. Wagner de Campos Rosário para uma vaga no TCE, que é o Tribunal
de Contas do Estado.
Antes, porém,
queria ler aqui o artigo que... Olha só, quando a gente vai redigir um artigo
de lei, um artigo de um decreto, um artigo de qualquer regulamento, a gente
precisa prestar muita atenção no que ele realmente fala.
O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Sr. Presidente, verifico que não
tem 24 deputadas e deputados no plenário, que são necessários para a discussão
de qualquer questão ou encaminhamento. Sendo assim, Sr. Presidente, quero pedir
a verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental o pedido de Vossa
Excelência. Solicito ao deputado Danilo Balas e ao deputado Paulo Mansur que
façam a verificação de presença.
* * *
- Verificação de presença.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.
* * *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o quórum regimental,
devolvo a palavra ao nobre deputado Dr. Jorge do Carmo. Obrigado ao deputado
Agente Federal Danilo Balas e também ao nosso deputado Paulo Mansur, que nos
auxiliaram na verificação de presença.
O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Agora sim, sabendo que os deputados e deputadas estão aqui no plenário, é
importante para a gente fazer o encaminhamento.
Então,
verifico, Sr. Presidente, que o Art. 195, que V. Exa. utilizou regimentalmente,
ele fala: “A discussão não será encerrada quando houver pedido de adiamento e
este não puder ser votado por falta de número”. Eu, com todo o carinho e
respeito que tenho, mas pense em um artigo que está incompleto, ao meu entender.
É claro que
está dizendo que não pode encerrar a discussão, mas, “a contrario sensu”, é o
que o presidente está aqui compreendendo. Então, se é assim, então pode começar
a discussão. Pelo menos é isso que acho que foi aqui interpretado.
Mas veja bem, Sr.
Presidente, se pode começar... Imagine que começa a discussão e encerra a
discussão, e aí vai votar o requerimento, porque aí encerrou, depois tem que
votar o requerimento, que é o que estamos fazendo agora, encaminhando para
isso.
Toda aquela
discussão que foi feita antes, na primeira extra, caso o requerimento agora
seja aprovado, foi inócua. Foi inócua, porque não podia encerrar, é lógico, mas
ficou adiada para a gente agora fazer os encaminhamentos. E suponhamos que esse
requerimento seja aprovado.
Então, penso
que esse artigo poderia ser um pouco mais claro, que não fosse tão obscuro, não
fosse tão omisso também, quando a gente vai interpretá-lo. Mas é o que está
escrito e temos que seguir o que está escrito. É o Regimento da Casa.
Mas é isso, Sr.
Presidente, quero dizer que nós estamos aqui obstruindo porque nós temos que
cuidar e zelar por aquilo que é do povo paulista. O conselheiro do Tribunal de
Contas vai zelar pelo patrimônio, pelo Orçamento, pelo recurso público, pela
lisura, fiscalizar aquilo que é mais precioso, que são os bens públicos, as
contas públicas.
Imagine se a
gente coloca para fiscalizar o Orçamento, os bens públicos, aquilo que nós
entendemos que é patrimônio do povo paulista, alguém que, como já foi dito aqui
por diversos colegas, que infelizmente não tem idoneidade. Não tem, não
demonstrou pela sua trajetória, pela sua história, a idoneidade e a conduta
ilibada, que são requisitos essenciais para um conselheiro, seja ele de
qualquer tribunal e até o ministro do STF.
Isso não foi
demonstrado pelo seu currículo, pela sua trajetória, pelo vídeo que foi passado
aqui, pelo seu comportamento quando prevaricou, pelas contradições que foram
apresentadas, quando blindou o governo Bolsonaro das questões, dos erros que
ele cometeu.
Então não é
possível, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, que nós podemos aqui
colocar a nossa digital e homologar para que um conselheiro seja aprovado por
esta Casa com esse currículo. Tanto é que foi arguido aqui nesse plenário e
como alguém também falou, teve arguição, depois vários deputados fizeram
perguntas. Eu vim aqui, fiquei sem me inscrever e depois eu não me inscrevi.
Eu acho que eu
acertei, eu acho que eu acertei em não participar, porque foi, desculpa aos
deputados que fizeram várias perguntas importantes, deputado Luiz Claudio
Marcolino. Ele não responde, ele não respondeu. Ele respondeu aquilo que ele
achava que era útil para ele, que era importante.
Então também a
sabatina, também a arguição aqui do candidato, então candidato Wagner Rosário,
também é uma coisa estranha, porque não dá oportunidade de você contrapor.
Porque se é
debate, se é arguição, tem que ter o contraditório, tinha que ter a réplica,
mas não tem. Estou falando isso, eu não estou aqui dizendo que foi errado.
Seguiu-se o Regimento, mas o Regimento é falho, precisava melhorar isso.
E quando a
gente teve outros conselheiros aqui, que nós votamos a favor, que nós os
recebemos na nossa bancada, nós não criamos nenhum tipo de dificuldade aqui no
plenário, porque a gente conhecia o passado, a trajetória daquelas pessoas que
estavam sendo indicadas aqui. Eu estou no meu segundo mandato. Nesses dois
mandatos já passaram, foram aprovados aqui dois conselheiros.
E
os dois, a bancada, a nossa bancada, votou favoravelmente, não teve
dificuldade. Um deles, inclusive, fomos nós que indicamos, que foi o Dr.
Maxwell. Fomos nós que primeiro indicamos ele. É claro que ele é indicado pelo
governador, mas primeiro fomos nós que sugerimos o nome dele na primeira
indicação.
Então nós não
criamos problemas quando não tem problemas. Nós não procuramos os problemas.
Nesse caso do Sr. Wagner de Campos Rosário, os problemas já acompanham ele. Aquelas
coisas que nós não concordamos e que nós não podemos aqui aprovar, elas
acompanham ele.
É o seu
passado, é a sua conduta enquanto controlador, foi o que ele deixou de fazer ou
foram as ações que ele fez. A gente peca por ação e por omissão. No caso, ele
pecou pelas duas, no caso, ele errou pelas duas.
Então, Sr.
Presidente, quando a gente também aprova aqui um conselheiro, a gente quer que
o conselheiro também pense que ao ir lá para o conselho, para o tribunal, ele
não vai só fiscalizar, ele vai também defender o patrimônio, ele vai defender a
política pública ou a falta dela.
Quando o
governador também deixa de aplicar recursos para políticas públicas importantes
como a Saúde, como o fortalecimento do SUS, como a Habitação, a Regularização Fundiária,
o Transporte, isso também é atribuição do conselheiro.
Quando o
conselheiro deixa fazer as privatizações, como foi feita aqui a da Sabesp, como
foram feitas outras concessões da CPTM, das linhas 11-Coral, 12-Safira,
13-Jade, também da 8-Diamante e 9-Esmeralda, tudo isso também é obrigação do
conselheiro fiscalizar.
Tudo isso
também é atribuição do conselheiro, o que a gente não tem medo, teme, de que,
infelizmente, esse candidato não reúna as condições para fazer essa
fiscalização, esse acompanhamento, essa exigência que é necessária para um
conselheiro.
Então, são por
essas razões, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, que nós estamos
aqui questionando, nós estamos aqui pedindo o adiamento para a gente conversar
mais, para a gente entender mais ou até para o governador trocar, substituir o Seu
Wagner e apresentar um outro nome. Uma outra pessoa que não crie tanta celeuma
como está criando aqui na tribuna, na tribuna e no plenário.
Porque, se
fosse tranquilo, a gente não ia ficar terça, quarta aqui até esta hora da noite.
E se precisar vir amanhã, nós viremos também. E se precisar vir sexta-feira,
nós viremos também, porque nós estamos resistindo, resistindo aqui na oposição.
Porque nós não
queremos ver uma situação como essa acontecer para o estado de São Paulo, Sr.
Presidente, então são por essas razões e por outras tantas que já foram
apresentadas aqui, pelos colegas que me antecederam, que nós não concordamos e
queremos que esse requerimento seja aprovado e adiada essa votação.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Uma breve
comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos,
Vossa Excelência.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Presidente, o deputado Major Mecca usou o
microfone de aparte agora há pouco, e ele teceu alguns comentários, até falando
da história do estado de São Paulo, dizendo sobre o herói símbolo da Polícia
Militar de São Paulo, Alberto Mendes Júnior, que foi brutalmente assassinado
por um militante comunista, que pegou em armas para derrubar o governo
instituído.
Ele matou o
jovem tenente da Polícia Militar a golpes de coronhadas. E o Major Mecca bem
colocou aqui, bem relatou deste microfone. O deputado Jorge do Carmo sobe à
tribuna e diz: “Olha, eu até fiquei emocionado, quase mudei de opinião.” Um
claro deboche à fala do deputado.
E não só à
fala, à história desse herói, desse servidor público que derramou o seu sangue
em solo paulista para defender a nossa população, deste sim, canalhas,
vagabundos, golpistas, comunistas, que explodiam bancos, roubavam bancos,
explodiam quartéis, como mataram, aqui em frente a este Parlamento, o jovem
soldado, Mário Kozel Filho.
A família do
Mário Kozel Filho não recebe soldo de general, como a família do desgraçado do
Lamarca, um traidor da Pátria, esse sim, traidor da Pátria, recebe soldo de
general.
Então fica aqui
o nosso repúdio, não só ao deboche do deputado Jorge do Carmo, mas o deboche
também do deputado Cortez, que chamou todos os manifestantes que estão presos
de vagabundos.
Vagabundo,
presidente, é quem traz militante para derrubar e invadir este plenário aqui
quando os deputados estão no livre exercício da democracia representando seus
eleitores.
Então fica aqui
registrado o meu repúdio à fala desses dois deputados, presidente.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Dr. Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos,
Vossa Excelência. E colocaremos em votação o requerimento.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente, na verdade, eu quero dizer para o
deputado Gil Diniz, que é meu colega e meu amigo, inclusive, que em momento
nenhum eu debochei até porque eu não quero ser debochado. Quando você não quer
para você, você não usa para os demais.
Eu tenho o
maior respeito por todos os deputados e as deputadas desta Casa. Agora, a
política, o senhor sabe muito bem, que a política é, a questão ideológica, ela
é, ela é... Salta aos olhos da gente. Então não tem por que a gente aqui não
discutir a questão ideológica.
Eu já vi
deputado que está aqui do lado, deputado Lucas, que é meu amigo também, falar
várias coisas aqui e nem por isso a gente vai ficar ofendido, vai achar que
ele... E pior, muito pior, ele já falou. Eu não debochei, nem debocharei, até
porque o deputado Major Mecca também tem o meu respeito, assim como Vossa
Excelência.
Então, Sr.
Presidente, eu não concordo com isso, estou dizendo para vocês que... Agora,
que se a Justiça for feita... Agora vai a hora do vamos ver, é agora. Então
aqueles que diziam que o Lula foi condenado, que não sei o quê, que a... Agora,
estão pedindo anistia.
Está
pedindo anistia porque, de certa forma, está reconhecendo seu erro e está
querendo pedir perdão. A Justiça vai perdoar, ou não. A Justiça vai dizer se
estava certo, não tem problema, não vai pagar pelo que não fez. Agora, pelo que
fez, a Justiça, com certeza, será severa.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o
requerimento. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem contrários,
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitado. Pela ordem, deputado Donato.
O SR. DONATO - PT - Uma
verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de
Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à
verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A
partir desse momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro
minutos, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não se encontram em
plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.
Pela
ordem, deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Para colocar a bancada do
Partido Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido
Liberal em obstrução. Pela ordem, deputado Danilo Campetti.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para colocar a bancada do
Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos
em obstrução. Pela ordem, deputada doutora Paula.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Para colocar a bancada da
Federação PSOL REDE em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSOL REDE em
obstrução. Pela ordem, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Para colocar a bancada da Federação PT/PCdoB/PV em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PT/PCdoB/PV
em obstrução. Pela ordem, deputado Milton Leite Filho.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Para colocar o União em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil
em obstrução. Pela ordem, deputado Delegado Olim.
O SR. DELEGADO OLIM - PP - Para colocar o Progressistas
em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Progressistas
em obstrução. Pela ordem, deputado Mauro Bragato.
O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Para colocar a Federação
PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSDB Cidadania
em obstrução. Pela ordem, deputado Dr. Eduardo Nóbrega.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Para colocar o Podemos em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em
obstrução. Pela ordem, deputada Andréa Werner.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Para colocar o PSB em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em
obstrução. Pela ordem, deputado Oseias de Madureira.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Para colocar o PSD em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução. Tendo transcorrido os quatro minutos, o sistema eletrônico agora
ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados votem “sim”,
“não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.
Não havendo
mais deputados interessados em fazer o seu voto pelo sistema eletrônico,
abriremos então os microfones de aparte para que as Sras. Deputadas e Srs.
Deputados possam assim fazê-lo.
Mais alguma das Sras. Deputadas e Srs.
Deputados gostaria de consignar o seu voto pelos microfones de aparte?
*
* *
- Verificação de votação
pelo sistema eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo mais
deputados interessados em consignar o seu voto pelos microfones de aparte, pergunto
aos deputados se gostariam de alterar os seus votos. (Pausa.)
Passaremos então à proclamação dos
resultados: votaram “não” 38 votos, mais este presidente, totalizando 39 votos,
quórum insuficiente para rejeitar o requerimento.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Esse Regimento é muito cruel com
a Minoria. Quando a gente ganha, não leva. É isso?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - E devolvo a
palavra a V. Exa. pelo tempo remanescente de nove minutos e 51 segundos para
continuar a discussão do nosso PDL.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Questão
de Ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão
de Ordem, deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - A presente
questão de ordem encontra amparo dos Arts. 260 e 263 do Regimento Interno da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Nos termos do
Art. 260, toda dúvida suscitada acerca da interpretação do Regimento Interno,
de sua aplicação prática ou ainda da sua conformidade com a Constituição deve
ser considerada questão de ordem, razão pela qual a presente formulação se
mostra plenamente cabível.
Conforme dispõe
o Art. 261, a questão de ordem deve ser apresentada com clareza, indicação
etc... Vou passar à fundamentação:
1 - Considerando
o Art. 195 do Regimento Interno, que estabelece que “a discussão não será
encerrada quando houver pedido de adiamento e este não puder ser votado por
falta de número”, como justificar que a Presidência determine o início da
discussão da matéria principal, se o requerimento de adiamento ainda não foi
apreciado, por ausência de quórum?
Veja bem: a
mim, resta dúvida quanto a “não terminar” e “não começar” a discussão.
2 - A
literalidade do dispositivo indica que a discussão deve permanecer suspensa até
a apreciação do requerimento de adiamento. Nesse sentido, não estaria a
interpretação da Presidência esvaziando o alcance da norma regimental, ao
tratar a falta de quórum como se fosse autorização tácita para iniciar a
discussão?
3 - Qual seria
a utilidade prática de um requerimento de adiamento se a ausência de quórum
para a sua votação implicasse automaticamente a abertura de discussão da
matéria principal, sem que o pedido fosse analisado pelo plenário?
4 - Não seria
mais compatível com o espírito do Art. 195 entender que, diante da
impossibilidade de votar o requerimento de adiamento por falta de número, a
discussão deve permanecer suspensa, aguardando a deliberação posterior, ao
invés de prosseguir como se o requerimento fosse inexistente?
5 - A
Presidência não estaria, com essa intepretação, restringindo indevidamente o
direito parlamentar de ver apreciados tempestivamente os requerimentos
incidentais apresentados em plenário, em afronta ao devido processo legislativo
e ao próprio Regimento Interno. E o mais importante, a dúvida que eu tenho com uma
enorme interrogação: Caso a discussão seja iniciada, avançada, e posteriormente
a discussão, o requerimento de adiamento venha a ser aprovado, qual será o
destino do tempo já utilizado na discussão dessa matéria? Ela recomeçará? No
Regimento, não resta explícito isso. Esse tempo será considerado válido ou
deverá ser desconsiderado à luz do Art. 195? Protocolo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Monica Seixas, concordo plenamente. Temos que atualizar, modernizar o
nosso Regimento Interno em vários aspectos. E recebo a sua Questão de Ordem, explanaremos
oportunamente. Com a palavra o deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, vamos retomar aqui a nossa apresentação. Eu encerrei com a atuação
do Sr. Wagner do Rosário na CGU, com o episódio lamentável das urnas
eletrônicas, que a CGU tinha um parecer atestando a confiabilidade das urnas
eletrônicas e que ele não divulgou.
Matéria do G1 e
que ele deixou na gaveta e não deu transparência necessária à função primeira
de uma Controladoria. Mas vamos à atuação dele na CGE, na Controladoria-Geral
do Estado. E aí nós vamos de novo vendo as ações. A primeira delas foi a que
foi votada nesta Casa, num outro projeto, transferindo as funções da PGE para a
CGE.
É algo bem
estranho, porque transferiu da Procuradoria-Geral a condução de processos
disciplinares. É um órgão formado por concursados, com larga tradição e
expertise na matéria, foi tirada a sua atribuição de processos disciplinares
contra servidores para a Controladoria-Geral do Estado, formada por cargos de
confiança.
Então, o risco
de perseguição através da politização dos processos é muito grande. Vamos aí ao
próximo. Assim como o governo federal, também alterou a regulamentação da Lei
de Acesso à Informação e ampliou o rol de autoridades que podem impor sigilo
ultrassecreto.
Isso certamente
foi um retrocesso na transparência comparadas a práticas da CGU que o próprio
Wagner Rosário implementou no governo Bolsonaro. Também alterou a plataforma
para pedidos via LAI, do e-SIC, para o Fala São Paulo, além de passar a exigir
conta GOV para acesso, foi retirado o controle de prazos pelo usuário,
impedindo hipóteses de recurso em primeira instância por descumprimento de
prazo. Ou seja, restringiu ainda mais os mecanismos de transparência.
Agora vamos na
sua atuação de proteção dos seus colegas secretários. Nós temos aí o caso do
patrimônio dos secretários. Foi divulgado que vários secretários tiveram um
aumento enorme do patrimônio, e ele, ao invés de abrir algum procedimento, e
ninguém está acusando de plano esse crescimento de patrimônio, pode ser até
justificado, mas tem que ser justificado.
Aliás, o
controlador aqui, o Sr. Wagner Rosário, disse que a função dele é ser cético,
isso no caso das urnas eletrônicas, que ele é cético por princípio, mas ele é
cético por princípio para algumas coisas e para outras ele não é cético, ele
nem investiga e, ao contrário, ao invés de dar transparência, mudou a regra de
apresentação anual dos bens de cada secretário para a apresentação só ao final
do mandato, no início e no final do mandato. Vamos para o próximo.
O caso Derrite é mais escandaloso ainda porque teve uma matéria do “Metrópoles” com riqueza de evidências, com vídeos, com áudios, onde o empreiteiro diz que recebia de uma terceira pessoa, amiga de Derrite, para a obra de construção, e ele fala que não vai investigar, porque não tem nenhuma evidência.
Então, o papel
do controlador não é proteger ninguém, é poder investigar. E está aqui. Os
fatos estão aí, e a gente lamenta muito que a postura seja de proteger seus
amigos, e não de dar transparência na controladoria para todos os atos. Ele
fala que não vê motivos para apuração. Tem áudios, tem a incompatibilidade da
construção com os rendimentos.
Bom, ele pode
poder explicar? Pode, mas se abre um procedimento para isso. Nem isso foi
feito. Então, mostra bem o tipo de atuação do controlador-geral. Vamos para o
próximo.
Bom, os casos
de corrupção. Ele foi controlador no governo Bolsonaro, controlador no governo
Tarcísio. Bom, qual caso de corrupção ele, de grande monta, conseguiu resolver,
equacionar? Muito pelo contrário. A gente tem os auditores da Sefaz...
Aliás, um dos
fatores para que tivesse esse escândalo da Secretaria da Fazenda, com o auditor
recebendo de propina mais de um bilhão de reais... Ou seja, recebeu de propina
mais de um bilhão de reais, certamente se desviou muito mais de bilhão de
reais. E o que aconteceu? Nas barbas dos órgãos de controle, não aconteceu
nada. A controladoria nunca verificou uma área sensível.
Qualquer controlador,
qual a primeira área que ele vai ter que olhar com cuidado? Fiscalização, é
óbvio. É óbvio, e isso não foi feito, e a gente tem esse escândalo enorme na
Secretaria da Fazenda, que, até agora, (Inaudível.), mal explicado, sem
providências, e foi um órgão externo, de controle externo, Ministério Público,
que fez toda a investigação, sem notícia de ação da Controladoria-Geral do
Estado.
Associado a
isso - vamos para o próximo - a gente tem aí esse escândalo da lavagem de
dinheiro do PCC, e aí, aqui na sabatina, o controlador falou: “Não, mas isso
não tem nada a ver com a Controladoria-Geral do Estado, porque não é dinheiro
público”. Como não é dinheiro público? É só ler as matérias. Boa parte desse
esquema de lavagem está ligado à sonegação. Sonegação fiscal. Tem gente,
inclusive, que diz que uma parte é esquema do PCC e outra parte é sonegação
pura.
Então, como é
que não se apura um esquema que lavou 60 bilhões de reais? E aí, o curioso, e
aí é só curiosidade, porque se fala: “O PCC, o Primeiro Comando da Capital, se
infiltrou na Faria Lima, se apossou de fintechs, de fundos. E aí tem um artigo
muito interessante na “BBC News” que fala o seguinte: “Talvez seja o contrário,
ou talvez seja uma simbiose, 60 bilhões de reais, o mercado financeiro ficou
assanhado para ter esse dinheiro, e encontrou meios de legalizar esse dinheiro
criminoso.
Então, tem uma
simbiose entre o Primeiro Comando da Capital e o “primeiro comando do capital”,
que está lá na Faria Lima. Uma simbiose onde todos ganham. Se lava dinheiro
para o PCC, mas o “primeiro comando do capital”, as fintechs, os fundos, se
apropriam de recursos e ganham dinheiro com recursos que vêm do crime, que vêm
de maneira ilícita de toda essa cadeia de venda irregular de combustíveis. Se
falou em 1.000 postos, 1.200 postos. Bom, qual a ação que a Secretaria da
Fazenda? Qual a ação que o Estado teve em relação a essas questões?
Porque, inclusive,
o governador falou no passado: “Ah, tem máfia de combustíveis”. Qual a ação que
o Governo do Estado tomou? Qual a ação? A Receita Federal fez o papel dela. A
Polícia Federal fez o papel dela. O Ministério Público fez o papel dele. E a
Receita Estadual? E a Secretaria da Fazenda, o Sr. Kinoshita? O que ele fez? E
a Controladoria-Geral do Estado, o que fez em relação a essa sonegação
monstruosa de recursos que piora muito a condição do estado de São Paulo.
São dinheiros
de impostos sonegados que deveriam estar a serviço da Saúde, da Educação, da Segurança
Pública, e que são desviados, são sonegados e alimentam essa rede criminosa com
o beneplácito de setores do mercado financeiro, em particular da Faria Lima.
Eram 40 fundos lá na Faria Lima que operavam com esses recursos.
Então, ali teve
uma simbiose perfeita do Primeiro Comando da Capital com o Primeiro Comando do
Capital. Aliás, o Primeiro Comando do Capital assanhadíssimo com a candidatura
de Tarcísio de Freitas. Bem disse o deputado Eduardo Bolsonaro lá dos Estados
Unidos, ele falou: “a candidatura do Tarcísio não resolve o problema do
Bolsonaro, mas resolve o problema da Faria Lima”.
Ele que falou e
eu, nesse aspecto e só nesse aspecto, sou obrigado a concordar com ele. Na
verdade, a candidatura do Tarcísio de Freitas é uma candidatura para a pauta da
Faria Lima e, enfim, a gente está vendo o que é a Faria Lima e como ela se
articula com o dinheiro sujo do crime.
É isso, Sr.
Presidente.
Meu tempo se
esgotou, mas a gente está aqui para fazer o debate, se for possível,
continuando com ele.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Donato. Com a palavra, o deputado Paulo Mansur para discutir a favor.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Uma
breve comunicação enquanto o orador se dirige à tribuna. Só para refutar aqui
as colocações do deputado Donato, a quem respeito muito e ele sabe disso, mas,
para começo de conversa, precisamos colocar os pingos no is.
A Controladoria-Geral do Estado ou da
União tem o condão de performar investigações administrativas, não
investigações de cunho criminal, como foi colocado aqui. É vergonhoso, Sr.
Presidente.
Aliás, presidente, eu abro mão do meu
tempo e queria passar a palavra ao deputado Paulo Mansur, se ele puder me dar
um aparte.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
o deputado Paulo Mansur.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Posso?
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Com certeza, Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Obrigado, deputado, pela gentileza. A Controladoria-Geral investiga no âmbito
administrativo. Essas exposições totalmente desarrazoadas aqui, se houver algo,
é na esfera criminal.
É igual
acontece aqui na Alesp, quando a turma da esquerda confunde um pouco as coisas,
confunde os conceitos, os preceitos básicos da Justiça, da democracia, do
Estado Democrático de Direito. É bastante relativo, esses conceitos são muito
relativos para eles, mas tentam tratar algo no âmbito administrativo quando na
verdade é criminal.
O Wagner
Rosário é um homem de conduta ilibada, é um homem acima de qualquer suspeita
desse tipo. Vejam bem: quando a gente está aqui para debater uma pessoa que vai
ocupar um cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, o que tem que ser
analisado é o perfil técnico dele, e não ideológico, porque, se assim fosse, o
Flávio Dino não poderia ocupar uma vaga no tribunal, no Supremo Tribunal
Federal, haja vista que ele mesmo se declarou comunista e tudo mais. O Barroso
disse que derrotou, na primeira pessoa do plural, “derrotamos o bolsonarismo”, também
não poderia ocupar uma cadeira naquele tribunal.
Todo e qualquer
ser humano tem o direito de ter suas posições ideológicas. Inclusive, o
presidente Bolsonaro está inelegível por ter dito, em uma reunião com
embaixadores, que não acreditava 100% no sistema eleitoral brasileiro, algo que
a população também corrobora, algo que o Senado corrobora, pois, em 2014,
aprovou uma reforma eleitoral, a Dilma sancionou e o Supremo vetou o voto
impresso auditável. Agora, no mês passado, o Senado aprovou uma nova etapa de
uma reforma eleitoral com o voto impresso auditável de novo. Senado que é base
governista.
Então, vamos
colocar os pingos nos is aqui. Wagner
Rosário está aqui para ser justamente sabatinado e votado para ocupar um cargo
administrativo e técnico. Se houver, no âmbito da Controladoria-Geral, qualquer
tipo de investigação administrativa, sem dúvida, por dever de ofício, ele
deveria fazer e o fará, e o faria, porque agora vai ser, sim, nomeado
conselheiro, a despeito da enrolação aqui.
Agora, vir
expor aqui o secretário Derrite de uma maneira eleitoreira, porque sabem que
ele é o candidato mais forte ao Senado no ano que vem? Só é o mais forte porque
o Eduardo é um exilado político, senão seriam os dois uma dobrada imbatível. O
Derrite, então, ocupa esse protagonismo, que já tinha, mas tem mais ainda.
Utilizar
milhões do dinheiro público, porque essas sessões que vão ocorrer hoje, amanhã,
depois de amanhã, só para teatro, porque nós vamos aprovar aqui. Essa obstrução
de mentirinha da esquerda só gasta dinheiro público. Tem policiais aqui que às
oito horas deveriam terminar o seu turno e não podem ir embora enquanto não
acaba a sessão.
Tem servidores
aqui trabalhando, tem luz, tem energia. Enfim, são milhões em dinheiro público
desperdiçados. E aí, para encerrar, vai falar de PCC, deputado? Chame o Marcos
Valério para falar de PCC. Chame o Palocci para falar de PCC. Pergunte aí; eu
estou falando, deputado.
O SR. DONATO - PT - Vou chamar vários deputados do Republicanos também para
falar do PCC.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Desculpa, deputado. Deputado, com
todo o respeito, eu não vou subir a voz para o senhor, porque senão já sabe. Com
todo o respeito, com todo o respeito. Eu subo para todo mundo a voz.
Eu subo a voz
para todo mundo, independentemente de ser homem ou ser mulher, a questão não é
essa, a questão não é essa. A questão é outra, a questão é simples. O TSE, que
pesou a balança indubitavelmente para a esquerda nas eleições, não proibiu a
direita de divulgar um áudio que falava sobre as ligações do PCC com o PT, com
o Partido dos Trabalhadores.
O SR. DONATO - PT - Quais ligações? Quais ligações?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, deputado Donato.
Deputado Donato, por favor.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Vamos falar de crime. Presidente,
os democráticos. Presidente, os democráticos. Os democráticos, presidente. Eu
tenho um aparte, eu tenho um aparte.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Se atenha ao tema, por favor.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Eu estou me atendo ao tema, eu
estou rebatendo o que ele falou aqui, eu estou me atendo ao tema. Agora sim, só
para finalizar aqui essa minha breve intervenção, mais uma vez agradecendo a
gentileza do deputado Paulo Mansur.
Desculpa falar
aqui de crime organizado, vir querer falar aqui de PCC, falar aqui de crime comprovado,
vamos lembrar que o deputado Janones foi absolvido, confesso de rachadinha, mas
confesso com o voto de vocês, com o voto de vocês, o PSOL inclusive aqui.
Nós podemos
falar, vocês querem falar do quê? Podemos falar de cartão de vacina, podemos falar
de baleia, da invenção que vocês quiserem. Podemos falar, podemos falar do que
vocês quiserem, podemos falar.
O SR. DONATO - PT - Podemos falar de cem imóveis com
dinheiro vivo. Podemos falar de muita coisa.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Mas o que falta a vocês é
esclarecimento, moeda corrente não é dinheiro vivo. Vocês desconhecem os fatos.
Então, Paulo Mansur, apesar da outra parte não respeitar, eu respeito e vou
devolver o tempo ao senhor.
Só queria
agradecer e pedir para que, quem vier à tribuna, eu acho que vocês têm direito
de discutir, mas vamos fazer uma discussão, de verdade, não encher linguiça. Vamos
falar sobre a função da Controladoria e do Tribunal de Contas. Vocês estão
preocupados, a gente sabe por quê. Vamos falar sobre isso, vamos falar sobre
isso. Está bom?
Deputado, muito
obrigado, muito obrigado.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Obrigado, deputado Lucas Bove. Presidente,
prazer estar aqui hoje, falar sobre o Wagner Rosário, mas não só sobre ele, até
pelo fato de a esquerda vir aqui e falar sobre corrupção. O PT falando sobre
corrupção, o PT falando sobre o PCC, Gil Diniz, quando o PCC, na cadeia,
aplaude quando Lula ganha.
É engraçada
essa narrativa, mas eu vou falar de Wagner Rosário, mas com algo na tela que eu
quero deixar fixo aqui enquanto eu falo dele, que não tem nada a ver com ele,
mas quero deixar isso aí fixo na tela, nada a ver com ele. Mas o Wagner Rosário
é formado, graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas
Negras e isso assusta o PT.
Ele é
pós-graduado em Ciências Militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do
Exército. Graduado em Educação Física pelo Exército. Pós-graduado em Fisiologia
pelo Exército, mestrado em Educação Física pela Universidade Católica de
Brasília, mestrado em Combate à Corrupção e Direito pela Universidade
Salamanca. Foi capitão do Exército, servindo de 1992 a 2009, auditor de finanças,
secretário executivo do CGU.
Foi ministro da
Transparência e Fiscalização da Controladoria-Geral da União no governo Michel
Temer e Jair Bolsonaro. Ou seja, ele não está preparado - vocês acham mesmo? -
para assumir o Tribunal de Contas do Estado com um currículo desse? Está
totalmente preparado para assumir um currículo desse e o governador Tarcísio
tem feito indicações técnicas para secretarias e isso ele descobriu com o
presidente Bolsonaro.
A gente pega,
por exemplo, o secretário Benini, que é secretário do Investimento e veio de
concurso público. A gente pega o Feder, que é um empresário com um patrimônio
formado, mas está se dedicando à Educação.
Entre outros,
como Paulo Guedes, que já tinha um patrimônio grande, não precisava se
estressar em ser ministro da Economia do governo do Bolsonaro e ficou ministro
da Economia. Tarcísio, que também era concursado, foi ministro da
Infraestrutura, agora vê se o PT coloca alguém de carreira no ministério. Não
coloca porque segura a corrupção, a gente sabe, são 39 ministérios, tudo
indicado por partidos.
Foram quatro
bilhões de emendas parlamentares, gente. Quatro bilhões, a maior distribuição
de emendas da história, agora vamos lá. Ranking de escândalos no Brasil, PT, em
primeiro lugar, Mensalão, Lava Jato, BNDES, vocês lembram do Petrolão? E agora,
em 2025, fraudes do INSS, somando mais de 70 bilhões de reais em desvios.
A gente lembra
que no desvio da Petrobras, um diretor fez uma delação devolvendo 300 milhões
de reais, gente, para ele não ser preso, ou seja, o PT, sim, o PT, sim, sabe
fazer corrupção, o PT, sim, sabe fazer corrupção. Agora...
A SRA. PAULA DA
BANCADA FEMINISTA - PSOL -
Pela ordem, senhor presidente.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Eu não dou a palavra, presidente.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Eu não estou te pedindo a
palavra.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, Dra. Paula.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Eu gostaria de pedir uma
verificação de presença, por gentileza.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de V. Exa.
Solicito ao deputado Carlos Cezar, juntamente com o deputado Danilo Campetti que
façam uma verificação de presença.
* * *
- Verificação de presença.
* * *
Constatado
quórum regimental, devolvo a palavra ao nobre deputado Paulo Mansur.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Bom, agora eu quero falar sobre o
que o PT... Porque, na realidade, o PT vem aqui falando que teve um desvio no
estado de São Paulo de 1,3 bilhão, e que, na realidade, foram 63 milhões em
desvio, em 2021, em 2022. Mas, é claro que é um valor muito alto, mas o PT fala
que é 1,3 bilhão.
Esse desvio não
foi na gestão do governador Tarcísio, um auditor acabou fazendo desvios, e foi
descoberto agora.
Ele trabalhou
até o final de 2022, ainda recebeu salários em 2023, mas não estava mais
empregado em 2023. E o PT quer colocar isso na conta do governador Tarcísio.
Eles tinham que fiscalizar o INSS. Eles tinham que olhar para o governo federal
para ver se os desvios que foram cometidos...
O SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de Ordem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de Ordem, deputado
Paulo Fiorilo. Deputado Paulo Mansur.
O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr.
Presidente, o debate é sobre a indicação de um conselheiro. Eu estou entendendo
e me atenho a isso. Agora, não consigo entender o orador, que está tratando de
outros assuntos.
Então eu queria
pedir à Presidência que pudesse observar o Regimento, tanto para um, como para
outro. Eu não estou aqui fazendo nenhuma observação para um.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, deputado Paulo. Eu fui
complacente com todos os demais oradores, desde ontem. O deputado Paulo Mansur
tem a palavra.
O SR. PAULO MANSUR - PL - É tudo para vocês, é tudo para
o PT, e nada para a gente. É sempre assim. As narrativas do PT...
O SR. GIL DINIZ - PL - Me permite um aparte, deputado
Paulo Mansur?
O SR. PAULO MANSUR - PL - Claro.
O SR. GIL DINIZ - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - O
deputado Paulo Fiorilo claramente tem de interromper V. Exa. na tribuna a todo
momento.
Todos os
oradores do PT se dirigiram de maneira até mesmo desrespeitosa, não só com o
Wagner Rosário, mas com o próprio governador, o presidente Bolsonaro. O tema
desta tribuna, dos deputados do PT e do PSOL, quando vêm discutir, é Bolsonaro.
Eles não vivem se eles forem, sei lá, proibidos de falar a palavra “Bolsonaro”.
Eles vão ter uma crise de abstinência. Porque, a cada minuto, o nome de Bolsonaro
é repetido ostensivamente. Falam mais do Bolsonaro do que a própria base
bolsonarista.
Talvez seja
aquele amor escondido pelo presidente Bolsonaro. Presidente que, perseguido que
está, por Alexandre de Moraes, que eles tremem de medo, eles morrem de medo.
Vou colocar aqui, no Pequeno Expediente, no Grande Expediente, o que, por
exemplo, Jean Willis falava de Alexandre de Moraes, o que Gleisi Hoffmann
falava de Alexandre de Moraes.
O vergonhoso
líder do PT no Congresso Nacional, na Câmara Federal, o Lindbergh Farias, nem
deveria ser deputado, já foi condenado também por - adivinhem só - corrupção.
Eles querem agora cercear o direito do deputado. Eu entendo, é regimental, mas
o presidente coloca aqui, há essa tolerância.
Então nós
estamos fazendo a discussão. Agora, presidente, se V. Exa. mudar o
entendimento, e seguir aqui o que o deputado Paulo Fiorilo está sugerindo, a
proposição será prejudicada.
Porque eles não
conseguem, em 30 minutos, defender tecnicamente a tese deles. Porque, a todo
momento, atacando o presidente Bolsonaro, atacando a sua família, atacando
homens e mulheres, idosos e idosas, que estão presos, sequestrados pelo Estado
brasileiro.
E eu até sigo a
sugestão do deputado Paulo Fiorilo, de respeitar o Regimento, e que a discussão
termine, e nós possamos votar hoje. Agora, se o próximo orador do PT subir à
tribuna e tergiversar sobre o tema, ora, é mais uma daquelas hipocrisias que
nós vemos a todo tempo aqui, da vanguarda do atraso que é a esquerda.
Neste plenário,
neste mandato, nós já vimos eles votarem contra os mais pobres, no “SuperAção”.
Em comissões aqui, nós já vimos secretária preta ser questionada, em seu
trabalho, em sua moral.
Nós vimos a
defensora pública geral, a Luciana Jordão, ser questionada em seu trabalho, e
em sua moral. E agora, como eu disse ontem, nós temos este homem, que você
colocou o currículo, Wagner Rosário, um técnico, um servidor público de
carreira.
Repito aqui, um
servidor público, que a esquerda diz tanto defender, que diz tanto prestigiar.
Ou seja, eles não defendem pretos e pardos, eles não defendem mulheres pretas,
nordestinas, eles não defendem sequer o servidor público que galga os postos no
Estado brasileiro.
Eles só
defendem os que corroboram com a sua ideologia, com os valores do atraso que
são para São Paulo e para o Brasil. Então é por isso que precisam subir nesta
tribuna e obstruir.
Mas é
interessante - para finalizar - que é a primeira vez neste mandato que a
oposição age como oposição. Estou contando os minutos aqui para ver eles
começarem a tirar os nomes para votar, que logo mais eles não vão conseguir
mais quórum, fôlego e ideias, como sempre faltam a esses.
Então eu fico
tranquilo porque logo mais, talvez hoje, se não hoje, amanhã, eles vão fazer
como sempre fizeram, ajudar o governo, seja o governo do PSDB, seja o governo
Tarcísio. Mas a gente vai seguir firme aqui, dando quórum na verificação de
presença, nas votações, porque o Wagner Rosário, pela sua história, pela sua
trajetória, merece, sim, estar no Tribunal de Contas do Estado.
Muito obrigado,
deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Obrigado, Gil Diniz. Realmente, o
PT faz uma cortina de fumaça. O Reis colocou que ia falar a favor do Wagner, e
aí ele tomou a palavra aqui primeiro, roubou a palavra da direita, que a gente
estava falando a favor, e só deu o PT até agora. Agora, quando um deputado da
base do governador Tarcísio está falando, o Paulo Fiorilo fala que a gente não
pode falar aqui no púlpito o que a gente quiser, só eles podem. É assim o PT.
Coloque a outra
imagem. Quero colocar essa imagem agora, que é muito curiosa também, para todos
vocês, porque o Paulo Gonet, hoje fez uma declaração, procurador-geral da
República, falando que o presidente Bolsonaro, só de ele ter conversado com
líderes da Marinha, com líderes do Exército, já se construiu uma narrativa de
golpe e ele já pode ser processado e preso. Paulo Gonet falou isso.
Mas, na época em
que a Dilma era presidente, ela sondou o Exército para decretar estado de
defesa. Ela procurou o general Eduardo Villas Bôas, e o próprio general fez
essa declaração. Com ela, nada, não existiu processo.
Ou seja, é uma
perseguição. É uma narrativa da Justiça, que é aliada ao PT. Porque a maioria
dos ministros do STF foram indicados pelo PT. Então temos uma Justiça hoje
fazendo uma narrativa para a prisão do presidente Bolsonaro. Não querem só ele
preso em casa, querem ele atrás das grades.
Só que a
maldade pior de tudo isso é ver a Iraci Nagoshi presa; a Vildete Guardia; a
Débora Rodrigues, porque passou um batom na estátua, sendo condenada a 14 anos
de prisão. E pessoas de diversos estados do Brasil, inclusive do estado de São
Paulo, presas até hoje por participarem de um ato que, se o presidente
Bolsonaro tivesse convocado, Gil Diniz, 200
mil pessoas para estarem no dia 8 de janeiro, com o poder que ele estava depois
da eleição, ia metade do Brasil lá. Só 200 mil pessoas ele colocava lá fácil.
Foram 1.500 pessoas presas.
Ou seja, aquela
manifestação pequena, sem convocação do presidente Bolsonaro, que aconteceu no
dia 8 de janeiro, sem convocação do presidente Bolsonaro, que inclusive eu vou
colocar um vídeo agora - eu já te passo a palavra, Campetti.
Coloque esse vídeo agora, que no dia 30 de dezembro o presidente
Bolsonaro fez uma declaração, que é importante a gente colocar.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Trinta de
dezembro ali, sendo apontado, 2022. Trinta de dezembro. Ele fala: “Não é para
ir para o tudo ou nada. Vamos pacificar.” Ele entregou para o chefe do
Exército, para o chefe da Marinha, a indicação do governo Lula, dez dias antes
de eles assumirem o poder. O Dino some com 200 imagens do dia 8 de janeiro.
Em algumas
imagens vazadas, é demonstrado que o Dino estava lá, entre generais ligados ao
Lula. Lula desaparece de Brasília, Alexandre de Moraes sustenta uma narrativa,
junto com a “TV Globo”, que defende essa narrativa e faz parte do Brasil
acreditar que houve um golpe.
A
anistia, hoje, está sendo avançada como nunca avançou no Congresso Nacional. PP
e União Brasil saem do desgoverno. É isso que temos no nosso Brasil: um
desgoverno. Um desgoverno que aumenta impostos, um desgoverno que continua
fazendo corrupção, não só mensalão, não só petrolão, mas, agora, dos
aposentados - INSS.
As
estatais dando prejuízo como nunca deram, porque a gente sabe que aí é a
corrupção, é a virada. Uma estatal dando prejuízo tem corrupção, como a
Petrobras, que era administrada por padrinho político e que, na época do
presidente Bolsonaro, não tinha, o primeiro escalão não era político, por isso
que dava lucro. Então, é isso que a gente tem no nosso Brasil. Triste história
para o povo brasileiro.
Campetti,
com a palavra.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Muito obrigado. Agradeço a V. Exa.,
deputado Paulo Mansur. Parabenizo pela excelente explanação. Inclusive, o
presidente da Petrobras estava aqui ontem, um quadro qualificadíssimo,
secretário de Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade, que está fazendo
um excelente trabalho aqui no estado de São Paulo, digitalizando todo o
sistema, implementando uma gestão inovadora.
Mas eu quero
concordar com Vossa Excelência. A gente, se for para falar de questão de PCC,
tem os diálogos cabulosos de bandidos interceptados do PCC, é só perguntar com
quem ele tinha diálogos cabulosos.
Mas,
deputado Paulo, eu gostaria de refutar uma alegação que a oposição recorrentemente
subiu aqui para se referir ao indicado, ministro Wagner Rosário, dizendo que
ele não dava transparência. E citaram a questão das urnas.
Então,
eu busquei algumas informações para a gente esclarecer, para a gente trazer luz
aos fatos, porque são versões expostas que não se sustentam. Então, em primeiro
lugar, a gente tem que dizer o seguinte: a CGU não fiscaliza o sistema
eletrônico de votação, por sua competência institucional.
A
atuação da CGU como entidade fiscalizadora do sistema está prevista na
Resolução nº - anotem, principalmente a oposição, para ir lá pesquisar - TCE
23673/21, que dispõe sobre os procedimentos de fiscalização e auditoria do
sistema eletrônico de votação.
Ou
seja, o indicado como ministro da CGU não tentou fiscalizar as urnas porque
desconfiava das urnas; em nenhum momento isso foi dito. Ele deu cumprimento ao
que estava previsto nessa resolução, que diz o seguinte:
Art.
6º- “Para efeito dos procedimentos previstos nesta resolução, salvo disposição
específica, são considerados entidades fiscalizadoras, expressamente
legitimadas a participar das etapas do processo de fiscalização:
Inciso VI –
Controladoria-Geral da União;
Inciso VII -
Polícia Federal.”
E ao lado de
outros entes que são autorizados a fiscalizar - partidos políticos, federações,
coligações, Sociedade Brasileira de Computação, Conselho Federal de Engenharia
e Agronomia. E assim segue. Ou seja, as Forças Armadas, que foram retiradas da
resolução em 2023... A Polícia Federal e CGU eram entidades nomeadas pelo TCE
para fiscalizar o processo eletrônico de votação.
E está aqui, no
parágrafo 4º: “as entidades listadas neste artigo poderão se consorciar para os
fins de que trata a presente resolução”. Ou seja, de forma diferente da
afirmada pelos deputados que aqui passaram, a atuação conjunta dos órgãos, como
sugerido pelo indicado, está prevista na norma do TSE.
A
AGU participou de todas as etapas de fiscalização previstas na resolução, e em
nenhum momento auditou os programas que compõem o sistema eletrônico de
votação. A CGU simplesmente acompanhou e fiscalizou as etapas do processo, e em
especial a inspeção do código-fonte, a assinatura digital e a lacração do
sistema no TSE, a preparação de urnas no TRE-DF, no TRE do Paraná, e o
acompanhamento dos preparativos de execução do projeto piloto com biometria.
Isso está constatado.
O
relatório que o indicado diz que estava, e eu não vou dizer a palavra aqui, até
para não se comparar ao atual presidente que disse que queria ferrar com o
Moro, ele usou outro termo, mas que diz que estava uma “M”, se tratava única e
exclusivamente de um relato em papel feito pela equipe quando da inspeção do
código fonte, o que não era um relatório propriamente dito.
Até julho de
22, que foi a data do vídeo do indicado, só havia ocorrido a participação da
CGU na inspeção do código fonte, visto que as demais fases só ocorreram após a
reunião de 5 de julho de 22, como está provado abaixo. Eu não sei se o Machado
tem, é da reportagem, Machado.
Do TSE e
encerra a cerimônia. Não sei se tem essa imagem. Se não tiver, tenho aqui a
matéria: “TSE encerra a cerimônia de assinatura digital e lacração dos sistemas
eleitorais”. Então, não se conclui que o indicado escondeu o relatório.
* * *
- É exibida a
imagem.
* * *
É esse daí, olha. Não se conclui que o
indicado escondeu o relatório. O relatório só ficou pronto após o segundo turno
das eleições. Não tinha como em julho o indicado esconder algo que ficou
pronto. Em novembro, é óbvio. E aqui eu tenho um documento, um ofício da CGU,
datado de 21 de outubro de 2022. Quanto tempo temos, deputado Paulo Mansur?
O SR. PAULO MANSUR - PL - Três minutos. Eu queria falar
só no final mais dois minutos.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Tá, eu vou ler só o final do
ofício. Obrigado pelo aparte. O Ofício nº 15.521, datado de 21 de outubro de
2022. A S. Exa. ministro Alexandre de Moraes. “Sr. Presidente, cumprimentando
cordialmente, informo que a CGU tem atuado como entidade fiscalizadora das
eleições legitimadas a participar das etapas do processo de fiscalização,
conforme o Art. 6.º que eu li da resolução.
A CGU
participou das seguintes etapas”, eu vou pular para não tomar muito tempo.
Sugere alguns fatos, fatos observados, FOs, que a CGU constatou com relação a
campanhas e propagandas sobre a ocorrência do projeto piloto, divulgação do
projeto piloto nas sessões eleitorais, etc., e escolha do ambiente específico à
realização do projeto piloto; são citações que foram encaminhadas ao então
ministro, presidente do TSE, o senhor, o ministro Alexandre de Moraes.
Vou ler só o
final, deputado Paulo, já passo para o senhor. “Esperamos, como entidade
fiscalizadora das eleições, a partir das observações acima, contribuir a que o
TCE conduza as eleições de forma íntegra e segura.
Aproveito, e aí
eu peço atenção, aproveito a oportunidade para questionar se o relatório final
a ser produzido pela CGU, bem como esses documentos, poderão ser publicizados
pela CGU, ou se essa ação estará a cargo do próprio Tribunal Superior
Eleitoral, visto que já temos...”
O SR. PAULO MANSUR - PL - Campetti, dá um minutinho para
mim, para eu finalizar.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Tá, é o final. “Visto que já
temos demanda...”
O SR. PAULO MANSUR - PL - Se não você não vai deixar eu
falar. Pede depois uma comunicação.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Se eu concluir, eu peço uma
comunicação. Sr. Presidente, só para concluir o documento.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Presidente, ainda tenho um
minuto aqui para concluir minha fala. Depois de tudo que aconteceu, a gente tem
o PP saindo do governo, União Brasil saindo do governo, deixando o desgoverno,
e a gente tem o depoimento do Eduardo Tagliaferro. Eduardo Tagliaferro, ele não
era qualquer assessor. Ele era um chefe da assessoria especial de enfrentamento
à desinformação do Tribunal Eleitoral.
É a mesma coisa
que você ter o seu chefe de gabinete, aqui dentro do parlamento, fazendo uma
acusação a você. Mas ele só fez essa acusação porque ele tá fora do País, porque
sabe que corre risco de ser preso. E como Alexandre de Moraes fez? Ele já
triplicou a aposta. O que ele faz? Ele começa a colocar Eduardo Tagliaferro
como investigado.
E não é o
Eduardo Tagliaferro que está denunciando o Alexandre de Moraes. Alexandre de
Moraes que está agora denunciando o Eduardo Tagliaferro. Ele sempre muda. Ele
sempre muda o jogo. É isso que acontece e que a gente vive no nosso Brasil, e
isso é tudo por causa do PT. O PT é o câncer desse País, a realidade é essa.
Muito obrigado, presidente.
O SR. DANILO CAMPETTI
- REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para concluir com a
comunicação aberta.
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Danilo Campetti. Dois minutos para
Vossa Excelência.
O SR. DANILO
CAMPETTI - REPUBLICANOS -
PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado,
Sr. Presidente. Então, só para concluir, agradecendo ao deputado Paulo Mansur.
Para concluir a questão do documento que nós estávamos lendo.
“Aproveito a oportunidade para
questionar se o relatório final a ser produzido pela CGU, bem como esse
documento, poderão ser publicizados pela CGU, ou se essa ação estará a cargo do
próprio Tribunal Superior Eleitoral, visto que já temos demanda, via Lei de
Acesso à Informação, para esses documentos.
No espírito de cooperação e
fortalecimento do processo eletrônico de votação e renovando meus votos de
confiança, coloco-me à disposição para eventuais esclarecimentos. Assina:
Wagner de Campos Rosário, ministro de estado da Controladoria-Geral da União.”
E aí eu digo à oposição que esse
ofício não foi respondido. Estava a cargo do presidente do TSE divulgar ou não
o relatório. O trabalho do Sr. Wagner Rosário, do ministro Wagner Rosário, foi
realizado. A transparência estava a cargo do TSE, e esse documento está em mãos
aqui, datado do dia 21 de outubro de 2022. Dia 31 de dezembro o Sr. Wagner
Rosário deixou de ser ministro da Controladoria-Geral da União.
Então, o que foi reiteradamente
dito pela oposição, que o ministro Wagner Rosário não dava transparência aos
processos, está totalmente rebatido agora com a apresentação desse documento.
Eu não vou nem entrar... Se eu
tiver a oportunidade de falar, eu vou dizer do legado que deixou o ministro
Wagner Rosário na CGU e das realizações que o ministro Wagner Rosário
implementou na Controladoria-Geral do Estado.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente, havendo acordo de
lideranças, eu pediria ao senhor o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo acordo de
lideranças, antes de dar por levantados os trabalhos, gostaria de desconvocar
as duas sessões extraordinárias que foram convocadas para o dia de amanhã.
Está
levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 21 horas e 02 minutos.
* * *
-
É inserida questão de ordem, não lida em plenário.
* * *
QUESTÃO DE
ORDEM
Senhor
Presidente,
Com fundamento
no artigo 260 e seguintes, do Regimento Interno desta Casa de Leis, formulo a
Vossa Excelência Questão de Ordem, vazada nos seguintes termos:
1.
DO FUNDAMENTO
REGIMENTAL E CONSTITUCIONAL
DA
FUNDAMENTAÇÃO
A presente
questão de ordem encontra amparo nos artigos 260 a 263 do Regimento Interno da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Nos termos do
artigo 260, toda dúvida suscitada acerca da interpretação do Regimento Interno,
de sua aplicação prática ou ainda de sua conformidade com a Constituição, deve
ser considerada questão de ordem, razão pela qual a presente formulação se
mostra plenamente cabível.
Conforme dispõe
o artigo 261, a questão de ordem deve ser apresentada com clareza e acompanhada
da indicação precisa das disposições a serem elucidadas. Assim, observa-se que
a formulação ora realizada atende a esse requisito formal, não se confundindo
com mera interrupção do andamento da sessão, mas consistindo em instrumento
legítimo de controle da legalidade e regularidade dos trabalhos legislativos.
Diante
verifica-se que a presente questão de ordem atende a todos os pressupostos
regimentais, mostrando-se legítima e necessária para assegurar a fiel
observância do Regimento Interno e, por consequência, da ordem e legalidade dos
trabalhos legislativos desta Casa
2.
DA FUNDAMENTAÇÃO DA
QUESTÃO
A presente
questão de ordem se fundamenta no artigo 195 do Regimento Interno da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, que dispõe expressamente que "a
discussão não será encerrada quando houver pedido de adiamento e este não puder
ser votado por falta de número".
Na condução da sessão,
contudo, o Presidente da Casa utilizou esse dispositivo para justificar o
início da discussão da matéria principal, sob o argumento de que a ausência de
quórum para deliberação do requerimento de adiamento autorizaria o
prosseguimento imediato dos trabalhos.
Com a devida
vênia, tal interpretação inverte a lógica e o alcance do artigo 195. O
dispositivo regimental tem por finalidade garantir a apreciação prévia do
pedido de adiamento, de modo que a discussão somente pode avançar após a
deliberação do requerimento. Ao estabelecer que "a discussão não será
encerrada", o Regimento não autoriza a abertura da discussão sem a análise
do adiamento, mas sim assegura que esta permaneça suspensa enquanto o
requerimento não for votado.
Portanto, se
não há quórum para apreciar o requerimento, o que decorre do texto regimental é
a necessidade de suspensão ou sobrestamento, e não o seu início como se o
requerimento fosse inexistente. Admitir o contrário equivaleria a esvaziar a
norma regimental, transformando o pedido de adiamento em mera formalidade sem
eficácia prática.
Assim, a
utilização do artigo 195 para justificar o início da discussão revela-se
equivocada, devendo ser revista a interpretação adotada pela Presidência, sob
pena de afronta ao próprio Regimento Interno e de violação ao direito
parlamentar de ver apreciados tempestivamente os requerimentos incidentais
apresentados em Plenário.
3. DO
QUESTIONAMENTO ESPECÍFlCO
1.
Considerando que o
artigo 195 do Regimento Interno estabelece que "a discussão não será encerrada
quando houver pedido de adiamento e este não puder ser votado por falta de
número", como justificar que a Presidência determine o início da discussão
da matéria principal, se o requerimento de adiamento ainda não foi apreciado
por ausência de quórum?
2.
A literalidade do
dispositivo indica que a discussão deve permanecer suspensa até a apreciação do
requerimento de adiamento. Nesse sentido, não estaria a interpretação da
Presidência esvaziando o alcance da norma regimental, ao tratar a falta de
quórum como se fosse autorização tácita para iniciar a discussão?
3.
Qual seria a utilidade
prática de um requerimento de adiamento, se a ausência de quórum para sua
votação implicasse automaticamente a abertura da discussão da matéria
principal, sem que o pedido fosse analisado pelo Plenário?
4.
Não seria mais
compatível com o espírito do artigo 195 entender que, diante da impossibilidade
de votar o requerimento de adiamento por falta de número, a discussão deve
permanecer suspensa, aguardando deliberação posterior, ao invés de prosseguir
como se o requerimento fosse inexistente?
5.
A Presidência não
estaria, com essa interpretação, restringindo indevidamente o direito
parlamentar de ver apreciados tempestivamente os requerimentos incidentais
apresentados em Plenário, em afronta ao devido processo legislativo e ao
próprio Regimento Interno?
6.
Caso a discussão seja
iniciada e, posteriormente, o requerimento de adiamento venha a ser aprovado,
qual será o destino do tempo já utilizado na discussão da matéria? Esse tempo
será considerado válido ou deverá ser desconsiderado, à luz do artigo 195?
CONCLUSÃO
Ante o exposto,
requeiro a Vossa Excelência os devidos esclarecimentos formais sobre a
deliberação quanto ao requerimento de adiamento de discussão, nos termos
apresentados nesta Questão de Ordem, garantindo-se o respeito ao Regimento
Interno, à Constituição Federal e ao princípio do devido processo legislativo.
Sala das
Sessões, em
Deputada Monica
Seixas do Movimento Pretas
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